Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

06/11/2015

Antiga, mas atualíssima


EXCLUA A FAMÍLIA, POR FAVOR I
Maurílio Schmitt, gasparense, engenheiro e ex-secretário de Planejamento de Gaspar e “pai” do primeiro Plano Diretor do município, filiado ao PSDB daqui e presente na cerimônia que apresentou a vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel aos tucanos vinda do DEM, discorda frontalmente da coluna ou dos que pensam que os Schmitt estejam boicotando a nova trajetória pertubadora de Andreia aos donos da cidade. Para ele, a família não tem nenhum interesse na cassação do cargo de vereadora. É um problema técnico e ela mal assessorada devia ter visto isto antes. Ou seja, nunca deveria ter mudado de partido para se projetar nos sonhos de mudança em Gaspar.

EXCLUA A FAMÍLIA, POR FAVOR II
Maurílio faz-me questão de escrever de que a família não o autorizou na defesa que me entregou. Faz por um dever ético. O ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, seu irmão, o último a saber da mudança, não tem interesse na cassação, mas acha que Andreia foi mal assessorada; a mulher de Adilson, Jaqueline, filha de Osvaldo Schneider e que comanda o PMDB para Kleber Edson Wan Dall ser o sucessor de Pedro Celso Zuchi, também não tem interesse na cassação, mas não têm dúvidas de que Andreia foi mal assessorada, principalmente por Ida Scotini; o advogado Luiz Roberto Schmitt Júnior, sobrinho de Adilson, Maurilio e filho do irmão Bebeto, ex-vereador do PSDB, só tem interesse na cassação porque é uma obrigação técnica como advogado da causa, tudo decorrente do tal mal assessoramento da vereadora.

EXCLUA A FAMÍLIA, POR FAVOR III
Finalmente o suplente de vereador pelo DEM Laério Pelé Krauss, casado com uma das filhas de Osvaldo Schneider, irmã de Jaqueline, mulher de Adilson, só tem interesse na cassação, por uma questão técnica, segundo Maurílio. “A boa intenção [de Andreia] não anula a busca por reaver os chamados direitos [por Pelé]. Pena que a melhor opção, até o momento, para o embate político não receba orientações legais para tomada de decisões tão sérias e importantes. Só para encerrar: dois anos antes do triste episódio da traição para a eleição do comando da Câmara, alertei a vereadora em uma festa de aniversário dos riscos do cumprimento das ações próprias da busca de uma parte do poder, mesmo com prévias ações”, acentua Maurílio, revelando que não será fácil “furar” a fila e “desafiar” os donos da cidade e os seus amestrados para nada se mudar.

EXCLUA A FAMÍLIA, POR FAVOR IV
Maurílio, todavia, não foi definitivo e deixou um fio de esperança. “Deixa o Pelé fazer a busca de seus pretensos direitos e sonhos. Não posso acreditar que a carreira e os sonhos, da vereadora [Andreia], serão abalados”. Mas, reformou: “precisa de assessoria”. De quem, precisamente, não informou. Acorda, Gaspar!

O GATO E O RATO
O PT de Gaspar não admite que tenha que recuar no projeto 49/2015 que dá para ontem, hoje e amanhã eternamente e sempre caros e melhores advogados, pareceres e assessorias para prefeitos, vices, secretários e vereadores em todas as instâncias, incluindo do STJ, STF, TSE, na Justiça Estadual, Federal, Eleitoral e Trabalhista. Espera convencer isoladamente votos nas bancadas do PP, PSD e PMDB para virar o jogo. E é por isso, que combinado com o presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP, o projeto está na geladeira. Só entrará na pauta no momento combinado e com votos favoráveis dos dissidentes. Esta manobra, já foi motivo de reunião. O PT precisa de dois votos para Melato desempatar e fazer o serviço. Na mira estão Giovânio Borges, PSD, e Jaime Kirchner, PMDB. Acorda, Gaspar!



TRAPICHE

A promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon, que cuida da moralidade pública – e detestada pelos políticos da Comarca pelo implacável trabalho que faz na área – acaba de convencer e obter do juiz Rafael Germer Condé, da segunda Vara da Comarca, três liminares sobre o mesmo tema: a disponibilidade de informações mínimas nos portais de Transparência das prefeituras de Gaspar, Ilhota e a Câmara de Gaspar.

Chimelly, bem que tentou antes de ingressar em juízo com Ação Civil Pública convencer os nossos políticos e gestores públicos sobre a importância dos portais. Enrolaram. Desdenharam. Mandaram uma banana para a sociedade para quem devem esta transparência do que fazem com o dinheiro público. Condé deu 90 dias para todos se adequarem, sob pena de multa diária de R$1 mil. Tem gente fazendo contas. Vergonha.

A Lei Federal que se descumpre, e se exige agora via a Justiça, é de 2011 e a própria Lei dava prazo de um ano para a adequação. Em Gaspar, a prefeitura até emendou o site há dias. Descobriu-se coisas do arco da velha na área de Recursos Humanos. Outra: a Câmara de Ilhota escapou. Assinou um Termo de Ajustamento de Conduta. A de Gaspar, recusou. Mais detalhes, na área de comentários da coluna na internet.

Vai dar rolo. Paulo Fillipus, morador do Belchior Alto, em Gaspar, é um ativista contra as bandalheiras e incompetência dos políticos na administração pública. Ele pertence ao Movimento Brasil Livre.

O PT democrático e dialético não gosta de gente que coloca o dedo na ferida. E parte logo para a intimidação, ameaça e porrada. É uma questão de estilo. É uma interpretação livre e intelectual avançada do que seja liberdade de expressão e diálogo. As ditaduras são as fontes de inspiração para impor um pensamento único que sempre privilegia a elite no poder.

André Gislei Hostin, gasparense, petista por necessidade, é um velho conhecido no Fórum de Gaspar e na polícia daqui. A última dele é aguardar uma sentença por injúria e difamação contra a juíza Ana Paula Amaro da Silveira. Neste assunto, ele está bem acompanhado: José Amarildo Rampelotti, vereador e presidente do PT, que já teve sentença condenatória em primeiro grau, além de Antônio Carlos Dalsochio, cunhado do prefeito Pedro Celso Zuchi, ambos PT, onde Dalsochio aguarda o pronunciamento do juizado sobre o caso. No dia 19 de fevereiro do ano que vem está marcada a audiência de instrução e julgamento de André

O que fez André desta vez? Ameaçou Paulo Fillipus. E este foi a polícia. Antes, mostrando contrariedade pelas decisões políticas da vereadora, André no facebook, desqualificou a Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, por suas virtudes e que para ele são defeitos. Ela está quieta (por enquanto). Fillipus foi à Delegacia virtual e registrou um Boletim de Ocorrência com o seguinte teor. Mais claro impossível. Acorda, Gaspar!

“Após uma divergência de opiniões na internet, o acusado que é militante do Partido dos Trabalhadores de Gaspar, atacou me chamando de idiota, babaca, caga pau, lixo e fantoche de bandido. Concluiu as ofensas dizendo que faria “mal a minha pessoa” e perguntou meu endereço várias vezes. Como ele já é conhecido pelo perfil descontrolado e já tem passagem pela Polícia e responde outros processos, temo pela minha segurança e de toda a minha família. Temo também pela proximidade dele com políticos da cidade do mesmo”.

Este assunto tem tudo para ter repercussão  nacional por meio do Movimento Brasil Livre e deve envolver o PT de Blumenau, que manda no daqui.

 

Edição 1723

Comentários

Herculano
09/11/2015 14:45
MANCHETE LATERAL DO PORTAL DO CRUZEIRO DO VALE O MAIS ANTIGO, RENOVADO E ACESSADO POR AQUI: BLUMENAU DECRETA INTERVENÇÃO NO TRANSPORTE COLETIVO

Pois é. A Prefeitura de lá, acusada de ser "neoliberal" e conservadora, que tem como titular Napoleão Bernardes, PSDB, decretou intervenção na gestão da empresa Nossa Senhora da Glória e do Consórcio Siga, responsáveis pelo serviço de transporte coletivo na cidade, pelos próximos 90 dias.

Pois é. Aqui, um governo que se diz progressista, popular, feito pelos petistas liderados por Pedro Celso Zuchu, seu cunhado Antônio Carlos Dalsochio, José Amarildo Rampelotti e liderados no PT por Décio Neri de Lima e sua mulher Ana Paula, lá de Blumenau, está inerte até mesmo na falta de linhas para determinadas localidade da Viação do Vale.

O povo que se dane. Este ano não é de eleição e não se precisa de vingança neste setor.

A Viação do Vale está irregular desde que ela começou a fazer o serviço. E por que? Uma ação que se enrola mais de dez anos na Justiça diz que ela não cumpriu no edital de concorrência. Ou seja, foi desleal.

Se ela fosse uma empresa de alguém que não se alinhasse com o poder de plantão, o governo Zuchi não só teria decretado intervenção, como teria mandado cumprir o que ela não cumpriu no edital de concorrência e fechou o olho até agora, como teria a invadido por instrumentos legais, como fez por exemplo, com o Hospital e terras que deixam gente ao relento por falta de documentação e projetos, como no loteamento das casinhas de plástico. Acorda Gaspar!
Sidnei Luis Reinert
09/11/2015 13:21

Flavio Bolsonaro compartilhou a foto de UFRN.
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Para quem gosta de falar que as Instituições de Ensino do Brasil são neutras e não são ambientes de doutrinação de viés esquerdista, fica aí um aperitivo.
A postagem é da página oficial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte


Seminário dos 80 anos do levante comunista acontece na UFRN

Segundo o professor Homero Costa, um dos organizadores do evento, o objetivo é discutir a importância do movimento e realizar o diálogo no combate a forças antidemocráticas.
Herculano
09/11/2015 13:12
INFLAÇÃO, DESEMPREGO E A PACIÊNCIA DA POPULAÇÃO, Cláudio Adilson Gonçalez, economista, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

A pressão das ruas pode crescer até o ponto que torne inviável a continuidade de Dilma Rousseff na Presidência

Em meu último artigo neste espaço (A presidente precisa tomar as rédeas do ajuste fiscal, 5/10/2015), argumentei que o impasse político que impede o avanço de medidas necessárias para estancar a hemorragia das contas públicas somente poderia ser rompido se o Poder Executivo agisse imediatamente. A sugestão era de que, sem retirar as propostas que tramitam aos trancos e barrancos no Congresso, o governo lançasse mão de aumentos de tributos e cortes adicionais de gastos que poderiam ser feitos sem necessidade de aprovação legislativa. Citei a elevação das alíquotas da Cide, do IOF e do IPI, que possibilitariam arrecadação adicional de cerca de R$ 45 bilhões, em 12 meses, sendo R$ 10 bilhões para Estados e municípios e R$ 35 bilhões para a União. Concomitantemente, deveriam ser efetuados fortes cortes de gastos, inclusive no PAC e em programas sociais. Reconheci que tais medidas são amargas e têm efeitos colaterais adversos, mas a situação é de emergência e exige medidas emergenciais.

De lá para cá o impasse político agravou-se e a única ação visível do governo foi intensificar a luta para evitar o impeachment. O déficit primário (receitas menos gastos não financeiros), incluídas as pedaladas fiscais, deverá alcançar, em 2015, montante próximo a R$ 120 bilhões. É útil lembrar que a proposta inicial do governo era de superávit de R$ 65 bilhões. Estamos, portanto, diante de uma frustração de resultado da ordem de R$ 185 bilhões, algo em torno de 3,1% do PIB. Qualquer semelhança com o desmascaramento dos dados fiscais da Grécia, em 2009, não é mera coincidência.

Diante deste quadro, tentarei, neste artigo, responder à difícil questão: qual o cenário mais provável para a economia brasileira nos próximos dois a três anos? O conceito de dominância fiscal pode ser útil para esse objetivo.

Dominância fiscal é tema controverso entre os economistas. Há várias abordagens diferentes e é difícil de caracterizar se a economia, num dado período, está ou não sob tal regime. Para os objetivos deste artigo, creio que a visão tradicional, apresentada por Sargent e Wallace (1981), é a mais útil. Por ela, o regime de dominância fiscal é aquele em que o governo gera resultado primário independentemente da necessidade de estabilização da relação dívida/PIB, e a autoridade monetária passiva perde o controle do nível de preços por ser forçada a produzir as receitas de senhoriagem (decorrente do poder de emitir moeda) necessárias à solvência da dívida pública. No sistema financeiro atual, isso somente é possível com a elevação da taxa de inflação.
Herculano
09/11/2015 13:11
INFLAÇÃO, DESEMPREGO E A PACIÊNCIA DA POPULAÇÃO, Cláudio Adilson Gonçalez, economista, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2


A meu ver, o impasse político, os desastres registrados nas contas públicas em 2014 e em 2015 e a forte componente estrutural do desajuste fiscal brasileiro, principalmente Previdência, gastos sociais e financiamentos subsidiados via crédito direcionado, não deixam dúvidas de que o País se encontra em pleno regime de dominância fiscal. A reversão desse quadro só é possível mediante um ajuste fiscal profundo, muito improvável no atual governo.

Assumindo que tal ajuste não ocorra, e descartando o calote explícito da dívida, cujas consequências de médio e de longo prazos seriam desastrosas, a consistência macroeconômica dessa situação, como vimos, implica o crescimento contínuo da taxa de inflação. O Banco Central pouco poderá fazer para evitar que isso ocorra. O endurecimento da política monetária em resposta à elevação da inflação conduziria o estoque da dívida pública para além do seu limite sustentável. Isso provocaria elevação do risco soberano e, consequentemente, depreciação do real, em vez de apreciação, realimentando a inflação. Na verdade, como se pode deduzir da abordagem de Sargent e Wallace, essa inflação é necessária para garantir a solvência do governo.

Infelizmente, a situação da economia brasileira é ainda mais grave. O ano de 2015, mesmo que o ajuste fiscal tivesse sido um sucesso, já registraria recessão corretiva, decorrente do inchaço artificial de vários setores promovido pela chamada nova matriz macroeconômica, que incentivou o consumo à custa do erário e comprometeu irresponsavelmente o orçamento das famílias. Além disso, a dinâmica explicada nos parágrafos anteriores mina a confiança dos agentes econômicos, tanto empresários quanto consumidores, levando a quedas contínuas do investimento e do consumo das famílias. Somam-se, portanto, dois conjuntos de causas recessivas.

Dessa forma, o cenário que se apresenta para a economia brasileira, para o fim deste ano e, provavelmente, para os próximos dois ou três anos, é de crescimento da inflação e do desemprego. Sem um ajuste fiscal de verdade, não vejo como isso possa ser evitado.

População. No entanto, a análise que se apresentou até agora está incompleta, pois deixou de fora, de forma proposital, um ator importante, qual seja, a população brasileira, especialmente as classes sociais bem abaixo do pico da pirâmide de renda e riqueza.

Será que as dezenas de milhões de brasileiros que antes viam seus proventos serem corroídos pela inflação descontrolada e que passaram a desfrutar dos benefícios da relativa estabilidade de preços vão aceitar passivamente a perda dessa conquista? Da mesma forma, estes mesmos brasileiros que romperam a linha da pobreza e ingressaram na classe média consumidora vão abaixar a cabeça na medida em que se empobrecem novamente? Não sou analista político para responder de forma fundamentada essa questão, mas a intuição me diz que provavelmente não.

A pressão das ruas pode crescer até o ponto que torne inviável a continuidade de Dilma Rousseff na Presidência da República. Não cabe discutir como isso se daria, se por impeachment, renúncia ou cassação de mandato. O importante é que um novo governo e uma possível coalizão política poderiam antecipar o início do ajuste da economia brasileira. Não faria milagre, mas talvez o cenário econômico lúgubre que apresentei seja atenuado e a volta ao crescimento ocorra mais rapidamente.
Herculano
09/11/2015 13:05
O SILÊNCIO DE MARTE, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, para o jornal Folha de S. Paulo

O filme "Perdido em Marte", de Ridley Scott, como disse minha mulher, psicanalista winnicottiana, é o "anti-Avatar".

Você lembra do desfile de bobagens que era o filme de James Cameron de 2009, chamado "Avatar", no qual feras "mordiam" apenas capitalistas malvados?

E onde a "Natureza" era uma grande deusa-mãe? A natureza, na verdade, está mais para uma besta fera maravilhosa do que para mamãe deusa acolhedora. "Avatar" é infantil, "Perdido em Marte" é adulto.

Ridley Scott fez uma obra para gente grande. Na linguagem dos winnicottianos, gente que percorreu a linha do amadurecimento de forma consistente.

O filme é uma ode a capacidade humana de sobreviver e se relacionar com a vida e com os outros. Mesmo sendo um herói, o personagem de Matt Damon (que é deixado para trás em Marte pelos companheiros, que o tomam como morto) depende diretamente da capacidade de seus pares em manter a decisão de salvá-lo, objetivo este que perseguem de forma honesta, organizada e sem arroubos grandiloquentes.

Todos os personagens são decentes. Aliás, essa é a única crítica negativa possível ao filme: canalhas abundam em toda parte, mas a Nasa do filme é um exemplo de decência possível.

Não vivemos numa época em que se privilegie o amadurecimento, me parece.

Somos, nós contemporâneos, excessivamente barulhentos e militantes. Temos concepções de mundo aos montes. Cremos na salvação através da alface e da política. Alguns mesmo chegam a dizer que a verdadeira clínica é a política, quando esta é, na verdade, uma arte grosseira de simplificar o mundo a fim de gerir o poder nele.

Vou dar outro exemplo (além de "Avatar") do que tenho em mente como típico de nossa cultura imatura que mente sobre as coisas para fazer com que tudo lhe pareça mais palatável. Este exemplo vai no sentido oposto do que o filme revela como um ser humano mais maduro e menos infantil (estou seguro que nosso tempo será lembrada como uma era de mimados e ressentidos).

Vi, recentemente, uma propaganda (não interessa do que, apesar de que lembro bem do que era) em que se afirmava que a interpretação da natureza como violenta e competitiva era um erro. Segundo o "entrevistado" na propaganda, a natureza é solidária e colaborativa.

Tudo bem que devemos ser colaborativos (e o filme é um exemplo disso, de forma sóbria e sem exageros "solidários"), mas daí a dizer que a natureza seja solidária e não competitiva é um absurdo, não?

Sempre achei a publicidade um oásis de honestidade intelectual (pensando a vida como ela é), mas, talvez, seja eu um ingênuo no tocante ao produto final dela. Ora, para se vender vale tudo, e se o mundo ficar bobo, temos de defender coisas bobas para fazer os bobos ficarem felizes consigo mesmos, não?

Portanto, já que está na moda cobrir a competição violenta da vida e do mercado com o manto da santidade solidária, a publicidade o fará.

Agora veja o oposto no filme.

Num dado momento, o herói astronauta, numa cena em que está dando aula na academia de astronautas, diz para seus alunos: "Preparem-se porque sempre algo dá errado no espaço, e o espaço não colabora nunca com você".

O espaço de nosso astronauta é a figura da realidade (cósmica) tal como ela é. A natureza na propaganda a qual me referi é a representação infantil de nossa época mimada.

Freud já dizia que o amadurecimento é coisa rara. Podemos agregar que o é porque exige de nós um enorme esforço "anti-Papai Noel".

O grande ganho do imaturo é a percepção de si mesmo como um ser angelical num mundo sem nuances e sombras.

O filme "Perdido em Marte" é uma ode à esperança no ser humano e na sua capacidade de sobreviver e se sacrificar, mas sem baratear o custo dessa esperança e desse sacrifício.

É um exemplo de como a virtude é sempre silenciosa e discreta, e o bem sempre entra pela fresta da porta.

Quem viu o filme (e quem não viu, vá ver) vai lembrar de uma cena final em que o jovem cientista diretamente responsável pela solução do problema assiste de longe ao resultado de seu trabalho, do canto da sala, recusando, discretamente, os holofotes.
Herculano
09/11/2015 13:03
MUNDO RICO SOBE, BRASIL DESCE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O Brasil perde de todos os países da União Europeia, quando se comparam as taxas de crescimento econômico estimadas para este e para o próximo ano, os balanços das contas públicas e os resultados gerais das contas externas. Perde também de 13 dos 28 membros do bloco no quesito desemprego. Fica atrás dos Estados Unidos em todas essas comparações. Os sócios da União Europeia devem crescer em média 1,9% neste ano, 2% em 2016 e 2,1% em 2017, segundo as projeções de outono, divulgadas na semana passada. Para os 19 países da zona do euro, as médias estimadas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) nesses três anos ficam em 1,6%, 1,8% e 1,9%. As taxas previstas para os Estados Unidos são 2,6%, 2,8% e 2,7%.

A presidente Dilma Rousseff e alguns de seus ministros continuam atribuindo o péssimo desempenho brasileiro à situação externa. Devem desconhecer os números das economias mais desenvolvidas. A China, maior compradora de produtos básicos brasileiros, ainda avança em ritmo invejável, na faixa de 6% a 7%. Atribuir ao menor dinamismo chinês a vergonhosa situação brasileira também é uma tentativa inútil de esconder o fracasso das políticas de Brasília. A acomodação chinesa afeta muito mais os países mais desenvolvidos, mais abertos e mais integrados nos grandes fluxos comerciais de todos os tipos de produtos.

Só um país da União Europeia, a Grécia, deve ter recessão neste e no próximo ano. As estimativas apontam contração de 1,4% em 2015 e de 1,3% em 2016, com retorno ao crescimento (2,7%) em 2017. As taxas de desemprego ainda serão as mais altas do bloco ?" 25,7% neste ano, 25,8% no próximo e 24,4% no seguinte.

A Espanha continuará em segundo lugar na escala do desemprego, com taxas de 22,3%, 20,5% e 19% estimadas para os três anos. Mas a economia espanhola, assim como outras fortemente afetadas pela crise, continua a recuperar-se, com taxas de expansão estimadas em 3,1%, 2,7% e 2,4%.

Portugal, outro país submetido a um duro programa de ajuste, saiu da recessão no ano passado e deve crescer 1,7% em 2015 e 1,7% em 2016. A campeã do crescimento neste ano, com avanço de 6%, deve ser a Irlanda, uma das primeiras economias a enfrentar a dureza da arrumação fiscal e bancária nos primeiros anos depois do estouro da bolha financeira.

Em suma: a recuperação continua nos países desenvolvidos, com ritmos desiguais de crescimento econômico e taxas diferentes de desemprego. Mas as condições fiscais melhoram de forma geral e os Tesouros apresentam balanços cada vez melhores. O contraste com os números brasileiros é indisfarçável.

Enquanto se projeta algum crescimento para a maioria dos países da União Europeia neste ano e no próximo, as estimativas indicam para o Brasil mais dois anos de recessão, com o PIB encolhendo 3% ou pouco mais neste ano e cerca de 1% em 2016. A recessão, embora pessoas do governo pareçam esquecer ou desconhecer, começou no ano passado.

O déficit geral do setor público, no Brasil, passa bem de 9% e aproxima-se de 10%. As médias estimadas para a União Europeia são 2,5% neste ano, 2% no próximo e 1,6% em 2017. Para a zona do euro os números projetados são 2%, 1,8% e 1,5%. Só se projetam déficits acima de 3%, em 2015, para quatro países: Grécia (4,6%), Espanha (4,7%), França (3,8%) e Croácia (4,9%). Mas o ajuste progride em todos esses países. Nos Estados Unidos, o déficit deve ficar em 4% em 2015, 3,5% em 2016 e 3,2% em 2017. Há rumos definidos para a política fiscal em todos os países avançados, enquanto no Brasil ainda se adivinha o resultado primário deste ano (sem contar os juros) e ainda se tropeça na elaboração do orçamento para 2016.

O desemprego brasileiro está perto de 9%. A média da União Europeia, puxada para cima por alguns países, é 9,5% e deve seguir em queda. Nos Estados Unidos está em 5,3% e também recuando. Isso torna mais provável o aumento dos juros americanos até o fim do ano ?" notícia ruim para um país vulnerável como o Brasil.
Herculano
09/11/2015 12:55
A "MCDONALDIZAÇÃO" DA IMPRENSA, por Carlos Alberto di Franco, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

O jornalismo moderno reclama curiosidade, rigor, ética e paixão. É o que faz a diferença

Os pessimistas me aborrecem. Fazem, como dizia Oduvaldo Vianna Filho, "do medo de viver um espetáculo de coragem". Vivem de mal com a vida. Estão sempre em posição de combate. Não olham para a frente. São homens e mulheres de retrovisor. À semelhança do Quixote, vivem lutando contra moinhos de vento. Falta-lhes equilíbrio, serenidade e bom senso.

O que é côncavo de um lado aparece convexo do outro. Depende só do nosso ângulo de visão. Como lembrou alguém, muitas vezes um defeito é apenas a sombra projetada por uma virtude. Os pessimistas padecem da síndrome das sombras. São incapazes de ver o outro lado: o da virtude.

Algumas críticas ideológicas ao jornalismo, amargas e corrosivas, têm a garra do pessimismo amargo e do sectarismo ressentido. Irritam-se, alguns, com o vigor do jornalismo de denúncia e vislumbram interesses espúrios ou engajamentos partidários. Uma retrospectiva honesta, contudo, evidencia que os jornais nunca tiveram uma relação amorosa com governos, independentemente do colorido ideológico dos poderosos de turno. E é assim que deve ser. As relações entre jornalismo e poder devem ser pautadas por certa tensão. O estranhamento civilizado é bom para a sociedade e essencial para a democracia.

Outros, ingenuamente, criticam a compreensível preocupação dos jornais com a saúde do negócio. Esquecem que sem recursos a independência, base da credibilidade, simplesmente não existe. A saúde dos jornais é importante para uma sociedade livre. Ganhar dinheiro com informação não é um delito. É um dever ético. O lucro legítimo decorre da credibilidade, da qualidade do produto. E a qualidade é o outro nome da ética.

A ética informativa não é um dique, mas um canal de irrigação. A paixão pela verdade, o respeito à dignidade humana, a luta contra a corrupção, a defesa dos valores, enfim, representam uma atitude eminentemente afirmativa.

A ética, ao contrário do que gostariam os defensores de um moralismo piegas, não é um freio às justas aspirações de crescimento das empresas. Suas balizas, corretamente entendidas, são a mola propulsora das verdadeiras mudanças.

O jornalismo de escândalo, ancorado num provincianismo aético, é cada vez menos frequente. Recaídas ocasionais são objeto de críticas e discussões internas.

O jornalismo brasileiro, não obstante suas deficiências, tem desempenhado papel relevante. Ao lancetar os tumores da corrupção, por exemplo, cumpre um dever ético intransferível. A mídia, num país dominado por esquemas cartoriais e assustadora delinquência pública, assume significativa parcela de responsabilidade. O Brasil, graças à varredura dos jornais, está mudando. Para melhor. A cultura da impunidade, responsável pela rotina do acobertamento e dos panos quentes, está, aos poucos, sendo substituída pelo exercício da cidadania responsável.
Herculano
09/11/2015 12:54
A "MCDONALDIZAÇÃO" DA IMPRENSA, por Carlos Alberto di Franco, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

Os pessimistas, no entanto, querem que as coisas mudem pela ação dos outros. Esquecem que a democracia não é compatível com a omissão rançosa. As críticas à imprensa, necessárias e pertinentes, são sempre bem-vindas. Espera-se, no entanto, que sejam construtivas e equilibradas.

Ouvi, recentemente, uma dessas críticas certeiras num seminário de mídia. Os jornais, dizia meu interlocutor, estão cada vez mais parecidos e sem graça. Concordo, embora parcialmente.

A "mcdonaldização" dos jornais é um risco que convém evitar. A crescente exploração do entretenimento e da superficialidade informativa em prejuízo da informação de qualidade tem frustrado inúmeros consumidores de jornais. O público-alvo dos jornais não se satisfaz com o hambúrguer jornalístico. Trata-se de uma fatia qualificada do mercado. Quer informação aprofundada, analítica, precisa e confiável.

É preciso investir na leveza formal e no fascinante mundo digital. Sem dúvida. O investimento em didatismo, clareza, pautas próprias e agenda positiva são, entre outras, algumas das alavancas do crescimento. Mas nada disso, nada mesmo, supera a qualidade do conteúdo. É aí que se trava a verdadeira batalha. Só um produto consistente tem a marca da permanência. O jornal The New York Times sabe disso como nenhum outro: "Produzir jornalismo de qualidade e matérias sérias de maneira mais atraente". Qualidade e bom humor. É isso.

Outro detalhe: os jornalistas precisam escrever para os leitores. É preciso superar a mentalidade de gueto, que transforma o jornalismo num exercício de arrogância. Cadernos culturais e econômicos, frequentemente, dialogam consigo mesmos. O leitor é considerado um estorvo ou um chato. É preciso escrever com simplicidade e explicar os fatos.

O jornal precisa moldar o seu conceito de informação, ajustando-o às necessidades do público a que se dirige. Outro detalhe importante, sobretudo em épocas de envelhecimento demográfico: a tipologia empregada pelos jornais tem de levar em conta os problemas visuais dos seus consumidores. Falando claramente: os jornais precisam trabalhar com letras grandes.

Apostar em boas pautas (não muitas, mas relevantes) é outra saída. É melhor cobrir magnificamente alguns temas do que atirar em todas as direções. O leitor pede, em todas as pesquisas, reportagem. Quando jornalistas, entrincheirados e hipnotizados pelas telas dos computadores, não saem à luta, as redações se convertem em centros de informação pasteurizada. O lugar do repórter é a rua, garimpando a informação, prestando serviço ao leitor e contando boas histórias. Elas existem. Estão em cada esquina das nossas cidades. É só procurar.
Sidnei Luis Reinert
09/11/2015 12:14
A Arte de tomar grana e enganar as empreiteiras


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Se for verdade que dona Marisa da Silva pretende cobrar da OAS pelas melhorias feitas no apartamentão triplex do Guaruja, do qual ela estaria abrindo mão do direito de adquirir, a família Lula da Silva merece ganhar o prêmio Nobel de Economia Solidária. Só eles mesmos para arrancar dinheiro de uma empresa enrolada nos processos da Jato e em recuperação judicial, desistindo de ficar com um imóvel de 297 metros quadrados, de frente para o mar, com uma piscina de 3 x4 metros na varanda do amplo salão. É muito desprendimento não querer um imóvel que vale hoje mais de R$ 1,5 milhão (no mínino) e pelo qual a mulher de Lula pagou à cooperativa dos Bancários (Bancoop) a bagatela de R$ 47.695,38.

Se Lula e seus familiares conseguem ser generosos com uma empreiteira, o dono preso de uma delas não teve a mesma generosidade com a Presidenta Dilma Rousseff. Vazou dos processos da Lava Jato a informação que Marcelo Odebrecht chamou Dilma de "mentirosa" na troca de mensagens com o dirigente Benedicto Barbosa da Silva Júnior, durante o debate da campanha reeleitoral, entre a Presidenta e Aécio Neves. Quando se falou no financiamento de US$ 682 milhões para o Porto de Mariel, em Cuba, feito pelo BNDES, Marcelo detonou: "Ela (Dilma) disse que as garantias são da empresa, e não do governo de Cuba. Ela está mentindo".

Quem consegue ser mais mentiroso que os brasileiros (políticos ou empreiteiros) é o governo cubano. Enquanto o presidente Raul Castro anunciava que pretende deixar o poder em fevereiro de 2018, cedendo o lugar para o vice Miguel Diaz-Canel, para ampliar a tal "democracia na ilha", a ONG UPACU (Unión Patriótica de Cuba) denunciava ontem mais uma barbaridade do regime dos Irmãos Castro - líderes e fundadores do Foro de São Paulo, junto com o companheiro $talinácio.

A UPACU revelou que, apenas em outubro, a polícia política cubana prendeu 1093 ativistas dos direitos humanos. A entidade protestou que, só neste domingo, ocorreram 200 prisões absolutamente arbitrárias. Os inimigos dos irmãos Castro são tratados com violência, assédio, abuso e espancamentos - segundo dirigentes da UPACU. O site www.unpacu.org traz a lista dos detidos ontem. É mais uma prova de que a democracia em Cuba está tão próxima quanto a honestidade dos políticos no Brasil.
Ilhota Querida
09/11/2015 09:50
ALmir ILhota, voce diz que o evento na Quadra da Escola Alberto Schmitt nao era importante de forma sarcastica, como forma de defender os vereadores, mas ao mesmo tempo diz que sabe que é uma causa nobre para dizer que se interessa pela causa. Paradoxo né não?! Não sabe nem o que diz hahaha
Herculano
09/11/2015 07:52
EDUARDO CUNHA. OU O TEATRO DO ABSURDO, por Ricardo Noblat, de O Globo

A não ser os muitos ricos ou as almas caridosas, ninguém abre mão do dinheiro que tem.

Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, não parece ser muito rico. Nem aquele corpo parece abrigar uma alma caridosa.

Mas quer convencer-nos de que um dia, depois de acumular razoável fortuna, abriu mão dela. Doou-a a um fundo de investimento. E de dono passou à condição de apenas beneficiário.

Isso significa que Eduardo deixou de ser dono do seu dinheiro? Não. O dinheiro continuou sendo dele.

Eduardo limitou-se a renunciar à tarefa de administrá-lo. E por tê-lo feito, pôde dizer sem mentir à CPI da Petrobras que não tinha contas bancárias no exterior. Sendo assim, não poderá ser cassado por quebra de decoro parlamentar. Certo? Certo como?

Não foi o Ministério Público da Suíça que informou ao nosso que Eduardo tinha por lá quatro contas bancárias? E que elas haviam sido bloqueadas?

Mas como bloqueadas se ele teima em afirmar que não tinha conta alguma? Bem, se não tinha conta alguma por que então tentou anular os documentos remetidos pela Suíça para cá?

Não foi a existência das contas a base da denúncia feita contra Eduardo pelo Procurador Geral da República daqui?

Falo da segunda denúncia. Porque na primeira, Eduardo foi acusado de receber US$ 5 milhões em propina do esquema de corrupção na Petrobrás. Parte da propina teria sido depositada em uma das contas pelo lobista do PMDB João Henriques, preso pela Lava Jato.

De resto, se fosse mesmo verdade tudo o que Eduardo conta agora na esperança de salvar-se, por que ele não contou há mais tempo?

Certamente, não teria sido alvo de tantos ataques como foi. Não teria se desgastado tanto. E, muito menos, responderia a um processo de cassação do mandato como o que acabou instalado no âmbito do Conselho de Ética da Câmara.

Eduardo suará para que seu julgamento só ocorra no próximo ano. Mas, de novo, por quê?

Uma vez inocente, e amparado por documentos que provam o que diz, por que Eduardo não se oferece para ser julgado logo?

Sua agonia seria abreviada. E o país atravessaria em paz os festejos do fim do ano porque o segundo na linha direta de sucessão da presidente é um homem honrado.

Esqueci-me de explicar a história do deposito em conta inexistente de Eduardo na Suíça feita pelo lobista João Henriques.

Segundo Eduardo, o ex-deputado mineiro Fernando Diniz lhe devia uma grana. Morreu e não pagou. Um dia, alguém, possivelmente o filho de Diniz, valeu-se do lobista para saldar a dívida.

Como o lobista soube que Eduardo tinha uma conta na Suíça, e o número dela?

Chega! Basta de detalhes e de argumentos que de tão sólidos se desmancham no ar.

Eduardo precisava construir uma narrativa capaz de servir de pretexto para ser absolvido por 12 dos 21 membros do Conselho de Ética. Acha que construiu a melhor narrativa possível, a que estava ao alcance da sua e da imaginação dos advogados que o cercam. E pronto. É isso aí.

No país dos absurdos, Eduardo aposta que se dará bem. Dilma espera livrar-se de qualquer castigo por ter gastado além do que podia. E Lula desfruta da condição de palestrante de empreiteiras - de lobista delas, não.

Declara que recebeu R$ 27 milhões em quatro anos. Um assombro!

Ao dólar a 2,20 reais, valor médio do período, Lula ganhou o equivalente a 12 milhões, 271 mil dólares.

Ou 3 milhões e 68 mil dólares/ano.

Ou 255.681 dólares/mês.

Ou 8.522,70 dólares/dia.

Ou 355 dólares por hora, acordado ou dormindo.
Herculano
09/11/2015 07:39
AFORISMO PARA A SABEDORIA DE VIDA, por Gregório Duvivier, comediante, para o jornal Folha de S. Paulo

O Brasil é um país tão atrasado que a novela das oito passa às dez.

Detesto correntes de mensagens eletrônicas, mesmo que por uma boa causa. Os fins não justificam os e-mails.

Nem a banana é vendida mais a preço de banana. Em compensação, água tá vendendo que nem água. Uma ideia: vender água a preço de banana. Vai vender que nem água.

Fiz uma experiência pra descobrir quem veio primeiro, se foi o ovo ou a galinha. E foi galinha que veio primeiro. Quando eu chamei.

Devia ser facílimo resolver uma equação na Roma Antiga. Afinal de contas, X era sempre igual a 10.

O disco da Xuxa, tocado ao contrário, revela mensagens satânicas ?"mas ainda soa melhor do que no sentido original.

A diferença entre Jesus e Inri Cristo é a verba gasta em publicidade.

Nunca mais faço comparações, porque as comparações são como rios. Merda.

A metáfora é uma comparação. Já a comparação é como se fosse uma metáfora.

Eu sou um cara bastante paranoico. Tudo o que acontece comigo eu acho que é porque sou judeu. O que é bastante grave, porque eu não sou.

A diferença entre a direita e a esquerda é que a direita acha que não existe essa coisa de direita e esquerda.

Desde que passou a tomar banho e largou a cocaína, Jorge não fede nem cheira.

A pílula do dia seguinte não previne DSTs. Tinham que inventar um preservativo do dia seguinte.

Mais vale um pássaro voando do que dois na mão, se você não quiser problemas com o Ibama.

O gato é um cachorro que não precisa tanto de você.

Por um Estado mais civil.

Difícil discutir sexo anal. O buraco é mais embaixo.

Por uma direita mais humana, a favor dos direitos humanos.

A vida é tipo a "Hora do Brasil". Repetitiva, longa, cheia de notícia ruim, mas é só o que está passando. Se não quiser ouvir, vai ter que desligar o rádio.

Se Jesus transformasse tabaco em maconha, teriam que proibir o vinho.
Herculano
09/11/2015 07:34
GREVISTA DO MOVIMENTO DOS CAMINHONEIROS CITA ADAM SMITH, AINDA QUE INTERPRETADO COM LARGUEZA. MAIS UM INDÍCIO DE QUE LULA MORREU, por Reinaldo Azevedo com André Fuentes, para Veja

Paralisação da categoria preocupa governo; os que lideram o movimento deixam claro que querem a renúncia ou o impeachment de Dilma

Adam Smith foi parar na greve dos caminhoneiros? Pois é? Acreditem! Isso está acontecendo. Não deixa de ser uma boa notícia, não é mesmo? Ainda que seja um Smith lido, vamos dizer, com muita largueza.

Embora negue, o governo acompanha com preocupação o anúncio de uma greve de caminhoneiros, liderada pelo "Comando Nacional do Transporte". Ainda que a categoria tenha reivindicações específicas, os que lideram essa mobilização deixam claro que querem mesmo é que Dilma Rousseff deixe o governo, por meio da renúncia ou do impeachment.

No fim de semana, houve manifestações em cidades do Paraná. Na madrugada desta segunda, já havia bloqueios em estradas de Minas e Santa Catarina. Ivar Schmidt, um dos líderes do movimento, divulgou um vídeo em que pede o apoio da população. Num outro, o CNT anuncia: "Lutamos por instituições livres e em paz". E aparece um caminhão com a seguinte inscrição: "Chega de corrupção. Fora! A Petrobras é nossa, não é do PT".

O movimento dos caminhoneiros recebeu o apoio de praticamente todos os grupos que lutam pelo impeachment de Dilma, como o Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua.

Um caminhoneiro conversa com o que se supõe seja um outro, parceiro de trabalho, e anuncia:
"Gláucio, não se preocupa, não. A coisa agora extrapolou o Facebook, filho. (?) Já está todo mundo parando. (?) A gente é o primeiro dominó daquela brincadeira de derrubar os dominós em pé um atrás do outro, enfileirado. A gente é o estopim da coisa.
(?)
Existe uma mão invisível que é mais poderosa do que qualquer governo e age em todos os países, que se chama mercado. A partir do momento em que situações assim afetam diretamente o mercado, a ponto de prejudicar financeiramente, e em grade vulto, toda a cadeia produtiva, o próprio mercado vai agir, e o próprio mercado vai caçar a cabeça da Dilma. O próprio mercado vai forçar a renúncia ou a deposição dela? (?) A gente é só o estopim de toda paralisação nacional".

"Mão invisível", como vocês devem saber, foi uma expressão a que recorreu Adam Smith em "A Riqueza das Nações". Acabou virando a festa da uva. Uns empregam a expressão para indicar o que seria a tendência que tem o mercado ao equilíbrio ?" o que não está escrita lá. Outros se prendem à expressão para recusar qualquer regulação, já que a "mão invisível" se encarregaria de produzir o melhor para todos. Também não é isso.

Na obra, a expressão tampouco tem a ver com a interpretação que lhe dá o líder caminhoneiro: uma vontade superior que decide e dirime todas as dúvidas. A "mão invisível" de Smith pode ser assim resumida, segundo o que vai na obra: quem, na sociedade, age em defesa de seu próprio interesse ?" atenção, isso nada tem a ver com pistolagem à moda petrolão ?" acaba concorrendo para o bem geral, tangido por essa mão invisível que leva o indivíduo a promover um bem que nem estava na sua intenção original.

Assim, não se duvide de que o Adam Smith que serve para eventualmente derrubar governos não chega a ser um louvor à teoria. Mas querem saber? Haver movimentos sindicais e sociais que falam na "mão invisível do mercado", e não nas mãos que se grudam para ordenhar as tetas do Estado, é sinal de que algo de positivo está em curso no país.

É esse o país que o PT já não consegue entender. E, por isso, Lula não vai voltar. Por isso, Lula está morto.
Herculano
09/11/2015 07:24
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA

A coluna Olhando a Maré, amanhã é especial só para os internautas que fazem dela a líder em acessos
Herculano
09/11/2015 07:19
GARCIA É CITADO 50 VEZES NA INVESTIGAÇÃO DE LULA, por Cláudio Humberto na coluna que pulicou hoje nos jornais brasileiros

O aspone para assuntos internacionais aleatórios da Presidência, Marco Aurélio Garcia, aquele do "top-top", é citado ao menos cinquenta vezes no inquérito que investiga o ex-presidente Lula pela prática do crime de tráfico internacional de influência para beneficiar a empreiteira Odebrecht, com financiamentos do BNDES para obras no exterior. O caso vem sendo investigado pelo Ministério Público do DF e Territórios.

Convocação

O protagonismo de Marco Aurélio Garcia no caso Odebrecht poderá levar o assessor presidencial a depor na CPI do BNDES.

Tráfico de influência

A investigação do Ministério Público apura a acusação de tráfico de influência internacional do ex-presidente Lula durante seu governo.

Influência no BNDES

E-mails obtidos pelo Ministério Público, comprovam que era Top-top Garcia quem "garantia" a autoridades os financiamentos do BNDES.

Tropa governista

O pânico no governo com a possível convocação de Top-top fez com que fosse criada "tropa de choque" para sepultar a CPI do BNDES.

CPI DOS FUNDOS DE PENSÃO SE CONCENTRA NO PT

Em nova fase de investigação, a comissão parlamentar de inquérito (CPI) que apura o saque aos fundos de pensão decidiu avançar sobre o envolvimento de petistas em negócios fraudulentos. A ideia é se concentrar nos presidentes do Petros, Henrique Jäger, do Postallis, Antônio Conquista, e do Funcef, Carlos Caser. "Todos são filiados ao PT", ressalta o presidente da CPI, Efraim Filho (DEM-PB).

Aparelhamento

Além de aparelhar fundos de pensão, o PT também infiltrou muitos dos seus militantes em conselhos de administração de empresas privadas.

Contaminação

Podem ser mais de 300 os petistas que recebem gordos jetons em conselhos de administração de empresas privadas onde investiram.

Pedra sobre pedra

A CPI retoma promessa inicial, defendida pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. "Fazer devassa em contratos do PT".

Cabeça baixa

Acabou o orgulho petista. Deputados do partido evitam desfilar com os tradicionais broches com uma estrela vermelha. Na Câmara, passam incógnitos pelos manifestantes que batem ponto diário.

Só no Brasil

Bandido não respeita mais nada. Pilotando uma moto, um meliante assaltou uma cabo dentro do Arsenal da Marinha, dias atrás. E ainda fugiu com a bolsa da militar, passando por duas guaritas.

Retomada de diálogo

Enrolado na Operação Lava Jato, o vice-presidente da Câmara, Valdir Maranhão (PP-MA) é aliado de Eduardo Cunha, mas deu sinais de diálogo com o governo Dilma.

Volume morto

Sobre a permanência de Eduardo Cunha na presidência da Câmara, Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) é enfático: "Em período de normalidade, ele já estaria morto". A queda é questão de tempo, diz.

Para ler voando

Hoje piloto "expatriado" na África, Marcelo Lins lança na terça (17), na Travessa em Botafogo (RJ), seu livro "Caso Varig - a história da maior tragédia da aviação brasileira", que ele viveu dia a dia.

Sangramento

Mesmo com o fraco relatório que preservou políticos, Antonio Imbassahy (PSDB-BA) comemora o resultado dos trabalhos da CPI da Petrobras: "Foram nove meses de desgaste para o governo".

Arrancando as penas

Tucanos brigam na Câmara. Apoiados por Geraldo Alckmin, deputados de São Paulo não querem que o líder da bancada de 2016 seja indicado pelo desgastado atual líder Carlos Sampaio (SP) ou por Aécio.

Governo reformista

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire (SP), acredita que o eventual governo Michel Temer seguirá os moldes de Itamar Franco. "Será um governo reformista, não subalterno à banca financeira", diz.

Pensando bem...

...o governo Dilma é nota 10, seus ingratos: 10% de inflação e 10% de desemprego, até dezembro
Herculano
09/11/2015 07:11
MEM?"RIA IMUNOLOGICA, por Vinicius Motta, para o jornal Folha de S. Paulo

Um novo aumento da Cide, tributo sobre o comércio da gasolina, será resposta provável ao impasse do ajuste fiscal no Congresso. Ninguém acredita na aprovação da CPMF, que depende de 60% dos votos na Câmara e no Senado, em duas votações.

A Cide, que pode subir por uma simples canetada do governo, seria substituto menos potente que o imposto do cheque para elevar a arrecadação. Teria um impacto mais direto, contudo, na inflação.

A inflação tem sido o desaguadouro desse estado de fibrilação que afeta as lideranças nacionais. O Banco Central jogou a toalha no controle da carestia, o governo e o Congresso capitularam no equilíbrio das contas públicas, empresários e trabalhadores desistiram de cobrar respostas de Brasília nos próximos três anos.

Estão todos à espera dos bárbaros, para voltar ao clichê erudito. Como no poema do grego Kaváfis, o Senado deixou de legislar, o imperador de imperar, os oradores de discursar na expectativa da invasão que, entretanto, não acontecerá.

O FMI e seus sarracenos neoliberais não romperão o portão, ao menos não tão cedo, para nos ordenar o que fazer. Dentro das muralhas, qual a peste negra no medievo europeu, a inflação fará o serviço, com seus efeitos aleatórios sobre a sociedade cujos líderes esperam inertes.

Vinte anos depois do Real, foi-se a memória imunológica que permitia a significativas parcelas dos cidadãos mitigar os danos na renda e no patrimônio produzidos pela aceleração de preços. Não se veem, por exemplo, categorias de trabalhadores a demandar discussões salariais mais frequentes do que o dissídio anual.

Ainda há tempo, portanto, para organizar a casa e fazer as coisas voltarem a funcionar com o mínimo de racionalidade. Quando os anticorpos inflacionários estivem ativos novamente, entraremos no mundo mágico do fetichismo monetário, de onde sair é muito difícil e custoso.
Herculano
09/11/2015 07:05
ESCOLHA DE RELATORA IGNOROU O REGIMENTO DO TSE, por Josias de Souza

O presidente do TSE, ministro Dias Tóffoli, ignorou o regimento do tribunal ao decidir que a ministra Maria Thereza de Assis Moura continuará sendo relatora da ação que pede a cassação dos mandatos de Dilma Rousseff e do vice Michel Temer. Em fevereiro, ela havia determinado o arquivamento da ação por "falta de provas". O PSDB recorreu. Ao julgar o recurso, o plenário do tribunal decidiu reabriu o processo.

A própria Maria Thereza questionara sua permanência como relatora do caso em função de ser contra a continuidade da apuração. A ministra sugeriu que o processo passasse a ser relatado pelo colega Gilmar Mendes, que foi o primeiro a divergir dela em plenário, votando pela reabertura da ação. Toffoli deu de ombros para as ponderações da ministra.

Tóffoli ignorou também o artigo 25 do regimento interno do TSE. Anota o seguinte: "As decisões serão tomadas por maioria de votos e redigidas pelo relator, salvo se for vencido, caso em que o presidente designará, para lavrá-las, um dos juízes cujo voto tiver sido vencedor; conterão uma síntese das questões debatidas e decididas, e serão apresentadas, o mais tardar, dentro em cinco dias."

Em petição protocolada no TSE, os advogados do comitê de Dilma se opuseram à transferência do comando do processo para Gilmar Mendes. Argumentaram que o julgamento em que a posição do ministro prevaleceu tratou apenas de um recurso do PSDB, não do mérito do processo. Por essa razão, sustentaram os advogados de Dilma, Maria Thereza teria de ser mantida como relatora.

De fato, o plenário do TSE apenas deferiu um recurso do tucanato contra o arquivamento que Maria Thereza ordenara. Mas Tóffoli poderia ter aplicado ao caso, por analogia, o artigo 25 do regimento do TSE. Seria mais lógico que Gilmar ou qualquer outro ministro favorável à continuidade da investigação assumisse o comando do processo. O prosseguimento da ação exigirá a requisição de documentos da Operação Lava Jato e a realização de novas diligências. Algo que pode violentar a consciência da ministra Maria Thereza, defensora do arquivamento da causa.

Durante o julgamento, Maria Thereza explicou porque defendeu o arquivamento. Disse que o PSDB adicionou argumentos novos depois que ação já havia sido protocolada no TSE. Por exemplo: delações da Lava Jato indicando o repasse de dinheiro de corrupção para a tesouraria da campanha de Dilma e indícios de pagamentos feitos pelo comitê eleitoral do PT a empresas fantasmas. A ministra argumentou que esses elementos só poderiam ser levados em conta se constassem da petição inicial. A manutenção de Maria Thereza na relatoria foi efusivamente celebrada no Planalto.
Herculano
09/11/2015 07:02
PANELA DE PRESSÃO, por Valdo Cruz, para o jornal Folha d S. Paulo

O governo Dilma até que tenta, mas não consegue sair do lugar neste final de ano. Enquanto isto, novos ingredientes indigestos são lançados no caldeirão das crises gêmeas ""política e econômica.

Nesta semana, tem a ameaça da paralisação dos caminhoneiros. Se vingar, adiciona uma pitada extra de pimenta na greve dos petroleiros. Não por outro motivo o governo está preocupado com riscos de desabastecimento no país.

Aí, o humor do brasileiro vai azedar ainda mais, já bem amargo com uma inflação perto dos dois dígitos para a baixa renda, por sinal, já chegou lá, encarecendo a feira de cada dia do trabalhador brasileiro.

Num cenário de desemprego em alta, com a grana do seguro-desemprego no fim para muitos e o país parando, tem gente no governo temorosa com um cenário real de tensão social no ano que vem.

Há quem defina março de 2016 como o ponto alto da fervura, com ajuste fiscal ainda não aprovado no Congresso, novo rebaixamento da nota brasileira pelas agências de risco, dólar subindo, juros em alta e desemprego perto de dois dígitos.

Para evitar que esta panela de pressão exploda, vai aumentar a cobrança para que Dilma acione válvulas de escape e tome medidas para vitaminar a economia. A senha já foi dada por Lula. Ele voltou a defender jogar mais crédito na praça.

A interlocutores, o petista disse que Dilma precisa sair da letargia imediatamente. Caso contrário, ela, ele e o PT vão apanhar todo dia de mais de 5.000 prefeitos durante a campanha municipal de 2016.

Enfim, amigos e inimigos da presidente têm avaliação semelhante. Sem reação do governo, fica difícil suportar tal cenário a médio prazo. O problema é que, no curto, a crise política está travando o Planalto.

Até quando, não se sabe. O risco é, neste meio tempo, ser criada a sensação de vácuo de poder. Aí, alguém vai tentar ocupá-lo. Candidatos não faltam. De todos os lados.
Herculano
08/11/2015 19:37
da série: o silêncio comprometedor da imprensa

DEPOIS DE VENCER MAIS UMA LUTA, VITOR BELFORT ACERTOU O QUEIXO DOS CAMPEÕES DA ROUBALHERA: "FORA,GOVERNO CORRUPTO", por Augusto Nunes de Veja.

Nesta madrugada, depois de derrotar o americano Dan Henderson no primeiro round, o lutador Vitor Belfort ampliou o entusiasmo de milhões de telespectadores com um recado de genuíno campeão:

"Quero agradecer ao povo brasileiro que ficou acordado até de madrugada para me apoiar, no meio desta crise, com esse governo corrupto que precisa acabar. Fora, governo corrupto! Consciência, Brasil! A consciência de vocês tem que estar bem atenta agora, porque é o momento de mudança. Estou aqui para provar isso: você às vezes cai, mas cai de cabeça para cima. E a gente se levanta".

Desferido logo depois da vitória no octógono, o golpe verbal do bravo Belfort acertou o queixo dos delinquentes que infestam o Planalto, controlam o governo e se espalham pelos três tristes Poderes. Todos eles são Dan Henderson amanhã.
Herculano
08/11/2015 19:25
MILICIANOS DE STEDILE E BOULOS VOLTAM A ACAMPAMENTO PR?"-IMPEACHMENT; A CORRETA E NECESSÁRIA PRESENÇA DA PM IMNPEDE ATAQUE A PESSOAS DE BEM, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Acabou a conversa, Cunha! Chegou a hora de decidir. Diga "sim" ou "não" à denúncia e não ouse tentar manipular as ações do que querem que Dilma pague pelo que fez.

E os paus-mandados de João Pedro Stedile e Guilherme Boulos, chefes, respectivamente, do MST e do MTST, as duas milícias que atuam mais ativamente hoje contra o impeachment, voltaram aos gramados do Congresso neste domingo para tentar rivalizar com os brasileiros que estão lá acampados em defesa do impeachment, muito especialmente o Movimento Brasil Livre. Cerca de 100 arruaceiros chegaram por volta das 14h30, em cinco ônibus, e se mandaram pouco antes das 17h. Explico: a mão de obra militante é mobilizada pelo MST; o patrocínio é do MTST. Trata-se de uma joint-venture desses dois esbirros do PT.

Só para deixar claro: os acampados são, é evidente, favoráveis ao impeachment. Mas o que cobram de Cunha, agora, é uma decisão. Ou: ou admite ou rejeita a denúncia apresentada por Hélio Bicudo, Janaina Paschoal e Miguel Reale Jr. O Movimento Brasil Livre e outros não podem ficar indefinidamente nas barracas. O que eles farão numa hipótese ou noutra, bem, isso é com eles.

E já passou da hora. O deputado ainda não teve tempo de ler uma denúncia de 60 páginas? Acho que sim. Já está com os pareceres da assessoria técnica. Não há mais por que esperar, a menos que esteja tentando usar aqueles jovens como massa de manobra, o que não vai acontecer porque eles não são tontos. O deputado, igualmente, não é besta e sabe que sua sorte está selada. Se não for na Câmara, será no Supremo; se não for neste mandato, será no próximo ?" na hipótese de haver um.


Mas volto aos milicianos. Chegaram lá com uma faixa enorme, lilás, a cor oficial da militância feminista, pedindo a cabeça de Cunha e rejeitando o ajuste fiscal. Aliás, desta feita, o lilás rivalizava com o tradicional vermelho. Tocaram bumbo, cantaram música ruim e puseram fogo num boneco de Cunha. É a companheirada fingindo que o deputado do PMDB é a principal figura do petrolão. São uns desavergonhados: atacam o adversário, acusando-o de corrupto, e protegem os bandidos que pertencem à sua própria grei.

Para Cunha, é bem-feito! Enquanto fica tendo conversinhas de pé-de-ouvido com Lula e colabora para livrar a cara de petistas nas comissões, as franjas do PT se encarregam de desmoralizá-lo.

Desta feita, não houve confronto porque o local estava ?" e está ?" sendo vigiado pela Polícia Militar do Distrito Federal. Ainda bem eu alguém se deu conta do risco potencial que há ali. Não em razão da presença dos defensores do impeachment, que são pessoas pacíficas, mas dos milicianos trogloditas.

Arrancando sangue
Como a ostensiva presença da PM impediu o confronto ?" na semana passada, os milicianos bateram nos integrantes do Brasil Livre, sobrou aos delinquentes intelectuais (no mínimo!!!) trocar porradas entre si. Dois deles se desentenderam e sobrou socos e voadoras no gramado. Rolou sangue.

Espero que tenham brigado por causa de cachaça, não por causa de Stálin?

Eduardo Cunha tem de entender o peso da sua responsabilidade. Só ele pode desarmar o acampamento, com qualquer uma das duas respostas. É evidente que, se disser "sim", a mobilização será uma; se disser "não", outra.

Hora de decidir, Cunha! A espera, a partir de agora, exala o fedor da tentativa de acordo e do esforço para usar pessoas decentes como massa de manobra.

E isso, ele fique certo, não vai acontecer.
Almir ILHOTA
08/11/2015 19:19
Ao ILHOTA QUERIDA, você deve ser um dos dez moradores do BAU que estavam nesse realmente importante treinamento, agora alegar que este evento é para os nobres EDIS é de mais, pois se for assim seria necessário a presença do Alisson, e do Daniel, que fazem parte do executivo. Mas o que vimos foi mais instrutores do que moradores, que mostra nitidamente que nós não confiamos nesse governo.(independente da causa que é nobre). Sei que devo atormentar os amigos do REI, mas me aguardem as citações do dia 25 deste mês.
Almir ILHOTA
08/11/2015 18:54
HERCULANO.
Muito se houve falar das precárias condições das estradas de nossa cidade, alguns atestam que é devido as fortes e intermitentes chuvas que não cessam, porem em 2008, ano da tragédia tivemos mais de 90 dias de chuva e nem de longe as vias estavam em tais condições, fruto do descaso dos nossos administradores, todavia se realmente tivessem aplicado as mais de 2100 cargas de macadame ou ¨macabarro, o que daria mais de 21 mil metros cúbicos, suficientes para macadamizar todas a estradas vicinais de nossa cidade, que o vereador ROBERTO PREBIANCA(PP) mostrou em uma das sessões da câmara de vereadores, nosso problema com certeza seria muito menor, alias o nobre EDIL, se calou sem cumprir o que disse que faria, mostrar a população ILHOTENSE o quanto existe de desvio de recursos, nessa gestão. Certamente levou um cala boca, que o fez pensar se deveria bater de frente com o DANIEL e sua turma, pois todos sabemos que o nobre vereador para se eleger usou as mesmas artimanhas que eles,(mentiras) logo se calar foi a melhor estratégia. Esperamos agora que com o pedido de afastamento do prefeito, pelos vereadores vote a favor do povo e não das suas conveniências, mas eu duvido. Vamos esperar e ficar de olho, para sabermos quem esta pró povo e quem esta contra. Aliás parabéns ao ex vereador Carlos Henrique(calinho), que com sua atitude conseguirá por a prova a edilidade Ilhotense, se realmente querem o melhor pra nossa ILHOTA querida.
Almir ILHOTA
08/11/2015 18:13
Claudio Lessa, você tem razão, não saio muito mesmo de casa, exceto para ir ao trabalho, diferentemente do povo que ¨labora¨ na prefeitura, mas o que sei em muitas das vezes é pelo acesso que possuo a esta coluna que me mantem informado, contudo já ouvi sim pessoas confirmarem que nosso prefeito possui mesmo uma casa em Maiami nos Estados Unidos, agora lhes pergunto, se o ex comprou um apartamento em Florianópolis, e esse uma casa em EUA, deve ser uma maravilha ser prefeito em ILHOTA, vocês não acham?

Ilhota Querida
08/11/2015 18:01
Quero aqui PARABENIZAR os vereadores da nossa cidade por comparecerem ao evento realizado na Escola Alberto Schmitt neste sabado,onde foram tratados diversos assuntos de prevenção de desastres. Ao que me parece esse assunto não tem importancia para eles, o importante é pegar diarias e receber o salario final do mes!!! Mais uma vez, Parabens!!!
Herculano
08/11/2015 14:49
EU NÃO QUERO O SEU LUGAR, por Vinicius Torres Freire, para o jornal Folha de S. Paulo

Quem fala aqui não sou eu. Hoje quem escreve é Juliana Moura Bueno, 26, sugestão de mulheres do #AgoraÉQueSãoElas.

Juliana, cientista social, é chefe de gabinete da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. O texto dela:

"Há uma semana, a campanha #AgoraÉQueSãoElas começou a circular. Fomos surpreendidas(os) com uma efervescência de textos. O movimento crescia e crescia. O que vivenciamos, nos últimos dias, teve tanta intensidade que pode ser definido quase como um choque cultural.

As mulheres, que uma semana antes estampavam as manchetes pelos casos da jovem Valentina de 12 anos e pela votação do PL 5.069, estavam nas capas dos jornais, nas páginas principais dos maiores portais de internet do Brasil, nos mais diversos programas de rádio e até nos programas de televisão falando sobre o que é ser e viver mulher. E não é fácil.

A campanha foi ganhando corpo, força e fôlego. Eram textos de mulheres nos mais diferentes espaços. Mulheres trans, mulheres negras, mulheres periféricas. Mulheres empresárias, mulheres acadêmicas. Mulheres mães e mulheres filhas.

Mulheres que dificilmente, em outras condições, teriam esses espaços ?"e espaços livres para falarem das suas condições, de seus problemas, de suas dificuldades, de suas vivências. Afinal, dificilmente, em outra condição, encontraríamos um debate sobre a visibilidade e os direitos das mulheres lésbicas e de travestis e transexuais estampando o espaço da coluna sobre economia da seção "Mercado" da Folha. Dificilmente teríamos na página A2, de uma vez só, três textos de mulheres.

Para não ficar no achismo, resolvi ir à página da Folha na internet para contar quantos eram os colunistas homens e quantas eram mulheres. O número, no entanto, confirmou as nossas impressões: são 86 homens e 37 mulheres que escrevem na Folha periodicamente como colunistas. Sem contar os jornalistas especializados.

As diferenças numéricas são apenas expressão das desigualdades estruturais, históricas e culturais. Não achamos que os jornais deliberadamente escolhem homens para formarem majoritariamente seu corpo de colunistas. Mas a maioria desses dirigentes são homens que acabam formando equipes majoritariamente masculinas a quem cedem a voz da autoridade do assunto específico. E, se não pararmos para refletir sobre isso, essa espiral continuará girando infinitamente.

Essa semana cumpriu esse papel, mas ela em si não se basta. Nós estamos e continuaremos aqui e nas redes, mas também nas ruas, porque queremos apenas ser livres, e queremos isso para todas(os). Queremos mudar uma cultura de violência e violações, de depreciação, de subestimação das mulheres. E nós não vamos conseguir fazer tudo isso substituindo homens por mulheres nos espaços.

Nós vamos fazer isso transformando e ressignificando relações: de poder, econômicas, entre gêneros, relações de trabalho, relações familiares.

Esse tem que ser o começo de uma ocupação pública das vozes vulneráveis e femininas dos espaços, não porque queremos tomar lugar de homens, mas porque queremos eles sensibilizados para esta(r)mos juntas(os), ao lado deles, em condições iguais
Herculano
08/11/2015 14:48
EU NÃO QUERO O SEU LUGAR, por Vinicius Torres Freire, para o jornal Folha de S. Paulo

Quem fala aqui não sou eu. Hoje quem escreve é Juliana Moura Bueno, 26, sugestão de mulheres do #AgoraÉQueSãoElas.

Juliana, cientista social, é chefe de gabinete da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. O texto dela:

"Há uma semana, a campanha #AgoraÉQueSãoElas começou a circular. Fomos surpreendidas(os) com uma efervescência de textos. O movimento crescia e crescia. O que vivenciamos, nos últimos dias, teve tanta intensidade que pode ser definido quase como um choque cultural.

As mulheres, que uma semana antes estampavam as manchetes pelos casos da jovem Valentina de 12 anos e pela votação do PL 5.069, estavam nas capas dos jornais, nas páginas principais dos maiores portais de internet do Brasil, nos mais diversos programas de rádio e até nos programas de televisão falando sobre o que é ser e viver mulher. E não é fácil.

A campanha foi ganhando corpo, força e fôlego. Eram textos de mulheres nos mais diferentes espaços. Mulheres trans, mulheres negras, mulheres periféricas. Mulheres empresárias, mulheres acadêmicas. Mulheres mães e mulheres filhas.

Mulheres que dificilmente, em outras condições, teriam esses espaços ?"e espaços livres para falarem das suas condições, de seus problemas, de suas dificuldades, de suas vivências. Afinal, dificilmente, em outra condição, encontraríamos um debate sobre a visibilidade e os direitos das mulheres lésbicas e de travestis e transexuais estampando o espaço da coluna sobre economia da seção "Mercado" da Folha. Dificilmente teríamos na página A2, de uma vez só, três textos de mulheres.

Para não ficar no achismo, resolvi ir à página da Folha na internet para contar quantos eram os colunistas homens e quantas eram mulheres. O número, no entanto, confirmou as nossas impressões: são 86 homens e 37 mulheres que escrevem na Folha periodicamente como colunistas. Sem contar os jornalistas especializados.

As diferenças numéricas são apenas expressão das desigualdades estruturais, históricas e culturais. Não achamos que os jornais deliberadamente escolhem homens para formarem majoritariamente seu corpo de colunistas. Mas a maioria desses dirigentes são homens que acabam formando equipes majoritariamente masculinas a quem cedem a voz da autoridade do assunto específico. E, se não pararmos para refletir sobre isso, essa espiral continuará girando infinitamente.

Essa semana cumpriu esse papel, mas ela em si não se basta. Nós estamos e continuaremos aqui e nas redes, mas também nas ruas, porque queremos apenas ser livres, e queremos isso para todas(os). Queremos mudar uma cultura de violência e violações, de depreciação, de subestimação das mulheres. E nós não vamos conseguir fazer tudo isso substituindo homens por mulheres nos espaços.

Nós vamos fazer isso transformando e ressignificando relações: de poder, econômicas, entre gêneros, relações de trabalho, relações familiares.

Esse tem que ser o começo de uma ocupação pública das vozes vulneráveis e femininas dos espaços, não porque queremos tomar lugar de homens, mas porque queremos eles sensibilizados para esta(r)mos juntas(os), ao lado deles, em condições iguais
Herculano
08/11/2015 14:22
A SAÍDA PELO INVESTIMENTO, por Suely Caldas, para o jornal O Estado de S. Paulo

A volta do investimento em infraestrutura seria uma excelente saída para este momento de crise aguda, frustrações, inflação em alta, recessão econômica, desemprego, queda da renda e dos salários, etc. Se conduzida com comunicação competente, licitações atraentes e regras estáveis e firmes, sem hesitações e recuos, teria força para desencadear um ambiente favorável aos negócios, capaz de dar início à retomada do crescimento econômico.

Mas a agenda de investimentos empacou, perdeu-se na falta de confiança no governo e em riscos em série (político, cambial, jurídico e institucional) que têm produzido incertezas quanto ao futuro e afastado investidores que temem perder dinheiro aplicando em projetos sujeitos à regulação do governo ou do Legislativo, que já deram inúmeras provas de instabilidade regulatória. Um governo que congelou o preço dos combustíveis por anos e baixou a tarifa de energia na marra, desestruturando a Petrobrás e a Eletrobrás, pode esperar atrair a confiança de investidores privados em petróleo e energia?

Depois de dois adiamentos, o governo se prepara para, no dia 25 de novembro, licitar 29 usinas hidrelétricas que se recusaram a renovar a concessão em 2013. Trata-se de ativos prontos e em operação, e com eles o governo espera arrecadar R$ 17 bilhões para ajudar a fechar as contas e cumprir a meta fiscal em 2015. O leilão já vai começar com dois componentes desfavoráveis: a Eletrobrás não vai participar e o BNDES não vai financiar. A Eletrobrás porque ficou descapitalizada depois da desastrada redução da tarifa em 2013 e não tem dinheiro para bancar o investimento. E, quanto ao financiamento, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, já avisou: "O banco tem escassez de recursos em TJLP e seu uso nobre é financiar novos investimentos produtivos, não ativos existentes".

Para tentar atrair investidores estrangeiros, o secretário executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo Oliveira, reuniu-se com representantes de bancos e empresas operadoras em Nova York, Frankfurt e Londres. Como de praxe, disse estar confiante no interesse dos estrangeiros no Brasil, mas fez ressalvas: "Na verdade, o sucesso desses programas de concessão depende muito dos investidores locais", afirmou, referindo-se não só às 29 hidrelétricas, mas a portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. O sucesso esbarra nos investidores locais, que parecem ter desaparecido: as empreiteiras, impedidas de participar, são acusadas de corrupção pela Operação Lava Jato; as enfraquecidas estatais estão mais para programas de desinvestimento, vendendo ativos, do que para novos projetos; e os bancos privados estão ressabiados com os prejuízos que tiveram ao se tornarem sócios da empresa Sete Brasil (que venderia sondas à Petrobrás), afogada no atoleiro.

De todos esses setores, o do petróleo é possivelmente o único capaz de dispensar o operador local. Evidente que ter a Petrobrás como sócia interessa aos estrangeiros, pelo grau de conhecimento que ela tem do País e das áreas de exploração de óleo. Mas, com a saúde financeira abalada, a Petrobrás está mais preocupada em faturar com a venda de seus ativos do que gastar dinheiro em novos investimentos. O que, por sinal, a afastou do último leilão. Só que as regras concebidas pessoalmente por Dilma Rousseff, quando ainda era ministra, obrigam a Petrobrás a participar de todos os leilões com mínimo de 30% do valor do investimento na área do pré-sal, a mais cobiçada, pela certeza da existência de óleo.

Ou seja, enquanto a Petrobrás não recuperar seu caixa (sabe-se lá quando!), o petróleo do pré-sal vai mofar no fundo do mar, sem gerar riqueza, renda e emprego para os brasileiros. Por pura teimosia de dona Dilma, que errou ao conceber essa regra e insiste em manter o erro. A Petrobrás deve, sim, ganhar preferência no pré-sal, por ser a única brasileira tecnologicamente preparada. Mas ela pode, se quiser, abrir mão da preferência. Inconcebível é obrigá-la a investir uma soma de dinheiro que ela não terá tão cedo e adiar indefinidamente investimentos de que o País precisa.
Herculano
08/11/2015 14:14
MALABARISMOS MENTAIS, por Hélio Schwartsman para o jornal Folha de S Paulo

"Além das duas pessoas que matamos, das que ferimos, da mulher em que demos coronhadas e das pessoas que fizemos comer vidro, não machucamos ninguém." Essa declaração de um "serial killer" americano após ser pego pela polícia é meu exemplo favorito da capacidade que o ser humano tem de torcer a linguagem e os fatos com o objetivo senão de justificar suas ações ou as de pessoas de que gosta, ao menos de torná-las mais palatáveis para si mesmo.

Lembrei o caso do assassino honesto ao especular sobre o estado de espírito de petistas que acreditaram sinceramente que o partido seguia um padrão ético diferenciado. O que eles estarão pensando agora, diante das informações que surgem na imprensa sobre a movimentação bancária de altos dirigentes da legenda?

Segundo a revista "Época", a empresa de Lula, que produz basicamente palestras do ex-presidente, faturou R$ 27 milhões nos últimos quatro anos. Já a consultoria de Palocci faturou R$ 53 milhões, desde 2011, depois que ele deixou o governo devido a suspeitas envolvendo justamente a consultoria. Essas cifras vultosas se somam às embolsadas por outro grão-petista, José Dirceu, cuja consultoria lhe rendeu dividendos até quando estava na Papuda.

É claro que ganhar muito dinheiro não é crime. Em tese, é possível que os rendimentos sejam fruto de trabalho legítimo. Só uma investigação permitiria eliminar as suspeitas. Meu ponto, porém, é outro.

Após o mensalão, petistas tenazes diziam, ainda que à boca pequena, que o partido não havia feito nada que as outras legendas já não fizessem, com a diferença de que desta vez era por uma boa causa, não para enriquecimento pessoal. Agora, que está claro que a nata do PT ganhou bastante dinheiro, esse discurso se torna mais difícil de sustentar. Fico só imaginando qual vai ser a próxima torção verbal capaz de acomodar as novas dissonâncias cognitivas.
Herculano
08/11/2015 14:10
ATRASO IDEOL?"GICO, por Ferreira Gullar, escritor, para o jornal Folha de S. Paulo

A maneira mais fácil e também mais desonesta de contestar opiniões que divergem das nossas é tentar desacreditá-las. Tal procedimento, além de torpe, é prejudicial à elucidação de questões que muitas vezes envolvem interesses fundamentais. Isso ocorre frequentemente quando estão em jogo problemas políticos e ideológicos, o que dificulta o entendimento de problemas vitais para o país.

Faço essas considerações porque acredito que uma das funções do jornalismo é informar e contribuir para o esclarecimento das questões de interesse público.

Eu, que militei no Partido Comunista Brasileiro, convencido de que o marxismo era o caminho para a construção de uma sociedade fraterna e justa, deixei de acreditar nisso em consequência das experiências que vivi e do próprio fracasso daquele projeto revolucionário em nível nacional e internacional.

Já tive oportunidade de manifestar minha opinião sobre esse fato, mas, qualquer que seja o diagnóstico, a verdade é que o grande sonho da sociedade proletária se desfez definitivamente. Há, porém, os que não desistem de suas convicções e há também os que se aproveitam da boa-fé das pessoas para substituir o sonho socialista pelo que intitulo de "populismo de esquerda", que se constata hoje em alguns países da América Latina, como Venezuela, Bolívia, Argentina, Equador e Brasil.

Em cada um desses países, o tal populismo assume uma forma específica, mas em todos eles o discurso ideológico substitui a luta da classe operária contra a burguesia pela luta dos pobres contra os ricos, que Lula apelidou de "elite branca".

Esse populismo se caracteriza, de um lado, por programas assistencialistas e, de outro, por um discurso anticapitalista que, como no caso do Brasil, é só para inglês ver, uma vez que seus principais sócios são grandes empresas. A operação Lava Jato revelou à opinião pública brasileira a extensão do "conluio" montado pelo governo populista, em aliança com empresários, para saquear a Petrobras e outras empresas estatais.

A ação desse populismo de esquerda no governo do país é a causa principal da situação caótica a que o Brasil foi arrastado nestes quase 13 anos de gestão petista. O Programa Bolsa Família, montado com objetivo eleitoral, se atenuou a carência de famílias miseráveis, em vez de resolver o problema da pobreza, estimula uma grande massa de trabalhadores a não mais trabalhar.

Por outro lado, o programa Minha Casa, Minha Vida constrói conjuntos residenciais muitas vezes em lugares inacessíveis e de péssima qualidade (muitos deles já estão caindo aos pedaços). Também, neste caso, a troca de interesses deixa as construtoras à vontade para usarem o material mais barato e construírem de qualquer forma, já que o governo não as fiscaliza, pois são todos amigos.

O aumento das famílias atendidas pelo Bolsa Família ?"calculado em mais de 30 milhões?" e os gastos com o programa Minha Casa, Minha Vida podem ser a razão que levou Dilma a violar a lei de responsabilidade fiscal, tomando empréstimo de bancos públicos sem condições de ressarci-los.

Quando Aécio Neves, na campanha eleitoral, denunciou o estado crítico das finanças do país, ela o chamou de mentiroso e garantiu que a situação das contas era ótima. Ganhou as eleições e logo começou a fazer o contrário do que afirmara. Mas o desastre dos governos petistas não se limita aos gastos demagógicos e à corrupção. Atinge a estrutura econômica do país, anulando-lhe o crescimento e provocando desemprego e inflação.

Aliando demagogia e incompetência, os petistas deram pouca atenção aos Estados Unidos e à Europa ?" parceiros comerciais importantes do Brasil?" e voltaram-se para o mercado sul-americano ?"o Mercosul. Para agravar nossa situação econômica daqui para diante, os Estados Unidos e o Japão montaram uma aliança comercial que representa 40% do comércio mundial e da qual estamos fora. E fora também estaremos de outra aliança, que incluirá os norte-americanos e os europeus.

Nisso é que dá atraso ideológico somado a incompetência.
Paulo Filippus
08/11/2015 14:05
A MÍDIA ESQUERDISTA NOS ESTADOS UNIDOS É DESMASCARADA AO VIVO, POR TED CRUZ.
(Qualquer semelhança com Gaspar é mera coincidência.)
___

No terceiro debate televisionado entre os pré-candidatos republicanos à Casa Branca, a emissora CNBC é desmascarada ao vivo pelo desserviço que presta aos Americanos.

Fala do candidato Ted Cruz:

"As questões que foram feitas até aqui no debate, ilustram porque os americanos não confiam na mídia. Isto aqui não é um ringue!

Coisas como: Donald Trump, você é vilão de Gibi? Ben Carson, você é capaz de fazer contas? John Kasich, ofenda duas pessoas neste palco. Marco Rubio, por que você não renuncia? Jeb Bush, porque você está caindo nas pesquisas?

Por que não falamos das questões crucias que importam às pessoas!?"
___


Repito pra quem não entendeu o recado:
POR QUE NÃO FALAMOS DAS QUESTÕES CRUCIAIS QUE IMPORTAM ÀS PESSOAS!?

Isso foi dito lá, mas é mais do que vivido por nós aqui, Herculano. No nosso país, e muito aqui inclusive em Gaspar.

Quando iremos desmascarar parte dessa mídia vendida que prefere focar o assassinato de reputações ao invés de realmente debater questões cruciais e importantes a nossa população?
Claudio Lesso
08/11/2015 10:46
Almir Ilhota, você mora em Ilhota mesmo? Se mora não deve muito sair de casa. Porque já não é de hoje que dizem que Daniel tem um amigo que é medico e que trabalha na prefeitura, este que tem uma casa nos Estados Unidos.
Te lembra daquela viagem que Daniel Bosi fez aos Estados Unidos dizendo que ia participar de um conversão sobre cruzeiros marítimos, como se ilhota tivesse algum porto.Nesta viagem alem de levar toda família, o dito médico também foi junto.
Dizem que Daniel Bosi para conseguir se safar dos inúmeros problemas que tem, deve fazer igual a Prefeita OSTENTAÇÃO de Bom Jardim, FUGIR.
Herculano
08/11/2015 09:55
RETRATO DA CORRUPÇÃO, por Miriam Leitão para o jornal O Globo

Um relatório da auditoria interna da Petrobras feita este ano mostra como a corrupção e a má gestão se misturam e provocam prejuízos continuados. Ao analisar o caso de quatro sondas foi constatado tudo que tem sido mostrado na Lava-Jato, a mesma sucessão de decisões suspeitas. Uma dessas sondas está ociosa, ao custo de US$ 500 mil ao dia.

Os eventos se passaram no período em que a diretoria internacional foi comandada por Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada. O que foi analisado neste documento, do qual esta coluna tem cópia, foram os navios-sondas Petrobras 10000, Vitoria 10000, Pride/Ensco DS-5 e Titanium Explorer. Em todos houve sobrepreços, cláusulas inexplicáveis de aumento do que estava contratado, decisões tomadas por poucas pessoas, quebra dos princípios da própria empresa e presença dos lobistas da Lava-Jato em negociações.

A primeira conclusão da auditoria é que não havia necessidade de contratar ou construir as sondas. A decisão foi tomada naquele oba-oba do "nunca antes" sem ver os custos, sem respeitar os pareceres técnicos.

O cenário que se acreditava era o de que a empresa iria adquirir quatro novos blocos por ano. O estudo inicial foi feito em 2005; a contratação, em 2008 e 2009. "Estimou-se a necessidade de pelo menos 2 sondas nos cinco anos seguintes e de pelo menos 6 em 10 anos sem base técnica, mas passando a ideia de perda de oportunidade". Este mesmo estudo, feito sem base, foi usado para decidir construir o Petrobras 10000 e o Vitoria 10000 e para contratar, sem licitação, o navio-sonda DS-5. Este foi cedido a outras empresas duas vezes e está ocioso desde março. Já o Titanium foi contratado em janeiro de 2009, com o mercado financeiro parado pela crise. Além disso, contrariava o parecer técnico, que apontava a necessidade de outro equipamento.

As propostas foram recebidas e os memorandos assinados sem que a diretoria executiva fosse consultada, "revelando a elevada autonomia detida pela área internacional". Não houve "processos competitivos para a seleção de propostas" e a decisão, no caso da Titanium, ficou restrita a três pessoas: o diretor, o gerente-geral e o gerente executivo.

Logo depois de fechado o negócio houve um reajuste de 3% na construção do Petrobras 10000 e do Vitoria 10000. No final de um ano o acréscimo ao preço já era de 5%, ou US$ 31 milhões. Isso sem falar que o valor inicial tinha sido superestimado em US$ 11 milhões. A cláusula cambial, que era a variação entre o dólar americano e a coroa norueguesa, representou mais um aumento do preço em US$ 11,4 milhões. A Schahin foi contratada para ser operadora do Vitoria 10000 sob o argumento de que era "detentora dos melhores índices operacionais". Não era verdade. Na época a Schahin tinha apenas um navio-sonda com bons índices. Os bônus de performance chegavam a 17%, muito acima do mercado. "A demora em concretizar a negociação com a Schahin para a vinda do Vitoria 10000 para o Brasil implicou em um custo de aproximadamente US$ 126 milhões". Depois de um tempo a Schahin deixou de honrar os pagamentos do leasing, mas pediu e recebeu bônus antecipadamente.

No contrato do DS-5, o sobrepreço chegou a US$ 118 milhões. Como ele está ocioso desde março, pela soma das diárias, a Petrobras perdeu mais US$ 120 milhões nesse período.

O documento é estarrecedor, porque ele foca nos negócios com essas quatro sondas e vai dissecando o desmazelo da gestão e como o preço vai sendo inchado a cada decisão insensata. Isso sem falar na promiscuidade com lobistas hoje investigados ou condenados no mensalão. Eles faziam reunião na empresa. Em uma delas estavam Cerveró, Julio Camargo, Fernando Soares, a Mitsui e a Samsung.

A auditoria encerrada em maio de 2015 recomendava tentar reaver valores pagos a mais na construção dos dois navios-sondas, renegociar os contratos dos outros dois e, dependendo do que for descoberto sobre a participação de lobistas, romper o contrato. É apenas uma auditoria, mas é reveladora do poder corrosivo da corrupção dentro da maior empresa do Brasil.

A Petrobras explicou, em nota, que a DS-5 está na carteira de "negociação/readequação". O contrato da Titanium foi extinto em 1º de setembro, por "descumprimento de cláusulas contratuais".
Herculano
08/11/2015 09:53
A ELEITOREIRA CONTA DE LUZ, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O programa de redução de 20% das tarifas de energia elétrica, promovido pela presidente Dilma Rousseff por meio da Medida Provisória 579/12, foi uma medida artificial e de cunho eleitoral, que provocou forte desequilíbrio nas contas públicas, afirma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU).

Segundo o tribunal, "o governo emitiu sinal via preço ao consumidor de incentivo ao consumo". E isso num momento em que o País já recorria às usinas térmicas, cuja produção de energia é mais cara, como forma de compensar a redução da geração hidrelétrica, já que o nível de água nos reservatórios estava baixo. Num momento crítico, que exigia responsabilidade, o governo preferiu a via demagógica. Estava mais caro produzir energia e o governo ainda estimulava o consumo, baixando o valor da tarifa.

Como afirmou o TCU, era uma medida artificial, sem correspondência com a realidade. Mas correspondia muito bem aos anseios eleitorais do governo. Baixava a conta na marra, na tentativa de ficar bem com a população. Afinal, era preciso preparar o terreno para as eleições que se aproximavam. E tudo isso embalado no discurso pseudocientífico de política econômica anticíclica. O problema é que, com suas "políticas anticíclicas", Dilma Rousseff preparava deliberada e cuidadosamente o País para o ciclo da crise.

O voluntarismo demagógico do governo teve um alto custo. Em 2013, a política dilmista para o setor elétrico custou ao Tesouro nada menos que R$ 12,642 bilhões. E em 2014 a conta chegou a R$ 31,297 bilhões. Segundo o TCU, "elevados montantes de recursos públicos, aportes do Tesouro Nacional, foram utilizados para compensar o acionamento de térmicas mais caras e com isso manter a redução no valor das tarifas, o que colaborou para o desequilíbrio das contas públicas, principalmente em 2014". Quem paga essa conta são os consumidores.

O relatório do TCU adverte, no entanto, que a política de "realismo tarifário" foi tardiamente adotada. Segundo o tribunal, o governo ignorou as evidências do desequilíbrio que sua política de redução forçada das tarifas estava gerando no setor. "Essa demora para a elevação dos valores das tarifas, que pode ter relação com a promessa de redução tarifária em 20% e o momento político eleitoral do Brasil, agravou a crise energética, aumentou os valores da energia no mercado de curto prazo, gerando consequências graves para todo o sistema elétrico", afirmaram os auditores do tribunal.

Se as medidas realistas tivessem sido tomadas no fim de 2013 ou no início de 2014, o aumento da conta de energia teria induzido a uma diminuição do consumo, poupando também os reservatórios, lembra o relatório do TCU. No entanto, aquilo que seria mais prudente e responsável não se encaixava no script da campanha de reeleição de Dilma. Fechando os olhos às nefastas consequências para a economia, era preciso segurar a tarifa de luz até as eleições. A prioridade não era o País.

Como se vê, a crise na qual o País se encontra paralisado foi sendo gerada por deliberadas decisões do próprio governo. Decisões com pouco ou nenhum amparo técnico, mas com muito interesse eleitoral. Fazia-se a opção pelo populismo e pelo voluntarismo. E essa opção de fechar os olhos à realidade, vendo apenas as urnas, não é gratuita. O País vem pagando caro por essa conta.

Diante desse histórico de imprudente gestão do setor elétrico, o relator do processo, ministro José Múcio Monteiro, recomendou ao Ministério de Minas e Energia a elaboração de um plano de contingência. "Esse plano contingencial deve conter a adoção de medidas sequenciais e gradativas, conforme o aprofundamento do risco, disparadas por critérios técnicos e desassociados de possível conjuntura político-eleitoral", determina o relatório. É mais uma tentativa de proteger o País da lógica petista de tudo submeter ao simples cálculo eleitoral. Afinal, governar é mais do que contar votos. Exige responsabilidade.
Herculano
08/11/2015 09:51
O BRASIL E OS 7 x 1 - Sérgio Besserman Vianna, para o jornal O Globo

O presidencialismo de coalizão tornou-se de cooptação e, na crise, ficou disfuncional

João Saldanha costumava dizer que o futebol é um reflexo da sociedade. Sendo assim, vamos analisar a assombração dos 7 x 1.

Segundo estudo da consultoria Tendências, dos 3,3 milhões de famílias que ascenderam à classe C entre 2006 e 2012, 3,1 milhões retrocederão durante os anos de crise. A política social fundada quase exclusivamente sobre transferências de renda, algo muito estranho em um governo com pretensões a ser de esquerda, pouco transformou na desigual e hierárquica sociedade brasileira. 1 x 0.

Desde 1991, as despesas dos governos crescem mais do que o PIB. Quando foi proposta a sugestão que José havia interpretado no sonho do faraó, no Antigo Testamento, ou seja, economizar nos períodos de vacas gordas para o período de vacas magras, a atual titular da Presidência da República matou a proposta, tachando-a de rudimentar. 2 x 0.

Com a grande recessão de 2008 ainda em curso, o governo reagiu, com intenções inegavelmente eleitorais, como se ainda vivêssemos na Crise de 1929, 86 anos atrás, com políticas "keynesianas" extremamente equivocadas sob dois aspectos: primeiro, focadas no consumo.

Segundo, desconsiderando que, diferentemente da década de 30 do século passado, a economia global não se desintegrou, de modo que qualquer tentativa nacional de escapar à disciplina fiscal dos mercados mundiais seria sempre penalizada para não abrir um precedente perigoso. Tivemos uma tragédia grega contemporânea para deixar esse ponto bem claro. 3 x 0.

O Brasil, que já foi admirado por sua política externa profissional, se envolveu em transações estranhas com ditadores mundo afora, isolou-se das principais negociações comerciais globais e, negando sua vocação de diversidade e pluralidade, acovardou-se frente às questões relativas aos direitos humanos. Submeteu a política externa ao personalismo do presidente Lula e paga hoje um preço elevado em reputação e posição comercial por isso. 4 x 0.

Meritocracia, aumento de produtividade, competitividade, redução do custo Brasil viraram "neoliberalismo". Consequências: um mexicano vale por dois brasileiros em produtividade e o país se desindustrializou severamente. 5 x 0.

Em um mundo cuja agenda de médio prazo é definida pela transição para economias de baixo carbono, o Brasil, embora excepcionalmente posicionado para maximizar fontes renováveis de energia, deixou-se embriagar pelo pré sal. 6 x 0.

O presidencialismo de coalizão tornou-se de cooptação e, na crise, ficou disfuncional. Com a péssima "aula" dada pelos políticos no palco, os padrões éticos da sociedade decaíram. A permanência do atual presidente da Câmara no cargo, mesmo sem culpabilidade provada, é uma demonstração do fato. 7 x 0.

As instituições ainda funcionam. 7 x 1. Se bem que dizem que, se sacudirem os cabelos do David Luiz ou da Lava-Jato, tem mais gol contra nós escondido.
Herculano
08/11/2015 08:35
DE AMADOR.AGUIAR@COM PARA J.LEVY@GOV, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Estimado ministro,

O senhor foi o primeiro funcionário do Bradesco a se tornar ministro da Fazenda. Para o banco que fundei, isso é uma honra e, ao mesmo tempo, um risco. Não trabalhamos juntos. O senhor formou-se na Universidade de Chicago. Eu, em lugar nenhum.

Resolvi escrever-lhe por causa do contratempo que a Receita Federal, sob sua jurisdição, criou para os clientes com o cadastro dos empregados domésticos. Veja que eu uso a palavra clientes, pois os cidadãos pagam impostos para receber serviços. Chamando-os de contribuintes, falsificamos a essência da relação. Contribuinte é quem deixa dinheiro numa caixa de igreja. No banco, o senhor sabe, cobramos taxas em troca de serviços. O cliente é obrigado a pagá-las, e nós somos obrigados a servi-lo.

Em 1943, quando fundei o Bradesco, o brasileiro achava que entrar em banco era coisa de rico. Passei a receber contas de luz, abri agências em cidades que não tinham energia elétrica. A mesa do gerente deveria ficar perto da porta de entrada. Nossos funcionários ensinavam a clientela a preencher cheques. Um dos nossos bancários foi escolhido para a dirigir uma agência e, com a mulher, passou o fim de semana limpando os balcões e o chão. Ele viria a se tornar presidente do banco. Em apenas oito anos, o Bradesco tornou-se o maior do país.

No domingo passado (1º), ficou claro que o sistema do cadastro não funcionava. Eu sei o que é isso porque o Bradesco foi o primeiro banco brasileiro a usar computador. O senhor e o secretário da Receita não disseram uma palavra. Pareciam aqueles paulistas quatrocentões que competiam comigo.

Passaram-se o domingo e a segunda-feira. Nada. Na terça-feira (3), a Receita avisou que não prorrogaria o prazo para a regularização do cadastro: "Não trabalhamos com essa hipótese". O senhor foi a dois eventos e continuou calado.

Só na tarde de quarta-feira (4), a 72 horas do limite dado aos clientes para se cadastrarem sem multa, o senhor e a Receita fizeram o que deveriam ter feito na segunda. Não ouviram os clientes, mas ouviram a patroa e estenderam o prazo.

O senhor sabe como eu reagiria se, durante quatro dias, uma agência do Bradesco estivesse com uma máquina quebrada, uma enorme fila de clientes na sua porta e o gerente nada tivesse a dizer. Se a confusão do cadastro da criadagem tivesse acontecido no Bradesco, eu teria dispensado seus valiosos serviços.

Atenciosamente,
Amador Aguiar
Herculano
08/11/2015 08:31
HAJA CONTROLE, por Elio Gasperi para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Em 2010, Alexandra Mendes Marcondes, mulher do secretário de Governo do município do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Carvalho, foi a uma delegacia e apresentou queixa contra ele por tê-la espancado, quebrando-lhe um dente.

O doutor é o herdeiro presuntivo do prefeito Eduardo Paes para a eleição do ano que vem. Em cinco anos, a polícia não se deu ao trabalho de ouvi-lo. Num depoimento posterior, Alexandra disse que inventou a história e retirou a acusação, apesar de existir um laudo do Instituto Médico Legal.

Na semana passada, Pedro Paulo confirmou o episódio, que atribuiu a um "episódio de descontrole nosso". Ou usou o plural majestático, ou seria um caso em que mulher se descontrola e leva uma surra. Estranho descontrole o do doutor. Ele bateu na mulher porque ela havia encontrado fios de cabelos compridos num ralo do banheiro e um sutiã alheio na cozinha.

O descontrole pessoal de Pedro Paulo é apenas um aspecto individual do problema. Há outro, e nele entra mais gente. A denúncia de uma surra numa mulher fica cinco anos parada na polícia e o agressor, uma autoridade pública, passa todo esse tempo fugindo do assunto. Isso não é coisa de descontrolado. Ao contrário, é coisa de quem tem muito controle e sabe exercê-lo, inclusive sobre os outros.

Ao reconhecer o espancamento, o doutor disse: "Aprendi muito com isso". Aprendeu a dizer a verdade depois de cinco anos.

A candidatura de Pedro Paulo à Prefeitura do Rio está a caminho do ralo, mas ele continua como secretário de Governo do doutor Eduardo Paes, que talvez não soubesse de nada.

TROPA DE CHOQUE

O Bope do deputado Eduardo Cunha mostrou ao plenário da Câmara que tem um banco de dados onde estão dissecadas as doações recebidas por deputados e, sobretudo, a contabilidade dos seus gastos com dinheiro público.

Cada deputado tem direito a até R$ 45 mil mensais livres de impostos para gastos com passagens, moradia, gasolina, aluguel de carros e de escritórios ou mesmo almoços e jantares. Já houve caso de cobrança de despesa com um regabofe em motel.

A PETROMÃE

Coisas da Petrobras: Em 1996, Ishikawajima resolveu sair do Brasil e passou adiante seu estaleiro do Rio por uma quantia simbólica. Nele, estava o maior dique seco do país.

Anos depois, ele foi vendido por algo em torno de R$ 200 milhões, para serem pagos em 12 anos, com prestações pouco superiores a R$ 1 milhão mensais. Em 2006, parte do estaleiro foi arrendado pela Petrobras, que passou a pagar R$ 4 milhões mensais por vinte anos.

Em 2012, a Petrobras licitou a construção, no estaleiro, de quatro unidades marítimas para produzir petróleo, e a encomenda foi para um consórcio das empreiteiras Odebrecht, OAS e UTC. Um contrato de US$ 2,7 bilhões. Três unidades foram para a China.

A quarta deveria ser entregue em 2014. Se tudo der certo, fica pronta em maio de 2016.

A PAZ DE WAGNER

O chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, está costurando em silêncio um processo de pacificação interna, dentro do governo, e externa, conversando com um pedaço da oposição.

Melhoraram as coisas, porque há pouco tempo um ministro do Planalto procurou Fernando Henrique Cardoso e disse que era preciso conversar.

Com quem?

Com o senador Humberto Costa, respondeu o ministro.
Herculano
08/11/2015 08:25
LAVA JATO: 70% DO CONGRESSO TEMEM CASSAÇÃO, por Claudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A informação atribuída ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, de que "o pior está por vir", deixou ainda mais tenso o ambiente no Congresso, apreensivo com os inquéritos que investigam o envolvimento de parlamentares no escândalo. O senador João Capiberibe (PSB-AP), um dos poucos que não parecem preocupados, avalia que o escândalo deve atingir 70% do Congresso.

RENOVAÇÃO AMPLA
A expectativa, no Supremo, é de que as condenações na Lava Jato devem promover uma renovação nunca vista na política nacional.

LONGO CAMINHO
Apesar da gravidade da Lava Jato, será necessária muita paciência: o caso levará anos para ser julgado. No mensalão, foram oito anos.

SENTENÇA POSTERGADA
Há ainda uma regra de autoproteção dos políticos: não basta o STF cassar mandatos, é preciso o Congresso concordar com a sentença.

MUDANÇA GERAL
João Capiberibe é realista: "Não podemos eliminar todos, mas precisamos mudar todo o sistema". Falta definir quem vai mudar o quê.

OPOSIÇÃO MARCA DATA PARA ABRIR IMPEACHMENT
A oposição tem se reunido secretamente com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para tentar redirecionar o desgaste provocado pela Lava Jato. Na última semana houve ao menos dois encontros. Cunha foi cobrado pela inércia sobre as acusações de que é alvo e pelo travamento do processo de impeachment de Dilma, que, pelo cronograma dos opositores, deve ser aceito dia 17 de dezembro.

QUEM CONSPIRA
Representantes do SD, PSDB, PSC, PPS e DEM participam dos encontros com Cunha e, por ora, dão sustentação ao peemedebista.

NA OUTRA PONTA
Interlocutores do líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), dizem que ele tem apoio do Planalto na sucessão de Cunha. Puro papo.

CONTAS SUÍÇAS
Prioritariamente Cunha tenta evitar perder o mandato. Acusações como evasão de divisas e sonegação fiscal são problemas "secundários".

RELATOR SEM VOTOS
Por pouco Fausto Pinato (PRB-SP) não fica de fora da Câmara. Com apenas 22 mil votos, o relator do caso Eduardo Cunha não seria eleito em nenhum dos estados. Foi puxado por Celso Russomanno.

ALOPRADO
Houve reação até no PT ao pedido de Carlos Zarattini (PT-SP), líder da bancada do Bené na CPI do BNDES, para convocar Marcelo Limírio Filho, sogro de Alexandre Baldy (PSDB-GO) e sócio da Hypermarcas.

CALCULADORA
De acordo com as contas de um parlamentar aliado do presidente da Câmara, que se reuniu com ele, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) conta, seguramente, com ao menos sete votos no Conselho de Ética.

FICO
Gabriel Chalita (PMDB), secretário de Educação do prefeito Fernando Haddad (PT), tem resistido aos assédios do PR. Ele garante que vai ficar no PMDB ainda que tenha que disputar contra o chefe petista.

PROPOSTA INDECENTE
O presidente nacional do PPS, Roberto Freire (SP), não poupa crítica ao projeto de repatriação. "No país da corrupção, o governo quer a indecência de repatriar os recursos a qualquer custo", garante.

S?" ALEGRIA
O PT adorou a "calmaria" que tomou conta do Senado. Os petistas Gleisi Hoffmann (PR), Lindbergh Faria (RJ), Delcídio do Amaral (MS) e Humberto Costa (PE) foram citados em delações da Lava Jato.

BLOCO NA RUA
Aécio Neves decidiu colocar o pé na estrada: desembarcou na Bahia para "conversar com correligionários". Tudo para neutralizar a tentativa do tucano Geraldo Alckmin de se candidatar à Presidência, em 2018.

PIZZA, NÃO
O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) discorda que a CPI da Petrobras tenha terminado em pizza: "O relatório foi ridículo, mas descobrimos figuras importantes como João Vaccari e Pedro Barusco".

PERGUNTA NA ARTICULAÇÃO
Se Eduardo Cunha é simultaneamente o maior aliado e pior inimigo de Dilma na Câmara, no Senado só existem "aliados"?
Herculano
08/11/2015 08:13
AÉCIO NEVES CEDEU AVIÃO DE MINAS A POLÍTICOS E CELEBRIDADES

Parte 1

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Ranier Bragon e Aguirre Talento da sucursal de Brasília. Registros do Gabinete Militar de Minas Gerais mostram que durante o governo do tucano Aécio Neves (2003-2010) aeronaves do Estado foram cedidas para deslocamentos de políticos, celebridades, empresários e outras pessoas de fora da administração pública a pedido do então governador mineiro.

Essas viagens não encontram amparo explícito na legislação que desde 2005 regula o uso das aeronaves oficiais do Estado, um decreto e uma resolução assinados pelo próprio Aécio.

O tucano afirma, por meio de sua assessoria, que a legislação estabelece apenas diretrizes, que os voos foram regulares e atenderam a interesses do Estado.

NÚMERO DE VOOS SEM O GOVERNADOR A BORDO -

Por meio da Lei de Acesso à Informação, a Folha obteve do governo de Minas, comandado hoje pelo petista Fernando Pimentel, adversário político de Aécio, a relação dos 1.423 voos entre janeiro de 2003 e março de 2010 em que o nome do tucano figura como solicitante.

Desses, em 198 voos não houve a presença nem de Aécio nem de agentes públicos autorizados pela legislação a usar essas aeronaves, como secretários de Estado, vice-governador e o presidente da Assembleia Legislativa.

Dois desses voos solicitados por Aécio foram usados em 2004 ?"um ano antes da edição do decreto e da resolução?" pelo apresentador da Rede Globo Luciano Huck, amigo do tucano, para se deslocar de Belo Horizonte ao interior de Minas. Um desses voos também teve a presença da dupla Sandy e Júnior, que na ocasião gravava em Minas um novo quadro para o "Caldeirão do Huck", o "Quebrando a Rotina".

O programa mostrava os três percorrendo a Estrada Real de Minas Gerais. "O trio visitou locais históricos como os municípios de Ouro Preto e Santa Bárbara. Eles conheceram também paisagens exuberantes, como o Parque Natural do Caraça, e proporcionaram ao público cenas inusitadas como Sandy lavando louça e Junior montando em um jumento", diz o texto de descrição do quadro no site oficial do "Caldeirão".

Outros integrantes e ex-integrantes da Globo usaram jatos e turboélices do Estado ?"os atores José Wilker (que morreu em 2014) e Milton Gonçalves, em 2008, além do ex-executivo da rede José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, em 2003.

Dias antes de deixar o governo, em março de 2010, Aécio também cedeu o helicóptero para que o então presidente do grupo Abril, Roberto Civita (morto em 2013) e sua mulher, Maria Antônia, visitassem o Instituto Inhotim, museu de arte contemporânea do empresário Bernardo Paz em Brumadinho (53 km de Belo Horizonte).

O ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) Ricardo Teixeira também aparece nos registros como tendo usado por três vezes o helicóptero, em deslocamentos dentro de Belo Horizonte, e em outras três vezes um dos jatos para viagens de BH a São Paulo e ao Rio, entre 2006 e 2009.
Herculano
08/11/2015 08:13
AÉCIO NEVES CEDEU AVIÃO DE MINAS A POLÍTICOS E CELEBRIDADES

Parte 2

As viagens em que Aécio não figura como passageiro listam trechos para fora de Minas Gerais que têm ainda como passageiros vários políticos ?"com ou sem mandato?" tucanos, de partidos aliados e até alguns adversários, outras autoridades federais dos Três Poderes e comitivas de jornalistas ?"a Folha esteve em um desses voos para acompanhar uma agenda de Aécio em Lavras.

A reportagem obteve também os dados dos voos dos governos Anastasia (2010-2014), afilhado político de Aécio, e Pimentel (2015).

No caso de Anastasia, há ao menos 60 voos sem a presença de autoridades estaduais. Há deslocamentos para o próprio Aécio, para políticos, magistrados estaduais, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e novamente para Ricardo Teixeira.

Sobre os voos de Pimentel, nos seus primeiros nove meses de gestão um voo foi cedido para uma autoridade fora da administração, segundo os registros enviados pelo governo mineiro: um deslocamento do presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, e de sua mulher, Yara, de Belo Horizonte a São Paulo, em março deste ano.

Na comparação, foram em média 2,3 voos mensais durante o governo Aécio, 1,3 voo na gestão Anastasia e 0,1 de Pimentel.

Em setembro, a Folha mostrou que Aécio usou jatos oficiais do Estado para ir de Belo Horizonte ao Rio de Janeiro em 124 ocasiões durante a sua gestão em Minas.

A legislação mineira que disciplina o uso das aeronaves oficiais se resume ao decreto 44.028 e à resolução 3, ambos de 2005. O decreto define que "a utilização das aeronaves oficiais será feita, exclusivamente, no âmbito da administração pública estadual (...) para desempenho de atividades próprias dos serviços públicos."
Herculano
08/11/2015 08:06
AÉCIO NEVES CEDEU AVIÃO DE MINAS A POLÍTICOS E CELEBRIDADES,

parte 3

A resolução, que regulamenta o decreto, estabelece que as aeronaves "destinam-se ao transporte do governador, vice-governador, secretários de Estado, ao presidente da Assembleia Legislativa e outras autoridades públicas ou agentes públicos, quando integrantes de comitivas dos titulares dos cargos".

OUTRO LADO

A assessoria de imprensa de Aécio Neves afirmou que "todos os voos foram regulares, dentro das normas legais e atenderam a interesses da administração do Estado."

Apesar de a legislação definir que duas das aeronaves se destinam aos deslocamentos do governador, elas não se limitam "ao seu uso pessoal exclusivo, compreendendo, portanto, o atendimento de demandas e necessidades do chefe do Executivo", diz a nota enviada pelo tucano.

A assessoria afirma que Aécio determinou que todos registros de voos trouxessem os nomes dos passageiros, assegurando transparência.

Sobre a cessão do helicóptero para a gravação do "Quebrando a Rotina", a assessoria diz que o Estado ofereceu apoio de infraestrutura "para uma grande ação de divulgação turística, no caso, a divulgação de um roteiro turístico, a Estrada Real".

Da mesma forma, segue a nota, o transporte de Civita "atendeu o objetivo de divulgar o Museu de Arte Contemporânea apresentando-o a um dos maiores empresários de comunicação do país". A assessoria enviou uma reportagem sobre o museu publicada posteriormente na revista "Veja".

Em relação à concessão de um jato para levar o empresário José Bonifácio Oliveira Sobrinho de BH ao Rio, a assessoria diz que o governo solicitou a colaboração do ex-executivo da Globo na definição de diretrizes para a TV Minas. Sobre o transporte dos atores Milton Gonçalves e José Wilker entre BH e o Rio, a razão seria a participação em ato contra a corrupção apoiado pelo governo de Minas.

Sobre as viagens do ex-presidente da CBF, a afirmação é a de que elas se deram "em atendimento a agendas com o governador à época da candidatura do Brasil para sediar os jogos da Copa de 2014".

A Comunicação da Globo enviou dados sobre a logística bancada pela emissora para o "Quebrando a Rotina", entre elas passagens aéreas e aluguel de helicópteros particulares. O uso da aeronave oficial oficial faria parte de um acordo de "facilidades de produção".

Também via Comunicação da Globo, o ator Milton Gonçalves afirmou não se lembrar da viagem. "Não uso nada que não seja legal e que todos possam saber. Se isso de fato ocorreu, basta comprovarem e me dizerem quanto foi o voo que eu pago", disse o ator.

A assessoria dos cantores Sandy e Júnior disse que como os dois foram convidados pelo programa, a logística coube ao "Caldeirão".

Boni afirmou que a pedido do governo estadual fez uma análise da TV Minas. "Não cobrei pela visita e nem pela minha opinião, por considerar uma contribuição à TV pública. Fui do Rio a BH pagando minha passagem. Na volta aceitei uma carona com o governador, que já vinha para o Rio", afirmou. O registro do governo mineiro, porém, indica que o empresário foi o único passageiro.

A assessoria do agora senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) afirmou que os deslocamentos foram de autoridades que participaram de eventos ou reuniões no Estado e que as viagens cumpriram o disposto na legislação.

A assessoria de Fernando Pimentel disse que Lewandowski cumpriu agenda oficial em Belo Horizonte, tendo recebido o Colar do Mérito Judiciário Militar.

O presidente do STF e a Abril não se pronunciaram. A Folha não conseguiu falar com Ricardo Teixeira.
Herculano
08/11/2015 07:56
MORO PODERIA ACALMAR AS BRIGAS DA ZELOTES, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Eremildo é um idiota e surpreendeu-se com as encrencas surgidas no Judiciário em torno da Operação Zelotes.

Ricardo Leite, o primeiro juiz que cuidou do caso, foi afastado em julho. Ele substituía o titular, lotado num gabinete do Superior Tribunal de Justiça, e seu trabalho foi criticado pelo Ministério Público. Ofendido, apresentou uma queixa-crime contra um procurador. No troco, dois procuradores entraram com um pedido para que Leite seja mantido longe da Operação.

Em setembro, a Zelotes foi para a mesa da juíza Célia Bernardes, que chegou com a faca nos dentes, botou dois grão-senhores na cadeia e autorizou uma diligência de busca e apreensão no escritório do filho de Lula.

O desencontro entre o magistrado e os procuradores começou em abril. Durante todo esse tempo (seis meses), o titular da Vara, doutor Vallisney de Souza Oliveira, continuou no STJ. Na semana passada, ele decidiu reassumir seu gabinete, e Célia Bernardes foi afastada.

Como Eremildo acompanha os trabalhos da Lava Jato e viu que em Curitiba trabalha-se em relativa harmonia, pensou em pedir ao juiz Sergio Moro uma avaliação do que está acontecendo em Brasília
Herculano
08/11/2015 07:44
A FACE OCULTA, por Carlos Brickmann

O grande acordo "Tira do Meu que Eu Tiro da Sua" está evidente: Eduardo Cunha evitou que Gilberto Carvalho, Erenice Guerra, Antônio Palocci e um dos filhos de Lula, Fábio Luís, fossem convocados pela CPI do BNDES. Foi o agrado a Lula por ter ordenado ao PT que garantisse amplo direito de defesa a Eduardo Cunha e demais alvos do procurador Rodrigo Janot. A ampla defesa inclui um relator amicíssimo de Cunha e seu antigo seguidor.

Já o processo de impeachment contra Dilma está andando, mas em ritmo de discurso de Suplicy. Cunha já podia ter tocado ou rejeitado o processo, o que seria normal, mas preferiu ralentar. E aí há feriados, recesso parlamentar, festas de fim de ano. Cunha diz que não haverá recesso, mas é mais fácil boi enlatado voar do que esperar parlamentares para votar impeachment no recesso que não haverá. No ano que vem, depois do Carnaval - claro! - o clima já será outro, de eleições municipais.

OK? Não: hoje, mais importante que o jogo do Congresso é a face oculta da crise. A greve dos petroleiros tem inesperado índice de adesão. Uma surpresa, considerando que os sindicatos do setor são mais governistas do que Collor, Sarney, Maluf e Kátia Abreu juntos. E, para amanhã, segunda, está marcada uma greve explosiva, a dos caminhoneiros. Se der certo, bloqueia estradas, suspende o abastecimento, paralisa a economia, multiplica o efeito da greve dos petroleiros. Há, entre os caminhoneiros, alguns cujo objetivo é derrubar o Governo.

Agora não adianta muito olhar para Brasília: é preciso olhar para o país.

O MOVIMENTO DAS RUAS

A propósito, estão marcadas para o dia 15, domingo que vem, manifestações Fora Dilma espalhadas pelo país. Se houver desabastecimento, devem crescer.

ELE CONHECE

A frase de José Guimarães, do PT cearense, líder do Governo na Câmara, aquele cujo assessor foi preso no aeroporto com cem mil dólares na cueca, mostra que ninguém mais quer derrubar ninguém, que o acordo entre Governo e Eduardo Cunha está fechado - tão fechado quanto a boca dos partidos que se dizem de oposição: "Ninguém pode ser excluído de suas funções ou condenado sem o trânsito em julgado. E isso também vale para o Conselho de Ética".

QUESTÃO DE BOA FÉ

Tirando o Capitão Gancho, ninguém bota a mão no fogo pelo cumprimento de um acordo entre os personagens acima citados. Mas uma eventual traição envenenará o clima de tal maneira que a crise transbordará de volta para Brasília.

ACEDITE SE QUISER

Não, não é piada: na sexta-feira, realizou-se no Hotel Othon, no Rio, o seminário "Transparência e Corrupção nos Governos", promovido pela Coordenação Socialista Latino-Americana. Quem falou em nome do PT? Mônica Valente, sua secretária de Relações Internacionais. E também esposa de Delúbio Soares. Mônica Valente criticou duramente não apenas a corrupção como o caixa dois nas campanhas eleitorais.

É a posição da família: Delúbio também era contra a caixa dois. Só aceitava, como tesoureiro do PT, o que chamava de "recursos não contabilizados". Foi condenado no Mensalão à pena de seis anos e oito meses.
Herculano
08/11/2015 07:43
MODELO

O presidente do PSD e vereador por Gaspar, Marcelo de Souza Brick, bem que poderia esclarecer aos gasparenses se não fazer orçamento e não prestar contas à sociedade, à Câmara e ao Tribunal de Contas, como faz o seu guru e o modelo do deputado Jean Jackson Kuhlmann em Blumenau, o prefeito de Ilhota, Daniel Christian Bosi, é o "novo" modo de governar que tanto prega por ai e no facebook. Acorda, Gaspar!
Herculano
08/11/2015 07:37
OS BONS TEMPOS PASSARAM, o Caros Brickmann

O Ministério da Justiça promove meritória campanha de valorização dos imigrantes - uma campanha que este colunista, neto de ucranianos e romenos, genro de polonesa e romeno, só pode elogiar. O problema é que o Ministério dirigido por José Eduardo Martins Cardozo escorrega feio até quando está do lado certo. Um internauta, Heder Duarte, enviou a seguinte mensagem: "Imigrantes pacíficos são bem-vindos, já os jihadistas devem ser bloqueados de entrar no Brasil". Correto: o imigrante pacífico enriquece a sociedade brasileira. Já os jihadistas proclamam a guerra santa muçulmana contra os infiéis, ou seja, todos os que tenham qualquer outra crença. O Estado Islâmico, por exemplo, é jihadista, como a Al-Qaeda.

A resposta oficial do Ministério da Justiça, conferida no seu próprio site: "Temos que desconstruir alguns conceitos, Heder. Os jihadistas, assim como qualquer outro povo de qualquer outra origem, vêm ao Brasil para trazer mais progresso ao nosso país e merecem respeito" (segue-se o símbolo :), que significa algo como "sorriso").

É tanta besteira que fica difícil até rebater: primeiro, jihadistas não são um povo, mas pessoas de vários povos que partilham a crença de que todos têm de ser convertidos ao islamismo, mesmo que pela violência. Segundo, a guerra santa traz progresso para quem? O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, terá algo a dizer sobre a posição do seu Ministério?

NOTÍCIA INIGMÁTICA

Nota publicada na coluna Giba Um (www.gibaum.com.br): "Muitos - de melhor memória - estão lembrando uma história de uma Ferrari que bateu na Rodovia Castelo Branco, o motorista fugiu e seus seguranças trataram de levá-lo para longe do local do acidente. Alguns investigaram e descobriram que o carro era de uma construtora de São Bernardo, cujo endereço é dentro de uma companhia de ônibus da chamada 'rainha da catraca'. Se o arranjo for igual ao do apartamento dos Jardins, o motorista (e dono) poderia ser aquele filho famoso".
Heculano
08/11/2015 07:11
SINTO-ME COMO UM LEPROSO, DIZ E RECLAMA (?) PAULO ROBERTO COSTA, O EX-DIRETOR E O PRIMERO DELATOR DA LAVA JATO NA PRINIPAL MANCHETE DE CAPA QUE FAZ NO JORNAL FOLHA DE S. PAULO DESTE DOMINGO. AINDA BEM. ASSIM DEVERIAM SE SENTIR TODOS OS POLÍTICOS E AGENTES PÚBLICOS QUE NOS ROUBAM E USAM A CORRUPÇÃO PARA ASSALTAR O ESTADO FEITO DOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS E ASSIM DESVIÁ-LOS PARA AS SUAS RIQUEZAS PESSOIS E DE PODER DA GANGUE PARTIDÁRIA OU DE COALIZÃO E NESTE CASO O PT, PMDB, PSD, PP, PDT, PC do B, PTB, PR, PRB.... ESTE SENTIMENTO INIBIRIA ESTE TIPO DE BANDIDO E A SOCIEDADE SE SENTIRIA VINGADA PACIAENTE, PELO MENOS DO PONTO D VISTA MORAL

Parte 1

Entrevista e texto de Mário César Carvalho, enviado a Petrópolis, no Rio de Janeiro. Sem a barba esbranquiçada que lhe dava um ar de náufrago e com o cabelo curtíssimo, como um militar da Segunda Guerra, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa parece um homem novo: perdeu o ar arisco de quem nunca imaginara ser apanhado e passou mais de cinco meses preso na Polícia Federal em Curitiba (PR) e um ano em prisão domiciliar no Rio de Janeiro (RJ).

A mudança de humores tem uma razão. Desde 8 de outubro, ele cumpre regime semiaberto e pode sair de casa das 6h às 20h, de segunda a sexta. Parece uma maravilha, mas não está sendo fácil, segundo ele. Nesse primeiro mês, ele foi até a farmácia em Itaipava, o distrito de Petrópolis onde mora, almoçou num restaurante, no qual sentou de costas para a porta com boné e óculos escuros, e desceu até o Rio para renovar a carteira de habilitação, que venceu na prisão.

"Virei um leproso. Esse ano de prisão foi um ano de lepra. As pessoas fugiam de mim e continuam fugindo, mas isso está mudando", diz em entrevista à Folha, a sua primeira após deixar a prisão, em setembro do ano passado. Ele se refere ao sumiço dos amigos, que se encontravam praticamente toda semana na casa da Barra da Tijuca (zona sul do Rio), para jogar buraco.

A principal mudança que Costa notou nos últimos dias é que os gritos de "bandido!", que ouvia ao pegar um avião, são cada vez mais rarefeitos e estão crescendo manifestações de apoio ao acordo de delação que fechou com os procuradores e a PF na Operação Lava Jato. "As pessoas dizem: 'Parabéns! Muito bem! Você entregou os políticos!'".
Herculano
08/11/2015 07:11
SINTO-ME COMO UM LEPROSO, DIZ E RECLAMA (?) PAULO ROBERTO COSTA, O EX-DIRETOR E O PRIMERO DELATOR DA LAVA JATO NA PRINIPAL MANCHETE DE CAPA QUE FAZ NO JORNAL FOLHA DE S. PAULO DESTE DOMINGO. AINDA BEM. ASSIM DEVERIAM SE SENTIR TODOS OS POLÍTICOS E AGENTES PÚBLICOS QUE NOS ROUBAM E USAM A CORRUPÇÃO PARA ASSALTAR O ESTADO FEITO DOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS E ASSIM DESVIÁ-LOS PARA AS SUAS RIQUEZAS PESSOIS E DE PODER DA GANGUE PARTIDÁRIA OU DE COALIZÃO E NESTE CASO O PT, PMDB, PSD, PP, PDT, PC do B, PTB, PR, PRB.... ESTE SENTIMENTO INIBIRIA ESTE TIPO DE BANDIDO E A SOCIEDADE SE SENTIRIA VINGADA PACIAENTE, PELO MENOS DO PONTO D VISTA MORAL

Parte 2

É essa montanha-russa de sensações, misturada com a história de sua vida pré e pós-corrupção, que ele começou a relatar em letra miúda, num caderno espiral, que pretende publicar em livro. "Vou deixar claro no livro que errei", afirma.

Lentamente, Costa começa a deixar a casa de montanha onde vive com autorização judicial, um imóvel de classe média com quatro quartos num condomínio fechado. "A simples compra de um pão na padaria virou um grande prazer. Ir na farmácia é uma alegria", conta, rindo.

A tornozeleira eletrônica, no entanto, presa na perna esquerda e protegida por uma meia branca, continuará com ele até outubro de 2016.

A DELAÇÃO

Costa fechou o primeiro acordo de delação da Operação Lava Jato, em agosto do ano passado, entregou quem pagava propina, quem fazia os acertos do cartel que agia na Petrobras e devolveu US$ 25,8 milhões que recebera de propina na Suíça e nas ilhas Cayman, além de cerca de R$ 10 milhões em dinheiro e bens que comprara com recursos de suborno.
Herculano
08/11/2015 07:10
SINTO-ME COMO UM LEPROSO, DIZ E RECLAMA (?) PAULO ROBERTO COSTA, O EX-DIRETOR E O PRIMERO DELATOR DA LAVA JATO NA PRINIPAL MANCHETE DE CAPA QUE FAZ NO JORNAL FOLHA DE S. PAULO DESTE DOMINGO. AINDA BEM. ASSIM DEVERIAM SE SENTIR TODOS OS POLÍTICOS E AGENTES PÚBLICOS QUE NOS ROUBAM E USAM A CORRUPÇÃO PARA ASSALTAR O ESTADO FEITO DOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS E ASSIM DESVIÁ-LOS PARA AS SUAS RIQUEZAS PESSOIS E DE PODER DA GANGUE PARTIDÁRIA OU DE COALIZÃO E NESTE CASO O PT, PMDB, PSD, PP, PDT, PC do B, PTB, PR, PRB.... ESTE SENTIMENTO INIBIRIA ESTE TIPO DE BANDIDO E A SOCIEDADE SE SENTIRIA VINGADA PACIAENTE, PELO MENOS DO PONTO D VISTA MORAL

Parte 3

"Sem a minha delação, a Lava Jato não teria existido", diz. O acordo de Costa forçou o doleiro Alberto Youssef a seguir o mesmo caminho, gerou uma sucessão de delações e transformou a Lava Jato na maior investigação sobre corrupção no país. Já são 35 delações, e o número deve subir.

"Fechei a delação por orientação da minha família, a coisa mais valiosa que tenho hoje", conta, sem confirmar que os policiais ameaçaram prender suas filhas, mulher e genros, beneficiários de contas na Suíça.

A gênese dos problemas da Petrobras, segundo ele, é a indicação política para cargos de diretoria e o sistema de financiamento de campanhas eleitorais. O diretor indicado, diz, tem de pagar um pedágio ao partido que o indicou e isso faz com que o executivo leve a corrupção para o interior dos negócios da estatal.

Ele refuta, no entanto, que os preços eram superfaturados ou que a Petrobras fez obras desnecessárias. "Posso provar para qualquer um que a refinaria do Nordeste [Abreu e Lima] foi um ótimo negócio. O erro é julgar a refinaria com olhos de hoje, com o dólar altíssimo e o preço do barril de petróleo lá no chão". O problema da refinaria, para ele, é que não havia um projeto detalhado, o que elevou as estimativas iniciais de custos, de US$ 3,5 bilhões para US$ 20 bilhões.
Herculano
08/11/2015 07:06
SINTO-ME COMO UM LEPROSO, DIZ E RECLAMA (?) PAULO ROBERTO COSTA, O EX-DIRETOR E O PRIMERO DELATOR DA LAVA JATO NA PRINIPAL MANCHETE DE CAPA QUE FAZ NO JORNAL FOLHA DE S. PAULO DESTE DOMINGO. AINDA BEM. ASSIM DEVERIAM SE SENTIR TODOS OS POLÍTICOS E AGENTES PÚBLICOS QUE NOS ROUBAM E USAM A CORRUPÇÃO PARA ASSALTAR O ESTADO FEITO DOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS E ASSIM DESVIÁ-LOS PARA AS SUAS RIQUEZAS PESSOIS E DE PODER DA GANGUE PARTIDÁRIA OU DE COALIZÃO E NESTE CASO O PT, PMDB, PSD, PP, PDT, PC do B, PTB, PR, PRB.... ESTE SENTIMENTO INIBIRIA ESTE TIPO DE BANDIDO E A SOCIEDADE SE SENTIRIA VINGADA PACIAENTE, PELO MENOS DO PONTO D VISTA MORAL

Parte 4

"Não acredito em desvio de R$ 6 bilhões", diz, referindo-se à cifra que a Petrobras colocou em seu balanço de 2012. "Dá uns R$ 3 bilhões no máximo. A Petrobras não pode misturar queda do preço do petróleo, aumento do dólar e desvio de dinheiro".

Costa diz que a Lava Jato causou um grande problema de imagem para a Petrobras, mas alfineta: "A defasagem do preço do combustível é dez vezes maior do que os desvios da Lava Jato. A defasagem provocou um rombo de US$ 60 bilhões, US$ 80 bilhões. A Lava Jato não chega a 5% disso. O problema da Petrobras é que a companhia não tem caixa. E isso veio da defasagem de preço ou da Lava Jato? É uma conta muito fácil de ser feita. Levei esse problema [da defasagem de preço] mais de dez vezes ao conselho da Petrobras até 2012, mas nunca fui ouvido".

O TÉCNICO

Engenheiro mecânico formado na Universidade Federal do Paraná, Costa entrou em 1977 na Petrobras por meio de concurso, fez um curso de um ano na própria companhia sobre exploração de petróleo em alto-mar com outros 19 profissionais e foi para Vitória (ES) por vislumbrar que a área cresceria.
Herculano
08/11/2015 07:04
SINTO-ME COMO UM LEPROSO, DIZ E RECLAMA (?) PAULO ROBERTO COSTA, O EX-DIRETOR E O PRIMERO DELATOR DA LAVA JATO NA PRINIPAL MANCHETE DE CAPA QUE FAZ NO JORNAL FOLHA DE S. PAULO DESTE DOMINGO. AINDA BEM. ASSIM DEVERIAM SE SENTIR TODOS OS POLÍTICOS E AGENTES PÚBLICOS QUE NOS ROUBAM E USAM A CORRUPÇÃO PARA ASSALTAR O ESTADO FEITO DOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS E ASSIM DESVIÁ-LOS PARA AS SUAS RIQUEZAS PESSOIS E DE PODER DA GANGUE PARTIDÁRIA OU DE COALIZÃO E NESTE CASO O PT, PMDB, PSD, PP, PDT, PC do B, PTB, PR, PRB.... ESTE SENTIMENTO INIBIRIA ESTE TIPO DE BANDIDO E A SOCIEDADE SE SENTIRIA VINGADA PACIAENTE, PELO MENOS DO PONTO D VISTA MORAL

Parte 5

"Trabalhei 27 anos na Petrobras sem influência política", diz. "O único político que conhecia até 2004 era o prefeito de Macaé [base no litoral fluminense para a exploração da bacia de Campos]. Até hoje não sei quem indicou o meu nome para o José Janene", diz, referindo-se ao político do PP que colocou-o na diretoria de Abastecimento da Petrobras, na qual comandava 20 mil funcionários, com a condição de que arrecadasse recursos para o partido.

Ele gaba-se da bacia de Campos, da qual foi gerente. Quando chegou a Vitória (ES), no seu primeiro posto na Petrobras, em 13 de agosto de 1978, a área produzia 10 mil barris por dia. Quando deixou o cargo de gerente de Campos, em 1995, a produção havia se multiplicado e atingira os 50 mil barris ao dia.

Costa quer relativizar no livro que escreve o período em que recebeu cerca de R$ 95 milhões de propina, em valores atuais. "Não foram só oito anos de bandidagem", afirma, e desata a falar do que chama de suas "conquistas". Diz, entre outros pontos, que foi ele o responsável por ter elevado a qualidade dos processos na diretoria de Abastecimento, o que culminou com uma conquista que a Petrobras nunca havia obtido, o Prêmio Nacional de Qualidade.

A QUASE MORTE

"Não aguento esses políticos. Vou largar esse mundo!". O desabafo de Costa, segundo sua mulher, Marici, ocorreu à época em que ele quase morreu, em 2006, em consequência de uma pneumonia e uma malária que pegou ao visitar uma refinaria na Índia. Marici diz que tinha certeza que o marido não sairia da CTI (Centro de Terapia Intensiva), onde ficou 15 dias em coma induzido.
Herculano
08/11/2015 07:03
SINTO-ME COMO UM LEPROSO, DIZ E RECLAMA (?) PAULO ROBERTO COSTA, O EX-DIRETOR E O PRIMERO DELATOR DA LAVA JATO NA PRINIPAL MANCHETE DE CAPA QUE FAZ NO JORNAL FOLHA DE S. PAULO DESTE DOMINGO. AINDA BEM. ASSIM DEVERIAM SE SENTIR TODOS OS POLÍTICOS E AGENTES PÚBLICOS QUE NOS ROUBAM E USAM A CORRUPÇÃO PARA ASSALTAR O ESTADO FEITO DOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS E ASSIM DESVIÁ-LOS PARA AS SUAS RIQUEZAS PESSOIS E DE PODER DA GANGUE PARTIDÁRIA OU DE COALIZÃO E NESTE CASO O PT, PMDB, PSD, PP, PDT, PC do B, PTB, PR, PRB.... ESTE SENTIMENTO INIBIRIA ESTE TIPO DE BANDIDO E A SOCIEDADE SE SENTIRIA VINGADA PACIAENTE, PELO MENOS DO PONTO D VISTA MORAL

Parte 5

A Petrobras levou de São Paulo para o Rio o infectologista David Uip, que reuniu a família e contou que as chances de sobrevivência de Costa não passavam de 5%.

Ele sobreviveu, sua mulher implorava que ele largasse os políticos, mas ele se aprofundou ainda mais no jogo. Como tentaram derrubá-lo do cargo no período da doença, buscou apoio no PMDB para continuar na diretoria de Abastecimento. Conseguiu.

A PRISÃO

Costa foi preso pela primeira vez em 20 de março do ano passado, três dias após a Lava Jato ter sido desencadeada. No dia 17, a Polícia Federal fizera buscas em sua casa, mas não havia ordem de prisão. A ordem veio quando a PF notou que parentes de Costa retiraram documentos de um escritório que mantinha na região da Barra.

"Foi o pior dia da minha vida. Quando fecharam a porta da cela, eu achei que estava dentro de um pesadelo, que aquilo não estava acontecendo comigo", afirma, sobre a sua entrada na custódia da PF em Curitiba (PR).
Na PF, até que a vida era tranquila, segundo ele. "A grande parte dos presos era traficante. A gente pegava a quentinha [refeição], sentava no chão e comia conversando com os traficantes".

A pior parte do período em que ficou preso, segundo ele, foi quando o juiz Sergio Moro autorizou a sua transferência para um presídio estadual, em Curitiba (PR). "Foi um inferno. Teve até tentativa de extorsão."

Após quatro dias, a diretora do presídio pediu a sua transferência sob alegação de que não tinha condições de oferecer segurança ao ex-diretor da Petrobras.

Costa foi solto pelo Supremo Tribunal Federal em maio de 2014 e voltou a ser preso no mês seguinte, quando a Suíça informou que ele tinha contas secretas no país, o que ele negara até então.

O V?"MITO

"Contar essa história é muito importante para mim", diz Costa sobre o livro que começou a escrever, já com 70 páginas. "Eu queria registrar alternativas e soluções para que isso não volte a acontecer. Estou colocando com clareza que errei".

"É como se o Paulo estivesse vomitando, limpando o corpo", diz Marici. A lepra, para ela, está cicatrizando.

Almir ILHOTA
08/11/2015 06:17
Venho costumeiramente combatendo, alegando e tentando mostrar o quão incompetente é a administração de ILHOTA, juntamente com muitos que leem esta coluna, mas não entendi o que o senhor Claudio Lessa quis dizer ao perguntar ao Herculano se o BRASIL possui algum tratado de extradição com o ESTADOS UNIDOS, será que poderia ser mais específico? Será que nosso alcaide quer viajar para lá e esquecer de voltar?
Herculano
07/11/2015 21:00
da série, só a esquerda e o PT possui a legitimidade para ser corruptos ou se lançar à prática da roubalheira do dinheiro de todos nós. Por que os políticos tem tanta ojeriza à tese mãos limpas?

MORO E A DESLEGITIMAÇÃO DO SISTEMA POLÍTICO, por Tereza Cruvinel, ex-presidente da Empresa Brasileira de Notícias, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva

Parte 1

Há onze anos o juiz Sergio Moro já sonhava com a Operação Lava Jato. No artigo de 2004, hoje muito citado, em que tece considerações sobre a Operação Mãos Limpas italiana, Moro destaca uma de suas consequências mais importantes para a Itália, a deslegitimação dos atores e dos partidos então hegemônicos. O que veio a seguir nós sabemos: Berlusconi e a decadência do sistema político italiano. A pesquisa IBOPE recém divulgada nos informa que a Java Jato vem conseguindo o mesmo efeito: todos os grandes nomes da política nacional estão em franco declínio e os partidos em queda livre na preferência dos cidadãos. E depois da queda e da vertigem, o que virá?

Segundo o IBOPE, a rejeição aos políticos que podem disputar a presidência da República em 2018 disparou. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente mais popular da história, que deixou o governo com quase 90% de aprovação, aparece na frente com 55% de rejeição (não votaria nele "de jeito nenhum") Estão empatados tecnicamente com Lula o senador José Serra (PSDB), com 54%, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), com 52%, e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 52%.

Aécio Neves (PSDB) é rejeitado por 47% e Marina Silva (Rede) por 50% dos entrevistados. Aqui entra o efeito da Lava-Jato e da desacreditação da política na esteira das denúncias e do fogo cruzado entre adversários, sempre na linha da "desconstrução do outro". Em maio de 2014, apenas 33% não votariam em Lula "de jeito nenhum". Aécio tinha 37% de rejeição e Marina 36%.

Quando se trata de preferência, espontaneamente apontada pelo entrevistado, Lula ainda é o preferido: 23% votariam nele, contra 15% em Aécio e 11% de Marina. Serra vem com 8%, Alckmin com 7% e Ciro, 4%. Mas todos apresentam déficit de legitimidade, derivado da rejeição.

Em relação aos partidos o quadro é o mesmo. Durante muitos anos o PT foi o partido preferido e mais respeitado e admirado pelos brasileiros. No poder, o partido perdeu tudo isso, atolado em práticas que adotou. Nenhum partido financia a sua própria hegemonia sem valer-se do Estado que conquistou. Isso sempre valeu para todos e o PT achou que valeria par ele também. Perdeu. E veio Moro.
Herculano
07/11/2015 20:59
da série, só a esquerda e o PT possui a legitimidade para ser corruptos ou se lançar à prática da roubalheira do dinheiro de todos nós. Por que os políticos tem tanta ojeriza à tese mãos limpas?

MORO E A DESLEGITIMAÇÃO DO SISTEMA POLÍTICO, por Tereza Cruvinel, ex-presidente da Empresa Brasileira de Notícias, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva

Parte 2

Agora surge um empate na preferência: PT (12%), PMDB (10%) e PSDB (10%). Empate técnico mas num patamar de legitimidade muito baixo. O PT já foi o preferido de quase 40% da população. Em 2013, para não recuar muito, o índice de preferência pelo PT ainda era de 36%, apesar do mensalão e do forte tiroteio que o partido enfrenta desde que chegou ao governo em 2002. Na pesquisa, 70% afirmaram ter uma opinião mais desfavorável contra 23% que declaram ter uma opinião mais favorável ao partido. O restante não opinou.

Já o PSDB viu a preferência pela sigla dobrar, passando de 5% para 10%, embora partindo de um patamar muito baixo. 50% disseram ter opinião mais desfavorável sobre o partido, contra 31% que declararam opinião mais favorável. O PMDB, em 2010, tinha uma preferencia inferior a 10% até 2010. Agora, com a crise do PT, chegou aos 10%. E os outros, todos, neste quadro partidário absurdo de mais de 30 partidos, aparecem com preferência inferior e opinião desfavorável superior à destes três partidos centrais no espectro. Ou seja, legitimidade muito rasa.

Moro, em seu artigo, falando sobre as Mãos Limpas (Mani Puliti, como ele prefere grafar), afirma:

"A deslegitimação do sistema foi ainda agravada com o início das prisões e a divulgação de casos de corrupção. A deslegitimação, ao mesmo tempo em que tornava possível a ação judicial, era por ela alimentada: A deslegitimação da classe política propiciou um ímpeto às investigações de corrupção e os resultados desta fortaleceram o processo de deslegitimação. Conseqüentemente, as investigações judiciais dos crimes contra a Administração Pública espalharam-se como fogo selvagem, desnudando inclusive a compra e venda de votos e as relações orgânicas entre certos políticos e o crime organizado. As investigações mani pulite minaram a autoridade dos chefes políticos ?" como Arnaldo Forlani e Bettino Craxi, líderes do DC e do PCI ?" e os mais influentes centros de poder, cortando sua capacidade de punir aqueles que quebravam o pacto do silêncio (2).

O processo de deslegitimação foi essencial para a própria continuidade da operação mani pulite. Não faltaram tentativas do poder político interrompê-la".

Aqui, em relação à Mãos Limpas, ele não pode dizer o mesmo. O governo, cujo partido é alvejado, não manda na Polícia Federal, não tem sequer um serviço de inteligência que o matenha informado do rumo que as coisas estão tomando na República de Curitiba. O dono da maior construtura do país continua preso sem razões evidentes, as prisões preventivas continuam sendo renovadas e prolongadas de forma heterodoxa e as delações premiadas (que ele também muito louva no artigo) governam a dinâmica da política e a sensibilidades dos mercados.

Neste momento, quem arde na fogueira da deslegitimação é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Dilma segue no banho-maria do impeachment e das ações no TSE. Os partidos cambaleiam, revezando-se na televisão com programas que entendiam a população. E quando todos tombarem no vale dos caídos e esquecidos, presos ou não, o que virá para a democracia que estamos construindo? O que ficará no lugar? Não sei, ninguém sabe, o ponto de interrogação está à nossa frente.
Herculano
07/11/2015 19:52
OS POLÍTICOS ACOSTUMADOS LIDAA COM ANALFABETOS, INGORANTES, DESINFORMADOS, MANSOS E FANÁTICOS SE ACHAM ESPERTOS E NOS TOMAM COMO BURROS

Burros somos mesmos, pois votamos neles para nos roubar nos pesados impostos que pagamos para sustentar os partidos, as farras, os cargos, o empreguismos dos seus cabos eleitorais e da máquina de poder, bem como os roubos.

A história contada por Eduardo Cunha daquela montanha de dinheiro dele na Suíça ao Valdo Cruz na Folha de São Paulo, e publicada aqui abaixo, e para Júlio Mosquera para o Globo News, é de arrepiar.

Isto numa empresa, levaria o administrador, mentiroso, trambiqueiro, direto para a cadeia. Ora, nada tem documentação, contrato, controle... Vergonhoso. E este político, chantageador, do PMDB, era até então sucessor de outra do mesmo naipe, Dilma Vana Rousseff, PT. Estamos num saco, amarrados e prontos para seremos jogados num rio de correnteza sem fim. Wake up, Brazil.
Herculano
07/11/2015 18:23
OITO PERGUNTAS E RESPOSTAS FUNDAMENTAM A REPRESENTAÇÃO DO SUPLENTE DE VEREADOR DE ILHOTA CARLOS HENRIQUE, PMDB, E QUE PEDE A CASSAÇÃO DO PREFEITO DANIEL CHRISTIAN BOSI, PSD. ELAS ESCLARECEM A LEI. O QUESTIONÁRIO FOI DIRIGIDO AO PRESIDENTE DA CASA, LAVINIO MIGUEL NUNES, PMDB

O prefeito de Ilhota, que é advogado, simplesmente não prestou contas de 2014 e muito menos mandou para a Câmara a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2015, que é a orientação para se prestar contas.

O documento é do dia cinco. A representação do dia seis de novembro.

Para iniciar, as duas primeiras perguntas:

Com os nossos cordiais cumprimentos, vimos por meio deste apresentar respostas ao REQUERIMENTO de solicitação de informações formulado expressamente por Vossa Senhoria em 02/10/2015, cuja leitura em sua integralidade ocorreu no plenário desta casa em 06 de outubro de 2015, conforme se faz provar pela juntada da ata da respectiva sessão.

Assim em resposta o Vosso requerimento, passamos a responder:

Questionamento

I) Quem é a autoridade municipal responsável pela apresentação das contas anuais do Município de Ilhota para o Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina e para a Câmara Municipal de Vereadores de Ilhota?;

Resposta ao item I: Em conformidade com o art. 72, inciso XI da LOM e art. 20 da Resolução TC 16/1994, a autoridade responsável pela prestação de contas anuais do Município de Ilhota a Câmara Municipal de Vereadores e Ao Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina é o PREFEITO MUNICIPAL.


Questionamento

II) Qual é o prazo que a autoridade responsável pelo Município de Ilhota possui para prestar contas do exercício do ano anterior ao Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina e a Câmara Municipal de Vereadores de Ilhota?;

Resposta ao item II: O prazo estipulado pelo Tribunal de Contas do Estado se Santa Catarina para apresentação da prestação de contas anual é até o dia 28 de fevereiro do exercício seguinte conforme resta expresso do art. 20 da Resolução TC 16/1994, e para a Câmara Municipal de Vereadores é até 60 (sessenta) dias após o encerramento do exercício anterior, conforme previsão contida no art. 72, inciso XI da LOM.
Sidnei Luis Reinert
07/11/2015 17:23
E O DIREITO DE IR E VIR? DITADURA BOLIVARIANA!

Exército e Agetran barram caminhoneiros que seguiam
em protesto contra Dilma

Militares do Exército Brasileiro e equipes da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) barraram pelo menos 15 caminhoneiros, que seguiam para protestar em visita da presidente Dilma Rousseff na Capital.

http://www.correiodoestado.com.br/cidades/exercito-e-agetran-barram-caminhoneiros-que-seguiam-para/238649/
Papa Bagre
07/11/2015 16:50
Primeiro quero parabenizar o Carlos Henrique que mostrou ser muito mas homem do que muitos que querem a cabeça do prefeito Daniel, mas que só jogam nos bastidores. Daniel alem de enfrentar a câmara de vereadores, terá que explicar o furo nas contas do Ilhotaprev descoberto só agora pelo tribunal de contas. E tambem o pagamento de quase todos os funcionários com o dinheiro do Fundeb. Herculano Daniel Bosi nunca poderia ter sido eleito, porque ele vai conseguir ser muito e muito pior do que o pior prefeito que ilhota já teve. Que que nove vereadores consigam agora corrigir o erro que cometemos ao elegemos Daniel. Que venha o Junior.
Paulo Filippus
07/11/2015 16:38
A matemática golpeando o PMDB de Gaspar

Quando discursei na Tribuna Livre na Câmara de Vereadores de Gaspar, nenhum dos vereadores do PMDB quis usar os 3 minutos finais para me questionar algo ou engrandecer o debate a respeito do tema "O Ato de Verear", mais uma vez seguiram a linha do PT. Talvez nem saibam realmente o que significa na prática o meu tema, né?

Porém, mesmo não tendo citado nomes no meu discurso, o vereador peemedebista do meu bairro (Belchior) seguiu a mesma linha covarde do PT (mais uma vez) e aproveitou o fato de eu ter saído da Tribuna e não ter mais como voltar, pra usar a mesma e discursar pra mim de forma enfurecida, me caluniar mais uma vez e me chamar de mentiroso. Tomando pra si as palavras que usei pra reclamar da falta de eficiência de alguns parlamentares. Acho que o chapéu serviu... Terminou seu discurso falando algo parecido com isso: "A matemática não falha, Sr. Filippus, ela irá nos mostrar ano que vem quem é quem, a população não é boba!"

Realmente, pela primeira vez vou ter que dar razão a ele, veja só:

1 - O candidato a prefeito deles tem 2 contas no Facebook com mais de 7.800 possíveis "amigos" na rede, e uma página profissional com 470 e tantas curtidas. Postou o vídeo aonde eles já o chamam de prefeito, e obteve...
= 2.100 visualizações, pouco mais de 40 curtidas e meia dúzia de comentários.

2 - Postei então na minha conta do Facebook o vídeo do meu discurso na Câmara, aonde tenho míseros 890 e poucos amigos.
= Já obtive quase metade destas visualizações (1.000), mais que o dobro de curtidas e mais de 20 comentários de apoio.


Admito, a matemática NÃO ERRA!

O povo de Gaspar sabe o que quer acompanhar, contribuir e apoiar, e realmente não é bobo!
Herculano
07/11/2015 16:20
A CASA DE CUNHA, Por Igor Gielow, para o jornal Folha de S. Paulo

Os frequentadores da Câmara dos Deputados tiveram uma surpresa nesta sexta (6): além de mostrar os crachás de sempre, servidores e jornalistas se depararam com detectores de metal e filas para entrar na tal Casa do Povo.

Claro, controle é normal para visitantes ocasionais. No país das jabuticabas, pessoas previamente aprovadas para entrar em parlamentos passaram a ser constrangidas porque o "dono da casa" está preocupado com protestos contra si.

Falo de Eduardo Cunha. O peemedebista, acossado pelas revelações do Ministério Público acerca de seu dinheiro na Suíça, foi humilhado nesta semana por um manifestante que lhe cobriu de dólares falsos.

Aparentemente, petistas estão por trás das cédulas, o que se provado garante o ditame do roto falando do esfarrapado, mas pouco importa. A reação de Cunha, que acabou derrubada no fim do dia pela má repercussão, trai um autoritarismo que só faz erodir o que sobrou de sua imagem.

Não que o deputado pareça muito preocupado com ela, assim como boa parte da Câmara não está. A explicação que dá para a presença de milhões seus fora do país fala por si: é ofensiva ao senso comum, e inócua para quem está envolvido na investigação do caso. Mas parece feita sob medida para ser aceita na Casa, ou ao menos pavimentar uma saída honrosa para o deputado.

Afinal de contas, ninguém está questionando a origem do dinheiro de Cunha lá. A dúvida colocada por ora no Conselho de Ética é se ele mentiu quando disse em CPI que não tinha "contas no exterior".

Cunha segue, ainda que drible a cassação, em decomposição política. Um processo que assusta o governo e a oposição, com sinais trocados pelo risco e pela legitimidade, por seu poder de iniciar a análise do impeachment de Dilma. E pela munição que todos temem que ele tenha. Não menos do que por isso, nada indica que ele deixará o palco tão cedo
Herculano
07/11/2015 16:17
O ATENTADO, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo para o jornal Folha de S. Paulo

Satélites americanos detectaram uma onda de calor proveniente do avião russo que desabou no Sinai. A informação é compatível tanto com a explosão de uma turbina quanto com a detonação de uma bomba. Na segunda hipótese, seríamos obrigados a admitir que o Estado Islâmico não mentiu ao reivindicar a autoria do atentado. Mas, de acordo com o MEC, enxergar nisso um motivo para singular indignação evidenciaria nosso preconceito ocidental contra os muçulmanos.

A mensagem está no Enem, em questão apoiada em texto do filósofo Slavoj Zizek que discute o "choque de civilizações". Zizek menciona a carta da filha de um piloto americano que operou no Afeganistão, na qual ela confessa admitir a morte de seu pai na trincheira da pátria. Então, ergue uma tese: "Quando o presidente Bush citou suas palavras, elas foram entendidas como manifestação 'normal' de patriotismo americano; vamos conduzir uma experiência mental simples e imaginar uma menina árabe maometana pateticamente lendo para as câmeras as mesmas palavras a respeito do pai que lutava pelo Talibã ?"não é necessário pensar muito sobre qual teria sido nossa reação". O argumento se conclui pela resposta "correta" do gabarito: "a situação imaginária proposta pelo autor explicita o desafio cultural do exercício da alteridade".

Zizek é um charlatão. A "menina maometana" de seu conto é uma afegã ?"e, portanto, não uma "árabe". Mas não é preciso saber distinguir o mundo árabe do mundo muçulmano para subir a escada da celebridade no palco da filosofia política radical. O filósofo aninhou-se na palha do Partido Comunista da Eslovênia até converter-se em tardio dissidente, em 1988, acompanhando a nova direção dos ventos. Depois, tornou-se um profeta do apocalipse do "sistema global capitalista", esculpindo uma miscelânea teórica inspirada em fragmentos de Hegel, Marx e Lacan. No âmago de seu pastiche, encontra-se a condenação implacável da democracia. EUA = Talibã: a equação zizekiana está no Enem, não como tese de um pensador extremista, mas como verdade que o candidato deve repetir.

Zizek é esperto. Sua filosofia pop rejeita explicitamente a objetividade factual e a consistência argumentativa, de modo que a horda de vigilantes zizekianos adquiriu o hábito de defender o mestre acusando os críticos de tirar suas palavras de contexto. Entretanto, nas passagens de glorificação da Revolução Cultural maoísta e do terror de Pol Pot no Camboja (que, porém, "não foi radical o suficiente") pulsa o Zizek autêntico. É essa figura que o Enem escolheu para indagar sobre o significado de "alteridade" ?"e para desfraldar uma bandeira.

Alteridade é a capacidade de reconhecer a nós mesmos no outro. O Enem poderia sugerir paralelos entre o amor que devotamos a nossos filhos e o amor de um beduíno aos dele, ou entre os fanatismos de fundamentalistas cristãos e islâmicos. Mas, endossando Zizek, fabricou uma equivalência entre o governo de uma nação democrática e um grupo jihadista tirânico. No lugar da condenação a crimes de guerra, cometidos também por democracias, igualou a guerra ao terror, o que é um truque clássico para "normalizar" o terror. De passagem, elevou o Talibã ao estatuto de representação dos muçulmanos (e, valha-me Alá, dos árabes!).

O Brasil não vai bem. Os nobres vereadores de Campinas emitiram uma nota de repúdio contra uma questão absolutamente apropriada do Enem que cita Simone de Beauvoir, mas não se ouviu um gemido sobre o panfleto zizekiano. Na questão "repudiada", os examinadores tomaram o cuidado pluralista de não adotar a tese da filósofa como verdade consagrada no gabarito ?"precisamente o que fizeram na outra.

Sem ilusões: não pedirei ao MEC que poupe o Enem da tara dos doutrinadores. Mas que tal, ao menos, retificar os constrangedores erros factuais embutidos nas cartilhas da doutrinação?
Herculano
07/11/2015 16:01
INIMIGO SE FORTALECE, por Miriam Leitão, para o jornal O Globo

O governo foi irresponsável ao deixar se fortalecer um inimigo que levamos meio século para derrotar. A inflação chegou a 9,93% em 12 meses até outubro. Estamos, portanto, a 0,07 ponto percentual da temida taxa de dois dígitos, que já é uma realidade em cinco cidades pesquisadas pelo IBGE: Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, São Paulo e Fortaleza.

A inflação chegou a dois dígitos nos anos 1940 do século passado e só foi derrubada de volta a um dígito em 1996, após o Plano Real, que em 1994 criou o mecanismo vitorioso contra a explosão inflacionária que o país vivia. Nos 15 anos antes do Real, a taxa acumulada, como contei no meu livro "Saga Brasileira", foi de 13 trilhões por cento. Na esteira dessa escalada os brasileiros viveram um cotidiano infernal do qual os mais velhos não se esquecem, e os mais novos receberam notícia.

As projeções do professor Luiz Roberto Cunha são de que se a taxa ficar em 0,7% em novembro e dezembro, o IPCA de 2015 será de 10%. Caso haja aumento da Cide de R$ 0,10 por litro para R$ 0,60 por litro, como forma de aumentar a arrecadação de 2016, dada a baixíssima probabilidade de aprovar a CPMF, a inflação fechará o ano em 11%.

Para se ter ideia, desde o Plano Real, a inflação só foi de dois dígitos duas vezes. Uma foi no ano de 1995. O plano não teve congelamento, e ter aqueles 22% foi uma vitória sobre percentuais que chegaram a superar 5000% nos 12 meses antes do real. A segunda vez foi na transição política. A vitória de Lula provocou a disparada do dólar em 2002 e o índice fechou em 12,53%. No ano seguinte, a primeira equipe do ex-presidente Lula conseguiu afastar os temores e ela voltou a 9,3%.

Desta vez o que houve exatamente? Nada. Uma presidente sucede a si mesma, os preços do petróleo despencam no mundo e a conjuntura externa é deflacionária. Não se pode culpar qualquer fator externo para a volta a dois dígitos. Há uma série de motivos, eles são todos provocados pela má gestão da economia e pela falta de compreensão da presidente Dilma e da equipe econômica do primeiro governo sobre os riscos da inflação.

Ela desorganiza o orçamento das famílias, assusta as empresas, interrompe investimentos, empobrece os pobres, diminui as chances de crescimento e ameaça o país com a volta de mecanismos de indexação. A inflação é nociva, por isso é chamada aqui nesta coluna de "inimigo". Como jornalista de economia que atravessou no relato cotidiano todo o período hiperinflacionário, sou testemunha do mal que ela já fez ao Brasil. Este ano, o IPCA se aproxima de dois dígitos com a economia em recessão de 3%. O desconforto provocado pela soma dos dois problemas é enorme e isto tem tirado oxigênio da economia.

O governo é culpado por ter sido leniente demais, aceitou-se que ela subisse aos poucos. Entendeu-se equivocadamente a função do limite superior da banda nas metas de inflação. A regra tem que ser buscar o centro da meta, ou seja, 4,5%, e a exceção é o teto. A ideia é ficar no centro para haver um espaço que acomode os fatos inesperados que os economistas chamam de "choques". Quando o governo acha bom e o Banco Central aceita que a taxa fique perto do teto é um perigo porque qualquer ocorrência leva o índice para acima do limite. Foi o que aconteceu. O governo errou quando aumentou seus gastos demais e erodiu a base fiscal. E ainda se permitiu cometer o desatino de segurar artificialmente os preços como fez com a gasolina e a energia, provocando a explosão de preços que ocorreu este ano na conta de luz.

O tarifaço de energia tem profundo efeito desestabilizador na economia porque afeta os custos de todas as empresas. A única contenção ao repasse disso para todos os preços é a recessão. Encontra-se o país, assim, na dolorosa situação de ter que torcer para que um mal contenha outro, para que a recessão segure a inflação.

Sim, o governo é responsável pelo que está acontecendo atualmente na economia. Ele tomou decisões insanas, desconheceu as lições do passado, ignorou os alertas, ofendeu os críticos e colocou o país em armadilhas conhecidas. Agora o Brasil está no umbral dos dois dígitos. Isso não é a volta ao passado do qual escapamos, mas é arriscado demais deixar um velho inimigo se fortalecer desta forma.
Herculano
07/11/2015 15:59
INFLAÇÃO: UMA GUERRA PERDIDA, editorial do jornal Correio Braziliense

A semana termina com a dura constatação de que o governo, incluindo o Banco Central (BC) - autoridade encarregada de zelar pela preservação do valor da moeda nacional - perdeu de vez a guerra para a inflação deste e do próximo ano. Com os juros básicos da economia no nível em que estão (Selic de 14,25% ao ano), a esta altura do calendário, os preços já deveriam ter cedido ou, pelo menos, dado algum sinal de inversão da curva ascendente dos últimos meses.

Era com isso que se contava no início de 2015, o que permitiria manter a expectativa de convergência do aumento dos preços em direção à meta de 4,5% nos primeiros meses de 2016. Essa esperança foi se apagando e obrigando o BC a prorrogar o alcance desse objetivo para o segundo semestre e, depois, para o fim do ano que vem. Não deu certo.

Na quinta-feira, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes, não teve meias palavras para anunciar que a meta de 4,5% continua mantida, mas só para 2017. Ou seja, na melhor das hipóteses, os brasileiros terão o poder de compra de seus salários diminuído por mais 14 meses, incluindo o atual.

O Banco Central por certo já sabia que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaria no dia seguinte (ontem) o preocupante salto da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em outubro. A inflação acelerou para 0,82%, ante uma variação de 0,54% em setembro. É a maior alta para o mês desde 2002.

Aliás, em matéria de retrocesso negativo, a inflação deste ano é marcante. Com a taxa de outubro, o IPCA já acumula alta de 8,52% em 2015, a mais elevada para 10 meses desde 1996. Em 12 meses, a inflação acumula elevação de 9,93%, a maior desde 2003, primeiro ano do governo Lula. Com esse acumulado, é praticamente certo que a corrida dos preços vai fechar 2015 ligeiramente acima de 10%, marcando a volta da inflação de dois dígitos, tão duramente combatida, e vencida, pela sociedade brasileira anos atrás.

Segundo o IBGE, o que mais pesou, em outubro, foi o aumento do preço dos combustíveis, em média 6,09%, representando quase 40% da composição do IPCA do mês. Um reajuste nos preços da gasolina foi autorizado pela Petrobras no fim de setembro, com repercussão em outubro nas bombas e, certamente, no resto da economia em novembro e dezembro.

E esses impactos não serão fatos isolados. Uma nova rodada de correções atrasadas da conta de luz - mais uma trapalhada do governo nos dois últimos anos -está saindo do forno, sem contar, é claro, com a clara perspectiva de aumento da tributação sobre a gasolina, com a cobrança da Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

Se já não há como impedir mais essa derrota da política econômica do governo Dilma, que ao menos fiquem lições de quanto custa gastar o dinheiro público sem controle, baixar os juros à força e pedalar a inflação real adiando avariação de tarifas públicas importantes, como as de energia elétrica e de combustíveis. Colocar o calendário eleitoral acima da seriedade com que a política econômica deve ser levada tem preço. E costuma ser alto.
Heculano
07/11/2015 15:57
A INDEFESA CIVIL

É conhecido o improviso familiar e partidário da Indefesa Civil de Gaspar. E na falta do que fazer, a sua titular Mari Inez Testoni Theiss passa o tempo nas redes sociais debochando da cidade com suas amigas. Acorda, Gaspar!
Herculano
07/11/2015 15:53
TEMPO DE BOLA, por Vlady Oliver

Meu filho tem um amigo que foi apelidado de "fulano tempo de bola" pelos colegas. É aquele desentendido que leva bolada na cara por ignorar o tempo de reação necessário para dominar a redonda. Piada tem timing. Quando você perde esse timing, perde a graça, perde tempo e constrange a plateia inutilmente, tentando explicar o que já perdeu o sentido.

O Brasil está assim. Sem sentido. Seus políticos, jornalistas, empresários e administradores simplesmente "perderam o tempo de bola" e vão levando boladas na cara continuamente. Minhas piores suspeitas se confirmaram por pequenas resenhas que leio aqui e ali. Nelas, fica claro que as investigações, que "nunca chegaram tão perto do governo" nunca chegam no governo, propriamente dito.

Juízes são substituídos, operações são fatiadas, CPIs são ajustadas para não investigar nada e a vergonha vai avassalando o ambiente, como aquele mar de dejetos que soterrou um pedaço do Brasil que não via a ameaça em seu entorno. Estamos iguaizinhos. Um projeto bolivariano vagabundo foi "meio executado" por aqui com a cumplicidade de todos os ladrões instalados no Congresso e na coisa pública, indistintamente.

Como tudo que começa e não termina por aqui, acabou superfaturado. Sua verba foi desviada para alimentar os mantenedores da seita, que fizeram simplesmente "o que todo mundo faz por aqui", para sobreviver olimpicamente no mar de esgoto em que sempre chafurdaram. É claro que o eufemismo com que nossas "oposições" tratam o desmoronamento do país só poderia estar relacionado ao modo como sobrevivem.

Não deve existir um só empresário neste rincão cheio de lama que não tenha sido achacado pelo "sistema" para colaborar com o modus operandi com que a política se desenvolve por aqui. É sintomático que um garoto apareça na revista Time como um dos mais influentes do mundo, sem aparecer no maior conglomerado de comunicação do país.

A tal "barreira de contenção" do oceano de dejetos políticos já começa a mostrar que não vai aguentar a pressão, com a desconfiança que a população já nutre por seus "representantes". Esses caras só representam a si mesmos. Suas declarações cheias de "verdades absolutas" não passam de relatividades com a vigarice.

A única verdade professada pelo PT é que "eles fazem o que todos fizeram até aqui" para se manter na teta. E as investigações só vão revelar o que já dava para desconfiar. O Brasil não vai acabar quando tirarem o PT do poder. Ele vai acabar quando o PT resolver denunciar seus comparsas, inclusive oposicionistas e especialmente estes.

Aí saberemos que não só empreiteiros deveriam estar mofando na cadeia, mas também donos de grandes empresas que colaboraram ativamente para que o roubo e o compadrio chegassem ao nível indecoroso que hoje se vê. Por isso a coisa não anda. A barragem vai estourar, meus caros. Preparem-se para ver quem é que vai boiar nela.

Essa é a "mensagem" do ministro Teori Zavascki aos seus confidentes. A lama é uma só, imensa e turva. Entendem agora porque não há povo nas ruas? É o tempo de bola, meus caros. A piada da qual ninguém riu. A resposta que ninguém teve até o momento. A constatação de que são TODOS BANDIDOS e só trabalham um para acobertar os desvios do outro.

Já não está claro que é pra isso que trabalham os "nossos podres poderes"? A bola da vez agora é o Goebbels em compota. Vamos ver se ele não mela a cueca e denuncia tudo o que sabe pra torcida. Mais um no banco dos réus e na mira das tornozeleiras eletrônicas. Uma fauna. Até quando?
Herculano
07/11/2015 15:46
MOMENTO DELICADO, por Merval Pereira para o jornal O Globo

Estamos vivendo um momento delicado da judidicialização de questões políticas fundamentais para o futuro do país. Dois fatos dos últimos dias podem indicar que nos bastidores do Judiciário arma-se uma blindagem não apenas à presidente Dilma, como ao ex-presidente Lula e sua família.

No entanto, as decisões tomadas estão estritamente dentro da legalidade institucional, e somente o decorrer dos processos poderá confirmar essa desconfiança generalizada ou, contrariamente, que nosso sistema judiciário é imune a pressões políticas, caracterizando assim uma democracia amadurecida em pleno funcionamento.

O TSE terá uma relatora identificada com o Palácio do Planalto na ação que pede a cassação da chapa presidencial eleita em 2014, e a Operação Zelotes voltará a ser comandada por um juiz que arquivou o inquérito que apurava denúncias de tráfico de influência da ex-ministra Erenice Guerra, hoje envolvida nas negociatas de venda de medidas provisórias e anistia fiscal indevida no âmbito da Carf.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, identificado com o PT por uma longa atuação partidária e alguns votos no Supremo Tribunal Federal, ao decidir que a ministra Maria Thereza de Assis Moura continuará como relatora da ação do PSDB que pede a cassação dos mandatos da presidente Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer, agiu dentro das normas do Tribunal, não há dúvida, mesmo que a própria ministra se considere impedida de permanecer na relatoria por ter votado pelo arquivamento da ação.

A escolha da relatoria era de difícil solução, já que os dois ministros do TSE que poderiam exercê-la estão em lados bastante distintos do processo: a ministra Maria Thereza havia determinado arquivamento da ação, mas foi voto vencida pelo plenário, que decidiu reabrir a ação.

O primeiro voto contrário ao arquivamento foi do ministro Gilmar Mendes, que defendia publicamente que havia indícios fortes para a investigação prosseguir. Consultados, o Palácio do Planalto preferiu a ministra Maria Thereza, e o PSDB o ministro Gilmar Mendes.

Qualquer decisão, portanto, provocaria críticas, e o presidente do TSE preferiu se ater à jurisprudência e definiu que a mudança do relator não está prevista nas normas do TSE. Nos bastidores, a ministra Maria Thereza mostra-se incomodada por ser identificada como aliada do governo, e novas provas devem ser juntadas ao processo, que não existiam no momento em que ela pediu o arquivamento.

O relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), por exemplo, tem todo um capítulo sobre abuso de poder econômico em ano eleitoral. Um exemplo típico é o reajuste dos valores do Bolsa-Família em ano eleitoral. O compartilhamento de provas com a Operação Lava-Jato também poderá ampliar o escopo da investigação do TSE.

Com relação ao Juiz Vallisley de Souza Oliveira, que retomou a titularidade da 10a Vara e, em conseqüência, o comando da Operação Zelotes, ele poderia ter continuado seu trabalho no Superior Tribunal de Justiça por mais um período, mas preferiu reassumir o posto dias depois que as investigações chegaram ao filho do ex-presidente Lula por determinação da juíza Celia Regina Ody Bernardes Carrer.

O juiz já atuara na Operação Zelotes no início das investigações, e enquanto esteve no STJ a 10ª Vara o caso esteve nas mãos de juízes substitutos, inclusive Celia Regina, que deu novo fôlego às investigações.

Todos os envolvidos nessas questões internas do Judiciário estão cautelosos. O Ministério Público Federal soltou uma nota afirmando que o juiz Vallisley Oliveira é "um magistrado experiente na área criminal". O ministro Gilmar Mendes recebeu a indicação da juíza Maria Thereza com fleugma britânica.

Disse que o processo está em "boas mãos" e acredita que a escolha deveu-se a uma questão técnica, já que a ministra foi derrotada na admissibilidade da ação e não no mérito, que ainda será julgado. "Novos fatos surgiram e merecem ser investigados", ressaltou.

Os indícios de que esses processos estão sendo influenciados por interferência do Governo são fortes, e podem indicar o cerceamento da independência das investigações. Mas podemos também ter uma grata surpresa no seu decorrer. Especialmente por que a Operação Lava-Jato ainda produzirá muito material para alimentá-los. Como atribuído ao ministro Teori Zavascki, responsável pelo processo no STF, o que está por vir é ainda mais escandaloso.
Herculano
07/11/2015 15:43
ERROS DO PT SACRIFICAM A POPULAÇÃO, por Ronaldo Caiado, Senador pelo DEM goiano.

Os brasileiros estão perplexos com o estado de degradação da economia. Até setembro, mais de 650 mil vagas formais de emprego foram fechadas; em 12 meses, mais 1,2 milhão de empregos foram perdidos; o poder de compra dos salários caiu 4% em um ano; a taxa de inflação alcança 10%, e a recessão deve ser de 3%, com perspectiva de nova depressão em 2016. Para corrigir esse quadro estarrecedor, qual foi o caminho adotado pelo governo?

Além da emenda constitucional de restauração da CPMF e do projeto para repatriar capitais de origem duvidosa, foram adotadas 11 iniciativas: dez medidas provisórias e um projeto de lei. Ainda podem ser distribuídas entre cinco medidas de natureza meramente arrecadadora (incluindo venda de ativos); uma de natureza administrativa (de pouca eficácia); uma para facilitar a negociação com desempregados (PPE); e quatro que descarregam o ônus sobre a população, seja na forma de redução do suporte social, seja na diminuição de pensão por morte e seguro-desemprego ou na elevação do custo previdenciário do trabalho.

Um governo que demonstrou não ter apreço pela restrição orçamentária ?"e as pedaladas estão aí para provar?" não se qualifica para pedir sacrifícios à população. Dilma e sua equipe econômica precisam saber que não enganam mais e que o rumo do ajuste precisa desfazer o que nunca deveria ter sido feito. Como transferir recursos fiscais para um grupo de empresários escolhidos, por exemplo.

Nesse ponto, cabe uma sugestão de ajuste eficiente: em um dos anexos da Lei Orçamentária de 2015, encontram-se R$ 91 bilhões gastos em subsídios, sendo R$ 23 bilhões destinados ao BNDES como fonte para a tal "Bolsa Empresário". Esse valor nasce da diferença entre a taxa de juros paga e a taxa arrecadada pelo governo. Em meio a um mar de carências, despesas como essas não podem passar incólumes. É necessário tratar do pagamento antecipado do BNDES ao governo, seja diminuindo a carteira de títulos do banco, seja pela venda de seus ativos.

Afinal, antes de pedir, por exemplo, que estudantes sejam punidos com a perda do Fies, não seria socialmente preferível que os poucos empresários privilegiados com os bilhões de reais do BNDES percam subsídios?

O governo fez escolhas erradas, e a crise está aí. As escolhas para o ajuste seguem esse caminho, e o desânimo tomou conta da população e dos agentes econômicos. Nesse quadro, os ideólogos petistas defendem o retorno às práticas da nova matriz econômica, que, embora ninguém saiba muito bem o que seja, tem significado a ampliação dos gastos públicos como forma de ampliar a demanda e os investimentos.

Esse trajeto jamais foi observado no mundo. Entre os fatores determinantes do investimento, há os de fora da economia, que decorrem do julgamento que se faz da disposição política do governo, bem como de sua ideologia. O governo do PT controlou preços para disfarçar a inflação, desestruturou a Petrobras, aniquilou o setor elétrico, defendeu um protecionismo anacrônico, manipulou a política monetária e tenta agora controlar a taxa de câmbio com um caríssimo programa de swap cambial (perda de R$ 120 bilhões até o fim de setembro).

Esses são alguns pontos de escolhas equivocadas, dirigidas pela ideologia, que explicam por que esse governo é desacreditado e por que hoje ele representa a maior ameaça ao Brasil.

Caminhos existem, mas, enquanto vivermos nesse presidencialismo predador, em que a presidente usa e abusa de cargos e negociatas, o Brasil ficará refém dessa crise gestada e alimentada pelo Planalto.
Claudio Lesso
07/11/2015 10:53
Herculano sua ultima noticia já esta na boca da maioria da comunidade Ilhotense. Também já existe o consenso comum que o vice prefeito Junior pode ajudar o município de Ilhota neste momento. Agora é saber se os vereadores com alguns agradinhos não vão deixar isto passar barato a Daniel Bosi. O senhor sabe dizer se o Brasil e Estados Unidos possuem algum tratado de extradição?
Herculano
07/11/2015 08:23
SAUDADES. FROUXOS BRASILEIROS. ACHAM QUE TUDO ISSO É INTRIGA DA OPOSIÇÃO, DA IMPRENSA, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DA JUSTIÇA...

Havia um tempo e que se dizia, ou o Brasil acaba com as saúvas, ou as saúvas acabam com o Brasil

Havia um tempo em que se dizia que rouba, mas faz

Hoje, sabe-se que rouba e não faz, e depende de quem, é normal. Mais, não pode se denunciar e pedir que devolvam os nossos pesados impostos para dar serviços a população, saúde, vida ou menos sofrimento nos postos e hospitais públicos.
Acorda, Gaspar! Wake up, Brazil!
Herculano
07/11/2015 07:56
O PSIQUIATRA EDNEI FREITAS ANALISA A CABEÇA DE LULA: ESSE TIPO DE PSICOPATA É DIFÍCIL DE CURAR E O PACIENTE NÃO MELHORA NA CADEIA, por Augusto Nunes, de Veja

parte 1

Num comentário publicado no blog Tribuna da Internet, o psiquiatra Ednei Freitas fez um diagnóstico da personalidade de Lula. Os exames informam que o ex-presidente é portador de um tipo de transtorno dificilmente curável. Outra notícia pouco animadora para o Brasil decente: os afetados por essa disfunção não saem da cadeia melhor do que entraram. Confira o parecer do doutor.

Embora não seja uma prática usual um psiquiatra apresentar uma prática diagnóstica de um sujeito que não examinou pessoalmente nem a ele pediu exame, vou apresentar aqui o que penso ser a personalidade de Lula por se tratar de figura pública e que tem afetado os brasileiros por suas vigarices.

A antiga denominação do que tem o ex-presidente era Personalidade Psicopática. A classificação diagnóstica mudou. Hoje, na ONU, a CID-10 é chamado de Transtorno da Personalidade Anti-Social. A Associação Psiquiátrica Americana qualifica a DSM-IV-TR de Transtorno da Personalidade Dissocial.

O quadro clínico para esse tipo de psicopata é assim descrito:

"Os pacientes podem mostrar-se altivos e dignos de credibilidade ao entrevistador. Entretanto, sob a aparência (máscara de sanidade) existe tensão, hostilidade, irritabilidade e cólera. Entrevistas provocadoras de estresse, nas quais os pacientes são vigorosamente confrontados com inconsistências em suas histórias, podem ser necessárias para a revelação da patologia. Até mesmo os profissionais mais experientes já foram enganados por tais pacientes".
Herculano
07/11/2015 07:55
O PSIQUIATRA EDNEI FREITAS ANALISA A CABEÇA DE LULA: ESSE TIPO DE PSICOPATA É DIFÍCIL DE CURAR E O PACIENTE NÃO MELHORA NA CADEIA, por Augusto Nunes, de Veja

parte 2

Uma investigação diagnóstica completa deve incluir um exame neurológico minucioso, uma vez que esses pacientes costumam exibir eletroencefalogramas anormais e leves sinais neurológicos sugestivos de um dano cerebral mínimo na infância.

Os portadores da disfunção frequentemente apresentam um exterior normal e até mesmo agradável e cativante. Suas histórias, entretanto, revelam muitas áreas de funcionamento vital desordenado. Mentiras, faltas à escola, fugas de casa, furtos, brigas, promiscuidade com amantes e atividades ilegais são experiências típicas que, conforme relatos dos pacientes, começaram durante a infância. As personalidades anti-sociais frequentemente impressionam o clínico do sexo oposto com suas características exuberantes e sedutoras, mas os clínicos do mesmo sexo podem considerá-las manipuladoras e exigentes.

Os indivíduos com personalidade anti-social demonstram uma ausência de ansiedade ou depressão, o que pode aparecer incongruente com suas situações, e suas próprias explicações do comportamento anti-social fazem-no parecer algo impensado. Ameaças de suicídio e preocupações somáticas podem ser comuns. Ainda assim, o conteúdo mental do paciente revela uma completa ausência de delírios e outros sinais de comportamento irracional. De fato, eles frequentemente demonstram um senso de teste de realidade aumentado e impressionam os observadores por terem uma boa inteligência verbal.

Os pacientes com personalidade anti-social são altamente representados pelos chamados "vigaristas". São exímios manipuladores e frequentemente capazes de convencer outros indivíduos a participar de esquemas que envolvam modos fáceis de obter dinheiro ou de adquirir fama e notoriedade, o que eventualmente pode levar os incautos à ruína financeira, embaraço social ou ambos.

Não falam a verdade e não se pode confiar neles para levar adiante qualquer projeto, ou aderir a qualquer padrão convencional de moralidade. Promiscuidade, abuso do cônjuge, abuso infantil e condução de veículos sob os efeitos do álcool são eventos comuns. Há ausência de remorso por tais ações, ou seja, tais pacientes parecem desprovidos de consciência.

As perspectivas de tratamento são sombrias. Os portadores desse transtorno são praticamente intratáveis. E a ressocialização penitenciária, quando presos, é nula.
Herculano
07/11/2015 07:48
COM SETE MINISTROS, TSE MANTÉM 122 SECRETÁRIAS, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral têm mais o que fazer, por isso só se reúnem duas vezes por semana, e à noite. Mas têm à disposição um fabuloso edifício-sede, de 112 mil metros quadrados, distribuídos em dez andares e um exército de servidores que inclui 122 secretárias ao custo anual, só elas, de mais de R$ 8,9 milhões. Isso sem contar auxiliares de microinformática, que custam R$ 2,8 milhões.

Tantas para quê?

As despesas no TSE só aumentam. A renovação de três contratos para terceirizados de nível médio aumentou esses custos em R$ 3 milhões.

Haja trabalho

Com serviço de mensageiros, o TSE desembolsa cerca de R$ 2 milhões. Haja recado e encomenda para circular entre os gabinetes.

Pátria educadora

Constrangido com seu gabinete de 150 metros quadrados, ministro do TSE disse à coluna que preferia ver funcionando ali 4 salas de aula.

É só o que cresce

Entre 2009 e 2015, despesas do TSE com terceirizados aumentaram em média 151%. Somente do ano passado para cá, cresceram 38%.

CUNHA FAZ REUNIÕES SECRETAS PARA ANTECIPAR DEFESA

Jornalões passaram a antecipar as alegações de defesa de Eduardo Cunha, atribuindo a informação a aliados dele, mas é por vergonha de contar que ouviram aquilo, em off, do próprio presidente da Câmara. Há cerca de dez dias, Cunha tem convidado diretores de grandes veículos, às vezes representados por repórteres, para antecipar sua estratégia de defesa e principalmente tentar convencê-los da sua inocência.

Estratégia

Cunha tentará provar que não mentiu sobre contas na Suíça e alegaria que o dinheiro veio da venda de carnes à África e operações na Bolsa.

Diazepan na veia

O presidente da Câmara espanta deputados aliados e os assessores. "Nunca vi um homem tão gelado quanto ele", diz um parlamentar.

Pressão da rua

O relator do caso Eduardo Cunha no Conselho de Ética, Fausto Pinato (PRB-SP), acha que "metade do povo o venera por desafiar o PT".

Pistolagem S/A

Membros do MST confundiram Sóstenes Cavalcante com o líder do PT, Sibá Machado (PT-AC), cobrando pagamento pelas agressões a manifestantes pró-impeachment, na Câmara. Ficaram desconcertados quando perceberam que o deputado do PSD-RJ não era Sibá.

Capangas em ação

Preocupa a movimentação de milicianos sem-terra, que ameaçam, neste domingo (8), invadir o gramado do Congresso e expulsar os manifestantes pró-impeachment de Dilma, que estão ali acampados.

Que fase, Dilma

"Mesmo quando queremos ajudar, o governo se enrola e não facilita", diz o deputado Paulinho da Força (SD-SP), em referência ao projeto de repatriação de recursos. Seu partido promete cinco votos pelo projeto.

Mosca azul

Dilma não esconde a quem responsabiliza por sua insônia. Em reunião com a família Picciani, disse que deseja ver Leonardo (RJ), atual líder do PMDB, no lugar de Eduardo Cunha na Presidência da Câmara.

Chumbo grosso

Peemedebistas recém-aliados do governo recomendaram ao Palácio do Planalto cautela com o presidente da Câmara. "Se tocarem fogo no Eduardo, tocam fogo no governo", avalia um deputado do partido.

Dilma nem aí...

A presidente Dilma levou mais de 24 horas para prestar solidariedade às milhares de pessoas vítimas do rompimento das barragens em Mariana, Minas Gerais. E pior: só o fez através do Twitter.

... Aécio idem

Enquanto Dilma preferiu dar atenção a quem ela julga mais importante, Lula e o príncipe japonês Akishino, o senador mineiro Aécio Neves até manifestou pesar, mas passou a sexta em Salvador em vez de Minas.

Anão infiltrado

Políticos e diplomatas estranharam presença do aspone Marco Aurélio Top-Top Garcia, na cerimônia em que Dilma recebeu credenciais de embaixadores, como se fosse o chanceler. Em razão da má influência dessa figura extravagante, o Brasil virou um "anão diplomático".

Pensando bem...

.... Dilma segue a cartilha lulista de tragédias: demorou mais de 24h para mencionar Mariana (MG) e nem passou perto da área atingida.
Herculano
07/11/2015 07:40
E O MILIONÁRIO MURO DE CAPIM DE GASPAR CONSTRUÍDO PARA "PROTEGER" A BARRANCA DO SAMAE?

Tem gente de capim, opa, de cabelo em pé.
Herculano
07/11/2015 07:38
STF: PODE DEMORAR, MAS CONDENAÇÃO DE CUNHA É INEVITÁVEL, por: Severino Motta, de Veja

Durem o tempo que durarem os processos que certamente serão abertos contra o peemedebista, a mesma maioria do STF dá como certa sua condenação, diante provas reunidas pelo Ministério Público Federal, e consideradas fartas e robustas.
Herculano
07/11/2015 07:31
SAVAR CUNHA EXIGIRÁ O SACRIFÍCIO DA INTELIGÊNCIA, por Josias de Souza

Ser cego e surdo não é mais o bastante. Eduardo Cunha pede aos brasileiros que sejam também imbecis. Já estava combinado que não se deve dar ouvidos aos delatores da Lava Jato nem enxergar ao pé da letra os documentos vindos da Suíça. Sob pena de o presidente da Câmara, injustiçado, tocar fogo no país. Agora, Cunha espera que todos percebam que tudo o que está na cara não é o que parece. E ensina aos cretinos que não convém arriscar a estabilidade política do país por coisas tão relativas e politicamente supérfluas como a lógica e a verdade.

Em março, Cunha disse na CPI da Petrobras que não tinha contas bancárias no exterior. Passam uns meses e a plateia ficou sabendo que o deputado tinha não uma, mas quatro contas secretas na Suíça. Desmente daqui, desconversa dali surgem os documentos. Na sequência, o silêncio. E, de repente, Cunha esclarece que não é o titular das contas, apenas o beneficiário. Na verdade, nem existem contas. O que há são empresas batizadas de "trusts" (pode me chamar de lavanderia), que Cunha diz ter contratado para gerir seu dinheiro no estrangeiro.

No fim das contas, dá na mesma: autoconvertido numa espécie de neo-Maluf, Cunha escondeu milhões numa casa bancária da Suíça. Porém, desobrigado de fazer sentido, o deputado jura que não mentiu à CPI. Ele apenas foi mal interrogado. Se tivessem lhe perguntado sobre as "trusts", teria respondido que, sim, elas existem. E estão conectadas a uma conta vinculada ao cartão de crédito de madame Cunha, que tem como dependente a filha do casal.

E quanto à origem dos milhões entesourados na Suíça? Bem, aí mesmo é que as coisas ficam claras como a gema. Nada a ver com os US$ 5 milhões que os delatores Júlio Camargo e Fernando Baiano dizem ter desviado de um contrato de fornecimento de navios-sonda à Petrobras. Cunha conta que, nos idos da década de 1980, aventurou-se no ramo alimentício.

Nessa época, Cunha dedicava-se a comprar e revender comida. Atuando como, digamos, atravessador, obteve lucros extraordinários vendendo carne enlatada para países africanos, sobretudo a República do Congo (antigo Zaire). Multiplicou seu patrimônio aplicando os lucros no mercado financeiro. Quem eram os fornecedores? Cunha não diz. Como se chamavam os compradores? Cunha não informa. Quanto faturou? Cunha fornece cifras aproximadas: US$ entre 2 milhões e US$ 2,5 milhões.

Em 2011, o lobista João Augusto Henriques borrifou numa das contas suíças de Cunha uma petropropina de US$ 1,3 milhão. Convertido em delator premiado da Lava Jato, o depositante contou que agiu a mando de Felipe Diniz, filho do ex-deputado federal Fernando Diniz, que morrera dois anos antes, em 2009. O morto era coordenador da bancada do PMDB de Minas Gerais. Mandava e, sobretudo, desmandava na diretoria Internacional da Petrobras.

Em torno desse depósito, Cunha construiu uma fábula edificante. Desapegado das coisas materiais, o presidente da Câmara sustenta que não notou a chegada do dinheiro. Só no ano seguinte, 2012, alertado pela instituição financeira, foi saber do que se tratava. Até hoje não tem absoluta certeza. Mas imagina tratar-se do pagamento de um empréstimo que fizera ao correligionário Fernando Diniz, provavelmente no ano de 2005.

Cunha não dispõe de cópia do contrato de empréstimo. Pior: não se lembra nem se chegou a assinar um contrato. Quer dizer: o filho do morto pagou por um empréstimo informal, que o credor não estava cobrando.

A plateia aprendeu duas lições: a bondade e a lealdade do ser humano são mesmo inesgotáveis. E o patriotismo de Eduardo Cunha é enternecedor. Tendo se revelado um fabuloso vendedor de carne enlatada, abandonou a perspectiva de tornar-se um concorrente do Friboi para servir ao país como homem público. Hoje, faz à Câmara o favor de presidí-la. E tudo o que pede em troca é o sacrifício da inteligência coletiva. Não é, afinal, um pedido descabido. Para uma nação habituada ao papel de boba, fingir que nada aconteceu não será nenhum sacrifício. Uma pantomima a mais, uma pantomima a menos?
Herculano
07/11/2015 07:26
A FALTA DE ESCRÚPULOS E VERGONHA NA CARA SOBRE AS DESLAVADAS MENTIRAS DE UM POLÍTICO E QUE SE ACHA, COMO O PT, LULA E DILMA LIVRES DE SEGUIREM A LEI QUE COBRAM DE N?"S OS PAGADORES DE PESADOS IMPOSTOS USADOS PARA ENRIQUECIMENTO ILÍCITO, CORRRUPÇÇAO E AS SUAS FARRAS PESSOAIS E DE PODER.

MANCHETE DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO. DINHEIRO DEPOSITADO EM CONAS NA SUIÇA NÃO É NADA DE MAIS, DIZ CUNHA

Parte 1

Texto e entrevistas de Valdo Cruz, da sucursal de Brasília. Mais de um mês depois de vir à tona a informação de que ocultou um patrimônio milionário na Suíça, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reconheceu nesta sexta (6) sua ligação com as contas suspeitas de terem sido irrigadas com recursos desviados da Petrobras.

Alvo de processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara, ele diz que todo o dinheiro tem origem lícito, fruto de negócios que teria feito antes de entrar na vida pública, entre elas a venda de carne enlatada para o exterior e investimentos em ações. "Não tenho falha nenhuma", afirma. "Sou inocente."

Segundo ele, sua atuação no setor privado rendeu lucro entre US$ 2 milhões e US$ 2,5 milhões em dois anos. "[Tem] gente dizendo que tenho bilhão de dólar, que sou milhardário. Se você trabalha 48 meses e consegue obter com operações de lucro este montante, não é nada de mais. Fazendo a coisa correta, óbvio."

Sobre o 1,3 milhão de francos suíços que, segundo o Ministério Público, é fruto de desvio da Petrobras e que caiu em uma das suas contas, Cunha diz que desconhecia sua origem, admite que ficou sabendo do depósito em 2012 e que deixou o dinheiro parado todos esses anos, aguardando alguém reclamá-lo.

Cunha tentará convencer seus pares no Conselho de Ética de que não mentiu quando negou à CPI da Petrobras, em março, ter "qualquer tipo de conta" fora do país.
Herculano
07/11/2015 07:26
A FALTA DE ESCRÚPULOS E VERGONHA NA CARA SOBRE AS DESLAVADAS MENTIRAS DE UM POLÍTICO E QUE SE ACHA, COMO O PT, LULA E DILMA LIVRES DE SEGUIREM A LEI QUE COBRAM DE N?"S OS PAGADORES DE PESADOS IMPOSTOS USADOS PARA ENRIQUECIMENTO ILÍCITO, CORRRUPÇÇAO E AS SUAS FARRAS PESSOAIS E DE PODER.

MANCHETE DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO. DINHEIRO DEPOSITADO EM CONAS NA SUIÇA NÃO É NADA DE MAIS, DIZ CUNHA

Parte 2

Seu argumento é que o dinheiro era movimentado por "trusts", entidades jurídicas organizadas para adminisdtrar seu patrimônio no exterior. Mesmo sendo investidor e beneficiário dos "trusts", ele diz que não é seu dono.

*

Folha - O sr. disse que não tem conta no exterior, mas o Ministério Público da Suíça o aponta como beneficiário de três contas, sendo uma quarta de sua mulher. O sr. mentiu?

Eduardo Cunha - Não tenho conta não declarada e não tenho empresa offshore, não sou acionista, cotista. Tenho um contrato com um trust, e ele é o proprietário nominal dos ativos que existiam. O trust é responsável pela gestão e as condições pré-contratadas. Sou beneficiário usufrutuário em vida e os meus sucessores em morte.

Folha -Quem é o dono deste trust?

Cunha - O dono é o dono da empresa, é o dono do trust, e não sou eu. Sou apenas o contratante do trust. Eu contratei o trust e passei os ativos, tem recursos, ações e cotas de fundos.

Folha - Não é a mesma coisa, ter conta ou recursos geridos pelo trust?

Cunha - Não. Eu não faltei com a verdade. Eu estou sendo acusado de mentir e não menti.

Folha - Qual é a origem do dinheiro que está nas contas do trust?

Cunha - Na década de 80, eu fazia atividade de comércio internacional, comprava e vendia mercadorias brasileiras ou até estrangeiras e revendia.
Herculano
07/11/2015 07:25
A FALTA DE ESCRÚPULOS E VERGONHA NA CARA SOBRE AS DESLAVADAS MENTIRAS DE UM POLÍTICO E QUE SE ACHA, COMO O PT, LULA E DILMA LIVRES DE SEGUIREM A LEI QUE COBRAM DE N?"S OS PAGADORES DE PESADOS IMPOSTOS USADOS PARA ENRIQUECIMENTO ILÍCITO, CORRRUPÇÇAO E AS SUAS FARRAS PESSOAIS E DE PODER.

MANCHETE DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO. DINHEIRO DEPOSITADO EM CONAS NA SUIÇA NÃO É NADA DE MAIS, DIZ CUNHA

Parte 3

Folha - Onde foi criada esta empresa?

Cunha - Era uma empresa de tributação favorecida. Vendia na maioria produtos alimentares, carne enlatada era um deles. A maior parte era vendida para países da África.

Folha - Mas onde era a sede?

Cunha - Era aquele tipo de empresa, prestava contas ao fisco do local onde existia e com tributação favorecida, você pagava o imposto e acabou.

Folha - Quanto o sr. ganhou com isso?

Cunha - Alguma coisa em torno de US$ 2 milhões, US$ 2,5 milhões, por aí. Depois, em 1993, deixei a Telerj, resolvi me dedicar a operações de Bolsa, no Brasil e também lá fora de maneira diferenciada.

[Tem] gente dizendo que tenho bilhão de dólar, que sou milhardário. Se você trabalha 48 meses e consegue obter um lucro este montante, não é nada de mais. Fazendo a coisa correta, óbvio.

Ser beneficiário do 'trust' não é igual a ser dono do dinheiro?

Não. Como dono eu tenho direito de utilizar da forma que eu quiser. E eu não tinha.

Folha -O sr. abriu mão do dinheiro?

Cunha - Não, mas o caso da Orion [uma das contas] é só numa sucessão, da forma como contratada, para meus filhos. Eu não podia chegar e dizer: 'Quero comprar uma casa, preciso de US$ 500 mil'. Eles não davam. Eu não tinha o livre arbítrio da utilização do dinheiro. Sou usufrutuário.
Herculano
07/11/2015 07:24
A FALTA DE ESCRÚPULOS E VERGONHA NA CARA SOBRE AS DESLAVADAS MENTIRAS DE UM POLÍTICO E QUE SE ACHA, COMO O PT, LULA E DILMA LIVRES DE SEGUIREM A LEI QUE COBRAM DE N?"S OS PAGADORES DE PESADOS IMPOSTOS USADOS PARA ENRIQUECIMENTO ILÍCITO, CORRRUPÇÇAO E AS SUAS FARRAS PESSOAIS E DE PODER.

MANCHETE DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO. DINHEIRO DEPOSITADO EM CONAS NA SUIÇA NÃO É NADA DE MAIS, DIZ CUNHA

Parte 4

Folha - Houve outras entradas de recursos nestas contas?

Cunha - Não houve um depósito, no período que está na Suíça, a não ser a situação do [lobista] João Augusto Henriques.

Folha - O Ministério Público diz que isso foi desviado da Petrobras.

Cunha - Foi tudo depositado no trust, não na minha conta. O trust não reconheceu a entrada e nada fez com o dinheiro.

Folha - Mas nunca avisaram o sr. que o dinheiro entrou lá?

Cunha - Eu não tenho este contato regular, nem tinha forma, nem tinha esta preocupação.

Folha - Mas o sr. não viu 1,3 milhão de francos-suíços na sua conta?

Cunha - Não acompanho a conta, não tenho contato com o banco, não é a mim que o banco informa, informa ao trust, a mim quem tem de informar é o trust. Quando prestou conta do balanço do ano, aí que se tomou conhecimento de recursos não identificados.

Folha - Mas entrou 1,3 milhão na sua conta e o sr. não sabe de quem?

Cunha - O dinheiro não é meu, não fui eu quem coloquei. O trust indagou sobre a origem destes recursos, para decidir se aceitaria ou não [o depósito].

Folha -Quando o sr. soube que João Henrique fizera o depósito?

Cunha - Quando ele fez o depoimento na Polícia Federal.

Folha - E este dinheiro foi pagamento de um empréstimo que o sr. tinha feito anos antes para o deputado Fernando Diniz?

Cunha - Do ponto de vista da suposição, não tenho como comprová-la, serve apenas para conforto de explicação, de encontrar alguma coisa, não serve para justificativa do processo. O dinheiro não era meu, tinha um trust, não reconheceu e a prova é que o dinheiro ficou parado.

Em relação ao Fernando Diniz, de fato emprestei a ele. Mais ou menos US$ 1 milhão. Quando o dinheiro estava em Nova York, foi emprestado lá fora. Porém ele morreu e o empréstimo morreu com ele.

Folha - O sr. não cobrou do filho dele?

Cunha - Não quero que ninguém cobre do meu filho quando eu morrer.

Folha - O sr. errou ao não declarar o dinheiro?

Cunha - Não tenho falha nenhuma. Não entendemos que existe esta omissão, entendemos que na medida que você transferiu a propriedade para o trust e tem dez anos, você não é mais proprietário de nada. Eu não tenho ativo.
Paulo Filippus
06/11/2015 21:53
Pois é Herculano, contra fatos não há argumentos. E como no caso dos petistas quase nunca há argumentos, eles partem logo para a tentativa de intimidar. Se esquecem que não estão na terra dos amigos bolivarianos deles, a Venezuela. Prova disso são esses três casos a seguir:

Em Gaspar tivemos o caso do vereador petista, que não tendo argumentos para providenciar um debate a respeito do tema do meu discurso na Tribuna Livre (O Ato de Verear), preferiu quebrar o regimento da Tribuna (ou desconhecia?) e levar para a Câmara de Vereadores fotos do meu perfil no Facebook e me questionar a respeito. Cantou inclusive a música que eu havia postado nas redes, com o título "Chora Petista Bolivariano". Resultado, pagou mico e não conseguiu me constranger como gostaria. A intimidação falhou.

Em Blumenau tivemos o caso do ex-prefeito petista, que foi chamado por um blumenauense de "sem vergonha" na internet, e resolveu processá-lo por isso. Ontem saiu a decisão do TJDF, que negou a indenização ao ex-prefeito, hoje deputado federal. Vale lembrar que ele está sendo acusado pelo Ministério Público de utilizar a Fundação Hospitalar de Blumenau como "caixa 2" para desviar verbas. Segundo a denúncia, o deputado repassou mais de R$ 380 mil em recursos da prefeitura para empresas de publicidade, emissoras de rádio e radialistas para veicular mensagens elogiosas a sua administração. A intimidação falhou.

Em Brasília, o líder do PT na Câmara dos Deputados nos ameaçou enquanto cantávamos a mesma música que o vereador cantou para mim aqui na Câmara dos Vereadores. Enfurecido, disse que "iria colocar a gente pra correr, que iria pro pau com a gente!". E no dia seguinte, um dos braços do PT, o MTST, atacou o nosso acampamento em frente ao Congresso e nos agrediu com socos e chutes. Resultado? Ficamos sentados enquanto apanhávamos, não reagimos. Nesta terça-feira (04/11) protocolamos uma representação contra o petista no Conselho de Ética por incentivar o ódio, a violência e ameaçar os integrantes do nosso Movimento Brasil Livre (MBL). A intimidação falhou.

Percebes que o povo e as instituições já não toleram mais esse aparelhamento? A justiça está e continuara sendo feita! O PT está acabando, dessa gripe o Brasil já criou imunidade e nunca mais sofrerá do mesmo mal.
Herculano
06/11/2015 21:15
ILHOTA EM CHAMAS

O ex-vereador e atual suplente pelo PMDB, Carlos Henrique, acaba de protocolar um pedido de cassação do mandato do prefeito Daniel Christian Bosi, PSD, por ele não apresentar as contas de 2014 à Câmara e ao Tribunal de Contas, bem como a Lei Orçamentária de 2015.

A semana promete. Na Câmara, Bosi tem uma maioria tênue, quando a possui. Mais, ele vive as turras com o Legislativo. E para complicar, os vereadores receberam um recado direto da promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon quando foram relatar e reclamar de que foram passados para trás neste assunto pelo prefeito Bosi.

Ela não teve dúvidas em culpa-los solidariamente se não tomassem uma providências para fiscalizar, exigir e regularizar esta situação estranha e contra a lei. E agora?
Herculano
06/11/2015 20:29
da série: um exemplo claro de dialética na democracia segundo o PT, PC do B, PDT, PCO,PSTU, PSOL...

MST ESPALHA QUE VAI INVADIR ACAMPAMENTO DE MOVIMENTOS PR?"-IMPEACHMENT, por Reinaldo Azevedo

Sintam-se advertidas forças de segurança do DF e do governo federal: se algo grave acontecer, a culpada será Dilma Rousseff

Segue aqui a advertência. O MST, que tem um acampamento no Distrito Federal, está espalhando a ameaça de que vai invadir o acampamento dos movimentos pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Sintam-se advertidos os respectivos comandos da Polícia Federal, da Polícia Militar do DF e da Polícia do Legislativo. Esta pode atuar só dentro do Congresso. Mas nada impede que fique de olho na ação dos baderneiros, documentando o episódio.

Há certa canalha no país que não aceita o regime democrático e suas garantias. Também não se conforma com os direitos que ele assegura.

Obviamente, se algo mais grave acontecer, o principal responsável será o governo federal ?" e Dilma em particular.

Ela também decidiu investir na guerra de todos contra todos.
Herculano
06/11/2015 20:23
DIREITO VERSUS MORDAÇA, por Paula Alceu

O direito de resposta significa liberdade de expressão. E isso só acontece numa democracia. O projeto aprovado esta semana no Senado regulamentando o direito de resposta a quem se sentir ofendido por um veículo de comunicação deve, inclusive, ser interpretado como um avanço democrático. Exigirá, certamente, mais profissionalismo e responsabilidade na divulgação de uma notícia, que lamentavelmente, e devemos reconhecer, não vem sendo tratada, muitas vezes, com a devida atenção. Vai de repente melhor qualificar o jornalismo.

Mas o que poderá ocorrer e não está longe de acontecer, caso sancionado pela presidente Dilma como foi aprovado no Congresso, sem alterações em alguns itens, será uma avalanche de pedidos embalados por "melindrados", que se sentem invadidos e sempre se consideram vítimas de uma verdade que nunca reconhecem.

Atualmente é muito comum alguns políticos de histórico nebuloso usarem a Justiça com o objetivo de calar o jornalista, alegando dano moral. A morosidade acaba favorecendo essa gente, mas na imensa maioria as sentenças, não.

Esse mesmo cidadão, de intenções tortas, certamente tentará se beneficiar da nova legislação onde poderá pedir retratação com base numa decisão monocrática de um juiz. Enquanto isso, o veículo, caso conteste esse direito, terá que esperar a resposta de um colegiado.

Quem faz jornalismo com seriedade não tem problemas com direitos de resposta, o problema está naqueles se sentem com esse direito, principalmente, no universo da política.
Sidnei Luis Reinert
06/11/2015 20:15
Pronunciamento oficial de Lula derruba audiência do SBT. KKK! Rarara! Chuuupaaa!!!Emissora abre o microfone para o petista falar o que lhe der na telha, e telespectadores preferem mudar de canal

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/pronunciamento-oficial-de-lula-derruba-audiencia-do-sbt-kkk-rarara-chuuupaaa/
Herculano
06/11/2015 20:14
NA DISPUTA PELA OAB-SC, ROUPA SUJA SE LAVA NO DEBATE, por Upiara Boschi, no Bloco de Notas, no Diário Catarinense, da RBS Florianópolis

A troca de farpas tem marcado a campanha para presidência da OAB-SC. No debate realizado entre os candidatos no programa Conversas Cruzadas, na TVCOM, o ponto alto não foi uma discussão sobre gestão ou a defesa da prerrogativa dos advogados. Foi quando o candidato de situação Paulo Brincas questionou o oposicionista Adriano Zanotto sobre a pertinência de disputar o cargo enquanto está com os bens indisponíveis por liminar do Tribunal de Justiça, em ação do MP-SC, relativa ao período em que o advogado exercia cargo na SC Parcerias.

Pequenas causas

A resposta de Zanotto, além de negar irregularidades em sua passagem pela estatal e dizer estar confiante na revogação da liminar, foi lembrar um acidente de trânsito em que Brincas teria deixado o local.

Coisa séria

Ambos os candidatos à OAB-SC defendem a construção de um novo modelo de defensoria dativa, através de convênio direto com a Defensoria Pública de Santa Catarina.
Herculano
06/11/2015 19:47
O QUE FALTA À CÂMARA É DETECTOR DE IMPROBIDADE, por Josias de Souza.

Grande ideia! Para evitar que volte a chover dólar falso sobre a calva de Eduardo Cunha, todos os seres humanos sem mandato parlamentar que cruzarem os portais da Câmara serão submetidos ao detector de metais e ao raio X. Mas não se deve parar por aí. Por que não desenvolver um detector de improbidade só para os parlamentares?

No momento, o maior problema do Congresso, todos concordam, é o déficit de probidade. O próprio Cunha estimou que, se inquérito no STF virasse matéria-prima para pedidos de cassação, haveria 150 deputados encrencados no Conselho de Ética. Com um detector de desonestidade, essa gente seria impedida de circular pelos corredores da Câmara. Melhor: não poderia dar expediente no gabinete da presidência da Casa.

Deve-se considerar a hipótese de criar uma comissão suprapartidária para desenvolver junto com a comunidade científica um protótipo de detector de desonestidade. O trabalho deve tomar tempo. Até a conclusão, o ideal é mesmo reforçar a revista de funcionários e visitantes.

Outra alternativa seria aprovar um projeto tornando crime hediondo a chuva de dólares de plástico. Desse modo, ainda que o esquema de segurança falhe, quem quisesse fazer chover no Salão Verde da Câmara teria de providenciar dólares autênticos. Dependendo da soma, a revista pode ser substituída pelo tapete vermelho.
Crainton Sousa
06/11/2015 19:45
Ilhota Querida, primeiro se Daniel Bosi cumpri -se o que prometeu durante a campanha ira ter pelo menos ao final de seu governo 32 Km de estradas asfaltadas. Porque ele prometeu em seu programa de governo 8 Km por ano. Até agora fez só 150 metros. Já em relação ao quantidade de macabarro que o município comprou devem ter sido colocados em um sitio particulares lá Alto Bau e no outro ali no Bairro Minas.
Você deveria ter coragem é trazer o Plano de Governo de Daniel e Junior, para nos vermos quem fala a verdade.
Ilhota Querida
06/11/2015 15:39
Ao Crainton Sousa,
Bom, não sei se moramos na mesma cidade ou região, mas ao que me parece faz um bom tempo que não vemos sol, é chuva em cima de chuva, e claro, tudo que é demais traz efeitos colaterais, concordo contigo, as ruas estão intransitáveis, as aulas foram suspensas exatamente para evitar o risco de vidas das crianças. Se você ler os jornais, poderá ver que Ilhota não é o único lugar que esta sofrendo com essas conseqüências, Blumenau por exemplo que é cidade grande também esta com determinadas ruas intransitaveis.
Mas isso não importa mais, o problema esta ai, mas o que você sugere de solução? Bom, a solução para essas ruas é macadamizar. Então vamos por partes, a prefeitura contratou em 2014 150 mil de macadame e em 2015 mais 133 mil tudo com dinheiro de convênios e uma pouca parte de dinheiro próprio da prefeitura, dando mais de 20 mil m³ de macadame, ou seja, mais de 4 mil carradas. O que a prefeitura não esperava é que levaria tanto tempo para receber esse dinheiro dos convênios, ao que me parece, ainda nem foi depositado o dinheiro na conta da prefeitura, então, sem dinheiro, sem macadame.
Agora acho que mesmo macadamizando não iria resolver 100% o problema das estradas, porque com esse tempo, acredito que o próprio macadame viria da pedreira molhado, e os caminhões indo la colocar já iria estragar, já que o macadame nem chegaria a secar.
É meu amigo, parece simples, mas não é... se fosse simples não seria só a nossa cidade que estaria passando por isso...
Herculano
06/11/2015 14:54
AP?"S DEZ MESES, MATATA FRITA VOLTA AO CARDÁPIO DO MCDONALD'S NA VENEZULA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Samy Adguirni, de Caracas. Após dez meses fora do cardápio, batatas fritas voltaram a ser vendidas no início desta semana nas lanchonetes da rede McDonald's na Venezuela.

O preço de uma batata grande fora do combo, porém, é de 800 bolívares, o equivalente a quase 10% do salário mínimo. Na cotação oficial, isso representa US$ 126. No câmbio paralelo, menos de US$ 1.

O valor em bolívares é 20% mais alto do que uma porção de mandioca frita, item que vinha sendo oferecido aos clientes no lugar da batata, sem grande sucesso.

Apesar do choque de muitos venezuelanos com o preço, a Folha viu, na tarde desta quinta-feira (5), a praça de alimentação de um shopping do leste de Caracas cheia de pessoas comendo lanches com batata frita na característica caixinha.

"As vendas estão boas", disse a gerente da loja, que não quis se identificar.

Ela afirmou que as batatas agora são produzidas na própria Venezuela, ao contrário daquelas que eram vendidas anteriormente, importadas principalmente do Canadá.

A gerente disse que até hoje não sabe por que o produto esteve em falta por tanto tempo. A escassez foi amplamente atribuída a dificuldades de obter dólares para importar.

O governo venezuelano, que controla o câmbio e o acesso a dólares a taxa preferencial, enfrenta escassez de divisas devido a um misto de má gestão, corrupção e degringolada do preço do petróleo, do qual depende para se manter.

Mas este cenário não afetou as lojas venezuelanas do Burger King, rival do McDonald's, que continuaram servindo batata frita normalmente.
Herculano
06/11/2015 14:47
IRMÃ DO NAPOLEÃO É EJETADA DA ZELOTES, por Carlos Tonet

A juíza Célia Bernardes, irmã do Napoleão, deixou a Operação Zelotes.

Ela ficou famosa por ter mandado intimar o filho do Lula e apreender coisas na empresa dele.

Célia era substituta.

O titular estava afastado porque foi prestar assessoria no STJ.

O período dele expirou e ele voltou pro cargo dele, tomando o lugar dela.

Célia voltou pra vara onde estava anteriormente.

O juiz poderia ter continuado por mais tempo no STJ, se quisesse.

Mas ele preferiu voltar.

Então os comentaristas políticos estão comentando que o afastamento da Célia pode ter sido algo urdido pelo PT, já que o tal juiz seria um bananão.

Tem uns puxando mais e outro menos pra essa tese, mas a maioria faz questão de destacar que ela "foi afastada" depois de mandar prender meia dúzia de suspeitos e mandar fazer a busca na empresa do Lulazinho.

A coisa tá parecendo com os comentários das rodadas esportivas.

Fica a pergunta: foi pênalti, Arnaldo?
Crainton Sousa
06/11/2015 12:48
Será que o senhor ou o amigo Ilhota Querida, esta sabendo o que esta acontecendo em ilhota, alem das ruas que estão intransitáveis, alem da suspensão de aulas no município porque os ônibus escolares por não conseguirem transitar ainda colocam em risco a vidas das crianças que transportam.
Tem algo de maior acontecendo, porque pude presenciar um movimento muito estralho e um buchicho entre algumas empresários e pessoas da comunidade.
Sidnei Luis Reinert
06/11/2015 12:34
QUE INICIEM O PROGRESSO PELOS BISPOS DA CNBB QUE DEFENDEM O PT!!

Ministério da Justiça defende vinda de jihadistas ao Brasil "para trazer mais progresso ao nosso país"

O Ministério da Justiça defendeu na quinta-feira, em sua página oficial no Facebook, a vinda de jihadistas ao Brasil "para trazer mais progresso ao nosso país", porque eles, "assim como qualquer outro povo de qualquer outra origem", "merecem respeito" e "temos que desconstruir alguns conceitos".
A mensagem veio em resposta ao internauta Heder Duarte, que comentara horas antes um post de 28 de outubro da campanha do governo do PT intitulada #EuTambémSouImigrante, afirmando que "imigrantes pacíficos são bem-vindos, já os jihadistas devem ser bloqueados de entrar no Brasil".
Indignado com a resposta, Heder ainda educou a equipe de José Eduardo Cardozo sobre o jihadismo.

http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/cultura/ministerio-da-justica-defende-vinda-de-jihadistas-ao-brasil-para-trazer-mais-progresso-ao-nosso-pais/
Herculano
06/11/2015 11:30
PEDALADAS E AVANÇOS INSTITUCIONAIS, por Mailson da Nóbrega, economista e ex-ministro da Fazenda, para o jornal Folha de S. Paulo

É pouco provável que tenha havido pedaladas fiscais em 2015. Afigura-se procedente, pois, a negação feita pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. A nova gestão do Tesouro Nacional dificilmente terá recorrido às tristes manobras contábeis de anos anteriores, condenadas por especialistas e depois pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

Pedaladas são artimanhas contábeis utilizadas pelos governos do PT para esconder a grave situação das contas públicas. O objetivo foi falsear as estatísticas para dar a impressão de que as metas fiscais eram cumpridas. Houve dois tipos de pedaladas. Uma violava a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF); a outra era mero atraso no pagamento de obrigações do Tesouro, sem infringir a lei.

Um exemplo de manobra ilegal foi a orientação à Caixa Econômica para pagar benefícios do Bolsa Família, sem que previamente lhe tenham sido transferidos os correspondentes recursos.

Neste caso, há um relacionamento formal entre o Tesouro e o beneficiário. A Caixa atua como agente responsável pelo pagamento. Se ela pagou o benefício de seus próprios cofres, realizou um empréstimo ao Tesouro, o que é proibido pela LRF.

No caso do BNDES e de outros bancos oficiais, o governo celebra um contrato pelo qual a instituição se compromete a conceder empréstimos mediante taxa de juros subsidiada, isto é, inferior à taxa de captação dos correspondentes recursos.

O relacionamento formal do Tesouro é com o banco e não com o beneficiário. Cabe-lhe fazer a "equalização" das taxas, isto é, pagar a diferença entre o custo incorrido pela instituição para obter os recursos e o que ela recebe do cliente. Se a obrigação não é cumprida no prazo previsto, caracteriza-se atraso no pagamento. O banco não terá efetuado um empréstimo ao Tesouro.

A LRF não veda atrasos de pagamentos. A inadimplência, comum em momentos de crise, acontece também em obras de infraestrutura e no fornecimento de bens e serviços ao governo. Se os atrasos não forem regularizados até o término do exercício, virarão "restos a pagar", ou seja, obrigações de orçamentos anteriores que podem ser liquidados no exercício corrente.

O fornecedor do bem ou serviço deixa de receber seus direitos tempestivamente, mas não efetua um empréstimo ao Tesouro.

Do ponto de vista financeiro, os dois tipos de pedaladas produzem o mesmo efeito, adiar o desembolso de caixa. Sob o aspecto formal, representam operações com características distintas. A primeira afronta a lei. A segunda, quando utilizada de forma sistemática, diz mal da gestão do Tesouro.

Uma pode redundar em parecer pela rejeição das contas do governo pelo TCU; a outra não tem serventia para qualquer fim, menos ainda para justificar um pedido de abertura de processo de impeachment.

A exemplo do que ocorreu em outras oportunidades, distorções funcionais como as das pedaladas criam oportunidade para promover avanços institucionais, em benefício da melhoria de gestão e para evitar a repetição de erros lamentáveis.

Esse é, pois, momento para aperfeiçoar a legislação com dois novos dispositivos. Primeiro, proibir bancos oficiais de efetuar pagamentos por conta do Tesouro sem o prévio recebimento dos correspondentes recursos. O segundo dispositivo estabeleceria que atrasos superiores a, digamos, 30 dias seriam automaticamente contabilizados como despesa ou dívida pública.

Como se sabe, as pedaladas não aconteceram por escassez de caixa. O Tesouro tem perto de R$ 1 trilhão depositados no Banco Central. O objetivo era simplesmente manipular as estatísticas das contas públicas.

Com essas duas medidas, não haveria incentivo para manobras contábeis, pois não seria mais possível mascarar maus resultados das contas públicas. A transparência e a precisão das estatísticas aumentariam.

Mudanças adicionais poderiam ser adotadas para desestimular outras manipulações empregadas pela gestão anterior da Fazenda e do Tesouro, mas essas duas tenderiam a ser as mais relevantes.
Daniel
06/11/2015 11:29
Sobre o Projeto 49/2015. Não acredito o vereador Jaime do Belchior faria uma coisa dessas em aprovar tal barbaridade. Conheço bem ele, é uma pessoa do bem e inclusive votei nele, tenho certeza de que não nos envergonharia aprovando. Primeiro que uma ideia dessas é um absurdo, segundo temos tantas coisas mais importantes para votar e fazer por Gaspar e Belchior.
Herculano
06/11/2015 11:28
PETROBRÁS CAPTURADA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

A irresponsável greve dos petroleiros e o aumento acelerado do buraco na Petros (o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras) são evidências de que os problemas da empresa vão muito além da rapinagem posta a claro pela Operação Lava Jato.

Esses episódios atestam o quanto a estatal se tornou uma organização capturada não só por partidos, mas também por sindicatos e parte do corpo executivo, que se valem de posições de comando e influência para impor agenda própria e obter vantagens desmedidas.

São grupos que trabalham em detrimento dos direitos e benefícios dos acionistas ?"em especial a União, que representa o contribuinte?", ultrajando princípios como gestão eficiente e integridade nas relações com a coletividade.

A paralisação começou na semana passada e reduziu a produção de petróleo em 400 mil barris diários. Os sindicatos demandam aumento salarial de 18%, um absurdo em relação à calamitosa situação financeira da companhia ?"para nada dizer da recessão que contamina toda a economia.

Pregam também a suspensão do plano de desinvestimento a partir de toscos argumentos nacionalistas, como se o reequilíbrio da estatal contrariasse objetivos do país.

O que afronta o interesse nacional é a pilhagem da Petrobras, e a esse propósito convém perguntar: de que se ocupou a Federação Única dos Petroleiros nos últimos anos, quando houve o maior escândalo de roubo e incompetência gerencial da história da empresa?

Quanto à Petros, o rombo monta a R$ 10 bilhões, uma escalada de 60% neste ano. Os investimentos renderam 5,8%, abaixo da meta de 10,3% para o pagamento de benefícios aos pensionistas.

A direção da entidade culpa a queda dos preços das ações, citando também as perdas com a empresa de sondas Sete Brasil.

Pode ser, mas cabe avaliar a gestão dos recursos. Um dos critérios mais elementares é a diversificação de riscos. Se os empregos e proveitos dos funcionários estão ligados aos destinos da Petrobras, por exemplo, não faz sentido que também seus planos de previdência invistam no setor de petróleo.

Ponderações como essa, contudo, dificilmente terão recebido acolhida nas reuniões dos comitês de investimento da Petros. Nesse capitalismo de compadrio, os fundos de pensão se transformam em meros executores da vontade do governo de plantão, direcionando recursos para os amigos do poder.

Nada disso vai mudar enquanto não houver disposição para levar a cabo verdadeira agenda de modernização ?"governo e Congresso só poderão destravá-la se resistirem às demandas corporativistas.
Herculano
06/11/2015 11:27
O PREDOMÍNIO DA IMORALIDADE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Tem razão o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, quando declara que não será "nada anormal" se o Congresso aprovar as contas do governo de Dilma Rousseff. O normal, hoje no País, é o predomínio da imoralidade no trato da coisa pública, razão pela qual será surpreendente se os parlamentares tomarem uma decisão justa, em vez de articularem mais um vergonhoso conchavo, quando forem analisar os crimes cometidos pela presidente na área fiscal ?" de resto sobejamente comprovados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

?"rgão auxiliar do Legislativo, o TCU aprovou por unanimidade, em outubro, um parecer recomendando que o Congresso rejeitasse as contas de Dilma. Os ministros daquele tribunal consideraram que o balanço apresentado pelo governo, relativo ao ano passado, continha manobras fiscais que violavam a Lei Orçamentária e a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Na ocasião, o TCU deixou claro que os procedimentos do governo para maquiar suas contas "afrontam de forma significativa" vários itens daquela legislação. O relatório, de mais de 1.400 páginas, não deixa dúvidas sobre os delitos de Dilma ?" que, em países respeitadores da lei, seriam mais que suficientes para embasar um processo de impeachment.

Não bastassem as evidências recolhidas pelos técnicos do TCU, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, entregou à Comissão Mista de Orçamento do Congresso a confissão de que o rombo causado pelas "pedaladas fiscais" chega a inacreditáveis R$ 57 bilhões, fazendo saltar o déficit primário do governo para quase R$ 120 bilhões, ou 2,08% do PIB. Se isso não é irresponsabilidade fiscal, devidamente prevista como crime na legislação, então nada mais é.

Mas o Brasil "normal", conforme querem os petistas e seus sócios na campanha de conquista do Estado, é aquele em que se faz a equivalência moral de situações incomparáveis, com o objetivo de causar confusão e, assim, tentar livrar a cara dos culpados pelo arrombamento das contas públicas. Para se defender, Dilma diz que o governo de Fernando Henrique Cardoso também "pedalou", isto é, também atrasou repasses do Tesouro aos bancos públicos; logo, se todos cometeram o tal crime, hoje e no passado, crime não há.

É com esse argumento malandro que os petistas pretendem induzir o Congresso a ignorar o TCU e aprovar as contas de Dilma, sugerindo que a Lei de Responsabilidade Fiscal foi mal aplicada pelo tribunal. "Todo julgamento é uma interpretação", disse Jaques Wagner. "Você tem, à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal, uma interpretação que foi dada pelo TCU. Nós vamos debater aqui no Congresso, à luz da mesma Lei de Responsabilidade Fiscal, e vamos dar outra interpretação." Por "outra interpretação" se entenda concluir que o governo é inocente porque teria repetido prática de seus antecessores.

No entanto, o que o TCU demonstrou, acima de qualquer dúvida razoável, é que os crimes cometidos pelo governo petista, tanto em volume de dinheiro quanto em extensão de tempo, não têm paralelo na história do País.

O objetivo das pedaladas, já está claro, era esconder a terrível situação financeira causada pelo populismo desatinado do lulopetismo. A conta desse truque contábil finalmente chegou ?" mas o governo, como se estivesse a negociar a compra de um fogão numa loja popular, quer parcelar a dívida em 60 suaves prestações.

A aposta do governo petista, contudo, passa muito longe do tal debate legalista sugerido por Wagner. No Congresso, qualquer decisão que venha a ignorar o parecer do TCU, plenamente embasado em fatos irrefutáveis, não será uma decisão técnica, e sim política. E a política está de tal modo abastardada, reflexo de um governo licencioso e de um Congresso dominado por desqualificados do baixo clero, que talvez seja fácil para Dilma cabalar votos para aprovar suas criminosas cambaias.

Será um desfecho ignominioso, mas muito característico do momento em que vivemos
Herculano
06/11/2015 11:24
O ANO QUE NÃO EXISTIU, por Vinicius Torres Freire, para o jornal Folha de S. Paulo

Passamos o ano a falar de coisas imaginárias e desastres reais.

Foi um ano consumido pela tentativa de impeachment que fracassou, mas nem por isso houve governo.

Foi um ano em que a política econômica para este ano ficou para o ano que vem.

Foi um ano em que o programa do maior partido de oposição, em tese engraçada o PSDB, foi adotado, reproduzido e ampliado pelo partido maior da situação, na triste realidade o PMDB, o partido de todas as situações.

Terá sido um ano em que a economia voltará ao tamanho que tinha quando Dilma Rousseff era candidata a presidente pela 1ª vez, em 2010.

Um ano de vazios e regressos, talvez apenas de cadeias mais cheias, mas até aí ainda sobra espaço para quem deveria estar lá.
Considere-se.

Apesar das tentativas de requentar estratégias de abater a presidente da República e dos propósitos insondáveis desse despropósito que é o presidente da Câmara, sabe-se que o impeachment é um jogo adiado para depois do Carnaval, ou "sine die".

Ontem, o Banco Central disse oficialmente "Feliz Ano Velho" à política econômica.
No ano do fez de conta, intenção era levar a inflação à meta de 4,5% em 2016.

Agora, acertar a meta fica para 2017. O objetivo para 2016 é evitar que o IPCA supere o teto da meta, como em qualquer dos anos Dilma Rousseff. Se a inflação não passar de 6,5%, está bom. A previsão mediana dos povos do mercado para 2016 anda pela casa de 6,3%.

A cerimônia do adeus à meta de poupança do governo, de superavit primário, foi ainda mais longa que a do BC. A temporada de despedidas começou em julho.

Desde então, a meta de superavit fiscal, de 1%, estava morta. Nesse tempo em que esteve em tese embalsamada, à espera do funeral, apodreceu.

A morta deve baixar à sepultura em deficit de 2%, um desvio em torno de R$ 180 bilhões.

O PSDB dedicou-se desde o primeiro dia do ano a derrubar Dilma Rousseff. Pelo menos assim o fez seu ponta de lança, Aécio Neves, senador que nesse ínterim dedicou-se a ser um líder de Eduardo Cunha na Câmara, do tucano-cunhismo e seus deputados "cabeças pretas".

Quanto a seu programa, da boca para fora ou em parte adotado fraudulentamente pela presidente da República, o PSDB dedicou o ano a dele fazer picadinho, apoiando votações que ajudaram a depredar mais o país que sua inimiga Dilma Rousseff.

Enquanto PT e PSDB se desmanchavam em seus variados vexames ou infâmias, o PMDB, partido de oposição e adesão ao governo, dedicou-se mais uma vez a ser o partido de todas a situações. Recolheu o papel picadinho do programa do PSDB, colou tudinho, fez uns anexos, passou um verniz e apresentou um programa para o futuro do país.

Nesse programa, o partido proclama enormidades. Por exemplo, que o lugar do PSDB agora será dele, PMDB. Que todas as ações e crenças de política econômica da presidente da República e do PT são ruinosas. Que a situação é de urgência em um país quebrado pela economia e pelo ódio. Resultado do governo Dilma 1, da Constituição de 1988 e da oposição liderada oficialmente pelo PSDB.

Ao fim deste ano, a ponte para o futuro é o PMDB.

"Julguem", como se diz nas redes sociais.
Herculano
06/11/2015 11:22
EXPLICAÇÃO CEGA, por Merval Pereira para o jornal O Globo

O Brasil de hoje (ou de sempre?) está tão bizarro que o deputado Eduardo Cunha pode escapar da condenação por quebra de decoro parlamentar devido a uma engenhosa montagem financeira que protegeu seu dinheiro ilegal no exterior.

Como está sendo processado por supostamente ter mentido na CPI da Petrobras ao afirmar que não tinha contas no exterior, Cunha não se preocupará, neste primeiro momento, em se explicar sobre os outros crimes que presumivelmente cometeu, como sonegação fiscal e evasão de divisas, além, claro, da acusação mais grave, a de que recebeu propina do dinheiro desviado da Petrobras.

A explicação para o depósito de US$ 1,5 milhão feito por um envolvido na Lava-Jato é tão bizarra quanto a situação em si: Cunha diz que não sabe por que esse dinheiro foi depositado, e imagina que seja uma dívida paga pelo filho de um deputado já falecido, a quem emprestara o dinheiro.

O advogado Marcelo Nobre, que defende Cunha no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, explica didaticamente por que seu cliente não faltou com a verdade. "Ele não tem conta-corrente em outros países, e isso é absolutamente simples de entender. Eduardo Cunha, na verdade, faz parte de um truste, de um fundo, do qual é tão somente beneficiário. Ele não sabe onde esse fundo tem contas, onde aplica o dinheiro, ele não administra nada".

Por essa descrição, o presidente da Câmara tem na verdade um "blind trust" e aí a situação começa a ficar grotesca. Um "blind trust" é aquele administrado sem que os beneficiários tenham interferência nas aplicações, geralmente utilizados por políticos e outras personalidades que querem evitar conflitos de interesse entre suas atuações no setor público e os investimentos dos fundos. Daí o nome, algo como uma carta branca para os administradores do fundo.

O ex-ministro da Justiça do governo Lula Marcio Thomaz Bastos colocou todo seu dinheiro em um "blind trust" quando se tornou ministro, justamente para evitar mal-entendidos. O "blind trust" é muito útil também para os que querem manter sua fortuna protegida dos bisbilhoteiros.

Resta saber qual é o caso de Cunha: ou tentou esconder o dinheiro num "blind trust" ou, pelo contrário, procurou evitar conflitos de interesse dando a terceiros a administração desse dinheiro que, alega, ganhou fora da política, em negócios de exportação.

Cunha manteve seu dinheiro administrado por um "blind trust" e, portanto, não precisava ter uma conta pessoal num banco estrangeiro. Tudo deve estar em nome de empresas ligadas ao "trust", inclusive os cartões de crédito que serviram para pagar as aulas de tênis na Flórida e outras despesas suas e de sua família.

Com essa explicação, ele pretende safar-se da perda de mandato no Conselho de Ética da Câmara, o que é muito possível.

As manobras políticas que Cunha domina tão bem poderão, no entanto, prejudicá-lo. O relator escolhido, deputado de primeiro mandato Fausto Pinato, do PRB, só entrou na Câmara graças à votação de Celso Russomanno, a grande estrela do partido da Igreja Universal.

Candidato novamente, desta vez à prefeitura de São Paulo, Russomanno como sempre começa liderando as pesquisas. Não vai querer logo na largada aparecer como o protetor de Eduardo Cunha.

De qualquer maneira, na Câmara, Cunha ainda tem margem de manobra. Mais difícil será provar a origem lícita dessa dinheirama que está no exterior sem ser declarada oficialmente. Sobretudo convencer a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal de que o dinheiro depositado em sua conta por um dos intermediários das falcatruas da Petrobras na verdade não tem nada a ver com elas, mas com uma antiga dívida paga em nome de um defunto.

Mas, se o projeto do governo de repatriação do dinheiro no exterior for aprovado pelo Congresso, Cunha poderá legalizar seu dinheiro sem maiores problemas.
Jose dailton barbieri
06/11/2015 10:58
Com com habitualidade acompanho esse blog e o parabenizo pela isenção. Aliás, fato raro na mídia. Diga-se não é só no Brasil...Mas os exemplos são conhecidos no mundo.Quero cumprimentar o Paulo Fillipus (MBL) pela sua participação no Movimento Brasil Livre. De outro lado, como é triste observar as agressões verbais lançadas por antigos correligionários à sra. professora Andreia.. É intolerável...
Ilhota Querida
06/11/2015 10:01
Caro Herculano,
Lendo aqui no seu quadro a manchete: A TRANSPARÊNCIA OBRIGADA PELA JUSTIÇA EM ILHOTA.
Pelo que entendi, foi alegado que no Sitio Oficial do município (www.ilhota.sc.gov.br) tem a ausência de informações como: horários de atendimento ao público; referente aos nomes de todos servidores responsáveis por cada setor, secretária/departamento; relação de cargos e salários dos servidores; gastos com diárias e ajudas de custo dos servidores, dentre outras (não especificadas aqui na matéria).
Bom, abri o site do município e verifiquei que lá no final da pagina, no rodapé consta os horários de atendimento, endereço, CEP, CNPJ, fone e fax da prefeitura, então esse é um item que não se encaixa como ausente.
Seguindo, no site mesmo tem uma lupa escrito PORTAL TRANSPARENCIA com a bandeira do estado de SC desenhado em cima e cliquei ali. Clicando ali, me apareceu a pagina PRONIM TransparenciaBrasil, depois fui em gestão de pessoas, lotações, coloquei o período de 09/2015 e cliquei em gerar, daí me apareceu a quantidade total de servidores, salário base, vencimentos totais, etc. Daí onde estava escrito Prefeitura, dei dois cliques e me abriu as lotações por secretaria, daí pra fazer um teste, cliquei na secretaria de agricultura e me abriu dois setores, sec. de agricultura, e setor do meio ambiente, ai cliquei novamente no da agricultura e me trouxe, um secretario, um medico veterinário, um motorista, um operador de maquinas e um inseminador, daí cliquei no secretario e ma apareceu no nome dele, sua matricula, data de admissão, salário base, proventos, vencimentos totais, descontos e salário liquido. Acabei de comprovar que é possível ver o responsável por cada setor, secretario, relação de cargos e salários dos servidores, itens citados na manchetes que ficou comprovado agora que não estão ausentes no site.
Seguindo mais adiante, na mesma pagina, fui na aba credores, cliquei em credores, coloquei prefeitura, e o período coloquei para buscar de janeiro a março e o nome do credor, bom o que eu queria saber aqui? Queria saber das diárias e ajudas de custo de servidores, e pesquisei então pelo nome DANIEL, que é do prefeito, daí cliquei em gera e me apareceu, o nome dele, numero do empenho, valor empenhado, liquidado e pago, mas fui mais adiante, queria saber do que se tratava, cliquei novamente no nome dele e me apareceu os detalhes e histórico do empenho, e isso foi referente a reembolso de viagem a Brasilia empenhado dia 13/02/2015. E esse mesmo caminho pode ser utilizado para ver qualquer diária e ajuda de custo, só colocar o nome do credor. Entao aqui ficou comprovado mais um item que é possível verificar no site.
Agora, só ficou faltando comprovar o DENTRE OUTRAS mas como não especifica o que é, não é possível mostrar como fazer para ver no site.
Bom, o importante é que esta muito claro que não tem ausência de informações, o município esta com uma transparência na qual NUNCA na sua história houve antes.
Agora eu te peço para ir no site da camara de ilhota, depois vai em transparência, pessoal e agentes políticos e tenta ver o salário dos nossos queridos vereadores, a mensagem que vai te aparecer é a seguinte: ESTA CONSULTA ESPECIFICA NÃO RETORNOU INFORMAÇÕES. ULTIMA ATUALIZAÇÃO DE DADOS PELO MUNICIPIO: 05/11/2015 08:40, sendo que hoje é dia 06/11/2015.
Bom, agora fiquei meio confuso, o que dizem não ter transparência acabei de verificar que tem, e outro órgão que só porque assinou um termo que da um prazo maior para ter transparência, não tem!!! Por que eu consigo ver o salário dos funcionários da camara mas não dos vereadores? O sistema não é o mesmo??? Outra, verifiquei que o contador da Camara de Ilhota ganha R$ 4.586,22 reais e o da Prefeitura de Ilhota ganha R$ 2.106,21 reais, ou seja, o contador da camara ganha um salário 118% maior que o da prefeitura, mais que o dobro, nossa!!! A diferença de serviço que ambos fazem é tão grande assim??? Gostaria de saber o que justifica tamanha diferença!!!
Bom, espero que o Herculano publique meu comentário, porque tudo o que falei é o que esta no portal transparência.
Herculano
06/11/2015 09:39
PELA TRANSPARÊNCIA

recebi o seguinte e.mail do engenheiro Maurílio Schmitt, sobre assunto que tornei publico na coluna de hoje e por isso, compartilho com os eleitores e eleitoras

Prezado Herculano, bom dia.

Li e reli a tua coluna. Agradeço o espaço e as informações postadas. Um pequeno reparo: infelizmente não sou mais filiado ao PSDB de Gaspar, embora continue a ser um eleitor com identidade ao grande Estadista Fernando Henrique. Não sei se a minha filiação em Gaspar, ainda, está no PSB. Mas com as idéias voltadas para o desenvolvimento planejado e sustentável de Gaspar.

Não gostaria de emitir opinião sobre o quadro eleitoral do próximo ano. Aguardo um projeto de viabilidade onde me mostrem de onde virão os recursos para atender as principais prioridades de Gaspar. Não vale dizer que as "não transferencias" federais e estaduais serão o carro chefe das finanças.

Agradeço, mais uma vez, a maneira correta e isenta do episódio em referencia. Que os bons, os competentes e os bem intecionados criem condições para a nossa querida Gaspar sair desse embrulho. Só com brigas de nomes, sem projetos não vamos a lugar algum. Que Deus ilumine.
Maurilio Schmitt
Cidadão Gasparence
06/11/2015 09:05
Vamos aos fatos: Andréia anda sem maquiagem e mal assessorada!
Isso é terrível! Jamais eu poderia imaginar que ela não quer andar pintada igual Dilma Rousseff e sem os conselhos do ex- prefeito Adilson.

Porém continuo acreditando em caráter e não aparência. De caras bonitas e alma vazia o mundo tá cheio. Vejam Angela Merkel, nunca está pintada e usa várias vezes as mesmas roupas em seus compromissos oficiais pelo mundo, pensando no dinheiro público.

E quanto a assessoria, melhor só do que mal acompanhada. Perde a batalha, mas não perde o discurso. Sem rabo preso é bem melhor.

Siga em frente. Enquanto as acusações forem assim sem relevância, está resguardado seu direito de andar de cabeça erguida.


Acorda Gaspar!!!
Herculano
06/11/2015 08:09
O ETERNO DUELO DE LULA E FHC, por Bernardo Mello Franco para o jornal Folha de S. Paulo

A saudade do poder parece ter batido forte em Higienópolis e São Bernardo. Com o governo Dilma atolado na crise, FHC e Lula estão falando como nunca. Os dois se tornaram ex-presidentes em atividade, como jogadores veteranos que se recusam a pendurar as chuteiras.

FHC saboreia uma exposição inédita desde que deixou o Planalto, com a popularidade em baixa. Escondido pelo PSDB em três eleições presidenciais, foi finalmente reabilitado na campanha de 2014. Agora, aos 84 anos, voltou a frequentar capas de revistas e programas de tevê.

A pretexto de divulgar dois livros novos, o tucano emite opiniões sobre tudo, sem medo de se contradizer. Já rejeitou o impeachment de Dilma, já propôs a renúncia de Dilma e já disse que Dilma é honrada. Para saber o que ele pensa hoje, é melhor esperar a entrevista de amanhã.

Lula, que deixou a Presidência no auge do prestígio, percorre a trajetória inversa rumo ao purgatório. A cada revelação da Lava Jato, enfrenta mais dificuldade para explicar os escândalos de seu governo. Aos 70 anos, vê as suspeitas chegarem mais perto de sua família ?"nesta quarta, o filho caçula teve que depor à PF.

O petista costuma evitar a imprensa, mas não perde a chance de discursar em ambientes à prova de vaia. No palanque, alterna críticas à oposição a estocadas em Dilma. Há poucos dias, surpreendeu ao reconhecer que ela está fazendo "aquilo que nós dizíamos que não íamos fazer".

Apesar das divergências sobre o governo da sucessora, FHC e Lula parecem ter o mesmo assunto preferido: falar mal um do outro. Em entrevista recente à revista "Veja", o tucano acusou o petista de estar "enterrando a própria história". Ontem à noite, no SBT, Lula respondeu que FHC "sofre com seu sucesso".

Em vez de buscarem um consenso mínimo contra a crise, os dois ex-presidentes perdem tempo com um eterno duelo verbal. Parecem aprisionados aos anos 90, enquanto o país espera respostas para o presente
Herculano
06/11/2015 08:05
VEM COISA PIOR. PIOR? MEU DEUS O QUE ESTA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA QUE SE DISFARÇA DE PARTIDO FOI E É CAPAZ

A revelação é de Mônica Bérgamos na coluna que ela publicou hoje no jornal Folha de S. Paulo.

O ministro do STF Teori Zavascki tem deixado interlocutores de cabelo em pé. Relator da Operação Lava Jato na corte, ele repete que o pior ainda está por ser revelado.

TENSÃO MÁXIMA
A colegas, Teori diz que a teia de negócios é muito mais complexa do que a que veio até agora a público. Ele, no entanto, não avança nos comentários, deixando outros ministros tensos.
Herculano
06/11/2015 08:01
DO QUE MESMO ESTÃO RINDO?

Do que estão rindo na foto publicada na capa do site mais acessado de Gaspar, o Cruzeiro do Vale, o prefeito Pedro Celso Zuchi, a vice Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT e José Hilário Melato, PP, presidente da Câmara, durante a cerimônia de assinatura de mais um papelinho para a pavimentação da Pedro Schmitt e Artur Poffo?

Este sorriso todo deveria ser deixado para a fita inaugural das obras, a se olhar para traz por tudo que vem sendo prometido e não sendo entregue... A lista é enorme e os culpados sempre os outros como a Caixa, os adversários, a Justiça, a Promotoria, o ministério das Cidades... Acorda, Gaspar!
Herculano
06/11/2015 07:54
PGR INVESTIGA "MENSALINHO" NOS GOVERNOS DO PT, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Nem só de Mensalão e Lava Jato vive a corrupção no governo. Criaram também "mensalinho". A Procuradoria-Geral da República tem reunido procuradores para analisar centenas de processos que investigam a distribuição de dinheiro direto da União para prefeituras e ONGs amigas do governo, por meio de convênios, nos governos Lula e Dilma. A maioria envolve pequenos valores, mas há também quantias vultosas.

Afano milionário

Esta semana, quatro procuradores e respectivas equipes passaram a limpo mais de duzentos processos, um deles no valor de R$22 milhões.

'Mensalinho' na veia

A suspeita é que o "mensalinho" em pequenos valores foi uma tentativa de não chamar a atenção dos órgãos de controle.

Só para os de carteirinha

A distribuição suspeita de recursos públicos beneficia só as prefeituras e entidades controladas pelo PT ou por aliados fiéis ao governo.

De uma tacada, 800 casos

No mais recente mutirão, na PGR, procuradores passaram o pente fino em cerca de 800 contratos de distribuição farta de dinheiro público.

GOVERNO MANOBRA PARA ENTERRAR CPI DO BNDES

O governo escalou o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) para impedir a prorrogação da comissão de inquérito que apura empréstimos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Trata-se de manobra para blindar o ex-presidente Lula. Nesta quinta (5), a tropa governista impediu as convocações do ex-ministro Antônio Palocci e de José Carlos Bumlai, amigo de Lula.

Top-top de novo

O governo está preocupado com o tráfico de influência do assessor da Presidência, Marco Aurélio Garcia. Ele pode complicar Lula e Dilma.

Meia calabresa

"É alta a pressão para encerrar a CPI", diz o presidente da comissão, Marcos Rotta (PMDB-AM). As atividades vão até 4 de dezembro.

Meia portuguesa

O presidente do banco, Luciano Coutinho, mandou funcionária para auxiliar petistas a encerrar a CPI. Ela não perde uma reunião.

Não é piada

Nomeada para a Suframa, a ex-deputada Rebecca Garcia abriu mão da participação como gestora de quatro empresas do pólo de Manaus. A exigência é da Comissão de Ética (sim, ela existe) do Planalto.

Líder falastrão

"Prevendo incidentes piores", Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) entrou com representação no Conselho de Ética contra Sibá Machado (PT-AC), que insuflou agressão a manifestantes pró-impeachment de Dilma

Em família

O Solidariedade resolveu constranger Chico Alencar (Psol-RJ). Após entrar no Conselho de Ética por notas frias, o partido vai vasculhar a empresa de Cláudia Zur, ex-mulher dele, "por usar laranjas".

Desabafo

O deputado Fernando Francischini (SD-PR) aproveitou a visita do príncipe japonês Akishino e desabafou: chamou o nobre no canto e lamentou a situação da corrupção no Brasil. "Está imoral," disse.

Ausência ilustre

O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) sentiu falta de Eduardo Cunha na comemoração de seu aniversário. Cunha está furioso com Picciani, que ousadamente articula substitui-lo no comando da Câmara.

Vaidade tucana

Mesmo sem mandato, o ex-deputado José Aníbal, suplente do senador José Serra, usa a estrutura da liderança tucana na Câmara para distribuir aos gabinetes seus artigos certamente prenhes de sabedoria.

Na pressão

Deputados fixaram na Câmara um painel de adesões ao impeachment Dilma. O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), acha que a iniciativa serve também para pressionar Eduardo Cunha a abrir o processo.

Destinos cruzados

Enquanto o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA) andava para anunciar Fausto Pinato (PRB-SP) relator do processo contra Eduardo Cunha, os três se encontraram no Salão Verde.

Pensando bem...

... a Operação Lava Jato bem que poderia ser rebatizada de "Operação Lavou, tá Novo".
Herculano
06/11/2015 07:47
O QUE REALMENTE ENTROU EM CRISE? por Vladimir Safatle, professor de filosofia para o jornal Folha de S. Paulo

Dentro da narrativa hegemônica construída para explicar a crise brasileira encontra-se a tentativa de afirmar que o grande vilão é o Estado. Conta-se, em todos os meandros dos cadernos de economia dos jornais e na boca de seus analistas, que o primeiro governo Dilma teria "feições estatistas e intervencionistas" responsáveis pelo descalabro final das contas públicas e orçamentos com previsão de deficit. A crise que hoje vivemos seria assim a prova do fracasso gerencial do capitalismo de Estado brasileiro, não restando outra coisa do que aceitar, de vez, a boa e sã cartilha do liberalismo.

Há, no entanto, várias ilusões de ótica neste raciocínio.

Primeiro, chamar o governo Dilma de estatista e intervencionista é dificilmente defensável. Até onde consta nos anais destes últimos anos, seu governo privatizou (com o estratagema da "privatização branca" das concessões) aeroportos, rodovias, portos e ferrovias. Ele ainda abriu a exploração do pré-sal para empresas estrangeiras, entregando 60% da maior reserva de petróleo da camada salina para quatro empresas estrangeiras e contrariando, com isto (para variar), promessas de campanha.

Acrescente ao bolo uma política de desoneração e redução de impostos que produziu uma renúncia fiscal de R$ 327,16 bilhões entre 2011 e 2015. Gostaria de saber em que lugar do mundo um conjunto de políticas desta natureza seria chamado de estatista e intervencionista.

Na verdade, este debate procura esconder o que realmente entrou em crise atualmente.

A dicotomia liberalismo X estatismo que parece comandar boa parte do nosso debate é uma falácia. O capitalismo nunca foi liberal. Ele simplesmente oscila em sua história, respondendo a pressões de conflitos sociais e da força de interesses setoriais sobre como regular e mediar demandas.

Não lembro de nenhum destes economistas com Adam Smith no coração reclamar de o governo norte-americano, em plena crise de 2008, usar dinheiro público para salvar bancos privados como o Citibank. Também não consta que algum deles tenha reclamado da Comunidade Europeia despejar dinheiro público em seu combalido sistema financeiro, permitindo que tal dinheiro fosse usado até para pagar "stock options" de executivos cujo maior feito de suas capacidades gerenciais fora quebrar bancos. O que não é de se estranhar, já que a questão liberal nunca foi "como diminuir o Estado", mas "como privatizar o Estado, colocando-o a serviço dos interesses dos empresariados nacionais ou da classe de financistas".

Nós já vimos isto ocorrer milhares de vezes em terras brasileiras. Basta lembrar como o "liberal" governo FHC usou dinheiro do contribuinte para salvar bancos falidos através do Proer. Ou, se quisermos ser mais estruturais, basta se perguntar sobre a origem da dívida pública brasileira, cuja parte substancial é resultado da transformação de dívidas privadas de empresas e bancos em dívidas públicas.

Quer dizer, no capitalismo, o Estado sempre intervém. A única questão real é: "A favor de quem?".

Neste sentido, mais honesto seria lembrar que o modelo em crise atualmente no Brasil é outro.

O que entrou em crise foi a crença de ser possível "gerenciar" o capitalismo brasileiro com ajustes pontuais que permitiriam recuperar um modelo de "pacto no interior do Estado" entre empresários, sistema financeiro e sindicatos. Modelo cujas raízes encontram-se no sistema de equilíbrio de moldes getulistas.

Se a bomba explodiu na mão da esquerda nacional é por seus setores hegemônicos terem acreditado que era seu destino ressuscitar tal modelo, com direito até a foto com mão suja de petróleo em poço da Petrobras. Melhor teria sido escapar da falsa dicotomia entre capitalismo estatista e capitalismo liberal.

Nestes últimos meses, o Banco Itaú anunciou o maior lucro líquido na sua história entre abril e junho, a saber: R$ 5,9 bilhões só em um trimestre. Cifra praticamente igual ao seu lucro do terceiro trimestre. O Bradesco teve R$ 4,12 bilhões de lucro líquido no terceiro trimestre.

Quem quiser entender a crise brasileira deveria se perguntar como um país com economia em contração pode ter lucros bancários tão exorbitantes.

Longe de um contradição, temos atualmente uma relação de causalidade necessária. Pois não é difícil perceber quem realmente comanda o Estado.
Herculano
06/11/2015 07:13
PERGUNTAS QUE LULA É OBRIGADO A OUVIR CONSTRANGEM MAIS QUE SUAS RESPOSTAS, por Josias de Souza

Ninguém disse ainda, talvez por pena. Mas Lula tornou-se um personagem constrangedor. Ele constrange mais pelas perguntas que é obrigado a ouvir do que pelas respostas que não consegue dar. Na boa entrevista exibida pelo SBT na noite desta quinta-feira [ veja abaixo], o repórter Kennedy Alencar mostrou a que ponto chegou o morubixaba do PT ao indagar: Teme ser preso?

Alvejado por uma apuração da Procuradoria sobre tráfico de influência, intimado a depor na Polícia Federal num inquérito da Lava Jato, rodeado de filhos, parentes, amigos e ex-assessores sob investigação policial, Lula respondeu negativamente. "Eu não temo ser preso porque duvido que tenha alguém nesse país, do pior inimigo meu ao melhor amigo meu, do pequeno ao grande empresário, que diga que algum dia teve alguma conversa ilícita comigo."

Noutro ponto da conversa, o repórter questionou o ex-mito sobre a desconversa do "eu não sabia". Já não soube do mensalão. Como não saber também do petrolão? "Eu não fui alertado pela gloriosa imprensa brasileira, não fui alertado pela Polícia Federal, não fui alertado pela Receita Federal ou pelo Ministério Público", declarou. Noutros tempos, o lema de Lula era "sem medo de ser feliz." Hoje, poderia ser: sem medo de ser ridículo.

Lula atingiu a máxima eficiência. Ele mesmo nomeia os ladrões, eles mesmo se jacta de ter vitaminado o combate à corrupção e ele mesmo se isenta de responsabilidade pela roubalheira. "Sou o presidente que mais visitou a Petrobras. Nunca ninguém me disse que tinha algum corrupto."

Nessa época, Dilma presidia o Conselho de Administração da Petrobras. O companheiro João Vaccari transformava propinas em doações registradas pelo PT na Justiça Eleitoral. E Lula culpa o mundo por não ter sido avisado.

A alturas tantas, Lula repetiu para o repórter o mantra segundo o qual sua mãe morreu analfabeta, mas lhe ensinou a andar sempre de cabeça erguida. É animador saber que Lula conserva a fronte levantada. Com sorte, ao passar defronte de um espelho, vai acabar enxergando a imagem de um culpado. Do contrário, corre o risco de migrar da atual condição de constrangedor para o patético.
Herculano
06/11/2015 07:07
NÃO TEMO SER PRESO,DIZ LULA EM ENTREVISTA AO SBT

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta (5), em entrevista à rede SBT, que não tem medo de ser preso em consequência das investigações de pessoas próximas a ele em duas grandes operações em curso no país, a Lava Jato e a Zelotes.

"Não temo [ser preso]. "Eu duvido que tenha alguém neste país -do pior inimigo meu ao melhor amigo meu, qualquer empresário pequeno ou grande- que diga que um dia teve alguma conversa ilícita comigo", afirmou.

Em delação premiada na Lava Jato, o lobista Fernando Soares disse ter feito um repasse de R$ 2 milhões a um amigo do petista, o pecuarista José Carlos Bumlai. Segundo o delator, Bumlai disse na ocasião que o dinheiro seria destinado a uma nora do ex-presidente. O empresário nega a versão do lobista.

Já a Operação Zelotes tem entre seus alvos um dos filhos do ex-presidente, Luis Cláudio, alvo de busca e apreensão em sua empresa. A Zelotes, que apura esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), prendeu o lobista Mauro Marcondes, sócio da Marcondes e Mautoni. E em 2014, o escritório deste lobista contratou a empresa de Luiz Cláudio por R$ 2,4 milhões.

Na entrevista, Lula riu quando o jornalista Kennedy Alencar fez perguntas sobre algumas destas denúncias. O ex-presidente disse que o Brasil vive o que chamou de "República da suspeição", em que pessoas são condenadas pela opinião pública sem necessidade de provas.

Ele foi irônico ao ser questionado se, quando presidente, nunca fora alertado sobre a corrupção na Petrobras revelada pela Lava Jato.

"Eu não fui alertado pela gloriosa imprensa brasileira, não fui alertado pela Polícia Federal, eu não fui alertado pelo Ministério Público e eu sou o presidente que mais visitou a Petrobras", declarou. "Essas coisas você só descobre quando a quadrilha cai".

O ex-presidente disse na entrevista que o governo Dilma errou em ao menos dois momentos: ao segurar o aumento do preço da gasolina, em 2012, para evitar a disparada da inflação, e pelo volume de desonerações concedidas a empresas, o que encolheu a arrecadação.

Ele também discordou da maneira como Dilma vem tentando driblar a crise, bastante centrado na defesa da criação de impostos como a CPMF, e disse que, se estivesse no lugar dela, optaria por outro caminho, o da ampliação do crédito.

Lula ainda afirmou que seu antecessor na presidência, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tem "problema de soberba". "O FHC sofre com o meu sucesso".

Questionado sobre uma fala de FHC, que o classificou como um político encantado pelas delícias do poder, Lula citou o escândalo da compra de votos para a emenda que permitiu a reeleição, em 1997.

"Toda vez que ele [FHC] tiver que falar de corrupção, ele tem que lembrar da reeleição de 1997. Ele tem que lembrar que o único mensalão criado, reconhecido inclusive por deputados do DEM, que disseram que receberam [dinheiro], foi o dele", argumentou.

O petista também disse estar disposto a ser candidato à presidência em 2018.

No fim do dia, no encerramento de evento em Brasília, o petista afirmou que não irá admitir que o chamem de corrupto. "Não vou admitir que corrupto nos chame de corrupto. Todos esses que ficam nos acusando, se colocarem um dentro do outro, não chega a 10% da minha honestidade".
Herculano
05/11/2015 21:47
A QUE PONTO CHEGAMOS! O PT QUE EXIGE A TRANSPARÊNCIA DOS OUTROS COMO PRINCÍPIO ÉTICO E DE MORALIDADE PÚBLICA, QUANDO NO PODER S?" FAZ ISSO POR MEDIDA COERCITIVA DA JUSTIÇA E A PEDIDO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. COM A PALAVRA O PREFEITO PEDRO CELSO ZUCHI. ACORDA, GASPAR!

Não vou comentar o que já comentei aqui várias vezes e fui desmentido muito mais vezes. Vou colar a decisão de terça-feira

Ante o exposto, CONCEDO a ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA para determinar que o Município de Gaspar/SC, no prazo de 90 (noventa) dias, proceda à adequação do seu Sítio Oficial na Rede Mundial de Computadores à legislação própria em vigor, e, especificamente, nos termos dos requerimentos formulados nas letras "d.1" a "d.19", do item V da petição inicial, sob pena de multa diária no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), sem prejuízo das sanções cabíveis por eventual desobediência.

4. Cite-se o Município de Gaspar/SC para que, no prazo legal, apresente resposta ao pedido, sob pena de revelia.

5. Decorrido o prazo fixado em lei, com ou sem apresentação de resposta, intime-se o autor para que se manifeste a respeito em 10 (dez) dias.

6. Não havendo pendências, retornem os autos conclusos.

Publique e intimem-se.
Gaspar (SC), 03 de novembro de 2015.
Rafael Germer Condé Juiz de Direito
Herculano
05/11/2015 21:38
A TRANSPARÊNCIA OBRIGADA PELA JUSTIÇA EM ILHOTA.

Segundo o julgador, "com efeito, infere-se dos elementos de prova que instruem a exordial, notadamente o relatório de avaliação e da cópia do Termo de Ajustamento de Conduta, as diversas irregularidades no tocante ao dever de informação, não existindo no Sítio Oficial, apenas para exemplificar, informações claras e precisas acerca: dos horários de atendimento ao público; referente aos nomes de todos servidores responsáveis por cada setor, secretária/departamento; relação de cargos e salários dos servidores; gastos com diárias e ajudas de custo dos servidores, dentre outras.
Ademais, em consulta realizada nesta data no Sítio Oficial do Município de Ilhota na Rede Mundial de Computadores (www.ilhota.sc.gov.br), constei que a municipalidade ainda não está atendendo, em sua integralidade, ao dever de informação nos termo da respectiva lei.

Nesse contexto, conclui-se que a plausibilidade jurídica da pretensão liminar encontra-se consubstanciada na legislação em vigor, bem como nos elementos de prova carreados aos autos .
Por outro lado, o periculum in mora revela-se no impedimento do
Se impresso, para conferncia acesse o site http://esaj.tjsc.jus.br/esaj, informe o processo 0900082-63.2015.8.24.0025 e o cdigo 3BAFD66. Este
livre e amplo exercício da Cidadania e Democracia que a falta das informações relativas aos atos da Administração Pública causa a seus cidadãos e aos ?"rgãos de Controle, enquanto não julgado definitivamente o presente feito.

Assim, presentes os pressupostos legais à concessão da tutela de urgência, a liminar pretendida deve ser deferida, concluiu Rafael Germer Condé, ao atender a promotora da moralidade pública, Louise de Resenes Marcon
Herculano
05/11/2015 21:29
UMA LIÇÃO AO MELATO E A FAVOR DA TRANSPARÊNCIA PARA OS GASPARENSES PAGADOES DE IMPOSTOS. A CASA DAS LEIS - SUSTENTADA PELO POVO - QUERIA NEGÁ-LA PARA A CIDADANIA. PRECISOU UM MEDIDA DE FORÇA DA JUSTIÇA PARA POR ORDEM NA CASA

Olha só o escreveu o juiz Rafael Germer Condé, para justificar e conceder liminar que obriga a Câmara atender na plenitude a lei da transparência. O pedido foi da promotora da moralidade pública, Chimelly Louise de Resenes Marcon

"...é possível concluir que é dever da Câmara Municipal de Gaspar, garantir aos cidadãos o amplo acesso à informação, especialmente no que toca à gestão do erário, não só como forma de assegurar o exercício de direitos elementares atinentes à Cidadania e à Democracia, mas, também, para conferir maior transparência à administração da coisa pública, anseio atual, de enorme magnitude, da sociedade em geral.

Na hipótese em análise, verifica-se em sede de cognição sumária, que a Câmara Municipal de Gaspar não vem cumprindo fielmente o seu dever de informação, nos termos de nossa Constituição da República e da Lei n.º 12.527/11.

Com efeito, infere-se dos elementos de prova que instruem a exordial, as diversas irregularidades no tocante ao dever de informação, não existindo no Sítio Oficial, apenas para exemplificar, informações claras e precisas acerca: dos horários de atendimento ao público; referente aos nomes de todos servidores responsáveis por cada setor, secretária/departamento; relação de cargos e salários dos servidores; gastos com diárias e ajudas de custo dos servidores, dentre outras.
Ademais, em consulta realizada nesta data no Sítio Oficial da Câmara Municipal de Gaspar, na Rede Mundial de Computadores (www.camaragaspar.sc.gov.br), constatei que a ré ainda não está atendendo, em sua integralidade, ao dever de informação nos termo da respectiva lei".
Herculano
05/11/2015 21:18
O EXEMPLO DA CÂMARA DE ILHOTA

A Câmara de Ilhota não é menor em importância. É apenas menor no enfrentamento da realidade e na arrogância se comparada a Câmara de Gaspar. Talvez melhor assistida.

Quando a promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon chamou o presidente para expor as suas fundadas preocupações em relação à falta de transparência da Câmara, ele concordou em assinar um Termo de Ajustamento de Conduta. Se livrou de uma Ação Civil Pública. E vai fazer o mesmo que os outros farão: um site para atender a lei e o cidadão que paga os políticos. Todavia, sem a pressão de um processo.

Quem orientou? O assessor jurídico da casa legislativa Aurélio Marcos de Souza, que já foi procurador do município de Gaspar. Já na Câmara daqui preferiu o enfrentamento. Mandou bananas pra a promotora. Agora, o juiz Rafael Germer Condé, mandou deu prazo para José Hilario Melato, PP, e seus asseclas, para descascar o abacaxi, em favor dos gasparenses. Bonito! Acorda, Gaspar!

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