Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

04/12/2017

ILHOTA EM CHAMAS. COMÍCIO SEM PRESTÍGIO

O prefeito de Ilhota, Érico de Oliveira, mobilizou toda a comunidade por semanas, para receber o deputado Federal Rogério Peninha Mendonça, e o Jerry Comper, chefe de Gabinete, do deputado Estadual, Aldo Schneider, este adoentado e internado em São Paulo, todos do PMDB. Era para assinar papelinhos de verbas e agradecer as referidas doações. Carros e ônibus oficiais perfilados. Na plateia algo em torno de cem pessoas. Quase todas comissionadas, dirigentes partidários e alguns funcionários públicos. E o povo eleitor beneficiários das emendas? Ausente! Retrato da próxima eleição.

O CORONÉ WANDO I

Foi um final de semana quente no ambiente político de Gaspar. Este assunto das “eleições democráticas” nas escolas e CDIs municipais, criadas pelo PT e que aconteceu na sexta-feira da outra semana, provou-se, mais uma vez, que foram apenas disputas políticas partidárias. O PMDB e PP se lançaram à lambança contra o PT.

A Educação, neste caso lamentável, foi a que menos importou nesse sistema de clara disputa e aparelhamento de poder. Meus leitores e leitoras souberam do assunto e da minha opinião sobre as tais eleições e os episódios aqui, com quase exclusividade, durante toda a semana passada em vários artigos que publiquei. Enquanto isso, quase todos os veículos se esconderam, perdendo leitores e audiência para o whatsapp e redes sociais. Vergonhoso para o jornalismo factual, não o opinativo (que é uma questão de opção e prioridade).

A minha coluna de sexta-feira foi diretamente na ferida. Todos os envolvidos se remoeram. Mais uma vez lançaram-me às pragas. Debatendo-me com elas, atiçado, voltei à área de comentários depois de ouvir vários áudios, que deixo para conhecimento e julgamento de vocês. E prossigo na minha preguiça. Estou "arredondando" para esta segunda-feira, alguns escritos na área de comentários da coluna e que é líder de acesso no portal do Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais atualizado e o mais acessado. Eles foram produzidos neste final de semana. Antes, todavia, escutem estes áudios, na sequência que estão abaixo. Para a maioria não é novidade, mas são essenciais para que se compreenda o que escrevo e questiono.

ÁUDIO 1


ÁUDIO 2

ÁUDIO 3

ÁUDIO 4

O CORONÉ WANDO II

Na campanha eleitoral do ano passado, pela frouxidão do Ministério Público Eleitoral e já expressei isso pessoalmente ao então titular que não está mais aqui na Comarca, os abusos com o uso da máquina de campanha foram tolerados. “Faltavam provas, materialidade”, alegava-se. Eu sempre achei que sobrava, mas... De um lado, o dinheiro correu solto no caixa dois para algumas coligações, e de outro, houve o abuso da máquina do poder de plantão.

Como foram tolerados lá, houve a sinalização para agora. Os crimes, como se provam, continuaram e tendem a aumentar. Sintomático. Estão protegidos pela suposta falta de provas e materialidade, mas principalmente, pelos relacionamentos corporativos e institucionais, que alegam ter entre poderes. Meu Deus!

O jornalismo manco, como sempre, esconde os fatos da cidade, dos cidadãos pagadores de pesados impostos, para apenas favorecer poderosos, das corporações de sempre, e ao mesmo tempo, se esfacela como jornalismo, e até mesmo como negócio de sobrevivência em tempos rudes financeiramente, de mudanças no negócio e clientes leitores.

Eu não! Não tenho negócios, não negocio e não fico, principalmente, como sempre reclamam, exposto, “rodando a bolsinha” nas esquinas, bares, festas de igrejas e rapapés, à espera de “conversas” para negócios oportunistas que me calem ou comprometam. E aí, se por um lado ganho audiência e credibilidade, por outro, ganho à ira dos envolvidos e dos concorrentes, ganho a perseguição do poder de plantão, inclusive sobre o patrimônio pessoal. O poder de plantão – seja ele antigo ou novo -, todos estão dispostos à tolerância para comigo, desde que eu não os incomode e permitam-lhes à esbórnia com o que não é deles, mas da sociedade.

Fui o único a tratar abertamente este assunto das eleições nas escolas e CDIs. Ele já rolava nas redes sociais e no whatsapp. Ou seja, de verdade, nem exclusividade de verdade eu tive. Apenas não escondi e nem disfarcei o que era público.

Os outros, nem sempre concorrentes, foram capazes de dar dicas aos seus leitores, ouvintes e telespectadores. Não fingi. Não escondi. A cidade possui sim, as suas mazelas e seus enlameados moral, ética e administrativamente. E são muitas.

Os áudios do vereador Evandro Carlos Andrietti, PMDB, no caso para eleger, e para colocar à força a sua candidata perdedora nas urnas num simples CDI, o Thereza Beduschi, no Barracão, seu curral de votos, onde é presidente da APP, é algo assustador.

Primeiro se é para ser assim, com vencedores marcados – independente da competência ou não - qual a razão das eleições (que não concordo e já expressei em artigos sobre isso). Segundo, quem é o vereador Andrietti, um leigo, com escola pela metade, para julgar a capacidade técnica da sua preferida e protegida? Vale apenas a amizade, a proximidade e a capacidade dela de arrumar votos para ele se manter no poder político e no curral representtivo?

Pior mesmo, é a forma como o vereador Andrietti, que falsamente prega a paz, fala em ternura e coração, que obrigou recentemente todos os vereadores a dois minutos de silêncio na falta do que falar, num "discurso" que fez na Câmara. Ele prova, com os devaneios, que manda no prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB. Incrível!

E parece que é mais um dos que coloca a faca no pescoço do prefeito dentro da minoria ainda escassa na Câmara. Ao vereador, ao menos se depreendem das gravações, Kleber disse que se subordina aos seus desmandos, caprichos, contra a vontade de uma maioria da comunidade escolar, que pelo voto democrático, não quis a indicada do vereador, do PMDB. Ambos lembram, ao menos no que pactuaram e comunicaram aos seus para tranquiliza-los e mostrar força, que são ditadores. Se não for assim, falsearam para a distinta plateia. O que é pior. Ai, ai, ai.

Andrietti, que teve dificuldade para fazer o mínimo quando era aluno e abandonou os estudos, talvez seja por isso, tenha hoje dificuldade para compreender o que fez e faz de errado nas eleições do seu CDI. Ele, entretanto, tem ao seu lado como assessora parlamentar, uma educadora. E parece que ela preferiu ser apenas assessora ao invés de somar os conceitos de uma docente ao seu chefe. Ora, birrento como uma criança mimada que perde o seu brinquedo preferido, o vereador Andrietti, fez e faz ameaças e chantagens, como presidente da APP, se as coisas não saírem do seu jeito? Hum!

Se as coisas não se deram voto no CDI, como seria o normal pelas regras do jogo, vão se dar na marra, pela canetada de Kleber, do PMDB, do poder de plantão e contra a regra do jogo e contra a Educação?

Este assunto, remete ao outro grave, próprio do coronelismo, o que discursa e promete proteger os fracos, os desassistidos, mas na prática defende primeiro o seu pirão.

Os políticos de Gaspar além de mandarem nos CDIs, como ratificou Andrietti e Kleber, mantém lá, seus filhos, ocupando vagas integrais, enquanto, os filhos dos trabalhadores, desempregados, todos eleitores, estão na fila que ultrapassa a mil necessitados à espera de uma vaga. Eles, pela inércia do governo Kleber, estão sem chances ou perspectivas.

A criatividade do governo de Kleber e Andrietti para esses 1.100 na fila de espera, acaba de oferecer apenas meio período, enquanto aos políticos, por direito adquirido, dispõem do período o integral, "roubando", assim, a vaga de um eleitor pobre, indefeso, sem padrinhos com o coroné Wando.

E o Ministério Público calado diante de tanta inversão de valores? Como diz um causídico da cidade, tem cheiro de prevaricação e improbidade administrativa. Acorda, Gaspar!

O CORONÉ WANDO III

Entre os comentários de leitoras e leitores meus na coluna de sexta-feira, sobre este delicado assunto, aprovei este. É claro que o autor faz parte do entorno do problema. O comentário está na íntegra, com todos os erros de ortografia e linguagem próprios desse entorno. É proposital a não correção. Afinal, o que está em jogo, neste caso, não é a educação, mas o poder, não importando os meios para isso.

“Mídia falsete
Acho que o vereador Wando está sendo mau interpretado, o resultado das eleições foi uma baixaria, então vamos aos fatos: 90 votos totais de pais,84 sim/6 não. Votos professores total 23, 10sim/13nao. Só um destaque somente 2 votos desses 13 são professores efetivos do Cdi,teve uma revolta nessa eleição por conta de 84 votos dos pais que saíram de sua casa até mesmo do serviço para votar na diretora, e ver que pra falar a verdade seus votos não vale nada. Acho que está na hora de dá oportunidade de deixar o vereador que é pai, e presidente do CDI a 4 anos poder se explicar. Por que mídia não sede esse espaço? Pois são urubus atraz de carniça”.

O CORONÉ WANDO IV

Na foto acima, para identificar os personagens, Andrietti, Rutinha e os protegidos na disputa política no CDI Thereza Beduschi, a qual deveria ser “democrática”, com a vontade da maioria. Prevaleceu o desejo de um, o do aparelhamento partidário.

Então, vamos por partes, como dizia Jack, o Estripador!

Você que chama de “mídia falsete” este espaço, que não se identifica, até porque certamente, não seria capaz para tal, ou está envergonhado, para defender o que argumenta e escreve aos meus leitores e leitoras, gente qualificada, com discernimento ou para contrapor ao que se esclarece, escreve-nos (eu, leitores):

"Acho que o vereador Wando [Evandro Luiz Andrietti, PMDB] está sendo mau interpretado, o resultado das eleições foi uma baixaria...",

Volto. Realmente, a votação, o processo, as chantagens, as ameaças e principalmente o desfecho, e não os resultados, foram a baixaria. Os áudios acima não deixam dúvidas. Todas orquestradas pelo vereador.

O que o vereador Andrietti - e todos os políticos - teme, é o desdobramento, cujas gravações estão disponíveis como provas irrefutáveis. E esses desdobramentos podem comprometer e enfraquecer ainda mais o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, a quem o vereador colocou-o de fiador para a sua aventura de poder, vejam só, num CDI, que o fez como extensão do seu negócio, da sua casa, do seu mando e mandato.

A coisa é tão descarada, sem medo de que a lei possa alcança-los em algum momento, que não se teve nenhum cuidado para com a comunicação e o diálogo entre os envolvidos nesta disputa de poder.

Sobre os fatos e números das eleições que você – o autor do comentário na coluna no portal - faz, são confusos. Não esclarecem nada. Estão eles aí para serem avaliados por quem quiser decifrá-los. Por isso, vamos adiante no que interessa e está em jogo: a decência.

Você escreve: "acho que está na hora de dá oportunidade de deixar o vereador que é pai, e presidente do CDI a 4 anos, poder se explicar. Por que mídia não sede esse espaço? Pois são urubus atraz de carniça".

Primeiro é necessário ir à escola e aprender português. Errar palavras básicas? Isso mostra como a intervenção política e dos "coronés", sem instrução mínima no idioma pátrio nas escolas e na educação, é danosa, produz analfabetos funcionais, dá péssimo exemplo, compromete o futuro das nossas crianças e por isso, crescidos, mandam bananas ao mínimo ético, pior de tudo: acham-se os reis da cocada preta nesse assunto, tão técnico, delicado e que pede responsabilidade cidadã plena.

Segundo, quem é que impediu o vereador Andrietti de dar a sua versão aqui? Só se foi a consciência dele. Eu jamais impediria, mesmo que isso contrariasse à minha opinião e principalmente à lógica desse processo. O coroné Wando resolveu dar um desfecho ao seu modo, com viés ditatorial a algo que não lhe competia. Ah, mas deu como pai e cidadão. Aceito! Entretanto, agiu com as regalias de político no poder. Usou a máquina, a influência, a chantagem, a ameaça. Então qualquer alegação de inocência, está comprometida na sua essência.

Desmentir, o que não pode mais ser desmentido deixaria o vereador, da base do governo, e não o pai de aluno, e nem o presidente da APP, ainda mais exposto e eu, com mais razão. Andrietti teve oportunidade na terça-feira passada na Câmara para se explicar. Não fez, porque não se inscreveu para tal. Tentou até em apartes. E ali, mais uma vez, demonstrou que não respeita o regulamento. Quis se impor e enfrentar no grito os fatos, os questionamentos. Foi mais uma vez um “coroné”!

O cidadão e o vereador Evandro Carlos Andrietti, a representação do velho, do PMDB cheio de dúvida em todos os locais, e sua assessora, que é professora, paga pelos pagadores de pesados impostos na função de assessora, é que não fizeram a parte que lhes cabem, na defesa daquilo que pensam e praticam.

E por que?

Apostaram no silêncio. No velho esquema. Além disso, esta coluna está apenas reproduzindo o que a cidade inteira conhece há muito pelo Whatsapp e redes sociais, onde Andrietti ainda não se defendeu adequadamente o mundo onde está. Então, você [“mídia falsete”, como assinou se escondendo, IP 201.34.171.215, o recado aprovado por mim na área de comentários], em nome do vereador e da lambança, está reclamando exatamente do quê?

O mundo mudou. Esses assessores parlamentares e os de imprensa da Câmara e da prefeitura de Gaspar, são deficientes, parasitas em cabides de emprego cheios de privilégios. Neste caso do vereador Andrietti, a assessoria dele prova, mais uma vez, que não está preparada e não funciona a favor de quem lhe protege, paga bem com o nosso dinheiro, o qual falta à Educação, Saúde, Assistência Social, Obras. Já mostrei isso aqui várias vezes. Ou o “coroné” Wando, com ajuda de Kleber, vai perseguir a imprensa, que não ficou amedrontada, calada e com o rabo no meio das pernas diante dos seus ensaios de desmandos?

Vamos lá: você (“mídia falsete”) assegura de que o vereador Andrietti está sendo mal interpretado? Pode até ser. Nunca exclui essa possibilidade. Mas calma ai! Quase tudo (eu imagino o que escapou) está gravado. A voz é dele; as expressões também; a orientação ditatorial também. Que má interpretação você reclama?

Resumindo: que tudo isso é uma baixaria, não há dúvida nenhuma para este escriba e de uma parte ponderável dos leitores e leitoras da coluna, pois eles são plurais e pensam, muitos, diferentes deste autor e inclusive, alguns deles, também são eleitores e defensores do vereador, mesmo diante de tantas evidências do erro.

Você escreve: "Acho que está na hora de dá oportunidade de deixar o vereador que é pai, e presidente do CDI a 4 anos poder se explicar. Por que mídia não sede esse espaço? Pois são urubus atraz de carniça".

A mídia, neste caso, é, sem dúvidas, esta coluna. Ela foi a única que tocou até agora publicamente neste assunto em Gaspar. E bomba, nos acessos não por isso, mas pela credibilidade e novidades. É isto que incomoda, verdadeiramente, o vereador Andrietti (e outros), e não é de hoje. A coluna é referência, é formadora de opinião e isso não foi feito neste momento, com este fato do escracho, mas por anos seguidos, enfrentando os poderosos e até gente que tentou calá-la por chantagens, sacanagens e até, sucessivos processos, ou até interditando patrimônio. Não deu certo!

O fato. A coluna não negou nada até agora ao cidadão e ao vereador Andrietti, à versão dele, mas também não vai comer cru na enrolação que pretende. E esta é a preocupação do vereador, acostumado a emocionar com o seu jeito manso, ao seu modo de "amigo" de todos, com migalhas e carinho, os da imprensa e que por isso estão todos calados publicamente, mas falando entre si da oportunidade perdida, até agora neste e outros assuntos.

E para finalizar, sobre a carniça que você (mídia falsete) cita no seu recado.

O porta-voz do vereador tem toda a razão. Os urubus só se aproximam quando a carne já está podre. É o cheiro e o sabor, que apesar de serem repugnantes, são denunciadores do desastre, do crime aos que procuram provas dele.

E o que apodreceu neste caso? Foi a jogada, a de força do vereador que não quis aceitar uma derrota numa escola onde é presidente da APP. Preferiu ser um "coroné", mostrar força, influência, poder e até vingança, exatamente para quem discursa mole, com paz, amor e coração e vítima.

O espaço está aberto, como sempre esteve a todos. E uma observação derradeira: como em outros casos, o Sintraspug está comendo, mais uma vez, poeira para os fatos e esta coluna. Acorda, Gaspar!

TUCANOS DE GASPAR SE DESPEDEM DE 2017

Foi um almoço na Sociedade Tamandaré, na Lagoa. Foi sábado. Ensaios. Discursos e aproximações. Organizado pela presidente, a ex-vereadora Andreia Symone Zimmeramamm Nagel, mostrou prestígio. Trouxe gente como o senador Dalírio Beber e o prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, além dos seus, como o ex-presidente Renato Luiz Nicoletti, a vereadora Franciele Daiane Back, Amadeu Mitterstein, Claudionor Cruz e Souza, Luiz Alberto Schmitt, José Antônio da Silva,o presidente do diretório de Ilhota, Pedro Paulo entre outros. Vieram também o presidente do PSD de Gaspar, Paulo Wandallen e o vereador Cícero Giovani Amaro, PSD, o ex-vereador Giovânio Borges, PSB, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB e seu chefe de gabinete, Pedro Inácio Bornhausen (estes de passagem); o vice do DEM de Gaspar, Luiz Marcos Nagel...

MAIS UM “REBELDE” SEM CAUSA

Welligton Carlos Laurentino, conhecido pelo apelido de Lelo Piava, 26 anos, suplente, e guindado recentemente a presidente do DEM de Gaspar, passou um mês na Câmara, no lugar da titular Franciele Daiane Back, PSDB.

Passou, é o termo mais adequado, pela Câmara. Não se preparou para a oportunidade efêmera e provou que ser suplente, já foi algo maior do que a sua real possibilidade.

Primeiro, é mau agradecido, algo que não acompanha os estadistas.

A titular Franciele, padece dos mesmos vícios dele, por isso, levanta dúvidas sobre a possível governança na presidência da Câmara. São dois jovens, dois bicudos, faltam-lhes não a experiência, mas a compreensão para a representação dos seus papéis sociais e políticos. Afastada pela licença negociada, mesmo assim, Franciele esteve na Câmara em quase todas as sessões. Piava a ignorou. E quando numa sessão, num instante de ausência, numa crítica que Franciele sofreu de Rui Carlos Deschamps, PT, que teoricamente divide o mesmo território eleitoral, o do Distrito do Belchior, onde foi superintendente e tem responsabilidade pelo que fez e não fez, também, Piava preferiu Rui e o PT, a quem avalizou e qualificou como melhor administração do que a atual.

O critério que usou? Vingança, miopia, oposição pela oposição e resquícios do berço petista que o embala na família há anos. A comparação só é possível 11 meses de governo do PMDB com os mesmos 11 meses de governo petista (voltarei ao tema mais tarde). Estão comparando as realizações 11 meses com 12 anos. Ai não dá. O que é permitido e lícito, é comparar inovação, formas e vícios.

Segundo. Ao ter a necessidade e gastar energia num tiro tão curto, quase doentia, de se posicionar contra a administração de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, Piava enquanto esteve na Câmara, atirou para todos os lados e por isso, agarrou-se, erroneamente, a galhos podres. Preferiu substituir o estadista que poderia se ensaiar, pelo ativismo juvenil para os aplausos fáceis. Quem mesmo orientou Piava? Ou deixaram ele solto para se esborrachar propositadamente agarrado ao seu galho podre? Ai, ai, ai.

Piava não sabe bem, pelo jeito em que partido está, o DEM.

Cobrado aqui sobre coerência e ideologia, Piava mandou o troco: ele não dá bola para essa tal ideologia. Então é por isso, que a política é um meio de roubar as esperanças da sociedade e os políticos, tornaram-se aproveitadores de situações contra a população para se satisfazerem pessoalmente no poder que tomam do povo pelo voto. Piava concorda com isso?

Piava, nem leu, não conhece e não dá importância para o ideário, diretrizes e princípios do seu próprio partido, o DEM, disponível inclusive na internet. E isso é muito ruim, para ele e os seus eleitores. E por que? Porque ele é presidente do diretório, o exemplo, o que lidera, o que exige, o que possui, motiva e conduz seguidores. Piava, na verdade, diz com sua resposta e atitude, então, que “alugou” uma sigla para o seu voo político de ocasião. É como um crente renegando o livro sagrado de sua crença, ao qual como um pastor ou líder, está obrigado a propagar e fazer crer aos outros. Explicado, assim, na atitude e resposta de Piava, a razão da falência política, da coerência e à busca do oportunismo fácil e imediato.

E para encerrar.

Piava, nem se preparou adequadamente para aproveitar o espaço que ganhou da titular Franciele. Piava, possivelmente não terá mais essa oportunidade nos próximos três anos, que estão reservados a outros dois suplentes da coligação, PSDB/DEM, se Franciele for mesmo para a presidência da Câmara no ano que vem, e isto acontecendo, não poderá ela ceder a vaga a ninguém em 2018.

No último dia de sessão ordinária, repito, na última sessão, Welligton Carlos Laurentino apresentou um excelente Projeto de Lei. Ele se preocupa com a transparência nos gastos de publicidade do poder público. Esse PL vai rolar longe dos seus olhos e com sorte, como se alinhou à minoria oposicionista, o verá aprovado no ano que vem, mas com os votos da situação a quem não combateu com fundamentos, mas com fragilidades.

Por derradeiro, vamos comparar bananas com bananas e mostrar a diferença de resultados entre elas.

Outro suplente, mas da base do governo, Cleverson Ferreira dos Santos, PP, também tão jovem quanto Welligton, e até inconsequente, em quatro sessões, aprovou um Projeto de Lei, o que criou o Dia do Ciclista.

E por que? Porque Cleverson planejou minimamente e trabalhou para o resultado em um mês (depois até ficou dois). Antes de chegar na Câmara, tinha um objetivo para marcar a sua passagem por lá, criar currículo político, discurso. Fez o projeto com antecedência, arredondou-o antes na assessoria da Câmara, e assim, já na primeira sessão ele estava protocolado, mobilizou grupos de interesse e presente na Câmara, Cleverson fez o seu PL seguir adiante pelas comissões, percalços até chegar a votação. Foi unânime: situação e oposição votaram nele e houve até os com a inveja pela repercussão popular – fato que não está exatamente neste questionamento.

Então, quem orientou o suplente de vereador Piava? Continuou mais suplente do que quando entrou. Apenas exibiu rebeldia e até traços de vingança. E não fundamentou à sua rebeldia, não justificou a sua vingança, porque sempre são injustificáveis, não produziu resultados legislativos, não representou a sociedade, não honrou os seus 498 votos. Faltou a causa. Triste!

 

Edição 1830

Comentários

Glmar
06/12/2017 07:34
qual é pior o CORONÉ WANDO ou CORONÉ DALSOQUIO ? Barração e Bateias merecem coisa melhor que essas dois.
Herculano
05/12/2017 19:56
AMANHÃ, QUARTA-FEIRA, É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA
Herculano
05/12/2017 19:55
"NA NOSSA OPINIÃO, LADRÃO TEM QUE IR PRA CADEIA" DIZ LULA. NÃO É PIADA

Conteúdo de O Antagonista. Um dia depois de João Pedro Gebran terminar seu voto no TRF-4, Lula voltou a desafiar a Justiça, o Ministério Público e a PF a apresentarem "provas de que ele seja corrupto", diz o Estadão.

"Vocês sabem que eu tenho nove processos. Nove. (?) O processo contra o Lula é o processo contra as coisas que nós fizemos no governo. Eu não vou entrar em detalhe, mas estou desafiando o Moro, o Ministério Público e a Polícia Federal a apresentarem um centavo que eu cometi algum deslize nesse país", disse o condenado, no Espírito Santo.

"Ninguém prendeu mais servidor público do que nós. Ninguém deu mais independência para o Ministério Público e fez mais investimento na inteligência da Polícia Federal do que nós. Quem aperfeiçoou o Coaf e criou a Controladoria-Geral da República fomos nós. Porque na nossa opinião ladrão tem que ir para a cadeia", acrescentou.

A única conclusão possível é que "o Moro", o MP e a PF estão fazendo tudo certo até agora.
Herculano
05/12/2017 19:51
CARMEM LUCIA " HORRORIZADA" COM FALTA DE TRANSPARÊNCIA DO JUDICIÁRIO

Conteúdo de O Antagonista.Cármen Lúcia cobrou dos presidentes dos Tribunais de Justiça o cumprimento da determinação para que se enviem ao CNJ os dados sobre salários de todos os juízes do país.

"Entreguei a todos uma planilha no dia 20 de outubro. Até hoje, não recebi as informações de novembro e dezembro", queixou-se a presidente do STF numa reunião, ontem, com os presidentes dos tribunais estaduais.


"Espero que em 48 horas se cumpra essa determinação do CNJ para que eu não tenha que acioná-los oficialmente", acrescentou Cármen.

A ministra disse ainda que ficou "horrorizada" ao ter de clicar 18 vezes em um dos sites de tribunais para ter acesso às informações. "Tem tribunal dificultando, e isso não pode acontecer."
Ana Amélia que não é Lemos
05/12/2017 18:58
Sr. Herculano:

Fui ao mercado perto de casa e a proprietária reclamou dos borrachudos, disse que ligou para a Prefeitura e recebeu como resposta que o Prefeito não tem dinheiro para comprar o remédio para mata-los. E completou; "Êta prefeito ruim".

Sr. Herculano, não me recordo de um prefeito que tenha sido BOM para Gaspar, se houve, eu não era nascida.

E quanto ao coronezinho Wando Andrietti, ele está mais para cangaceiro nordestino.
Sidnei Luis Reinert
05/12/2017 15:20
A Lava Jato e o Patrimonialismo


Artigo no Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Carlos Henrique Abrão e Laércio Laurelli

Corrupção institucionalizada é quando a estrutura do Estado, em todos os três níveis, é utilizada para desviar dinheiro do erário, atingindo diretamente o desenvolvimento nacional. Tem lógica a advertência do juiz Sérgio Moro: "É um quadro desalentador, um quadro de corrupção sistêmica, que é mais preocupante porque envolve o pagamento de propina como algo rotineiro e natural".

A corrupção sistêmica tem nos agentes estatais, grandes empresários e, principalmente, no executivo e legislativo, confiscadores do dinheiro público buscando a fortuna fácil. Todos eles sempre acreditaram na impunidade, por envolver figuras poderosas, principalmente no sistema político brasileiro onde se estruturou adonando-se do estado, aliança público-privada na expropriação da riqueza pública.

O contubérnio de corruptores e corruptos achava-se intocável no Brasil. A boa vida da corrupção sofreria um aneurisma grave, indo parar na UTI da "Operação Lava Jato". A doença diagnosticada era patrimonialismo e clientelismo e a primeira grande vítima era a Petrobrás. Em rigoroso trabalho de investigação de força tarefa do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, a partir do Paraná, mostraria à sociedade que a maior empresa brasileira estava sendo saqueada.

O paranaense Paulo Roberto Costa, funcionário de carreira e diretor da empresa por vários anos, seria o primeiro corrupto a delatar o esquema criminoso do qual era ativo participante. Era o início da tempestade que vem chocando o país nos últimos anos.

A corrupção institucionalizada não ficava adstrita à estatal de petróleo. As suas raízes eram mais profundas penetrando nas estruturas públicas. Os seus tentáculos apontariam a vassalagem dos corruptos políticos com grupos econômicos que distribuíam propinas na escala dos bilhões de reais. No executivo, no legislativo, entre servidores públicos e nos malandros de colarinho branco do mundo empresarial, a ganância no roubo ao dinheiro público transformou-se no paraíso da riqueza fácil. As investigações da Lava Jato se estenderiam por outros Estados e a fotografia revelada seria de envergonhar a própria vergonha. Explodiria esquemas em várias unidades federativas.

No Rio de Janeiro atingiria padrão de corrupção inacreditável, simbolizada na quadrilha do ex-governador Sergio Cabral, onde a megalomania da dilapidação do patrimônio público não ficava adstrito ao executivo, alcançava legislativo e o próprio Tribunal de Contas, onde a quase totalidade dos seus membros foram condenados à prisão. Os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho, igualmente.

O Rio é o triste exemplo de uma crise de corrupção que se alarga por todo o território brasileiro. Na Bahia, em um apartamento de ex-ministro e deputado federal eram encontrados R$ 51 milhões em dinheiro vivo, em malas e caixas de papelão. Certamente, com a continuidade das investigações, outras administrações aparecerão no radar da corrupção. A mais recente foi o Estado do Mato Grosso do Sul.

A opinião pública constituída por segmentos "informados", "mal informados" e os "desinformados", sobre o combate à corrupção tem posição comum: todos se indignam com o assalto sistêmico que vinha e vem sendo, em menos escala, praticado pelas corporações políticas e empresariais. O balcão de negócios foi desmascarado. Ante um executivo capturado pela corrupção, um legislativo que renunciou a ser o poder fiscalizador e um judiciário contemplativo, não fosse o notável trabalho da força tarefa da Operação Lava Jato, tudo continuaria como d'antes no quartel de Abrantes.

Quando vozes cavernosas se levantam para criticar as investigações que vem sendo feitas pela Lava Jato, torna-se importante enfrentá-las. Aproveitam de erros cometidos, como no caso da delação superpremiada da JBS, realizada em Brasília, nos porões da PGR (Procuradoria Geral da República), para tentar invalidar as colaborações premiadas. Infelizmente esse foi um episódio melancólico e teve em Rodrigo Janot o seu grande responsável.

O saldo altamente positivo da Lava Jato, no combate à corrupção institucionalizada na República, não pode e não deve ser negado por nenhum brasileiro de bom senso. Não podemos retroceder no combate à corrupção sistêmica brasileira.

Hélio Duque é doutor em Ciências, área econômica, pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Foi Deputado Federal (1978-1991). É autor de vários livros sobre a economia brasileira.
Mercon Siaminato
05/12/2017 15:04
Herculano

O coronezinho Wando não merece tanta atenção, é um bosta e representa bem a coligação deles.
Sidnei Luis Reinert
05/12/2017 12:08
A hora e a vez do Liberalismo Democrático


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Apontado como o "guru" econômico de Jair Bolsonaro, o economista Paulo Guedes aponta o "Caminho da Prosperidade" para o Brasil, em recente artigo no jornal O Globo: "Uma agenda liberal-democrata é agora a chave para a regeneração da classe política e a retomada do crescimento. O descredenciamento de partidos e lideranças de um establishment social-democrata perante a opinião pública abriu um vácuo ao centro do espectro partidário para a ascensão de uma nova classe política capaz de abraçar essa agenda".
O ideólogo liberal aponta o caminho: "Como os trinta anos de expansão ininterrupta de gastos públicos sob a social-democracia nos levaram à corrupção na política e à estagnação na economia, um programa liberal-democrata é o caminho para regenerar a democracia, restabelecer a governabilidade, fortalecer a Federação e recuperar nossa dinâmica de crescimento. Sem toma-lá-dá-cá num ministério enxuto em Brasília, e com mais dinheiro para segurança, saúde e educação nos municípios, onde o povo está".
Tucanos e petistas devem ter ficado muito pts da vida com Paulo Guedes. No artigo, o ideólogo econômico do Jair Bolsonaro lamenta os efeitos perversos de mais de "três décadas de espúrias alianças de obsoletos sociais-democratas com oportunistas conservadores". Paulo Guedes chutou no fígado da social-democracia e suas corruptelas afins: "A hiperinflação, os impostos excessivos, as taxas de juros astronômicas, o baixo crescimento, a corrupção sistêmica e a desmoralização da política são manifestações da incapacidade de articular a reforma do aparelho de Estado ante o desafio de às legítimas pressões por gastos públicos nas áreas sociais de uma democracia emergente. O maior erro foi embarcar em planos de estabilização que prescindiam dos fundamentos fiscais e da reforma do Estado".
Paulo Guedes está certíssimo quanto aponta que a saída para o Brasil é um regime Liberal e Democrático. Paulo Guedes apenas precisa ir além das meras "reformas do aparelho estatal". Não adianta "reformar" um Estado Ladrão, gastador, intervencionista e corrupto na essência. O Brasil precisa de uma inédita e profunda "Intervenção Institucional" que redesenhe, completamente, a máquina estatal brasileira. A Intervenção outorgará uma nova Constituição que vai implantar a plena Segurança do Direito, através do exercício da razão pública, que é a verdadeira Democracia. A segurança jurídica deverá assegurar a plena liberdade ao cidadão e ao empreendedor ?" princípios básicos que não temos hoje no Brasil.
Parece contraditório, porém precisamos de uma Intervenção Institucional justamente para acabar com o "intervencionismo estatal" que viabiliza o que nossos generais chamam de "plutocracia cleptocrática" ou "oligarquia do Crime Institucionalizado". A nova Constituição deverá implantar o verdadeiro Federalismo, fortalecendo o poder local nos municípios e nas regiões. A saída para revitalizar a legítima atuação política será o Voto Distrital, conferível pelo cidadão, que reduzirá o custo eleitoral e elegerá políticos mais próximos de quem os escolheu.
A nova Constituição ?" que jamais seria escrita pelos atuais corruptos que infestam e aparelham a hoje pervertida máquina estatal ?" deverá promover o aprimoramento institucional através da implantação de mecanismos de controle direto do cidadão sobre o aparato estatal, principalmente os aparelhos repressivos. A última Intervenção (a promovida pelo cidadão) terá de promover a "Transparência Total" sobre gastos e receitas. As Ouvidorias e Controladorias Públicas serão compostas por eleitores, habilitados tecnicamente, com mandato definido e sem reeleição.
A Intervenção deverá promover uma "revolução tributária". Além de reduzir a quantidade absurda de impostos, é preciso definir que a maior parte dos recursos públicos ficará, direta e prioritariamente, nos municípios, onde as pessoas vivem, e não nos cofres daquela coisa gastadeira e sem controle chamada União Federal. Um regime de "Imposto Justo", transparente, sem necessidade da cara, imensa e pretensa máquina fiscalizatória estatal, automaticamente, vai eliminar a causa da corrupção sistêmica.
A Intervenção Institucional tem de ser rápida, eficiente e eficaz. Seu processo implicará uma mudança cultural. Não será fácil mexer com a mentalidade de um povo adestrado e acostumado a ser "Estadodependente". Certamente será conflituoso, porém valerá a pena o aprendizado para conviver com a liberdade, cumprindo deveres antes de exercer direitos. Por isso que a Liberdade (o exercício responsável da cidadania) e a Democracia precisam ser a base do Brasil a ser reinventado.
A bandidagem organizada teme e é a maior inimiga da Intervenção Institucional. Os corruptos reacionários não querem mudanças. No máximo, admitem supostas "reformas" na máquina estatal que tende a ser cada vez mais gastadora, sonegadora e autoritária. A dita social democracia e suas corruptelas de canhota não desejam que nada mude, porque seu regime depende diretamente da "mamação" nas tetas estatais, promovendo privatarias pseudo privadas, enquanto se encena o canalha discurso no estilo "tudo pelo social".
O Brasil dos honestos exige mudanças estruturais. Pensadores liberais e democratas como Paulo Guedes, que trazem discussões relevantes ao debate político e econômico, só precisam deixar claro que as próximas eleições (meros mecanismos de escolha) e as "reforminhas" que Michel Temer conchava em almoços e jantares caríssimos não produzirão soluções consistentes para a "reinvenção" do Brasil com Liberdade e Democracia.
Os pensadores liberais (e libertários) têm a urgente missão de formular o Projeto Estratégico de Nação ?" tão reivindicado por nossos Generais de quatro estrelas (profissionais com formação em pós-Doutorado e preparados para enfrentar a guerra assimétrica em que o Brasil se vê mergulhado há décadas).
Por enquanto, petralhas e tucanalhas estão apenas experimentando o resultado daquela velha Terceira Lei de Newton. Toda a estupidez, maldade e canalhice praticada por seus dirigentes se volta, na mesma intensidade, contra eles mesmos. Eles estão se varrendo para a lata de lixo da História, apesar do ainda enorme poder de influência nos ditos meios "acadêmicos" e "intelectuais" (kkk).
O lamentável problema é que nós pagamos a conta gerada pela incompetente ou bandida social-democracia. Por isso, nem a eventual condenação e prisão de alguns deles serve de consolação e compensação...
Herculano
05/12/2017 10:34
NULO PARA PRESIDENTE!

Conteúdo de O Antagonista. O voto em branco é o favorito para 2018.

Em seguida, vem o voto nulo.

Diz o Estadão:

"Os mais importantes dados da mais recente pesquisa do Datafolha sobre a corrida presidencial são os que indicam que 46% dos entrevistados ainda não escolheram um candidato e que 19% não pretendem votar em nenhum dos possíveis postulantes.

Isso significa que a maioria absoluta dos eleitores, quando convidados a responder espontaneamente ?" isto é, sem que lhes sejam apresentados nomes ?", ou não se decidiu sobre seu voto ou diz que já decidiu anular ou votar em branco. Portanto, qualquer conclusão a respeito das chances deste ou daquele nome, nesta altura do campeonato, quando nem se sabe quais serão os candidatos a presidente, é precário exercício de futurologia."
Herculano
05/12/2017 07:09
PSD DE MEIRELLES RESISTE À REFORMA DA PREVIDÊNCIA E A MAIORIA PREFERE ADIAR, por Josias de Souza

Ao comentar a dubiedade do compromisso do tucanato com a reforma da Previdência, Henrique Meirelles ironizou: "Não quero ter a pretensão de entender o PSDB." A frase revela que o nariz do ministro da Fazenda é capaz de quase tudo. Brilha, espirra, coça, mete-se onde não é chamado? Só não consegue farejar o cheiro de queimado que exala do seu partido, o PSD. A grossa maioria da bancada federal da legenda não se dispõe a aprovar a reforma da Previdência. Num comportamento que desafia o entendimento de Meirelles, os deputados do PSD preferem adiar a encrenca para depois das eleições de 2018.

Além da pasta da Fazenda, o PSD controla o Ministério da Ciência e Tecnologia, onde dá as cartas o seu presidente licenciado, Gilberto Kassab. A legenda ocupa na Câmara 38 poltronas. Em privado, os correligionários de Meirelles estimam que apenas oito dos seus deputados se dispõem a votar a favor das mexidas previdenciárias. O flagelo é omitido ou negado em público para não constranger o titular da Fazenda.

Ocorre com o PSD de Meirelles e Kassab um fenômeno que se reproduz em todas as legendas governistas. Muitos deputados até teriam a disposição de arrostar o desgaste de votar a favor da reforma se tivessem a certeza de que a proposta seria aprovada. Como a perspectiva é a de que o Planalto não consiga colecionar os 308 votos de que necessita, os aliados não querem se desgastar com o eleitorado em vão.

Ironicamente, Meirelles é um ex-tucano. Em 2002, elegeu-se pelo PSDB como o deputado mais votado do Estado de Goiás. Convidado por Lula para presidir o Banco Central já no primeiro governo do PT, Meirelles não hesitou em renunciar ao mandato que acabara de conquistar. Desfiliou-se do PSDB. Posteriormente, fez baldeação no PMDB antes de chegar ao PSD, legenda que nasceu de uma costela do DEM de Rodrigo Maia, o presidente da Câmara. Ao criticar seu ex-ninho e silenciar sobre o PSD, Meirelles comporta-se como um sujeito que toca corneta sob um telhado de vidro.
Herculano
05/12/2017 07:07
QUANDO A MEMóRIA NÃO AJUDA, A SENILIDADE PODE SER UMA GRAÇA, por João Pereira Coutinho, sociólogo e escritor português para o jornal Folha de S. Paulo

1. Sempre gostei da distinção clássica rostos vs. nomes. Você sabe: há pessoas que são boas com rostos. Outras são melhores nos nomes.

Eu pertenço a uma terceira categoria: nem rostos nem nomes. Já pensei que era demência precoce, um efeito secundário de certas medicações. Hoje aceito a minha condição, que piora com a idade.

Conheço o nome de poucos amigos ?"os mais chegados, digamos. O resto é silêncio para mim, razão pela qual uso tantas vezes o tratamento "meu caro amigo" e "minha cara amiga". As pessoas pensam que é simpatia natural. Não é. É ignorância onomástica pura.

E, sobre rostos, sou capaz de identificar as feições das pessoas que partilham os meus dias. O resto, lamento, é neblina.

E foi assim que me encontrei no trem que liga Porto e Lisboa, uma viagem que faço várias vezes por mês. Sentado no meu canto, lia qualquer coisa de um autor cujo nome me escapa. E um rosto, a uns dez metros de mim, cumprimentou-me com um sorriso.

Olhei para o rapaz, reconheci a cara de um passado longínquo ?"mas o nome, "hélas!", era tão nítido como a paisagem que fugia pela janela. Sorri de volta.

Ele levantou-se, aproximou-se, cumprimentou-me. "João, não acredito!" Eu também não acreditava. "Meu caro!", respondi eu.

Ele, animado pelo reencontro, sentou-se ao meu lado. E começou a evocar episódios do passado e a chamar outros nomes para a sua dança nostálgica. "Lembras-te daquela vez em que...". Eu respondia: "Claro que sim, meu caro".

De vez em quando, quando ainda lutava contra a minha memória, arriscava: "Meu caro, tens conta no Facebook? Que nome usas, meu caro?" E ele, naturalmente: "O meu."

Foi então que desisti: quando a memória não ajuda, a senilidade pode ser uma graça. Basta olhar para o outro, quem quer que ele seja, como um personagem de romance, que desfia uma história que escutamos pela primeira vez.

Assim foi. O "meu caro" contou o que fazia, o que não fazia, onde estava, com quem estava. Foi narrando triunfos, negócios mal sucedidos, paixões frustradas, simpatias e antipatias.

Eu, como um leitor interativo, perguntava ao "meu caro" o que aconteceu depois, e depois, e ainda depois. Ele, sem saber que era o narrador do meu livro, ia iluminando esses caminhos, revelando encontros súbitos, enriquecendo as páginas invisíveis de um romance invisível com outros personagens, outros lugares, outras conversas memoráveis.

Passaram três horas. No fim, quando os passageiros desaguaram na estação, despedi-me do "meu caro" como quem escreve crítica literária de jornal. "És excelente nos diálogos", sentenciei, "mas não abuses dos adjetivos. Dou-te quatro estrelas, meu caro!"

Ele, divertido com o comentário, disparou à queima-roupa: "Tu continuas na mesma!"

Três horas de ignorância depois, era difícil discordar.

2. Houve um tempo em que eu alimentava a ilusão de que praticava exercício físico. "Costumo nadar três vezes por semana", dizia eu, do alto da minha soberba, para médicos vários que se horrorizavam com os meus exames.

A família desconfiava. Os amigos desconfiavam. Tanto exercício e não havia, digamos, provas palpáveis?

Bom, palpáveis, demasiado palpáveis, havia: esse é que era o problema. Até que a minha senhora, intrigada com a condição do atleta, resolveu espreitar a piscina onde ele passava certas manhãs.

Encontrou-o na água, sim, equipado a rigor. Mas o atleta boiava. Para que a imagem fosse mais decadente, só faltava uma coxinha de frango numa mão e uma caipirinha na outra. Acabou-se a fraude.

Hoje, vou à academia todas as segundas. Tenho um "personal trainer", com formação militar, que me obriga a correr, pedalar, esticar, dobrar, desdobrar e, de vez em quando, vomitar.

Amigos próximos, que também regressaram ao exercício depois de anos de atrofia, dizem que o dinheiro é mal gasto: quando saem da academia, sentem uma fome descontrolada que os obriga a "compensar".

Sinto inveja deles. Fome? Quando abandono o meu calvário, nunca entro em restaurantes. Vou direto para a farmácia onde procuro uma combinação perfeita de analgésicos e anti-inflamatórios que me acompanham durante toda a semana.

O ideal, aliás, era tomar a medicação antes de começar o treino. Mas quando sugeri a ideia ao meu "personal trainer", tive medo que ele me pudesse espancar
Herculano
05/12/2017 07:03
GOVERNO APROVA REFORMA 'AOS 45 DO 2º TEMPO', por Claudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A expectativa do Planalto, como tem acontecido em votações cruciais, é de aprovação da reforma da Previdência, ainda que "aos 45 minutos do segundo tempo", diz um ministro. São necessários 308 votos para aprovar a emenda na Câmara, e o governo contabiliza ao menos 320. Líderes acham que os deputados já se convenceram da necessidade da reforma. E eles confiam na memória curta do eleitor para aprová-la.

COMIDA MILAGROSA
O jantar de domingo mudou a atitude do anfitrião, Rodrigo Maia, que só fazia conta de diminuir. Agora ele confia na aprovação da reforma.

Só PENSA NAQUILO
Após jantar com o presidente Michel Temer e líderes aliados, Rodrigo Maia disse não fazer "contatem de votos". Lorota, não faz outra coisa.

FAZER POLÍTICA CURA
Aliados se empolgam com a disposição de Temer, em várias reuniões ao dia. Mal percebem que essa rotina produz nele efeitos terapêuticos.

MAIS DO MESMO
Não é a primeira vez, nem a última: faz parte da rotina do Congresso aprovar matérias importantes no "apagar das luzes" do ano legislativo.

CÂMARA VAI FINALMENTE EXTERMINAR SEUS ESCORPIõES
Após mais de cem registros de escorpiões, a Câmara dos Deputados decidiu dedetizar as áreas infestadas e também todas as suas dependências, a fim de exterminar os bichos antes que um servidor, visitante ou parlamentar venha a ser vitimado pelo seu veneno letal. Principal local alvo da dedetização, no Anexo 4 (conhecido por "Serra Pelada") os insetos caíram sobre as pessoas até nos elevadores.

DISPUTA PEÇONHENTA
Na Câmara, a piada é que os escorpiões evitam o plenário porque ali a concorrência é forte. O local também será dedetizado no dia 16.

BUROCRACIA VENCIDA
A dedetização da Câmara será feita em três fins de semana. A providência somente foi tomada após esta coluna divulgar o fato.

TODOS PASSAM BEM
Escorpiões capturados não podem ser eliminados antes de a Zoonoses identificá-los para "registro estatístico".

ANP BOICOTOU REUNIÃO
Só a Agência Nacional do Petróleo (ANP) não mandou ninguém à reunião, durante toda sexta (1º), de três ministérios com investidores (que representam R$500 bilhões) para discutir a cessão onerosa da Petrobras. A ANP anda perdida como cachorro em dia de mudança.

TRF4 JULGA LULA EM 2 MESES
A expectativa no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) é que o recurso contra a condenação de Lula a 9 anos e meio de cadeia seja julgada em 60 dias, talvez meados de fevereiro, março no máximo.

NADA MAIS TUCANO
Para o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Trípoli, é "falta de respeito" e "ingratidão" do governo federal não apoiar Alckmin para presidente. Ou seja, os tucanos acham que o governo não os merece, mas a turma de Michel Temer tem a obrigação cívica de apoiá-los em 2018.

DINO NÃO DECOLA
Pesquisa Vox Populi no Maranhão aponta empate entre Flávio Dino (PCdoB), com 37%, e Roseana Sarney (PMDB), 35%, para o governo. No poder há 3 anos, Dino tem feito uma gestão considerada medíocre.

CAIXA (PRETA)
A Caixa distribuiu apenas R$4 bilhões em prêmios, até novembro, e promete distribuir mais R$220 milhões na virada do ano. E arrecadou com loterias R$12 bilhões. Precisa explicar o que fez com o resto.

EXPERIÊNCIA GREGA
A idade média de aposentadoria na Grécia era de 61,9 anos, e o país quebrou. Foi obrigado a aumentar a idade mínima para 67 anos. Lá, aposentadoria integral só após os 37 anos de contribuição.

OPORTUNIDADE PERDIDA
O relator Carlos Marun (PMDB-MS) acha que, ao recusar convite da CPI da JBS, Rodrigo Janot "perde a oportunidade de esclarecer o acordo de delação premiadíssima com os irmãos Batista". Ele apresentou requerimento transformando o convite em intimação.

NOEL MEIRELLES
O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) previu para 2017 o "melhor Natal dos últimos anos". Para ele, a recuperação do emprego já é uma realidade e será sentida de forma mais forte nas festas de fim de ano.

PENSANDO BEM...
...governo não pode fazer comercial pela reforma da previdência, mas quem não quer perder privilégios faz propaganda contra o governo.
Herculano
05/12/2017 07:00
LULA AMEAÇA A ECONOMIA, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

A pedidos, tento responder à pergunta que eu próprio lancei na coluna de sábado (2), na qual questionei se investidores têm reais motivos para temer uma piora da economia, caso Lula seja eleito presidente. Eu receio que tenham, mas, como veremos, os motivos são mais sutis do que sugere a polarização nossa de cada dia.

O primeiro fato a destacar é que, em 2002, também sob a desconfiança do mercado, Lula sagrou-se presidente e fez, especialmente no primeiro mandato, uma administração responsável da economia. Sua gestão não apenas produziu superavits primários como ainda patrocinou uma importante reforma da Previdência.

Foi só no final de seu segundo mandato, com o propósito de fazer o sucessor e impulsionado pela exuberante bonança das commodities, que Lula começou a flertar com o populismo. Nada de irrecuperável, porém. Foi preciso Dilma para que a responsabilidade fiscal realmente desandasse.

Se a história acabasse aqui, nenhum investidor deveria temer a volta de Lula. Só que a história não acaba aqui. O Lula de 2018 não é o Lula de 2002, que fez a Carta aos Brasileiros.

De lá para cá, houve a Lava Jato, o impeachment e a assunção do governo Temer. Acuados, Lula e o PT não viram alternativa que não adotar um discurso de forte oposição ao programa liberal de Temer. Lula agora se opõe à reforma da Previdência, à trabalhista, à PEC do Teto de Gastos etc.

Uma possibilidade é que tudo isso não passasse de discurso de campanha e que, uma vez eleito, diante do imperativo de fazer as contas fecharem, Lula iria a gerir a economia de forma fiscalmente responsável.

O problema é que, depois do estelionato eleitoral de Dilma em 2014, ficou perigoso para qualquer candidato prometer uma coisa e, logo depois, começar a fazer o seu contrário. Há razões, portanto, para acreditar que Lula fala sério quando diz que, eleito, iria ampliar os gastos públicos e reverter medidas adotadas pela atual gestão
Herculano
05/12/2017 06:56
PSDB ISOLADO: PARTIDO FAZ JOGO DO "EU SOZINHO"; ESTÁ PRESTES A FAZER BURRADA NA PREVIDÊNCIA, por Reinaldo Azevedo

A ala do PSDB que decidiu resistir à reforma da Previdência, vejam que coisa!, é aquela mesma, sem tirar nem pôr, que comandou a pressão em favor do rompimento com o governo federal. Que coisa curiosa, não? Enquanto parecia que o presidente não conseguiria levar adiante uma nova proposta, os ditos "cabeças pretas" do tucanato se escondiam confortavelmente na covardia: sabiam que estavam batendo num governo que faz a coisa certa, embora impopular. Ora, a política existe também para convencer as pessoas, para tentar fazer com que mudem de opinião, para, em suma, liderar o processo político, não apenas para ser seu caudatário.

Mas não tem jeito. Essa ala tucana se comporta com a arrogância de quem dá as cartas, fingindo uma hegemonia do processo que simplesmente inexiste. O fim de semana passado poderia ter sido de entendimento entre o presidente Michel Temer e o governador Geraldo Alckmin. Não aconteceu nada. Pior: tucanos tentaram vender a versão de que foi Temer quem tentou uma aproximação com o mandatário dos Bandeirantes, o que teria sido delicadamente refugada por este. Ocorre que isso não aconteceu.

Ainda há pouco li um texto sustentando que o presidente não teria desistido de ter Alckmin também como o candidato do Palácio do Planalto. Não é o que tenho ouvido. Não é o que indica a lógica. Diria até que os fatos vão na contramão dessa versão. Os tucanos estão achando, de posse sei lá de quais dados, que são os donos da bola. E, vamos ser claros, não são.

Basta analisar a pesquisa Datafolha. Não há nenhuma razão para achar que o pré-candidato tucano deu início a uma escalada irresistível. Por mais que a muitos pareça óbvio ?" e deveria ser mesmo - que o governador do maior Estado do país seja o líder, dado o atual quadro, do centro político, o fato é que o cálculo mesquinho impede que essa liderança se consolide
Herculano
05/12/2017 06:52
DIREITOS HUMANOS PARA OS HUMANOS DA ESQUERDA, por Joel Pinheiro da Fonseca, economista, para o jornal Folha de S. Paulo

Os direitos humanos são vistos como coisa de esquerda no Brasil. É uma pena. Suspeito que isso se deva mais a animosidade para com a "turma dos direitos humanos" do que ao tema em si. Ela é vista como pronta para defender os direitos humanos de criminosos (o que é correto -a lei é para todos, sem exceção) enquanto silencia sobre a violência e o crime organizado que assolam tantos inocentes.

Nem toda turma é igual. O Human Rights Watch (HRW), uma das principais ONGs internacionais de defesa dos direitos humanos,publicou semana passada um relatório ("Crackdown on Dissent: Brutality, Torture, and Political Persecution in Venezuela") sobre o maior violador de direitos humanos da América do Sul: o regime de Nicolás Maduro.

Os casos relatados pela HRW dão uma ideia da violência do regime. Um exemplo: Ernesto Martin (pseudônimo) foi apreendido em sua casa por oficiais não-fardados, levado até Caracas, vendado e acusado de ser um terrorista, sem julgamento. Foi despido, pendurado por uma corrente no teto, recebeu jatos d'água e choques elétricos para confessar que recebia dólares da oposição. Depois de semanas preso e submetido a torturas, assinou um termo em que afirmava ter sido detido por apenas um dia e, com a obrigação de se apresentar às autoridades a cada 15 dias, foi liberado. Finalmente, conseguiu fugir do país.

É um caso entre centenas. A conclusão é dura: a violação de direitos humanos não é fruto de abusos pontuais, mas prática sistemática das forças de segurança. As violações incluem detenção arbitrária -desde abril, foram mais 5.400 presos por conta de protestos -, tortura (por espancamento, asfixia, choques elétricos e estupro) e mesmo assassinato. A finalidade é "reprimir a dissensão política e instilar o medo na população". Enquanto isso, as autoridades jogam a culpa da violência na oposição. Lembra alguma ditadura de nosso passado recente?

A catástrofe econômica e social não deixa alternativa. É umpaís qual a classe média urbana tem que procurar comida no lixo. 82% da população vive na pobreza. A violência está fora de controle. Dezenas de milhares de pessoas já migraram para o Brasil e para a Colômbia. Nesse contexto, ou o regime endurece cada vez mais, ou cai. Maduro já tem o Judiciário sob seus pés e, com a nova Assembleia Constituinte, terá o Legislativo. É um ditador.

O que o Brasil pode fazer é uma questão em aberto. Talvez sanções contra oficiais do regime sejam um bom caminho. Mas está bem claro o que nenhuma força política minimamente decente deveria fazer: apoiar essa desumanidade.

Disse Gleisi Hoffmann, presidente do PT, na Nicarágua: "O PT manifesta seu apoio e solidariedade ao governo do PSUV, seus aliados e ao presidente Nicolás Maduro". E não foi nos anos áureos de Chávez, e sim de julho de 2017; ou seja, com a repressão a pleno vapor.

Aí vemos a hipocrisia de tantas vozes que clamaram indignadas pela democracia na época do impeachment. O discurso de legitimidade democrática é um fino disfarce do intento real: para o nosso lado, tudo é permitido.

Dá para ser melhor do que isso. O Brasil precisa ter uma esquerda moderna, capaz de condenar sem medo regimes brutais como a ditadura de Maduro. É hora da turma dos direitos humanos mostrar a que veio
Herculano
04/12/2017 22:23
A FARRA BILIONÁRIA DOS SINDICALISTAS PELEGOS ESTÁ PERTO DO FIM, por Augusto Nunes, de Veja

As reformas aprovadas pelo Congresso deveriam ter sido mais ousadas? Claro que sim. O governo federal exagerou nas concessões a bancadas orientadas pelo oportunismo? Sem dúvida. Foi muito salgado o preço pago em verbas e cargos pelo apoio de deputados e senadores? Foi. Ainda assim, bem-vindas sejam as mudanças ocorridas na legislação trabalhista, no sistema eleitoral e em outras velharias do século passado.

A cláusula de barreira, por exemplo, começará a desmatar a selva dos partidos de aluguel. A coligação em eleições proporcionais vai morrer só em 2020, mas é animador constatar que a agonia é irreversível. As relações trabalhistas enfim começaram a cruzar a fronteira do terceiro milênio. E o fim da contribuição sindical obrigatória apressou a erradicação da pelegagem viciada no ócio sem dignidade.

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Como a chuva de dinheiro cessou, os chefões das entidades sindicais vão descobrindo que a farra bilionária está perto do fim. Por enquanto, a maioria dos sindicatos e federações aperta o cinto dos outros e demitem funcionários, mas alguns pelegos amamentados por governos do PT já planejam o abandono do barco condenado ao naufrágio.

Dirigentes da CUT, por exemplo, lutam por vagas nos botes que podem alcançar a Praça dos Três Poderes e depositá-los no atracadouro do Congresso, ao lado de algum gabinete parlamentar. Os náufragos vigaristas sabem que só a vida mansa de deputado é comparável ao vidaço de sindicalista pelego.
Herculano
04/12/2017 22:20
GILMAR CRITICA PRISÃO QUANDO LULA ROÇA AS GRADES,por Josias de Souza

Três fatos merecem a sua atenção: 1) Saiu nova pesquisa do Datafolha. Lula consolidou-se como líder da corrida presidencial. 2) O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator do processo contra Lula no TRF-4 concluiu o seu voto. 3) O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal voltou a criticar as prisões da Lava Jato.

Repetindo: a corrida presidencial é liderada pelo pajé do PT, condenado a 9 anos e meio de cadeia. Um tribunal federal se prepara para julgar o caso. Num instante em que Lula roça as grades, Gilmar Mendes reitera uma pregação que pode levar o STF a rever a regra que autoriza a prisão dos condenados em segunda instância.

Agora preste atenção no que está por vir: condenado, Lula será um ficha suja, inelegível. Prevalecendo a posição de Gilmar Mendes, ele poderá recorrer em liberdade. E o Brasil da Lava Jato, uma cleptocracia cuja Constituição obriga o afastamento de presidentes que se tornam réus, passará a conviver com a campanha de um favorito que é corrupto sentenciado, eventualmetne condenado em duas instâncias.

Uma coisa é preciso admitir: o Brasil faz o pior o melhor que pode
Sebastião Cruz
04/12/2017 20:54
Caro Herculano;

"Generais preocupados com a insegurança" às 15:59Hs


QUERO TANQUES NAS RUAS... PATRULHA BLINDADA... LULA NA CADEIA!
Violeiro de Codó
04/12/2017 20:41
Sr. Herculano

"A JUSTIÇA DE JUSTICEIROS. RAQUEL DODGE PEDE AO STF PARA RESTABELECER A PRISÃO DE JACOB BARATA FILHO"

A Dodge conseguiu se transformar em Mercedes.
Sidnei Luis Reinert
04/12/2017 20:40
Herculano, o CORONÉ?( o cara) poderia mandar o prefa fazer uma ponte nova na minha rua, que está nas últimas. A vereadora daqui mostra-se fraca neste quisito, já que estou à 11 meses implorando a ela. E não é só ela, já pedi pessoalmente ao prefeito, secretário da agricultura( que diz que trabalha em parceria com a de obras KKKKKK) entre outros. VERGONHA!!!

Belchior do Meio
04/12/2017 20:37
Sr. Herculano:

"É A POLÍTICA, ESTÚPIDO!" PRESO OU SOLTO, LULA USOU A SEU FAVOR OS ATOS DOIDIVANAS DA LAVA JATO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Se o jornalista Reinaldo Azevedo não fosse esquerdoPaTa de carteirinha, até daria para acreditar na baboseira que escreveu.

É a ignorância estúpido, que te faz ser vassalo de um ladrão.
Sujiru Fuji
04/12/2017 20:33
Às 16:58Hs: Reinaldo Azevedo levou um ponta-pé no traseiro da Revista Veja e continua o mesmo idiotizado de sempre.

Pau que nasce torto não tem jeito morre torto, este é o REI.
Herculano
04/12/2017 18:16
A JUSTIÇA DE JUSTICEIROS. RAQUEL DODGE PEDE AO STF PARA RESTABELECER A PRISÃO DE JACOB BARATA FILHO

Conteúdo do G1, de Brasília. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu nesta segunda-feira (4) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que restabeleça a prisão do empresário Jacob Barata Filho. A informação foi divulgada pela assessoria da PGR.

Barata Filho foi preso novamente no mês passado, mas a defesa dele recorreu ao STF, e o ministro Gilmar Mendes mandou soltá-lo, pela terceira vez.

Segundo a nota divulgada pela PGR, Raquel Dodge argumenta, por exemplo, que a decisão não caberia a Gilmar Mendes, mas, sim, ao ministro Dias Toffoli.
A procuradora-geral alega, também, que Barata Filho descumpriu as medidas cautelares impostas a ele em outro caso em que ele havia sido preso e libertado.
Herculano
04/12/2017 16:58
"É APOLÍTICA, ESTÚPIDO!" PRESO OU SOLTO, LULA USOU A SEU FAVOR OS ATOS DOIDIVANAS DA LAVA JATO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Vamos ser claros? Quem não sabe o que fazer em 2018 são a direita e a centro-direita. Os demais candidatos vão bem, obrigado. Vejam lá: o cenário que todos consideravam improvável há um ano, exceto o doido aqui, se consolidou. Lula sobreviveu à Lava Jato, deu uma chave de braço no lava-jatismo doidivanas e lidera as pesquisas de intenção de voto. Se puder ser candidato ?" não vai poder -, vencerá a disputa.

Sua vantagem, em relação a setembro, aumentou no confronto com todos os candidatos no segundo turno, Contra o tucano Geraldo Alckmin, uma diferença de 14 pontos passou a ser de 22: 52% a 30% ante 46% a 32% há dois meses. Contra Marina Silva (Rede), os antes 8 pontos de distância (44% a 36%) são agora 13 (35% a 48%); contra Jair Bolsonaro, os 47% a 33% (14 pontos) se converteram em 51% a 33% (18 pontos). Nos três casos, o petista cresceu; seus adversários ou caíram ou ficaram na mesma.

Lula vai ser condenado e pode até ser preso, mas ele quebrou a espinha política da Lava Jato. O partido que comandou a maior máquina de privatização da coisa pública - com ou sem roubo para enriquecer vagabundos, o seu maior crime foi o assalto político ao Estado -, conseguiu vencer politicamente o lado policialesco da operação,

Percebeu, com impressionante rapidez, a despeito do que dizia ao público, que não se tratava de uma ação orquestrada contra um partido político, mas contra a política. Berrou "discriminação, injustiça, golpe etc", tratou de excitar o sentimento da união dos miúdos contra os graúdos - como se ele, PT, fosse pequeno -, uniu-se em torno de seu líder e não cedeu às intimidações da Lava Jato.

Fez, em suma, o contrário do PSDB. Este se ajoelhou, com raras exceções; diante de Rodrigo Janot e procuradores, endossou ações ilegais da operação, inclusive contra os seus; começou a prestar reverência a grupos que apoiam justamente lado mais nefasto da atuação do Ministério Público Federal - seu aspecto policialesco e "ilegalista". Eis aí o resultado. Mais: os tucanos acharam que era uma boa ideia juntar forças contra o governo Temer, que caminha o bom caminho, pegando carona num "Fora Temer" que, vamos convir, nem o próprio PT levou a sério.

Lá nas suas entranhas, Lula e o PT querem mais é que Temer conserte o que dá para consertar. Uma coisa é certa: a bandeira da oposição é do petismo, não do tucanismo. Chega a ser estelionatário o discurso oposicionista do PSDB.

Mais um pouco: o PT não é burro e percebeu, desde sempre, que o ataque generalizado a todos os partidos e a todos os medalhões da política era o caminho perfeito da sua ressurreição. E, então, deu graças a Deus quando viu a coisa fugir completamente ao controle de qualquer razoabilidade e parâmetro legal. E, bem, agora, sou obrigado a lembrar?

Fala, Reinaldo Azevedo, em 17 de fevereiro de 20017, em coluna na Folha:

"Se todos são iguais, então Lula é melhor".

Eis aí. Só restará agora aos adversários de Lula o papel constrangedor, mixuruca, mesquinho mesmo, de torcer para ao TRF4 condenar Lula. Chegamos a um ponto de ruindade em que é preciso que o tribunal faça o que o povo não faria.

"Ah, mas as instituições estão fortalecidas!"

Uma ova! Não estão, não!

Ao contrário: a cada dia, e sempre mais do que no anterior e menos do que no seguinte, um tantinho da institucionalidade se rende ao alarido, à gritaria e ao populismo.

Como Lula não estará na disputa, e isso é praticamente certo, ninguém sabe ao certo o que virá. Mas uma lição já está dada: falando maravilhas ou bobagens, política se faz em pé e com lealdade aos pares. O resto é conversa de trânsfugas do oportunismo.

Os rapazes malvadinhos do MPF, sob o comando do destrambelhado Rodrigo Janot, conseguiram realizar esse prodígio!

Não, Reinaldo, foram os políticos,,,", diz o analista burro ou de joelhos no altar da lava-jatismo.

Besteira! Se essa análise estivesse certa e se estivessem a ser punidos eleitoralmente, seguindo a hierarquia dos seus malfeitos, os políticos que comandaram a festa, Lula seria o último colocado na preferência. E, no entanto, ele é o primeiro.

Às vezes, a gente diz: "É a economia, estúpido".

Mas, sempre chega a hora em que é preciso dizer: "É a política, estúpido!"
Digite 13, delete
04/12/2017 16:00
Oi, Herculano

Às 14:43Hs

Colaboram, para isso:

a)a insípida e irrelevante mídia brazuca, que não faz bom jornalismo e não dá o destaque necessário aos desmonte da Lava-Jato; e

b)o povaréu, que simplesmente se recusa a ir para as ruas protestar contra qualquer coisa, mas tem tempo e disposição de sobra para ir a jogos de futebol e comemorar, por 24 horas, um título.

Assim, é lógico que os poderosos deste país vão continuar "estuprando" as leis que lhes contrariem, e solapando o futuro do Brasil.
Sidnei Luis Reinert
04/12/2017 15:59
Generais preocupados com a insegurança


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Da manhã desta segunda-feira até quinta-feira o dia todo, o Alto Comando do Exército se reúne no Forte Apache (apelido do Quartel-General), em Brasília. Os 15 Generais de quatro estrelas estão muito preocupados com a conjuntura de violência e radicalismo que pode se agravar em 2018, com a proximidade da eleição. Os comandados têm visão diferente do General Eduardo Villas-Bôas sobre a "normalidade institucional". Muitos constatam que muita coisa não parece tão normal assim.
Todo mundo se lembra que o mais popular dos generais, Antônio Mourão, deu uma palestra na Maçonaria para cobrar uma atuação efetiva do Judiciário no combate à impunidade. Os juízes das instâncias inferiores seguem cumprindo seu papel. No entanto, o andar de cima continua vacilando... O supremo magistrado Gilmar Mendes, por exemplo, mandou soltar novamente empresários de ônibus acusados de ligações com a corrupção cabrálica no Rio de Janeiro ?" onde as Forças Armadas são sempre convocadas para a guerra contra o bem-armado narcocomércio...
Os temas que serão discutidos pelos generais em quatro dias de reuniões fechadas ficarão desconhecidos do público. Os militares têm o hábito salutar de não vazar o que discutem reservadamente. No entanto, a maioria deles insiste que a sociedade brasileira precisa se mobilizar para a elaboração de um Projeto Estratégico de Nação. Alguns grupos organizados estão fazendo este "dever de casa", enquanto os políticos profissionais só pensam em eleição e reeleição...
O preocupante fla-flu eleitoral começou antes de 2018 chegar... As enquetes já colocam Lula na liderança e consolidam o nome de Jair Bolsonaro... Será que vem alguma novidade diferente? Melhor ficar de olho... Até agora, o mais assustador e previsível é a rejeição do eleitorado. Mais da metade dos ouvidos em "pesquisas" falam em anular o voto ou em branco.
Tal omissão burra do eleitor sem-noção é tudo que os membros da plutocracia cleptocrática desejam... E corruptos e bandidos cada vez mais fortes alimentam o clima de insegurança e violência descontrolada que tiram o sono dos militares... Para um bom entendedor, os generais não gostam do que estão vendo e prevendo...
Erva Daninha
04/12/2017 15:32
Oi, Herculano

Sem a candidatura de Lula em 2018, a economia melhora imediatamente - Do O Antagonista

Só é cego quem não quer ver que o PT é nefasto, é tóxico. Precisa ser enterrado imediatamente.
Mariazinha Beata
04/12/2017 15:14
Seu Herculano;

O vereador Andrietti não é só CORONÉ em atitudes, olha a cara dele, parece aqueles coronéis nordestino (estilo Sinhozinho Malta). Depois daquela foto com camisa vinho e gravata vermelha, valha me deus!!! É o pai da cafonice.

E mais um mandando no Kleber?
Olha, vai rolar um ciuminho do Pererinha.
Bye, bye!

Anônimo disse:
04/12/2017 15:00
"ILHOTA EM CHAMAS. COMÍCIO SEM PRESTÍGIO"

Herculano, isso me remete aos comícios do PT.
O prefeito Érico de Oliveira devia ter chamado o MST, a CUT, pagar ônibus (ida e volta) distribuir pão com mortadela, camiseta, boné e ainda dar um troquinho de uns vinte pila para cada um, essa pelegada se "mata" por qualquer ideia de maria-vai-com-as-outras.
Herculano
04/12/2017 14:43
A JUSTIÇA E SEUS JUSTICEIROS QUE CADA VEZ MAIS DESACREDITAM-NA. GILMAR DIZ QUE PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA NÃO É OBRIGATóRIAA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Testo de Letícia Casado, da sucursal de Brasília. O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse nesta segunda-feira (4) que a prisão após condenação em segunda instância não é obrigatória e que é preciso desconfiar se o Ministério Público tentar ocupar um vácuo de poder.

Em 2016, o Supremo decidiu que a pena deveria começar a ser cumprida depois que um tribunal referendasse a primeira decisão. Assim, o juiz pode determinar uma prisão antes que o réu recorra até o STF, a última instância do Judiciário.

"Seria possível prender-se. Mas não dissemos que era obrigatória a prisão", destacou o ministro durante evento em Brasília.

Embora a jurisprudência da corte seja recente, alguns ministros defendem que o assunto seja debatido novamente. O próprio Gilmar, que naquela época votou a favor da execução provisória da pena, mudou de opinião e agora defende que o réu recorra em liberdade.

A questão pode esbarrar em uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de 2018. Pré-candidato ao Planalto, ele foi condenado em julho em primeira instância na Lava Jato e recorreu.

Na sexta-feira (1º ) o juiz federal João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato na segunda instância, concluiu seu voto sobre o caso. Esta é a primeira etapa dentro do tribunal para dar andamento aos trâmites do recurso antes que o julgamento seja marcado. Ainda não há data para os desembargadores analisarem o caso, que pode tornar Lula inelegível.

Mesmo que o tribunal mantenha a condenação de Lula, o ex-presidente pode recorrer aos tribunais superiores e pedir liminar para suspender os efeitos da condenação e da inelegibilidade.

Conforme informou a Folha, a avaliação interna no Supremo é que qualquer cenário de condenação de Lula em segundo grau ?"ainda que ele consiga uma liminar para concorrer à eleição?" vai pressionar a corte a discutir novamente a decisão sobre execução provisória da pena.

MINISTÉRIO PÚBLICO

Gilmar disse que é preciso estar atento para uma eventual tentativa de o Ministério Público tentar eliminar a classe política para ocupar o vácuo do poder.

"Já diziam todos os cientistas políticos: a política tem horror a vácuo. O vácuo acaba sendo preenchido, e preenchido por qualquer um porque tem condições de fazê-lo. E acontece isso com o Judiciário e talvez tenha acontecido isso hoje com o Ministério Público. Na medida em que a gente elimina a classe política como um todo, pouco importa se estão corretas ou não as imputações, nos colocamos no lugar. Desconfiemos também disso", afirmou.

"Em geral a balança do poder oscila e em um sistema como esse, complexo, você às vezes desenvolve políticas compensatórias. Então, às vezes, o ativismo vem disso: uma tentativa de suprir omissões."

Ele voltou a repetir que a Lava Jato tem abusado da duração das prisões preventivas e disse que elas podem servir para forçar o réu a fazer delação.

"Na verdade, a prisão em segundo grau em muitos casos ?"especialmente no contexto da Lava Jato?" se tornou algo até dispensável, porque passou a ocorrer a prisão provisória de forma eterna, talvez até com objetivo de obter a delação."

ATIVISMO JUDICIAL

O ministro participou de um debate sobre "ativismo judicial" ?"expressão usada para criticar o que seria considerado uma interferência indevida do Judiciário nos Poderes Executivo e Legislativo.

Sem falar diretamente sobre o assunto, Gilmar rebateu críticas que tem recebido por conceder habeas corpus a investigados pela Lava Jato no Rio e disse que "quem decide reconhecendo direitos vai muitas vezes contra a opinião pública". O ex-procurador-geral Rodrigo Janot pediu ao STF que considere Gilmar suspeito para julgar alguns casos.

"Nadar contra a corrente não é apenas uma sina nossa, é nosso dever. Se estivermos sendo muito aplaudidos porque estamos prendendo muito, porque negamos habeas corpus e tudo mais, desconfiemos. Não estamos fazendo bem o nosso job [trabalho]. Certamente estamos falhando", afirmou.

Na abertura do evento, a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, afirmou que o Judiciário não pode ultrapassar limites. "Não queremos que o Judiciário vá além dos seus limites nem a menos do que a lei e a Constituição exige", disse a magistrada.
Herculano
04/12/2017 11:35
da série: um exemplo mundo apartado feito por gente bem instruída para enganar os analfabetos, ignorantes e desinformados, a maioria dos eleitores brasileiros

LULA VS CASA-GRANDE, editoria da Revista Carta Capital, por Mino Carta

Ao identificar seus inimigos, o ex-presidente abre fogo como candidato, enquanto os golpistas não encontram o seu. Talvez atentem para a minha humilde sugestão

Ao constatar a dificuldade dos mafiosos no poder de encontrar um candidato potável para as eleições de 2018, permito-me sugerir o nome de Mister Músculo na cozinha, no banheiro, limpa tudo onde quiserem. Parece-me muito mais convincente do que Geraldo Alckmin, João Doria, Luciano Huck et caterva.

Por acaso, ao zapear diante do vídeo, tropecei em Mister Músculo e imediatamente exclamei, para deleite dos meus botões: "Eis o cara!" Trata-se de um rapaz parrudo e determinado, e entendi que nele votariam todas as donas de casa do Brasil. Vantagem importante, convenhamos.

Tenho meditado a respeito do tormento a assolar os golpistas na busca do candidato ideal, ou seja, habilitado a dar continuidade ao projeto de demolição do Brasil. Em relação ao último cogitado, Luciano Huck, consegui perceber nele uma certa semelhança com o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy.

A se levar em conta a ideia acalentada por Michel Temer e Gilmar Mendes de transformar nosso presidencialismo velho de guerra em semipresidencialismo, ou semiparlamentarismo, à francesa (se um, ou outro, ainda não está claro), a semelhança com Sarkozy talvez representasse a vantagem do apresentador global.

Ouso, entretanto, registrar que o presidente ilegítimo e o nosso Darth Vader navegam águas bastante turvas, e ali, no comando, revelam sua lacuna, de certa maneira espantosa: não sabem o que é o presidencialismo à francesa. A ignorância brasileira é mundialmente reconhecida, mas não haveria de ser esperada de figuras tão representativas.

A dupla dinâmica quer um presidente com funções idênticas às da rainha do Reino Unido. O presidencialismo francês é bem diferente. Nasceu com Charles de Gaulle, aquele que disse que "o Brasil não é um país sério", herói da guerra e figura imponente, foi quase um rei, mas, no sentido de Luís XIV, que por sua vez dizia: "O Estado sou eu".

De todo modo, quem manda hoje na França é o senhor Macron, assim como mandava, e muito mal, o senhor Hollande, e antes o senhor fisicamente semelhante a Luciano Huck, e assim por diante, na marcha à ré passado adentro. O que os estrategistas das quadrilhas pretendem é o presidencialismo à brasileira para confirmar inexoravelmente que De Gaulle estava certo.

Nesta moldura, de ridícula patetice sem deixar de ser trágica para o destino do País, sérias são as mais recentes falas de Lula, assunto da reportagem de capa desta edição. O ex-presidente define claramente os seus inimigos: o mercado e a Globo. Esta tomada de posição tem implicações importantes, em primeiro lugar o reconhecimento de que a conciliação, na qual ele já acreditou, é impossível.

CartaCapital sempre sustentou que a conciliação é a das elites, acontece quando os inquilinos da casa-grande se desentendem e, logo, a salvaguardar os interesses comuns, fazem as pazes. Quimera é imaginar o acordo entre Capital e Trabalho, entre ricos e pobres, entre casa-grande e senzala.

Lula manifesta-se como candidato. Não sei, porém, se acredita na possibilidade de competir, já que o objetivo principal do golpe de 2016 foi alijá-lo do pleito. Duvido que queira iludir-se. Diz apenas que, se eleito fosse, no combate ao monstruoso desequilíbrio social iria mais longe, muito mais longe, do que nos seus dois mandatos presidenciais.

As palavras de Lula me alegram e me entristecem ao mesmo tempo. Ao identificar seus inimigos, abre fogo contra a casa-grande e com isso me agrada além da conta. Sobra a tristeza de percebê-lo como o presidente capaz de recolocar o Brasil nos trilhos, por ora sem esperança de vê-lo em ação.

Lula me diz, entretanto, que é preciso sonhar, e a insistência dele no apelo onírico me induz a alguma desconfiança. Será que o ex-presidente tem alguma carta na manga?
Herculano
04/12/2017 11:13
O GOLPE DE LULA FRACASSOU

Conteúdo de O Antagonista. O TRF-4 sabotou os planos de Lula.

O comandante máximo da ORCRIM pretendia arrastar sua candidatura até setembro, com chicanas jurídicas no STJ, no STF e no TSE.

Se ele fosse cassado, transferiria uma parte de seus votos para o poste Jaques Warner.

A rapidez do desembargador João Pedro Gebran Neto, porém, desarmou esse golpe, porque o discurso vitimista de Lula vai esfriar até o início da campanha eleitoral.

Além disso, ele corre o risco de ser preso ?" e, com isso, tornar-se um cabo eleitoral ainda mais tóxico.

O PT tem de refazer seus planos. Rapidamente.

SEM LULA A ECONOMIA MELHORA

O mercado só quer se livrar de Lula.

Como é que ele vai reagir à notícia publicada pelo Zero Hora de que o desembargador João Pedro Gebran Neto já concluiu o voto sobre o triplex?

E como é que vai reagir ao Datafolha?

Sem a candidatura de Lula em 2018, a economia melhora imediatamente
Herculano
04/12/2017 10:53
O QUE ESPERAR DA RENOVAÇÃO PARLAMENTAR EM 2018, por Marcus André Melo, sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

Surpreendentemente, as eleições para a Câmara dos Deputados no Brasil (2014) e na França (2012) têm algo em comum: a taxa de renovação parlamentar foi a mesma, 43%. Mas, nas eleições legislativas francesas ocorridas logo após a vitória de Macron, a taxa alcançou o impressionante escore de 78% ?"o mesmo das eleições fundadoras da 5ª República Francesa, que levou De Gaulle ao poder, em 1958. E, no Brasil, o que esperar em 2018?

Em nosso país, a taxa de renovação parlamentar foi de 61,8% em 1990. A taxa declina nas eleições seguintes: 54,3% (1994), 43,9% (1998), 44,8% (2002), 48% (2006), 46,4% (2010) e 43,7 (2014). A tendência é no sentido de estabilização do eleitorado e refletiu a transição de regime. A alternância de poder em 2002 e o mensalão contribuíram para o resultado discrepante de 2006, quando a renovação subiu.

A taxa de renovação no mundo varia amplamente e é muito baixa em algumas democracias estabelecidas, como os EUA (15%) ou a Alemanha (22%). Nas velhas democracias, do período do pós-guerra até 2012, a taxa média oscila em torno de 35%, dependendo da métrica utilizada.

A taxa média brasileira é elevada porque no Brasil adota-se a representação proporcional com distritos eleitorais grandes, os mandatos são longos, sem eleições intermediárias e há opções de carreira alternativas no plano subnacional, entre outros fatores. Mas esses fatores valem para tempos normais: o determinante básico é se o eleitorado foi submetido a um choque profundo que abale as suas preferências.

As eleições de 2018 no país serão o confronto de duas forcas que operam em direções contrárias: uma inédita demanda por renovação parlamentar e uma também incomum oferta reduzida de candidaturas viáveis. Nunca desde a redemocratização as pressões por renovação parlamentar foram tão elevadas.

Devido ao impacto da Lava Jato, seria natural esperar enorme demanda por renovação. Há mudanças recentes que potencialmente facilitarão a renovação, como a proibição das doações empresariais, a liberação das pré-campanhas e o encurtamento do período de campanha. Outros fatores também influenciarão, como o provável fraco efeito de "coattail" esperado (influência da eleição presidencial sobre a parlamentar).

Por outro lado, a criação do fundo de campanha valor assombroso de R$ 1,7 bilhão, a manutenção das regras de acesso ao tempo de TV e a cláusula de barreira recém aprovada criam um viés pró-incumbente como não se via desde a República Velha.

Mas que não se subestime a magnitude do choque ocorrido na cultura política: muitos caciques parlamentares poderosos poderão ser varridos da cena política nas eleições
Herculano
04/12/2017 10:50
A HORA DO LIBERALISMO, por Rodrigo Constantino, na revista IstoÉ

Após décadas de hegemonia esquerdista, com o PSDB e o PT no poder, e do caos produzido pelo nacional-desenvolvimentismo populista de Lula e Dilma, os brasileiros buscam uma alternativa à direita. O advento das redes sociais permitiu a divulgação em massa da doutrina liberal clássica, até então uma ilustre desconhecida da população, sempre distorcida pela ignorância ou má-fé de nossos "intelectuais".

É nesse cenário que, como colocou Gustavo Franco em entrevista recente, quase todos querem vestir a jaqueta liberal. Franco, que largou o PSDB pelo Partido Novo justamente por se alinhar mais ao liberalismo, sabe que nem todos, porém, têm convicção nessas ideias. O oportunismo de alguns é evidente, ainda que sinal de um liberalismo finalmente mais popular. Se João Amoedo, do Novo, tem em seu DNA o liberalismo, presente na fundação do partido, o mesmo não se pode dizer de outros nomes. Paulo Rabello de Castro, possível candidato pelo PSC, até tem um histórico liberal, e é autor do livro O mito do governo grátis, mas escorregou feio em declarações recentes como presidente do BNDES, defendendo seu indefensável legado da era petista. Liberal, pero no mucho!

Jair Bolsonaro possui um histórico de pensamento nacionalista, que chegou ao ápice quando disse que a privatização da Vale foi um crime de "lesa-pátria". Justiça seja feita, ele vem evoluindo faz tempo, reconhece sua ignorância na área e se cercou de bons economistas liberais, indicando que gostaria de ter Paulo Guedes no Ministério da Fazenda. Guedes é um liberal acima de qualquer suspeita, da escola de Milton Friedman em Chicago.

Algum candidato deverá representar o atual governo, talvez Henrique Meirelles, pelo PSD. A gestão Temer iniciou algumas reformas de cunho liberal, ainda que tímidas. A turma não convence muito, mas ao menos tenta se aproximar do liberalismo de forma pragmática, coisa que os tucanos não têm coragem de fazer. O PSDB saiu em defesa das politicas sociais para "redistribuição de renda" em nome da igualdade, bandeira claramente de esquerda.

À esquerda do PSDB, também temos possíveis candidatos flertando parcialmente com o liberalismo econômico. Luciano Huck, que diz ter desistido de ser candidato, tinha Arminio Fraga como mentor econômico, e Marina Silva, ex-petista e defensora do MST, tem Eduardo Giannetti como guru, que no passado chegou a defender ideias mais liberais.

Como se pode ver, diversos querem tirar uma casquinha do liberalismo. Como alguém que é liberal desde que se entende por gente, e um defensor incansável da causa, só tenho a comemorar. Mas com um pé atrás: discursos não bastam, e o Brasil precisa de um choque radical de liberalismo, pois estamos mais distantes dele do que Plutão da Terra!

Discursos não bastam, e o Brasil precisa de um choque radical de liberalismo, pois estamos mais distantes dele do que Plutão da Terra!
Herculano
04/12/2017 10:43
MEIRELLES SE MEXE E TENTA TIRAR ALCKMIN DO RADAR ELEITORAL DO GOVERNO, por Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

Uma imagem emblemática e oportuna do último sábado (2): Michel Temer no centro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), sentado à sua esquerda, e o governador Geraldo Alckmin (PSDB), à direita do presidente.

Em entrevista publicada pela Folha nesta segunda (4), Meirelles afirma que Alckmin não pode ser o candidato do governo Temer à Presidência em 2018.

Questionado sobre a hipótese pelos repórteres Marina Dias e Julio Wiziack, o ministro da Fazenda tenta tirar o tucano do caminho de Temer. "Uma coisa é o apoio a determinadas reformas, outra é o apoio à política econômica atual, com todas as suas medidas e consequências", diz.

Meirelles afirma que decidirá em março se sairá candidato, mas na entrevista já adota discurso como tal. Anuncia que defenderá o legado do governo federal em caso de disputa.

Suas palavras revelam que ele decidiu participar de vez do debate eleitoral. O chefe da economia sabe que Alckmin entrou no radar do Planalto para 2018 depois do acordo interno que o levará ao comando do PSDB.

Em termos eleitorais, Alckmin apresenta hoje mais requisitos do que Meirelles no campo da centro-direita. Pesa contra o tucano a falta de simpatia do centrão, que sustenta a gestão de Temer, ao seu nome e ao PSDB. Conta a favor a ausência de um nome do governo com uma perspectiva mínima de competitividade.

O ministro diz que a população começará a sentir no começo do ano a melhora econômica do país e o aumento da sensação de "bem-estar".
Sua previsão pode se concretizar, mas não significará necessariamente um crescimento automático de seu nome nas ruas. Meirelles não passa de 2%. Segundo o Datafolha, 52% afirmam não conhecê-lo. O percentual sobe para 61% entre aqueles que ganham até dois salários mínimos.

Escrevi neste espaço há uma semana que só um milagre fará a reforma da Previdência ser aprovada na Câmara. O mesmo parece valer para a candidatura de Meirelles decola
Herculano
04/12/2017 10:41
TEMER: 'AOS POUCOS, CONSPIRAÇÃO VEM VINDO À LUZ', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O presidente Michel Temer afirmou a esta coluna que "pouco a pouco, a conspiração vem vindo à luz", ao se referir à súbita mudança de opinião do advogado Flávio Pansieri, que, em mensagem de áudio a um grupo de colegas do Conselho Federal da OAB, isentou-o das acusações da Procuradoria Geral e desqualificou minuciosamente a gravação "manipulada" de Joesley. No dia seguinte, designado relator do caso pelo presidente da OAB, Claudio Lamacchia, mudou de ideia.

PROVA IMPRESTÁVEL
"Essa prova ilícita não podemos usar", diz Pansieri, lembrando que no caso da Dilma a OAB descartou a interceptação telefônica com Lula.

'DECISÃO PREMATURA'
Ao enviar seu áudio, o conselheiro relator da OAB avaliava "prematura e temerária uma decisão amanhã (20 de maio)." Mas mudou de ideia.

'GRANDE ARMAÇÃO'
A mensagem de áudio de Flávio Pansieri deu força à certeza do governo de que o presidente Temer foi vítima de "grande armação".

DELAÇÃO SEM RECHEIO
Flávio Pansieri afirma em sua mensagem que o ministério público "precisava de alguma coisa para rechear a delação" de Joesley Batista.

'ESTRATÉGIA DE COMBATE À CORRUPÇÃO' FRACASSOU
Completa 15 anos a Estratégia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla), criada em 2003 curiosamente durante o governo que é considerado um dos mais corruptos da História, chefiado pelo ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva. Criado no âmbito do Ministério da Justiça e composta por 79 órgãos dos Três Poderes e da sociedade civil, propôs leis e até inventou um "índice" para medir a corrupção.

CONTROLE PERFEITO?
Entre "resultados" da Enccla, a Justiça lista o "aperfeiçoamento do cadastro de entrada e saída de pessoas do território nacional". Humm...

CRIOU E NADA
Também é atribuído à Enccla a criação do cadastro de empresas inidôneas e suspensas... onde não estão as empreiteiras da Lava Jato.

DEPARTAMENTO DE TI
O Ministério da Justiça dá à Enccla o crédito pela informatização das declarações de porte e valores quando do ingresso e saída do país.

NADA FATURA TANTO
A receita de R$178,4 bilhões dos planos de saúde em 2016 é superior aos PIBs de Luxemburgo, Paraguai e Afeganistão, só para mostrar como o setor tem faturado às custas da exploração dos brasileiros.

SINUCA DE BICO
O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) acha que o PSDB "está numa sinuca de bico", ao subir no muro para dizer que saiu do governo Temer, mas não virou oposição. Se a reforma da Previdência não sair, e houver fuga de investidores e a volta da crise, "nós vamos cobrar".

ADVOGADAS SE UNEM
Instala-se nesta segunda em Brasília a Abra (Associação Brasileira de Advogadas), presidida por Meire Lúcia Gomes Monteiro Mota Coelho. O evento terá o prestígio das presidentes do STF e do STJ, Cármen Lúcia e Laurita Vaz, ministros e Grace Mendonça, chefe da AGU.

ATIVISMO EM PAUTA
O Superior Tribunal de Justiça realiza nesta segunda (4) o seminário "Independência e Ativismo Judicial: Desafios Atuais". O ativismo tem sido considerado uma dos maiores problemas da Justiça brasileira.

O BRASIL LÁ
O governo brasileiro participa em Genebra, Suíça, até quinta-feira (6), de dois importantes eventos: a 62ª sessão do Comitê contra a Tortura e a 94ª sessão do Comitê para a eliminação da Discriminação Racial.

SANTANDER REDUZ VELOCIDADE
O banco espanhol Santander anunciou dia 29 que deixa de patrocinar a Fórmula 1 após 11 anos. A escuderia Ferrari, que substituiu os cigarros Marlboro pelo Santander há 8 anos, também perderá a bolada.

ECONOMIA E CRÉDITO
As projeções de mercado no Brasil "sugerem expansão da economia próxima a 2,5% em 2018", prevê o resultado mensal da corretora Bradesco. O crédito total deve crescer alinhado ao PIB (6,5% a mais).

NEGóCIOS BRASIL-FRANÇA
Na segunda (4), a Fiesp realiza o Fórum de Negócios Brasil-França para discutir financiamentos de longo prazo no Brasil, agroindústria, startups e inovação. Embaixador da França, Michel Mirrailet participará.

PENSANDO BEM...
...não fazer a reforma da Previdência deve ser o assunto da semana.
Herculano
04/12/2017 10:38
MENTIR PARA PASSAR A IDEIA DE QUE VOCÊ Só TEM OPINIõES CORRETAS É "FAKE ETHICS", por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo.

Vivemos num ambiente em que a privacidade morreu. Qualquer um pode te filmar, gravar, fotografar em qualquer situação privada sem que você saiba.

Sendo você uma pessoa pública, o risco é evidentemente maior, mas, mesmo sendo você alguém absolutamente anônimo, o risco permanece. Uma pessoa pública hoje deverá evoluir para uma atitude monástica em relação à sua vida privada, às suas opiniões em âmbito privado e às mídias sociais. Ou ela praticará "fake ethics" como forma de segurança.

Para entender como entramos na era do "fake ethics" você deve ter sempre esse fato diante dos seus olhos e do seu coração. O linchamento hoje é uma garantia de que a mentira moral atingiu níveis nunca "dantes" vistos no mundo.

Mentira moral é algo conhecido por qualquer pessoa que tenha se dedicado ao estudo da moral. Nelson Rodrigues costumava dizer "mintam, mintam por misericórdia". Isso quer dizer: a vida em sociedade sem uma certa dose de mentira é insuportável. Somos muito frágeis para viver à base da verdade 100% do tempo. Uma vida "transparente" seria irrespirável.

A morte da privacidade via mídias sociais é essa transparência. E, quando a vida se torna transparente, o nível de mentira tende a crescer, do contrário todo mundo será linchado por algum grupo o tempo todo.

O nível "saudável" de mentira sempre foi guardado para pequenas opiniões em jantares de Natal ou reuniões da "firma". Agora, com o politicamente correto e a transparência das mídias sociais, a mentira se tornará marketing ético.

Quem estiver discutindo qualquer assunto mais complexo ou delicado mentirá para passar a ideia de que tem a opinião correta. E terá medo.

A mentira com a intenção de passar a imagem de que você só tem opiniões corretas é "fake ethics". Você ficará preso nessa ética falsa, do contrário você estará perdido publicamente. A inquisição se tornou moto contínuo no mundo das mídias sociais.

A substância da moral pública sempre foi, em alto grau, a hipocrisia. Negar isso é politicamente correto. E hoje, se você não for politicamente correto, você é linchado, perde amigos, empregos, contatos, sofre processos.

Quer ver como sempre existiu um nível razoável de mentira na sociedade? Se sua cunhada fez um regime e ainda assim engordou, você só dirá que ela engordou se for um escroto. Se um amigo seu pintou um quadro e você achou horrível, você só dirá que acha horrível se for um escroto. Esses exemplos nada têm a ver com a "fake ethics". Esses são exemplos de mentira misericordiosa.

"Fake ethics" é a prática profissional e pública da opinião politicamente correta a fim de conseguir trabalho, amigos, seguidores, patrocínio, contratos, contatos, sexo, enfim, um "futuro".

Qualquer coisa que dependa da sua imagem pública exigirá de você uma postura "fake". Se praticar "fake news" é ruim para o receptor de qualquer mensagem ?"pecado capital no jornalismo?", praticar "fake ethics" barateia o debate, atrofia a reflexão, nega a ambivalência da realidade, as sombras que nos cercam, a violência do "bons", as taras silenciosas, enfim, a "cola" da própria vida, que são os pecados, as inseguranças, os fracassos, os impasses que toda experiência humana, histórica e civilizada implica.

Exemplos: tudo será racismo, tudo será assédio sexual, tudo será homofobia, LGBTQfobia, tudo será feminicídio, tudo será machismo, tudo será desigualdade social, tudo será contra os direitos dos trabalhadores, tudo será contra a causa indígena, tudo será contra as vítimas sociais ou contra a democracia.

A culpa toda será da Igreja. Logo, você, com medo, praticará "fake ethics". E, com o passar do tempo, sem mesmo se dar conta, perderá a capacidade de reflexão pública em nome do sucesso e da segurança. Essa é a morte do debate público.
Herculano
04/12/2017 10:31
TEMER ASSOCIA PREVIDÊNCIA À SUCESSÃO DE 2018, por Josias de Souza

Num instante em que seus aliados fogem da reforma da Previdência sob o argumento de que a proposta é um estorvo eleitoral, Michel Temer adotou uma pregação que vai na direção oposta. Em jantar com dez ministros e cerca de 20 deputados governistas, o presidente expôs a tese segundo a qual as mexidas previdenciárias funcionariam como um tônico capaz de energizar uma candidatura presidencial de centro.

Nessa versão, exposta por Temer na noite de domingo, na residência funcional do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a reforma da Previdência consolidaria o processo de soerguimento da economia. A consequência seria um PIB mais vistoso, com a restauração do mercado de trabalho. E o efeito político seria a transformação do fim da recessão em votos para um presidenciável vinculado ao governo e sustentado por uma ampla coligação de legendas governistas.

Presente ao jantar, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) ambiciona tornar-se o candidato do arranjo exposto pelo presidente. Ele aparece na mais recente pesquisa presidencial do Datafolha com apenas 1% das intenções de voto. Em privado, os ministros palacianos Eliseu Padilha e Moreira Franco disseminam a fantasia de que o próprio Temer, também com 1% na pesquisa, pode candidatar-se à reeleição, pois a bonança econômica dissolveria sua impopularidade.

Encrencados junto com Temer na segunda denúncia criminal que a Câmara congelou, Padilha e Moreira articulam em causa própria. Ambos ambicionam manter o escudo do foro privilegiado no governo a ser instalado em janeiro de 2019.

No meio da semana a plateia vai saber se a lábia de Temer surtiu efeito. Líderes dos partidos representados no repasto oferecido por Rodrigo Maia comprometeram-se a sondar suas bancadas novamente. Juntas, essas legendas somam algo como 320 votos. Mas não se dispõem a entregar, por ora, os 308 votos de que o Planalto necessita para desencalhar a proposta de emenda constitucional da reforma da Previdência, aprovando-a na Câmara. Os líderes ficaram de dar uma resposta até quarta ou quinta-feira.
Herculano
04/12/2017 10:06
da série: elegemos os políticos para nos representar. Eleitos, eles se esbaldam nas farras, se negam à privatizações, pois precisam empregar com o nosso dinheiro dos pesados impostos que não chegam à saúde, educação, segurança e obras, ladrões e seus cabos eleitorais. Veja este exemplo que se repete em todos os campos

NAS ASAS DO ESTADO, editorial do jornal Folha de S. Paulo



Se no campo ideológico parece haver menor recusa às privatizações, obstáculos mais mundanos persistem. Além das complexidades da regulação de cada setor envolvido, outro fator crucial para atrasos e recuos continua a ser a oposição do mundo político.

Um dos casos mais notáveis é o da Infraero, estatal responsável pela administração dos aeroportos.

Mesmo obsoleta e ineficiente, a empresa teve seu protagonismo assegurado no ciclo de concessões da gestão Dilma Rousseff (PT). Por insistência da então presidente, ficou com 49% do capital dos consórcios que arremataram ativos importantes, como Galeão e Viracopos.

O primeiro foi concedido em 2013 a um consórcio liderado pela Odebrecht, que pagou R$ 19 bilhões. Falho desde o início, o empreendimento se tornou insustentável depois que a Lava Jato expôs a atividade criminosa da construtora.

Em julho deste ano chegou-se a um entendimento para a venda da participação da empresa ao grupo chinês HNA Infrastructure. Ocorre que o acordo depende de investimento de R$ 1,5 bilhão da Infraero, que resiste em fazê-lo com o argumento de que, segundo sua análise, haverá prejuízo no negócio.

Em que pese o aspecto técnico, há sinais de que fatores menos nobres emperram as tratativas. A estatal aeroportuária sofre forte influência do PR, partido que tem a ganhar com a presença estatal no setor ?"um impasse no caso do Galeão poderia reverter a privatização.

Indícios dessa nefasta motivação já eram visíveis em outubro, quando o governo federal retirou o aeroporto de Congonhas da lista dos próximos a serem concedidos.

A decisão veio pouco antes da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) na Câmara dos Deputados, em troca dos votos do PR para barrar o avanço do processo.

A venda da Eletrobras também enfrenta expressiva resistência no Congresso. Reconheça-se que há razões para cautela: a transação é cercada de dúvidas quanto à regulação do setor energético.

Infelizmente, contudo, grande parte das objeções é motivada pelo mero interesse de preservar cargos e poder. Justamente por isso, a privatização, com preço correto e modelo que assegure o maior benefício para a coletividade, mostra-se o melhor caminho

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