Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

06/04/2017

O JOGO I
O príncipe dos empreiteiros sacanas, Marcelo Odebrecht, disse na sua delação que pagou R$ 50 milhões pela Medida Provisória 470/2009, a dos Refis. Ela foi aprovada pelo Congresso e editada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, para beneficiar quem estava com os impostos atrasados. Ou seja, nada que parece ser ingênuo (e certo), é. Quem apura e prova é o MPF no caso da Lava Jato. São jogos de gente poderosa, sedenta de vantagens continuadas e poder eterno. E o benefício para os mais fracos, é apenas um disfarce para os grandes objetivos dos fortes. Como disse o pensador, escritor, dramaturgo e jornalista Millôr Fernandes (1923/2012), “me arrancam tudo à força, e depois me chamam de contribuinte”.

O JOGO II
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, orientado pelo advogado Carlos Roberto Pereira, hoje secretário da Fazenda, acumulando a secretaria de Administração e Gestão, enviou à Câmara, o projeto de lei 09/2017. O PL institui o “Programa de Recuperação Fiscal”. Resumindo: ele vai perdoar multas, vai reduzir juros e parcelar o que já não podia mais ser parcelado. O que significa isso? Que os que pagam em dia, mais uma vez, foram chamados de trouxas pelos políticos e administradores públicos de Gaspar. Os gestores, estão, outra vez, privilegiando os que não horam os seus compromissos, sejam por quais motivos forem. E entre os que atrasam, há espertos. Eles sempre esperam um dia “acertar” as contas sem os juros, multas e correções enquanto trabalham com o dinheiro que devem ao poder público.

O JOGO III
E a proposta do prefeito Kleber acontece exatamente depois de uma campanha eleitoral. É nela que se tramam “negócios” e apoio. Então pode ser algo muito sintomático. Nas justificativas do prefeito não diz quantas pessoas e empresas estão nesta situação e quanto se deve e quanto pretende arrecadar. Também omite quem são os maiores devedores e maiores beneficiados pelo projeto que quer vê-lo aprovado. Caberia ao Ministério Público que cuida da Moralidade Pública olhar com uma lupa especial para a lista de devedores, a representatividade na dívida e como alguns devedores são contumazes nesta prática de dever e obter o benefício dos cofres públicos. Outra. Os que pagam sempre em dia –e que é a maioria - e contribuem para a máquina municipal funcionar, minimamente, não tiveram nenhum benefício. Injusto.

O JOGO IV
Por que ao invés de dar vantagens aos inadimplentes, não se concede benefícios exatamente aos bons pagadores, para que os maus pagadores, ao menos reflitam sobre à sua atitude contra a cidade e os cidadãos? O desconto à vista quando superior a inflação, é uma vantagem. Outra, que aqui não se aplica, é o desconto por pontualidade nas prestações (e a vista). É muito mais barato do que não receber no tempo certo e custo burocrático para cobrar a dívida. Gaspar ainda não evoluiu para premiar os que possuem cadastro positivo; prefere dar vantagens aos que estão no cadastro negativo e que em muitos casos não precisam de benefícios especiais pagos pelos adimplentes. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE


É pouco divulgado. Mas, liguei para o 153 de Gaspar. É um número gratuito de emergência atendido pela Ditran – Diretoria de Trânsito. Do outro lado, a gravação informa que ele não existe. Mas já existiu; funcionava e ajudava no serviço da Ditran nas chamadas de acidente e irregularidades. Ao invés de atender a população, a nova administração está plantando flores. Acorda, Gaspar!

Dinheirama. A bancada parlamentar catarinense, sob a presidência temporária do senador Dalírio Beber, PSDB, decidiu que os R$190 milhões de emendas impositivas dos deputados e senadores serão todas destinadas à saúde. Cada um terá direito a indicar a R$10milhões. Resta saber quanto sobrará para o Hospital de Gaspar.

Mais enrolação. A prefeitura assinou o 10º aditivo com a empreiteira mineira Artepa Martins. Prorrogou o prazo de término das obras da Ponte do Vale para o dia 31 de maio e do contrato para o dia 30 de junho. Então...

De um engenheiro especialista em solo sobre o problema que afeta a cabeceira da Ponte do Vale, na rodovia Jorge Lacerda, ao ouvir e ler entrevistas de gente da atual administração de Gaspar nas rádios e jornais locais e regionais.

“Os políticos estão falando bobagens. O que começou errado continuará como uma ferida exposta. É um tumor que precisará ser sempre tratado. É assim com as cabeceiras das pontes da BR 470. O solo vai sempre ceder naquele ponto”. Então está na hora de abrir a ponte e preparar os bolsos para os reparos continuados.

O ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, criou, sob polêmica porque queria dar o nome de prefeito Tarcísio Deschamps, para o Distrito do Belchior. Um movimento de lá, onde Gaspar começou de verdade, impediu a troca do nome quase bicentenário. Nele, não estava a vereadora Franciele Daiane Back, que faz aluguel do PSDB.

Agora, ela é a mentora do PL que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, enviou à Câmara para que todo o dia seis de abril a administração municipal se desloque para Distrito para marcar a data. A ideia é louvável, mas Franciele tem pouco a ver com a preservação do nome.

Outra. As queixas do distrito do Belchior se avolumam exponencialmente. A área da Saúde está caótica. O intendente, Raul Schiller, PMDB, nomeado depois de dois meses de espera por um nome de lá, é de fora e está tentando se familiarizar com a comunidade.

Ontem, todos estavam lá comemorando como se flores fossem suficientes para agradar o povo. O prefeito ficou parado esperando o povo ao invés de arregaçar as mangas nas soluções. Acorda, Belchior!

Eu errei. Na coluna de sexta-feira, feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, informei que apesar de assinar e discursar fortemente pela mudança, o vereador Cícero Giovani Amaro, PSD, tinha votado contra o Projeto de Resolução. Errei. Votou também. Peço desculpas aos meus leitores, leitoras e ao vereador Cícero.

Ilhota em chamas I. No dia 12 haverá pregão para comprar macadame britado para recuperar as estradas de Ilhota. Uau!

Ilhota em chamas II. A semana do prefeito Érico Oliveira, e do seu secretário de Obras, Viland Bork, ex-prefeito de Luiz Alves, ambos do PMDB, definitivamente, não foi boa. Tentaram desmoralizar a imprensa investigativa e foram sucessivamente desnudados no que mentiram.

Desesperados. A nova lista das tetas na prefeitura de Gaspar foi prometida para o final de março. Até o fechamento desta coluna, só os nomes do Samae tinham sido publicados.

Luana Larissa Paes Storch foi nomeada diretora de faturamento; Éder Ricardo Stiegemaier Luz, diretor de Saneamento, numa cidade sem um milímetro de coleta e um mililitro de tratamento de esgotos; José Ércio Maier, coordenador de ETA; Gilberto Dellandréa, encarregado dos encanadores; José Batista, coordenador de esgotamento sanitário (não é piada); e Fabrícia Aparecida Reinert De Souza, encarregada de veículos, sem entender do assunto.

Enquanto isso, Janete da Silva, secretária de fato do presidente José Hilário Melato, PP, continua diretora de RH, sem ser servidora da autarquia. Todos desafiando a lei.

Sábado, todos no Baile do Havaii, do Cruzeiro do Vale. A repetição do sucesso está garantida.

 

Edição 1795

Comentários

Herculano
10/04/2017 17:14
A NOVA COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA JÁ ESTÁ PRONTA
Sidnei Luis Reinert
10/04/2017 12:15
Maldita herança de um governo mixuruca


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Semana que vem Michel Temer completa um aninho como titular da Presidência da República ?" embora o correto fosse contar os cinco anos que passou junto e misturado com a Dilma na chefia da bagaça. Agora, o maior desafio de Temer é suportar a traição explícita do "aliado" Renan Calheiros comandando a ameaçadora rebelião promovida pela pouco fiel base governista contra a reforminha da Previdência ?" até agora com propostas que só prejudicam o trabalhador, em nome de um suposto ajuste fiscal e econômico.

Temer terá imensas dificuldades em convencer que a "reforminha" será boa não só para o governo, mas também para o Brasil que enfrenta uma brutal recessão ainda sem data certa para terminar. Malandra e lentamente, a petelândia começa a ter sucesso na manobra para demonstrar que o Brasil pouco melhorou ?" e até piorou em alguns aspectos -, depois do impeachment da Dilma Rousseff. Uma verdade é inquestionável: o PT foi saído da linha de frente do poder, deixando o PMDB que nunca saiu de lá, desde a "proclamação" da "Nova República", em 1985.

O Brasil segue na vanguarda do atraso. O próprio Temer assumiu um compromisso muito mixa: ser apenas um condutor de "reformas". Ele não tem qualquer compromisso com mudanças estruturais ?" as únicas capazes de permitir que o Brasil retome a trilha estável e segura do desenvolvimento. A insegurança jurídica e a canalhice política, combinadas com a corrupção sistêmica, são as causas da debilidade econômica. Temer perdeu a chance histórica inédita de colocar o Brasil em ordem. Não fez isso, certamente, porque era e continua parceiro daqueles que há décadas avacalham a Nação.

A incompetência de Temer certamente vai nos legar um ano de 2018 dominado, novamente, pela demagogia populista e pelo oposicionismo radical e irresponsável daqueles que só sabem mamar nas tetas estatais. No momento presente, os ladrões da classe política querem apenas se aproveitar da venda de ativos estatais a preço de banana. A grana por eles roubada, e escondida no exterior, já retorna pela via da repatriação ou através da "burra cheia" de "fundos abutres" prontos para comprar tudo por aqui na bacia das almas. O Crime Institucionalizado liquida o País. Os canalhas e os inocentes inúteis fazem olhos de mercador para o fenômeno.

Excetuando-se o agronegócio ?" que evolui na contramão da politicagem oficial -, os demais setores econômicos sobrevivem na base do rentismo. Muitas atividades seguem falsamente "lucrativas", porque as empresas acumulam ganhos de "tesouraria". Faturam mais com aplicações a juros altos no mercado financeiro, e muito menos com as atividades fins dos empreendimentos. Também conseguem faturar mais quando conseguem sonegar impostos ou fazer negócios escusos com a máquina estatal. Eis a essência maldita do regime Capimunista Rentista do Brasil.

O consolo para o impopular Temer é que, sob este regime, qualquer Presidente é condenado previamente ao fracasso. A exceção foi Lula ?" cuja insuperável capacidade mitomaníaca iludiu a maioria do povo brasileiro por mais de uma década perdida. Do jeito que a coisa (não) vai, em 2018 cresce a chance de uma nova escolha de algum populista ou eficiente marketeiro para a Presidência da República.

Pouco importa quem será o próximo titular do trono do Palácio do Planalto. Na estrutura atual, ele será mais um fantoche a usurpar o poder, cumprindo a missão de manter o Brasil artificialmente na miséria. Os avanços em propostas de mudanças ?" sobretudo nas redes sociais ?" ainda são muito pequenos e lentos. O Crime Institucionalizado, mais rápido no gatilho, já se reinventa. Se a situação fugir do controle, o País vai assistir a uma explosão de violência que, em 20 ou 30 anos, pode levá-lo à desintegração.
Herculano
10/04/2017 07:35
CASO DE POLÍCIA. PARTIDOS APELAM A DINHEIRO PÚBLICO - O QUE VEM DO SEU PESADO IMPOSTO - E QUE DEVERIA SER USADO PRIORITARIAMENTE PARA A SAÚDE, EDUCAÇÃO, ASSISTÊNCIA SOCIAL, OBRAS E SEGURANÇA, PARA PAGAR MULTA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de
Pedro Venceslau e Valmar Hupsel Filho, da sucursal de Brasília. Após usar recursos públicos do Fundo Partidário para bancar viagens de jatinho, regar jantares a vinho e arcar até com despesas pessoais de dirigentes, as legendas agora pressionam o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para pagar, também com dinheiro público, eventuais multas decorrentes de gastos questionados pela corte. Os partidos alegam falta de caixa para justificar a destinação do fundo para saldar possíveis penalidades por despesas não comprovadas.

As siglas argumentam que os recursos minguaram após o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar inconstitucionais as doações de empresas para campanhas. "Não foram os partidos que mudaram a regra, mas o STF. Logo, a regra para multas precisa mudar também. Se não temos recursos próprios, vamos pagar como? Não somos empresa, não temos receita própria. O fundo é a receita da democracia", disse o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), integrante da Executiva Nacional do PMDB.

Pareceres dos técnicos do TSE sobre as contas partidárias de 2011, que serão julgadas até o dia 28 deste mês, pedem que as siglas devolvam R$ 35,6 milhões à União, gastos de forma não comprovada ?" se as contas forem julgadas irregulares, além de devolver o dinheiro, aplicam-se multas. "Estabeleceu-se um impasse. Se as multas forem pesadas, elas serão impagáveis. Esse questionamento será feito pelo conjunto dos partidos", afirmou o senador José Agripino (RN), presidente do DEM.

Conforme o Estado revelou no dia 12 do mês passado, em razão das irregularidades nessas despesas, apenas três ?" PSD, PV e PRB ?" dos 29 partidos em funcionamento há seis anos receberam pareceres pela aprovação de suas contas. Até a data do julgamento, as legendas podem evitar as multas, caso apresentem documentos para comprovar os gastos.

Dirigentes e parlamentares, porém, já expuseram o problema em conversas informais com o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, e pretendem em conjunto apresentar uma consulta ao tribunal. "Acredito que ele (Gilmar) buscará com sensibilidade entender o momento", disse o deputado Alex Manente (SP), integrante da direção nacional do PPS. "O partido não pode mais arrecadar pelo sistema antigo, que era por doações de empresas. E, pela crise econômica, temos muita dificuldade para poder ter filiados fazendo doações, mesmo que pequenas."

Pressão. A pressão sobre o TSE ocorre após a Câmara dos Deputados ter engavetado projeto que proíbe a corte de punir partidos em virtude de contas rejeitadas e no momento em que o relator da reforma política, deputado Vicente Cândido (PT-SP), tenta criar um fundo de R$ 2,2 bilhões para bancar as campanhas eleitorais.
Entre 2011 e 2016, as siglas receberam R$ 3,57 bilhões em recursos públicos. O uso do dinheiro é uma caixa-preta, uma vez que a fiscalização é feita de forma lenta pelo TSE.

O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, defendeu que o TSE não seja mais o responsável por julgar as contas. "Temos de levar as contas dos partidos ao Tribunal de Contas da União. A Justiça Eleitoral é muito politizada. O TSE joga para a opinião pública e cria problema com tudo só para mostrar sua importância", afirmou.

A expectativa é de que os próximos julgamentos sejam mais rápidos porque o TSE vai digitalizar as prestações de contas. Isso preocupa os partidos, que temem que os pagamentos de multas drenem recursos para financiar campanhas em 2018. Segundo o vice-governador de São Paulo, Márcio França, responsável pelas finanças do PSB, poucos partidos, como PC do B, PT e PSB, exigem uma contribuição via desconto em folha de seus parlamentares e filiados. "Em anos sem eleição, o único recurso disponível é do Fundo Partidário", disse.
Contraponto. A ideia de usar o fundo para pagar multa, porém, não é unânime. O presidente do PHS, Eduardo Machado, considerou a proposta "uma afronta à legislação". "Já vi vários julgados serem radicalmente contra uma multa por malversação do Fundo Partidário ser paga usando o Fundo Partidário. Sou contra."
Machado disse que vai incentivar filiados a fazer doações para quitar multa de R$ 200 mil. "Isso é possível no nosso caso, que é pequeno. Agora, como os partidos grandes vão fazer para pagar multas de milhões de reais eu também estou curioso para saber", afirmou Machado.

As contas de 2011 precisam ser julgadas até o fim deste mês para evitar a prescrição. O procedimento de cobrança segue o roteiro de dívidas judiciais e os débitos são executados pela Advocacia-Geral da União (AGU). Os partidos podem até ter os bens bloqueados.
Herculano
10/04/2017 06:50
RENAN CONGELOU CONSELHO DE ÉTICA E CORREGEDORIA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

No Senado, o Conselho de Ética se reuniu pela última vez em maio de 2016, ainda assim em caráter de emergência, porque a Casa queria se livrar de Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), que, preso, entregou vários colegas. Hoje não há sequer designados para integrar o conselho, muito embora dois senadores sejam réus no Supremo Tribunal Federal: o próprio ex-presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a ex-ministra e senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) ?" ambos acusados de corrupção.

'RESERVA MORAL'
O Senado passou a chave na corregedoria em 2014, com a saída de Vital do Rêgo (PMDB-PB), "reserva moral" da turma de Renan.

COÇANDO O REGIMENTO
Sérgio Petecão (PSD-AC) assumiu corregedoria do Senado dois anos depois de vacância, mas não se tem notícia de qualquer investigação.

ÉTICA PRA QUÊ?
Em 2016, ano onde a Lava Jato investigava ao menos 13 senadores, o Conselho de Ética não abriu qualquer procedimentos contra eles.

CADÊ?
A Corregedoria tem como função manter o decoro, a ordem e a disciplina. E cumprir determinações sobre a segurança do Senado.

GOVERNO GASTOU R$ 1,6 MILHÃO COM MORTADELAS
Os órgãos que compõem o governo federal, como ministérios, o Palácio do Planalto, autarquias e empresas públicas gastaram mais de R$1,6 milhão com... mortadelas. O gasto é com a comida e não deve ser confundido com os famosos "mortadelas", manifestantes pagos com lanche e trocados para fazer apoio ao falecido governo do PT. Gastos com coxinhas não são discriminados pela Transparência.

PARA O DIA A DIA
Só entram na conta produtos alimentícios comprados regularmente por órgãos do governo. Vinhos, por exemplo, são comprados à parte.

GOVERNO OBESO
No total, foram 2,9 mil toneladas de mortadela, calabresa, banana, pepino, presunto, pimentão e repolho etc. Tudo por nossa conta.

JÁ FOI PIOR
Em 2006 Lula torrou R$3,7 milhões na mordomia do avião presidencial. Tinha costela de cordeiro, pato, picanha e peixe. E bebidas, claro.

MARGEM DE SEGURANÇA
Os líderes governistas só colocarão a reforma da Previdência em votação após garantir ao menos 320 votos favoráveis, no plenário. Não vão arriscar. O mínimo necessário para a reforma passar são 308.

APRENDEU COMO É
O primeiro e único "pronunciamento" de Tiririca (PR-SP), na atual legislatura, completa um ano dia 17. Foi quando votou pela abertura do processo de impeachment de Dilma: "Pelo meu País, meu voto é sim".

FALTOU O PPS
O ministro Henrique Meireles teve encontros com PSDB, PMDB, DEM, PP, PSD e PSB para mostrar importância da reforma da Previdência. Ignorou o partido do relator da reforma, Arthur Maia (PPS-BA).

MINISTRO TOINHO
O paraibano Herman Benjamin, relator do caso Dilma/Temer no TSE, é chamado pelos amigos em sua cidade, Catolé do Rocha, de "ministro Toinho". Professor na Universidade do Texas, já lecionou na Europa e tem livros jurídicos publicados em português, inglês e espanhol.

ENCOLHEU
Após a enquadrada do líder do governo, André Moura (PSC-SE), dizendo que "não cabe" a Renan Calheiros (PMDB-AL) "dar palpites na Câmara", é oficial: o senador deu um passo largo rumo ao baixo clero.

VOLTANDO ÀS BOAS
A relação da deputada Mariana Carvalho (RO) com a liderança do PSDB está melhorzinha. Azedou após sua decisão de disputar (e ganhar) a Segunda Secretaria da Câmara, irritando o líder tucano Ricardo Tripoli (SP) e o candidato oficial, Carlos Sampaio (SP).

EXCELÊNCIAS PRIMEIRO
O departamento médico da Câmara não tem respeitado a ordem de prioridade no atendimento. Servidor que passou mal teve de esperar na emergência porque, na sua vez, quatro deputados furaram a fila.

VAQUEJADA VIVE
O deputado Paulo Azi (DEM-BA) lê esta semana o relatório da PEC da Vaquejada, mantendo o texto do Senado, favorável ao esporte demonizado pelo Supremo. Para ser aprovada, precisa de 308 votos.

PERGUNTA NA SACRISTIA
Não teriam de sofrer processo de excomunhão certos políticos que celebram a Sexta-Feira Santa
Herculano
10/04/2017 06:44
NA PERIFERIA DE SÃO PAULO NINGUÉM SONHA EM MORAR NA VENEZUELA, por Celso Rocha de Barros, sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo.

Vale parafrasear a velha pichação evangélica: só os dados tiram o demônio das pessoas. A Fundação Perseu Abramo, "think-tank" ligado ao Partido dos Trabalhadores, publicou uma pesquisa sobre "Percepções da Periferia" em que entrevistou 63 pessoas em São Paulo, selecionadas por terem votado no PT durante o ciclo lulista e abandonado o partido nas eleições do ano passado.

Os resultados da pesquisa, amplamente divulgados na imprensa, mostraram um morador de periferia que valoriza o empreendedorismo e a iniciativa pessoal, que apoia programas sociais, mas espera, sobretudo, que políticas públicas lhes abram possibilidades que eles mesmo explorem como acharem melhor.

É especialmente interessante que os pesquisadores tenham encontrado, entre os programas sociais petistas elogiados pelos entrevistados, destaque para o Prouni e o Fies, que possibilitam o acesso de jovens pobres à universidade. Sim, as universidades que os pobres frequentam raramente lhes darão a chance de competir com quem estudou na USP. Mas só menospreza uma chance de vitória de 10% quem nunca teve chance zero.

Os resultados também confirmam a intuição de André Singer em sua análise do lulismo: os mais pobres são aversos a radicalismos porque a desordem é especialmente perigosa para quem está a poucos passos do desastre. Propostas ousadas (mesmo as boas) implicam risco de perdas, e os pobres têm pouca margem para perder sem perder tudo.

Enfim, a pesquisa da Perseu Abramo é, sim, uma surra de pá em quem defende uma virada radical à esquerda no PT. Ninguém na periferia de São Paulo quer morar na Venezuela. Se for por conservadorismo que os pobres não bebem o suficiente para apoiar o governo Maduro, palmas para o conservadorismo. Talvez a direção do PT devesse começar a frequentar cultos evangélicos.

Mas também seria errado interpretar os resultados da pesquisa da FPA como um endosso à desregulamentação liberal. Quem assiste programas evangélicos já viu gente agradecendo a bênção de um processo ganho na Justiça. Estou disposto a apostar que foi trabalhista.

Com esses mesmos valores, os entrevistados pela FPA votaram no PT durante todos esses anos. O que fica claro é que votaram porque os programas do PT lhes ajudaram a se inserir na economia de mercado com mais poder de barganha, com mais possibilidades de sucesso, com uma rede de segurança que lhes facilita a administração de riscos. E, sobretudo, porque lhes permitiu sonhar que seus filhos tenham ao menos alguma chance de brigar por prêmios maiores.

O Partido dos Trabalhadores, que, por incrível que pareça à luz de seus documentos recentes, era governo quando esses programas bons foram implementados, precisa beber um café forte, tomar um banho frio e retomar essa agenda.

E os adversários do PT precisam esclarecer, finalmente, o que têm para oferecer que aumente o poder de barganha, as possibilidades de sucesso e a rede de segurança dos brasileiros de baixa renda. A terceirização sem limite recém-aprovada, por exemplo, vai exatamente na direção oposta. Vamos esperar que as reformas em curso não destruam a reputação do mercado junto aos pobres, construída depois de tantos anos do que Amartya Sen chamaria de redistribuição de liberdades
Herculano
10/04/2017 06:38
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA E EXCLUSIVA PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE
Herculano
10/04/2017 06:32
COM ARTICULAÇÃO FRÁGIL, TEMER ASSUME NEGOCIAÇÃO PARA APROVAR REFORMA, por Leandro Colon, no jornal Folha de S. Paulo

O presidente Michel Temer nega recuo ao aceitar mudanças na reforma da Previdência e minimiza a discussão sobre a fragilidade de sua base de apoio, aparentemente não tão sólida como na aprovação da PEC do teto de gastos.

Não há outro discurso para Temer após a principal reforma de seu governo entrar na reta final na Câmara. Mas não há também como esconder os sinais de turbulência na articulação política do Planalto.

Nas palavras de um assessor próximo do presidente, o "articulador hoje do governo se chama Michel Temer". Não à toa ele tomou a rédea na semana passada na reunião com o relator do texto da proposta, o deputado Arthur Oliveira Maia.

Os dois principais negociadores do Planalto com o Congresso estavam à mesa: os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo).

Padilha, além dos problemas de saúde que o abalaram, é um ferido de guerra pelos torpedos que já levou da Lava Jato. O tucano Imbassahy dialoga com o alto clero, sobretudo dentro do PSDB, mas tem pouca interlocução entre os demais partidos de sustentação do governo.

É nítida a falta que Temer sente de Geddel Vieira Lima, hábil negociador e contador de votos no Congresso ?"a queda dele do ministério, após o escândalo do prédio de Salvador, se reflete agora em uma negociação política fundamental.

Na entrevista dada à Folha na sexta (7), Temer disse que sua atuação corpo a corpo "não significa enfraquecimento" da articulação.

Em uma declaração polêmica e facilmente contestável, ele disse que não cometeu erros em 11 meses de governo. "Eu cometi acertos."

Temer tem razão quando diz ser precipitada a projeção de placar, afinal o jogo começa para valer após a votação na comissão. Ele, porém, sabe que a falta de diálogo pode comprometer a reforma e o sucesso de sua gestão. Será um erro inquestionável e tardio para ser corrigido
José Antonio
09/04/2017 22:32
Herculano!

Esse pessoal do PT não se emenda mesmo, perderam a vergonha na cara completamente, senão vejamos: o deputado federal Décio Lima, o que manda aqui em Gaspar, foi dia desses na assembleia legislativa de SC, onde sua sua mulher é deputada estadual falar sobre a reforma da previdência social, falou que o governo deveria respeitar a Constituição Federal, como pode um ignóbil desse falar tanta asneira. Vamos refrescar um pouquinho a memória deste deputado, não foi o PT que negou-se a assinar a promulgação da Constituição de 1988? Ao negar-se a assinar nossa Carta Magna o PT perdeu o direito de falar em Constituição. Realmente o PT é um poço de contradição, perderam a vergonha na cara mesmo. o ex-prefeito Celso Zuchi agora é assessor do Décio Lima, tudo farinha do mesmo saco, olha os problemas da PONTE DO VALE.
helena
09/04/2017 19:53
Herculano, lendo o comentario da Tãnia fico triste em ver que sempre existiu os privilegiados...estudamos prestamos concurso temos toda uma carreira costruida dia a dia e tem os (coitados) como alguns acham se beneficiam...
Povo que prestou concurso fiquem ligados tem muita gente ocupando sua vaga......boa semana e que venha feriado...
Herculano
09/04/2017 19:11
JOÃO DóRIA VIROU PRISIONEIRO DA FÁBULA QUE CRIOU, por Josias de Souza

Eleito prefeito de São Paulo, o neo-tucano João Doria passou a divertir a cidade fantasiando-se de gari. Marqueteiro de si mesmo, amealhou no final do primeiro trimestre de sua gestão uma taxa de aprovação vistosa: 43%, informa o Datafolha. O índice não chega a justificar a atmosfera esfuziante que enredou o prefeito. Mas supera os 31% obtidos pelo antecessor petista Fernando Haddad no mesmo período. Num instante em que a política fede acima do normal, o relativo sucesso invadiu as narinas de Doria como um inebriante perfume. E a mosca azul da Presidência da República subiu-lhe à cabeça.

Normalmente, o sucesso só tem ouvidos para o aplauso. Mas o mesmo Datafolha que cintila no riso de Doria fornece a matéria-prima para sua reflexão. Apenas uma ínfima minoria dos paulistanos considera aceitável que o prefeito abandone a cadeira municipal para disputar a poltrona de governador de São Paulo (13%) ou de presidente da República (14%). A maioria (55%) acha que Doria deve honrar os compromissos que assumiu em campanha. Só então será possível avaliar se ele soube lidar com a pior coisa do sucesso de um gestor público, que é continuar sendo um sucesso ao final do mandato.

O pupilo do governador tucano Geraldo Alckmin tornou-se um prisioneiro da fábula que criou. Doria passou a campanha inteira propagando uma falsidade: "Não sou político", alardeou. Se abandonar a fantasia de gari para tentar a sorte como uma alegoria presidencial em 2018, o prefeito escalará o palco nacional como o pior tipo de político: o traidor. Nesse papel, o sujeito pede votos aos pobres, pede apoio aos poderosos e engana a ambos depois.
Herculano
09/04/2017 15:54
PROFISSIONAL DEVE CRIAR OPORTUNIDADES, SEM ESPERAR PELOS OUTROS, por Américo José, consultor palestrante, no jornal Folha de S. Paulo

Alguns reclamam que nunca ninguém lhes deu uma chance. Outros me contam, com tom de voz agradecido, que receberam uma oportunidade de alguém. Claro que é sempre importante contar com a ajuda das pessoas. Mas eu prefiro pensar que as boas oportunidades dificilmente vêm dos outros: somos nós os responsáveis por criá-las.

Na minha vida, percebi que as oportunidades só apareceram quando eu estava realmente pronto para executar determinada tarefa. Tive que me preparar bastante não apenas para poder aproveitar as oportunidades quando elas surgissem, mas principalmente para ser capaz de identificá-las e ter segurança para agarrá-las.

Sou palestrante há 30 anos e até hoje me lembro da primeira vez que falei em público. Eu era o jovem assistente de um consultor, que estava aplicando um treinamento. Ele estava gripado e foi perdendo a voz, até não conseguir falar mais.

A empresa queria cancelar o restante do programa. Ali, percebi minha chance e sugeri que eu poderia continuar a apresentação, desde que o consultor permanecesse na sala para me auxiliar.

Mesmo que estivesse nervoso, sabia que era capaz de aproveitar aquele momento e fazer dele um aprendizado para minha carreira.

Hoje, ninguém está mais seguro sobre aquilo que faz. A tecnologia e a concorrência crescente trazem grandes ameaças mesmo para empresas gigantes. Emissoras de TV, que até outro dia reinavam absolutas, foram atropeladas por plataformas como Netflix e YouTube.

O que tudo isso tem a ver com a sua carreira e suas oportunidades de crescimento? Mais do que nunca, é preciso estar atento e aberto ao novo. Chegou o momento de ouvir, ver, sentir, reaprender e repensar tudo que fazemos. Afinal, todas as tarefas que executamos bem agora podem não ser tão necessárias daqui a alguns meses.

E isso significa que você será superado? É claro que não -desde que você tenha preparo para identificar ou criar oportunidades, usando seus conhecimentos em novas áreas.

Se quisermos saber por onde seguir e como encontrar boas chances, palavras como criatividade, diversidade, resiliência, colaboração, humildade, curiosidade e velocidade precisam ser incorporadas ao nosso cotidiano.

De agora em diante, seremos reconhecidos apenas por aquilo que fazemos, e não pelos títulos que conquistamos no passado.
Tania
09/04/2017 13:41
Hercula, fico indignada com a injustiça e corrupção...
Trabalho na educação tenho licença premio vencida com familiar doente e não consigo...
Como que um indivíduo em desvio de função já mencionado aqui conseguiu duas seguidas...
Isso não é privilégio?corrupção?injustiça com os demais ...ou eu estou tão errada...
Boa semana servidores públicos e todos os outros injustiçados...
Herculano
09/04/2017 08:09
ALA DO PMDB TENTA MINAR LIDERANÇA DE RENAN

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Isadora Peron, Julia Lindner, Igor Gadelha e Erich Decat, da sucursal de Brasília.A ala adversária ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL) vai dar início a um movimento para enfraquecer o peemedebista e tentar destituí-lo do cargo de líder da bancada no Senado. A articulação conta com o apoio velado do presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e de senadores próximos a ele, como Raimundo Lira (PB) e Garibaldi Alves (RN).

Os parlamentares que estão descontentes com Renan lembram que basta a assinatura de 12 dos 22 senadores para determinar o afastamento do peemedebista. Afirmam que um líder de bancada não tem mandato fixo e que essa figura pode ser substituída a qualquer momento, especialmente se não representar mais o posicionamento da maioria dos liderados.

A relação entre o senador alagoano e parte da bancada começou a estremecer com as críticas que ele tem feito ao presidente Michel Temer e teve seu ápice com a decisão de Renan de retirar a indicação da senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) à presidência da Comissão Mista de Orçamento (CMO).

A peemedebista confrontou Renan mais de uma vez esta semana para que ele não usasse a visibilidade que tem como de líder do PMDB para defender posições pessoais. A crítica é que o peemedebista está se posicionando contra a reforma da Previdência e outros temas que interessam ao governo para garantir a sua reeleição - e a de seu herdeiro político, o governador Renan Filho (PMDB)- em Alagoas.

A ala adversária ao alagoano vai tentar ensaiar um primeiro movimento contra o peemedebista já na próxima semana. A ideia é que, com o aval de Eunício, a CMO faça na terça-feira a eleição do seu presidente e escolha um nome para presidir o colegiado independentemente da indicação do líder do PMDB.

Líder do governo no Congresso, o deputado André Moura (PSC-SE) defende que a comissão não poder ficar paralisada em razão de um "capricho" de Renan. "Convocamos a CMO para terça-feira às 14h30. Vamos esperar o senador Renan indicar os membros, mas se ele não o fizer, vamos sentar para ver o que vamos fazer. O que não posso ficar é sem a CMO sem funcionar", afirmou.

Na avaliação do grupo que articula a saída de Renan, hoje os nomes que apoiam a permanência dele no cargo são minoria e se restringiriam aos senadores Roberto Requião (PR), Kátia Abreu (TO), Eduardo Braga (AM), Marta Suplicy (SP), Edson Lobão (MA) e Hélio José (DF).

Aliados de Renan, porém, defendem que ele continua forte na bancada. Já no Palácio do Planalto, a ordem é não partir para o enfrentamento direto. Senadores ligados a Temer, porém, afirmam que esse cenário poderá ser revisto se Renan continuar criticando o presidente e, principalmente, conseguir atrapalhar alguma votação importante para o governo.

Em nota, o presidente do Senado negou "qualquer intromissão em assuntos da bancada do PMDB no Senado". Segundo Eunício, como ex-líder da mesma bancada, ele "sabe exatamente que os assuntos devem ser tratados em reuniões internas entre seus integrantes". Ele também reiterou que os assuntos relacionados a Renan "devem ser tratados pelo governo, pela Casa Civil e pelo líder do governo no Senado e presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR)". Os senadores Raimundo Lira e Garibaldi Alves também negam que haja qualquer articulação com o objetivo de destituir Renan do posto.
Herculano
09/04/2017 08:00
QUEM PENSA QUE HÁ SOLUÇÃO SIMPLES PARA A PREVIDÊNCIA, NÃO ENVELHECEU, por Samuel Pessoa, físico com doutorado em economia, para o jornal Folha de S. Paulo

É comum pessoas contratarem empregadas domésticas sem registrar. Frauda-se o INSS.

Há casos no meu entorno de empregadas domésticas que são contratadas informalmente, pois, caso contrário, elas perderiam o direito ao programa Bolsa Família. Ambos, cozinheira e contratante, fraudam duas vezes a seguridade social.

Há o caso da família que manteve uma empregada doméstica toda a vida sem contribuir para a Previdência. No final da vida, o viúvo, em ato reconhecido por todos como de enorme generosidade, casou-se com a empregada. Assim, ao morrer, transferiu a pensão. Remediou-se a fraude ao INSS atuando-se no limite da legalidade e jogou-se a conta para o Tesouro.

Há o caso da filha do servidor público que tem relacionamento estável, constitui família, mas não casou "no papel" para não perder o direito à parte da pensão do pai morto. Novamente, utiliza-se a lei no limite da legalidade. Digamos que é uma espécie de planejamento tributário.

Na modernidade, não há mais estigma em não se casar "no papel"; em ter filhos sem casamento no papel. Todo cálculo racional para transferir a conta ao Tesouro está valendo.

Lembro-me de relatos durante minha juventude de que, na Alemanha, o cidadão comum brigava se via alguém atravessando o sinal fora da faixa de pedestre. Achava exagero. O fato, porém, é que, em alguns países avançados, há forte controle social - na forma da crítica e até da denúncia - contra os que se aproveitam das brechas do sistema para se beneficiar contrariando o espírito da lei.

Entretanto, se o controle social sobre as fraudes ou sobre o emprego das regras no limite da legalidade para favorecer o indivíduo à custa do Tesouro não existe, como é o nosso caso, as regras precisam ser desenhadas considerando esse fato.

Pode-se aposentar no Brasil comprovando 15 anos de contribuição. O sistema foi pensado para as pessoas trabalharem formalmente e contribuírem por 30 ou 40 anos e depois se aposentarem. Algumas pessoas, com maior dificuldade de formalização ou menos organizadas, comprovariam somente 15 anos. Se a maioria começa a operar segundo a lógica do sistema, contribuindo no teto somente por 15 anos, o tempo mínimo de contribuição tem que subir.

No meio rural, é possível se aposentar por idade com cinco anos a menos. Se várias pessoas mudam-se da cidade para o campo quando o momento da aposentadoria se aproxima, com o objetivo de requerer o benefício, as regras precisam mudar: reduzir ou eliminar a diferença de idade e requerer maior tempo de contribuição no campo.

Se é possível requerer o benefício da assistência social (isto é, não contributivo) de um salário mínimo com a mesma idade do benefício contributivo de um salário mínimo, quem contribuirá para receber um salário? É necessário que o benefício assistencial seja menor do que o mínimo e/ou que a idade mínima para requerer o beneficio assistencial seja maior.

A tragédia é que um sistema desenhado dessa forma sempre produzirá um cara decente, que não especulou contra o sistema, que teve azar na vida, mas que acaba com dificuldade de requerer o benefício, pois ficou amarrado às salvaguardas criadas pelo sistema para se defender dos fraudadores ou dos especuladores.

Quem pensa que há solução simples para esse drama não envelheceu o suficiente.
Herculano
09/04/2017 07:49
PARA DILMA, Só A SANTIFICAÇÃO DE LULA SALVA O PAIS, por Josias de Souza

Ainda não surgiu melhor definição para democracia do que a fornecida por Churchill: é o pior regime imaginável com exceção de todos os outros. Neste sábado, Dilma Rousseff decidiu associar-se ao pelotão dos que cultuam as alternativas muito piores. Ao participar de seminário organizado por alunos brasileiros da universidade americana de Harvard, em Boston, a presidente deposta insinuou que a democracia brasileira só terá futuro se Lula for canonizado.

Dilma declarou estar muito preocupada com o risco de que "mudem as regras do jogo democrático" no Brasil. "Vou dar nome aos bois", ela prosseguiu. "Me preocupa muito que prendam o Lula. Me preocupa que tirem o Lula da parada." Ouviram-se risos na plateia. Mas Dilma não se deu por achada: "Todo mundo aqui pode rir.

Infelizmente, para as oposições, ele tem nas pesquisas 38%. Com tudo o que fizeram com ele! Não acho que o Lula tem de ganhar ou perder. Eu acho que ele tem de concorrer."

O contrário de um anti-Lula raivoso é um pró-Lula ingênuo, que aceita todas as presunções de Lula a seu próprio respeito. Em matéria de direito penal, isso inclui concordar com a tese segundo a qual Lula, a "alma viva mais honesta" que a República já viu, tem uma missão de inspiração divina a cumprir. Uma missão tão sublime que é indiscutível. Réu em cinco ações penais, Lula continua sendo, para Dilma, uma superpotência moral que não deve explicações senão à sua própria noção de superioridade.

Dilma já fareja o triunfo eleitoral de Lula. "Isso é uma possibilidade concreta", declarou ela em Harvard. "Desculpem-me as pessoas que riram, mas é uma possibilidade concreta, meus caros. Deixa ele concorrer, para ver se ele não ganha!" O que Dilma considera "gravíssimo" é que, diante da perspectiva de retorno do ser supremo ao poder, queiram agora "inventar todos os possíveis cenários alternativos para tirá-lo da parada." É o que madame costuma chamar de "golpe dentro do golpe."

O mais assustador na pregação de Dilma não é o timbre ingênuo. O que espanta de verdade é a sensação de que a oradora não percebe que está soando cínica. É como se ela acreditasse mesmo no que diz. Embora conheça a perversão por dentro, Dilma é movida pela mesma fé que leva o petismo a tratar sua divindade como santo de procissão, gritando efusivamente sob o andor: "Lula, guerreiro do povo brasileiro?"

Investigado pela Polícia Federal, Lula foi indiciado. Submetido ao crivo da Procuradoria, foi denunciado à Justiça Federal. Ao folhear os processos, magistrados de Brasília e de Curitiba enviaram-no ao banco dos réus em cinco ações penais. No momento, a divindade petista exerce o sacrossanto direito de defesa. Dispõe dos melhores advogados que a fortuna amealhada em palestras às empreiteiras pode pagar.

Se Lula for condenado, recorrerá aos tribunais de segunda instância. Mantida a sentença, vai em cana. E torna-se um ficha-suja, impróprio para o consumo eleitoral. Absolvido, vai à sorte das urnas em 2018. Qualquer coisa fora desse script seria, aí sim, uma mudança inaceitável nas regras do jogo democrático, uma afronta ao preceito constitucional segundo o qual todos são iguais perante a lei. à Constituição.

Alguém poderia argumentar que todos os defeitos de Lula estão perdoados e seus eventuais crimes prescritos, no entendimento tático de que ser responsável pela eleição Dilma Rousseff e ter a tragédia como defensora já é castigo suficiente para qualquer um. Mas Lula não é qualquer um. Ainda não foi formalmente canonizado, mas já virou símbolo. E precisa responder judicialmente por tudo o que passou a simbolizar. Ninguém transforma um partido numa máquina coletora de propinas ou chefia um governo tisnado por dois escândalos do porto do mensalão e do petrolão impunemente.
Herculano
09/04/2017 07:34
O COMISSARIADO OUVIU O POVO E ASSUSTOU-SE, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

A Fundação Perseu Abramo, do PT, fez uma pesquisa que chamou de "Percepções e Valores Políticos nas Periferias de São Paulo". Um mergulho na alma política de famílias da classe média baixa (renda familiar de até cinco salários mínimos, R$ 4.685), gente que votou no PT de 2000 a 2012, mas não foi atrás de Dilma Rousseff em 2014, nem de Fernando Haddad em 2016. Os 63 entrevistados foram divididos em cinco grupos e vinte entrevistados haviam sido beneficiados por programas sociais dos governos petistas, do Bolsa Família ao ProUni.

O resultado da pesquisa está na rede. Ele surpreendeu muita gente, até mesmo os redatores do relatório final. Verdadeiro Apocalipse: "as camadas populares passaram a se identificar mais com a ideologia liberal que sobrevaloriza o mercado".

Esse morador da periferia acredita que o Estado é o inimigo do povo, pois arrecada impostos e não devolve serviços, confia no mérito e no esforço pessoal para melhorar a vida das pessoas: "Muitos assumem o discurso propagado pela elite e pelas classes médias, apontando a burocracia e os altos impostos como empecilhos para o empreendedorismo".

Hoje, uma mulher branca, de 30 anos, acha que a politica está contaminada e seria bom "jogar tudo no lixo". Se aparecesse diante dos comissários de hoje um jovem viúvo da periferia do ABC dizendo que os partidos políticos são "farinha do mesmo saco", defendendo o fim da unicidade sindical, dizendo que a Consolidação das Leis do Trabalho é uma bola de ferro amarrada à perna do trabalhador, eles certamente veriam nele um seguidor da "agenda definida pela mídia hegemônica".

Pena, nos anos 70 esse personagem chamou-se Luiz Inácio Lula da Silva, que foi o Baiano e o Taturana, antes de virar o Lula de todos os santos. Foi com o discurso do operário que precisa de direitos e oportunidades que ele virou uma liderança nacional Acredite-se, houve um tempo em que Lula cavalgava uma agenda moderna.

A Fundação Perseu Abramo é uma das poucas áreas instigantes do pensamento petista e sua pesquisa ajudará a entender um povo em nome do qual muita gente fala, desde que não precise ir às quebradas onde ele vive.

GILMAR PREPARA NO FERIADÃO EVENTO PATROCINADO POR PARTES DE PROCESSO

O ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral passará o feriadão do suplício no Nazareno em Portugal, coordenando um seminário de notáveis promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público, entidade privada da qual é bem sucedido sócio fundador.

Entre os patrocinadores do evento de Mendes estão a Federação do Comércio do Rio de Janeiro, a Associação de Empresas de Saneamento Básico Estaduais e a Itaipu Binacional. Os repórteres Beatriz Bulla e Fábio Fabrini mostraram que, além de terem vínculos direto ou indiretos com a bolsa da Viúva, esses três beneméritos têm processos tramitando no Supremo Tribunal Federal.

Concluído o seminário, le ministre voará até Paris, para acompanhar a election française.

SABEM TUDO

Os marqueteiros Duda Mendonça e João Santana começaram a colaborar com a Justiça.

Compreensivelmente, o Ministério Público quer que eles contem as malfeitorias que estão sendo investigadas. Contudo, ambos são mais que isso, verdadeiros arquivos dos métodos de todas as campanhas dos últimos 25 anos.

Duda simboliza a erosão da impunidade nacional e do sabe-com-quem-você-está-falando. Em 2003, na condição de marqueteiro do presidente Lula ele foi preso numa rinha de galos na Baixada Fluminense. Não perdeu tempo e ligou para o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, narrando o absurdo que estava acontecendo.

"Você precisa de um advogado", disse-lhe o sábio Marcio, encerrando a conversa.

Dois anos depois, apanhado no mensalão, viu-se absolvido pelo Supremo Tribunal Federal.

Passou o tempo e o poderoso Duda decidiu cantar

TEMER E SUA AULA DE PAZ POLÍTICA

A política brasileira atingiu tamanho grau de de beligerância que palavras como "negociação", "acordo" e "compromisso" foram substituídas por "desfigurado", "recuo" e "ofensiva".

O governo teria recuado na defesa de seu projeto de reforma da Previdência, que poderia vir a ser desfigurado pelos parlamentares. Essa ilusão parte de duas premissas erradas. Uma, de natureza subjetiva, supõe que Michel Temer seja burro, muito burro. Aos 76 anos, com seis mandatos de deputado (sempre com poucos votos), tendo presidido a Câmara em três ocasiões, por burrice, Temer mandou ao Congresso um projeto de reforma que não podia defender. A segunda ilusão, de natureza objetiva, supõe que o Congresso Nacional é uma empresa de consultoria. Ele pode ser um horror, mas é um poder da República, depositário da vontade popular e ao longo da história produziu menos desastres que os çábios da economia.

Temer mandou à Câmara um projeto para ser negociado. Ofereceu um obsequioso silêncio aos deputados de sua base que propuseram emendas alterando a proposta original. Faz tempo, quando Fernando Henrique Cardoso temeu pelo naufrágio de sua reforma da Previdência, chamou Temer para salvá-la. Depois, culpou-o pelas mudanças, mas até isso é do jogo. (Nessa época, o doutor aposentou-se aos 55 anos.)

Desde o primeiro momento podiam-se ver dois grandes bodes da proposta: os 65 anos para a aposentadoria das mulheres e a tunga nos aposentados rurais. O que há é o exercício saudável da negociação.

INTERVENÇÃO FEDERAL NÃO IMPEDE REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Argumenta-se que Temer não pode recorrer à intervenção federal porque ela paralisaria a tramitação da emenda constitucional da reforma da Previdência.

Falso. Em 1997, quando Alagoas passou por uma situação semelhante, o ministro Celso de Mello presidia o Supremo Tribunal Federal e disse a Fernando Henrique Cardoso que a intervenção não deveria paralisar a reforma constitucional que tramitava no Congresso. Bastaria paralisar a sua promulgação.

MADAME NATASHA

Madame Natasha concedeu uma de suas bolsas de estudo aos redatores do relatório da pesquisa da Perseu Abramo sobre os moradores da periferia, pela seguinte palavra de ordem:

"O campo democrático-popular precisa produzir narrativas contra-hegemônicas mais consistentes e menos maniqueístas ou pejorativas sobre as noções de indivíduo, família, religião e segurança."

A senhora acha que eles quiseram dizer o seguinte:

"Vamos parar de dizer tolices sobre indivíduos, família, religião e segurança."

O PREÇO DA LISTA

O deputado Vicente Cândido (PT-SP) apresentou o seu projeto de reforma politica informando que "democracia custa caro". Ele propõe o voto de lista, pelo qual o eleitor perde o direito de escolher o candidato em que vai votar. Se isso fosse pouco, deverá financiar as campanhas dos partidos. O dinheiro dos impostos abastecerá um fundo eleitoral de R$ 2,2 bilhões. (Nada a ver com os R$ 820 milhões torrados pelo Fundo Partidário.)

O PT insiste no voto de lista há cerca de dez anos e só recentemente teve o apoio de uma banda do PSDB e do PMDB. Da última vez que essa girafa foi a voto, mandaram-na ao arquivo por 402 votos contra 21.
Herculano
09/04/2017 07:15
NEM O INIMIGO É DOS BONS, por Carlos Brickmann

Michel Temer convive com ministros ameaçados pela Operação Lava Jato (e correlatas), com aliados que criticam o PT depois de participar de três períodos e meio de petismo no Governo, com suspeitas sobre o financiamento da campanha que o elegeu, ao lado de Dilma. Tudo bem, é do jogo; pelo menos é o que dizem os defensores de seu Governo.

O problema é que Michel Temer escolheu mal até seu principal inimigo. O presidente e sua articulação política temem Renan Calheiros - um senador que já foi obrigado a renunciar à Presidência do Senado por, entre outras coisas, fazer com que uma empreiteira pagasse a pensão de sua amante; que é investigado em 12 inquéritos, nove deles por questões da Lava Jato; que corre o risco de não se reeleger no ano que vem (as pesquisas o colocam atrás de Ronaldo Lessa, PDT, e Teotônio Vilella Filho, PSDB, e empatado com Benedito de Lira, PP); e que, para não perder o foro privilegiado, que o mantém a salvo do juiz Sérgio Moro, pode até desistir da reeleição para o Senado e sair para deputado - de preferência em lista fechada. Antes ser deputado em Brasília do que réu em Curitiba.

Para Renan, é bom brigar com Temer: o Governo tem baixa popularidade, e talvez seja melhor, em Alagoas, dispor do apoio de Lula. Mas Temer deveria arranjar adversários mais qualificados. O que não pode é o presidente brigar com alguém cuja maior aspiração é escapar de Moro.

OS MUGIDOS

Coincidência: o PMDB elegeu os presidentes da Câmara e do Senado. Ambos, quando precisaram explicar a origem de seu dinheiro, voltaram-se à carne. Eduardo Cunha disse que ganhou muito exportando carne moída em lata para a África - embora nunca tenha lidado com carne, nem com exportações.

Renan Calheiros apresentou fazendas com rebanhos primorosos, de rápido desenvolvimento, capazes de gerar grandes lucros. Nas mais modernas e rentáveis fazendas do país, a taxa de fertilidade das vacas é de 73%. Nas de Renan, eram de 86% (e, em 2004, chegaram a notáveis 90,8%). E houve até (veja aonde chega a maldade humana) quem dissesse que o gado declarado por ele não caberia na terra disponível.

Eduardo Cunha já está preso em Curitiba.

AMANHÃ VAI SER OUTRO DIA

Amanhã, 10 de abril, Marcelo Odebrecht depõe para Sérgio Moro.

BOAS PALAVRAS

O prefeito paulistano João Dória Jr., PSDB, determinou a extinção, na Prefeitura, de denominações que indiquem diferenças de classe social entre os cidadãos. Viva! Todos serão chamados de "senhor" e "senhora", abolindo-se termos como Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Vossa Magnanimidade, Vossa Eminência e outros quetais. Quem somos nós para julgar o mérito de um juiz a ponto de chamá-lo de "meritíssimo"? Qual parlamentar merece, por seus atos e formação, ser "Vossa Excelência"?

Certa vez, este colunista foi informado de que deveria dirigir-se a determinado funcionário público de alto nível com o termo "Vossa Magnificência". Primeiro achei que era pegadinha; ao ser informado de que era assim mesmo, exigi ser chamado de Vossa Gordência. Ele, Magnífico; eu, Gordo. Pelo menos no meu caso o título refletiria a realidade.

TOLERÂNCIA

Combate à intolerância - étnica, de gênero, de origem, poder aquisitivo, seja qual for - e promoção da tolerância. A revista Conib, da Confederação Israelita Brasileira, acaba de ser lançada e dá acesso gratuito em (https://drive.google.com/file/d/0BygEWKwI7gStVl9jcUFOOVQ1OWs/view).

Um primor: coordenada por um competente jornalista, Henrique Veltman, traz textos de Celso Lafer, Renato Janine Ribeiro, Nilton Bonder, Bernardo Sorj, Yossi Alpern, Flávio Azm Rassekh, Hélio Carnassale, Carla Bassaneto Pinsky, Gabriel Holzhaker, Henrique Veltman, Ivanir dos Santos, Patrícia Campos Mello, Jaime Pinsky, Lelette Couto, Peter Demant, Rony Vainzof; e reproduz um excelente debate entre o ex-chanceler Celso Lafer, a advogada Akemi Kamimura e o advogado Fernando Lottenberg, presidente da Conib. O texto introdutório é de Eduardo Wurzmann, secretário-geral da Conib, e Fernando Lottenberg.

OUTRA VISÃO

O bom jornalista Marco Piva, comentando uma nota desta coluna de apoio à extinção do Imposto Sindical, lembra que dos 17 mil sindicatos existentes no país (cálculo do relator da reforma trabalhista, Rogério Marinho, PSDB potiguar), mais de cinco mil são patronais, também ameaçados pela tesoura. "Os patrões, muitos deles, também vivem a boa vida sindical, sendo que alguns não pisam numa empresa há muitos anos", diz Piva, e tem razão.

Como disseram Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, na voz de Nara Leão, é hora de por pra trabalhar gente que nunca trabalhou
Herculano
09/04/2017 07:08
A MÃE DAS REFORMAS, por Antonio Herman Bejnamin, ministro e corregedor-geral de justiça do Superior Tribunal Eleitoral, para o jornal Folha de S. Paulo

O momento atual do Brasil preocupa a todos. Será lastimável, contudo, se perdermos de vista as oportunidades de avanço que se abrem diante de nós.

As crises - e já sobrevivemos a incontáveis no Império e na República - trazem o potencial para acordarmos da letargia e mudarmos para melhor, desde que se identifiquem e se enfrentem as causas profundas dos problemas.

O desafio inicial vem a ser não superestimar reformas setoriais, por mais importantes e urgentes que sejam, como a da Previdência, das relações de trabalho e do sistema tributário. Sem sólido e legítimo regime político-eleitoral, nunca teremos a paz e a estabilidade social e econômica necessárias ao progresso contínuo, imune a retrocessos em surtos periódicos.

Por outro lado, como ensina a vida, o ótimo é inimigo do bom. Sem falar que, na linha do saber popular, quando se quer tudo, aceita-se a possibilidade de terminar com nada.

Muitas das tentativas anteriores de reforma político-eleitoral falharam exatamente por isso.

Em vez de dividir as questões em vários projetos de lei ou de emenda constitucional, levava-se a debate, e eventualmente a voto, um "pacote", induzindo a formação de coalizões do contra, com cada parlamentar votando no conjunto com os olhos fixos no fragmento que mais lhe importasse. Uma receita perfeita de desastre em grandes colegiados, sobretudo quando se exige quórum qualificado.

No mérito, qualquer reforma político-eleitoral demanda atenção para marcos maiores, verdadeiramente estruturantes, associados à legitimidade popular e à utilidade prática.

Acham-se na linha de frente da discussão questões como financiamento e barateamento de campanhas, aproximação de candidatos e eleitores e combate à corrupção e ao caixa dois, além do desestímulo a negociatas em torno de alianças disparatadas.

Falta-nos ainda a fórmula do sistema de que precisamos, mas, como lembra o ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sabemos o que não queremos. E o que não queremos é o estado atual das coisas, em que impera a descrença do eleitor na força de transformação do voto popular e dos partidos.

Também não queremos que políticos honestos e dedicados à causa pública - e há tantos - sejam arrastados à vala comum de uma minoria de ímprobos.

Finalmente, não queremos uma justiça eleitoral manca, admirada internacionalmente por realizar com maestria e isenção eleições municipais, estaduais e nacionais, mas incapaz de controlar eficazmente obrigações e comportamentos dos partidos e candidatos.

Mais do que incompatível com a natureza do ofício, pretender converter juízes e tribunais em instrumento de regularização formal de práticas eleitorais condenáveis e até criminosas viola noções republicanas elementares.

É tempo de reforma, mas igualmente de otimismo e de crença na solidez das instituições do Estado de Direito inaugurado em 1988.

Não são muitos os povos que logram bater no peito e, com orgulho, dizer: nós conseguimos, juntos, transplantar, para normas constitucionais e legais, palavras de ordem utópicas de faixas e bordões de passeatas e manifestações públicas em favor da democracia, dos direitos humanos e da justiça social
Herculano
09/04/2017 07:01
GOVERNO REDUZ META DE INFLAÇÃO E SELIC VAI CAIR, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo no jornais brasileiros

A equipe econômica do governo Michel Temer deve anunciar a redução na previsão para o centro da meta da inflação de 2017. O presidente foi informado das projeções indicando queda na carestia, este ano, para algo em torno de 4%, com um teto de 5,5%. A previsão do governo é que a Selic, taxa básica de juros, também sofrerá redução significativa, proximamente, chegando à casa de um dígito.

FAZ TEMPO
A taxa básica de juros não alcança um dígito desde outubro de 2013. No governo Temer, vem sendo reduzida a cada reunião do Copom.

O PORTADOR
As boas notícias da economia foram levadas ao presidente Michel Temer pelo ministro Henrique Meirelles. Os dois ficaram eufóricos.

EVOLUÇÃO
O ano de 2015 marcou a maior inflação da era PT, de 10,67%. Foi o maior resultado desde a posse de Lula, em 2003.

ANO PASSADO
Em 2016, após o impeachment de Dilma, a inflação caiu abaixo dos 10% para dentro do teto da meta do governo Temer de 6,5%.

ROSE TELEFONOU A TEMER DESAUTORIZANDO RENAN
A senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) telefonou ao presidente Michel Temer, quinta (6), para informar que a bancada, de forma majoritária, não endossa as críticas do temperamental líder no Senado, Renan Calheiros (AL). Rose disse que a bancada diverge da oposição do colega alagoano. A ligação ocorreu tão logo ela enfrentou Renan no plenário e o desautorizou a criticar o governo em nome da bancada.

COISA DE 'CORONÉ'
"Coroné" Renan reagiu a Rose de Freitas destituindo-a da presidência da Comissão de Orçamento. Como líder, ele tem essa prerrogativa.

PERDENDO LIDERANÇA
O ainda líder do PMDB perde terreno entre os colegas, cada vez mais ligados a Temer e ao presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

OS QUE RESTAM
Prestam vassalagem a Renan apenas Kátia Abreu (TO) e Roberto Requião (PR), como ele, candidatos a aliança com Lula, em 2018.

SEM PREJUÍZOS
Na reforma da Previdência, nada muda para quem está aposentado, segundo reiterou nas redes sociais o presidente Michel Temer. Muito menos para o grosso da população, que ganha salário mínimo.

ÚNICA PREOCUPAÇÃO
Com a semana curta devido à folga marota na quinta e o feriado sexta, a discussão do projeto de renegociação das dívidas do Estados será na segunda. É o único item previsto na sessão e relevante da semana.

NADA A VER
O procurador-geral Eleitoral, Nicolao Dino, apesar de irmão, não tem lá muitas afinidades políticas com o governador do Maranhão, Flávio Dino, que é filiado ao PCdoB e aliado da petelhada apeada do poder.

BULLYING
A modelo Madelayne Cavalcanti, alvo de comunicado do Colégio Santa Maria, do Recife, agora diz ser vítima de bullying, após a escola pedir que pais - e principalmente mães - usem roupas mais comportadas.

A FEBRE PASSOU
As reformas da Previdência e Trabalhista atropelaram a Tributária, que aguarda em banho-maria o momento de voltar à discussão. O relator, deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), roda o País buscando adesão.

EMBROMATION
Tem a resistência no DEM, de Rodrigo Maia, a alteração do regimento da Câmara que prevê o afastamento de membro da Mesa Diretora processado no Conselho de Ética. O DEM quer "aprofundar" o debate.

REFORMA DE BORRACHA
Em reuniões separadas com deputados do PSDB e PPS, seu partido, o relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (BA), prometeu levar em conta as propostas deles. Cada partido apresentou 9 emendas.

DISSE BEM, SENADOR
O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) criticou duramente o projeto aprovado da Câmara que incluiu emenda malandra do PT com o objetivo de inviabilizar o Uber. A decisão deve ser reformada.

PENSANDO BEM...
...Donald Trump nem completou três meses no cargo e, como todo presidente republicano, já tem uma guerra para chamar de sua.
Herculano
09/04/2017 06:55
TEMER DIZ NÃO VER ERROS EM SUA GESTÃO, MAS POPULAÇÃO OS ENXERGA DE SOBRA, por Ranier Bragon, no jornal Folha de S. Paulo

Deve haver alguma coisa na água servida nos palácios que leva as pessoas a pensar habitar uma espécie de mundo paralelo.

Ou talvez sejam as sabujices simbolizadas no fato de que o sujeito ficará quatro anos sem precisar nem sequer tocar a maçaneta da porta.

Só isso pode explicar a empáfia de Michel Temer ao dizer, em entrevista à Folha, não ter cometido nenhum erro nos seus 11 meses de gestão.

"Eu cometi acertos." E acertos derivados de "coragem" e "ousadia".

Temer assumiu o poder em maio de 2016 com a ousadia, é impossível lhe negar esse mérito, de enfiar um "sê-lo-ia" logo no discurso de posse.

Nomeou um ministério composto exclusivamente por 23 homens, todos brancos. Seis deles cairiam como pinos de boliche nos meses seguintes em meio a polêmicas e suspeita de corrupção. Outros continuam na pontinha da tábua do navio.

Há um ano o Datafolha mostrava que quase 60% da população defendia o "fora, Temer" mesmo antes de ele dar o pontapé inicial.

Ele entrou em campo, cometeu toda a infinidade de acertos corajosos e ousados que conseguiu e, faz uma semana, o Ibope mostrou que o percentual de brasileiros que acham o seu governo uma porcaria bateu recorde: 55% de ruim ou péssimo.

Temer parece apostar na hipótese de figurar no lado róseo da história pela aprovação do limite de gastos, da reforma da Previdência e de uma série de mudanças cristalinamente favoráveis ao mundo empresarial.

Nas palavras do amigo da onça Renan Calheiros (PMDB-AL), o governo Temer parece a seleção do Dunga. O que nos deixará uma dúvida talvez insolúvel. A de quem deve ter se sentido mais injuriado: se Temer por ter sido chamado de Dunga ou se Dunga por ter sido chamado de Temer.

Por suas palavras, Temer não se acha só um Tite, mas talvez um Rinus Michels. O problema é que, pelo visto, só os que estão dentro das cercas do palácio enxergam um carrossel holandês em sua gestão
Sidnei Luis Reinert
08/04/2017 19:09
Temer e Meirelles assassinam o Agronegócio


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O intocável Michel Temer, blindado pelo pelos "deuses" rentistas do "mercado", foi conivente com um golpe seria o bastante para que se exigisse o impeachment dele, por crime de lesa-Pátria contra o setor realmente produtivo da economia brasileira. O Presidente permitiu que o "presidente paralelo" Henrique Meirelles cometesse o criminoso aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para cooperativas de crédito.

Temer, Meirelles e seu "dream team" não apenas atropelaram a Constituição. Cometeram o arakiri econômico de aumentar impostos, em vez de reduzir o inchaço, a gastança, o desperdício (e por que não, a corrupção) na máquina pública. Ambos causarão gigantescos prejuízos ao agronegócio, porque encareceram o custo direto da produção. Afinal, os empresários rurais pegam dinheiro emprestado nas cooperativas às quais são filiados, a juros e taxas mais baixas, em vez de ficarem reféns da usura dos grandes bancos.

A verdade é que, em tempos de recessão, inadimplência e crédito em função dos juros suicidas, os grandes bancos resolveram declarar guerra descarada às cooperativas de crédito ?" que cumprem o papel real de um banco de verdade: emprestar dinheiro criteriosamente, focando na produção, e não no mero rentismo improdutivo. Meirelles, que tem DNA de banqueiro, podia ter sido menos original na bobagem dolosa que cometeu. A decisão burra e inconstitucional só tem uma "vantagem": já nasce morta a eventual a temerária candidatura dele à sucessão de Michel Temer.

O Decreto 9.017, de 30 de março de 2017 alterou o Decreto 6.306, de 14 de dezembro de 2007 - que regulamenta o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários ?" nome grande do IOF. A temerária canetada revogou o art. 8º, II do Decreto 6.306, que reduzia a zero na operação de crédito realizada entre cooperativa de crédito e seus associados. Desta forma, passa a vigorar a alíquota de 0,0082% para mutuário pessoa física (3% ao ano), e 0,0041% ao dia para mutuário pessoa jurídica (1,5% ao ano).

A burrada do rentismo no poder foi gravíssima. Com a elevação da tributação do IOF sobre operações de crédito realizadas entre cooperativas de crédito e seus associados, o governo federal deu mais uma rasgadinha na Constituição Federal. Em seu art. 174, §2º, a Carta Magna determina que "a lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo". A mudança estúpida prejudica os associados a grandes cooperativas, como Sicoob (mais de 2250 pontos de atendimento), Sicredi (1500), Cresol (400), Unicred (200 pontos) e Sistema Cecred (150).

A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), representante do sistema cooperativista nacional, lamentou a decisão e fez uma crítica indefensável ao governo: "O Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) sempre teve sua atuação pautada nas pessoas, desenvolvendo econômica e socialmente pequenas comunidades, levando a inclusão financeira aos rincões do País. A medida de elevação do IOF nos empréstimos entre as cooperativas de crédito e seus associados é contrária aos movimentos do Governo de gerar mais renda, desenvolvimento, inclusão social e financeira a pessoas não bancarizadas e ao discurso de não elevação de impostos".

A OCB segue na crítica objetiva: "Estima-se que até 2018 haverá, no mínimo, 10 milhões de cooperados às instituições financeiras cooperativas em todo o país. Essa expansão tem um papel fundamental na inclusão financeira, podendo ser confirmada pelos números: 43% dos cooperados não possuem conta em nenhuma outra instituição financeira e as cooperativas de crédito chegam a 564 municípios que não possuem nenhum outro atendimento. Para essas pessoas, cooperadas, atividades rotineiras como contratar empréstimos, pagar contas e poupar estão aliadas a vantagens comunitárias. Elas acessam serviços a preços justos, são donas da própria instituição financeira cooperativa, que lhes devolve as sobras das operações realizadas, retendo recursos financeiros nos lugares onde moram, beneficiando a economia local".

É grande e concreta a chance de as Cooperativas ingressarem no Supremo Tribunal Federal com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade do Decreto 9.017. A decisão da Temer/Meirelles não foi imposta apenas para aumentar a receitas tributárias do governo. Está evidente que o objetivo foi inviabilizar as cooperativas. A decisão interessa aos gigantes do sistema financeiro ?" assustados com o crescimento das cooperativas.

Se Temer tivesse um mínimo de compromisso com o crescimento econômico ?" conforme pregado por sua propaganda e discursos mentirosos -, a decisão sábia seria a revogação imediata, com amplo estardalhaço, do Decreto 9.017. É urgentíssimo que Temer conserte a cagada. Ou, então, ficará comprovado que o plano dele se resume a fingir que faz reforminhas de araque, enquanto viabilizar o real negócio de esvaziar o setor produtivo brasileiro, para que tudo seja mais facilmente assimilado pelo grande capital transnacional e seus "fundos abutres" que elegem, sustentam e derrubam Presidentes de Republiquetas...

Se continuar obrando desse jeito, não demora e Temer, como coveiro da economia, acaba ressuscitando a Petelândia ?" que é péssima nos governos, mas espetacular na oposição destrutiva...
Herculano
08/04/2017 16:03
POLITICAMENTE CORRETO É SEITA DE MINORIA BARULHENTA SAUDOSISTA DO COMUNISMO, por Rodrigo Constantino, do Instituto Liberal

O Politicamente Correto é uma praga. E uma praga que vem se alastrando e tomando conta de tudo que é lugar, especialmente das universidades, que deveriam ser locais sagrados para a livre expressão de ideias, mesmo as mais estranhas.

Mas como todos podemos perceber, não se trata de uma postura imposta pela maioria, e sim por uma minoria intransigente, organizada, histérica, e que pensa falar em nome dos "fracos e oprimidos".

Essa turma mimada e autoritária seria órfã do comunismo. É o que argumenta João Pereira Coutinho, com base em entrevista do professor Jonathan Haidt, da Universidade de Nova York, ao WSJ. Diz Coutinho:

As nossas universidades não são universidades ?"centros de aprendizagem, ou seja, de alguma violência intelectual para abrir cabeças usualmente fechadas. São estufas de sensibilidade e ressentimento. Como explicar isso?

[?]

A maioria é pacífica, diz ele. A maioria quer aprender. A maioria não tem problemas com ideias heterodoxas. O problema, acrescenta, é a minoria: uma minoria intolerante e agressiva que - atenção, atenção - se comporta como as antigas seitas religiosas.

Para esses crentes, as universidades devem ser "espaços sagrados" onde as "vítimas", ou as supostas "vítimas" (negros, gays, mulheres etc.), são deuses reverenciais. Quando alguém ameaça alterar a ordem divina, chovem críticas, ameaças, vidros quebrados. E coquetéis Molotov.

E para justificar o fenômeno, Coutinho lança mão da excelente análise de Raymond Aron sobre as "religiões seculares", as seitas políticas totalitárias que prometem o paraíso terrestre. Nazismo, comunismo e fascismo são todos variações do mesmo tema.

Com a queda dessas utopias do século XX, porém, criou-se um "vazio espiritual", que foi logo preenchido pelo Politicamente Correto. Por isso mesmo essa praga foi espalhada pelos "intelectuais", pela intelligentzia, a mesma que, antes, flertava com os três monstros utópicos acima. Coutinho conclui:

Os órfãos de Moscou não sobrevivem sem uma fé. E uma fé não sobrevive sem santos e pecadores. Os santos são as minorias várias que ocupam hoje o lugar do antigo proletariado. Os pecadores são todos aqueles que sofrem de "preconceito inconsciente", uma nova versão da "falsa consciência" que Marx e Lênin deixaram aos seus herdeiros.

Muitas universidades, sobretudo no mundo anglo-saxônico (as restantes são apenas cópias do produto original), tornaram-se o último bastião dos derrotados. Incapazes de implantar "cá fora" os seus projetos de dominação social e econômica, resta aos intelectuais viciados no ópio das ideologias manipular o que se passa "lá dentro": jovens com cabeças simplórias que são apenas marionetes de uma história que os transcende.
Herculano
08/04/2017 08:28
A MÁQUINA DE ROUBAR DO PT - o partido dos trabalhadores e do povo sofrido. A REVISTA "ISTO É" QUE ESTÁ NAS BANCAS, REVELA: "A CONTA-LARANJA DE JOÃO SANTANA

Texto de Débora Bergamasco e Mario Simas. O Banco Central e a Polícia Federal conduzem sigilosamente uma investigação para saber a origem e o destino de US$ 7,5 milhões de uma conta na Suíça. Parte desse dinheiro foi desviada da Petrobras e teria sido destinada a integrantes da cúpula do PT.

A conta em questão foi aberta no banco suíço Heritage e é conhecida como Shellbill, nome de uma empresa offshore criada pelo publicitário e ex-marqueteiro de campanhas petistas, João Santana, que na semana passada teve homologado seu acordo de delação premiada pelo ministro do STF, Edson Fachin. Tanto a PF como o BC já sabiam da existência da conta, que foi confirmada pelo próprio marqueteiro, quando foi preso em fevereiro de 2016. O que não se sabia até agora é que boa parte dos recursos que passaram por essa conta teria como destino final outros personagens do PT.

A revelação foi feita por João Santana durante negociação com a Procuradoria-Geral da República, mas não se sabe se essa informação entrou no texto final da delação premiada porque os procuradores ponderaram que, para incluí-la, seria necessário aprofundar as investigações.

"A princípio imaginamos que a conta na Suíça era usada para que João Santana recebesse pelos serviços prestados tanto no Brasil como no exterior. Mas, com as informações que temos agora, podemos inferir que a conta seria uma espécie de laranja para que os dirigentes do PT recebessem propinas no exterior", afirmou na noite da quarta-feira 5 uma das pessoas que participaram das negociações.

"Para atestar a informação, já solicitamos ajuda da Suíça para rastrear a saída de recursos dessa conta". O marqueteiro não declinou os nomes dos favorecidos. Apenas afirmou que se tratava de membros da cúpula do partido. Quem lhe informava sobre os depósitos e as transferências que deveriam ser feitas era o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega. Reticente em abrir o jogo num primeiro momento, João Santana só reconheceu que a Shellbill era uma conta-laranja depois que a Procuradoria da República começou a contabilizar o valor que, pelo acordo, ele deveria devolver aos cofres públicos.

Os procuradores usavam como base de cálculo os US$ 7,5 milhões movimentados no banco suíço. Foi quando Santana afirmou que o dinheiro não era apenas dele. O marqueteiro foi taxativo: a pedido de cabeças coroadas do PT, ele disponibilizou sua conta para que petistas pudessem receber dinheiro sujo não declarado no exterior. O intermediário era Mantega. A existência da conta-laranja mostra que os préstimos de Santana ao PT transcenderam os serviços de marketing às campanhas dos ex-presidentes Lula e Dilma entre 2006 e 2014.

Na delação premiada, homologada na última semana, o casal João Santana e Monica Moura deixa claro que houve movimentação irregular de dinheiro em todas as campanhas eleitorais nas quais participaram no Brasil e em outros países da América Latina, no período de 2006 até serem presos, incluindo as de Lula e Dilma. As operações ilícitas envolveram ainda as campanhas de Hugo Chavez, falecido, e Nicolas Maduro, na Venezuela, de Maurício Funes, em El Salvador, de Danilo Medina, na República Dominicana e de José Eduardo dos Santos, em Angola.

Aos procuradores, Santana também atestou relato do empresário Marcelo Odebrecht à força-tarefa da Lava Jato e ao TSE de que, sim, Dilma tinha conhecimento das operações ilícitas de caixa dois ?" o que desmonta de maneira cabal e irrefutável todas as versões apresentadas até agora pela ex-presidente segundo as quais ela estaria alheia às tratativas de propina e caixa 2.

Entre todos os políticos implicados pelo casal João Santana e Monica Moura, a ex-presidente petista foi, indubitavelmente, a mais atingida. Num dos capítulos do depoimento, Santana e sua mulher fazem outra imputação grave a Dilma. Guarda relação com mais uma tentativa da petista de obstruir a Justiça. Eles acusam Dilma de vazar de dentro do Planalto informações sigilosas sobre o andamento da Lava Jato. Segundo Santana, o Planalto, sob o comando de Dilma e com o consentimento e conhecimento dela, o avisou de que ele estava para ser preso, às vésperas de sua detenção pela PF em fevereiro de 2016.

O marqueteiro disse não saber se o alerta foi redigido por Dilma ou por um assessor dela. Ele teria confirmado, porém, que a fonte do alerta seria o Palácio do Planalto. O aviso foi dado por meio de uma mensagem, localizada dentro de um e-mail cifrado. O endereço do e-mail teria sido criado na presença de Dilma Rousseff e dentro da biblioteca do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República. A senha era compartilhada entre Dilma, Mônica Moura e o marqueteiro. Ou seja, somente os três tinham acesso ao endereço eletrônico. Cópias de uma dessas mensagens cifradas alusivas à investigação da Lava Jato foram entregues aos procuradores.

"É problema do lula"

Nos bastidores do PT, ninguém revela surpresa com o conteúdo do depoimento do marqueteiro. No dia em que Santana e sua mulher foram presos, ainda em 2016, Lula já sabia que a casa tinha caído. Sobretudo para Dilma. "Ela (Dilma) sabia que ia dar m?Que isso tudo chegaria na campanha", esbravejou o petista em conversa telefônica com o então ministro da Casa Civil, Jaques Wagner.

Na mesma conversa, Lula rememorou uma conversa mantida no Palácio do Planalto entre o senador Delcídio do Amaral (PT) e a presidente Dilma na esteira da prisão de Marcelo Odebrecht. Durante uma reunião, o senador petista advertiu a chefe do Executivo: "Presidente, a sra. sabe que foi uma dessas empreiteiras implicadas na Lava Jato que bancaram sua campanha e pagaram ao publicitário João Santana". Ao que Dilma respondeu: "Isso é problema do Lula. Ele que resolva". Delcídio então rebateu: "Não, a campanha era sua. É sua a responsabilidade".

Compete agora ao procurador-geral Rodrigo Janot, que está em viagem à Coreia do Sul e ao Japão, definir os próximos passos das investigações. Janot se debruçará sobre o assunto a partir desta semana, quando estará de volta ao Brasil. Segundo apurou ISTOÉ, na PGR não pairam dúvidas: é líquido e certo que a delação do marqueteiro ensejará abertura de inquéritos para investigar a tríade petista ?" Lula, Dilma e Guido Mantega. Pode sobrar até para o tesoureiro da campanha de Dilma à reeleição, Edinho Silva, hoje prefeito de Araraquara. O lulopetismo agoniza.

Duda conta tudo

Além do marqueteiro João Santana, o publicitário Duda Mendonça, que conseguiu eleger Luiz Inácio Lula da Silva presidente do Brasil em 2002, também assinou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal há pouco mais de uma semana. Os depoimentos do inventor do "Lulinha paz e amor" estavam na Justiça do Distrito Federal, mas como ele narrou ilícitos envolvendo pessoas com foro privilegiado, o processo foi enviado ao Supremo Tribunal Federal. A delação foi motivada pela investigação da Polícia Federal sobre as gráficas fantasmas da campanha de Dilma Rousseff.

O conteúdo está sob sigilo, mas a colaboração será anexada à investigação que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ajudar nas apurações de possível abuso de poder econômico na campanha que elegeu a presidente Dilma e seu então vice-presidente, Michel Temer, na disputa de 2014. O ministro do STF Edson Fachin ainda decidirá se homologa ou não a delação de Mendonça. Em 2005, Mendonça confessou à CPI dos Correios ter recebido R$ 10,5 milhões pela campanha à eleição de Lula via caixa 2.
Herculano
08/04/2017 08:22
O BOM SENSO DOS " SEM IDEOLOGIA", por Fernando Schüller, para a revista Época.

A pesquisa da Perseu Abramo é muito reveladora da lógica opaca de seus autores. Na vida prática, as pessoas, há muito tempo, não dividem o mundo entre "burguesia" e "classe trabalhadora"

Os pesquisadores da Fundação Perseu Abramo fizeram um bom trabalho. Foram lá na periferia de São Paulo e descobriram muita gente de bom-senso. Pessoas que apostam no trabalho e no mérito pessoal, sonham em empreender, não acreditam muito no governo, em escolas públicas e andam relativamente pouco preocupadas com política. Achei ótimo isso. O que parece ter chamado a atenção, no trabalho, foi o contraste dessas ideias simples e relativamente previsíveis com a narrativa partidária. A pesquisa sugere que os moradores da periferia se tornaram mais "liberais" com a ascensão econômica da década passada. E acentuaram uma cultura individualista, pouco dada a soluções comunitárias, na crise recente. Será? Faz sentido buscar um "encaixe" ideológico, à esquerda ou à direita, para a atitude simples e pragmática das pessoas que vivem e trabalham na periferia de São Paulo?

Nossos pesquisadores sugerem que os mais pobres "assumem o discurso propagado pela elite apontando a burocracia e os altos impostos como empecilhos para o empreendedorismo". Lendo isso, não sei por que, me lembrei do Sebrae. Será que o pessoal do Sebrae andou pela periferia de São Paulo fazendo a cabeça de todo mundo? Ou será que alguém por lá leu que estamos no 123º lugar no Doing business do Banco Mundial, que mede a facilidade para fazer negócios, e em 181º no quesito "pagamento de impostos"? Será que precisa mesmo aderir ao discurso da elite para saber dessas coisas? Ponto para a periferia de São Paulo. Aliás, achei sensacional a turma dizendo que quer abrir uma franquia da Cacau Show ou da "casa da batata frita". Me deu até uma esperança no Brasil.

A pesquisa diz que as pessoas "querem colocar filho na escola particular ou pagar convênio médico" quando conseguem dinheiro para pagar. Achei ótimo isso. O Ideb médio das escolas privadas é 51% superior ao das escolas públicas e parece óbvio que os pais façam essa escolha. É a mesma lógica, perfeitamente legítima, que leva políticos de "esquerda" a frequentar o Hospital Sírio-Libanês. Por que os moradores da periferia deveriam agir contra seu próprio interesse? Na curiosa visão dos pesquisadores, eles fazem isso porque há "pouca valorização do público". Se eu fosse pesquisador da Fundação, sugeriria outra hipótese: eles fazem isso para se defender da precariedade do Estado. Se os dados do Ideb mostrassem resultado inverso, a mães da periferia mostrariam uma súbita "desvalorização do privado".

Nossos pesquisadores descobriram que, fora do mundo metafísico dos manuais de sociologia, não faz nenhum sentido a ideia de um conflito entre "burguesia" e "classe trabalhadora". Ainda me lembro, nos anos 1980, quando ouvi falar pela primeira vez a palavra "burguesia". Virou uma das minhas palavras favoritas, mas confesso que nunca entendi exatamente a que ela se refere. Renda? Estilo de vida? Domínio sobre o capital? Adesão a certas ideias? Nunca entendi, mas ao menos agora vejo que não estou sozinho. No mundo "líquido" do século XXI (homenagem ao Zygmunt Bauman), da sharing economy e das mil e uma formas de empreendedorismo, é mesmo curioso imaginar que alguém insista em dividir o mundo entre capital e trabalho, ricos e pobres e coisas desse tipo.
Herculano
08/04/2017 08:17
COMO OS POLÍTICOS E DE MODO ESPECIAIS OS CORONÉIS DO NORDESTE USAM NóS CONTRA ELES, DISCRIMINAM BRASILEIROS, CULPAM O SUDESTE E O SUL PELAS DESGRAÇAS E MANIPULAM ANALFABETOS, IGNORANTES E DESINFORMADOS

"Alagoanos, nada vai me acontecer porque eu nunca cometi irregularidade. Eu tenho uma vida limpa. Essa gente não gosta de conviver com alguém do Nordeste que presidiu quatro vezes o Senado Federal". Renan Calheiros, PMDB, alvo de doze inquéritos e réu por peculato no Supremo Tribunal Federal.
Herculano
08/04/2017 08:12
HOJE TEM AGÊNCIA DA CAIXA ABERTA PARA PAGAR FGTS DE CONTAS INATIVAS AOS NASCIDOS EM MARÇO E ABRIL
Herculano
08/04/2017 08:10
O FIM DA FARRA NO CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS

Cnteúdo de Veja. Texto de Bianca Alvarenga. O Ministério da Educação anunciou na última segunda-feira, dia 3, que descontinuará a concessão de bolsas de graduação no programa Ciência sem Fronteiras. Tal modalidade representou quase 80% das 93 000 bolsas concedidas em universidades no exterior nos últimos sete anos. O foco agora será na pós-graduação, em moldes parecidos com os que já existiam antes de 2011, quando o programa foi criado.

Reportagem de VEJA desta semana mostra os principais erros de execução do Ciência sem Fronteiras. Não houve critério na escolha das instituições do exterior: muitas delas estão mais mal avaliadas do que as principais universidades brasileiras. Bolsistas que não dominavam o idioma da universidade de destino foram enviados para o exterior e tiveram que voltar antes do tempo por não conseguirem acompanhar o conteúdo. Houve até mesmo o envio de estudantes que não estavam nas áreas de ciências, engenharia e tecnologia e que, portanto, não poderiam ser selecionados para o programa.

Obra de marketing da primeira gestão de Dilma Rousseff, o Ciência sem Fronteiras não cumpriu plenamente o objetivo de fomentar a pesquisa científica no Brasil e serviu, em partes, apenas como um intercâmbio para jovens de alta renda. Tudo com dinheiro do governo ?" quase 9 bilhões de reais foram gastos no programa.
Herculano
08/04/2017 08:01
ESPECIALISTAS EM USAR ROUBAR E ROUBAR O POVO BRASILEIRO

Conteúdo de O Antagonista. A offshore da cúpula petista

Uma pessoa que participou do acordo de João Santana com a PGR disse à IstoÉ:

"A princípio imaginamos que a conta na Suíça era usada para que João Santana recebesse pelos serviços prestados tanto no Brasil como no exterior. Mas, com as informações que temos agora, podemos inferir que a conta seria uma espécie de laranja para que os dirigentes do PT recebessem propinas no exterior".

E mais:

"Para atestar a informação, já solicitamos ajuda da Suíça para rastrear a saída de recursos dessa conta".
Herculano
08/04/2017 07:59
SUPREMO DEVERÁ AVALIAR DELAÇÃO DE DUDA COM A PF

Con teúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Fabio Serapião e Beatriz Bulla, da sucursal de Brasília. A delação do marqueteiro Duda Mendonça assinada com a Polícia Federal vai provocar o Supremo Tribunal Federal (STF) a decidir se delegados podem firmar acordos de colaboração premiada. É a primeira vez que uma colaboração premiada firmada pela PF chega ao Supremo, onde já tramita uma ação proposta pela Procuradoria-Geral da República que sustenta que é inconstitucional que a polícia celebre os acordos.

O caso também expõe a divergência entre a PF e o Ministério Público Federal nesse tema. A legislação que regula as colaborações (Lei 12.850) foi aprovada em 2013 e prevê a possibilidade de que a polícia firme o acordo.

Para a PGR, no entanto, a previsão é inconstitucional. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, propôs uma ação direta de inconstitucionalidade sobre o tema em abril do ano passado. O caso está sob a relatoria do ministro Marco Aurélio Mello. Ao Estado, o ministro disse que não há previsão de quando pretende liberar a ação para ser incluída no plenário.

Ao analisar a delação de Duda Mendonça, o relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin, pode decidir homologá-la de maneira monocrática ou levar o caso para discussão na 2.ª Turma do STF, da qual faz parte.

Procuradores da República afirmam que é o Ministério Público quem acompanha a ação penal da investigação até a sentença e que a polícia participa apenas da etapa de inquérito e não de toda a ação penal. No entendimento dos procuradores, como cabe à instituição fazer a acusação criminal, só ela poderia negociar os efeitos disso ?" como as penas a serem cumpridas.

"Um acordo pressupõe envolvimento daqueles que são parte no processo", disse Danilo Dias, assessor jurídico-criminal no gabinete do procurador-geral. Por sua vez, o delegado federal Élzio Vicente da Silva, superintendente da PF no Distrito Federal, onde a colaboração de Duda foi assinada, não questionou se MP é o titular da ação penal, mas afirmou que os procuradores partem de uma premissa errada de que a colaboração é uma transação penal.

Negociação. O entendimento da PGR é de que não seria possível alcançar o nível de sucesso obtido na Lava Jato sem o uso do modelo adotado pelo MPF, que entende o acordo como uma negociação. Sob essa ótica, o delator senta para negociar não só o que pode contar aos investigadores, mas também a pena, sua forma de cumprimento e possível valor de multa que deve constar no acordo. Por esse motivo, a delação passou a ser vista por advogados também como estratégia de defesa, o que gerou alto interesse pelo uso da ferramenta.
"Nunca na história do País se conseguiu chegar tão longe no combate à corrupção", afirmou Dias, destacando o modelo da PGR. Já no entendimento da PF, a colaboração não pode ser uma "livre transação penal entre acusação e defesa, colocando-se o juiz no papel de mero chancelador das tratativas".

O delegado federal disse que a lei de organização criminosa prevê a colaboração como ferramenta de investigação necessária para maximizar a obtenção de prova e desestruturar o grupo criminoso. "Tratar a colaboração como transação penal é ir no sentido contrário, pois a Constituição Federal trata da transação penal apenas nos casos de crimes de menor potencial ofensivo, quando a negociação ocorre justamente para evitar a apuração e o próprio processo."

A PF já havia firmado um acordo de delação na Lava Jato, da doleira Nelma Kodama, mas o caso ficou sob análise da Justiça Federal em Curitiba e não chegou ao Supremo. A situação mais parecida até o momento é a da colaboração da empresária Danielle Fonteles, da agência de comunicação Pepper. Alvo da Operação Acrônimo, Danielle assinou um acordo com a PF no Distrito Federal. Como envolvia um governador, o caso foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Até agora, o MPF firmou 155 acordos de delação premiada com pessoas físicas na Lava Jato, na atuação em Curitiba. Em Brasília, 49 colaborações foram assinadas e homologadas perante o Supremo Tribunal Federal nos três anos de operação.
Herculano
08/04/2017 07:34
UM NOVO PAÍS EMERGE DA CRISE, médico, pecuarista, por Ronaldo Caiado DEM-GO, no jornal Folha de S. Paulo

Quando a sociedade brasileira começou a se manifestar nas ruas, a partir de 2013, não se tratava, como alguns pensaram, de protestos pontuais contra a corrupção e a má governança.

Se assim fosse, tudo se encerraria com o impeachment de Dilma, cujo governo, sob a égide do PT, mesclou administração temerária com roubalheira sistêmica, em magnitude sem precedentes, levando o país à ruína econômica, moral e política.

Ali, no entanto, apenas se inaugurava uma nova e irreversível fase na história do país, ao que parece ainda não devidamente percebida pelos agentes públicos. E aí reside o cerne da atual crise, que é, sobretudo, de representatividade.

A sociedade não se reconhece no Estado, que, por sua vez, continua a vê-la como se nada houvesse mudado. As manifestações, no entanto, mostram que a sociedade descobriu o poder transformador das ruas. E de lá não mais sairá.

Organiza-se para tornar efetivo o parágrafo único do artigo 1º da Constituição, segundo o qual "todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente (...)".

Esse termo "diretamente" está deixando de ser letra morta. As redes sociais são extensões digitais da vida pública, que banem de vez a figura do Estado torre de marfim.
O recado é claro: o papel passivo da sociedade, como mera provedora de um Estado caro e inoperante, chegou ao fim.

O governo Temer, se não se der conta disso, não terá êxito nas reformas que precisa realizar. Não o conseguirá se continuar supondo que lhe basta obter maioria no Congresso.

Há 28 partidos no Congresso, nenhum com vínculos efetivos na população. Em tal contexto, cogitar voto em lista, uma reforma para esconder a cara dos maus políticos, é aumentar o fosso que separa o país oficial do país real.

Foi-se o tempo em que o povo terceirizava seus problemas. Hoje, cobra lógica e coerência dos governantes; quer retorno de seus impostos. Reforma da Previdência, sim, desde que extensiva a todos, sem privilégios ?"e desde que devidamente explicada e debatida. E debate não é propaganda.

Aumento de impostos, sem que o Estado contenha os seus gastos, não. E assim por diante.

A agenda de temas em discussão no Congresso mostra a distância que o separa da sociedade. Neste momento, em que há cerca de 14 milhões de desempregados, a recuperação da economia exige sua desregulamentação e medidas de incentivo ao emprego, não reforma política e medidas defensivas contra a ação da Justiça na Lava Jato, entre as quais a preservação do foro privilegiado.

O país está atento, de olho nos políticos. Isso é bom. Há futuro e esperança e já se vê crescente parcela de jovens imunes à doutrinação esquerdista, em busca de projeto de prosperidade, baseado no estímulo ao empreendedorismo e à meritocracia, sem os quais não há justiça social.

O Brasil possui reservas minerais estratégicas incomparáveis. Com todas as dificuldades que já viveu e as que ainda vive, é o segundo maior exportador de alimentos, com uma das agriculturas mais sofisticadas e produtivas.

Mas possui potencial para ir muito mais longe. O país tem sido refém de uma mentalidade política retrógrada, calcada no paternalismo estatal, que o debilitou ainda mais nesses 13 anos de desastrosa hegemonia petista. A cada eleição, sob o estímulo do marketing político, ansiava por um salvador da pátria.

Lula prestou este serviço: sepultou o ciclo messiânico. O país que emerge da crise se despoja de mitos e equívocos do passado, disposto a refundar a república em bases morais e racionais
Herculano
08/04/2017 07:28
PT IMPôS ODEBRECHT NO CONTRATO DE SUBMARINOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A Odebrecht ganhou sem licitação o contrato que lhe rendeu ao menos R$ 3,3 bilhões, no programa de submarinos da Marinha, além de propinas milionárias para os petistas. Como em outros projetos mundo afora, que renderam contra Lula a acusação de tráfico internacional de influência, a adesão brasileira ao projeto bilionário foi condicionada à contratação da empreiteira que pagava propinas à cúpula petista.

TREM PAGADOR ABASTECIDO
O governo do PT impôs a contratação da Odebrecht, pela francesa DNSC, para fechar a compra de 5 submarinos por R$ 31,5 bilhões.

CONTRATO BILIONÁRIO
À Odebrecht, sem expertise na área, coube a construção de estaleiro e base de submarinos, que lhe renderam R$ 3,3 bilhões sem licitação.

PROPINA PARA PETISTAS
O ex-presidente da construtora Norberto Odebrecht, Benedicto Barbosa Júnior, contou haver pago R$ 17 milhões em propina só para petistas.

LOBISTA DE LUXO
As delações de ex-executivos fecham o cerco a Lula nas investigações, sobre seu papel no tráfico de influência a serviço da Odebrecht.

SÍRIA: CADA MÍSSIL DE TRUMP CUSTOU US$1 MILHÃO
Já se conhece quem levou vantagem no bombardeio da Síria, ordenado pelo presidente Donald Trump: os acionistas da Raytheon, gigante americana que fabricou os mísseis Tomahawk, despejados sobre a província síria de Homs. Cada um dos 59 mísseis disparados custou aos Estados Unidos US$1 milhão (cerca de R$3 milhões). No total, só em mísseis, a ira de Trump custou mais de R$177 milhões.

PASSANDO CHEQUE
Após gastar 59 mísseis Tomahawk, Trump vai repor o estoque. Agora, o brinquedinho de guerra custa US$1,5 milhão (R$4,5 milhões) cada.

TRINTA ANOS
Os EUA se utilizaram dos mísseis Tomahawk pela primeira vez em 1991, na Guerra do Golfo I.

MÁ PONTARIA
Os Tomahawk atingem velocidade de 900 km/h e são conhecidos pela precisão. Mas só 23 dos 59 atingiram o alvo, segundo a Rússia.

FIM DOS REGALIAS
A reforma da Previdência promete cortar privilégios dos políticos e da "nata do funcionalismo" que hoje tem aposentadoria integral. São 3% dos beneficiários que embolsam 30% do orçamento previdenciário.

#BA$TA DE PRIVILÉGIOS
Aproxima-se de 100 mil assinaturas a petição no site Change.org para que parlamentares sejam obrigados a pagar passagens de avião com o salário de R$ 33,7 mil mensais, em vez de usar a verba indenizatória.

MOLEZA PARLAMENTAR
A Câmara instituiu ponto facultativo na "quinta-feira Santa" e a semana de trabalho para os deputados federais termina na quarta pela manhã. À tarde, suas excelência já "vazam" para curtir a Páscoa.

TUDO COMO ANTES
O diretor de Administração da Funasa, Thiago Milhim, que nada tem com o tema, ganhou viagem ao balneário de Cancun, no México, para evento sobre água. Não é do tipo que passarinho recusa, certamente. Além do passeio, vai ganhar passagens e 2.640 dólares em diárias.

SENTA AQUI
Renan Calheiros anda tão dedicado à estratégia "cortina de fumaça" que já não lidera nem metade do PMDB no Senado. Recebeu de Humberto Costa (PT-PE) uma oferta: o cargo de Líder da Minoria.

PERSEGUIÇÃO PETRALHA
Deputados do PT e PCdoB pediram a "tomada de depoimento" dos atores Ary Fontoura, Antonio Calloni e Bruce Gomlevsky, por visitarem a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. Eles estarão no filme "A Lei é para Todos", sobre a Lava Jato, por isso a petelhada está indócil.

FIM DA PAX AMERICANA
Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Fernando Collor (PTC-AL), promove nesta segunda debate sobre o ataque de Donald Trump à Síria. O ex-chanceler Celso Lafer confirmou presença.

CÂMARA CONTRA LEITURA
A Câmara dos Deputados sacrificou os frequentadores de um espaço de leitura da Biblioteca da Casa, ao ceder o ambiente à Liderança do PSD. A decisão desagradou bibliotecários e visitantes.

PENSANDO BEM...
... com a folga de 15 dias no Carnaval e as semanas encurtadas pelos feriados de abril, na Câmara, o ano só começa mesmo em maio
Herculano
08/04/2017 07:22
"MARSHMALOW" E PREVIDÊNCIA, por Hélio Swartsmann, no jorna Folha de S. Paulo

Um bom preditor de sucesso na vida é a capacidade de, na infância, exercer o autocontrole e trocar a gratificação imediata por uma recompensa maior no futuro.

Essa noção é ilustrada pela célebre experiência do "marshmallow", de Walter Mischel, de Stanford. Nos anos 60, ele submeteu garotos de cerca de quatro anos ao seguinte dilema: eles podiam escolher entre ganhar um "marshmallow" no instante em que tocassem uma campainha, ou ficar sozinhos diante do doce e aguardar a volta do pesquisador 15 minutos depois, hipótese em que receberiam duas guloseimas.

Décadas depois, estudos de "follow-up" mostraram que aqueles que resistiram por mais tempo apresentavam melhores resultados numa série de indicadores como desempenho acadêmico, envolvimento com drogas, taxas de divórcio, peso corporal.

Extrapolando essa ideia para países, o Brasil não passaria no teste do "marshmallow", a julgar pelo que acontece com a reforma da Previdência. Acabamos de ser deixados a sós com as tentações e já estamos prestes a acionar a campainha, trocando o futuro pela satisfação imediata.

Que certas categorias profissionais, sindicatos e pessoas prestes a aposentar-se pressionem para defender seus interesses é esperado. Faz parte da democracia. O sistema político, porém, deveria atuar como o córtex pré-frontal e modular os impulsos mais imediatistas com o propósito de assegurar uma transição ao mesmo tempo mais tranquila e mais justa para grupos com menor capacidade de vocalização, incluídas aí as próximas gerações.

Espero estar errado, mas, ao que parece, nem os parlamentares nem o governo farão isso, optando por uma reforma meia-boca agora, o que nos obrigará a voltar ao assunto dentro de poucos anos, aí com a faca ainda mais perto do pescoço. Mas estamos numa democracia. Se o país insistir em caminhar voluntariamente para o buraco, não há como impedir
Herculano
08/04/2017 07:18
"EFEITO RENAN" ENVENENA CÂMARA CONTRA TEMER, por Josias de Souza

Chama-se Michel Temer o principal responsável pelo estremecimento do conglomerado parlamentar que fornecia ao governo uma sólida maioria na Câmara dos Deputados. Ao permitir que Renan Calheiros assumisse no Senado o posto de principal líder da oposição, o presidente despertou nos deputados governistas a sensação de que faziam papel de bobos. Nesse enredo, os tolos da Câmara flertavam com o suicídio político na reforma da Previdência enquanto Renan, líder do PMDB no Senado, fazia pose de herói da resistência às reformas impopulares.

Na definição do líder de um dos principais partidos do bloco pró-Temer, a falta de reação do presidente às críticas de Renan "transformou o Congresso Nacional num imenso subúrbio de Alagoas." Disseminou-se nos porões de Brasília a informação de que Renan sapateia sobre a cordialidade de Temer porque está mal nas pesquisas no seu Estado. E os deputados, também às voltas com dificuldades para renovar o mandato em 2018, passaram a sonhar com uma vida de alagoano, que lhes permita endurecer na oposição sem que o governo perca a ternura que lhes garante cargos e verbas.

O governo precisa de 308 votos na Câmara para aprovar as mexidas na Previdência. Temer e seus operadores não tinham a pretensão de repetir o extraordinário placar de 366 votos obtido na aprovação da emenda do teto de gastos. Dava-se de barato que a proximidade das eleições de 2018 resultaria em traições. Ainda assim, o Planalto imaginou que, correndo contra o relógio, prevaleceria sem dificuldades no plenário da Câmara. Mas o "Efeito Renan" engrossou o regimento de quintas-colunas, antecipando um fenômeno que Temer não esperava enfrentar senão no final do ano.

Além de perceber que sua maioria na Câmara é de vidro e pode se quebrar, o governo se deu conta de que sua articulação política já se estilhaçou. Um parlamentar do PSDB resumiu o drama vivido pela administração Temer na seara política assim:

"Esse é um governo ornitológico. O presidente (Temer) se comporta como um pavão. O chefe da Casa Civil (Eliseu Padilha) acha que é um falcão. E, juntos, eles se dedicam a sabotar as ações do tucano alçado ao ministério para supostamente exercer as atribuições de coordenador político (Antonio Imbassahy). Temer e Padilha fazem com Imbassahy o que diziam que o Aloizio Mercadante fazia com eles na época em que a Dilma, na UTI, fingiu delegar a coordenação política para o PMDB."

Como se fosse pouco, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), principal aliado de Temer no Legislativo, é visto como um desafeto pelas viúvas de Eduardo Cunha, que sentem saudade da liderança de resultado$ que era exercida pelo ex-comandante preso em Curitiba. Dispersos, os antigos cães de guarda de Cunha passaram a adotar comportamento errático. A maioria parou de balançar o rabo para o governo quando Maia derrotou o ex-centrão na disputa pelo comando da Câmara. Agora, começam a morder.

Foi contra esse pano de fundo que Michel Temer autorizou nesta semana o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), a modificar o projeto original. O recuo privará o governo de economizar R$ 115,3 bilhões em dez anos. A cifra corresponde a 17% dos R$ 678 bilhões que o Tesouro estimava poupar no período se não houvesse nenhum recuo.

O neo-oposicionista Renan Calheiros rosnou nas redes sociais: "Esses recuos do governo mostram que é possível fazer reforma da Previdência para a próxima década sem seguir a conta do mercado (R$ 738 bilhões em 10 anos), sem empobrecer o Nordeste e sem penalizar os trabalhadores. Bastava ter ouvido antes."

O que mais incomoda na desenvoltura de Renan é sensação de que Temer não reage porque não pode dizer que seu aliado merece interrogatório, não conversa. Se pudesse, Temer não hesitaria em alardear que sua impopularidade não tem nada a ver com a ruína eleitoral que o senador e seu herdeiro político, o governador alagoano Renan Filho, enfrentam na província.

Se tivesse condições, Temer gritaria aos quatro ventos que o eleitorado de Alagoas talvez torça o nariz para o pai porque a reputação dele está sub judice numa ação penal e em 12 inquéritos, nove dos quais na Lava Jato. Alardearia que o filho talvez seja corrido do governo estadual pela simples e boa razão de que fez uma gestão precária. O silêncio de Temer pode resultar em novos recuos.
Herculano
08/04/2017 07:14
MESMO NA GUERRA, É INTOLERÁVEL ATINGIR ESCOLAS E HOSPITAIS - MAS NÃO NO RIO, Luiz Francisco de Carvalho Filho, advogado criminalista, para o jornal Folha de S. Paulo.

É exagero retórico comparar a tragédia humanitária brasileira com a da Síria. As imagens da destruição de Aleppo, o dramático percurso dos refugiados e a recente matança com armas químicas em Khan Sheikhun, além da expressiva diferença populacional entre os dois países, dispensam explicações.

Mas o paralelo dos números absolutos é constrangedor. Aqui se desenvolve uma guerra civil não declarada e de impacto cotidiano.

Segundo o 10º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram 279.567 mortes violentas intencionais entre 2011 e 2015 no Brasil. É como se neste intervalo de tempo se consumasse o assassinato da totalidade da população de Palmas, capital de Tocantins (279.856, conforme estimativa do IBGE). No mesmo período, de acordo com cálculos do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, a guerra teria provocado a perda de 256.124 pessoas.

Em 2015 foi registrado no Brasil um óbito a cada nove minutos, 54% de jovens entre 15 e 24 anos. Em termos proporcionais, a violência é maior em Estados mais pobres ?"Sergipe e Alagoas se revezando na liderança.

A polícia matou 3.320 pessoas em 2015 (17.688 desde 2009), bandidos ou inocentes, nove por dia. Policiais também morreram em confrontos: 358, sendo 267 fora do serviço, realizando "bicos" (vigilância privada) ou reagindo a assaltos, e 91 no exercício efetivo das funções.

O Brasil não tem política de segurança pública. O tema só interessa em época de eleição, quando candidatos maquiam estatísticas e fazem promessas mirabolantes, ou quando algum acontecimento atormenta a opinião pública, o que gera a passageira indignação de governantes ou a edição de algum monstrengo pelo Poder Legislativo.

A filmagem de policiais abatendo covardemente dois suspeitos dominados em Acari e a morte da garota Maria Eduarda, vítima de bala perdida no interior da sua escola ?"segundo o jornal "O Globo", tiro proveniente da arma de um desses soldados?" mostram que o Rio de Janeiro, a despeito dos encantos naturais, é a capital brasileira da barbárie.

Assim como na Síria, é difícil identificar forças do bem.

Policiais mataram dois homens caídos? O comandante-geral da PM declara-se "chocado" com a cena brutal, mas lembra que o episódio é "humanamente compreensível" diante do "estresse que esses policiais vivem". Os dois soldados se envolveram anteriormente em vários "autos de resistência" que culminaram na morte de suspeitos: deveriam estar nas ruas, atirando, ou deveriam ter sido afastados preventivamente pelo comando? Matar e morrer não é regra do jogo.

Uma adolescente foi atingida? O prefeito sugere que as escolas sejam blindadas com paredões de argamassa importada e resistente a disparos de fuzil. Assim, a guerra seguiria o seu curso com redução de "efeitos colaterais" e a medida aqueceria a frutífera relação entre poder público e fornecedores, com contratos sem licitação e justificados pela óbvia situação de emergência.

O direito internacional tem a pretensão de proteger escolas e hospitais dos bombardeios, definindo-os como intoleráveis atrocidades das guerras. A naturalidade com que a polícia carioca, estressada ou não, dispara para todas as direções, como nos videogames, é um escândalo.
Terezinha
07/04/2017 23:13
sr.Herculano

o bacana desta coluna ativa e precisa, mostra a realidade. O pt antes lhe odiava e hohe lge ama, mas o diretor do samae macacus veio e executivo é aamigo íntimo do Pizolato e daquele outro de Pomerode ex deputado edtadual que foi preso. Essa é a nova administração de Gaspar.
Marcos Wanguerra
07/04/2017 22:32
Sr.Herculano

O macacus veio, o executivo da hora, o deretor da "secretaria mais importante" do município, só o Kleber não sabe,é o amigo e cabo eleitoral número 1 (hum,um) do ex deputado bandido comprometido , que possuiu mais de 200 milhoes em bens? Parabéns Kleber e Lu, Seus mancos
Pitibiriba
07/04/2017 22:23
Ao sr Mesquita Vitima do momento

Sr. Mario MESQUITA não te faças de vítima, tu sabes que desde o início estavas com pessoas bandidas talvez, falo do seu cliente ex prefeito que é o prefeito REAL de Brusque. Tu conheces o cara, tu dizes que é um sujeito ilibado.
O pessoal de Gaspar também te conhece.
OLHA COM QUEM ANDAS QUE DIREIS QUEM TU ÉS.
Herculano
07/04/2017 20:18
O BLOQUEIO DOS BENS DE PIZZOLATTI

Uau! A Justiça Federal do Paraná, mandou bloquear mais de R$124 milhões em bens do ex-deputado Federal e presidente do PP catarinense, João Alberto Pizzolatti Júnior.

Ele está enrolado na Lava Jato e para manter o foro privilegiado, se "exilou" como secretário de relações institucionais no distante governo pepista de Roraima. Pizzolatti nega tudo e disse que está provando que é inocente nessa história toda.
Herculano
07/04/2017 20:06
REPÚBLICA DE CURITIBA JÁ TEM UM SEGUNDO MORO, por Josias de Souza

Há um segundo Sergio Moro na República de Curitiba. Chama-se Friedmann Anderson Wendpap. É juiz titular da 1ª Vara Federal da capital paranaense. Nesta sexta-feira, decretou a indisponibilidade dos bens do Partido Progressista e de 11 políticos filiados à legenda. Seis deles são deputados federais. O bloqueio será de R$ 476,8 milhões. Alcançará contas bancárias, imóveis e até automóveis. Deve-se a providência a uma ação de improbidade administrativa movida pela força-tarefa da Lava Jato. Pela primeira vez, os investigadores invadem o salão de um partido político que apadrinhou diretores na Petrobras para assaltar os cofres da estatal. Vêm aí novas ações, contra o PT e o PMDB.

No vídeo acima, o juiz Friedmann Wendpap informa, em depoimento à Escola da Magistratura do Paraná, como encara a missão de um julgador. Afirma que, para além de ser um Poder, o Judiciário é essencialmente um prestador de serviços à sociedade. Nessa linha, o colega de Sérgio Moro vem se revelando um servidor público implacável no combate à corrupção.

No final do ano passado, Friedmann Wendpap já havia acatado pedido da Advocacia-Geral da União em outra ação de improbidade administrativa. Bloqueara parte da receita da Odebrecht e da OAS para cobrir prejuízos impostos ao Tesouro Nacional no escândalo da Petrobras. Anotara na sentença que, se a propina de 3% que as empreiteiras pagavam em troca de contratos não lhes inibia "a libido empresarial", o bloqueio do mesmo percentual de suas receitas "há de ser motivo de júbilo na purgação das condutas deletérias que privatizaram ilegitimamente os bens públicos."

Implacável, o magistrado adere agora ao esforço da força tarefa de Curitiba para processar civilmente os partidos e seus protagonistas, que já mastigam o pão que o Tinhoso amassou nas ações penais tocadas na 3ª Vara Federal de Curitiba, sob os cuidados de Sergio Moro. Conforme já comentado aqui, essa ação contra o PP abre uma nova e promissora clareira. Os investigadores avançam sobre as logomarcas partidárias por meio de ações de improbidade. Um tipo de ação em que não há foro privilegiado. Mesmo os encrencados que exercem mandatos parlamentares terão de prestar contas não aos ministros do Supremo Tribunal Federal, mas ao servidor público Friedmann Wendpap, lotado na primeira instância, base do sistema jurídico.

A responsabilidade de Friedmann Wendpap é dupla. Além de colocar em prática a sua teoria segundo a qual os juízes devem defender os interesses do seu patrão -o contribuinte- o doutor tem diante de si uma fabulosa oportunidade para desmentir os incrédulos que dizem que o fim do foro privilegiado não resolverá o problema da impunidade do pedaço engravatado da quadrilha do petrolão.
Herculano
07/04/2017 19:58
JORNALISMO MANCO

A RBS TV no seu jornal estadual da noite, onde Santa Catarina se resume praticamente a Florianópolis, mostrou duas reportagens com viéses opostos.

Exatamente hoje em que se comemora o Dia do Jornalista.

Numa delas, a repórter se mostrou visivelmente indignada contra o que ela atribuiu ser uma "perseguição" de policiais, guardas e fiscais aos ambulantes no comércio ilegal feito por estrangeiros negros (haitianos e senegaleses).

Ou seja, para brasileiros essa prática - por ser ilegal - é proibida por lei e combatida, mas para os estrangeiros, essa proibição segundo tentou a reportagem, deve ser esquecida por piedade, como se as dificuldades, vulnerabilidade e pobreza deles, não é a mesma que os brasileiros passam neste momento devido a grave crise econômica.

A lei é para servir a todos e não define que os estrangeiros devam ser excluídos ou devam ter privilégios por parte do governo. Se assim fosse, haveria a configuração de um privilégio.

Na outra reportagem, a reportagem RBS TV expôs e praticamente cobrou na Justiça e do Ministério Público coerência no combate à violência com despachos divergentes de juízes sobre um caso confronta de quadrilhas rivais por pontos de drogas.

E a violência começa, e foge ao controle com o tempo, quando exatamente se pede ou se tolera a não aplicação da lei em igualdade para todos, como quer agora a RBS TV para os estrangeiros.
Herculano
07/04/2017 15:40
"ENQUANTO SE ANULA, RENAN CALHEIROS AINDA FAZ ESTRAGOS"

Conteúdo de O Antagonista. Miriam Leitão desanca os golpistas da irresponsabilidade que estão matando a reforma da Previdência.

Leia:

"O senador Renan Calheiros pode tentar escapar pela demagogia fingindo ser um rebelde na base aliada, mesmo sendo o líder do PMDB. Ele já está há muito tempo a caminho da insignificância. Enquanto se anula, ele ainda faz estragos, porque dá aos deputados a desculpa perfeita para recusaram a reforma: de que eles não vão votar medida impopular porque não há garantia de que o Senado vai aprovar. O PMDB pode errar mais uma vez nesta rara oportunidade que tem de governar o país.

Chegou à presidência de carona com o PT, mas prometendo fazer uma ponte para o futuro. Se o partido derrubar a reforma estará derrotando a si mesmo e estará provando que é bom para ocupar o governo, como uma tropa invasora, mas não é bom para assumir as responsabilidades de governar."

E ainda:

"É fácil ficar contra a reforma da Previdência porque ela traz a amarga verdade de que temos que fazer um novo pacto se quisermos sustentabilidade fiscal. É fácil ficar contra, porque o estouro não será amanhã. O país vai piorar aos poucos, vai perder chances, vai desviar para os mais velhos o que deveria ficar com as crianças, vai tomar decisões irracionais, vai empobrecer. Amanhã, quando o sistema ruir, ninguém se lembrará dos nomes dos deputados e senadores que negaram ao país a possibilidade de reorganizar suas contas diante de uma nova realidade social, fiscal e demográfica."
Maria José
07/04/2017 13:15
MESA DE BAR. Nesta coluna á algum tempo atrás existia um colaborador que intituláva-se,Mesa de Bar.O mesmo fazia comentários que segundo ele ouvia-se nos bares da cidade. Segundo informações ,lá pelo lado da margem esquerda,ouve-se comentários em bares de que um vereador da região usou seu coordenador de campanha como se fosse uma manga,chupou até o caroço e jogou fora. Será que o tal Mesa de Bar saiu da cidade ou mudou de religião?
Casinha de Plástico
07/04/2017 13:12
Oi, Herculano;

Esse Prefeito Kleber não é aquele que eu votei, esse tá muito mixuruca.
Parece até que micou.
Herculano
07/04/2017 12:47
PATÉTICO

O prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, PMDB, disse hoje no micro Jornal do Almoço da RBS TV de Blumenau que não há prazo definido por ele e pelo governo dele para reabrir a Ponte do Vale.

Patético.

Confirma tudo o que venho escrevendo sobre esse assunto. Confirma também que Kleber ainda não sentou na cadeira ou escolheu mal seus assessores que o deixam exposto.

Kleber em entrevistas já deu duas datas e todas duraram. Ele tem nova data, e eu revelei hoje da coluna, vou colar aqui mais uma vez:

"Mais enrolação. A prefeitura assinou o 10º aditivo com a empreiteira mineira Artepa Martins. Prorrogou o prazo de término das obras da Ponte do Vale para o dia 31 de maio e do contrato para o dia 30 de junho. Então..."

Então prefeito Kleber, tem ou não tem uma nova data para o trabalho da ponte do Vale terminar? Está com medo que o dia 31 de maio vai chegar e os problemas não estarão resolvidos outra vez? Ai já é demais para quem projetou 25 dias vai gastar mais de quatro meses. Acorda, Gaspar!
Herculano
07/04/2017 12:26
Renan é mais caro do que Neymar

Conteúdo de O Antagonista. Quanto custa a chantagem de Renan Calheiros?

800 milhões de reais.

Gerson Camarotti explicou no G1:

"Apesar da artilharia das últimas semanas sobre Michel Temer, Renan Calheiros fez chegar ao Palácio do Planalto um pleito que atenderia ao filho dele, o governador de Alagoas, Renan Filho.

Renan quer negociar o ressarcimento de cerca de R$ 800 milhões, pelo governo federal, referentes à venda da antiga Companhia Energética de Alagoas, a Ceal".

Renan Calheiros, que comparou Michel Temer a Dunga, é mais caro do que Neymar.
Sidnei Luis Reinert
07/04/2017 12:23
"Reforma" da Previdência passará, e Temer não cairá


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O "golpe" já está cantado previamente. Dificilmente, Michel Temer será derrubado, sob alegação de que sua queda "atrapalharia a retomada da economia". Se os "deuses" do mercado protegem Temer, também preparam mais uma pancada na incompetenta Dilma. A tendência é que apenas ela seja punida pelo Tribunal Superior Eleitoral no julgamento da chapa reeleitoral de 2014. Dilma já perdeu a Presidência, e agora corre risco de ficar inelegível por boa temporada. Já Temer deverá ficar onde está...

A bola já foi cantada pelo advogado e futuro ministro do TSE, Admar Gonzaga, que toma posse dia 16 de abril. Embora tenha sido advogado da chapa Dilma-Temer na eleição de 2010, ele já avisa que não se considerará impedido de julgar a de 2014. Em recente entrevista à Reuters, Admar Gonzaga citou o artigo 23 da Lei Complementar 64 de 1990 (mais conhecida como Lei da Inelegibilidade) para antecipar: "O tribunal formará a sua convicção pelo livre convencimento de fatos públicos e notórios, desde que preservem o interesse público e lisura eleitoral. Isso deve ser aplicado a todos, a gente tem que julgar diante da nossa visão do ambiente político."

Gonzaga admite que o depoimento do casal de marketeiros da campanha de 2014, João Santana e Mônica Moura, pode trazer "elementos fundamentais" para o julgamento. Ambos teriam deixado claro em delações premiadas que não houve participação de Temer nas supostas irregularidades. O futuro ministro do TSE ressalta que o tribunal terá de analisar tal circunstância no julgamento. Por outro lado, Gonzaga avalia que a Corte também vai analisar uma eventual exclusão de provas do processo, como a delação feita por executivos da Odebrecht, por não constar do objeto inicial do pedido, segundo alegam as defesas de Dilma e Temer.
Outra vitória previsível de Temer é na "reforma" previdenciária. Os "deuses" mercadológicos repetem o mantra de que a mudança é considerada como essencial para o ajuste fiscal do Brasil e para que a dívida pública do país volte a cair como proporção do PIB. Temer opta claramente pelo pragmatismo. O relator da reforma, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), declarou que o Presidente autorizou modificações na proposta em relação a cinco temas, incluindo a regra de transição e a aposentadoria rural, para garantir que se chegue a uma aprovação.

O mais engraçado no noticiário econômico é a relação que os "deuses" rentistas estabelecem entre a aprovação da reforma e o aumento da dívida pública. Fala sério... Não é a Previdência a maior responsável pelo descontrole do endividamento. Existem dois culpados bem evidentes: a gastança governamental e os juros estratosféricos (que o Banco Central vem baixando, mas que seguem altíssimos, porque a prioridade real é remunerar os "investidores" que ajudam o governo a rolar os débitos...

Em meio a uma discussão que ultrapassa as raias da babaquice, fica uma fortíssima impressão de que a "reforma" da Previdência é apenas um "burrinho de Tróia". O assunto polêmico é usado pelo governo para desviar o foco sobre a real intenção da equipe econômica e dos políticos que dão sustentação a Temer. O objetivo principal é fechar grandes negócios, com privatizações e concessões.

Qualquer idiota sabe que muito dinheiro roubado dos cofres públicos, remetido ilegalmente ao exterior, retornará para as "compras" por aqui. O vil metal virá disfarçado de "investimentos estrangeiros diretos", ou legalizado pela repatriação, ou por intermédio de "fundos abutres"... É por tais motivos que Michel Temer "não pode cair"... Depois que ele fizer o dever de casa, já terá acabado o mandato... E PT saudações...
Herculano
07/04/2017 11:53
LULISMO PRECISA SER DERROTADO NAS URNAS, DIZ SOCI?"LOGO DE ESQUERDA, por Rodrigo Constantino, do Instituto Liberal

Demétrio Magnoli escreve em sua coluna de hoje na Gazeta do Povo [Curitiba PR] que o juiz Sergio Moro não deveria correr com o processo contra o ex-presidente Lula, pois o melhor para o país seria o lulismo ser derrotado nas urnas. Ainda há uma parcela da população que flerta com esse esquerdismo ultrapassado, e impedir que esse projeto concorra em 2018 seria um erro, segundo o sociólogo. Ele conclui:

Lula é um pragmático, não um ideólogo. A utopia política de Lula resume-se ao poder de Lula - como sabem perfeitamente os quadros petistas e até mesmo os signatários do manifesto pela sua candidatura. Contudo, as circunstâncias e os acidentes históricos preencheram o seu pragmatismo com uma série de marcadores ideológicos. Lula converteu-se em representação de um Brasil que se recusa a romper com o passado e de uma esquerda hipnotizada por utopias regressivas de segunda mão. É por isso que o Brasil precisa de Lula ?" não como presidente, mas como candidato.

O ciclo lulista começou com um maiúsculo triunfo eleitoral que parecia, aos olhos da maioria, inaugurar uma era redentora. A curva de declínio, nos mandatos de Dilma, completada pela implosão do impeachment, atestou uma falência política de fundo. Na depressão econômica, de proporções inéditas, e na desmoralização das instituições públicas, envenenadas pela corrupção, encontram-se os frutos maduros da longa experiência lulopetista. Contudo, como revelam as sondagens eleitorais, a queda drenou apenas parcialmente o pântano das ilusões. O Brasil não se livrará delas enquanto não tiver a oportunidade de confrontá-las na arena do voto.

Ninguém tem o privilégio de pairar acima da lei. Lula não deve ter prerrogativas negadas a Marcelo Odebrecht, Sérgio Cabral ou Eduardo Cunha. O papel desempenhado por ele nas teias de corrupção do "Estado-Odebrecht" precisa ser examinado pelos tribunais. Os juízes, espera-se, terão a coragem de ignorar a programada intimidação de hordas de militantes, julgando o ex-presidente segundo os códigos legais. Mas não há necessidade de apressar os ritos processuais, normalmente tão vagarosos.

Não corra, Moro! Não tome o lugar dos eleitores, salvando-nos de nós mesmos. Um Lula "ficha-suja" ofereceria ao lulismo um santuário inexpugnável. O Brasil precisa, enfim, mirar-se no espelho. Inexiste saída fora da política: aquilo que começou numa eleição só terminará em outra.

Entendo a posição de Demétrio, mas não sei se concordo. Primeiro, porque sempre haverá um Lula disputando eleições no Brasil, seja ele, seja um genérico similar, como Marina Silva, Ciro Gomes ou Marcelo Freixo. A extrema-esquerda tem seu lugar garantido por alguns anos ainda, pois a ignorância campeia em nosso país, e os "intelectuais" dominaram a educação e abusam da lavagem cerebral. As utopias socialistas ainda não foram completamente enterradas no Brasil, país que adora uma ideologia vencida.

Segundo, porque acho que Lula preso, a despeito do espetáculo de vitimismo que veremos pela turba organizada, tem um papel pedagógico ainda mais importante para a nação: nem mesmo os poderosos populistas estão livres da lei. Um Lula preso ?" e já deveria estar preso ?" transmite uma fundamental mensagem de "império das leis", que o país tanto necessita.

Por fim, porque nunca subestimo a estupidez do povo. Em 2005, a estratégia era deixar Lula sangrar com o mensalão, e deu no que deu. Acho que Lula perderia em 2018 se fosse candidato, e acho que isso seria muito bom para nosso futuro, para desmistificar de vez o embusteiro demagogo. Mas e se "der ruim"? E se os idiotas se mostrarem novamente em maior quantidade e caírem na ladainha de que tudo foi culpa de Dilma, e que seu criador não teve responsabilidade alguma na catástrofe?

Melhor não brincar com essa possibilidade. O Brasil seria a Venezuela. O lugar de Lula é na cadeia. E alguém com seu currículo sequer deveria disputar eleições. Ou vamos rasgar a importante conquista da Ficha Limpa?
Herculano
07/04/2017 11:38
GREVE DE POLICIAIS É UM "PROBLEMA MAIOR AINDA", DIZ CARMEM LÚCIA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto e entrevista de Rafael Moraes Moura, da sucursal de Brasília.Um dia depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que carreiras policiais não possuem direito de greve, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, disse ao Estado que tem o maior respeito pela classe policial, mas ressaltou que nesse caso a paralisação é um "problema maior ainda" por se tratar de agentes armados com a função de garantir a segurança pública da sociedade.

"Ao interpretar a Constituição, nós fazemos uma ponderação de valores. Há, sim, o direito à greve de servidores públicos, porém não se pode exercer um direito - ainda que tido como direito social fundamental - sem levar em consideração o direito à vida livre, à vida segura, à paz. O direito de você ter sossego", afirmou a ministra à reportagem.

"Você tem direito a fazer um movimento de paralisação e não pensa nesses milhares de brasileiros que precisam de ter segurança? Você pondera direitos: o direito da sociedade à segurança pública foi levado em consideração (no julgamento). Alguém armado faz greves e a sociedade não sabe como agir diante disso, porque não tem o mínimo de segurança física", completou.

No julgamento da última quarta-feira, a presidente do STF votou contra o direito de greve para policiais civis. A posição foi defendida inicialmente pelo ministro Alexandre de Moraes, que destacou sua passagem pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Com isso, o entendimento firmado pela Corte foi o de que o exercício do direito de greve é vedado a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública.

Os ministros Edson Fachin, relator do caso, Rosa Weber e Marco Aurélio votaram em sentido contrário.

Em conversa com a reportagem no seu gabinete, Cármen frisou que tem "o maior respeito" pela classe policial, lembrando que se trata de profissionais que trabalham o tempo inteiro sob estresse, em péssimas condições de trabalho e com remuneração baixa.

"Fico vendo em cidade grande, que eles (policiais) saem, a mulher com medo de ele (o marido policial) não voltar, um número grande de policiais mortos, mas há um número enorme de brasileiros mortos, e a gente sem dar conta de dar uma virada nesse quadro. A greve nesse cenário é um problema maior ainda, porque eles portam armas", disse a presidente da Corte.

Cármen mostrou para o Estado a foto que lhe foi enviada de uma paralisação de policiais militares em Belo Horizonte, ocorrida em 19 de dezembro do ano passado. Na imagem, um policial aparece segurando um papel com a frase "Ligue para o Batman". "(O episódio ocorreu) Na porta lá de casa. É muito complicado", comentou.

Insegurança.
Mineira de Espinosa, no norte de Minas, a ministra disse ter medo de andar pelas ruas de Belo Horizonte à noite. Lembrou um episódio de violência que viveu na sua cidade natal em novembro de 2005, quando três homens com armas e vestindo máscaras entraram na casa do seu pai, Florival Rocha.

"Eu acordei com três homens dentro do quarto, num fim de semana que resolvi passar com papai. E eles mascarados, profissionais, com luvas, tanto que não foram pegos nem nada", lembrou.

Em Brasília, a vida é mais tranquila. "Aqui eu só ando de carro à noite, do Supremo à casa, da casa ao Supremo, nunca experimentei isso (essa insegurança)", disse.
Herculano
07/04/2017 11:31
A NOVA LISTA DAS TETAS

Na prefeitura já se sabe quem são os novos comissionados. Eles respondem as demandas criadas nas eleições de outubro do ano passado. O sistema interno de RH divulgou os nomes da movimentação saudando dos novos trabalhadores de confiança do poder de plantão. Desejou sucesso nos novos desafios.

O Diário Oficial dos Municípios - que se esconde na internet e não tem hora para sair - ainda não os divulgou. Acorda, Gaspar!
Pereira
07/04/2017 09:21
Bom dia Herculano.
Sobre a matéria publicada as 06/04/2017 18:58.
Não só os Amim, mas acredito que toda essa classe de deputados estaduais, federais e senadores além de defenderem fora do normal o funcionalismo público, ainda para sangrar mais ainda os cofres públicos, colocam seus comissionados que não fazem absolutamente nada com salários bem acima da média nacional, para trabalharem só em épocas de eleições. Se você analisar profundamente casos de salários de servidores como por exemplo, da procuradoria do estado, onde uma pessoa que para atender telefone, tirar cópia, ter salário superior a 15.000,00, coisa que em uma empresa séria consegue pagar entre 1.500,00 a 2.500,00. Depois não sabem porque não tem dinheiro que chega para saúde, infraestrutura, educação, segurança, etc. É tanto cargo arranjado dentro desse universo "Público" e tanta gente que não faz por merecer, que acabo concluindo que essas coisas estão ficando normal, "é assim mesmo". Muito triste o que se tornou e continua sendo decadente nosso sistema político.
Marisa
07/04/2017 08:54
Ilhota em chamas:
Me contaram que o ex prefeito de Luiz Alves Viland Bork esteve alguns dias atrás na sua cidade atraindo algumas pessoas para trabalhar na prefeitura de Ilhota, Será?!..ai ai ai. É o jogo de interesse político..!!!
Herculano
07/04/2017 07:50
O PT E A ESQUERDA DO ATRASO NADA NAS PROPRIAS INCOERÊNCIAS POIS TRATAM TODOS COMO ANALFABETOS, IGNORANTES E DESINFORMADOS

A deputada gaúcha Maria do Rosário votou pelo banimento do Uber no Brasil. Pois é. Ela é uma usuária contumaz deste serviço, como provou o MDL ao resgatar as suas prestações de contas.
Herculano
07/04/2017 07:41
PENSANDO BEM...

O ditador comunista Fidel Castro, quando doente e aposentado do poder, usava um agasalho esportivo de marca simbolo mundial do capitalismo de resultados, nas aparições públicas.

O mesmo gesto fez na Venezuela o socialista que iniciou o projeto de ditadura, Hugo Chaves, quando já doente. Inspirou-se no seu líder Fidel, mas com agasalhos de cores nacionalistas.

Agora, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, que dizem não estar doente, mas aposentado e encurralado pela Lava Jato, inspirado pelos dois ditadores, faz o mesmo. E o qual o agasalho esportivo que usa nas suas aparições nas redes sociais, pois em público está difícil? O da CBF, simbolo de corrupção.
Luiz
07/04/2017 07:40
Bom dia....
DEIXO REGISTRO CAUTELAR !!!!

Trata-se do CDI Dorvalina Fachini, não do CDI propriamente dito, mas a questão de pais que ao deixarem seus filhos no local, simplesmente estacionam os veículo no acostamento da Av. Francisco Mastella, que é destinado para casos de emergência, e não para deixar seus filhos em escola ou situações similares...

O risco de acidente é iminente, diariamente muitos pais deixam seus filhos na creche, o mesmo ocorre ao final do dia, usando esta conduta, estacionar no acostamento e seguir destino, hoje uma pessoa intencionava fazer a conversão a partir daquele ponto que é uma curva sem visão suficiente, ou seja, este condutor veio da região Poço Grande em direção ao Centro, estacionou, e depois fez o retorno, parece simples, mas acontece que a Av. Francisco Mastella, é uma via rápida.

Imagine num final de tarde fazendo a mesma manobra, aí com a criança dentro do veículo, e ocorrer um acidente...
"É claro, só uma hipótese, não é mesmo?..."

SUGIRO a instalação de barreira física (cerca) ao longo daquela região, afim de evitar tais procedimentos, os quais são muitos e todos os dias...

depois não adianta chorar as perdas... discutir quem esta certo ou errado.... será sempre dor.

Acredito que o deslocamento por mais 500m. e retorno dos mesmos 500m., que é a distancia até o trevo (na Policia Militar e Bombeiros), não é um gasto tão alto em combustível que valha o risco.

ATENÇÃO DITRAN....

sei que a Av. Francisco Mastella é jurisdição da PRE, mas pela marginal pode-se instalar alguma barreira...

Fica o Alerta.... bom final de semana a todos..

Herculano
07/04/2017 07:08
NÇAO TEM JEITO. REPETIDA A LADAINHA DO PT QUE NÃO É SUSTENTA NEM PELOS PARCEIROS DA QUADRILHA. MANTEGA DIZ QUE ACUSAÇÕES DE MARCELO ODEBRECHET SOBRE CAIXA 2 SÃO "PEÇA DE FICÇÃO".

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Ricardo Galhardo.Em depoimento nesta quinta-feira, 6, no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega chamou de "peça de ficção" as declarações do empreiteiro Marcelo Odebrecht sobre pagamentos via caixa 2 à campanha da presidente cassada Dilma Rousseff, segundo o advogado da petista, Flávio Caetano.

"O ministro Guido Mantega fez um depoimento bastante enfático afirmando que todas as declarações do senhor Marcelo Odebrecht são mentirosas. Guido Mantega disse que o depoimento de Odebrecht é uma peça de ficção", afirmou Caetano, que defende Dilma na ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que apura possível abuso de poder econômico e político pela chapa Dilma-Temer em 2014.

Mantega é uma das quatro novas testemunhas intimadas pelo ministro Herman Benjamin, relator da ação no TSE. Nesta quinta, o ex-ministro foi ouvido pelo relator por videoconferência.

A audiência do ex-titular da Fazenda faz parte da nova etapa da ação contra a chapa reeleita em 2014. Na terça-feira, 4, o plenário do TSE suspendeu o julgamento do caso para ouvir novas testemunhas, entre elas Mantega. Os advogados da petista pediram o depoimento do ex-ministro com base nas revelações de Marcelo Odebrecht. Em março, o empreiteiro disse ao TSE que Dilma sabia dos repasses via caixa 2, afirmou ter pago R$ 50 milhões à campanha da petista em troca da aprovação de uma medida provisória e apontou Mantega como "interlocutor" dos pagamentos.

Segundo advogados que acompanharam o depoimento do ex-ministro nesta quinta, Mantega negou "ponto a ponto" as acusações do empreiteiro.

Mantega chegou no início da noite ao prédio-sede do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), acompanhado de seu advogado, o criminalista Guilherme Batochio.
Herculano
07/04/2017 06:53
A PIOR REFORMA POLÍTICA É AQUELA QUE NÃO É FEITA, por Reinaldo Azevedo, para o o jornal Folha de S. Paulo.

A pior reforma política é aquela que não for feita. E, não sei, não, parece haver certa desídia no Congresso, com receio dos Movimentos de Facebook. Qual é o centro da questão? Um só: dinheiro para as campanhas eleitorais.

Depois que o STF decidiu, com base em letra nenhuma, que a doação de empresas é inconstitucional, não resta, por óbvio, nem aqui nem em democracia nenhuma do mundo, alternativa ao financiamento público. As doações de pessoas físicas, a disputa de 2016 já comprovou, só servem de biombo para maracutaia e caixa dois.

E esse ainda é o menor dos males. O que realmente preocupa é a possibilidade de o crime organizado passar a dar as cartas no processo eleitoral. Sim, é fato: a certas máfias da política e do empresariado, cabe essa designação.

Padre Vieira já falava, no século 17, dos descalabros que a Lava Jato traz à luz ao citar São Basílio Magno no "Sermão do Bom Ladrão": "Não só são ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com mancha, já com forças roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor nem perigo: os outros se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam."

As democracias não podem ser tolerantes com os "que furtam e enforcam". Mas seria uma estupidez, sob o pretexto de combatê-los, entregar as eleições a verdadeiras hordas de criminosos, que serão os únicos a ter dinheiro vivo para financiar campanhas caso não se crie, para 2018 ao menos, o fundo público. Ou, caros leitores, os que se opõem a essa proposta apontam uma saída ou, é inescapável concluir, são vigaristas intelectuais, quando menos.

E, entendo, o corolário do financiamento público, de uma obviedade ululante, é o voto em lista pré-ordenada ?"ou, de novo, digam como se poderia fazer a coisa. Insisto: o pacote da reforma tem de incluir os próximos pleitos. É preciso aprovar uma emenda constitucional para resgatar a doação de empresas "na forma da lei" e instituir o voto distrital misto. E isso tudo para 2022.

Sim, em essência, oponho-me a financiamento público e voto em lista. Para 2018, no entanto, não vislumbro outra via. Estamos num processo de remoção de escombros. A construção vem em seguida, mas pode ser planejada agora. Os políticos, no entanto, estão com receio de fazer a coisa certa porque há um alarido interneteiro em favor da errada.

Têm mais medo dos memes do que da influência do PCC na disputa.

TSE

Um pequeno registro sobre a votação havida no TSE. Na semana passada, afirmei neste espaço: "O julgamento tem de ser suspenso ainda na terça. (...) Em nome da lei. Não contra ela." E assim se fez.

Sustentei que Herman Benjamin, o relator, havia adotado procedimentos que violavam o devido processo legal e cerceavam o direito de defesa. E incitei os ministros a resistir ao "fascismo da vulgaridade". Adivinhem: os fascistas da vulgaridade logo escoicearam os seus argumentos. Não houve uma só contestação técnica ao que escrevi. Aliás, Benjamin recuou e ajudou a compor um placar de sete a zero contra decisão de... Benjamin!

Não é surpreendente, e até por isso muito preocupante, que a imprensa, no geral, tenha dado tão pouco destaque às heterodoxias do relator. Infelizmente, no que diz respeito ao direito, há gente demais flertando com justiçamento e de menos com a Justiça. Até nos tribunais.
Herculano
07/04/2017 06:49
VOTOS QUE CASSARAM JATENE ESTÃO SOB SUSPEITA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros.

Dos quatro votos que cassaram o governador Simão Jatene (PSDB), no Tribunal de Regional Eleitoral (TRE) do Pará, três são acusados de ligações aos interessados na sentença. O tucano derrotou, em 2014, a aliança PT-PMDB que juntou Lula, Dilma e o ministro Hélder Barbalho (Integração) no mesmo palanque. O juiz Alexandre Buchacra Araújo, por exemplo, que fez carreira no município de Capanema, filiado ao PT, até participou da campanha derrotada de Barbalho a governador.

PRESENTE DE NATAL
Buchacra Araújo foi nomeado por Dilma para o TRE, a pedido do deputado Paulo Rocha (PT-PA), em 23 de dezembro de 2015.

VOZES DA DERROTA
Outro voto contra Jatene foi de Luzimara Carvalho, advogada de Lira Maia, vice de Helder Barbalho na campanha derrotada de 2014.

CONCUNHADO É PARENTE
Concunhado do deputado Chicão (PMDB), principal aliado de Helder, Altemar Paes interrompeu as férias, no Rio, para votar contra Jatene.

ALEGAÇÃO FRÁGIL
Jatene foi cassado por pagar em ano eleitoral o Cheque-Moradia. A lei o considera "programa de Estado", criado em 2003, e tem de ser pago.

GOVERNO ESTÁ SEGURO DE QUE APROVARÁ A REFORMA
A oposição pode ter celebrado prematuramente o "placar" de um jornal paulista com 256 votos contrários à reforma da Previdência. O projeto final só tomará forma após o relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), apresentar o texto final, dia 18. O presidente Michel Temer demonstra uma desconcertante tranquilidade em relação ao tema. Para ele, após as mudanças negociadas na Câmara, a reforma será aprovada.

A APOSTA DE EUNÍCIO
O experiente presidente do Senado, Eunício Oliveira, não duvida: as reformas serão aprovadas: "A forma do Michel é o parlamento", diz ele.

META AMBICIOSA
Para ser aprovada, a proposta precisa de 308 votos, mas a meta do Palácio do Planalto, fixada pelo presidente, é alcançar os 320.

JOGO NÃO COMEÇOU
Expert em prever votações no Congresso, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) desdenha de "placar". Acha que o jogo não começou.

EM QUEM NÃO VOTAR
O movimento "Vem Pra Rua" escolheu Renan Calheiros - que Carlos Marun (PMDB-MS) chama de "atrapalhador geral da Republica" - para encabeçar a lista de políticos "Em Quem Não Votar em 2018".

NEM LÊ JORNAL
Em discurso, o líder do PT, Carlos Zaratini (SP), acusou o governo de não reduzir a taxa Selic. Nem é mitomania, é desinformação: o Copom promoveu quatro cortes seguidos na taxa básica de juros.

NOVA LICITAÇÃO
Relatório do Tribunal de Contas do Piauí obriga governo de Wellington Dias (PT) a refazer licitação de concessão do serviço de água e esgoto de Teresina, em razão de irregularidades e suspeitas de favorecimento.

ESPELHO MEU
Os leitores souberam primeiro aqui que o presidente Michel Temer concordou, na reforma em debate, com aposentadorias diferenciadas para professores, policiais e trabalhadores rurais. Ainda há resistência.

ENCARANDO AS REDES
Priorizando as redes sociais, que é onde o pau come, o governo já prepara nova rodada da campanha de esclarecimento sobre a Reforma da Previdência, onde o projeto chega quase ao nível do linchamento.

CASO POLICIAL OU POLÍTICO?
No caso em que o senador Lasier Maia (PSD-RS) é acusado de agredir a ex-mulher, a Polícia Civil do DF investiga se de fato a suposta vítima, tornou a denúncia pública por meio de um repórter que é filho do inimigo político do senador, o Professor Nado (PDT).

FOI ACIDENTE OU NÃO?
Quase três meses depois da morte do pai, Francisco Zavascki duvida ainda se a queda do avião que matou o ministro Teori foi acidente. "Está em aberto", disse ele à TV Brasil para o programa "Conversa com Roseann Kennedy", que vai ao ar na segunda-feira (10), às 21h30.

PETISTA PRIVATISTA
Oposição acusa governador mineiro Fernando Pimentel (PT) de querer um cheque em branco da Assembleia Legislativa para vender imóveis. Ele quer privatizar 4 mil propriedades, incluindo a cidade administrativa.

PENSANDO BEM...
... a mudança do governo na reforma da Previdência foi uma estratégia militar de recuar em uma batalha para vencer a guerra.
Herculano
07/04/2017 06:40
O TAMANHO DA DERROTA DA PREVIDÊNCIA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

O GOVERNO fez seu primeiro pacote de concessões na Previdência. Fez também as contas do que chamou de "lipoaspiração", de quanto será a perda caso seja aprovada essa versão reformada da reforma.

Não pegou muito bem. Mas a coisa está longe de ser ruim.

Caso as contas divulgadas pelo governo sejam as certas e o acerto com o Congresso fique apenas nisso, vai ficar até barato. Mesmo o povo dos "mercados" ficaria satisfeito.

O governo disse que a conta dos recuos vai ficar em R$ 115,2 bilhões. Trata-se da perda estimada em relação ao total que se previa poupar, de R$ 678,3 bilhões, em dez anos. Essa lipoaspiração de uns 16% ainda está no "preço" dos economistas "do mercado".

Em outros termos, os economistas do governo previam que a poupança devida à reforma chegaria ao equivalente a 1,96% do valor do PIB de 2027. Uma conta de guardanapo indica que se perde 0,33% do PIB com as alterações.

Pouco, muito? Dada a pindaíba brasileira, que será duradoura, qualquer dinheiro não é troco. Atualmente, o governo federal gasta 0,6% do PIB em investimento, em "obras", por exemplo. O Bolsa Família leva uns 0,4% do PIB.

Logo, não é pouca coisa. Em dez anos, porém, a gente pode imaginar, com esperança talvez juvenil, que a gente dê um jeito mais inteligente na economia brasileira.

No curto prazo, além do mais, o impacto dessas "perdas" seria de fato pequeno. Em 2019, primeiro ano do próximo presidente, a perda seria bem inferior a 0,1% do PIB.

As contas estão certas?

Nesta quinta-feira (6), enquanto o governo divulgava os números da lipoaspiração da reforma, dando, aliás, cabeçadas ridículas, economistas da Fazenda se negavam a divulgar contas detalhadas. Governos jamais aprendem que fazer segredo de números de um debate público dá besteira. Deu.

Isto posto, essa conversa de mexidas na reforma está longe de terminar, no Congresso ou nas ruas.

O relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), disse ao governo que pretende mexer nas regras de transição (quem entra, quando e como, na reforma), nas aposentadorias rurais, no caso de policiais e professores, no acúmulo de pensões com aposentadorias e nos benefícios para idosos e deficientes muito pobres.

Quanto disso entrou na conta de "perdas" do governo? Como entrou? É possível fazer várias regras de transição, com graus variados de "perdas" na reforma. Na proposta do governo, quem tem menos de 50 anos entra na reforma; quem tem mais paga pedágio para se aposentar.

É possível dar um jeito de deixar mais gente fora da reforma integral, gente de 45 anos, por exemplo. Mas, para manter a economia, seria preciso aumentar o pedágio para quem tem mais de 50. Apenas um exemplo.

Mas o Congresso quer mexer naquilo que o governo chama de "espinha dorsal" da reforma, em tese inegociável. Quer mexer, por exemplo, em idade mínima de aposentadoria, valor de benefício, equiparação de homens e mulheres. O governo aceita mexer na regra de transição e conter o efeito da reforma para quem ganha até dois salários mínimos, por aí.

"Vai ter luta", ainda. Mas, se o custo de aprovar a reforma se limitar ao da lipoaspiração divulgada ontem, vai ficar barato, talvez até favorável
Herculano
07/04/2017 06:38
TEMER CEDEU NA PREVIDÊNCIA POR FALTA DE OPÇÃO, por Josias de Souza

Desde que assumiu a Presidência da República no lugar de Dilma Rousseff, Michel Temer gasta suas energias para aprovar um conjunto de reformas econômicas. Foi o caminho que escolheu para levar o país até as eleições de 2018. Nessa travessia, a mexida na Previdência é vital. O próprio Temer e seus operadores políticos afirmam nas reuniões com aliados que, sem essa reforma previdenciária, o governo acaba. Para não definhar, Temer cede além do que gostaria no texto do projeto original.

Temer já declarou que não está preocupado com popularidade. Disse que se dará por satisfeito se passar para a história como um presidente que entregou ao sucessor um país nos trilhos. O problema é que os aliados do presidente no Congresso terão um encontro com as urnas em 2018. Não estão em condições de rasgar votos. Há seis meses, Temer dizia que tocaria um governo de salvação e de união nacional. Hoje, não consegue se unir nem a Renan Calheiros.

Temer começa a se dar conta de que sua brigada parlamentar está preocupada em salvar a própria pele, não o país. A economia parou de piorar. Mas continua em frangalhos. O mandato de Temer está pendurado na Justiça Eleitoral. E a Lava Jato não para de trovejar. Diante de um temporal assim, a única proteção de Temer é sua maioria no Congresso. Se os congressistas rejeitarem a reforma da Previdência ou se aprovarem uma reforma pífia, transformarão o último guarda-chuva de Temer numa armação sem pano.
Herculano
07/04/2017 06:35
UMA BASE PARA APRENDER, CONSTRUINDO CURRÍCULOS PARA TODOS, Por Cláudia Costin, professora visitante de Harvard. Foi diretora de Educação do Banco Mundial, secretária de Educação do Rio e ministra da Administração, para o jornal Folha de S. Paulo.

Nesta quinta-feira (6), foi apresentada ao Conselho Nacional de Educação (CNE) a Base Nacional Comum Curricular. Ainda falta a base para o ensino médio, que será entregue em poucos meses, mas isso significa que o Brasil terá, em breve, um currículo nacional, integrado pela base e por sua tradução para contextos locais, incorporando os projetos e sonhos de cada escola.

O país teve avanços importantes nas últimas décadas em ampliação do acesso à escola, aumento na escolaridade média da população e matrículas no ensino superior. Mas algo não avança: embora a Prova Brasil, que mede o progresso em aprendizagem dos alunos, venha mostrando, a cada aplicação, uma contínua melhora no 5º ano, o mesmo não ocorre nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, no qual estamos estagnados num nível inaceitável de desempenho.

Vivemos o que ficou conhecido internacionalmente como "a crise da aprendizagem". Aqui, como em alguns outros países, as crianças estão finalmente nas escolas, mas não estão aprendendo como deveriam.

Algumas coisas já fizemos: construímos um processo de avaliação que, mesmo que imperfeito, dá alguma clareza sobre nossos desafios de aprendizagem e permite lançar luzes sobre áreas de sucesso que possam ser eventualmente escaladas. Também iniciamos um processo de revalorização da carreira docente, com a Lei do Piso, para aumentar a atratividade da profissão e dar-lhe melhores condições de trabalho, mesmo que ainda insuficientes.

O que começou a ser feito há quatro anos foi seguir o que os melhores sistemas do mundo já tinham: identificar com clareza as competências a serem desenvolvidas em cada ano de escolaridade. O resultado é o documento entregue para a análise do CNE -a Base Nacional Comum Curricular, sobre a qual Estados, municípios e escolas vão construir seus currículos.

Com isso, teremos estabelecido os direitos de aprendizagem dos alunos ou o que se espera que cada criança ou adolescente aprenda a cada ano e disciplina e, assim, saber o que deve ser ensinado. Isso deverá orientar a produção de materiais didáticos, a formação inicial e continuada dos professores e o seu trabalho colaborativo para preparar aulas e atender alunos que apresentam dificuldades.

A elaboração da base foi um processo intenso, atravessou diferentes governos e gerou versões que receberam propostas de modificações dos mais diversos atores. Mas o mais difícil está por vir: a implementação. O papel aceita tudo, mas como fazer com que todos os Estados e municípios preparem seus currículos e contem com professores preparados e com materiais adequados para o trabalho?
Albericio
06/04/2017 23:35
Caro Colunista, as tetas ja estão reservadas, e os respectivos mamadores já devem estar nas secretarias, pois as nomeações serão retroativas ao dia 03 de abril.
Tem para todos os gostos, fazenda, saude, obras, gabinete.
Não se assuste com o tamanho da lista, pois esta é só a primeira parte do pagamento.
Roberto Sombrio
06/04/2017 23:01
Oi, Herculano.

Um trecho do comentário de Ricardo Kertzman em seu blog.

Nós, a população de bem ?" e do bem ?", aquela que trabalha, que estuda, que trabalha e estuda, que verdadeiramente produz e paga os impostos, está órfã, abandonada à própria sorte, sem representação ou representatividade, completamente à mercê dos tiranos corruptos que infestam e dominam as altas esferas decisórias do país. Estamos cada dia mais pobres, enquanto eles mais ricos. Estamos cada dia mais inseguros, enquanto eles se protegem com seus seguranças. Estamos cada dia mais sós e desunidos, enquanto eles aglutinam-se, uns aos outros, buscando a proteção e a impunidade coletiva.

Por aqui o prefeito não é mais inteligente do que os demais políticos. Agora vem com a PL 09/2017 "Programa de Recuperação Fiscal." Não conseguem evoluir. Nem uma boa escola salva as mentes obtusas.
Periquito Arrepiado
06/04/2017 22:40
Trapiche:
Mais enrolação. A prefeitura assinou o 10º aditivo com a empreiteira mineira Artepa Martins. Prorrogou o prazo de término das obras da Ponte do Vale para o dia 31 de maio e do contrato para o dia 30 de junho. Então...

Até lá a cabeceira já caiu.
Natividade Wergnant
06/04/2017 22:20
Senhor Herculano,

como funcionaria da prefeitura, observei que tem um comissionado que deve ao município, lançado na divida ativa. Isto pode não proibido por lei? Será que foi regularizar a situação que o prefeito encaminhou projeto de Lei à Câmara em prol dos pilantras?
Ah o "velhaque" é lotado na secretaria de obras e se faz de morto pra comer e c do difunto.
Digite 13, delete
06/04/2017 21:50
Oi, Herculano

Trapiche - "Nele, não estava a vereadora Franciele Daiane Back, que faz aluguel do PSDB."

...aluguel do PSDB? Prefiro o outro pronome, bastada do PMDB.
Sujiro Fuji
06/04/2017 21:44
Jean Wyllys, escroto.
Quem votou neste projeto de homem deve ter cascos.
Mardição
06/04/2017 21:35
TRAPICHE - No SAMAE tem um macaco velho, então, agora na Intendência tem um eletricista velho?
Tá cheirando a mofo.
Herculano
06/04/2017 20:00
DECISÃO DO STF DE PROIBIR GREVES DEVERIA IR ALÉM DOS POLICIAIS, por Mailson da Nóbrega, economista, ex-ministro da Fazenda do governo de José Sarney, PMDB

Foi memorável a decisão do Supremo Tribunal Federal de proibir greves de policiais e de outros agentes de segurança em todo o território nacional. Por 7 a 3, os ministros puseram fim a um dos maiores abusos do serviço público brasileiro. Mesmo que a Constituição proibisse a greve, os policiais realizaram inúmeros movimentos paredistas, em que puseram em risco a segurança dos cidadãos e a deles próprios. Na mais recente, a do Espírito Santo, houve aumento de crimes durante a paralisação.

A corporação da segurança, que rivaliza com a da educação como a mais poderosa força de pressão do país, para obter vantagens em favor de seus membros, utilizou a greve para conseguir aumentos de salários e outros benefícios de escassa justificativa e não raramente acima das possibilidades dos orçamentos dos estados. Hoje, mais de 90% dos policiais se reformam com menos de 50 anos. Em alguns estados, há mais coronéis reformados do que no serviço ativo.

A medida moralizadora poderia inspirar nossos governantes a ir além. Há outras categorias que infligem sérios danos à sociedade. O caso mais evidente é a dos professores do setor público, que passam meses em greve todos os anos. Os alunos ficam privados da regularidade das aulas e de aprender no momento certo. A maioria deles pertence às classes menos favorecidas, pois os ricos e a classe média alta frequentam escolas particulares.

A proibição de greve deveria ser aplicada também aos trabalhadores dos meios de transporte de massa. Trata-se de serviço essencial à população. Eles se acostumaram a entrar em greve praticamente todos os anos, como é o caso dos metroviários de São Paulo. A paralisação prejudica milhões de trabalhadores que não conseguem chegar ao trabalho ou retornar para casa. Muitos são obrigados a recorrer a taxis para cumprir suas obrigações ou ir ao médico ou a hospitais, o que implica, além do transtorno, custos que pressionam orçamentos já limitados.

A lista poderia ser ampliada para outras profissões que atuam em serviços públicos essenciais.
Herculano
06/04/2017 19:54
CÁRMEN ALERTA PARA "UM BRASIL MUITO PIOR AMANHÃ".E ELA ESTÁ CERTA. EM GASPAR POR EXEMPLO, GOVERNOS DO PT E AGORA DO PMDB ALÉM DE COLOCAREM CURIOSOS NA SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA, QUEREM ECONOMIZAR E FAZER CAIXA COM O FUNDO DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA - FIA.

Conteúdo do jornal O Estado de S.Paulo. Texto de Fausto Macedo, Luiz Vassallo e Julia Affonso. A ministra Cármen Lúcia alertou magistrados, nesta quinta-feira, 6, sobre a necessidade de encontrar solução para o drama de jovens e menores em conflito com a lei e vítimas de abuso. "Se não tivermos uma solução para os problemas desses jovens, teremos um Brasil muito pior amanhã. A falta de solução corresponde a um criador de novos problemas."

Cármen abriu o Fórum Nacional da Infância e da Juventude, em Brasília.

Segundo a presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o juiz responsável pela área é o 'grande motor do Judiciário para a mudança da situação e também fonte de propostas para políticas públicas que possam ser adotadas pelos outros poderes a partir da realidade que é retratada por eles'.

Na avaliação de Cármen, 'a vulnerabilidade do menor é superior à de um adulto e, por isso, as preocupações são maiores em relação a ele'.

O encontro da ministra com juízes da Infância ocorreu na Sala de Sessões da Segunda Turma do STF.

Cármen destacou que o Fórum foi criado pelo CNJ com objetivo de cuidar dos 'problemas inerentes à infância e juventude em várias vertentes, como a adoção, os menores em conflito com a lei e vítimas de abuso'.

"O fórum é um espaço de discussão para ter um retrato da realidade social que temos e saber as condições do Poder Judiciário em relação aos problemas que se apresentam", assinalou a ministra. "O objetivo é apresentar propostas que se tornem ações para a modificação do quadro de não cumprimento dos princípios constitucionais relativos ao menor."
Herculano
06/04/2017 19:47
MORO ESTICA A TEMPORADA DE ANDRÉ VARGAS NA HOSPEDARIA DE CURITIBA, por Augusto Nunes, de Veja

Eleito deputado federal em 2006, reeleito em 2010 por milhares de paranaenses irresponsáveis, o companheiro André Vargas entrou para a história da Câmara no mesmo instante em que dali saiu: num Congresso que lembra uma Papuda sem grades, ter o mandato cassado por falta de decoro equivale a ser expulso do hospício por excesso de loucura ?"? e por decisão dos demais malucos. O despejo consumado em 10 de dezembro daquele delirante 2014 atestou definitivamente que André Vargas é um assombro sem similares.

Onze meses antes, ao assumir a vice-presidência da Câmara, ele estava decidido a alcançar o comando da Casa do Espanto por uma picada jamais percorrida. Ao debochar do ministro Joaquim Barbosa na sessão de abertura do ano legislativo, tornou-se o primeiro parlamentar a insultar publicamente um chefe do Poder Judiciário. Em seguida, Vargas seria o primeiro deputado a fazer companhia ao sócio Alberto Youssef no noticiário político-policial ?"? e enfim se transformou no primeiro figurão do PT punido pelo partido que absolve até ladrões capturados no interior do cofre com a gazua na mão.

O ex-deputado começara 2014 convencido de que festejaria o réveillon caprichando na pose de candidato imbatível à presidência da Câmara. Começou 2015 procurando emprego e tentando escapar da candidatura (apoiada pela Polícia Federal) a uma vaga na população carcerária. Não conseguiu uma coisa nem outra. Em abril, ainda desocupado, foi preso na 11ª fase da Lava Jato, batizada de "A Origem". Uma justa homenagem ao primeiro parlamentar flagrado pela operação em suspeitíssimas conversas telefônicas com doleiro Youssef.

Em setembro de 2015, o juiz Sérgio Moro condenou Vargas a 14 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Uma fartura de provas demonstrou que o vice-presidente da Câmara embolsou propinas de bom tamanho por negociar contratos de publicidade com a Caixa Econômica e o Ministério da Saúde. Nesta quinta-feira, Moro voltou a condenar o gatuno irrecuperável a quatro anos e meio de prisão por lavagem de dinheiro. Em regime fechado.

Na abertura do ano legislativo de 2014, André Vargas posou para os fotógrafos com um sorriso triunfante, braços erguidos para o céu (como convém a um guerreiro do povo brasileiro) e os punhos cerrados a centímetros de distância do ministro Joaquim Barbosa. Agora se sabe que o espetáculo do cinismo facilitou o trabalho da polícia: as fotos dispensaram os carcereiros de medir-lhe a circunferência dos pulsos. Bastaram as fotos para a confecção de algemas personalizadas.
Herculano
06/04/2017 19:37
CASA CIVIL DIZ QUE PADILHA ERROU E QUE GOVERNO E QUE GOVERNO PERDE R$ 115 BILHÕES COM RECUOS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Daniel Carvalho e Láis Alegretti, da sucursal de Brasília. A Casa Civil corrigiu no início da noite desta quinta-feira (6) a projeção de quanto o governo deixará de economizar com os recuos que pretende fazer na primeira etapa de negociação da reforma da Previdência com o Congresso Nacional.

Segundo a assessoria de imprensa da Casa Civil, o ministro Eliseu Padilha, titular da pasta, errou ao estimar nesta tarde que, em dez anos, o governo reduziria em menos de 10% a previsão de economia com a reforma previdenciária.

Agora, a projeção é de que, em uma década, o governo deixará de economizar 17% dos R$ 678 bilhões estimados com a aprovação do projeto original.

Isso significa que o governo deve deixar de economizar R$ 115,26 bilhões, e não R$ 68 bilhões, como havia sido informado antes.

O Ministério da Fazenda não divulgou nenhuma projeção e não comentou nenhum dos dois prognósticos feitos por Padilha ao longo do dia.

As mudanças que serão feitas no projeto do governo ainda não foram detalhadas.

Depois de reunião com o presidente Michel Temer, na manhã desta quinta, o relator da proposta de reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), elencou os cinco pontos da proposta que devem ser alterados, mas não especificou.

Um dos pontos em discussão é a regra de transição, que, segundo a proposta original, começa aos 45 anos para as mulheres e aos 50 anos para os homens. O relator disse que ainda estuda dois modelos alternativos para apresentar, mas mencionou uma transição a partir dos 40 anos como uma possibilidade.

Além da transição, Oliveira Maia cita as regras da aposentadoria rural, o acúmulo de pensão e aposentadoria, as aposentadorias para policiais e professores e o benefício assistencial pago a idosos e pessoas com deficiência pobres, o BPC (Benefício de Prestação Continuada).

O relator confirmou que deve alterar o trecho da proposta do governo que permite que as pensões por morte fiquem abaixo do salário mínimo, conforme antecipou a Folha.

"Quando se fala em acolher os mais pobres, realmente seria uma contradição permitir um valor abaixo do salário mínimo. Nisso podemos avançar", afirmou, após ser questionado sobre se o piso de um salário mínimo nas pensões seria garantido.

O texto original prevê que a pensão por morte será de 50% do valor da aposentadoria que o segurado recebia, acrescida de 10% para cada dependente. Isso significa que o benefício poderia ser de apenas 60% do salário mínimo no caso de uma pessoa viúva sem dependentes.

A ideia do relator é manter a fórmula de cálculo proposta por Temer para quem tem benefícios maiores, mas garantir o salário mínimo.
Herculano
06/04/2017 19:27
O JOGO V

O comentário que fiz na edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale e reproduzida acima, é tida por alguns como exagerado. Exagerado é isso não ser feitos as claras. Em outros locais, já deu confusão.

Resgato, o comentário de Raul Sartori, na quarta-feira, no jornal Correio Lageano. Repensem, então...

"FALTOU CORAGEM?

A Prefeitura de Florianópolis aderiu ao Programa Saúde Fiscal em 2014, por meio do qual o MP-SC combate a sonegação de impostos, mas não encaminhou as informações que permitiriam ajuizar ação penal contra os grandes devedores do município. O então prefeito Cesar Souza Junior[PSD] empurrou o problema para seu sucessor, Gean Loureiro [PMDB]. A lista dos maiores devedores, que circulou em redes sociais, assusta pelo nomes de pessoas físicas e jurídicas, várias acima de qualquer suspeita.
Herculano
06/04/2017 18:58
ESTÁ NO SANGUE DOS AMINS. PEDEM VOTOS DOS TRABALHADORES PARA SE INSTALAREM NO PODER, MAS LÁ, Só DEFENDEM OS INTERESSES DOS SERVIDORES PÚBLICOS - TODOS ESTÁVEIS E A MAIORIA DE ALTOS VENCIMENTOS - E DAS ESTATAIS INEFICIENTES SUSTENTADA PELOS PESADOS IMPOSTOS DO POVO E QUE PRIORITARIAMENTE DEVERIAM IR PARA A SAÚDE PÚBLICA, EDUCAÇÃO, OBRAS DE INFRAESTRUTURA, ASSISTÊNCIA SOCIAL E SEGURANÇA.

ESTATAIS ZUMBIS, por Upiara Boschi

Provável última mexida de Raimundo Colombo (PSD) na máquina do Estado em seu atual mandato, a extinção da Codesc e da Cohab começou a ser analisada e gerar
alguma polêmica quase seis meses depois de chegar à Assembleia Legislativa. As duas tiveram prestígio na estrutura estadual e hoje são verdadeiros zumbis.

Criada para gerir o sistema financeiro estadual, a Codesc teve sobrevida enquanto administrou as loterias
estaduais ?" declaradas inconstitucionais em 2006. Vem da mesma época a criação da SC Parcerias, que assumiu as funções de parceria com a iniciativa privada. Em seus últimos balanços anuais, a própria estatal afirma que, "atualmente, a Codesc não possui atividades operacionais". Já a Cohab também perdeu razão de ser diante da política federal de habitação. Diante disso e da crise econômica que o País atravessa, a extinção
das duas empresas parece óbvia e simples. Não é. O projeto de lei do governo estadual aportou no parlamento em outubro de 2016 e nem a base governista demonstrou ter pressa para que fosse votado até o fim do ano. Na última terça-feira, a Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) votaria o relatório do líder do governo, Darci de Matos (PSD), quando o deputado estadual João Amin (PP) apresentou emendas à proposta ?" o que adiou a votação para a próxima semana.

O impasse gira em torno do futuro dos 130 funcionários das empresas ?" 43 na Codesc e 87 na Cohab. Atualmente, está em vigor um plano de demissão voluntária incentivada visando à extinção das estatais. As
emendas do parlamentar pepista têm o objetivo de criar a possibilidade de que os funcionários possam ser transferidos para a SC Par. A argumentação de João Amin
16 sensibilizou parte da CCJ, o que pode levar à construção de solução para o imbróglio.

Darci entende que as emendas do pepista têm mérito, mas ressalta que um parecer da Procuradoria-geral do Estado avalia como ilegal a transferência entre funcionários
celetistas de estatais diferentes. Em sua justificativa, Amin afirma que um parecer da mesma PGE em 1990 deu aval à transferência de funcionários da Refloresc para outra estatal. A empresa citada por Amin é um exemplo a ser levado em conta neste processo.

Ela foi extinta no início dos anos 1990, no governo de Vilson Kleinübing, mas oprocesso de liquidação avançou os anos 2000 ?" aliás, cabia à Codesc conduzir seu
encerramento. Os zumbis da máquina pública são mais resistentes do que fazem crer os filmes e seriados sobre o tema
Herculano
06/04/2017 18:40
ANTES DE SALVAR O PAÍS, OS ALIADOS DA ADMINISTRAÇÃO TEMER TENTAM SE SALVAR, Josias de Souza

A reforma da Previdência leva Michel Temer a experimentar algumas das mais desagradáveis sensações que um presidente pode ter. O substituto constitucional de Dilma Rousseff acomodara-se na poltrona número um intoxicado pelo pior tipo de ilusão que pode acometer um presidente: a ilusão de que preside. Começa a se dar conta de que não há solidão mais vil do que a companhia dos áulicos palacianos e de uma numerosa base congressual.

Acossado por Renan Calheiros, que até ontem era um soldado a serviço da governabilidade, Michel Temer disse que não pode "ficar brigando com quem não é presidente da República." Engano. Sempre que um presidente não aproveita uma oportunidade para reafirmar sua autoridade, acaba se transformando em oportunidade que gente como Renan aproveita.

Logo que foi efetivado no cargo, Temer bateu bumbo para alardear a herança maldita de Dilma. Prometeu reformas que recolocariam o país nos trilhos. Animou-se ao aprovar a emenda do teto de gastos federais. Assustou-se com as traições na votação do projeto da terceirização de mão de obra.

Com a reforma da Previdência, Temer enfrenta um tipo de adversidade que lhe sonega os papeis que desempenhou até aqui. Já não pode culpar Dilma. E não adianta apenas dizer que tem a força no Congresso. Chegou a hora de entregar a mercadoria.

Ao assumir, Temer acenara com um governo de salvação nacional. Mas sua infantaria parlamentar infirma que, antes de salvar o Brasil, quer salvar a própria pele. Já que não conseguem estancar a sangria da Lava Jato, os aliados de Temer tramam o voto em lista e se esquivam de reformas que coloquem em risco a reeleição e o escudo do foro privilegiado. Num primeiro recuo, Temer jogou pelo ralo uma economia estimada R$ 68 bilhões. Talvez tenha que recuar mais um pouco.
Herculano
06/04/2017 18:32
FLEXIBILIZAÇÃO NA REFORMA DA PREVIDÊNCIA REDUZIRÃO ECONOMIA EM R$ 67,8 BILHÕES

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli, da sucursal de Brasília. As flexibilizações na reforma da Previdência anunciadas nesta quinta-feira reduzem a economia prevista com a proposta em média em 10% em dez anos, segundo a Casa Civil. Para o governo, essa perda não é tão significativa porque representa em média 1% ao ano. Em dezembro, o secretário de Previdência, Marcelo Caetano, disse que a economia prevista entre 2018 e 2027 seria de R$ 678 bilhões com benefícios assistenciais e do INSS ?" ou seja, 10% desse valor representaria um impacto menor em R$ 67,8 bilhões.

Em dezembro, Marcelo Caetano, disse que a economia prevista entre 2018 e 2017 seria de R$ 678 bilhões
Considerando a economia esperada com as mudanças no regime próprio de servidores da União (R$ 60 bilhões em dez anos), o governo pouparia ao todo R$ 738 bilhões. Neste caso, a perda de 10% representaria R$ 73,8 bilhões. Entre as flexibilizações, o governo sinalizou que vai manter regimes especiais de aposentadoria para policiais e professores, que fazem parte do regime próprio.

Um dos formuladores da proposta garante que as alterações sugeridas pelo Congresso "preservam a essência" da reforma, cujo objetivo é estabilizar a despesa em até 9% do Produto Interno Bruto (PIB), sobretudo nos próximos dez anos. Hoje, os benefícios assistenciais e do INSS consomem 54% da despesa primária da União, e esse porcentual chegará a 82% em 2026 sem a reforma da Previdência. Já com a proposta do governo, esse índice era projetado em 66%.

"(A alteração no texto) Não muda muito o objetivo de estabilizar a despesa", garante o integrante da equipe que trabalha na proposta. Outra fonte do governo garante que, mesmo com as "bondades", as mudanças não trazem prejuízos à reforma.

O relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), afirmou mais cedo que o presidente Michel Temer autorizou modificações na proposta em relação a cinco temas: regra de transição, aposentadoria rural, Benefício de Prestação Continuada (BPC), pensões e aposentadorias especiais de professores e policiais
Herculano
06/04/2017 18:26
UM PACTO PERIGOSO

O que os deputados da tal Comissão de Ética da Câmara Federal disseram para nós seus eleitores, ao não punirem o deputado do PSOL do Rio de Janeiro, Jean Wyllys, por cuspir no rosto do outro deputado fluminense, Jair Bolsonaro, PSC, durante a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Vana Rousseff?

Que podemos cuspir na cara deles quando discordamos das suas atitudes ou até da sua defesa ideológica.

Vergonhoso. Classe sem classe. Não é a toa que domina as manchetes policiais dos últimos anos por aqui, e para sair dela ao invés de mudar, querem desmoralizar a polícia, investigadores, promotores, juízes e imprensa investigativa.

A política, essencialmente, é o exercício da dialética. Os deputados brasileiros acabam de nos dizer que isso é algo primitivo, ultrapassado. O avanço mesmo é cuspir um nos outros para demonstrar a insatisfação ou marcar diferenças e territórios para seus partidários.

Você está indignado? Eles dizem que é a sua cara.

Todos esses deputados nos representam. Eles foram votados por nós e não estavam em nenhuma lista fechada que estão inventando em mais uma cusparada. Alguns até podem estar lá pelo voto de legenda, mas todos foram votados e escolhidos individualmente.

Então, está na hora de mudar. Em outubro de 2018, eles estarão por aqui pedindo votos, mentindo e tudo com o dinheiro dos pesados impostos dos brasileiros e que falta para a saúde, educação, obras, assistência social, segurança...

Então o melhor cuspe dos eleitores é o que vai limpar esses políticos da política brasileira e da falsa representação popular. Cuspa! Wake up, Brazil!
Herculano
06/04/2017 18:09
O PACTO EM FAVOR DE JEAN WYLLYS

Conteúdo de O Antagonista. Leo de Brito, do PT do Acre, afirmou ao O Antagonista que a cusparada de Jean Wyllys em Jair Bolsonaro "não saiu barato".

"Ele foi advertido."

Segundo o deputado petista, "ficou pactuado que esse tipo de situação não poderá acontecer de novo".

O Conselho de Ética da Câmara, acrescentou ele, precisou avaliar que o episódio ocorreu "dentro de um contexto no impeachment da presidenta".

Ah, bom.

Ontem, eu (Mario Sabino) manifestei o meu espanto no Twitter com o fato de Jean Wyllys ter escapado de uma suspensão na Câmara.

"Jean Wyllys cuspiu em Jair Bolsonaro, escapou de ser suspenso e disse que cuspiria de novo. É um deputado ou um perdigoto moral?"

Vejam o que o deputado respondeu:

"Prá fascista e apologista da tortura e do estupro e seu séquito de imbecis hipócritas, todo cuspe é pouco. "Perdigoto" com orgulho!"

Onyx Lorenzoni, voto vencido no Conselho de Ética no caso Jean Wyllys, disse ao O Antagonista:

"Se não houver uma sanção de fato, que demonstre ao deputado que existem limites, ele vai fazer de novo, como, nesse caso, o próprio Jean acabou reconhecendo minutos depois (que cuspiria novamente). É da natureza dele."

E mais:

"Cuspe já está liberado. E porrada? Vão liberar a porrada na Câmara? É uma barbaridade. Depois os deputados não sabem por que não podem mais andar nas ruas."

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