06/04/2017
O JOGO I
O príncipe dos empreiteiros sacanas, Marcelo Odebrecht, disse na sua delação que pagou R$ 50 milhões pela Medida Provisória 470/2009, a dos Refis. Ela foi aprovada pelo Congresso e editada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, para beneficiar quem estava com os impostos atrasados. Ou seja, nada que parece ser ingênuo (e certo), é. Quem apura e prova é o MPF no caso da Lava Jato. São jogos de gente poderosa, sedenta de vantagens continuadas e poder eterno. E o benefício para os mais fracos, é apenas um disfarce para os grandes objetivos dos fortes. Como disse o pensador, escritor, dramaturgo e jornalista Millôr Fernandes (1923/2012), “me arrancam tudo à força, e depois me chamam de contribuinte”.
O JOGO II
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, orientado pelo advogado Carlos Roberto Pereira, hoje secretário da Fazenda, acumulando a secretaria de Administração e Gestão, enviou à Câmara, o projeto de lei 09/2017. O PL institui o “Programa de Recuperação Fiscal”. Resumindo: ele vai perdoar multas, vai reduzir juros e parcelar o que já não podia mais ser parcelado. O que significa isso? Que os que pagam em dia, mais uma vez, foram chamados de trouxas pelos políticos e administradores públicos de Gaspar. Os gestores, estão, outra vez, privilegiando os que não horam os seus compromissos, sejam por quais motivos forem. E entre os que atrasam, há espertos. Eles sempre esperam um dia “acertar” as contas sem os juros, multas e correções enquanto trabalham com o dinheiro que devem ao poder público.
O JOGO III
E a proposta do prefeito Kleber acontece exatamente depois de uma campanha eleitoral. É nela que se tramam “negócios” e apoio. Então pode ser algo muito sintomático. Nas justificativas do prefeito não diz quantas pessoas e empresas estão nesta situação e quanto se deve e quanto pretende arrecadar. Também omite quem são os maiores devedores e maiores beneficiados pelo projeto que quer vê-lo aprovado. Caberia ao Ministério Público que cuida da Moralidade Pública olhar com uma lupa especial para a lista de devedores, a representatividade na dívida e como alguns devedores são contumazes nesta prática de dever e obter o benefício dos cofres públicos. Outra. Os que pagam sempre em dia –e que é a maioria - e contribuem para a máquina municipal funcionar, minimamente, não tiveram nenhum benefício. Injusto.
O JOGO IV
Por que ao invés de dar vantagens aos inadimplentes, não se concede benefícios exatamente aos bons pagadores, para que os maus pagadores, ao menos reflitam sobre à sua atitude contra a cidade e os cidadãos? O desconto à vista quando superior a inflação, é uma vantagem. Outra, que aqui não se aplica, é o desconto por pontualidade nas prestações (e a vista). É muito mais barato do que não receber no tempo certo e custo burocrático para cobrar a dívida. Gaspar ainda não evoluiu para premiar os que possuem cadastro positivo; prefere dar vantagens aos que estão no cadastro negativo e que em muitos casos não precisam de benefícios especiais pagos pelos adimplentes. Acorda, Gaspar!
É pouco divulgado. Mas, liguei para o 153 de Gaspar. É um número gratuito de emergência atendido pela Ditran – Diretoria de Trânsito. Do outro lado, a gravação informa que ele não existe. Mas já existiu; funcionava e ajudava no serviço da Ditran nas chamadas de acidente e irregularidades. Ao invés de atender a população, a nova administração está plantando flores. Acorda, Gaspar!
Dinheirama. A bancada parlamentar catarinense, sob a presidência temporária do senador Dalírio Beber, PSDB, decidiu que os R$190 milhões de emendas impositivas dos deputados e senadores serão todas destinadas à saúde. Cada um terá direito a indicar a R$10milhões. Resta saber quanto sobrará para o Hospital de Gaspar.
Mais enrolação. A prefeitura assinou o 10º aditivo com a empreiteira mineira Artepa Martins. Prorrogou o prazo de término das obras da Ponte do Vale para o dia 31 de maio e do contrato para o dia 30 de junho. Então...
De um engenheiro especialista em solo sobre o problema que afeta a cabeceira da Ponte do Vale, na rodovia Jorge Lacerda, ao ouvir e ler entrevistas de gente da atual administração de Gaspar nas rádios e jornais locais e regionais.
“Os políticos estão falando bobagens. O que começou errado continuará como uma ferida exposta. É um tumor que precisará ser sempre tratado. É assim com as cabeceiras das pontes da BR 470. O solo vai sempre ceder naquele ponto”. Então está na hora de abrir a ponte e preparar os bolsos para os reparos continuados.
O ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, criou, sob polêmica porque queria dar o nome de prefeito Tarcísio Deschamps, para o Distrito do Belchior. Um movimento de lá, onde Gaspar começou de verdade, impediu a troca do nome quase bicentenário. Nele, não estava a vereadora Franciele Daiane Back, que faz aluguel do PSDB.
Agora, ela é a mentora do PL que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, enviou à Câmara para que todo o dia seis de abril a administração municipal se desloque para Distrito para marcar a data. A ideia é louvável, mas Franciele tem pouco a ver com a preservação do nome.
Outra. As queixas do distrito do Belchior se avolumam exponencialmente. A área da Saúde está caótica. O intendente, Raul Schiller, PMDB, nomeado depois de dois meses de espera por um nome de lá, é de fora e está tentando se familiarizar com a comunidade.
Ontem, todos estavam lá comemorando como se flores fossem suficientes para agradar o povo. O prefeito ficou parado esperando o povo ao invés de arregaçar as mangas nas soluções. Acorda, Belchior!
Eu errei. Na coluna de sexta-feira, feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, informei que apesar de assinar e discursar fortemente pela mudança, o vereador Cícero Giovani Amaro, PSD, tinha votado contra o Projeto de Resolução. Errei. Votou também. Peço desculpas aos meus leitores, leitoras e ao vereador Cícero.
Ilhota em chamas I. No dia 12 haverá pregão para comprar macadame britado para recuperar as estradas de Ilhota. Uau!
Ilhota em chamas II. A semana do prefeito Érico Oliveira, e do seu secretário de Obras, Viland Bork, ex-prefeito de Luiz Alves, ambos do PMDB, definitivamente, não foi boa. Tentaram desmoralizar a imprensa investigativa e foram sucessivamente desnudados no que mentiram.
Desesperados. A nova lista das tetas na prefeitura de Gaspar foi prometida para o final de março. Até o fechamento desta coluna, só os nomes do Samae tinham sido publicados.
Luana Larissa Paes Storch foi nomeada diretora de faturamento; Éder Ricardo Stiegemaier Luz, diretor de Saneamento, numa cidade sem um milímetro de coleta e um mililitro de tratamento de esgotos; José Ércio Maier, coordenador de ETA; Gilberto Dellandréa, encarregado dos encanadores; José Batista, coordenador de esgotamento sanitário (não é piada); e Fabrícia Aparecida Reinert De Souza, encarregada de veículos, sem entender do assunto.
Enquanto isso, Janete da Silva, secretária de fato do presidente José Hilário Melato, PP, continua diretora de RH, sem ser servidora da autarquia. Todos desafiando a lei.
Sábado, todos no Baile do Havaii, do Cruzeiro do Vale. A repetição do sucesso está garantida.
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