06/11/2017
Os meus leitores e leitores, sabem disso há anos. Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, que prometeram resolver, patinam. E para piorar, ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, e agora assessor do deputado Federal e presidente estadual do PT, Décio Neri de Lima, o que manda no PT de Gaspar, vive criticando o caos da saúde pública daqui. Caos, diga-se, que ele criou com Lula e Dilma no SUS. Tudo está pior. Agora, Zuchi, o cidadão, resolveu zombar. E como um ente político se instalar no péssimo exemplo.
Antes da triste história, porém, devo registrar: na sexta-feira, a NSC de Blumenau, esteve em Gaspar para mostrar o calvário dos pobres, doentes e frágeis, sem padrinhos políticos. Aquilo que se esconde, menos aqui e nas redes sociais, foi comprovado pelos depoimentos de gente simples, mas corajosa: no Hospital, que ninguém sabe quem é o dono dele, sob intervenção municipal, mandada pelo PT e abençoada pelo PMDB e PP e onde o dinheiro corre solto e a coisas não melhoram, a espera pelo atendimento ambulatorial pode demorar até mais de seis horas, dependendo do horário e do dia.
Tudo e principalmente porque os postinhos nos bairros e policlínica não funcionam. E olha que o Hospital acabou de “criar” um ambulatório só para fazer o serviço duplicado nos custos e que deveria ser feito nos postinhos, nos bairros.
Voltando ao caso Zuchi. Nos postinhos a espera, pode ser longa: meses, e na policlínica, dependendo da especialidade, até anos. Para disfarçar, os políticos e curiosos da secretaria de Saúde de Gaspar, “desmontam” filas de longas esperas e inventam outras “novas”. É para embaralhar as cobranças e gerar “notícias positivas”, aos que não perguntam, investigam ou sabem da trama, mas fingem não vê-la.
O ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, no papel que lhe cabe, orquestra o seu PT na oposição e cobrança. No papel, está certo. Para melhorar, se não há iniciativa de quem tem a caneta e o poder nas mãos, alguém precisa cobrar. Mas, para isso é preciso antes coerência, ética e transparência. Zuchi resolveu zombar de todos os doentes e gasparenses a quem diz ser um defensor e pede reação ao que aí está. Na verdade, a inocência é zero. Ele está atrás de dividendos para si e os seus à boca de mais uma eleição.
Vamos aos fatos. Zuchi está registrado para ser atendido no postinho (Posto da Saúde da Família – PSF) do Barracão, onde mora. Lá, a espera para um médico clínico geral atender um pobre, um comum, um doente, um que não tem voz e padrinho, é de 47 dias, em média. Onde Zuchi foi atendido? No Bela Vista, na outra ponta da cidade, onde ele não tem nada a ver com o bairro. Ali a espera é de 41 dias. E ali, Zuchi furou a fila. Foi atendido em seis dias. Isso aconteceu no dia primeiro de novembro, como mostra a foto (está ao fundo no balcão) e preservo as fichas de atendimento e prontuários.
Como Zuchi pode fazer isso? Primeiro ele tem amigos no posto do Bela Vista e no sistema de Saúde que não funciona para os outros. Segundo, se beneficiou do aparelhamento. Terceiro, a secretaria da Saúde, ocupada e liderada por frouxos e curiosos porque mandaram embora a técnica que conhecia do riscado e queria terminar com os privilégios, foi incapaz de defender os pobres, doentes e frágeis que estão na fila há dias.
Ora! Se o atendimento é demorado, como alguém pode criticar algo em que ele próprio passa a perna nos que estão na fila com ajuda de “amigos”, correligionários e pior, com gente que possui discernimento do que está fazendo contra o sistema, a administração pública, a ética, os pobres, doentes e frágeis, normalmente os que sustentam os políticos nos votos de discursos fáceis?
Pelo sistema é possível saber que a própria médica do posto do Bela Vista fez a agenda no dia 26 de outubro. Não passou pela enfermagem e por nenhuma triagem. E veja só como isso foi possível. Ela “encaixou” o ex-prefeito Zuchi na vaga de uma consulta de pré-natal (normalmente usada para emergências). “Grávido” aos 65 anos? Vergonha!
Falta uma sindicância séria. Falta punição em nome dos pobres, doentes e frágeis. Como um sistema comprometido vai se reerguer se os próprios servidores o boicotam e trabalham contra ele, criam privilégios para gente graúda, poderosa e “amiga”? Meu Deus!
Depois dessa, que autoridade e autonomia possui o ex-prefeito Zuchi para criticar o sistema que já não funcionava no seu tempo e piorou agora?
Gaspar é assim. Há dias contei a história do suplente de vereador Cleverson Ferreira dos Santos, PP, da base de Kleber. Ele da tribuna, elogiou o médico e vereador Silvio Cleffi, PSC, o que vem ajudando Kleber se afundar nessa área.
Cleverson levou o seu pimpolho ao Hospital. Lá foi prontamente atendido. Fez disso, um desabafo contra os críticos do sistema e de Cleffi, incluindo a maioria dos seus eleitores e eleitoras. Ao ler o relato aqui, Cleverson quis mais uma vez apagar o problema onde os que estão no poder, possuem caminhos mais facilitados dos que os doentes, pobres e frágeis no sistema público de saúde de Gaspar, o qual sob caos e desastre, cria privilégios como este de Zuchi. E por que? Porque os poderosos e os amigos do poder de plantão possuem caminhos que não são os caminhos destinados ao povo sofrido. Acorda, Gaspar!
Terça-feira, dia 31 de outubro, Dia das Bruxas. E elas andaram soltas por aqui. Testaram os nervos dos dois lados pintados para a guerra: o poder de plantão e o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar - Sintraspug. Escaramuças. Escorregões. Voos rasantes. Vassouradas.
Hoje, segunda-feira, dia seis, todos voltam para “dialogarem”. Hum! Em Gaspar, isso é um artigo de luxo, como mostrei num comentário no final de semana e que bombou no facebook, depois de ter sido líder de audiência no whatsapp entre os gasparenses, sob o obsequioso silêncio da imprensa.
Voltemos. Não houve o feriado prolongado dos servidores como eu temi e expus. Todos voltaram aos postos, pintados para a guerra, em estado de greve. Vão debater o “direito adquirido” fora da lei, que refutam semanticamente, como privilégios, e que terá que ser bancado, mais uma vez, pelos pagadores de pesados impostos, os quais não possuem esses direitos nos seus empregos, todos sem estabilidade.
O prefeito de fato, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, presidente do PMDB, e coordenador da Campanha de Kleber Edson Wan Dal, PMDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, este servidor público municipal, o advogado Carlos Roberto Pereira, espalhou que a Justiça tinha proibido a greve, sob pena de multa diária (e milionária para o Sindicato de Gaspar) de R$100 mil.
Não deu certo. Fake News. Explorou-se apenas a outra metade da verdade. E isso retira o crédito para quem o precisa para algo tão sério. E a imprensa comeu pela boca da máquina estatal. Não era assim. A multa se referia ao mínimo necessário, se ele não fosse garantido pelo Sindicato, mantendo o funcionamento ao público dos serviços pelos servidores.
Este tipo de sinalização torta, com algo reto e claro, mostra bem à dinâmica, à identidade e os propósitos do poder político de plantão na prefeitura. Ele é velho na roupa de moços, com os mesmos vícios dos anteriores. Eficiente só na contradição.
O poder de plantão se deslegitima para se autorizar no legitimo, como nesta boa briga, com causa e que arrumou com os servidores. Ele primeiro dá o pior exemplo, como foi o de inchar a folha de pagamento em mais de R$600 mil por ano com comissionados e funções gratificadas, mas dentro da lei, diga-se, para depois dizer que precisa se desfazer dos privilégios fora da lei, para “economizar”.
Errado!
Não é para “economizar”. É para colocar sob à exigência da lei. Este é o objetivo. Este é o recado. Esta é a discussão. Qual a dificuldade de ser direto com a população que paga esta conta? Para que arrumar bengalas e desculpas esfarrapadas? Circo!
O APOIO DO PT AOS GREVISTAS
Logo cedo no dia 31, o Paço percebeu que com ou sem a suposta multa milionária, o fuzuê já estava armado. Os servidores se estabeleciam como vítimas. A imprensa já podia não mais esconder o que as redes sociais ampliavam. E esta coluna era um problema, mas para ambos os lados.
Pasmem. Alavancado pelo PT e a esquerda do atraso, que quando no poder com Pedro Celso Zuchi, um ex-funcionário estatal (Petrobrás) e Mariluci Deschamps Rosa, servidora pública municipal da área da educação, com o presidente do PT, José Amarildo Rampelotti, ex-funcionário público (Celesc), torturaram e amordaçaram o Sintraspug de morte, os grevistas os adotaram, como a “nova” tábua de salvação. Nada como um dia após o outro. Este “Maria vai com as outras” dá a dimensão e o entendimento da razão pela qual o Sindicato está sem rumo (e não é exatamente de hoje), enfraquece-se e padece.
A greve já se tornava monótona, até mesmo nas explicações de lado a lado nas rádios, incluindo o chefe de gabinete, Pedro Inácio Bornhausen, outro ex-servidor público (Celesc), quando chegou à meia tarde de terça-feira.
Os grevistas decidiram tomar a Câmara. Havia sessão semanal. E a presidente do Sindicato, Lucimara Rosanski Silva, inscreveu-se para ocupar a Tribuna Livre. Era o protesto. Era o palanque simbólico para o recado. Era a alavancagem para os discursos oposicionistas e pressão contra os vereadores da situação, contra o governo de Kleber, Luiz Carlos e do doutor Pereira.
E Lucimara não apareceu na Câmara no horário marcado. Estava em uma “reunião” de última hora na prefeitura. Exatamente naquela hora? A prefeitura organizada, sabia do compromisso da presidente. Lucimara e o Sindicato – e isso mostra o quanto estão mal assessorados – não. Caíram na armadilha. Ciro, a contragosto, dava prazo e torcia para o desgaste e exposição do Sindicato. Deixou os sindicalistas atarantados e na defensiva.
Corriam atrás da líder como tontos. Esbaforida, Lucimara chegou à Tribuna (foto abaixo), depois de minutos de espera e desgastes. E mais uma vez, o discurso não conseguiu defender o indefensável. Natural! Defende-se um suposto direito adquirido, não o que diz a Lei que o governo de Kleber quer ver aplicada.
Afinal, o Sindicato, e não Lucimara e é bom sempre se ressaltar, é o culpado de tudo isso. O Sintraspug teve 23 anos e não foi capaz de regularizar o que está irregular, feito sob o compadrio, no acerto político frágil de bastidores, do escurinho, das quatro paredes e trocas. Deixou dois mil trabalhadores inseguros, expostos e agora pintados para a guerra como no último ato desesperador.
O DIREITO ADQUIRIDO X A LEI
Repito: a prefeitura está com a faca e o queijo na mão. Se conseguir suportar o desgaste que criou por suposta coragem juvenil, arrogância e até vingança, fará barba, cabelo e bigode nesse assunto. Basta mandar à Justiça decidir. De verdade? O Sindicato está com medo é da Justiça. Se voltar atrás, a prefeitura vai ter que aceitar como certo, o que diz que está errado e que durante 23 anos ninguém teve a capacidade de validar. E quando teve, como agora, correu do pau por incompetência estratégica.
Se isso acontecer, mais uma vez se provará que o peixe morre pela boca.
O doutor Pereira escreveu na sua rede social (apagou ao público depois que o que escreveu se tornou uma fogueira; e mandou o Roni Muller me enganar, afirmando que não apagou nada, pois tudo circulou apenas no privado do facebook, o que não aconteceu) que “ser gestor público implica em ter coragem de tomar decisões difíceis”. E é verdade.
Então vale apenas replicar o que retruquei nos meus artigos sobre esse achado do doutor Pereira: “antes da coragem, é preciso inteligência, capacidade de negociação, articulação e plano B (pensado para ceder, mudar e até perder). Ninguém vai à uma guerra apenas com a coragem”. E faltou isso a Kleber, Luiz Carlos, Pereira, Pedro Inácio Bornhausen...
Na Câmara era claro o desconforto dos vereadores da situação PMDB, PP e PSC. Na verdade, as queixas são o retrato da cidade e que se esconde em discursos, pressões, propaganda enganosa e suposições. O vídeo que eu postei este final de semana é o retrato do que escrevo e sou apedrejado pelos políticos do poder de plantão, com ameaças e vinganças, apesar da minha casca grossa.
Mais desconfortável estava o líder do governo da hora: Silvio Cleffi, PSC, médico e servidor público há 12 anos. “Estou líder; não sou líder”, acentuou, como se isso fosse percebido, como a se dizer: “olha, estou com vocês, mas preciso fingir que estou com o governo; entendam!”. Silvio, o que argola o governo Kleber nos interesses corporativos, sabia que estava sozinho, no momento errado e com cheiro de armação. Tanto que em particular, já na mesa, perguntou ao presidente Ciro André Quintino, PMDB, quem da base “tinha cag... para trás”, nos pronunciamentos em defesa do governo naquela sessão.
CORAGEM DEMAIS. ESTRATÉGIA DE MENOS
Sobrou o líder do PMDB (provisório, o titular é Francisco Solano Anhaia, que fez, vejam só, nesse dia crucial, uma operação na garganta e não “podia falar” – até estava lá, sentiu a temperatura e saiu à francesa), Evandro Luiz Andrietti. “Não é fácil defender o PMDB”, abriu para desarmar os ânimos. Dessa vez teve palavras, ao contrário da sessão anterior, onde obrigou todos ao silêncio de dois minutos.
Andrietti na sua simplicidade se saiu bem melhor do que por exemplo, o jovem e suplente de vereador, Cleverson Ferreira dos Santos, PP, o provocador sem razão à plateia de servidores– apesar de ter fundamentos para se impor na defesa do governo - e do próprio Silvio, atarantado, “cag... para trás” e abrindo possibilidades de negociação, onde ele é uma parte no processo de benefícios contra o que pretende o governo municipal nesse embate.
Quem se escapou e se protegeu na Câmara neste mar de desgastes? Francisco Hostins Júnior, PMDB, o líder de governo de ofício. Ele está licenciado. E Francisco Solano Anhaia, que na ausência de Hostins, era o líder do governo. Gente esperta. Gente experiente!
Quem entrou muda e saiu calada, foi a pequena Franciele Daiane Back, PSDB. O partido não é da base, mas ela é e uma das mais fiéis avalizadora de Kleber. Evitou ser testada diante da plateia hostil, mesmo em assuntos que não diziam respeito aos servidores.
Como já escrevi: desagradei o Sindicato e os servidores pois penso que a prefeitura e o governo Kleber estão certos nesta questão.
Entretanto, como escrevi também, são apenas uns corajosos. Falta-lhes o essencial: cabeça, articulação, escolha de prioridades. Estão há 11 meses no poder: o que fizeram de fato? Os problemas da cidade continuam graves, além de uma comunicação abaixo da crítica, que em alguns casos, até há mentiras. Jovens que governam como se fossem e com velhos viciados.
Esta observação vale para o Sindicato que continua na época do megafone, da máquina de escrever e do mimeógrafo.
"TRABALHADOR DIFERENCIADO"
Os que passaram e estão lá, estão atrás das perpétuas benesses do aparelho sindical que vivia, e luta para retomar, o desconto compulsório dos trabalhadores. Como um Sindicato, cioso do seu dever para com seus associados, pode ser surpreendido por esta coluna com a informação de que já estava na praça o edital de concorrência do ticket alimentação? Nenhum funcionário público, associado ou não, foi capaz de informa-lo? Nenhum dirigente sindical acompanha o que acontece na prefeitura? Imagina-se às outras surpresas que virão. Meu Deus!
E a Câmara – o fórum de terça-feira passada e pode ser o de amanhã - não está livre desses privilégios que os funcionários públicos criam ou buscam para si, todos pagos com os pesados impostos dos trabalhadores que são desempregados à menor crise - criada pelos políticos - ou que não tenham produtividade. Gente esclarecida orientou lá à contratação e concursos de servidores. Erraram. É preciso investigar e punir quem errou. Mas...
O que fez Ciro, o político, para “consertar” e acomodar os privilégios, orientado pelos mesmos que “erraram”? Gente que trabalhava 40, passou a trabalhar apenas 30 horas por semana. E quem ganhava como 30 horas, passou a ganhar como os de 40 horas. É a tal isonomia. Festa. Diferente do Sindicato, mais espertos, na Câmara, se fez a lei com o viés moral torto. Mas é lei. Num passe de mágica se acertou tudo, por cima, com mais salário e menos horas de trabalho.
Tudo com o dinheiro dos contribuintes e a farra dos políticos no poder de plantão. Quer mais? Só na Câmara de Gaspar você pode no dia dois de janeiro antecipar a metade do 13º salário do ano. Tem mais, muito mais, mas... Tudo na lei. E eles ficam uma fera quando se fala nisso. Transparência, zero!
Hoje é dia de “negociação”. Só há dois caminhos para o doutor Pereira, Kleber, Luiz Carlos, Bornhausen e outros que mandam e desmandam no atual governo, mas não aparecem: voltar atrás e ser derrotado com humilhação devido à prepotência antecipada, ou lavar às mãos e colocar este assunto para a Justiça decidir. Depois se recorre ou se cumpre o sentenciado. Acorda, Gaspar!
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