06/12/2017
“Os que dizem que não há deficit na Previdência se dividem em dois grupos: os enganados e os enganadores. Os enganados são inocentes. Os enganadores não”, por João Borges, comentarista e editor de economia do Jornal das Dez, da Globo News, ex-assessor de imprensa do Banco Central
Estamos discutindo a mini-Reforma da Previdência. É pouco, mas ainda assim é muito, se eventualmente ela for aprovada.
Contra números, esta discussão mostra que há analfabetos que não sabem fazer contas e gente que entende muito do assunto, mas que se porta como canalha, manobrando os pobres, analfabetos, ignorantes, os desinformados, chantageando para levar grandes lascas dos nossos pesados impostos, num assunto socialmente essencial para o futuro e o mínimo bem-estar de todos.
E por que? Porque os parlamentares, eleitos para nos representar e não é só do PT, PDT, PSB, PCdoB, PSTU, PCO, PSOL, Rede e outros da esquerda do atraso, defendem apenas a si próprios e gente poderosa que ganha muito como eles. Gente que é estável mesmo não produzindo, aposenta-se muito cedo e com salários altos e integrais. E quem paga esta injusta conta? Os mais pobres, os trabalhadores e até mesmo os desempregados. Vergonha sem fim!
No Brasil, 63% dos trabalhadores, sem esses privilégios defendidos por uma maioria expressiva de políticos e todos os sindicalistas, numa junção de interesses diabólicos, aposentam-se, em média aos 66 anos, repito, 66 anos, e com apenas um salário mínimo: repito, um salário mínimo. Para esses aposentados, quase indigentes, nada vai mudar. Vão continuar recebendo com a Reforma o mesmo um salário mínimo por mês e se aposentando aos 66 anos diante dos privilégios dos outros.
Entretanto, é para essa gente desprotegida, enfraquecida, pobre, analfabeta, ignorante e desinformada, que os sindicalistas, e principalmente os políticos, por sacanagem e esperteza, pois querem os votos dela para se perpetuar no poder, privilégios próprios dos políticos, dos sindicatos e funcionários públicos, estão aterrorizando-a, com ideias, números e propaganda. Todos falsos.
Até a contrapropaganda oficial esclarecendo minimamente os desinformados sobre esta inversão de valores, pediram na Justiça para embargar. A canalhice é tamanha, que querem anular o embate dos números e ideias. Preferem a versão única e a escuridão sobre a dialética, o contraditório. Sintomático! Vale a propaganda dos sindicatos, das guildas de privilegiados e os discursos populistas dos políticos, que nos roubam até a esperança, porque sensatez seria pedir muito a esses parasitas sociais.
Se este arremedo de Reforma não for feito, além de quebrar o Brasil, corre-se o risco de não se pagar, em pouco tempo, essas milionárias aposentadorias, simplesmente por falta de dinheiro como já acontece em vários sistemas estaduais, como o do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Mas, até o debacle, raspa-se o tacho e quando não houver o que raspar, os pobres, os fracos, os analfabetos, os ignorantes e desinformados serão os primeiros ameaçados. É que essa gente é esperta e não possui nenhuma sensibilidade para se salvar nos seus privilégios.
Os trabalhadores da iniciativa privada, não darão conta de sustentá-los como querem e fazem hoje em dia. Os impostos serão tão altos, que nada – como educação, saúde, segurança e obras essenciais - poderá mais ser oferecido aos brasileiros. Todo o dinheiro arrecadado irá para pagar as polpudas e milionárias aposentadorias de poucos. Um dia, até isso terminará. O país, então entrará definitivamente no buraco.
É impossível pensar que se possa sustentar aposentadorias de R$ 20 mil, R$30 mil, R$40 mil por mês ou mais, que em alguns casos chegam a R$100 mil, para gente que quer se aposentar aos 45 ou 50 anos, com expectativa média de viver até aos 80 anos.
Quem vota contra a Reforma da Previdência vota a favor dos ricos e contra os pobres pagadores dessa conta injusta. Simples assim. Os senadores e deputados enganam seus eleitores de forma torta e discarada.
Veja, este resumo do debate recente na Rede Bandeirantes de Televisão. Ele esclarece muito das falácias que gente entendida tenta espalhar por aqui, inclusive. Essa gente só pensa nela. Pensa no presente. É a nata da Casa Grande, disfarçada de defensora dos pobres, fracos e oprimidos da senzala, usados apenas de massa de manobra para deixá-la permanente no poder e sustentada pela maioria sem voz, enganada e entorpecida por discursos e promessas eleitorais falsos.
Alguns políticos, estão, verdadeiramente, receosos que se votarem pela Reforma, não serão reeleitos, pois a minoria de funcionários públicos privilegiados fará a contrapropaganda. Os políticos sabem que não é isso, se forem corretos e claros com a maioria que os elege. Na verdade, os sabem que a não reeleição deles é um sentimento generalizado entre os eleitores, exatamente pelo que eles são, não fazem pela sociedade, mas defendem o assalto que tomaram o estado. Também simples assim.
Tanto que hoje, uma pesquisa do Datafolha mostra que 60% julgam o trabalho deles ruim e péssimo e certamente, não é porque eles podem votar a favor da Reforma. Ao contrário. Porque percebem como sacanas atrás de benefícios e privilégios para si próprios e não votando para o sucesso da sociedade que o elege.
O fenômeno do retrocesso chamado Jair Bolsonaro, PSC, 27 anos no parlamento, sem produzir nada, a não ser frases de efeito, esclarece definitivamente o enjoo dos brasileirox com seus políticos. É um brado de liberdade, mesmo sabendo que está se voando para um precipício, como foi com Fernando Collor de Mello. Uma parcela da sociedade chegou a tal ponto do insuportável, que prefere até o suicídio, aos políticos que a manobra e a faz sustentar nas suas lambanças, roubando e negociando diante de si os seus pesados impostos.
A não reeleição de parlamentares não está diretamente ligada à Reforma da Previdência que atinge uma minoria, mas poderosa, de privilegiados do mundo político e do funcionalismo, mas à roubalheira empreendida na última década dos pesados impostos de todos e à luta feroz que os políticos fazem para acabar com a Lava Jato, onde os envolvidos, mostraram para a sociedade e eleitores, para se safar, que existe também uma Justiça diferenciada para andar de cima que os protege e aplica rigorosamente para os mais pobres, analfabetos, igonorantes e desinformados. Nada mais. Wake up, Brazil!
(Clique na imagem acima para assistir ao vídeo)
Na Câmara de Gaspar, pelo jeito, bateu o desespero no PT. Ele está cada vez mais isolado, depois que o vereador Wilson Luiz Lemfers, PSD, como revelei aqui. Quase silenciosamente, Lemfers “deixou” o tal “Bloco Democrático” para votar com o governo, mesmo que seletivamente.
O PT age em duas frentes: está comparando 12 anos de governo de Pedro Celso Zuchi (2001-2004 e 2009-2016) com 11 meses do governo Kleber Edson Wan Dall, PMDB. Ai não dá, não é! O PT vai apenas tornar Kleber uma vítima da sua própria propaganda enganosa. Na outra, com as emendas obrigatórias sobrando em Brasília, está alocando parte delas, aqui, o que é justo e normal. Mas, coloca o governo Kleber como pedinte e o PT como tutor daquilo que ele próprio não resolve.
É certo que o governo de Kleber não deslanchou, muito por culpa dele próprio e do prefeito de fato, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, presidente do PMDB em Gaspar, e coordenador da campanha de Kleber, Carlos Roberto Pereira. A imposição e a vingança não combinam com resultados das urnas de outubro do ano passado, mas combinam com o PMDB daqui e seu longo histórico. E por conta disso, já experimentou vários revezes no passado. Não aprendeu. Vai no mesmo caminho.
Kleber fez uma campanha com promessas irresponsáveis (era a segunda), não se preparou adequadamente para ser governo previsível, pois sempre esteve folgadamente na frente nas pesquisas, montou uma equipe notoriamente fraca do ponto de vista técnico, de inovação, transformação e até de realização. Pior, caiu nas armadilhas deixada pelo próprio PT por não querer enfrenta-lo de frente e impor uma nova marca de governo, pois foi para isso que foi eleito. Quem o elegeu não queria a continuidade, certamente. Nem o retrocesso, definitivamente, como aparenta.
Quem como ação de governo começou a plantar flores nos canteiros improvisados da cidade sem algum objetivo claro de resultado, mostra exatamente a que veio. Prometeu remendar em 30 dias a ponte do Vale inaugurada inapropriadamente pelo PT em 30; levou seis meses. Assumiu – por que quis - a arapuca da intervenção do Hospital de Gaspar feita pelo PT, que ninguém sabe de quem é o Hospital, um buraco nas finanças do município e que com essa gula contra os recursos públicos, deixou o sistema dos postinhos, policlínica e farmácia – que atende os mais pobres e os eleitores - funcionando precariamente, alvo de ira dos necessitados.
Neste assunto, arrumou um culpado: a técnica que indicou e já expurgou; atendeu na Câmara que lhe colocava a faca no pescoço, não para defender os mais pobres, os doentes, mas a corporação de médicos. Agora, está metido em outra enrascada. Trocou o Anel de Contorno, caro de propósito para deixá-lo inviável pelo governo do estado, por migalhas num arremedo de contorno interno. Já começou a “fritação” do seu outro técnico. Como no caso do Hospital, a mobilidade que poderia ser uma boa bandeira, tornou-se problema e motivo de desgastes por interesses pequenos de toda a sorte.
Na educação, depois de aumentar as filas creches diante da inércia para dar solução ao grave problema social, inventou o atendimento em meio período para os outros, não para os filhos dos políticos e comissionados; até eleição democrática de diretores das escolas e CDIs, desmoralizou com intervenções para atender correligionários. A incoerência se tornou a sua marca: desmoralizou o discurso da economia, tão necessária, ao aumentar em R$600 mil por ano com comissionados e funções gratificadas.
Kleber não encontrou um eixo. Isso mostra que não se preparou. Falta-lhe estratégia, gente capaz e competente. Sobram puxa-sacos, improviso e vingadores. Por isso, está tampando buracos, está fazendo muito, mas pouco ao mesmo tempo. Está deixando aquela velha máxima sobrepor no seu governo: a soma de pequenos problemas não resolvidos, tornam-se, como percepção ao povo, um grande problema. E os pequenos se acumulam porque ele não possui uma bandeira macro para desfraldar, um rumo, um objetivo, uma realização.
Pior. Está, pelos seus, perseguindo, vingando-se, logo ele, que se diz religioso e trouxe um monte deles para o seu redor. O velho estilo do PMDB que apareceu com Bernardo Leonardo Spengler – o que não terminou o mandato por dúvidas administrativas e Adilson Luiz Schmitt, o que não se reelegeu por birras e más influências, inclusive caseiras, ressurgiu. E o PT já percebeu. Mas comparar 12 anos com 11 meses, aí é trabalhar contra o seu próprio argumento e tornar Kleber vítima da fiscalização politiqueira. Acorda, Gaspar!
Está é uma coluna de opinião, de observação, de comentários e não, necessariamente de informação, notícia ou reportagem, a função principal do portal e do jornal. A coluna trabalha essencialmente com fatos públicos e já expressos na mídia como notícia, informação ou reportagem; ou a coluna trabalha com documentos disponíveis em meios legais, de transparência obrigatória ou fornecidos por suas fontes (e que não são poucas).
Todavia, os atingidos, direta ou indiretamente, reclamam, por esperneio, e nem tanto como direito, do tal “outro lado”, a versão da opinião que não cola, que não se sustenta, a que incrimina mais, e que apenas atende o ego de quem o vê perde-lo por sua ação imprópria, contradição e hipocrisia.
Tenho feito experiências com as duas principais assessorias públicas de Gaspar, na verdade, cabides de emprego com os pesados impostos de todos. Elas são constituídas para a propaganda, oficial e ao modo antigo, dos políticos e os do poder de plantão. Essa forma não possui mais efeito prático nos dias de hoje onde as mídias sociais, amplamente participativas na era dos smartphones. Ela torna irrelevantes o modelo de assessoria convencional, antiga, do tempo do jeitinho, da Câmara e a da prefeitura. Meus leitores e leitoras já sabem disso e não vou me repetir nos artigos que já escrevi e demonstrei sobre essa anomalia técnica.
Mas, as vezes eu tenho recaídas. Teimoso, não aprendo às lições que são me dadas. O que fazer! Veja mais esta.
Na quarta-feira, dia 29 de novembro (estamos no dia seis de dezembro), cedo, mandei este e.mail para a Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Gaspar. Aí você pensa, aquela estrutura toda, em minutos, vai lhe dizer que ao mesmo está viva e honra os seus bons salários pagos pelo povo. Que nada!
Até agora, um silêncio só, como se isso pudesse ser uma punição, se eu fosse um manso, dependente e incompetente para não descobrir o que tentam esconder ou dourar, como fizeram indecorosamente no caso da Saúde Pública, e cujo conteúdo oficial publicado saiu pela culatra; ou armam como se o tempo fosse suficiente para esquecer ou apagar os contratempos em que se meteram, ou possuem a obrigação ética de esclarecer à sociedade.
Como já escrevi, essa gente da assessoria não é do ramo, não é profissional, tem medo de perder o emprego, e por isso se deixa levar por coisas acadêmicas – e até ideológicas - que não cabem mais nos dias hoje.
Pior, submetem-se, como cordeiros, a leigos que de comunicação não sabem e nem saberão nada, porque estão em outra era, precisam exercer o poder de mando a qualquer preço sobrepondo à moralidade, à ética, à legalidade e à transparência. Falta-lhes o essencial: a estratégia, a inteligência e o profissionalismo no pesado jogo, sem regras.
Ou vocês, leitores e leitoras, acham que este descaso é da Superintendência de Comunicação? Talvez até ela concorde e tenha pedido o aval, o que seria um absurdo ético. Esta ação é orientada e de conhecimento pleno do prefeito Kleber Edson Wan Dall e do prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, todos do PMDB.
Leia, o email:
“Liliane [Machado, a superintendente de Comunicação da prefeitura de Gaspar], bom dia.
Na sexta-feira, publiquei. Abaixo:
‘Deu zebra. O Tribunal de Contas mandou a prefeitura de Gaspar parar o processo de contratação da empresa de tickets refeição/alimentação para os servidores e que substituiu o polêmico “auxilio alimentação” disfarçado de salário e que vinha sendo pago aos servidores há 23 anos.
A licitação foi realizada no dia nove de novembro e no valor de R$ 8.059.535,87. Coisa grande, então! Por isso, também suscita brigas grandes e com gente especializada nisso.
É que uma das participantes da licitação, a Trivale Administração Ltda., achou-se prejudicada. Ela foi eliminada da concorrência por não atender um dos itens do edital: o que trata da exigência de que os índices de endividamento sejam menores ou iguais a 0,50 e de liquidez corrente, igual ou superior a 1,5, para as participantes daquela licitação’.
Então gostaria de saber:
Em que ponto deste processo, ele parou, pois foi assim que o relator do caso no TCE determinou.
O que a prefeitura está fazendo para contestar? Qual o argumento?
Por que a prefeitura exigiu índices tão baixos, se eles não são comuns neste tipo de concorrência?
Os tickets foram distribuídos este mês aos servidores? Se não, por quê?
Quando será feito?
Grato
Herculano”
Continuo sem as informações da prefeitura, e logo num assunto que penso ela estar certa e a defendi. Estou reclamando? Não! Estou expondo os penduricalhos que não funcionam como o projetado, tudo pago com dinheiro público e que dizem estar escasso na prefeitura. Penso que sou mais eficiente. Desde muito cedo aprendi a não ser dependente dessa gente chapa-branca e corporativa do mundo da lua dos políticos.
Os tais tickets não foram distribuídos neste pagamento de novembro, como o planejado (e não adianta desmentir, porque tendo a oportunidade de se pronunciar antes desta minha afirmação, assim não o fez). E por quê? Exatamente devido a zebra que surgiu com a decisão do TCE, noticiada aqui em primeira mão, surpreendendo até o interessado, o Sindicato.
Afinal, para que serve uma superintendência de imprensa na prefeitura de Gaspar se ela não consegue sequer dizer que recebeu um e.mail, numa confirmação de praxe, dar prazos ou até informar que não vai responder nada porque não reconhece o colunista como um “amiguinho” seu, refém de press releases ou de silêncios providenciais? A economia, que a prefeitura, acertadamente tanto persegue, talvez possa começar por essa assessoria cabide. Acorda, Gaspar!
Cícero Giovani Amaro, PSD, combativo vereador da oposição, funcionário efetivo do Samae de Gaspar, foi afastado da sua função pelo presidente da autarquia, o mais longevo dos vereadores e ora licenciado, José Hilário Melato, PP. Esta é a notícia. Era esperada, inclusive pelo próprio Cícero que já esperneava sobre o assunto há algum tempo, na tentativa de evita-la.
Cicero quer tornar esse ato do Samae, um fato político partidário e ser apenas vítima dele. Cícero, infelizmente, neste caso, está errado. Antes de ser legal, é ético este ato de escolha. E não combina, o acumulo, para quem faz o papel de combater o errado. “O mesmo diretor que concedeu a liberação [para participar das sessões], é o mesmo que afastou [das funções]”, respondeu-me laconicamente num pedido de esclarecimento.
Cicero! Você acredita em palavra de político, apesar de você um deles, mas pode mudar esse conceito generalista? Nem na palavra, nem mesmo no que se escreve. Veja o ofício de Cícero ao Melato e ele concordando de próprio punho com o pedido de Cícero. Mais do que isso: Melato descontava as horas que Cícero faltava no Samae para ir à Câmara, como mostram os holerites abaixo. Então é um jogo de poder, dissimulação e perseguição. Mas é assim mesmo...
Quando Cícero se candidatou a vereador, como qualquer outro funcionário público, sabia que era incompatível pela colisão de horários, o exercício da função pública no Samae e a de vereador.
Preferiu ignorar e enfrentar o problema lateralmente e com puxadinhos frágeis do ponto de vista legal. Não fez a escolha certa para preservar a sua imagem, história e autonomia política. Deixou para o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa Carlos Roberto Pereira, ambos do PMDB, e José Hilário Melato, realizarem a escolha por ele o que era uma ação só do próprio Cícelo. Está pagando por isso. Era simples. Óbvio e necessário.
Foi isso, por exemplo, o que aconteceu, com a ex-vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, hoje presidente do PSDB de Gaspar. Ela era professora concursada e os horários até nem eram conflitantes. Mas, para não ser cobrada e exposta, devido à oposição que fazia ao governo do PT de Pedro Celso Zuchi, bem orientada pela sua consciência ética, ela tomou a iniciativa e se licenciou sem remuneração de professora. Cicero preferiu acumular os dois proventos e as vantagens das funções, pendurado numa “negociata” com quem é muito mais experto nesse assunto do que o Cícero. Então, fez tudo errado.
Agora, Melato, que pressionou de todos os meios Cicero para se afastar do Samae ou diminuir as críticas ao governo de plantão, viu o atual vice-prefeito Luiz Carlos Spengler Filho, PP, ser funcionário público e vereador ao mesmo tempo. Luiz Carlos é um agente de trânsito, mesmo que possa se escudar em uma suposta arrajada escala de horários. Ou seja. Exerceu e recebeu pelas duas funções. O PT de Pedro Celso Zuchi não afastou Luiz Carlos, como deveria, ou poderia ter feito.
Este fato, segundo a oposição e Cícero, mostra a perseguição aos opositores por Kleber, Luiz Carlos, e o próprio doutor Pereira. Podem ser. Mas, a decisão de Melato, está correta. E está mais correta, quando a oposição da atual legislatura tentou, e não emplacou, um projeto de lei, que proibia o vereador eleito em Gaspar ser secretário ou um comissionado. Ela atingia diretamente, a princípio, Melato.
Ora, se não está na lei que um vereador não pode ser nomeado um comissionado, o que está na lei, o de cumprir o horário no serviço público, deve, obrigatoriamente, ser aplicado, podendo o superior, neste caso Melato, responder por essa omissão, prevaricação, se não regularizar essa dupla jornada em benefício da instituição pública a que serve. Aliás, a prevaricação já está configurada desde o início do ano e devia ser objeto de questionamento judicial.
Cicero esticou a corda nesse assunto, o máximo possível. Em março escrevi e previ. Em três outras ocasiões, repeti a percepção.
Cícero pode até ser ingênuo, mas não os que o cercam. Cícero poderia ter saído por cima, pedindo a sua licença sem remuneração e não o fez. Agora, talvez, depois da lição, poderá ser um vereador mais ativo. Cícero precisa chorar menos para não se igualar aos políticos que perder a credibilidade logo cedo. Ainda há tempo para se recuperar. E prudente é trocar de orientadores!
Abaixo portaria 135 de 01 de dezembro de 2017, que foi publicada no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet e não tem hora para ser publicado – nesta segunda-feira. Ao final os holerites do vereador onde estão descontadas as horas que esteve na Câmara.
“Determina o afastamento do servidor Cícero Giovane Amaro facultado a opção pela remuneração do cargo de fiscal de saneamento do Samae ou do eletivo de vereador municipal, em razão do desempenho simultâneo das funções públicas e do mandato eletivo, por haver incompatibilidade de horários no desempenho das funções.
José Hilário Melato, Diretor Presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto de Gaspar, Estado de Santa Catarina, no uso das atribuições legais e com fundamento no artigo 38 inciso III da CF/88 bem como no artigo 132 do Estatuto dos Servidores Públicos de Gaspar-SC.
Resolve:
Art. 1º Que em razão da clareza do texto constitucional acerca da acumulação de cargos, ao dispor que quando do desempenho simultâneo das funções públicas e do mandato eletivo, houver a compatibilidade de horários, nos termos dos artigos, 37, inc. XVI e 38, III, da Constituição Federal, é possível o recebimento acumulado de ambas as remunerações.
Art. 2º Por não ser este o caso do servidor, eis que há no município a regulamentação que fixa o horário de funcionamento das repartições públicas que por sua vez sobrepõe o horário das sessões ordinárias da Câmara Municipal de Vereadores que iniciam-se às quinze horas e trinta minutos tendo duração de três horas, conforme disposto no Regimento Interno daquela r. Casa Legislativa, resta clara a efetiva existência de incompatibilidade.
Art. 3º Considerando que a Lei Orgânica Municipal, no que diz respeito ao exercício de mandato eletivo, remete às disposições da nossa Carta Maior. Considerando que segundo a Constituição Federal a acumulação só seria possível se houvesse a compatibilidade de horários. Considerando também que a Controladoria Geral do Município comunica esta Autarquia (através Ofício nº 024/2017 – CGM) da clara incompatibilidade e consequente afronta à legislação federal em vigor.
Art. 4º Determino o afastamento do cargo de Fiscal de Saneamento o Sr. Cícero Giovane Amaro, devendo optar pela remuneração do cargo efetivo ou do eletivo, em obediência ao que dispõe a Constituição da República Federativa do Brasil.
Art. 5º Do teor da presente dê-se ciência a Câmara de Vereadores. Art. 6º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação”.
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).