Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

07/11/2016

O PREÇO DO SILÊNCIO I
O Brasil está quebrado. Santa Catarina está quebrada. Gaspar está quebrada. Os cidadãos empobrecidos, divididos, desorientados, desempregados com patrões quebrados isso quando eles próprios não são os donos dos negócios que estão andando para trás. Os políticos, todavia, que nos quebraram, continuam na mesma batida. A prometida esperança sobre o medo pregada pelo PT e a esquerda do atraso, transformou-se num verdadeiro pesadelo para todos. Mas essa culpa é exclusivamente do PT e seus sócios? De modo primário, sim. Não há dúvidas nenhuma sobre isso. Os múltiplos inquéritos, denúncias, ações, julgamentos e condenações amontoam-se como provas. Elas derrubam as narrativas criadas por bandidos, todos esclarecidos, manhosos e guerrilheiros. Eles usaram e usam os fracos, os pobres, os analfabetos, os ignorantes, os desinformados, os sedentos –de grana e poder - e os fanáticos para manobrar uma matriz econômica desastrosa e um modelo assistencialista fajuto, que apenas compra votos de quem está acostumada às sobras e migalhas. Para essa gente esclarecida, os meios justificam os fins que vendem como sonhos, verdades e necessidades.

O PREÇO DO SILÊNCIO II
Para ser poder, o PT, PCdoB e PDT repartiram a sua sociedade política e de poder que montaram para o roubo dos pesados impostos dos brasileiros com o sócio de chapa, o gigolô perpétuo PMDB, e o de conveniência para o lastro, o PP. Mais: PT, PCdoB e PDT – os puros, os ideológicos, os verdadeiros, os únicos - fecharam os olhos da decência para os parceiros que lhes garantissem apenas a sustentabilidade e governabilidade, sejam eles de que matizes ideológicos fossem e folha corrida tivessem. Vergonha. Desde que essa “aliança” fosse para se roubar ainda mais, desempregar milhões, quebrar o sistema de saúde, educacional e de segurança como ajudaram nesse aspecto o PSD, PTB, PSB, PR, PRB, PT do B, PSDC, Solidariedade entre outros tão nanicos quanto à sua idoneidade. Então a culpa secundária não é só desses partidos e partidecos, mas é também do PSDB, DEM, os que se dizem imunes à sujeira diante de tanta lama.

O PREÇO DO SILÊNCIO III
PSDB e o DEM – ao serem derrotados nas urnas na busca do poder - foram eleitos para serem oposição. Tinham uma representação substancial de votos. E se esqueceram disso. Ou exerceram essa oposição de forma temerária ou até, com graves omissões, como omissa foi grande parte da imprensa tradicional – loteada nas redações pela esquerda do atraso. A culpa foi de todos os cidadãos que percebiam desse modelo de cleptocracia coletiva. Ficaram em silêncio, acuados e temerosos no enfrentamento, ou com medo de ser humilhados, constrangidos, prejudicados, confrontados nos eventuais erros. Temeram a ameaça real e permanente de processos. O PT e seus comparsas fizeram tudo isso, porque a sociedade desorganizada, fragmentada e calada lhe permitiu fazer o que fez e que levará décadas para ser consertar, se isso ainda for possível. Agora, todos, pagam esta pesada conta com o atraso, com o bolso, com os pesadelos...Houve um tempo para questionar e impedir, mas quase nada foi feito. É hora de restaurar minimamente o equilíbrio de forças e aumentar os instrumentos de fiscalização.

O PREÇO DO SILÊNCIO IV
E Gaspar? Está quebrada. Já relatei isso faz tempo. Aqui também se usou a imprensa para abafar. Criar fantasias. Pior do que isso, quem ganhou, o PMDB e o PP – que são sócios do PT na ladroagem e no desastre que atolou o Brasil e os brasileiros – ficaram calados o tempo todo do último governo do PT de Pedro Celso Zuchi. O PMDB e PP ganharam a eleição com esta tática, mas poderão ser engolidos por ela. Brasil – Michel Temer disse ontem que pelo menos quer terminar as obras iniciadas até o que ele calcula serem de R$2 bilhões - e Santa Catarina em crise, o socorro que precisam lhes deverá ser negado, não como vingança, mas como reflexo de uma conjuntura adversa. E um plano de emergência ou prioridades– que não se tem e nada foi anunciado até agora - de curto prazo para se reerguer e ao mesmo tempo criar mecanismos de sustentabilidade econômica para a cidade, é praticamente inviável no atual cenário econômico e administrativo.

O PREÇO DO SILÊNCIO V
Os problemas primários como saúde – incluindo o Hospital um gueto da turma que ganhou a eleição, policlínica, postinhos e remédios que foi sucateado por quem deixa o poder – manutenção da cidade, novas vagas nas creches, obras mínimas, maquinários, fornecedores e principalmente o inchamento do quadro de pessoal naquilo que se permitiu e daquilo que terá que ter feito que “cumprir” as promessas que fez durante a campanha, tendem a agravar tudo que já está ruim. E ficarão mais graves porque o grupo vencedor não possui nada de inovador. Quem ganhou não é líder; não possui experiência alguma na gestão em qualquer situação e está subordinado a um grupo sem o conhecimento da gestão pública. Já escrevi: quem perdeu, ganhou. Haverá muito tempo para desmentir essa conclusão. Tomara. Desmentida, ganharão todo os gasparenses. Acorda, Gaspar!

ÁGUA DERRAMADA I
O vereador Jaime Kirchner, PMDB, do Distrito do Belchior, não foi reeleito. Perdeu a vaga para a sua ex-assessora de imprensa, Francielle Back, de apenas 23 anos, que se inscreveu no PSDB depois que ele a dispensou. Jaime nunca foi bem um PMDB. Oscilou. Algumas vezes “apoiou” o PT de Pedro Celso Zuchi, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff. Votos e intervenções neste sentido estão registradas na Câmara. Em outras oportunidades se preocupou em criticar ou tentar calar a imprensa que registrava esses fatos de incoerência local, pois no plano nacional, PT e PMDB sempre estiveram juntos e são sócios das dúvidas e do caos que vivem os brasileiros. O castigo veio nas urnas. O melhor julgamento de um político.

ÁGUA DERRAMADA II
O que está em mais uma pauta magra da sessão desta terça-feira da Câmara no requièm de despedidas da maioria dos vereadores não eleitos por vários fatores? O requerimento 102/2016 do vereador Jaime ao prefeito Zuchi. Ele quer “informações detalhadas sobre os recursos que foram aprovados pela Câmara com financiamento junto à Caixa Econômica Federal para várias ruas, tais como: Rua Itajaí, Rua Madre Paulina, Rua Carlos Schramm, ruas do Loteamento Arábia e Rua Bonifácio Haendchen”. Agora? Esta coluna informou várias vezes que tudo não passava de papelinho para a propaganda do PT de Gaspar e que os problemas nos projetos impediam à liberação dos recursos. Mas, tem mais.

ÁGUA DERRAMADA III
No mesmo requerimento, o vereador Jaime diz: “Ainda, questionamos se os recursos referentes à Rua Bonifácio Haendchen – que é a principal rua do Distrito do Belchior - continuarão disponíveis na próxima gestão de 2017/ 2020”. Primeiro, o financiamento é para o município de Gaspar e não para o PT ou a turma do Zuchi. Então o dinheiro deveria estar disponível. Segundo. Esses financiamentos têm prazos obtê-los e usos, ou seja, eles podem estar expirando. Terceiro, Gaspar precisa dar garantias para obter esses financiamentos e contrapartidas. Então é necessário saber como o PT e Zuchi vão deixar o caixa da prefeitura quando saírem se não tiverem até lá finalizado a contratação desses financiamentos. O que o requerimento do vereador que dizer de verdade? O PMDB que venceu as eleições, mas na Câmara não fiscalizou a prefeitura. Por falta de aviso aqui não foi. Outra. Isso pode mostrar que não está havendo a transição. O PMDB deveria ter esta resposta ao próprio Jaime. Ou o Jaime não está falando com o seu partido? E por último uma recomendação óbvia: é melhor o vereador e o seu PMDB irem lá na Caixa. É a fonte. Na prefeitura a resposta, se vier, será política e da enrolação, com o foi durante todos os oito anos do governo do PT, de Zuchi, seus assessores e que o vereador e o PMDB não combateram. Acorda, Gaspar!

MAIS LOTEAMENTOS I
Está na Câmara o projeto 56/2016. É a penúltima benesse do governo do PT aos amigos. Ele diz que é alterar o “dispositivo da lei nº 3.638, de 19 de maio de 2015”. Não chama a atenção. Mas o que fez esta lei? Ampliou o perímetro de Gaspar. Mais impostos. E ela foi malfeita e aprovada do jeito que o PT e o prefeito Zuchi queriam na Câmara. Ora, se a área rural deixou de ser rural e passou ser urbana, algumas coisas também mudam. Entre elas está que os lotes mínimos de dois mil metros quadrados passam para 450 metros quadrados (nas áreas adensadas é de 300 metros quadrados) conforme a legislação em vigor por aqui. E como a cidade está crescendo, cresceram os olhos dos especuladores, investidores e loteadores. Antes tudo se dava um jeitinho para o irregular, o clandestino. Mas como a coisa apertou no Ministério Público e no Registro de Imóveis, o caminho correto foi o de melhorar a lei que se tem, pois os amigos não puderam montar os negócios.

MAIS LOTEAMENTOS II
O que chama à atenção, todavia, é que esse problema existe desde 2015, mas só no dia 18 de outubro é que o prefeito Pedro Celso Zuchi remeteu o PL para a Câmara. E pediu urgência, como sempre em algo que precisa ser melhor discutido. E a velocidade é grande. Já está marcada para o dia 17 de novembro, as 14h, uma audiência pública para “discutir” este assunto na Câmara. É só para constar. O que vão discutir? “As regiões com zoneamento específico de área rural, polo industrial e expansão urbana, denominadas como Área de Produção Primária - APPR, Área de Expansão Urbana - AEU, Área de Polo Industrial - API, incorporadas pelo novo perímetro urbano, passarão a ter as mesmas características de zoneamento de Área de Densificação - AD, e as Áreas de Ocupações Controladas - AOC, incorporadas pelo novo perímetro urbano, passarão a ter as mesmas características de zoneamento de Área de Expansão Urbana – AEU”. Entenderam? Acorda, Gaspar!

ARROZ PARA ELES
O leitor brasiliense Miguel José Teixeira, publicou bem cedo na área de comentários na coluna mais acessada no portal Cruzeiro do Vale: ". . .e da Cooperativa Agroindustrial (Cooperja), em Jacinto Machado (SC), na venda de arroz para a Venezuela no ‘Programa mais alimentos internacionais’. . .Para variar, o Prefeito de Jacinto Machado, também é PeTralha. . . No Correio Braziliense, hoje, entre outras, temos: Novo inquéritos Além do inquérito que Lula e Taiguara respondem sobre Angola, a Polícia Federal pediu ao juiz da 10ª Vara, Vallisney Oliveira, para abrir quatro relacionados à Operação Janus. No primeiro, o objetivo é apurar a atuação dos dois, da empreiteira Odebrecht, do diretor da Apex em Cuba, Hipólito Rocha Gaspar, e da Cooperativa Agroindustrial (Cooperja), em Jacinto Machado (SC), na venda de arroz para a Venezuela no ‘Programa mais alimentos internacionais’”. Volto. A Venezuela bolivariana não era um modelo de democracia, economia e futuro ímpar defendido por Luiz Inácio Lula da Silva, Rui Falcão, Dilma Vana Rousseff, Lindeberg Farias, Vanessa Grazziottin, Gleisi Hoffmann, o Foro São Paulo? E nem arroz tem para livrar o povo da fome? Wake up, Brazil!

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TRAPICHE

“Pois bem: que o povão desinformado se deixe levar pelas benesses recebidas é compreensível. Difícil de explicar, porém, é a atitude de intelectuais de esquerda que aceitam a burla como verdade”, por Ferreira Gullar, escritor, no jornal O Globo, sobre pessoas esclarecidas defenderem o PT, a desgraça administrativa que herdou e os roubos que liderou no Brasil.

A imprensa catarinense, que ninguém sabe quem é o dono dela, está viajando mais uma vez. E mais uma vez vai ser surpreendida com as atitudes dos bastidores e principalmente com as vozes das urnas.

No dia 18 de outubro, Mário, um leitor da coluna, a mais acessada do portal líder Cruzeiro do Vale, escreveu no espaço de comentários: “Vida difícil é o que terá o novo prefeito de Gaspar[Kleber Edson Wan Dall]. Propositalmente o governo petista [Pedro Celso Zuchi] aparelhou todos os conselhos do município. Tem petista roxo no Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, Conselho Municipal de Educação, Conselho Municipal de Alimentação Escolar e Conselho Municipal de Cultura”.

Sobre a observação do leitor Mário e que o PMDB daqui não seu deu conta e se já percebeu, não reagiu, fiz o seguinte comentário na oportunidade. Ele continua atual por isso, transformo-o em coluna, com algumas observações a mais.

Se fosse apenas os ditos PT roxo que ocuparam a cidade para não deixá-la funcionar a partir de primeiro de janeiro do ano que vem, saberia-se de onde vêm os tiros da traição. Há outros que conspiram e pior: entre os vencedores.

Porque dos petistas, eles aos poucos se tornarão fracos na dispersão e divisão que terão que fazer devido ao sumiço do farto dinheiro nacional e da intensa judicialização que terão que cuidar do passivo que geraram quando no poder na prefeitura.

Os petistas estão sendo desmascarados no país inteiro nas cores que usam e disfarçam. Guiados, são como cães que ladram em nome de outros para levar vantagens. Sem guias, vão latir contra todos.

Os petistas e seus sócios de todos os tipos, julgam-se limpos, infernizam a vida dos outros, constrangem, humilham, ameaçam, vingam tudo para poder praticar as piores barbaridades que condenam 9e de forma acertada) nos outros. Sem liderança, vão migrar, se dividir e se abrigar. O PT corre o risco sério de ficar nanico e até desaparecer, para que outros os abriguem como o PSOL, PDT, PCdoB, a Rede e alguns casos até no PMDB. Então é preciso ver antes para onde eles irão.

O PT que aparelha o estado é feito de forma duvidosa. Não é ideológico como se vende e se supõe. Este sim seria temível. O aparelhamento do PT, e está provado, é para sugar o estado para si e os seus.

Já escrevi aqui, e ainda falta escrever muito mais: o PMDB de Gaspar ganhou de novo a prefeitura e um novo mandato que já teve e jogou duas vezes fora. Ganhou e pode não ter levado. Mas isso, só o tempo dirá. E se as lições do passado forem entendidas, os erros não serão repetidos.

Entretanto, o desenho até o momento, mostra que vai se repetir o que aconteceu com Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho e principalmente com Adilson Luiz Schmitt. O quadro desta vez está pintado com cores ainda mais fortes. As divisões internas e jogo de poder já não se escondem na aliança vencedora.

Alguns falam que isso é a acomodação natural dos jogos de força depois de um embate onde se tentou unir a cobra com o sapo num mesmo balaio. E pode ser. Para controlar isso, é preciso uma liderança forte, disposta à muita conversa e busca da estabilidade, sem todavia, perder o horizonte.

Então, o tal aparelhamento do PT nos conselhos descrito pelo leitor, pode ser um fato menor, mas ele será agravado se o PMDB tiver que arrumar forças e tempo para lidar com a guerra interna de interesses na própria aliança vencedora.

Afinal, quem foram os maiores vencedores da última eleição em Gaspar na minha opinião?

O PT que destruiu a cidade e vai entrega-la aos trapos sem ter a obrigação de consertá-la. E do outro lado do muro vai continuar a atirar pedras onde estiver (PDT, PCdoB, PSOL, Rede...). O PT sabe que arrasou a terra em Gaspar e sabe que quebrou o Brasil. Assim, o PMDB de Michel Temer pouco poderá ajudar Gaspar. Sabe que o governo do estado de Raimundo Colombo, PSD, está quebrado; pouco poderá ajudar Gaspar financeiramente, inclusive com obras.

Afinal, quem mais venceu nas eleições de outubro por aqui? Marcelo de Souza Brick, PSD e Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB. Ambos, aparentemente, criaram ativos políticos para mirar no PMDB quando ele, errante ou enfraquecido, tornar-se vidraça.

Mais do que isso. Das promessas e ideias que tinham, não precisam por à prova e vão aguardar o cenário político e administrativo se movimentar para se posicionarem novamente no cenário político que já começou para 2018 e vai deixar o PMDB numa sinuca de bico e sem tempo para armar cenários com todos os problemas em sua volta. E alguém diria: coitado do PMDB e de Kleber Edson Wan Dall!

Que nada! O PMDB de Gaspar -feito de velhos e novos que se orientam como os velhos - passou quatro anos calado na Câmara esperando este momento de glória. Gastou agora na campanha uma babilônia, fez acordos com gente e prometeu coisas que não pode ser cumprida. Este silêncio permitiu, inclusive, o aparelhamento dos conselhos. Não cuidou da futura governabilidade. Não se interessou verdadeiramente em desarmar as armadilhas instaladas por oito anos de poder de Pedro Celso Zuchi.

Ou seja, queria por que queria este poder sabendo que ele se apodrecia e conspirava contra o vencedor que não fosse o PT. E por que? Porque o PMDB não soube fiscalizar, denunciar e corrigir minimamente no tempo em que o PT mandava. Tudo isso terá um preço. E muito caro no primeiro ano. Com sorte (e competência e que não é o forte do PMDB como um todo e principoalmente o de Gaspar), terá três anos para se equilibrar.

E Kleber? Apenas uma fachada do partido. Nunca mandou nele. Nem mesmo quando orientou a sua bancada para votar a favor do PT contra o acordo que dava à Andreia a presidência da Câmara, num acordo que ele nem participou, mas julgou necessário se vingar em nome de outros, como o atual presidente Carlos Roberto Pereira.

Quem planta colhe. E o PMDB de Gaspar plantou a erva errada mais uma vez para vencer as eleições e num tempo de tempestades econômicas, de radicais mudanças políticas nos cenários nacional e estadual. Tem tudo para colher a droga. E ainda não se deu conta. Acorda, Gaspar!

Finalmente. O filósofo e professor da USP, Luiz Felipe Pondé, está na área de comentários. Lá reproduzo o que ele publicou nesta segunda-feira no jornal Folha de S. Paulo. Uma boa leitura para reflexão. Tudo a ver com a Gaspar do que instrumentalizou a Educação, apesar de patinar nos Idebs. “Politização de estudantes e professores colabora para educação ser um lixo”.

 

Edição 1776

Comentários

Bruxo do PMDB
11/11/2016 19:37
Po Herculano

Vou te dar um conselho, se teu delirio é falar do governo, aproveita tens até o dia 31 de dezembro.
Depois disso caladinho, primeiro porque você a nossa equipe, depois seja coerente, pois todos da região sabem da tua luta pra ver nos no governo.
Você tem chance de ocupar a pasta de comunicação, pois vamos criar esta secretaria pra ti, para não termos problema com a imprensa. Se ajude homem.
Aguarde, não queime bala desnecessariamente.
Sidnei Luis Reinert
10/11/2016 12:33
DR. Herculano, veja mais essa tramóia esquerdopata em BNU.

MBL SC - Movimento Brasil Livre Santa Catarina
há 4 horas ·
Ocupação IFC Blumenau
DENÚNCIA: OCUPAÇÃO EM BLUMENAU

Com o apoio de candidato a vereador do PT de Gaspar e outro filho de vereador petista de Itapema, estudantes arquitetam ocupação do IFC - Campus Blumenau e planejam até festas no seu interior. Tudo isso após palestra da Reitora Sonia Regina de Souza Fernandes, que além de incentivar a atitude dizendo que "faria o mesmo" e que "não deveriam pedir licença", ainda diz que nunca "aceitou muito o disciplinamento". OBS: Fotos e vídeo retirados do Facebook e/ou Whatsapp.

#AcordaBlumenau #OcupaçãoNão #RespeitaMinhaAula

https://www.facebook.com/MBLSC/videos/1656542387970722/?hc_ref=NEWSFEED
Herculano
10/11/2016 10:52
OS EUA MEIO ATRAPALHADOS, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Morte de uma indústria, nos países desenvolvidos, golpeou a classe média trabalhadora, colarinhos azuis.

Pelos padrões tradicionais, nos países desenvolvidos, a esquerda aumenta impostos dos mais ricos e das empresas para gastar em programas sociais; a direita reduz impostos das corporações e dos mais ricos, na expectativa de que as primeiras invistam e os segundos consumam mais, gastando assim na economia real o que deixam de enviar para o governo. A esquerda quer distribuir renda e fazer justiça social. A direita acha que o gasto de corporações e ricos gera mais negócios e, pois, mais empregos.

A esquerda acha que é preciso proteger os trabalhadores e os empresários nacionais, restringindo importações e investimentos externos. A direita pensa o contrário, que fronteiras abertas estimulam positivamente a competição.

Esquerda, na Europa, são, ou melhor, eram os partidos trabalhistas, socialistas, social-democratas etc. Nos EUA, o Partido Democrata. Direita, na Europa, eram os partidos conservadores, com nomes variados, até como o Partido Popular da Espanha. Na Europa, liberal é da direita. Nos EUA, é da esquerda.

Já faz tempo que é difícil classificar os movimentos políticos com aquelas categorias. A globalização e a vida moderna trouxeram fatos que bagunçaram os conceitos tradicionais.

Nos anos 90, por exemplo, liberais à EUA, como Bill Clinton, e trabalhistas europeus, como Tony Blair, foram campeões de medidas pró-mercado - desregulamentação, reformas, privatizações etc. - e pró-globalização, com a assinatura de acordos mundiais e regionais de livre comércio. Era a nova esquerda, diziam.

Os anos foram passando e a globalização/livre comércio produziu seus efeitos. Gerou um fortíssimo crescimento econômico global, dos anos 90 até a crise financeira de 2008/09. O comércio mundial chegou a crescer mais de 10% ao ano - hoje, se cresce, já está mais que bom.

A globalização deslocou fábricas para os países emergentes, que também se tornaram ganhadores. Exemplo principal, a China. Mas todo o mundo emergente cresceu a taxas vigorosas. Milhões de pessoas deixaram a zona de pobreza, surgiram as novas classes médias.

Mas também apareceram os perdedores. Considere os EUA. Foi o país que melhor surfou na onda global. Ali surgiu a indústria do século XXI, toda ela em torno da tecnologia da informação: Microsoft, Google, Amazon, Facebook, Apple. Mas dali partiram as fábricas de automóveis, eletrônicos e vestuário, que foram para a Ásia e América Latina.

O iPhone traz a inscrição: "Projetado pela Apple na Califórnia. Montado na China".

É o exemplo perfeito: a inteligência da coisa está na Apple da Califórnia (repararam, nem citam os EUA); a parte mecânica, a fundição e a montagem das peças estão na China, em geral, nem citam o nome da fábrica, pois o aparelho pode ser montado em várias ou em qualquer uma.

Do que o consumidor pagar no celular, 90% acabam ficando para a Apple.

Mas Detroit das fábricas de automóvel ficou parecida com uma cidade fantasma. A morte de uma indústria, nos países desenvolvidos, golpeou a classe média trabalhadora, colarinhos azuis, operários sem curso superior, homens e mulheres de mais idade, que não se conseguiam se adequar aos novos tempos.

Enquanto as coisas avançavam, os protestos antiglobalização não prosperavam. Mesmo a chegada de imigrantes aos países mais prósperos passava sem problemas. Tinha emprego para eles. Até que veio a crise de 2008/09, que espalhou recessão mundo afora.

Todos perderam, mas os que já eram perdedores sofreram muito mais.

Esses perdedores elegeram Donald Trump, assim como votaram pelo Brexit.

É simples assim, mas também mais complicado. Por exemplo, ao mesmo tempo que elegeram Trump, os americanos aprovaram a liberação da maconha em muitos estados.

Aparentemente, não combina. Os eleitores de Trump são conservadores, interioranos, contra o aborto, o casamento gay e as drogas.

Mas, pensando bem, são votos diferentes, mostrando agendas diferentes. Os eleitores de Trump querem fechar as fronteiras no sentido amplo: de construir muros a cortar importações e barrar imigrantes. É a principal promessa de Trump - o protecionismo populista.

O outro voto é da parte da sociedade que se chamaria hoje liberal. Esta agenda avança, mas agora, nos EUA, enfrentará mais bloqueios.

Quanto ao protecionismo, nacionalista-populista, de Trump, disso sabemos bem por aqui: não funciona. Protege alguns empregos, mas a perda de produtividade breca o crescimento. E pode terminar em inflação, pelo aumento de custos da importação, por exemplo, e pela perda de competição.

Não há como transferir as montadoras de iPhone para os EUA. Vai ficar mesmo mais caro.

Se é mesmo que Trump vai conseguir fazer o que disse. Mas de direita, ele não é. Antigamente, protecionismo nacionalista era de esquerda. Mas Trump de esquerda?

Digamos que o eleitor americano tinha motivos para se equivocar.
Herculano
10/11/2016 10:44
E DEU TRUMP..., por Rodrigo Constantino, presidente do Conselho Instituto Liberal, no jornal Gazeta do Povo, Curitiba PR

Culpar a estupidez do povo quando a democracia vai na direção contrária do que a intelligentsia deseja é um caminho fácil, mas impede que se aprenda as lições necessárias.

"Quem se vinga depois da vitória é indigno de vencer", escreveu Voltaire. Donald Trump venceu, apesar dos ataques inflamados de que foi alvo e da forte campanha difamatória da imprensa, que fez mais torcida que jornalismo. Mas começou muito bem, fazendo um discurso de estadista, agradecendo Hillary Clinton, falando em união.

A maior derrotada nessa eleição, além de Clinton, foi a grande imprensa. Não quero tripudiar desses "especialistas" todos, que não têm acertado uma. Quero apenas que aprendam com os próprios erros, que isso sirva de lição. Deixemos o clima de hostilidade para a esquerda. São os "progressistas" que querem dividir para conquistar. O que queremos é construir.

A esquerda tem duas opções diante do que está acontecendo no mundo: entender que se trata de um protesto contra um establishment corrupto, arrogante, hipócrita e intervencionista por parte daqueles "de fora", cada vez mais indignados; perceber que o Obamacare (o socialismo na saúde) e o welfare state não são uma maravilha para os mais pobres; que o multiculturalismo não é tão bonitinho na prática quanto na teoria; que o "capitalismo de compadres" não funciona; que a "marcha das vítimas oprimidas" já cansou; ou pode simplesmente acusar o outro lado de ser nazista, preconceituoso, racista, idiota e ultraconservador, além de reacionário e tacanho.

O mundo não vive uma guinada à extrema-direita, e sim uma fase de resgate de valores após excesso de "progressismo"?

Claro que a maioria vai optar pelo segundo caminho. Não seria de esquerda se não o fizesse. Mas, agindo assim, não terá aprendido nada com essa estrondosa e humilhante derrota. Culpar a estupidez do povo quando a democracia vai na direção contrária do que a intelligentsia deseja é um caminho fácil, mas impede que se aprenda as lições necessárias. O povo quer mudança. Não está satisfeito com Obama, cujo legado foi péssimo. Não está feliz com a "globalização", ao menos essa que temos.

Ora, se a esquerda diz que quem votou em Trump foi a turma de perdedores da globalização, um pessoal ignorante, pobre e revoltado, como os britânicos do Brexit, então quer dizer que essa "globalização" é prejudicial à maioria, principalmente aos mais pobres. Elementar, meu caro Watson.

Por sorte dos liberais, não se trata daquela globalização que defendemos, de livre comércio sem tantas barreiras alfandegárias e burocráticas, e sim de um movimento "globalista" coordenado por elites poderosas em simbiose com grandes empresários. Ou seja, Washington e Bruxelas ditando os mínimos detalhes, não o livre comércio. Justamente aquilo que Clinton e George Soros representam com perfeição.

Isso explica por que aquele seu professor de História ou Geografia que detona a globalização e o capitalismo condena ao mesmo tempo Trump e seus eleitores por serem contra a "globalização". A incoerência só pode ser explicada pelo que se entende pelo termo aqui usado.

Por fim, muitos ficam chocados com o fato de a Flórida ter fechado com Trump, ou de um latino como eu ?" e que mora neste estado ?" ter defendido essa opção como a menos pior. Não temo ser deportado? Balela, e novamente culpa da imprensa.

O alvo são os imigrantes ilegais, não aqueles que chegam respeitando as regras. Os que seguem as leis não têm o que temer. Agora, se você se chama Juanito Mohammed, vem de uma família islâmica do México e, principalmente, entrou no país de forma ilegal, aí é realmente para ficar tenso e preocupado.

O mundo não vive uma guinada à extrema-direita, e sim uma fase de resgate de certos valores após excesso de "progressismo". O pêndulo exagerou para a esquerda. Os resultados, como sempre, foram ruins, muito aquém daqueles prometidos pelos "intelectuais". É hora de endireitar um pouco as coisas mesmo. Que Trump, com um Congresso republicano, consiga fazer isso. O mundo ?" ou boa parte dele ?" agradece.
Daniel
10/11/2016 09:52
Engraçado ver tantas pessoas "preocupadas" com a eleição do Trump. A grande maioria mal conhece o candidato a presidente da associação de moradores do próprio bairro e quer dar pitaco na gestão americana? Calma gente. Vamos limpar a nossa casa primeiro. Mais tarde cuidamos da casa do vizinho.
Miguel José Teixeira
10/11/2016 09:18
Ao
Vereador eleito Dionisio Bertoldi das Trutas,

...bases para um novo momento na piscicultura. . .

O governador Geraldo Alckmin assinou, no dia 1 de novembro, o decreto que lançou as bases para um novo momento na piscicultura do Estado de São Paulo. Estamos falando da produção de peixes e outros organismos como ostras e camarões, provenientes da aquicultura.

Em resumo, simplificamos os procedimentos de licenciamento ambiental para facilitar essa importante atividade em nosso Estado.

O potencial econômico é enorme e superamos assim alguns entraves para que os aquicultores pudessem gerar mais postos de trabalho e agregar mais valor a sua atividade. Com o novo decreto, o nosso governador incentivará esta que é a forma mais barata de produção de alimentos de proteína animal. Agora, após a edição do decreto, faremos uma rodada de reuniões pelo interior paulista, apoiada pela estrutura da CATI, para disseminar e orientar produtores sobre as normas para que eles possam se formalizar e se desenvolver.

A produção mundial de pescado é de cerca de 158 milhões de toneladas ao ano, movimentando US$ 600 bilhões ?" sendo US$ 136 bilhões em exportações. Número sete vezes maior do que os negócios de carne bovina e, no entanto, um hectare de terra pode gerar 0,12 toneladas/ano de carne, enquanto na mesma medida podem ser produzidas de 100 a 320 toneladas/ano de peixe. ?"tima produtividade.

O consumo humano de peixe no mundo é de 136,2 milhões de toneladas/ano ?" sendo 66,6 milhões de toneladas oriundas da aquicultura e 69,6 milhões de toneladas da atividade pesqueira. O consumo per capita mundial é de 19,2 kg, enquanto no Brasil é de 10,63 kg ?" há um mercado em crescimento.

Com relação à rentabilidade, a carne do pescado é mais valorizada nas exportações. Enquanto 35 mil toneladas geram US$ 234 milhões nas exportações, a carne bovina gera US$ 7,2 bilhões com a exportação de 1,5 milhão de toneladas. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) pretende mais que dobrar produção aquícola, chegando em 2020 com uma geração de 2 milhões de toneladas/ano.
Além da importância na alimentação, a aquicultura é uma atividade versátil que pode ser feita tanto por grandes empreendimentos como pelos pequenos - que conseguem no tanque-rede, ali no curso d'água, ou em seu viveiro escavado, ter uma alternativa para agregar valor à propriedade e produzir mais riqueza.

Ao assinar o decreto, o governador lembrou que o documento é fruto de muito trabalho para garantir a sustentabilidade, preservando os recursos naturais, e estimular a atividade. Mantém a segurança jurídica, porque tira os produtores da informalidade e permite maior conhecimento para a formulação de melhores políticas públicas.
Alavanca o investimento, pois estimula a iniciativa privada a empreender para que o setor cresça. E garante a tecnologia e a pesquisa, que possibilitam o desenvolvimento.

Médico de formação, Geraldo Alckmin ressaltou ainda que não há alimento melhor do que o peixe, tanto que é a proteína animal que mais cresce no mundo em termos de produção. São Paulo é o Estado com maior consumo de pescado no Brasil: detém o consumo e a comercialização de 70% da produção nacional e dos produtos importados.
Ocupa a 5ª posição na produção pesqueira do País, com 53.173 toneladas/ano (Pesca + Aquicultura), e um valor aproximado de R$ 264 milhões/ano. São 433 municípios do Estado que têm propriedades com pisciculturas. Cerca de 40 mil é o número de pescadores cadastrados ou em processo de cadastramento no Estado.

Esse crescimento encontra no Estado águas propícias para navegar. Com a facilitação trazida pelo decreto, a aquicultura paulista tem condições de utilizar as várias tecnologias disponíveis desenvolvidas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

A nossa Câmara Setorial da Aquicultura é bastante ativa, temos mantido permanente contato com o conjunto de entidades que representam esta extensa cadeia produtiva e isto é essencial de ser mantido e aprimorado.

Por meio do nosso Instituto de Pesca (IP), empreendemos estudos sobre genética e reprodução, nutrição e alimentação, processamento e conservação, sustentabilidade em aquicultura e pesca e tecnologia e estatística para controle de dados pesqueiros marítimos e continentais.
Com o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), o Governo do Estado oferece linha de financiamento para a pesca continental de até R$ 100 mil por produtor, com prazo de cinco anos e juros de 3% ao ano para piscicultura em tanques-rede ou convencional em viveiros e barragens.

Mais uma vez, o governador Geraldo Alckmin mostra o valor que dá ao nosso setor e cria uma alternativa para consolidar a produção agropecuária do Estado de São Paulo.
10/11/2016

Por: Arnaldo Jardim é deputado federal licenciado (PPS-SP) e secretario de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

Herculano
10/11/2016 08:24
da série: a diferença entre um estadista e um aventureiro. Juscelino e Fernando Henrique por exemplo foram estadistas. Lula e Dilma foram com o país e a nação, bandoleiros. Nos municípios, há muitos reeleitos e eleitos aventureiros, bandoleiros e poucos estadistas.

MERKEL TEVE A MELHOR REAÇÃO À VITORIA DE TRUMP, por Josias de Souza

Entre todos os líderes mundiais, a chanceler alemã Angela Merkel foi a que exibiu a reação mais adequada ao triunfo de Donald Trump. No geral, prevaleceu nas manifestações a hipocrisia. Essa hipocrisia foi dos votos de "boa sorte" à mediocridade quando o que a maioria desejava a Trump era um azar de chuva de canivete, até a hipocrisia do puxa-saco que trocou a crítica pelo elogio oportunista.

Só Merkel foi franca. Ela impôs condições para estabelecer parcerias com o sucessor de Barack Obama. ''Alemanha e Estados Unidos são unidos por valores ?"democracia, liberdade, respeito ao Estado de direito, dignidade das pessoas independentemente de sua origem, cor da sua pele, religião, gênero, orientação sexual e visões políticas", disse a chanceler da Alemanha. "Com base nesses valores, me ofereço para trabalhar de perto com o futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump."

Durante a campanha eleitoral americana, Trump acusou Merkel de "insanidade". Disse que ela está arruinando a Alemanha com sua política de acolhimento de refugiados. Agora, para se entender com a mandachuva do país mais poderoso da Europa, Trump terá de ser uma espécie de ex-Trump.
Herculano
10/11/2016 08:18
UMA BOA IDEIA, MAS EM GASPAR NÃO DARIA CERTO. NO RS, PREFEITO ELEITO PROMETE ESCOLHER CANDIDATOS COM BASE NOS CURRÍCULOS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Paula Sperb. Em Caxias do Sul (RS), o prefeito eleito Daniel Guerra (PRB) fez um apelo por currículos e recebeu 2.275 de pessoas interessadas em trabalhar na sua gestão.

As candidaturas foram enviadas entre 31 de outubro, dia seguinte à eleição, e a última sexta-feira (4).

A iniciativa está relacionada com duas promessas de campanha: reduzir pela metade os chamados cargos de confiança e contratar com base em critérios técnicos.

Mesmo pessoas do partido precisarão passar por seletiva, diz o eleito. Caso alguém do PRB ou dos partidos que o apoiaram (PR e PEN) quiser trabalhar na gestão, terá de mandar currículo.
No segundo turno da eleição, Guerra derrotou o candidato apoiado pelo governador José Ivo Sartori (PMDB), Édson Néspolo (PDT), coligado com 21 partidos. Guerra venceu por 62,79% dos votos contra 37,21% de Néspolo.

"Temos um grande projeto de cidade, que não é projeto de políticos e partidos", afirmou Guerra à Folha.

O prefeito eleito era filiado ao PSDB até 2013, quando foi expulso do partido por criticar a gestão de Alceu Barbosa Velho (PDT) - o PSDB integra a base da prefeitura.

Antes de contratar novos funcionários, Guerra diz que "irá valorizar" os cerca de 7.000 servidores municipais. A preferência para cargos de secretário e diretores será para concursados. Caso não encontre alguém que atenda os critérios, promete selecionar quem enviou currículo.
A primeira triagem, diz, ocorrerá por profissionais de recursos humanos, seguida de entrevista. Na terceira fase, diz Guerra, os candidatos serão entrevistados pelo próprio prefeito e chefes de áreas.

Atualmente, segundo ele, existem cerca de 292 cargos comissionados, que custam R$ 24 milhões por ano. Cortando a metade, ele afirma que usará os recursos para abrir uma Unidade de Pronto Atendimento fechada há dois anos por falta de verba.
Herculano
10/11/2016 08:13
O MUNDO MUDOU, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

"Os homens e mulheres esquecidos nunca mais serão esquecidos novamente. Nós todos vamos estar juntos como nunca antes". Essas primeiras palavras do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, escritas no Twitter, mostram bem a centralidade que tem para ele a base do eleitorado que o levou à presidência.

Ele pode ter arrefecido o ímpeto no discurso logo após a vitória, pode até não concretizar boa parte das ameaças que brandiu durante a campanha, mas que o mundo mudou na madrugada desta quarta-feira, não tenhamos dúvidas.

Foi uma campanha em que, paradoxalmente, cada candidato enfrentou o melhor adversário que poderia escolher para ser batido. Hillary Clinton, representante máxima do establishment político de Washington, candidata a inaugurar uma oligarquia política duradoura, cheia de arestas morais e exposta à desconfiança pública por palavras e gestos.

Donald Trump, um bilionário que se jacta de espertezas como não pagar impostos, machista, xenófobo, racista. Ganhou aquele que acertou um nervo exposto da sociedade americana que poucos levavam em consideração.

O cientista político Ian Bremmer, presidente do grupo Eurasia, a mais respeitada consultoria de risco político, enviou para alguns amigos uma primeira análise do mundo pós-vitória de Trump, que classificou como "o candidato mais antiestablishment que os partidos lançaram desde que George Wallace disputou a presidência em 1968", abrindo caminho para uma "presidência sem precedentes na única superpotência mundial".

O que ocorreu, segundo ele, foi uma "explosão populista" provocada pelo florescimento da desconfiança de líderes e instituições, e a desigualdade só afetada marginalmente pela recente recuperação da economia. Os próprios "homens e mulheres esquecidos" que formam o núcleo dos eleitores trumpistas.

Ian Bremmer está preocupado com os impactos geopolíticos globais que a chegada de Trump à Casa Branca pode provocar. Bremmer está convencido de que desde a crise de 2008 o mundo está imerso em uma recessão sem uma liderança global, o que chama de "mundo G-Zero".

Ele considera que a eleição de Donald Trump representa "o mais significativo golpe na liderança global dos Estados Unidos" desde o colapso da União Soviética. Um processo que ele vê em marcha desde o governo Obama que agora termina, enfraquecendo o papel dos Estados Unidos como líder global a um ponto irreversível.

Ian Bremmer classifica três aspectos principais dessa liderança americana que serão afetados pela administração Trump, tornando crescente esse "mundo G-Zero", em que cada país cuida de si: o papel dos Estados Unidos como guarda do mundo; a arquitetura do comércio internacional e a defesa de valores globais.

Apesar de Trump ter se pronunciado muito abertamente contra os Estados Unidos proverem um cheque em branco em termos de segurança global para seus aliados, esse é o papel do poder americano que Ian Bremmer considera menos suscetível a mudanças de curto prazo, devido ao tamanho e à duração dos gastos com segurança internacional, a interação dos sistemas de defesa e o desenvolvimento da doutrina de segurança nacional. Mas ele admite que a tendência do governo Obama de reduzir a intervenção dos Estados Unidos no mundo, abrindo mão de uma liderança ostensiva, vai ser aprofundada, por razões distintas, no governo Trump.

Já o comércio internacional é uma questão objetiva para Trump, cujos assessores econômicos estão tão convencidos quanto ele de que a globalização existe à custa dos trabalhadores americanos, e que o comércio global tem que ser revisado. Isso não quer dizer que ele seja contra acordos comerciais, mas que eles têm que ser melhores para os Estados Unidos.

A defesa de valores nas relações internacionais é básica para Iam Bremmer, que considera fundamental que os Estados Unidos possa liderar pelo exemplo, e o difícil sob a era Trump é colocar um valor monetário palpável para essa questão.
Herculano
10/11/2016 08:02
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA NA EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE
Herculano
10/11/2016 08:00
ESTÁ DIFÍCIL CHEGAR AO FIM COM TANTOS LADRÕES E CORRUPTOS PRODUZIDOS PELO PT E SEUS ´SOCIOS. A POLÍCIA FEDERAL ESTÁ NAS RUAS NESTA MANHÃ PARA MAIS UMA OPERAÇÃO DA LAVA JATO

Conteúdo do Uol (Folha de S. Paulo). A Polícia Federal realiza a 36ª fase da Operação Lava Jato nesta quinta-feira (10). São cumpridos 18 mandados em três Estados: Ceará, São Paulo e Paraná. Deles, são 16 de busca e apreensão e dois de prisão preventiva (por tempo indeterminado).

Batizada de Dragão, a operação cumpre ações nas cidades de Jaguaruana (CE), São Paulo, Barueri (SP), Santana do Parnaíba (SP), Curitiba, e Londrina (PR). Ao menos 90 agentes da Polícia Federal estão envolvidos na operação.

O lobista Adir Assad, já preso pela Lava Jato em Curitiba, é um dos alvos de um dos mandados de prisão. Investigado em diversas operações contra corrupção, Assad foi alvo de três mandados de prisão em pouco mais de um ano: Lava Jato, no Paraná, Operação Saqueador, no Rio, e Operação Pripyat, desdobramento da Lava Jato no Rio.
A outra pessoa alvo de mandado de prisão ainda não teve o nome revelado pela PF.

"Nesta fase da operação Lava Jato são investigados dois importantes operadores financeiros responsáveis pela movimentação de recursos de origem ilegal, principalmente oriundos de relações criminosas entre empreiteiras e empresas sediadas no Brasil com executivos e funcionários da Petrobras", diz a PF em nota.

A operação apurada as práticas, dentre outros crimes, de corrupção, manutenção não declarada de valores no exterior e lavagem de dinheiro.
O nome desta nova etapa da operação é "Dragão", uma referência aos registros na contabilidade de um dos investigados. De acordo com a PF, ele chamava de "operação dragão" os negócios fechados com parte do grupo criminoso para disponibilizar recursos ilegais no Brasil a partir de pagamentos realizados no exterior.
Herculano
10/11/2016 07:56
PT E ALIADOS TENTAM TRANSFORMAR LULA EM MÁRTIR, por Josias de Souza

Em ato programado para as 18h30 desta quinta-feira (10), em São Paulo, o Partido dos Trabalhadores e seus aliados lançarão um movimento que tem o seguinte slogan: "Por um Brasil justo pra todos e pra Lula."

Na explicação oficial, o evento servirá para inaugurar uma "campanha em defesa da democracia, do Estado de direito e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva." Na prática, trata-se de uma reação antecipada à provável condenação e à eventual prisão de Lula na Operação Lava Jato. Tenta-se convertê-lo em mártir.

Participam do movimento capitaneado pelo PT legendas e entidades companheiras - PCdoB, CUT e MST, por exemplo -, além de artistas e intelectuais. Será divulgado um manifesto seguido de abaixo-assinado. Nele, a Lava Jato é apresentada como uma iniciativa deletéria.

Insinua-se no texto que, "sob o pretexto de combater a corrupção", a maior e mais bem-sucedida operação contra o assalto sistêmico aos cofres do Estado promove "ataques aos direitos e garantias" individuais.

Depois de apontar alegados "excessos e desvios" da força-tarefa de Curitiba contra Lula, o documento sustenta: "Esse conjunto de ameaças e retrocessos exige uma resposta firme por parte de todos os democratas, acima de posições partidárias."

Acrescenta: "Quando um cidadão é injustiçado - seja ele um ex-presidente ou um trabalhador braçal - cada um de nós é vítima da injustiça, pois somos todos iguais perante a lei. Hoje no Brasil, defender o direito de Lula à presunção da inocência, à ampla defesa e a um juízo imparcial é defender a democracia e o Estado de direito?"

Confrontado com a realidade, o manifesto de vitimização de Lula torna-se uma peça de ficção. Na vida real, a Lava Jato não ameaça nenhum trabalhador braçal. Mas já derreteu a presidência de Dilma Rousseff; prendeu empreiteiros do porte de Marcelo Odebrecht; mantém atrás das grades petistas como José Dirceu, Antonio Palocci e João Vaccari; arrastou Eduardo Cunha da presidência da Câmara para a carceragem de Curitiba; enrolou a corda no pescoço de peemedebistas como Renan Calheiros e Romero Jucá; transformou em protagonistas de inquéritos e delações tucanos com a plumagem de Aécio Neves e José Serra; subiu a rampa do Planalto e bate à porta de ministros palacianos e de Michel Temer.

Ao alcançar Lula, a faxina da Lava Jato perturba a oligarquia que cultivava a fantasia de que um dia seria possível "estancar a sangria". Pela primeira vez desde as caravelas uma operação anticorrupção deixa impotentes os poderosos que se julgavam acima da lei. Faz isso com o respaldo de tribunais superiores. No caso de Lula, os procedimentos vêm sendo saneados e ratificados pelo Supremo Tribunal Federal. Ou seja, longe de estar ameaçada, a democracia brasileira revela-se vigorosa.

A campanha a ser deflagrada nesta quinta-feira prevê a organização de atos em defesa de Lula no Brasil e no exterior. Entretanto, as únicas defesas que podem ajudar o personagem são as petições que seus advogados enfiam dentro das três ações penais em que Lula figura como réu. Até aqui, essas petições têm se revelado insubsistentes. Ainda assim, Lula sustenta que não tem nada a ver com a corrupção. Quem ousaria discutir com um especialista?
Herculano
10/11/2016 07:53
A VITORIA DE DONALD TRUMP DESNUDOU TANTOS ERRADOS, por Roberto Dias, secretário de redação do jornal Folha de S. Paulo

A vitória de Donald Trump desnudou tantos tão errados. E esses não são os eleitores dele, mas os muitos que previram vitória confortável de Hillary Clinton.

O evento eleitoral mais importante da temporada, esquadrinhado de perto por vários dos melhores cientistas de dados e analistas do planeta e alimentado pelo maior volume de dinheiro da política mundial, resultou numa baita zebra.
A certeza equivocada sobre a improbabilidade de vitória dele ecoou por tanto tempo que o efeito manada encaçapou até Obama. Sempre tão perspicaz, ele caiu na armadilha de mais de uma vez fazer chacota de Trump naquele nível "sei-que-isso-não-vai-acontecer".

Deu ruim também para Nate Silver, semideus das previsões estatísticas nos EUA. Depois de errar na convenção republicana, apostou suas fichas em Hillary. Rendeu-se com um post lacônico ("é o acontecimento político mais chocante da minha vida").

e deixou a guarda aberta para ataques ao seu modelo. Um deles de uma ex-colega sua, Mona Chalabi, hoje no jornal "The Guardian": "Às vezes parecia que a interpretação dos números não estava livre de viés subjetivo." Em outras palavras, mágica não existe sem truque.

Os problemas de análise da votação nos EUA não acabam aí. Assim como na eleição municipal brasileira, o processo lá indicou que as redes sociais recriam a dinâmica do voto, um fenômeno ainda pouco compreendido. Trump revelou-se esperto nesse novo quebra-cabeças ?"o papel de vilão deveras reluz nas timelines. Novos estudos do comportamento do eleitor talvez devessem partir de uma tábula quase rasa.

Alguns dos que estiveram equivocados ao antever o desfecho da corrida são os mesmos que cantam o fim do mundo com a chegada de Trump à Casa Branca, e nesse caso de maneira ainda mais impressionista. Convém ler essas previsões com um tantinho a mais de cautela.
Herculano
10/11/2016 07:50
TEMER PODE CONVIDAR BELTRAME PARA A JUSTIÇA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O desgaste de Alexandre de Moraes junto ao próprio presidente Michel Temer pode custar-lhe o cargo de ministro da Justiça. Cada mancada de Moraes fortalece no Planalto o projeto de convite ao delegado federal José Mariano Beltrame, ex-secretário de Segurança do Rio, para o Ministério da Justiça. Se confirmado o convite, Beltrame será o primeiro policial federal a virar ministro. Moraes subiu no telhado.

R$2 BI PARA COMEÇAR
Ex-secretário da área em São Paulo, Temer vai confiar R$2 bilhões ao ministro da Justiça para investir em segurança, prioridade fundamental.

FONTE DE PROBLEMAS
Alexandre Moraes tem metido o governo em saias justas, como o uso excessivo de aeronaves da FAB e de outros privilégios, em viagens.

UPP É COISA DELE
Beltrame implantou no Rio as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), o mais promissor programa de segurança de um governo do PMDB.

OUTRO LADO DO BALCÃO
Como ministro, Beltrame poderá dar respostas ao próprio clamor, como secretário de Segurança, de parceria mais efetiva do governo federal.

ESTADOS DEVOLVERAM R$1,1 BI PARA NOVOS PRESÍDIOS
Estados se queixam de presídios superlotados, mas em 2013 vários governadores devolveram um total de R$1,1 bilhão ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, destinados à construção de presídios. Indignado com a Papuda lotada, o juiz Ademar Vasconcelos, então titular da Vara de Execuções Penais de Brasília, ameaçou transformar o Estádio Mané Garrincha em presídio.

INCOMPETÊNCIA
A verba para presídios teve de ser devolvida, em alguns casos, porque os projetos não atendiam às especificações do Ministério da Justiça.

MAIS QUE DOBROU
O valor do Fundo Penitenciário para construir e manter presídios passou de R$ 45 milhões em 2014 para R$ 96,3 milhões este ano.

FAÇA O QUE DIGO
O ex-ministro Cardozo disse preferir morrer a ir para cadeia, mas só liberou R$20 mil dos R$27,6 milhões previstos para presídios federais.

FALTAM 83 DIAS
Para não perder poder de barganha após deixar a presidência do Senado, Renan Calheiros tenta neutralizar Simone Tebet (MS) e Raimundo Lira (PB) para voltar a ser Líder do PMDB pela enésima vez.

É JUSTUS?
Quem se espantou com a eleição de Donald Trump deve se prevenir para algo cada vez mais inevitável: após João Doria na capital, Roberto Justus deve aparecer como opção para o governo paulista, em 2018.

A VOLTA DA CPI
ONGs picaretas que se cuidem: está de volta a CPI que investiga o destino dos milhões públicos confiados à Funai e ao Incra. O deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) foi reconduzido à presidência da comissão.

ESPELHO MEU
Esta coluna cravou o placar de 19x8, na votação da PEC do Limite de Gastos, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Contados os votos, deu 19x7. O oitavo faltou.

CONTAS ARRUMADAS
Com as contas arrumadas, o governo do Paraná, do tucano Beto Richa, é exceção entre os combalidos Estados. Apesar de haver atingido, perigosamente, o limite prudencial no gasto com servidores.

CAMPEÃO NACIONAL
A maior votação proporcional do País ocorreu em São José de Ribamar, terceiro maior município do Maranhão. Lá, o prefeito eleito Luís Fernando (PSDB) obteve espantosos 96,17% dos votos.

NÃO É BEM ASSIM
O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) jura que é ficha limpa e jamais foi processado, mas em 2007 respondia a oito ações somente na Vara Fazendária do município de Campo Grande.

BOROCOX?"
Sem chances de presidir a Câmara, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) nem apareceu para votar no projeto de interesse do ministro Gilberto Kassab (Comunicações), presidente do seu partido, que transforma concessões de telefonia fixa em autorizações.

PENSANDO BEM...
...desmoralizados pela eleição de Donald Trump, que descartavam, institutos de pesquisa e jornalões dos EUA teriam futuro no Brasil.
Herculano
10/11/2016 07:45
VIOLÊNCIA E PARECERES SÃO ARMAS CONTRA O NECESSÁRIO AJUSTE, editorial do jornal O Globo

Justiça e MP também lutam a fim de barrar o pacote, em nome de 'direitos'. Mas sucede que não há dinheiro para pagar salários, aposentadorias e adicionais

Por inevitável, a crise fiscal fluminense chegou às ruas, e da pior maneira possível, com a invasão da Assembleia Legislativa (Alerj), terça, por servidores, basicamente policiais e bombeiros, para pressionar a Casa a não examinar o pacote de medidas de ajuste enviado pelo Executivo. Ontem, a cena se repetiu, mas os manifestantes, de várias categorias, foram impedidos de invadir o Palácio Tiradentes. É inconcebível o uso da força contra o Legislativo ou qualquer outro poder. Esses conflitos expressam a irritação do funcionalismo com as medidas de austeridade. Mas não há alternativa, pois é a folha de salários e principalmente aposentadorias e outros benefícios que mais pesam nas despesas primárias do estado.

Tem razão o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao citar a crise fluminense como argumento a favor da aprovação pelo Congresso das reformas, a começar pela PEC do teto e a da Previdência. Sem mudanças na Previdência, por exemplo, haverá atrasos no pagamento de benefícios, e as alíquotas de contribuição também terão de ser aumentadas. Como em terras fluminenses. A não ser que o governo federal opte pelo caminho mais fácil, porém que leva à hecatombe econômica: mais dívida pública, já muito elevada.

Há mais corporações, grupos organizados, dentro da máquina pública atuando contra as medidas. Apenas sem invadir prédios públicos. A união entre a Justiça e o Ministério Público fluminenses, contra o pacote sob exame da Alerj, é emblemática.

Do ponto de vista formal, pareceres jurídicos contra o ajuste estão dentro dos marcos legais. Na prática, estão a serviço de interesses e benefícios corporativos, alguns deles privilégios injustificáveis. Basta consultar listas de adicionais e extras pagos na Justiça, MP, Tribunal de Contas etc.

Cada um, na máquina estatal, defende a sua fatia no bolo das receitas. Sucede que esse bolo está esvaziando, devido à recessão e à ausência de medidas para cortar despesas e aumentar receitas que não sejam pela via esgotada dos impostos. E quando propostas são feitas, tribunais as barram. Aconteceu ontem com a alíquota adicional de contribuição para reduzir o déficit da previdência dos servidores.

A Justiça vem, ainda, concedendo liminares para arresto de recursos no Tesouro estadual, com base na correta defesa de "direitos". Mas acabou o dinheiro. O dilema de Pezão: "Há 438 mil funcionários ativos e inativos que consomem toda a arrecadação, enquanto tenho 16 milhões de pessoas que querem mais saúde, mais educação, mais segurança, e eu não posso contratar um PM".

Em visita ao Supremo, à presidente Cármen Lúcia, Pezão pediu pressa no julgamento final das ações contra os arrestos. O melhor é mesmo que reclamações corporativas cheguem ao STF, onde deverá ser decidido sobre o poder de o Executivo e Legislativo traçarem planos racionais de combate à crise, em que sempre haverá perdedores, dada a gravidade da conjuntura.

"Direitos" não estão sendo atendidos por falta de recursos. Não é difícil entender. Ou não deveria sê-lo. A alternativa é deixar a hiperinflação fazer um ajuste selvagem, destruindo a moeda. Isso aconteceu há quase uma geração. E os sobreviventes sabem que aí, sim, o povo de fato pagará a maior parte da conta.
Sidnei Luis Reinert
09/11/2016 15:48
http://www.infomoney.com.br/blogs/economia-e-politica/economia-e-politica-direto-ao-ponto/post/5732914/vitoria-trump-derrota-establishment-grande-midia

Se Hillary Clinton tivesse ganho, o mundo estaríamos entrando em estado de guerra, não fiquem pautados na mídia meus amigos, essa é um norte para o que não seguir e, esta por bloquear o que de fato ocorre no mundo!
Hoje, Vladimir Putin disse que, "está pronto para restaurar as relações com os Estados Unidos", em outras palavras, isso significa paz no mundo, em que jornal viram isso?
Por outro lado vocês estão aí, preocupado porque leram no G1 que o novo presidente eleito, falou que vai por um muro onde já tem, para barrar ILEGAIS!
Mas será que leram as últimas entrevistas do Bashar Al-Assad, ou as declarações de Putin e, sobretudo, leram algo a respeito das mais recentes manobras militares da Rússia, no leste europeu, no Mar Mediterrâneo e na Síria?
Nas principais agências de notícias russas já falava-se abertamente que suas baterias antiaéreas iriam "derrubar" aviões americanos.
E por que isso? A Rússia á má? NÃO!
Para eles estava clara a posição de apoio americano ao ISIS, ou vocês acham que Rússia e Estados Unidos estavam contra o Estado Islâmico? Se achou, desligue a tv e ligue o cérebro!
?"bvio que se estivessem contra, já não existiria estado Islâmico! Um grupinho daqueles jamais teria se transformado no que se transformou, tendo duas potências nucleares contra!
O Estado Islâmico foi financiado pelo governo Americano para lutar contra Saddam Hussein e hoje estava servindo para outras finalidades, ou ninguém achou estranho os Estados Unidos não terem mais sofrido ataques terroristas relevantes? Com a vitória de Donald J. Trump, a agenda globalista está temporariamente interrompida!
Quem perdeu hoje foi a mídia, se você não viu isso, parabéns você é amado pelo poder que te controla!
Sidnei Luis Reinert
09/11/2016 15:30
Qualquer semelhança entre os comunistas fabianos brasileiros e americanos não é mera coincidência:

https://www.rt.com/usa/366085-us-elections-protests-students/

US manifestantes anti-Trump bloquear ruas, quebrar janelas (fotos, vídeos)
tempo de Publicação: 09 de novembro de 2016 15:15
tempo Editado: 09 de novembro de 2016 16:04

Depois de Donald Trump foi eleito o presidente 45 dos Estados Unidos, adeptos irritados de Hillary Clinton, com muitos estudantes universitários entre eles, tomaram as ruas em ambas as costas para expressar sua insatisfação com o resultado da votação.
Estudantes da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e San Diego (UCSD) reuniram-se nas ruas até tarde da noite, cantando " Não meu presidente " e palavrões como " F ** k Trump ." Pelo menos 500 manifestantes se reuniram perto da UCLA, AP, citando a polícia.
Manifestações aparentemente ficou ainda mais fora de controle em Oakland, onde os manifestantes quebraram janelas, fogos-se nas ruas e queimaram uma efígie do vencedor republicano, a televisão local relatou.

Mario
09/11/2016 14:01
Espero que tenha direito de resposta:

Ao Mário:

Sei muito bem o que estou dizendo, mesmo que seja um grande incomodo e que tenha alto investimento e que demore tempo , o lucro com a venda com loteamentos é alta, pois compra-se um banhado e faz-se um aterro precário e vende-se por valores altos cada terreno.

Se o lucro fosse pequeno não teria tantos projetos loteamentos.

Depois não adianta culpar a Prefeitura por falta de vagas em creches e escolas e faltas de postos de saúde.

É a especulação imobiliário, é a ganância de alguns.

Ainda bem que temos pessoas responsáveis a frente do cartório de registros de imóveis e do Ministério Público, se não Gaspar não teria mais terrenos de várzea, seria tudo loteamentos.


Mariazinha Beata
09/11/2016 13:11
Seu Herculano;

Os americanos elegeram um LuLLa pra eles?
Bem Feito!
Bye, bye!
Sujiro Fuji
09/11/2016 13:08
Aleluia Irmão Herculano, você não fará parte de um governo fu....!
Erva Daninha
09/11/2016 13:03
Olá, Herculano;

às 08:16Hs. "O senador Romero Jucá (PMDB - Acre) está de volta ao ninho: é o líder do Governo no Senado - e já reforma o gabinete a seu gosto, com gastos próximos de R$ 300 mil."

Que gente vagabunda!
Sidnei Luis Reinert
09/11/2016 12:22
Trump na Casa Branca significa derrota para a Oligarquia Financeira que especula na Nova Ordem Mundial


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Donald Republicano, o verdadeiro Tio Patinhas, venceu a Maga Patalógica Demo-crata! Com 48% dos votos, Donald Trump faturou a eleição para a Presidência dos EUA. Não foi apenas Hillary Clinton quem perdeu. Imprevista na maioria esmagadora das pesquisas que, novamente, falharam feio nos prognósticos, a vitória do "make America great again" representa a maior derrota para a Oligarquia Financeira Transnacional que comanda a chamada Nova Ordem Mundial, e tenta subjugar os valores essenciais que fundaram os EUA como Nação Livre, Produtiva e Independente.

Análises babacas, histéricas e precipitadas pregarão que o triunfo de Trump representa uma supremacia do conservadorismo. Nada disto! A leitura correta e real é que os Estados Unidos da América saem bastante divididos da mais polêmica eleição presidencial na era pós-11 de setembro. Em número de votos do eleitorado, Trump teve 48% dos votos contra 47% de Clinton. Como a eleição é indireta, Trump venceu até com folga porque conquistou mais delegados nos estados com mais peso político: Flórida, Carolina do Norte, Iowa, Ohio e Pensilvânia. Assim, a conquista dele tem peso simbólico: pelo menos metade dos norte-americanos desejam recuperar a própria essência da Nação.

No primeiro discurso já sabendo que conquistara 276 dos 270 delegados necessários para se eleger, por volta de 5h 30min da manhã, o bilionário Donald Trump deixou as fanfarronices da campanha de lado, e adotou o estilo mais conciliador que deverá temperar sua gestão presidencial - ao contrário do que imaginam seus infantis opositores: "Acabo de receber uma ligação da secretária Clinton. Ela nos congratulou pela nossa vitória e eu congratulei ela e sua família por uma campanha muito dura. Ela lutou muito. Nós devemos a ela uma dívida de gratidão por seu serviço ao país".

Excetuando-se a previsível e educada atitude de bom mocismo para celebrar a vitória, as primeiras mensagens de Trump foram claras, objetivas e verdadeiras: "Os homens e mulheres esquecidos não serão mais esquecidos". "Vamos colocar milhões para trabalhar enquanto reconstruimos". "Vamos dobrar nosso crescimento e ter a economia mais forte do mundo". O discurso de Trump tem tudo para se tornar realidade, porque ele foi eleito pela máquina produtiva, não-rentista, dos EUA. O jeitão polêmico e histriônico do personagem e marketeiro Trump é mero jogo para a galera. O Presidente Donald Trump será bem diferente. A América vai se focar mais nela mesma.

A conquista da Casa Branca por Trump deixará o mercado financeiro nervosíssimo por algum tempo. Rentistas devem se preparar para algumas perdas imediatas - principalmente no Brasil Capimunista. A previsão agora é que o Federal Reserve - o Banco Central privado dos EUA, comandado pela Oligarquia Financeira Transnacional - fará um aumentinho nos seus juros básicos até o final do ano. O grande capital será atraído ou mantido nos EUA. Mega investimentos imobiliários entrarão em alta com o triunfo Republicano.

Por aqui, o dólar deve subir sensivelmente. Quem encheu a burra de verdinhas poderá faturar nos próximos meses com a previsível valorização da moeda norte-americana frente ao irreal Real. Exportadores brasileiros vão se dar bem. Importadores vão chiar sem parar. Na Periferia não tem outro jeito... A Bolsa de Valores deve registrar quedas iniciais, mas, depois, tudo volta ao mesmo de sempre. Quem planeja investimentos produtivos por aqui é que precisa ficar mais esperto. A grana será mais seletiva que nunca para empreendimentos realmente produtivos.

O Brasil não tem outra alternativa com a vitória de Donald Trump. Ou promovemos uma mudança estrutural em nosso modelo estatal capimunista rentista, promovendo um alinhamento produtivo com os EUA, ou seremos refém de todas as bobagens ideológicas, políticas e econômicas cometidas há muito tempo (de propósito, para nos manterem na miséria induzida, com fins meramente especulativos).

Resumindo: Trump é uma porrada na cara do rentismo. Se o Brasil ávido por mudanças souber tirar proveito desta chance histórica, pode se dar muito bem.
Sidnei Luis Reinert
09/11/2016 12:17
Trump na Casa Branca significa derrota para a Oligarquia Financeira que especula na Nova Ordem Mundial


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Donald Republicano, o verdadeiro Tio Patinhas, venceu a Maga Patalógica Demo-crata! Com 48% dos votos, Donald Trump faturou a eleição para a Presidência dos EUA. Não foi apenas Hillary Clinton quem perdeu. Imprevista na maioria esmagadora das pesquisas que, novamente, falharam feio nos prognósticos, a vitória do "make America great again" representa a maior derrota para a Oligarquia Financeira Transnacional que comanda a chamada Nova Ordem Mundial, e tenta subjugar os valores essenciais que fundaram os EUA como Nação Livre, Produtiva e Independente.

Análises babacas, histéricas e precipitadas pregarão que o triunfo de Trump representa uma supremacia do conservadorismo. Nada disto! A leitura correta e real é que os Estados Unidos da América saem bastante divididos da mais polêmica eleição presidencial na era pós-11 de setembro. Em número de votos do eleitorado, Trump teve 48% dos votos contra 47% de Clinton. Como a eleição é indireta, Trump venceu até com folga porque conquistou mais delegados nos estados com mais peso político: Flórida, Carolina do Norte, Iowa, Ohio e Pensilvânia. Assim, a conquista dele tem peso simbólico: pelo menos metade dos norte-americanos desejam recuperar a própria essência da Nação.

No primeiro discurso já sabendo que conquistara 276 dos 270 delegados necessários para se eleger, por volta de 5h 30min da manhã, o bilionário Donald Trump deixou as fanfarronices da campanha de lado, e adotou o estilo mais conciliador que deverá temperar sua gestão presidencial - ao contrário do que imaginam seus infantis opositores: "Acabo de receber uma ligação da secretária Clinton. Ela nos congratulou pela nossa vitória e eu congratulei ela e sua família por uma campanha muito dura. Ela lutou muito. Nós devemos a ela uma dívida de gratidão por seu serviço ao país".

Excetuando-se a previsível e educada atitude de bom mocismo para celebrar a vitória, as primeiras mensagens de Trump foram claras, objetivas e verdadeiras: "Os homens e mulheres esquecidos não serão mais esquecidos". "Vamos colocar milhões para trabalhar enquanto reconstruimos". "Vamos dobrar nosso crescimento e ter a economia mais forte do mundo". O discurso de Trump tem tudo para se tornar realidade, porque ele foi eleito pela máquina produtiva, não-rentista, dos EUA. O jeitão polêmico e histriônico do personagem e marketeiro Trump é mero jogo para a galera. O Presidente Donald Trump será bem diferente. A América vai se focar mais nela mesma.

A conquista da Casa Branca por Trump deixará o mercado financeiro nervosíssimo por algum tempo. Rentistas devem se preparar para algumas perdas imediatas - principalmente no Brasil Capimunista. A previsão agora é que o Federal Reserve - o Banco Central privado dos EUA, comandado pela Oligarquia Financeira Transnacional - fará um aumentinho nos seus juros básicos até o final do ano. O grande capital será atraído ou mantido nos EUA. Mega investimentos imobiliários entrarão em alta com o triunfo Republicano.

Por aqui, o dólar deve subir sensivelmente. Quem encheu a burra de verdinhas poderá faturar nos próximos meses com a previsível valorização da moeda norte-americana frente ao irreal Real. Exportadores brasileiros vão se dar bem. Importadores vão chiar sem parar. Na Periferia não tem outro jeito... A Bolsa de Valores deve registrar quedas iniciais, mas, depois, tudo volta ao mesmo de sempre. Quem planeja investimentos produtivos por aqui é que precisa ficar mais esperto. A grana será mais seletiva que nunca para empreendimentos realmente produtivos.

O Brasil não tem outra alternativa com a vitória de Donald Trump. Ou promovemos uma mudança estrutural em nosso modelo estatal capimunista rentista, promovendo um alinhamento produtivo com os EUA, ou seremos refém de todas as bobagens ideológicas, políticas e econômicas cometidas há muito tempo (de propósito, para nos manterem na miséria induzida, com fins meramente especulativos).

Resumindo: Trump é uma porrada na cara do rentismo. Se o Brasil ávido por mudanças souber tirar proveito desta chance histórica, pode se dar muito bem.
Herculano
09/11/2016 12:17
da série: este retrato não é apenas do Rio, mas de SC e Gaspar, proporcionalmente menor, todavia, sumamente grave se não houver uma ação urgente.

RIO SOFRE EFEITOS DA RUÍNA DA ERA CABRAL E PEZÃO, por Josias de Souza

O Rio de Janeiro é o exemplo extremo de um fenômeno nacional: pelo menos 16 Estados estão quebrados ou em situação pré-falimentar. Algo como 70% Setenta dos mais de 5 mil municípios brasileiros estão no vermelho. Governadores e prefeitos olham para Brasília. Mas só encontram cofres vazios. O governo federal também foi à breca. Luta para aprovar no Senado o teto para limitar os seus gastos.

O destino foi especialmente implacável com o governador do Rio de Janeiro. Como se sabe, Luiz Fernando Pezão é sucessor de Sérgio Cabral, de quem foi vice-govermador. A dupla firmou com os governos de Lula e Dilma uma parceria perfeita. Até governadores petistas tinham ciúmes do modo como os presidentes do PT tratavam Cabral e Pezão. Súbito, os ventos viraram.

Durante a era petista, em nenhum outro Estado Lula e Dilma despejaram tantos recursos federais como no Rio de Janeiro. Ironicamente, a conta chegou num instante em que o Planalto é chefiado por Michel Temer, do PMDB, o mesmo partido de Cabral e Pezão. Brasília agora, em vez de enviar recursos, bloqueia contas do Rio, para evitar que o Estado dê calote na dívida com a União.

O governador Pezão diz que o pacote de maldades que editou contém medidas que olham para o futuro. O futuro a Deus pertence. O problema agora é saber quem responderá pelo passado de incompetência de políticos como Cabral e Pezão.
Pedro Pedro
09/11/2016 11:36
Ao Mario e João

Bom foi aquele tempo que o paca foi prefeito, construiu dezenas loteamentos quase clandestinos sem a mínima infra estrutura.
Resumindo, quem pagou a conta fomos todos através da prefeitura.
Falta vergonha na cara de alguns.
Miguel José Teixeira
09/11/2016 11:26
Senhores,

São Paulo lidera o ranking dos executivos municipais com contas fora de controle, seguido do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia e Pernambuco.

"Insolvência das cidades", na Visão do Correio Braziliense, hoje:

A exemplo de grande parte dos governos estaduais, a maioria dos municípios brasileiros enfrenta o grave problema de insolvência em suas contas, o que torna ainda mais difícil para os atuais prefeitos e os eleitos honrarem os compromissos financeiros. A situação de penúria chegou a tal ponto que as prefeituras estão tendo as contas bancárias bloqueadas, por ordem judicial, para que pelo menos os servidores possam receber salários, que já estão atrasados, na maioria dos casos. São Paulo lidera o ranking dos executivos municipais com contas fora de controle, seguido do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia e Pernambuco.

Os números assustam pela sua abragência, e os prefeitos têm a obrigação de controlar, firmemente, os gastos públicos, para que não se chegue a total descontrole, o que geraria consequências ainda mais graves para a população. Em inúmeras cidades, funcionários das prefeituras estão há meses sem receber, unidades de saúde se encontram fechadas por falta de limpeza, a coleta de lixo está suspensa e falta merenda escolar.

De acordo com levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), em mais de 3 mil prefeituras de todo país, 77% das contas estão no vermelho, com um rombo que chega a R$ 69 bilhões. O que agrava o problema é que, com as contas bloqueadas, prefeitos em fim de mandato ficam impossibilitados de movimentar as finanças da cidade e qualquer pagamento tem de ser autorizado pela Justiça.

Não se pode negar que, em muitos casos, os próprios mandatários são os maiores responsáveis pelo desajuste das finanças municipais. Mesmo com a grave crise econômica e a queda nos repasses de recursos federais e estaduais, eles nada fizeram para solucionar questão tão sensível. Somada à inércia, existe no Brasil a criminosa atitude dos derrotados nas eleições de dilapidar o patrimônio público. Comuns são histórias de o novo prefeito encontrar a sede da prefeitura em péssimas condições e até mesmo sem recursos e equipamentos.

Muitos que não cumprem a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ?" ela estipula o que é permitido e o que é proibido ao gestor público em fim de mandato ?" apostam na impunidade, com a convicção de que não serão responsabilizados. Porém, a atuação do Ministério Público e da Justiça Eleitoral demonstra claramente que haverá punição aos transgressores da lei, que vão arcar com multa, ressarcimento aos cofres públicos e inegelibilidade, entre outras penalidades.
João
09/11/2016 09:25
Ao Mario.
Concordo que na construção de um Loteamento o proprietário seja responsável em executar toda estrutura, documentação de projetos do loteamento, licenças(pensa numa burocracia desgraçada), terraplanagem, tubulação de esgoto, tubulação de água pluvial, água potável, rede elétrica, pavimentação, etc. Agora querer cobrar de quem faz todo esse investimento que ajude na construção de creches, escolas e postos de saúde... Você só pode estar de brincadeira ou não tem noção nenhuma do trabalho que é e o custo para se fazer um loteamento dentro da Lei. Por isso, tem tantas construções e loteamentos clandestinos por aí, ao invés do poder público ajudar para que mais pessoas façam loteamentos legais, não, ficam dificultando. Antes de comentar algo sem conhecimento de causa, vai atrás, pergunte para quem já fez um loteamento dentro da lei, como é difícil, caro, quantas vezes tem que ir na prefeitura, Fatma, engenheiro, cartório, etc, etc...
Herculano
09/11/2016 08:30
AJUSTE INESCAPÁVEL, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Depois de duas décadas de crescimento contínuo, o gasto público encontrou limites. A sociedade não se mostra disposta a admitir aumento de impostos ?"embora seja necessário torná-los mais equânimes. Tampouco os credores aceitam financiar deficit cada vez maiores. Logo, ajustar a despesa se tornou inescapável.

Qualquer política pública, afinal, deve ser avaliada pelo cumprimento dos objetivos que nortearam sua criação. É preciso combater fraudes e assegurar que o dinheiro dos programas sociais chegue a quem de fato precisa.

Depois de anos de expansão desenfreada, constata-se que muitos programas, subsídios e desonerações não passam por qualquer tipo de análise de custo-benefício.

Felizmente, começa a tomar forma um esforço para romper esse padrão vicioso que há muito apoderou-se do Estado. A revisão dos cadastros do Bolsa Família, por exemplo, permitiu suspender ou cancelar de 1,1 milhão de benefícios (8% do total), com economia de até R$ 2,4 bilhões ao ano.
Há inúmeros outros casos. Tomem-se o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez, que consumiram R$ 23,5 bilhões e R$ 44,5 bilhões em 2015, respectivamente. A regulamentação determina que os beneficiários passem por perícia médica a cada dois anos, o que não tem sido cumprido.

Quanto à pensão por invalidez, 99% dos cadastrados (3,4 milhões de pessoas), segundo o governo, não foram avaliados no prazo. Um controle melhor poderia gerar economia de R$ 2 bilhões em 2017.
Outras ações, como o seguro-defeso, amparo a pescadores artesanais no período de proibição de pesca, serão revistos. Faz-se necessário averiguar se 1,1 milhão de inscritos se enquadram na categoria.

Não devem ser esquecidos os subsídios e as desonerações, que favorecem na maior parte das vezes as classes mais abastadas. O governo gastará neste ano R$ 27 bilhões apenas para compensar o BNDES dos juros subsidiados em seus financiamentos. A desoneração de folha de pagamento, por sua vez, monta a R$ 20 bilhões ao ano.

Quantos empregos foram criados e de fato são protegidos com essas práticas? A que custo para a sociedade? Faz sentido que continuem? Tais perguntas deveriam ser respondidas antes da aprovação de qualquer despesa.

A escassez de recursos oferece ao menos a vantagem de tornar inadiáveis a definição de prioridades e a busca da eficiência. Tais iniciativas fazem parte do aperfeiçoamento do processo orçamentário e até da própria democracia.
Herculano
09/11/2016 08:26
QUAL A DIFERENÇA ENTRE A SAÍDA DO GRÃ-BETANHA DA UNIÃO EUROPÉIA E A ELEIÇÃO DE DONALD TRUMP NOS ESTADOS UNIDOS? NENHUMA. NACIONALISMO, ISOLACIONISMO, UM ROMPIMENTO CONTRA O ESTABILISHMENT POLÍTICO CENTRAL
Mario
09/11/2016 08:24
Herculano, não sei se irá publicar esse texto, mas quero expor minha opinião:

Mal aprovada a lei 56/2016 que afrouxará as construção de loteamentos o Secretário Bigodudo do Planejamento vai aprovar todos os projetos de loteamentos que estão parados, sem se preocupar com a infraestrutura mínima, sem preocupar com vagas em creches, escolas e no atendimentos nos postos de saúde.

Vão deixar o abacaxi para o próximo prefeito descascar.
Cabe ao Ministério Público fiscalizar, pois não adianta criar novos loteamentos sem ter estrutura para atender a população.

Alias, se existisse algum vereador um pouco mais preocupado com a população já teria feito algum projeto de lei que obrigasse os loteadores a ajudar na ampliação da creches, escolas e postos de saúde.
Herculano
09/11/2016 08:16
ASSIM ESTAVA ESCRITO, por Carlos Brickmann

A festa é geral, irrestrita. E com o nosso dinheiro, justo o nosso, que não participamos da festa. Entre 2007 e 2009, 443 ex-parlamentares gastaram R$ 25 milhões na Farra das Passagens - digamos, levar a namorada a Paris com a verba destinada a viagens de serviço. As investigações, com toda a documentação disponível, levaram sete anos. E só agora os casos chegam ao sobrecarregado Supremo. Um dia os envolvidos serão julgados.

O jeitinho brasileiro no uso de dinheiro público não se limita a Executivo e Legislativo. Uma auditoria do Tribunal Superior do Trabalho revelou que 24 dos 27 tribunais regionais do trabalho "compram" férias dos juízes, convertendo em dinheiro períodos não desfrutados. É uma boa quantia: só em São Paulo, 290 magistrados receberam R$ 21,6 milhões. Diz o TST que no Judiciário não pode haver conversão de férias em dinheiro. Mas nem todo benefício é dinheiro: em Porto Seguro, 700 juízes estaduais se esfalfam em debater os problemas do setor, alheios às belezas naturais da Bahia e aos bons serviços do hotel que os hospeda, a R$ 605 a diária. O show de encerramento é com Ivete Sangalo e Diogo Nogueira. O patrocínio é de uma empresa condenada por crimes ambientais e cheia de casos judiciais, que podem cair com os juízes cuja conta ajudou a pagar.

Mas por que irritar-se lendo tudo, se os escândalos são iguais? Um bom livro, recém-lançado, mostra como as coisas acontecem. Está tudo lá.

O PODEROSO CHECÃO

Nilo Dante, um grande repórter, com anos de cobertura de Política Nacional e Política Internacional nos principais veículos do país, aprendeu muito sobre os bastidores do Poder. E conta, em O Sócio Oculto, como é que as coisas realmente funcionam; como é que prestigio, dinheiro e bons presentes, bem distribuídos (e muito bem retribuídos), têm influência decisiva nos rumos do país.

Há aquilo que uma dirigenta já chamou de "malfeitos" que, quando descobertos, se transformam em escândalos, com CPIs e ameaças de desestabilização política; há o jeito, planejado por ótimos advogados e financistas, de ocultar o rastro do dinheiro, fazendo-o passear pelo mundo até voltar lavadinho ao Brasil; há o amaciamento da crise, executado por profissionais especializados, de ação internacional.

THE GOLDFATHER

As contas, as transferências, os apelidos que, mais do que ocultar os envolvidos, retratam os nomes pelos quais os amigos o chamam - o Hebreu, o Turco, o Italiano - epa, este é o do escândalo não literário. Um retrato do Brasil. Só falta dar os nomes verdadeiros, mas seria impossível: os escândalos são iguais, mas os envolvidos variam - um pouco.

O Sócio Oculto, Editora Mídia In, ou em e-book Amazon. Um toque de perfeição: os culpados jamais são punidos, nem têm sentimento de culpa.

MENOS É MELHOR

Talvez esses escândalos tão bem retratados por Nilo Dante em O Sócio Oculto levem ao resultado da consulta pública do Senado sobre projeto de emenda constitucional que reduz o número de parlamentares federais a 2/3 do atual: senadores de 81 para 54 (dois por Estado, e não três), e deputados federais, de 513 para 386: são 99,5% favoráveis, 0,5% contra. Este colunista é contra: senadores, vá lá, mas quer no máximo 250 deputados.

OS CORTES NO ORÇAMENTO

A redução nas verbas federais para Educação, Saúde e Previdência virou bandeira de guerra. Um bom jornalista, Antônio Carlos Cacá Leite, do Metro de Vitória, Espírito Santo, calculou os cortes na Educação: 10%. Ou R$ 10 bilhões a menos. O programa mais atingido é o FIES (bolsas em universidades privadas), com perda de R$ 1,7 bilhão e 313 mil contratos. O Pronatec teria de adiar as novas turmas por seis meses. As universidades federais perderiam 47% do orçamento. A meta de gastos em Educação cairia de 10% para 6% do PIB. Terrível, essa PEC 241 neoliberal!

Só que esses dados não são da PEC 241. São os números oficiais da Educação em 2015, primeiro ano da Pátria Educadora da presidente Dilma Rousseff.

MAIS DO MESMO

O senador Romero Jucá (PMDB - Acre) está de volta ao ninho: é o líder do Governo no Senado - e já reforma o gabinete a seu gosto, com gastos próximos de R$ 300 mil. Louve-se a firme postura ideológica de Jucá, que foi vice-líder do Governo de Fernando Henrique, líder do Governo de Lula e Dilma e agora de Temer: os governos podem mudar, mas Jucá, inflexível, não cede em seus princípios, não muda. Faz parte de todos. Foi também duas vezes ministro, em ambas afastado por denúncias de corrupção.

NARIZINHO

Em inquérito sigiloso, a Procuradoria Geral da República cita um mimo da Odebrecht, em 2014, para Coxa, que poderia ser Gleisi Hoffmann. Mas não espere vê-la em Curitiba: Gleisi é senadora, seu foro é o Supremo.
Herculano
09/11/2016 08:10
NÃO É PEQUENO O NÚMERO DOS QUE XERETAM NO COMPUTADOR DO PARCEIRO, por Marcelo Coelho, no jornal Folha de S. Paulo

Deus me livre de dar lições morais sobre o comportamento alheio - mas é só acabar de escrever essa frase que me lembro de já ter feito isso com frequência nos artigos para a "Ilustrada".
Eu não estava, outro dia mesmo, reclamando dos que achincalham políticos nos aeroportos? Seja como for, o tema hoje é diferente ?"e, de novo, trato de uma atitude que considero dificílima de justificar.

Segundo uma pesquisa de opinião feita pelo Instituto Quantas, com cerca de 800 brasileiros das classes A, B e C, não é pequeno o número dos que já xeretaram os e-mails ou os celulares do parceiro.

Seriam 36% dos entrevistados. Revistar gavetas, bolsas ou mochilas? Um pouco menos: 23%. De dar pena mesmo são os que já seguiram o parceiro para ver se estava se encontrando com alguém. Felizmente, reduzem-se a 8% dos entrevistados.

Os números variam um bocado de levantamento para levantamento, pelo que pude verificar. Na Inglaterra, segundo o jornal "The Daily Telegraph", nada menos do que 62% dos homens investigaram os celulares do seu par amoroso, enquanto só 34% das mulheres disseram ter feito o mesmo.

Já nos Estados Unidos, numa pesquisa feita com mais de 13 mil usuários, as mulheres são um pouco mais controladoras (25%) do que os homens (20%) no que se refere a conversas e infidelidades na internet.

Francamente. Posso estar enganado a meu próprio respeito, mas acho que não chegaria a esse ponto. Talvez eu não seja propenso a doenças de paixão, nem mesmo a um nível normal de ciúme.
Mas considero, acima de tudo, uma questão de orgulho pessoal. Se você se rebaixa a espionar o cônjuge, o que está fazendo com ele?
E que tipo de paz você vai obter, quando não achar nada de comprometedor no celular ou no computador que você investigou? Por outro lado, se você encontra alguma prova de infidelidade, como dizer que está decepcionado, se estava justamente procurando por isso?

Resumindo ?"mas sou meio simplista e pouco imaginativo nessas coisas?", se alguém se entrega a tanta desconfiança, é que seu relacionamento amoroso já terminou, seja o que for que descubra ou não na tela do celular.

Vou além. Prefiro ser enganado (por alguém que pelo menos se preocupa em esconder de mim suas infidelidades) a passar o tempo todo checando os dados de quem nunca pensou em me enganar.
Pois, nesse caso, serei eu a esconder do outro o que estou fazendo; serei eu quem se terá entregue a uma atividade inconfessável.

E, mesmo se "culpada" de me trair, a vítima da minha xeretagem poderá fazer-se de inocente e voltar suas acusações contra mim. Não, nunca. Melhor não mexer nesse vespeiro.

Só que, às vezes, o desespero pode justificar acessos de policialismo conjugal. É o que acontece, sem entrar em muitos detalhes, no filme "A Canção da Volta", agora em cartaz.
Foi a produção do filme que me enviou, aliás, os dados da pesquisa entre brasileiros sobre controle e espionagem conjugal. Curioso, porque o drama de Gustavo Rosa de Moura não chega a fazer do ciúme ou da desconfiança o maior foco de seu desenvolvimento.

Talvez faça falta, precisamente, um pouco mais de "desenvolvimento" nessa história, em que a personagem de Marina Person, numa boa estreia como atriz, sobrevive a uma tentativa de suicídio para deixar toda a família em estado de constante sobreaviso.

Não houve disposição, talvez, para levar o filme até os extremos de dramaticidade que a situação prometia. Assim como a câmera de Gustavo Rosa de Moura ?"muito sutil em nunca revelar em cheio o rosto de Marina Person?", é como se estivéssemos fugindo do que se construiu diante de nossos olhos.

Mas não é isso, exatamente, o que eu estava recomendando? Por que procurar, investigar, desvelar, aprofundar tudo até chegar ao último e mais amargo segredo?

Agora, se você for curioso, e estiver disposto a penetrar nos mistérios da adivinhação e da "telepatia", há um espetáculo bem mais divertido para assistir. "Mistérios da Mente", no teatro Augusta, é um show de mentalismo e truques psicológicos em que os simpáticos Beto Parra e Rafa Moritz descobrem, como por milagre, os pensamentos da plateia.

Cuidado com seus segredos, portanto. E proteja sempre a senha do seu celular.
Herculano
09/11/2016 08:05
UM DESMANCHE NA PRIVATARIA, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O ministro Gilberto Kassab anunciou que o governo estuda a edição de uma medida provisória para intervir na Oi. Ela é a maior operadora de telefonia fixa do país, com 70 milhões de clientes em 25 Estados, deve R$ 65,4 bilhões e está com um pé na falência. Em 1998, quando foi arrematada por uma "telegangue" num memorável lance da privataria tucana, chamava-se Telemar.

Veio o comissariado petista, a operadora mudou de nome, chamou-se Oi, vulgo SuperTele, e foi uma das "campeãs nacionais" do BNDES de Lula. Na lona, deve R$ 9,5 bilhões aos bancos da Viúva.

Aos 18 anos, a Oi poderá voltar para o colo da Boa Senhora, embalada numa medida provisória que se destina a tapar os buracos abertos na privataria tucano-petista.

O que se cozinha no Planalto não é apenas a intervenção na Oi, mas um novo desenho para as negociações com os concessionários de serviços públicos. A fila é enorme, com seis aeroportos que não pagaram R$ 2,3 bilhões de aluguéis contratados, mais portos, rodovias e ferrovias que pretendem espichar os prazos das concessões, encolhendo suas obrigações contratuais.

Desde maio, quando começou a choradeira dos aeroportos, os empresários apresentaram argumentos estapafúrdios. Atribuíram seus maus resultados à crise econômica, como se retrações da demanda não fossem um risco do negócio.

Fariam melhor se olhassem para as relações incestuosas que mantinham com o governo petista quando ofereceram ágios milionários pelas concessões. A Odebrecht levou o Galeão; a OAS, Guarulhos; a UTC, Viracopos; a Engevix, Brasília. E todos acabaram em Curitiba.

Mal começou, o governo de Temer deu um refresco aos concessionários que não pagavam os aluguéis. Disse que eles deveriam pagar em dezembro. Era lorota.

Seja qual for o problema, seja qual for a concessão, o remédio é sempre o mesmo, vem aí uma medida provisória que se propõe milagrosa, mas produzirá a próxima rodada de ruínas. O programa do aeroporto que não paga o aluguel da concessão nada tem a ver com o de uma rodovia que pretende rediscutir seus investimentos ou com a ferrovia Transnordestina, com seus seis anos de atraso.

Assim como a Oi nasceu errada quando a "telegangue" arrematou a concessão, outras privatizações foram encrencadas por erros na arquitetura dos contratos, na concessão de financiamentos e, sobretudo, pelos contubérnios de empresários com os poderosos. Nesse hospital, o pior remédio é o da medida provisória milagrosa, enfeitada com expressões salvadoras. Fala-se, por exemplo, em "modernização dos contratos". A repórter Alexa Salomão mostrou o que há de moderno na iniciativa. Há dias, o artigo 26 dava à Agência Nacional de Aviação Civil o poder de "repactuar e realinhar o cronograma de pagamento da outorga" (leia-se aluguéis) dos aeroportos. Se há alguém interessado em atrair investidores sérios, é assim que se consegue espantá-los.

Temer e sua caravana mostram um certo fascínio pelas medidas provisórias. Com a "modernização" das privatizações, certamente mobilizarão o maior exército de jabutis já visto em Brasília. Passado algum tempo, quando as coisas começarem a dar errado, virá outra medida provisória com outro projeto de anistia para capilés de políticos.
Herculano
09/11/2016 08:00
TEMER QUER IDADES DIFERENTES PARA APOSENTADORIA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O presidente Michel Temer solicitou estudos mais detalhados ao Ministério da Fazenda com o objetivo de manter idades diferentes para aposentadoria de homens e mulheres, na reforma da Previdência que deverá ser discutida, em caráter conclusivo, já no início de 2017. A tendência em todo o mundo é igualar as idades à volta dos 65 anos. No Brasil, aposenta-se após 180 meses de contribuição, além de ter de atingir valores mínimos na soma da idade com o tempo de contribuição.

DIFERENÇA MENOR
Se depender de Michel Temer, homens e mulheres se aposentarão em idades distintas, ainda que reduzindo a diferença de 5 para 3 anos.

CAVALHEIRISMO NA REFORMA
Mulher vive mais que homem, mas essas estatísticas estão proibidas pelo Planalto, nos estudos da reforma da previdência.

LÁ FORA
Nos EUA, ambos os sexos se aposentam aos 66 anos, mas sobe a 67 anos em 2022. Na Alemanha são 65 agora, mas passa a 67 em 2022.

PAÍS RICO
Estudo da OCDE mostrou que o Brasil dá o maior benefício proporcional na aposentadoria: 85,9% do salário. Nos EUA são 42,3%.

PMDB DEFINE EUNÍCIO PARA PRESIDÊNCIA DO SENADO
Após acordo com o Palácio do Planalto, que pediu para o partido evitar a disputa, o PMDB definiu o seu candidato a presidente do Senado, em fevereiro: Eunício Oliveira (CE). Líder do PMDB, o senador cearense convenceu o senador Romero Jucá (RR), o preferido de Renan Calheiros, e Garibaldi Alves (RN), a abrirem mão da concorrência. Jucá já havia definido seu papel: o de Líder do Governo no Congresso.

SUBSTITUTOS
Se Eunício desistir, são possíveis substitutos Raimundo Lira (PB) e Simone Tebet (MS). Uma coisa é certa: um deles será Líder do PMDB.

DELÍRIO ABSOLUTO
O PT e seus aliados "independentes" ameaçam candidatura própria, mas, para evitar um vexame, torcem por uma mãozinha de Renan.

COMPROMISSO
A turma de Renan pretende pressionar Eunício, candidato ao governo do Ceará em 2018, não dispute a reeleição à presidência do Senado.

LADEIRA A CIMA
O governo Michel Temer começa a dar sinais de melhora na avaliação, ao menos no Paraná. Pesquisa do Instituto Paraná revelou que a aprovação do peemedebista subiu para 43,2%, naquele Estado.

PERNAS CURTAS
Petistas andaram espalhando um "encontro" que não houve entre Lula e o ministro Gilmar Mendes. O plano era tentar desacreditar como juiz o ministro presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Não deu certo.

DISTÂNCIA NECESSÁRIA
O ministro Gilmar Mendes, que está nos EUA como observador das eleições, esteve a última vez no mesmo ambiente de Lula durante a posse da presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia.

OAB CONTRA O FORO
Grupo de trabalho da OAB vai sugerir mudanças no "foro privilegiado" que, para o presidente nacional da entidade, deve ficar restrito a um número reduzido de pessoas que de fato precisem dessa proteção.

ARMAS NA MESA
Com a antecipação do debate da eleição de 2018, o PSDB trava, nos bastidores, uma disputa pela liderança na Câmara. Marcus Pestana (MG), Jutahy Jr (BA) e Daniel Coelho (PE) já se lançaram candidatos.

FICHA LIMPA
Waldemir Moka (MS) é outro senador ficha limpa do PMDB, ao lado de Simone Tebet (MS) e Raimundo Lira, por exemplo. Ele informa nunca ter sido réu em processos desde que entrou na política, em 1981.

INCOMPETÊNCIA E DESRESPEITO
A estatal Caesb cortou às 6h de ontem, por 7 horas, a água de metade da Asa Norte (Brasília) prejudicando milhares de pessoas, notificadas apenas ao meio-dia. Sob a alegação cara-de-pau de que o aviso de suspensão, para "obras", estava no seu site e "saiu" em telejornal local.

MODELO ADOENTADO
O deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) define o sistema político como adoentado. "Não podemos fazer um debate que não se encerra. É preciso dar uma escala de prioridades", pede o parlamentar.

PERGUNTA NO XILINDRO
Substituído no interrogatório na ação em que é réu, se Lula for mesmo condenado também vai mandar o advogado cumprir a pena?
Herculano
09/11/2016 07:43
ELEIÇÃO DE TRUMP REPRESENTA "FIM DO MUNDO COMO CONHECEMOS", por Marcos Troyjo, economista e diplomata, para o jornal Folha de S. Paulo

Durante a corrida à Casa Branca, escancararam-se grandes diferenças no estilo de política externa dos EUA defendido pelos candidatos Hillary Clinton ou Donald Trump.

No limite, tais distinções remetem a dilema que frequenta a visão de mundo e a atuação externa dos EUA há pelo menos cem anos. Em grande parte de sua história, os EUA tiveram de optar por isolamento ou presença global.

No primeiro caso, amplamente observado no século 19, os norte-americanos forjaram sua política externa na compreensão de que seus vizinhos eram geopoliticamente fracos e de que a Europa era fonte dos males do mundo.

O republicano Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos, em seu último comício de campanha
Cabia portanto fazer do Atlântico um "lago americano", com forte poderio naval. Quanto a intervenções para além das Américas, como foi a Primeira Guerra Mundial, os EUA poderiam atuar para ajudar a restabeler equilíbrios geopolíticos regionais, mas não "ficar no mundo".

Foi justamente essa necessidade de permanecer nos palcos globais ?"como precondição da ideia de Ocidente depois da Segunda Guerra Mundial?" a que Churchill convida os EUA em seu famoso pronunciamento no Westminster College, no Missouri há setenta anos. Esta foi a tônica do famoso discurso da "Cortina de Ferro".

Nesta campanha presidencial, Hillary defendeu a permanência do engajamento global dos EUA em termos econômicos e militares. Se vencesse as eleições, ela continuaria a defender o "pivô para a Ásia" da política externa, iniciado na presidência Obama, e que rompeu com uma tradição de 200 anos de priorização dos temas atlânticos.
Como presidente, Hillary traria consigo a experiência de haver chefiado o Departamento de Estado e portanto fluência nas minúcias da diplomacia.

A propósito, Hillary teria como companheiros na lista de presidentes que também foram Secretários de Estado nomes como Thomas Jefferson, James Madison, Monroe, John Quincy Adams, Martin Van Buren e James Buchanan (este um dos piores presidentes, segundo muitos analistas, por não haver evitado a Guerra Civil). Os EUA portanto não veem um presidente que anteriormente tenha exercido o cargo de secretário de Estado desde em 1857, quando Buchanan começou seu mandato.
Hillary manteria a estratégia de combate ao Estado Islâmico (EI) e à Al Qaeda sem o comprometimento de tropas americanas. Privilegiaria, assim, a utilização ampliada de tecnologia (com drones de ataque, por exemplo) e apoio logístico e de inteligência a forças locais, como na atual ofensiva das forças iraquianas contra o EI em Mossul.

A candidata democrata também se oporia a uma expansão do poderio militar chinês e suas ambições territoriais, sobretudo marítimas, bem como ao regime de Putin na Rússia.

Se vencesse, com Hillary haveria ao menos a possibilidade de reedição de uma nova iniciativa para as Américas. Foi o que ela sinalizou no discurso reservado que pronunciou numa reunião corporativa do Banco Itaú em 2013 ?"e que vazou pela imprensa via WikiLeaks. Talvez ali estava a verdadeira Hillary?" e não a personagem protecionista que ela encenou durante a campanha.
Já Trump representa um fator "desglobalizante" para a política externa dos EUA. Washington provavelmente se afastará de muitos dos pilares que sustentam a visão de mundo dos EUA há décadas. Aumentam os embaraços com OTAN, Banco Mundial, FMI e as demais chamadas "instituições de Washington". Trump, se seguir a linha que indicou durante a campanha, denunciará o Nafta e rasgará o TTP, além de incitar a uma guerra comercial contra atuais parceiros como México ou China.

Outro fator notável será a abertura a uma maior cooperação com a Rússia de Putin, com quem Trump já trocou elogios públicos. Trata-se de uma enorme mudança em relação ao candidato republicano anterior - Mitt Romney ?" que durante a campanha de 2012 identificou no Kremlin o principal antagonista geopolítico dos interesses de Washington.

Trump se vale de parte da insatisfação econômica interna, como o sentimento de perda de postos de trabalho que a mão de obra industrial menos qualificada experimenta nos EUA, para disseminar soluções simplistas de política externa baseadas em preconceitos ou diagnósticos equivocados.
Deste bizarro acervo fazem parte proposições como banir a entrada de muçulmanos nos EUA, construir um muro na fronteira com o México, ou impôr um tarifa unilateral de comércio sobre exportações chinesas aos EUA no patamar de 40%.

Em relação à Ásia, com Trump os EUA tendem a retrair sua presença na região. Tal hipótese é ótima para a China, que gosta de se ver como geopoliticamente preponderante na Ásia, e ainda guarda grandes ressentimentos do Japão e sua belicosidade antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

Com tal retração, aumenta consideravelmente o peso relativo da capacidade de dissuasão chinesa, e portanto diminui o leque de opções para potências intermediárias como Malásia, Filipinas e Taiwan, embora seja difícil pensar nesta última alinhando-se a Pequim, salvo no caso de incorporação de Taipei ao regime da China continental.

Já no que toca à Europa, Trump se identifica com movimentos nativistas ou isolacionistas. Assim foi com as forças que trabalharam em prol do "brexit" e pode-se dizer o mesmo em relação a esses grupamentos políticos que disputarão eleições na França e na Alemanha em 2017.

Os EUA sempre viram a existência da União Europeia e a Otan como algo central para seus interesses de estabilidade e segurança no Velho Continente. Isso continuaria com Hillary, que também buscaria avançar no TTIP - a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimentos. Já com Trump, tanto o Tratado do Atlântico Norte como a burocracia de Bruxelas perdem relevância. Navegamos em águas desconhecidas.

Pouco deve-se esperar da Casa Branca em termos de América Latina. A região não é prioridade para Trump. O México tem maior relevância seja em função do Nafta ou da questão imigratória.

Tudo isso, no entanto, dependenderá de quanto da tresloucada retórica da campanha ele carregará consigo para a Casa Branca. O mais correto é dizer que Trump não tem um plano de política externa, apenas um conjunto de posições superficiais.
Numa canção de 1987 da banda de rock R.E.M ouvia-se "It's the End of the World as We Know It (And I Feel Fine)".

A eleição de Trump certamente representa a sensação de "fim do mundo como o conhecemos", mas com ela, ao redor do globo, poucos se sentem bem.
Herculano
09/11/2016 07:37
BENEFÍCIOS A POLÍTICOS E REGALIAS ACENTUAM DESIGUALDADES NO BRASIL, por Julianna Sofia, no jornal Folha de S. Paulo

A classe política brasileira regozija-se com a morosidade do Judiciário. Processos contra parlamentares criam bolor nos escaninhos do Supremo Tribunal Federal, onde atualmente existem 84 casos que já duram, em média, oito anos sem conclusão.

A elite empresarial entra em pânico na iminência de eclodir a delação da Odebrecht. Gigantes do PIB tentam mobilizar o Congresso para aprovar medidas de contenção de danos. Fazem lobby pela aprovação da anistia ao caixa dois, limpando a barra de políticos que receberam doações irregulares até agora.

Querem mudar também as regras dos acordos de leniência, que vêm sendo negociados por empresas citadas na Lava Jato, com a intenção de fazer valer a máxima "too big to fail" (muito grande para quebrar).

A nova etapa da repatriação de recursos irregulares no exterior, a pretexto de garantir mais dinheiro para o ajuste fiscal, poderá beneficiar parentes de políticos ?"além de outras mirabolâncias que podem ser enxertadas durante a tramitação da proposta no Legislativo.

Regalias de magistrados, cujos salários em fim de carreira equivalem a 16 vezes a renda média nacional, agora se estendem a negociação de férias não gozadas para engordar contracheques à margem da lei.

O Palácio do Planalto de Michel Temer, em plena campanha para limitar gastos públicos, torra R$ 500 mil com um show para VIPs em homenagem ao centenário do samba.

Tudo parece surreal para o cidadão comum, que enfrenta uma jornada de trabalho semanal de 44 horas, que se angustia à espera das reformas trabalhista e da Previdência e que aguarda com expectativa o 13º que o Estado pode não honrar.
Para quem está na fila dos 12 milhões de desempregados ou para quem assiste perplexo na TV à história de cinco jovens assassinados supostamente pela PM em São Paulo.

O Brasil segue como um país desigual e injusto. Sob vários aspectos
Herculano
09/11/2016 07:24
TRIUNFO DE TRUMP EM 9/11 EQUIVALE A UM NOVO, por Josias de Souza

O espetáculo confuso que os Estados Unidos proporcionam ao mundo neste dia 9/11 produz efeitos tão devastadores quanto aqueles que se seguiram ao ataque de 11/9. Tomada pela radicalidade das mudanças que pode provocar no mundo, a eleição de Donald Trump é equiparável ao histórico ataque terrorista. A diferença é que, dessa vez, os americanos dispensaram o inimigo externo, produzindo um inusitado autoataque ?"uma espécie de trumpicídio.

Se o triunfo de Trump ensina alguma coisa é que todas as premissas sobre as quais o establishment americano construiu os seus valores depois da Segunda Grande Guerra estão com o prazo de validade vencido. O isolamento que a opção por Trump representa é um convite do império para que as nações comecem a planejar um novo começo. Mais ou menos como Deus fez depois do Dilúvio.

O sucesso de Trump é um prêmio à mediocridade. Seu hipernacionalismo ressentido, com traços de xenofobia, racismo, isolacionismo e desprezo à liberdade de expressão são sinais de que o mundo pós-9/11 não será o mesmo. Quando escreverem o enredo da geração atual é do topete de Trump que falarão os historiadores, e não da popularidade de Barack Obama, representado na disputa pelo 'mal menor' Hillary Clinton, um outro nome para desastre.

Resta agora saber o seguinte: o recomeço que se esconde sob o penteado exótico de Trump é um prenúncio do quê? Seja o que for, o mundo não será melhor do que já foi. Um presidente dos Estados Unidos que diz não acreditar no aquecimento global e que guindou à condição de prioridade a construção de um muro na fronteira com o México pode resultar em qualquer coisa, menos em coisa boa.
Herculano
09/11/2016 07:23
DONALD TRUMP GANHOU NOS ESTADOS UNIDOS. A VIDA SEGUE

Primeiro, a imprensa brasileira, majoritariamente à esquerda, está decepcionada. Ela não vota. O povo vota. Outra lição.

Segundo. Voto é voto. Os estadunidenses não sabem votar? Ai há recados claros. A sociedade norte americana continua conservadora. É só morar fora de Nova Iorque, Califórnia e Flórida para perceber isso mais facilmente.

Ela elegeu os Democratas para consertar a economia que Busch esfacelou. Refeita com Obama, preferiu retomar a origem. Natural.

Terceiro. O que a eleição de lá tem a ver para o Brasil? Por enquanto só especulações. América Latina não está no radar americano dos republicanos.

O Brasil quebrado tem que encontrar as suas soluções com os benefícios direitos que criou para os servidores e que ameaça o futuro deles e o nosso, os pagadores dessa farra e que tira o dinheiro da saúde, educação, segurança, obras... Wake up, Brazil!
Aurelio Marcos De Souza
09/11/2016 05:50
Bom Dia. Não basta todas as incertezas internas, agora temos que nos preocupar com as externas. Donald Trump, acaba de ser eleito presidente dos Estados Unidos.
PMDB ROXO
08/11/2016 22:46
Herculano,

Como sempre te falei aqui, esquece vc não será o ministro das comunicações, aqui é o novo PMDB sem Paca, sem Naldo Gaertner, sem P. Werner, sem o Nadinho, sem Lauro, Jacó e principalmente sem você.Aleluia irmão.
Herculano
08/11/2016 17:36
AGUENTE FIRME, SÉRGIO MORO, por Mario Sabino, de O Antagonista

Os lacaios do lulopetismo e integrantes de outras correntes estridentes recrudesceram os ataques a Sérgio Moro desde que o Comandante Máximo tornou-se réu na Lava Jato.

Moro foi chamado de inepto, parcial, ignorante, Savonarola, Tirano de Siracusa e até mesmo ridículo. Acusaram-no, ainda, de nutrir ambições políticas e alimentar o culto à própria personalidade, por intermédio da página da sua mulher no Facebook. Bobagem. Se eu fosse a mulher de Moro, teria orgulho de manter uma página sobre o maridão - e faria de tudo para incluir fotos e filminhos dele. Não duvido, aliás, que o juiz tenha sido obrigado a fazer um acordo doméstico de colaboração premiada com a sua querida Rosângela.

Quando Moro apareceu na Veja, deixando-se fotografar no embarque para a sua mais recente viagem aos Estados Unidos e dentro do avião, eu não gostei. Achei que ele havia aberto uma brecha para os seus inimigos - para os nossos. Ainda assim, Moro não fez nada de eticamente reprovável. Natural que tenha cedido um pouco à vaidade e também pensado que, pelo fato de ser a figura pública mais aclamada do Brasil, os leitores da revista tinham o direito de saciar minimamente a curiosidade sobre a sua vida.

Com Lula réu, diante da fúria dos lacaios do lulopetismo e integrantes de outras correntes estridentes, Moro deu uma grande entrevista a Fausto Macedo e Ricardo Brandt, no Estadão. Reafirmou que jamais entraria para a política (ele sabe muito bem que Antonio di Pietro, o juiz da Mãos Limpas, errou ao enveredar por tal caminho), disse que o foro privilegiado deveria ser restringido, esclareceu pela enésima vez que a corrupção é causadora de instabilidade, não o seu enfrentamento, e que a Lava Jato não tem data para terminar, uma vez que continuam a surgir informações sobre o maior esquema de corrupção do país.

A decisão de conceder a entrevista foi boa, inclusive como forma de apaziguar-se, mas espero que Moro silencie de agora em diante. Que fale apenas por meio dos autos. Pelo simples motivo de que não adianta nada tentar combater com a lógica esses detratores. Você vai de florete, os sujos vêm com gás sarin.

Transmito aqui a minha mensagem: prezado Sérgio Moro, no tribunal da história, o senhor já entrou como o maior juiz brasileiro - e eles todos, como réus. Enquanto a posteridade não chega, aguente firme o tranco do presente, porque todos os cidadãos de bem estão do seu lado.
Herculano
08/11/2016 12:51
ILHOTA EM CHAMAS. DEPOIS DE GASPAR, EM ILHOTA O LIXO DEIXA DE SER RECOLHIDO

O lixo orgânico domiciliar de Ilhota deixou de ser recolhido nesta segunda-feira pela Recicle, de Brusque.

A razão é a falta de pagamento. E a imprensa, em silêncio.

A prefeitura de lá e sob o comando de Daniel Christian Bosi, PSD, que não foi à reeleição, mandou o pessoal da prefeitura disfarçar para não ganhar manchetes na imprensa e recolher o lixo dos ilhotenses com suas próprias máquinas e caminhões.

A pergunta que não quer calar. Onde está sendo depositado o lixo de Ilhota? A Recicle é a única na região com depósito. Se ela não recolhe, ela recebe o lixo de Ilhota sem pagamento?
Miguel José Teixeira
08/11/2016 12:45
Senhores,

Eis a pérola extraída do Jornal do Senado, edição de hoje:

"Telmário Mota (Senador do PDT-RR) fez um apelo ao governo federal para que dê assistência aos imigrantes venezuelanos em Roraima.

A imigração desordenada ocorre especialmente em Pacaraima, que faz divisa com a Venezuela, e na capital, Boa Vista, destino de boa parte dos venezuelanos.

O senador disse que já há o registro de 30 mil pessoas que cruzaram a fronteira somente em 2016, devido às dificuldades enfrentadas no país vizinho.

Segundo ele, muitos dos imigrantes não têm empregos e muitas vezes se abrigam em prédios abandonados sem condições necessárias a uma vida digna. A falta de ocupação, disse o senador, faz com que aumentem a criminalidade e a prostituição."

Mais um delírio dos vermelhóides esquerdopatas que apoiam o sanguinário regime bolivariano venezuelano. . .

Coincidentemente, João Pizzolatti (PP) é secretário de Relações Institucionais de Roraima. . .

Felizmente, o Povo Brasileiro disse um sonoro NÃO ao reino bolivariano PeTralha. . .
Sidnei Luis Reinert
08/11/2016 12:14
Preparando a impunidade e a tungada no seu bolso


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O Brasil entra no dilema entre a vitória da Lava Jato ou da Lavagem a Jato. Os políticos querem fugir da primeira. No entanto, fazem de tudo para viabilizar a segunda. O plano é bem simplório. Basta anistiar ou reduzir os efeitos do caixa dois sobre as campanhas eleitorais para que sejam produzidos efeitos jurídicos. O resto será feito pelas super bancas de advocacia pagas a peso de ouro. Para facilitar o pagamento, nada como garantir que a segunda etapa da repatriação de dinheiro contemple políticos e seus parentes.

Enquanto cuidam de arranjos legais para garantir a sobrevivência ao tsunami da Lava Jato e sofisticam seus esquemas de lavagem de dinheiro, também com "apoio legal", os políticos arrumam mais um jeitinho de tirar dinheiro do cidadão comum - já espoliado por 92 impostos e juros estratosféricos, enquanto grande parte tenta sobreviver sem emprego, na economia informal, com nome sujo, cada vez mais endividado e emocionalmente desmoralizado. A tal "Reforma da Previdência", cuja proposta o governo pretende mandar ao Congresso até o dia 13 de dezembro, é mais uma bomba armada contra a economia popular.

A terça-feira promete... Não só pelo resultado da eleição presidencial norte-americana - que mexe com o mercado mundial. No Congresso Nacional e no Palácio do Planalto tem gente menos preocupada se vencerá o Donald Trump ou a Hillary Clinton. A expectativa é pelo desfecho (previsivelmente trágico) das delações premiadas da Odebrecht. As deduragens legais, na Lava Jato, prometem uma mexida violenta com centenas de políticos profissionais brasileiros beneficiados pela corrupção.

A instabilidade política nunca esteve tão evidente, embora o noticiário tradicional prefira não chamar a atenção para o fenômeno. Na verdade, nem precisa. As redes sociais cumprem este papel com maestria. O nível de indignação e revolta da maioria das pessoas, outrora desinformadas, agora é crescente. O juiz Sérgio Moro se transformou no símbolo do combate à corrupção. A melhor novidade é que magistrados que pensam e agem como ele se multiplicam. Ao mesmo tempo em que, dentro e fora do Judiciário, se intensifica um salutar e essencial debate sobre regramento excessivo, rigor seletivo, eficiência da Polícia Judiciária, produtividade e custo do judiciário e o alto custo social da impunidade.

Brasileiros não podem suportarão novas tungadas no bolso. Ao mesmo tempo, não aceitarão que políticos corruptos legislem e governem em causa própria. A pressão vai aumentar sobre o judiciário. Os Poderes Públicos brasileiros terão de passar por uma profunda mudança estrutural, sob risco de ruptura institucional. O Brasil começa a mudar de verdade, mesmo que não seja na velocidade desejável. O papel da juventude, interligada nas redes sociais, fará a diferença essencial, enquanto a guerra de todos contra todos os poderes fica mais tensa, em uma sociedade vitimada pela violência patrocinada por um sofisticado sistema do crime institucionalizado.

Muito em breve, bandidos de todas as espécies e classes, que reinavam no pedaço, experimentarão a explosão da ira e da revolta popular.
Herculano
08/11/2016 10:03
da série: e Santa Catarina é diferente? Quando tenentes coronéis se "aposentam" aos 50 anos com o soldo máximo da carreira... E Gaspar é diferente? Um simples funcionário acumula tantas vantagens que em curto tempo possui vencimento igual ou superior de um secretário? Isto é justo? Quem paga isso? O contribuinte com mais pesados impostos e a população carente que ao invés de receber serviços, fica sem, porque o poder público precisa pagar as exceções, as mazelas, os amigos e os poucos privilegiados, todos legais, criados por políticos malandros ou omissos.

ESTADO DE ANARQUIA, José Casado, para o jornal O Globo

Rio tem aposentado de R$ 75,5 mil e servidor ativo de R$ 48,7 mil. Estado aumenta imposto, mas não sabe o valor dos incentivos que deu nos últimos anos

Governantes não sofrem de estresse, eles provocam nos governados. No Rio, como em outros 11 estados, a má gerência pública ameaça o humor e os bolsos de 16,4 milhões de habitantes.

Para tapar parte do buraco cavado nas contas estaduais durante décadas, o governo decidiu aumentar o principal imposto local (ICMS), que é cobrado em cascata da fabricação até o consumo de produtos e serviços.

Por isso, viver no Rio vai custar mais na energia, na gasolina, na cerveja, no chope, na telefonia e na internet. Exemplo: se o estado arrecadava R$ 57 numa conta de luz de R$ 200, a partir de janeiro tomará R$ 64 do consumidor.

Os chefes do Executivo, Legislativo e Judiciário fluminenses são incapazes de garantir que em 2017 não haverá novos aumentos na carga tributária. Mostram-se impotentes, também, para assegurar pagamento dos 470,4 mil inscritos na folha de pessoal. Ano passado eles custaram R$ 1.914,27 a cada habitante ?" 12,5% acima da média per capita nacional.

O Estado do Rio tem mais servidores inativos (246,7 mil) do que em atividade (223,6 mil). Sua folha salarial espelha a devastação administrativa executada por sucessivos governos, por interesses políticos e corporativos.

Há aposentadorias de até R$ 75,5 mil no antigo Departamento de Estradas de Rodagem e de R$ 53,4 mil na Fazenda estadual ?" mostram dados da Secretaria de Planejamento.

Entre servidores ativos, existem remunerações de até R$ 48,7 mil na Defensoria Pública; de R$ 47,2 mil na Fazenda; de R$ 41,9 mil no Detran; de R$ 39 mil na Procuradoria-Geral, e, de R$ 38,2 mil no Corpo de Bombeiros.

Em setembro, o sistema de pagamentos do funcionalismo registrou nada menos que 312 tipos de vantagens, gratificações, auxílios, adicionais e abonos à margem da remuneração convencional. Contam-se, por exemplo, 188 variedades de gratificações e 42 auxílios.

Premia-se por "assiduidade" quem comparece ao trabalho. Gratifica-se por "produtividade", "desempenho", "aproveitamento", "responsabilidade técnica", "qualificação", "habilitação", "titulação" e "conhecimento". Paga-se por "produção", "resultados" e até por "quebra de caixa" - aparentemente, quando o saldo é positivo. Tem até uma gratificação "extraordinária de Natal".

Cargos de confiança no governo, na Assembleia ou no Tribunal de Justiça têm adicionais por anuênios, triênios e quinquênios, além de "verba de representação". Participantes de conselhos ganham "gratificação de órgão de deliberação coletiva", "jeton" e "honorários".

Em paralelo, pagam-se adicionais por "titularidade", por "atribuição" e até por ocupação de cargo de "difícil provimento". Existem também "retribuições", como a de "licenciamento de veículos" e a de "exame de direção".

O estado perdeu o controle das suas contas. Não sabe sequer o valor das renúncias fiscais que concedeu nas últimas três décadas - o TCE estima entre R$ 47 bilhões e R$ 185 bilhões. Há casos de incentivos a só um beneficiário, alguns por tempo indeterminado, e vários decididos sem o aval da Fazenda.

O orçamento estadual é um clássico de conta feita para indicar como será aplicado o dinheiro que já foi gasto. Numa insólita rubrica da folha de pessoal prevê até um bálsamo para dificuldades financeiras: "Adiantamento funeral".
Herculano
08/11/2016 09:49
da série: o que o governador Raimundo Colombo, PSD, esconde dos catarinenses.

CRISE DA PREVIDÊNCIA FLUMINENSE NÃO É A ÚNICA, editorial do jornal O Globo

O Rio de Janeiro foi o primeiro estado a reagir com medidas amplas ao agravamento da crise fiscal, e é grande o número de unidades da Federação em apuros

O Rio de Janeiro, com sua capital, costuma lançar moda, antecipar tendências. Isso acontece na crise fiscal, a mais grave pelo menos desde meados do século passado, razão do pacote de ajustes lançado pelo governador Luiz Fernando Pezão na sexta-feira, e entregue ontem formalmente à Assembleia Legislativa (Alerj).

O estado padece do mesmo sério problema que desestabiliza a União: receitas em queda, devido à recessão causada pelos erros de política econômica acumulados desde o segundo mandato de Lula ?" e aprofundados com Dilma, a ponto de ela sofrer impeachment, por desmandos fiscais ?", enquanto as despesas, boa parte delas indexada à inflação ou ao salário mínimo, sobem. A irresponsabilidade fiscal cortou os fluxos de investimentos, Dilma insistiu na concessão de incentivos ao consumo enquanto mascarava a contabilidade pública, e assim o PIB naufragou em funda recessão que já produziu 12 milhões de desempregados e ruma para os 13 milhões.

O Rio de Janeiro foi o primeiro estado a propor ao Legislativo um conjunto de medidas duras, caminho a ser percorrido pelo resto da Federação. Com uma crise agravada pela aposta errada na manutenção do fluxo de elevadas receitas provenientes dos royalties pagos pela produção de petróleo e gás, o governo quer suspender reajustes salariais, anuncia cortes na máquina administrativa e leva à apreciação dos deputados uma reforma na previdência estadual. Pode servir de modelo a outros estados também com graves desequilíbrios nos sistemas de seguridade ?" e não são poucos.

Para evitar um déficit orçamentário estimado em R$ 17,5 bilhões este ano, dos quais R$ 12 bilhões apenas na previdência, o Palácio Guanabara deseja aumentar a alíquota de contribuição dos servidores ativos de 11% para 14% e, durante quatro quadrimestre, uma taxa adicional de 16%. Quem hoje nada contribui recolherá os mesmos 30%.

A paulada é proporcional à demagogia e ao populismo com que salários, aposentadorias e pensões costumam ser tratados por governantes. Mas chega um dia em que é preciso apagar um enorme incêndio fiscal como este, e a conta pesada é entregue aos contribuintes. O desastre é amplo. De acordo com estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), das 27 unidades da Federação, 13 não têm como arcar com um ano de benefícios de seus afiliados ?" indicador da baixa liquidez de todo o sistema. No ano passado, a previdência dos estados e mais o Distrito Federal acumulou um déficit de R$ 60,9 bilhões

Numa situação desta gravidade, há ainda a intenção do governo de corrigir o absurdo que é a Justiça, o MP, a Defensoria e o TCE não recolherem sua parte para a aposentadoria de seus bem remunerados servidores. A conta vai direto para o Tesouro estadual, virtualmente quebrado, como o da União. A Alerj precisa ser firme na aprovação do pacote.
Herculano
08/11/2016 09:47
ACONTEÇA O QUE ACONTECER, A VITORIA DE DONALD TRUMP ESTÁ GARANTIDA, por João Pereira Coutinho, sociólogo e escritor português, no jornal Folha de S. Paulo

Peço desculpas ao leitor se estraguei o café da manhã. Mas o título não é uma previsão; é uma conclusão. Trump já ganhou, mesmo que perca. Porque o populismo vence sempre, mesmo quando não vence. Lição da história.

Nos últimos dias, entediado com tantos clichês sobre a corrida presidencial americana, procurei outras pastagens para os meus neurônios. E encontrei um livro recente de John B. Judis, intitulado "The Populist Explosion", que merece leitura por qualquer pessoa interessada em política.

Como o título indica, é uma análise do populismo nos Estados Unidos e na Europa. Como explicar Donald Trump (e Bernie Sanders)? E como explicar a onda populista que varre Espanha, França, Itália, Áustria, Suécia etc. etc.?

Deixemos a Europa para uma próxima oportunidade. Fiquemos nos Estados Unidos porque a palavra ?""populismo"?" nasceu lá e só depois emigrou para a Europa (e, claro, para a América Latina).

Para Judis, o "populismo", mais do que uma "ideologia", é sobretudo uma "lógica política": um confronto entre o "povo" e a "elite" em que o líder carismático defende o primeiro contra os alegados abusos da segunda. Trump é apenas o último capítulo de um fenômeno que sempre emergiu em situações de crise.

Essa história começa em finais do século 19, quando o entusiasmo do governo pelo "capitalismo laissez-faire" não era partilhado pelos agricultores do sul e das Grandes Planícies. Uma combinação de desastres naturais, monopólio ferroviário que cobrava forte pelo transporte dos produtos agrícolas e mão de obra barata (da China, do Japão, da Itália) levou à revolta dos trabalhadores nativos, representados pelo Partido Populista, contra a "oligarquia" dos dois partidos.

Exigências dos populistas: nacionalização da ferrovia; fim da imigração (sobretudo chinesa); maior poder para o governo na esfera econômica, de forma a proteger os mais vulneráveis.

O Partido Populista desapareceu com a nova centúria (foi absorvido pelos democratas de William Jennings Bryan). Mas a influência do populismo, à direita e à esquerda, continuou: com o republicano Roosevelt (Theodore) e com o democrata Roosevelt (Franklin).

Aliás, se existe uma lei na dinâmica populista é que ela, quando hiberna, deixa sementes que serão transplantadas para os partidos do sistema.

Escreve John B. Judis, com inteira razão, que Franklin Roosevelt não concedeu prioridade imediata às desigualdades econômicas provocadas pelo Grande Depressão ao ser eleito em 1932.

O Roosevelt do New Deal também se explica com o populismo de Huey Long, o político da Lousiana que, antes de ser assassinado, em 1935, era uma ameaça para os democratas ao defender taxação séria dos ricos e redistribuição de riqueza pelas massas. Roosevelt não desprezou esses argumentos.
Sabemos hoje que o New Deal se tornou a ideologia dominante durante quatro décadas. Pelo menos, até George Wallace entrar em cena, em nome da classe média (e branca) que pagava essa ideologia.

O populismo de Wallace, combatendo a cultura de assistencialismo e a "burocracia corrupta" de Washington, foi tão poderoso que alterou o perfil dos eleitorados democrata e republicano. Os democratas passaram a contar com o apoio da "intelligentsia" e dos profissionais liberais. Os republicanos acolheram o "homem comum" e o desprezo pelas intromissões do governo federal.
Até hoje.

E Trump? Como qualquer populista, ele surge no rastro da grande recessão de 2008. Mas nada do que ele diz é novidade. Combater a imigração; proteger a indústria americana da competição internacional; impedir a deslocalização de empresas para fora dos Estados Unidos; cultivar o isolacionismo nas relações internacionais ?"tudo isso foi dito por Ross Perot ou Pat Buchanan, dois populistas recentes que antecederam Trump e prepararam o caminho.

No futuro, todas essas ideias serão assimiladas e praticadas, de forma mais elegante e racional, pelos partidos do sistema que nunca ficaram imunes às persuasões populistas. A sensibilidade populista é a primeira antena a captar preocupações reais da população, mesmo que as respostas a essas preocupações sejam toscas ou radicais.

Moral da história?

Donald Trump é um pormenor. Como nas leis da química, o populismo que ele encarna nunca morre e nunca perde. Apenas se transforma.
Herculano
08/11/2016 09:39
A REGRA DO JOGO, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

Segundo Moro, o que mais choca é que corrupção não era exceção, mas sim a regra

Em sua longa e inédita entrevista a Fausto Macedo e Ricardo Brandt, no Estado, o juiz Sérgio Moro foi simples, cauteloso, mais preocupado em dar sua versão da Lava Jato ao País do que ostentar erudição para seu público interno ou fazer provocações incabíveis aos alvos das investigações e sentenças. Não personificou críticas e não adiantou julgamentos, mas deixou muito claras suas posições e motivações.

Assim como eu, tu, nós e eles, Moro confessou que o que mais o chocou em todas essas revelações da Lava Jato foi "a própria dimensão dos fatos" e a descoberta de "uma corrupção sistêmica, corrupção como uma espécie de regra do jogo". Sim, há crime de colarinho branco no Brasil e no mundo. Sim, desvio de dinheiro público, ganância do setor privado, enriquecimento de servidores, nada disso é novo, nem tão surpreendente. O que surpreende, ou choca, é a dimensão, é a corrupção deixar de ser exceção e virar regra.

Talvez o exemplo mais contundente disso seja o delator Pedro Barusco, que se comprometeu a devolver US$ 100 milhões. O cara era gerente de Engenharia da Petrobrás, ou seja, nem diretor era. E devolve o correspondente a R$ 320 milhões?! Quem devolve tudo isso roubou quanto? E ainda guardou quanto? Logo, Barusco dá uma boa dimensão do que foi o petrolão e mostra como a corrupção não era restrita, ocasional, mas uma rede sem limites, corriqueira.

E por que só ex-tesoureiros do PT foram presos? (Aliás, três deles.) A resposta de Moro foi simples: só tinha poder para nomear e manter diretores e gerentes que negociavam, distribuíam e embolsavam propinas milionárias era quem estava no governo. Por óbvio, quem não tinha a caneta e o Diário Oficial não podia nomear um Barusco para roubar e fazer o rateio do roubo. Então, perguntaram os repórteres, a Lava Jato vai poupar PSDB e até o PMDB, principal aliado do PT com Lula e Dilma? "Processo é uma questão de prova", respondeu Moro, machadianamente. Poderia acrescentar: "questão de prova, meu caro Watson".

Moro disse que "o trabalho feito lá (no Supremo) merece todos os elogios", mas não deixou de mexer numa velha ferida exposta agora pela Lava Jato: o foro privilegiado. O STF não está capacitado para investigar, julgar, condenar ou absolver 513 deputados, 81 senadores e todos os outros poderosos que têm privilégio de foro. E são só 11 ministros, atolados por 44 mil processos só no primeiro semestre deste ano. No mínimo, tudo será muitíssimo mais lento. Para Moro, o ideal seria reduzir o foro privilegiado, que penaliza os ministros e acaba por beneficiar os políticos, para os presidentes da República, do Senado, da Câmara e do próprio Supremo.

Sempre cauteloso, Moro repetiu o questionamento da ministra Cármen Lúcia sobre a oportunidade de o Senado endurecer a lei de abuso de autoridade em meio ao maior julgamento de partidos e políticos da história do País, mas fez uma espécie de chamamento ao Congresso para "acompanhar a percepção de que é necessário mudar" e aprovar o pacote de medidas anticorrupção apresentado pelo MP e referendado por milhões de brasileiros.

Por falar nisso, o juiz disse que "jamais, jamais" seria candidato a um cargo político. Está escrito e publicado, mas Moro só tem 44 anos, comanda um processo inédito de depuração das práticas políticas e é tão amado e tão odiado quanto costumam ser, não os juízes, mas os políticos. E, afinal, o futuro a Deus pertence.

Suspeita. Conversando no domingo com o ex-ministro e meu amigo Milton Seligman, surgiu a dúvida: quem votou pelo Brexit no Reino Unido, contra o acordo de paz na Colômbia e pela ascensão de Trump foram os homens brancos, de meia-idade, sem diploma e conservadores? Ou foi o populismo fácil, o marketing rasteiro, a manipulação de líderes irresponsáveis?
Herculano
08/11/2016 09:38
este assunto é algo complexo e leva muito anos de estudos, neste artigo, ele se torna simples de ser compreendido, principalmente para os jovens distantes desses rótulos e que abraçam a ignorância como discurso.

NÃO EXISTE LIBERAL CONSERVADOR, por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal

Conheço um monte de gente que se diz "liberal-conservadora".  Geralmente, essas pessoas afirmam ser liberais em economia e conservadores nos costumes.  Pretendo aqui tentar esclarecer que a expressão "liberal-conservador" é um oximoro, uma contradição em termos.

Em seu famoso manifesto "Por que não sou conservador", Hayek imaginou um triângulo eqüilátero no qual, sobre cada um dos vértices, situavam-se liberais, conservadores e socialistas.  O triângulo de Hayek visava contrapor a ideia de que os liberais se encontram no meio de uma linha em que os extremos são ocupados, à direita, por conservadores e, à esquerda, por socialistas.

Malgrado existam liberais, conservadores e socialistas de diversos matizes, distribuídos ao longo de cada um dos lados do triângulo, a verdade é que podem ser traçadas fronteiras bem nítidas entre essas três correntes.  Assim como os ditos socialistas podem ser mais ou menos radicais (comunistas ou social-democratas), o mesmo ocorre com os conservadores e com os próprios liberais.

Entretanto, nenhuma dessas correntes ou ideologias se funde com a outra.  Assim como não existe "social-liberalismo", também não acho adequado falar de "liberal-conservadorismo" ou "social-conservadorismo".

Embora certos nichos neoconservadores mais radicais ainda prezem o nacionalismo e, por conseguinte, apoiem medidas protecionistas (tanto em relação ao comércio quanto à imigração), além do aumento da tributação para financiar o fortalecimento das forças armadas, de forma geral a doutrina conservadora observa o liberalismo econômico como um valor, ainda que lhe atribuam um peso bem menor que os próprios liberais. 

Portanto, se você é liberal apenas em economia, mas conservador no resto, você não é "liberal-conservador", mas apenas conservador.  Da mesma forma, a defesa da liberação das drogas, da prostituição, da eutanásia, etc. não o torna um "social-liberal", mas, pura e simplesmente, liberal.

Por outro lado, muitos liberais autênticos se consideram conservadores pelo simples fato de defenderem valores morais rígidos.  Gente que é avessa ao consumo de drogas, à prostituição, à eutanásia, ao aborto, à pornografia, bem como professa valores religiosos e familiares rigorosos, por exemplo, não raro se considera conservadora.  Na verdade, você pode ser tudo isso e, ainda assim, ser um liberal radical, bastando apenas que você não defenda o uso dos poderes de polícia do estado para impor aos demais os seus valores ou obrigá-los a rezar pela sua cartilha.

Este que vos fala é considerado por muitos um sujeito bastante careta.  Entre outras coisas, está casado há 32 anos com a mesma mulher, não consome drogas, não é chegado à pornografia, nem a prostitutas.  Entretanto, defende o direito dos outros de fazer tudo isso e acha que o Estado não tem o direito de impor seus próprios valores aos demais.

Ninguém explicou essa questão melhor do que Hayek.  Segundo o austríaco, "Em termos gerais, poderíamos afirmar que o conservador não se opõe à coerção ou ao poder arbitrário, desde que utilizados para fins que ele julga válidos. Ele acredita que, se o governo for confiado a homens probos, não deve ser limitado por normas demasiado rígidas".

Como se vê, o que determina se alguém é liberal ou conservador não é, de maneira nenhuma, os valores morais segundo os quais essa pessoa decidiu viver, mas a sua visão sobre os limites dos poderes do estado.  Portanto, a diferença não está propriamente nos valores, mas precisamente nos princípios que cada um defende.  Mas deixemos que o próprio Hayek sintetize:

"Como o socialista, o conservador preocupa-se menos com o problema de como deveriam ser limitados os poderes do governo do que com o de quem irá exercê-los; e, como o socialista, também se acha no direito de impor às outras pessoas os valores nos quais acredita. Quando digo que o conservador carece de princípios, não quero com isso afirmar que ele careça de convicção moral.

"O conservador típico é, de fato, geralmente um homem de convicções morais muito fortes. O que quero dizer é que ele não tem princípios políticos que lhe permitam promover, junto com pessoas cujos valores morais divergem dos seus, uma ordem política na qual todos possam seguir suas convicções. É o reconhecimento desses princípios que possibilita a coexistência de diferentes sistemas de valores, a qual, por sua vez, permite construir uma sociedade pacífica, com um emprego mínimo da força. Sua aceitação significa que podemos tolerar muitas situações com as quais não concordamos.

"Há muitos valores conservadores que me atraem mais do que muitos valores socialistas, porém a importância que um liberal atribui a objetivos específicos não lhe serve de justificativa suficiente para obrigar outros a submeter-se a eles. Não duvido que alguns de meus amigos conservadores ficarão chocados com as "concessões" às opiniões modernas que eu teria feito na Parte III deste livro. Contudo, embora possa não gostar, tanto quanto eles, de algumas das medidas mencionadas e até votasse contra elas, não conheço nenhum princípio geral ao qual recorrer para persuadir os que têm opinião diferente de que tais medidas são inaceitáveis na sociedade que eu e eles desejamos. Para conviver com os outros é preciso muito mais do que fidelidade aos nossos objetivos concretos. É necessário um comprometimento intelectual com um tipo de ordem em que, até nas questões que um indivíduo considera fundamentais, os demais têm o direito de buscar objetivos diferentes."
Marcelo
08/11/2016 09:32
Herculano, o lixo está fedendo em Ilhota. A cidade está sem coleta desde o inicio dessa semana, a empresa responsável não da informações somente manda procurar a prefeitura. Já na prefeitura ninguém se manifestou oficialmente, mas extra oficial um funcionário informou que por falta de pagamento a empresa parou de coletar.
Herculano
08/11/2016 09:16
DESISTA, PETISTA, NOS JÁ SABEMOS QUAL É A SUA, por Kim Kataguiri, coordenador do Movimento Brasil Livre, no jornal Folha de S. Paulo

Quando o PT negou a Constituição de 1988, você vibrou. Achou incrível aquela atitude revolucionária, que negou os retrocessos da "direita". A mesma coisa quando o PT votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal.

"Que legitimidade esse Congresso neoliberal pensa que tem para limitar a capacidade do governo de promover a justiça social?", pensou.

Você dizia que as manifestações de rua eram a expressão máxima da democracia e que todos que reivindicassem seus direitos deveriam ser ouvidos. "Mais cotas, democratização da mídia, taxação de grandes fortunas, passe livre já!". Era lindo ver as ruas tomadas de vermelho.

Com a mesma empolgação você exaltava os pobres e a pobreza. Celebrando a vitória dos governos petistas nas urnas, você explicou, de peito estufado, que o povão sabe votar, sim. A sabedoria daqueles que sentem a pobreza na pele era maior do que a arrogância dos que defendiam a "direita" do alto de seus doutorados.

Você foi absolutamente compreensivo quando, em 2015, Dilma cortou R$ 10,5 bilhões da Educação, prejudicando iniciativas como o Pronatec e o Fies, e nomeou Joaquim Levy, representante do mercado financeiro, para o Ministério da Fazenda. As coisas não iam muito bem, era preciso acertar as contas. A gerentona até elogiou a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Em março deste ano, quando o governo petista propôs um teto para os gastos públicos por meio de um projeto de lei complementar, você também não ligou. Dilma estava sujeita à pressão dos bancos, que, apesar dos lucros recordes, nunca aceitaram a criação de direitos para os mais pobres.

Tudo mudou quando a população pintou as ruas de todo o país de verde e amarelo para pedir o impeachment de Dilma Rousseff. Ali você já não achava que as ruas eram soberanas. Aquela gente pequena, ignorante, de classe média, não tinha o direito de se manifestar. Afinal, a rua tem dono, e fascista ?"que é aquele que simplesmente discorda de você?" tem mais é de ficar calado.

A Constituição e a Lei de Responsabilidade Fiscal, que você sempre desprezou, passaram a pautar os seus argumentos. "É golpe! Sempre defendi as leis", você dizia. Fechando os olhos para a infinidade de documentos que provavam o crime, berrou e esperneou contra os milhões de brasileiros que, segundo você, estavam a serviço de uma conspiração das elites.

Mesmo após a condenação de Dilma Rousseff, você se negou a aceitar a derrota. Esperneou contra a proposta de teto de gastos do governo Temer dizendo que ela cortaria investimentos nos setores da Saúde e Educação e se disse emocionado com o discurso de Ana Júlia -porta-voz das invasões que acabaram em depredações, agressões e até na morte de um adolescente -, mas não deu um pio sobre a votação em que PT, PSOL e PC do B se posicionaram contra o investimento de mais de R$ 1 bilhão na Educação.

Você atingiu o ápice da hipocrisia quando, deparando-se com a acachapante derrota de Freixo (PSOL) no Rio e Haddad (PT) em São Paulo, despejou seu ódio contra os pobres, chamando-os de burros e dizendo que eles eram merecedores da própria miséria. A "festa da democracia" transformou-se em "ditadura dos pobres que não sabem votar".

Desista, cara. Você sabe que não quer ter um debate intelectualmente honesto. Você não dá a mínima para o país. Sua moral é flexível, e o que define sua curvatura é um partido político.
Herculano
08/11/2016 09:09
OS ESCLARECIMENTOS DE MORO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Motivado, segundo suas próprias palavras, pela necessidade de "prestar alguns esclarecimentos", o juiz Sérgio Moro, principal responsável pelos julgamentos dos réus da Lava Jato na primeira instância, deu uma importante entrevista a Fausto Macedo e Ricardo Brandt, do Estado, na qual afirmou que o foco da Lava Jato "não tem sido propriamente o caixa 2 de campanhas eleitorais, mas o pagamento de propinas na forma de doações eleitorais registradas ou não registradas, ou seja, crime de corrupção". Esse era o esclarecimento que se fazia mais necessário ante a perspectiva de se confundir uma situação que envolve indistintamente todos os partidos políticos ?" o financiamento eleitoral com dinheiro de empresas ?" e o crime de corrupção disfarçado de doação eleitoral efetuada por empreiteiras para partidos, em especial os que estavam no governo.

Nunca é demais enfatizar a clara diferença entre uma coisa e outra. No primeiro caso, partidos da situação e da oposição eram, até pouco tempo atrás, fartamente financiados por empresas muito interessadas em eventuais favores que seus financiados pudessem fazer uma vez eleitos. Tratava-se, obviamente, de captura do poder político por pessoas jurídicas ?" que, por definição, não são eleitores ?", razão pela qual a prática foi felizmente abolida pelo Supremo Tribunal Federal. A despeito do caráter evidentemente nocivo para a democracia, não havia crime nessa prática.

Mesmo assim, em tempos de escandalosas delações e de pânico generalizado sobre novas listas de políticos e partidos eventualmente envolvidos na Lava Jato, corre-se o risco de considerar todos os beneficiários de doações eleitorais de empreiteiras como sendo partes integrantes do esquema criminoso genericamente chamado de "petrolão". Ora, se assim fosse, não restaria pedra sobre pedra no sistema político-partidário nacional ?" situação que interessaria àqueles que efetivamente têm culpa no cartório, isto é, que receberam propina, pois essa interpretação igualaria a todos.

Ciente de que se trata de situações muito diferentes, o juiz Sérgio Moro disse que o foco da Lava Jato é apenas o "pagamento de propinas na forma de doações eleitorais registradas ou não registradas, ou seja, crime de corrupção". Esse pagamento, conforme enfatizou o magistrado, só poderia ter sido feito a "agentes políticos que pertenciam à base de sustentação do governo", pois eram os partidos destes que "davam suporte à permanência daqueles agentes da Petrobrás (envolvidos no esquema) em seus cargos".

Vem em boa hora esse esclarecimento de Moro, para que se frustrem as artimanhas dos encalacrados na Lava Jato, especialmente os petistas, ansiosos para provar que são "perseguidos" por aquele juiz e pela força-tarefa da operação. Ora, como afirmou Moro, "se havia uma divisão de propinas entre executivos da Petrobrás e agentes políticos que lhes davam sustentação, vão aparecer (nas delações) esses agentes que estavam nessa base aliada".

A lógica cristalina dessa resposta, que não embute nenhum juízo de valor político-partidário ou ideológico, revela o equilíbrio que se espera do magistrado que hoje é a referência da mobilização da sociedade contra a corrupção. Sem deixar de expressar sua indignação com as práticas deletérias que a Lava Jato está ajudando a revelar ao País, especialmente a reiteração dos crimes mesmo durante a fase em que estes já estavam sendo investigados e punidos, Moro enfatizou diversas vezes ao longo da entrevista que as medidas mais duras, como as prisões, só são adotadas quando plenamente fundamentadas ?" e, em todo caso, "existe um sistema dentro do Judiciário que propicia que minhas decisões sejam eventualmente revistas por instâncias recursais ou superiores". Como a grande maioria das decisões de Moro tem sido mantida, isso significa, conforme disse o juiz, "que está havendo uma aplicação correta da lei".

Nota-se, nas palavras de Moro, a segurança de quem conhece suas responsabilidades e seus limites. Declarou que "jamais" será candidato a nada, disse considerar "passageiro" o apoio da opinião pública a seu trabalho e que a Lava Jato não se presta à "salvação nacional". No máximo, toda essa operação "pode auxiliar a melhorar a qualidade da nossa democracia". É o que se espera.
Herculano
08/11/2016 09:07
O RISCO DA INTERVENÇÃO, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio começou ontem a debater o pacote de corte de gastos apresentado pelo governo, sob uma dupla ameaça. Uma, imediata, representada pela decisão da Justiça de bloquear a conta do estado, em razão do não pagamento de uma dívida com a União no valor de R$ 170 milhões. A outra, mais longínqua, mas muito mais perigosa, é ver aumentar o risco de que a desordem, que já assola as finanças locais, migre para o campo da prestação de serviços públicos básicos.

A advertência está numa análise do economista José Roberto Afonso, que assessorou o governo do Estado do Rio na elaboração do pacote. Ele teme que "a desordem social poderá tornar inevitável a intervenção federal, que, no fundo, é como a falência de um governo acaba sendo decretada e equacionada à luz da vigente Constituição".

Se a União for forçada a decretar a intervenção, a responsabilidade formal dos atos de governo em um estado sob intervenção passa a ser do governo federal. Nesse caso, se estourado o limite de dívida e houver necessidade de demitir servidores, como se aproxima, será o interventor federal que o fará; se ficar inadimplente e o Tesouro for sequestrar o caixa do estado, será sob gestão de um interventor federal.

José Roberto Afonso explica que, neste contexto, o perigo existe "se o pacote de austeridade não for compreendido e aprovado, ainda que com mudanças, que mantenham seu efeito financeiro". Para tanto, diz ele, muito ajudaria se outros governos e Poderes também pudessem participar desse esforço de guerra, "até para evitar que a bomba caia nos seus colos".

Esta foi a segunda vez em que as contas do estado foram bloqueadas pela Justiça nos últimos dias. O saldo do caixa de recursos ordinários na véspera da edição do pacote era "zero", porque o pouco que lá ainda tinha foi arrestado pela Justiça.

Como explica José Roberto Afonso, que é um dos autores da Lei de Responsabilidade Fiscal, o controle na boca do caixa, típico de crise e que anula a política fiscal, agora passou a ter sua última palavra dada pelo Judiciário, à revelia do Executivo.

"Além de tornar inócuos planejamento e orçamento, nem mesmo se consegue mais definir prioridades e se saber publicamente quem são os "felizardos" escolhidos para pular para frente na fila de milhares de fornecedores, e brevemente também de servidores, com contas a receber".

A partir de agora, toda arrecadação que entrar na conta estadual vai direto para a União, até completar o valor devido. A Secretaria estadual de Fazenda mandou suspender todos os pagamentos a fornecedores e funcionários, e admitiu que está em risco o pagamento dos salários de servidores, que deveria ser efetuado em 16 de novembro.

Outra questão que dificulta uma solução menos drástica, argumenta José Roberto Afonso, é que o governo estadual não tem mais espaço para se financiar, e por isso em absolutamente nada adianta limitar a expansão futura de seus gastos, "até porque eles já foram cortados em termos reais nos últimos dois anos".

O pacote objetiva reduzir direta e expressivamente a despesa total, inclusive mirando especialmente o gasto com pessoal, ativo e inativo. Como o estado excedeu o limite de dívida consolidada, de hora para outra, a Lei de Responsabilidade Fiscal exige que transforme um déficit primário atualizado de R$ 15 bilhões em superávit.

"Poucos atentaram que é um ajuste muito mais duro do que quando se ultrapassa o limite da folha de pessoal", explica José Roberto Afonso, que não tem dúvidas de que esse limite também será superado, "porque não há criatividade que resista a queda tão profunda e contínua da receita".

Na Lei de Responsabilidade Fiscal havia uma previsão para que também o Governo Federal tivesse um limite para se endividar, mas esse dispositivo nunca entrou em vigor. "A União até hoje não se submete a qualquer limite para se endividar, e assim pode emitir medida provisória e dinheiro e, com isso, aumentar a meta de déficit primário", comenta José Roberto Afonso.

Na direção exatamente oposta, o Rio foi obrigado a adotar um pacote de austeridade, sem precedente recente na Federação brasileira, e que até pode servir de referência, comenta José Roberto Afonso. A crise financeira chegou a tal gravidade que tornou inócuos os atenuantes da Lei de Responsabilidade Fiscal, no caso de recessão e de calamidade.
Herculano
08/11/2016 07:56
MORO E DELTAN REVISTIRAM LOQUACIDADE COM EXALTAÇÃO APOLÍTICA DO BEM GERAL, por Mário Sérgio Conti, no jornal Folha de S. Paulo

Se antes faziam figura de paladinos silenciosos da Justiça, Sergio Moro e Deltan Dallagnol deram agora para falar. Eles revestiram a sua loquacidade com a exaltação apolítica do bem geral. Na verdade, respondem a dois fatos políticos concretos.

O primeiro: a delação da Odebrecht periga pegar na testa da burguesia. Ela irá escancarar que grandes empresários corromperam e nobres políticos foram corrompidos. Juntos, eles aparelharam o Planalto e o Congresso - e agora nos mandam trabalhar mais e ganhar menos.

O segundo fato: para proteger seu poder de mando, os beneficentes e beneficiários do caixa 2 urdem uma autoanistia geral e irrestrita. A articulação dos dois fatos abala o poder de Dellagnol e Moro.
Dallagnol defendeu, num artigo na Folha, que é um "disparate!" (com exclamação) dizer que a Lava Jato foi partidarizada. A resistência a punições, porém, surgiu só depois de Dilma ter sido afastada e Lula incriminado. A postura apolítica fica menos crível na boca Moro.

Afinal, o juiz ordenou a exposição, ilegal e fora do prazo que ele mesmo estipulara, de um telefonema da presidente. No plano jurídico, fez troça da presunção da inocência de Dilma. No político, inviabilizou que Lula fosse ministro. Sem o seu atropelo, a história teria sido outra.
Numa entrevista a Fausto Macedo e Ricardo Brandt ("Estadão", 6.nov), Moro fez política o tempo todo. Disse que tem poder ?""o apoio da opinião pública tem sido essencial"?" e defendeu que o Congresso aprove dez medidas específicas, além de pôr fim ao foro privilegiado de parlamentares e governantes.

Foi de um corporativismo que mal coube na palavra "muito". Teori Zavascki, que não o puniu por ter alardeado a gravação de Dilma, "tem feito um trabalho intenso, muito importante e relevante". O magistrado que Renan Calheiros chamou de "juizeco" é um "colega muito sério e competente". O projeto que pune abusos de juízes precisa ser "muito melhorado".

Tanto para ele como para Dallagnol, a corrupção é a serpente no paraíso. No seu artigo (escrito com o procurador Orlando Martello), Dallagnol sustenta que, se a corrupção sumir, surgirá "um Brasil competitivo, inovador, igualitário, democrático, republicano e, sobretudo, orgulhoso de si".

A única evidência que oferece para tal milagre é Hong Kong. Mas como ignora que a metrópole é uma região da China, e silencia sobre a sua história, o seu estatuto econômico, político e jurídico, chamando-a de "país", o seu vaticínio é vazio, senão ridículo.

Mais sinistro é o encerramento do seu sermão: "Parafraseando Martin Luther King, estamos rodeados da perversidade dos maus, mas o que mais tememos é o silêncio dos bons". Está-se de volta à concepção simplória da sociedade como palco da luta entre o Bem e o Mal; entre os bons da Lava Jato e os maus que não a apoiam.

A referência a Luther King é abusiva. O reverendo não escrevia sobre corrupção. Ele estava preso, no Alabama de 1963, por ter liderado marchas ilegais contra a segregação racial.

Seu texto, a Carta da Cadeia de Birghman, é um ataque eloquente a oito líderes religiosos que o acusavam de subversão, e defendiam ?"veja só?" que o combate ao apartheid no Sul ficasse restrito aos tribunais.

É um documento da luta doída por direitos civis e políticos. Não é uma mistificação, moralista e autoelogiosa, de quem se acha ?"de quem acha que lidera uma santa cruzada.
Herculano
08/11/2016 07:51
LIMITE NOS GASTOS: GOVERNO JÁ CONTA 54 VOTOS, por Claudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O Palácio do Planalto alimenta a expectativa de votação confortável, na aprovação da proposta de emenda à Constituição que fixa limite para os gastos públicos. São necessários 49 votos para aprovar a PEC no Senado, mas as estimativas variam de 54 a 60 votos. Na Comissão de Constituição e Justiça, a PEC deve ser aprovada por 19x8, segundo levantamento. Na CCJ ou no plenário, o apoio se situa nos 66%.

MINISTROS OTIMISTAS
Os ministros que atuam na articulação política são muito otimistas, acreditando que, no plenário, e PEC será aprovada por 60 senadores.

OPOSIÇÃO FRAGILIZADA
Com a desmoralização do PT nas eleições, o governo não acredita que a oposição conseguirá apoio para barrar a proposta de emenda.

TREINO É TREINO
O Planalto define o teto dos gastos públicos como treino para o "clássico" que será a discussão da reforma da Previdência Social.

FOCO NA PREVIDÊNCIA
O presidente Michel Temer lembra dia sim, outro também, que é preciso aprovar a reforma da Previdência no 1º semestre de 2017.

FORÇAS ARMADAS GASTAM 82% COM FOLHA DE PESSOAL
Sucateadas ao longo dos anos e utilizando apenas equipamentos obsoletos, as Forças Armadas atingiram os R$55,6 bilhões em gastos diretos em 2016, mas 82,4% do total (exatos R$ 45,9 bilhões) foram para pagar salários, pensões e benefícios aos militares da ativa e reformados. A situação é pior no Exército, que tem o maior efetivo e destina 85,5% (R$ 23 bilhões) dos gastos à sua folha de pagamento.

LRF IGNORADA
A Aeronáutica tem a situação "menos pior" das três Armas: 77,2% dos gastos diretos foram para a folha. Na Marinha são 81,7%.

EXÉRCITO PRA QUÊ?
O general da reserva Maynard Marques de Santa Rosa já advertiu que o Exército Brasil tem munição para "menos de uma hora de combate".

SOCA-TEMPERO
O Exército do Brasil usa há mais de 45 anos o mesmo fuzil FAL, fabricado pela brasileira Imbel. Não há plano para modernizar.

PARTIDO ODEBRECHT
A delação premiada de Marcelo Odebrecht tira o sono dos políticos de todo o País. O acordo deve ser assinado nesta terça. A expectativa é que serão implicados mais de 300 políticos de todos os partidos.

SEM IDEIA
Eleito prefeito de Contagem (MG) com 72% dos votos, Alex de Freitas (PSDB) foi indagado se a vitória se devia a Aécio Neves. "Eu nunca tinha pensado nisso... vou refletir durante a semana e respondo", ironizou. Aécio não apareceu na campanha, tampouco foi lembrado.

SO PENSAM NAQUILO
Em discussão na Câmara, o projeto de reforma política é pura lorota. Os partidos estão interessados em um único ponto: o restabelecimento do financiamento privado de campanhas. O resto é embromação.

GLEISI FURACÃO
O codinome "Coxa" atribuído à senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) pelo submundo da corrupção da Odebrecht, não tem a ver com sua eventual torcida pelo time do Coritiba. Ela é torcedora do Atlético, o Furacão.

PROMESSA CUMPRIDA
O governo potiguar contratou, sem licitação, a blindagem do carro do governador Robinson Faria, que, assim, cumpre o que prometeu: priorizar a segurança. A dele está garantida por módicos R$ 67 mil.

LADRÃO ESQUECIDO
Em Brasília, o ladrão esqueceu do "ladrão" para escoar a água e acabou provocando o desabamento de parte da Casa da Mulher Brasileira, segundo confirmou a coordenadora do órgão, Iara Lobo.

FOFOCA TUCANA
Tucanos mineiros espalham que o chanceler José Serra desistirá de concorrer ao Planalto, em 2018, em razão das delações da Odebrecht. Se isso é verdade, pode não haver candidato tucano.

NÚMERO HISTORICO
O Palácio do Planalto cortou pouco mais de 3 mil cargos e funções comissionadas. O número é irrisório, mas o governo federal comemora: é o menor número de comissionados dos últimos 12 anos.

PENSANDO BEM...
...os políticos poderiam aproveitar o projeto de repatriação para reintroduzir no País conceitos como ética e moralidade.
Herculano
08/11/2016 07:45
FGTS É TRIBUTAÇÃO E NÃO BENEFÍCIO PARA TRABALHADOR, por Eduardo Cuculo, no jornal Folha de S. Paulo

O FGTS é um caso de tributação travestida de benefício. O governo tira dinheiro do cidadão, não só ao reter aquilo que poderia ser parte do seu salário, mas também ao remunerar os recursos com uma taxa que tem correspondido a menos da metade da inflação.

Forma um fundo bilionário para tocar políticas que até podem ser consideradas corretas e necessárias. Desde que fossem feitas com recursos públicos. E não privados.

O trabalhador do setor privado com carteira assinada é obrigado a subsidiar políticas de habitação e investimentos de infraestrutura. Independentemente do salário. Funcionários públicos e autônomos, não.

Devem confiar a administração do dinheiro a entidades patronais, sindicatos e ao governo. Esse último é quem tem a palavra final.

E nem sempre ela representa o interesse do cotista. Trabalhadores que ganham salário mínimo deveriam, por exemplo, subsidiar investimentos da Odebrecht?

Para algumas pessoas, a poupança obrigatória do FGTS é a única forma de acumular recursos. Como toda poupança automática, é uma péssima aplicação financeira.

Há propostas para aumentar a remuneração dos recursos, de pouco mais de 3% para cerca de 6% ao ano, igual à correção da poupança.

Outras para que o saque anual seja permitido, com incentivo para quem não mexer no dinheiro.
Nenhum governo, no entanto, quer abrir mão de gerenciar tantos recursos. E se quisesse, seria acusado de retirar direitos. Sem falar na pressão do setor empresarial.

Assim como a CLT, o FGTS se tornou mais um instrumento de tutela do trabalhador do que algo que o beneficia. Assim como a Previdência, funciona como concentrador, e não distribuidor de renda.

Uma CLT mais simples, uma Previdência focada nos mais pobres e o fim do FGTS são discussões impossíveis para quem acredita na oposição eterna entre capital e trabalho.
Herculano
07/11/2016 21:58
PARA BOLSA FAMÍLIA, A LEI; PARA O CAIXA 2, A ANISTIA, por Josias de Souza

Ao cancelar ou bloquear algo como 1 milhão e cem benefícios do Bolsa Família com suspeita de irregularidade, o governo impôs a brasileiros que estão no rodapé da pirâmide social os rigores da lei. E fez muito bem. Não dá para tolerar fraude em benefício social. É igualmente intolerável a fraude do caixa dois. Mas nessa matéria Brasília se revela bem mais tolerante.

O pente-fino no Bolsa Família ocorre num instante em que a Câmara se prepara para votar a proposta de criminalização do caixa dois. Ironicamente, o anúncio do bloqueio dos benefícios sociais mistura-se no noticiário à movimentação dos congressistas para pendurar na proposta sobre caixa dois uma emenda concedendo anistia a todo o dinheiro que políticos receberam no passado por baixo da mesa.
Entre os repasses bloqueados no Bolsa Família estão os de 13 mil beneficiários que a Justiça Eleitoral identificou como doadores de campanhas eleitorais. É grande a chance de que os CPFs dessas pessoas tenham sido utilizados sem que elas soubessem. Mas o governo, com rigor máximo, primeiro bloqueou a grana. Agora, cobrará explicações.

No caso dos congressistas, em que não há dúvida quanto à disseminação do caixa dois, trama-se o perdão indiscriminado, não a punição.
Há uma expressão em latim que diz 'dura lex, sed lex' ?"a lei é dura, mas é a lei. O escritor Fernando Sabino ensinou que, no Brasil, para os poderosos, vale o 'dura lex, sed latex' ?"a lei é dura, mas estica.
Belchior
07/11/2016 20:38
Herculano, o Deretor Kischná está querendo a superintendência do Belchior, 10 conto por mês?, sendo assim ele não foi derrotado$$$$$$$!!!
Herculano
07/11/2016 17:50
INSTITUCIONALIZADO, PRIVILÉGIO DA FAB VIRA RELIGIÃO, por Josias de Souza

Assim como um ateu é um crente que ainda não recebeu um diagnóstico de doença terminal, um opositor dos privilégios é apenas um aproveitador despudorado que ainda não entrou num jatinho da Força Aérea Brasileira.

Em 2013, ainda sob Dilma Rousseff, a FAB, com pouca força e cada vez mais brasileira, revelou-se uma espécie de Casa da Mãe Joana com asas. Na oposição, o PSDB tomou as dores do contribuinte.
Sob Michel Temer, até tucano se comporta como se tivesse nascido com asas da FAB grudadas no dorso. Em cinco meses da gestão Temer, os ministros requisitaram 781 voos da FAB. O Estadão revela que essas requisições ferem as normas em pelo menos 238 casos.

O campeão em milhagem no programa Bolsa FAB é o ministro Alexandre Moraes (Justiça), egresso do secretariado do governador tucano de São Paulo Geraldo Alckmin. O vice-campeão é o ministro José Serra (Relações Exteriores), um grão-tucano de fina plumagem.

Na farra de 2013, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), então líder do PSDB no Senado, apresentou um requerimento exigindo informações à Força Aérea. Hoje, o tucano Aloysio é líder do governo Temer na Câmara Alta. Está em silêncio. Para o governo, tudo está normal.

Dono da chave do cofre, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) também integra o ranking de autoridades que retiram jatos da FAB para viagens que têm como destino ou origem a cidade onde mantém domicílio. A lista inclui também ministros como Gilberto Kassab (Comunicações) e os palacianos Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).

A FAB se recusa a informar quanto gasta no custeio da fuzarca aérea. Alega-se que ''o custo da hora de voo das aeronaves militares é informação estratégica e, por isso, protegida". Heimmm?!?!?
Tudo é protegido em Brasília. Só o bolso do contribuinte não dispõe de blindagem. Uma vez que o privilégio é institucionalizado, a desfaçatez vira religião. Do contribuinte, espera-se que pague os impostos em dia, diga 'amém' e não chateie.
Herculano
07/11/2016 17:48
PARA SAIR DO BURACO, CIDADÃO ADOTA "PEC DO TETO" EM CASA, por Márcia Dessen, para o jornal Folha de S. Paulo

Em meio a uma crise sem precedentes e com o desafio de restabelecer o equilíbrio das contas públicas, os agentes do governo federal recorreram, pela primeira vez, ao método mais básico e elementar conhecido: limitar os gastos, uma medida simples, óbvia e muito salutar para a boa gestão das finanças pessoais, empresariais e públicas.

O limite impõe o exercício da escolha. Como não há recursos suficientes para investir em todas as áreas e setores da economia, é preciso priorizar, escolher o que será feito primeiro e o que fica para depois.

Para investir em educação, será preciso reduzir ou adiar investimentos em infraestrutura, por exemplo. Para investir em saúde, talvez seja preciso cortar gastos na segurança, outro setor também carente de investimento. A cada escolha uma renúncia será feita.

Sem um limite, é muito fácil gastar mais do que podemos, afinal, tudo é importante. Sem limite, não haverá responsabilidade na gestão dos recursos públicos. Um benefício de curto prazo para alguns pode representar um problema no médio prazo para todos.

Um dos grandes benefícios dessa medida é a transparência com que as decisões serão tomadas e tornadas públicas, de conhecimento de toda a população. Os partidos e os deputados terão de revelar os setores que consideram prioritários para receber os investimentos.

Assim, saberemos como pensam e agem os deputados e os senadores eleitos pelo povo e que interesses representam.

Será que a solução adotada pelo governo pode ser replicada por nós, cidadãos? Com certeza.

José não consegue interromper um círculo vicioso no qual se deixou enredar. Ele não encontra uma saída e, sem mudar seu padrão de comportamento de consumo, agrava mês a mês sua já complicada situação financeira.

Como tardou em enfrentar e corrigir o problema, encontra-se agora em um beco sem saída. Com dinheiro finito, limitado ao salário já parcialmente comprometido com empréstimos consignados, não consegue pagar por tudo o que a família precisa e deseja.

Pedir empréstimo? Impossível, está sem crédito na praça. Os atrasos, antes tolerados pelos credores, se transformaram em inadimplência, falta de pagamento. Assim, suas linhas de crédito foram cortadas.

José tem uma única saída: limitar os gastos, como fez o governo, e cortar, reduzir despesas. Vai fazer o que nunca foi feito antes, listar as prioridades, avaliar a importância e urgência de cada uma, e escolher.

Escolher significa abrir mão de alguma coisa em detrimento de outra. No processo de escolha, uma coisa será definida como mais importante ou urgente do que outra. Equivale a dizer que o projeto que foi adiado ou excluído é menos importante e pode esperar.

Escolher não será uma tarefa simples. A cada escolha prestes a ser feita pense no que está sendo rejeitado e em alternativas para atenuar esse corte.

Decidir pela compra e manutenção de um carro pode significar deixar de investir na educação do filho que não foi matriculado em uma escola particular de qualidade. Será que vale a pena? A despesa exagerada com o celular equivale ao custo de plano de saúde com melhor cobertura para a família. Qual o significado e impacto de cada projeto?

Como a decisão afeta a família inteira, é importante que todos sejam envolvidos no processo de escolha. Um aprendizado muito valioso para as crianças e os adolescentes que talvez só valorizem o mecanismo mais tarde, quando forem responsáveis pela gestão de seu próprio orçamento.

Certamente se lembrarão das lições aprendidas com os pais. Educação financeira começa em casa. E o bom exemplo, apesar dos sacrifícios, é a melhor lição.

Quando a crise for superada, mantenha a sábia decisão de limitar os gastos e inicie a formação de uma reserva financeira, necessária para atravessar novos períodos de instabilidade e incerteza.
Herculano
07/11/2016 17:45
SOSSEGA LEÃO, por Vera Magalhães, para o jornal O Estado de S. Paulo

A delação de Cunha é tudo de que o governo Temer e os principais caciques do PMDB não precisam.

Procuradores da Lava Jato e advogados que atuam na operação concordam num diagnóstico: a reabertura imediata do programa de repatriação de ativos no exterior, agora com a possibilidade de ser extensivo a políticos, tem como principal motor a necessidade de Michel Temer e próceres do Congresso mandarem um recado para Eduardo Cunha. Esse recado é: aguente calado que estamos cuidando da sua situação aqui fora.

Apesar de as contas do casal Cunha e Cláudia Cruz na Suíça já estarem rastreadas, procuradores acham que, uma vez que ela não foi denunciada por corrupção nos processos, pode se abrir uma brecha para que ela tente trazer de volta parte dos recursos.

A mulher do ex-deputado responde por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Na hipótese de repatriar os recursos, há dúvida se ela poderia se beneficiar da anistia concedida pela repatriação. "Há todo um movimento de bastidores para acalmar o homem. Ela já está tentando regularizar os recursos. Essa reabertura tem endereço certo", diz um integrante do Ministério Público.

A delação de Cunha é tudo de que o governo Temer e os principais caciques do PMDB não precisam.

TEFLON

Sem previsão para denúncias de Renan

Renan Calheiros, que respirou com o adiamento do julgamento da ação que questiona se um réu pode ocupar cargo da linha sucessória da Presidência da República, pode terminar o ano sem ser incomodado pela Lava Jato. Rodrigo Janot não deve apresentar ao Supremo denúncia em nenhum dos inquéritos contra o presidente do Senado em 2016.

MARCHA LENTA

Acordo da Odebrecht atrasa outras linhas de investigação

A justificativa para o atraso nas investigações contra vários políticos da "lista do Janot" é a mega delação da Odebrecht. Os procuradores estariam "sem braços" para cuidar de outras frentes.

BUMERANGUE

Advogados dizem que decisão do STF pode barrar candidatos

Advogados estão de olho no julgamento da ação da Rede sobre a presença de réus na linha sucessória. Avaliam que a decisão pode impedir réus até de ser candidatos - o que tiraria Lula do páreo de 2018.

JUDICIÁRIO

Ministros do STF preveem divisão na Segunda Turma

Ministros do STF preveem que os próximos julgamentos da Segunda Turma da Corte, encarregada dos processos da Lava Jato, podem começar a apresentar placares apertados. A nova configuração do colegiado, que passou a contar com o ex-presidente Ricardo Lewandowski, começaria a ter decisões por 3 votos a 2. O risco, apontam esses magistrados, é que a maioria estreita comece a ser contra o andamento de muitos processos.

MÉTIS

Janot deve opinar sobre competência de operação

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve se manifestar nesta semana sobre se o juízo federal de primeira instância poderia ou não ter determinado a Operação Métis, que levou à prisão agentes da Polícia Legislativa do Senado e foi paralisada por Teori Zavascki. O Ministério Público tende a ver certa "exorbitância" de competência, pelo fato de haver ordem direta de senadores em algumas missões ilegais denunciadas pelos policiais legislativos.

SO EM 2017

Previdência não vai tramitar neste ano

O governo pode até mandar a proposta de reforma da Previdência ao Congresso neste ano, mas sua tramitação ficará integralmente para 2017. O Planalto culpa os governadores, que estariam querendo enfiar no projeto federal todas as "maldades" que precisam fazer em casa. A ordem é centrar fogo na emenda que fixa o teto de gastos e deixar a batalha previdenciária para depois.

RECEITA EM RISCO

Governo deixa correr solta desfiguração de projeto

O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) e o secretário da Receita, Jorge Rachid, assistem passivamente à desfiguração total do Projeto de Lei 5.864/16, que dispõe sobre a reestruturação salarial e funcional da Receita. O relator da matéria, o deputado Wellington Roberto (PR-PB), um dos últimos fiéis escudeiros de Eduardo Cunha, enfiou contrabandos na proposta que abrem a Receita à ingerência política e acaba com a autonomia de fiscalização dos auditores.
Herculano
07/11/2016 17:42
POLITIZAÇÃO DE ESTUDANTES E PROFESSORES COLABORA PARA EDUCAÇÃO SER UM LIXO, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S.Paulo

Sei que muitos inteligentinhos vão ficar nervosinhos, mas, no que se refere a esta onda de invasões que tomou conta das escolas, os professores que apoiam e os estudantes autoritários que realizam o fazem, antes de tudo, porque uns não querem dar aulas e os outros não querem ter aulas. Casamento perfeito sob a "bênção" do blá-blá-blá da "luta pela educação". Uma das formas mais cínicas de ser um professor ruim é sê-lo em nome de um mundo melhor. Você pode passar a vida inteira sendo esse professor ruim e enrolar todo mundo. Para isso, basta dizer que "acredita na educação para formar cidadãos do futuro".

Antes, um pequeno reparo: claro que a educação no Brasil é um lixo. Mas a politização dos estudantes e dos professores é uma das causas para ela ser um lixo. Um modo chique de torná-la um lixo, dizendo que a está salvando. Como violentar alguém dizendo que está fazendo aquilo porque ela gosta.

Fiz parte de movimento estudantil. Nunca vi gente tão autoritária e manipuladora. Aliás, foi ali que comecei a desconfiar que o problema da esquerda era um problema de caráter, ainda que no contexto da ditadura não havia como não ser contra ela. "Ser de esquerda" era óbvio para todo jovem. Na época, optei por ser anarquista, pois sempre desconfiei de quem queria fazer assembleias, comitês burocráticos e decidir pelos outros. Além do mais, ser anarquista era mais chique e pegava mais meninas. Sexo ainda é um grande motivo (talvez um dos poucos sinceros) para se fazer movimento estudantil.

A educação se tornou, de certa forma, um dos grandes fetiches do mundo moderno. Não que não seja essencial (antes que algum bonitinho tenha um ataque de nervos), mas defendê-la, muitas vezes, é um modo de não realizá-la. A própria palavra "educação" vai, aos poucos, caindo no mesmo tipo de uso da palavra "energia": todo mundo sabe que é importante, que existe, mas ninguém sabe direito o que é.

Umas das melhores formas de matar a educação é dar a ela missões demais. Outra é dizer que ela forma "cidadãos do futuro". Como são do "futuro", ninguém sabe direito o que são. Desconfio de quem diz "eu acredito na educação". Para mim, soa como dizer "eu acredito em energia ruim" ?"ou seja, não quer dizer nada.

Eu "não acredito na educação", apenas gosto de dar aula. Aliás, grande parte do problema da educação é que muitos professores não gostam de dar aulas ou não gostam de jovens. Risadas? Que tal um cirurgião que não gosta de sangue? Além do eterno problema de grana, você envelhece, torna-se irrelevante e, num dado momento, nem sabe mais o que está fazendo ali. Ao final, está apenas ganhando uma graninha fazendo um negócio que dá um trabalho do cão.

A educação se tornou um fetiche (no sentido freudiano) porque ela serve para você gozar apenas com uma "parte" da experiência humana, "parte" esta que exclui todo o resto da realidade; "parte" esta que faz os professores, pedagogos e alunos gozarem em sua vaidade de se dizerem do bem. A experiência ampla, o enfrentamento da própria humanidade que nos une e nos inferniza, essa ninguém mais quer saber. Refiro-me aqui, claro, à educação não apenas como informação técnica, mas como formação humana (aquela mesma que os picaretas da "educação para a política" dizem representar na sua condição de novo clero hipócrita do mundo).

Outro problema com essas ocupações é que são levadas a cabo por uma parte mínima dos alunos se dizendo representar a totalidade do alunos. Representa nada. O movimento estudantil sempre foi uma excelente escola para você virar um daqueles "políticos de Brasília": alienado do resto do mundo, mentiroso e manipulador de sonhos. Essas invasões sequestram a escola dos outros, apenas.

Há pouco tempo, recebi um e-mail de um aluno de mestrado de uma grande universidade em que ele contava como um professor de sociais deu aos alunos duas opções de trabalho para nota: a primeira, ir a uma manifestação contra o Temer (e, assim, "fazer política" de fato); a outra, não ir e fazer prova oral. O que você escolheria se não estivesse a fim de estudar?

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