07/12/2017
TRANSPARÊNCIA ZERO I
A vida em sociedade livre e democrática, não existe sem a representação política. Esqueçam quaisquer tratados que distratarem este pilar da democracia representativa. E ela se dá com a transparência para os eleitores. Resumindo: nesse modelo, sempre haverá políticos a nos representar. Entretanto, sem a fiscalização dos cidadãos, os políticos, os nossos representantes, bem pagos, zombam da nossa cara. Os vereadores de Gaspar, viram e mexem, igualam-se ao pior da política e dos políticos que estampam às manchetes nacionais. Os vereadores tiveram a oportunidade de melhorar essa transparência e representação. Ensaiaram, mas silenciosamente, colocaram no lixo, a própria boa ideia deles. Incrível. Esperei. Veio o final do ano. Nada. Todos calados. Inclusive os que se dizem da oposição.
TRANSPARÊNCIA ZERO II
O Projeto de Resolução 2/2017, vejam só, assinado só por vereadores da base de apoio a Kleber Edson Wan Dall, PMDB (Ciro André Quintino, Evandro Carlos Andrietti, Francisco Hostins Junior, Francisco Solano Anhaia, todos do PMDB, mais Franciele Daiane Back, PSDB, José Ademir Moura, suplente e Sílvio Cleffi, ambos do PSC), deu entrada no dia primeiro de março. No mesmo dia, Anhaia, líder do PMDB, pediu a retirada do PR. E o engavetou até ser arquivado. Nenhuma explicação!
TRANSPARÊNCIA ZERO III
O que dizia o tal PR? “Atualmente, ainda existem quatro hipóteses em que há votação secreta nesta Câmara: eleição da Mesa Diretora; deliberação sobre a perda de mandato de vereador; deliberação sobre a aplicação de censura pública e perda temporária do exercício de mandato, no caso de descumprimento, por qualquer vereador, de deveres inerentes a seu mandato ou prática de ato que afete a sua dignidade; e no julgamento do prefeito por infração político-administrativo”. Coragem; decência mínima. Aplausos! ”O objetivo deste PR é extinguir a votação em escrutínio secreto nesta Casa de Leis, tornando a votação nos casos acima mencionados, nominal”, justificaram os autores. Então ao retirar no mesmo dia em que deu entrada, qual o medo, jogo e que os vereadores querem nos esconder? Esta é a cara da Câmara deste ano.
TRANSPARÊNCIA ZERO IV
Quer mais? Está escrito pelos próprios vereadores no PR que foi para o lixo: “Nunca se viu outrora, tamanha identificação entre o povo brasileiro e seus representantes políticos. Um anseio de mudanças, sem precedentes, ou talvez que se iguale ao movimento das ‘Diretas Já’, tomou conta da nação. Diante de tal contexto, torna-se imprescindível o término de quaisquer hipóteses de voto secreto do vereador, uma vez que sendo ele representante direto do povo não pode subjugar à vontade popular face a meras manobras políticas e interesses individuais. Para que isso ocorra, é necessário que o voto do vereador não seja instrumento ensejador desses ardis, mas apenas reflita claramente os interesses de seus mandatários (o povo)”. Depois sou eu o exagerado no que escrevo? Os nossos vereadores são incoerentes, demagogos e até hipócritas com o que eles próprios escrevem nos seus projetos. Ficam expostos e depois reclamam quando se cobra à transparência naquilo que fazem e principalmente, não fazem. Daqui há duas semanas, será a eleição da Câmara, e os traidores, se houver, estarão protegidos pelo voto secreto. Com a palavra a base e o vereador Anhaia, que retirou o PR da tramitação e ficou de bico calado. Acorda, Gaspar!
Atalho da história. Os atuais vereadores de Gaspar escolheram antigos ou históricos pares para homenagear ontem os 70 anos da Câmara. As escolhas devem ser respeitadas, principalmente quando feitas por colégios. Mas... Franciele Daiana Back, PSDB, a mais jovem vereadora, escolheu sozinha o seu protetor Claudionor Cruz e Souza. Depois, apenas comunicou a escolha.
Relegou o seu padrinho de campanha Amadeu Mitterstein, liderança reconhecida no distrito do Belchior, ou até, um dos fundadores do partido Mário Pera, hoje longe daqui. Essa gente sem memória e cheia de interesses, perde-se à toa, quanto tenta se vingar ou reescrever a história na qual não participou, mas a usufrui.
A jogada. O aumento da Cosip em Gaspar estava proposto na Câmara, como Projeto de Lei Complementar 11/2017. Havia debate para tirar ele do rito de urgência. Vendo complicações, antes, porém, o Executivo e a base, transformaram o PLC no Projeto de Lei Ordinária 98/2017.
Porque disso? O PLC precisava dois terços dos votos para ser aprovado. E isso seria um problema para os da prefeitura. Um PL, a maioria simples aprova. Resumindo: a oposição, cada vez menor, está sendo triturada.
Com transparência tudo é mais difícil. Depois que aqui relatei a compra de telefones caríssimos para a Câmara às portas das férias dos vereadores de Gaspar, pela segunda vez não apareceram pretendentes.
O PMDB de Gaspar fez o seu ‘final do ano do 15’ para os seus. Duas coisas se destacaram: o luxo, a seletividade dos puxa-sacos e à quase nenhuma participação do povo, sua reconhecida força eleitoral; e nas redes sociais, nas fotos, só deu o presidente Carlos Roberto Pereira com o rebento. O poder muda mesmo as prioridades das pessoas, dos políticos e dos partidos!
As colunas Olhando a Maré, de segunda e quarta-feira desta semana, feitas especialmente para os leitoras e leitoras do portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais atualizado e líder de acessos, bombou. Ao mesmo tempo, desgostou muitos políticos.
Entre os assuntos estava a comparação injusta de 11 meses da gestão de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, com 12 anos de Pedro Celso Zuchi, PT; o “coroné Wando” que impôs a sua vontade destituindo uma eleição democrática para diretor de escola e CDI; o afastamento acertado do vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, do Samae; o não funcionamento das assessorias de comunicação cabides da Câmara e da prefeitura; a falta de prestígio do prefeito de Ilhota, Érico de Oliveira, PMDB; e a experiência de um vereador-suplente novato. Ufa!
Dança em local sensível. Sai o comissionado Marcos Roberto da Cruz e no seu lugar foi nomeado Ismael Ferreira, para diretor de Compras e Licitações de Gaspar.
Quando há interdição, anunciada com antecedência devida à detonação de rochas na duplicação da BR 470, sobra poeira para os moradores na rua Vidal Flávio Dias, usada como alternativa pelos motoristas. Mas, agendada para amigos, o caminhão pipa do Distrito do Belchior, governada por Raul Schiller, PMDB, foi autorizado abastecer piscinas de particulares de alguns privilegiados de lá. Ai, ai, ai.
A denúncia foi feita na Ouvidoria sob o protocolo 390. Foi instaurada por conta disso, uma Sindicância para “apurar” os fatos e eventualmente “punir” os culpados. Como o caso envolve gente graúda politicamente e chegada ao poder, esta será mais uma daquelas sindicâncias que leva anos e nada se conclui, ou um tadinho vai levar a culpa. Acorda, Gaspar!
Ilhota em chamas I. Continua a prática reiterada, por influência do Executivo na Câmara, no trâmite pelo rito regimental. Mais uma vez aconteceu com os PLCs 48/2017 e 52/2017, PLOs 75/2017, 79/2017 e 80/2017 de autoria do prefeito Érico de Oliveira, PMDB, e o PLO 09/2017 da Câmara, possibilitando sua deliberação em um único turno de discussão e votação na mesma sessão ordinária.
Ilhota em chamas II. Todas as três empresas que se habilitaram para administrar a “Águas de Ilhota”, tomada da Casan, não conseguiram vencer a licitação. São elas: Sandrini & Botega Ltda., que vive às turras com o Observatório Social de Blumenau; a Saneatec Saneamento e Tecnologia Ltda.; e a Itajui Engenharia de Obras Ltda.
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