Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

07/11/2017

OS SERVIDORES DE GASPAR APOSTARAM NO BAFO. AINDA NÃO DEU CERTO! HOJE É DIA DE MAIS UMA REUNIÃO DO SINTRAPUG COM OS SEUS

Os servidores, com a regência do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar – o Sintraspug - apostaram no bafo, na agenda política, no desgaste do já desgastado poder de plantão, o qual sem inteligência, prioridade, coordenação e estratégia, vem pifando uma atrás da outra. Ainda não deu certo o barulho para os servidores.

Eles continuam pintados para a guerra. E barulho vai ser pouco desta vez para os servidores e o Sindicato. É possível até este, ou outro governo, em algum momento, voltar atrás na sua acertada decisão tomada segunda-feira no Paço. Mas, o caminho para tornar a vida dos servidores e do Sindicato já está devidamente construído. É que os tempos são outros...

Foi uma reunião tensa entre os servidores e Sindicato com a Administração Municipal. Agora, o Sintraspug e os servidores, terão que lidar com à realidade e à pretensão na Justiça. O governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, lavou às mãos. Trocou-se a politicagem pela análise jurídica do suposto direito adquirido. Agora, é sob o olhar do que diz a lei e a hermenêutica que a restringe ou a amplia para a sentença dos julgadores.

Antes de continuar, quero reafirmar o que sempre escrevi: o que a atual gestão do Sintraspug busca em desespero de causa, não é culpa sua, mas resultado de 23 anos de omissão dos servidores e do Sindicato. O que o governo de Kleber, Luiz Carlos e o secretário da Fazenda e prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, abriu esta ferida em nome de uma suposta moralidade administrativa. Quer, segundo demonstra, colocar os pingos nos ís, neste improviso desmedido. Nele, os servidores querem usufruir de privilégios, que nem estão na lei ou, regulamentados devidamente por ela.

E por que insisto numa suposta moralidade administrativa?

Quem quer cortar privilégios dos servidores não pode criar para os seus como os R$600 mil por ano com comissionados e funções gratificadas. Não pode fazer viagens fake a Brasília, levar uma caravana numerosa e dar prejuízos aos cofres públicos.

Entretanto, ressalta-se: as viagens estão na Lei; os R$600 mil estão na lei, inclusive com aval da oposição e entre eles vereador do PT, a mesma que ajuda no circo dos "direitos adquiridos" para ter palanque e votos fáceis. Ressalte-se, outra vez: o Sintraspug foi omisso nessa discussão lá atrás e que hoje lhe afeta, diretamente. Faltou bafo, quando o bafo era decisivo, que agora o Sindicato e os servidores usam=no sem efeito prático. Ele serve apenas para a espuma de uma causa que vai lhe custar anos de discussão.

Voltando. Como sou preguiçoso e como o Sintrapug fez um bom "press release opinativo", vou me aproveitar dele, para pontuar o assunto.

O título: "Prefeito resiste e formalizará proposta de reajuste zero aos servidores de Gaspar". O Sintraspug também resiste. São dois resistentes, então! Isso prova que é preciso um árbitro: a Justiça. O título deveria ser assim: “o prefeito resiste e manda a Justiça decidir e ele (e o Sintraspug) vai ter que acatar o que ela sentenciar”. A outra parte do título é duvidoso: “reajuste zero aos servidores”? Mas, eles já não ganharam integralmente isso lá em abril? Ah, mas se refere apenas ao Vale Alimentação? Hum! Um truque para o sensacionalismo? Esclarecido.

UMA PEGADINHA

Mas, a questão não está “sob judice” agora? Aumentar algo que se discorda e se judicializa para esclarecer, não é o mesmo que enfraquecer a tese da demanda da discordância? Então o prefeito nesta questão preferiu não cair na armadilha da contradição que lhe poderia enfraquecer na contenda na jurisdição. Acertou! E o Sintraspug está na dele, a de espernear.

Antes um parêntesis. Consegui ser supremo. Todos os dois lados estão críticos contra a coluna. No Paço acha-se, os donos dele, que eu devia ser cordeiro e não deveria lembrar, neste momento, as suas fraquezas, erros e incoerências. Já os servidores acham que estou patronal, e enfraquecendo-os perante à população quando esclareço à sua luta, que acho legítima, mas sem propósito, pelos privilégios pagos pelos gasparenses.

É uma opinião. Como escrevi: não sou político, não sou servidor, sou a maioria, o maior interessado e o principal entre todos, pois sou o pagador dos pesados impostos que sustenta tudo isso. Aliás quantos vereadores os servidores elegeram só com os votos dos servidores?

Diz o "press release" do Sindicato. “Mais uma vez, a administração não atendeu os pedidos dos servidores”. Espera aí. É assim? Uma administração se ajoelha e é obrigada a atender os pedidos dos servidores? Ai, ai, ai. Onde está o debate, o diálogo e principalmente à base legal para isso?

“Na reunião do dia 06/11 no gabinete, o prefeito Kleber informou que manterá as seguintes medidas: Proposta 0% no auxilio alimentação, item data base 2017; não será suspensa a Licitação 112/2017 [ que souberam só aqui nesta coluna] que retira da remuneração dos servidores o auxílio (Contrariando a lei 1491/1994). E que os servidores devem aguardar resposta do judiciário, não importa o tempo de leve e em que instâncias tenham que recorrer, para reverter o prejuízo que possam ter na remuneração.”

Não entendi! Não será suspensa licitação que retira remuneração dos servidores, contrariando a lei 1.491? Vamos por partes, como diria, Jack, O Estripador. Que remuneração foi retirada? O modo que não está legalizado? Hum! Pois, pelo que sei, foi garantido aos servidores, que todos receberão os tickets no valor pactuado e em vigor que é de R$400 por mês. O que se perdeu no valor real de aquisição de alimentos a cada servidor? Nada! Nadinha! O que não vai ser permitido, em tese, é o aumento real de salário, que a lei 1.491, em nenhum momento garantiu, não foi formalizada e que os servidores querem ter isso como um direito adquirido ou depois de 23 anos, espertamente reconhecida e sancionada pelo prefeito da hora.

Resumindo: o que o governo de Gaspar não reconhece é o suposto direito adquirido, que vai ser discutido na Justiça, em todas as instâncias, não importando o tempo que isso leve. E ai, se resolve esta pendenga. Será esclarecido. E um lado vai ter que se conformar com a decisão. Pois só um lado estará com a razão!

Tem mais no "press release": o “Chefe de Gabinete [Bornhausen] afirmou que não é necessária a presença do prefeito nas rodadas de negociação com o sindicato, pois ele tem muitas agendas e o Grupo Gestor foi nomeado para atender esta demanda e tomar as decisões necessárias em favor da administração, assim podem evitar o desgaste político do prefeito Kleber”. Perguntar não ofende: o que mesmo fazia o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi quando havia negociações com o Sintraspug? Estava lá negociando ou validando o que que se negociara e ele dava como certo ou aceitável?

A palavra do prefeito, em tese, não volta atrás. Dos seus negociadores, quase sempre. É aregra de ouro. O que o Sintraspug quer, é trazê-lo para uma armadilha. Como é mal assessorado, é possível até que isso aconteça!

O Sintraspug reclama e com razão: “a prefeitura irá restringir informações do sindicato aos servidores.” Só conseguirá isso, diante da inércia do Sindicato. Com as redes sociais, com o mundo digital de hoje, essa decisão ou afirmação é uma bobagem sem tamanho e mostra como o Sintraspug está acuado e reclamando com algo fora da pauta.

A guerrilha sindical na comunicação é uma das mais afiadas não só no Brasil, mas no mundo. Então, conta outra. Ou o Sintraspug quer a assessoria de comunicação da prefeitura para instrumentalizá-la? Cuidado! Ela nem funciona para o governo que a toca e paga, dificilmente funcionaria para outros interesses.

Finalmente, ao convocar a reunião de hoje a tarde, a presidente Lucimara diz que "é preciso que todos os servidores participem neste momento. Será a assembleia que definirá quais os rumos e estratégias da categoria para Luta e Resistência a Retirada de Direitos". Resistência? Um sindicato é feito de ações contínuas e não de resistências.

E elas só acontecem quando suas posições estão fragilizadas, exatamente porque as suas ações falharam em algum momento e antes da resistência. Acorda, Gaspar!

ILHOTA EM CHAMAS. PREFEITO ESTÁ CULPANDO ADVERSÁRIOS IMAGINÁRIOS

“Meu povo” é como o prefeito Érico de Oliveira, PMDB, supõe tratar os ilhotenses, nos comentários que faz na sua rede social. Este “meu povo” não se sabe, de verdade, se são os cidadãos e cidadãs do município, ou se são os da sua rede de poder. Parece até ter posse desse povo. Às vezes, como escreve, parece um grito de socorro ou de insistência para desmentir alguém que só ele sabe quem é.

É o que parece.

Depois de empregar gente de fora, especialmente as desempregadas do PMDB, em cargos chaves na sua administração; de ampliar assustadoramente a estrutura administrativa, com criação de novas secretarias; vira e mexe, o prefeito Érico, sai de relho na mão explicando de que não é mandado por ninguém. Qual é mesmo à razão disso?

Ora, se não é mandado por ninguém, não precisa, com assiduidade nos comentários nas redes, conversas e discursos cifrados, se justificar e espantar supostos fantasmas. Basta exercer com autonomia, o cargo conferido nas urnas. É que Érico não se livrou da sombra do seu padrinho e tutor, não só no ambiente político, mas no administrativo, o ex-prefeito Ademar Feliski, PMDB.

E é contra esse passado de poder que ele lida para ter vida e liderança própria. Os próximos se incomodam, informam e cobram esta autonomia. Já o seu tutor exige fidelidade, reverência, agradecimento. Esta é a questão central desse incômodo

Érico, para se justificar nas dificuldades que eventualmente encontra na sua administração, e nos supostos avanços que faz, reiteradamente se comparação  com o prefeito anterior, Daniel Christian Bosi, PSD. Ai já é covardia! Ao teimar em se comparar com que foi reconhecido nas urnas como péssimo, é pedir para se equiparar ao pior.

Quem mesmo orienta o prefeito Érico nesta questão? Ele devia subir o sarrafo para o salto com a vara não em centímetros, mas em metros quando se compara com Daniel. Adversários e críticos, todos os políticos e gestores públicos vão ter em seus mandatos. Dependerá de como esses críticos serão suportados. Até nisso, Érico erra. Não é capaz de ver nos críticos à oportunidade para melhorar para o povo.

Érico devia cuidar é da parte legal. Essa sim é preocupante. Essa sim traz problemas. Essa sim, inviabiliza sonhos. Essa sim, atrapalha a imagem de bom realizador. O Ministério Públlico encontrou em Ilhota uma desconfiança singular em quase tudo. O MP não é político, não é adversário, não é imprensa; é técnico. E com o aumento da estrutura e sem a devida contrapartida nas receitas, quem vai estar de olho nos números e não no povo é o Tribunal de Contas. Então...

CARAVANA EM BRASÍLIA

Onde estava nesta terça-feira e fica até quinta-feira, o prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, PMDB? em Brasília. Fazendo o que? Se dependesse do site da prefeitura e da transparência dos que governam a cidade, nada se saberia.

Transparência zero. Espertezas, dez. E eram críticos das mesmas viagens e gestos do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT

Mas, havia um registro na rede social pessoal. Festa.

Estava com Kleber,  o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, Diretor de Captação de Recursos, Jorge Luiz Prucino Pereira.

Pasmem! Junto os vereadores Evandro Carlos Andrietti e Francisco Solano Anhaia, também do PMDB, exatamente num dia de sessão, a única da semana. O PMDB ficou sem líder na Câmara e eles livres dos questionamentos da suposta oposição no caso dos servidores. Sobrou, mais uma vez, para o improvisado líder do governo, o médico e funcionário público, Silvio Cleffi, PSC.

Anhaia estava sem voz na sessão passada (fez uma cirurgia nas cordas vocais) e saiu dela para são se contrapor com os servidores. Pelo jeito melhorou para viajar.

Quem banca tudo isso nas diárias? Os pagadores de pesados impostos. Ora, se há um discurso de economia e de colocar a casa em ordem por parte da atual administração, qual a razão do governo de Kleber fazer uma viagem a Brasília, escondido, e dizendo que vai buscar verbas. Quais? Para que?

Ir ao gabinete do deputado Rogério Peninha Mendonça, PMDB, como mostra a foto, logo numa terça, sendo que até na segunda-feira ele estava aqui em Santa Catarina, fazendo política, caçando votos e armando a sua reeleição. Quem depende de Gaspar para os votos no ano que vem? Peninha ou Kleber? Por que esta reunião não foi feita em Gaspar?

A assessoria de imprensa, calada, reagindo apenas às informações básicas.

Segundo ela, a grande comitiva gasparense foi lá por merrecas. Analisem e concluam. Acorda, Gaspar!

Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa
Assunto: Proposta no Sinconv
Ref: Fortalecer e Estruturar a Política Municipal para a Pessoa Idosa no Município de Gaspar.
 
Secretaria de Desenvolvimento Regional - SDR
Assunto: Chamamento Público 01/2017
Ref. Proposta de Promover a Inserção Regional da população residente na rua João Russi e Adjacentes.
 
Ministério do Desenvolvimento Social
Assunto: Obtivemos a liberação do CRAS E DO CREAS, porém não tivemos a liberação dos veículos. Proposta: 71110/2017 - Aquisição de Veículo para o deslocamento da equipe CREAS - R$ 100.000.00
Proposta: Aquisição de veículos para o deslocamento da equipe CRAS - R$ 100.000.00
 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Assunto: Proposta Voluntária Cadastradas no Siconv, sendo a principal:
Proposta 036812/2017 - Construção da Casa do Produtor em Gaspar - R$ 792.000.00
Proposta 036804/2017 - Apoio a Projetos de desenvolvimento e fomento do Setor Agropecuário - R$ 500.000.00
 
Ministério do Turismo
Assuntos:
Construção do Portal e Implantação de Sinalização Turística no Município - R$ 495.000.00
Implantação de Infraestrutura turística no Município de Gaspar - R$ 2.970.000.00
Implantação de área de lazer, sob a ponte do Vale - R$ 990.000.00
 
Ministério da Saúde
Assunto: Habilitação de Hospital na Rede de Urgência e Emergência/ Leitos Retaguarda

 

Sobre fatos essenciais como a Arena Multiuso, o Anel de Contorno, a ponte do Bela Vista, a repavimentação e a urbanização da Anfilóquio Nunes Pires... nada.

Edição 1826

Comentários

Mariazinha Beata
09/11/2017 20:06
Seu Herculano:

Sobre o texto do dia 09/11/2017 às 15:16hs, como beata só tenho a dizer que: entre Michel Temer e Dilma Rousseff, o Papa prefere a DilmANTA, então, que seja "fritado" aos pouquinhos ...
Bye, bye!
Herculano
09/11/2017 18:00
PSDB RESOLVE COMETER SUICÍDIO COLETIVO EM PRAÇA PÚBLICA, por Vera Magalhães, no jornal O Estado de S. Paulo.


Até onde um partido pode ir em termos de autodesmoralização pública? A julgar pelo PSDB, não há limite.

Afastado do comando da sigla em virtude das graves acusações que pesam contra ele, denunciado pelo Ministério Público Federal e mantido no exercício do mandato por seus pares após uma queda de braço com o STF, Aécio Neves se recusou a renunciar definitivamente à presidência do PSDB.

Alegou que já estava afastado e a convenção que escolheria o sucessor definitivo estava próxima e não havia por que antecipar a saída. Agora, vê-se, não era bem assim: Aécio manteve o posto para influir nos rumos do partido. E o faz, reassumindo o cargo para destituir Tasso Jereissati do comando.

Ao deixar a licença para usar sua mão pesada sobre a sigla, Aécio atende a apelos dos ministros de Michel Temer, que vinham se sentindo pressionados depois que artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pregou o imediato desembarque do governo Michel Temer, posição partilhada por Tasso.

Ao buscarem o denunciado Aécio para ser seu procurador, os ministros tucanos automaticamente se alinham a ele no partido. E mostram ser seus comandados e integrantes de sua cota no governo.

A justificativa formal para Aécio ter reassumido brevemente para destituir Tasso e designar Alberto Goldman, também vice, para seu lugar é que, como candidato à presidência do PSDB em dezembro, Tasso influiria no pleito. Como se ele próprio, Aécio, não tivesse comandado o partido em sua própria reeleição e, depois, na decisão da Executiva que prorrogou seu mandato por mais uma vez.

A destituição de Tasso não é a primeira demonstração do fato de que Aécio nunca desencarnou totalmente do comando do PSDB. A recente discussão, que quase descambou para briga física, por conta da contratação de uma pesquisa, já mostrava que o mineiro insistirá o quanto puder em ditar os rumos do partido ?" de preferência de forma a que eles sejam os convenientes à sua própria sobrevivência política.

Com a intervenção de Aécio o PSDB atrela ainda mais seu destino ao do mineiro. E vai à convenção de dezembro ainda mais cindido e desgastado publicamente.

As pesquisas mostram que o envolvimento de Aécio na Lava Jato, a presença do partido no governo e as acusações que pesam contra vários de seus caciques fazem do PSDB, hoje, um partido mais desgastado que o PT. Isso porque ele perde o aval que tinha e não conserva algo que o PT detém e ele não: o fanatismo resiliente de uma massa de adoradores.

Sem se preocupar em apresentar uma agenda ao país, envolto em sua eterna indecisão hamletiana sobre ser ou não ser governo e usado como bunker por um presidente mais preocupado em manter o foro privilegiado que com a reputação da sigla que comanda, o PSDB pode deixar de ser, em 2018, uma alternativa de poder. Mesmo tendo, hoje, os dois nomes mais aceitos pelo "establishment" para a sucessão de Temer.

E toda essa pororoca de infortúnios, diferentemente das do PT e do PMDB, foi autoimposta. Os tucanos agem como adoradores de Jim Jones.
Herculano
09/11/2017 17:49
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA E ESPECIAL PARA O JORNAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO E O DE MAIOR CIRCULAÇÃO EM GASPAR E ILHOTA.

UMA COLUNA PARA SER COPIADA POR QUEM NÃO POSSUI...
Herculano
09/11/2017 17:34
O DIÁRIO DO "AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO" DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS

1. Em abril, eles pedem o reajuste pela inflação dos vencimentos e do "auxílio alimentação". Ganham o dos vencimentos. O do "auxilio" fica para outubro em nova rodada de negociações, dependendo da situação e boa vontade da prefeitura. São R$400,00, um dos mais altos da região.

2. Chega outubro. Depois de dormirem por meses, descobrem que a prefeitura não está disposta a reajustar o "auxílio" e por esta coluna, de que vão ganhar cartões, com licitação, inclusive em curso. Meu Deus!

3. Desesperados vão à greve, aos discursos e à defesa de um"direito adquirido" que se enrolava Há 23 anos sem o Sindicato torná-lo legal. As cartas vão caindo. E a prefeitura resolver judicializar a questão. Tudo o que o sindicato e os servidores não queriam.

4. Hoje dois fatos sinalizadores. A Justiça negou a liminar do Sindicato para parar a licitação para a escolha da fornecedora dos cartões, que substituirão o falso adicional salário criado; e a licitação feita, já se sabe que cartão terão os funcionários a partir de dezembro: a Personal card
Miguel José Teixeira
09/11/2017 15:16
Senhores,

"Engana-se quem acha que a riqueza e o status atraem inveja... as pessoas invejam mesmo é o sorriso fácil, a luz própria, a felicidade simples e sincera e a paz interior." Papa Francisco

Papa Francisco pede mais orações para ele. Saibam a razão

"Só em sua própria terra, entre seus parentes e em sua própria casa, é que um profeta não tem honra". Marcos 6:4

Notícias vindas do Vaticano confirmam as previsões, feitas à época da escolha do Papa Francisco para comandar os destinos da Igreja Católica no mundo, de que esse seria um Pontífice bem diferente de todos os que haviam passado pelo trono de Pedro. Diferente e avesso ao conservadorismo reinante desde sempre naquele Estado.

Com posições pessoais, um tanto liberais para o establishment local, Francisco vem compreendendo, aos poucos, como será difícil administrar a sede central da igreja, adormecida por séculos de contradições e onde o poder temporal e as disputas materiais de pessoas e grupos em nada se diferencia de outros Estados.

A oposição ao atual papa é visível aos olhos de todos, mesmo daqueles que não estão acostumados ao dia a dia da Santa Sé. Existem rumores cada vez maiores de que Francisco esteja sendo, para usar uma imagem familiar, "fritado" aos poucos, com intuito de desacreditá-lo e de enfraquecer suas posições. Tramas políticas sempre fizeram parte da História do Vaticano e muitos foram os papas que, por não enfrentá-las com rigor, acabaram em desgraça.

Embora amado por milhões, Francisco não tem encontrado acolhida pacífica dentro da sede da Igreja. Meses atrás a cidade do Vaticano e em seu entorno amanheceu repleta de cartazes apócrifos criticando o Papa por ter destituído os chefes das congregações, removido sacerdotes, enfraquecido a Ordem de Malta e dos Franciscanos da Imaculada, além de ter ignorado cardeais. "Onde está sua misericórdia?", perguntava o cartaz. Aqueles que sempre gozaram de privilégios no Vaticano, vivendo como verdadeiros magnatas, rodeados de mordomias, veem na figura de Francisco uma ameaça que deve ser removida o mais rápido possível.

Após sua chegada houve uma reestruturação e um enxugamento das finanças do Vaticano. Para tanto Francisco nomeou gente de sua estreita confiança para a tarefa monumental. Criou comissões para debelar os vários casos de abuso sexual de crianças dentro da Igreja, revelando sua tolerância zero contra esses criminosos.

Por outro lado, o papa não tem poupado críticas severas ao capitalismo excludente. Além disso tem seu dedo na aproximação de Cuba com os EUA. É dele também os esforços para encerrar os conflitos de décadas entre o governo da Colômbia e os guerrilheiros das Farc.

Por sua postura em favor de uma igreja mais tolerante em questões familiares, como o divórcio e principalmente com relação aos católicos homossexuais, o papa tem sido perseguido e criticado abertamente pela ala mais ortodoxa do catolicismo. O papa, dizem seus detratores, é vigário de Cristo na Terra, mas não é Cristo.

Para essa ala conservadora, a igreja se encontra agora imersa na confusão e desorientada. Para muitos especialistas em Vaticano, o papa vem sendo alvo de uma forte oposição nos campos teológicos, institucionais e políticos. Para Francisco é chegada a hora de a igreja aceitar a realidade da sociedade contemporânea de modo a não se distanciar muito do mundo atual, perdendo com isso parte considerável de fiéis em toda a parte.

Fazer ajustes de percurso numa instituição que por mais de dois séculos se mantém firme em suas posições, é, para muitos, um movimento perigoso e que pode abalar as estruturas da igreja. De todas as oposições, a mais dura de ser enfrentada é a oposição política. Num mundo em que as posições de direita parecem se erguerem, as atitudes do papa Francisco assustam e são consideradas uma ameaça ao status quo, dentro e fora do Vaticano.

O arco de grupos que vêm agindo abertamente contra Francisco vai desde os fabricantes de armas até os governos conservadores na Europa e EUA. Suas posições em prol da ecologia e de um mundo mais fraterno incomodam muitas lideranças mundo afora. A verdade é que os tempos de mudanças chegaram ao Vaticano para desestabilizar todos aqueles que estavam confortavelmente instalados e desfrutando de todos os privilégios.

À semelhança de Cristo, Francisco veio para confundir e sacudir a poeira milenar. Dessa forma vai se cumprindo o dito bíblico: Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus. Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Mateus 10, 32-34.
Talvez seja por esse motivo que Francisco vem repetidamente pedindo a todos que orem por ele.

Fonte: Correio Braziliense, Coluna do Ari cunha, hoje

Sidnei Luis Reinert
09/11/2017 14:50
Pronto para o Avançar (sobre seu bolso)?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Nada menos que 17 ministros de Michel Temer serão obrigados a deixar o governo, em abril, para disputar a próxima eleição. O cidadão consciente tem o dever de votar em nenhum deles. Cada vez mais tungado pelo governo (indiretamente via mais impostos e indiretamente pela ação da corrupção sistêmica), o "contribuinte" tem de entrar com tudo na campanha "Reeleja Ninguém".

Claro que a atitude pode render pouco. Afinal, no cassino eleitoral do Al capone, sob o dogma do voto eletrônico sem direito a conferência e recontagem por meio impresso, você até sabe em quem vota, mas nunca tem certeza de quem se elege. Além disto, é enorme a chance de trocar um bandido por outro. No entanto, reelejer ninguém, no mínimo, atrapalha o plano de quem deseja se perpetuar no poder.

Quer coisa mais nojenta que a constatação, feita pelo presidente interino do PSDB Tasso Jereissati, de que o partido se acomodou às benesses do governo e se tornou um partido fisiológico? Tasso reafirmou ontem que os ministros da sigla devem deixar seus cargos, se a Convenção do partido aprovar o desembarque do governo Michel Temer. Será que os membros do "núcleo de um sistema fisiológico" farão isto? Mais fácil é eles abandonarem o ninho tucano...

Temer 3% é um presidente impopular e encurralado (por favor, sem trocadilho infame com quem teve um recente problema na delicada região da próstata). O presidente ouviu ontem de um dos comandantes do Centrão, deputado Arthur Lira (do PP), que a base exige que se faça, agora, e não em janeiro, a desejada "reforma ministerial". Não adianta... Os fisiológicos querem cargos... E a chance de usar a máquina nas campanhas dos aliados...

Arthur Lira teria feito três sugestões ao Presidente. 1) A troca da articulação política (hoje comandada pelo tucano Antônio Imbassahy, ministro da Secretaria de Governo). 2) A convocação dos tucanos da base governista para que eles confirmem que continuam votando a favor do governo, mesmo que percam os cargos. 3) Melhorar a péssima comunicação de seu governo ?" o que significa um milagre de alta complexidade até para os deuses da marketagem.

A conjuntura segue temerária. Temer não sabe como operar o milagre de conseguir 308 votos para aprovar a versão de Reforma da Previdência desejada pelo time do presidenciável Henrique Meirelles. O relator da proposta, deputado Arthur Maia, do PPS baiano, não aceita que servidores públicos se aposentam ganhando mais que a turma da iniciativa privada. Maia também avisa que não se mexerá na fixação da idade mínima para aposentadoria, mesmo que não estejam definidos quantos anos. O resto terá de ser negociado, duramente, sob pressão dos sindicatos e dos servidores públicos sobre a base parlamentar fisiológica...

No meio disso tudo, a marketagem oficial lança um projeto chamado "Avançar"... Só pode ser um novo "Avançar sobre o bolso do "contribuinte" ?" aquela pessoa física ou jurídica obrigada a conviver com quase 100 impostos, taxas, contribuições, além de infindáveis multas e instruções normativas impostas pelo aparelho repressivo fiscal do Estado-Ladrão tupiniquim.

Nesse ritmo, mesmo sem querer querendo, Michel Temer 3% será o maior cabo eleitoral do Jair Bolsonaro ou do ex-companheiro Lula da Silva (se este último não acabar condenado, preso e impedido de concorrer, conforme cagaço real da petelândia desvairada)...
Paty Farias
09/11/2017 14:07
Oi, Herculano

"Manuela D'Ávila deu entrevista nesta quarta (8) como candidata do PC do B à Presidência na eleição de outubro de 2018" às 07:54hs

O blog O Antagonista de hoje acha que a candidatura de Manuela é uma farsa e apela para uma declaração dela no Facebook, logo depois do lançamento do seu nome, ontem.


- Achamos que a eventual ausência do presidente Lula no cenário eleitoral agravará a crise institucional que o Brasil vive.

"Já começou a campanha a reboque do PT.
O PCdoB é um puxadinho do PT."
Do Blog do Políbio.

Essa é mais um lixo comunista gaúcho.
Quem nasceu pelego e capacho sempre será capacho e pelego do PT.
Pergunta ao macaco veio que ele sabe.
Renato
09/11/2017 13:50
Se. Herculano,
Será que a decisão do juiz foi com base jurídica ou o nepotismo cruzado interferiu na decisão?
Pode o cargo de confiança do juiz ter a esposa em cargo de confiança do prefeito?
Qual sua opinião?
Gilmar
09/11/2017 13:50
Boa tarde Herculano.
Duas semanas atrás estava conversando com um prefeito da região sobre a situação das prefeituras.!!
O principal assunto foi a necessidade de verbas para realização de obras, saúde, educação, etc.
Primeiro, a necessidade de ir a Brasília mendigar com os deputados por verbas.
Segundo, nem escutam direito seus requerimentos e já começam a te perguntar quantos votos vai conseguir para ele ano que vem.
Terceiro, deputados que votaram contra o Temer não estão conseguindo liberação das emendas.
Quarto, "perigoso", deputados precisam de dinheiro para próxima eleição, prefeitos que se sujeitarem ao esquema tem mais chances de ganharem recursos, princialmente os de maiores valores.!!!
A coisa está feia mesmo!!!
Miguel José Teixeira
09/11/2017 13:26
Senhores,

Na mídia:

"Temer rifa o PSDB antes de 'desembarque' pirotécnico.
Vai se livrar dos tucanos antes que saiam espalhafatosamente"

Lembrei-me do neo-lulo-petista Delfim Netto: "Os tucanos têm o bico muito grande, a asa muito curta, comem os próprios ovos, têm um intestino longo. E cada vez que pousam fazem uma sujeira danada."
Herculano
09/11/2017 12:24
NA GUERRA POR SUPOSTO DIREITO ADQUIRIDO, SINTRASPUG PERDE A PRIMEIRA BATALHA NA JUSTIÇA.

Era previsível. Venho escrevendo sobre isso. E venho desagradando os dois lados (a prefeitura e o Sindicato).

Um servidor me abordou: "você não está do nosso lado?" Respondi: "não!". "está do lado da prefeitura!!, ironizou. "Não!" retruquei. "Então qual é a sua?" Respondi: "eu sou pagador de algo que não está na lei; nenhum trabalhador da iniciativa privada, sem estabilidade, que paga impostos, tem tais privilégios que vocês defendem. É hora de parar com isso. Ou é para todos, ou não é para ninguém". Mas, respeito a luta dos servidores e do Sintraspug.

Volto,Se à prefeitura sobra coragem, ao Sintraspug e os servidores faltam-lhes reconhecer que estavam pendurados num improviso há 23 anos.

E estão, juridicamente, estão em aparente desvantagens. E o Sintraspug por tudo que são esclarecido e já leram aqui, sabem disso. Então resta o bafo, o palanque, o discurso, a pressão para um acordo fora da Jurisdição, e o quanto mais rápido possível.

Como sou afeito à preguiça, mostro o primeiro revés na voz da Nota Oficial da própria prefeitura aos servidores.

"Caro Servidor Municipal

A Justiça de Santa Catarina indeferiu a liminar impetrada pelo Sintraspug contra a Prefeirura de Gaspar, que pedia o cancelamento da licitação, que escolherá a empresa que administrará o pagamento do Vale-alimentação em forma de cartão eletrônico.

De acordo com a Justiça, não há relevância do fundamento invocado pelo impetrante, tendo em vista o caráter indenizatório do auxílio alimentação.

Na decisão, o Juiz afirma:

"... por na?o possuir cara?ter remunerato?rio, mas sim de verba indenizato?ria, como visto, que e? paga ao servidor para que custeie sua alimentac?a?o, ou seja, na?o configura contraprestac?a?o pelo servic?o prestado, ate? mesmo a sua supressa?o na?o afrontaria o princi?pio constitucional da irredutibilidade dos vencimentos dos servidores."

Desta forma, o juiz Renato Mastella, observa que o edital está totalmente de acordo e não há motivo algum para suspender o processo.Prefeitura Municipal de Gaspar
Herculano
09/11/2017 09:47
SERVIDORES DE GASPAR CONTINUAM MOBILIZADOS. FAZEM UMA JOGADA PARA DESMORALIZAR A TESE JURÍDICA DA PREFEITURA, DOBRAM A APOSTA CONTRA O GOVERNO E AO PRóPRIO DESGASTE

Ontem foi dia de mais Assembleia dos servidores de Gaspar, convocados pelo Sintraspug. Concorrida. Ela aconteceu no auditório da Câmara.

O principal assunto, continuou sendo o impedimento do tal "auxilio de alimentação" ser salário e assim ser convertido em ticket, como quer a prefeitura para atender o benefício previsto na lei que o criou em 1994.

Mal pago, segundo os servidores, o pagamento continuado do "auxilio alimentação" como salário e a margem da lei, virou um "direito adquirido" e é um complemento salário disfarçado.

Esta causa, como já detalhei várias vezes aqui, O Sintraspug deixou rolar durante 23 anos no improviso. Agora foi parar na Justiça. Dai o berro. Por isso, tudo o que for feito neste momento, é apenas barulho e chororô. Saiu do âmbito político e das negociações diretas. Foi para o arbitramento.

Com a pauta furada pelo cochilo das gestões passadas, o Sintraspug armou os seus, com quatro decisões:

1. Estão em estado de greve permanente. Compromete-se em deixar os 80% dos funcionários para fazer funcionar o serviço público aos gasparenses, como determinou a Justiça e assim se livrar da multa de R$100 mil;

2) Querem uma audiência com a Câmara. Deviam pedir audiência com o juiz da causa. O que a Câmara vai fazer pelos servidores a não ser dar palanque a vereadores servidores para se instalarem em causa própria e contra a maioria dos eleitores que sustentam os servidores e os vereadores com seus pesados impostos e não possuem o benefício que querem para eles?

3) Mas a audácia está na decisão tomada de aumentar dos atuais R$13,33 por dia (R$400,00 por mês e um dos mais altos na região) do "auxílio alimentação", para R$16,66 por dia, ou seja, R$500,00 mês. Qual conta fizeram para pedir 25% de aumento, num ambiente inflacionário de 4% (pela Furb) e 3% de inflação (no IBGE).

4) E para completar querem a incorporação R$250 (a metade dos R$500) nos vencimentos dos servidores e não mais integral como é hoje e zero com quer a administração de Kleber Edson Wan Dall, PMDB.

Primeiro, com a proposta da parcialidade do "auxílio alimentação" incorporada nos vencimentos dos servidores, será o reconhecimento da tese do Sindicato do tal "direito adquirido" pela prefeitura, e que hoje ela própria refuta e mandou para a Justiça.

Segundo, está embutida uma esperteza. Se essa proposta do Sintraspug for aceita pela prefeitura, abre-se imediatamente uma discussão jurídica, desmancha-se a tese da prefeitura na Justiça, para se ter logo logo, a incorporação da outra metade do "auxilio alimentação" nos vencimentos dos servidores.

Como se vê, o Sintraspug sabe que está fragilizado diante da lei, pendurado num possível "direito adquirido", teme a judicialização e abre brechas jurídicas transversas para consertar aquilo que não foi capaz de fazer em 23 anos. Acorda, Gaspar!
Herculano
09/11/2017 08:37
CORRUPÇÃO É ELEITA A PALAVRA DO ANO PELOS BRASILEIROS

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Felipe Saturnino.O resultado da #PalavraDoAno2017, que elege o vocábulo mais importante dos últimos 365 dias no Brasil, foi divulgado nesta quinta-feira, 9: a palavra 'corrupção' foi a escolhida da vez. As outras finalistas que estavam no páreo eram 'vergonha', 'tensão', 'crise' e 'mudança'.

'Tá difícil competir': relembre vezes em que o perfil de 'House of Cards' citou a política no Brasil
A iniciativa é da consultoria de estratégia, engajamento e mobilização Cause em parceria com o instituto Big Data. "Queremos mobilizar a sociedade, mas para isso é preciso entendê-la", explica ao E+ Leandro Machado, sócio da Cause, a motivação do concurso.

Na primeira eleição, que ocorreu em 2016, a vencedora foi a palavra 'indignação'. Segundo Machado, para quem o quadro de finalistas aponta uma visão pessimista do povo, o Brasil agora "está dando nome aos bois" com os quais se encontra indignado.

"É uma boa iniciativa para ter uma ideia de qual é o espírito da época no Brasil", diz ele, também bacharel em Ciência Política pela UnB e fundador da Rede de Ação Política e Sustentabilidade (RAPS), uma espécie de caça-talentos para a política brasileira. "As palavras fazem um retrato fiel do que o Brasil passou por esse ano", continua Machado, ano em que o País viu o "estado da corrupção disseminada".

A palavra do ano é decidida por voto popular e opinião de cinco jurados. Na primeira etapa da pesquisa, iniciada em outubro, 9 mil pessoas citaram, de forma espontânea, mais de mil palavras através do aplicativo PiniOn. Entre as 40 mais mencionadas, os jurados escolheram cinco finalistas que "melhor representavam o conjunto", segundo Machado, e que foram votadas pelo público para se chegar à vencedora.

De acordo com ele, a escolha se inspirou em modelos como do dicionário Oxford ?" que elege o termo do ano e o adiciona em sua publicação ?", na Inglaterra, e da Sociedade da Língua Alemã (GfdS). Em ambos, júris fazem a seleção. No entanto, o modelo brasileiro resolveu também adotar a participação popular.

"Vemos os processos de fora para fazer um aqui do Brasil. Pensamos em algo que incluísse não só pessoas do mundo da palavra, mas também o povo", afirma Machado. O concurso contou com cinco jurados, que, de diferentes modos, passaram por cargos de comunicação durante suas carreiras.

"Em frente a um País com crise, corrupção, tensão e vergonha, a população quer mudança", sintetiza Ricardo Arnt, jornalista e um dos jurados do concurso, sobre as palavras finalistas da escolha. "Espero que continue essa pesquisa, é muito interessante e importante para saber a evolução do sentimento do brasileiro."

Em entrevista ao E+ na quarta-feira, 8, pouco antes de desligar o telefone, ele previu: "Corrupção vai ganhar".
Herculano
09/11/2017 08:33
TEMER, A RAPOSA, REPõE NA ORDEM DO DIA A PREVIDÊNCIA; OS BICHOS-PREGUIÇA NÃO ENTENDERAM NADA, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Pode ser, sim, que a reforma da Previdência seja destravada - ainda que numa versão enxuta. E, acreditem!, há quem não enxergue nisso a sutil atuação de Michel Temer.

Antes de se tornar presidente da República, Temer era visto pela quase totalidade dos jornalistas como uma hábil raposa política. E isso era um elogio. A expressão se referia à sua óbvia destreza para caminhar de forma macia entre contrários. Sempre foi um negociador competente e comandou com brandura, mas com firmeza, a máquina gigantesca e diversa que é o PMDB. Nas fábulas, a raposa é símbolo de sagacidade.

Parte da crítica passou a emprestar viés negativo à metáfora durante o impeachment. O vice, então, dizia-se, estaria conspirando contra a "presidenta". Obviamente foi preciso ignorar que Dilma o demitira da coordenação política depois de alguns poucos meses porque os petistas passaram a atuar para derrubá-lo. Enchiam a orelha da dita-cuja com a conversa de que ele jogava em seu próprio nome. Acharam que era uma boa ideia ela cuidar pessoalmente da relação com os políticos. Pois é?

Em seu pronunciamento de segunda, Temer disse com todas as letras: está, sim, comprometido com a reforma da Previdência; quer realizá-la, mas é balela que a sorte de seu governo dependa disso. E foi explícito: ele quer a reforma, mas, se o Congresso não quiser, se a imprensa não quiser, se a sociedade não quiser, então reforma não haverá.

Poderia haver maneira mais sutil e mais eficaz de voltar a botar o tema da ordem do dia? Os primeiros a reagir foram os mercados. E com razão. Sem as mudanças, o futuro do país está comprometido. As expectativas se deterioraram. E todos se lembraram, ora pois, que mudar a Previdência não depende da vontade pessoal do presidente. Sozinho, ele não pode fazê-lo. Onde estão os políticos que a defendem? A propósito: o que pensam a respeito, de maneira explícita e mobilizada, os que se querem pré-presidenciáveis? O único escancaradamente a favor é Henrique Meirelles, ministro da Fazenda. E os outros?

A propósito: o que Luciano Huck pensa sobre o tema?

E a questão voltou ao debate com a urgência que merece. Os tontos saíram por aí a propalar que o presidente tinha dado um tiro no próprio pé. Vai ver sobreviveu a duas poderosas urdiduras golpista porque é bobo, porque é ingênuo, porque não conhece política e os políticos. Vai ver está onde está apenas porque é um sem-noção, que se deixa tragar por vagas de opinião? Seu pronunciamento foi um alerta. A reação dos mercados, uma antecipação de resultado. O fato é que são poucos os analistas políticos. O que temos é torcida organizada em clima de boteco.

O governo vai tentar uma versão mitigada da reforma. Deve manter a idade mínima da aposentadoria em 65 anos para homens e 62 para mulheres. Haverá alterações na forma originalmente imaginada para a aposentadoria rural. Também se estuda diminuir o tempo mínimo de contribuição, de 25 para 15 anos, para ter acesso ao benefício.

Assim como os mercados reagiram negativamente na terça à notícia de que poderia não haver reforma nenhuma, reagiram positivamente nesta quarta à de que lideranças se mobilizaram em favor da mudança.

Era o esperado. Assim, nada mais providencial do que aquele pronunciamento do presidente, que foi lido pelos bobos como um tiro no pé. Ora, tiro no pé por quê? Temer será deposto se a reforma não acontecer? Terá prejudicado o seu esforço para a reeleição? Mas qual reeleição? O que pode perder o presidente? Algumas linhas na enciclopédia, que não trarão, então, as mudanças que terá efetivado na Previdência.

Não fazer a mudança é que é um tiro no peito do futuro do Brasil e dos brasileiros. Ocorre que o chefe do Executivo estava lá, a falar quase sozinho sobre o tema.

Agora, os tais mercados, descendo e subindo, lembraram a quantos estejam interessados que fazer a reforma não deriva da vontade exclusiva de Temer. Há também o Congresso. O presidente sempre se dispôs a liderar o processo.

No sentido virtuoso, continua uma raposa. O problema é o raciocínio curto dos bichos-preguiça que fazem análise política
Herculano
09/11/2017 08:29
UM ALERTA DE URGÊNCIA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O presidente do BC, Ilan Goldfajn, fez uma advertência sensata: as boas condições internacionais para as economias emergentes "não vão durar para sempre"
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Uma advertência simples e sensata fechou a palestra do presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, numa reunião em Montevidéu, no Uruguai: as boas condições internacionais para as economias emergentes "não vão durar para sempre". Desta vez ele deu o recado completo, ou quase, e com a ênfase necessária. Talvez pudesse ter acrescentado umas poucas palavras: ninguém deve perder tempo. Relatórios do BC têm repetido, há meses, menções a um cenário internacional benigno. As condições da economia global têm facilitado a recuperação do Brasil e contribuído para o crescimento de muitos outros países latino-americanos, africanos e asiáticos. Têm contribuído, também, quando os governos e parlamentares têm juízo suficiente, para ajustes das contas públicas e correções de falhas estruturais. Se alguém se atrasou, deve mexer-se com rapidez, porque ninguém pode dizer quando o tempo vai mudar.

Goldfajn falou em Montevidéu, durante a 23.ª Reunião de Presidentes de Bancos Centrais da América do Sul. Tratou da evolução recente e das perspectivas da economia brasileira. Repetiu, de modo geral, informações sobre a reativação, a inflação em queda e a redução dos juros no Brasil. Mencionou a boa posição das contas externas, com superávit comercial de US$ 53 bilhões até setembro, reservas superiores a US$ 380 bilhões e ingresso de financiamento direto equivalente a 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, descreveu a reorientação da política econômica desde o ano passado e expôs o programa de ajuste e de reformas.

A exposição trouxe, no entanto, uma novidade mesmo para o brasileiro informado sobre a economia nacional: a advertência apresentada com ênfase incomum no final da apresentação. O recado seria mesmo para o público sul-americano? Talvez, mas o lembrete parece dirigido principalmente ao público brasileiro ?" de modo especial aos políticos e àqueles grupos mais informados e mais preparados para cobrar do governo e do Congresso as medidas necessárias.

O alerta, em linguagem mais clara que a usada até agora na maior parte da comunicação do BC, serve muito bem para uma situação de incerteza crescente quanto ao ritmo das mudanças propostas pelo governo e dependentes de aprovação no Congresso.

A mais urgente dessas mudanças é a reforma da Previdência. Ministros da área econômica vêm-se empenhando de modo especial para mobilizar apoio da base governista. Enquanto isso, líderes dessa base aproveitam a situação de quase emergência e pressionam o Executivo, cobrando postos no Ministério e criando ambiente para barganhas.

Ao mesmo tempo, importantes propostas encaminhadas ao Parlamento são estraçalhadas por parlamentares empenhados em atender grupos e em cuidar da eleição. Algumas dessas propostas, como a de adiamento do reajuste salarial do funcionalismo, são importantes para a boa execução do Orçamento do próximo ano.

Reformas e ajustes, disse o presidente do BC em Montevidéu, são essenciais para conseguir crescimento econômico sustentável e para manter baixa a inflação. Essa afirmação vale para todos os países sul-americanos, mas é especialmente relevante no caso daqueles com maiores desarranjos na última década, como Brasil, Argentina e, em condições extremas de degradação econômica, Venezuela.

A Argentina tem avançado na direção certa. O Brasil também, mas a agenda brasileira de reformas essenciais é especialmente ampla e, neste momento, politicamente complicada. Esta condição torna a advertência mais dramática. O apelo, no entanto, embora realçado pela urgência, é um simples chamado ao bom senso.

Telhado se conserta quando o tempo é bom. Isto é mera sabedoria popular, acessível a qualquer pessoa simples e sensata. Mas a sensatez é frequentemente esquecida tanto por administradores como por legisladores com poder para apoiar ou impedir boas decisões. Para produzir o efeito necessário, a sensatez tem de ser associada à disposição de cuidar do interesse nacional ?" algo um tanto raro em Brasília
Herculano
09/11/2017 08:26
BOLSONARO VIRA NORMAL, HUCK SOBE, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

HÁ UMA tentativa de normalizar Jair Bolsonaro, que não faz muito tempo era um estranho até no ninho dos primitivismos da direita brasileira.

Tornou-se comum ouvir de gente mais jovem e tosca da finança que é melhor ver o ex-militar no Planalto do que Lula, o que parece uma opinião óbvia, no caso, mas que indica o tamanho do problema (contra Lula, vale qualquer coisa e, ao mesmo tempo, não há ainda outra coisa que se possa contrapor ao petista, de forma civilizada e competitiva).

Além do mais, trata-se de converter o espantalho em uma marionete liberal e de trocar sua palha suja de décadas de discursos odientos e limpa de ideias.

Em março, abril, Luciano Huck era um rumor de festas e jantares de ricos. Em meados do ano, tornou-se um balão de ensaio, que subiu quando a bola de João Doria murchou um pouco.

Huck e seus adeptos agora fazem o plano de negócios da candidatura: pesquisas de prospecção de viabilidade, momento de lançar o candidato, sob qual rótulo partidário etc.

Huck e Bolsonaro têm em comum apenas a possibilidade de virem a ser o anti-Lula, no entanto, é ocioso dizer, é um insulto comparar o apresentador de TV ao oficial subalterno do Exército.

Na elite política e econômica, Bolsonaro é resultado de selvageria e oportunismo políticos. Huck é de fato uma tentativa de recriar a política por fora do mundo da política, por mais artificial que por ora, pelo menos, pareça esse projeto.

O plano Huck envolve gente que considera ainda quixotescos projetos como o Partido Novo, da direita liberal, e que desistiu ou está à beira de desistir do sistema político que está aí, inclusive do partido que foi o representante normal da centro-direita no último quarto de século, o PSDB.

Gente que tanto apoia "start ups" políticas quanto quer resultados imediatos, com uma candidatura logo viável.

Não sabem dizer, no entanto, como vão converter Huck em um líder político de fato, quando não acabar por sugerir que planejam apenas criar uma espécie de rainha da Inglaterra do presidencialismo.

Não sabem dizer como é possível levar a "renovação" ao Planalto, à Presidência da República, com um Congresso que em 2019 não será muito diferente dessa turba degradada que temos hoje, uma massa de baixo clero sem bispos.

Para piorar, o problema não é apenas o Congresso, mas também o Judiciário e toda a relação entre Poderes.

Como também é o caso dos demais candidatos prováveis do "campo das reformas", não sabem dizer de resto qual vai ser o programa político. O econômico, no essencial, parece óbvio. Mas o que se vai dizer a um eleitorado que, por enquanto, parece refratário a reformas?

Pode ser que a imagem das mudanças liberais tenha sido contaminada e empesteada por Michel Temer e cia., o seu governo repulsivo para quase o país inteiro.

É mais provável que o eleitorado queira saber de um plano que combine um plano econômico qualquer com soluções rápidas que, por ora, nenhum programa liberal sabe dar para a desgraça na saúde ou para a infraestrutura em ruínas, por exemplo.

Uma alternativa a um plano de recuperação econômica que até agora não repartiu a conta do prejuízo, por ora paga apenas com o couro do povo
Herculano
09/11/2017 08:19
TEMER 'RIFA' O PSDB ANTES DE SAÍDA PIROTÉCNICA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

A presença ambígua do PSDB no governo está com os dias contados: o presidente Michel Temer decidiu dar xeque-mate no tucanato já nos próximos dias. É que, apesar de controlar 4 importantes ministérios, o partido contribui apenas com 20 votos na bancada de apoio ao governo na Câmara dos Deputados. Temer vai se livrar do PSDB antes de virar alvo de uma saída pirotécnica do partido do governo, em dezembro.

BANANAÇO
Tucanos que fingem não serem governistas articulam uma espécie de "bananaço" a Temer, durante a convenção nacional de dezembro.

MIL CARGOS
Além de adorar o "muro", o PSDB não suportava a vida de oposição, longe dos cargos públicos federais. Com Temer, ganhou mais de 1000.

PEDALA, TEMER
Partidos mais leais a Temer, como PP e PMDB, cobram uma atitude em relação ao PSDB desde a primeira denúncia contra o presidente.

PACIÊNCIA NO FIM
O PSDB pediu "paciência" a Temer até sua convenção de dezembro, quando elegerá a nova direção. O presidente desistiu de esperar.

GOVERNO QUER CHANCELA DO STF A REFORMA TRABALHISTA
A Advocacia-Geral da União (AGU) se prepara para entrar no Supremo Tribunal Federal com uma Ação de Declaração de Constitucionalidade (ADC), a fim de sepultar a pregação de magistrados ativistas contrários à modernização da legislação trabalhista. Há juízes e entidades que os representam tachando a reforma trabalhista de "inconstitucional", mas não a questionam no STF. A ação provocará a Corte a se posicionar.

REFORMA DEMOCRÁTICA
Se a CLT foi criada por decreto-lei de um ditador, a reforma trabalhista é a primeira lei democrática no setor, aprovada no Congresso Nacional.

MEDIDA CONSTITUCIONAL
A nova legislação trabalhista entra em vigor neste sábado (11), depois de sancionada pelo presidente Michel Temer.

CONVITE AO CRIME
A sindicalização da magistratura tenta convencer juízes a cometer o crime de desobediência, boicotando ou burlando a nova legislação.

PRIVILÉGIOS NO FIM
O governo decidiu fazer alguma reforma da Previdência do que nenhuma reforma, por isso vai focar o fim de privilégios no setor público, como aposentadoria integral e "pecúnia", entre muitas outras.

QUASE TRILHÃO
Só a adequação das rodovias à demanda nacional custaria R$294 bilhões, segundo a Confederação nacional dos Transportes (CNT). Incluindo ferrovias, hidrovias e malha aérea, vai a R$987 bilhões.

'EXTERNO' É ODEBRECHT?
A presidente do PT e réu na Lava Jato, senadora Gleisi Hoffmann (PR) gravou vídeo para pedir doações para bancar a "caravana de Lula" já que o PT "não tem mais doações externas ao partido", explica ela.

UM ZAGUEIRO NO DPF
O novo diretor-geral da Polícia Federal, delegado Fernando Segóvia, tinha fama de boa praça na UnB, onde estudou Direito, e de zagueiro de bom nível técnico, nas peladas com colegas advogados de Brasília.

ERA OUTRO
O ex-ministro José Dirceu nega que tenha sido alvo de hostilidades de frequentadores de uma hamburgueria de Brasília, na companhia da filha pequena. Até porque nunca esteve no local.

GRANDE IDEIA
O acreano José Júnior criou uma "Ideia Legislativa", no site do Senado, que é ótima: o fim de todas as regalias a políticos. "O cidadão paga contas com o próprio salário, políticos também deveriam", diz.

JABUTI EM PEC
O deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) incluiu a "inviolabilidade do direito à vida", desde a fecundação do óvulo, no parecer sobre a PEC que amplia a licença maternidade, proibindo todo tipo de aborto.

SACO SEM FUNDOS
De olho no voto de funcionários públicos, a deputada Erika Kokay (PT-DF) propôs lei para pagar um salário a comissionados demitidos. "São os trabalhadores com menos direitos reconhecidos", tenta justificar.

PENSANDO BEM...
...após o "saidão" de presos, o Brasil inventou a "cadeia rapidinha" até para presos em flagrante, como no caso do ladrão de 29 celulares.
Herculano
09/11/2017 08:12
MARCELLO MILLER VIBROU QUANDO SOUBE QUE JOESLEY BATISTA GRAVOU AÉCIO NEVES, por Mônica Bérgamo, no jornal Folha de S. Paulo

ATÉ QUE ENFIM
Um dos momentos de felicidade do ex-procurador Marcello Miller no acompanhamento da delação da J&F foi quando soube que Joesley Batista gravou Aécio Neves. Ele vibrava, segundo interlocutores que conviviam com Miller, por finalmente a Lava Jato ter alcançado um tucano de primeira grandeza.

AULA
Miller nega que tenha orientado a delação. Ele afirma que fez apenas reparos "linguísticos e gramaticais" a um esboço e delação para não ser "descortês" com a J&F.
Herculano
09/11/2017 08:09
ARGUMENTO PARA LIBERAR CASSINO É FLUÍDO: ELE NÃO DÁ NOTA FISCAL, por Jânio Freitas, no jornal Folha de S. Paulo

Os militares estão preocupados. De fato, a safra de motivos para preocupação ultrapassa muito a de qualquer dos outros governos problemáticos, na combinação de diversidade, corrosão nacional e duração. Com o agravante de que a incompetência do governo só se equipara à do pior dos governos, o de Collor.

A síntese da preocupação dos altos comandos, como Laís Alegretti e Rubens Valente a formularam na Folha, está na "falta de tranquilidade no atual quadro político e econômico, e com o impacto desse cenário nas eleições de 2018". Situação em que o Brasil se arrisca a "explodir" economicamente -expressão usada na nota do Conselho Militar de Defesa-, com os dirigentes políticos voltados apenas para as eleições de 2018.

Os interesses eleitorais no Brasil do nosso tempo não são, salvo casos escassos, projetos político-partidários. São a forma aparente, a ponta de lança, de diferentes objetivos do poder econômico e, nos últimos anos, planos de correntes religiosas nem todas autênticas. Menos simples na realidade, essa configuração se expressa o tempo todo. Daí que mais preocupante seja o fato de estarem os políticos entregues a temas alheios à gravidade da situação. Como, na Presidência, a pretensão de atenuar a imagem do presidente insuportável; no Congresso e entre governadores, a volta dos cassinos, entre os demais desvios.

Sob tudo isso está a dinheirama. Oculta, correndo na rede de dutos que liga todos os recantos de Brasília, mas não só lá. Imaginação não falta. A proposta de reabertura dos cassinos, por exemplo, por fim encontrou uma resposta às críticas de antissocial: os impostos gerados pelo jogo iriam para um fundo destinado à segurança pública. Outros se lembraram que a assistência à saúde é o mal mais reclamado, e a anexaram à segurança. Henrique Meirelles, que há tempos pensa em obter dos cassinos o que seus saberes não conseguem para a economia, quer a bolada para fantasiar o seu êxito. E lá vai o dinheiro correndo, fácil e grosso, nos dutos que acionam o projeto do jogo, como sabe José Serra.

Cassino não dá nota fiscal. Sua arrecadação pode ser vista como obra de ficção. É argumento tão fluido que o presidente do Senado e defensor do projeto, Eunício Oliveira, conseguiu ficar a favor-contra. Prometeu incluir o projeto na pauta de votação. E logo lhe veio a ressalva: com a condição de que os impostos pagos sigam em linha reta para o fundo de segurança e para a saúde pública. Não para o Tesouro, de onde os desviem "ajuste fiscal". A euforia de Michel Temer e dos governadores murchou. Mas o ânimo depende mais dos dutos.

O dinheiro das privatizações de Fernando Henrique também se destinava aos fins mais nobres. Sumiu. Nenhum fim de tal quilate viu ao menos um centavo. E Fernando Henrique, Malan, Armínio, Franco jamais informaram o país do destino dado ao dinheiro. Parte dele cobriu rombo de banco particular. Os políticos que parecem só tratar de eleição não estão preocupados com e como os comandos militares. Continuam ocupados.

MAU SINAL

Saiu da Procuradoria-Geral da República, semana passada, a informação aqui comentada de que o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo, negou a Raquel Dodge a autorização para investigar possível compra de sentença por Joesley Batista. Não houve o pedido. Dodge quis autorização para perícia prévia de um grampo, aprendendo com o ministro que para isso era só dirigir-se à Polícia Federal. A notícia falsa comprometia Lewandowski e resguardava Dodge. Na era Janot, disso não se viu
Herculano
09/11/2017 08:06
'LULA E O BOLSONARO ACABAM SENDO CABOS ELEITORAIS UM DO OUTRO", DIZ MARINA, por Josias de Souza

Para Marina Silva, o Brasil mudou de patamar. Foi do fundo do poço para o poço sem fundo. Chegou às profundezas porque tomou gosto pela polarização. Prestes a decidir sobre sua participação na terceira campanha presidencial consecutiva, a estrela da Rede Sustentabilidade disse numa entrevista ao blog que Lula e Jair Bolsonoro, bem-postos nas pesquisas, reforçam o flagelo da cisão do país. Afirma que eles "acabam sendo cabos eleitorais um do outro". Lamenta que os "projetos de poder" restrinjam o debate sobre um "projeto de país".

LULA E BOLSONARO ELEVAM A POLARIZAÇÃO À 5ª POTÊNCIA, DIZ MARINA

O repórter perguntou a Marina se a estratégia de Lula de realçar pontos positivos de seu governo em contraposição às mazelas éticas que já lhe renderam uma condenação a 9 anos e meio de cadeia seria uma versão pós-moderna do 'rouba, mas faz.' Marina soou como se concordasse com a tese. E aprofundou o raciocínio: "Antes, a gente tinha essa ideia do rouba, mas faz. Mas agora isso virou uma profusão de nomenclaturas. Tem gente que diz rouba, mas é amigo. Rouba, mas é de esquerda. Rouba, mas é de direita. Rouba, mas está fazendo as reformas. Isso não pode acontecer."

'NÃO ROUBAR É UMA CONDIÇÃO SINE QUA NON', DECLARA MARINA SILVA

Tecnicamente empatada com Bolsonaro na segunda colocação das pesquisas, Marina ainda não assume formalmente sua condição de candidata. Mas fala sobre 2018 como se já estivesse a um passo do palanque. "Em breve, estarei manifestando a minha posição. Há um desejo na Rede de que tenhamos uma candidatura própria. Não preciso ter falsa modéstia. O desejo é de que haja a minha candidatura. Assim como há também na sociedade. Mas a gente não pode ir pela lógica do poder pelo poder. Encaro política como um serviço. E, como serviço, você tem que prestar onde ele é necessário." Não parece preocupada com a escassez de meios da Rede. "Se Davi tivesse olhado para sua funda nunca teria enfrentado o gigante."

'HÁ UM DESEJO NA REDE DE QUE TENHAMOS CANDIDATURA PRóPRIA'

Na disputa presidencial de 2014, Marina roçou o segundo turno. Sua candidatura definhou depois de sofrer um bombardeio do marketing da campanha de Dilma Rousseff. Acha que foi derrotada por uma organização criminosa?, indagou o repórter. E Marina: "As organizações criminosas estavam presentes, porque a Lava Jato está mostrando isso. Dinheiro do caixa dois, da Petrobras, dos fundos de pensão, do Banco do Brasil, de Belo Monte, da venda de medidas provisórias. O que apareceu nas investigações mostra que houve dinheiro da corrupção envolvendo as duas campanhas, tanto de quem ganhou como de quem foi para o segundo turno [Aécio Neves]."

'ORGANIZAÇõES CRIMINOSAS ESTAVAM PRESENTES NA DISPUTA DE 2014'

Instada a declarar o que faria de diferente se chegasse à Presidência, Marina esboçou o perfil de um "governante republicano". Acha que sobreviveria ao impeachment? "A Dilma gravou até um programa [na campanha de 2014] mostrando porque eu seria cassada. Só tinha trinta e poucos deputados, não tinha a maioria no Congresso. [?] Ela chegou a ter mais de 400 deputados na sua base de sustentação. Não é quatidade que mantém alguém no poder, é a qualidade." Numa referência à atmosfera de bazar que marca as relações de Michel Temer com o Legislativo, Marina pisou no calo do sucessor de Dilma: "Pagar para ter maioria não é governar, é praticar crimes."

MARINA: 'PAGAR PARA TER MAIORIA NÃO É GOVERNAR, É PRATICAR CRIMES'

Marina respondeu a um comentário que Ciro Gomes, presidenciável do PDT, fizera sobre ela. "Não tô vendo a Marina com apetite de ser candidata", dissera Ciro. "Não vejo ela com energia. E o momento é muito de testosterona. Não elogio isso. É mau para o Brasil, mas é um momento muito agressivo e ela tem uma psicologia avessa a isso." Em timbre mais acomodatício do que bélico, Marina pespegou: "Ele fez uma crítica ao hormônio que ele representa. Logo, cheguei à conclusão de que o que está sendo necessário, talvez, seja uma visão mais acolhedora das coisas, uma visão que tenha uma noção de cuidado." Arrematou: "Para mim, o poder não é motivo de apetite. Quem tem muito apetite pelo poder acaba sofrendo de indigestão com ele. Eu tenho mesmo é compromisso com o Brasil."

MARINA RESPONDE A CIRO GOMES: 'PODER NÃO É MOTIVO DE APETITE'

No segundo turno da campanha presidencial de 2014, Marina declarou apoio a Aécio Neves. O que sentiu quando o senador tucano, pilhado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, foi pendurado de ponta-cabeça nas manchetes? "Quando eu vi a conversa do Aécio, tive a mesma sensação da conversa em que a Mônica [Moura, mulher do marqueteiro João Santana] relatava em relação à presidente Dilma, passando dicas para que os marqueteiros não fossem pegos pela Justiça. Não há diferença nenhuma. Quando as pessoas que têm a mais alta responsabilidade de representar a República resolvem sabotar a República, a gente tem que parar para pensar e começar a dizer: nós precisamos refundar a República."
Herculano
09/11/2017 07:54
REPÚBLICA DE BANANAS PROCURA CANDIDATOS A PRESIDENTE, por Roberto Dias, secretário de redação na area de produção do jornal Folha de S. Paulo

Nesta quinta (9) completa-se um ano que o mundo soube que Donald Trump presidiria os EUA. Qualquer pessoa pode se dizer surpreendida pelo desfecho. Mas era impossível não ter visto Trump a caminho. Porque um ano antes da eleição o candidato estreara sua propaganda. Anunciava que queria construir um muro e pedia, já ali, que os adversários republicanos desistissem.

Corta para o Brasil.

Manuela D'Ávila deu entrevista nesta quarta (8) como candidata do PC do B à Presidência na eleição de outubro de 2018. Coisa parecida ocorreu com Álvaro Dias no Podemos. Nos nomes de maior força eleitoral, a mensagem é bem mais turva.

Lula se lançou em caravana por necessidade de manter vivo o PT e pressionar o Judiciário a não barrar sua candidatura - que dificilmente sobreviverá. Ciro Gomes, do PDT, parece esperar o fim da novela lulista.

Jair Bolsonaro entrou na corrida, mas não se sabe por qual partido. Está no PSC e namora o Patriotas. E se acabar só em amizade? "Sou paraquedista, já tenho outro em vista."

Geraldo Alckmin, do PSDB, vocaliza autoajuda: "Para ser piloto, você começa com alguém te ensinando". A frase é recado ao correligionário João Doria, por sua vez emudecido pela contradição - claríssimo na campanha paulistana, agora precisa desdizer a mensagem de que queria ser só prefeito, mas não sabe como.

Marina, da Rede, é silêncio. Luciano Huck promete não "fugir da raia", mas falta saber em que raia está. Henrique Meirelles, do PSD, diz uma coisa num dia e outra em outro.

É uma desgraça viver só de cálculo partidário. À aspiração legítima de presidir o país deveria corresponder a obrigação de vir a público dizer que vai se candidatar por isso e aquilo.

O jantar tucano na segunda (6) é sintomático. O senador José Serra afirmou querer disputar a eleição. Só não soube expressar a que cargo e em nome de que projeto. Em vez disso, gracejou: "Os homens são meio bananas". Difícil tirar-lhe a razão
Mardição
08/11/2017 20:43
Não vejo qual a razão de PRIVATIZAR.
O governo não sabe que aquilo lá já uma PRIVADA?
Sujiru Fuji
08/11/2017 19:59
Perguntar não ofende:
De quem é ou era o terno que o vereador Francisco Solano Anhaia está vestindo?
Pelo caimento o "defunto" era menor.

Você já viu um petista elegante?
Violeiro de Codó
08/11/2017 19:35
Sr. Herculano

"Luís Carlos Prates para senador com Bolsonaro em SANTA CATARINA ..."

Boa escolha.
Homem íntegro, de caráter, tudo o que fala soa verdadeiro porque é verdadeiro.

Essa dupla vai dar o que falar.Se só o Bolsonaro já assombra a esquerdalha, os dois juntos vão banir o comunismo do Brasil.E não é sem tempo.
Sidnei Luis Reinert
08/11/2017 16:59
Luís Carlos Prates para senador com Bolsonaro em SANTA CATARINA... vai ter muito comunista desempregado na nossa região. #naovaiterreeleiçao!

https://sulnoticias.com/destaques/bolsonaro-convida-prates-para-o-senado/
Herculano
08/11/2017 16:11
TEMER DEFINE NOVO DIRETO-GERAL DA POLÍCIA FEDERAL. DELEGADO FERNANDO SEGóVIA SUBSTITUI LEANDRO DAIELLO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Eliane Cantanhêde, O presidente Michel Temer (PMDB) oficializou na tarde desta quarta-feira, 8, a nomeação do delegado de carreira Fernando Segóvia para diretor-geral da Polícia Federal, substituindo o também delegado Leandro Daiello. Segóvia irá ao gabinete do presidente acompanhado do ministro da Justiça, Torquato Jardim, a quem a PF é subordinada. O governo assume o compromisso de não haver nenhuma mudança e interferência nos rumos da Lava Jato.

A saída de Daiello vem sendo negociada desde quando Alexandre de Moraes ainda era titular do ministério. Daiello se diz cansado, sob pressão da família e com a sensação de que já fez tudo o que tinha de fazer à frente do cargo.

Segóvia tem larga experiência em inteligência de fronteiras, questão considerada prioritária pelo governo no combate ao crime organizado. Ele foi também adido da PF na África do Sul e superintendente regional no Maranhão. Formou-se em Direito na Universidade de Brasília (UnB) e tem 22 anos de carreira.

Outro nome fortemente cogitado foi o do delegado Rogério Galloro, atual diretor executivo da PF e ex-adido em Washington. Ele, porém, assume a diretoria Américas da Interpol depois de obter 137 dos 140 votos dos países membros da entidade, em votação em Pequim, na China, há três semanas
Erva Daninha
08/11/2017 14:30
Oi, Herculano

A cada enxadada uma minhoca.

"O fotógrafo de Lula, Ricardo Stuckert, recebia 40 mil reais por mês do esquema de propinas de Sérgio Cabral."
O Antagonista às 10e26hs.

É mais outra inovação do PT, LuLLa e Dilma, fotógrafo com mensalinho e pixulecos.
Ladrões do dinheiro público!

Quem dera ser uma mosquinha para saber em qual bolso e/ou bolsa de políticos gasparenses "passeiam" os nossos pesados impostos.
Maria de Fátima Albino
08/11/2017 14:07
OS PARTIDOS DE HUCK - às 10:18Hs

"A preferência, por enquanto, de acordo com Freire, é pelo PPS."

Herculano, o PPS é o antigo PCB - Partido Comunista Brasileiro?
Então Roberto Freire faz parte dos canalhas comunistas e querem desesperadamente Luciano Huck para manipular a opinião pública e garantir que os comunistas globais continuem no poder.
Roberto Freire é a própria "fake news".
Violeiro de Codó
08/11/2017 13:40
Oi, Herculano

Se é tudo verdade o que falam sobre as pesquisas de que Jair Bolsonaro sobe a cada dia, tenho pena dos petistas que não vão ser enterrados, vão ficar ao relento.
Anônimo disse:
08/11/2017 13:36
Herculano, Jair Bolsonaro tem chance?

Resposta do Blog Aluízio Amorim:
Tem! Para desespero dos vagabundos de todos os matizes políticos e, sobretudo, para o dito "jornalismo companheiro" que, desesperado, despiu-se dos últimos vestígios de credibilidade
Digite 13, delete
08/11/2017 13:11
KKKKK... Chico Anhanha estava sem voz para ficar ao lado dos servidores mas tinha voz para viajar com dinheiro público.

Servidores, acreditaram no PeTralha?
Chupa que é de uva!!!
Sebastião Cruz
08/11/2017 13:04
Olá, Herculano

"Um dos generais do centrão, Arthur Lira, líder do PP, partido campeão no ranking do petrolão, avisa a Michel Temer: "Ou muda o ministério ou não vota mais nada aqui no Congresso."
Josias de Souza às 07:36hs

Este sujeito é do mesmo partido de Hilário Melato e Lu Spengler. Tudo a mesma bosta, sem deixar de incluir outro sujeito mequetrefe que atende pela alcunha de Dão.
Ana Amélia que não é Lemos
08/11/2017 12:48
Sr. Herculano:

Não conheço seu íntimo, mas ler:

"Sidnei Luis Reinert
08/11/2017 12:09 Por que Alckmin não tem chance presidencial."

Nunca li nada igual, MA-RA-VI-LHO-SO!
É bom o Sr. JA IR se acostumando.
Sidnei Luis Reinert
08/11/2017 12:09
Por que Alckmin não tem chance presidencial


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Talvez de maneira nunca antes vista na História deste País, os donos do poder nunca estiveram tão fragilizados na capacidade de influenciar no resultado eleitoral. O temor deles tem dois motivos. O primeiro é o crescimento consolidado da candidatura de Jair Bolsonaro. O segundo é o alto risco de Lula da Silva não conseguir disputar a eleição de 2018. Por motivo de saúde e, sobretudo, por falta de condições morais, se for condenado novamente e tiver sentença confirmada em segunda instância judicial por crimes ligados à corrupção.

Os controladores do sistema de poder no Brasil podem não ter condições de manipulação no Judiciário para salvar Lula. Pior ainda, têm tudo para falhar na previsível tentativa de sabotagem contra Jair Bolsonaro. O tal "Fator Honestidade" parece tão consolidado quanto à candidatura do "mito". Além dele, o grande tema popular para a eleição de 2018 será a "Segurança", em seus aspectos policial, econômico e jurídico. O quesito favorece, claramente, Bolsonaro. O discurso dele incorpora o anseio popular. É muito improvável que outro candidato consiga fazer o mesmo. Por mais bem representar o anseio popular por segurança, Bolsonaro tende a crescer.

O "sistema" tem algumas dificuldades para assimilar o eventual retorno de Lula ao Palácio do Planalto. Primeiro, porque se tem a certeza de que ele e os seguidores da seita petralha jogarão todas as fichas em um projeto bolivariano que atrapalha meganegócios. Segundo, porque Lula no poder promoveria um violento ataque contra a Lava Jato e afins, no compromisso de salvar os parceiros na corrupção do próprio PT e do PMDB, PP, PSDB e afins, e a corrupção descontrolada também afetaria negativamente os negócios. Resumindo: os deuses do mercado rejeitam Lula.

O inverso acontece com Bolsonaro. Embora alguns ainda alimentem dúvidas sobre a visão estatizante, desenvolvimentista e interventora do candidato, a maioria avalia que Bolsonaro não atrapalhará os grandes negócios. Já se consolida a imagem de Bolsonaro como um "Trump dos pobres". O discurso moralista-conservador, principalmente contra a corrupção, sinaliza um ambiente de liberdade e segurança para a retomada de investimentos em empreendimentos fundamentais, principalmente em infraestrutura, que não podem nem devem ser atrapalhados pela ação da corrupta máquina estatal e seus agentes operacionais ou pelos sabotadores ideológicos.

Lula prejudicado. Bolsonaro consolidado e crescendo. Então, o que torna a candidatura de Geraldo Alckmin sem chances de vitória? Primeiro, o seu estilo "Picolé de Chuchu". Ele é muito fraco ?" já demonstrou isto na eleição que perdeu feio para Lula ?" no discurso ofensivo. O estilo "moderador" é ineficaz na campanha programada para uma polarização radical e imagética entre "honestos e bandidos". O segundo motivo é que ele concorre pelo desgastado PSDB ?" fatalmente enterrado pelas denúncias contra Aécio Neves. O tal "orgulho tucano" nunca esteve tão abalado...

O terceiro motivo contra Alckmin é o desgaste natural de mais de 20 anos no Governo do Estado de São Paulo. Ele não está preparado para agüentar o volume da pancadaria que tomará dos adversários, inimigos e, sobretudo, do "fogo amigo" tucano. O nome de Alckmin só une o PSDB na base da força. A trituração promovida (por ele) contra João Dória é a prova de que nenhuma candidatura resiste a um movimento de assassinato de reputação. Alckmin será alvo de graves denúncias de corrupção contra a gestão dele no Palácio dos Bandeirantes. O negócio ficará feio quando surgir e se consolidar o candidato anti-PSDB ao governo paulista.

Apenas parece, desenha-se uma falsa impressão, de que o momento atual se parece com 1989 ?" naquela campanha que elegeu o fenômeno Fernando Collor de Mello, com a violenta sabotagem que impediu a candidatura (imbatível e surpreendente) do showman e empresário Sílvio Santos. Tudo não passa de ilusão, porque Bolsonaro não é Collor. Do mesmo jeito como Luciano Huck ou (o já detonado) João Dória nem chegam perto do que simbolizava, no final da década de 80, o Homem do Baú da Felicidade. Além disso, o descontrole econômico da Era Sarney nem se compara com a crise estrutural de agora ?" que impede até o mais banal vôo de galinha.

Com o agravamento da descontrolada insegurança com requintes de violência, a presente conjuntura política e econômica está gerando as pré-condições para uma inédita mudança estrutural no Brasil. Curiosamente, a figura hedionda de Lula ?" se puder disputar a eleição ?" contribuirá para consolidar a rejeição da maioria dos brasileiros contra os políticos corruptos. Para completar, a quase certa tentativa de sabotagem contra Bolsonaro pode gerar uma revolta inédita da maioria contra o "sistema" ("o verdadeiro inimigo" ?" conforme prega o Capitão Nascimento de Tropa de Elite I e II).

Independentemente do resultado que tenha, a eleição de 2018 tem tudo para consolidar as pré-condições para as inevitáveis mudanças estruturais que acontecerão, em breve, pela via de uma inédita Intervenção Institucional (ou Constitucional).

Desenhando, para facilitar o entendimento: O Brasil tem de mudar e romper com seu modelo Capimunista meramente rentista, sem compromisso com a produção, emprego e renda, porém aliada aos agentes do Estado-Ladrão. Se a mudança não acontecer, pode ter certeza que "a porrada vai comer", e o resultado é imprevisível.
Herculano
08/11/2017 10:33
POR QUE PRIVATIZAR? por Cristiano Romero, no jornal Valor Econômico

Em 1953, a classe média foi às ruas pela campanha do "petróleo é nosso", movimento que, na sequência, resultou na fundação da Petrobras. Na mesma época, apenas 25, de cada 100 crianças, estavam matriculadas em escolas de 1º grau. O baixíssimo índice de matrícula, que explica que país somos muito mais do que a estatal petrolífera, não comovia - e ainda não o faz - os brasileiros, mais preocupados com o discurso "soberano" do que com a essência das coisas.

Esse descompasso de prioridades mostra o quão doente era - e é - a sociedade brasileira, imagem que esta coluna toma emprestada de conversas com o economista Samuel Pessoa, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), ligado à FGV do Rio. De fato, somente uma sociedade doente pôde passar tanto tempo sem dispor de escolas para suas crianças - a universalização do ensino básico só se deu quase 50 anos depois, mas a tragédia continua no ensino médio.

De acordo com o Observatório da Criança e do Adolescente, da Fundação Abrinq, a taxa de escolarização líquida, isto é, a razão entre o número de matrículas de alunos com idade prevista - de 15 a 17 anos - para cursar o ensino médio e a população total na mesma faixa etária estava, em 2015, em 56,9%. Isto significa que quase metade dos jovens de 15 a 17 anos não está estudando. Pode-se dizer que falta escola para metade dos jovens dessa faixa etária ou ainda que, de cada 100 alunos que concluem o ensino fundamental, quase 50 param de estudar.

Segundo o Observatório do Plano Nacional de Educação (PNE), cerca de 2,5 milhões de crianças e jovens de 4 a 17 anos estão fora da escola. Desse contingente, aproximadamente 1,5 milhão são jovens de 15 a 17 anos que deveriam estar cursando o ensino médio. A universalização dessa etapa do ensino, conforme determina a Emenda Constitucional nº 59, deveria ter ocorrido em 2016.

"A recente melhora das taxas de fluxo escolar no ensino fundamental faz aumentar o número de matrículas do ensino médio, mas o país ainda está longe de alcançar patamares ideais. Altas taxas de evasão persistem no ensino médio. O modelo curricular ultrapassado, baseado em um número excessivo de disciplinas, torna a etapa desinteressante para o jovem do século 21", diz o Observatório do PNE, que é mantido por 24 organizações ligadas à Educação e coordenado pelo excelente movimento Todos Pela Educação, presidido por Priscila Fonseca da Cruz.

O professor Ricardo Paes de Barros, criador do Bolsa Família e talvez o melhor arquiteto de políticas sociais do país, atribui o fracasso do ensino médio à baixa qualidade do ensino, ao ambiente escolar e à limitada resiliência emocional dos estudantes. Em levantamento recente, num esforço conjunto do Instituto Ayrton Senna, do Insper, da Fundação Bravo e do Instituto Unibanco, Paes Barros previu que quase três milhões de jovens, de 15 a 17 anos, não vão se matricular no ensino médio em 2018. Ele estima que metade dos jovens dessa faixa etária concluirá essa etapa com um ano de atraso, gerando desperdício de R$ 35 bilhões por ano ao erário.

Essas estatísticas são tão vergonhosas, especialmente se considerarmos a megalomania dos brasileiros e a maneira altiva com que estufamos o peito para ainda hoje defender a Petrobras e o slogan "o petróleo é nosso", que pouco se fala do tema. É um assunto que realmente não faz verter uma lágrima na Vila Madalena, reduto da esquerda festiva em São Paulo. A exceção à indolência nada cívica se deu uma só vez, em meados de 2013, quando, de forma difusa, brasileiros foram às ruas protestar contra tudo e contra todos, mas principalmente pela melhora da qualidade do ensino e da saúde. Mas já se passaram quatro anos e o clamor desapareceu.

Enquanto isso, muitos continuam batendo no peito para defender a manutenção da Petrobras sob o controle do governo. Alegam que a empresa é "estratégica" sem explicar por quê - está claro que estratégico é o gasto benfeito em educação e saúde. Não se nega a importância da criação da estatal há quase sete décadas. Ela é líder mundial na extração de petróleo em águas profundas e parece começar a superar os efeitos do mega-assalto promovido por uma quadrilha de funcionários e os desafios tecnológicos da extração de óleo da camada pré-sal.

É importante lembrar que, ao contrário do que se imagina, a roubalheira na Petrobras foi idealizada e operacionalizada por funcionários de carreira. Ninguém foi contratado para ocupar um cargo na estatal e, assim, saqueá-la, até porque, com exceção da diretoria, a estatal não admite empregados que não sejam de carreira. Os políticos de que tanto se fala são, na verdade, os mantenedores dos funcionários corruptos. São importantes para manter o esquema funcionando, mas não são cruciais - o roubo pode ser feito sem eles.

O que se deve discutir, portanto, é a existência de incentivos para um empregado de uma estatal locupletar-se. Não se trata de afirmar que a prática é generalizada. Não é, mas não importa: a corrupção surge nas entranhas do Estado; quanto maior é o aparato estatal, com empresas atuando no setor produtivo e no financeiro e com a existência de regimes legais complexos e de regulações que tentam prever todas as situações da vida cotidiana, mais numerosos e vultosos são os casos de assalto ao erário.

O Brasil criou estatais numa época em que carecia de capitalistas e a economia era fechada - o modelo de crescimento era o de substituição de importações. O sistema funcionou por um tempo e permitiu ao país construir, entre outras coisas, sistemas de energia e telecomunicação interligados nacionalmente. Na década de 1970, a economia se endividou de maneira acelerada justamente para financiar esses investimentos. Uma infraestrutura razoável nasceu ali, mas, nos anos 80, após a segunda crise do petróleo, os Estados Unidos elevaram os juros para combater a inflação resultante da escalada do preço do petróleo, provocando uma turbulência sem precedentes em países em desenvolvimento como o Brasil.

A crise da dívida, em 1982, foi o marco do fim de uma era. Acostumada a crescer a taxas chinesas, a economia brasileira entrou num longo período de inflação alta e baixo crescimento. No fim da década de 1980, concluiu-se, não por ideologia mas por falta de opção, afinal, o Estado quebrara, que era preciso começar a vender e/ou fechar estatais. Embora o diagnóstico tenha sido feito ainda no governo Sarney, na gestão de Maílson da Nóbrega no Ministério da Fazenda, as privatizações só começaram em 1991, com a venda da Usiminas, ainda no governo Collor. Tomaram impulso nos anos seguintes, mas foram paralisadas na gestão Lula.
Herculano
08/11/2017 10:30
CÚPULA MILITAR PEDE CLIMA ELEITORAL TRANQUILO EM 2018

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Laís Alegretti e Rubens Valente, da sucursal de Brasília. Reunidos na última quarta (1º), os comandantes militares do país aprovaram uma ata - cujo conteúdo foi obtido pela Folha - em que se dizem preocupados com a falta de tranquilidade no atual quadro político e econômico e com o impacto desse cenário nas eleições de 2018.

A cúpula das Forças Armadas também dá um sinal contrário às recentes declarações de oficiais sobre intervenção militar, ao afirmar que "cabe a todos os brasileiros a mais estrita observância dos preceitos constitucionais."

O recado vem menos de um mês após o general Antonio Hamilton Mourão, secretário de finanças do Exército, afirmar que as Forças Armadas poderiam "impor uma solução" à crise política no país.

Diferentemente da fala do general, o texto elaborado pelos chefes das Forças Armadas na semana passada sinaliza as eleições de 2018 como um marco político desejável, ao mencionar a "tranquilidade das eleições".

"É preciso que o país construa o ambiente de tranquilidade necessário para prosseguir no esforço de superação das dificuldades econômicas, essencial para a defesa da soberania e dos interesses nacionais para que tenhamos um processo eleitoral tranquilo no próximo ano."

Na ocasião, o general disse que uma "intervenção militar" poderia ser adotada se o Judiciário "não solucionar o problema político", em referência à corrupção.

O Conselho Militar de Defesa é integrado pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, e os chefes do Exército, Marinha, Aeronáutica e Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Criado em 1999, ele tem função de assessorar o presidente da República "no que concerne ao emprego de meios militares".

As reuniões, que ocorrem a cada dois meses, servem para ajustar e uniformizar o discurso entre as diferentes Forças, de forma a diminuir falhas de comunicação.

Segundo autoridades próximas do grupo, o texto reflete uma preocupação com a governabilidade no país e com a falta de harmonia entre os Poderes.

A avaliação dessas autoridades é que o Brasil corre o risco de "explodir" economicamente, sem reformas importantes, e que líderes políticos estão preocupados apenas com as próximas eleições, o que desestabiliza o país.

As Forças Armadas também continuam com o entendimento de que são chamadas a atuar em áreas nas quais não têm expertise suficiente sempre que há problemas de ordem social e econômica no país. Um exemplo, segundo militares, foi a atuação na crise do sistema prisional, deflagrada em janeiro.

Procurado nesta terça (7), Raul Jungmann disse que preferia não falar por se considerar, "por razões de sigilo, impedido de comentar quaisquer assuntos, reais ou não" referentes ao conselho.

As declarações do general Mourão à loja maçônica do Distrito Federal antecederam uma reunião do comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas, com oficiais da ativa e da reserva no Comando Militar do Leste, no Rio, em 26 de setembro.

Participaram do encontro na ocasião três ex-comandantes do Exército e o ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) do Planalto no governo Lula (2003-2010), o general Jorge Félix.

Em uma rede social, Villas Bôas escreveu que o encontro teve o objetivo de "orientar, pessoalmente, os integrantes do Exército". Ele incluiu a hashtag "coesão".

A Folha pediu ao Exército, por meio da Lei de Acesso à Informação, o acesso aos registros em texto, áudio e vídeo da reunião, que não havia sido informada previamente à imprensa.

Em resposta, o Exército informou que não dispunha da informação solicitada porque não houve gravação em áudio e vídeo do encontro do comandante do Exército com os oficiais generais da ativa e da reserva, bem como não foi registrado por escrito.

Em setembro, em entrevista à TV Globo, o general Villas Bôas descartou uma punição ao general Mourão e o elogiou, chamando-o de "uma figura fantástica, um gauchão".
Herculano
08/11/2017 10:26
O RETRATO DA PROPINA

Conteúdo de O Antagonista. O fotógrafo de Lula, Ricardo Stuckert, recebia 40 mil reais por mês do esquema de propinas de Sérgio Cabral.

O mensalinho, segundo O Globo, durou de 2012 a 2014.

O delator Renato Pereira, responsável pelos pagamentos, disse que se tratava de um agrado de Sérgio Cabral ao comandante máximo da ORCRIM.

Um agrado de aproximadamente um milhão de reais
Herculano
08/11/2017 10:18
OS PARTIDOS DE HUCK

Conteúdo de O Antagonista. Luciano Huck e lideranças do Agora! - movimento do qual o apresentador de TV faz parte - decidiram procurar partidos políticos para tentar viabilizar a candidatura de Huck.

Com viés liberal, o grupo quer transformar a política, mas por meio dela, sem criminalizá-la.

O PPS, conforme Roberto Freire, presidente do partido, revelou a O Antagonista ontem, foi umas das legendas acionadas e "as conversas estão avançando".

A equipe de Huck, segundo o próprio Freire, procurou ainda representantes do partido Novo, da Rede e do PSL, também conhecido como Livres.

A preferência, por enquanto, de acordo com Freire, é pelo PPS.

No caso do DEM, faz questão de ponderar o deputado, foram eles (do partido) que procuraram Huck, não o contrário
Herculano
08/11/2017 08:01
MILLER ENVIA E-MAIL A MILLER (!) QUE EVIDENCIA QUE AÇõES CONTRA TEMER E AÉCIO FORAM MESMO ARMAÇõES, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Pois é? E o comprometimento ilegal do Ministério Público Federal com a delação dos Batistas (Joesley e Wesley) e associados é, tudo indica, maior do que se poderia supor, conforme revela reportagem da Folha desta quarta. Até agora, a doutora Raquel Dodge está muda. A continuar assim, ainda se acaba achando que ela não tem o que dizer. Antes que chegue ao ponto, algumas considerações.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a soprano do golpe que tentaram dar no presidente Michel Temer, recorreu até ao Supremo contra a CPMI da JBS. O homem acha que o Poder que ele próprio integra não tem competência e autonomia para investigar lambanças que eventualmente envolvam atos do Ministério Público Federal. Mais: a ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) também decidiu apelar ao tribunal para impedir que Eduardo Pelella, ex-chefe de gabinete de Rodrigo Janot, fale à comissão na condição de testemunha. Senador e entidade afirmam que ela busca intimidar os sacrossantos procuradores e o trabalho virtuoso que se faria lá no Ministério Público Federal. Será mesmo?

Não fosse a CPMI, não se teria quebrado até agora o sigilo de mensagens enviadas por e-mail por Marcelo Miller, o ex-procurador que era um dos bravos de Janot e que já admitiu ter participado de forma indevida de entendimentos para que a JBS chegasse a um acordo de delação. Na sua versão, limitou-se a fazer correções gramaticais em textos. De fato, já se sabe que o papel do MPF foi muito maior.

Um e-mail enviado por Miller para seu próprio endereço ?" é uma forma a que pessoas recorrem para guardar anotações e fazer lembretes ?" sugere que ele fez, na verdade, o roteiro da delação. O texto é do dia 9 de março, dois dias depois de Joesley gravar a conversa com Michel Temer, e 15 dias antes da gravação com o senador Aécio Neves, em que este pede R$ 2 milhões ao empresário. Segundo Janot, em sua denúncia, trata-se de "propina". Ele só não diz o que Aécio ofereceu em troca.

O e-mail de Miller é impressionante porque evidencia que:
1: JANOT FALTOU COM A VERDADE EM DOCUMENTO OFICIAL
No dia 8 de março, Mario Celso Lopes, um ex-sócio dos Batistas, foi preso no âmbito da operação Greenfield em razão de operações realizadas quando ligado ao grupo. Escreve Miller:
"Perguntar por que o MPF postulou a prisão do ex-sócio se a empresa já se apresentou à colaboração"

IMPORTÂNCIA DO TRECHO ?" Ora vejam: então, no dia 9 de março, a empresa já havia acertado a colaboração com o MPF. Ocorre que, em documento oficial, Janot assegurou que o primeiro contato da JBS para fazer uma delação só ocorreu no dia 27 de março. Já se sabia que isso, muito provavelmente, era mentira. Francisco de Assis e Silva, advogado do grupo e um dos delatores, afirmou ter tratado da delação com Pelella no dia 2 de março. Mais: à Corregedoria do MPF, ele afirmou que as tratativas para uma delação começaram a ser feitas no dia 20 de fevereiro. Poderia ser palavra contra palavra, certo? O, digamos, auto-e-mail de Miller não deixa dúvida sobre a inverdade de Janot, a menos que o então procurador tivesse o hábito de mentir para si mesmo.

2: AS GRAVAÇÕES COM MICHEL TEMER E AÉCIO NEVES FORAM ARMAÇÕES PREVIAMENTE COMBINADAS
Escreve Miller: "Estamos trazendo, pela primeira vez, BNDES, que era a última caixa preta da República, estamos trazendo fundos, Temer, Aécio, Dilma, Cunha, Mantega e, por certo ângulo, também Lula. Temos elementos muito sólidos de corroboração."
IMPORTÂNCIA DO TRECHO: Notaram? Ele escreve dois dias depois de Joesley ter feito a gravação com Temer, o que evidencia que ela era parte da trama. Mais impressionante: Joesley gravaria a conversa com Aécio, aquela que trata dos tais R$ 2 milhões, apenas 15 dias depois. Estava tudo planejado. Aquilo a que se chamou "Ação Controlada" era, na verdade, um flagrante armado. A propósito: tentem achar em que trecho o senador promete algo ao empresário, o que caracterizaria "corrupção passiva". Não há.

Janot assegurou em diversas entrevistas que só ficou sabendo da gravação que Joesley fizera com Temer quando a empresa o procurou, no dia 27 de março, propondo um acordo. Eis aqui: pegar o presidente, como se nota, era mesmo parte da tramoia, da conspiração. Mas pegar com o quê? Bem, relembrem a gravação. Com nada!

Um "nós" e um "eles"
Outra coisa que impressiona no e-mail que Miller mandou para si mesmo é o uso dos pronomes. Ele era do Ministério Público Federal, lotado na Procuradoria Geral da República, mas, sempre que se refere ao MPF, este aparece como "eles"; todas as vezes em que surge um "nós", Miller está se referindo à JBS.

Acontece que ele só deixou o MPF no dia 5 de abril. No dia 11, para escândalo dos escândalos, já participou de uma reunião sobre acordo de leniência como advogado? da JBS, aquela mesma para o qual fez o roteiro de delação premiada. Também em documento oficial, Janot asseverou que Miller não teve participação nenhuma nas delações. Está provado ser mentira.

Quantas vezes afirmei aqui que a operação toda é legalmente imprestável? Eis aí a qualidade das delações homologadas por Edson Fachin, cujo papel, em todo esse rolo, não me parece devidamente esclarecido. Como esquecer que Ricardo Saud o acompanhou a gabinetes de senadores quando candidato ao STF? Por quê? Quais são os vínculos? Ora, Saud veio a ser justamente um dos beneficiários do imoral acordo de delação, homologado pelo ministro.

A cada dia fica mais claro: tratava-se mesmo de uma tentativa de golpe
Douglas
08/11/2017 07:43
Herculano, sabes por que o ex-prefeito procurou o posto de saúde do Bela Vista ? Porque fica próximo de sua residência. Ele mora em Blumenau faz tempo. engraçado o ex-prefeito mora em Blumenau e governava Gaspar. Sabes por que foi morar em Blumenau ? Estava com medo da insegurança criada pelas favelas que ajudou a criar no Brração.
Herculano
08/11/2017 07:41
BRASIL, UM PAÍS DE LUISLINDAS, por Alexandre Schwartsman, economista, ex-diretor do Banco Central, no jornal Folha de S. Paulo

O artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal estabelece um teto salarial para o funcionalismo: "O subsídio mensal, em espécie, dos ministros do Supremo Tribunal Federal".

Apesar disso, a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, foi manchete de vários jornais em razão de seu requerimento à Casa Civil, pedindo que fosse somado à sua aposentadoria como desembargadora (R$ 30,5 mil/mês) também o salário integral de ministra (R$ 30,9 mil/mês), o que traria seu ganho mensal para R$ 61,4 mil/mês, ultrapassando, em muito, os vencimentos dos ministros do STF (R$ 33,7 mil/mês).

O "argumento" da ministra (entre outros de validade tão duvidosa quanto se "vestir com dignidade") é que, devido ao teto, seu trabalho no ministério acrescenta "apenas" R$ 3.300/mês a seu rendimento, o que, no seu imparcial entendimento, configuraria trabalho análogo à escravidão, pois "todo o mundo sabe que quem trabalha sem receber é escravo".

Noto somente que o rendimento adicional da ministra supera, com folga, a média de todos os trabalhadores brasileiros, R$ 2.100/mês, e equivale à média da categoria com maior rendimento, o funcionalismo.

Da mesma forma, não podemos deixar passar que ninguém a forçou a assumir um ministério; nesse sentido, sua decisão se equipara à de milhares de pessoas que se dedicam ao trabalho voluntário, sem receber nada, e que, certamente, não se consideram escravas.

Não é esse, porém, o ponto central da coluna, por mais escandalosa que seja sua atitude. Em parte porque o fiasco de seu pedido ?"consequência da exposição à mídia- é a exceção, não a regra, em casos como esses.

Em agosto deste ano, houve também notícias sobre juízes cujos vencimentos superavam o teto constitucional, por força de vantagens eventuais, indenizações e demais penduricalhos que, por entendimento, vejam só, da própria Justiça, não estariam sujeitos a limitação do teto. E, diga-se de passagem, uma breve busca pelo Google nota casos similares em 2016, 2015, 2014...

Mais relevante ainda é que tais casos ainda não correspondem, nem de longe, à totalidade dos privilégios que tipicamente são conferidos pelo setor público a grupos próximos ao poder.

A triste verdade é que a sociedade brasileira se tornou, e não de hoje, prisioneira de um círculo vicioso de caça à renda (a melhor tradução que vi para rent-seeking ).

"Renda", no sentido econômico do termo, representa a remuneração a algum insumo acima do valor que seria necessário para mantê-lo empregado nas condições atuais. Parece abstrato, mas os exemplos abundam: de licenças para táxis (um caso bastante atual, a propósito) à proteção contra concorrência internacional, passando por subsídios e toda sorte de privilégios.

A caça à renda representa um imenso jogo de rouba-monte, com o agravante de que sua prática contribui para reduzir o tamanho do monte, pois recursos reais da sociedade são utilizados para esse fim, e não para a produção, além de tipicamente favorecer setores menos produtivos. Embora possa enriquecer alguns de seus participantes, esse jogo empobrece as sociedades que o praticam.

Curioso mesmo, porém, é como economistas autodenominados "progressistas" se engajam facilmente na defesa da caça à renda. Eu já passei da idade de achar que se trata apenas de ingenuidade
Herculano
08/11/2017 07:36
PMDB DERRUBA, CENTRÃO PREFERE OCUPAR O GOVERNO, por Josias de Souza

Os partidos do chamado centrão fazem com Michel Temer o que o PMDB fazia com Dilma Rousseff: usurpam a autoridade presidencial. Dilma fez cara feia. E foi destituída pelo PMDB. Temer entregou a alma. Safou-se duas vezes. Agora, é diminuído por quem o salvou. Descobre da pior maneira uma fatalidade da política brasileira: quem com fisiologismo fere com fisiologismo será ferido.

Em meio a uma fase que poderia ser chamada de 'pilântrica', a política brasileira produz tristes espetáculos. Para livrar-se de denúncias criminais, Temer inseminou o centrão com cargos e verbas. Vitaminado, o centrão deu à luz uma versão mais impaciente e irascível de si mesmo. Já não se contenta com tudo. Quer mais.

Um dos generais do centrão, Arthur Lira, líder do PP, partido campeão no ranking do petrolão, avisa a Michel Temer: "Ou muda o ministério ou não vota mais nada aqui no Congresso." O grupo cobiça dois ministérios da cota do PSDB: Relações Institucionais, que gerencia o balcão; e Cidades, que toca o Minha Casa, Minha Vida, visto como máquina de votos. Em vez de derrubar o governo, o centrão deseja ocupá-lo. E não há de ser para fazer bem ao país. Pobre Brasil.
Herculano
08/11/2017 07:31
TEMER LANÇA O "AVANÇAR" PARA O NADA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Michel Temer quer "relançar" seu governo. Mas ora não tem força ou fundos para chutar essa bola murcha. Vai então lançar propaganda nova. Nesta semana, anuncia o Projeto Avançar, que é uma espécie de PAC com maquiagem de defunto.

O PAC, como se recorda, era o Programa de Aceleração do Crescimento dos anos petistas, o filho de Dilma Rousseff, segundo Lula, filho que morreu dos maus tratos da mãe. O "Avançar" é o PAC de Temer, promessa de R$ 42 bilhões em investimentos "em obras" até o final de 2018. Hum.

Neste ano, até setembro, o investimento federal foi de R$ 25,5 bilhões, 36% menor que em 2016 e 46% abaixo do gasto em 2015. Neste ano todo, difícil que passe de R$ 38 bilhões, uma miséria. Se o "Avançar" não for mera conversa fiada, teria o dinheiro equivalente à miséria deste ano mais uns 10%, que é gorjeta. Assim não se vai a lugar nenhum.

Mas nem isso pode ser possível. O governo mandou ao Congresso o resto do pacote de agosto, um plano de remendo das contas públicas, coisa de uns R$ 15 bilhões. Os parlamentares da coalizão temeriana refugam, pois teriam de adiar o reajuste e aumentar a contribuição previdenciária do funcionalismo federal, além de aumentar imposto para aplicação financeira de ricos.

Em suma, o governo faz malabarismos até para evitar estouros ainda mais estrambóticos do Orçamento. Sabe-se lá como vai "Avançar".

Temer diz não ter votos para aprovar nem uma versão aguada da reforma da Previdência. Sem mágicas e milagres no Congresso e na recuperação econômica, seu governo vai avançar para o vazio do fim. Na política, cada um vai cuidar ainda mais da sua vida.

Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara, lança sobre Temer a responsabilidade pelos estertores da reforma da Previdência, mas tem lá seu programa, reformas para agradar os guardiães deste bloco no poder (finança, ruralistas, bancada da bala etc.).

Deve apoiar a nova lei de recuperação judicial e a reforma do setor elétrico, assunto chato e incompreensível, mas de enorme importância. Vai tocar a mudança no licenciamento ambiental e das normas de distratos (de compra de imóveis), leis relativas à segurança pública e a criação do Conselho de Gestão Fiscal.

Se Temer quiser aparecer na foto em 2018, talvez seja obrigado a rearranjar o ministério, segundo exigência descarada do Centrão e sugestão velada de Rodrigo Maia. Ou seja, teria de entregar cargos do PSDB à arraia ainda mais miúda.

Temer piscou depois que donos do dinheiro e seus economistas reagiram a seu derrotismo. Henrique Meirelles e companhia reagiram ao derrotismo temeriano. Desandaram a dizer que a reforma da Previdência não agoniza e que, sem ela, virão aumentos de impostos e cortes agressivos de gastos, uma tentativa desesperada de evitar o pior. Isto é, sem reforma, com buracões nas contas públicas e candidatos desatinados a presidente, a recuperação econômica deve azedar um tanto.

Conversa sobre "ampla reforma ministerial" é um dos sinais de furdunço, de governo atolado ou fraco. Outro sintoma é a proliferação de candidaturas a presidente. Se o governo tivesse direção e força políticas, não haveria essa chacrinha desatinada sobre presidenciáveis assustadores
Herculano
08/11/2017 07:29
DINHEIRO EM BANCO FALIDO PODE SER DE PETISTAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Autoridades portuguesas investigam se pertencem a políticos brasileiros ao menos parte dos 40 milhões de euros (R$153 milhões) abandonados no Banco Espírito Santo (BES), que faliu. Os titulares dos investimentos não apareceram. A Comissão de Liquidação os procura desde agosto de 2016. O BES mantinha relações promíscuas com próceres da era Lula, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

MENSALÃO PARA DIRCEU
Presidente do BES por 20 anos, Ricardo Salgado contou ao Ministério Público português que pagava propina mensal de R$100 mil a Dirceu.

TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
A "mesada" ao ex-braço direito de Lula era para ajudar a Portugal Telecom na compra da brasileira Oi, durante o governo do PT.

DINHEIRO SUJO ESCONDIDO
A suspeita é que o dinheiro "abandonado" tem origem suja. Está em outros bancos, em "contas jumbo", cujos titulares não são identificados.

OPERAÇÃO MARQUÊS
O Ministério Público de Portugal investiga as relações de executivos do país com políticos petistas, especialmente Lula, na Operação Marquês.

PARA JURISTA, TV TRANSFORMOU STF EM REALITY-SHOW
O jurista Eduardo Pastore apoia a crítica do ex-presidente do TST Almir Pazzianotto Pinto a sessões do Supremo Tribunal Federal transmitidas pela TV, alterando a conduta de ministros. Compara: "a Suprema Corte americana é um mundo secreto", enquanto "o STF é um reality-show." Ele acha que ministros deveriam ser discretos, sem dar entrevistas: "A opinião deles só interessa ao processo, não aos telespectadores".

BIG BROTHER STF
Juristas como Nelson Hungria, Orozimbo Nonato, Evandro Lins e Silva e Hermes Lima não participavam do "Big Brother Supremo", afirma.

LUZ, CÂMERA, AÇÃO!
Presidente do Sindicato dos Advogados do RJ, Álvaro Quintão, vê hoje juízes mais preocupados com as câmeras do que com os autos.

STF OU BBB?
Ministros de outros tribunais veem com reserva o comportamento de colegas do STF nas sessões transmitidas ao vivo pela TV Justiça.

RECUPERAÇÃO
Um ano depois do tratamento contra o câncer, Pezão ainda administra as sequelas da quimioterapia, que afetaram suas taxas de glicemia e até o coração. "Ainda tomo muitos remédios, mas estou bem", disse.

MALAS EM AÇÃO
O Planalto avalia que aliados admitem "problemas para aprovar reforma da Previdência" porque (1) garantem espaço em telejornais e (2) valorizam o próprio apoio ao governo, no toma lá, dá cá.

SOS RODOVIAS
Levantamento da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) revela a necessidade de investimento de R$294 bilhões para colocar nos eixos mais de 105 mil km de rodovias federais e estaduais

NO POPULAR
O deputado Éder Mauro (PSD-PA) foi curto e grosso no voto do PT e seus puxadinhos contra a PEC 412, que concede autonomia financeira à Polícia Federal: "Tramoia para tentar enfraquecer a Lava Jato".

IBANEIS NO PMDB
O PMDB faz festa, nesta quarta (8), para a filiar Ibaneis Rocha, ex-presidente da OAB-DF. Ele é pré-candidato ao governo do DF, mas a vaga ainda é de Tadeu Filippelli, abatido por denúncias de corrupção.

MENSAGEM FALSA
A assessoria do governo do Maranhã garante que é produto de um perfil falso no Twitter uma mensagem atribuída ao governador Flávio Dino (PCdoB) prometendo transporte e "open bar" para estudantes.

BLABLABLÁ NÃO RESOLVE
O blábláblá da CPI da Previdência alimenta a demagogia, mas não resolve o problema: o líder do governo, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), adverte que o rombo anual da Previdência é de R$158 bilhões.

HOSPITAIS PRIVADOS
Geraldo Alckmin, prometeu a Francisco Balestrin, presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados, que vai à abertura do congresso nacional do setor. Será de 22 a 24, em São Paulo.

PENSANDO BEM...
...se não demitir o PSDB, Michel Temer vai assistir ao factoide-show dos tucanos abandonando o governo em alto estilo, tipo "mão no nariz"
Herculano
08/11/2017 07:21
O JUIZ SCALIA NUNCA BATEU BOCA, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O ministro Gilmar Mendes não gosta que se façam comparações entre a Corte Suprema americana e o STF. Mesmo assim, até para ele seria recomendável a leitura de um livro que acaba de sair nos Estados Unidos e está na rede por R$ 68,39.

Trata-se de "Scalia Speaks" ("Scalia Fala - Reflexões sobre a Lei, a Fé e uma Vida Bem Vivida").

O juiz Scalia ficou 29 anos na Suprema Corte, até sua morte, em 2016, e marcou-a como poucos. Conservador irredutível e católico fervoroso (teve nove filhos), sorvia com gosto os ódios que despertava.

Divergindo e polemizando, sempre enriquecia os debates. Nunca se meteu em bate-bocas no tribunal. A sorrir, levou a vida.

O livro, com 51 textos curtos de Scalia, foi organizado por um de seus filhos e um ex-assistente. A primeira alegria está no prefácio, escrito pela sua colega Ruth Bader Ginsburg. Eles tiveram todos os motivos políticos e ideológicos para se detestar. Tornaram-se bons amigos porque gostavam de inteligência, leis, óperas e boa comida. (Algum admirador de Gilmar Mendes poderá achar que ele é um Scalia brasileiro, mas nenhum admirador
de Scalia concordará com isso.)

Mencione-se um item da agenda progressista e lá estava Scalia, contra: aborto, casamento de pessoas do mesmo sexo, financiamento público para as artes, ativismo judicial. Num caso relacionado com a criação artística, no qual um escultor fez um "Cristo Mijado", imerso em urina, ele lembrou que a impropriedade estivera no uso do dinheiro público, pois não se pensou em colocar na cadeia "esse Da Vinci dos tempos modernos". Defendeu como poucos a liberdade de expressão.

Scalia refez a cabeça dos tribunais americanos, combatendo a ideia de que a Constituição é algo vivo. A Constituição é aquilo que nela está escrito. O que não está não é dela. (É imprópria qualquer
comparação com o texto móvel da Carta brasileira.)

Ele diferenciou-se de todos os antecessores pela clareza de seus raciocínios e pela maestria na escrita. Scalia confessou que sofria para escrever e no livro ensina que um bom texto precisa de "tempo e suor". Lendo-o, percebe-se o suor nas suas pesquisas.

"Scalia Speaks" inclui a palestra que ele fez em 2009, na Universidade de Brasília, intitulada "Os Mulás do Ocidente, os Juízes como Árbitros Morais".

Nela, Scalia atacou uma decisão da Corte de Direitos Humanos da União Europeia que condenou uma lei inglesa que considerava indecentes relações homossexuais envolvendo mais de duas pessoas. Segundo a Corte, devia-se respeitar a privacidade dos interessados.

Scalia foi em cima: "O tribunal não especificou quantas pessoas deveriam participar até que o evento deixasse de ser 'privado'. Talvez esse número esteja entre cinco e o da multidão necessária para encher o Coliseu."

Ele não tinha nada contra orgias dos outros, o que não queria é que juízes se metessem a regular questões como essas.

Quando Scalia passou pelo Brasil, os Lava Jatos serviam para lavar carros, por isso deve-se transcrever o fecho de sua palestra:

"Eu não gosto da influência da política no processo de indicações de juízes no meu país. Mas, francamente, eu o prefiro à alternativa, que é o governo por uma aristocracia judicial".
Bonecão de Olinda
07/11/2017 20:35
Oi, Herculano

O Jango Nóbrega disse que os petistas tem que usar cabresto por ordem do Ladrão Nº1 - LuLLa.
Fico com dó do Bonecão de Olinda, aquilo já é desajeitado, com cabresto ... só falta ferradura.
Mariazinha Beata
07/11/2017 20:16
Seu Herculano;

" Aliás quantos vereadores os servidores elegeram só com os votos dos servidores?"

Tiveram a oportunidade de votar para Prefeito em uma funcionária pública como eles.
Agora só resta chorar. Desejo que chorem bastante, de arrependimento.
Bye, bye!
Herculano
07/11/2017 19:21
O ERRO DE FHC 1: O EX-PRESIDENTE NÃO PERCEBE QUE TEMER É O NOME DA SOLUÇÃO, NÃO DO PROBLEMA, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Considero FHC o presidente mais importante da história do Brasil. "Nossa! Mais do que Getúlio Vargas?" Mais.

Há nisso, claro!, questões de gosto, ideologia, convicções etc. Getúlio nos ligou à modernização do atraso. E não escolho palavras ao léu. Deu atualidade a nossas raízes patrimonialistas. FHC voltou a pôr o Brasil no mundo e teve de enfrentar aquela pesada herança do Estado Novo, que ainda está aí, de que o lulismo é desdobramento, com algum bolchevismo misturado com água benta. Dito isso, vamos ver: o erro de um homem inteligente, como é o ex-presidente, pode ter consequências mais dramáticas do que o erro de um estúpido. Sabem por quê? De algum modo, ele rebaixa também o pensamento.

FHC assinou no domingo um artigo lamentável no Estadão, em que defende o nome de Tasso Jereissati para a presidência do PSDB (não entro na economia interna do partido) e, por consequência, o rompimento imediato com o governo Temer. De algum modo, alimento a ilusão ?" nada secreta a partir de agora ?" de que não seja ele o autor. Na minha benevolência, anuiu com a costura malfeita de algum ghost writer. Mas isso é só afeto intelectual pessoal. Para todos os efeitos públicos, assinou, e o artigo é seu. E traz uma soma formidável de equívocos.

O FHC que conheço, e cuja inteligência prezo, já teria percebido que Michel Temer é a solução, não o problema. Ocorre que o ex-presidente está pautado, também ele, não por aquilo que aprendeu com Manuel Castells sobre a sociedade em rede, mas pelo alarido de milícias organizadas na Internet que se fazem passar por sociedade civil. Essa gente, como a eleição irá demonstrar, é a falsificação da teoria. Daí que FHC tenha escrito, ou que alguém o tenha feito por ele, o seguinte: "Nas sociedades atuais, com a mídia social em constante evolução, um fio desencapado pode reavivar velhos rancores e esperanças. Só que isso é imprevisível." Bem, a conclusão evidencia que o raciocínio leva a? lugar nenhum.

As tais redes tiveram importância, sim, na queda de Dilma. Colaboraram para mobilizar as ruas. Mas um ex-presidente tem a obrigação de considerar em suas reflexões que foi a articulação política que pôs fim à desordem do governo petista. Dilma prestou um favor ao país ao cometer crime de responsabilidade. Redes sociais e ruas não realizam prodígios. Prodígios não existem.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é mais efetivo, em casos assim, do que 80 milhões de "likes". E assim é porque ele foi um conspirador??? Não! Porque foi um político. "Ah, mas o Ministério Público diz que?" Não trato desse assunto agora. Que os senhores procuradores apresentem suas provas e que os juízes julguem. O fato é que, dependesse de boa parte dos tucanos, Dilma ainda estaria no poder, e o país, no buraco. Ou alguém duvida? Se ela nos levou da planície para o fundo do poço, por que seria ela própria a nos levar do fundo do poço para, ao menos, a planície?

Ao defender o rompimento do PSDB com o governo Temer, FHC afirma que todos os partidos arcarão com o peso do que está em curso ?" a Lava Jato ?" e escreve um troço realmente lastimável:
"Nem o PSDB deixará de pagar por ter dado a mão ao governo Temer e de tê-la chamuscada por inquéritos."
Epa! O passivo do PSDB com a sociedade, justa ou injustamente, antecede o governo Temer. A propósito: NÃO HÁ UM S?" INQUÉRITO ENVOLVENDO O PARTIDO QUE DIGA RESPEITO AO PERÍODO EM QUE A LEGENDA ENTROU PARA A BASE OU QUE DERIVE DE ATOS DE SUAS LIDERANÇAS A SERVIÇO DESSA GESTÃO.

A história contada assim fica capenga. Também há no texto algo que não é digno do ex-presidente nem característico de sua trajetória: covardia intelectual e política. A única referência explícita à Lava Jato vem assim expressa:
"[as pesquisas] indicam certo ceticismo quanto aos resultados da Lava Jato e de outras operações de investigação, que, não obstante, continuam a contar com o apoio da sociedade."

Nem uma miserável linha sobre desmandos que colheram, inclusive, a legenda a que ele próprio pertence.

Tucanos são bichos curiosos. O PT ataca o Ministério Público e a Lava Jato por maus e bons motivos. Seu candidato, com uma penca de inquéritos e uma condenação, lidera as pesquisas de opinião e seria eleito hoje presidente da República. O PSDB NÃO CRITICA o MPF nem por bons nem por maus motivos. Acoelha-se. Seus candidatos aparecem lá pelo quarto ou quinto lugar nas pesquisas; o partido enfrenta uma baita rejeição, e está em curso uma guerra não exatamente leal pelo comando da sigla. Das grandes legendas, é a que está mais desestruturada.

Aí o esperto, julgando que me pegou, pode dizer: "Ah, mas as respectivas situações de PT e PSDB nada têm a ver com a Lava Jato". Bem, se não, mais um motivo para não refugar ao menos a luta em defesa do Estado de Direito. Que lhes parece?
Herculano
07/11/2017 19:18
O ERRO DE FHC 2: EM LUGAR DE ATACAR TEMER, PSDB DEVERIA SE PERGUNTAR POR QUE LULA ESTÁ EM 1º, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Ao se referir ao PT, FHC afirma em seu artigo que o partido não "se livrará dos muitos malfeitos que cometeu e das ilusões que enterrou". É verdade! Mas o sociólogo que decidiu fazer um pouco de história, ainda que ligeira, está obrigado a lembrar, acho eu, que, hoje, depois de tudo e a despeito dos "malfeitos", Lula seria eleito presidente da República. Ainda que a Justiça venha a pôr uma pedra no seu caminho, pesquisas indicam que teria condições de alçar um ungido seu no segundo turno.

Como explicar a situação em que se encontra o PSDB, ainda que acumule muito menos "malfeitos"?

FHC trocou Castells por galos que cantam alhures. O voto não esquerdista, de protesto, anti-establishment, que atinge Temer na mesma faixa e frequência em que atingirá qualquer candidato do PSDB, estará com Jair Bolsonaro. Esse mesmo impulso, com sinal ideológico invertido, vai buscar Marina Silva (Rede). E assim será não porque o PSDB integra a base do governo Temer, mas porque se deixou tragar, sem resistência, pela ação deliberada dos que decidiram destruir a política junto com os políticos, não distinguindo e hierarquizando a qualidade dos "malfeitos".

A única resposta das forças democráticas sensatas seria investir numa candidatura de centro, liberal, não hostil ao governo, que pudesse contar com o apoio dos principais partidos da base. Nesse particular, a leitura que João Doria fez do quadro estava correta. A minha restrição ao que disse há dias está na motivação. Assim deve ser não por causa de Lula ou Bolsonaro, mas em defesa dos valores essenciais do regime democrático.

O que querem FHC e os que pensam como ele? Empurrar, por exemplo, o PMDB para uma escolha que exclui os tucanos, pulverizando votos que deveriam estar unidos?

A agenda necessária no governo Temer, apesar de tudo, avançou mais do que a do segundo mandato de FHC. Os tucanos deveriam, isto sim, é fazer praça de decisões corretas e essenciais tomadas por este governo, que contaram com o apoio do partido. E ser a vanguarda da modernização da economia no tempo que falta. Mas não! Os ditos cabeças-pretas ?" o nome é patético ?" cismaram que têm uma agenda que não está contemplada pelo governo Temer. É mesmo? Qual é? Fico cá a me perguntar se os cabeças pretas de miolo mole não querem desertar, como costuma ocorrer, por covardia, não por coragem. Fogem, assim, das reformas e ainda afetam superioridade política, intelectual ou moral. Diante de quem?

Trata-se de um erro brutal. Ao contrário do movimento em curso, as forças políticas responsáveis deveriam é estar empenhadas em ajudar o presidente Temer a fazer as reformas, muito especialmente a da Previdência. Quem terá a coragem de tocar no assunto em 2018 ao enfrentar o PT? Este, sim, partirá com tudo na jugular do presidente. O que os tucanos esperam? Disputar um lugar na fila da impostura?

Sendo como é, destaque-se:
a: quem disputar a eleição negando a reforma nem terá como tentá-la caso eleito, certo?
b: quem disputar a eleição fingindo que o problema não existe também estará proibido de tocar no assunto se vitorioso ?" a menos que queira ser deposto.

A máquina de denúncias que colheu Aécio Neves deixou o PSDB sem comando e sem leitura da realidade. Perde-se hoje no eleitoralismo sem imaginação.

Sim, Rodrigo Janot e seus bravos, que FHC se nega a criticar, respondem em larga medida pela falácia de que todos os partidos são iguais. Mas os tucanos precisaram cometer erros em série (como o voto de parte da bancada na Câmara para depor o presidente) ?" e FHC comete outro agora ?" para que o peso do petrolão tenha conduzido o partido à desordem e levado o PT, de novo, à condição de favorito.

Não parece que as coisas tenham se dado assim porque o partido e seus sábios tenham lido direito a história
Herculano
07/11/2017 19:16
O erro de FHC 3: EX DEVERIA SE PERGUNTAR POR QUE FICOU FORA DAS CAMPANHAS DE 2002, 2006 E 2010, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Ao receber faixa de FHC, em 1º de janeiro de 2003, Lula lhe derruba os óculos: dificuldades para enxergar
O FHC de agora deveria se lembrar do presidente de 2002. Todas as pesquisas indicavam, então, que associar o candidato do PSDB ao governo era garantia de derrota. E ele ficou longe. Com derrota garantida! Por causa disso? A minha resposta é "não". Então que participasse.

Aquele que venceu Lula duas vezes no primeiro turno (1994 e 1998) ficou fora também das campanhas de 2006 e de 2010. Saibam que, no governo do doutor, havia 5 milhões de famílias atendidas por múltiplos programas de assistência, que Lula reuniu depois sob uma só rubrica: "Bolsa Família". Incluiu mais cinco milhões e reivindicou a autoria de 10 milhões. O PT venceu mais três eleições. Em 2002, o PSDB tinha vergonha do que considerava assistencialismo?

Lula não teve medo de ser feliz ou de anunciar a felicidade alheia.

Como se nota, FHC conheceu precocemente os efeitos da receita que ele mesmo recomenda agora. Sinal de que, estivesse em lugar distinto em 2002, 2006 e 2010, teria agido da mesma maneira com um presidente tucano que, por virtuoso que fosse, não era lá muito popular ?" e não é até hoje, diga-se, o que é de uma injustiça fabulosa.

FHC tem, para citar um seu amigo, "uma certa herança marxista". Mas marxista não é. Conhece Weber e Durkheim. Talvez devesse refletir a respeito do peso que têm a lealdade e a coragem na política, ainda que tais virtudes possam estar presentes também entre os nem tão puros. Sabemos como pureza não é um traço distintivo de seus adversários petistas.

Vai aqui uma dica a um sábio ?" e é claro que não se trata de uma ironia.

Tucanos pisaram na cabeça de Aécio Neves e defenderam até a sua expulsão do partido quando Janot mobilizou a sua máquina contra o senador, nas condições conhecidas. E ele nem réu é ainda. O PT elegeu a ré Gleisi Hoffmann presidente da legenda. Não estou propondo que tucanos tratem tucanos à moda como petistas tratam petistas. Não acredito que os companheiros sejam um exemplo virtuoso.

Se os tucanos, no entanto, conseguirem não se comportar como petistas no trato com outros tucanos e aliados, acreditem, já seria um grande passo. Mas isso é lá com eles. Não me meto na economia interna dos partidos. O que me impressiona é que um intelectual da envergadura de FHC embarque nessa canoa furada.

Sim, ele já venceu Lula duas vezes no primeiro turno, antes de o PT aprender o caminho objetivo da roça. Depois disso, os tucanos já tomaram quatro surras eleitorais. E tomariam uma quinta se as eleições tivessem sido antecipadas, como chegou a sugerir FHC.

Erros de pessoas inteligentes. Napoleão achou que era uma boa ideia invadir a Rússia. Acreditou no seu Exército e não acreditou no inverno, tão prosaico por aquelas bandas?

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