09/03/2017
BELCHIOR EM BAIXA
O retrato do “novo” governo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, está na indicação do primeiro intendente do recém-criado Distrito do Belchior – onde Gaspar verdadeiramente nasceu. Kleber levou dois meses e oito dias para indicar e empossa-lo. E quando fez, desprezou o próprio belchiorenses: não foi capaz de levar alguém do Distrito – ou ao menos disfarçar como convidar alguém que não aceitaria e ter do convidado uma negativa para fazer a afronta que fez. Kleber e seus iluminados apenas realizaram um grande ajeitômetro dentro do PMDB. Kleber indicou Raul Schiller, ex-vereador já sem votos no seu reduto da Figueira, ou seja, do outro lado do Rio Itajaí Açú. Sobre a sua capacidade? Não é esta questão, mas a sinalização errática do governante com o Distrito. Preferiu a intervenção. E tudo, com o aval da vereadora do bairro, Franciele Daiane Back, PSDB, que dá a maioria na Câmara para o governo de Kleber e Luiz Carlos Spengler Filho, PP. Na semana passada, Kleber e seu vice, como já tinha comentado, já tinham dado mostras de desprezo pela gente do Belchior ao não irem a Audiência Pública sobre a segurança no bairro do Belchior Baixo, vizinho da Penitenciária de Blumenau. Acorda, Gaspar!
ILHOTA EM CHAMAS I
A Justiça que tarda, falha. Paulo Roberto Drun, PPS, é o secretário de Indústria e Comércio do governo de Érico de Oliveira, este apadrinhado do ex-prefeito Ademar Felisky, ambos do PMDB. Drun não se livrou de uma dor de cabeça antiga: aquela doação supostamente irregular de madeiras para a construção de casas aos atingidos da catástrofe ambiental severa de novembro de 2008. Ele fez isso no governo de Felisky quando era o diretor da Defesa Civil e estava no PSDB, depois foi vereador entre 2013 e 2016 no governo do oposicionista Daniel Christian Bosi, PSD; não tentou a reeleição. Agora no dia 28 de março acontecerá a audiência na terceira Vara da Comarca de Gaspar. O ex-titular da 3ª promotoria, Henrique da Rosa Ziesemer, ofereceu uma denúncia criminal de peculato (grave), em abril de 2014, contra ele.
ILHOTA EM CHAMAS II
A história é simples e ao mesmo tempo complicada porque há jogos e interesses políticos de todos os lados. Drun teria mandado dar a Gilberto Monteiro, amigo, frequentador de reuniões religiosas e morador de Ilhotinha, 80 metros cúbicos de madeira de lei apreendidas pela Receita Federal no Mato Grosso e doadas para reconstrução de casas atingidas pelas enxurradas no ano anterior em Ilhota. A denúncia da irregularidade iniciou inocentemente com uma briga de vizinhos que foi parar na polícia. Valmor Bleichuvehl ficou incomodado com um aterro feito Gilberto Monteiro (o beneficiado pela madeira para a nova casa). O desnível criado fazia com que a água do terreno de Gilberto viesse para o de Valmor. E não teve acerto entre os dois. O Inquérito bem instruído foi feito pelo competente delegado Paulo Norberto Koerich, hoje titular do Gaeco, de Blumenau. E incluía até a suposta compra de votos.
ILHOTA EM CHAMAS III
Drun nega relacionamento próximo com Gilberto. Nega que tenha doado as madeiras e apontou para um subordinado Roberto Carlos Merlin, a eventual decisão da doação (o que não lhe tira a responsabilidade). Aponta também que os documentos que confirmam a doação (oferecidos por uma desafeta política e na época na Defesa Civil, Tatiana Reichert, PP) estão todos sem assinaturas. Nega a vantagem eleitoral. Como a casa de Gilberto foi construída (e todos os ouvidos no inquérito confirmaram), como a casa original não foi destruída pela catástrofe, mas estava em estado lastimável devido o tempo da sua existência, sem apontar o critério da escolha, justificou que as madeiras não foram doadas com a finalidade específica de reconstrução para os atingidos daquele fenômeno (?). Os advogados de Drun são Gustavo Nascimento Fiuza Vecchietti e Marjo Jucimara Andreatta.
A primeira demissão de um cargo comissionado do governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, praticamente passou em branco. Esperei. Todos em silêncio. O decreto 7.359, de 10 de fevereiro de 2017, exonerou o professor Marco Aurélio da Cruz Souza do cargo em comissão de diretor pedagógico da Fundação Municipal de Esportes, Turismo, Cultura e Lazer.
Marco foi nomeado no dia três de janeiro. Alegou-se para a decisão que estava assoberbado com compromissos, incluindo as aulas na Furb e Unifeb. Uma pergunta básica: essa ocupação não havia quando foi nomeado?
Marco lidera a Associação de Dança de Gaspar. Ela foi devidamente riscada do mapa pela administração de Pedro Celso Zuchi, PT. Na campanha eleitoral foi disputada aos tapas pelos candidatos concorrentes. Por causa disso, quase causa embaraços devido à legislação eleitoral. Nesta “corrida”, o PMDB levou a melhor.
Até na falta de criatividade, o PMDB, PT e PSD são iguais. Distribuíram bombons às mulheres no seu dia, na quarta-feira.
Samae inundado. A frota está com a troca de óleo estourada em média em três mil quilômetros. Uma economia que pode custar bem cara.
A nova administração de Gaspar diz que está revendo todos os contratos. Faz bem. Mas, pelo jeito essa revisão não atinge os apoiadores. Enquanto o aluguel do Cras, no Sertão Verde, suprimiu-se R$1.800,00, os do Sine e da Junta Militar ficaram intactos nos valores contratados. Então...
Leitor atento às notas do Trapiche de sexta-feira sobre o tema censura e perseguição de políticos locais a veículos de comunicação me pergunta: mas quem comprou o jornal chapa branca do Nadinho? Hum!
Outra e sobre o mesmo tema, com o claro intuito de me entisicar: “então quer dizer que o PT não fez censura aos veículos de comunicação de Gaspar?”
Respondo: aos veículos, em tese. Ao Cruzeiro do Vale e principalmente contra esta coluna e este colunista por não se alinharem incondicionalmente. Mas, do PT e da esquerda do atraso, é esperado esse típico comportamento absolutista.
Até mesmo essa premissa é enviesada. O PMDB que está no poder hoje em Gaspar tinha dado sinais claros na campanha de 2012 que ele queria a imprensa subjugada.
Naquela oportunidade, recorrendo a Justiça, já tinha tirado do ar a 89,7FM e impedido a publicação de uma pesquisa eleitoral em jornal concorrente. Mesmo assim, perdeu as eleições.
E para encerrar este capitulo se não for provocado novamente. Tudo isso se trata de coerência ou de ética, ou de ambos?
Mudou o governo e esta coluna permaneceu fiel aos seus leitores e leitoras no apontamento dos vícios, incoerências e erros dos políticos e gestores públicos contra os pesados impostos de todos.
E quem escolheu mudar de poleiro? É também, na minha opinião, coerente e fiel, mas ao poder de plantão. São escolhas. E a ética? Aí é outra discussão. E tenho opinião solidamente formada a respeito.
Quanta diferença. Enquanto o ex-candidato a prefeito de Gaspar, Marcelo de Souza Brick, PSD, dependente de esquemas bate de gabinete em gabinete por uma teta em qualquer governo, a ex-candidata Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, voltou a dar aulas.
Andréia ainda estrutura com a cunhada, Eli Regina Nagel dos Santos, professora e ex-secretária de Educação de Ilhota, um projeto de uma escola particular de contraturno. Então...
Samae inundado. Do leitor Roberto Sombrio: “Continuam as imbecilidades e não vão terminar nunca. O presidente do Samae [de Gaspar, José Hilário Melato, PP] diz que a rede de água rompe porque dilata. Vai que os canos são “DI LATA” e não de aço”.
O jogo continua. No Conselho Municipal da Criança e do Adolescente foi instaurado uma Comissão Processante, fruto de uma denúncia contra uma conselheira. Cheira volta ao passado.
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