10/11/2016
IMACULADA I
Antes das urnas deste ano serem abertas em Gaspar, escrevi aqui que, qualquer que fosse o resultado delas, o maior perdedor seria o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido. Ele se enfureceu. Normal. Fez bem. Afirmou que eu o persigo há quase duas décadas e até citou como prova, um episódio desconexo da nossa relação. Foi só neste instante que me dei conta de quão verdadeiras foram as centenas de observações que me fizeram ao longo dos últimos oito anos, de que eu era o único capaz de defende-lo sem o devido merecimento. Nada como o tempo para esclarecer tudo isso. A minha postura não mudou. Nem mudará. Continuarei sempre a defende-lo ou propagar naquilo que ele tiver razão ou exibi-lo na incoerência política, como a seguir.
IMACULADA II
Elas abundam. Adilson depois de perder a reeleição para prefeito 2008 para Pedro Celso Zuchi, PT, tentou novamente em 2012. Foi surrado: 721 votos com outro empresário Luiz Nagel, DEM, de vice. Desta aventura, surgiu a professora da Lagoa, Andreia Symone Zimmermann Nagel, esposa de Luiz. Ela entrou na cota mulher E se elegeu vereadora. Empregou no gabinete a ex-secretária de Adilson na prefeitura, Ida Scottini. Andreia ganhou luz própria. Adilson, as sombras. E delas ainda assim, quis manipular pessoas e esquemas que lhe dessem o poder perdido e se tornar o centro das negociações. Perdeu. Inconformou-se.
IMACULADA III
Adilson foi quase sempre dono do seu nariz. Une-se à sua personalidade, duas influências fortes: a companheira Jacqueline Sofia Schneider – filha do ex-prefeito e líder do PMDB, Osvaldo Schneider, o Paca - e o irmão Maurilio. Foram as escolhas de Adilson (e suas influências) que determinaram um governo temerário (2004/08) diante de um PMDB diabolicamente tinhoso. Divorciaram-se logo. O PMDB o enfraqueceu e o riscou na vingança do mapa político. Alguma dúvida? Adilson trocou de partidos: PSB e PPS. Tentou sobrevidas. Tramou vinganças. Não deu certo. Faz tempo está sem partido. Mas, nunca aceitou sair do jogo. Perdeu outras vezes. Para ele, todavia, teimoso, o “serviço” não está terminado.
IMACULADA IV
Então! Obstinado, perdeu várias vezes. Eleito prefeito em 2004 (13.689 votos) na união dos sapos e cobras, perdeu a reeleição (8.552 votos). Foi julgado. Não vou inferir novos julgamentos. Adilson é o único responsável direto pela volta do PT e de Zuchi. Ponto final. Tentou corrigir. Foi humilhado em 2012 (721 votos). Ganhou sobrevida política como cabo eleitoral dos deputados Aldo Schneider e Mauro Mariani, ambos do PMDB, desconhecidos por aqui naqueles tempos. Foi bem. Com Aldo se desgastou em 2014. Foi rebaixado no cargo comissionado que possui em Florianópolis. Com Mariani, ainda se equilibra. No ano passado, diante de tanta zica, Adilson prometeu silêncio e de ficar longe da política até 2018. “Era uma exigência familiar”. Durou dias. Nesta eleição atuou como poucos. Confuso, perdeu novamente. Mal articulou e foi usado. Tudo comprometido.
IMACULADA V
Adilson quis fazer de Andreia o seu fruto político, a manipulação e a vingança desde a eleição dela. Penso que não a conhecia direito. Não deu certo. A primeira desavença foi quando Jaqueline mandou despedir a secretária do gabinete, devido a desenlaces em negócios imobiliários familiares dos Schneider. Andreia, nem aí. Marcou terreno. Tudo encalacrou. Foi apontada como mais nova separada do marido. Incrível. Mas, às vezes, a contragosto de Jaqueline, o clima entre Adilson e Andreia se amenizava. Em Florianópolis, onde trabalha, Adilson, para recuperar o espaço perdido com Aldo na Assembleia, tramava nos bastidores com o séquito do presidente Gelson Merísio, a chapa daqui. Decidiu servir dois senhores. Um erro. Desenhava o PSD de Marcelo de Souza Brick, com o nanico DEM de Andreia a reboque. Um dia, Adilson foi surpreendido. Andreia estava no PSDB. Ele não tinha ascendência alguma. Foi cobrado. Ficou fora de si. Tudo desandou de vez. Sentiu-se traído pelos Nagel e outros. Não tinha explicações para Florianópolis e Gaspar. Nem a lição que quis dar com Laércio Pelé Krauss, DEM, para obter o mandato de Andreia, conseguiu até agora. Perdeu por sete a zero em Florianópolis. E em Brasília, tudo parado.
IMACULADA VI
Refeito, Adilson disse que votaria em Ciro André Quintino, PMDB. Trabalhou intensamente para Délgio Roncáglio, PMDB. Perdeu. Disse que votaria em Kleber Edson Wan Dall, PMDB, mas trabalhou como poucos nos bastidores por Marcelo. Infiltrou contatos na campanha de Andreia para contra-articular – e aí faço questão de excluir de qualquer dúvida a sua irmã filiada ao DEM, Viviane Maria Schmitt Santos. Agiu na última semana da campanha aos seus antigos cabos eleitorais que estavam no DEM - há testemunhos. Intimou. Não queria que votassem em Andreia. Tinha um rosário de defeitos, razões e opções. E o candidato dele? Marcelo, onde até se apresentava como futuro secretário de Agricultura – apesar de ter sido a primeira insinuação para o governo de Kleber, logo foi descartado pelo estrago que se fez. E isso lhe rendeu à proibição de estar no mesmo ambiente físico de Kleber durante a campanha.
IMACULADA VII
Na sua rede social, na última semana de campanha, Adilson abriu o jogo sem disfarces. Chamou Andreia de Imaculada. Pediu à vingança a quem lhe recusou fidelidade e recusou à sua bengala. Segundo Adilson no texto e que já tirou do ar – mas devidamente guardado por alguns -, Andreia se fazia de pura na política. Negava-se às alianças e reconhecimentos. Entretanto, Adilson não foi capaz de mostrar onde estava o falso puritanismo da candidata, a não ser o de rejeitá-lo como inspiração. Andreia perdeu (com 4.811 votos) com Adilson trabalhando contra ela. Desculpas. Prometeu e não entregou ao PSD de Gelson, de Raimundo Colombo, seu empregador, o que faliu o estado. Andreia perdeu para a máquina, estrutura e tradição do PMDB – que não devem ser desprezadas e em campanha a quatro anos de Kleber. Andreia perdeu com parte do seu próprio PSDB trabalhando para o PMDB a quem deve sobrevivência e subserviência. Adilson perdeu no PMDB; perdeu no PSD aliado com o partido Comunista emprestado pelo PT de Zucki o que ele diz combater; perdeu para o PSDB que terá marca própria; perdeu para o DEM que vai se renovar sem o Adilson, o Pelé e muitos outros que faltaram na última hora. Então! Quem outra vez mais perdeu nestas eleições diante das novas lideranças que se tornaram protagonistas no cenário político daqui? Acorda, Gaspar!
Registro 1 - O empresário Amadeu Mitterstein, entusiasta como poucos do PSDB de Gaspar, contestou-me na nota de sexta-feira sobre a visita que o prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, com o staff do PMDB e PP lhe fizeram. Mitterstein diz que não é padrinho da vereadora Francielle Back, PSDB. Votou. Ela que nasceu politicamente e sempre foi afinada com PMDB é quem vai dar a maioria para Kleber na Câmara. Ponto final.
Registro 2 – As alegações de Mitterstein podem ser razoáveis. Mas, o que registrei o PMDB é quem alardeia como conquista na cidade. Tanto que no dia da apuração, à meia noite, quem esteve na casa de Francielle para parabeniza-la? Kleber.
Registro 3. Kleber depende do PSDB na Câmara já que o PSD e PSB estão unidos com o PT para malandramente pôr a faca no pescoço do PMDB e PP. E para isso, queriam o PSDB.
Registro 4. O que escrevi, a própria Francielle disse abertamente numa entrevista de rádio 89 FM. Então não há razão para se criar grupos no Whats para se descobrir a fonte. Enxergaram fantasmas? Há realidade.
Registro 5. Quando foi esta semana a Brasília, Kleber procurou o senador Dalírio Beber, PSDB, para acertar essas arestas. Então, o que querem esconder? Comigo, não! Acorda, Gaspar!
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