Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

11/01/2018

TROPEÇANDO NAS PRÓPRIAS PERNAS? I

É urgente ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, olhar no espelho. Ele vai ficar marcado pelos recuos e pelo não cumprimento das propostas, promessas, projetos, palavras e datas anunciadas. A lista começou a ficar longa demais. Um ano já se foi. Há três para “consertar”. Kleber anunciou em outubro que entre o Natal e o Ano Novo – quando há pouco movimento e permitia melhor adaptação e avaliação – que o trânsito seria quase completamente diferente do que é hoje. Até trouxe um técnico, Alexandre Gevaerd, ligado ao PT de Blumenau e o fez secretário de Planejamento “Territorial”. Teve dez meses para pensar e dois para estruturá-las. Nesse tempo, Kleber preferiu desmoralizar o técnico. Abriu uma discussão pública. A interferência de leigos e amigos, permitiu o palanque a adversários. Desgastes e recuos. Quase nada andou. E a imprensa muda. Ora se a tarefa foi entregue a um técnico, confia-se, implanta-se, corrige-se – pois nem tudo da teoria dá certo na prática -, ou manda-o embora por erro, ou até, incompetência. É assim nas coisas técnicas e necessárias.


TROPEÇANDO NAS PRÓPRIAS PERNAS II

Gevaerd é reconhecido naquilo que faz. Serviu por exemplo em Blumenau e Brusque. Não serve para Gaspar? Ele não é daqui, onde nada pode ser mexido por gente de fora. Foi assim, com essa falsa ladainha que protege os interesses menores, que com o tempo se criou o gargalo à mobilidade na cidade e dos passantes. São muitas histórias assim. Entre elas, a ponte do Vale. Lembram-se? Foi inaugurada pelo ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, no dia 23 de dezembro de 2016, depois de quatro anos de obras naquilo que era para menos de dois. Não estava pronta. Teve até placa falsa de inauguração. Kleber foi obrigado a fechá-la. Não por ele, um político. Pelo Ministério Público, que zela pelos cidadãos. Era questão de segurança. Prometeu reabri-la em 15 dias. Lembram-se? Deve ter ouvido os seus “técnicos”! De verdade? Só seis meses depois, no dia 9 de junho.


TROPEÇANDO NAS PRÓPRIAS PERNAS III

No mesmo mês, Kleber, também rifou a outra técnica do seu secretariado feito de próximos e leigos: Dilene Jahn Mello dos Santos. Pressionado por interesses corporativos, culpou-a pela crise na saúde pública local. Foi corrida. A crise continuou! Até se agravou. Ao invés de fazer funcionar os postinhos, a policlínica e as farmácias como prometeu na campanha eleitoral e queira Dilene, Kleber deu prioridade para o sumidouro de dinheiro escasso: o Hospital, que ninguém sabe a quem pertence. Ali até “criou” um atendimento ambulatorial para justificar a ida de dinheiro e “suprir” o que os postinhos não conseguem fazer para a população nos bairros. Vergonhoso!


TROPEÇANDO NAS PRÓPRIAS PERNAS IV

A Assistência Social, seria estratégica, mas foi doada ao ex-assessor parlamentar de Kleber, afinado na religião e presidente do PSC de Gaspar, Ernesto Hostin. O desastre de tudo isso começou com a retirada das verbas do Fundo da Infância e Adolescência. Se não fosse o Ministério Público depois da denúncia feita aqui, tudo teria sido raspado de lá. Afinal, na Câmara, com Silvio Cleffi e Franciele Daine Back, PSDB, daria os votos para os cortes. A secretária de Educação, Zilma Mônica Sansão Benevenutti é um zero. Tentou até impedir que colegas fossem a um velório de uma professora, negou-se ao diálogo com todos, incluindo à Câmara. Tudo foi bem retratado na penúltima sessão no ano. O desfecho? Na sessão seguinte, a oposição deu as cartas. Kleber perdeu. Silvio eleito. Franciele, traída. E as vagas nas creches? Um ano para trás. De um déficit de 800 pulou para 1.100. Qual a solução do governo Kleber, Zilma, Luiz Carlos, Carlos Roberto Pereira e Pedro Inácio Bornhausen? Meio período para o povo e período integral para os políticos. Se não fosse esta coluna, o bafafá nas redes sociais e a interferência do Ministério Público, tudo teria sido pior. E o Samae? Falta água até onde há abundância. Pois é, a lista é enorme, inclusive de vinganças. O espaço aqui, pequeno. Acorda, Gaspar!


TRAPICHE

A coluna não parou durante os festejos de Natal e Ano novo. Ao contrário, bombou com os comentários sobre a eleição da mesa diretora da Câmara de Gaspar. Traições, jogos e poder foram os ingredientes essenciais para a “surpreendente” (não para esta coluna que previu isto bem antes) eleição do médico Silvio Cleffi, PSC.

Não vou repetir os textões esclarecedores. É só olhar as creditadas colunas anteriores no portal do Cruzeiro do Vale, o mais antigo, atualizado e acessado.

Quem perdeu? A arrogância, a preguiça, o isolamento partidário e a falta de experiência da política Franciele Daiane Back, PSDB, a que foi passada para trás. Confiou em que não podia confiar. Não agiu para ser. E não foi.

Quem perdeu? Não sei exatamente! O provocador de tudo e que ainda tenta esconder isso, foi o poder de plantão. Ele é liderado por Carlos Roberto Pereira, prefeito de fato, o poderoso secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, e presidente do PMDB. Não honrou o acordo de Kleber. Submeteu-se ao Melato.

Quem perdeu? Por tabela, o prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, PMDB. Ele prometeu presidência à Franciele. Ele foi o voto canino da base do governo, da administração municipal e do PMDB. Usaram-na e se beneficiaram nesse tempo desta maioria frágil. Triste!

Quem provocou? O mais longevo dos vereadores, o que se licenciou para presidir o Samae, algo que não conhece: José Hilário Melato, PP. Agora, Melato serve ao PMDB, mas serviu, como poucos ao PT e Pedro Celso Zuchi, Mariluci Deschamps Rosa, Amarildo José Rampelotti. Foi o ganhador desta rodada para o jogo que fez o PDT, PSD e PT.

Melato, por dias, não “assinou” a ata da reunião do dia sete de dezembro (publicada na coluna do portal) reafirmando o cumprimento das promessas. Depois de revelada aqui e o caldo esquentar no paço, fez isso, às pressas, no dia da eleição. Só disfarçe. Já era tarde.

Quem leu o jogo? O novato Silvio, PSC, cria de Kleber e afinidade religiosa. Silvio, o insaciável, queria ser presidente. Ofereceram-no o último ano. Exatamente, quando deve voltar Melato e que não assinou a ata para mais uma vez mandar bananas. “Esperto” como sempre, Melato teria desculpas para não cumprir mais um acordo.

Quem ganhou? A dita oposição e talvez Gaspar. Ela ficou com a faca e o queijo na mão. O acordo de Silvio com oposição é de dois anos. Este ano, ele; em 2019, talvez o vice, Roberto Procópio de Souza, PDT. Silvio era vice de Ciro André Quintino, PMDB.

Quem ganhou? A “minoria” oposicionista. Silvio garantiu que vai governar com Kleber. Isso, obriga o PMDB, Kleber e o dr. Pereira ao diálogo, transparência e à composição nos projetos de lei que empurravam goela abaixo, ou a derrubada pelo voto de cabresto aos pleitos da dita oposição.

Mas, um governo sem maioria, não é bom em qualquer lugar. Ainda mais quando há uma oposição cega, vingativa, populista e chantagista. Pior, quando essa maioria é de quem já fazia isso no outro lado. As demandas nem sempre eram as coletivas, mas da corporação médica.

Adeus situação? Se a oposição quiser, o ‘acordo’ feito para Silvio, valerá até 2020. Mas, o jogo e as cartas ainda estão sendo “distribuídas”. Há muita trapaça neste ambiente: surpresas, traições e desejos inconfessáveis. O vereador Wilson Luiz Lemfers, PSD, é o coringa da vez. É uma preocupação.

Day after. A vitória de Silvio, se não urdida dentro, foi um duro aviso ao poder. Nem mais, nem menos. Está na hora de reavaliar rápida, técnica e estrategicamente o governo. Falta-lhe liderança. Ele imita os velhos na vingança; é ocupado por amadores e interesses em postos chaves; possui ojeriza à técnicos, não dialoga e a comunicação é falha e duvidosa.

Day after. Depois da derrota quando ignorou todos os alertas, Franciele já estava “inaugurando” com o prefeito Kleber, um painel (com as costas para a BR). Anunciava a “Rota das Águas”, no seu Distrito do Belchior. Nas redes sociais, a reclamação era a falta de manutenção das estradas de lá. Ai, ai, ai. Acorda, Gaspar!

Comentários

Herculano
14/01/2018 13:02
HOLLYWOOD, A CONTRADIÇÃO E O RIDÍCULOS, por Bernardo Sacadura, no jornal Observador, de Lisboa, Portugal.

A mesma Hollywood que aplaude de pé o discurso de Oprah Winfrey é a que aplaude de pé Roman Polanski, alguém que confessou ter drogado e abusado sexualmente de uma criança de 13 anos.

Hollywood é um poço sem fundo de contradições, um verdadeiro mundo à parte do comum dos mortais. O escândalo sexual da indústria de cinema americana e a histeria que rodeia o discurso de Oprah Winfrey nos Globos de Ouro, tornam esta ideia ainda mais evidente.

Oprah, a cara mais conhecida e poderosa da televisão americana, que tem uma história de vida extraordinária, de constante superação de dificuldades, uma prova viva da mobilidade social promovida em economias abertas e livres, proferiu um discurso nos Globos de Ouro que já foi por muitos considerado como a rampa de lançamento da sua candidatura presidencial em 2020.

Um discurso para ser aclamado por quase todos deve ser vazio, inconsequente, leve, idealmente com um toque anti-Trump e que apenas passe mensagens no qual todos acreditamos. O discurso foi um tremendo sucesso, preencheu todos os requisitos. Afinal, não deve haver ninguém que seja a favor do assédio sexual, nem que aprove a conduta dos homens que abusaram da sua posição para obterem favores sexuais, nem que aprove o controlo da imprensa. No mundo normal isto é verdade, no mundo de Hollywood não é assim.

A mesma Hollywood que aplaude de pé o discurso de Oprah é a que aplaude de pé Roman Polanski quando ganhou o óscar de melhor realizador pelo filme Pianista em 2003. Este homem foi o mesmo que confessou ter drogado e abusado sexualmente de uma criança de 13 anos. Uma criança que estava a fotografar para um trabalho para uma revista americana. Quando percebeu que iria ser preso de vez no âmbito deste processo, fugiu para a Europa e continua a ser perseguido pela justiça americana para que seja preso. O caso deste realizador é paradigmático, junta a posição de abuso de poder, drogas, assédio sexual e ainda pedofilia. Mas não é por isso que deixou de ser aplaudido de pé pelos mesmos homens e mulheres que agora gritam #MeToo.

A referência à Hollywood Foreign Press Association, passando a mensagem de que nos EUA a imprensa está a passar por um momento complicado, numa óbvia referência a Donald Trump, acentua a contradição em que aqueles senhores vivem. O Presidente amado por Hollywood ?" Barack Obama ?" foi considerado a maior ameaça na história dos EUA à imprensa livre. O seu governo perseguiu jornalistas, colocou escutas em telemóveis de forma abusiva, teve acesso indiscriminado a emails e correspondência privada. O Governo de Obama processou seis colaboradores do seu Governo sob acusação de espionagem. Até Obama isto apenas tinha acontecido três vezes em toda a história americana. Mensagens como "this is the most closed, control freak administration I've ever covered" (David E. Sanger, jornalista do The New York Times) ou "it's turning out to be the administration of unprecedented secrecy and unprecedented attacks on a free press." (Margaret Sullivan, editora do The New York Times) são referentes à administração Obama e não a Trump ou Bush.

É tudo tão ridículo e triste que custa a crer ser verdade. Com tantas contradições destes senhores, continua a ser extraordinário que olhemos para eles como algo mais do que entretenimento.
Herculano
14/01/2018 13:00
2018, ANO CRUCIAL PARA 2019-2022 E MUITO ALÉM, Pedro Malan, economista, ex- ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso, PSDB, para o jornal O Estado de S. Paulo.

Nos últimos 71 anos o Brasil escolheu pelo voto direto oito presidentes: Dutra, Getúlio, Kubitschek e Quadros, antes do regime militar; Collor, Fernando Henrique, Lula e Dilma desde então. Nada menos que quatro dentre eles não concluíram o mandato para o qual foram eleitos. Nos últimos 91 anos, apenas três presidentes civis, eleitos diretamente pelo voto popular, passaram a faixa presidencial a outro presidente também civil e eleito diretamente pelo voto popular: Kubitschek, Fernando Henrique e Lula. Desses três, por fim, apenas um ?" Lula ?" não só transmitiu a faixa ao sucessor, como também a recebeu de outro civil, também eleito pelo voto direto.

Seriam as dores do crescimento de uma jovem democracia ?" que desde 1930 alternou dois períodos centralizadores/autoritários (1930-1945 e 1964-1985) e dois democráticos (1946-1964 e 1985 até o presente)? Segundo Jorge Caldeira em seus trabalhos, o Brasil teve experiências com eleições desde a colônia e o Parlamento funcionou durante o Império e na Primeira República.

O que tornou especialmente tumultuosas as últimas décadas, a meu ver, é o fato de o Brasil ter evoluído vertiginosamente, dos anos 30 até meados dos anos 80, na direção de tornar-se uma das maiores sociedades de massas urbanas do mundo. Hoje é a terceira maior democracia, após Índia e EUA, sem nenhum concorrente democrático à terceira posição.

Nossa população urbana passou de 36% (de um total de 52 milhões de pessoas) em 1950 para os atuais 86% (de um total de 208 milhões). Trata-se de um aumento, em termos absolutos, de 9,5 vezes, que não tem paralelo no mundo ?" nem sequer na China e na Índia. É impossível entender por que o Brasil experimenta há pelo menos três décadas o que venho chamando de pressão estrutural por crescentes gastos públicos ?" que se expressa em seu crescimento acima do crescimento do PIB, da inflação e da arrecadação ?" sem referência a essa transição demográfica e à pressão extraordinária dessas massas urbanas sobre governos em termos de investimentos em infraestrutura física e infraestrutura humana. O debate recente vem mostrando, ademais, que a esses fatores deve ser adicionada a força dos corporativismos dos setores públicos e privados na defesa de seus interesses. A conta simplesmente não fecha.

Essa longa introdução vem a propósito da crescente literatura sobre o que Dani Rodrik chamou, em livro de 2010, de O Paradoxo da Globalização, cujo subtítulo a muitos encantou: Por que mercados globais, o Estado e a democracia não podem coexistir (assim mesmo, uma afirmação, e não uma pergunta). Entre nós, André Lara Resende e Demétrio Magnoli já escreveram ?" e muito bem ?" sobre o tema. É, com efeito, espantoso o crescimento ?" sobretudo desde Brexit e Trump, em certas eleições europeias e com o advento de tiranias variadas no mundo em desenvolvimento ?" da literatura sobre a relação entre globalização, soberania nacional, democracia e sobre as dificuldades de escolher a combinação adequada entre elas.

Os estudos mais cuidadosos mostram que o fenômeno tem raízes mais profundas ?" e vem sendo gestado há décadas. Em sua raiz estaria o vertiginoso processo de mudanças tecnológicas e de inovação que Schumpeter já havia denominado destruição criadora e considerou o elemento essencial do que chamava a máquina capitalista. A natureza do fenômeno afeta profundamente tanto o mercado de trabalho (em detrimento dos de menor qualificação) quanto percepções sobre injustiça na distribuição de renda, riqueza e oportunidades ?" tanto em escala doméstica quanto na dimensão global, entre países.

Se é verdade que o processo de mudança tecnológica é irreversível e tem dimensão global, ele impõe necessariamente restrições ao espaço para exercício de soberania nacional na dimensão econômica. Não é menos verdade, no entanto, que a política permanece, como antes, local ?" decidida no âmbito do Estado nacional. E nesse campo da política doméstica a questão não é tanto a disputa entre os que almejam o poder, que sempre serão muitos, mas a ampliação das demandas por aquilo que esses numerosos postulantes ilusoriamente prometem àqueles que se veem prejudicados, ou relegados, pelo processo de globalização e mudança tecnológica.

É também impressionante o volume da literatura dedicada à crise da democracia, expressão sem dúvida dessa angústia e desalento: Democracia: o Deus que Falhou, Além da Democracia, O Fim da Democracia. O fenômeno deveria causar estranheza aos que conhecem a frase famosa de Churchill sobre a democracia: "... o pior dos regimes com exceção de todos os outros que foram experimentados de tempos em tempos". Afinal, apenas em democracias há a aceitação da diversidade, o reconhecimento da legitimidade do conflito, a absoluta liberdade de opinião, os ideais de tolerância, da não violência e de renovação gradual da sociedade pelo livre debate de ideias. Apenas democracias permitem antepor limites ao poder, mesmo quando esse poder é o da maioria.

O ano de 2018 será absolutamente crucial para o Brasil e para seu futuro ?" não apenas para o quadriênio 2019-2022, mas para muito além. Quase tão importante quanto o resultado das urnas, em outubro, será o teor das narrativas, dos discursos e promessas dos principais candidatos. Além do compromisso com os valores da democracia e da República, espera-se compromisso com a ética e a moralidade da administração pública e nas relações público-privadas. Espera-se dos candidatos a demonstração de que compreendem a natureza dos desafios a enfrentar na área das finanças públicas. Não porque equacioná-los constitui um fim em si mesmo, mas porque sem isso não haverá como o Brasil alcançar as taxas de crescimento da renda e do emprego, que constituem o nada obscuro objeto de desejo da maioria dos brasileiros.
Herculano
14/01/2018 12:57
A CONTA DOI BEM-ESTAR, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O Estado do bem-estar social, criado pela Constituição de 1988, consome tantos recursos quanto seus equivalentes em países desenvolvidos. No entanto, os serviços oferecidos aos cidadãos diferem visivelmente, e qualquer paciente de hospital público ou aluno da rede pública no Brasil intui logo que não está na Noruega ?" exemplo de Estado do bem-estar social que consegue ser muito mais eficiente que o brasileiro gastando menos em relação ao PIB.

A explicação para essa distorção, dada pelo secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, ao jornal Valor, é apenas uma: o rombo da Previdência, que drena os recursos que deveriam financiar educação, saúde e outras necessidades sociais. Assim, é espantoso que alguns dos mais barulhentos defensores da manutenção do Estado do bem-estar social estejam igualmente na vanguarda da defesa do atual sistema previdenciário, que é deficitário porque estimula aposentadorias precoces e porque privilegia escandalosamente a elite do funcionalismo público. Essa situação traz graves prejuízos para o conjunto dos contribuintes, em vários aspectos.

O problema mais imediato é a necessidade de recorrer ao dinheiro dos impostos para cobrir o rombo da Previdência, que em 2017, até outubro, alcançou R$ 257 bilhões, 12% superior ao déficit de 2016. Um levantamento feito pela Folha de S.Paulo mostra, por exemplo, que em 2017, até outubro, cada servidor civil da União aposentado recebeu dos contribuintes incríveis R$ 63,3 mil, dinheiro que deveria ter sido destinado a outros fins ?" e o que não falta, no Brasil, são setores importantes carentes de recursos. Os impostos cobrem o déficit dos sistemas previdenciários público e do INSS, mas os grandes destinatários são mesmo os servidores inativos ?" os da União recebem 13 vezes mais do que os aposentados pelo INSS, enquanto os dos Estados ganham 8 vezes mais. Assim, está mais do que evidente que uma reforma da Previdência, para ser efetiva, deve atacar essa distorção.

É claro que os que hoje se dedicam a sabotar a reforma da Previdência não estão preocupados com o fato de que o déficit do sistema impede que as demais demandas sociais previstas na Constituição sejam atendidas. Ainda que a Previdência não tivesse tal rombo, a ambição do texto constitucional já seria bastante imprudente, pois, como dizia o economista Roberto Campos, "a Constituição promete-nos uma seguridade social sueca com recursos moçambicanos". O fato é que, com a Previdência a mobilizar grande parte dos recursos públicos para sua solvência, pouco resta para fazer cumprir o que a Constituição promete.

O Brasil gasta o equivalente a 25,7% do PIB com o seu Estado do bem-estar social, enquanto na Noruega esse dispêndio é de 25,1%; na Alemanha, de 25,3%; e na Grã-Bretanha, de 21,5%. No entanto, mais da metade desse gasto no Brasil, informa o secretário Mansueto Almeida, é destinada à Previdência, que ficou com 13% do PIB em 2016, contra 6% para a educação e 4,5% para a saúde. Ou seja, investimos pesado no passado e muito pouco no futuro.

Como resultado, setores considerados essenciais pela Constituição ficam, na prática, com menos recursos. O Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, prevê saúde integral, gratuita e universal, mas apenas 50% do dinheiro gasto nesse setor é público. Mansueto Almeida compara com o sistema britânico, que não é integral ?" isto é, não cobre todos os procedimentos ?", mas ainda assim 85% dos gastos com saúde na Grã-Bretanha são públicos.

A questão de fundo, portanto, é a própria viabilidade do Estado do bem-estar social tal como previsto na Constituição. É preciso aceitar o fato de que nem todos os benefícios e direitos gravados no texto constitucional resultam em ganhos para o País ?" ao contrário, as distorções graves em alguns setores, como a Previdência, chegam a comprometer a realização de todo o resto. Política social não pode ser resultado apenas de vontade; é preciso que sua implementação respeite a matemática, que costuma ser implacável com os imprevidentes.
Herculano
14/01/2018 12:56
NÃO SOU RACISTA, MINHA OBRA PROVA, por William Waack, no jornal Folha de S. Paulo

Se os rapazes que roubaram a imagem da Globo e a vazaram na internet tivessem me abordado, naquela noite de 8 de novembro de 2016, eu teria dito a eles a mesma coisa que direi agora: "Aquilo foi uma piada - idiota, como disse meu amigo Gil Moura -, sem a menor intenção racista, dita em tom de brincadeira, num momento particular. Desculpem-me pela ofensa; não era minha intenção ofender qualquer pessoa, e aqui estendo sinceramente minha mão."

Sim, existe racismo no Brasil, ao contrário do que alguns pretendem. Sim, em razão da cor da pele, pessoas sofrem discriminações, têm menos oportunidades, são maltratadas e têm de suportar humilhações e perseguições.

Durante toda a minha vida, combati intolerância de qualquer tipo ?"racial, inclusive?", e minha vida profissional e pessoal é prova eloquente disso. Autorizado por ela, faço aqui uso das palavras da jornalista Glória Maria, que foi bastante perseguida por intolerantes em redes sociais por ter dito em público: "Convivi com o William a vida inteira, e ele não é racista. Aquilo foi piada de português."

Não digo quais são meus amigos negros, pois não separo amigos segundo a cor da pele. Assim como não vou dizer quais são meus amigos judeus, ou católicos, ou muçulmanos. Igualmente não os distingo segundo a religião ?"ou pelo que dizem sobre política.

O episódio que me envolve é a expressão de um fenômeno mais abrangente. Em todo o mundo, na era da revolução digital, as empresas da chamada "mídia tradicional" são permanentemente desafiadas por grupos organizados no interior das redes sociais.

Estes se mobilizam para contestar o papel até então inquestionável dos grupos de comunicação: guardiães dos "fatos objetivos", da "verdade dos fatos" (a expressão vem do termo em inglês "gatekeepers"). Na verdade, é a credibilidade desses guardiães que está sob crescente suspeita.

Entender esse fenômeno parece estar além da capacidade de empresas da dita "mídia tradicional". Julgam que ceder à gritaria dos grupos organizados ajuda a proteger a própria imagem institucional, ignorando que obtêm o resultado inverso (o interesse comercial inerente a essa preocupação me parece legítimo).

Por falta de visão estratégica ou covardia, ou ambas, tornam-se reféns das redes mobilizadas, parte delas alinhada com o que "donos" de outras agendas políticas definem como "correto".

Perversamente, acabam contribuindo para a consolidação da percepção de que atores importantes da "mídia tradicional" se tornaram perpetuadores da miséria e da ignorância no país, pois, assim, obteriam vantagens empresariais.

Abraçados a seu deplorável equívoco, esquecem ainda que a imensa maioria dos brasileiros está cansada do radicalismo obtuso e primitivo que hoje é característica inegável do ambiente virtual.

Por ter vivido e trabalhado durante 21 anos fora do Brasil, gosto de afirmar que não conheço outro povo tão irreverente e brincalhão como o brasileiro. É essa parte do nosso caráter nacional que os canalhas do linchamento ?"nas palavras, nesta Folha, do filósofo Luiz Felipe Pondé?" querem nos tirar.

Prostrar-se diante deles significa não só desperdiçar uma oportunidade de elevar o nível de educação política e do debate, mas, pior ainda, contribui para exacerbar o clima de intolerância e cerceamento às liberdades ?"nas palavras, a quem tanto agradeço, da ministra Cármen Lúcia, em aula na PUC de Belo Horizonte, ao se referir ao episódio.

Aproveito para agradecer o imenso apoio que recebi de muitas pessoas que, mesmo bravas com a piada que fiz, entenderam que disso apenas se tratava, não de uma manifestação racista.

Admito, sim, que piadas podem ser a manifestação irrefletida de um histórico de discriminação e exclusão. Mas constitui um erro grave tomar um gracejo circunstanciado, ainda que infeliz, como expressão de um pensamento.

Até porque não se poderia tomar um pensamento verdadeiramente racista como uma piada.

Termino com um saber consagrado: um homem se conhece por sua obra, assim como se conhece a árvore por seu fruto. Tenho 48 anos de profissão. Não haverá gritaria organizada e oportunismo covarde capazes de mudar essa história: não sou racista. Tenho como prova a minha obra, os meus frutos. Eles são a minha verdade e a verdade do que produzi até aqui.
Herculano
14/01/2018 12:53
O NOVO REBAIXAMENTO, VERSÃO CHARLES DE GAULLE, por Rolf Kunitz, no jornal O Estado de S. Paulo

Além de ser rebaixado mais uma vez e apontado como devedor um tanto perigoso, o País poderia ter virado assunto de piada em todo o mundo se a Standard & Poor's (S&P) tivesse agido com menor discrição

A nova reprovação do Brasil poderia ter vindo com uma pitada de grotesco e seria, portanto, muito pior. Além de ser rebaixado mais uma vez e apontado como devedor um tanto perigoso, o País poderia ter virado assunto de piada em todo o mundo se a Standard & Poor's (S&P) tivesse agido com menor discrição ?" ou menor caridade ?" ao anunciar o novo corte da nota de crédito do País. Uma explicação mais detalhada teria exposto um quadro patético. Mais uma vez seria confirmada a opinião, atribuída ao presidente francês Charles de Gaulle, sobre a falta de seriedade no Brasil.

Mas o informe sobre a reavaliação foi pouco além das questões técnicas, sem avançar nas trapalhadas e indecências do dia a dia dos leilões de votos no Congresso Nacional. A demora na aprovação da reforma da Previdência foi um dos fatores enumerados para justificar a reclassificação do crédito brasileiro. Sem essa e outras mudanças de grande alcance o governo terá dificuldade para consertar suas contas, conter o endividamento e evitar o perigo de insolvência dentro de alguns anos. Esse é o argumento básico. Há referências a dificuldades políticas, a incertezas quanto às eleições e até à corrupção, mas os detalhes mais cômicos, humilhantes e desmoralizantes foram omitidos.

Um relatório mais completo e impiedoso teria incluído, por exemplo, as dificuldades do presidente Michel Temer para nomear um ministro do Trabalho. A nomeação de uma figura indicada pelo PTB é parte das barganhas para garantir os votos necessários à reforma da Previdência. O primeiro escolhido, o deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), foi vetado pelo ex-presidente José Sarney por ser ligado a uma facção adversária do grupo do velho cacique. O ex-presidente negou a interferência. Não precisaria tripudiar. Mas ninguém levou a sério essa negação.

O presidente Michel Temer engoliu o veto e subordinou uma decisão federal a uma rivalidade política no Estado do Maranhão. Não apenas se rebaixou. Rebaixou também o governo central e o interesse nacional supostamente implícito naquela escolha. Vencido nesse lance, tentou partir para uma solução mais segura. Recebeu em Brasília o presidente do PTB, Roberto Jefferson, o primeiro delator do mensalão. Terminada a reunião, o próprio Jefferson anunciou a indicação de sua filha, a deputada Cristiane Brasil, para chefiar o Ministério do Trabalho.

A futura ministra nem chegou a tomar posse. Um juiz federal de primeira instância concedeu liminar contra a nomeação, em nome do princípio constitucional da moralidade administrativa. Explicação: a deputada havia sido condenada em processo na Justiça do Trabalho. Não seria adequada, portanto, para assumir um ministério ligado à área. O governo recorreu à instância imediatamente superior e a posse foi novamente impedida.

Mas a Justiça teria competência para anular uma nomeação decidida pelo presidente no exercício de sua função? Analistas debateram a questão, houve divergências e, é claro, nenhum efeito prático. Até sexta-feira à tarde a nomeação continuava emperrada.

Até esse ponto, o presidente, a deputada e o PTB continuavam à espera de novas decisões da Justiça, sem admitir o encerramento do episódio. Se quisesse apenas nomear um bom ministro, o presidente Michel Temer poderia ter examinado uma lista enorme de pessoas competentes em questões trabalhistas e escolhido, a partir daí, um nome considerado conveniente para comandar o ministério. Não faltariam pessoas qualificadas dentro e fora dos partidos. Mas não se tratava apenas de preencher de forma satisfatória um posto do primeiro escalão.

De fato, as qualidades e competências da figura escolhida nem seriam os detalhes mais importantes. A decisão envolvia muito mais que uma nomeação política e administrativa. O presidente da República deveria, em primeiro lugar, garantir a um partido aliado uma presença adequada em seu governo. No tal presidencialismo de coalizão, hoje levado à versão extrema, a administração ?" direta e indireta ?" é uma grande pizza para ser dividida entre os aliados. Em segundo lugar, seria preciso cuidar do assunto com carinho especial, como parte da barganha pelos votos a favor da reforma da Previdência. Partidos da base têm direitos, mas nenhuma obrigação de votar com o governo.

Se os diretores da S&P quisessem publicar uma nota explicativa mais completa e mais clara, leitores de todo o mundo poderiam conhecer as dificuldades do presidente Michel Temer para nomear um ministro do Trabalho. Seriam informados de como nomeações desse tipo entram na compra de votos a favor de reformas importantes para as finanças públicas e, portanto, para a estabilidade fiscal e monetária, o crescimento econômico do Brasil e, em longo prazo, para a segurança dos credores do Tesouro Nacional.

O maior obstáculo à saúde fiscal deste país, poderiam concluir alguns desses leitores, é menos de ordem técnica e econômica do que política. Os mais curiosos poderiam descobrir, em outras leituras, como o Judiciário interfere na política salarial do funcionalismo, impedindo, por exemplo, o adiamento de um reajuste e uma economia de muitos bilhões num ano de enormes dificuldades. Alguns se perguntariam por que os legisladores se comportam como se fossem isentos de qualquer obrigação quanto à sustentabilidade das contas públicas. Talvez acabassem atribuindo a uma reforma do sistema partidário uma importância maior, em longo prazo, que as da Previdência, dos tributos e da engessada estrutura orçamentária.

Se a nota da S&P fosse bem mais completa, os leitores poderiam, enfim, ter-se divertido com um cenário comicamente duplo ?" do pessoal da agência decidindo a reclassificação do País, enquanto o presidente Michel Temer se atolava no impasse judicial da nomeação da deputada Cristiane Brasil.
Herculano
14/01/2018 12:51
CONHEÇA O PENSAMENTO DOS DEFENSORES DA IMPUNIDADE E DO DESENCARCERAMENTO por Percival Puggina.

Para entender o que pensa a corrente ideológica que, em boa parte, responde pela leniência da legislação penal brasileira, pela frágil execução penal e pela explosão da criminalidade no Brasil, nada melhor do que ler o que escrevem seus adeptos. As opiniões abaixo foram colhidas das citações contidas em um único texto, da autoria do prof. Leonardo Issac Yarochewsky. O artigo , tem o arrogante título "A sanha punitivista e/ou a boçalidade do discurso da impunidade". Imaginem o resto da biblioteca...

Ricardo Genelhú, Pós-doutor em Criminologia pela Universität Hamburg:

"o discurso contra a impunidade tem servido de motivo para uma suposta restauração da 'segurança social' quando na verdade, serve ela mesma, per se, é de desculpa para a perseguição ao "outro"(...)

"E o 'discurso da impunidade', com seu ensaio neurótico promovido por pessoas com onipotência de pensamento, tem poderosamente servido muito mais para 'justificar', 'ratificar' ou 'manter' a exclusão dos 'invisíveis sociais', tragicamente culpados e, por isso, incluídos por aproximação com os 'inimigos' (parecença), do que para demonstrar a falibilidade seletiva e estrutural do sistema penal antes e depois que um 'crime' é praticado, ou enquanto se mantiver uma reserva delacional publicizante, seja porque inafetadora do cotidiano privado, seja porque indespertadora da cobiça midiática."(1)

Leonardo Issac Yarochewsky - Advogado Criminalista e Doutor em Ciências Penais pela UFMG:

"É certo que o discurso midiático - criminologia midiática - da impunidade, contribui sobremaneira para o avanço do Estado autoritário e para a cólera do punitivismo.Atingidos pela criminologia midiática e pelo discurso da impunidade, políticos tendem a apresentar projetos de leis com viés autoritário, conservador e reacionário." (2)

"Não se pode olvidar que a prisão continua sendo há mais de dois séculos a principal forma de punição para os "perigosos", "vulneráveis", "estereotipados" e "etiquetados", enfim, para os que são criminalizados (criminalização primária e secundária) em razão de um processo de estigmatização, segundo a ideologia e o sistema dominante." (2)

Salo de Carvalho ?" Advogado e professor de Direito Penal:

"o sintoma contemporâneo vontade de punir, atinge os países ocidentais e que desestabiliza o sentido substancial de democracia, propicia a emergência das macropolíticas punitivistas (populismo punitivo), dos movimentos políticos-criminais encarceradores (lei e ordem e tolerância zero) e das teorias criminológicas neoconservadoras (atuarismo, gerencialismo e funcionalismo sistêmico)"(3)

Marildo Menegat - Pós-doutor em Filosofia pela USP:

"O melhor a fazer hoje é tornar público este debate, o que significa politizá-lo, pois é o único caminho para pôr termo, quem sabe aos martírios e sacrifícios desde sempre praticados por esta espécie que, por um milagre do acaso, fez-se uma forma de vida, ainda penso, inteligente. É hora de nos entregarmos à realização da liberdade, e, para isso, o fim das prisões torna-se imperativo". (4)

Reitero: imaginem o resto da biblioteca e suas consequências nas salas de aula dos cursos de Direito.

[1] GENELHÚ, Ricardo. Do discurso da impunidade à impunização: o sistema penal do capitalismo brasileiro e a destruição da democracia. Rio de Janeiro: Revan, 2015.

[2] YAROCHEWSKY, Leonardo Issac. Artigo "A sanha punitivista e/ou a boçalidade do discurso da impunidade", http://emporiododireito.com.br/backup/a-sanha-punitivista-eou-a-bocalidade-do-discurso-da-impunidade-por-leonardo-isaac-yarochewsky/

[3] CARVALHO, Salo. O papel dos atores do sistema penal na era do punitivismo. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010

[4] MENEGAT, Marildo. Prisões a céu aberto. In: Seminário depois do grande encarceramento. Organização Pedro Vieira Abramovay, Vera Malaguti Batista. Rio de Janeiro: Revan, 2010.
Herculano
14/01/2018 12:49
A BURRICE

Li muito. De tudo. E em ideologia, crenças e ensaios filosóficos, li mais o que sempre considerei ingrato à minha inteligência, o que meus valores me davam como não aceitáveis.

E por que? Para conhecer, ter convencimento e até quase certeza, de que aquilo que penso está mais próximo de uma realidade possível.Só conhecendo o outro lado posso fundamentar o meu.

Muitos me condenam e condenam outros, que segundo eles, dizem, por eu e os outros lerem, o que consideram lixo. O lixo de alguns é o luxo de outros.Ainda mais se tratando de idéias.O plural dá a certeza da escolha.

Se muitos desses arautos da discriminação tivessem lido mais o que consideram lixo, entenderiam e estariam mais preparados para esclarecer e refutar a esquerda do atraso que roubou e destruiu o Brasil, os brasileiros e ainda se acha a melhor coisa perdida nesse mundo de utopias.

Se conhecessem o ensinamento de Platão, no Livro Sétimo, o Mito das Cavernas, não renegariam conhecer a luz, que nunca esteve dentro da própria caverna, mas fora dela.

Se eu não conheço o outro lado, como eu posso tomar decisões, julgar, escolher e recomendar as minhas crenças e mostrar claramente as diferenças na História da humanidade e nos resultados para civilizações e comunidades? Wake up, Brazil!
Herculano
14/01/2018 12:33
DO PEDALINHO AO VIADUTO, por Guilherme Fiuza, na revista Época

O Brasil está brincando de passar a mão na cabeça de bandido simpático para ver se salva a lenda populista


O Viaduto Dona Marisa Letícia leva ao paraíso. Não o bairro paulistano, mas o Nirvana mesmo. O lugar onde não há culpa, só prazer. Exemplo: o contribuinte brasileiro (você) está pagando US$ 3 bilhões aos americanos pelo assalto de Lula à Petrobras. Enquanto isso, o próprio Lula é convidado para uma animada partida de futebol com Chico Buarque ?" uma espécie de celebração à delinquência, provando de uma vez por todas que o crime compensa, se tiver a embalagem certa. A única injustiça é você pagar e não ser convidado para jogar também.

Aí a maior cidade da América Latina inaugura uma obra viária com o nome da recém-falecida esposa do maior assaltante da história nacional. Criminoso este já condenado e, agora, em vias de ser preso. Detalhe: a própria homenageada, antes de falecer, estava sendo investigada como cúmplice do marido em seus crimes de corrupção passiva ?" sendo os mais visíveis deles o do tríplex em Guarujá e o do sítio em Atibaia, aquele que tinha os pedalinhos personalizados "Lula & Marisa". Os autores da homenagem devem ter imaginado que quem já batizou pedalinho pode batizar viaduto sem problema nenhum.

É disso que o Brasil está brincando nos dias de hoje: passar a mão na cabeça de bandido simpático para ver se salva a lenda populista. Está dando certo. Existe por exemplo uma horda de indignados com o desabafo comovente do mesmo Chico Buarque, dando conta de que não consegue mais andar nas ruas do Leblon sem ouvir o bordão "vai pra Cuba, viado". É mesmo uma grosseria. Resta saber onde estariam os grossos se o cantor não tivesse virado marqueteiro de bandido. Possivelmente estivessem remoendo em silêncio a sua grossa insignificância.

É um enigma insondável essa compulsão de alguns grandes artistas por causas vagabundas. Em Hollywood há uma penca de estrelas, também de inegável talento, comprometidas com a ditadura sanguinária da Venezuela ?" todos fingindo que o chavismo é a redenção dos pobres do Terceiro Mundo. Assim como os falsos heróis brasileiros, são personalidades que não precisariam dessas lendas fajutas, por já serem, eles mesmos, figuras lendárias (graças à sua própria obra). Ou seja: renunciam à grandeza para besuntar a reputação de verniz falso. Poderia ser altamente pedagógico se, entre um e outro "vai pra Cuba, viado", surgisse um "se olha no espelho, querido".

Enquanto houver gente para propor e para tolerar um viaduto homenageando a primeira-dama do petrolão, esse espelho vai sempre refletir um líder revolucionário em lugar do oportunista melancólico. E esse oportunismo faz escola. Entre os candidatos a reabilitar o PT do maior assalto da história estão também procuradores, juízes e outros fascinados com os ganhos fáceis proporcionados pelo tal verniz de esquerda ?" cuja falsidade se constata num simples olhar para Lula ou Maduro: picaretagem não tem lado, muito menos ideologia.

Rodrigo Janot, de triste memória, está sendo convocado pela Polícia Federal para depor sobre a farsa da delação de Joesley ?" na verdade uma conspiração tosca para tentar devolver o poder aos companheiros. Entre os cúmplices da malandragem malsucedida estão ministros do STF como Edson Fachin, hoje também conhecido como Edson Facinho, dada a celeridade sem precedentes com que homologou o truque mambembe ?" contando com a altiva cobertura da companheira presidenta da Corte. Aí você fica sabendo que as provas de Mônica Moura (alguém se lembra dela?) contra Lula e Dilma ficaram sete meses paradas no Supremo ?" e constata até que ponto pode chegar o altruísmo para com os protagonistas da lenda.

Personagens soltinhos da silva como Dirceu, Dilma e agora até o lendário mensaleiro Pizzolato (obrigado, companheiro Barroso) estão conspirando à vontade e falando pelos cotovelos, com o caixa cheio para promover suas micaretas revolucionárias. Enquanto isso, os outrora diligentes investigadores da Lava Jato ?" destaque cheio de purpurina para o mosqueteiro Dartagnol Foratemer ?" estão fazendo comício no Twitter e cuidando, também eles, de se besuntar da lenda salvacionista à prova de espelho.

Ou o Brasil sobe o viaduto das panelas acelerando para ver se chega ao paraíso ou mostra com todas as letras que futebol de bandido é no presídio
Herculano
14/01/2018 12:32
Só PARA LEMBRAR. NESTA SEGUNDA-FEIRA É DIA DE MAIS UMA COLUNA OLHANDO A MARÉ, INÉDITA, EXCLUSIVA PARA OS LEITORES E LEITORES DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE.
Sidnei Luis Reinert
14/01/2018 10:25
domingo, 14 de janeiro de 2018
O desastre de Lula e o golpe do "centro"


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O problema do Brasil é estrutural ?" e não conjuntural. Não é passageiro, e sim persistente e resistente. Por isso, a eleição de 2018 não solucionará o Brasil. Pelo contrário: seu resultado ainda pode agravar o caos e a insegurança reinantes. Apesar das lava jatos & afins, o Crime Institucionalizado segue dominando e se reinventando. Seu plano básico é manter tudo do mesmo jeitinho, com reformas ilusórias, apenas de fachada.

O Estado-Ladrão segue hegemônico como resultado do regime Capimunista. Somos uma caricatura da União Soviética ?" que por aqui segue viva. Como bem resume o economista liberal Paulo Guedes, "o Brasil é o paraíso dos rentistas e dos empresários escolhidos e o inferno dos trabalhadores, dos empreendedores e dos empresários que acreditam numa economia de mercado". Ou seja, não temos liberdade capitalista.

A tragédia é agravada pelo vício cultural do brasileiro ?" que é "estadodependente": ama meter o pau no "governo", porém sonha com algum favor ou emprego estatal. Aliás, o que se pode esperar de um País com 168 estatais? O grande desafio é mudar o modelo, a estrutura e a mentalidade. A única solução é uma inédita Intervenção Institucional que implante uma Constituição enxuta e liberal, o Federalismo pleno e a Democracia (Segurança do Direito).

A notícia ruim é que os "donos do poder" querem nada disso. O sistema globalitário, que controla o Brasil de fora para dentro, usando seus marionetes como engrenagens infiltradas na máquina estatal, deseja que nada mude, ou prefere que apenas pouco se altere. Os controladores já definiram previamente ?" como sempre fazem ?" o resultado da eleição. Sua máquina midiática e financeira jogará pesado para eleger um "boneco" de "centro" (que pode ser um socialista Fabiano explícito ou que ainda não saiu do armário).

O favorito do sistema, por enquanto, é Geraldo Alckmin. Não é à toa que ele já recebeu o apoio do depauperado Michel Temer ?" recordista de impopularidade. Os tucanos entram, novamente, no esquema de revezamento no trono do Palácio do Planalto. O PMDB, de novo, vai figurar como comparsa imediato. Nada diferente do vem ocorrendo ao longo da velha "Nova República", desde 1985. Henrique Meirelles, Rodrigo Maia & governistas afins terão de apoiar o Geraldo do PSDB ?" que vai tomar muito pau na campanha, mas que será o "candidato da máquina".
Luiz Inácio Lula da Silva está descartado pelo "sistema". Por isso, sofrerá várias condenações. Todas serão confirmadas em segunda instância. Lula tentará concorrer até o limite de uma decisão final que irá impugnar sua candidatura quase na véspera da eleição. O companheiro $talinácio fará tumultos até seu fim previsível. Já sabe que já era... A Petelândia será obrigada a apoiar Ciro Gomes ?" outro socialista Fabiano que o "sistema" considera "palatável", ao menos para a ilusória disputa de um segundo turno. Desta vez, o "golpe" de Lula dará em nada...

O PT nunca esteve tão enfraquecido e desmoralizado. Ontem (13 jan), sua "presidenta" Gleisi Hoffmann e seu aliado Roberto Requião (um porra-loka bolivariano filiado ao PMDB) planejaram uma manifestação pró-Lula na terra natal do juiz Sérgio Moro, no Paraná. O povo de Maringá foi quem ficou "pt da vida" e saiu às ruas para enfrentar a petelândia. Gleisi e Requião ficaram tão apavorados que nem desceram do avião e voltaram para Curitiba. Os petistas que pretendiam sacanear Moro se esconderam dentro da Câmara Municipal, com medo do povo espontaneamente revoltado... Nem tumultuar a petelândia consegue mais...

O grande inimigo do "sistema" é Jair Bolsonaro. Sua candidatura sofrerá sabotagens inimagináveis durante a campanha. Até agora, sem base partidária segura, Bolsonaro é "um ponto fora da curva". É o presidenciável que melhor soube explorar o potencial das redes sociais na Internet. Até agora, é quem mais consegue incorporar a "insatisfação popular" contra o "governo" e, por extensão, os "políticos". Bolsonaro ainda tem o desafio de mostrar consistência e coerência de suas idéias. Ele se tornará um "liberal-democrático" ou seguirá como velho estatal-tenentista? O "mito" precisa se definir depressa...

Marketeiros terão mais trabalho que nunca. Em tese, e conforme algumas pesquisas que nunca são divulgadas completamente, pois servem apenas para consumo interno dos partidos e consultores empresariais, o eleitor não deseja votar em um candidato apoiado, explicitamente, pelo governo. Por isso, o "sistema" joga seus balões de ensaio, como um Luciano Huck da vida. Na falta de alternativa, decidiu-se investir no Geraldo, tentando torná-lo palatável e conhecido para uma disputa entre candidatos rotulados como "centro esquerda". Para o "sistema", a disputa ideal no segundo turno de 2018 seria entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT)...

Ensaia-se uma repetição do que ocorreu na eleição de 1989. O "sistema" decidiu que o candidato ideal era Fernando Collor de Mello. A grande ameaça daquela eleição era Leonel Brizola. O jeito que o sistema encontrou de neutralizá-lo foi inflar a candidatura (na época de extrema esquerda) do operário-patrão Luiz Inácio da Silva. O caudilho-pedetista Brizola foi facilmente descartado (e ele sempre reclamou que foi vítima de fraude eleitoral). Collor massacrou Lula no segundo turno. Depois, apoiada pelo "sistema" que o alagoano contrariou, a petelândia ajudou a liderar o impeachment contra Collor...

Vale repetir por 13 x 13: O eleitor não decide o resultado da eleição no Brasil. Quem decide, de verdade, é a fraude eleitoral. O pleito eletrônico é absolutamente inconfiável. Não dá para confiar, em sã consciência, no dogma "vendido" pelo Tribunal Superior Eleitoral, de um resultado eleitoral incontestavelmente honesto, absolutamente seguro, mesmo sem auditagem e recontagem plena de 100% dos votos. Enfim, você sabe em quem vota, mas só o "sistema" tem certeza de quem é o escolhido para ser o Presidente ou Presidenta Marionete (ou "marioneta")...

A prioridade do cidadão brasiliano e patriota, neste momento, é exigir eleições realmente limpas, mesmo que retrocedamos na tal "modernosidade" da votação eletrônica, de resultado ultra-rápido, porém inconfiável. A solução seria retornar ao voto em cédula de papel, com fiscalização direta pelo cidadão. Até o modelo de urna eletrônica com impressão de voto não garante, plenamente, a segurança.

Outra prioridade é exigir e lutar pela mudança estrutural da máquina estatal do Brasil. Sem isso, faz pouca diferença eleger qualquer um. O eleito será refém e marionete do "sistema". A História comprova que, se não for apoiado pelo "sistema", o candidato não se elege. Se, por acidente, for escolhido (o que é quase impossível na Republiqueta Capimunista de Bruzundanga), o "inimigo" não vai durar muito tempo no poder...
Herculano
14/01/2018 07:33
O QUE PREOCUPA BOLSONARO, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo

"Como eu estava solteiro naquela época, esse dinheiro de auxílio-moradia eu usava pra comer gente, tá satisfeita agora ou não? Você tá satisfeita agora?".

As palavras são de Jair Bolsonaro, pré-candidato à Presidência. Ele respondia a uma repórter da Folha que o questionou, de forma educada, sobre o uso de verbas da Câmara.

Não foi a única grosseria da entrevista, concedida na quinta-feira. Em outros momentos, o deputado usou palavrões após ouvir perguntas sobre a sua evolução patrimonial.

"Porra, você está enchendo o saco, porra", disse. "Vocês fizeram uma bomba de merda", acrescentou. "Sai fora que vocês não vão ter resposta nenhuma", concluiu.

Nos últimos dias, os repórteres Camila Mattoso, Italo Nogueira e Ranier Bragon mostraram como a família Bolsonaro multiplicou os bens na política -o capitão tem dois filhos deputados e um vereador.

O jornal também revelou que o chefe do clã nunca abriu mão do auxílio-moradia, apesar de ter apartamento próprio em Brasília. Ele ainda deu um cargo de assessora à mulher de seu caseiro em Angra dos Reis.

As reportagens mostraram que Bolsonaro segue o figurino padrão no Congresso: enriqueceu na política e aprendeu os truques para ampliar as vantagens de parlamentar. Isso explica o descontrole do deputado ao se ver sob escrutínio.

Embora esteja no sétimo mandato, o capitão sustenta seu marketing na ideia de que é diferente dos outros políticos. Ele se apresenta como um campeão da ética, imune aos escândalos que atingem os colegas. "Sou o diferente, sou o intruso do poder", repetiu, em vídeo divulgado na quarta-feira.

Esse discurso tem atraído eleitores que podem não concordar com sua pregação radical, mas veem nele uma alternativa à sujeira dos grandes partidos. Se ficar claro que a propaganda era enganosa, a imagem do "Bolsomito" corre o risco de derreter antes do previsto
Herculano
14/01/2018 07:29
GOVERNO FEZ UM MILHÃO DE VIAGENS DESDE 2015, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

O governo federal fez 1,089 milhão de viagens por meio da compra direta (sem licitação) de passagens junto às companhias aéreas entre os anos 2015, 2016 e o primeiro semestre do ano passado. O número equivale a cerca de 1.200 viagens realizadas pelos servidores todos os dias, incluindo finais de semana. Articulada durante o governo Dilma, a compra direta acabou em 2017, mas o governo quer retomar o modelo.

PASSA NO CARTÃO
A grande vantagem, segundo o governo, é que as passagens aéreas eram pagas por meio dos cartões corporativos do governo federal.

FATURA ALTA
Latam, Gol, Azul e Avianca faturaram R$ 290 milhões apenas no ano passado com os serviços prestados ao poder Executivo federal.

AINDA TEM AS DIÁRIAS
Além das passagens, o governo gastou mais R$ 2,1 bilhões, no mesmo período, com as diárias pagas aos servidores e convidados ilustres.

É MAIS BARATO
Em nota, o Ministério do Planejamento afirma que a compra direta, sem licitação, gera economia para o governo e estuda retomar o esquema.

RESSARCIMENTO A SENADORES QUASE BATE RECORDE
Dezembro é o mês para parlamentares "rasparem o tacho" do "cotão parlamentar", como chamam a verba usada para ressarcir suas excelências das despesas que faz, inclusive pessoais. Dados da ONG Operação Política Supervisionada mostram o recorde histórico ainda é do ano de 2016, no Senado (R$ 25,2 milhões), mas este ano os senadores se aproximaram do maior gasto da história: R$24,9 milhões)

SACO SEM FUNDO
Desde a posse, em fevereiro, os 513 deputados e 81 senadores já tiveram R$ 680 milhões reembolsados pela cota parlamentar.

MÊS DO EMPURRA
Dezembro é o mês preferido para reembolso de consultorias, estudos, divulgação da atividade parlamentar e outros serviços genéricos.

EXEMPLO CLÁSSICO
Augusto Carvalho (SD-DF) gastou, em dezembro de 2016, R$ 81.030. É quase o triplo do que um deputado federal do DF tem direito por mês.

DEMAGOGIA
Conhecida pela religiosidade que nunca teve, Dilma fez uma postagem no Instagram para saudar a lavagem do Bonfim, em Salvador, capital do estado da Bahia, um dos últimos redutos do PT no país.

SEM O PSDB
O deputado Danilo Forte (DEM-PB) decidiu liderar a articulação para emplacar a renegociação de dívidas tributárias com a União, o Refis, também para pequenas e microempresas, vetado por Michel Temer.

A DESPEDIDA
A última vez que o ex-deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) usou sua conta no Twitter foi em 16 de outubro, primeiro para atacar jornalistas da Globo e depois para comentar... Flamengo x Palmeiras.

ILUSÃO SOCIALISTA
O PSB alardeou que o índice de mortes no trânsito vai cair à metade em dez anos. Por quê? Foi aprovada uma lei (de deputados do partido, claro) que inclui "metas anuais" no Código de Trânsito. Doce ilusão.

VOTO IMPRESSO. E CARO
Servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmam que as impressoras de "comprovantes de voto", a serem instaladas em 30 mil das 600 mil urnas, este ano, terão custo estimado em R$ 2,5 bilhões.

NO SUL, PIOROU
Apenas a região Sul piorou no quesito inadimplência em 2017, em todo o Brasil, segundo dados da Boa Vista SCPC. Na média, a inadimplência do brasileiro recuou 6% no ano, em relação a 2016.

LOBBY SEM LIMITES
O lobby dos distribuidores fez a Transpetro vender por leilão o Terminal de Álcool de Maceió, e a Secretaria de Portos nem avisou o ministro Maurício Quintella (Transportes) desse negócio em sua cidade natal.

PRIMEIRO TRI
Há exatos 26 anos o tri-campeão mundial Nelson Piquet se despedia da Fórmula 1. Campeão de 81, 83 e 87, ele anunciou o fim da carreira em 1992, quando não avançaram as tratativas com a Ferrari.

PENSANDO BEM...
...a PF bateu recorde de apreensão de drogas, em 2017, mas para muita gente a apreensão da maior droga ficou para o dia 24.
Herculano
14/01/2018 07:19
DE OLHO NO JULGAMENTO DE LULA, POVO DE TEMER SE ESPANCA, por Vinicius Torres Freire, para o jornal Folha de S. Paulo

No final desta semana, começa o carnaval dramático do juízo final de Lula da Silva. Ainda que condenado à guilhotina política, o ex-presidente não seria executado tão cedo. Decepado, talvez caminhe até as vésperas da eleição com sua cabeça sob o braço, feito um mártir cristão medieval. Tem lá seu apelo, nesta terra de razões sobrenaturais.

Seja como for, as conversas de candidaturas a presidente ainda serão irrisórias antes do julgamento de Lula, no dia 24. De corpo presente ou ausente, o líder petista define a geometria da eleição.

Ainda assim, a turma de Michel Temer se dá cotoveladas a fim de ver quem marca 3% dos votos em eventual pesquisa eleitoral ou sobe no poleiro de cima para cantar mais alto sobre as definições políticas do Planalto. É apenas um dos sinais de desordem provinciana no governismo.

Desde a semana de Festas, o governo enche de azeitonas podres a empada vazia de notícias políticas das viradas de ano. Um vácuo do empadão foi recheado de picuinhas entre Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, e Rodrigo Maia, presidente da Câmara, potenciais candidatos a talvez nada.

No dia seguinte ao Natal, o novo secretário de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS), disse que trocava empréstimos da Caixa por votos a favor da reforma da Previdência. Foi acusado de chantagem por governadores. Estreia digna de um estafeta de Eduardo Cunha.

No dia seguinte ao Ano-Novo, Temer não conseguiu nomear um ministro do Trabalho, vetado pelo faraó José Sarney. Menos de uma semana depois, não conseguiu dar posse a uma ministra nomeada para o cargo, uma deputada que tem ficha corrida demais.

No dia 4, Maia e Meirelles reuniram-se para tratar de outra ruína das contas públicas, a "regra de ouro" para o endividamento extra do governo, que seria objeto de alguma gambiarra, pois o governo está quebrado. O papo vazou, pegou mal na praça do mercado. Meirelles disse que não era bem assim, deixando Maia com o remendo na mão. O presidente da Câmara rebateu com uma canelada.

Ou seja, o governo não sabe como lidar com um assunto explosivo, sua ruína financeira, e M&M, Maia e Meirelles, não conseguem evitar que suas vaidades deem mais vexame em um governo já superavitário de vergonhas. Por falar nisso, opróbrios, no dia 11 a nota de crédito do governo do Brasil foi rebaixada. Como se não bastasse, logo a seguir Meirelles e Maia voltaram a se bater, desviando-se de assumir responsabilidades pelo fiasco.

Temer, que deixara M&M amuados com elogios a Geraldo Alckmin, teve de intervir no fogareiro de vaidades, de novo. O pessoal do DEM saiu batendo em Meirelles, em público e privado, mesmo que Maia ainda nem seja candidato ao Planalto, pois é difícil que deixe uma reeleição certa para presidir a Câmara. Ainda assim, quer mostrar que agora também manda no pedaço, o grão-ducado do Baixo Clero.

Como a política está em desordem extensa, meio solta no espaço social, e o governo é esse universo de pequenez, a gente vê essas cenas de desarticulação política por um individualismo de avidez primária. Pelo quê? Pelo direito de se dizer "líder" da retomada econômica que ainda inexiste para o povo, um povo que detesta do fundo da alma o que diz respeito a este governo.
Herculano
14/01/2018 07:17
ACABOU-SE A POUCA VERGONHA, por Carlos Brickmann

As orações dos bons cidadãos foram atendidas: o Brasil promove amplo combate à pobreza (os pobres estão perdendo por 7? - 1), o Governo tirou milhões da miséria (milhões devidamente embolsados por cidadãos que já estiveram acima de qualquer suspeita), e acabou-se de uma vez a pouca vergonha em Brasília, pois a pouca vergonha que existia já não existe mais.

O caso da nomeação de Cristiane Brasil para o Ministério do Trabalho é um fim de feira. E não apenas pela escolha para o Trabalho de uma pessoa já condenada duas vezes em processos trabalhistas: o pior é a entrega pública de um Ministério a Roberto Jefferson, proprietário do PTB e pai de Cristiane. Jefferson prestou um serviço inestimável ao Brasil ao revelar o Mensalão. Mas, para se vingar de José Dirceu, a quem acusava de ter-lhe prometido um pixuleco mais gordo que o efetivamente entregue, Jefferson revelou seus próprios e abundantes ilícitos ?" tantos que, apesar da delação, foi para a cadeia, de onde saiu há pouco tempo. É ele que manda num dos ministérios. E, para agradá-lo, Temer luta na Justiça para nomear sua filha.

Temer, político experiente, sabe que isso pega mal. Mas quer garantir os votos do PTB para a reforma da Previdência. O problema é que a compra dos votos dos parlamentares mais compreensivos já chegou a tal custo que talvez a reforma da Previdência, economicamente, não valha mais a pena.

Tem mais. Hoje, esta coluna inteira mostra o fim da pouca vergonha.

NO EXECUTIVO...
O projeto de Orçamento de 2018 enviado pelo Governo ao Congresso prevê R$ 17.818,00 para o Gabinete da Vice-Presidência. Ocorre que o Brasil não tem vice-presidente e não o terá antes de 2019. Verba para que?
O Orçamento prevê também R$ 197,7 milhões para auxílio-moradia da Justiça do Trabalho. O Itamaraty, com 255 postos diplomáticos espalhados pelo mundo, tem menos: R$ 188,534 milhões. Segundo o bem-informado colunista Cláudio Humberto (www.diariodopoder.com.br), de Brasília, a Justiça do Trabalho, sozinha, custa mais do que toda a Justiça americana. A população dos Estados Unidos é 50% maior que a do Brasil.

... NO JUDICIÁRIO...

A Justiça trabalhista se esforça para manter-se à frente. O Tribunal Superior do Trabalho está comprando togas, becas e capas novas para seus dez ministros. São togas de gala, togas de serviço, os dois tipos com nomes bordados na parte interna, dez de cada; dez becas de secretário; 50 capas de serventuários; 30 conjuntos de jabor e punhos (os "punhos de renda"), com formato e comprimento sob medida. Valor da licitação: R$ 40 mil.

...NA JUSTIÇA ELEITORAL...

Coisa fina: a empresa Flextronics foi contratada pelo Tribunal Superior Eleitoral para desenvolver a impressora que, acoplada à urna eletrônica, imprima os votos, dificultando fraudes. Algumas curiosidades: dois centros de excelência de tecnologia avançada, o IME, Instituto Militar de Engenharia, e o ITA, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, se colocaram à disposição do TSE para desenvolver o projeto, a preço de custo; o TSE contratou a Flextronics, sem licitação.

A Flextronics investiu no projeto dinheiro do TSE, R$ 7,5 milhões, para depois vender este projeto ao próprio financiador. As urnas serão 30 mil, quando seriam necessárias, por lei, 600 mil. E quem ganhou a licitação para vender as impressoras? Pois é: a Smartmatic, a empresa de origem venezuelana que já fornecia ao Brasil.

...NO CONGRESSO...

Diz o artigo 57 da Constituição Federal, a Constituição Cidadã: "O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Parágrafo 1º: As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados. " Só que não: 2 de fevereiro cai na sexta, e o retorno dos parlamentares, após as férias de fim de ano, deveria ocorrer no dia 5. Mas dia 13 é terça-feira de Carnaval. Dia 19 é segunda, e trabalhar na segunda é para quem não tem foro privilegiado nem auxílio-moradia. Os primeiros a voltar, portanto, chegarão ao Congresso no dia 20. A maioria volta mesmo é no dia 21.

...E OS CANDIDATOS?

A equipe de Lula está convencida de que ele não será candidato apenas se não quiser. Se o recurso contra a sentença de primeira instância, que o condenou a nove anos e meio de prisão, for negado, ele cai na Lei da Ficha Limpa e não pode ser candidato; e pode ser preso imediatamente. Mas não é bem assim. O ótimo repórter Gabriel Manzano, no O Estado de S.Paulo, apurou cada uma das hipóteses ?" inclusive a pior para Lula, ser derrotado por 3? - 0. Os recursos no tribunal podem levar seis meses; e ainda pode recorrer ao STJ e Supremo. Se disputar a eleição e ganhar, quem o segura?

Quanto a Bolsonaro, disse a uma repórter que usava o auxílio-moradia, tendo casa em Brasília, para comer gente. Perdeu-se na primeira pergunta.
Herculano
14/01/2018 07:11
O EXÉRCITO NÃO É BLOCO DE CARNAVAL, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O prefeito Marcelo Crivella apelou ao governo federal para que mande uma tropa para garantir a segurança do Carnaval do Rio e comparou a situação com a da Olimpíada, quando o Exército colaborou com a ordem do evento.

O doutor não sabe o que é o Carnaval, não entendeu o que foi a Olimpíada e não aprendeu para que servem as Forças Armadas. Ou sabe tudo isso e, jogando para a plateia, pediu algo que não pode ser dado, protegendo-se. Afinal, num esgarçamento das regras da federação, governadores não equipam suas polícias, atrasam salários e, quando a porca torce o rabo, chamam as forças federais.

Como ensinava o general Leônidas Pires Gonçalves, o chefe militar que fechou o ciclo de anarquia militar do século passado, "quartel não tem algemas". Soldados não são formados para prender cidadãos. Podem vir a fazê-lo, pontualmente, em casos de manutenção da ordem, mas para isso os Estados (e o Rio) têm polícias militar, civil e municipal.

Pedir tropa para a Carnaval é algo estapafúrdio como pedir Carnaval sem bebida. O soldado, que está no quartel porque o serviço militar é obrigatório, guarnece uma esquina, um bêbado sai do bar e resolve azucriná-lo, a situação se descontrola e o jovem atira. No dia seguinte os jornais noticiarão: "Soldado mata estudante que saiu do baile".

Pedido semelhante ao do prefeito foi feito há um ano pelo governador Pezão e, discretamente, mostraram-lhe a impropriedade da ideia. O Carnaval veio e foi-se, com sua rotina.

A anarquia federativa, com os governos estaduais criando problemas na expectativa de que a União mande tropas, é um falso subproduto de um dispositivo constitucional. Temer não poderia decretar intervenção federal no Rio ou onde quer que seja porque a lei manda que não se mexa na Constituição enquanto houver Estados ou municípios sob intervenção.

Há décadas Brasília sabe que reformas como a da Previdência não podem ser promulgadas havendo intervenções. Isso não significa que não possam tramitar. No caso, se um governo está numa situação de calamidade que requeira um interventor federal, ela pode ser decretada e nada acontecerá com a tramitação da reforma na Câmara, de onde deverá ser mandada ao Senado.

Isso pode atrasar a reforma em alguns meses, mas ajudará a limpar administrações ruinosas antes da eleição de outubro.

TRUMPISTÃO DOIDO

Com jeito de quem não queria nada, Donald Trump perguntou aos presidentes latino-americanos com que jantava em setembro passado se eles não pensavam em intervir militarmente na Venezuela. (Pelo que se sabe hoje, quando Trump pergunta alguma coisa com jeito de quem não quer nada, não sabe o que quer.)

Tomou um bem educado chega pra lá.

TRUMPISTÃO CHIQUE

Jornalistas não gostam de constranger colegas poderosos. Com toda a barulheira provocada pelo livro "Fogo e Fúria", de Michael Wolff, passou despercebida a informação de que Anna Wintour, a temível editora da revista "Vogue", foi discretamente à Trump Tower para um encontro com o então presidente eleito dos Estados Unidos. Ela cabalava a sua nomeação para embaixadora em Londres. Quase rolou.

La Wintour tentou a nomeação durante o governo de Barack Obama, mas, apesar da boa relação que tinha com a mulher do presidente, não conseguiu o prêmio.

Chique e talentosa, Wintour é a personagem central do filme "O Diabo Veste Prada", com Meryl Streep.

Ainda sobre Wolff: ele deu um magnífico chapéu nos seus críticos. Começou o livro com um minucioso relato de um jantar de seis pessoas, no Greenwich Village, ocorrido no dia 4 de janeiro de 2017, pouco antes da posse de Trump.

O tiro veio logo: como é que ele podia reproduzir as conversas com tamanha exatidão?

Era uma armadilha para pegar quem estava predisposto a duvidar de suas narrativas. O jantar aconteceu na casa de Wolff.

ERRO

Estava incompleta a informação publicada aqui de que Temer tem dois ex-ministros na cadeia (Geddel Vieira Lima e Henrique Alves), mais o filho de um ex-detento (Helder Barbalho, na Integração Nacional) e quer colocar Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson, no Ministério do Trabalho.

Faltou mencionar Leonardo Picciani, ministro do Esporte e filho do Dom Jorge, vice-rei do MDB do Rio.

Todo presos por corrupção.

Tamanha taxa de aliados na tranca é coisa inédita no mundo.

VAQUINHAS

Quem for ao site Vakinhas verá que as coisas boas também acontecem. Há um ano, seis estudantes do ensino médio do Rio precisavam de ajuda para participar, nos Estados Unidos, de torneio de matemática da universidade Harvard e do Massachusetts Institute of Technology. Conseguiram R$ 44 mil, embarcaram e tiraram a primeira colocação entre os latino-americanos.

Agora, no mesmo Vakinhas, as equipes precisando de ajuda são três. A do ano passado, novamente selecionada, precisando de R$ 44 mil, e mais duas. Noutra, de Goiás, quatro garotos precisam de R$ 33 mil. A terceira equipe, pernambucana, precisa apenas de R$ 3.600, pois o governo do Estado bancou as passagens, o sindicato das seguradoras cobriu a hospedagem e a agência de turismo Griffe pagou os vistos.

Quem buscar "Harvard estudantes" no Vakinhas saberá também que Letícia Braga Siqueira, quartanista de medicina na USP, foi aceita para um estágio de um ano na Harvard Medical School. Ela trabalhará num laboratório de neurologia para recém-nascidos e precisa de R$ 42 mil até dia 20.

Sua história está lá, de graça

PRESIDENTE DA EMBRAPA FEZ DE UMA CRÍTICA DE PESQUISADOR UM BARRACO

O presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, transformou uma controvérsia criada por uma crítica de um pesquisador da sacrossanta estatal num barraco típico das manifestações autoritárias que envenenam a gestão de centros de pesquisa e da academia.

Há uma semana, o pesquisador Zander Navarro escreveu um artigo intitulado "Embrapa, acorde", criticando a forma como vem sendo gerida a empresa. A Embrapa tem 10 mil empregados e custa US$ 1 bilhão anuais à Viúva.

Primeiro a estatal respondeu genérica e educadamente ao artigo, e pouco depois Zander foi demitido. Ele era um crítico costumeiro da administração da Embrapa. Até aí estava-se em mais uma briga de acadêmicos da burocracia federal.

O presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, resolveu entrar no assunto e o fez da pior maneira possível. Juntou o autoritarismo dos mandarins com a invulnerabilidade que as redes internas parecem oferecer aos seus participantes. Numa mensagem restrita à cúpula da empresa, disse que tomaria providências para que "este tipo de comportamento, irresponsável e destrutivo, seja definitivamente erradicado da nossa empresa".

Linguagem de fabricante de pesticida.
Herculano
13/01/2018 16:14
NOTA REBAIXADA PODER SER APENAS O COMEÇO, editorial do jornal O Globo

Sem ajuste fiscal, por incompreensões no Legislativo e no Judiciário, é impossível a avaliação do Brasil não piorar, o que deflagra vários outros fatos negativos

A sirene de alerta disparada quinta-feira pelo rebaixamento da nota do Brasil pela Standard & Poor's (S&P), maior agência mundial de avaliação de risco, precisa ser ouvida em especial pela classe política. Ao mover o Brasil do nível de "BB" para "BB-", colocando-o na companhia de Bangladesh e República Dominicana, na verdade os avaliadores da S&P fazem uma convocação à reflexão: o que políticos, magistrados, altos servidores públicos em geral, eleitores querem para o país?

Continuam sendo emitidos sinais de que mais forte que tudo é a cultura da manutenção de privilégios na máquina pública e da ideia ilusória, desinformada, de que o Tesouro é capaz de continuar a bancar custos em elevação na máquina pública, sem consequências. Algo delirante.

Apesar do quadro fiscal assustador, de uma penada, o ministro do Supremo Ricardo Lewandowski suspendeu medidas necessárias para o ajuste fiscal, como o não reajuste dos servidores federais este ano e o aumento da sua contribuição previdenciária (como vários estados já fizeram e estão fazendo).

Ainda na esfera do Judiciário, anteontem o juiz da 6ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco, Cláudio Kitner, criou problemas para a tramitação da privatização da Eletrobras. Percalços desse tipo acompanham também o processo de venda da Cedae ao setor privado.

Assim, interesses corporativistas se impõem à racionalidade, via Judiciário, além de já estarem bem representados no Congresso, que ainda resiste a iniciar a reforma da Previdência, um dos fatores que pesaram na avaliação da S&P.

Não há mesmo como não reduzir notas de risco do Brasil, o que não acontece sem desdobramentos negativos para o país e suas empresas. Ontem, várias foram rebaixadas, além do Rio de Janeiro, estado e cidade.

Não adianta maldizer as agências, mesmo que tenham péssima folha corrida, construída da crise asiática, em fins dos anos 1990, quando não perceberam a fragilidade dos bancos da região, à explosão da bolha imobiliária americana, em 2008/9, estopim de grave recessão mundial, em que foram sócias do embuste do refinanciamento de hipotecas "pobres" por bancos. Não adianta demonizá-las, porque elas continuam balizando grandes investidores (bancos, fundos etc).

A duas semanas e meia da volta dos trabalhos no Congresso, parlamentares podem tentar compreender o que acontece com um país em crise fiscal estrutural e que se recusa ao ajuste: fuga de capitais, consequente elevação do câmbio, volta da inflação elevada, juros em ascensão.

Somando-se tudo, tem-se recessão, desemprego, perda de poder aquisitivo da população. É isto que a falta de sensatez em Casas Legislativas e tribunais semeia.

Infelizmente, o rebaixamento da nota do país pela S&P, a ser seguido por outras agências, pode ser apenas a primeira de uma série de más notícias
Herculano
13/01/2018 16:12
CORPORAÇõES ENCASTELADAS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Manifestações como as da Ajufe revelam corporações que defendem interesses próprios

De acordo com as folhas de pagamento enviadas pelos Tribunais de Justiça dos Estados ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 71,4% dos magistrados das 27 unidades da Federação recebem remunerações mensais que ultrapassam o teto de R$ 33,7 mil, salário que é pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A situação se repete, em maior ou menor grau, nas demais estruturas do Poder Judiciário. As discrepâncias nos vencimentos pagos no âmbito da Justiça estadual, no entanto, ao invés de ensejarem uma reação de todos em prol do interesse dos contribuintes, geram efeito diametralmente oposto, ou seja, estimulam uma corrida pela equiparação das benesses para todos os servidores da Justiça.

Não se pode olvidar que são servidores que, em razão do alto grau de qualificação que possuem e à natureza do trabalho que exercem, não têm dificuldades para justificar a manutenção de privilégios absolutamente inaceitáveis do ponto de vista da moralidade pública, ainda que criativas interpretações da lei possam, eventualmente, dar-lhes um verniz de legalidade.

"Na Justiça Federal, ninguém ganha mais do que o permitido e está tudo definido: salário, gratificação, benefício. Não há qualquer dificuldade em encontrar esses dados", afirmou Roberto Veloso, presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).

No mesmo sentido, Julianne Marques, vice-presidente da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), explica que "existem verbas indenizatórias, diárias de viagem e auxílio-moradia" que não ferem o teto constitucional porque, segundo ela, não podem ser considerados como salário. "Do ano passado (2016) para cá", prossegue a magistrada, "não tivemos aumentos. O que temos são subsídios previstos em lei. E o resto é indenização." Ou seja, a suspensão dos aumentos do funcionalismo diante das dificuldades econômicas do País serve, aos olhos de alguns juízes, como subterfúgio para o pagamento de verbas adicionais como uma espécie de compensação.

Estimativas da área técnica do STF dão conta de que há, pelo menos, 40 tipos de verbas incidentes sobre os vencimentos dos magistrados.

Já seria escandaloso por si só o fato de haver uma grande parcela dos juízes do País recebendo acima do teto que lhes é fixado pela Constituição, um texto que os magistrados deveriam ler com a mesma reverência diligente de um religioso diante de seu livro sagrado. Mas estes servidores, reunidos em associações de classe fechadas em si mesmas e alheias à realidade do País a que devem serviço, parecem zombar dos demais brasileiros que vivem em condições socioeconômicas muito diferentes.

Não pode ser interpretada de outra forma a recente mensagem de fim de ano do presidente da Ajufe dirigida a seus pares na Justiça Federal. Nela, Roberto Veloso comemorou o fato de o projeto de lei que acaba com os vencimentos extrateto do funcionalismo público ter passado incólume pela agenda legislativa em 2017, conforme informou a Coluna do Estadão.

Em sua cândida mensagem de Natal aos colegas, o presidente da Ajufe ainda celebrou a manutenção do pagamento do auxílio-moradia, mordomia que custa, aproximadamente, R$ 435 milhões por ano aos cofres públicos, e não conteve o entusiasmo ao comemorar o adiamento da discussão e votação da PEC 287/2016, que trata da reforma da Previdência, medida que, segundo ele, "traria grandes prejuízos aos juízes federais", convidados por Veloso a se manifestar contra a proposta em 2018. "Apesar de toda campanha para nos atingir financeiramente, não perdemos nada", disse.

São manifestações como as da Ajufe que revelam ao País que tais corporações parecem encasteladas na defesa de seus próprios interesses, não tendo a menor relevância as condições econômicas do País ao qual, repita-se, devem prestar serviço em troca de uma boa remuneração, muito acima do que sonha um dia ganhar um cidadão brasileiro médio.
Herculano
13/01/2018 16:11
OPÇÃO PELO PSL SELOU A VITóRIA DA ALA RADICAL DO GRUPO DE BOLSONARO; DEPUTADO PERDE APOIO ENTRE OS LIBERAIS

Conteúdo da coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo. Textos de Tahis Arbex, Daniela Lima e Júlia Chaib.

Só no gogó
Ao optar pelo PSL, Jair Bolsonaro não definiu apenas o partido no qual se abrigará, mas o estilo de candidato que será. O grupo que negociava sua aproximação com o Patriota pregava um modelo menos radical, mas outra ala venceu a queda de braço. Esta defende uma campanha fechada, com alianças ideológicas e centralizada na internet. A falta de recursos e de tempo de TV serão apresentados como ativos. O deputado só vai voar de avião de carreira e estuda fazer vaquinha virtual.

Anéis e dedos
A disputa entre os grupos que cercam o presidenciável já levou a baixas em sua assessoria. Adolfo Sachsida, o primeiro economista que topou guiar Bolsonaro, não troca mais informações com o parlamentar.

Anéis e dedos 2
A ele se somaram outros pregadores da cartilha liberal que deixaram de defender o deputado por vê-lo adotar posição isolacionista. O nome de Alexandre Borges, que coordenou a campanha de Flávio Bolsonaro à Prefeitura do Rio, é citado entre as defecções.

Em alta
O advogado Gustavo Bebianno tornou-se um dos conselheiros mais influentes de Bolsonaro. Ele diz que o presidenciável não está preocupado em montar um arco de alianças para ter tempo de TV. "Acreditamos na força da internet."

Vai vendo
Estrategistas que atuam para pré-candidatos de centro dizem que a escolha pode ser suicida. Segundo lugar nas pesquisas, Bolsonaro será atacado pelos rivais e não terá artifícios para se defender na televisão.
Herculano
13/01/2018 16:07
O MURO DE OPRAH, por Guilherme Fiuza, no jornal O Globo

Catherine e suas colegas disseram, com jeitinho, que suposto despertar feminista hollywoodiano é show autopromocional.

Desta vez Meryl Streep não chorou. Na edição anterior do Globo de Ouro, suas lágrimas roubaram a cena para anunciar o fim do mundo com a derrota eleitoral da companheira Hillary. Os Estados Unidos tinham acabado de cair nas mãos da elite branca egoísta, e a atriz estava inconsolável diante do destino hediondo que colhera a maior democracia do planeta. Um ano depois, o emprego entre negros e hispânicos no país alcançou nível recorde. E o tema deixou de comover Meryl.

Ela e seus colegas preocupadíssimos em defender alguma vítima de alguma coisa mudaram de assunto no Globo de Ouro deste ano. Com a desoladora notícia de que os fracos e oprimidos tinham melhorado de vida no primeiro ano do governo assassino, a brigada salvacionista concentrou-se nos casos de assédio sexual. A convocação da estilista que organizou o protesto dos trajes pretos era uma fofura, tipo "não é uma boa hora para você bancar a pessoa errada e ficar fora dessa".

Se uma intimação assim viesse do inimigo era assédio moral na certa.

Mas o show tem que continuar, e a butique ideológica foi um arraso. O stand up apocalíptico de Meryl Streep em 2017 deu lugar ao palanque apoteótico de Oprah Winfrey ?" aclamada, eleita e já empossada como a nova presidente dos Estados Unidos da América. Faltam apenas uns detalhes burocráticos, bobagens da vida real ?" que só existem para atrapalhar, como mostram os números do emprego. O ideal seria se Oprah pudesse culpar o agente laranja da Casa Branca pela marginalização dos negros, mas a realidade atrapalhou mais uma vez.

Aí ela gritou pela mulher. Coisa linda. Todo mundo chorando de novo, que nem no apocalipse da Meryl. Se Obama ganhou o Nobel da Paz antes de começar a governar, Oprah era capaz de levar o prêmio ainda no tapete vermelho. Aí vieram os estraga-prazeres lembrar a bonita sintonia da apresentadora com o dublê de produtor e predador Harvey Weinstein ?" sem uma única palavra dela sobre os notórios métodos do selvagem de Hollywood. Ainda veio o cantor Seal, que também é negro, dizer que Oprah é "hipócrita" e "parte do problema". Impressionante como essa gente não sabe assistir a um happy end em paz.

O governo Oprah deveria começar construindo um muro para os invejosos não secarem mais o Globo de Ouro. Quem viesse com comentários desagradáveis sobre esse impecável espetáculo demagógico seria sumariamente deportado. Não faz o menor sentido você ter um trabalhão montando a coleção outono-inverno do luto sexual para vir um bando de forasteiros rasgar a fantasia e deixar o heroísmo de ocasião inteiramente nu.

Como se não bastasse, aparece Catherine Deneuve para jogar a pá de cal no picadeiro. Mais uma invejosa. Sobe logo esse muro, presidenta Oprah. Catherine e suas colegas disseram, com jeitinho, que o suposto despertar feminista hollywoodiano é basicamente um show autopromocional e não ataca o problema real. Estaremos sonhando? Será que finalmente alguém relevante teve a bondade de dizer isso?

Não, não é sonho. E La Deneuve disse mais: essas estrelas falsamente engajadas trazem, na verdade, uma ameaça de retorno à "moral vitoriana", escondida nessa "febre por enviar os porcos ao matadouro", nas palavras do manifesto publicado no "Le Monde". Ou seja: não há nada mais moralista e reacionário que o politicamente correto. Até que enfim.

Claro que a patrulha já caiu em cima, acusando as francesas de complacência com o machismo tirânico. Retocar os fatos, como se sabe, é a especialidade da casa. Abuso de poder para chantagem sexual precisa ser denunciado sempre ?" não só quando se acendem as luzes do teatrinho, companheira presidenta Oprah Winfrey e grande elenco enlutado. Mas montar uma caça às bruxas fingindo que sedução é agressão ?" e colecionando banimentos de grandes artistas como troféu ?" é igualmente abominável. Tão feio quanto abandonar o tema da opressão aos negros quando o script do tapete vermelho é contrariado pela realidade.

Danuza Leão disse que o desfile dos vestidos pretos no Globo de Ouro parecia um velório. Já está sendo devidamente patrulhada, porque não se desmascara os retrógrados moderninhos impunemente (a patrulha não sabe com quem está se metendo). Aguinaldo Silva também anda sendo patrulhado por ser gay e não fazer proselitismo gay ?" veja a que ponto chegamos. É o ponto em que uns procuradores iluminados resolvem obrigar (repetindo: obrigar) o Santander a remontar a exposição da criança viada para fazer a selfie "heróis da diversidade". Perguntem a Catherine Deneuve se arbitrariedade promocional faz bem à liberdade sexual.

Chega de dar plateia a esses reacionários trans. Melhor deixá-los a sós discutindo se Anitta na laje é cachorra ou empoderada.
Herculano
13/01/2018 08:31
À Maria José!

O prefeito Kleber já conversou (e orou) demais com o atual presidente da Câmara, Silvio Cleffi, PSC, o ano passado inteiro, e deu no que deu.

Refém, vai mudar de interlocutores. Um deles, será o que causou tudo isso, José Hilário Melato, PP, com bom trânsito no PT, PDT...

Quem está nervoso e que não foi procurado para intermediar coisa alguma é o PSD. Ele quer colocar Marcelo de Souza Brick de volta na berlinda por aqui em época pré-eleitoral. É que o moço está pendurado numa teta de quinta categoria em Florianópolis, num governo fraco de Raimundo Colombo e que está em mudanças para o MDB de Kleber Edson Wan Dall, com Eduardo Pinho Moreira.

Herculano
13/01/2018 08:23
O ANO DAS GRANDE MENTIRAS, editorial da revista Isto é, por Carlos José Marques

Prepare-se, caro leitor: estamos prestes a entrar em um disputado campeonato de mentiras. No plano político, naturalmente. Não bastassem os caudalosos esquemas de enganação com desvios bilionários, na surdina, do dinheiro público que foi parar no bolso de corjas de larápios partidários. Não fossem suficientes as promessas de campanha de 2014, jamais cumpridas e edulcoradas por filmes que mostravam o paraíso para depois entregar o inferno. Não sobrassem demonstrações de que alguns malfeitores do passado tentarão tudo de novo. Teremos agora talvez a maior e mais perigosa temporada eleitoral movida a "fake news" da história do País. A notícia falsa será desta vez uma arma letal, sem dúvida, e talvez determinante. Tal qual ocorreram nos EUA que produziram Trump e no Brexit da Inglaterra.

Espalhar falsas informações para colher simpatizantes não é exatamente um expediente inédito. Mas deverá assumir proporções gigantescas e assustadoras nesta que já é chamada de "A era da pós-verdade". Com o agravante de que, por aqui, ainda não entrou em vigor qualquer marco legal para coibir diretamente o fenômeno ?" verificado com maior frequência nas redes sociais. As fake news viraram uma praga.

Autoridades tentam controlar a moléstia a qualquer custo. Na Alemanha passou a valer, desde o início do ano, uma lei que obriga mídias digitais a retirarem imediatamente de seu ambiente conteúdos que pregam o ódio e trazem falsas informações, sob pena de multas pesadas. A França quer ir além. O presidente Emmanuel Macron fala inclusive em prisão daqueles que difundirem as chamadas fake news. Projeto de lei nesse sentido entrou no Parlamento e almeja também maior agilidade e eficiência no julgamento dos casos. No Brasil o faroeste da lorota segue em franca expansão. O ministro Luiz Fux, que assume o Tribunal Superior Eleitoral no mês que vem, tenta colocar ordem na casa. É favorável ao bloqueio de bens e a detenção dos infratores que propagam inverdades para angariar vantagens nas urnas.

Medida que prevê cadeia por mais de dois anos aos autores de fake news chegou ao Congresso, mas ali se arrasta, sem votação, por motivo óbvio: falta disposição parlamentar para legislar contra o próprio interesse. Seria "prejudicial" a muitas campanhas dos políticos nativos um controle firme das fake news.

A despeito da resistência, a Polícia Federal arma uma força-tarefa com esse intuito. Já mobilizou um grupo comandado por três delegados e um perito que vai atrás de quem sucumbir ao crime. A erradicação total do problema só deverá ocorrer, de verdade, quando cada um dos internautas se precaver. Mudar hábitos. Para começar, é preciso ficar atento à cartilha de procedimentos: não aceitar e não disseminar a primeira notícia que lhe chegar às mãos de origem duvidosa. Mesmo que ela atenda a seus interesses ou desejos. Não se faz valer uma ideia dessa maneira, ludibriando. No plano da desinformação só existem equívocos. Erros que cobrarão seu preço lá na frente. No geral, diferentes pontos de vista não podem significar diferentes fatos.

Viram versões. Evoluem para deturpações. É preciso consultar. Fazer checagem. Buscar fontes seguras. Tais cuidados teram de se tornar rotina. Do contrário iremos assistir mais e mais vítimas caindo no grande conto do vigário. Inclusive você. Nunca é demais lembrar que as eleições americanas ficaram seriamente comprometidas quando mais de 100 sites a favor de Trump foram criados na Macedônia, de onde eram disparados diariamente vídeos e notícias inventadas para dar corpo a sua candidatura. Na mais célebre das mentiras plantadas ali, veiculou-se que o Papa Francisco e o Vaticano apoiavam Trump. Foi o bastante para que uma penca de republicanos conservadores ainda hesitantes logo tomasse partido a favor do empresário. Deu no que deu. As fake news estão no ar e todo o cuidado é pouco.
Herculano
13/01/2018 08:19
BOLSONARO APOSTA NA FORÇA DA INTERNET

Conteúdo de O Antagonista. A ala do entorno de Jair Bolsonaro que, com a ida do deputado para o PSL, venceu a queda de braço contra aquela que defendia a permanência no Patriota defende uma campanha fechada, com alianças ideológicas e centralizada na internet, segundo o Painel da Folha.

"Acreditamos na força da internet", disse o advogado Gustavo Bebianno, que se tornou um dos conselheiros mais influentes de Bolsonaro.

De acordo com o jornal, estrategistas que atuam para pré-candidatos de centro dizem que a escolha pode ser suicida.

"Segundo lugar nas pesquisas, Bolsonaro será atacado pelos rivais e não terá artifícios para se defender na televisão."
Herculano
13/01/2018 08:13
LOBBY FAZ O GOVERNO MENTIR SOBRE PASSAGENS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O lobby das empresas fez a cúpula do Ministério do Planejamento divulgar nota em defesa da medida indecorosa do governo Dilma que permitiu a compra de passagens sem licitação ou redução de preços. E ainda fez o governo contar a lorota da "economia", uma verdade: além dos R$41 milhões que as aéreas foram dispensadas de reter na fonte, configurando custo tributário, o Serpro ainda paga R$4,7 milhões por ano à Envision Informática Ltda pelo sistema de compra de passagens.

ECONOMIA LUSITANA
A compra direta, além de não obter a menor tarifa, onera o governo com o pagamento de sistemas da Envision.

AÍ TEM COISA...
O Serpro paga pelo uso do sistema da Envision e o custo de centenas de servidores da estrutura montada na Central de Compras.

EFEITO COLATERAL
Outro efeito colateral da negociata do Planejamento com as aéreas foi o desemprego decorrente do fim de muitas agências de viagem.

GOOGLE DO MENOR PREÇO
Agências disponibilizavam, sem custo, sistemas de pesquisa de melhor preço para compra de passagens, e isso não interessava às aéreas.

ACORDO DA PETROBRAS EVITA ROMBO DE R$316 BILHÕES
O acordo de US$ 2,95 bilhões (R$ 9,5 bilhões), fechado pela Petrobras junto a justiça dos Estados Unidos na class action lawsuit movida pelos acionistas prejudicados pela roubalheira na estatal evitou o pagamento dos US$ 98 bilhões (R$ 316,5 bilhões) exigidos no processo. O pedido de indenização é alto nesse tipo de ação porque enganar acionistas por lá é crime grave, mas o acordo é normal nesse tipo de ação coletiva.

'BOM' TAMANHO
Foram mais de três anos de batalha judicial e o acordo custará menos da metade dos R$ 20 bilhões previstos por advogados especialistas.

COISA SÉRIA
A ação contra a Petrobras se baseou no não cumprimento das regras da SEC (CVM de lá) para empresas com ações na bolsa de Nova York.

VALOR DE MULTA
A Odebrecht foi acionada, também na US District Court ?" Eastern District, a pagar multa de US$ 2,6 bilhões por pagamento de propinas.

BIU II, A MISSÃO
Mais votado que Renan Calheiros para o Senado, em 2010, Benedito de Lira (PP-AL) promete repetir o feito, revigorado com a absolvição na Lava Jato. Mas Renan tem outros obstáculos para manter o mandato.

INELEGÍVEL ESTÁ
Além de 17 inquéritos no STF, para ser candidato Renan Calheiros terá de derrubar condenação da 14ª Vara Federal de Brasília, de novembro, para evitar perder o mandato e os direitos políticos por 8 anos.

TÁ FEIA A COISA
Valeska Martins Teixeira, advogada (e mulher e filha dos advogados de Lula), atacou Sérgio Moro e disse que "não trabalha com outra hipótese a não ser a absolvição". Convém trabalhar, doutora, convém trabalhar...

MEDO DE ASSOMBRAÇÃO
O Santander português (ou Totta Santander) impede correntistas de receberem dinheiro investido em moedas virtuais. A clientela teve até de mudar de banco para receber em euros o investimento em bitcoin.

NORDESTINO PAGADOR
A inadimplência do consumidor caiu 3,5% em 2017, segundo dados do Boa Vista SCPC. Os nordestinos foram quem mais melhoraram no pagamento das dívidas: 5,4% a menos na inadimplência da região.

COINCIDÊNCIA, CERTAMENTE
A Caixa Econômica alardeou que neste sábado (13) a mega-sena pode pagar R$12 milhões, no quarto sorteio desde a mega-sena da Virada. O sorteio do dia 31, de R$ 306 milhões, foi o último a não acumular.

NUNCA MAIS
Há exatos 48 anos era instituída a censura prévia de livros e jornais no Brasil. O decreto-lei 1.077 foi aprovado pela Câmara controlada pelo terceiro ditador militar, o general Emílio Garrastazu Médici.

PENSANDO BEM...
...este ano a eleição deve bater recorde de candidatos, mas isso não é necessariamente uma boa notícia.
Herculano
13/01/2018 08:09
DISPUTA ENTRE TEMER, MAIA E MEIRELLES PODE TRAVAR AGENDA ECON?"MICA, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Bastou que o calendário marcasse 2018 para que as ambições eleitorais voltassem a abalar a instável parceria entre Michel Temer, Rodrigo Maia e Henrique Meirelles. A disputa do trio pelo comando da pauta econômica se acirrou na última semana e ameaça colocar em risco essa própria agenda.

O presidente, o chefe da Câmara e o ministro da Fazenda operam há meses sob desconfiança multilateral, mas ainda assim foram capazes de atuar em conjunto para aprovar medidas como a reforma trabalhista e a recuperação fiscal dos Estados.

Nos primeiros dias do ano, porém, o som da urna eletrônica parece ter encantado a trinca, que pretende se escorar no relativo sucesso da estabilização da economia para construir candidaturas presidenciais ou exercer influência sobre a campanha.

A rivalidade aprofundou o antagonismo entre Temer, Maia e Meirelles em temas como a privatização da Eletrobras, a reforma da Previdência e as mudanças na "regra de ouro" -que impede a emissão de dívidas em volume maior que os investimentos.

O debate sobre a pauta econômica esfria enquanto o trio abre uma competição despudorada pelos holofotes nos momentos de boas notícias e se esquiva de responsabilidade nas situações adversas.

Temer driblou Meirelles na quarta-feira (10) e convocou uma reunião cenográfica com a equipe econômica apenas para, diante da imprensa, tirar proveito do baixo índice de inflação registrado do ano passado.

No dia seguinte, quando a Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito do país, o Planalto ficou em silêncio, a Fazenda culpou a Câmara pela dificuldade em aprovar a pauta do ajuste e Maia lamentou que Meirelles agisse "como candidato".

Os três intensificaram seus movimentos porque só um poderá ostentar o discurso do resgate da economia na campanha. O problema é que, nessa batalha, podem comprometer a agenda de que necessitam para viabilizar seus projetos políticos
Herculano
13/01/2018 08:05
PATRIMôNIO MULTIMILIONÁRIO DOS BOLSONAROS DÁ INÍCIO AO ESFARELAMENTO DO FALSO MITO; SICÁRIOS DO COMEDOR DE GENTE AÇULAM O óDIO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Escrevi ontem dois textos sobre o "Milagre Bolsonarista da Multiplicação do Patrimônio". Os fiéis de sua seita não gostaram. O argumento mais inteligente que usaram contra mim já foi empregado, ora vejam!, pelo deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ): só escrevi esses textos porque eu seria "uma bichona enrustida". Ainda que fosse verdade: isso mudaria alguma coisa no patrimônio de R$ 16,7 milhões da Família Bolsonaro? O fato: com um levantamento de bens em cartórios, a Folha esfarelou os pés de barro do "mito". É uma estratégia eleitoral que está virando pó. Já chego lá.

Sim, os fiéis da Igreja Bolsonarista ficaram furiosos. Em especial, agastaram-se com uma conta irrespondível que fiz: se o quarteto - Jair, Eduardo, Carlos e Flávio - tivesse guardado 100% de seus ganhos com política ao longo dos anos, a soma, ainda assim, seria inferior ao patrimônio dos quatro: R$ 16,7 milhões. "Isso prova o quê, Reinaldo?" Não gosto da palavra "prova". Ainda não acusei a turma de ter cometido um crime. Prefiro assim: os números evidenciam que a política tornou multimilionário um pobretão. Mas também evidenciam que não está clara a fonte dessa riqueza.

Bolsonaro é o único?

Claro que não!

Ele é apenas mais um.

Logo, pergunte-se: o que o diferencia de boa parte dos seus pares?

Responda-se: é bastante mais ignorante e grosseiro do que a média dos deputados federais. Isso à parte, nada!

Lamento! Dados os ganhos regulares e de pai e filhos, não se consegue chegar àquele patrimônio nem com reza braba. Mas sigamos.

Mito? Que mito?

Os fanáticos do bolsonarismo criaram a ridícula palavra "bolsomito". Cumpriria, desde sempre, indagar: "por quê?" Reproduzo as três primeiras acepções da palavra "mito" no Dicionário Houaiss:

1- relato fantástico de tradição oral, geralmente protagonizado por seres que encarnam, sob forma simbólica, as forças da natureza e os aspectos gerais da condição humana; lenda, fábula, mitologia;
2 ?" narrativa acerca dos tempos heroicos, que geralmente guarda um fundo de verdade;
3 ?" representação de fatos e/ou personagens históricos, frequentemente deformados, amplificados através do imaginário coletivo e de longas tradições literárias orais ou escritas?

Em quais delas se encaixa o fabuloso deputado?

Que riscos ele correu?

Quais são seus feitos extraordinários? Seus seguidores não conseguem, porque inexiste, nem mesmo lembrar um projeto de sua autoria, embora esteja entrando no 29º ano de mandato.

Razão do desespero

Até a semana passada, Bolsonaro responderia com uma grosseria qualquer a essa ou àquela crítica, desqualificando o interlocutor e pronto! Uma pergunta que não fosse do seu agrado, como sabemos, já era pretexto para uma canelada. Como é mesmo? Em entrevista à Folha, afirmou, por exemplo, que usava o auxílio-moradia para "comer gente"? De toda sorte, passava a imagem do homem impoluto, que nem sombra fazia, tal a sua transparência. Sua estupidez decorreria de sua sinceridade. Suas palavras reproduziriam a indignação do homem comum?

Notem: para chegar ao segundo turno, ele tem de conquistar apoios fora da faixa de seus sicários. A extrema-direita caipira que o aplaude e venera deve corresponder, eu chuto, a uns 30% das intenções de voto nele declaradas: algo em torno de 6% do eleitorado. Ele só está em segundo lugar nas pesquisas porque granjeou simpatias fora do nicho da boçalidade extremista, onde se acoitam armamentistas, perseguidores de minorias sociais e "haters" profissionais.

Sim, também existe o voto bolsonarista do homem comum, do trabalhador pobre, do classe-média desesperançado. Essa gente gosta - ou gostava - de acreditar que partilhava com o "mito" mais do que algumas ideias simples e erradas para problemas difíceis. O deputado seria um deles, simples como eles, lutador como eles, discriminado como eles.

Ocorre que esse figurino não combina com um patrimônio multimilionário. Esse figurino não combina com o contumaz recebedor de auxílio-moradia, embora ele não precise do benefício. Esse figurino não combina com o deputado que mantém há 15 anos, como funcionária da Câmara, uma senhora que lhe presta serviços domésticos em uma propriedade de veraneio, mulher de seu caseiro?

Bolsonaro sabe que, fora dos bolsões do fanatismo, começa a se desfazer não o "mito", mas a mistificação. E se conseguiu isso com um simples ?" embora certamente trabalhoso ?" levantamento de propriedades em cartórios. Será que o deputado resiste, por exemplo, ao exame da máquina gigantesca que movimenta seu nome da Internet e tenta calar seus críticos? A ver.

O Bolsonaro a que tinha aderido a parte desavisada do eleitorado não combina com o homem de R$ 16,7 milhões. Nos últimos 28 anos, ele só teve uma atividade remunerada conhecida: a política.

Recoloco a questão: "Bolsonaro é o único?" Claro que não! Ele é apenas mais um. Logo, pergunte-se: o que o diferencia de boa parte dos seus pares?

Seria o canibalismo?

Afinal, ele se confessou um comedor "de gente".
Herculano
13/01/2018 07:32
CÂNCER SOCIAL, FACEBOOK CORTA NA PRóPRIA CARNE, por Roberto Dias, secretário de redação da área de produção do jornal Folha de S. Paulo

O Facebook foi muitas vezes rotulado de "buraco negro da internet". Um ambiente cercado, que cresce sem parar, invisível para quem está do lado de fora.

O buraco se tornou imenso. E com ele, foi ficando claro, cresceu um câncer social.

Cresceu tanto que o Facebook resolveu cortar na carne. É disso que se trata o anúncio feito na noite de quinta (11) por Mark Zuckerberg, fundador da empresa.

O feed de cada usuário passará a privilegiar conteúdo compartilhado por amigos, em detrimento das páginas de marcas ?"como são os veículos de comunicação.

O corte na própria carne é explicitado pelo próprio Zuckerberg: "Quero deixar claro que, com essas mudanças, espero que o tempo gasto pelas pessoas no Facebook e algumas métricas de engajamento caiam". As ações da empresa baixaram quase 5%.

É um movimento defensivo. O Facebook virou a primeira fonte de notícias para muitas pessoas, e a responsabilidade decorrente disso se mostrou um fardo grande demais. Sem ter criado mecanismos eficientes para distinguir o que é jornalismo e o que é propaganda mentirosa, a empresa se converteu num problema para a democracia.

As chamadas fake news envolvem política e dinheiro sujo. Significam colocar Donald Trump na Casa Branca. Transportam seus executivos para comitês parlamentares de investigação. Atraem policiais, procuradores e juízes. É compreensível que o Facebook queira distância de toda essa péssima reputação.

A questão é como fazê-lo.

Os movimentos da empresa contra notícias falsas sempre passaram muito longe dos lugares-chave para a solução do problema: os motores financeiro e técnico das mentiras. Porque tocar nesses dois pontos exigiria mexer no modelo que fez do Facebook uma empresa que fatura mais de US$ 30 bilhões ?"e quem é que quer isso?

O que a plataforma fez nos últimos tempos foram coisas que, apesar dos holofotes, têm consequência reduzida. São bandeirinhas para indicar notícias questionáveis, cursos sobre a importância do jornalismo, anúncios explicando onde mora o perigo.

A rede social agora se distancia do jornalismo. Não será um movimento sem baixas. Muitos veículos de comunicação dependem sobremaneira do Facebook para ter audiência. Em alguns países o ecossistema inteiro do jornalismo pode ser afetado.

Com a palavra, o próprio Zuckerberg, só que o Zuckerberg de um ano atrás: "Uma indústria de notícias forte é decisiva para uma comunidade informada. Dar voz às pessoas não é suficiente se não houver pessoas dedicadas a buscar informações e a analisá-las. Há mais coisas que precisamos fazer para apoiar a indústria jornalística e fazer com que essa função social vital seja sustentável".

Essa máscara caiu com o anúncio de agora. Ler notícias, diz o Zuckerberg deste ano, "tem sido muito frequentemente apenas uma experiência passiva". Neste momento, ele quer "interações sociais significativas".

Concepção que envolve uma régua sobre o jornalismo, como notou Joshua Benton, diretor do Nieman Lab, centro de estudos sobre a mídia: "A ideia de que a importância de uma notícia é definida pelos comentários, que não há valor em receber uma informação sem antes entrar num debate com seu tio, isso é na verdade uma declaração profundamente ideológica".

Assim, e paradoxalmente, um efeito possível de imediato é que as notícias falsas ganhem espaço, ficando relativamente mais visíveis no newsfeed das pessoas. É muito mais fácil interagir com uma mentira divertida sobre Bolsonaro do que encarar uma reportagem dissecando seu patrimônio. Bem capaz de vir mais Flá-flu por aí.

No buraco negro de Zuckerberg, parece não haver lugar para o bom jornalismo. No curto prazo, certamente é péssima novidade para muita gente da minha profissão. Olhando um pouco mais adiante, talvez seja uma ótima notícia para a sociedade. Ter um ator tão poderoso em algo importante como o jornalismo nunca foi bom.
Herculano
13/01/2018 07:29
3 X 0 CONTRA LULA VALEM MAIS DO QUE QUALQUER OUTRA REFORMA

Conteúdo de O Antagonista. A economia depende do TRF-4.

Uma fonte do governo disse para O Globo que o julgamento de Lula conta mais do que a reforma previdenciária:

"É muito mais importante para as pessoas acreditarem que os ajustes necessários realmente serão feitos."

O economista Álvaro Bandeira acrescentou que, se Lula for condenado, o mercado financeiro deve comemorar:

"Se o placar no TRF-4 for de 3 a 0, aí o processo fica mais limpo. Depois, virá a discussão de quem é candidato e quais serão seus programas econômicos."
José Antonio
13/01/2018 07:25
Herculano!

O que é que são aquelas crateras na Rodovia Ivo Silveira entre o restaurante Brazuca e a lombada eletronica. Estão esperando acontecer algumas mortes naquele trecho? Onde estão os representantes do governo do estado em Gaspar, mdb, psd, psdb? Sr. prefeito, Srs vereadores, estão cometendo crime de responsabilidade, cambada de incompetentes. Não reeleja nenhum deputado, prefeito e vereador. Eleitor Gasparense, chega de fazer papel de bobo, dê o troco nas URNAS.
Herculano
13/01/2018 07:24
da série: os próprios pensadores do petismo reconhecem que vamos ter duas décadas perdidas, mas esses "çabidos" não conseguem admitir que eles foram os causadores de tudo isso, pois apostam na enganação que sempre fizeram à maioria de eleitores analfabetos, ignorantes e desinformados. As medidas populares levaram à inflação alta, a grave crise econômica, ao roubo descomunal do dinheiro público para poucos e partidos, bem como ao desemprego de 14 milhões de trabalhadores, seus eleitores. E querem repetir a dose e pior: revogar o que está tirando lentamente o país do atoleiro.

O PARADOXO DO CENTRO, por André Singer, ex-assessor de ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,PT, no jornal Folha de S. Paulo

O ano começou com uma atividade frenética nas hostes centristas. Geraldo Alckmin, Rodrigo Maia e Henrique Meirelles se engalfinham com vistas a ocupar um lugar na urna. É estranho tantos buscarem espaço onde há tão poucos votos.

Os que estudam comportamento eleitoral sabem que não convém fazer previsões. Acontecimentos inesperados perto do momento do sufrágio podem alterar tendências consolidadas. Numa situação superinstável como a brasileira, então, a regra de ouro é admitir todas as possibilidades.

No entanto, o retrato atual traz indicações de que qualquer associação com o governo Michel Temer tenderá a ser massacrada pelos eleitores em outubro. Os motivos são óbvios. De maneira consciente, o mandato conquistado via Legislativo foi usado para impor um programa pró-mercado de forte conteúdo antipopular.

Nizan Guanaes sugeriu o slogan que sintetiza a era Temer: aproveite a sua impopularidade para fazer maldades. Falta, ainda, a reforma da Previdência, mas coerente com o mandamento do publicitário, o presidente tentará que ela desça goela abaixo do Congresso e do país. Ainda mais agora que a Standard&Poor's rebaixou de novo a nota do Brasil.

É até possível que, graças à lenta recuperação da economia, o governo ganhe um ou outro ponto nas pesquisas no decorrer do ano. Mas imaginar que possa ser vitorioso na eleição contradiz tudo o que se aprendeu com Sarney, Fernando Henrique e Dilma. De onde provém, portanto, a energia que move o embate particular entre o presidente da Câmara e o ministro da Fazenda?

A menos que disponham de surpreendentes e secretas pesquisas, trata-se de jogo com vistas a negociar algo adiante ou concorrer tendo em vista projeto futuro. Como o único capital que os partidos governistas detêm é o tempo de TV, talvez este seja o botim disputado.

Diferente é a situação de Alckmin, que se esforçou para ficar numa posição que lhe permita fazer alguma crítica ao governo. O problema, para ele e o PSDB, é que a distância guardada está se mostrando pequena. O eleitorado intui que a fórmula geral dos tucanos é a mesma vigente e que ela não vai gerar emprego e renda na quantidade necessária.

O próprio Lula deve estar quebrando a cabeça para descobrir como fazer para cumprir a promessa de retomar os bons tempos. Com o teto dos gastos foi feito uma espécie de contrato de baixo crescimento por 20 anos. Se o centro mostra-se fraco no pleito presidencial, não há sinais de que deixe de controlar boa parte do Congresso em 2019, razão pela qual será difícil passar o referendo revogatório necessário para retomar o ritmo econômico anterior a 2012.

Sem desfazer o malfeito, vamos ter duas décadas perdidas.
Maria José
12/01/2018 18:46
Será porquê que o prefeito Kleber ainda não conversou com o presidente da câmara,será que este ano não precisará da mesma?????
Pedro do Bela Vista
12/01/2018 16:46
dr. Herculano

Esse pessoal (primeiro foi o PT e agora o MDB) quanto mais o desabona, mais o fortalece. Oh, gente burra!

Li a entrevista do prefeito Cleber. Boa. Mas, o que ele mesmo fez neste um ano de governo?

Como o sr. sempre escreve: essa gente se engana e ainda tem uma assessoria de comunicação que trabalha contra e não sabe aproveitar minimamente as oportunidades.

Então, Cleber e seus puxa-sacos estão mesmo tropeçando nas próprias pernas, como o senhor bem diz. Melhor mesmo foi o comentário comparando a sua coluna e a entrevista dele. Irretocável.
Sidnei Luis Reinert
12/01/2018 12:17
Temer vai se igualando a Maduro!

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Temer estupra Direito de Propriedade


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O Estado-Ladrão de Bruzundanga ganha mais um instrumento fascista que opera ao arrepio até do Judasciário, com a finalidade de confiscar bens dos cidadãos que ousam empreender. A União Federal agora tem poder para bloquear bens de devedores, sem a necessidade de autorização judicial. Basta que a abusiva burocracia notifique o devedor, inscrevendo-o na Dívida Ativa, para que o bem dele fique indisponível. Trata-se do estupro formal do Direito de propriedade, sob a desculpa de coibir o calote.

Vaias para a Lei 13.606 ?" que trata do parcelamento do Funrural. Graças a ela, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional ganha mais poder para estuprar o Direito de Propriedade no Brasil. A PGNF já tinha a penhora on line de valores em conta bancária (Bacenjud) ?" que dependia de ordem Judicial. Procuradores também podiam acionar o protesto de certidão da dívida ativa. Agora, se o devedor não pagar o débito em cinco dias após ser acionado fica com tudo indisponível.

O bloqueio é arbitrário e inconstitucional, embora a casta burocrática do Estado-Ladrão alegue que uma "interpretação" do artigo 185 do Código Tributário permita tal aberração, definida por lei ordinária. A máquina de repressão fiscal da União parte do pressuposto que o devedor é um caloteiro. Ou seja, é um fraudador perante a execução em ações de cobrança de tributos. Assim, mesmo desrespeitando o devido processo legal, a norma ganha ares de "legalidade".

Decretar indisponibilidade de bens sem o crivo do Judiciário é uma aberração digna de um Estado-Ladrão-Fascista. A sacanagem deve ser implementada em 90 dias, quando uma norma vai regulamentar os artigos 20-B, 20-C e 25 da Lei 13.606. Se não houver pressão para que a lei seja alterada, a burocracia da União terá mais uma forma de sanção política para interferir na atividade econômica.

Depois de tanta sacanagem, neguinho (e também branquinho) não entende por que o Brasil paga o mico de ser rebaixado...
Herculano
12/01/2018 11:28
BOLSONAROS SOMAM 62 ANOS DE VIDA PÚBLICA; TENTE ACHAR ALGO RELEVANTE EM PROL DO PAÍS; E A MISOGINIA DO "COMEDOR DE GENTE", por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Jair Bolsonaro transformou a violência retórica num ativo político. Quando confrontado com o inexplicável, ele faz o quê? Ora, sai atirando. É o que o seu público quer ler e ouvir. Se deu certo com Donald Trump, pensa a turma, por que não com o "Bolsomito"? A família transformou a militância contra a esquerda, contra o petismo em particular, numa chanchada asquerosa. Ainda que, ora vejam!, em alguns quereres, o deputado esteja bem mais perto dos petistas do que supõem os idiotas. Também ele se opunha até ontem às privatizações, à reforma da Previdência e à reforma trabalhista. Não há Paulo Guedes que consiga mudar a história.

E daí que uma tal Wal, que mora na Vila Histórica de Mambucaba, a 50 km do Centro de Angra dos Reis, figure como funcionária do seu gabinete em Brasília? A mulher presta serviços domésticos na casa de veraneio que o parlamentar tem na região. Seu marido é o caseiro do imóvel. Ela custa R$ 1.351,46 por mês à Câmara. Segundo o patriarca dos Bolsonaros, Wal é funcionária regular do seu gabinete. E ele explica qual seria a sua função: "Ela reporta a mim ou ao meu chefe de gabinete qualquer problema na região".

Convenham: como ser um bom deputado sem saber o que se passam em Mambucaba?

Ah, agora está explicado.

O homem que diz querer governar o Brasil tem de apelar a seu chefe de gabinete para saber que diabos Wal faz em seu gabinete, onde está lotada há? 15 anos! A resposta é encantadora:

"Peraí, ela fala com o chefe de gabinete. Como é que eu vou saber? Se eu mantiver um contato diário com meus 15 funcionários, eu não trabalho".

Caso o homem se eleja presidente, convém não fazer perguntas difíceis sobre os subordinados:

"Como é que eu vou saber? Se eu mantiver um contado diário com meus ministros, eu não governo o Brasil?"

É patético. É constrangedor.

Boca na botija
Bolsonaro sabe que foi pego com a boca na botija. Até os seus fanáticos têm claro que o patrimônio de R$ 16,7 milhões não é compatível com o rendimento conhecido da família - refiro-me aos respectivos salários parlamentares. Uma linha de especulação é saber se o deputado usa em benefício pessoal regalias que pertencem ao mandato, que deveriam estar voltadas para o exercício de sua função.

Ele admite, por exemplo, sem pejo, que recebe o auxílio-moradia, embora tenha casa própria em Brasília. Não, querido leitor, não é ilegal. Mas decida se é decente. Se você entrar no site da Câmara, encontrará o seguinte sobre o tema:

"O auxílio-moradia é pago aos deputados que não ocupam apartamentos funcionais. Quando os 432 apartamentos funcionais foram construídos, na década de 1970, a Câmara tinha 420 deputados. Com a redemocratização nos anos 1980 e a criação de novos estados na federação, a representação parlamentar cresceu, chegando a 513 deputados. Por isso, há mais deputados do que apartamentos funcionais.

O valor atual do auxílio-moradia é R$ 4.253,00. (?) Pode ser pago nas modalidades 'reembolso' e 'em espécie'."

Bolsonaro, no caso, recebe em espécie. Como se nota, deu um jeitinho de aumentar o próprio salário.

Comedor de gente e misoginia
Acuado por sua própria obra, o chefe do clã decidiu conceder uma entrevista-0fensa aos repórteres Camila Mattoso, Italo Nogueira e Ranier Bragon, da Folha. O trabalho jornalístico resultou excelente. Os repórteres foram firmes e objetivos e deram ao entrevistado a chance de dizer coisas como esta, quando indagado sobre a destinação que dá ao auxílio moradia:

"Como eu estava solteiro naquela época, esse dinheiro de auxílio moradia eu usava pra comer gente. Tá satisfeita agora ou não? Você tá satisfeita agora?"

O adjetivo "satisfeita" indica que Bolsonaro respondia a uma questão formulada por Camila Mattoso, a mulher do trio. O deputado não gosta da chamada "ideologia de gênero", mas parece ter um problema quase ideológico com o gênero? feminino! Ele é particularmente desagradável com as mulheres, ainda que, como se sabe, considere que só as bonitas, segundo suas próprias palavras, mereçam ser estupradas?

"Comer gente"? Não sendo confissão de canibalismo, suponho que esteja se referindo àquela questão bíblica, vocês sabem, "aquilo naquilo"? Ah, seria grosseiro, não é mesmo?, ele dizer "comer mulher". Quando menos se espera, Bolsonaro se deixa influenciar pela ideologia de gênero!!! Agora ele come gente! Sem discriminação de gênero! Até Jean Wyllys, seu oposto homólogo, aprovaria a expressão.

Um primor da estupidez

Leiam esta sequência:
Vamos falar do seu patrimônio. O senhor estava criticando o fato de a Folha ter divulgado o valor do patrimônio do sr., da sua família.

Peraí, você tem que divulgar é o meu patrimônio. Daqui a pouco vão querer pegar minha mãe, com 91 anos de idade. Começar a levantar a vida dela.

Pegamos só dos parlamentares.

Peraí. Você vai pegar da minha mãe daqui a pouco. Meu pai já morreu. dos meus irmãos. Ok? Tem que pegar o meu. Esquece meus filhos. Se o meu filho assaltar um banco agora ou ganhar na Mega Sena, é problema dele, não é meu.

Como é que é?

Três filhos do deputado são políticos, ora bolas! Eduardo é deputado federal há três anos; Flávio é deputado estadual há 14, e Carlos é vereador há 17. São filhos de Bolsonaro, sim, mas são homens públicos. Ainda que não fossem, note-se, havendo a suspeita ou evidência de que familiares de políticos atuam para desviar dinheiro público ou lavar recursos ilícitos, seu patrimônio e seu ganho passam a ser de interesse jornalístico.

O entendimento de Bolsonaro, o "comedor de gente", é outro.

Ah, sim: o deputado disse aos jornalistas que pretende vender a sua casa em Brasília para, então, usar com mais, digamos, legitimidade o "auxilio moradia". Se ele o fizer, certamente será bom para ele. Poderá aplicar o dinheiro do imóvel, embolsar o resultado é morar às nossas custas, embora a família seja dona de 13 imóveis.

Leiam a entrevista. Há uma sequência que merece atenção. Em 1999, Bolsonaro disse ser um sonegador. Na conversa com os jornalistas, afirma que estava apenas "reverberando" uma indignação popular. Alguém já viu o povo em marcha a pregar sonegação?

É o cara que quer ser presidente do Brasil.

Imprensa
Leiam esta sequência:
Como presidente o sr. vai manter essa postura de não responder a imprensa?
Respondo a imprensa séria.

Qual imprensa? O sr. já criticou O Globo, já criticou a Folha, já criticou a TV Globo...
Tem imprensa que eu elogio.

Quem por exemplo?
No Nordeste, quase todos os jornais do Nordeste, quando eu vou lá, eu sou tratado com dignidade. No Nordeste, eu sou tratado com dignidade. Estive agora no 'A Crítica', em Manaus, pergunta, resposta, numa boa, tranquilo. E a matéria saiu com o que foi tratado no dia anterior.

Como deputado e se for presidente, o sr. acha que pode escolher a quem responder e quem não responder?
Se você perguntar da Folha, vou falar 'fake news, passe pra outra'. Pode ter certeza.

É essa a postura que o sr. vai ter?
Para vocês da Folha, vai. 'O Globo' não. 'O Estado de S. Paulo' não. É o meu entendimento. Eu respondo a quem eu quiser.

Como presidente da República?
Eu respondo a quem eu quiser. Vocês da Folha eu não respondo. Vocês da Folha desistam. Não precisa ter aquele comitê de imprensa no Planalto. Sai fora que vocês não vão ter resposta nenhuma.

Então, por que o sr. recebeu a gente aqui hoje?
Vocês estavam aqui na frente, eu até considerei. Querem conhecer a casa não? Filma a casa aí.

Rascunho da cópia
Bolsonaro é patético. O "comedor de gente" está tentando seguir os passos de Donald Trump, que tem como inspiração. Bem, os valores da sonegação certamente são bem diferentes, rsss?

No dia 11 de janeiro do ano passado, na primeira entrevista coletiva depois de eleito, Trump impediu o jornalista Jim Acosta, da CNN, de fazer uma pergunta. Segundo disse, a emissora o perseguia e publicava "fake News" a seu respeito. No caso, a rede havia divulgado informações sobre a interferência do serviço secreto russo nas eleições americanas. Nota: James Clapper, o então demissionário chefe da Inteligência Nacional, havia admitido cinco dias antes tal interferência. E de dois modos: por intermédio de hackeamento propriamente (invasão de computadores) e da disseminação de "fake news" em favor de Trump, que era justamente aquele que acusava os adversários de produzir? "fake News".

O moralismo rombudo é a peça de resistência de Bolsonaro. Mas a casa começa a cair. Ou melhor: as casas! São 13! É imóvel demais para quem não tem outra atividade remunerada que não a política. E, entendo, resta demonstrado que só um milagreiro conseguiria, mesmo somando a renda líquida dos quatro políticos, amealhar um patrimônio multimilionário. Qualquer um que lide com números sabe que tem caroço nesse angu.

Juntos, os Bolsonaros já somam 62 anos de vida pública. Corra para ao Google e tente descobrir qual é a grande contribuição desses varões de Plutarco ao Brasil e aos brasileiros. Tente achar um projeto relevante ao menos, de iniciativa de ao menos um do quarteto, que tenha sido aprovado.

Não há.

Mas a família já amealhou R$ 16,7 milhões só em patrimônio com sua violência retórica mambembe
Herculano
12/01/2018 11:15
"POR QUE ESSAS PESSOAS DE PAÍSES DE MERDA TÊM DE VIR PARA CÁ?

Conteúdo de O Antagonista.Ao receber senadores do seu partido e da oposição, para tratar de leis de imigração, Donald Trump, irritado, disse "Por que todas essas pessoas de países de merda têm de vir para cá?"

De acordo com o Washington Post, o presidente americano fazia referência a Haiti, El Salvador e países da África.

Trump também afirmou que os Estados Unidos deveriam receber, isso sim, pessoas da Noruega.
Herculano
12/01/2018 11:12
da série: Jair Bolsonaro, ainda oficialmente no PSC,tornou-se um candidato visível à presidência da República. E como tal está sendo desnudado por gente séria e gente que não o quer candidato viável. É do jogo jogado. E o que faz Jair Bolsonaro? Desperdiça a oportunidade de se apresentar como um estadista e confirma que ele é um ditador, que não consegue ser transparente, não possui paciência para o diálogo, se não for coisa pior: um desequilibrado mental. Na imprensa feita na quase totalidade por gente da esquerda de todos os matizes, Bolsonaro é uma rejeição quase unânime. Mas, há exceções, como O Antagonista e Reinaldo Azevedo. Até eles, estão desistindo. Então...

BOLSONARO: "ESSE DINHEIRO DE AUXÍLIO MORADIA EU USAVA PRA COMER GENTE, TÁ SATISFEITA AGORA OU NÃO?"

Conteúdo de O Antagonista. Jair Bolsonaro foi entrevistado ontem à noite pela Folha de S. Paulo.

Ele perdeu completamente o controle.

Leia um trecho:

Folha - "O senhor falou em um vídeo no Facebook na noite de quarta que está pensando em abrir mão do auxílio-moradia e vender seu apartamento.

Bolsonaro - Sim, olha só. O que eu devo fazer? Chegando lá em janeiro, acabando o recesso [parlamentar], vou pedir o apartamento funcional, inclusive tem mais ou menos 60m2 o meu apartamento, vou passar para um de 200m2, espero que pegue com hidromassagem, ok? Eu vou morar numa mansão, não vou pagar segurança, não vou pagar IPTU, no meu eu pago, não vou pagar condomínio, no meu eu pago, eu vou ter paz.

Folha - O senhor utilizou, em algum momento, o dinheiro que recebia de auxílio-moradia para pagar esse apartamento?

Bolsonaro - Como eu estava solteiro naquela época, esse dinheiro de auxílio moradia eu usava pra comer gente, tá satisfeita agora ou não? Você tá satisfeita agora?

Folha - Eu estou satisfeita pelo senhor dar uma resposta.

Bolsonaro - Porque essa é a resposta que você merece. É a resposta que você merece (?) O dinheiro que entra do auxílio-moradia eu dormia em hotel, eu dormia em casa de colega militar em Brasília, o dinheiro foi gasto em alguma coisa ou você quer que eu preste continha: olha, recebi R$ 3 mil, gastei R$ 2 mil em hotel, vou devolver mil, tem cabimento isso?
Herculano
12/01/2018 10:42
KLEBER AFIRMA EM ENTREVISTA AO CRUZEIRO DO VALE QUE O QUE ESCREVI NA COLUNA SOBRE O FUTURO DELE, ESTÁ IRRETOCÁVEL.AGRADEÇO

O prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, PMDB, fez manchete na edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais acreditado e o de maior circulação em Gaspar e Ilhota. Choramingou sobre o passado (e por isso não pode listar as conquistas) e falou dos planos dele para o segundo ano de governo.

O primeiro já foi para o saco.O segundo, anuncia-se como um desperdício. Logo estará às portas, as eleições municipais. E os fantasmas das administrações peemedebistas de Bernardo Leonardo Spengler e Adilson Luiz Schmitt, tornam-se mais reais. Nenhum sinal para espantá-los

Leiam a entrevista de Kleber, respondida com retoques e cuidados da sua assessoria. Compare-a com o que eu escrevi acima.

A minha coluna já estava pronta há duas semanas; tinha anunciado isso. Afinal, era um balanço do primeiro ano do governo de Kleber, somando-se à barbeiragem que fez na eleição da mesa diretora da Câmara.

Não tive acesso às perguntas feitas pela Redação (nem mesmo palpitei nelas) e às respostas "dadas" por Kleber.Li como todos os leitores e leitora,s quando disponibilizado no portal (a minha coluna foi aberta antes) ou n o jornal impresso.

Resumindo: Kleber confessou que não se preparou para governar; que a equipe que escolheu é a melhor e por isso não há nada para mudar ou melhorar nela. Ou seja, tudo o que (não) aconteceu no ano passado tenderá a se repetir neste ano, por pura teimosia, por ajustes pessoais, partidários, religiosos e familiares. Melhor: vai continuar culpando os outros para as coisas que não deram no ano passado e tendem a não dar certo este ano.

Um gestor escolhe seus objetivos, todos possíveis de serem realizados em um determinado período de governança. Um gestor escolhe gente para estar ao seu lado e que julga capaz de realizar esses objetivos. E quando o cenário conjuntural muda (e isso é normal mesmo na imprevisibilidade), o gestor também muda deus planos e logo se adapta para atingir ou refazer os objetivos. Normal. Necessário. Próprio do líder que assume e mitiga os riscos.

Assim também acontece com as pessoas que o gestor escolhe para atingir os seus objetivos. Se eles não dão conta ou tornaram-se insuficientes diante dos novos desafios, troca-se. Se os cenários mudam, avaliam-se os executores e se necessário, trocam-se.

Mas, o político é diferente. E Kleber prova, que é um político e não gestor.

O político protege os seus, mesmo que eles demonstrem incompetência, incapacidade e que comprometam a própria imagem e resultados (políticos) do seu chefe. Ao negar adaptar a equipe à uma realidade de resultados que prometeu e não conseguiu entregar no ano passado, Kleber assina à sua própria ruína. Como é ele quem vai perder politicamente, deve saber o que está fazendo, ou está sendo traído pela mesma máquina que sob os seus olhos elegeu Silvio Cleffi, PSC, presidente da Câmara.

Finalizando o mar-de-rosas do político Kleber. O jornal não perguntou, e é uma pena, mas como o prefeito de Gaspar vai governar com uma Câmara supostamente de oposição, se quando ela era maioria para ele, Kleber teve dificuldades para impor vários projetos seus, como o que criou despesas de mais de R$600 mil por ano para abrigar comissionados e funções gratificadas ou aumentar em 40 por cento a Cosip?

Sobre o não funcionamento dos postinhos,da policlínica,da farmácia básica, da falta de 1.100 vagas nas creches, do hospital comendo dinheiro como nunca, nem um pio.E olha que isso é sobre o básico, da rotina...O resto está na coluna de hoje. E olha que faltou espaço... Acorda, Gaspar!
Herculano
12/01/2018 07:18
BOLSONARO EMPREGA SERVIDORA FANTASMA QUE VENDE AÇAÍ EM ANGRA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Camila Mattoso e Ítalo Nogueira, enviados especiais a Angra dos Reis e Ranier Bragon, da sucursal de Brasília

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) usa verba da Câmara dos Deputados para empregar uma vizinha dele em um distrito a 50 km do centro de Angra Dos Reis (RJ).

A servidora trabalha em um comércio de açaí na mesma rua onde fica a casa de veraneio do deputado, na pequena Vila Histórica de Mambucaba.

Segundo moradores da região, Wal, como é conhecida, também presta serviços particulares na casa de Bolsonaro, mas tem como principal atividade um comércio, chamado "Wal Açaí".

Walderice Santos da Conceição, 49, figura desde 2003 como uma dos 14 funcionários do gabinete parlamentar de Bolsonaro, em Brasília, recebendo atualmente salário bruto de R$ 1.351,46.

Segundo moradores da região, o marido dela, Edenilson, presta serviços de caseiro para Bolsonaro.

A Folha falou com moradores da vila, que tem cerca de 1.200 habitantes, segundo a Prefeitura de Angra.

Foram colhidos quatro relatos gravados de moradores confirmando que o marido de Walderice é o caseiro do imóvel de veraneio de Bolsonaro.

As portas do estabelecimento "Wal Açaí", na mesma rua, foram fechadas às pressas nesta quinta-feira (11) assim que se espalhou a informação sobre a presença de repórteres na região.

MUDANÇA DE CARGOS

Os registros oficiais da Câmara dos Deputados mostram que a secretária parlamentar de Bolsonaro passou nesses 15 anos por uma intensa mudança de cargos no gabinete, foram mais de 30.

Em 2011 e 2012 ela alcançou melhores cargos ?"são 25 gradações.

A reportagem da Folha esteve em Mambucaba na manhã desta quinta-feira para procurar a funcionária de Bolsonaro.

No caminho para a casa de Walderice, a reportagem a viu saindo da casa do deputado. Ela foi chamada, mas pediu "um minutinho" e entrou de volta no local.

Minutos depois, um outro vizinho de Bolsonaro abriu a porta convidando a Folha para entrar. "Venham conhecer o homem". O presidenciável apareceu em seguida, com um outro auxiliar, que estava com o celular gravando a situação.

Quem estava com as chaves era justamente o marido de Wal.

"Tem jabuticaba aí, Edenilson?", perguntou o presidenciável.

De acordo com depoimentos colhidos pela Folha, o marido da funcionária de Bolsonaro pintou a casa de veraneio recentemente.

O deputado nega que tenha utilizado dinheiro da Câmara para pagamentos de serviços da casa e que Walderice seja uma funcionária fantasma.

Perguntado sobre qual seria o trabalho desempenhado por ela, Bolsonaro respondeu: "Ela reporta a mim ou ao meu chefe de gabinete qualquer problema na região".

"Não tem uma vida constante nisso. É o tempo todo na rua? Não. Ela lê jornais, acompanha o que acontece".

A reportagem pediu ao presidenciável algum exemplo de serviços parlamentares prestados pela funcionária.

"Peraí, ela fala com o chefe de gabinete", se limitou a dizer.

"Como é que eu vou saber? Se eu mantiver um contato diário com meus 15 funcionários, eu não trabalho".

Bolsonaro foi questionado sobre as diversas movimentações salariais que fez para Walderice ao longo dos quase 15 anos de trabalho prestado.

"O que de vez em quando acontece: um funcionário é demitido. Aquela verba que "sobra" então a gente destina para um [outro] funcionário, por pouquíssimo tempo. Tem uma verba fixa para pagar funcionários. Ganha tão pouco, por que não posso dar uma ajuda por dois, três meses?. Em vez de pagar R$ 1.300, paga R$ 1.500 ou R$ 2.000".

Sobre o marido, Bolsonaro negou que ele seja caseiro da casa, mas afirmou que Edenilson o ajuda na casa, inclusive dando comida para os cachorros.

"Não vai querer mover uma ação trabalhista porque ele vem duas ou três vezes por semana aqui."

Em um vídeo publicado no Facebook nesta quinta, Bolsonaro diz que sua casa em Angra "é onde, segundo a Folha de S.Paulo, eu tenho uma mansão". A reportagem da Folha escreveu que o deputado declarou um terreno na região em 1998. Incluiu o imóvel na relação do total de 13 da família Bolsonaro, sem chamá-lo de "mansão".

Bolsonaro afirma ainda que os repórteres do jornal estiveram no local para conferir a "mansão". A reportagem visitou a região com o objetivo de confirmar se a funcionária do seu gabinete realmente vive e trabalha na mesma rua da residência do deputado.
Herculano
12/01/2018 07:10
PARLAMENTARES ARTICULAM DERRUBAR VETO AO REFIS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Deputados federais e senadores do "centrão" já se articulam para derrubar o veto do presidente Michel Temer ao plano de refinanciamento de dívidas, o Refis, de pequenas e microempresas. A ideia dos parlamentares é manter o plano para essas categorias de empresas, que representam 98,5% de todas as empresas brasileiras e são responsáveis por 40% de todos os salários pagos no país.

DADOS OFICIAIS
Pequenas e microempresas respondem por 27% do Produto Interno Bruto do Brasil, além de 52% dos empregos com carteira assinada.

ARTICULADOR
Para o Danilo Forte (DEM-CE), é inaceitável o Refis atender apenas a grandes empresas. Ele defende a reinserção do devedor na economia.

SIMPLESMENTE FORA
O veto serve apenas para pequenos, incluindo optantes pelo Simples. Devedores bilionários como Vale e Petrobras se beneficiam do plano.

RECUPERAÇÃO
Segundo dados do Sebrae, os pequenos negócios apresentaram, pelo 8º mês seguido, saldo positivo de empregos com carteira assinada.

IMPORTAÇÃO OBJETIVA DESTRUIR O ETANOL NACIONAL
O planejamento estratégico das distribuidoras de combustíveis, várias delas controladas por empresas norte-americanas, para esmagar o etanol brasileiro, passa por inundar o Nordeste do produto dos Estados Unidos, à base de milho, quando a produção na região está no auge. De maneira até cruel, o etanol importado, podre por ser poluente, entra no Brasil pelos portos nordestinos, para quebrar o produtor da região.

IMPORTAÇÃO CRIMINOSA
Só em novembro, o Brasil importou 106,7 milhões de litros de etanol podre, havendo produto nacional suficiente para abastecer o mercado.

GOELA ABAIXO
Em maio, foram importados 244,3 milhões de litros, que aumentaram a produção para empurrar seu etanol de má qualidade no Brasil.

DOMÍNIO DO MERCADO
Distribuidoras agora produzem etanol, após comprarem destilarias na "bacia das almas" no Sudeste. Querem fazer o mesmo no Nordeste.

SEJAM CLAROS, SENHORES
As freqüentes visitas a médicos e hospitais, sem explicações razoáveis, favorecem a proliferação de fofocas sobre o real estado de saúde do presidente Michel Temer. O governo tem a obrigação da transparência.

FOFOCA DE MINISTRO
Até entre auxiliares especula-se sobre a saúde do presidente. Um ministro recém-nomeado, ainda tratado com cerimônia no Planalto, andou dizendo a amigos que Temer estaria com câncer de próstata.

DOIS MESES DE FOLGA
Parlamentares deveriam voltar ao trabalho no dia 2, como manda o artigo 57 da Constituição, mas como este ano a data cai numa sexta e dia 13 é terça-feira de Carnaval, o Congresso só volta... no dia 20.

QUE LOUCURA
Apesar da crise, ou até talvez em razão dela, o mercado farmacêutico cresceu 12,8% entre janeiro e novembro de 2017, segundo a IQVIA. Só as redes da Febrafar apresentaram crescimento de mais de 69%.

ECONOMIA INÚTIL
A FAB parece não se importar com seus pilotos. Em vez de optar pelo tecido usado por Nasa e Royal Air Force (Inglaterra) nos macacões, optou por um mais barato, que, imprestável, só é útil para juntar poeira.

COMPRA DIRETA
O lobby das empresas aéreas continua forte no Ministério do Planejamento, que defende a medida adotada no governo Dilma de compra de passagens sem licitação. E ainda dizem que "economizam".

USP, 88
A Universidade de São Paulo (USP) completa 88 anos nesta sexta e tem muito a comemorar. Uma das mais prestigiosas universidades do Brasil, a USP é das poucas a integrar rankings de melhores do mundo.

PARTE DA HISTóRIA
Muitos anos antes da Lava Jato, Curitiba já foi o embrião de mudanças na política. Foi numa quinta, 12 de janeiro de 1984, que 60 mil pessoas lotaram a "Boca Maldita" no primeiro grande comício pelas Diretas Já!

PENSANDO BEM...
...o "teatro de última categoria" de Maluf está na mesma categoria das encenações da classe política no palanque, no plenário ou na TV.
Herculano
12/01/2018 06:58
A NOTA VERMELHA PARA O BRASIL QUEBRADO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Um dia depois da festinha da inflação baixa, o governo vai ficar de ressaca por causa de uma bebedeira velha, o monte de dívidas que cresce sem parar.

A S&P, uma dessas firmas que classificam o risco de calote de empresas e países, rebaixou de novo a nota do governo do Brasil pelos motivos de sempre e sabidos. Não se aprovam reformas que equilibrem receita e despesa; mais do que isso, o Congresso não está nem aí para o problema. Além do mais, o Brasil cresce pouco.

Em suma, é como se uma Serasa global dissesse que estamos meio quebrados. Mas, enfim, todo o mundo com mais do que mingau entre as orelhas sabe disso. No ritmo em que vamos, 2019 será o ano do primeiro encontro com o colapso.

Nota de crédito mais baixa implica, em tese, custo mais alto para emprestar dinheiro; em tese, provoca mais reticências em quem tem ou administra dinheiro gordo.

Mas esse rebaixamento vai mudar grande coisa para a economia brasileira? Improvável. Pela informação disponível até a noite desta quinta (11), é difícil de acreditar em mais do que um remelexo nos indicadores financeiros, pelos próximos dias.

Em perspectiva de prazo mais longo, pode ser um pouco pior. Vai demorar mais para voltarmos a ser um aluninho nota azul para as finanças mundiais, "grau de investimento" (cada vez mais, no papel, somos considerados investimento especulativo, de risco).

Além do mais, se e quando virar a festa especulativa na finança mundial, vamos ser uns dos primeiros objetos do mau humor global. Mas, de qualquer modo, dado o estado das finanças públicas do país, nos estreparíamos de qualquer jeito. Não é preciso uma dessas agências de risco dizer que estamos estropiados.

Por ora, o Brasil, o mundo quase inteiro, na verdade (afora a Venezuela), se aproveita de uma animação exagerada nos mercados financeiros. Os donos do dinheiro grosso lá fora, por exemplo, nos cobram cada vez menos por empréstimos e investimentos aqui.

O risco de emprestar dinheiro para o Brasil cai (medido pelo CDS de cinco anos, por exemplo, ou pelo extra de juros em relação a títulos equivalente do governo americano). Cai para quase todos os países ditos emergentes, por falar nisso.

Em suma, os mercadores de dinheiro, credores de governo e de empresas do Brasil, vinham na prática elevando a nossa nota de crédito. As taxas de juros e o risco de emprestar para o Brasil caem quase sistematicamente desde a deposição de Dilma Rousseff, desde meados de 2016.

Entre maio e julho de 2017 houvera, sim, um repique, uma alta de custo do dinheiro, derivada do receio de novo tumulto político, do risco de queda de Michel Temer, grampeado pelo gângster da carne. Depois disso, voltamos a surfar na onda de liberalidades especulativas da finança mundial, que ainda conta com muito dinheiro barato para aplicar e, de resto, animou-se com aceleração do crescimento da economia mundial quase toda (menos na medíocre América do Sul e, pior ainda, no Brasil).

Por enquanto, está sobrando dinheiro no mundo, até para nós, que nos endividamos sem limite. A nota mais baixa não vai pegar bem. Mas não é o nosso grande problema, nem de longe.
Herculano
12/01/2018 06:55
da série: um contumaz fraudador e que exige atos corretos dos outros

"A PROVA PATENTEIA A FALSIDADE DE TODOS OS RECIBOS JUNTADOS POR LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA"

Conteúdo de O Antagonista. Lula lavou 504 mil reais na cobertura de São Bernardo.

A falsidade ideológica dos recibos de aluguel só fortaleceu a denúncia da Lava Jato de que o imóvel foi comprado com dinheiro repassado pelo departamento de propinas da Odebrecht.

O MPF diz:

"LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, de modo consciente e voluntário, em concurso e unidade de desígnios com GLAUCOS DA COSTAMARQUES e ROBERTO TEIXEIRA, pelo menos desde 11 de agosto de 2010, dissimularam e ocultaram a origem, a movimentação, a disposição e a propriedade de R$ 504.000,00 provenientes dos crimes de organização criminosa, cartel, fraude à licitação e corrupção praticados pelos executivos do GRUPO ODEBRECHT, em detrimento da Administração Pública Federal, notadamente da Petrobras, por meio da aquisição, em favor de LULA, do apartamento n. 121 do residencial Hill House, bloco 1, localizado na Avenida Francisco Prestes Maia, n.o 1501, em São Bernardo/SP, assim como pela manutenção em nome de GLAUCOS DA COSTAMARQUES do apartamento adquirido com recursos oriundos dos crimes referidos (?).

Em vista do farto acerto probatório que atesta a ausência de relação locatícia real, deve ser dito o óbvio, em resposta à tentativa insistente e precária da defesa de provar a existência de pagamentos única e exclusivamente invocando a força probatória atribuída pela lei civil a recibos de pagamentos: documentos ideologicamente falsos não fazem prova de pagamento ou quitação. Ao contrário, a falsidade do recibo concorre francamente para confirmar os matizes criminosos dos atos que tentam, em vão, lastrear"
Herculano
12/01/2018 06:50
COM MEDINHO DE MORO E FICHA LIMPA, OS COVARDES DÃO À LUZ O "ARGUMENTUM AD LULAM", por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

Dois casos evidenciam que a análise política anda coberta pelo véu nada diáfano da pusilanimidade: o julgamento, pelo TRF-4, do recurso de Luiz Inácio Lula da Silva e a liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, disciplinando a condução coercitiva. Conhecíamos o chamado "argumentum ad hominem", que consiste em abandonar o objeto de debate para pôr em descrédito o debatedor. Eis que surge uma novidade no terreno das falácias: o "argumentum ad Lulam".

Nos círculos do inferno deste Dante da periferia, só uma categoria de abjetos disputa com a dos desleais os rigores da danação: a dos covardes. A covardia é um traço de caráter. Está em todos os lugares: no Congresso, na imprensa, nos tribunais...

A conspiração dos fracotes morais é um desastre civilizacional. Se ainda não o fizeram, leiam "O Primo Basílio", de Eça de Queirós. Imaginem um mundo governado por "Criadas Julianas", em que o ressentimento se finge de justiça; a mesquinharia, de remissão; o interesse argentário, de imperativo categórico.

Eis que começam a pulular na imprensa artigos supostamente isentos questionando a legitimidade de uma eleição sem Lula, dado que, nas pesquisas, ele aparece margeando os 40% no primeiro turno, vencendo por boa diferença, no segundo, todos os eventuais adversários. Incomoda-me menos a estupidez da especulação do que a... covardia. Olhem ela aí! Por que isso? Caso o petista se torne inelegível em 2018, será consequência
da "Lei da Ficha Limpa".

Pois é... Fui um severo crítico dessa estrovenga. São testemunhas meu blog e as porradas que levei à direita e à esquerda. André Singer, por exemplo, não colaborou. A ele e aos seus, pareceu normal que uma lei violasse a presunção da inocência.

O fim desse fundamento começou a ser articulado pelos professores de "direito petista", na década de 80. Deltan Dallagnol é filho do "Direito Achado na Rua". Pior: ela se oferecia para corrigir a vontade do eleitor, certa ou errada, pela via cartorial. Mas quem se importava com a questão a não ser a meia dúzia de liberais brasileiros, que deveriam ser preservados para interesse da ciência?

A lei é tosca, mas é a lei. E terá de ser cumprida enquanto não for mudada. O que fazem os covardes? Defendem a elegibilidade de Lula, ainda que com condenação confirmada, mas não atacam o fundamento legal que o impediria de disputar. Pior: nem mesmo o establishment do PT tem coragem de dizer com todas as letras: Sergio Moro condenou o chefão petista sem provas. Não estão no processo ao menos.

Então surge o "argumentum ad Lulam": ele tem de ser candidato por ser quem é e porque parte considerável do eleitorado, com efeito, quer isso, pouco importa a questão legal. Os covardes não questionam nem a "Lei da Ficha Limpa" nem a sentença destrambelhada de Moro. Preferem evocar a "exceção lulista". Bem, alguém se surpreende que petistas e assemelhados escolham o caminho da depredação institucional em defesa dos próprios interesses?

E Mendes? Ainda voltarei ao assunto, mas dou a largada. Fez o óbvio e disciplinou, com uma liminar ainda a ser apreciada pelo plenário, a folia da condução coercitiva. Foi repudiado como cão sarnento. E, ora vejam!, nem o PT nem OAB, autores da demanda, saíram em defesa não do ministro, mas do fundamento constitucional que ampara a liminar.

Que eu saiba, só defenderam a decisão a Associação Brasileira de Advogados Criminalistas e o Instituto dos Advogados Brasileiros. Acovardaram-se, entre outros grupos influentes, o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, o Instituto dos Advogados de São Paulo, a Associação dos Advogados de São Paulo e vai por aí. E, claro!, o silêncio mais eloquente foi o da... OAB! Mais uma vez!

Sei o que me custaram no passado opiniões que divergiram da preguiça moral da Marcha dos Covardes. Sei o que me custam hoje. Não reivindico heroísmo nenhum. O herói, entendo, é aquele que tinha a pusilanimidade como alternativa. Nunca tive. Vai ver me falta imaginação para a covardia convicta.
Herculano
11/01/2018 18:33
da série: o Brasil é mesmo o país da piada pronta; quando tudo está ruim, haverá espaço para ficar ainda pior

Joselito Muller, em seu blog, estampa esta manchete sobre os pensadores brasileiros e por ai pode-se ter noção mínima a razão pela qual o país quebrou, os ladrões se multiplicaram, a inflação disparou e 14 milhões ficaram sem emprego:

FÁTIMA BEZERRA E SIBA MACHADO ENCABEÇAM A LISTA DE INTELECTUAIS EM APOIO A LULA

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou um apoio de peso na manhã de hoje, quando centenas de intelectuais deram entrada em um abaixo-assinado no Tribunal Regional Federal da 4ª região pedindo absolvição do petista.

O referido manifesto de intelectuais é encabeçado pelos parlamentares Fátima Bezerra e Sibá Machado e tem como signatários figuras importantes das artes, literatura e do universo intelectual em geral, tais como Dilma Rousseff, Tico Santa Cruz e a Tia do Café.

"Nós intelectuais sempre temos que nos manifestar sobre os assuntos relevantes para o país", disse Fátima Bezerra.
Herculano
11/01/2018 18:24
REGIME DE EVO MORALES CRIMINALIZARÁ A EVANGELIZAÇÃO NA BOLÍVIA, DENUNCIAM GRUPOS RELIGIOSOS. JORNALISTAS E ADVOGADOS TAMBÉM SOFRERÃO RESTRIÇõES NO NOVO CóDIGO CRIMINAL

Conteúdo de Gospelprime. Texto de Jarbas Aragão. Lideranças evangélicas e católicas da Bolívia estão denunciando a tentativa do presidente Evo Morales criminalizar a evangelização. O "Novo Código do Sistema Criminal" boliviano, proposto em dezembro e que deve ser aprovado em breve, trouxe uma série de mudanças na legislação, visando se conformar à visão bolivariana de sociedade.

Bispos católicos e pastores de diferentes igrejas evangélicas chamam atenção o artigo 88, que prevê com prisão de sete (7) a doze (12). O problema é que seu 12º parágrafo caracteriza como crime "o recrutamento de pessoas para participação em organizações religiosas ou de culto".

Nesta segunda-feira (8), centenas de evangélicos fizeram manifestações na capital La Paz. Além dos líderes religiosos, também protestam os advogados e os jornalistas. Eles denunciam que o Novo Código do Sistema Criminal acaba com a liberdade de imprensa nos artigos 309, 310 e 311, que tratam de "injúria e difamação". Na prática, eles preveem prisão para quem fizer denúncias contra o governo e os políticos bolivianos.

O argumento central do governo boliviano é que a liberdade de expressão (seja ela religiosa ou na imprensa) é uma "concessão de Estado". Esse é um pensamento típico das ditaduras, que aproxima mais ainda a Bolívia da Venezuela, que compartilha do mesmo ideal "bolivariano" - que nada mais é uma forma latino -americana de comunismo.

Um grupo de representantes da associação Igrejas Evangélicas Unidas revelou fez um ato em frente ao Palácio do Governo e à Assembleia Legislativa, que deverá aprovar as mudanças propostas por Evo Morales. Eles divulgaram uma declaração onde exigem "a revogação total do Novo Código do Sistema Criminal".

Susana Inch, assessora jurídica da Conferência Episcopal Boliviana (CEB), disse que "Há uma forte preocupação na Igreja Católica e em todas as instâncias religiosas por causa do conjunto de leis que estão gerando ambiguidades, onde os direitos fundamentais das pessoas podem ser afetados? resultando em uma perseguição injustificada".

Campanha de oração

Segundo os pastores, o artigo 88 dá margem a interpretações de que qualquer atividade de evangelização seja criminalizada. Também dizem que isso inviabiliza o trabalho com pessoas que recebem nos centros de recuperação de alcoolismo e dependência de drogas dirigido por religiosos.

As propostas da nova lei contradizem o artigo 4 da Constituição da Bolívia, que prevê a liberdade de culto. No entendimento dos líderes religiosos, toda manifestação fora dos templos estaria sujeita à censura, o que impediria, por exemplo, retiros de igrejas, procissões ou caminhadas do tipo "Marcha para Jesus".

Chamam a atenção também para as "restrições à realização de atividades em grupo", contempladas na nova legislação, que poderia resultar na intromissão do governo nas atividades das igrejas, como cultos.

O pastor Miguel Machaca Monroy, presidente das Igrejas Evangélicas de La Paz, acredita que a formulação desta lei os impedirá de pregar e evangelizar nas ruas. Por isso, eles estão fazendo uma campanha de oração e jejum em favor do país.

A liderança da Assembleia de Deus da Bolívia emitiu um pronunciamento, dizendo que o país se encontra em uma "situação de emergência, que pelo visto é gravíssima". Os pastores também são contrários ao artigo 157, que legaliza do aborto. Com informações de La Razón e Los Tiempos
Herculano
11/01/2018 18:11
A COMPRA DA REFORMA PODE FICAR DO TAMANHO DO ROMBO. TALVEZ VALE A PENA ESPERAR QUE OS DEPUTADOS E SENADORES CHEGUEM AO SÉCULO 21, por Augusto Nunes de Veja.

O governo Michel Temer avisou que vai reabrir daqui a poucos dias negociações com a Câmara dos Deputados para aprovar a reforma da Previdência - se é que se pode chamar de reforma um diminuto conjunto de mudanças no sistema atual. Tradução: será reaberto o balcão de venda de votos em funcionamento nas catacumbas do Congresso.

Os pais da pátria não se recusam a aprovar medidas indispensáveis à sobrevivência financeira da nação. Mas acham justo receber, em troca do voto, verbas e empregos pendurados no imenso cabideiro federal. Pelo andar da carruagem, e pela gula de suas excelências, a reforma da Previdência pode ficar tão cara que será melhor deixar tudo como está.

Como disse Tom Jobim, o Brasil é muito longe. Talvez valha a pena esperar que os deputados e senadores cheguem ao século 21.
Herculano
11/01/2018 18:03
DEFASAGEM DA TABELA DO IMPOSTO DE RENDA SOBE PARA 88,4% DIZ SINDIFISCO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Adriana Fernandes. Mesmo com o processo de queda da inflação, a defasagem da tabela de incidência do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) atingiu 88,4% desde 1996, segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional). Todo início de ano o sindicato retoma a pressão para que o governo envie ao Congresso Nacional proposta de correção da tabela pela inflação passada.

Em 2016 e 2017, a tabela não foi corrigida. Com a correção da tabela, a faixa de isenção do IRPF aumenta e os demais contribuintes pagam menos imposto. Em dezembro do ano passado, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, acenou com a possibilidade de correção da tabela e dos benefícios do programa Bolsa Família.

Com a correção da tabela, o governo perde receita. Já com o reajuste do Bolsa Família o governo aumenta despesa, o que é mais difícil de ser administrado por conta do teto de gasto, instrumento que limita o crescimento das despesas. A perda de receita pode ser administrada com o aumento da arrecadação.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2017 com alta 2,95%. De 1996 até hoje, a tabela foi corrigida em 109,63% enquanto a inflação acumulada no período foi de 294,93%, diz estudo do Sindifisco, divulgado nesta quinta-feira, 11.

"O governo achata a renda do trabalhador. Obriga-o a pagar mais imposto, dinheiro que poderia ser mais bem aplicado - na poupança, no aprimoramento da formação educacional, no consumo etc.", criticou Cláudio Damasceno, presidente do Sindifisco Nacional.

Se a faixa de isenção atual vale para quem ganha até R$ 1.903,98, corrigida, subiria para R$ 3.556,56. Segundo Damasceno, representa dizer que essa diferença de R$ 1.652,58 pune as camadas de mais baixa renda.

Segundo o Sindifisco, a falta de correção não afeta somente o trabalhador de menor salário, mas todas as demais faixas salariais. "O prejuízo do contribuinte não ficou maior porque o IPCA de 2017 foi um dos mais baixos em quase 20 anos", alertou Damasceno.
Herculano
11/01/2018 17:57
ROBOTIZADOS PELO PETISMO, por Percival Puggina, no Diário do Poder

Na tela do PC, em fonte tamanho 40, o e-mail exibia uma dessas frases nos quais o autor berra em caixa alta: "Quem é o imbecil que escreveu tanta bobagem? O sujeito consegue falar esse monte de asneiras sem sequer usar a palavra capitalismo".

Seria eu o imbecil? Não, ufa! O texto que indignara o missivista era um artigo do excelente Rodrigo da Silva, editor do Spotniks. Citando fontes oficiais, exibia dados sobre a pobreza no Brasil após 14 anos de petismo. Por exemplo:

a) 25 milhões de brasileiros vivem com renda domiciliar per capita inferior à linha de pobreza, e mais de 8 milhões vivem abaixo da linha de extrema pobreza;

b) 39,5% das pessoas aptas a trabalhar não possuem sequer o ensino fundamental e mais de 13 milhões de brasileiros são analfabetos;

c) apenas 8% têm condições de compreender e se expressar plenamente (isto é, são capazes de entender e elaborar textos seguindo normas gramaticais);

d) apenas 4,9% dos estudantes da rede pública saem do ensino médio com conhecimentos básicos em matemática;

e) mais de 35 milhões de brasileiros não possuem acesso sequer ao abastecimento de água tratada, e quase 100 milhões não dispõem de coleta de esgoto; do esgoto coletado, apenas 40% é tratado.

Por aí seguia o trabalho, convertendo em números o que a realidade grita aos nossos olhos: as péssimas condições do país após uma década e meia de petismo. No entanto, diante desses dados oficiais, o indignado leitor cujo e-mail chegou ao meu correio eletrônico usa caixa alta para "gritar" que a culpa dessa realidade é do ... capitalismo.

Entende-se. Há 40 anos, apenas uma força política atua em tempo integral no país. Faz política nas vitórias e nas derrotas. Considera as primeiras como equivalentes a tomadas revolucionárias do poder e as segundas como golpes que precisam ser desconstituídos. Nenhuma outra corrente exerce sequer fração da influência que o petismo desempenha no conjunto dos meios formadores de opinião ?" mídia, rede de ensino, mundo acadêmico, sindicatos e suas centrais, carreiras jurídicas e poderes de Estado, Igreja, instituições culturais. E por aí afora. É um aparelho articulado, imenso e, principalmente, robotizado para uma tarefa universal de massificação na qual a história, os fatos, as ciências, tudo tem uma e apenas uma expressão: a que serve à práxis e deve ser repetida sem cessar.

Por isso, Lula é um santo injustiçado. Por isso, Moro é um agente da CIA. Por isso, velhacos viram heróis e guerreiros. Por isso, o PT "acabou com a pobreza". Por isso, todo miserável que vemos nas ruas é uma exceção, uma impossibilidade material. Por isso, Cuba é um paraíso e a Venezuela quase. Por isso, as incitações do PT para o dia 24 de janeiro. Por isso, sempre que necessário, palpiteiros são convidados e aparecem para julgar os julgadores e absolver petistas em idiomas como Punjabi, Malaio, Khmer e até em francês. Por isso o governo petista arrombou os fundos de pensão das estatais e os funcionários da Petrobras, Correios, BB e CEF fazem festa para Lula e seus companheiros.

Por isso, a pobreza brasileira é denunciada como produto de algo que simplesmente não temos: o capitalismo. Logo o capitalismo, um sistema econômico em cujo ranking, entre 186 países, ocupamos o lugar nº 118! Isso é robotização, daquela primitiva, dos brinquedos infantis em que se dava corda para andarem e apitarem.
Herculano
11/01/2018 17:51
O QUE ESTÁ POR TRÁS DA CRIMINALIZAÇÃO DA CANTANDA MASCULINA, João César de Melo, artista plástico, formado em arquitetura, no Instituto Liberal de São Paulo

A polêmica da semana na faniquitosfera feminista é por causa da carta assinada pela francesa Catherine Deneuve e por outras 100 atrizes em favor do direito dos homens cantarem as mulheres.

Quem conhece um pouquinho da história e das ideias socialistas sabe que nos grupos, movimentos e partidos de esquerda não existe uma única gota de preocupação com o bem-estar das pessoas. Existe apenas a obsessão em submeter todas as relações privadas ao estado.

O esforço em criminalizar a cantada masculina é um claro exemplo disso.

A estratégia passo a passo:

1 - Destacam casos extremos de assédio como se eles predominassem em nosso cotidiano.

2 - Fundem todos os incontáveis tipos de assédio num único tipo de agressão, violenta ou humilhante, onde todas as mulheres ficam traumatizadas para sempre.

3 - Tentam consolidar bordões do tipo "pelo fim da cultura do estupro" como se vivêssemos numa sociedade em que o estupro é aceito, como em certos países árabes.

4 - Por meio de matérias na imprensa e declarações de artistas, forjam um drama nacional que de fato não existe.

5 - Cobram do governo medidas contra a "cultura do estupro".

6 - Parlamentares da esquerda apresentam projetos de lei de regulação do assédio e por pressão da imprensa e do meio artístico são aprovados.

7 - A esquerda ganha uma nova arma contra seus opositores: todo homem que for acusado de assédio, além de ser linchado pela imprensa, pelos artistas e demais grupos socialistas, sofrerá punições judiciais.

Com isso, a obsessão socialista pelo controle terá conseguido destruir a liberdade de homens e mulheres se relacionarem a partir de seus próprios julgamentos e decisões, impondo a força da lei sobre o desejo sexual masculino e enquadrando a mulher como propriedade do estado, já que será ele avaliará o que é bom ou ruim para ela até no ambiente social.

Uma pergunta: por que o movimento feminista e demais grupos de esquerda não fazem campanha para que as mulheres aprendam a se defender dos molestadores e cobrem do governo toda liberdade para isso?

Respondo: porque o movimento socialista não quer uma sociedade de indivíduos autônomos e que reajam à agressões. O movimento socialista quer uma sociedade covarde, desarmada e dependente do governo. O contrário disto é uma sociedade com poder para se voltar contra governos corruptos e tiranos, que não admite restrições à liberdade e agressões à propriedade privada. Por isso a esquerda é contra o porte de armas. Por isso a esquerda odeia os Estados Unidos.

O machismo é a ideia de que a mulher deve se sujeitar ao homem.

O socialismo é a ideia de que a mulher e o homem devem se sujeitar ao estado.

Sim, muitos homens cometem abusos contra mulheres, mas grande maioria só o faz porque confiam que elas não reagirão.

Para ilustrar essa questão, recomendo o filme Cairo 678, que retrata o caso de três mulheres vítimas de assédio sexual na capital do Egito. Uma delas recorreu à política para tentar conter a cultura do estupro que, em grande parte do mundo muçulmano, é uma realidade. A outra tentou recorrer à família. Nenhuma delas obteve sucesso.

Quem conseguiu reverter a situação foi a mulher mais pobre que resolveu apunhalar os homens que se esfregavam nela nos ônibus. Os casos foram repercutidos pela imprensa, motivando outras mulheres a fazer o mesmo.

Resultado: os assédios acabaram porque os homens passaram a temer a reação das mulheres.

Isso sim seria um "empoderamento" legítimo, bem diferente dos faniquitos diários das feministas que se dedicam a pedir que o governo regule as relações entre homens e mulheres.

Existem mil formas de assédio. Cada mulher reage de maneira diferente a cada uma delas. Algumas gostam de ser assediadas. Outras não. Alguns homens puxam as mulheres pelos braços nas festas e se esfregam nelas nos ônibus. A grande maioria não. Ou seja: estão tentando criminalizar todos os homens e fazendo-os pagar pelos atos de uma pequena minoria para consolidar a narrativa de que "todo homem é um potencial estuprador".

O fato é que homens são apenas criaturas rudes. Não sabem o que cada mulher quer ouvir e se ela está ou não receptiva a uma investida mais direta. Por isto, muitas vezes falam besteira e agem de forma inadequada.

Mulheres e homens têm sensibilidades diferentes, mas não serão leis ou faniquitos midiáticos que mudarão isso.

A generalização do assédio, convertendo todos os casos em "crimes contra a mulher", não é apenas uma forma de concentrar ainda mais poder no estado, mas também de retirar das relações humanas uma de suas características: o esforço diário dos homens em atrair a atenção das mulheres.

Outra pergunta: quantas mulheres querem viver num mundo onde homens tenham medo de manifestar interesse por elas? Creio que poucas. A grande maioria quer apenas que eles se expressem melhor e se comportem de maneira adequada. Então, em vez de repercutir os faniquitos da minoria, as mulheres devem criar formas de serem respeitadas e de reagir às agressões.

Espero que todas as mulheres reajam com firmeza contra todos que julgarem inconvenientes e agressivos, mas que jamais concedam ao estado o poder de legislar as relações entre elas e os homens porque será o fim da frase que parte delas adora repetir: "meu corpo, minhas regras".

Tens suas regras? Ok. Faça você mesma com que os homens as cumpram.

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