11/01/2018
É urgente ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, olhar no espelho. Ele vai ficar marcado pelos recuos e pelo não cumprimento das propostas, promessas, projetos, palavras e datas anunciadas. A lista começou a ficar longa demais. Um ano já se foi. Há três para “consertar”. Kleber anunciou em outubro que entre o Natal e o Ano Novo – quando há pouco movimento e permitia melhor adaptação e avaliação – que o trânsito seria quase completamente diferente do que é hoje. Até trouxe um técnico, Alexandre Gevaerd, ligado ao PT de Blumenau e o fez secretário de Planejamento “Territorial”. Teve dez meses para pensar e dois para estruturá-las. Nesse tempo, Kleber preferiu desmoralizar o técnico. Abriu uma discussão pública. A interferência de leigos e amigos, permitiu o palanque a adversários. Desgastes e recuos. Quase nada andou. E a imprensa muda. Ora se a tarefa foi entregue a um técnico, confia-se, implanta-se, corrige-se – pois nem tudo da teoria dá certo na prática -, ou manda-o embora por erro, ou até, incompetência. É assim nas coisas técnicas e necessárias.
Gevaerd é reconhecido naquilo que faz. Serviu por exemplo em Blumenau e Brusque. Não serve para Gaspar? Ele não é daqui, onde nada pode ser mexido por gente de fora. Foi assim, com essa falsa ladainha que protege os interesses menores, que com o tempo se criou o gargalo à mobilidade na cidade e dos passantes. São muitas histórias assim. Entre elas, a ponte do Vale. Lembram-se? Foi inaugurada pelo ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, no dia 23 de dezembro de 2016, depois de quatro anos de obras naquilo que era para menos de dois. Não estava pronta. Teve até placa falsa de inauguração. Kleber foi obrigado a fechá-la. Não por ele, um político. Pelo Ministério Público, que zela pelos cidadãos. Era questão de segurança. Prometeu reabri-la em 15 dias. Lembram-se? Deve ter ouvido os seus “técnicos”! De verdade? Só seis meses depois, no dia 9 de junho.
No mesmo mês, Kleber, também rifou a outra técnica do seu secretariado feito de próximos e leigos: Dilene Jahn Mello dos Santos. Pressionado por interesses corporativos, culpou-a pela crise na saúde pública local. Foi corrida. A crise continuou! Até se agravou. Ao invés de fazer funcionar os postinhos, a policlínica e as farmácias como prometeu na campanha eleitoral e queira Dilene, Kleber deu prioridade para o sumidouro de dinheiro escasso: o Hospital, que ninguém sabe a quem pertence. Ali até “criou” um atendimento ambulatorial para justificar a ida de dinheiro e “suprir” o que os postinhos não conseguem fazer para a população nos bairros. Vergonhoso!
A Assistência Social, seria estratégica, mas foi doada ao ex-assessor parlamentar de Kleber, afinado na religião e presidente do PSC de Gaspar, Ernesto Hostin. O desastre de tudo isso começou com a retirada das verbas do Fundo da Infância e Adolescência. Se não fosse o Ministério Público depois da denúncia feita aqui, tudo teria sido raspado de lá. Afinal, na Câmara, com Silvio Cleffi e Franciele Daine Back, PSDB, daria os votos para os cortes. A secretária de Educação, Zilma Mônica Sansão Benevenutti é um zero. Tentou até impedir que colegas fossem a um velório de uma professora, negou-se ao diálogo com todos, incluindo à Câmara. Tudo foi bem retratado na penúltima sessão no ano. O desfecho? Na sessão seguinte, a oposição deu as cartas. Kleber perdeu. Silvio eleito. Franciele, traída. E as vagas nas creches? Um ano para trás. De um déficit de 800 pulou para 1.100. Qual a solução do governo Kleber, Zilma, Luiz Carlos, Carlos Roberto Pereira e Pedro Inácio Bornhausen? Meio período para o povo e período integral para os políticos. Se não fosse esta coluna, o bafafá nas redes sociais e a interferência do Ministério Público, tudo teria sido pior. E o Samae? Falta água até onde há abundância. Pois é, a lista é enorme, inclusive de vinganças. O espaço aqui, pequeno. Acorda, Gaspar!
A coluna não parou durante os festejos de Natal e Ano novo. Ao contrário, bombou com os comentários sobre a eleição da mesa diretora da Câmara de Gaspar. Traições, jogos e poder foram os ingredientes essenciais para a “surpreendente” (não para esta coluna que previu isto bem antes) eleição do médico Silvio Cleffi, PSC.
Não vou repetir os textões esclarecedores. É só olhar as creditadas colunas anteriores no portal do Cruzeiro do Vale, o mais antigo, atualizado e acessado.
Quem perdeu? A arrogância, a preguiça, o isolamento partidário e a falta de experiência da política Franciele Daiane Back, PSDB, a que foi passada para trás. Confiou em que não podia confiar. Não agiu para ser. E não foi.
Quem perdeu? Não sei exatamente! O provocador de tudo e que ainda tenta esconder isso, foi o poder de plantão. Ele é liderado por Carlos Roberto Pereira, prefeito de fato, o poderoso secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, e presidente do PMDB. Não honrou o acordo de Kleber. Submeteu-se ao Melato.
Quem perdeu? Por tabela, o prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, PMDB. Ele prometeu presidência à Franciele. Ele foi o voto canino da base do governo, da administração municipal e do PMDB. Usaram-na e se beneficiaram nesse tempo desta maioria frágil. Triste!
Quem provocou? O mais longevo dos vereadores, o que se licenciou para presidir o Samae, algo que não conhece: José Hilário Melato, PP. Agora, Melato serve ao PMDB, mas serviu, como poucos ao PT e Pedro Celso Zuchi, Mariluci Deschamps Rosa, Amarildo José Rampelotti. Foi o ganhador desta rodada para o jogo que fez o PDT, PSD e PT.
Melato, por dias, não “assinou” a ata da reunião do dia sete de dezembro (publicada na coluna do portal) reafirmando o cumprimento das promessas. Depois de revelada aqui e o caldo esquentar no paço, fez isso, às pressas, no dia da eleição. Só disfarçe. Já era tarde.
Quem leu o jogo? O novato Silvio, PSC, cria de Kleber e afinidade religiosa. Silvio, o insaciável, queria ser presidente. Ofereceram-no o último ano. Exatamente, quando deve voltar Melato e que não assinou a ata para mais uma vez mandar bananas. “Esperto” como sempre, Melato teria desculpas para não cumprir mais um acordo.
Quem ganhou? A dita oposição e talvez Gaspar. Ela ficou com a faca e o queijo na mão. O acordo de Silvio com oposição é de dois anos. Este ano, ele; em 2019, talvez o vice, Roberto Procópio de Souza, PDT. Silvio era vice de Ciro André Quintino, PMDB.
Quem ganhou? A “minoria” oposicionista. Silvio garantiu que vai governar com Kleber. Isso, obriga o PMDB, Kleber e o dr. Pereira ao diálogo, transparência e à composição nos projetos de lei que empurravam goela abaixo, ou a derrubada pelo voto de cabresto aos pleitos da dita oposição.
Mas, um governo sem maioria, não é bom em qualquer lugar. Ainda mais quando há uma oposição cega, vingativa, populista e chantagista. Pior, quando essa maioria é de quem já fazia isso no outro lado. As demandas nem sempre eram as coletivas, mas da corporação médica.
Adeus situação? Se a oposição quiser, o ‘acordo’ feito para Silvio, valerá até 2020. Mas, o jogo e as cartas ainda estão sendo “distribuídas”. Há muita trapaça neste ambiente: surpresas, traições e desejos inconfessáveis. O vereador Wilson Luiz Lemfers, PSD, é o coringa da vez. É uma preocupação.
Day after. A vitória de Silvio, se não urdida dentro, foi um duro aviso ao poder. Nem mais, nem menos. Está na hora de reavaliar rápida, técnica e estrategicamente o governo. Falta-lhe liderança. Ele imita os velhos na vingança; é ocupado por amadores e interesses em postos chaves; possui ojeriza à técnicos, não dialoga e a comunicação é falha e duvidosa.
Day after. Depois da derrota quando ignorou todos os alertas, Franciele já estava “inaugurando” com o prefeito Kleber, um painel (com as costas para a BR). Anunciava a “Rota das Águas”, no seu Distrito do Belchior. Nas redes sociais, a reclamação era a falta de manutenção das estradas de lá. Ai, ai, ai. Acorda, Gaspar!
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