Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

13/05/2016

QUEM MANDA NA CÂMARA I
O mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP, é tinhoso. Ele conseguiu, mais uma vez, mandar nos quatro anos do seu mandato sem ser efetivamente o tempo todo presidente da Câmara. Melato foi eleito mais uma vez presidente da Câmara em 2013. Fruto de um “acordo” que ele e o PT costuraram com o DEM e o PSD. Tudo, inicialmente, para encurralar o PMDB – o que faz e não cumpre acordos – aquele que quase derrotou Pedro Celso Zuchi com Kleber Edson Wan Dall em 2012. Foi mais uma daquelas vinganças urdidas pelo PT, no seu instinto de ser sempre poder com a ajuda dos que ele rotula, contraditoriamente, de conservadores, direitistas, fascistas, coxinhas, neoliberais. Só para esmagar quem ouse enfrenta-lo por aqui e no Brasil.

QUEM MANDA NA CÂMARA II
No caso de Gaspar tudo feito de fachada. Tudo tramado entre PT e PP de Melato. Usaram o DEM e o PSD para ser poder sem questionamentos nestes quatro anos. O DEM não caiu na armadilha. O PSD se deliciou nela. Gozou a oferta de cargos na administração petista. Sempre escondido. De verdade e de fato, Melato mandou até aqui na Câmara. Quatro anos operando fielmente para o PT. Nenhum disfarce. Diz ele que sempre fará isso para quem estiver no poder, “se e quando houver entendimento” e desde que lhe garanta o naco de mando e salvaguarde os seus interesses eleitorais. Guardadas as proporções nas manobras regimentais, Melato é o nosso Eduardo Cunha, PMDB. Entende mais que qualquer sobre o Legislativo. E o Executivo, seja qual for o partido, incluindo o PT, faz uso.

QUEM MANDA NA CÂMARA II
No tempo em que Marcelo de Souza Brick, PSD, foi presidente da Casa (2014), devido a este acordo do PT, Melato, PSD e DEM, quem mandou no Marcelo foi o Melato. É célebre a repreensão dele ao Marcelo numa discussão interna para aumento dos quadros da Câmara que se tentava enganar o Ministério Público, o que cuida da Moralidade Pública. Marcelo resistia com receios do MP. Melato, tascou na lata, como se lembrasse o acordo que o tornou presidente e uma marionete dele: “você foi eleito presidente para defender os vereadores e não o povo”. E Marcelo entendeu o recado.

QUEM MANDA NA CÂMARA IV
Quando pelo acordo chegou a vez de Andreia Symone Zimmermann Nagel, então ainda no DEM, ser a presidente em 2015, Melato com o PT de José Amarildo Rampelotti e que participou ativamente desta negociação, tramou a derrubada do acordo. A não ser que Andreia declarasse que ficaria de joelhos ao PT e ao prefeito Zuchi. Melato foi mais além: pediu para seu cabo eleitoral José Carlos Spengler a direção da condução do Programa Vereador Mirim que pelo acorde caberia a Andreia indicar um nome de sua confiança. Como Andreia não se humilhou e não se dobrou, o próprio Melato se tornou, outra vez, presidente da Câmara. E o surpreendente? Isto só foi possível com a benção, a vingança e votos do PMDB de Kleber Edson Wan Dall, contra quem o PT de Zuchi e Rampelotti tramou exatamente este acordo em 2012 para deixar o PMDB isolado. Como se vê, para o PMDB de Gaspar, Andreia não é farinha do mesmo saco dele PMDB, PT, PP e PSD.

QUEM MANDA NA CÂMARA V
E agora neste ano o que aconteceu? O “eleito” para presidir a Câmara no acordo planejado pelo Melato e o PT, foi Giovano Borges. Ele teve os votos de Andreia no PSDB, pois era um acordo. Andreia o honrou, apesar da traição do ano passado dos de bigodes e cuecas. Giovano não teve e nem precisou dos votos do PMDB. Eles só vieram no ano passado para vingança contra Andreia. E por que. Pela vida e retidão próprias, algo escasso entre os políticos como mostrou Waldir Maranhão, PP, nesta semana ao fazer o jogo do PT, PCdoB, PDT para se estar no poder eternamente. Giovano trocou o PSD pelo PSB, alugado ao deputado Federal Paulinho Bornhausen. O partido estava com Tereza da Trindade, que como paga para dá-lo a Giovano, recebeu uma boquinha de Zuchi no programa que cuida do “Crack”. Giovano será provavelmente o vice de Marcelo, PSD. Dividiram-se para serem os mesmos. Quem manda de fato na Câmara presidida por Giovano? Melato! Giovano é coadjuvante, assim como foi Brick. Tanto que o governador Raimundo Colombo, PSD, quando esteve aqui na semana passada nominou José Hilário Melato como presidente da Câmara, na presença de Giovano e de seu assessor bem remunerado, Fernando Neves, ex-presidente local do PSD. A política é uma escolha. Há os que mandam e os que são mandados. Dos que estão candidatos a prefeito em Gaspar, quem verdadeiramente possui autonomia sobre os seus destinos políticos e os que são mandados? Acorda, Gaspar!

 

TRAPICHE

Vale o registro e isto responde a razão pela qual alguns até tentaram expor o contador de acessos e depois sumiram com ele dos seus portais. O portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais atualizado, o de maior credibilidade é o mais acessado.

Em abril a ferramenta que pode ser auditada, sinalizou que houve 318 mil acessos. Fazendo as contas são mais de 3,6 milhões por ano. E esta coluna é a mais procurada entre todas dele. Então...

O empresário Flávio Bento da Silva voltou às baterias para se ter uma chapa única contra o PT de Gaspar em outubro. Não, há por enquanto uma só pesquisa que rode nos bastidores que mostre que o PT tenha chances de vencer esta disputa. Nem a que o PT mandou fazer para ele próprio ter um termômetro desta história.

Sombrinha que atua em nome do seu PP, já fez isto em 2004 em favor de Adilson Luiz Schmitt, PMDB. Deu no que deu. Agora, faz o mesmo movimento em nome de Kleber Edson Wan Dall, PMDB.

Qual foi o vereador de Gaspar que mais ganhou diárias no ano passado? Ciro André Quintino, PMDB: R$4.909,00. Bem mais do que o então presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP, R$2.492,00.

Pelo menos outros três vereadores destoaram na média de gastos com diárias na Câmara de Gaspar no ano passado: Luiz Carlos Spengler Filho, PP, com R$2.192,00; Giovano Borges, então no PSD, R$2.005,00 e Marcelo de Souza Brick, PSD, com R$1.333,00.

E entre os funcionários? O campeão no ano passado em diárias foi motorista Rui Donisete de Góis Vieira, com R$4.955,00. Ele foi seguido pelo comissionado Roni Jean Muller, com R$1.152 e que serve ao vereador Ciro. Então...

Os demais vereadores e funcionários estatutários ou comissionados, quando tiveram alguma diária paga em 2015, não chegaram perto da barreira dos R$1.000,00 no ano.

Contra ele próprio. O PSDB estadual “ouviu” os eleitores de Gaspar. Fez a pesquisa por telefone fixo. Não é piada, não. Se não foi armação, foi incompetência ou encenação. Dinheiro e tempo jogados fora. Coisa de gente que está desacostumada a participar de disputas. Nos últimos anos o PSDB de Gaspar foi embrulhado pelo PMDB. Em Blumenau era assim. Quando se alforriou, ganhou.

 

Edição 1749

Comentários

Herculano
16/05/2016 14:27
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA, SO PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO, O MAIS ACESSADO, O MAIS ATUALIZADO E O DE MAIOR CRÉDITO
Ponte do Vale
16/05/2016 14:19
Seu Herculano

Se o dinheiro que faltava da ponte do vale entrou na conta prefeitura de Gaspar no dia 13/05/2016, na sexta feira como é que a anta poderia ter liberado se na quinta feira dia 14 ela já não poderia fazer mais nenhum ato pois foi defenestrada do governo, então não foi obra do mentiroso do Décio Lima e sim dos nossos deputados federais do PMDB e do nosso presidente Michel Temer, essa turma continua mentindo e querendo tirar uma casquinha, fora Décio, fora Zuchi....
Ana Amélia que não é Lemos
16/05/2016 14:16
Sr. Herculano:

Do Blog do Aluízio Amorim:

"O presidente Michel Temer concedeu uma entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo. Para quem como este escriba não vê televisão está aqui uma oportunidade para conferir. A entrevistadora é a jornalista Sonia Bridi, coincidentemente uma catarinense que eu vi dar os primeiros passos na profissão atuando na RBS-TV aqui em Florianópolis. Constatei logo de cara que Bridi era do ramo. Sim, porque o jornalismo é mais ou menos como a música. Ou seja, não é para quem quer, mas para quem tem o traquejo inato.

Mas ao ver a entrevista me lembrei do Jô Soares entrevistando a 'presidenta' , evento que ficou para a história porquanto lançou a pá de cal sobre a carreira do Gordo.

De toda sorte, depois de 14 anos ouvindo Lula e Dilma, escutar o Presidente Michel Temer é um deleite, haja vista para o vernáculo escorreito que por mais de uma década foi triturado pela brutal ignorância dos inquilinos do Planalto.

Aleluia! Temer respeita a sintaxe. E isto por si só já é um ganho espetacular. Na verdade um alívio. Chega de passar vergonha."

Foi um governo bem descrito pela Dona Florinda do seriado Chaves: Gentalha! Gentalha! Gentalha!
Mariazinha Beata
16/05/2016 14:03
Seu Herculano;

Às 08:22hs - Sobre a renúncia de Dilma.
"A ideia seria fazer o caminho do ídolo Leonel Brizola, diputando o governo gaúcho ou o do Rio de Janeiro".

Nesta pesquisa de opinião pública concluída hoje pelo Instituto Paraná Pesquisas, o governo de Dilma é extraordinariamente mal avaliado pelo eleitor carioca:

Governo Dilma
Desaprovam, 68,8%
Aprovam, 26,9%
Sem opinião, 4,3%

Sobrou para os bombachinhas(by seu Sombrio).

Bye, bye!
Herculano
16/05/2016 13:16
FORA DE SINTONIA. TEMER DISCORDA DE DECLARAÇÃO DE MINISTRO SOBRE MINISTÉRIO PÚBLICO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. No primeiro episódio de desentendimento interno desde que assumiu o Palácio do Planalto, o presidente interino Michel Temer discordou nesta segunda-feira (16) declaração dada pelo ministro Alexandre de Moraes (Justiça) sobre a defesa na mudança no critério de escolha do procurador-geral da República.

Em posição divulgada por sua assessoria de imprensa, o peemedebista disse que pretende manter a tradição de escolher o mais votado da lista tríplice do Ministério Público Federal e ressaltou que "quem escolhe o procurador-geral da República é o presidente da República".

Em entrevista à Folha, o novo ministro defendeu que o governo federal não nomeie obrigatoriamente, para a chefia da Procuradoria-Geral da República, o mais votado em uma lista tríplice por integrantes da carreira. Ele disse ainda que o poder do Ministério Público é grande, mas não pode ser "absoluto".

Em nota, nesta segunda, Moraes afirma que não falou com o presidente interino Michel Temer sobre a proposta de alteração no processo de escolha do procurador-geral da República.

Segundo a nota divulgada por Moraes, o ministro "tão somente fez uma análise da previsão constitucional que garante plena autonomia da Chefia do Ministério Público da União".

A Constituição Federal não prevê a eleição interna na Procuradoria-Geral da República, mas a prática foi adotada nos governos petistas, que indicaram para procurador-geral sempre o primeiro da lista. A conduta era elogiada por membros do Ministério Público por em tese garantir maior autonomia ao órgão.

Na capital paulista, onde passou o final de semana com a família, o presidente interino embarcou há pouco para Brasília, onde terá uma reunião com dirigentes de centrais sindicais sobre proposta de reforma previdenciária, tema que encontra resistência nas entidades trabalhistas
Herculano
16/05/2016 12:48
UMA MANCHETE DO NYTIMES

Sem água, luvas e remédios, hospitais da Venezuela entram em colapso.

Mas, neão este o modelo de governo que o PT, PCdoB, PDT e outros defende e querem para o Brasil.

Entende-se a razão pela qual aqui morrem pessoas nas filas do SUS a espera de simples atendimento até vital tratamento de câncer. Wake up, Brazil! Acorda, Gaspar!
Sidnei Luis Reinert
16/05/2016 12:25
Mais uma prova de que X9 não saiu de dentro do governo.

O diálogo com Lula

Brasil 16.05.16 09:27
O Antagonista acusou Geddel Vieira Lima de ter aberto as portas do governo para Lula.

Nesta segunda-feira, José Roberto de Toledo voltou ao assunto:

"Em entrevista a Erich Decat, no Estado, o seminovo ministro da Secretaria de Governo de Temer, Geddel Vieira Lima, deu a extensão do acordo que se pretende: "Tenho muito apreço, carinho e respeito pelo ex-presidente Lula. (?) Nenhuma dificuldade de diálogo com ele. Tenho certeza de que, passado esse momento de emoção, o Lula (?) haverá de dar sua contribuição para o distensionamento".

Isolada, a frase parece trivial. Na atual circunstância da Lava Jato, cheira a convite para uma pizza de quibe com mortadela".

http://www.oantagonista.com/posts/o-dialogo-com-lula?platform=hootsuite
Sidnei Luis Reinert
16/05/2016 12:11
Delcídio do Amaral falará no Roda Viva sobre a Lava Jato no STJ - caso que corre "Oculto" no STF?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A guerra de todos contra todos, já batizada de guerra do fim dos imundos, atinge um ponto de altíssima tensão. A Operação Lava Jato, quem diria, começa a chegar também a um dos topos do poder Judiciário. Quem poderia imaginar que o Prpcurador-Geral da República, Rodrigo Janot, poderia pedir a abertura de uma investigação contra o presidente do Superior Tribunal de Justiça, Francisco Falcão, e o ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, alegando que os magistrado seriam suspeitos de patrocinar manobras em uma "conspiração judicial" para obstruir as investigações da Lava Jato, favorecendo os super-poderosos réus empreiteiros Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo (da Andrade Gutierrez)?

O caso é um terremoto seguido de tsunami porque o STJ é a segunda corte mais importante do País, com 33 ministros. Agora, está nas mãos do ministro Teori Zavascki a explosiva representação número 6016, conforme Ofício 89664 de Rodrigo Janot. O mais curioso é que o delicadíssimo pedido de investigação, feito em 27 de abril pela PGR, circula como procedimento "Oculto" no Supremo Tribunal Federal. Os casos "ocultos" atentam contra o artigo 37 da Constituição Federal porque, em função do alto sigilo envolvido, o caso sequer recebe um número para aparecer nos registros oficiais no sistema de consulta do STF. Sempre que o Judiciário é obrigado a investigar a si mesmo a transparência geralmente perde sua dimensão prescrita na Lei Maior do Brasil.

O caso oculto da Lava Jato no STF ganhará visibilidade forçada, nesta segunda-feira à noite, a partir das 22 horas, no Programa Roda Viva, transmitido pela TV Cultura para toda Rede Brasil. O entrevistado será o senador cassado Delcídio Amaral - justamente o responsável pela denúncia contra os ministros Falcão e Navarro. Delcídio também tem tudo para lançar bombas contra o senador Renan Calheiros, a Presidenta afastada Dilma Rousseff e o ex-Presidentro Lula da Silva. Pode sobrar para outros senadores que viraram a cara para Delcídio, depois que ele caiu em desgraça. Delcídio prometera fazer, nesta semana, adendos a suas delações premiadas. Vem mais bomba no ar

Tão ou mais grave que tal investigação "Oculta" sobre a cúpula do STJ na Lava Jato é a estranha decisão tomada pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, impedindo que fosse aberta uma investigação contra o senador Aécio Neves, presidente do PSDB. Em quatro páginas, Gilmar mandou suspender as diligências da Força Tarefa da Lava Jato e da Polícia Federal contra Aécio. Gilmar preferiu não dar bola para as delações premiadas de Delcídio Amaral. Simplesmente aceitou a tese enviada pela defesa de Aécio, alegando que eram fatos velhos, já motivos de arquivamento judicial, os pedidos de investigação sobre prática de corrupção passiva em contratos de Furnas e lavagem de dinheiro por meio de empresa de factoring ligada à sua irmã.

Se decisões como essa se repetirem, impedindo até diligências e investigações, a Lava Jato acabará indo para o brejo, punindo apenas alguns empresários e uns poucos políticos caídos em desgraça e pegos como "bodes expiatórios", para poupar outros grandes e poderosos chefões do maior escândalo de corrupção nunca antes visto na História do Brasil.
Michel
16/05/2016 10:28
Ano de eleição, ano sem fiscalização.

Ao lado do Pesqueiro Santa Maria está sendo construída uma casa de madeira, até então não teria problema, não chamaria atenção.

O problema que está sendo construída bem em cima de onde existe o projeto de passar o asfalto.
Projeto este pago pela comunidade e posto em pratica pelo impostos estaduais.

A Prefeitura não lembra desse projeto ? Cadê os fiscais ? Vão deixar construir, para depois a Prefeitura ter que indenizar ?
Herculano
16/05/2016 10:15
da série: o retrato acabado de como o PT não governa, conspira permanentemente, se escrupulos, ética, para ser poder sempre, enganar, mentir e destruir. Em Gaspar, é igual, afinal aqui é apenas uma franquia nacional de um projeto doentio onde o povo é mero detalhe para legitimar pelo voto, o poder conquistado por discursos para analfabetos, ignorantes,desinformados, dependentes e fanáticos presos ao aparelhamento de estado

O GOLPE ABORTADO, por Ricardo Noblat, de O Globo

Na manhã da última segunda-feira, depois de repetir que era vítima de um golpe e de excitar barulhentos militantes do PT reunidos para ouvi-la no Palácio do Planalto, a presidente Dilma disse que tinha um importante comunicado a fazer: Waldir Maranhão (PP-MA), presidente em exercício da Câmara dos Deputados, acabara de anular o resultado da votação que ali, em 17 de abril, aprovara o impeachment. "EU SOUBE AGORA, da mesma forma que vocês souberam", comentou Dilma. "Apareceu nos celulares de todo mundo que o recurso foi aceito e o processo suspenso. Eu não tenho essa informação oficial. Estou falando porque eu não podia fingir não saber da mesma coisa que vocês estão sabendo. Mas não é oficial. Não sei as consequências. Por favor, tenham cautela."

O RECURSO QUE ELA
mencionou, assinado por José Eduardo Cardozo, Advogado-Geral da União, pediu a suspensão do processo de impeachment na Câmara, acusando-o de estar repleto de erros. Ignorado por Eduardo Cunha, então presidente da Câmara, o recurso acabara aceito por Maranhão. Com isso, ficava ameaçada a votação do impeachment pelo Senado naquele mesmo dia.

DILMA MENTIU AOS
militantes do PT e aos que a escutaram país afora. Ela não soube pelo celular do que fizera Maranhão ?" soubera antes. A informação que ela tinha era oficial, ao contrário do que afirmou. Ela estava farta de saber, sim, quais seriam suas consequências. E tudo por um motivo muito simples: a tentativa de golpe contra o impeachment era comandada diretamente por ela.

EM TROCA DE TRÊS
cargos, um deles a presidência da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, e de apoio à sua candidatura ao Senado em 2018, Maranhão votara contra o impeachment. Assumiu a presidência da Câmara quando dali foi retirado Cunha por ordem do Supremo Tribunal Federal. Desde então, passara a ser assediado para ajudar o governo ainda mais.

A IDEIA DE ACATAR
o recurso de Cardozo foi levada a Maranhão pelo deputado Sílvio Costa (PTdoB-PE), o mais feroz pitbull do governo na Câmara. Ele admitiu examiná-lo. No sábado 7, Maranhão voou ao seu estado e discutiu a ideia com o governador Flávio Dino (PCdoB). No domingo, acompanhado por Dino, voltou a Brasília e jantou com ele e Cardozo no apartamento de Costa.

ENQUANTO JANTAVAM,
o vice-presidente Michel Temer telefonou três vezes para Maranhão. Os dois haviam combinado encontrar-se naquela noite. A cada ligação de Temer, Maranhão mostrava o celular a Cardozo como prova de que seu passe, doravante, valeria ouro. O jantar terminou quando Maranhão assentiu em anular o impeachment. Em seguida, foi levado à presença de Dilma.

NO PALÁCIO DA ALVORADA,
durante animada conversa regada a vinho chileno, Maranhão ouviu Dilma perguntar a Cardozo: "E Renan? Ele sabe?" Cardozo respondeu que sim. De Renan, como presidente do Senado, dependeria o êxito do golpe. Se ele referendasse o ato de Maranhão, ou se pelos menos o acolhesse para futura decisão a respeito, o impeachment empacaria.

AO DESPEDIR-SE DE DILMA,
Maranhão pensou que iria para casa. Não deixaram. Com receio de que ele fosse localizado por Temer e cedesse à tentação de aderir a ele, Cardozo, Dino e Costa convenceramno a passar a noite no Hotel Golden Tulip, onde Lula costumava hospedar-se. Foi lá que ele assinou o ato redigido por Cardozo, e recusado por Renan, de anulação do impeachment.
Herculano
16/05/2016 10:08
SINTO MUITO, DILMA, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

Com todo respeito e seriedade, digo à presidente Dilma: Sinto muito, querida. Presenciar sua despedida na quinta-feira (12), no Palácio do Planalto, não foi nada agradável. Foi triste e frustrante.

Digo isto com a liberdade de quem sempre fez críticas à senhora neste espaço. Ali, no segundo andar do Planalto, até auxiliares que detestavam a senhora, e eram muitos no palácio, também estavam tristes.

Foi estranho ver a primeira mulher presidente, com o passado de defesa da democracia, presa política e torturada, sair afastada do cargo num processo de impeachment.

Deu um nó na garganta assistir à senhora engolindo o choro naquele discurso, segurando as lágrimas que haviam escorrido pela sua face horas antes, que nos últimos dias revelavam o cansaço da batalha.

Sinto muito ao lembrar da candidata em 2010 e do primeiro ano de seu governo, em 2011. Um sinal de esperança no país. A senhora encarnava ali tempo de transformação.

Sei que a senhora diz ser vítima de um golpe. Tem lá suas razões. Mas você perdeu o rumo a partir de 2012 e nunca mais voltou ao prumo. Não deu ouvidos nem espaço para que lhe questionassem. Seu estilo assustava, não agregava. Deu nisso.

Apostou numa canoa furada que inventaram de uma nova matriz econômica. Pior, dobrou a aposta nos erros para se reeleger. Para encobri-los, pedalou como ninguém para tapar o buraco das contas públicas e gerar uma fantasia de país, distribuindo o que não tinha.

Resultado: deu o argumento jurídico, frágil, mas real e verdadeiro, àqueles que queriam te derrubar. Simplesmente a maioria do país. A senhora demorou a perceber isto.

Talvez nem agora perceba. Como até hoje não admite seus erros. Como usar na campanha de 2014 golpes sujos para se reeleger, tendo sido vítima de algo parecido em 2010.

Enfim, nada neste mundo, em todas as suas dimensões, é por acaso. Nem mesmo seu algoz na Câmara.
Herculano
16/05/2016 10:05
A CRISE ESTRUTURAL DO PT, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O problema do PT não é apenas o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. As dificuldades da legenda são mais graves, mais profundas e mais duradouras que o afastamento de Dilma do cargo de presidente. Quem faz essa afirmação não é a oposição. A deplorável situação do partido foi detectada por pesquisa realizada no final de 2015 pela Fundação Perseu Abramo, entidade criada pelo PT como espaço de reflexão política e ideológica. Os resultados do estudo foram tão negativos que o seu acesso foi proibido até mesmo a alguns integrantes da executiva nacional do partido. Só agora, a partir de reportagem do Estado, os dados vieram a público.

Feita apenas com eleitores que votaram em Dilma Rousseff em 2014, a parte qualitativa da pesquisa apontou uma enorme disparidade entre a anterior imagem do partido e a atual. Os entrevistados pela Fundação Perseu Abramo referiram-se ao PT antes do governo como "progressista, convincente, esperançoso, promissor, de futuro, realizador, forte, evolutivo, em ascensão, limpo, ótimo, sólido e do povo". Hoje, veem o PT como um partido "de direita, desacreditado, decepção, fracassado, sem expectativa, quebrado, deprimente, massacrado, desmoralizado, corrupção, ruim, dividido e traidor".

Os resultados da pesquisa quantitativa, feita com eleitores de todas as tendências, são igualmente ruins para a legenda. No ranking de preferência partidária, o PT passou de 28% em maio de 2014 para 14% em novembro de 2015. E a rejeição do PT aumentou de 18% para 32%. Se, em março de 2013, 52% dos eleitores diziam que o PT era o partido que defendia os brasileiros, agora são apenas 14%.

Tendo em vista o discurso de transformação apregoado pelo PT desde sua criação, é mais que significativo o dado revelado na pesquisa da Fundação Perseu Abramo: o porcentual de pessoas que veem o PT como o partido das reformas caiu de 43% para 9%. Ou seja, a imensa maioria da população detecta uma profunda incoerência entre o que o partido diz e aquilo que o partido faz.

Outro dado que mostra como a população brasileira não é indiferente aos males causados pelo PT é a defesa da extinção do partido por quase metade (46%) das pessoas ouvidas na pesquisa. Os entrevistados também não manifestaram muita confiança na honestidade dos membros do partido, quesito que desperta em 72% das pessoas um sentimento negativo. Apenas 13% afirmaram ter um sentimento positivo em relação à integridade dos petistas.

O estudo é incisivo sobre as causas da crise petista: "À corrupção se atribui a origem de toda crise ora vivenciada. De modo difuso entende-se que o partido foi se perdendo ao longo do tempo. Fez alianças que contrariam seus princípios de origem e 'entregou-se à ganância', colocando interesses pessoais ?" leia-se enriquecimento ilícito ?" acima dos interesses do povo e, consequentemente, traindo o ideário do próprio partido. Tornou-se um partido igual a todos os outros. E, nesse processo, perdeu sua identidade e a confiança dos brasileiros".

Para sair da profunda crise, alguns dirigentes do partido veem a necessidade de uma volta às origens, o que envolveria uma reconexão com movimentos sociais, além da depuração dos quadros partidários e do abandono de práticas ilegais. Isso, no entanto, parece estar ainda no plano da reflexão teórica. A depender de Lula, tudo fica como está ?" apenas muda a retórica. Como afirmou o ex-presidente numa reunião do partido em abril, "a elite nos empurrou de volta à luta de classes. Não fomos nós que pedimos".

Aos olhos de Lula, tudo o que o PT sofre é obra dos outros. Manifesta assim uma absoluta incapacidade de enxergar a realidade - foi ele quem empurrou o partido para a profunda crise na qual se encontra. É certo que Dilma Rousseff contribuiu eficazmente para o aumento da rejeição ao PT. Mas não resta dúvida de que o condutor do partido nessa trajetória de incoerência, corrupção e decepção foi Luiz Inácio Lula da Silva
Herculano
16/05/2016 10:03
O GRANDE NÚMERO DE ACESSOS DO PORTAL FIZERAM OS DEMAIS COMEREM POEIRA E COMPLICAR NA MANHÃ DE HOJE, MAIS UMA VEZ, A ESTABILIDADE DELE.

O portal Cruzeiro do Vale é o mais acessado por por três razões principais: é o mais antigo, é o mais atualizado e de maior credibilidade.
Herculano
16/05/2016 08:35
CONTRA O QUE MESMO?

"Quem resolveu protestar neste domingo estava se manifestando contra qual medida de Temer, se ainda não há nenhuma? Estava demonstrando seu desagrado com qual decisão do governo, se nada, até agora, foi anunciado porque, afinal, nem houve tempo? Estava se posicionando contra qual mudança de rumo, se mudança ainda não houve? Ou melhor: os dois anúncios feitos pelo presidente são positivos. Refiro-me ao corte de ministérios e à decisão de demitir ao menos 4 mil comissionados. Nesse caso, gente com vergonha na cara aplaude, não vaia.", por Reinaldo Azevedo, de Veja.
Herculano
16/05/2016 08:30
TEMER NÃO RECEIA SER "IMPOPULAR". E OS RUSSOS?, por Josias de Souza

Sob Dilma Rousseff, praticaram-se tantas barbaridades econômicas que não sobrou alternativa ao governo provisório de Michel Temer. O que vem por aí será uma mistura de apertos com reformas indigestas. O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) ainda não aviou a receita. Alega que é preciso ter segurança no diagósticoa antes de prescrever o medicamento. Após concluir o acurado levantamento das necessidades do paciente, mandará reforçar o purgante.

Ciente do que está por vir, Michel Temer repetiu em entrevista ao Fantástico o que dissera ao PSDB: se for confirmado no cargo, não cogita candidatar-se à reeleição em 2018. "Não é a minha intenção. Aliás, não é a minha intenção, e é a minha negativa. Eu estou negando a possibilidade de uma eventual reeleição, até porque isso me dá maior tranquilidade, eu não preciso praticar gestos ou atos conducentes a uma eventual reeleição. Eu posso ser até - digamos assim?" impopular. Desde que produza benefícios para o país, para mim é suficiente."

Beleza. Temer não se incomoda de "ser impopular". Agora só falta perguntar a opinião dos russos do Congresso. Deputados e senadores são os mesmos. E 2016 continua sendo um ano eleitoral. Se a coisa for bem feita, "os benefícios para o país" demorarão a aparecer. Antes, virão as críticas. E a maioria dos congressistas não costuma ter sangue-frio para segurar maus indicadores e a impopularidade deles decorrente.

Temer leva algumas vantagens sobre Dilma. Ele gosta de política, não tem a pretensão de se imiscuir na gestão da economia, rompe o ciclo de inação e fala português, não dilmês. Mas um pedaço da plateia, expressando-se no idioma das panelas, informou na noite passada que não está gostando do que ouve e enxerga. A entrevista de Temer foi gongada com um panelaço, o primeiro dedicado ao presidente interino. O barulho metálico soou em pelo menos cinco capitais.

Por ora, a única coisa que a sociedade aprova sem titubeios é a Operação Lava Jato. Nela, o PMDB ainda se apresenta como sócio do PT no assalto à Petrobras e adjacências. Ao empurrar investigados para dentro de sua equipe, Temer indicou que seu governo seminovo está mais próximo do problema do que da solução.

Inquirido sobre a situação do ministro Romero Jucá (Planejamento), Temer recobriu-o de elogios. Realçou que o personagem ainda não é réu no STF. "Não temos que pensar que o investigado vive uma espécie de morte civil", disse. E se o ministro virar réu? "Aí eu vou examinar". Nessa matéria, todos os que superestimaram sua invulnerabilidade deram-se mal.

Temer jura que não será candidato em 2018. Deveria encurtar seus horizontes. Talvez não consiga prever o que está por vir na próxima semana. Melhor cuidar dos minutos, que as horas passam.
Herculano
16/05/2016 08:22
DILMA PENSA EM RENÚNCIA PARA SER GOVERNADORA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Dilma Rousseff pretende repetir o gesto do ex-presidente Fernando Collor e renunciar antes de o Senado iniciar seu julgamento. Alta fonte petista diz que a renúncia passou a ser considerada após a aprovação da admissibilidade do impeachment no Senado por 55x22 votos. Para condená-la, 54 votos bastam. A ideia seria fazer o caminho do ídolo Leonel Brizola, disputando o governo gaúcho ou o do Rio de Janeiro.

OITO ANOS NO LIMBO
Confirmada a fortíssima possibilidade de impeachment, Dilma ficará inelegível por oito anos. A renúncia preservaria sua elegibilidade.

PALANQUE 24H
Dilma manterá estratégia de se vitimizar, repetindo à exaustão a lorota de "golpe" e mantendo mobilizada o que imagina ser sua militância.

VOLTA ÀS ORIGENS
A prioridade de Dilma seria disputar o governo do Rio Grande do Sul, onde se radicou. E foi até secretária estadual.

NÃO DEU CERTO
No caso de Collor não deu certo: na ocasião, o Senado ignorou a renúncia e decidiu manter o julgamento, aprovando o impeachment.

ATAQUES DE DILMA PIORAM SUAS RELAÇÕES COM STF
O discurso de Dilma após ser intimada a deixar o Planalto pode ter sido útil para inflamar a militância, mas piorou sua relações com Legislativo e principalmente com o Judiciário. Ministros do Supremo Tribunal Federal mal disfarçam a irritação com os ataques de Dilma, atribuindo o impeachment a uma "farsa jurídica" ou ao "golpe" no qual nem ela mesma acredita, ou teria alegado isso no próprio STF. E não o fez.

MÁ POLÍTICA
Às vésperas de um julgamento por crime de responsabilidade no Senado, não parece boa política insultar os próprios julgadores.

STF TE ESPERA
Condenada no Senado, Dilma poderá ainda ser processada e julgada no STF, como aconteceu com Fernando Collor.

PAPAGAIO
Após o discurso de Dilma, o ex-ministro Jaques Wagner repetiu o insulto de fantasiosa "farsa jurídica" às instituições e sobretudo ao STF.

PF NA PORTA
São fortes os rumores, em Brasília, sobre iminente nova fase da Lava Jato envolvendo ao menos três ex-ministros de Dilma: Jaques Wagner, Ricardo Berzoini e Antonio Palocci. Todos sem foro privilegiado.

OUTRO PAPO
O Ministério das Relações Exteriores não seguiu a orientação de Dilma para sumir documentos, registros, arquivos de computador etc, para dificultar a vida do novo governo. A Casa de Rio Branco é outro papo.

ARROGÂNCIA DE SEMPRE
Dilma não abandonou a grosseria nem no último dia de presidente. Funcionários do Planalto que esperavam para poder cumprimentá-la e tirar fotos foram recebidos com a delicadeza habitual: "Vocês já estão querendo me ver pelas costas? Acham que eu já cai?", acusava.

DESRESPEITO
"É um desrespeito com o dinheiro do contribuinte", afirmou o senador Antônio Reguffe (sem partido-DF), sobre Dilma e Eduardo Cunha, que, mesmo afastados, podem passear com jatinhos da Força Aérea.

#RENUNCIACUNHA
Líderes partidários começam a pressionar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pela renúncia à presidência da Câmara. Querem abrir a vaga para obrigar Waldir Maranhão (PP-MA) a convocar nova eleição.

PREFEITO EDINHO
O ex-ministro Edinho Silva (Comunicação Social), enrolado na Operação Lava Jato, já definiu seu futuro político, agora que se livrou do governo Dilma vai disputar a prefeitura de Araraquara (SP).

ELITE VACINADA
Antes de ser afastado, Eduardo Cunha bancou a vacinação dos servidores da Câmara contra a gripe H1N1. No Senado, Renan Calheiros autorizou vacinação só dos senadores, alegando economia.

FORA DE CONTROLE
Para o deputado federal Augusto Coutinho (SD-PE), Waldir Maranhão está perdido, sem saber o que fazer. "Quando tomar conhecimento, ele renunciará (à vice-presidência)", afirma o pernambucano, esperançoso.

PERGUNTA NA ESPLANADA
Preenchendo um ministério com base em quotas, Michel Temer faria um governo mais competente?
No dia da família, a família PSD, PT e PSB
16/05/2016 08:10
Rola nas redes sociais belíssimas imagens da família PSD, PT e PSB unidos. Marcelo, Giovano, Zuchi, Mitinho, Amarildo, Betolde, Fernando Neves. Estão juntos sem dúvidas. E não adianta negar.
Herculano
16/05/2016 08:00
UM PAÍS COMPLICADO, por Vinicius Mota, para o jornal Folha de S.Paulo

Jornalistas dos principais veículos de comunicação do Brasil integramos elevados estratos de renda e escolaridade. As ideias predominantes em nosso círculo são o progressismo, nos costumes, e o paternalismo, na economia.

O quadro muda nos 90% da população logo abaixo. Os brasileiros desse largo espectro, bem mais pobres e bem menos instruídos, são em regra conservadores na conduta, embora também adeptos do protecionismo estatal no domínio econômico.

O resultado da interação democrática entre a população eleitora e seus representantes, portanto, pende para o segundo tipo. O processo seleciona políticos conservadores nos costumes e antiliberais na economia.

O eleitor médio, ainda muito dependente do Estado, exige dos políticos mais proteção. Por isso, deputados de esquerda, do centro e da direita são majoritariamente gastões nas suas demandas ao Tesouro.

Essa característica, somada ao deslocamento demográfico de segmentos especializados na narrativa e na interpretação (jornalistas e intelectuais), faz do Brasil um país complicado. E difícil de traduzir.

Aqui um oligarca, Antonio Carlos Magalhães, patrocina o Fundo de Erradicação da Pobreza, fiador dos programas que confluem no Bolsa Família. O coronel baiano arranca o dinheiro à força do príncipe da sociologia uspiana, de extração marxista.

Aqui a centro-direita impulsiona a universalização do ensino básico público, bem como o incremento de sua qualidade. A esquerda - atrelada ao corporativismo docente e aos privilégios das universidades estatais - e os velhos desenvolvimentistas - que jamais deram trela para o assunto - são forças de resistência.

O governo Temer parece mais conservador nos costumes e mais liberal, por pura necessidade, na economia. Aproxima-se do eleitor no primeiro caso, mas se distancia no segundo. Nos dois traços, afasta-se do jornalista e do intelectual médio.
Herculano
16/05/2016 07:56
O TROCO DO PT, PCdoB, PDT, CUT, MST, UNE, MTST OUTROS E SEM ORIGINALIDADE. ENTREVISTA DE MICHEL TEMER, DEPOIS DO PMDB SERVIR DE FACHADA MODERADA PARA A ESQUERDA CHEGAR AO PODER E DE LÁ NÃO QUERER MAIS SAIR APOS COLOCAR O PAIS NA BANCARROTA, É RECEBIDA COM PANELAÇOS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. A entrevista do presidente interino Michel Temer ao programa "Fantástico" da TV Globo na noite deste domingo (15) gerou protesto em ao menos cinco capitais.

Foi a primeira entrevista de Temer à TV desde que ele assumiu a Presidência, no último dia 12, após a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff pelo Senado.

Em São Paulo, panelas foram ouvidas em Pinheiros, Higienópolis, Santa Cecília, Bela Vista, Consolação, Saúde, Vila Mariana, Vila Madalena e Pompeia. O protesto teve ainda gritos de "golpista", vaias, apitos e buzinas.

No Rio, houve protestos em Santa Teresa, Ipanema, Flamengo, Botafogo, Copacabana e Laranjeiras. Além do barulho de panelas e apitos, pessoas gritavam "Fora Temer" ou "Temer golpista".

Na praça São Salvador, reduto boêmio em Laranjeiras, houve protestos nos bares, enquanto a entrevista era transmitida em aparelhos de TV.

Moradores de Porto Alegre gritaram "golpista" e "fora Temer". As palavras de ordem foram acompanhadas de panelaços e buzinaços. O fenômeno ocorreu no centro da cidade e nos bairros Cidade Baixa, Menino Deus, Petrópolis, Bom Fim e Rio Branco. Além do barulho, os manifestantes acenderam e apagaram as luzes de suas casas enquanto Temer falava.

Em Brasília e Belo Horizonte, também houve panelaço. O protesto teve início por volta das 22h10 e durou cerca de 30 minutos.

Os panelaços se tornaram uma forma popular de protesto contra a presidente afastada Dilma Rousseff durante seus pronunciamentos na TV.

O primeiro foi registrado no Dia da Mulher, 8 de março, do ano passado, quando Dilma foi alvo de panelaços em ao menos 12 capitais.

PORTO ALEGRE

Dilma está em Porto Alegre desde a noite de sexta-feira (13) para passar o final de semana com sua filha Paula Araújo e os dois netos, Gabriel e Guilherme. No sábado (14), algumas pessoas deixaram flores na portaria do seu apartamento e um grupo feminista prestou uma homenagem.

A Frente Brasil Popular (FBP) tentou promover dois atos que acabaram cancelados. O primeiro deveria ser na sexta à tarde. Porém, Dilma adiou a viagem para conceder uma entrevista coletiva aos veículos de imprensa internacionais. No domingo, simpatizantes fariam um ato de desagravo no aeroporto Salgado Filho, durante sua partida. Entretanto, a presidente afastada adiou a viagem de retorno para segunda (16) por causa do mau tempo ?"choveu intensamente durante todo domingo em Porto Alegre.

Ainda não há confirmação se seu avião partirá do aeroporto Salgado Filho ou da base aérea de Canoas, na região metropolitana, onde costuma embarcar.
Herculano
16/05/2016 07:50
O PT JÁ DECIDIU. OU ELE, PCdoB, PDT, CUT, MST, UNE, MTST... FICAM NO PODER OU NINGUÉM GOVERNA O BRASIL. A ESQUERDA DIZ NÃO HAVER DIÁLOGO COM TEMER E PLANEJA INTENSIFICAR PROTESTOS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Thiago Amâncio. "Fruto de golpe", "sem legitimidade", "não venceria nas urnas". A Folha ouviu lideranças de cinco movimentos sociais que levaram multidões [?] a protestos contra o impeachment sobre as perspectivas de atuação durante o governo Temer, que garantem: não reconhecem o mando do presidente interino e não vão sair das ruas.

"Seremos oposição e não há diálogo", afirma Raimundo Bonfim, coordenador-geral da CMP (Central de Movimentos Populares) e membro da coordenação nacional da Frente Brasil Popular, congregação de 65 movimentos sociais que organizou grandes atos no Vale do Anhangabaú e na avenida Paulista, em São Paulo.

"Nós entramos a partir de agora em um período de instabilidade social", afirma o líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos.

"É de se esperar em qualquer governo, ainda mais em um governo ilegitimo que corte os recursos da moradia, uma onda de ocupações. Não há outra alternativa aos milhões de trabalhadores sem teto que não ocupar", diz.

Posição similar tem o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). "Continuaremos fazendo as nossas lutas em defesa da reforma agrária, ocupando latifúndios e reivindicando crédito e políticas públicas para os assentamentos", diz João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do grupo.

"Nossa relação é estritamente de pressão e luta, de negação e contrariedade", diz Thiago Ferreira, da coordenação do Levante Popular da Juventude, que ganhou notoriedade após promover uma série de "escrachos" de políticos e entidades a favoráveis ao impeachment.

O Levante promete "continuar perseguindo e escrachando o Temer por onde ele for, denunciando seu papel como grande promotor do golpe" até derrubar o presidente interino.

"Não dá para ter um presidente representando o povo brasileiro sem intenção de voto nas pesquisas, com um programa que o povo não escolheu", diz Carina Vitral, presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes).

Ela lembra que o novo ministro da Educação, Mendonça Filho, é do DEM, partido que entrou com ação de inconstitucionalidade no STF contra as cotas e o Prouni. "Com esse tipo de governo não há diálogo", completa.

FINANCIAMENTO

A promessa de protestos constantes exige recursos para isso. Os movimentos, no entanto, contam principalmente com o próprio bolso.

O Levante diz haver "participação muito grande da sociedade", com doações de dinheiro por parte da militância e de alimentos e serviços no caso de ocupações em escolas, por exemplo.

"Temos uma militância que faz política sem convênio com o Estado e sem patrocínio de empresas", diz Bonfim.

Para pagar os ônibus como os que levaram manifestantes a Brasília, por exemplo, os militantes fazem rifas, contam com doações de associações de moradores e fazem vaquinha para dividir os gastos, afirma ele.

Sem recursos para grandes mobilizações, a atuação da UNE no decorrer do processo de impeachment foi "bem mais local, nas universidades, com baíxissimo custo", diz Vitral. Na votação da Câmara, contaram com financiamento coletivo de militantes e simpatizantes. "Mas esse não é o cotidiano", afirma.

É o mesmo discurso do MST. "Sempre fizemos nossas lutas com dinheiro e infra-estrutura própria da base ou solidariedade de outros setores, nunca precisamos de dinheiro público para nossa atividades", diz Rodrigues.
Paty Farias
15/05/2016 19:25
Oi, Herculano:

Do jornalista Políbio Braga;

"O governo Michel Temer já descobriu que a estatal federal TV Brasil, criada pelo PT, custa R$ 6 bilhões aos contribuintes desde que foi fundada no governo Lula em 2007.

E avisou que vai reformar.

Melhor seria varrer do mapa."

Fechando as "torneiras" do desperdício, não há necessidade da horrorosa CPMF.
Sujiro Fuji
15/05/2016 14:26
Vamos compartilhar:

#lulapresoeuquero
Mariazinha Beata
15/05/2016 14:23
Seu Herculano;

Para descontrair.
Ao ler o comentário que finaliza:

"A corda Herculano ... A corda".

Me lembrei do tempo de infância em que assistia aos filmes nacionais do Mazzaropi que por certo respondia:

"A corda tá amarrada no barde encima do poço".
KKKKKKKKKKKKK ...
Bye, bye!
Herculano
15/05/2016 10:08
MARIA ANTONIETA, Carlos Heitor Cony, para o jornal Folha de S. Paulo

Não sei quem disse pela primeira vez que Deus escreve certo por linhas tortas.

Pessoalmente, acho que é ao contrário: Deus sempre escreve errado por linhas que às vezes são certas. De qualquer forma, os acontecimentos desta semana trágica são uma prova que dá razão às duas versões e deixam Deus numa situação parecida com a de Eduardo Cunha: não se pode mais confiar nos dois, nem em Deus, nem em Cunha. Muito menos em mim.

O afastamento de Dilma Rousseff é a prova de ambas as hipóteses. Sofreu um impeachment por uma causa que está sendo discutida e será por muito tempo: crime de responsabilidade. É um assunto que pode ser discutido até que a vaca tussa. As pedaladas fiscais também podem ser discutidas até um século antes do Nada.

No entanto, o seu afastamento não foi injusto, pelo contrário, foi uma medida útil e necessária para o bem do povo e do Brasil. Ela entrou em campo substituindo Lula, que é ao mesmo tempo o titular e o dono do PT que ficou desmoralizado.

Bem ou mal, em seus oito anos de governo, ele fez coisas boas, apesar da pretensão de fazer de seu partido o dono absoluto e eterno do poder. Por muitos motivos, quebrou a cara ao indicar um poste de saias para levar adiante o seu plano mirabolante.

Bem verdade que a nação não afastou dona Dilma por causa das pedaladas fiscais e muito menos por causa de um crime de responsabilidade. A causa única e bastante para o seu afastamento foi a sua incompetência e arrogância, que criaram milhões de desempregados sem criar um mercado de trabalho para absorvê-los. Pelo contrário: jogou o Brasil no fundo do poço com a desculpa de alguns planos sociais, que na verdade foram criados pelo seu antecessor.

Maria Antonieta tentou impedir a Revolução Francesa mandando dar brioches ao povo faminto. Não adiantou. Terminou na guilhotina.
Herculano
15/05/2016 10:05
DILMA CAI, MADURO PERDE, por Clovis Rossi, para o jornal Folha de S. Paulo

Em meros seis meses, a Venezuela bolivariana perdeu dois dos seus já poucos aliados na América do Sul, exatamente os dois países mais importantes no subcontinente (Argentina, primeiro, e Brasil, agora ).

No caso da Argentina, deu perda total: Cristina Kirchner era uma defensora incondicional do chavismo, até porque seu governo, como o de seu marido, recebia precioso financiamento de Hugo Chávez.

Mauricio Macri, o novo presidente, antes mesmo de assumir, já propunha impor à Venezuela a cláusula democrática do Mercosul, no pressuposto que se tratava de uma ditadura, incompatível, portanto, com as regras do grupo.

No caso do Brasil, a perda talvez seja ainda mais terrível, pela simples e boa razão de que o país pesa mais no cenário global e, portanto, ainda mais no panorama regional.

É verdade que o governo Dilma já vinha se afastando dos amigos bolivarianos. Mas, ainda assim, o fazia com aquela paquidérmica lentidão que é uma característica permanente da diplomacia brasileira.

A nota de sexta-feira (13) criticando os bolivarianos em geral já é um primeiro sinal. Mas foi apenas reação a um ataque. Falta agora a ação, a iniciativa.

Há uma segunda ressalva a fazer na expectativa de que José Serra à frente do Itamaraty representará perda total para a Venezuela: o novo ministro, por sua formação centrada na economia, tenderá a dar prioridade à negociação de acordos comerciais, território de que o Brasil ficou afastado nos últimos muitos anos.

A propósito, Brasil e União Europeia acabam de trocar as ofertas indispensáveis para eventualmente fechar um acordo de livre comércio, que é negociado desde 1995.

Logo, é razoável supor que Serra poderá, nessa seara, aterrissar já acelerando.

Mas seria um erro deixar de lado o dossiê venezuelano. Afinal, Serra já disse, como senador, que a Venezuela é uma "ditadura". Não é exatamente assim, mas não fica muito longe disso.

Logo, seria coerente que o novo ministro desse todo o apoio ao esforço da oposição para convocar o chamado "referendo revogatório" do mandato do presidente Nicolás Maduro.

Como Maduro é um fracasso administrativo muito mais portentoso do que Dilma Rousseff, caberia ao vizinho Brasil, além disso sócio no Mercosul, apoiar uma saída que permita salvar a Venezuela de uma crise aparentemente terminal.

Sugiro a Serra, como leitura inicial a respeito, o texto para "The Atlantic" dos analistas venezuelanos Francisco Toro e Moisés Naïm, que já foi colunista da Folha.

Dizem, para começar: "O que o país está enfrentando é monstruosamente único. É nada menos do que o colapso de uma nação grande, rica, aparentemente moderna, aparentemente democrática, a poucas horas de voo dos Estados Unidos" [e do Brasil, acrescento].

Não é exagero. A mazela venezuelana (recessão impressionante, inflação recorde mundial, criminalidade idem, escassez de quase tudo) é arquiconhecida.

O hiperativo Serra vai assistir inerme ao colapso?
Herculano
15/05/2016 08:22
A DESGRAÇA DOS SALVADORES, por Fernando Gabeira, para o jornal O Globo

Parte 1

Passei dia e noite ouvindo discursos. O último nome de senador que ouvi foi o de Vicentinho, que viajava num carro negro para entregar a Dilma a notícia do fim de jogo. A longa sessão foi um pouco diferente da Câmara. Mais discursos, menos gestos. Ainda assim, creio que já havia amanhecido, ouvi o senador Ivo Cassol dedicar quase toda sua fala à pílula do câncer. Para ele, Dilma estava caindo porque hesitou em colocar laboratórios oficiais produzindo a pílula. Foi a única saudação aberta ao obscurantismo. O dia já estava claro, e consultava a lista de oradores como nos desfiles de escola de samba, aqueles em que algumas aparecem já com dia claro.

Quando olho para trás, ainda meio tonto de cansaço, tento alinhar algumas ideias verdadeiramente sinistras, aquelas que levaram a esquerda brasileira a essa derrota histórica. Seduzir-se pelo chamado socialismo do século XXI é uma delas. Costumo compará-la aos pedaços do Muro de Berlim, não os verdadeiros que foram vendidos logo após a queda. Com as fortes vendas, os camelôs de Berlim tiveram que falsificar pedaços do muro para atender à demanda.

O socialismo do século XXI tornou-se atraente na América do Sul com a vitória do chavismo. A ideia era conquistar o governo pelo voto e, progressivamente, dominar as instituições autônomas: Congresso, Judiciário, Forças Armadas e, dentro das possibilidades, a imprensa. O modelo teve êxito na Venezuela, se podemos chamar de êxito um regime que empobreceu o país e cria enormes filas até para comprar papel higiênico. Lá foi possível dominar o Congresso, ganhar as principais disputas na Justiça e ter comandantes militares partidários do governo. A imprensa independente foi mantida sob intenso ataque.

No Brasil, essas expectativas começaram a falhar no mensalão. Para dominar o Congresso, era preciso injetar muito dinheiro nos partidos aliados. O escândalo acabou sendo descoberto, e um juiz indicado pelo governo do PT, Joaquim Barbosa, conduziu o inquérito com admirável lisura. Os militares brasileiros mantiveram-se distantes do choque partidário. A imprensa, cortejada pelo PT nos seus tempos de oposição, foi demonizada. Não porque tenha, através da investigação, descoberto os grandes lances da corrupção. Ela noticiou o resultado do trabalho de duas instituições também autônomas: Polícia Federal e Ministério Público, em sintonia com o juiz Sérgio Moro.
Herculano
15/05/2016 08:22
A DESGRAÇA DOS SALVADORES, por Fernando Gabeira, para o jornal O Globo

Parte 2

Uma outra ideia sinistra que sobreviveu na esquerda brasileira foi que os fins justificam os meios. No fundo, isso significa dizer: estou fazendo o bem, danem-se as regras democráticas. Para avançar nesse terreno contaminado, tornou-se necessário desenvolver uma nova língua e prosseguir com a tática já esboçada na campanha: culpabilizar os seus críticos.

Se na campanha eram chamados de preconceituosos os que tinham reservas sobre as ideias e atitudes de Lula, no governo tornaram-se, principalmente, reacionários a serviço das elites. Ao optar sempre pelo contra-ataque, o PT não percebia que a crise se aprofundava e o partido se afastava cada vez mais da única possibilidade de superá-la: um esforço de união nacional. O PMDB, como sócio menor, fez muitas coisas erradas em parceria com o PT. Nunca embarcou, entretanto, no discurso nós contra eles, nem se refugiou numa suposta superioridade moral em relação aos seus críticos. A chance, ainda que precária, de realizar um tipo de união nacional, ideia sedutora em crises profundas, acabou levando as águas para os moinhos do PMDB. Era uma questão de tempo.

A troca não significa substituir um esquema corrupto por algo puro e imaculado. Mas é sempre possível denunciar as falcatruas das raposas do PMDB sem que te acusem de estar a serviço das elites e afirmem sua superioridade moral como portadora de um projeto único de salvação.

Nesse sentido, o choque com o PMDB abre uma chance de recuperar um diálogo político, sem, necessariamente, se defender de estar a serviço das elites, colonizadores de olhos azuis, brancos, machos e heterossexuais. Esse processo de critica à esquerda para mim já está se encerrando, pois acredito que ela própria terá de refletir sobre os caminhos que a levaram a esse fracasso. O mais importante é olhar para a frente, inventariar o rombo deixado nas contas nacionais e a amplitude do processo de corrupção.

Não é preciso parar a reconstrução. Mas, se não tivermos todos os dados sobre nossa desgraça econômica, será difícil traçar um caminho realista para superá-la. Quanto ao processo de corrupção, nunca é demais esquecer que os governos Collor e Dilma caíram sob acusações semelhantes. E olha que tanto Collor como o PT, nos palanques das diretas, eram as estrelas do futuro. Caçador de marajás, Collor prometia combater a corrupção, e Lula defendia a ética na política. Hoje, ambos são acusados no escândalo do Petrolão. Nossa jovem democracia falhou nesse quesito.

Em vez de acreditar em salvadores, será preciso conhecer e discutir as condições básicas que levam os governos brasileiros à ruina moral, independentemente de suas propostas moralizadoras. Redentores caíram no mesmo buraco. São responsáveis por seus erros, mas também é preciso desmontar as armadilhas do caminho
Herculano
15/05/2016 08:20
PT NÃO TEM PLANO B, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Os fatos e as fotos que registraram a passagem de Luiz Inácio da Silva no último dia de Dilma Rousseff no exercício da Presidência da República, disseram mais que todas as análises de especialistas e discursos de petistas sobre o futuro do partido, em sua volta para a oposição e a necessidade de encontrar o cominho do recomeço a partir da estaca zero.

O silêncio, o retraimento e o semblante desolado do ex-presidente no dia fatídico - para não dizer "histórico", devido à banalização do termo -, tanto podiam ser vistos como sinais de desnorteio quanto serviriam para traduzir a consciência de que, ao fim e ao cabo, foi ele o grande responsável pelo fim melancólico de um ciclo de glórias.

"Não merecíamos isso", parecia querer dizer diante da derrota arrasadora de um partido que se acostumou a colecionar vitórias. Na realidade, os petistas não precisariam estar passando por isso, caso tivessem preparado as respectivas cabecinhas para assumir o poder. Partindo do princípio de que é algo que se exerce com moderação, principalmente quando se tem muito dele à disposição. O abuso dessa preciosa matéria-prima, nas democracias, leva à perdição.

Se o constrangimento de Lula, praticamente escondido atrás de Dilma (sua genial invenção) quando iam ao encontro do povo na saída do Palácio do Planalto em clima muito diferente daquele de saudação nacional de janeiro de 2003, decorria da constatação realista sobre os motivos da derrocada, melhor para ele e seu partido. Há boas chances de recuperação. Afinal, o PT não é um agrupamento de venais. É, antes, uma agremiação que se deixou tomar pelas venalidades da ambição, do DNA firmado na lógica do atrito e pela ideia equivocada de que ao governante vencedor de eleições tudo é permitido.

Agora, a questão não é nem só para onde ir, mas como ir. Seria exagero dizer que o PT acabou, mas é fato que se colocou na trajetória descendente de legendas que se perderam ao longo do tempo. Um exemplo (sempre guardadas as proporções) é o ex-poderoso PFL, hoje reduzido a um acanhado DEM que tentou, mas não soube se reinventar ao querer se livrar da má fama de fisiológico, coronelista e obsoleto.

Dos 91 deputados federais que tiveram no seu auge (a eleição de Lula), os petistas têm hoje 57. Dos 148 deputados estaduais eleitos com Dilma em 2010, restam 96. O número de prefeitos caiu de 818 (em 2004) para 544. Os vereadores aumentaram expressivamente (de 1.977 em 2002 para 5.185). Há, no entanto, uma eleição municipal pela frente na qual todos os partidos terão dificuldades por causa do fim das doações de pessoas jurídicas, mas ao PT vão se apresentar obstáculos adicionais.

A maior delas decorrente da perda do poder central e, com ela, dos instrumentos de mobilização do eleitorado dos pequenos municípios e, nas grandes cidades e capitais, da crescente rejeição ao discurso (aliás, qual?) petista. Raros também serão os candidatos e partidos dispostos a fazer alianças com o PT, que terá um baque em suas contas com o fim do dízimo recolhido dos filiados postos em cargos de confiança. Isso sem falar nos presumíveis efeitos da Lava Jato.

O horizonte não é favorável e as ideias até agora lançadas para o PT se reorganizar indicam a falta de um plano B delineado para atuar como oposição. Das hipóteses cogitadas ?" caravanas de Lula para animar a militância, montagem de um gabinete de resistência no Palácio da Alvorada, denúncia do "golpe" e não reconhecimento da legitimidade do governo Temer, organização de uma frente de movimentos sociais, defesa de novas eleições já, entre outras ?" todas foram testadas e devidamente fracassadas enquanto o PT estava no comando e na posse do direito de manejar recursos públicos.

Por mais razão não é crível que o partido consiga executá-las depois de apeado do poder.
Herculano
15/05/2016 08:04
ORDEM E PROGRESSO, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

A marca "Ordem e Progresso" não apenas prestigia o lema positivista da bandeira brasileira como contém uma comparação entre o governo que entra e o governo que sai, por ora, temporariamente. A intenção de Michel Temer é dar "ordem" à bagunça na administração direta, nas estatais, nos fundos de pensão e nas agências, além de tomar medidas duras, mas necessárias, para interromper o ciclo de recessão e retomar um ritmo de "progresso".

Foi nessas duas direções que Temer montou um ministério que em muitos casos não faz nenhum sentido para a opinião pública em geral (e já apanha de corporações e nichos), mas faz sentido quando ele tem de enfrentar com coragem o problema mais urgente: o rombo das contas públicas. A redução de ministérios, o enxugamento da máquina e sinais de austeridade são apenas sinalizações, mas, quando Temer tenta fazer, a gritaria é ensurdecedora.

Muita calma nessa hora. Itamar, Fernando Henrique, Lula e Dilma tiveram uma trégua ao assumirem a Presidência. Por que não dar uma trégua a Temer, que chega em circunstâncias muito mais difíceis, em meio a um somatório inédito de crises?

Criticar, sim, mas jogar contra, neste momento, extrapola para a irresponsabilidade. A estreia do homem forte da economia, Henrique Meirelles, mobilizou o mundo político e empresarial e o que ficou claro é que a situação fiscal do governo, já dramática, é ainda pior do que se imagina. Vem aí uma auditoria nas contas, para ver o tamanho real do buraco.

Aliás, um dos ralos visados pela equipe de Temer é nos programas sociais, não só para identificar o "mau uso" por incompetência, como disse Meirelles, mas também para descobrir como, quanto e para quem flui, ou pode fluir, o financiamento de CUT, MST, UNE e MTST, que ameaçam infernizar a vida do novo governo. A intenção é secar a fonte, mas distinguindo o que é "programa social" e o que é gás para "grupos articulados" (e inimigos). Um terreno pantanoso.

Em seu derradeiro discurso, enquanto militantes agrediam jornalistas, Dilma acrescentou um novo item na lista para minar a imagem e as chances do presidente interino. Antes, ela dizia que Temer acabaria com os programas sociais e bombardearia a Lava Jato. Na saída, disse que ele também iria "reprimir os movimentos sociais". Foi uma casca de banana para o sucessor e uma senha para a militância petista.

O governo não pode se expor a cenas de batalha campal, mas também não pode assistir passivamente a um punhado de gatos pintados, numa nova versão dos black blocs, queimando pneus, bloqueando estradas e prejudicando milhares de cidadãos que precisam ir e vir para escolas, fábricas, lojas e escritórios, além de caminhões carregados de mercadorias. Nem pode ser truculento, nem pode ser omisso. Dilma e os militantes trabalham para que seja truculento.

No fim, ela também lançou outra senha: o marketing contra o impeachment "no mundo". Lula, primeiro, e Dilma, depois, foram lenientes com Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua. Essa brincadeira acabou. Já na sexta-feira, José Serra iniciava o resgate do Itamaraty e a guinada da política externa, lançando notas em tom diplomático, mas duras, contra a ingerência indevida e atrevida desses "bolivarianos" e da Unasul em questões internas.

O grau e a forma da "repressão aos movimentos sociais" podem ser discutíveis, mas a reação brasileira à acusação ou insinuação de "golpe" é inquestionável. E, com certeza, sob aplausos da esmagadora maioria da população, que está cansada dessa lengalenga da esquerda falida da América Latina. A Unasul e os bolivarianos que cuidem da Venezuela, país estraçalhado, onde as pessoas nem têm o que comprar e comer. Aliás, o que anda faltando por lá é um bom, legal e saudável impeachment...
Herculano
15/05/2016 07:43
LULA E A MANIPULAÇÃO DO RADICALISMO, por Elio Gaspari na coluna que publicou nos jornais O Globo e Folha de S.Paulo

Estava estranho aquele Lula logo atrás de Dilma Rousseff enquanto ela discursava para a militância petista. Ausente, cofiava o bigode, alisava a barba, enxugava o rosto e raramente olhava para ela. Aplaudiu poucas vezes e apressou-se com as palmas quando percebeu que Dilma concluiria. Era um momento penoso, fazia um calor de rachar e sua camisa estava ensopada, mas Lula é um profissional de palanque. Um simples gesto teria cortado esse constrangimento explícito.

A rainha de copas saiu do baralho, mas o rei de paus está na mesa. Gilberto Carvalho, assessor e confidente de Lula durante os dois mandatos em que governou o país informou: "Ele vai continuar a luta. Vai andar pelo Brasil todo" buscando uma "unidade de ação" contra o governo de Temer.

Lula promete "percorrer o Brasil" desde 2014, quando começou a Lava Jato. Promete, mas não vai. Já se foi o tempo em que percorreria o Brasil de ônibus juntando multidões e simpatia. Seus últimos percursos deram-se em jatinhos de amigos. Admita-se que ele de fato tente formar uma frente oposicionista ao governo Temer.

Com 13 anos de poder, o comissariado petista tem conhecimentos para fazer oposição parlamentar, tanto a construtiva como a destrutiva. (Tem também um arquivo superior ao do juiz Sergio Moro, mas deixa pra lá.)

Contudo, no universo político de Lula aparece outro tipo de oposição. Em fevereiro do ano passado ele avisou: "Quero paz e democracia, mas também sabemos brigar. Sobretudo quando o Stédile colocar o exército dele nas ruas." (A ver se João Pedro Stédile tem exércitos sem verbas oficiais.)

Poderia ser um arroubo de palanque, mas os grampos que captaram suas conversas telefônicas informam que na noite de 9 de março passado Lula contou ao presidente da CUT: "Hoje eu disse para os senadores que eu não quero incendiar o país! Eu sou a única pessoa que poderia incendiar esse país... Eu não quero fazer como Nero, sabe? Não quero! Sou um homem de paz, tenho família."

Lula sempre manipulou habilmente o radicalismo alheio. Não é a toa que estão na cadeia grandes empresários, o tesoureiro do PT e José Dirceu, chefe de sua Casa Civil. Todos foram para lá levados pela cobiça, nenhum por delitos decorrentes do radicalismo político.

O imaginário petista parece estar esperando um passo em falso de Temer. Discursando dentro do Planalto, Dilma especulou sobre a conduta de "um governo que não terá a legitimidade para propor e implementar soluções para os desafios do Brasil, um governo que pode se ver tentado a reprimir os que protestam contra ele." Pouco depois, falando à militância, repetiu a praga.

Assim, são duas as cartas manipuladas. Lula com a ameaça do incêndio e Dilma com o verbo "reprimir". Se as coisas continuarem no campo da retórica, tudo bem. Desde 2013, o povo vai à rua, o Brasil mudou com muito pouca violência. Além disso, no Brasil de hoje há um professor de direito constitucional na Presidência e outro, Alexandre Moraes, no Ministério da Justiça. Tanto Temer como Moraes são também ex-secretários da Segurança de São Paulo. Moraes mostrou-se um chefe de polícia enérgico nos atos e apocalíptico nas palavras. Referindo-se a desordeiros que bloquearam estradas, disse que "eles agiram como atos de guerrilha".

Comparar quem bloqueia rua a guerrilheiro é uma manipulação semelhante à classificação dos assassinos de um marinheiro inglês que visitava o Rio como militantes da causa democrática, combatendo a ditadura do século passado.

EREMILDO, O IDIOTA

Eremildo é um idiota notável. Ele sabia que o PT devia deixar o palácio e decidiu apoiar integralmente o governo de Michel Temer. Só não sabe por quê.
Herculano
15/05/2016 07:42
BRINCADEIRA, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Em 1961, numa crise pior que a atual, Tancredo Neves tornou-se primeiro-ministro do governo de João Goulart e escolheu os seguintes ministros: Indústria e Comércio: Ulysses Guimarães; Trabalho: Franco Montoro; Fazenda: Walther Moreira Salles; Relações Exteriores: San Tiago Dantas.

Não adiantou nada, mas todo o ministério de Temer cabe na biografia de qualquer um deles e ainda sobra espaço.

INDICADOR

O economista Mansueto Almeida deverá ser o próximo secretário do Tesouro. Se for e se ficar até o fim do governo, terá sido uma escolha indicativa da boa qualidade dos propósitos de Temer.

Ele cursou políticas públicas pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology).

Até aí, é pouco. Vale o que disse a sua professora Judith Tendler: "Um aluno como ele é um presente dos céus".

(No início da sessão de fogos de artifício da caravana de Temer apareceu o nome do professor Ricardo Paes de Barros para coordenar a área social. Sumiu, pois tem currículo, mas não tem partido.)

MADAME NATASHA

Madame Natasha apoia o governo Temer porque ele teve a audácia de usar uma mesóclise no seu primeiro discurso: "... sê-lo-ia pela minha formação democrática..."

Enfiar o pronome no meio do verbo exige competência e é um recurso elegante.

Natasha admira o presidente Jânio Quadros porque ele gostava de mesóclises. A mais famosa, talvez apócrifa, explicava seu prazer pelo uísque:

"Bebo-o porque é líquido. Se fosse sólido, comê-lo-ia."

As vivandeiras alvoroçaram-se

Desde que foi criado, o Ministério da Defesa foi ocupado com suavidade por três civis. Os sábios da caravana de Temer conseguiram duas proezas.

O advogado Antonio Mariz de Oliveira foi convidado e recusou o cargo. Depois apontaram o deputado Newton Cardoso Jr., filho do ex-governador mineiro de estrondosas lembranças. Seu nome saiu da roda depois que apareceu a temível referência ao descontentamento de chefes militares. Nomeou-se o deputado Raul Jungmann.

Deixando-se de lado as qualificações que a equipe de Temer viu em Newton Cardoso Jr., a memória nacional pede que se repita a frase dita pelo marechal Castello Branco em 1964, quando deparou-se com a desordem militar que engolfaria seu governo:

"Eu os identifico a todos. E são muitos deles, os mesmos que, desde 1930, como vivandeiras alvoroçadas, vêm aos bivaques bolir com os granadeiros e provocar extravagâncias do Poder Militar."

Na anarquia militar do século passado, um dia levaram a um oficial o texto de um manifesto de coronéis contra o governo Vargas. Ele não assinou, pois era "indisciplina". Meses depois, levaram-lhe outro, dando solidariedade ao ministro da Guerra. Também não assinou: "Chefe não pode receber solidariedade de subordinado".

Chamava-se Ernesto Geisel e em 1977 restabeleceu a autoridade da presidência da República sobre os quartéis.
Herculano
15/05/2016 07:29
MINISTROS JURARAM A TEMER QUE SÃO INOCENTES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros neste domingo.

Escolhas de Michel Temer para o ministério foram recebidas com reserva em razão do histórico de algumas delas em denúncias, até na Lava Jato. Esses ministros, velhos companheiros de PMDB do presidente, garantiram-lhe que não temem investigações. Michel Temer decidiu conceder-lhes crédito de confiança, mas todos estão cientes de que nada será feito para protegê-los, diante eventuais investigações.

TURISMO
Henrique Alves (Turismo) é um dos novos ministros citados na Lava Jato: teria recebido propina de Leo Pinheiro, o ex-presidente da OAS.

GOVERNO
Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) é citado em mensagens no celular de Leo Pinheiro, suspeito de receber propina do empreiteiro.

FORO GARANTIDO
Tanto Henrique Alves quanto Geddel Vieira Lima não têm mandato e, portanto, não tinham foro privilegiado até serem nomeados ministros.

OPÇÃO TÉCNICA
Sinalizando que nada fará contra a Lava Jato, Michel Temer decidiu manter o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.

IMPEACHMENT VAI PREJUDICAR O PT NAS ELEIÇÕES
Senadores do PT se dizem pressionados por prefeitos do partido, às vésperas da eleição, a serem comedidos na apresentação de recursos contra o impeachment de Dilma, atrasando o andamento do processo no Senado. A ideia é "virar a página" antes do início da campanha. O impeachment preocupa especialmente o PT-SP. O prefeito Fernando Haddad, por exemplo, teme perder aliados como o PR de Tiririca.

IMAGEM T?"XICA
Partidos próximos ao antigo governo federal tentam se afastar da imagem tóxica de Dilma e do PT pois querem "ocupar o vácuo".

VÁCUO NÃO EXISTE
Apesar do empenho de partidos como o PR, PP, PTB e até Rede e PCdoB, descolando-se do PT, a vinculação a Dilma os prejudicaria.

QUEIMOU
Pesquisa nacional do Instituto Paraná, em abril, mostrou que 62,2% dos eleitores não votarão em candidato pró-Dilma, no impeachment.

TROPA MORTADELA
O ex-chefe da Casa Civil de Dilma afirmou em conversa reservada que várias vezes aconselhou a presidente afastada a renunciar. Mas, segundo Jaques Wagner, ela dizia ser necessário "motivar a tropa".

LÁ VEM O MORO
O Ministério Público Federal prorrogou pela quinta vez o inquérito da Operação Lava Jato. Desta vez, por 150 dias. Com a decisão, o processo pode ser concluído já em meados de julho deste ano.

COLARINHO BRANCO
Faz a delícia de rodas em Brasília a história de um lobista que todos os dias acorda antes do amanhecer, toma banho, veste paletó e gravata, senta e aguarda a PF bater à porta. Fica assim até sair para o trabalho. Sua explicação aos amigos: "Vestindo pijamas, eles não me pegam!"

DEBANDADA
O PT está preocupado com o estrago que o impeachment e a crise moral causam nas prefeituras. Mais de 70 prefeitos eleitos pelo PT em 2012 não estão mais no partido; redução de 12% dos 619 eleitos.

PROVIDÊNCIA URGENTE
Osmar Terra (Desenvolvimento Social e Agrário) tem um truque para um ministro novato que não conhece ninguém na repartição: fazer amizade, primeiro, com a mulher do cafezinho.

ASPONE OU ASMENE?
Se não extinguir, Michel Temer poderia ao menos simplificar uma típica boquinha petista: "Coordenação de Palácios da Coordenação-Geral de Administração Geral da Diretoria de Recursos Logísticos da Secretaria de Administração da Secretaria-Executiva da Secretaria de Governo".

P?"S-IMPEACHMENT
Teve festa com a saída de Dilma até no bairro do Che Guevara, em Belém, no Colégio Carlos Marighella, inaugurado por Jaques Wagner em Salvador, e no colégio Carlos Lamarca, em Itaeté (BA).

SINCERICÍDIO
Pegou mal a declaração de Fernando Henrique Cardoso de que "se o governo [Temer] não funcionar, [o PSDB] cai fora", disse o ex-presidente. Para a cúpula do PMDB, muito ajuda quem não atrapalha.

PERGUNTA NA FILA DO SINE
Como os 23 mil petistas que ocupavam boquinhas no governo Dilma vão sobreviver longe dos cofres públicos?
Herculano
15/05/2016 07:17
CIÊNCIA CONTRA O CRIME, por Hélio Schwartsmann, para o jornal Folha de S. Paulo

Por que a Operação Lava Jato deu certo? Corrupção sempre existiu por aqui. Promotores com vontade de investigar e juízes dispostos a condenar também. A dificuldade sempre foi levantar provas contra os atores. Duas medidas relativamente simples, uma inspirada na teoria dos jogos e outra na psicologia, mudaram essa história.

A primeira foi a utilização das delações premiadas. Até então, predominava a versão light da "omertà", a lei do silêncio das organizações mafiosas. Quem abrisse o bico não só não ganhava nada como ainda corria o risco de sofrer intimidações. Depois que a lei autorizou e os promotores passaram a oferecer generosos descontos de pena a quem colaborasse, a matemática do jogo mudou. Entregar comparsas e indicar onde as provas materiais podem ser encontradas passou a ser uma estratégia mais interessante do que manter-se calado -e isso independentemente das decisões dos outros atores. A partir daí, a Lava Jato prosperou.

A operação, porém, ganhou impulso extra depois que o STF, em fevereiro passado, decidiu alterar sua jurisprudência e determinou que réus condenados em segunda instância já passem a cumprir pena. Até então, o sujeito podia responder em liberdade até o trânsito em julgado, isso é, até que não houvesse mais a possibilidade de recurso. Com a mexida, o horizonte de ir para a cadeia caiu de algo como uma década para um par de anos. A ameaça ficou muito mais premente, estimulando os investigados a fazer logo um acordo de delação. O interessante aqui é que o mesmo fenômeno psicológico que faz com que as pessoas não invistam em planos previdência -isto é, o fato de valorizarem muito mais o presente do que o futuro- as motivou a colaborar com as investigações.

O resultado, inédito, é ver uma megaempreiteira devolvendo R$ 1 bilhão aos cofres públicos, pedindo desculpas ao país e dando dicas de como evitar a corrupção.
Herculano
15/05/2016 07:10
ESTRELINHA NO ESCURO DO CÉU, por Carlos Brickmann.

Não, não imagine que a turma de Dilma rompeu com a gerenta má por divergências ideológicas ou brigas políticas. Gilberto Kassab jogou com José Serra, com Maluf, com Lula, não estará cheio assim de escrúpulos diante de umas polegadas a mais.

Jucá, que já foi Fernando Henrique, Sarney, Lula e Fernando Collor, não estará tão impressionado assim com outro impeachment. Meirelles, que se elegeu deputado pelo PSDB e em seguida virou chefe todo poderoso do Banco Central de Lula, não é radical a ponto de voltar a servir um velho amigo, ainda mais quando há amigos mais velhos a abandonar.

Política é assim. Getúlio Vargas entregou aos nazistas, que a mataram, a mulher de Prestes. Prestes o apoiou na eleições seguintes. Adhemar de Barros que ajudou a derrubar Getúlio, esteve com ele no período seguinte e o ajudou a derrubá-lo de novo.

Certa vez, o Professor Francisco Campos, o Chico Ciência, Ministro de Getúlio, de quem se dizia que quando acendia suas luzes apagava as da democracia, brincou com seus antigos colegas de Ditadura: o Felinto Muller virou social democrata, o Gustavo Capanema virou democrata, o Getúlio virou até de esquerda. O único que continua fascista sou eu.

Não era, como o movimento militar de 1964 mostraria em seguida.

Armando Falcão, Ministro da Justiça de Juscelino, foi Ministro da Justiça da Ditadura, encarregado de calar Juscelino. E até em outros países essas mudanças são comuns: o General Augusto Pinochet, do Chile, tinha o papel de garantir a estabilidade do governo Allende, que acabou derrubando.

Estranhar que o filho de Sarney vire ministro de Temer é injusto. Os Sarney já estiveram com Getúlio, contra Getúlio, com Castelo Branco, contra a continuidade da ditadura, com o próprio Sarney, que virou ele mesmo Presidente da República.

Curiosidade a mais: o feroz perseguidor de criminosos Flávio Dino, eleito há pouco Governador do Maranhão pelo PCdoB e contra Sarney, se aliou ao PP para derrubar Dilma, até então aliada de seus partidos. E quem foi o aliado do PCdoB maranhense agora na defesa de Dilma: exatamente, Dino e esse mesmo PP de Paulo Maluf. Houve época que os dois eram contra Sarney.

Há muitos anos, o deputado Clóvis Sobrinho, inteligentíssimo, grande criador de versos populares, braço direito de Adhemar de Barros, explicou a esse jovem repórter como conciliava sua conduta e cultura com a defesa do Adhemarismo. Sobrinho explicou: você já viu casa de pau a pique? Para ficar bem feita, tem a trança e o recheio da parede. Para o recheio ficar bom, precisa ter mistura de fezes humanas. Sem fezes humanas, não funciona.

Em política é assim: sem a mistura das fezes humanas nada fica de pé. Não olhemos a política, portanto, como se fosse religião - a menos que fossem aquelas que só tem santo de pau oco, ótimos para transportar contrabando.

Que ninguém critique, portanto, o vice-presidente Michel Temer por ter rompido sua antiga e sincera aliança com Dilma e esquerdistas como o pessoal da CUT e outras centrais sindicais. Temer é político. Trabalhou com Adhemar de Barros, Montoro, Quércia, Fleury; tornou-se campeão de derrotas no PMDB paulista em disputas por mandatos de deputado. Era presidente do partido e jamais conseguiu controlar Orestes Quércia. Homem culto, grande professor de Direito, educadíssimo, daqueles que jamais falam Boa Noite sem pensar três vezes, jamais fez parte do alto clero político nacional. Mas foi ele que chegou à Presidência da República.

Ele sabe ler as estrelinhas na escuridão dos céus.
Herculano
15/05/2016 06:57
A MENTIROSA E O PARTIDO LAMBUZADO QUE LIMPA OS SUJOS DESDE QUE ELE SEJA O PRINCIPAL BENEFICIADO DE TODA A GROSSA SUJEIRA. PRESIDENTE DILMA DISSE QUE PODERIA ME AJUDAR NO STF, DIZ EDUARDO CUNHA

PARTE 1

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto e entrevista de Natuza Nery e Paulo Gama, da sucursal de Brasília. Na primeira entrevista desde que foi afastado da presidência da Câmara pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Eduardo Cunha acusa Dilma Rousseff de ter lhe oferecido "ajuda" de cinco ministros do Supremo em seu último encontro reservado com a petista, em setembro de 2015.

"Ela me convocou para falar de medidas e sei lá o quê e disse que tinha cinco ministros do Supremo para poder me ajudar", afirmou à Folha.

À época, ele já havia rompido com o governo e acabava de ser denunciado pelo Ministério Público por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato - e discutia com a oposição a possibilidade de aceitar o pedido de impeachment.

Sem dar detalhes, Cunha diz ter mantido a suposta oferta em segredo até agora porque, "concretamente, ela não disse o que ia fazer". "Considerei uma bravata."

Antigo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo nega enfaticamente a versão e diz que Cunha não merece "nenhuma credibilidade".

Mesmo afastado do mandato, Cunha usava o broche privativo dos deputados na lapela esquerda do paletó. Para a entrevista, vestiu uma gravata igual à do dia em que rompeu publicamente com o governo Dilma - 17 de julho de 2015, data que repete sem precisar consultar a memória. "Fui alvo de uma cassação branca", queixa-se.

À Folha o presidente contou como conseguiu evitar que o governo conquistasse um álibi para se livrar das pedaladas de 2015.

Ele aceitou o pedido de impeachment horas antes da previsão da votação pelo Congresso da nova meta fiscal, que poderia, segundo ele, dar à presidente um "discurso" para justificar as manobras.

Folha - Dilma o chama de capitão do golpe.
Eduardo Cunha - Olha aqui, eu tive 53 pedidos de impeachment da presidente. Nunca na história deste país teve um presidente com tantos pedidos de impeachment. Do 53 que ingressaram, eu rejeitei 41, aprovei um e ainda deixei 12 que não foram decididos. Se eu fosse o capitão do golpe, já teria tido impeachment muito tempo atrás. Eu rejeitei o conceito de que o mandato anterior contaminava o mandato atual. Não entrei no mérito da corrupção. Ela promoveu despesas sem autorização do Poder Legislativo. Foi técnico.

Sua decisão de deflagrar o impeachment veio na esteira da decisão do PT de não apoiá-lo no Conselho de Ética...
Se você olhar o cronograma das decisões, verá que eu tinha prometido publicamente que, até o dia 30 de novembro, eu traria uma decisão. Por que eu acatei o pedido em 2 de dezembro? Primeiro, por que eu quis homenagear a data de aniversário da minha filha [risos]. Segundo, porque eu vi que iriam votar a mudança da meta [fiscal] na sessão do Congresso Nacional. Eu queria que a decisão fosse antes da votação da mudança da meta. Se eles votassem a mudança da meta, eles ficariam com discurso político de que a meta já tinha sido votada.

Isso não reforça a tese de que o sr. forçou a mão do impeachment?
Eu já estava com a decisão tomada, posso comprovar. Era só uma questão de tempo. Quando eu vi que ia ter a mudança da meta, eu falei: 'tem que ser antes', se não você enfraqueceria.

Horas poderiam ter mudado o destino da presidente.
Não sei se poderia ter salvado, mas que efetivamente daria para eles uma desculpa, daria. O fato de ter votado não significa que ela não teria praticado crime. Mas era fundamental, na minha ótica, que essa decisão fosse feita antes da votação, para evitar um discurso político. Essa foi a razão pela qual eu soltei [o pedido] naquele dia. Não tem outra razão.

E lhe digo mais. Eu não fiz chantagem. Fui eu que não aceitei a chantagem dela. Tenho três testemunhas que estavam na minha sala quando Jaques Wagner surgiu na linha do telefone tentando falar comigo. Ele dizia: 'O PT quer votar com você. A gente faz tudo, não faça isso'. O [deputado] André Moura [PSC-SE] estava com Jaques Wagner na outra linha dizendo que ele estava insistindo para falar, e eu disse não falaria com ele.
Herculano
15/05/2016 06:56
A MENTIROSA E O PARTIDO LAMBUZADO QUE LIMPA OS SUJOS DESDE QUE ELE SEJA O PRINCIPAL BENEFICIADO DE TODA A GROSSA SUJEIRA. PRESIDENTE DILMA DISSE QUE PODERIA ME AJUDAR NO STF, DIZ EDUARDO CUNHA

PARTE 2

Por que você não quis atender?
Porque já estava decidido. Não aceitei ser comprado com o voto do PT.

E se o governo não tivesse rompido com você?
Eu que rompi com o governo em 17 de julho. Quem rompeu com o governo fui eu. Eles tentaram várias vezes fazer acordo, várias vezes. Eles não tentaram só esse tipo de acordo.

Que outros?
A presidente, no dia em que eu estive com ela, em 1º de setembro, fui para uma audiência que ela convocou para falar de medidas e sei lá o quê. Ela disse que tinha cinco ministros do Supremo para poder me ajudar.

Ela disse isso? Em que contexto?
Disse isso. Ela não disse os nomes nem ajudar no que. Eu simplesmente ignorei. Teve uma outra oportunidade em que o governador [do Rio de Janeiro Luiz Fernando] Pezão, numa segunda-feira que eu estava aqui em Brasília, agosto ou setembro, simplesmente me telefonou porque precisava falar comigo urgente. Ele disse: 'eu estava querendo ir almoçar com o Michel no Jaburu'. Eu disse: 'Pezão, quer me encontrar lá?'. E ele foi. Chegando lá, pedi licença ao Michel eu fui para uma sala sozinho com ele, que veio com a mesma história de que ela tinha cinco ministros do Supremo para me ajudar.

Ajudar a te livrar [da denúncia na Lava Jato]?
Ajudar, mas não disse em quê.

Por que você não aceitou? Não denunciou?
Não é questão de aceitar. Eu não acredito nessas coisas. Eu não acredito que alguém possa ter cinco ministros do Supremo sob seu controle. Não existe isso, eu respeito a Suprema Corte e não entendo isso. Eu entendo isso como uma, digamos assim, como uma bravata. Concretamente, ela não disse o que ia fazer.

Acha mesmo que hoje alguém é capaz de influenciar a Lava Jato?
Não. Acho que tem seletividade. Me escolheram. Estão chegando a tal ponto que querem abrir inquérito contra pessoas que acham que são minhas aliadas. Chegaram nesse nível. O procurador-geral [da República Rodrigo Janot] resolveu me escolher como inimigo.

Para a Lava Jato, um de seus erros foi falar demais, dar versões diferentes sobre o requerimento apresentado ...
Eu não falei nada. Eu tenho a prova de que o requerimento não foi feito no meu gabinete. Simples assim. Eu tenho a estação do computador que foi feito o requerimento. Isso tem prova técnica.

Isso foi feito onde?
Foi feito na Comissão de Constituição e Justiça. Eu digo a você. Quanto a isso, eu estou absolutamente tranquilo. O que estão fazendo, invadindo a prerrogativa do trabalho do parlamentar, é absurdo. Achar que o parlamentar não pode fazer o requerimento ou deixar de fazer. A ex-deputada Solange está sendo penalizada apenas para poder me atingir.

Está dizendo que o Ministério Público está com poder excessivo?
Tem que separar muito bem. Falo do procurador-geral da República, não da instituição, que tem de fazer o papel dela. Quando você pega decisão do meu afastamento, quase tudo é matéria jornalística.

O sr. vê diferença de tratamento com o presidente do Senado?
Eu deixo para vocês a conclusão. Instauraram um inquérito contra mim em março. A denúncia foi promovida sem concluir o inquérito com as oitivas que estavam programadas para serem feitas. Pedi adiamento de uma semana para dar tempo de o meu advogado distribuir memoriais e porque não estava completo o quórum daquele dia, um ministro [do STF] estava no exterior. Já um outro caso de três anos atrás foi apresentado e não teve pauta.

Eu não tenho nada contra, não estou acusando ninguém, mas existe uma diferença [em relação a Renan], não há dúvida nenhuma que houve uma diferença. Só estou discutindo a celeridade em relação ao meu caso.
Herculano
15/05/2016 06:49
A MENTIROSA E O PARTIDO LAMBUZADO QUE LIMPA OS SUJOS DESDE QUE ELE SEJA O PRINCIPAL BENEFICIADO DE TODA A GROSSA SUJEIRA. PRESIDENTE DILMA DISSE QUE PODERIA ME AJUDAR NO STF, DIZ EDUARDO CUNHA

PARTE 3

Qual sua relação com Lúcio Bolonha Funaro? Ele comprou carros para sua empresa
Eu não tive compra, eu tive mútuo. Totalmente colocado na contabilidade. Eles já quebraram o sigilo, têm a contabilidade. É que matéria probatória não é analisada nessa etapa inicial.

Teme ser preso?
Com muita sinceridade, eu estou muito tranquilo. Não posso temer nada, porque quem não faz nada não tem o que temer. Acho que as instituições têm que acabar funcionando para proteger os direitos.

Funcionaram até agora?
A novela inteira não passou, só capítulos.

E quando acaba?
Ah, é uma novela longa!

E a tese de que réu não pode presidir a Câmara dos Deputados?
O artigo 86 da Constituição é muito claro. Não posso ser processado por atos estranhos às minhas funções. E eles teriam de colocar prazo no meu afastamento, limitando-o a igual período da presidente da República, 180 dias. O terceiro agravante que existe é o que trata exclusivamente de quem está na função de presidente da República.

Pergunto o seguinte: se hoje eu, réu de uma ação penal, resolvo ser candidato a presidente da República e, se o partido me der legenda, conseguiria registrar a minha candidatura? Registro. Não está no ficha limpa. No ficha limpa, só processos transitados em julgado em segunda instância. Se eu posso ser candidato a presidente da República, por que eu não posso exercê-la?

O sr. acha que o retoma o mandato?
Acho que retorno. Nós vamos produzir recursos, vamos conseguir convencer o Supremo.

Foi um erro capital de Dilma colocar um candidato para enfrentá-lo para a presidência da Câmara?
Esse governo é mais ou menos um avião quando cai. Não cai por um motivo só. O piloto está num mal dia, passa mal, tem falha mecânica, falha de planejamento, a comunicação com as torres está errada.

O governo errou na campanha eleitoral. Ganhou com um discurso fraudulento. A presidente mentiu à nação, ganhou sem hegemonia eleitoral e com uma base partidária em frangalhos. Ainda por cima, eles tinham uns gênios da articulação politica. Tentaram dar um tchau, PMDB. Aquilo foi apenas uma etapa, não é razão.

Se você fizer uma análise fria, os votos que o candidato do PT teve contra mim foram os votos para evitar o impeachment. Ela não agregou nada. Uma articulação política "organizações tabajara". Eu me lembro muito bem de uma frase: as duas coisas orgânicas que existiam no Congresso eles estavam querendo jogar fora - o PMDB e a CNB [corrente majoritária] do PT. Ela errou na escolha do ministro da Fazenda, ou escolheu direito e o enfraqueceu na própria ação. Ela teve oportunidades para poder dar uma resposta e ter mudado. Porque, quando a economia vai bem, tudo vai bem. Quando a economia vai mal, todo o resto acaba indo mal.

Se o sr. não existisse, não haveria o impeachment.
Aí, minha querida, Deus que me colocou lá.

Deus queria o impeachment de Dilma?
Não sei, nada acontece se não for pela vontade de Deus.

Foi abandonado por Michel Temer desde seu afastamento?
Eu estive com ele já, tenho falado com ele quase constantemente, não tenho nenhum problema. Não há o que cobrar. Cobrar o quê? Você tem uma situação inusitada, porque a decisão não foi dele, não foi ele que agiu pra isso. Eu estou sofrendo muito mais uma ação orquestrada dos adversários desse processo de impeachment do que necessariamente dos fatos que acontecem.
Herculano
15/05/2016 06:48
A MENTIROSA E O PARTIDO LAMBUZADO QUE LIMPA OS SUJOS DESDE QUE ELE SEJA O PRINCIPAL BENEFICIADO DE TODA A GROSSA SUJEIRA. PRESIDENTE DILMA DISSE QUE PODERIA ME AJUDAR NO STF, DIZ EDUARDO CUNHA

PARTE 4

O grupo de Temer acha que sua saída descontamina a imagem dele.
Tem sempre as fofocas e aqueles que querem ocupar os espaços que porventura acham que vai ter concorrente. Não é a visão do Michel. Não tenho sinal nenhum em relação a isso.

O sr. cobrou que Temer cumprisse acordos firmados antes da votação do impeachment.
Não só eu, eles cobraram mesmo. O Michel conversava com os partidos, não só eu falava, não. Eu participei de muitas conversas e de muitos debates, não é que cobrei, eu não preciso cobrar o Michel pra ele cumprir os acordos. Ele sabe os acordos que ele tem que fazer ou não pra ter sua base política.

Ele descumpriu vários.
Mas aí quem teve o acordo descumprido que reclame com ele, não sou eu. Se é que aconteceu isso.

Acha correto oferecer cargo pra votar no impeachment?
Ele não ofereceu cargo pra votar no impeachment. Quem ofereceu pra votar contra o impeachment foi a presidente da República.

Temer também.
Não, com Michel foi outra coisa.

Agora ele é cobrado a pagar a conta...
Ele está sendo cobrado da participação dos partidos que desprezaram as ofertas fisiológicas e optaram pela solução de resolver o problema do país.

Não é mais justo dizer que recusaram as ofertas fisiológicas de Dilma e aceitaram as ofertas fisiológicas de Temer?
Não, até porque o Michel não tinha o que ofertar. Quem tinha a caneta, quem publicava os Diários Oficiais gordos com nomeações e demissões era a Dilma, não o Michel.

Se o sr. tivesse diante da Dilma agora, o que diria a ela?
Tchau, querida [risos].

O grupo de Temer o vê por trás da anulação do impeachment por Waldir Maranhão.
Isso é brincadeira, só pode ser uma piada. Eu não teria conduzido esse processo do jeito que conduzi para chegar ao fim e fazer uma lambança dessa natureza. O que o ministro da Justiça, o governador do Maranhão e a presidente da República fizeram é obstrução à Justiça. Só isso já valeria um pedido de impeachment. Se chegasse nas minhas mãos um pedido com essa argumentação, eu abriria.

Maranhão agiu junto, merece o impeachment?
Não cabe. Ele está no exercício do mandato, tem o poder de conceder decisões. Posso discordar, achar que é absurda, antirregimental, irresponsável, mas ele tem o poder.

Sua renúncia forçaria uma eleição nova na presidência. Se o Waldir Maranhão estiver atrapalhando o governo de Temer...
Eu não vou renunciar.

Ainda que ajude Temer?
Não está em jogo eu renunciar para poder facilitar ou dificultar quem quer que seja. Eu estou no meu direito, eu fui eleito. Eu vou exercer minha defesa. A Constituição só prevê uma medida cautelar para parlamentar: a prisão em flagrante, que precisa ser submetida ao plenário da Casa. Para o afastamento, o STF aplicou isonomia. Delcídio foi preso em flagrante e não foi suspenso seu mandato. Uma suspensão sem prazo. Até quando, por que motivo? É uma cassação branca do meu mandato! Do mandato de deputado. Estou sofrendo uma cassação branca.

Incomoda ter sido afastado antes de Dilma?
Não estou fazendo competição de afastamento.

Não foi alertado de que, se prosseguisse com o impeachment, seria o próximo a cair?
Não tenho dúvida nenhuma de que, quando você parte pra esse tipo de enfrentamento, a gente acaba prejudicando. Recebi ameaças de morte. Mas se há uma coisa que não tenho na política é medo. Faço o que considero correto. Eu sabia, tinha absoluta convicção de que quem entra numa guerra vai tomar tiro também, isso é normal.

Aliados já decretaram sua morte política.
Não morri nem pretendo morrer. Ou não estaria aqui falando com vocês.

Como um dos mais poderosos presidentes da Câmara foi tão rápido do apogeu ao chão?
Eu cumpri 60% do meu mandato. A Dilma não chegou à metade.

Atribuem sua influência ao fato de financiar a campanha junto a empresários de mais de cem deputados.
Isso é balela! A história real eu já cansei de falar. O que eu fiz, e sempre fiz, foi ajudar o meu partido na obtenção de recursos na campanha eleitoral. De outros partidos, negativo. Só o meu partido.

O que o Michel Temer ofereceu?
Nada. Michel nunca me pediu para dar curso a processo de impeachment nem nunca me ofereceu nada.
Herculano
14/05/2016 19:45
PGR NÃO TEM MAIS DÚVIDAS DE QUE LULA COMANDOU TRAMA CONTRA A LAVA JATO REVELA A REVISTA VEJA QUE JÁ ESTÁ NAS BANCAS.

Texto de Thiago Bronzatto. Depoimento de Delcídio do Amaral, combinado a provas como mensagens eletrônicas e extratos telefônicos, reforçam a convicção dos investigadores de que o ex-presidente coordenou operação para comprar o silêncio de uma testemunha que poderia comprometê-lo

Em sua última aparição pública, na manhã de quinta-feira, Lula estava abatido. Cabelos desgrenhados, cabisbaixo, olhar vacilante, entristecido. Havia motivos mais que suficientes para justificar o comportamento distante. Afinal, Dilma Rousseff, a sucessora escolhida por ele para dar sequência ao projeto de poder petista, estava sendo apeada do cargo. O fracasso dela era o fracasso dele. Isso certamente fragilizou o ex-presidente, mas não só.

Há dois anos, Lula vê sua biografia ser destruída capítulo a capítulo. Seu governo é considerado o mais corrupto da história. Seus amigos mais próximos estão presos. Seus antigos companheiros de sindicato cumprem pena no presídio. Seus filhos são investigados pela polícia. Dilma, sua invenção, perdeu o cargo. O PT, sua maior criação, corre o risco de deixar de existir. E para ele, Lula, o futuro, tudo indica, ainda reserva o pior dos pesadelos. O outrora presidente mais popular da história corre o risco real de também se tornar o primeiro presidente a ser preso por cometer um crime.

VEJA teve acesso a documentos que embasam uma denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente. São mensagens eletrônicas, extratos bancários e telefônicos que mostram, segundo os investigadores, a participação de Lula numa ousada trama para subornar uma testemunha e, com isso, tentar impedir o depoimento dela, que iria envolver a ele, a presidente Dilma e outros petistas no escândalo de corrupção na Petrobras. Se comprovada a acusação, o ex-presidente terá cometido crime de obstrução da Justiça, que prevê uma pena de até oito anos de prisão. Além disso, Lula é acusado de integrar uma organização criminosa. Há dois meses, para proteger o ex-presidente de um pedido de prisão que estava nas mãos do juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato, a presidente Dilma nomeou Lula ministro de Estado, o que lhe garantiu foro privilegiado. Na semana passada, exonerado do governo, a proteção acabou.

Há várias investigações sobre o ex-­presidente. De tráfico de influência a lavagem de dinheiro. Em todas elas, apesar das sólidas evidências, os investigadores ainda estão em busca de provas. Como Al Capone, o mafioso que sucumbiu à Justiça por um deslize no imposto de renda, Lula pode ser apanhado por um crime menor. Após analisar quebras de sigilo bancário e telefônico e cruzar essas informações com dados de companhias aéreas, além de depoimentos de delatores da Lava-Jato, o procurador-geral Rodrigo Janot concluiu que Lula exerceu papel de mando numa quadrilha cujo objetivo principal era minar o avanço das investigações do petrolão. Diz o procurador-geral: "Ocupando papel central, determinando e dirigindo a atividade criminosa praticada por Delcídio do Amaral, André Santos Esteves, Edson de Siqueira Ribeiro, Diogo Ferreira Rodrigues, José Carlos Costa Marques Bumlai e Maurício de Barros Bumlai (...), Luiz Inácio Lula da Silva impediu e/ou embaraçou a investigação criminal que envolve organização criminosa".
Herculano
14/05/2016 19:37
LUZ AMARELA

O deputado Jean Jackson Kuhlmann, PSD, este hoje em Gaspar. Veio conferir o clima e o número de presentes na convenção do diretório local. Saiu preocupado.
Herculano
14/05/2016 16:30
A "LOGICA" DO PT NO ODIO DO PARTIDO A TEMER

O leitor Aneedvaldo Meira escreveu no seu Facebook uma reflexão interessante sobre como os petistas reagem a Michel Temer, o presidente interino do Brasil:

Muitos brasileiros não votaram no Temer, mas torcem para que ele faça um bom governo.

Petistas: Votaram no Temer, torcem e farão de tudo para ele faça um péssimo governo.

Muitos brasileiros querem que Temer tenha sucesso em seu governo para o bem do Brasil.

Petistas: Querem o fracasso do Temer para o bem do partido. "Tendeu" a diferença?

Simples, claro e óbvio.

Os petistas querem que o Brasil se dane, em nome do projeto de poder do partido. Os demais brasileiros, mesmo os que não votaram em Temer (ao contrário dos petistas, que nele votaram), torcem para o Brasil. De que lado você fica?
Herculano
14/05/2016 15:51

PARA O PT E OS PETISTAS, A VERDADEIRA DIALÉTICA É AQUELA QUE HOMOGEINIZA E CONSTRANGER A OUTRA OPINIÃO. JANAÍNA PASCHOAL CHEGA EM AULA E É RECEPCIONADA COM CARTAZ DE "GOLPISTA"

Conteúdo do HuffPost Brasil. Alunos da Faculdade de Direito da USP fizeram uma manifestação ontem contra a professora Janaína Paschoal, uma das autoras do processo de Impeachment da presidente Dilma Rousseff. Professora de Direito Penal, Janaína chegou em classe, no Largo São Francisco e foi surpreendida com um cartaz de "golpista".

O ato foi organizado por um grupo de 15 alunos, que fazem parte do "Comitê da São Francisco Contra o Golpe", que foi criado na faculdade neste ano para organizar ações contra o afastamento de Dilma.

Nenhum dos alunos que colou o cartaz era estudante da aula de Janaína. Houve confusão entre estudantes a favor e contrários ao Impeachment.

Em entrevista à Folha, a jurista disse que não retirou o cartaz por não se sentir "confortável com a situação". Segundo ela, o cartaz foi removido depois de alguns minutos de aula por alguns estudantes incomodados com a situação.

"Eu não posso cercear o direito de manifestação nem de um nem de outros. Alguns alunos se sentiram magoados com o cartaz", disse. "Essa é a dinâmica normal da faculdade, de embate. Mas o PT estava acostumado a só eles poderem se manifestar", completou.

Nas redes sociais, alunos e ex-alunos organizaram uma nota de repúdio à manifestação contra a professora.
Herculano
14/05/2016 10:10
TESES E NARRATIVAS, por Cristovan Buarque, senador pelo de Brasília pelo PPS, ex PDT, ex-PT, e ex-ministro da Educação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em artigo no jornal O Globo

Raríssimos pobres terminam o ensino médio com qualidade

O Partido dos Trabalhadores adotou, durante anos, a prática democrática de debater teses apresentadas por seus grupos organizados, chamados de "tendências". Ao chegar ao poder, esta prática foi reduzida pela centralização criada para fazer o governo funcionar. As "tendências" foram perdendo força e suas teses, aos poucos, abandonadas.

Nos últimos meses, o partido passou a adotar "narrativas", criadas conforme a interpretação de alguns dirigentes ou seus marqueteiros, para serem transformadas em lendas acreditadas sem contestações, o contrário do debate de teses. À exceção de alguns poucos líderes, a exemplo de Tarso Genro, que se mantêm fiéis a teses.

Foi propalada a lenda de que os programas de transferência de renda foram inventados e criados, em 2004, pelo governo Lula. A narrativa ignora o programa Bolsa Escola, criado pelo governo do PT no Distrito Federal, em 1995, espalhado para diversas cidades, inclusive São Paulo, no governo da Marta Suplicy, e depois adotado pelo governo Fernando Henrique, em 2001. O programa foi ampliado com o nome de Bolsa Família, mas, ao relegar o aspecto educacional, transformou-se em instrumento de assistência social.

Em 2009, foi criada a narrativa de que o pré-sal era um produto do governo Lula e que suas receitas salvariam o Brasil, especialmente educação e saúde. Anos depois, estes setores não viram os resultados prometidos, e a Petrobras luta para sobreviver após a rapinagem do petrolão.

Vendeu-se a narrativa de que o Brasil havia superado o quadro de pobreza e que 35 milhões ingressaram na classe média, como a família que recebesse em 2012 renda per capita mensal entre R$ 291 e R$ 1.091. Este baixo valor e a elevada e persistente inflação desmoralizaram a narrativa.

Apresentaram a lenda de que as generosas desonerações fiscais seriam capazes de transformar a crise mundial em uma marolinha brasileira. Graças às cotas, positivas, mas localizadas e restritas a raras pessoas, houve a narrativa de que os filhos de todos os pobres tinham vagas nas universidades, mesmo sem a melhoria da educação básica, porque raríssimos pobres terminam o ensino médio com qualidade.

Agora, passa-se a narrativa de que o impeachment é golpe, mesmo se for comprovado crime de responsabilidade previsto na Constituição. Individualmente, cada um pode ter razões para duvidar se as gravidades dos fatos apresentados na petição do impeachment justificam a destituição de uma presidente eleita por mais de 53 milhões de votos. Mas não há razão para acreditar na narrativa de golpe, se o procedimento estiver seguindo as normas, leis e ritos constitucionais, conforme seguiu no caso do ex-presidente Fernando Collor.

Esta narrativa é, porém, um direito do partido na estratégia eleitoral para 2018. É lamentável, porém, que o partido das "teses" tenha se transformado no partido das "narrativas".
Herculano
14/05/2016 10:04
SENSO DE REALIDADE NORTEIA CAMINHO DE VOLTA À NORMALIDADE, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

A escalação da equipe de Michel Temer obedeceu claramente ao critério da arte do possível diante da emergência. Daí a opção por montar um Ministério pragmático em face da necessidade de assegurar comprometimento do Congresso com as medidas a serem apresentadas a partir da semana que vem pelo governo. A dita equipe de notáveis poderia render uma boa propaganda, mas não corresponder em eficácia.

O desempenho do governo de transição, no entanto, deverá responder ao desafio de fazer o quase impossível: reconstruir em dois anos e meio uma obra que o PT levou quase 14 anos para destruir ?" a credibilidade do Brasil na economia, na diplomacia, na política, na capacidade de aperfeiçoar instrumentos de controle de condutas na gestão da máquina pública.

Embora seja missão inexequível em sua totalidade dado o curto prazo e o tamanho do buraco, é isso que a sociedade espera a fim de que em breve não chegue à conclusão de que o afastamento de Dilma Rousseff não valeu a pena. A boa notícia é que o grupo encarregado de fazer essa transição para a "normalidade" tem plena consciência disso. É dono de aguçado senso de realidade. A ótima notícia é que o destino dos que assumem o poder depende da obtenção de êxito.

Se para o País será excelente se conseguirem, para suas excelências será, política e eleitoralmente falando, melhor ainda. O oposto vale em toada de vice-versa: se der errado estaremos encrencados, mas eles estarão acabados.

Êxito ou fracasso dependerão de como esse pessoal vai lidar com as velhas práticas do chamado presidencialismo de coalizão (há duas formas de fazer, decente ou indecente), da manutenção do compromisso de não tentar desqualificar a Operação Lava Jato nem proteger esse ou aquele envolvido e do cumprimento estrito do roteiro apresentado no primeiro discurso de Michel Temer e um pouco mais detalhado ontem por Henrique Meirelles, Eliseu Padilha, Romero Jucá e Ricardo Barros.

Tanto o presidente em exercício quanto os ministros da Fazenda, da Casa Civil, do Planejamento e da Saúde (falando ainda na condição de relator do Orçamento no Congresso) mostraram sintonia com as expectativas gerais. A começar por Meirelles, que foi direto ao ponto principal ao estabelecer um compromisso com a verdade. Um governo dizer a verdade parece óbvio, mas na atual conjuntura é ganho significativo.

Ao que disseram, sai do cenário o ilusionismo de palanque para entrar o diálogo e a negociação com base em dados realistas sobre a situação das contas e as necessidades das reformas. Esse primeiro momento, aliás, marcou outra diferença: a discurseira dá lugar à prestação de esclarecimentos por intermédio de entrevistas para as quais os ministros parece que terão autonomia sobre as respectivas pastas. Comunicação esta que é o único modo de tratar a população como adulta e proprietária de discernimento.

E o fisiologismo velho de guerra que por tantos anos foi adotado como modus operandi ?" com entusiasmo, por parte do PMDB ?", como fica? Padilha, da Casa Civil, encarregou-se de explicitar o tirocínio peemedebista na identificação do rumo dos ventos: "A sociedade repudia a corrupção e exige eficiência. Disse isto nas manifestações de rua. Portanto, precisamos todos entender que é hora de mudar".

Faltou acrescentar: "Ou seremos mudados".
Herculano
14/05/2016 08:20
MÉTODO MEIRELLES, por Miriam Leitão, para o jornal O Globo

O novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem a preocupação de evitar as idas e vindas nas decisões. "Isso a gente sabe no que dá". No governo da presidente Dilma Rousseff, houve muita mudança de decisão anunciada, e isso derrubou a confiança. Ele diz que seu método de trabalho será o de pensar primeiro, depois decidir, e só então anunciar.

Nas primeiras entrevistas concedidas ontem, os ministros da área econômica Henrique Meirelles e Romero Jucá falaram da dificuldade de se saber o tamanho exato do descontrole das contas públicas. O ministro Ricardo Barros, da Saúde, que era relator do Orçamento no Congresso, deu os números mais contundentes. Segundo ele, as receitas estão superestimadas em R$ 100 bilhões, os restos a pagar são R$ 230 bilhões, e a meta fiscal é um déficit primário de R$ 96 bilhões. É um abismo fiscal.

Meirelles quer estabelecer tetos para despesas obrigatórias e não obrigatórias. O que ele pensa é limitar gastos e fazer reformas para indicar que, em algum momento no futuro, a dívida ficará estabilizada. No governo Dilma, a dívida deu um salto. Como o país está com déficit primário, a tendência é continuar subindo. Para estabilizar, será necessário reduzir fortemente o nível de despesas, e depois mantê-las estáveis sem aumento real.

Mas como? Essa é a pergunta que será repetida à exaustão a Meirelles, mas ele ainda não tem resposta. Ele tem a seu lado o experiente Tarcísio Godoy, que foi secretário do Tesouro e já esteve na secretaria executiva do Ministério da Fazenda, no período Joaquim Levy. Na segunda-feira, anuncia o resto da equipe. Enfrentará aumentos de despesas já contratados, como o reajuste do funcionalismo e a renegociação com os estados. E pior: uma queda forte da arrecadação. Ontem mesmo o Banco Central anunciou um encolhimento de 1,44% do PIB no primeiro trimestre. Meirelles não descartou, na entrevista do Bom Dia Brasil, a CPMF. Admite que provisoriamente poderia ser pensado, já que a urgência agora é o equilíbrio das contas.

Meirelles disse que o Banco Central manterá o status de ministério, até ser aprovada uma emenda a ser enviada ao Congresso dando prerrogativa de foro ao presidente e diretores do órgão. Ele me disse que o governo tem um projeto que prevê a autonomia da instituição, mas que não estabelece mandato. Quanto aos bancos públicos que são diretamente ligados ao Ministério da Fazenda, o ministro deixou claro que faz questão de escolhas técnicas e que passarão pelo "crivo pessoal" dele:

?" Isso não é instrumento de política, é instrumento de crédito, de poupança. Os bancos públicos têm que ser administrados como entidades financeiras públicas. É uma área em que trabalhei muitos anos, conheço bem.

O ministro disse que perseguirá o princípio do "nominalismo". Com isso, ele quer resgatar uma ideia defendida em 2005, e que foi bombardeada por Dilma, de buscar o déficit nominal zero. O que era possível naquele ano em que foi proposto por Antonio Palocci, e derrubado pela então ministra da Casa Civil, hoje seria inviável porque o país está com 10% de déficit nominal.

Meirelles me explicou que não será transferido o Ministério da Previdência inteiro para a Fazenda e sim alguns órgãos e atribuições. A Secretaria de Previdência e a Previc irão, mas não o INSS com seus 43 mil funcionários. Na verdade, é mais para dar ao ministro a coordenação da proposta de reforma tributária. Na entrevista, ele estabeleceu algumas linhas: ?" Idade mínima, regra de transição e que seja eficaz. Ele disse que há muitos profissionais estudando isso dentro do Ipea, por exemplo, e que pretende ouvi-los. De qualquer maneira, Meirelles demonstra que não dará ouvidos aos que sustentam que a reforma não é necessária. E foi exatamente por ouvir este grupo que o governo Dilma não fez a reforma e o déficit cresceu de forma exponencial.

Meirelles assumiu o maior desafio da sua carreira. O conjunto de problemas na Fazenda é gigantesco. Ele disse que irá devagar, porque tem pressa. Um lema que usou na época em que estava no Banco Central e que deu certo.
Herculano
14/05/2016 08:16
O LEGADO DO PT, Plácido Fernandes Vieira, para o jornal Correio Braziliense

O governo que se inicia é, em sua maioria, parte do legado que o PT deixa ao país. Michel Temer, Henrique Meirelles, Romero Jucá, Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves, Osmar Terra, Gilberto Occhi, Gilberto Kassab, Fernando Coelho Filho... Todos esses nomes que ora integram a gestão Temer integraram também o governo de Dilma Rousseff ou de Luiz Inácio Lula da Silva. Ou seja: antes de virarem "golpistas", todos eram cidadãos de bem acima de qualquer suspeita?

E foi assim, com todos eles rezando pela mesma cartilha, que o Brasil se transformou no paraíso na Terra, conforme insuspeitas peças de publicidade produzidas pelo marqueteiro João Santana. Nunca antes na história deste país - onde se plantando tudo dá, como escreveu, ao chegar ao Brasil, Pero Vaz de Caminha, em carta ao rei dom Manuel de Portugal -, fomos tão, tão, tão engabelados.

Se o mensalão já havia revelado que alguns sacerdotes não tinham resistido e provaram da maçã da corrupção, o petrolão, então, justificaria não apenas o impeachment, mas a sumária expulsão do Éden. O desbaratamento da quadrilha que desviou bilhões de dólares dos cofres da Petrobras fez jorrar tanta sujeira que até os deitados eternamente em berço esplêndido acabaram despertando para a realidade.

Estarrecidos, como nunca antes, milhões de brasileiros lotaram as ruas do país para exigir o impeachment e declarar apoio às investigações da Lava-Jato. Com maioria folgada no Congresso, Dilma desdenhou da força das ruas. Mas cometeu o desatino de se opor à eleição de Eduardo Cunha para o comando da Câmara dos Deputados. Bancou a eleição do petista Arlindo Chinaglia e perdeu feio. Resultado: o peemedebista, até então, um santo aliado, foi transformado em demônio do dia para a noite.

Começava aí o calvário que levou ao afastamento de Dilma. Cunha também se deu mal. Acabou suspenso do mandato e da Presidência da Câmara, por decisão unânime e inédita do Supremo. Ao PMDB que assume o governo resta o argumento de que apenas fazia parte da comissão de bordo na gestão da petista. Centralizadora, ela era piloto e copiloto do desastre econômico-financeiro em que enfiou o país, a mais grave recessão em 80 anos. Igualmente rejeitado pela maioria dos brasileiros, segundo pesquisas de opinião, Temer assume o comando de um avião desgovernado e sem combustível. Faz sentido que peça ajuda a todos para tentar evitar o pior. Caso não consiga, não devemos nos esquecer de que a culpa por esse monumental desastre é, principalmente, do PT.
Herculano
14/05/2016 08:12
A FALÁCIA DA LEGITIMIDADE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O principal argumento de Dilma Rousseff e do PT para repudiar o "golpe" que afastou provisoriamente do cargo a chefe de governo mais impopular da história é a legitimidade de um mandato conquistado com o voto de 54 milhões de brasileiros. Legitimidade que, para os petistas, não se estende ao vice-presidente eleito na mesma chapa, com o mesmo número de votos. Legitimidade que os petistas negam ao Supremo Tribunal Federal para estabelecer o rito a ser seguido pelo processo de impeachment no Legislativo.

Legitimidade que o PT nega igualmente ao Congresso Nacional para deliberar, por ampla maioria de votos, sobre a admissibilidade do processo de impeachment e, em consequência, transferir provisoriamente ao sucessor constitucional de Dilma o comando do governo.

Legítimo, no Brasil, só o PT. E isso explica o fato de os petistas terem anunciado que não reconhecerão a investidura de Michel Temer na Presidência interina, farão oposição radical a seu governo "ilegítimo" e recusar-se-ão até mesmo a examinar, no Congresso, toda e qualquer medida proposta pelo "usurpador".

A disposição de radicalizar ao extremo a oposição ao governo cuja legitimidade não reconhecem foi anunciada por parlamentares petistas logo após a decisão do Senado de dar sequência ao processo de impeachment. Enquanto os senadores debatiam a questão, na madrugada de quinta-feira, deputados petistas e seus aliados do PC do B se reuniam na Câmara para discutir a melhor maneira de reagir à derrota considerada inevitável. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) foi um dos primeiros a anunciar o lançamento do movimento intitulado "Temer jamais será presidente, será sempre golpista" ou, opcionalmente, apenas "Temer, o golpista":

"Nenhum documento assinado por Michel Temer tem qualquer valor, são todos nulos". E por isso, explicou, a bancada petista não levará em consideração nenhuma proposta enviada pelo novo governo.

A petista gaúcha Maria do Rosário negou legitimidade às decisões do Congresso sobre o impeachment: "Nem sempre a maioria tem razão. A maioria desse Parlamento é golpista". Ou seja, quem legitima a atuação de senadores e deputados não é o voto popular: é o discernimento dos petistas. Linha auxiliar do lulopetismo, a deputada Luciana Santos (PC do B-PE) compartilha do peculiar entendimento do PT a respeito de quem tem ou não tem direito de falar em nome do povo: "Vamos ter dois presidentes, uma eleita com 54 milhões de votos e outro, ilegítimo, sem voto nenhum". Raciocínio - ou absoluta falta dele - que escamoteia o fato de que, em eleição para chefe de Executivo, o voto é dado não apenas a quem encabeça a chapa, mas também a seu parceiro.

Essas manifestações de indisfarçável rancor de petistas e aliados diante da adversidade dão a exata medida da mentalidade autoritária, antidemocrática, do grupo político que se julga dono da verdade e durante mais de 13 anos manipulou a opinião pública, particularmente os segmentos menos informados da população. Apresentam-se como monopolistas da defesa do bem comum, protetores dos fracos e oprimidos contra a sanha segregadora das elites impiedosas. Derrotados, fazem-se de vítimas e não têm a dignidade de assumir erros, cuja responsabilidade transferem a inimigos - alguns imaginários -, como fez Dilma Rousseff em todas as oportunidades que teve desde o início da tramitação do processo do impeachment.

Diante disso, pode-se prever que o lulopetismo não terá o menor escrúpulo de sabotar o governo Temer em tudo que estiver a seu alcance, agora mais restrito. No Congresso, está praticamente isolado, sem votos suficientes para se opor à maioria parlamentar que está sendo construída em torno do novo governo. Nas ruas, certamente continuará contando com a militância das entidades e movimentos como CUT, UNE, MTST, que gravitam em seu entorno e dos cofres públicos que certamente lhes serão fechados. O que indica que o País provavelmente terá que se habituar às "manifestações legítimas" de grupelhos de vândalos que infernizarão a vida dos brasileiros nas ruas e estradas.
Herculano
14/05/2016 07:58
LULA ADMITE QUE PT NÃO TEM ALTERNATIVAS PARA 2018

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Cátia Seabra. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu, em recentes conversas, a falta de alternativas do PT, além dele próprio, para a disputa presidencial de 2018 após a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Lula reclama de o PT "não criar quadros". O ex-ministro-chefe da Casa Civil Jaques Wagner e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, são as opções que defende para a corrida presidencial.

A aliados, Lula reconheceu, no entanto, que, sem cargo na Esplanada dos Ministérios, Wagner dificilmente terá a exposição necessária para se promover para a disputa eleitoral.

Lula sugere que ex-ministros recém saídos do governo Dilma passem a integrar o comando do partido.

Ricardo Berzoini e Miguel Rossetto serão, por exemplo, escalados para funções partidárias. Vice-presidente do PT, Paulo Teixeira (SP) afirma que a proposta é "adensar" a cúpula partidária para a defesa de Dilma até o julgamento final do impeachment.

Há dúvidas sobre a conveniência eleitoral de Wagner engrossar a cúpula do partido num momento de desgaste da sigla. Além disso, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou, num acordo de delação premiada, que em 2006, a campanha do ex-ministro ao governo da Bahia foi abastecida por propina, o que o petista nega.

Uma eventual candidatura de Haddad dependeria, por sua vez, de sua reeleição à Prefeitura de São Paulo neste ano. Embora o prefeito seja presença constante no instituto Lula, o ex-presidente tem recomendado que a imagem de Haddad seja preservada, evitando-se excessiva associação ao partido.

Em conversas, Lula afirmou ainda que se dedicará agora às eleições municipais para conter perdas ainda maiores do que as já provocadas pela Operação Lava Jato e o desgaste do governo Dilma.

O presidente do PT, Rui Falcão, convocou para segunda (16) uma reunião da Executiva Nacional do PT para discutir a estratégia do partido no pós-impeachment. Na terça (17), será realizada uma reunião mais ampla, do Diretório Nacional. A pauta incluirá o debate sobre a convocação de novas eleições nacionais.
Herculano
14/05/2016 07:43
AFASTADO, CUNHA CUSTA MAIS R$ 125 MIL POR MÊS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Mesmo sem trabalhar, o presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), custa mais de R$ 125 mil por mês. Tudo bancado pelo contribuinte. Só o salário de mais de R$ 33,7 mil somado aos R$ 92 mil de verba de gabinete batem os R$ 125 mil. De acordo com o 1o secretário da Mesa Diretora da Casa, Beto Mansur (PRB-SP), Cunha perdeu apenas a boquinha do "cotão": cerca de R$ 35 mil.

BOA VIDA
Custo das regalias como carros oficiais e motoristas, seguranças, e os jatinhos da FAB não se encontram nos custos mensais de Cunha.

MINHA CASA, MINHA VIDA
Eduardo Cunha ainda desfruta da Residência Oficial de 800 metros quadrados no Lago Sul, em Brasília, com 4 quartos, escritório e piscina.

TUDO IGUAL
Mansur justifica a mamata conferida ao peemedebista. "Ele (Cunha) vai ter uma simetria: o que foi dado para Dilma, ele terá".

CASO DE POLÍCIA
Eduardo Cunha não dá expediente na Câmara desde o dia 5. Seu mandato foi suspenso pela Justiça por atrapalhar investigações.

CÁRMEN LÚCIA PODE PRESIDIR JULGAMENTO DE DILMA
Tudo indica que será a ministra Cármen Lúcia quem presidirá a sessão de julgamento de Dilma Rousseff, e não o atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. É que faltam 120 dias para a posse da ministra em substituição ao presidente do STF, cujo mandato expira em 10 de setembro. A estimativa do julgamento em 120 dias foi feita ontem pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).

PRAZO DE 6 MESES
O prazo do Senado para julgar Dilma é de 6 meses, mas não chegará a tanto. No caso do ex-presidente Fernando Collor, foram 90 dias.

MINISTRA ADMIRADA
Mineira como Antônio Anastasia (PSDB-MG), relator do impeachment, Cármen Lúcia é uma das mais admiradas magistradas brasileiras.

NÃO DEPENDE S?" DELE
Presidente do Senado prometeu que o julgamento ocorrerá ainda com Lewandowski presidente. Mas não depende só de Renan Calheiros.

PLANTÃO
Michel Temer pediu para o seu núcleo duro permanecer em Brasília no primeiro fim de semana de governo. Quer os ministros ligados a área econômica apresentando propostas já a partir de segunda-feira (16).

PROFISSIONAIS EM CAMPO
Desabafo de servidor do Planalto: "Já estou com saudades da Dilma. Era amadora: gritava de lá e nós de cá. Agora, Michel é profissional. Estamos desacostumados a lidar com profissionais no governo...".

MORTADELAS VIRTUAIS
Romero Jucá (Planejamento) é o novo alvo da guerrilha dos "mortadelas virtuais". Espalham na internet postagem atribuída ao ministro onde mulheres são desmerecidas. Tudo mentira, claro.

DESDE CRIANCINHA
Diplomatas que dizem representar o ex-chanceler Celso Amorim procuraram saber, no staff de Michel Temer, como o presidente veria sua eventual desfiliação do PT e refiliação ao PMDB.

NADA DE SAUDADE
Não é só no Planalto que há funcionários comemorando porque ficaram livres das hostilidades de Dilma. No Ministério da Educação sobraram preces de agradecimento pela partida de Aloízio, o Mercapedante.

IMAGEM INTERNACIONAL
O presidente Michel Temer escolheu um craque para cuidar da imagem do Brasil na imprensa internacional: o jornalista e embaixador Pedro Luiz Rodrigues. Convidado nesta sexta-feira (13), ele já assumiu a missão de chefe do Departamento de Imprensa Internacional da Presidência da República.


APARELHAMENTO FORTE
O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), agora governista, diz que, com Dilma, o quadro técnico dos ministérios ficava escondido enquanto a Esplanada era comandada pelo cabidão petista.

MISSÃO CUMPRIDA
O senador Vicentinho Alves (PR-TO) adorou os instante de celebridade como portador da intimação para tocar Dilma pra fora do Planalto. Ainda assim, para ele, a missão nada teve de mais agradável.

PENSANDO BEM?
?ao contrario do que Dilma et caterva propalava, depois do PT não veio o dilúvio. Talvez apenas o Delúbio em nova cadeia.
Herculano
14/05/2016 07:38
HOJE AS 10 HORAS HAVERÁ PROTESTO NO KM 40 DA BR 470

Ela será fechada. É para pedir mais segurança e lombadas eletrônicas para o trecho que se revelou entre o La Terra e o Loteamento das Casinhas de Plástico, o mais perigoso de Gaspar.

A prefeitura implantou lá um loteamento precário, sem nenhum estudo de impacto de vizinhança e acessos marginais para seus moradores e a escola que pediu para a Bunge construir no Loteamento para atender uma vasta região e cujos alunos precisam atravessar a perigosa rodovia. Acorda, Gaspar!
Herculano
14/05/2016 07:29
HOMENAGENS A DILMA, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo para o jornal Folha de S. Paulo

Dez mil é o número registrado no caderninho lulopetista. Automaticamente, por uma decisão de cima, qualquer manifestação pública relevante reunirá 10 mil militantes, entre portadores petistas de holerites, sindicalistas profissionais e ativistas de "movimentos sociais". Menos de um terço disso apareceu na melancólica despedida de Dilma Rousseff, provável indício de uma ordem de desmobilização emanada de Lula. As homenagens à presidente escorraçada ficaram a cargo do presidente interino. Michel Temer bateu continência duas vezes, comprovando o horror à ruptura tão entranhado em nossa elite política.

No primeiro gesto de continência, o substituto desvelou a marca publicitária de seu governo, que empresta da bandeira nacional a abóboda celeste circundada pelo lema "Ordem e Progresso". A lei proíbe o uso da administração para propaganda pessoal dos governantes. As marcas publicitárias são a forma encontrada pelos políticos de circundar o veto legal, identificando eficazmente os atos de governo à figura dos governantes. O PT conduziu a prática ilegal ao paroxismo, criando uma marca geral para seus governos ("Brasil, país de todos"), de modo a produzir a tripla identificação governo-partido-governante. Temer reitera a ilegalidade, mas do seu jeito.

Inaugurando seu segundo mandato, Dilma inovou com a "pátria educadora", uma tentativa de singularizar sua imagem, distinguindo-se do PT. O presidente interino prefere investir na ideia de "união nacional" - e, para tanto, cobre seu governo com o manto da própria nação. A operação de marketing tem um cerne autoritário, sintetizado na mensagem subterrânea de que a fidelidade à pátria solicita o apoio ao governo. "O povo precisa colaborar e aplaudir as mudanças que venhamos a tomar", declarou Temer logo após a posse, reivindicando abusadamente uma nota promissória em aberto.

No segundo gesto de continência, o substituto desvelou sua escultura ministerial, que é Dilma menos a ideologia. A alardeada redução de ministérios quase não passa de um truque de ilusionismo vulgar, realizado pela agregação de pastas sob rótulos abrangentes. O núcleo palaciano (Jucá, Padilha, Geddel, Moreira Franco) é uma camarilha peemedebista, no estilo do burô petista de Dilma (Wagner, Berzoini, Cardozo, Edinho). A equipe econômica (Meirelles e Goldfajn), que sinaliza a mudança de rota, foi conectada ao núcleo palaciano por uma dupla ponte política (Jucá e Moreira Franco). Num círculo externo, raros nomes notáveis (Serra, Jungmann, Mendonça Filho) destacam-se sobre o fundo cinzento da tradicional repartição partidária do butim.

Sumiram os ministérios consagrados à cooptação de "movimentos sociais". Ficou, um pouco atenuado, o "presidencialismo de coalizão", expressão inventada por cientistas políticos brasileiros profissionalmente interessados na "normalização" da corrupção institucional. O espectro de Dilma ronda a paisagem da Esplanada, imantado em personagens como o bispo Marcos Pereira, o herdeiro de Jader Barbalho, o ministro-de-qualquer-governo Kassab e os notórios Picciani e Henrique Alves. Na pasta da Justiça, sai o Ministro da Chicana e entra o Ministro da Ordem: o Brasil oficial não tem lugar para um jurista independente.

A dupla continência confirma a dificuldade de Temer de vislumbrar um país, para além dos limites da Praça dos Três Poderes. O presidente interino pretende mudar a economia com as ferramentas políticas enferrujadas que sempre manejou. "A partir de agora não podemos mais falar de crise", atreveu-se a dizer, imaginando que a legitimidade política deriva da tessitura de uma maioria parlamentar.

"A classe política unida ao povo."Temer pronunciou esse desejo - mas, rodeado por representantes de quase todos os 35 partidos legalizados, calou sobre a urgência de uma reforma política. Tempo de quimeras.
Sidnei Luis Reinert
14/05/2016 07:13
Henrique Meirelles (amigão de Lula) começa mal:

"O nível tributário do Brasil é elevado e, para que o país volte a crescer, é importante que tenhamos uma diminuição do nível de tributação. Mas também é importante hoje o equilíbrio fiscal. Assim, caso seja necessário algum tributo, ele será aplicado e, certamente, será temporário."

Ajuste fiscal para o povo bobo pagar ainda mais!
Herculano
14/05/2016 07:11
RESPONDA

O PT não deixou o PSDB governar por anos afio e colocou todos os defeitos no ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, inclusive dele ser uma pessoa esclarecida, educada, capaz ao diálogo.

Então. O PT vai deixar o PMDB governar, com todos os defeitos que o PMDB possui, o partido que sempre à sombra e sobra do poder? Ou o PMDB assume rapidamente o seu lado bandido e enfrenta o que se arma no PT, ou o governo do PMDB vai ser trucidado pela propaganda, armação, a falta de resultados imediatos e o reflexo estará nas eleições municipais, inclusive aqui em Gaspar,

A hipocrisia, a incoerência e o banditismo é tão descarado, que o PT só agora descobriu que o presidente interino da República, Michel Temer, é um ficha suja. E isto seria ruim de qualquer forma em qualquer ambiente público para um político, mas menos no Brasil, por enquanto.

Contudo, perguntar não ofende:não é PT o pai do mensalão, do petróleo, das roubalheiras sem fim, da corrupção endêmica dentro e fora do governo, das alianças propositais com fichas sujas para se manter no poder, inclusive o próprio Temer como vice presidente?

Limpar os seus graves defeitos e apenas apontar os dos outros, ou coloca-los em que não os possui, é coisa de bandido que sabe o que faz, que sabe que a maioria da população é feita de analfabetos, ignorantes, desinformados e onde transita para se manter no poder, de quem sabe que parte dos formadores de opinião como artistas, professores, cientistas e jornalistas são de esquerda e não importa que haja roubo, caos na economia. O importante é ser poder, mesmo lambuzado e colando a sua própria lama permanentemente nos outros. Wake up, Brazil!, Acorda, Gaspar!
Herculano
14/05/2016 06:53
NOCAUTE, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o jornal Folha de S. Paulo

O lulismo estava nas cordas desde a quinta-feira, 27 de novembro de 2014, em que a presidente reeleita anunciou que havia decidido entregar a condução da economia do país ao projeto austericida que condenara na campanha eleitoral. Um ano e meio depois, na aurora de anteontem (12), o exausto lutador caiu. Ao afastar Dilma Rousseff da Presidência por 55 a 22 votos, o Senado encerrou talvez uma das lutas mais dramáticas ?" embora perca para a de 1954 - da história democrática brasileira.

Haverá ainda prorrogação, mas só um milagre reverterá o jogo no espaço senatorial em que se fará o julgamento dos inexistentes crimes da mandatária afastada. Um bloco partidário e social comandado pelo PMDB se formou para isolar, desmoralizar e, caso possível, extinguir o arco de forças comandado por Lula. O lulismo não morreu, mas talvez sejam necessários anos para reconstruir as condições de disputa perdidas na manhã da quinta passada (12).

Pois embora o fator econômico tenha sido decisivo, não se tratou da mera derrocada de um governo associado a desemprego, inflação e queda da renda. Foi também o resultado das revelações e da manipulação da Mãos Limpas nacional, conhecida como Lava Jato. Dilma subestimou o tamanho dessas duas encrencas, que apareceram com nitidez no último ano do seu primeiro mandato.

Se a antiga ministra da Casa Civil tivesse percebido a força da coalizão capitalista consolidada em torno do ajuste recessivo assim como o potencial que a delação premiada traria à investigação na Petrobras, o mais racional era ter entregue a recandidatura a Lula. O ex-presidente reunia melhores condições para o pugilato de pesos-pesados.

Só o tempo dirá em que ponto do percurso Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outros personagens das investigações resolveram colocar a bomba atômica que controlavam a serviço da demolição do lulismo. De toda maneira, em março deste ano, quando o juiz curitibano fez a condução coercitiva de Lula e a divulgação do diálogo deste com Dilma, ficou claro que já não havia isenção.

Independentemente das falhas de avaliação de Dilma, o lulismo foi incapaz de oferecer uma narrativa coerente sobre a avalanche de acusações formuladas pelo Partido da Justiça sediado em Curitiba. De outro lado, a mídia estimulou um clima de caça às bruxas decisivo para cimentar a maioria que deu suporte ao golpe parlamentar.

Com a traumática derrubada do lulismo, interrompe-se mais uma vez a tentativa - no fundo a mesma de Getúlio Vargas - de integrar os pobres por meio de uma extensa conciliação de classe. Venceu de novo a forte resistência nacional a qualquer tipo de mudança verdadeiramente civilizatória. Mesmo a mais moderada e conciliadora.
Herculano
14/05/2016 06:48
CÂMARA PREMIA COM MORDOMIAS A IMORALIDADE, por Josias de Souza

Existem políticos piores e melhores. Mas ficou mais difícil distinguir uns dos outros depois que a Lava Jato comprovou que a política virou apenas mais uma ramificação do crime organizado. Há dez dias, o STF afastou Eduardo Cunha do mandato e da poltrona de presidente da Câmara. Fez isso porque, "além de representar risco para as investigações penais" abertas contra ele, o deputado tornou-se "um pejorativo que conspira contra a própria dignidade da Câmara".

A Suprema Corte concluiu que a presença de Cunha no comando feria os "princípios de probidade e moralidade que devem governar o comportamento dos agentes políticos.'' O que fez a Câmara? Bem, a mesa diretora da Casa acaba de baixar uma resolução concedendo à improbidade todas as mordomias que o dinheiro -do contribuinte?" pode pagar.

Mesmo sem trabalhar, Cunha receberá salário integral. Coisa de R$ 33.763 por mês. Continuará morando na residência oficial da Câmara, assentada à beira de um lago, no bairro mais caro e elegante da Capital. Ali, Cunha terá cama, comida e roupa lavada com verbas públicas. Manterá também a prerrogativa de usar carro oficial com motorista, avião da FAB, seguranças, e até R$ 92 mil para pagar os salários dos funcionários de um gabinete cujo titular o STF suspendeu por tempo indeterminado.

Tudo foi feito em perfeito desacordo com a opinião dos técnicos da Câmara, que opinaram a favor da supressão de regalias de Cunha. O primeiro-secretário da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), alegou que, na falta de melhor critério, os deputados que dirigem a Casa decidiram que Cunha deveria receber as mesmas regalias concedidas à presidente afastada Dilma Rousseff.

Seria injusto dizer que a decisão da Câmara representa mais um caso de corporativismo. Já não se trata de mero espírito de corpo, mas de espírito de porco. Se os resíduos mentais que inspiram esse tipo de decisão fossem concretos, não haveria esgoto que bastasse.
Herculano
14/05/2016 06:44
RESPONDA

Se o PT tivesse assumido interinamente a presidência da República no lugar de outro governante, de outro partido qualquer, mesmo que esse partido fosse o PCdoB ou PDT, por exemplo, o PT preservaria a foto do governo substituído, como um ato de respeito ao que não é ainda não é uma situação nova de fato?

Não precisam nem fazer apostas. O fundamentalismo não permite isto.
Herculano
14/05/2016 06:38
SEXTA-FEIRA, 13, por Igor Gielow, para o jornal Folha de S. Paulo

Coube a Henrique Meirelles, czar da área econômica do governo de Michel Temer, dar o tom em sua entrevista de reestreia no poder: para dar certo, a nova administração só deve anunciar o que for exequível, ou seja, o que deve ser aprovado pelo Congresso.

Se a sobriedade soa bem, será curioso ver como ela pode ser incutida numa equipe recheada de parlamentares de segunda, que não se seguram na frente de um microfone.

Mas a ideia explica o arcabouço armado por Temer, visando azeitar a dinâmica Planalto-Parlamento. Moderninhos fazem mimimis ululantes pela carranca de Esplanada apresentada. Sem discordar da evidente falta de diversidade desejável, é de se perguntar em que planeta eles moravam para ver nos 13 anos passados só um oásis de reformas e progressismo. O ímpeto de reescrita da história é irrefreável nesse pessoal.

Acolhendo o que é óbvio em termos de avanços na era PT, não custa lembrar que o partido deixou uma terra arrasada na economia, na ética e na política. Aos velhos e aos velhacos, sobraram as batatas.

Os petistas em retirada agora se comportam como os templários expelidos da França numa outra sexta 13, em outubro de 1307 ?"uma das origens da lenda do mau agouro da data. Procuram refúgio, como a bela Tomar na qual os cavaleiros em fuga foram assentados, talvez na forma de uma "frente de esquerda".

(Para ficar em dias fatídicos, um parêntese cabalista: foi numa sexta 13 que há 12 anos explodiu o caso Waldomiro Diniz, primeira grande fissura no casco ético do PT, caminho sem volta que chegou ao fim agora).

A sexta ainda registrou, no campo de Temer, a promessa de manutenção da chefia da PF que tocou a Lava Jato. Não é pouco, se for para valer e após um ministro da Justiça que prometia enquadramentos.

O realismo marca o início da gestão Temer, faltando saber se não descambará para mera prática pedestre.
Sidnei Luis Reinert
14/05/2016 06:08
PT em pânico: Oposição protocola no Senado pedidos de CPI do BNDES e dos Fundos de Pensão

1) Ronaldo Caiado (DEM-GO) conseguiu o limite mínimo necessário de 27 assinaturas* e protocolou novamente o pedido de CPI do BNDES no Senado.
) Já Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Ana Amélia Lemos (PP-RS) reapresentaram o pedido de CPI dos Fundos de Pensão, também com 27 assinaturas.

http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/cultura/pt-em-panico-oposicao-protocola-no-senado-pedidos-de-cpi-do-bndes-e-dos-fundos-de-pensao/
Herculano
13/05/2016 22:39
GENTE ENCARDIDA. APOS AFASTAMENTO DE DILMA, MADURO CHAMA EMBAIXADOR DE VOLTA A CARACAS.

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Samy Adguirni. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na noite desta sexta-feira (13) que convocou o embaixador venezuelano no Brasil de volta à Venezuela em represália ao que Caracas considera um "golpe de Estado" contra Dilma Rousseff.

"Pedi ao nosso embaixador no Brasil, Alberto Castelar, que voltasse. Me reuni com ele, estivemos avaliando esta dolorosa página da história do Brasil. [Foi] uma jogada totalmente injusta contra uma mulher que foi a primeira presidente que o Brasil teve", disse Maduro em cadeia nacional de rádio e TV a partir do palácio de Miraflores, em Caracas.

Não está claro se a retirada é definitiva, o que representaria um congelamento das relações, nem se o embaixador venezuelano voltou a Caracas nesta sexta (13) ou no dia anterior, quando o Senado Federal brasileiro aprovou o afastamento de Dilma.

O processo de impeachment da presidente é visto como uma catástrofe para o chavismo, que manteve intensas relações comerciais e políticas com o governo petista, apesar do esfriamento desde o fim da Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

Nesta sexta (13), pouco mais de 24 horas após a troca na chefia dos ministérios pelo presidente interino, Michel Temer, o Itamaraty divulgou duas notas criticando países e órgãos internacionais que questionaram a legalidade do afastamento da presidente Dilma.

"O Ministério das Relações Exteriores rejeita enfaticamente as manifestações dos governos da Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua, assim como da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), que se permitem opinar e propagar falsidades sobre o processo político interno no Brasil", afirma uma das notas. "Esse processo se desenvolve em quadro de absoluto respeito às instituições democráticas e à Constituição federal."

A chefia do Itamaraty foi assumida pelo senador José Serra, em substituição ao diplomata Mauro Vieira.
Herculano
13/05/2016 21:30
PROPOSTA DE BAUER PARA PROMOVER A PAZ NO CAMPO AVANÇA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Press release do Senado. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a Proposta de Emenda à Constituição 132/2015, que no Senado tramitou como 71/2015, criada pelo senador Paulo Bauer (PSDB/SC). A iniciativa prevê a indenização de proprietários cujas terras tenham sido declaradas como indígenas e homologadas a partir de 5 de outubro de 2013.

O parecer favorável do relator, deputado federal Alceu Moreira (PMDB/RS), garantiu a continuidade do debate sobre a proposta criada pelo parlamentar catarinense. A partir da agora, é necessário que a presidência da Câmara designe os integrantes da Comissão Especial que vai analisar a matéria.

Essa comissão terá prazo de 40 sessões para se pronunciar sobre o mérito da PEC. Depois, esse parecer será votado em dois turnos pelo Plenário da Câmara. Em caso de aprovação sem mudanças no texto, a proposta será promulgada. Caso ocorram alterações, o texto precisa voltar para nova análise no Senado.

Na opinião de Bauer, os povos indígenas precisam ser respeitados e, se suas terras têm origem comprovada, é direito deles desfrutarem das áreas.

"Mas o Estado, que por anos incentivou famílias de não índios a colonizarem estes mesmos locais, não pode abandonar quem pagou para ocupar os territórios, produziu e efetuou melhorias nos locais", comenta o senador ao justificar sua proposição.

Para o parlamentar, a matéria tem como objetivo central promover a paz no campo. Por um lado, reconhece e consolida os direitos dos indígenas. Por outro, ressarce quem ocupou as regiões de onde tirou o sustento por décadas.
Herculano
13/05/2016 20:27
ELES VIVEM PARA NOS ENGANAR OU SE ENGANAREM?

A coluna de hoje foi ao pelourinho. Normal. Elogios com manteiga, deixo e prefiro aos outros.

Mais. Ela foi usada como canal para expressar, exatamente por quem diz detestá-la, que garante não ter ela crédito, pois audiência, é provada por ferramenta própria de medição, foi usada por que a aponta como parcial etc e tal com todos os defeitos possíveis...

1. A turma do PSD de Gaspar chegou a usar uma VPN da Romênia para disfarçar o IP. Endereços, telefones, e.mails e nomes, todos falsos. Coisa de profissional. Bandido profissional.

2. O PT, por sua vez, acionou os desempregados da nova república Temer. O PT esperneou com discursos parecidos com aqueles feitos pela sua tropa de choque nas comissões da Câmara e Senado e que não ganharam votos.

3. O PT lascou no Michel Temer para propagar a ideia do golpe, apesar da previsão Constitucional e de se obdecer o rito exigido pelo Supremo. O único golpe por enquanto está na boquinha e nas verbinhas, inclusive para a mídia comprada, verba que se ameaça cair.

4. O PT, desocupado, mira em Temer, associa o presidente interino do Brasil ao PMDB daqui e por doença, sempre cola o novo poder brasileiro ao PSDB. Como outros: fazem tudo as escondidas nos nomes, telefones e e.mails, como se isso fosse possível. Profissionais nem tantos. Cara de pau, sem nenhuma dúvida. Wake up, Brazil! Acorda, Gaspar!
Herculano
13/05/2016 20:06
O LADO VIRTUOSO DA CRISE: A ESQUERDA VIRA REDUTO DE INCOMPETENTES, APROVEITADORES E VAGABUNDOS, por Reinaldo Azevedo, de Veja

O Brasil que trabalha, que se esforça, que luta para ganhar a vida honestamente, não aceita mais ser refém dessa pilantragem

A própria imprensa acabou dando pouco destaque ao acontecido porque, infelizmente, parte considerável do jornalismo é vitima de uma espécie de síndrome de Estocolmo quando o assunto é o PT: sente atração pelo seu sequestrador. Mas, aqui, a questão terá a devida visibilidade.

Nesta quinta, na patuscada armada por Dilma Rousseff para deixar o Palácio do Planalto, uma equipe da TV Globo, composta por cinco pessoas, foi atacada por fascistoides vermelhos. Entre os agredidos, estava a repórter Zileide Silva. Uma produtora chegou a levar um chute nas costas. Nada menos.

Pouco antes, os brucutus haviam cercado uma estrutura armada para o trabalho de jornalistas e fotógrafos, ameaçando derrubá-la, aos gritos de "mídia golpista". Entrei no site da Fenaj - Federação Nacional dos Jornalistas - em busca de um nota de repúdio. Nada! Afinal, eram petistas e esquerdistas tentando espancar repórteres. A Fenaj, um asqueroso aparelho petista, não tem nada a dizer a respeito.

Não é preciso apelar à imaginação para chegar aos responsáveis por essas barbaridades. Quem inspira essas ações truculentas é a senhora presidente afastada da República, Dilma Rousseff, que insiste em impor a sua presença ao país, embora a esmagadora maioria dos brasileiros repudie a sua atuação.

Por que isso acontece? Porque os agressores seguem o exemplo de seus líderes e não reconhecem os valores da democracia. Ora, se uma presidente afastada, seu partido e as principais lideranças dessa agremiação chamam de golpe o triunfo da Constituição e do estado de direito, por que os vagabundos que vivem pendurados no estado e em entidades de classe, que transformam a militância política em mero meio de vida, não haveriam de fazê-lo?

Eis aí: é precisamente disso que o pais está cansado. O Brasil que trabalha, que se esforça, que luta para ganhar a vida honestamente, não aceita mais ser refém dessa pilantragem.
Se a canalha me indigna por seus métodos, pelo mal que causa a muita gente, pelo que significa de atraso para o país, confesso que experimento certo conforto entre intelectual e moral ao ver essa gente a cometer tantos erros.

Felizmente, o PT diz cada vez menos a um número cada vez maior de pessoas. Suas utopias coletivistas já não mobilizam os indivíduos de boa-fé. A exemplo do que acontece em todo o mundo civilizado, a militância de esquerda vai se tornando um reduto de incompetentes, de aproveitadores e de vagabundos.

É o lado virtuoso da crise.
Sidnei Luis Reinert
13/05/2016 16:29
VÍDEO ESCLARECEDOR, PT ESTÁ "FORA", MAS NÃO OS COMUNISTAS. PMDB VEM DO MDB QUE "ERA" UM PARTIDO COMUNISTA QUE ERA CONTRA OS MILITARES E O PPS É MAIS UM PARTIDO DO FORO DE SÃO PAULO.


" Foro de São Paulo no Comando das " Forças Armadas Brasileiras " através do Novo " Ministro da Defesa " , Raul Jungmann , do " Partido Popular Socialista " , PPS , indicado pelo " Presidente Temer ", do , PMDB , . O PMDB apóia o Comunismo, toda a esquerda apoia o Comunismo sendo alguns Partidos colocados no , Foro de SP, e outros não como táticas de estratégias.

https://www.youtube.com/watch?v=O5lC8Nr5lGc&app=desktop
Bumba
13/05/2016 15:51
Gastando à rodo
Não me surpreende que os maiores gastos foram do Ciro e seu acessor Roni. Essa é a cede do Pmdb de Gaspar para assumir a prefeitura.
Como fizeram nos últimos mandatos que tiveram a prefeitura na mão. Encher os bolsos, sugar e carregar tudo que podem.

A gamela já está quase vazia para tanta fome!!!

Vamos analisar e escolher direito para não custar ainda mais caro aos nossos bolsos
Julio Cesar
13/05/2016 15:10
A CRISE JÁ CHEGOU!
Encontram-se disponíveis no Observatório de Informações Municipais as estimativas de repasse do FPM para o trimestre Maio, Junho e Julho.
(www.oim.tmunicipal.org.br)

A parcela referente ao primeiro decêndio de maio foi elevada em razão do pagamento do Imposto de Renda no final do mês de abril, seja referente à primeira parcela ou à cota única. Entretanto, a estimativa para o mês de maio é de valor abaixo do que foi creditado no mesmo mês em 2015.

O repasse de junho foi estimado num valor 14% abaixo do que seria repassado em maio e o repasse de julho foi estimado 17% abaixo do repasse de junho.

Os repasses efetuados até abril ficaram R$ 1 bilhão abaixo de igual período de 2015.

Os repasses estimados até julho, somados os já realizados, ficam ainda em torno de R$ 400 milhões abaixo do valor repassado em 2015.
Veja também estudos e artigos novos no Observatório

François E. J. de Bremaeker
Gestor do Observatório de Informações Municipais
Anônimo disse:
13/05/2016 14:44
Herculano, li atentamente "Quem manda na Câmara" e deduzi que tens olhos de analista, enquanto muitos leitores usam viseiras ou se satisfazem com críticas medíocres.

Isso faz a diferença no teu blog.
Erva Daninha
13/05/2016 14:39
Olá, Herculano;

Do blog do Aluízio Amorim:

"O fato do ministério do presidente Michel Temer não incluir mulheres foi o bastante para esquerdistas e jornalistas bundalelês serem acometidos por faniquitos variados. A propósito o excelente site Senso Incomum, em artigo de Flávio Morgenstern, analisa com muita propriedade o desespero da petezada e do jornalismo politicamente correto que insiste na necessidade de mulheres, negros, quilombolas e gente fantasiada de índio e outras ditas 'minorias' estarem representadas no Ministério.

Acostumados com aquelas cenas carnavalescas dentro do Palácio do Planalto o ambiente ascético que marcou a posse dos novos ministros, o que está corretíssimo, levou os esquerdistas a uma síndrome depressiva.

Como o faniquito das militantes do feminismo é mais estridente resolvi ilustrar este post com duas fotografias mostrando as mulheres da Dilma e a mulher do Presidente Michel Temer."

Foto 1 - Dilma com Erenice Guerra, Graça Foster,
Maria do Rosário, Isabela Teixeira ...

Foto 2 - Michel e a bela Marcela.

Acrescenta: E está tudo explicado."

Podem falar o que quiserem do mordomo de cemitério, mas beleza é fundamental - Vinícios de Morais.
Saco do mesmo balaio
13/05/2016 14:32
O Ministro Gilmar Mendes anda defendendo o diálogo entre instituições, mas foi ele memso quem um tempo atrás disse que se a vontade popular valesse para alguma coisa, não haveria nessecidade do Supremo existir.

Ele também defende que há na Constituição alguns desafios que causam tumultos e uma série de desacertos. Na questão da judicialização, seja em âmbito da saúde ou da educação, o ministro ponderou que a leitura do judiciário em relação aos direitos de perfil social permite uma abordagem de que são direitos sociais e coletivos, como também de caráter individual. Nisso eu até concordo mas continua achando que alguns dos ministros do STF são sim saco do meio balaio, já que os cargos que ocupam são por indicação e não por meritocracia.
Douglas Xavier
13/05/2016 14:23
O PMDB golpeou a democracia e inspirou golpe

A decisão do PMDB de romper com o governo da presidenta Dilma Rousseff, sofrerá fortes críticas e o Brasil perderá muito com o governo Temer.

Temer é o operador do processo de golpe contra presidenta Dilma, pois é de fato o potencial beneficiário direto.

O PMDB anos após ano vem contribuindo para a destruição do Brasil. Aqui em Gaspar memso nós temos bons exemplos disso. Adilson, que era o principal nome do partido, agora foi caçado, arrumaram um "testa de ferro" que nunca fez nada pela cidade e vive sempre escondido e ocupando cargos comissionados. Kleber Wand-dall, assim como Michel Temer quer uma aliança com o PSDB, ofereceu a vice-candidatura da para Andréia Nagel, mas nem a anônima vereadora aceitou o cargo. É as coisas não estão muito boas para eles, não sei se é de chorar, ou se é de rir.
Vampiro
13/05/2016 14:13
O PMDB, partido mais sangue suga da história da democracia brasileira decidiu sair do governo, após quase 40 anos mamando em tudo quanto é gestão...
Aliás o PMDB é o partido que sempre está em qualquer governo, negociando cargos e sugando o povo. As vezes se torna oposição, como é o caso daqui de Gaspar, e faz oposição chula, descabida, com intuito de atrapalhar sempre, não permitindo que a cidade tenha um deputado estadual, ou enfim, enfraquece todas as lideranças. O PMDB é a verdadeira erva daninha de qualquer esfera.
Na minha opinião o PT deveria ser extirpado do governo e o PMDB extirpado do Brasil.
Tentando de novo
13/05/2016 14:12
O quê está se passando com o Jornal Cruzeiro do Vale é uma história lamentável, deprimente e tristemente conhecida: é o velho golpe em andamento, baseado em mentiras e oportunismo de alguém que tem dinheiro. A tática é usada desde sempre por "espertalhões", muito especialmente por uns que se passam de colunistas para destruir adversários na tentativa de alcançar o poder. Estratégia da política velha e imunda.

O jogo é relativamente simples. Invente uma mentira sobre seu adversário. Ele correrá para desmentir. Não dê tempo da versão dele circular e então lance outra. Antes que ele se defenda, vá para uma terceira. E assim sucessivamente. Entrementes, crie um clima de caos, desordem, confusão. Não pare nunca. Insista até o limite. No final a coisa fica tão confusa que o adversário acaba abatido, não pela verdade, mas pelo puro terrorismo que não o deixa respirar.

O PMDB e o PSDB não conseguem espaço aqui na cidade, e de fato o peemedebista Herculano Domíncio, é o mais tucano da história e não ganhando vibilizade na cidade acho um veículo de comunicação que precisava muito de investimento para se manter, se aproveitou disso e hoje faz o que faz...

Será que vai ter coragem para publicar isso?

A corda Herculando... A corda
Mariazinha Beata
13/05/2016 14:01
Seu Herculano;

Coisa linda a posse de Temer com seu Ministros, tudo azul, sem aquele vermelho horrendo da cor do ódio ...

Bye, bye!
Ana Amélia que não é Lemos
13/05/2016 13:58
Sr. Herculano:

Concordo com a cantilena sobre QUEM MANDA NA CÂMARA. O que diverjo é que Cunha chegou a ser o Malvado Favorito por não ser asqueroso.
Joquinha Faceiro
13/05/2016 12:35
Herculano!

Começou a baixaria politica para as eleições que se aproximam. É o tal do "roto" falando mal do "rasgado", todos nós sabemos quem são, um não tem moral de falar mal do outro. Não perceberam isso ainda, esse discurso está manjado, o eleitor está de saco cheio desse tipo "baixo" de discurso e é por isso que vamos ter uma bela de uma surpresa na próxima eleição. Ainda mais agora que a maioria tem acesso a internet.
Herculano
13/05/2016 12:29
ORDEM E PROGRESSO

Fui a uma loja. No caixa, um cartaz all type feito numa folha A4

Ouvimos falar da crise. Mas sta loja decidiu não contribuir com ela.
Herculano
13/05/2016 12:24
DISFARCE

PT fora do governo, falta de dinheiro para os blogs sujos, a guerrilha na já começou. O uso disfarçado das áreas de credibilidade e líderes de acesso. Para não ser pego fácil, usam até VPN na Romênia para não se localizar aqui. Uau!
Karen
13/05/2016 11:56
O presidente interino, Michel Temer (PMDB), anunciou, pouco depois de ser empossado no cargo, seu ministério. Além de não ter nomeado nenhuma mulher, nem representante da população negra do país, o "novo governo" é recheado de investigados pela Justiça e até mesmo condenados por crimes como improbidade administrativa e desvio de recursos públicos.

Com base na Lei da Ficha Limpa, Temer também foi considerado inelegível pelos próximos oito anos, por decisão da Procuradoria Eleitoral de São Paulo, por doação de campanha acima do limite legal. Apesar de poder assumir a Presidência, eventuais candidaturas futuras podem ser questionadas.

Um dos nomes mais conhecidos do ministério, o senador José Serra (PSDB) deixa novamente um posto para o qual foi eleito e assume o Ministério das Relações Exteriores. O tucano tem uma extensa ficha de acusações, e a mais recente tem a ver com a formação de cartel e o superfaturamento de obras e licitações no Metrô de São Paulo, que teria acontecido entre 1998 e 2008, período que coincidiu com o mandato de Serra como governador (2007 a 2010).
Orlando
13/05/2016 11:52
Já estão prontos os termos de posse da equipe ministerial de Michel Temer ?" com exceção de Integração e Minas e Energia.
Kassab agora é titular da nova pasta de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; Eliseu Padilha vai para a Casa Civil; e Alexandre de Moraes, ex-secretário de Segurança de São Paulo, substitui Eugênio Aragão no Ministério da Justiça e Cidadania.
Leonardo Picciani, líder do PMDB na Câmara e voto contrário ao impeachment de Dilma Rousseff, assumirá a pasta do Esporte.
O novo AGU, conforme divulgado ontem pelo Radar, é Fábio Osório Medina.
Alessandra
13/05/2016 11:49
Herculano realmente você não está desistindo de escrever muitas coisas que não são verdade. O Jornal Cruzeiro do Vale é sim o mais antigo, mas não é o que tem mais credibilidade e audiência, você sabe disso, talvez só não saiba que é justamente esse comportamento que tem causado isso.
Adriano
13/05/2016 11:47
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) também se manifestou por meio de nota. A entidade avaliou como positivas as escolhas do presidente interino Michel Temer para compor a equipe econômica. Para a FecomercioSP, a nova equipe deve retomar os conceitos básicos de equilíbrio macroeconômico e de responsabilidade fiscal, que serão determinantes para a retomada do crescimento econômico do país.

No entendimento da federação, o novo governo compreendeu que deve haver sintonia entre escolas de pensamento para Fazenda, Banco Central, Tesouro e Planejamento, "o que, por si só, já é uma notícia positiva". Ainda segundo a entidade, trata-se de um grupo que entende que o Estado já não cabe mais nos bolsos dos brasileiros. "Ficou claro que é preciso adaptar o Estado à capacidade contributiva do cidadão e não o contrário."
Mauricio
13/05/2016 11:46
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, afirmou hoje (12), por meio de nota, que o vice-presidente Michel Temer assume a Presidência da República em momento difícil, "mas acompanhado de expectativas positivas".
De acordo com Portugal, a Febraban "associa-se aos que veem na nova equipe de governo capacidade de superar os desafios econômicos e manifesta seu apoio, em especial, aos novos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Romero Jucá".
Na nota, o presidente da Febraban informou que a entidade se empenhará para colaborar com a nova equipe de governo e reitera seu compromisso de trabalhar "pelo bom funcionamento do sistema bancário e pelo desenvolvimento sustentável do Brasil".
Tereza
13/05/2016 11:44
Com a saída dos senadores que viraram ministros, três novos suplentes devem chegar ao Senado nos próximos dias. No lugar de Blairo Maggi, assume José Aparecido dos Santos, o Cidinho Santos (PR-MT). Aos 47 anos, Cidinho já assumiu o mandato por outras duas vezes ?" de agosto a dezembro de 2012 e de março a julho de 2014, em decorrência de licenças médica e para tratar de assuntos particulares do titular. Nesses períodos, atuou em defesa do setor produtivo agrícola.

Filho de retirantes nordestinos, o empresário nasceu no Paraná e mora em Mato Grosso desde a década de 1980. No estado, foi prefeito de Marilândia foi por três mandatos, o primeiro deles iniciado quando tinha 23 anos. Cidinho Santos também presidiu a Associação Mato-grossense dos Municípios.

Para a vaga deixada por Romero Jucá chegará Wirlande Santos da Luz (PMDB-RR), que também já passou pelo Senado entre março e julho de 2005, quando Jucá assumiu o Ministério da Previdência Social do governo Lula. Aos 61 anos, o médico pediatra já foi secretário de Saúde de Boa Vista. Como Cidinho e Wirlande já assumiram o mandato em outras ocasiões, não precisam repetir o ato de solene de posse.

No lugar do senador José Serra assumirá o economista José Aníbal, 68 anos, presidente nacional do Instituto Teotônio Vilela. Aníbal foi deputado federal por quatro vezes e presidente nacional do PSDB. No Executivo, atuou como secretário estadual de Energia e de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico de São Paulo.
Paola
13/05/2016 11:42
A verdade é que existia um primeiro acordo entre PSDB e PSD. Andreia queria ser candidata a prefeita, Brick como foi o mais votado, já na sua primeira candidatura como vereador, também quer ser prefeito. Então foi definido: Quem estiver melhor vai de cabeça de chapa, o que a turma do PSDB adotou foi o seguinte "Vamos falar mal do Brick, assim, ele perde a popularidade e Andreia vai de cabeça de chapa." Foi mais ou menos isso que aconteceu. Haja visto, que é uma estratégia totalmente suicida e falar mal de alguém nunca fortaleceu e nunca irá fortalecer a outra parte, bem pelo contrário, ninguém na cidade sabe quem é Andreia, tanto que ela mesma teve que fazer uma camiseta para que a população passasse a saber quem ela é... muito cômico isso.
Herculano
13/05/2016 11:38
REGISTRO

Paulo Filippus, o morador do Belchior que lidera com outros em Gaspar o Movimento Livre Brasil está em Porto Alegre. Participa de uma reunião com os movimentos de rua e que se organizaram para protestar contra a presidente suspensa Dilma Vana Rousseff, PT e a favor do impeachment que está em curso.

Paulo estava em Brasília no dia em que ocorreu a discussão e o processo de admissibilidade no Senado.
Antonieta
13/05/2016 11:38
Com a montagem do governo interino do agora presidente Michel Temer, três senadores deixaram nesta quinta-feira (12) o Senado para ocupar uma pasta na Esplanada dos Ministérios. Foram empossados Romero Jucá (PMDB-RR) no Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Blairo Maggi (PR-MT) no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e José Serra (PSDB-SP) no Ministério das Relações Exteriores.

Já a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que ocupava o Ministério da Agricultura no governo Dilma Rousseff, retornou ao Senado também nesta quinta-feira. Seu suplente, Donizeti Nogueira (PT-TO), deixa o mandato. Além das mudanças na composição do Senado, a posse de Temer muda também lideranças e formações de blocos partidários de apoio e de oposição ao governo. Os novos líderes devem ser anunciados na próxima semana.
Gabriela
13/05/2016 11:36
O presidente interino abordou a necessidade de equilibrar as contas públicas para que a economia volte a crescer e disse que seu governo vai focar na melhoria dos processos administrativos do governo, em busca de uma democracia "da eficiência". Michel Temer pediu confiança ao povo brasileiro para as mudanças que devem ocorrer. Temer afirmou que pretende enxugar a máquina estatal. "A primeira medida na linha dessa redução está aqui representada. Já eliminamos vários ministérios da máquina pública e ao mesmo tempo nós não vamos parar por aí. Já estão encomendados estudos para eliminar cargos comissionados e funções gratificadas".
De bonzinho não tem nada
13/05/2016 11:35
Michel Temer "iniciou seu governo" detalhe é que ninguém viu seu corrigelionário Kleber-Wand-all dar o parabéns para ele, a única coisa que ele fez, foi colocar nas suas redes sociais os seguintes dizeres: "O Brasil cansou da corrupção e dos desmandos do PT.
Dilma está afastada da presidência da república. ?#?Democracia?"
Mas o cara que sequer aparecia aqui na cidade e vive ás custas do nosso dinheiro por conta de um cargo comissionado do alto escalão no Estado não manifestou ao novo presidente, que é do seu partido, será que porque o PMDB é sempre o partido que mais suga tudo quanto é esfera? Ou será que é porque Temer resolver colocar sete ministros que são investigados pela Justiça, dando a dois deles foro privilegiado na Lava Jato?
José Afonso
13/05/2016 11:34
No primeiro pronunciamento oficial como presidente interino do país, Michel Temer chamou de "ingrato" o momento político e econômico que o Brasil vive. No entanto, defendeu que agora não é mais hora de se falar em crise, "mas em trabalhar". Temer disse que o maior desafio para que a economia brasileira saia da recessão "é parar o processo de queda livre dos investimentos", sendo necessário para isso construir um ambiente propício para investidores. "O mundo está de olho no país, e havendo condições adequadas, a resposta será rápida", disse, em discurso no Palácio do Planalto.
O presidente interino declarou que vai incentivar de "maneira significativa" as parcerias público-privadas, por acreditar que esse instrumento tem potencial para geração de empregos. Para Temer, compete ao Estado cuidar de áreas como segurança, saúde e educação, mas ele afirmou que o "restante" será compartilhado com a iniciativa privada.
Herculano
13/05/2016 11:33
da série: o velho e derrotado discurso da separação entre nós e eles permanece. Então nada mudará. Para quem por falta de argumento e diálogo já preferiu o cuspe, não percebeu que mais uma ditadura foi derrubada

CHORAR E RESISTIR, por Jean Wyllyz, deputado Federal pelo PSOL do Rio de Janeiro

Só as hienas são capazes de rir numa situação dessas.

Um governo ilegítimo, fruto de uma conspiração e de um golpe parlamentar e que NÃO TEM UMA MULHER NEM UM NEGRO entre os ministros nomeados: este é o governo ilegítimo do traidor e conspirador Michel Temer et caterva: um governo de corruptos mentirosos, agora elogiados por seus sabujos na imprensa e na GloboNews!

Sim, "choraremos" mais e quanto mais for preciso, afinal, ver a democracia ser mais uma vez golpeada descaradamente pelas oligarquias políticas corruptas e pelos plutocratas não é motivo para riso em nenhum país civilizado e em que a maioria da população tem educação política e os meios de comunicação são democratizados. Só as hienas são capazes de rir nessa situação.

Sim, "choraremos mais", mas resistiremos também. Resistiremos muito! Sempre resistimos. A escravidão só foi abolida porque choramos e resistimos. Os direitos trabalhistas só foram reconhecidos porque choramos e resistimos. O voto feminino só foi garantido porque choramos e resistimos. A ditadura militar só foi derrubada porque choramos e resistimos! As eleições diretas só aconteceram porque choramos e resistimos!

Choraremos mais, sim, e mais uma vez, e resistiremos de todas as formas possíveis e pacíficas ao governo ilegítimo de Michel Temer et caterva. E como das outras vezes na história triunfaremos. E vamos rir por último!
Paulo
13/05/2016 11:32
O presidente em exercício, Michel Temer, iniciou na manhã desta sexta-feira a primeira reunião com a equipe ministerial empossada na quinta-feira. O encontro, fechado à imprensa, no Palácio do Planalto, tem previsão de durar em torno de uma hora, na qual Temer deve apresentar em linhas gerais o que pretende para o novo governo. Segundo informações que a assessoria de Temer passou, haverá uma entrevista coletiva após o encontro, ainda sem nome do porta-voz definido.
João
13/05/2016 11:26
Herculano e seus factoides, Marcelo Brick foi o vereador mais bem votado de Gaspar. Ele é inteligente e sempre colocou o povo acima de quaisquer questões. Você acusa de uma forma covarde que ele era mandado pelo Melato. Não! Não era, porque se fosse a prova seria o aumento do quadro no Legislativo e você mesmo coloca que ele não aceitou. Não há nada que aponte qualquer erro de Marcelo junto ao Ministério Público, que faz sim um trabalho brilhante em Gaspar e em Santa Catarina, prova disso é a indisponibilidade de bens do ex-prefeito Adilson, ligado totalmente aos Nagel.
Herculano
13/05/2016 09:30
O NÚMERO MÁGICO, por Merval Pereira, de O Globo

A preocupação explicitada pelo presidente Michel Temer ontem, na sua primeira manifestação pública depois de investido no cargo, foi com os parlamentares, não sem razão. A curto prazo, ele precisará de apoio congressual para desmontar bombas deixadas pelo caminho pela administração afastada; aprovar medidas imediatas, como a mudança da meta fiscal ou a DRU; e também as reformas delicadas que pretende encaminhar para discussão.

Mas, a médio prazo, ele tem outra preocupação, garantir a manutenção dos votos necessários para a retirada definitiva da presidente afastada Dilma Rousseff de seu caminho. Ter tido 55 votos já de saída para a admissibilidade do impeachment indica que a tarefa pode ser mais fácil do que se supunha, pois pelas contas oficiais são necessários pelo menos 54 votos para o afastamento definitivo de Dilma.

Mas, curiosamente, a tarefa pode ser mais fácil ainda, pois, segundo o jurista José Paulo Cavalcanti, ex-ministro da Justiça do governo Sarney e membro da Comissão da Verdade, a interpretação do parágrafo único do artigo 52 da Constituição, que trata do assunto, está sendo feita de maneira equivocada. Diz lá que a condenação "será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal".

Contam 2/3 do total de 81 senadores e chegam 54 votos, ironiza José Paulo Cavalcanti, para em seguida explicar "que não é bem assim". Quóruns constitucionais, diz ele, podem ser calculados relativamente ao número de componentes do colégio eleitoral, ou ao número de presentes.

No primeiro caso, ele cita a Itália, que no artigo 138 da sua Constituição pede aprovação "pela maioria absoluta dos componentes de cada Câmara". No caso de número de presentes, ele cita os Estados Unidos, cujo artigo V da Constituição exige para proposição de emendas dois terços dos presentes de cada Casa do Congresso, e não dois terços da totalidade dos seus membros.

José Paulo Cavalcanti diz que o problema central para a correta interpretação do artigo 52 da nossa Constituição é entender que ele não pede votos de dois terços dos membros do Senado Federal, e, sim, dois terços dos votos dos membros do Senado.

Não é a mesma coisa, explica. "Voto não é o abstrato poder-dever de votar, mas o concreto exercício desse poder-dever", ressalta. A Constituição não pede, portanto, votos de dois terços dos senadores, mas dois terços dos votos pronunciados pelos senadores. Sendo assim, o número mágico para afastar definitivamente Dilma no seu julgamento no Senado seria 54 votos apenas se todos os 81 senadores votarem. Sem ausências, nem abstenções.

No caso da votação de quarta, houve 3 ausências e 1 abstenção, a do presidente do Senado, Renan Calheiros. Com 77 votantes, o número mágico passaria a ser 51 votos, e não 54. No máximo 52, pois a conta é quebrada. A situação melhora ainda para Temer, pois o suplente do senador cassado Delcídio do Amaral deve votar pelo impeachment, apesar de seu vínculo familiar com o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula: uma filha de Pedro Chaves dos Santos é casada com um dos filhos do pecuarista.

Também o senador Jader Barbalho, que não compareceu por motivo de doença, se puder comparecerá na votação final para apoiar Temer, que colocou seu filho Helder no Ministério da Integração Nacional. E outro faltante, o senador Eduardo Braga, deve estar magoado, pois, embora fosse o candidato de Renan Calheiros, não entrou no Ministério, talvez porque não tenha convencido de que tinha justa causa para faltar.

José Paulo Cavalcanti destaca que o sistema exposto no texto é precisamente o do Direito Eleitoral brasileiro. Ele lembra que, no último segundo turno, Dilma foi eleita não por ter maioria entre os brasileiros, nem mesmo entre os eleitores. Contando os votos dados, ela teve maioria, sem considerar quem não tem título de eleitor, nem as abstenções, nem em branco e nulos. Dilma teve 54.501.111 votos (51,54% dos votos válidos) de um total de 112.683.879 votos apurados, descontando-se 1.921.819 votos em branco; 5.219.787 votos nulos; e 30.137.479 abstenções.
Herculano
13/05/2016 09:28
MENTIRAS ATÉ O ÚLTIMO MINUTO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Fiel seguidora de uma ideologia que faz da mentira descarada e renitente um meio "legítimo" para atingir os fins, Dilma Rousseff manteve-se coerente até o seu afastamento temporário da Presidência: continuou a agredir a inteligência dos homens de bem do País, oferecendo-lhes uma versão delinquente dos fatos, com o objetivo de passar à história como pobre vítima de uma tramoia golpista. Felizmente, tal versão só encontra guarida entre aqueles militantes sectários do lulopetismo ou os que estão desesperados ante a perspectiva de perderem sua boquinha ?" uma minoria insignificante. A maioria da população do País que trabalha e está cansada da malandragem retórica dos petistas quer apenas seguir adiante, deixando para trás o caos criado pelas fantasias do chefão Lula e de sua patética pupila.

No pronunciamento que fez ontem no Palácio do Planalto, Dilma tornou a invocar os 54 milhões de votos que recebeu, como se estes, por si, fossem a garantia absoluta daquilo que chama de sua "legitimidade". Segundo a petista, Michel Temer, que assumiu a Presidência interinamente, fará o "governo dos sem-voto".

Trata-se de grosso embuste. Temer foi companheiro de chapa de Dilma nas eleições de 2010 e 2014, sendo decisivo em ambas as campanhas ao pôr em funcionamento a formidável máquina eleitoral do PMDB para obter os votos que deram a vitória à petista ?" os mesmos votos que ela diz que são só dela. Mas Dilma foi adiante e disse que um governo Temer "não terá legitimidade para propor e implementar soluções para os desafios do Brasil". Tal conclusão, proferida por uma chefe de governo que não consegue o apoio nem de um terço do Congresso e que enfrentou manifestações de rua em razão de sua incapacidade política e administrativa, soa como escárnio.

Como se fosse uma líder democrata lutando contra uma tirania, Dilma incitou seus defensores a se mobilizarem nas ruas e insinuou que o governo Temer "pode se ver tentado a reprimir os que protestam contra ele". Eis aí mais uma fraude típica do cardápio de artimanhas petistas. Em primeiro lugar, é dever das autoridades de segurança pública conter manifestações de rua que ferirem o direito de quem delas não participa, conforme o que prevê a lei. Em segundo lugar, um governo Temer não teria como reprimir nada, pois a manutenção da segurança pública é tarefa dos governos estaduais. Mas nada disso interessa. O que importa aos petistas, como sempre, é criar tumulto e com isso alimentar sua propaganda.

Dilma disse também que seu governo foi alvo de "incessante sabotagem" dos opositores, a quem responsabiliza pela criação de um "estado permanente de instabilidade política, impedindo a recuperação da economia com um único objetivo: tomar à força o que não conquistaram nas urnas". Dilma quer fazer acreditar que a corrupção entranhada na administração pública, os dois anos de recessão, o desemprego que atinge mais de 10 milhões de trabalhadores, a alta da inflação, a perda de credibilidade internacional e o rombo nas contas públicas não são resultado de sua inépcia, mas de uma conspirata da oposição para derrubá-la.

Por fim, Dilma, a exemplo do que fizera Fernando Collor de Mello quando sofreu impeachment, em 1992, queixou-se da "dor da traição", referindo-se, é claro, a Temer. Collor creditou seu afastamento a um "complô" dos deputados que antes o apoiavam, e não ao formidável escândalo de corrupção que protagonizou. Do mesmo modo, Dilma entende que está sendo afastada não pela série de crimes de responsabilidade que cometeu ?" e aqui nem se está falando da rombuda corrupção em seu governo e em seu partido ?", mas sim porque seu vice tramou para tomar dela o poder.

No entanto, do mesmo modo que Collor traiu os que confiaram a ele a honra de ser o primeiro presidente eleito pelo voto direto depois do regime militar, é Dilma quem trai os milhões de eleitores que acreditaram em suas promessas de prosperidade e bem-estar social. O impeachment, portanto, é e continuará a ser a punição adequada para quem fez da irresponsabilidade e da burla um método de governo.
Herculano
13/05/2016 08:07
CADÊ "O POVO"?, por Eliane Cantanhêde, para o jornal O Estado de S. Paulo

Cumpriu-se a profecia de Eduardo Campos: Dilma Rousseff é a única presidente do Brasil contemporâneo a deixar o País pior, muito pior, do que encontrou. Michel Temer não assumiu interinamente "só" com o desafio de recuperar a confiança, reequilibrar as contas públicas e aquecer a economia de forma a acolher o máximo possível dos 11 milhões de desempregados ?" o que já é um trabalho hercúleo. Ele terá, também, de refazer o governo, desaparelhar o Estado e restaurar as instâncias de controle, como a inteligência e as agências reguladoras. A sensação é de terra arrasada.

Ao lançar Dilma para a primeira eleição, em 2010, Lula contou como se encantara com aquela moça tão disciplinada, que andava para lá e para cá com um laptop e tinha todas as respostas na ponta da língua. Foi assim que Dilma, que não era próxima dele, não é da história do PT e nunca tinha tido destaque nacional, virou ministra de Minas e Energia, chefe da Casa Civil e, enfim, candidata à Presidência, por um único motivo: Lula quis, quis porque ela era... craque no Google.

No seu derradeiro discurso no Planalto ontem, ladeada por ministros, parlamentares e amigos petistas, Dilma repetiu o mesmo discurso de sempre, atribuindo a desagregação política e o desastre na economia à oposição. Não ganhou um voto com isso nesses meses. E não convenceu ninguém ontem. A maioria da Câmara, do Senado, dos agentes econômicos, dos analistas e da opinião pública não comprou a versão.

Dilma sai porque, apesar de manejar bem um computador, não sabe negociar, ceder, ouvir ?" nem mesmo o padrinho Lula ?", nem compreender o jogo da política. Porque, apesar de economista, tomou decisões erradas na macroeconomia, na gestão dos juros, na intervenção no setor elétrico. E porque, apesar de "técnica", cumpriu à risca a única coisa que aprender na política: "fazer o diabo" para ganhar eleições. Daí as pedaladas fiscais, o descalabro das contas públicas.

"Estou vivendo a dor da traição e da injustiça", disse Dilma ontem, com voz surpreendente firme e segura, ao se despedir do Planalto sem jamais ter admitido claramente seus erros. Se não admitiu, também não aprendeu com os próprios erros. Entrou e saiu do governo sem perceber que ganhar eleição é só o começo; o problema é governar depois. Especialmente depois de prometer ?" e fazer ?" "o diabo".

Para Temer, muda-se o verbo, não o princípio: chegar ao poder é só o começo; o problema é governar depois. Especialmente quando se chega lá sem as urnas, precisando conquistar legitimidade pela imagem, pela palavra, pela ação ?" e por resultados que, no seu caso, têm de ser já. Apoio político e sólida base aliada no Congresso ele tem, boa vontade dos mercados, também. Mas lhe falta o principal: confiança popular.

A foto do dia da votação do Senado que a afastou foi do fotógrafo Dida Sampaio: Dilma e Jaques Wagner puxando a cortina do Planalto e olhando os arredores do Congresso e do palácio, como que repetindo a surpresa de Jânio Quadros depois da renúncia: "Cadê o povo?". O povo, que é agente da mudança e desde junho de 2013 vai às ruas, foi o grande ausente nesta semana tão intensa em Brasília. Algumas centenas de militantes foram apoiar a saída de Dilma do Planalto. Um único cidadão se dignou a prestigiar a posse de Temer do lado de fora.

Militante petista está sempre a postos para quando seu mestre Lula mandar. Mas Temer não tem militantes, movimentos organizados e "povo". Entre tantos e tão graves desafios, ele vai, de um lado, tourear MST, CUT, UNE e MTST e, de outro, lutar por índices nas pesquisas e por gente de carne e osso ?" especialmente as mulheres, mais da metade da população ?" que acredite e torça para que realmente dê um jeito nesse País tão pior que Dilma deixou.
Herculano
13/05/2016 08:03
DEPOIS DA QUEDA, por Nelson Mota, para o jornal O Globo

Caiu marcada por seu estilo grosseiro e autoritário que a aproxima de uma caricatura dos machões mais truculentos.

Na reta final, uma das acusações mais patéticas aos que queriam o impeachment de Dilma é a de machismo.

Todo golpista é machista? Todo machista é golpista? Parece papo de Cristina Kirchner no tango do desespero. Quem ousaria tentar depor Margaret Thatcher, Angela Merkel ou Hillary Clinton? É como comparar Michelle Obama com Marisa Letícia. Afinal, Dilma foi eleita pelo machão Lula.

Dilma caiu não por ser mulher, mas por seus erros, teimosias e irresponsabilidades, marcada pelo estilo grosseiro e autoritário que a aproxima de uma caricatura dos machistas mais truculentos.

Diz que não é dura, que é honesta, como se os cordiais, os tolerantes, os amistosos não pudessem ser decentes. Ou como se os corretos não pudessem ser durões.

Mas ser honesta não é só não roubar. Será honesto mentir, esconder dívidas, prometer o que não poderia cumprir, acusar os adversários do que depois ela faria, permitir que uma organização criminosa tomasse a Petrobras e outras estatais para financiar um projeto de poder? Para ela e para Lula, não é desonestidade, é "luta política".

Mas o vale-tudo é só para eles. Na oposição, o PT foi um denunciante e perseguidor implacável de adversários políticos, destruindo reputações, estabelecendo o padrão nós contra eles para a vida política nacional. Sim, a ascensão do bonde do PMDB não inspira esperanças, apenas alívio para uma situação insustentável. Quem sabe o PT seja útil na oposição?

Fiel à sua formação marxista e suas crenças econômicas brizolistas, Dilma decidiu exercer seu poder para baixar os juros na marra e a energia elétrica no grito, certa de que estava fazendo um bem ao Brasil e aos pobres. E à reeleição. Não ouviu nenhuma opinião divergente, mesmo quando as consequências devastadoras de suas decisões já eram evidentes. As maiores vítimas foram os pobres.

Será possível que alguém que se expressa tão confusamente possa pensar da forma clara, objetiva e analítica que a função exige ?

Recordista no anedotário da República, seu estilo se sintetiza na piada final:

"Dilma faz delação premiada. Mas investigadores não entendem nada".
Herculano
13/05/2016 08:00
DATAS MARCANTES

Hoje é dia da Liberdade dos Escravos Negros, uma mancha do Brasil colônia.

Ontem foi mais um dia marcante para a Liberdade dos brasileiros.
Herculano
13/05/2016 07:53
DESENHO DE TEMER PARA A EXPLANADA É QUASE PARLAMENTARISTA, por Igor Gielow, do jornal Folha de S. Paulo

Michel Temer teria dois caminhos a seguir a partir do momento em que se tornou uma certeza o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência, na votação da admissibilidade de seu impeachment pela Câmara em abril.

Poderia ousar e fazer o tal "ministério de notáveis", encaminhando reformas políticas estruturantes ao lado das decantadas medidas econômicas. Ou poderia seguir dentro da tradição política brasileira, a busca de consensos, focando no problema mais imediato: a crise econômica.

A montagem e a estreia de seu governo sugerem a opção pela segunda hipótese até aqui. Não só pelo caráter conservador do interino, mas também pela realidade: por mais que a "velha política" esteja sob fogo desde os protestos de 2013, não se achou ainda alternativa. Como pontuou Temer em seu discurso inaugural, "não será fácil".

Assim, o ministério foi gestado de forma a agradar os principais atores de Brasília; a presença de um sorridente Aécio Neves em lugar de destaque na "posse" de Temer não foi casual. O peemedebista sabe que sem uma agenda mínima emplacada rapidamente, sofrerá pressão do mercado e ameaças no Senado que ainda vai julgar Dilma ?"apesar de hoje as chances de a petista voltar para o poder serem negativas, prudência sempre é recomendável.

Acertos heterodoxos, como um turbinado Ministério dos Transportes manter as pastas que agregou com partidos diferentes, terão de ser testados. A fusão Previdência-Trabalho tentada por Dilma em 2015 fracassou, para ficar num exemplo próximo de outro simulacro de enxugamento administrativo.

O desenho de Temer, evidenciado nos acenos em seu discurso, é quase parlamentarista. Ele trouxe uma maioria de congressistas para o gabinete, deixando a economia com quem é do ramo.

No geral, a fotografia não é bonita. Falta diversidade naquele mar de senhores brancos com ternos de gosto duvidoso e, em alguns casos, prontuários carregados de suspeitas. Um ministério mais ético e plural em gênero e raça não garante melhor governo, mas no século 21 é impensável a mera replicação do plenário da Câmara na Esplanada. Mas Temer fixou uma meta que precisa da representação que está aí, e hoje risco de imagem parece ser o menor a que se expõe.

Do ponto de vista retórico, o interino estreou no púlpito visando acomodar todas as críticas que recebe. Defendeu Lava Jato, programas sociais, direitos trabalhistas, emprego, combate à inflação e, acusado de golpismo, prometeu usar como régua o "livrinho" ?"como o presidente Dutra chamava a Constituição.

Fracassou ao recorrer ao anódino clichê da "salvação nacional", tão anos 50, mas dialogou com as ruas de 2013 ao falar das demandas por eficiência nos serviços de um Estado de resto nominalmente mais liberal, aberto.

Fiel à fama, adotou tom conciliador. Estendeu até uma mesura a Dilma, para quem pediu "respeito institucional" dos hostis presentes. Os petistas vão considerar a fala tardia ou hipócrita, mas não deixa de ser raridade no tom das manifestações públicas no Planalto.
Herculano
13/05/2016 07:47
TEMER RESGATA A LITURGIA DO PODER, por Ricardo Noblat, de O Globo

O Palácio do Planalto, ontem, viveu dois tempos bem diferentes. Um pela manhã quando a presidente Dilma ainda exercia o cargo até ser comunicada oficialmente sobre seu afastamento para ser processada pelo Senado. O segundo no final da tarde quando o presidente Michel Temer deu posse aos novos ministros.

Dilma estava de mau humor - Temer, feliz. Dilma estava apressada - Temer sem pressa alguma. Dilma tentava disfarçar seu constrangimento - Temer demonstrava sentir-se à vontade.

Ao discursar, Dilma posou de vítima de um golpe, criticou Temer e afirmou que ele acabaria com os programas sociais. Temer manifestou seu respeito por Dilma e garantiu que os programas sociais serão preservados.

A plateia de Dilma era de ex-ministros abatidos e de representantes de movimentos sociais inconformados com o que assistiam. A de Temer, de ministros sorridentes, dispostos a aplaudi-lo, e de políticos dos onze partidos que se dispõem a apoiá-lo. Parte deles jamais pôs os pés ali nos últimos 14 anos.

O que Dilma mais queria era sair logo. Havia retirado previamente seus objetos pessoais e documentos. Os retratos dela nas paredes do palácio começaram a ser retirados à noite. Temer queria ficar. E certamente teria ficado durante mais tempo se não tivesse outro compromisso.

Os dois haviam sido convidados para a posse do ministro Gilmar Mendes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dilma não foi, e nada mais natural que não tivesse ido. Temer foi. E a cerimônia de posse de Gilmar acabou transformando-se de fato na cerimônia de posse de Temer na presidência da República.

Toda a liturgia do poder foi respeitada ao longo da cerimônia. Temer sentou-se à esquerda do ministro Dias Tóffoli, que transferiria a presidência do TSE a Gilmar.

Tóffoli saudou, primeiro, as demais autoridades, todas elas em trajes formais. Deixou para saudar Temer por último, e ao fazê-lo, chamou-o de professor, lembrou que fora seu aluno na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, e destacou que ele era o novo presidente da República legitimado pelos votos que o elegeram e a Dilma.

Em seguida, Tóffoli pediu que todos se pusessem de pé para ouvir a banda da Marinha tocar a versão completa do Hino Nacional. Após a execução do hino, Gilmar assinou o termo de posse e discursou já na condição de presidente do tribunal.

Sustentou que o modelo político eleitoral brasileiro está esgotado, e que "não é produtivo nem atuável, com a criação em série de partidos políticos e de coligações ilegítimas vinculadas e dirigidas não por afinidade programática".

Segundo ele, "esses conchavos, antes de assegurar apoio a qualquer dos atores políticos, corroem a legitimidade e a representatividade popular. Estimulam crimes como a corrupção desenfreada, a falsidade ideológica, a lavagem de dinheiro e a formação de quadrilhas". E bateu duro naqueles que por desatino "patrocinaram o desconcerto atual".

Manda o protocolo que os participantes de uma solenidade onde o presidente da República esteja presente só saiam depois que ele for embora. O protocolo foi respeitado.
Herculano
13/05/2016 07:39
O HONESTO, A HONESTA. É POUCO. MUITO POUCO. E ISTO NÃO OS LIVRA, OU ATENUA, DOS CRIMES DE ORIGEM ADMINISTRATIVA

A presidente Dilma Vana Rousseff, PT, saiu do poder, repetindo o mantra petista muito comum a todos os políticos com culpa no cartório de que é uma pessoa honesta, que não tem conta no exterior, que nunca recebeu propina...

Este discurso é para os analfabetos, ignorantes e desinformados, o público alvo dos políticos de todos os matizes e partidos, principalmente os que se dizem populares e exercem o populismo para sobrevivência do poder via a cata de votos dessa massa ignara.

Não basta ser honesta. Não importa se não se é corrupto, algo elementar para qualquer pessoa e não só aos político. É preciso cumprir as leis de abrangência comum na administração pública.

Este discurso da honestidade é muito repetido por aqui pelo PT de Gaspar com Pedro Celso Zuchi, toda vez que se vê questionado ou enrolado. Mas, os processos que ele responde na Justiça, basicamente todos oriundos do Ministério Público e que cuida da Moralidade Pública, não tratam sobre a sua suposta desonestidade como ele remete insistentemente o questionamento, mas sim, sobre os desvios das exigências administrativas previstas em leis próprias quando no exercício de um poder.

Veja o que aconteceu com o seu ex-assessor jurídico no primeiro mandato, e agora prefeito cassado Brusque, Paulo Roberto Eccel, em todos os recursos que intentou. Nada se estabeleceu sobre a honestidade do ex-prefeito de Brusque. Tratou a demanda sobre erros de gestão.


Resumindo. Era para fazer de uma forma como mandava a norma, fez de outra. E Eccel tem amplo domínio dos fatos por ser ele ex-procurador de município (Gaspar) e ex-deputado estadual (um fiscal e legislador).

Então estes discursos feitos para os políticos para enganar ignorantes, analfabetos, desinformados e alimentar a sua clã fanática, carece e fundamento. São bobagens propagadas e até aceita na imprensa, o que mostra bem a qualidade dela.

Quando alguém aceita trabalhar na administração pública, há uma série de regras que ele deve se submeter e cumprir. Ele devia saber. Devia se informar. Devia se assessorar melhor.

E as vezes sabe, está informado e assessorado, mas resolve peitar, correr riscos. E depois reclama, chora e se faz de vítima. Foi o caso de Dilma. É também o caso de Gaspar. Foi o caso de Brusque. Casualmente três do PT, mas a maioria dos administradores públicos está neste barco, como por exemplo, o prefeito de Ilhota, Daniel Christian Bosi, PSD.

Estas regras foram feitas para todos e exatamente para fiscalizar e vigiar os políticos, os administradores públicos e os cidadãos na lida e relacionamento com a gestão pública. Estas regram foram feitas para proteger a sociedade e os pagadores de pesados impostos que alimentam o estado.

O dinheiro não é público. O dinheiro é do contribuinte. E quando os políticos - e servidores públicos - se investem nas suas funções e cargos, sabem exatamente de que essas leis existem para controla-los. Então não basta ser honesto, é preciso seguir estas normas feitas em favor dos cidadãos e cidadãs. Acorda, Gaspar!
Herculano
13/05/2016 06:53
UM SILÊNCIO ENGANADOR, por Cora Rónai, para o jornal O Globo

Dilma caiu, sobretudo, porque é impossível exercer bem qualquer ofício sem ter gosto ou vocação

_ Nunca houve presidente no Brasil que falasse tanto quanto Lula. Dia sim e outro também, lá estava ele no rádio, na televisão e nos jornais, falando sobre tudo e mais alguma coisa. Lula é um bom comunicador, um orador inspirado, mas depois de oito anos seguidos de falação, o silêncio que subitamente se fez no Planalto após a primeira eleição de Dilma foi um bálsamo. Ela transmitia uma sensação de seriedade e de concentração, e dava a todos nós, mesmo os que não votamos nela, a impressão de que lá estava, afinal, uma pessoa que estudava e trabalhava com empenho, e que mais ouvia do que falava.

Aos poucos, porém, a sua política canhestra foi se fazendo conhecida, assim como a sua administração desastrada; aos poucos começaram a circular histórias. E percebemos que o silêncio abençoado era, afinal, pura ilusão, apenas a ponta do iceberg de arrogância e de falta de diálogo que acabaria por afundar o governo.

Dilma não caiu por causa das pedaladas; Dilma caiu pelo conjunto da obra. Mas caiu, sobretudo, porque é impossível exercer bem qualquer ofício sem ter gosto ou vocação para este ofício.

A "presidenta", que até hoje gosta de dizer que defendia a democracia quando pegou em armas ?" e que eventualmente até acredita nisso, ao contrário de colegas mais sinceros, que já reconheceram que lutavam para substituir uma ditadura por outra ?", nunca teve talento para a convivência democrática. A melhor prova disso talvez seja o seu descaso pela política externa, que abandonou por completo ao descobrir que, no palco mundial, deveria tratar seus interlocutores com tato e diplomacia, ao invés de dar ordens como dava em casa.

Dilma Rousseff não foi, em nenhum momento, a presidente de todos os brasileiros; ela foi a sua própria criatura, incapaz de conversar, de ouvir, de aceitar críticas, de delegar poderes ?" incapaz, em suma, daquele conjunto de atitudes que é a base de um governo plural. A sua assinatura atravessa a crise de ponta a ponta.

É justo que a conta fique com ela.
Herculano
13/05/2016 06:51
DIREITA, VOLVER, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

A posse de Michel Temer deve marcar a mais brusca guinada ideológica na Presidência da República desde que o general Castello Branco vestiu a faixa, em abril de 1964. Após 13 anos de governos reformistas do PT, o país passa ao comando de uma aliança com discurso liberal na economia e conservador em todo o resto. O eleitor não foi consultado sobre as mudanças.

O cavalo de pau fica claro na escalação do ministério, que sugere desprezo à representação política das minorias. Ao substituir a primeira presidente mulher, Temer montou uma equipe só de homens, o que não acontecia desde a era Geisel. Os negros também foram barrados na Esplanada.

O Ministério da Educação foi entregue ao DEM, partido que entrou no Supremo contra as ações afirmativas. A pasta do Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família, acabou nas mãos de um deputado do PMDB que já se referiu ao benefício como uma "coleira política".

Para a Justiça, Temer escolheu o secretário de Segurança de São Paulo. Ele assume com explicações a dar sobre violência policial e maquiagem de estatísticas de criminalidade.

A fauna do Planalto também mudou radicalmente em poucas horas. Além dos políticos que restaram ao seu lado, Dilma Rousseff se despediu cercada por gente de esquerda, como sindicalistas, ex-presos políticos e militantes de movimentos sociais.

A chegada de Temer encheu o palácio de representantes da direita brucutu do Congresso, como os deputados Alberto Fraga e Laerte Bessa, da bancada da bala, e o ruralista Luis Carlos Heinze, que já se referiu a quilombolas, índios e homossexuais como "tudo que não presta".

Depois do pronunciamento de estreia, o presidente interino se reuniu a portas fechadas com líderes religiosos e parlamentares evangélicos. Estavam presentes os pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano, que defendem ideias como o projeto da "cura gay". Eles voltaram para casa entusiasmados com o novo regime.
Herculano
13/05/2016 06:47
GOVERNO DILMA FEZ A ECONOMIA REGREDIR A 2011, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os devaneios do governo da presidente Dilma levaram a economia brasileira a quedas seguidas e inéditas no Produto Interno Bruto, levando o PIB ao nível de 2011. Ao fim do primeiro ano de mandato de Dilma, o PIB atualizado pela inflação oficial foi de R$ 5,6 trilhões, exatamente o mesmo previsto para este ano, de acordo com os últimos relatórios com previsões de mercado divulgados pelo Banco Central.

MEIA DÉCADA PERDIDA
Os últimos 5 anos de governo Dilma já são considerados perdidos e, no âmbito econômico, é como se o governo Dilma nunca tivesse existido.

SOMA 0
A estadia de Dilma na Presidência da República, pelo menos na área econômica, é de soma 0: perdeu tudo que conquistou.

BONS TEMPOS
O dólar era cotado a R$ 1,65 quando Dilma tomou posse. O litro da gasolina custava R$ 2,59, e o barril do petróleo valia US$ 92,66.

ALERTA DE SABOTAGEM
O presidente Michel Temer tem sido aconselhado a demitir todos os comissionados, mesmo arriscando paralisia. Ou será sabotado.

NOVO AGU SUBSTITUIRÁ LEWANDOWSKI EM SETEMBRO
A elogiada escolha do gaúcho Fábio Osório Medina para chefiar a Advocacia Geral da União (AGU) é o prenúncio de outra indicação ainda mais importante: ele já chega ao cargo como o mais forte nome para a vaga de Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro admitiu a colegas que vai pendurar a toga no fim do mandato de presidente do STF, que se encerra em 10 de setembro.

PIT-STOP
A chance de virar ministro do STF explicaria a opção de Fábio Medina, trocando sua requisitada banca de advocacia em São Paulo pela AGU.

CARREIRA NO MP
Casado com procuradora da Fazenda Nacional, pai de dois filhos, Medina fez carreira no Ministério Público, até exercer a advocacia.

VOCAÇÃO
Fábio Medina tomou posse aos 24 anos como promotor de Justiça no Rio Grande do Sul, com forte atuação no combate à improbidade.

CURITIBA À ESPERA
Chamou atenção, no bota-fora de Dilma, o abatimento do ex-presidente Lula. Amigos citam problemas de saúde e depressão. Ou finalmente caiu a ficha: sem foro privilegiado, ele deve encarar o juiz Sérgio Moro.

BALEIA ROSSI LÍDER
O deputado Baleia Rossi é o nome mais forte para assumir a liderança do PMDB na Câmara. Amigo leal de Michel Temer, ele somaria a capacidade de articulação à defesa firme das propostas do governo.

SOLUÇÃO PICCIANI
Para o Ministério do Esporte, Michel Temer escolheu Leonardo Picciani (RJ), que votou contra o impeachment, para unificar e pacificar a bancada do PMDB, abrindo caminho para nova composição política.

RASTEIRA VEIO DE NY
Rasteira atribuída ao ex-chanceler Antônio Patriota foi aplicada em José Serra (Relações Exteriores): removeram às pressas para Nova York, e fora da lista, um casal de diplomatas. Serra está sabendo.

?"DIO NO CORAÇÃO
Lula foi apontado como mandante das agressões, na saída do Planalto, de "mortadelas" contra jornalistas, que ele culpa pelo impeachment. Como se a imprensa tivesse cometido os crimes que afastaram Dilma.

ESCONDIDINHO
Ao contrário de Fernando Collor, que em 1992 permitiu que jornalistas registrassem o momento em que era comunicado do impeachment, até em respeito à História, Dilma optou pelo escondidinho do gabinete.

PROMESSAS
Para deixar a Câmara, Waldir Maranhão cobra do governador Flávio Dino (PCdoB) a promessa de nomeá-lo secretário da Educação, como pagamento pela presepada que o convenceu a fazer. Para assumir o novo cargo, ele se licenciaria do mandato. Seria uma "saída honrosa".

PRÊMIOS PARA NISE
"Olhar de Nise", de Jorge Oliveira e Pedro Zoca, foi premiado no festival de cinema de Lisboa: melhor filme do público e menção honrosa. O documentário faz sucesso na Europa e Estados Unidos.

PENSANDO BEM...
...o mordomo de filme de terror é quem, afinal, tirava o sono de Dilma.
Herculano
13/05/2016 06:40
A LUTA CONTINUA, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo

O PT está fora do poder. E, acreditem, é para sempre. "E você vai fazer depois disso o quê?", perguntam-me os inconformados, como se a minha profissão fosse ser antipetista; como se eu me definisse pelo "não".

Ocorre, para a eventual decepção dos desafetos, que eu me defino pela "coragem grande de dizer 'sim'", citando trecho de uma música de Caetano Veloso - que se deve escrever apenas "Caetano". O que dizer nessa hora? Como Aquiles e Heitor, a despeito do confronto cruento, estou preparado para admirar meu adversário. Mas esse é eco de uma luta mais ancestral do que a "Ilíada", de um tempo em que cada litigante reconhecia no outro grandeza e legitimidade para ser o que é.

Que coisa curiosa! Se os petistas não tivessem reduzido todas as divergências à luta entre a boa-fé, de que se querem monopolistas, e a má-fé - a vontade do outro -, então viveríamos no que um poeta chamou certa feita de "a cidade exata, aberta e clara", em que as divergências não se fazem de virtudes que se negam.

A propósito: se o entendimento que os petistas têm do marxismo não fosse tão pedestre, a divergência seria uma etapa do aprimoramento do argumento. Mas não há chance, na terra petista, de o "Deus crucificado beijar uma vez mais o enforcado". Os petistas são incapazes de reconhecer que o arcabouço legal que lhes conferiu quatro mandatos é o mesmo que afastou a presidente.

Que pena! E eu vou fazer o quê? Ah, "hipócrita leitor, meu igual, meu semelhante!" Continuarei na minha militância em favor do individualismo radical. Certa feita, há muitos anos, enviei a um amigo que ainda está nesta Folha o soneto "Spleen", de Baudelaire, a título de um credo político: "Sou como o rei sombrio de um país chuvoso".

Não! Não sou melancólico, mas sei que todas as hipóteses de felicidade jamais estarão fora de nós. Quero um governo que não nos roube o direito à subjetividade mais extremada, ao individualismo mais radical, ao egoísmo mais virtuoso. A demagogia coletivista, de esquerda ou de direita, é nauseante.

Ah, esta é a semana em que o PT vai para o diabo. Eu poderia aqui lembrar um dia de 2010 em que um blogueiro petista muito reputado propôs uma pauta à imprensa: quem eram, onde moravam e como viviam os 5% que achavam o governo Lula ruim ou péssimo? Ele sugeriu no texto que eram leitores deste escriba. E seu post vazava aquele desejo incontrolável de aprisioná-los num campo de concentração moral.

A minha vocação para o vitimismo passivo-agressivo ou para exultação na modalidade falsa modéstia é bem pequena. No fim das contas, lastimo tanta bobagem dita nesses anos e tanta resposta igualmente energúmena. Há muita coisa a fazer neste país, meus caros! Há tanto atraso a vencer neste nosso renitente orgulho nacional da pobreza cheia de caráter!

Dilma se foi! Fico feliz porque ela me deixava mais cansado do que bravo. Seguirei tocando a minha vidinha. Reproduzo os primeiros versos de um poema da admirável Adélia Prado: "Eu fiz um livro, mas oh, meu Deus,/ não perdi a poesia./ Hoje depois da festa,/ quando me levantei para fazer café,/ uma densa neblina acinzentava os pastos,/ as casas, as pessoas com embrulho de pão./ O fio indesmanchável da vida tecia seu curso. (...)"

Eu me interesso, de verdade, é por esse fio. A política é só o tributo que pago ao vício.
Herculano
13/05/2016 06:30
PT ORIENTA FILIADOS A DESEMBARCAREM DO GOVERNO, por Josias de Souza

Horas depois de Dilma Rousseff ter desocupado o Planalto para que Michel Temer o ocupasse, Rui Falcão, presidente do PT federal, emitiu um comunicado curto e espesso. Dirigindo-se aos petistas pendurados na máquina estatal, anotou: "O PT orienta seus filiados que ocupam cargos de confiança no governo federal a deixarem seus postos no governo ilegítimo do presidente interino."

Conforme já noticiado aqui, há na engrenagem federal 107 mil cargos comissionados, cujos ocupantes recebem uma gratificação mensal além do salário. Os assentos mais cobiçados são os chamados 'DAS', sigla de 'Direção e Assessoramento Superior'. Somam 22,3 mil vagas, das quais 6,5 mil foram preenchidas com gente estranha à carreira, enfiada pela janela.

Subtraindo-se os salários, as gratificações da turma do 'DAS' custam ao erário R$ 886 milhões por ano só na administração pública direta direta, sem as estatais. Em tempos de desemprego e cintos apertados, parece improvável que os petistas enfiados nessas boquinhas há mais de 13 anos atendam à orientação do companheiro Falcão. O governo pode ser ilegítimo. Mas o dinheiro é genuíno.
Herculano
13/05/2016 06:26
O QUE É ESQUERDA?, por Bernardo Guimarães, professor e doutor em economia, para o jornal Folha de S. Paulo

Enquanto um novo governo se anuncia, especula-se sobre o que acontecerá com a esquerda política no Brasil. Mas o que é esquerda?

O termo deveria refletir um conjunto de princípios para a economia. O problema é que essa caracterização abrange questões econômicas muito distintas.

São classificadas como políticas de esquerda o direcionamento do crédito pelo BNDES, a lei do conteúdo nacional que limita a importação de equipamentos e aumentos de gastos públicos em momentos como o atual.

Essas políticas têm duas características importantes: a intervenção do governo na economia e o objetivo de melhorar a economia como um todo.

Na visão dos defensores dessas políticas, elas são melhores para o país como um todo (não para um grupo em detrimento do outro). Essas intervenções do governo na economia tornariam o Brasil mais próspero.

Na visão dos liberais, essas políticas são ruins para a economia como um todo, deixam todos nós mais pobres.

Há, porém, um segundo grupo de políticas de esquerda que inclui medidas como o Bolsa Família, tributação fortemente progressiva e o provimento pelo Estado de custosos serviços públicos focado nos mais pobres.

Essas políticas têm duas características importantes: a intervenção do governo na economia e o objetivo de transferir recursos dos mais abastados para os mais pobres.

No sentido do primeiro grupo de políticas, o governo Lula entre 2003 e 2005 foi mais liberal que de esquerda, enquanto o governo Dilma em seu primeiro mandato pendeu fortemente para a esquerda.

Além disso, o PT tem propostas de direita no sentido do segundo grupo de políticas (um exemplo é a proposta de mudança na tabela do Imposto de Renda divulgada pelo PT em janeiro).

Muito do discurso dos partidos de esquerda mistura as duas coisas, tentando defender o primeiro grupo de políticas intervencionistas como se o que estivesse em jogo fosse um embate entre pobres e ricos.

Há também um discurso da direita que empacota todas as políticas de esquerda em um mesmo grupo para desqualificá-las como um todo.

A intervenção do governo às vezes é benéfica, às vezes atrapalha. Não faz sentido escolher um desses pacotes fechados.

Podemos ser liberais no que diz respeito ao primeiro grupo de políticas, mas a favor da intervenção com fins distributivos.

De acordo com essa visão, o governo deve deixar o mercado funcionar mais livremente, o BNDES deve ter seu papel fortemente reduzido e o ajuste fiscal trará confiança aos investidores e beneficiará a economia; mas a intervenção direta do governo para transferir recursos aos mais pobres (em dinheiro e em forma de serviços públicos) é muito bem-vinda.

Muitos universitários hoje têm essa posição. São "liberais de esquerda", defendem o "social-liberalismo". Creio que muitos brasileiros se identificariam com essa bandeira se pudéssemos nos libertar dos rótulos "direita" e "esquerda".

Boa parte do fracasso do governo Dilma é o fracasso de um modelo econômico intervencionista.

A esquerda precisa aceitar os seus erros, se reinventar e passar a apresentar propostas que realmente gostaria de implementar se estivesse no poder.

Assim, a esquerda passará a ser uma alternativa política viável.
Herculano
13/05/2016 06:21
A VIDA CONTINUA. O SENSO CRÍTICO PERDIDO COM A ANTIGA OPOSIÇÃO SE ACENTUA.

O PMDB, o PSDB, PPS outros que pularam de barca vão aprender com o PT, PCdoB e PDT o que é fazer oposição permanente, principalmente aquela baseada na negativa da solução coletiva para a maioria e da composição sem corrupção, chantagem, propinas e resultados para a organização criminosa como se descobriu no Mensalão e se descobre na Lava Jato, em Furnas, na Eletronuclear...

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