11/07/2017
FARRA DOS ALUGUÉIS I
Olha só essa. Em Gaspar, os vereadores não “tiveram a ideia”, ou a coragem. Mas, os de Lages, sim. Eles aprovaram a lei contra o ‘nepotismo imobiliário’, e logo na semana em que a prefeitura publicou uma série de editais chamando interessados em locar diversos imóveis. Estruturas como o LagesPrevi, barracão para a Educação, Creche Vila da Criança, Conselho de Contribuintes, Diretoria de Fiscalização, além de áreas como almoxarifado e patrimônio terão novo endereço, a partir de contratos de aluguel a serem firmados com o município. O custo estimado de todos esses imóveis é superior a R$ 20 mil mensais na locação. Pela nova lei, aprovada pela Câmara lageana, todavia, esses imóveis, em tese, não podem mais ter como proprietário pessoas ligadas direta ou indiretamente a servidores efetivos ou comissionados da prefeitura de Lages.
FARRA DOS ALUGUÉIS II
De autoria do vereador Lucas Neves, PP, a ideia é impedir que o município beneficie pessoas ligadas à administração. Há histórico de que a prefeitura, para beneficiar A ou B, acaba alugando imóvel pertencente a parente de agentes públicos. A prática não é ilegal (porque o imóvel em tese atende a necessidade da municipalidade), mas seria imoral por atender também o requisito de “agradecer” ou “favorecer” os agentes políticos do poder de plantão. Em Gaspar, como em outros municípios, isso é notório, antigo e uma prática.
NÓS, OS ELEITORES TROUXAS I
Este foi o título da coluna de sexta-feira feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale. O artigo teve como foco à incoerência dos vereadores de Gaspar. Eles apesar de serem jovens e a esmagadora maioria ter sido eleita pela primeira vez, repetem na prática, os vícios dos velhos políticos, por mando, fraqueza ou erro de auto-avaliação (este por si só, desculpável, factível de reavaliação e correção). Ao ler o artigo do jornal, todavia, o leitor Daniel, postou um comentário com outra faceta da nossa passividade, extorsão e mau uso dos nossos pesados impostos, tudo permitido por nossos representantes e agentes políticos, principalmente no ambiente legislativo.
NÓS, OS ELEITORES TROUXAS II
Escreveu ele. “Estava lendo um pequeno cálculo desenvolvido pelo professor Nazareno Schmoeller (FURB) sobre a duplicação da BR 470. Foi levantado que no Médio Vale, a arrecadação federal é de R$10 bilhões por ano, mensal de R$833 milhões e diária de R$27,4 milhões. Isso mesmo! Repito. A arrecadação FEDERAL, considerando apenas o MÉDIO VALE, é de R$ 27,4 milhões POR DIA. Considerando que o custo total da BR-470 é de R$ 1,5 bilhão, podemos dizer que toda a obra é paga com 79 dias de arrecadação. Isso prova, definitivamente, a "força" de "políticos" e "líderes" que nos representam. Em 17 anos, 1.784 pessoas perderam a vida na BR 470. Esses números casam muito bem com os títulos da coluna de hoje [sexta-feira]”.
NÓS, OS ELEITORES LEITORES TROUXAS
É preciso comentar mais alguma coisa? Sim, é preciso! Isso se dá não só porque os políticos são fracos, manhosos, jogadores ou porque convivem numa confraria de interesses e se sentem à vontade para o engana que eu gosto. Mas, porque, principalmente, a imprensa estadual, regional e local não é comprometida, não os expõem, não cobra e não mostra essa inversão de valores perante à comunidade, que ambos (políticos e meios de comunicação) dizem representa-la. É isso o que dá ter uma imprensa alienada, escolas de jornalismo ideológicas. A matriz dessa imprensa de passagem, que escondeu as mazelas dos políticos, por negócios, preguiça ou descaso cidadão, exerce o seu verdadeiro papel em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Aqui, apenas leva o dinheiro da sociedade.
EM CAMPANHA
O vereador Ciro André Quintino, PMDB, presidente da Câmara de Gaspar, está incomodado com a coluna, a única, que por razões óbvias não está atrelada às manobras dos políticos no poder de plantão. Reclama e age, apesar de um dia, em público ter dito que os comentários daqui eram bobagens e assim, deveriam ser considerados. Ciro, acha que o dinheiro pode tudo. Não quer cobranças ou divergências. Mas, Ciro, como político, é um ente público e exposto. E o seu velho jeito de fazer política amplia esta exposição nos dias de hoje onde as redes sociais desnudam os políticos que acham que só devem controlar a imprensa formal e ao modo do século passado. A sede de exposição do próprio Ciro, a busca de poder, também cria contrapontos e ciúmes em quem também possui as mesmas pretensões políticas e de poder em que Ciro manobra e quer se situar seja dentro do próprio PMDB de Gaspar, nos aliados de oportunidade e até mesmo nos adversários, que o olham como ameaça. É o jogo. Normal!
Veja esta observação, no sábado, de um leitor na área de comentários na internet da coluna de sexta-feira. Ela é elucidativa. É de alguém que não é analfabeta, ignorante ou desinformada. “Ciro Quintino, acaba de estrear o ‘fantástico’ programa na Rádio Sentinela, a mais ouvida da cidade. O programa que segundo o próprio, será líder de audiência e tem como objetivo ser o sucessor de Kleber em 2024. Nome do programa: “Ciro na ‘rádia’”. Eu morro e não vejo tudo”. Pois é. O que comentar? Primeiro, são os próprios peemedebistas, como Ciro, que enfraquecem Kleber Edson Wan Dall, o governo municipal, criam ruídos na comunicação e depois culpam este colunista que não está a soldo. O governo de Kleber e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, está ai há sete meses e ainda não disse a que veio, e o vereador Ciro já está em campanha para sucede-lo em 2024? Isso é o que ele disfarça! É para 2020. Além da afronta, acaba de assinar o que se avalia: de que Kleber ainda não decolou. Viram e mexem, lavam a minha alma com as suas próprias atitudes.
Ciro, na verdade, planta à sua própria semente para ser uma alternativa a deputado estadual e botar um preço para sair dessa pretensão ou, precificar um novo patamar de valor para ser cabo eleitoral do seu deputado estadual Aldo Schneider, de Ibirama. Na semana passada, como se estivem em campanha, ambos entregaram uma Meriva 2004, repito, 2004, para a Conferência Vicentina. Fizeram um escarcéu na imprensa local como se fosse o acontecimento do ano. Aldo que se cuide. Na ausência, pela doença da coluna de Aldo, Ciro aproveitou para circular por aqui com o deputado, ex-secretário de estado e empresário, Carlos Chiodini, de Jaraguá do Sul. 2024? Até lá teremos 2018, 2020 e 2022, se nada mudar no calendário eleitoral. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Ilhota em chamas I. Mais uma vez a Câmara de Ilhota abrevia a tramitação das matérias que ela ou o executivo consideram urgentes. Virou rotina.
Ilhota em chamas II. Desta vez, foram Projetos de Lei Ordinária 39/2017 e 51/2017, Projeto de Lei Complementar nº 23/2017 e Projeto de resolução nº 06/2017. Tudo vai à votação excepcional nesta quarta-feira.
Ilhota em chamas III. E qual a desculpa que se usa mais uma vez? Devido a “importância da matéria que se encontra estampada na referida proposição para a comunidade Ilhotense”. Hum!
Ilhota em chamas IV. Mas o cidadão que procura por tais projetos de lei no site da Câmara, no espaço que é destinado aos PLs, não os encontra para conhecê-los ou confrontar com a tal urgência ou importância.
Ilhota em chamas V. O site da Câmara só possui registrado um Projeto de Lei neste ano. O interessado é obrigado ir à Câmara ou requerer a informação. Um desafio e afronta à transparência do Legislativo, a tal “casa do povo”, que só é chamado para eleger os vereadores e pagá-los.
Ilhota em chamas VI. Gasto de tempo e recursos. A prefeitura teve que republicar no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet e não tem hora para sair – 24 páginas da Lei Complementar 39/2013, a que trata do Plano De Carreira e Remuneração do Quadro Geral dos Servidores Municipais. Faltou o anexo I.
A prefeitura de Gaspar comprou R$23.604,00 em colchões infantis para os CDIs. Agora, aumentar o número de vagas, por enquanto, só na promessa de campanha.
Foi renovado por um ano com a Paca Empreendimentos, o aluguel da sala onde funciona o Programa Bolsa Família na Avenida das Comunidades. A prefeitura vai pagar R$19.386.04 neste período. Já para a biblioteca nos fundos da Rua Aristiliano Ramos, com quatro vagas de garagem, será pago também por um ano a Júlio Schramm Tecidos, R$47.181,84.
A prefeitura de Gaspar vai gastar com a estrutura e a sonorização do Festinver e Festival Gastronômico da Tilápia, respectivamente, R$19.500,00 (Moreira Eventos) e R$64.500,00 (HB Sonorização).
A pavimentação e drenagem da rua Rodolfo Vieira Pamplona vai custar R$ 491.997,38, se não houver aditivos e atrasos e quem vai fazê-la é a Freedom Engenharia e Construções. Já pavimentação e drenagem rua Antônio Francisco de Carvalho custará R$ 255.781,42. A obra será executada pela CR Artefatos de Cimento.
Hoje é dia de sessão da Câmara. Uma emenda da “mesa diretora” ao Plano Plurianual corrige uma “Pegadinha”. Originalmente, está lá no Orçamento a “compra” de uma sede própria e não a “construção” dela.
“Pegadinha”? Já tem alguém construindo uma sede para ser vendida à Câmara ou disponível para se improvisar uma nova sede e que poderia ser a atual?
Ou a tal “pegadinha” é para tomar mais uma vez o dinheiro rubricado como fez o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, este ano, por exatamente a rubrica do Orçamento, não servir ao propósito da construção? As espertezas, sobram. Acorda, Gaspar!
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