Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

13/04/2017

SEXTA-FEIRA I
Hoje a sexta é Santa para os cristãos de fé. Hoje é dia de Via Crucis, não apenas a alegórica. A católica Gaspar (de padres, bispos e arcebispo conservadores, na sua maioria), já fez procissão heterodoxa com pregação político-ideológica progressista nas estações. Eu assisti. As eclesiais de base da Teologia da Libertação, instrumento para o PT de então (e até de hoje, apesar do disfarce da vergonha) nos grotões, encenavam o sofrimento de Cristo ante o Calvário e as últimas gotas de vida dele, na terra. Um martírio, segundo a encenação, igual ao provocado pelos políticos corruptos, ricos, empresários e empresas desonestas que exploram pobres, desinformados e operários no labor honesto. O que mudou entre o histórico, a encenação e à realidade?

SEXTA FEIRA II
Mostrava-se a via dolorosa de Jesus como sendo a de hoje do povo pobre humilhado, na busca da esperança. A “sonhada libertação” pregada veio com ascensão ao poder do PT, com seus sócios oportunistas e a esquerda do atraso. Mas, bem diferente à prometida na pregação e encenação. A “libertação” veio com a maior recessão da história do país, inflação, desemprego de 13,5 milhões de trabalhadores, achatamento salarial (menos para os servidores públicos), gente morrendo na fila do SUS, aumento da violência e uma corrupção de bilhões de Reais roubados dos pesados impostos de todos nós, exatamente pelos salvadores adulados pelas pastorais. A Igreja Católica, que por suas escolhas perde fiéis e influência política (ainda bem) num estado laico, não foi capaz à reflexão do seu engajamento. Está de novo pregando política e ideologia, ao invés de evangelizar e ouvir os carentes de fé.

LAVA JATO I
A enchente do Rio Itajaí Açú surpreendeu todos pelo volume e fúria em 1983. Ela tem a mesma dimensão das revelações da Lava Jato para o Médio Vale. Como o fenômeno, as cheias eram esperadas, não como catástrofe. Na delação da Odebrecht, 80% dos enrolados são do Médio Vale e concentrados em Blumenau. Meu Deus! Quem não foi atingido, era a pergunta em 83. Com a Lava Jato, o mesmo espanto. Todos no mesmo saco para se separar o joio do eventual trigo. O mais complicado, sem dúvida, é o ex-deputado Federal, João Alberto Pizzolatti Júnior, PP (Pomerode, que já quis ser prefeito de Blumenau). Sobram provas para o volume de mais de R$124 milhões. Absurdo abuso. Mas, se os outros não estão tão complicados, o simples fato de serem mencionados por vantagens no jogo, sempre serão marcados, mesmo que os inquéritos evitem a denúncia e o processo. Estão na fase de explicações iguais: senador Dalírio Beber, PSDB; deputado Federal Décio Neri Lima, a estadual Ana Paula Lima, a “musa”, ambos PT, o estadual Jean Jackson Kuhlmann, PSD, e o prefeito Napoleão Bernardes, PSDB, o “conquistador”, todos de Blumenau e com influência em Gaspar e Ilhota.

LAVA JATO II
O que ficou claro nesta história toda desta semana? Kulhmann era o pangaré até para a Odebrecht! Quem a trouxe para Blumenau? O ex-prefeito, hoje deputado Federal, João Paulo Kleinubing, PSD. Seu candidato a sucedê-lo na prefeitura teria ganho da Odebrechet apenas R$50 mil. A opositora ferrenha, Ana Paula, que inclusive fez de tudo para melar a parceria de Kleinubing com a Odebrechet, teria ganho, segundo o diretor delator, R$ 500 mil, tratados pelo seu marido Décio, ex-prefeito de Blumenau e que manda no PT de Gaspar. Enquanto que o candidato-azarão em todas as pesquisas, Napoleão, teria recebido a mesma quantia de Ana Paula, arranjados por Dalírio, que também já foi ex-candidato a prefeito de Blumenau.

LAVA JATO III
Napoleão ficou nú. Seus planos ao governo do estado e do novo na política? Comprometidos. Dalírio? No fio da navalha afiadíssima, porque inclui a Casan, onde foi presidente. Raimundo Colombo, PSD? Enganou a Odebrechet como aquela cara de santo, tonto e vítima, os catarinenses há seis anos. E para finalizar: se o Napoleão não quiser sangrar, ficar na vala comum, definhando como político de carreira, se ele se sente seguro da sua inocência como apregoa, deveria pedir, urgentemente, para o inquérito sair do Supremo e vir para a Justiça Federal de 1 ª instância. A chance de correr tudo mais rápido, é maior. É a chance dele sair menos machucado desse desastre. A escolha é de Napoleão e dos que sobrevivem ao seu redor. Os políticos lambuzados, preferem o STF. E as enchentes o que tem a ver com isso? O Vale aprendeu com os estragos. Mitigou. Sabe quando e como vêm. Elas não mais surpreendem, mas são ameaças constantes.

TRAPICHE


Eles estavam nomeados desde o dia três de abril. Circulavam nos ambientes de trabalho provocando iras e desconfianças. O site interno do RH da prefeitura já tinha lhes dado as boas-vindas para aplacar os questionamentos. Tem gente que ficou de fora da lista e está choramingando. Por isso, virão mais nomeações.

Oficialmente, todavia, os novos comissionados de abril da administração de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, só foram oficializados na edição de quarta-feira, dia 12, no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet.

São eles: Delgio Roncaglio, ex- candidato a vereador, para diretor administrativo, da secretaria de Desenvolvimento Econômico e Renda; Evandro Schneider Imhof, para coordenador geral de logística, da secretaria de Saúde; Marcos Roberto da Cruz, para diretor compras e licitações, da secretaria de Administração e Gestão; Maria Helena Schultz, para coordenadora geral SINE; Mauricio José de Souza, para coordenador geral oficina, da secretaria de Obras e Serviços Urbanos; Norberto dos Santos, para Diretor Obras do Distrito do Belchior; e Osnildo Moreira, para “diretor” de Cemitérios (não riam), da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos (até então ele e desde três de janeiro, era o coordenador geral da Oficina).

Foram nomeados ainda Adalberto da Costa, para coordenador de serviços da secretaria de obras e Serviços Urbanos e efetivo Jefferson Debus, para supervisor de compras da secretaria de Administração e Gestão.

Olha só. O ex-prefeito de Araquari, Francisco Garcia, foi nomeado para a assessoria do deputado Jean Jackson Kuhlmann, padrinho do ex-vereador e ex-candidato a prefeito de Gaspar, Marcelo de Souza Brick, PSD. Garcia ficará baseado em Araquari. Marcelo continua atrás de uma teta pública para continuar político.

Quando não é Lages, é Florianópolis. A secretaria de Segurança montou um esquema especial para conter as mortes decorrentes da guerra do tráfico na Grande Florianópolis. Foi por ordem de Raimundo Colombo, PSD, após pressão. E Joinville, Blumenau incluindo Gaspar? Assaltadas duas vezes: quando pagam os pesados impostos e quando ficam expostos aos bandidos.

O ex-delegado de Gaspar, Egídio Maciel Ferrari, que prendeu bandido aos montes por aqui por sua competência - e praticamente sem equipe -, transferido recentemente, é manchete recorrente em Blumenau. Agora, ele está perturbando os bandidos de lá.

Uma marca. O fracasso nas urnas no Vale do Itajaí não fez nenhuma diferença para a família. O deputado Décio Neri de Lima está orgulhoso: fez a maioria dos presidentes municipais do PT em Santa Catarina.

Tanto que, depois de admitir que poderia ir para o PDT, está indicado presidente estadual da sigla. E ele cercou o curral. Em Gaspar, elegeu o seu ex-assessor Aldo Avosani, com campanha do seu atual assessor e ex-prefeito Pedro Celso Zuchi. Em Blumenau, a mulher Ana Paula, foi a eleita. Resta saber se o PT vai sobreviver ao mar de lama em que se meteu. Décio ganhou o diretório no pior momento da história do PT.

 

Edição 1796

Comentários

Herculano
17/04/2017 17:16
A COLUNA INÉDITA OLHANDO A MARÉ DESTA TERÇA-FEIRA E EXCLUSIVA PARA OS LEITORES E LEITORAS, VAI SER ANTECIPADA PARA HOJE. EM ALGUNS MINUTOS ESTARÁ DISPONÍVEL
Joaquim Silva Neto
17/04/2017 13:50
Sr. Herculano

Hoje iniciou a coleta do lixo reciclável.
Diretor Executivo do Samae deu jeito, e baniu definitivamente a Say Muller do pareo.
Parabéns Melato.
Sidnei Luis Reinert
17/04/2017 12:36
Emílio Odebrecht diz que Lula 'dava' petróleo para Cuba

O Brasil é um país que tem, para o consumidor final, uma das gasolinas mais caras do mundo.

A alta tributação que está inserida no valor da gasolina no Brasil, conforme especialistas, é o principal motivo que leva o país a ser um dos mais caros do mundo quando o assunto é encher o tanque.

O que nenhum "especialista" cita, é o que vamos ouvir de Emílio Odebrecht agora.

Confira:

https://www.papotv.com.br/posts/emilio-odebrecht-diz-que-lula-dava-petroleo-para-cuba



"Ele (Lula), tinha uma relação com Fidel, realmente muito intensa, a ponto de fazer preço camarada de petróleo para Cuba. Chegando a fazer (sic) cerca de 60, 80, 90 mil barris de petróleo, que ele fornecia pra Cuba ,sem garantia nenhuma."
Lula praticamente dava petróleo para Cuba.
Sidnei Luis Reinert
17/04/2017 12:18
Hora de acabar com segredinhos na Lava Jato


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Em nome da transparência total e da tolerância zero com o Crime Institucionalizado, a suprema-ministra Cármen Lúcia e o supremo-relator da Lava Jato, Edson Fachin, deveriam tirar o estranho segredo judicial sobre 23 inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal. Depois da divulgação da bombástica delação premiada dos dirigentes da Odebrecht, ficou evidente aos brasileiros que não é justo nem perfeito esconder qualquer fato criminoso que envolva dinheiro público.

O inaceitável segredinho já abre margem para especulações. Quem são os "poderosos" envolvidos em tais casos na última instância do Judiciário? Seriam magistrados, militares, banqueiros, amante de gente muito poderosa ou algum outro considerado acima de bem e do mal? Pouco ou nada imposta. O sigilo inconstitucional tem de ser quebrado em nome da publicidade da administração pública ?" claramente prevista no artigo 37 da Constituição de 1988 que alguns oportunistas desejam dar uma reformadinha, a fim de tudo fique como sempre esteve em Bruzundanga.

Além dos segredinhos supremos, outro assunto esquisito causa apreensão entre os que sonham com um Brasil passado a limpo na Era Pós-Lava Jato. Por que não estão criando facilidades para que o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil dos desgovernos Lula-Dilma consiga fazer uma delaçãozinha premiada. A família de Palocci pressiona para que ele seja ouvido e possa abrir o jogo sobre tudo que sabe. Exatamente aí residiria o problema. Palocci sabe muito e mais um pouco. O medinho do sistema é que ele fale demais e acabe denunciando gente poderosa demais, sobretudo banqueiros.

Aliás, o Negão da Chatuba reclama que anda cada vez mais intrigado: Como é que não aparecem dirigentes de instituições financeiras, principalmente de grandes bancos, em refinados esquemas de corrupção que envolvem bilhões de reais na Lava Jato e afins? Afinal, dinheiro (sobretudo o roubado) não anda sozinho por aí. Precisa circular, de um modo ou outro, por alguma entidade financeira. Até a agora, a Lava Jato foi muito eficiente em punir empreiteiros e doleiros. Estranhamente, as investigações ainda não chegaram ao andar de cima do rentismo tupiniquim. Será que chegará? Talvez... Por isso valeria ouvir Palocci como delator...

A Lava Jato também precisa ouvir os insistentes clamores da ex-corregedora nacional de Justiça e ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça. Eliana Calmon não cansa de repetir que a Lava Jato tem de pegar membros corruptos do poder togado. A suprema indagação que fica no ar é: o corporativismo dos magistrados vai impedir que alguns deles sejam investigados e eventualmente punidos?

A Lava Jato ainda não chegou à essência da organização criminosa que devasta o Brasil e inviabiliza o pleno desenvolvimento do País. Enquanto isso, o esquema no poder segue em frente com as suas reforminhas ?" tocadas por muitos dos denunciados em delações premiadas...
vlad
17/04/2017 08:34
Esse papo de petista querendo defender Lula atacando os outros já está mais chato que propaganda da Trivago
Herculano
17/04/2017 07:28
GALINHA DOS OVOS DE OURO, por Eliane Cantanhêde, no jornal O Estado de S. Paulo

Entre as suas várias modalidades de "doações", a benemérita Odebrecht usava uma bastante direta e objetiva: servia para comprar emendas ou a própria redação de Medidas Provisórias, que são editadas pelos governos e votadas pelo Congresso Nacional. As chamadas MPs se transformaram numa espetacular fonte de renda para os políticos brasileiros e isso não tem obrigatoriamente a ver com eleição.

Instrumentos à disposição do presidente da República para casos de "relevância e urgência", elas produzem efeitos imediatos por até 120 dias, mas só viram efetivamente leis depois de aprovadas pelos deputados e senadores. Se não votadas em 45 dias, trancam a pauta da Câmara e do Senado, deixando os governos preocupados, senão apavorados.

As MPs brilham na Operação Zelotes da Polícia Federal, que investiga a compra de decisões do órgão revisor da Receita Federal e o pagamento de propinas no Executivo e no Legislativo para medidas que favorecessem, entre outros, o setor automotivo. O ex-presidente Lula e seu filho Luís Claudio, por exemplo, foram indiciados nessa operação.

Agora, não é nenhuma surpresa que as MPs voltem a brilhar nas delações da Odebrecht, das quais nada, nem partidos, nem políticos, escapa. Um dos delatores, Cláudio Melo, cita inclusive as três MPs pelas quais a empresa dava mundos e fundos para líderes importantes do Congresso, principalmente, mas não só, do PMDB.

Isso é desmoralizante, desanimador, irritante, enojante, porque a sociedade brasileira já não sabe mais se as medidas editadas pelos sucessivos governos eram de fato "relevantes e urgentes" para o País e seus cidadãos, ou se eram convenientes para grandes corruptores e uma galinha dos ovos de ouro para corruptos.

Além de compra de MPs e projetos, o meio bilhão de reais da Odebrecht (na soma até agora?) tinha variadas serventias: doação de campanha em caixa 1 para candidatos alinhados com o pensamento e os interesses da empresa, o que era legal; doações em caixa 2, que é crime eleitoral; compra de decisões do Executivo federal, estadual e municipal; compra de votos nos legislativos; um troca-troca infernal entre desvios em obras públicas, licitações e propinas; e, enfim, mesadas para manter sob cabresto os diferentes Poderes.

O que Emílio e Marcelo Odebrecht, além de seus executivos, vêm ensinando sobre esse universo de corrupção pode ser estendido, mundo afora, para as empreiteiras, como OAS, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão. E também para os mais variados setores, de produção de carnes (já na Operação Carne Fraca) a bancos (uma Lava Jato à parte).

Chegamos ao fundo do poço? Não! Os depoimentos transmitidos pela TV são só parte das cerca de mil horas de gravações e só de uma empresa e precisamos lembrar que as delações premiadas até aqui são praticamente de empreiteiros, executivos, doleiros, diretores da Petrobrás. Dos políticos, só Delcídio Amaral, que foi aceito, e Pedro Corrêa, que não. O céu é o limite.

A força-tarefa da Lava Jato não parece interessada na delação de um Eduardo Cunha em troca de amenizar sua pena, mas certamente está se coçando pelo que têm a dizer João Santana e Mônica Moura e, particularmente, Antonio Palocci. Além de jararacas, jacarés e crocodilos, virão muitas outras cobras e lagartos.

Nem todo juiz é um Sérgio Moro, nem toda primeira instância é igual às de Curitiba, DF e Rio, mas a tendência é que a Lava Jato produza muitas Lavajatozinhas. Aliás, nem sempre no diminutivo. No Rio, o insaciável Sérgio Cabral e sua quadrilha não devem nada, em valores ou falta de pudor, ao que já vimos na investigação-mãe. E, para quem acha que já viu tudo, grandes revelações ainda surgirão.
Herculano
17/04/2017 06:38
MELHOR FORMA DE ESCONDER ALGUMA COISA É DEIXANDO À VISTA DE TODOS, por Alessandra Orofino, economista, cofundadora da Rede Meu Rio e diretora da organização Nossas, para o jornal Folha de S. Paulo.

Começou em 2015, quando João Doria era apenas um dos muitos pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo. O governo estadual, comandado por Geraldo Alckmin, pagou nada menos que R$ 1,5 milhão por anúncios veiculados em sete revistas da Doria Editora, ao longo de todo o ano anterior.

Um só anúncio na revista Caviar Lifestyle custou R$ 501 mil aos cofres públicos, mais do que anúncios semelhantes na Revista Época ou na Exame. Todos as benesses do governador para com seu apadrinhado político foram feitas de forma absolutamente explícita, transparente.

Continuou nesse 2017, e com força total. O primeiro sinal foi dado pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella. Já no primeiro mês de seu governo, ele anunciou o nome de seu filho para a Secretaria da Casa Civil.

Questionado pela decisão, ele optou por defendê-la publicamente: "Queria mostrar à população do Rio que estamos vivendo um novo tempo. Queria dar a eles o melhor que eu tenho. O melhor que tenho é meu filho." E assim, num passe de mágica, nepotismo passou a ser um ato abnegado de dedicação à causa pública.

A cara de pau culminou recentemente com a nova estratégia do governo federal para aprovar a reforma da Previdência. Essa semana, o planalto anunciou a distribuição de verbas de publicidade exclusivamente para veículos de comunicação que aderirem à campanha pela aprovação do pacote.

E mais: os responsáveis pela indicação dos receptores dessa grana serão os mesmo deputados e senadores que deverão votar na reforma. É um golpe perfeito: em uma só medida autoritária, o governo de Michel Temer cala a boca da mídia e compra os votos da base no Congresso. Tudo às claras, público e publicado, e estritamente dentro da lei.

Os americanos têm um ditado, atribuído a um livro de Edgar Allan Poe: a melhor forma de esconder alguma coisa é deixando à vista de todos.

No Brasil, a corrupção 2.0 parece estar adotando essa técnica. Para que se preocupar em esconder o uso de recursos públicos para financiar uma campanha política se é possível simplesmente pagar por um anúncio constrangedoramente caro na revista de seu pré-candidato?

Para que criar cargos fantasmas se é possível apresentar a contratação do próprio filho como um exemplo de dedicação à boa gestão?

Para que comprar a mídia e o congresso com malas de dinheiro se é possível declarar que os veículos que aderirem às reformas propostas pelo governo terão "direito" exclusivo a verbas de publicidade?

Outro dia, estava conversando com amigos nova-iorquinos, da época em que estudei por lá. Eles me diziam, angustiados, que o que mais os chocava no discurso e na gestão de Donald Trump era a desfaçatez com a qual ele afirmava o que antes não podia ser dito no campo da política eleitoral, pelo menos não de forma tão aberta: o racismo e a misoginia, claro, mas também essa tendência a misturar os negócios da família com a coisa pública.

Aqui no backyard seguimos pelo mesmo caminho: parece que nossos políticos decidiram que já que a corrupção está vindo à tona, a melhor coisa a fazer é afirmá-la, abraçá-la, conduzi-la dentro da lei. Junto, é claro, com a misoginia, o racismo, e ?"ao que parece - a crença de que nós, cidadãs e cidadãos, não estamos prestando atenção.
Maria José
17/04/2017 06:34
100 Dias de Governo. Este final de semana o Prefeito de Curitiba fez a prestação de conta dos seus 100 dias de governo. Fiz pecado pois fiquei com inveja. Na semana passada nosso Prefeito fez sua prestação de conta dos seus 100 dias,em rádio local.Foi uma vergonha nada fez,questionado ao vivo pela 89Fm ném soube dizer se o quadro de funcionários comissionados de primeiro e segundo escalão estaria fechado,realmente uma vergonha...
Herculano
17/04/2017 06:31
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE
Herculano
17/04/2017 06:26
UMA COLUNA SOBRE AQUELE QUE NÃO PODE SER NOMEADO, por Gregório Duvivier, ator e escritor, para o jornal Folha de S. Paulo

Houve um tempo em que a principal preocupação dos pais em relação aos filhos eram as drogas. Já não são. Cada dia que passa, mais pré-adolescentes se dizem fãs do Bolsonaro. Em todo país, crianças se reúnem em praças para trocar torturinhas. Uma menina diz que bandido bom é bandido morto, o amigo rebate alegando que ela é tão feia que não merece ser estuprada. E assim funcionam as bolsolândias, regiões assim denominadas pela alta incidência de bolsominions.

O fato é que o Bolsonaro se tornou a nova Galinha Pintadinha - mas com menos sofisticação. Ambos são galináceos e ambos estão roubando nossa juventude. Além disso, ambos tratam a questão do gênero como estritamente binária ("a galinha usa saia/e o galo paletó") e ambos falam o que pensam, e parecem pensar muito pouco. A diferença entre os dois é que a lei eleitoral proíbe a Galinha Pintadinha de se candidatar à Presidência. E a Galinha Pintadinha nunca defendeu a tortura -embora, em certa medida, a tenha praticado.

Bolsonaro lembra aquele namorado da sua irmã que bebe demais no Natal e estraga a noite de todo o mundo contando piadas racistas e vomitando no carpete. Não adianta dizer pra sua irmã que ele é um babaca. As paixões crescem quando proibidas: vide Romeu e Julieta, Tristão e Isolda, e, claro, Maiara e Maraísa ("Nossa paixão pega fogo escondidinho/ a gente se ama gostoso em qualquer lugar"). Ao mesmo tempo, algo precisa ser feito ou sua irmã pode engravidar desse sujeito e - tcharã - ano que vem você terá bolsobabys vomitando no sofá e comendo o cocô do cachorro.

A verdade é que ninguém sabe o que fazer com a galinha verde-oliva. Há quem diga que não se deve sequer mencioná-lo. Assim como Voldemort, devemos chamá-lo apenas de Você-sabe-quem ou Aquele-que-não deve ser nomeado. Da minha parte, acho que ignorar o elefante na sala não faz com que o elefante suma da sala - e não faça um cocô gigantesco.

Por isso sou a favor da legalização de todas as drogas, incluindo o Bolsonaro. Funcionou muito bem com o tabaco. Por mim, você pode curtir Bolsonaro à vontade, assim como você pode fumar seu Derby -mas numa distância de 5 metros da calçada, e a cada declaração do deputado com saudade da ditadura você tem que mostrar fotos das crianças torturadas no período e uma advertência do ministério da democracia: "Pedir intervenção militar não te fará imune à prisão, tortura ou desaparecimento numa eventual ditadura"
Herculano
17/04/2017 06:20
PREVIDÊNCIA NÃO É PROGRAMA SOCIAL, por Maílson da Nóbrega, economista, ex-ministro da Fazenda do governo de José Sarney, PMDB, para a Veja.

Os mitos em torno da reforma da Previdência têm origem em duas fontes. A primeira vem de uma mistura de ignorância, ideologia ou má fé, que ilude muitos com a pregação de que não há déficit ou que a reforma é contra os pobres, ameaça direitos e por aí afora.

A segunda é a ideia de que a Previdência é um programa social, destinado a eliminar desigualdades. Na verdade, a Previdência é uma espécie de seguro para amparar os indivíduos na velhice. Baseia-se na participação obrigatória e no princípio de que seus benefícios correspondam ao montante acumulado pelas contribuições. Combater desigualdades é necessário, mas isso cabe a programas específicos, financiados pelo orçamento público e não pela arrecadação previdenciária.

A ideia de que a Previdência é um programa social justifica tratamentos especiais sem justificativa. Daí vem a defesa de aposentadoria especial para professores, que poderiam aposentar-se antes dos mortais comuns. Acontece que o exercício de uma função nobre, a de educar, não os faz merecedores de tratamento diferenciado.

Não consta que os professores tenham sobrevida menor do que a dos demais segurados da Previdência depois dos 65 anos. O que importa, para as finanças previdenciárias, é o gasto durante a sobrevida. Na mesma linha, não cabe dar tratamento especial para policiais. O risco que eles correm na sua atividade não deve ser compensado pela Previdência, mas por salários e outros benefícios, inclusive o de periculosidade, que vigora em quase todos os estados.

O que dizer do limite de idade menor para as mulheres? Olhado pelo ângulo exclusivo do seguro, trata-se de grossa impropriedade, pois as mulheres têm sobrevida maior do que os homens. Na verdade a idade de aposentadoria de homens e mulheres convergiu para um único padrão em praticamente todos os países: entre 65 e 67 anos.

Há também o argumento da jornada dupla. As mulheres trabalham e cuidam da família, diz-se. É um argumento pobre, que desmente o esforço que elas vêm desenvolvendo, desde o fim do século XIX, para ser tratadas de forma igual à dos homens no mercado de trabalho, na política, no setor público e assim por diante. É paradoxal, assim, que parlamentares mulheres estejam lutando para manter a diferenciação.

Na Inglaterra, nos anos 1980, havia a diferença. A idade mínima para aposentadoria dos homens era de 65 anos; a das mulheres, 62. Sabem o que aconteceu? As mulheres se mobilizaram para igualar-se aos homens. Invocaram tratados da então Comunidade Econômica Europeia (hoje União Europeia), que proibia discriminação de gênero. Sim, as inglesas julgaram que estavam sendo discriminadas ao terem que se aposentar aos 62 anos. Conseguiram a igualdade aos 65 anos.

Nada justifica as aposentadorias especiais. Temos visto parlamentares e líderes sindicais defendendo aposentadoria especial para quem executa trabalho penoso, mas isso nada tem a ver com a Previdência. Essas confusões explicam grande parte das resistências à reforma.
Herculano
17/04/2017 06:15
ORGÃOS DE FISCALIZAÇÃO SAÍRAM DO CONTROLE DE SEUS CRIADORES, por Carlos Pereira, professor titular da Escola Brasileira de Administração Pública e Empresas, da FGV, para o jornal Folha de S. Paulo

A combinação institucional de presidencialismo, representação proporcional com lista aberta e multipartidarismo já existe há muito tempo no Brasil.

Ela tem sido o cenário livre de surpresas para os políticos e eleitores há quase 90 anos, com a exceção dos anos da ditadura.

O legislador constituinte de 1988 reafirmou esse desenho institucional, e a Constituição o qualificou.

Preferiu-se diminuir os riscos e custos de governabilidade para o Executivo, delegando a ele uma série de poderes constitucionais e orçamentários nada triviais.

Com isso, o presidente se transformaria no coordenador e poderia construir e sustentar coalizões majoritárias pós-eleitorais, em um jogo institucionalizado de ganhos de troca.

Diante de potenciais limites das organizações legislativas em controlar efetivamente o Executivo (comissões permanentes e especiais, CPIs, Tribunais de Contas etc.) e de potenciais riscos de que um presidente poderoso viesse a se transformar em um déspota ou corrupto, os constituintes decidiram delegar uma gama ampla de poderes para instituições de controle "externas" à política.

Como qualquer organização que almeja perenidade, Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal, Tribunais de Contas e agências reguladora, entre outros, foram se fortalecendo paulatina e internamente, tanto em termos de organização como institucionais.

Alcançaram, assim, um grau de autonomia e de independência sem precedentes.

No início, o fortalecimento institucional dessas instituições externas de controle beneficiava os políticos, pois elas identificavam malfeitos e comportamentos desviantes de "alguns" governantes de plantão, especialmente os contrários às suas preferências. Um equilíbrio quase perfeito.

O problema emergiu e alcançou o estágio da atual crise aberta quando essas instituições de controle começaram a identificar malfeitos de políticos de forma indistinta.

Ou seja, a "criatura" saiu do controle de seus "criadores", passando a arriscar não apenas a sobrevivência política, mas a impunidade de crimes cometidos por políticos.

Para piorar a situação dos políticos, a atuação das instituições de controle encontrou ressonância na emergente crença, cada vez mais dominante, de intolerância à corrupção na sociedade. Hoje, vimos diminuírem as chances de reversão da tendência de fortalecimento das instituições de controle. Daí o desespero entre políticos.

Percebe-se o compromisso de juízes e promotores em solucionar imprecisões legais ou ultrapassar barreiras de prescrição, que sempre protegeram criminosos poderosos com seus advogados especializados em procrastinação.

Antes, apenas pobres mal assistidos eram pegos e esquecidos na cadeia. Atualmente assistimos à quebra do silêncio sobre importantes definições de atos criminosos e tipificações de crimes só cometidos por políticos, ricos e poderosos. Quando houve essa preocupação no Brasil?

Naturalmente que excessos podem ser cometidos aqui ou acolá, até porque esse processo não é linear em nenhum lugar do mundo.

Suspeito, entretanto, que os custos decorrentes da grande autonomia das organizações de controle no Brasil são bem menores do que os custos de potenciais cerceamentos ou limites impostos pelos políticos.

Espera-se que magistrados saibam, por exemplo, diferenciar os crimes cometidos e estabeleçam punições proporcionais aos respectivos malfeitos.

Nada garante que vamos estar melhor no futuro próximo. Existe, sim, uma chance de que estejamos migrando para um equilíbrio superior, ancorado no estado de direito comum às sociedades desenvolvidas, que não discriminam criminosos.

Destruição e criação, por vezes são inevitáveis quando a alternativa seria mais poeira embaixo do tapete. Se os criminosos são muitos, que as cadeias façam seus puxadinhos. Mas é claro... o jogo ainda está aberto. No entanto, suspeito que os políticos estão perdendo de goleada.
Herculano
17/04/2017 06:10
LULA TENTA SE BLINDAR DE GRAMPO DA LAVA JATO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Com medo de ser alvo de gravações que o comprometam, sobretudo no âmbito da Lava Jato, o ex-presidente Lula ordenou que os celulares de quem o visita sejam recolhidos antes de qualquer reunião privada. Sempre lembra que celulares têm gravadores. Réu em cinco processos por corrupção, Lula não fala ao telefone nada que não possa ser divulgado. Ele não desconfia, tem certeza de que está grampeado.

ESCUTAS AMBIENTAIS
Até em casa Lula fala quase aos cochichos. E encomenda varreduras periódicas em seus endereços, temendo escutas ambientais.

FUGINDO DO GRAMPO
O ex-presidente usa apenas aparelhos de seguranças e assessores. É um dos raros brasileiros que não têm seu próprio celular.

CELULAR DOS OUTROS
O grampo da Policia Federal que flagrou o plano para obstruir a Justiça foi uma conversa de Dilma com Lula no celular de um segurança dele.

REGRA DE OURO
Paranóico, Lula implantou a regra que até hoje é seguida no Palácio do Planalto: ninguém entra no gabinete presidencial com celular no bolso.

PROPINA DO PT NO SUBMARINO BRASILEIRO: R$50 MILHÕES
Ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht revelou que a parte do PT no contrato de desenvolvimento do Submarino Nuclear brasileiro (Prosub) foi de R$ 50 milhões. O negócio, segundo o ex-executivo, era complexo pois havia também acordo de transferência de tecnologia por parte da empresa francesa que tinha o contrato com a Marinha do Brasil. O negócio rendia à Odebrecht de R$ 500 a 700 milhões ao ano.

DIFICULDADES PARA RECEBER
"Sempre que chegava o final do ano, tinha um problema para receber" no contrato do Prosub, queixou-se Odebrecht na sua delação.

EXPECTATIVA DE PROPINA
Quando Odebrecht cobrava o pagamentos de parcelas, "aumentava a expectativa" de propina em Guido Mantega e João Vaccari Neto.

MEIO BILHÃO POR ANO
O alto valor do submarino forçava Odebrecht a tratar diretamente com Guido sobre pagamentos, já que era ele o responsável pela liberação.

NÃO VAI ACABAR BEM
Deve acabar em escândalo a licitação na Embratur para contratar por R$ 9 milhões uma agência de comunicação digital. O dono da Talk, empresa vencedora, é Luiz Alberto Ferla, velho amigo e conterrâneo de Florianópolis de Vinicius Lummertz, presidente da Embratur.

CONTABILIDADE DA CORRUPÇÃO
Uma Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM) valia dois Aloizio Mercadante (PT-SP), em 2010, na contabilidade da corrupção. A Odebrecht pagou a ela propina de R$ 1,5 milhão. Já Mercadante levou R$ 750 mil.

JUROS SEM LóGICA
Os juros siderais não têm lógica. Tragado pela crise, leitor não pagou empréstimo de R$ 40 mil ao banco Itaú. Agora, um ano e meio depois, com a dívida perto de R$ 300 mil cobrada diariamente, ele finalmente recebeu uma proposta de acordo: R$ 18 mil e não se fala mais nisso.

'ITALIANO' MANDAVA MUITO
Os entendimentos de Marcelo Odebrecht com Antonio Palocci eram "complicados", mas, segundo o empresário, o "Italiano" mandava muito "por trás", no governo Dilma, apesar de já não ser ministro.

ELE DE NOVO
Odebrecht revelou que pagamentos de R$ 3,2 milhões ao senador Lindbergh Farias em 2010 foram feitos através da empresa do marqueteiro Duda Mendonça, que realizou a campanha do petista.

PEPINO FIEL
No "Termo de Colaboração 16", Marcelo Odebrecht afirma que o estádio do Corinthians "é um pepino para a gente". Foram "mais de 40 reuniões" com Guido Mantega para tratar do Itaquerão.

ROUBOU QUE SE FARTOU
De acordo com Marcelo Odebrecht, ele próprio disponibilizou pouco mais de R$ 300 milhões para o Partido dos Trabalhadores ao longo dos anos. "Mas eles não usaram tudo, foi pouco menos", explicou. Ah, bom.

SUJEIRA SECRETA
A investigação da compra dos cinco submarinos de fabricação francesa é dificultada por envolver "segurança nacional". E também porque o governo Lula carimbou de "secreto" o acordo bilateral com a França.

PENSANDO BEM...
...não há risco de suicídio entre integrantes da Lista de Fachin.
Herculano
17/04/2017 06:05
CHOQUE DE TITÃS DISSIPA ENERGIA NA DEMOCRACIA BRASILEIRA, por Vinícius Mota, no jornal Folha de S. Paulo

Critica-se, com o convincente argumento da igualdade perante a lei, a prerrogativa de autoridades brasileiras de ser julgadas em cortes altas. Talvez mais estapafúrdio nessa história seja o contexto em torno do chamado foro privilegiado.

Imagine o que seriam estes três anos de Lava Jato, em especial após tornar-se pública a delação da Odebrecht, se não existisse foro especial. Haveria um festival de ações cautelares, como as prisões temporárias, decretadas pela primeira instância contra centenas de autoridades nos três níveis da administração.

Não seria razoável submeter o governo de União, Estados e municípios, Executivo, Legislativo e o próprio Judiciário, a tamanha instabilidade a título de investigações e etapas processuais ainda precárias, distantes dos juízos de culpa ou absolvição.

Na Nova República o mecanismo dos pesos e contrapesos, o equilíbrio que confere certa estabilidade à organização política, estabeleceu-se pela via hiperbólica. Contra uma Presidência forte antepôs-se um Congresso forte, que por duas vezes em 24 anos depôs o chefe de Estado.

O poder avassalador das maiorias políticas foi contrastado com instituições de controle à altura. É raro, talvez impossível, encontrar outra democracia que proveja tanta latitude para a atuação de integrantes singulares do Ministério Público.

O Judiciário também desenvolveu as suas habilidades para participar desse choque de titãs. A demora cartorial dos processos foi remediada com doses de força nas etapas iniciais dos inquéritos. Esse expediente, somado a inovações legais e de procedimentos, estimulou as delações.

Em tese seria possível obter equilíbrio semelhante pela via alternativa. Todos cederiam um pouco de poder em nome de reduzir a enorme dissipação de energia do modelo atual. Mas as organizações políticas, como as espécies na natureza, não evoluem segundo um plano celestial.
Herculano
17/04/2017 06:01
da série: alguém acredita? A história e o histórico desmentem frontalmente os próprios ministros. A quem quem, como os políticos, eles querem enganar?

RITMO DO CASO ODEBRECHET DEPENDE DA PROCURADORIA, DIZEM MINISTROS DO STF, por Josias de Souza

Antevendo a pressão que o Supremo Tribunal Federal deve sofrer para apressar o julgamento dos 76 inquéritos decorrentes da megadelação da Odebrecht, magistrados que integram a Corte alertam: na fase atual, o ritmo depende essencialmente da Procuradoria-Geral da República. A coluna ouviu dois dos 11 ministros do Supremo. Ambos potencializaram o papel do procurador-geral Rodrigo Janot e dos procuradores que compõem a força-tarefa da Lava Jato em Brasília.

Um dos ministros explicou: "As pessoas têm a impressão de que a demora se deve ao Supremo. Não é bem assim. Na fase atual, o trabalho envolve a produção de provas. E isso está por conta da Procuradoria que, por sua vez, depende muito da eficiência da Polícia Federal." O outro magistrado ecoou: "Nesta etapa dos inquéritos, o papel do Supremo se restringe a autorizar procedimentos e diligências requeridas pelo procurador-geral. Algo que o ministro-relator costuma fazer rapidamente."

O relator da Lava Jato no Supremo é o ministro Edson Fachin. Ele herdou a função de Teori Zavascki, morto num acidente aéreo. Os colegas enxergam em Fachin um perfil semelhante ao de Teori. A exemplo do antecessor, Fachin tende a autorizar a grossa maioria das requisições feitas pelo procurador-geral. Nos próximos dias, choverão sobre sua mesa pedidos de diligências, de oitiva de autoridades de quebras de sigilos bancário e fiscal?

Os ministros realçaram as diferenças entre o mensalão e o petrolão. No escândalo anterior, 40 pessoas foram investigadas, denunciadas e julgadas num mesmo processo. Que consumiu cerca de oito anos entre a abertura do inquérito e a condenação dos culpados pelo plenário do Supremo. No escândalo atual, pelo menos três vezes maior que o anterior, a colaboração da Odebrecht elevou o número de inquéritos para 113. Sem mencionar as cinco denúncias que o Supremo já converteu em ações penais.

A atomização dos processos fará com que alguns caminhem mais rapidamente. Outros talvez flertem com a prescrição dos crimes. Daí a relevância do trabalho da Procuradoria e da Polícia Federal. Os dois órgãos correm contra o relógio para vencer o desafio de produzir em tempo aceitável provas que corroborem as palavras dos delatores.

Outra diferença entre os dois escândalos é que os acusados do petrolão serão processados na Segunda Turma do Supremo, não no plenário. Têm assento nesse colegiado apenas cinco dos 11 ministros da Corte. Além de Fachin, Celso de Mello, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Apenas nos casos que envolvem chefes de Poder - Eunício Oliveira, presidente do Senado, e Rodrigo Maia, presidente da Câmara?" a encrenca será transferida para o plenário do Supremo.

Em tese, a concentração na Segunda Turma joga água no moinho da celeridade. Entretanto,a coluna apurou que falta unidade ao colegiado. O que pode arrastar certos julgamentos. Mas esse problema só deve se materializar nas fases posteriores do processo. Vencida a etapa dos inquéritos, o procurador-geral decidirá se denuncia os acusados ou arquiva os processos. Se denunciar, caberá ao Supremo deliberar se as provas justificam a abertura de ações penais.
Herculano
17/04/2017 05:56
CLT, SÉCULO 21, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Concebida nos anos 1940, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não dá mais conta de regular com segurança as relações entre patrões e empregados no Brasil moderno, que demandam formas variadas e cada vez mais flexíveis de contratação.

Por isso, o diploma legal obsoleto tornou-se pouco eficaz em seu objetivo de proteção ao trabalhador e empecilho à geração de novos empregos de qualidade.

A CLT tampouco confere peso suficiente à vontade coletiva manifestada nas convenções e acordos entre as empresas e seus funcionários, frequentemente contrariada por súmulas da Justiça.

Por fim, enseja um ambiente litigioso - e não por acaso o Brasil encabeça rankings globais de conflitos trabalhistas. Apenas em 2016, foram iniciados 2,8 milhões de novos processos.

É bem-vinda, portanto, a tentativa de repensar a legislação. O desafio é buscar um ponto de equilíbrio entre a necessária modernização e a proteção de direitos consagrados e valorizados pela sociedade.

O texto recém-apresentado pelo deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), relator do projeto de reforma na Câmara, é abrangente e apresenta alternativas razoáveis para os principais problemas.

Prevê, corretamente, que a convenção coletiva possa se sobrepor aos ditames celetistas, desde que não atente contra os direitos fundamentais, como férias, 13º salário e regras de segurança.

Jornadas flexíveis, inclusive fora do local de trabalho, poderão ser pactuadas mais livremente, desde que respeitada a carga máxima de 32 horas semanais.

Para reduzir litígios, reafirma-se que a rescisão contratual entre as partes, na presença do representante sindical, tem valor legal e não pode ser invalidada no futuro.

Ponto fundamental e ambicioso do substitutivo é o fim da contribuição sindical obrigatória, que recolheu R$ 3,96 bilhões apenas ao longo do ano passado.

Existem no país nada menos que 11,3 mil sindicatos de trabalhadores e 5,2 mil entidades patronais, quantidades extravagantes para os padrões mundiais.

Grande parte desse aparato existe simplesmente para amealhar uma fatia dessa verba carimbada, que custa anualmente um dia do salário de cada trabalhador.

Restará rever na Constituição o princípio da unicidade, segundo o qual só pode haver um sindicato por categoria e base geográfica.

Nesse caso, as associações disputariam seus representados com a oferta de serviços, em vez de viver de renda. Seria duro golpe contra o corporativismo sindical que, aninhado no Estado, continua a tutelar as relações trabalhistas
Herculano
16/04/2017 20:01
KIBE DELATA

Conteúdo de O Antagonista. A Lava Jato, a partir de agora, vai se dedicar a rastrear os pagamentos de propina relatados pela Odebrecht.

A tarefa será enormemente facilitada pelos depoimentos de um novo delator: o doleiro Adir Assad, o Kibe.
O Antagonista foi informado de que seu acordo com a PGR está praticamente fechado. Só falta combinar sua pena.

ACORDÃO CONTRA A LAVA JATO

Para a ex-corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon, o Congresso está "com a faca e o queijo na mão" para se blindar contra a Lava Jato. Leia o que disse à Folha:

Folha - "Há risco de um "acordão" para sobrevivência política dos investigados?
Vejo essa possibilidade, sim, pelo número de pessoas envolvidas e pela dificuldade de punição de todas elas. O Congresso Nacional já está tomando as providências para que não haja a punição deles próprios. Eles estão com a faca e o queijo na mão. É óbvio que haverá uma solução política para livrá-los, pelo menos, do pior.

Folha - Como vê a crítica de que a lista criminaliza os partidos e a atividade política?
É uma forma de inibir a atividade do Ministério Público e da Justiça. Os políticos corruptos nunca temeram a Justiça. O que eles temem é a opinião pública e a mídia. Eles temem vir à tona tudo aquilo que praticavam. O MP e a Justiça são tão burocratizados que se consegue mais rápido uma punição denunciando, tornando público aquilo que eles pretendem manter na penumbra."

Na entrevista à Folha, Eliana Calmon, afirma que chegará a hora do Judiciário. Veja:

Folha - "A Lava Jato poderá alcançar membros do Poder Judiciário?
No meu entendimento, a Lava Jato tomou uma posição política. É minha opinião pessoal. Ou seja, pegou o Executivo, o Legislativo e o poder econômico, preservando o Judiciário, para não enfraquecer esse Poder. Entendo que a Lava Jato pegará o Judiciário, mas só numa fase posterior, porque muita coisa virá à tona. Inclusive, essa falta tem levado a muita corrupção mesmo. Tem muita coisa no meio do caminho. Mas por uma questão estratégica, vão deixar para depois.

Folha - Como a senhora avalia essa estratégia?
Acho que está correta. Do tempo em que eu fui corregedora para cá, as coisas não melhoraram. Há aquela ideia de que não se deve punir o Poder Judiciário. Nas entrevistas, Noronha [o atual corregedor nacional, ministro João Otávio de Noronha] está mais preocupado em blindar os juízes. Ele diz que é preciso dar mais autoridade aos juízes, para que se sintam mais seguros. Caminha no sentido bem diferente do que caminharam os demais corregedores."

MARIA DO ROSÁRIO FICOU "SEM CHÃO" AO SER DELATADA PELA ODEBRECHET

Maria do Rosário, que integrou a tropa de choque contra o impeachment de Dilma, cumpriu o script dos citados nas delações da Odebrecht: em uma carta publicada nas redes sociais, protestou, declarou-se inocente e afirmou que ficou "sem chão".

Leia o melhor trecho:
"Na última terça-feira confesso que fiquei indignada. Achei que ao longo de todos esses anos eu já tinha preparo para lidar com qualquer tipo de situação. Esse sentimento já havia sido abalado recentemente quando passaram a atacar minha famÍlia. Mas ter meu nome citado irresponsavelmente no atual contexto, com levantamento de suspeita de que numa campanha não houve registro de recursos doados, me deixou sem chão. Nunca pisei o terreno da mentira e do uso de recursos eleitorais sem registro.

Considero um absurdo a forma com que tudo aparece misturado. Não aceito meu nome ao lado dos que têm vultuosas somas na Suíça e paraísos fiscais. Sou uma pessoa com bens estritamente dentro das possibilidades de meus ganhos."
Joaquim Nabuco
16/04/2017 19:07
Herculano

Não dá mais para aguentar a cara de pau dos CROCODILOS (petistas) nas redes sociais, pensam eles que somos todos ignorantes. Defendendo o indefensável, é o roto falando mal do rasgado. Vão arrumar algo pra fazer seus corruptos, LULALADRÃO vai pra Curitiba daqui a alguns dias, vão lá levar uma quentinha pra elle seus bostas.
Sidnei Luis Reinert
16/04/2017 19:03
Ainda no TAMANHO DA ROUBANÇA DA ODEBRECHET, do clube dos 13, Basta fazer a conta de que a dívida interna e externa deixada por FHC era em torno de 800 bi, hoje com os empréstimos e somados os juros já ultrapassa os 3 trilhões e somando.

Com esse sistema a persistir por mais tempo o povo o povo vai sucumbir e a Venezuelalização brasileira será eminente.
Herculano
16/04/2017 10:04
ENTRE O JOIO E O JOIO, por Carlos Ayres Brito, ex-presidente do STF, para o jornal Folha de S. Paulo

Importa, sim, que os inquéritos policiais a serem abertos sob a supervisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, busquem diferenciar os diversos modos de uso dessa erva daninha que atende pelo nome de caixa dois.

É que, em tese, há um caixa dois que sai por aí a contaminar as normas de direito eleitoral, da ordem tributária e da ordem financeira do país, mas impondo a si mesmo um reverente limite: guardar toda distância do Código Penal. Ficar do lado de fora da cidadela dos "dinheiros, bens e valores públicos" (para me valer do parágrafo único do art. 70 da Constituição).

Ao passo que a segunda e básica modalidade de caixa dois ultrapassa esse limite. É uma não contabilização de recursos (tanto quanto a primeira), porém praticada em ambiência negocial ou de compensações argentárias entre doadores e donatários. Compensações, ajunte-se, na base do "toma lá, dá cá" às custas do erário.

Com o que passam a se esgueirar pela coxia de tais negociatas as figuras penais da corrupção ativa e passiva, do peculato e da lavagem de dinheiro, para dizer o mínimo.

Não se trata, porém, de separar o joio do trigo. A separação é entre o joio e o joio mesmo. Um tipo de joio frente ao outro, porque o segundo deles é ainda mais daninho à ordem jurídica.

É ainda mais atrevido no seu propósito de conspurcar o jogo das disputas eleitorais dos cargos públicos. No avançar, de cutelo na mão, sobre o nervo e a carne do princípio ético-democrático da correlação de forças na disputa desse heterodoxo concurso público de nome "eleição popular".

É ainda mais prejudicial por mandar às favas todo e qualquer resquício de pudor nas relações entre o poder político e o poder econômico. Principiando por derruir todo o conteúdo do parágrafo único do artigo 350 do Código Eleitoral (proibitivo dessa falsidade documental que é deixar de fazer o registro formal do ingresso de valores na contabilidade dos partidos e dos candidatos) e prosseguindo a tratorar as assemelhadas proibições que já fazem parte da ordem financeira, da Receita Federal e do Código Penal brasileiro.

Cuida-se de uma diferenciação necessária, porque de justiça punitiva. Mas não a ponto de que o reconhecimento da maior gravidade da segunda venha a implicar um fechar de olhos para a necessidade de também apurar com toda isenção e presteza a primeira.

Cada qual no seu quadrado normativo. Tampouco aproveita a qualquer das duas ilicitudes o fato da sua corriqueira prática. Ao contrário, a longa tradição da sem-cerimônia com que são perpetrados os dois ilícitos é que exige um combate da maior eficácia possível.

Uma e outra modalidade de caixa dois traduzem um flerte com o diabo-a-quatro. A banalização do mal é pior que o próprio mal, sentenciava Hannah Arendt.

Por isso que urge estancar essa ferida hemorrágica no peito dos nossos costumes. O que por mais tempo cavalgou no lombo das malfeitorias jurídicas é que tem de ser apeado com todo vigor e rapidez.

Sem nenhum prejuízo, também por evidente, da fiel observância do devido processo legal substantivo. Tipo de processo que incorpora as garantias constitucionais do contraditório e a ampla defesa, assim no plano das provas quanto da argumentação das partes.

O que se espera, agora, é que as três pertinentes instâncias de poder (a policial, a ministerial pública e a judiciária) atuem com total isenção nos marcos das respectivas competências constitucionais e legais.

Sem mesclar jamais critérios técnicos de atuação com critérios políticos. Sem outro decidido empenho que não seja o de aplicar o provérbio latino: Fiat justitia et pereat mundus. A traduzir o seguinte: "Faça-se justiça e pereça o mundo", porque, em verdade, o mundo somente perece com o perecimento da Justiça.

Tudo o mais não passa de aparência de perecimento. Para não dizer simulacro.
Herculano
16/04/2017 09:52
A RESPONSABILIDADE DE LULA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Há quem veja nas delações da Odebrecht e nas centenas de inquéritos delas decorrentes, tanto no Supremo Tribunal Federal (STF) como na primeira instância, a confirmação de que toda a política nacional está corrompida. A disseminação da corrupção seria de tal ordem que já não teria muita serventia a identificação dos culpados. Com leves variações de tons, todos os políticos seriam igualmente culpados. Ou, como desejam alguns, todos seriam igualmente inocentes.

Como corolário desse duvidoso modo de ver as coisas - como se a deformação da política tivesse pouca relação com a atuação desonesta de pessoas concretas -, há quem entenda que as descobertas mais recentes da Lava Jato desfazem a impressão, tão forte nas primeiras etapas da operação, de que Lula e sua tigrada tiveram uma participação especial na corrupção no País. Eles seriam tão somente um elo a mais na corrente histórica de malfeitos. A responsabilidade por tanta roubalheira caberia, assim querem fazer crer, ao sistema político.

Longe de relativizar a responsabilidade do PT na crise ética da política, as revelações sobre os ilícitos da Odebrecht, delatados por seus diretores e executivos, confirmam e reforçam o papel deletério de Lula na política nacional. Seu papel foi decisivo e central para o abastardamento da vida política brasileira. Foi ele o autor intelectual e material do vil assassinato do interesse público nos dias que vivemos.

A corrupção levada a cabo nos anos do PT no governo federal não é mera continuidade de um sistema corrupto. Há um antes e um depois de Lula na corrupção nacional, capaz até de assustar Emílio Odebrecht. "O pessoal dele (de Lula) estava com a goela muito aberta. Estavam passando de jacaré para crocodilo", disse o presidente do conselho de administração da empreiteira, em relato por escrito à Procuradoria-Geral da República.

É evidente que já existia corrupção antes de Lula da Silva chegar à Presidência da República. A novidade trazida pelo ex-sindicalista foi a transformação de todos os assuntos estatais em negócio privado. Sem exagero na expressão, Lula da Silva pôs o Estado à venda. A Odebrecht e outras empresas envolvidas no escândalo apenas compraram ?" sem nenhuma boa-fé - o que havia sido colocado na praça.

Ao perceber que todos os assuntos relativos ao governo federal poderiam gerar-lhe benefícios, pessoais ou ao Partido dos Trabalhadores, Lula da Silva procedeu como de costume e desandou a negociar. Com alta popularidade e situação econômica confortável - o País desfrutava então das reformas implementadas no governo anterior e das circunstâncias favoráveis da economia internacional -, Lula não pôs freios aos mais escusos tipos de acordo que sua tigrada fazia em seu nome, em nome do governo e em nome do partido, como restou provado no mensalão e no petrolão.

Lula da Silva serviu-se do tradicional discurso de esquerda, de ampliação da intervenção do Estado na economia, para gerar novas oportunidades de negócio à turma petista. São exemplos desse modo de proceder as políticas de conteúdo nacional e da participação obrigatória da Petrobrás nos blocos de exploração do pré-sal. Aquilo que era apresentado como defesa do interesse nacional nada mais era, como ficaria evidente depois, que uma intencional e bem articulada ampliação do Estado como balcão de negócios privados.

Lula não inventou a corrupção, mas criou uma forma bastante insólita de fazer negócios escusos. Transformou a bandalheira em política de Estado. Com isso, corruptos, velhos e novos, tiveram ganhos nos anos petistas que pareciam não ter limites. Não foi por acaso nem por patriotismo, por exemplo, que o governo petista estimulou as empreiteiras a expandir sua atuação para novas áreas, como a exploração de petróleo. Assim, incluía-se mais uma oportunidade ao portfólio de negociatas da tigrada de Lula.

Todos os inquéritos abertos a partir das delações da Odebrecht merecem especial diligência. Seria equívoco não pequeno, no entanto, achar que o envolvimento de tanta e diversificada gente nas falcatruas de alguma forma diminui a responsabilidade de Lula da Silva pelo que aí está. A magnitude dos ilícitos descobertos pela Lava Jato, da Odebrecht e de tantas outras empresas e pessoas, só foi possível graças à determinação de Lula da Silva de pôr o Estado à venda. Não lhe neguemos esse mérito.
Herculano
16/04/2017 08:20
DEPOIS NÃO SE QUEIXAM. PARTIDOS TEM ATÉ AMANHÃ, SEGUNDA-FEIRA, PARA ENVIAR A LISTA ATUALIZADA DE FILIADOS.CALCULA-SE QUE SEJAM 16,6 MILHÕES DE BRASILEIROS FILIADOS A ALGUMA LEGENDA

Os 35 partidos com registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) devem enviar até o dia 17 de abril, amanhã, a relação atualizada de seus filiados. A última listagem entregue à Justiça Eleitoral, em outubro de 2016, está disponível no sistema Filiaweb e contabiliza 16,6 milhões de eleitores filiados a partidos políticos.

Conforme a Lei dos Partidos Políticos, as legendas têm até a 2ª semana dos meses de abril e outubro de cada ano para fazer a atualização. A legenda com o maior número de filiados é o PMDB, com 2,4 milhões (14,44%) inscritos. O PT ocupa a 2ª posição, com 1,6 milhão (9,54%).

Já as agremiações que têm o menor número de inscritos são o PCO, com 2.9 mil (0,018%), e o Partido Novo, com 8.8 mil (0,053%) filiados. Para concorrer a uma eleição, o candidato deverá estar filiado à legenda pela qual pretende disputar há pelo menos 1 ano antes do pleito.

TUDO ONLINE
A lista de filiados é enviada eletronicamente por meio do sistema Filiaweb, aplicativo que permite a interação on-line com o Sistema de Filiação Partidária. Após receber a relação, o TSE inicia o procedimento de identificação das duplicidades de filiação partidária. Ou seja, destaca as pessoas que figuram no sistema como ligadas a mais de uma legenda.

A legislação eleitoral determina que, se a relação de filiados não for enviada pelos partidos até o prazo fixado, será considerada a listagem anterior.
Herculano
16/04/2017 08:02
O TAMANHO DA ROUBANÇA DA ODEBRECHET, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Qual o tamanho do prejuízo deixado pela Odebrecht e por suas irmãs da empreitada corrupta?

Para começar, Marcelo Odebrecht estimou as despesas com subornos em algo entre 0,5% e 2% da receita bruta anual de suas empresas. Isso daria, na média, gastos acumulados de R$ 6,8 bilhões, de 2006 a 2014.

No departamento de subornos da empresa, há registro de pagamentos equivalentes a R$ 6,7 bilhões (US$ 3,37 bilhões convertidos pelo dólar médio de cada ano, sem correção inflacionária), uns 1,2% da receita da Odebrecht no período. As contas batem, pois. Mas o destino dessa dinheirama ainda não apareceu todo nas delações.

Gastava-se em suborno cerca de 0,5% da receita até 2008. Nos anos do "Brasil Grande" do PT, o investimento em propina cresceria, chegando em 2012 a 1,7% da receita também crescente da Odebrecht.

Era o período das "campeãs nacionais", oligopólios de vários setores organizados e/ou financiados com auxílio do Estado. Nesses anos, empreiteiras gigantes se transformariam em conglomerados diversificados. Coincidência, apenas?

Essa aritmética simples serve para discutir efeitos ainda mais sérios da roubança. Primeiro, mostra quão ingênua é a crença de que "não falta dinheiro no governo, basta acabar com a corrupção".

Suponha-se que o suborno rendesse à Odebrecht um retorno extra e direto de 200% em saque do dinheiro público (para cada real de propina, a empresa arrancaria outros dois do governo).

Levando em conta os dados da planilha do suborno, seria um saque direto de R$ 13,6 bilhões em nove anos. Em um ano, o governo federal gasta R$ 1,3 TRILHÃO.

Sim, rouba-se dinheiro grosso, bastante para matar gente por falta de hospital ou a hipótese horrenda que se imagine. Mas não basta para dar jeito nas contas públicas.

O caso do prejuízo começa a ficar mais interessante quando se considera o que disse Emilio Odebrecht sobre a eficiência de sua empresa.

A Odebrecht não fazia engenharia nem se preocupava com eficiência no Brasil ?"ganhava contrato no grito do suborno ou do cartel. Tanto que os executivos aprendiam o que é concorrência viajando pelo exterior.

Os superfaturamentos crônicos e a ineficiência sistemática, perdas de produtividade em si, de resto devem ter "encadeamentos para a frente e para trás", espalhando custos extras pela economia inteira.

Se não há preocupação com custos, o resultado é preço mais alto para o consumidor e menos exigência de redução de preço de fornecedores da construção civil, muitos deles também grandes oligopólios ou cartéis.

Multiplique-se isso por várias empreiteiras. Considerem-se as empresas que não chegaram às vias de fato do suborno, mas dedicam energia a obter favores do governo, em vez de inovar. É uma desgraça registrada em bibliografia padrão de economia, mas raramente vista em encarnação tão grotesca.

O maior custo, no curto prazo, está à vista de todos: o efeito da crise político-policial sobre a economia.

O crime em série já causava tumulto institucional subterrâneo. Compravam-se leis de redução de impostos, projetos de obras descabidas etc. Parte da política econômica demente era também comprada.

Para piorar, a descoberta da extensão da roubança contribuiu para aprofundar o colapso recessivo de 2015-16.

A raiva e o prejuízo são incalculáveis
Herculano
16/04/2017 07:59
ODEBRECHT CONDICIONOU PROPINA A VERBA OFICIAL, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros.

A ex-presidente Dilma sabia de todos os detalhes das negociatas com a Odebrecht, até pelo seu caráter centralizador. Marcelo Odebrecht revelou em depoimento que foi acertada uma "contabilidade criativa" para viabilizar a propina dos partidos que apoiaram sua reeleição, em 2014, mas levou até Dilma um documento de seis páginas cobrando o pagamento das "pendências" do governo com a empreiteira. Afinal, sem afanar dinheiro público não seria possível pagar as propinas.

PARCEIRO 'MALTRATADO'
Marcelo reclamou a Dilma que as dívidas do governo com a Odebrecht não era "forma de tratar os parceiros".

DOAÇÕES ILEGAIS
A campanha Dilma pediu inicialmente R$57 milhões a Odebrecht, além do que havia sido doado e repassado ao marqueteiro João Santana.

POLÍTICA DE RESULTADOS
Apoio do PDT, PCdoB, PRB e Pros à reeleição de Dilma custou R$ 24 milhões saídos do caixa 2, em 2014.

COMUNA GOSTA DE GRANA
Mostrando sua afinidade com o "ideário" do PT, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) recebeu R$ 7 milhões, revelou Marcelo Odebrecht.

EMÍLIO DELATA, MAS DIZ 'GOSTAR E CONFIAR' EM LULA
Em um dos mais de vinte depoimentos em sua delação premiada, o empresário Emílio Odebrecht revelou algo curioso: "Gosto de Lula, confio nele. Posso afirmar...", disse. O patriarca da Odebrecht continua: "Desligue aí", pediu, pretendendo detalhar seu bem-querer ao ex-presidente. Mas foi interrompido. Em outro dos seus depoimentos, Emílio se refere ao ex-presidente Lula com deferência, como "chefe".

ALEATóRIO
Um dos procuradores que tomavam o depoimento de Emilio Odebrecht pediu que deixasse para depois os "comentários aleatórios" sobre Lula.

GENTILEZA
Emílio se fazia representar em festinhas e reuniões mais íntimas da família Lula. A intenção era fazer um gesto e se "preservar".

RELACIONAMENTOS
Nas delações, fica claro que a convivência estabeleceu laços afetivos entre Emílio e Lula. Marcelo Odebrecht se relacionava com Dilma

OBEDIÊNCIA
Ex-presidente do Conselho de Administração do grupo, Marcelo Odebrecht está preso há quase dois anos pela operação Lava Jato, mas ainda se refere a Dilma Rousseff como a "presidenta".

O 'OPERADOR' DE DILMA
Marcelo Odebrecht contou que foi ao Palácio do Planalto (ou Alvorada, não se lembra), após a demissão de Antonio Palocci, e perguntou a Dilma com quem ele conversaria sobre "pagamentos e contribuições": "Agora é com Guido Mantega?" Ela respondeu: "É com o Guido".

INSTITUTO LEVOU
Marcelo Odebrecht revelou que a maior parte dos pagamentos na conta "Italiano", sob controle de Antonio Palocci, utilizava "Brani", Branislav Kontic, assessor do ex-ministro, como um office boy de luxo.

DINHEIRAMA FÁCIL
Logo após a demissão de Antonio Palocci da Casa Civil do governo Dilma, em 2011, a conta "Italiano" administrada pelo ex-ministro destinou R$ 4 milhões ao Instituto Lula.

TCU ENVERGONHADO
O TCU está "representado" na Lista de Fachin por dois ministros do TCU: o próprio presidente, Raimundo Carreiro, e Vital do Rêgo, ex-senador do PMDB-PB que recebeu R$350 mil para o caixa 2.

AREIA DEMAIS
A aposta da Odebrecht era de que após a eleição de 2010 "não se imaginava" que Aloizio Mercadante ocuparia cargo importante no governo Dilma. Ele queria a Fazenda, ganhou Ciência e Tecnologia.

TINHA PARA TODOS
De acordo com Marcelo Oderbecht, as campanhas de Aécio Neves (PSDB-MG) e de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já eram bancadas pela Odebrecht em 2010, quando ele aumentou valores repassados ao PT.

DESDE A DITADURA
A amplitude das investigações da Lava Jato tem deixado em alerta até os políticos mais antigos. Há relatos de propina desde os anos 1980, quando o Brasil vivia a ditadura do general João Figueiredo.

PENSANDO BEM...
... este domingo de Páscoa será especialmente azedo para os políticos que, além de voltar ao trabalho amanhã, estão na lista de Fachin.
Herculano
16/04/2017 07:55
REAÇÃO DE TEMER FOI CALCULADA, por Gerson Camarotti

A declaração do presidente Michel Temer de que é "assustador" o conteúdo das delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht foi uma reação calculada. O discurso foi ensaiado nos últimos três dias. Ele deu a declaração em entrevista levada ao ar na noite deste sábado pelo Jornal da Band.

Em reuniões com auxiliares, Temer reconheceu o conteúdo devastador das delações em vídeo. A avaliação no Palácio do Planalto é que a imagem transmite uma credibilidade maior aos relatos. E que, por isso, era preciso uma manifestação.

O reconhecimento era de que não dava mais para Temer ficar em silêncio diante de tantos fatos. Num primeiro momento, o presidente gravou uma fala em contraponto às acusações feitas contra ele. Mas a avaliação interna é que isso não foi suficiente e que era preciso reconhecer a gravidade da situação.
Herculano
16/04/2017 07:39
COBRANÇA E RESPOSTA

O leitor e participante contumaz deste espaço, Roberto Sombrio, escreve-nos como advertência e até desconsolo com este escriba, iniciando por um posicionamento meu expresso, sob clareza e transparência, feito aos leitores e leitoras deste espaço:

COMUNICADO

Decidi reduzir significativamente, a partir de hoje [sábado], neste espaço de comentários, as denúncias ou relatos dos delatores da Odebrechet sobre a corrupção generalizada de quase todos os políticos influentes no Brasil.

Opa! Isso significa que vamos só ficar Olhando a Maré, conclui Sombrio.

Respondo: nada disso. A maré é outra. É cíclica. repete-se e nuca uma é igual a outra. Eu não quero cair na mesmice. A delação está feita. Os números e nomes estão postos. Os envolvidos desmoralizam o "outro lado", ao afirmarem sempre a mesma coisa: que são santos, limpos e exemplos.

Então é hora de não repetir que eles são ladrões, desonestos, corruptos, incompetentes na gestão pública e uso dos nossos pesados impostos. É uma armadilha que só interessa a essa gente: continuar no foco antigo.

É hora de dar mais um passo para esclarecer analfabetos, ignorantes, desinformados, provocar reflexões e divergências, combater fanáticos e principalmente, perceber quais os próximos passos dos políticos e agentes públicos enlameados.

Eles vão tentar, como ato de sobrevivência e próprio de suas índoles, enganar os eleitores e eleitoras à beira de uma nova eleição. Os políticos e envolvidos, como se viu nas repetidas e genéricas explicações que deram, que todos eles querem ficar nos seus poleiros e deixando cair sobre as nossas cabeças os seus excrementos como atos de recompensa, piedade e diversão.

Então é preciso avançar. Outras delações virão. E tudo será igual: roubaram para si e seus partidos bilhões de dólares que eram para o amplo desenvolvimento, conhecimento e tecnologias competitivas, o avanço da economia, a estabilidade da inflação, o pleno emprego, a saúde pública, a educação sem ideologia, a democracia e a pluralidade, a assistência social sem dependência, obras de infraestrutura, segurança...

Quase todos os políticos envolvidos estão soltos, protegidos pelo foro privilegiado ou pela lerdeza da Justiça. E eles querem ficar soltos. Não apenas para se livrarem da cadeia, mas para continuarem a mandar, como que se todos nós, fôssemos bonecas e reféns de bandidos e suas quadrilhas, a mesma tática que traficantes impõem às comunidades que dominam com suas próprias leis e ética de poder.

Então não é hora de se distrair com o que se trama pelos políticos, pelos afetados e se esconde nos bastidores da grande maioria. Este é o novo papel do jornalismo: o "day after". Os políticos não estão acuados e se defendendo. Estão buscando maneiras de se perpetuarem no modus operandi contra o cidadão, contra o estado e de nos roubarem permanentemente.

E não só isso:todos os envolvidos, tentam desmoralizar as investigações, as provas, os depoimentos, o Ministério Público, a Justiça, imprensa e os cidadãos que sustentam, mesmo pobre ou desempregado, toda essa farra.
Herculano
16/04/2017 07:09
DE ONDE SAIU O DINHEIRO? por Carlos Brickmann

Esqueçamos, por alguns instantes, os banhistas do mar de lama. A pergunta agora é outra: de onde a Odebrecht tirou o bilhão e tanto que confessa ter pago em propinas? Onde estava guardada a fonte do lamaçal?

O controlador da empresa, Emílio Odebrecht, disse que pelo menos nos últimos 30 anos as coisas funcionaram assim. Assim como, cara-pálida? O dinheiro que a Odebrecht recebe por prestação de serviços entra contra uma nota fiscal; se aplica parte da receita, há emissão de comprovantes dos ganhos (e prejuízos). O total de seus recursos, portanto, está registrado. De onde sai o dinheiro das propinas?

A explicação possível é que as leis vêm sendo violadas nos últimos 30 anos, em que a empresa parece ter usado uma série de truques para gerar dinheiro de caixa 2. Há vários truques possíveis: simular prejuízos, por exemplo, permite evitar o pagamento de impostos sobre os lucros ali obtidos e abater, dos outros lucros da empresa, o valor necessário para abater o prejuízo inexistente. E, claro, os peritos de que um grupo desse porte entendem tudo do assunto.

Esses truques implicam, por definição, impostos menores do que deveriam. E a Receita Federal nunca percebeu incongruência nenhuma entre o volume de negócios e os lucros tributáveis? Os balanços também se tornam irreais - e as auditorias independentes, para que servem?

Siga o caminho do dinheiro. É aí que vamos descobrir a fonte da lama.

ABAIXO AS FRONTEIRA

A propósito, o chefe do setor de Infraestrutura da Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Jr., delatou o pagamento de 40 milhões de euros, "com recursos não contabilizados", ao lobista José Amaro Pinto Ramos, para associar-se aos franceses na construção de submarinos para a Marinha do Brasil. Saiu um acordo esquisito, em que a França forneceria tecnologia desde que a Odebrecht fosse sua parceira no país. Esquisito só para nós, cidadãos: as autoridades não estranharam que outro país determinasse qual empresa brasileira forneceria material de guerra à nossa Marinha.

E os tais ? 40 milhões pagos ao lobista? A Receita irá agora cobrar os impostos e tentar saber se onde havia esses euros ainda há algo sobrando?

TEM MAIS, TEM MAIS

Dentro de poucos dias, na quinta-feira, 20 de abril, uma nova delação que tem tudo para ser explosiva: a de Leo Pinheiro, até há pouco presidente da OAS, tendo como temas centrais o apartamento triplex no Guarujá e o sítio em Atibaia que não são de Lula. Leo Pinheiro comandou a reforma do apartamento e autorizou o pagamento pela OAS da guarda, por quase dois anos, de dez contêineres com presentes recebidos por Lula em seus dois mandatos. Como presidente da OAS, tem condições de confirmar que a empresa investiu uma boa quantia como um agrado ao ex-presidente.

O caso do apartamento é decisivo: o julgamento, pelo juiz Sérgio Moro, deve ocorrer ainda neste primeiro semestre. Caso haja condenação, o julgamento do apelo decidirá se Lula mantém ou não os direitos políticos. Mesmo que se defenda em liberdade até que o processo seja concluído, em terceira instância, estará impedido de se candidatar a qualquer cargo.

MAIS UM
Antônio Palocci foi dirigente importante do PT, ministro e conselheiro de Lula e Dilma, mantem-se petista. Mas não é José Dirceu, um soldado do partido, preparado para resistir, sem ceder, às piores condições. Palocci, ao que parece, não está disposto a enfrentar longas penas de prisão.

É candidato forte à delação premiada. E ocupou posições em que viu e participou de muita coisa.

O ATAQUE, AS DEFESAS
Todos os meios de comunicação estão abarrotados de informações sobre a delação premiada dos 77 diretores da Odebrecht. Nada mais natural: cada depoimento, cheio de detalhes comprobatórios, é suficiente para lotar um jornal por vários dias. Mas a defesa não tem merecido tanto espaço (até porque sempre se repetem as frases "o depoente faltou com a verdade", "aguardo com serenidade a decisão da Justiça", "nego veementemente que tenha havido qualquer conversa com esses senhores que não fosse voltada ao interesse público". "se me fizessem alguma proposta eu encerraria a reunião na hora e lhes mostraria o caminho da saída" e outras do mesmo tipo). Mas há frases que fogem ao repetitivo:

Michel Temer, acusado de chefiar reunião em que se acertou propina de R$ 40 milhões: "Jamais colocaria a minha biografia em risco".

Fernando Haddad, acusado de receber, a pedido de Lula, R$ 2 milhões no caixa 2: "Nada disso chegou aos meus ouvidos".

Lula, com vários inquéritos correndo e um processo a ponto de ser julgado: "Estou muito tranquilo e continuo desafiando qualquer empresário brasileiro, qualquer empresário, a dizer que o Lula pediu R$ 10 pra ele".
Herculano
16/04/2017 07:00
ARTICULAÇÃO DE TEMER COM LULA E TEMER BEIRA FORMAÇÃO DE QUADRILHA, por Élio Gaspari, nos jornais Folha de S. Paulo

A repórter Marina Dias revelou que se articula uma ação conjunta do presidente Michel Temer com seus antecessores Lula e Fernando Henrique Cardoso em busca de um pacto político. Desde fevereiro, quando Temer visitou Lula no hospital Sírio-Libanês depois da internação de sua mulher, Marisa, o presidente faz circular a notícia de um encontro com todos os seus antecessores.

O ex-ministro Nelson Jobim tem costurado conversas com Temer e Fernando Henrique e deverá falar com Lula nos próximos dias. Essa e outras articulações foram cruamente classificadas pelo professor Joaquim Falcão: "Não se busca mais uma sentença absolvitória. Busca-se um acordão político transpartidário. Em nome não mais da inocência dos réus, mas da estabilidade econômica e da governabilidade."

Jobim foi ministro da Justiça e da Defesa, presidiu o Supremo Tribunal Federal e tornou-se conselheiro do banco BTG Pactual, cujo presidente viveu alguns meses em regime carcerário comum e domiciliar.

Já está em andamento a negociação de um acordo do andar de cima para refrescar a vida da turma do caixa dois. Falta combinar com o andar de baixo, que paga os salários dos parlamentares e as faturas das empreiteiras.

Essa movimentação é de inédita infelicidade. Ela é uma vacina contra alguns dos efeitos da Lava Jato. Em tese, une três pais da pátria. Na prática, juntam-se Temer (acusado de ter negociado capilés da Odebrecht), Lula (réu em cinco ações penais) e Fernando Henrique Cardoso (cujas campanhas presidenciais foram irrigadas pela empreiteira, segundo a narrativa do patriarca Emilio Odebrecht). Acusação não significa culpa, mas salta aos olhos que até hoje foram poucos os políticos que confessaram seus crimes. Essa turma espera um pacto, mas na trinca falta alguém que não tenha nada, mas nada mesmo, a ver com a Lava Jato.

A literatura do crime organizado é cruel com iniciativas desse tipo. Quando os negócios caem ou quando a polícia aperta o cerco, os notáveis se reúnem e buscam uma linha comum de atuação. Michel não é Michael, Luiz Inácio não é Luigi e Fernando Henrique não é Enrico. Uma reunião desse tipo pode acabar em formação de quadrilha.

Cada um deles ou os três juntos poderiam se reunir para discutir uma maneira mais rápida para mandar larápios para a cadeia. Ajudariam a Lava Jato, o futuro do país e suas próprias biografias.

MAU DIAGNóSTICO NA REDE D'OR

A rede D'Or de hospitais é uma das maiores do Brasil e a melhor do Rio de Janeiro. Seu controlador, o médico Jorge Moll, tornou-se um bilionário em dólares.

Na semana passada foi em cana o doutor Sérgio Côrtes, ex-secretário de saúde do Magnífico Cabral, condômino de uma propriedade na "República de Mangaratiba" e figurante nas famosas fotografias da "Turma do Guardanapo".

Até o momento em que a Federal chegou à casa de Côrtes, ele era vice-presidente da rede D'Or. Foi demitido horas depois.

Felizmente, os médicos da infantaria da rede D'Or não diagnosticam seus clientes com a cegueira (ou com a falsa acuidade visual) que orientaram o doutor Moll e seus conselheiros na hora de convidar Côrtes para seu ilustre quadro.

DOUTRINA TEMER

Pela doutrina criada por Michel Temer, início de investigação ou mesmo indiciamento não quer dizer nada. Tudo bem, o doutor é advogado.

Pela doutrina Temer, em 1976 o presidente Ernesto Geisel foi um atrabiliário quando demitiu o general Ednardo D'Ávilla Mello, comandante da guarnição de São Paulo. Geisel detonou Ednardo menos de 24 horas depois da morte do operário Manuel Fiel Filho numa cela do DOI.

O comando do Exército dizia que Fiel se suicidara e um IPM deveria investigar o caso.

Em apenas um mês o inquérito concluiu que o operário se suicidara, com as meias.

QUINDIM DO MERCADO

A vida carcerária de Antônio Palocci está sofrida.

Nunca é demais lembrar que, como Michel Temer, o doutor tornou-se quindim do mercado, mesmo sabendo-se que, sendo prefeito de Ribeirão Preto, fizera compras inexplicáveis, como a de um fornecimento de molho de tomate com ervilhas.

DELAÇÕES DA OAS e JBS DEVEM POTENCIALIZAR ESTRAGOS DA LAVA JATO

Os depoimentos da Odebrecht abriram uma cratera e ela será aumentada pelos depoimentos da OAS, sobretudo pela colaboração do poderoso Leo Pinheiro.

Se isso fosse pouco, crescem os temores de que Joesley Batista, o comandante da JBS, venha a a colaborar com a Viúva.

As artes da JBS não têm o tamanho das grandes empreiteiras, mas atingem os armários de monstrinhos do BNDES e dos fundos de pensão das estatais, terreno até agora virgem.

A LÂMINA

Um estudioso dos movimentos da togas acha que o juiz Sergio Moro baixa a lâmina da primeira sentença contra Lula em maio, mais tardar em junho.

A partir dessa condenação começará uma corrida contra o tempo. Se o Tribunal Federal da segunda instância confirmar a sentença, Nosso Guia fica inelegível para a disputa eleitoral de 2018 e elegível para o cumprimento da pena que lhe vier a ser imposta.

IDEIA VELHA

A ideia é velha e melhorou com o tempo: Armínio Fraga para governador do Rio.

O insuportável Larry Summers, ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos e presidente defenestrado de Harvard, acha que Armínio iria bem na Presidência. Também vale.

RESSARCIMENTO

Na quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal julga o último e desesperado recurso das operadoras privadas de saúde contra a cobrança pela Viúva do ressarcimento ao SUS pelos atendimentos aos seus clientes na rede pública.

Os marqueses da saúde privada sustentam que essa cobrança é inconstitucional e brigam nos tribunais desde o século passado.

O TUCANATO JULGA-SE INVULNERÁVEL

A ser verdadeira a informação de Pedro Novis, ex-presidente da Odebrecht, só a convicção da própria invulnerabilidade pode explicar que o tucano José Serra tenha permitido que seu nome fosse associado ao de José Amaro Pinto Ramos. Como até hoje as investigações das maracutaias ferroviárias não puseram um só tucano na cadeia, a ideia da invulnerabilidade faz algum sentido.

O doutor Pinto Ramos é um dos grandes operadores de Pindorama. No século passado, foi amigo de Paulo Maluf e Sergio Motta, em 1993 deu um bonito jantar a Fernando Henrique Cardoso em Washington e meteu-se numa encrenca emprestando dinheiro a um hierarca do partido Democrata. Operou com equipamentos ferroviários da Alstom, aparelhos de vigilância aérea para a Thomson francesa e passou pela caixinha da Odebrecht na contabilidade da construção do submarino nuclear. Esteve em todas, foi acusado de malfeitorias no Brasil, nos Estados Unidos e na Suiça. Jamais foi indiciado.

Desde 1995, o tucanato sabia que Pinto Ramos era radioativo. Segundo Novis, em 2006 a Odebrecht pagou 2 milhões de euros (R$ 5,4 milhões em dinheiro de hoje) a José Serra, e o ervanário ia para contas designadas por Pinto Ramos.
Herculano
16/04/2017 06:45
DEDEBRECHET ANUNCIA O ESPÍRITO DO MITO: BOM VIVANT
Josias de Souza

As ruas já haviam descanonizado Lula em 2015, quando um gigantesco boneco do morubixaba do PT, vestido de presidiário, passou a ornamentar os protestos contra a corrupção. Os delatores da Odebrecht providenciaram o enterro do mito ao confirmar que Lula deixou mesmo o socialismo para cair na vida. E o dono da empreiteira, Emílio Odebrecht, pronunciou algo muito parecido com um epitáfio: "Bon vivant".

Um dos principais provedores dos confortos de Lula, Emílio evocou no seu depoimento à força-tarefa da Lava Jato uma frase que diz ter ouvido do general Golbery do Couto e Silva, criador do SNI e chefe do gabinete militar nos governos Ernesto Geisel e João Figueiredo: "Emílio, o Lula não tem nada de esquerda. Ele é um bon vivant."

Em 1968, já lá se vão 49 anos, Lula foi atraído para a militância trabalhista pelo irmão mais velho: José Ferreira de Melo, o Frei Chico. Nessa época, Lula tinha 25 anos. Com a velocidade de um raio, virou diretor de sindicato. Frei Chico era militante do Partido Comunista. Imaginou-se que Lula se enrolaria na mesma bandeira. Engano.

Em entrevista registrada no ótimo livro "Lula, o Filho do Brasil", da jornalista Denise Paraná, o pajé do PT afirmaria muitos anos depois: "A minha ligação com o Frei Chico é uma ligação biológica. Ou seja, um negócio evidentemente de irmão para irmão. Não tinha nenhuma afinidade política com Frei Chico."

Com Emílio Odebrecht, Lula desenvolveu um relacionamento fisiológico-patrimonial, do tipo uma mão suja a outra. Coisa tão profunda que acabou virando matéria-prima para a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Suprema ironia: além de forrar a conta bancária de Lula com os milhões das pseudo-palestras e de providenciar confortos como a reforma do sítio de Atibaia, a Odebrecht bancava até uma mesada de R$ 5 mil mensais para o ex-comunsita Frei Chico.

Depois que Lula declarou que, "se a Odebrecht resolveu dar R$ 5 mil de mesada para Frei Chico, o problema é da Odebrecht", ficou todo mundo desobrigado de fazer sentido no Brasil. O próprio Lula abusou do vale-tudo semântico ao desafiar qualquer empresário a dizer que ele pediu cinco centavos ou dez centavos em benefício próprio. A conta roda na casa dos milhões, não dos centavos.

Na época em que o Brasil ainda era um país lógico, "lealdade" e "ética" não eram sinônimos de "submissão" e "conivência". Nesse tempo, políticos sérios eram leais aos interesses da sociedade, não às conveniências negociais da Odebrecht.

No livro "A Ditadura Acabada", quinto volume da extraordinária obra do repórter Elio Gaspari, há um relato sobre a passagem de Lula pela cadeia. Deu-se em 1980, nas pegadas de uma greve que eletrificou o ambiente no ABC paulista. Gaspari obteve a transcrição do interrogatório de Lula.

Verificou-se que o oficial que o inquiriu tinha uma enorme curiosidade. Queria porque queria saber se o preso, na época um líder sindical de mostruário, reunira-se secretamente com Golbery. Lula respondeu que jamais estivera com o general. Supondo-se que disse a verdade, o bruxo da ditadura, mesmo sem conhecê-lo pessoalmente, soou premonitório no comentário feito ao dono da Odebrecht: "Emílio, o Lula não tem nada de esquerda, é um bon vivant."

Nos 13 anos que o PT passou no poder, Lula fez consigo mesmo o que seus inimigos tentavam há quatro décadas, sem sucesso: desmoralizou-se. Ofereceu em holocausto, em altares como o da Odebrecht, o maior patrimônio que um político pode almejar: a presunção de superioridade moral. Foi para o beleléu aquela aura de diferença heróica que o distinguia. O mito morreu. Reluz sobre a lápide, com o patrocínio da Odebrecht, o epitáfio constrangedor: "Aqui jaz um bon vivant"
Herculano
16/04/2017 06:39
É POSSÍVEL, editorial do jornal Folha de S. Paulo

A afirmação de que se deve aumentar a eficiência do gasto público não raro soa como mero truísmo, expediente retórico sem maior significado prático; ou, a depender do ponto de vista, como um desafio intransponível.

Nem uma coisa, nem outra. A melhor maneira de demonstrar que se trata de objetivo concreto e tarefa viável provavelmente seja reconhecer que o país coleciona avanços nesse campo, insuficientes mas não irrelevantes, nos últimos anos e décadas.

Fala-se aqui de oferecer à população melhores bens e serviços, com menos recursos drenados por desperdício, negligência, falta de planejamento ou corrupção.

Um dos progressos mais simples e notáveis, sem dúvida, deu-se com a transparência dos balanços orçamentários nas três esferas de governo, crescente desde a restauração da democracia e multiplicada com o advento da internet.

O acesso cada vez mais livre e amplo aos dados facilita a detecção de despesas abusivas e decisões imprudentes. Permite ainda que se compare o desempenho das diferentes administrações.

Num exemplo, o ranking de eficiência dos municípios lançado por esta Folha mostrou que uns aproveitam melhor que outros as verbas destinadas à área social.

Com resultados variados, novas estratégias de gestão de serviços públicos têm sido experimentadas. Na saúde, a contratação de organizações sociais propicia maior flexibilidade no manejo de compras e pessoal. Com aperfeiçoamentos e fiscalização adequada, o modelo pode ser estendido à educação.

?"rgãos como as controladorias do Executivo ganharam maior peso e autonomia. Nos estertores da gestão Dilma Rousseff (PT), criou-se comitê de avaliação das políticas de governo ?"iniciativa que deveria ser reforçada e estendida às administrações regionais.

Nada disso, de todo modo, desmente o fato de que o Estado brasileiro prossegue inchado e refém de regras e instituições arcaicas, de clientelismo e corporativismo.

O cidadão não vê em geral contrapartida à carga de impostos que consome um terço da renda nacional. A saúde lidera as queixas na maioria das pesquisas de opinião; indicadores de aprendizado e segurança são vexatórios.

O país deu-se ao luxo de não dar a devida atenção às deficiências ao longo dos anos em que a arrecadação tributária em alta comportava um escalada ainda mais aguda da despesa pública. Esse período encerrou-se de maneira traumática.

Não parece otimismo demais, assim, imaginar que o novo ambiente de severa restrição orçamentária seja capaz de catalisar reformas por muito tempo adiadas. Aliás, dificilmente seria possível expor de maneira mais didática esse imperativo do que com o teto imposto ao gasto do governo.

Com ele entra em pauta, desde já, a revisão da série de vinculações obrigatórias de receitas instituídas pela Constituição de 1988. Tais normas tiveram o mérito inegável de elevar verbas cruciais como as do ensino e do SUS, mas são cada vez menos producentes.

Primeiro, porque acomodam os gestores à garantia de recursos que independem dos resultados.

Segundo, porque não é razoável imaginar que todos os 26 Estados e as mais de 5.500 prefeituras devam destinar o mesmo percentual de suas receitas à educação e à saúde para todo o sempre.

Faz mais sentido estabelecer, conforme as demandas de cada região, metas e previsões plurianuais de verbas para os diferentes programas e obras, com prestação de contas e monitoramento por órgãos independentes.

A outra grande frente de batalha é tornar mais produtiva a burocracia estatal, o que passa pela redução do alcance exagerado da estabilidade no emprego do funcionalismo público.

Não procede que o propósito de tal medida seja promover demissões em massa ?"o número de servidores do país, por sinal, não é excessivo. Precisa-se, isso sim, de agilidade na renovação dos quadros, até para que se possam elevar a premiação por mérito e a remuneração das carreiras prioritárias.

Propostas como essas suscitarão, decerto, tanto a oposição meramente corporativa quanto a preocupação pertinente com o financiamento e a execução adequada das políticas de governo.

É aconselhável, de fato, que cada reforma caminhe de maneira paulatina, precedida por diagnóstico setorial e projeto piloto.

Os temores, no entanto, parecem exagerados. A despeito de um recente movimento pendular rumo à centro-direita, está consolidado na sociedade o entendimento de que o Estado é imprescindível no combate à pobreza e na promoção de oportunidades iguais.

Governantes cometerão suicídio político se deixarem de lado tais prioridades. O mesmo destino, todavia, ameaça os que ignorarem a premência das mudanças.

*

PARA O GOVERNO GASTAR MELHOR

Rever vinculações obrigatórias de receitas a áreas específicas

Estabelecer metas e orçamentos plurianuais para obras e programas

Criar e fortalecer comitês de avaliação de políticas
Reduzir a estabilidade e regular a greve no serviço público

Expandir modelo de organizações sociais na saúde e na educação

Radicalizar transparência de dados da execução dos orçamentos
Roberto Sombrio
15/04/2017 21:03
Herculano
15/04/2017 07:11 COMUNICADO

Decidi reduzir significativamente, a partir de hoje, neste espaço de comentários, as denúncias ou relatos dos delatores da Odebrechet sobre a corrupção generalizada de quase todos os políticos influentes no Brasil.

Opa! Isso significa que vamos só ficar Olhando a Maré.
Herculano
15/04/2017 09:57
CENSURA E PERSEGUIÇÃO NA UNIVERSIDADE: O CASO ANA CAROLINE CAMPAGNOLO, por Thiago Kistenmacher, no Instituto Liberal

Só há dois tipos de pessoas que negam que há doutrinação em sala de aula: mentirosos e ingênuos. Não estou generalizando a doutrinação. Ela não acontece sempre e em todos os lugares, mas ocorre muitas vezes e em vários lugares. E isso já basta.

Digo isso porque atualmente corre um processo na justiça no qual Ana Caroline Campagnolo, professora de História, acusa, legitimamente, como veremos, a professora Marlene de Fáveri por discriminação e perseguição religiosa e ideológica na UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina - eis o vídeo completo da Audiência Pública onde Campagnolo expõe caso e os áudios nos quais podemos ouvir claramente a perseguição sofrida por ela https://www.youtube.com/watch?v=5UtQrm1wJWY&feature=youtu.be Não vou me atentar aos detalhes do processo, pois eles já são explicitados de forma pormenorizada pela própria Campagnolo neste vídeo https://www.youtube.com/watch?v=DalD_WSjco4&t=154s O que gostaria de fazer aqui, brevemente, é reforçar a ideia de que a doutrinação ideológica em sala de aula é inegável. Vamos aos fatos.

A professora Marlene de Fáveri, que seria a orientadora de Campagnolo, com o suporte de vários alunos, infringiu o Artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (2005) que pode ser encontrado aqui.

Eis alguns incisos importantes que foram claramente violados:

II ?" liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;

III ?" pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;

IV ?" respeito à liberdade e apreço à tolerância;

Marlene de Fáveri desrespeita o inciso segundo sobre a "liberdade de aprender" quando diz: "nós estamos aqui porque nós nos matriculamos dentro de uma perspectiva de pensamento." Mas como a própria Campagnolo fala, ela não se matriculou numa "perspectiva de pensamento". Aliás, ninguém se matricula numa "perspectiva de pensamento", mas num curso que, público e que tem uma professora "democrática" como Fáveri alega ser, deveria respeitar a opinião de todos os estudantes, ainda que "problematizando-as" ?" como adoram dizer.



O terceiro inciso é desprezado quando a professora fala sobre o curso. No que diz respeito às ideias feministas por ela defendidas, a professora afirma: "ou eu concordo ou não concordo; se eu não concordo eu não venho". Cadê o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas? Quer dizer que, se a estudante for contrária ao pensamento feminista, ela não pode se matricular num mestrado em História numa universidade pública? Todos os estudantes de Ciências Humanas sabem que ser opor ao feminismo, ainda que de forma velada, causa furor, pior ainda quando o sujeito ousa declarar-se adversário da causa.

No momento em que Campganolo diz ser conservadora, uma de suas colegas de sala de enuncia: "Eu não sei, de repente tem uma universidade em História que seja conservadora?" O absurdo da situação parece não ter limites. Em vez de a professora, que é servidora pública, rechaçar a fala da colega e mostrar que o ambiente universitário deve ser democrático, não faz nada. Depois, outra colega de Campagnolo assinala: "Só que a lógica, Ana, é que a tua lógica, a lógica dos conservadores é a lógica da opressão e a nossa não." Que clichê! Que pobreza de espírito! Dito isso, pergunto: quem está oprimindo quem? Quem é a minoria oprimida naquela sala? É exatamente a conservadora que está sendo oprimida, afinal, a maioria, que é de esquerda, a oprime, o que solapa a própria militância advogada pelas feministas.

Em seguida uma colega admite: "?a gente não vai ver um conservador com bons olhos". Claro que ninguém é obrigado a ver ninguém com bons olhos. Eu também não vejo com bons olhos essa turma sectária. Mas no ensino público é dever do professor e dos alunos respeitarem o inciso IV citado acima: "respeito à liberdade e apreço à tolerância;" Logo depois a professora lamenta: "triste que seja desse jeito e, evidentemente, tem muita gente que gosta do ridículo?" O que seria o ridículo aqui? Respondo: ridículo, para ela, é ser conservador, cristão e não gostar da militância feminista. Eu também acho ridícula a metafísica do Estado socialista ou o sacrifício da ciência no altar da paixão político-ideológica, mas as opiniões devem ser respeitadas. Não deveríamos nos comportar como pelotões de fuzilamentos inimigos, como disse João Pereira Coutinho semanas atrás.

É impossível negar os fatos acima, que são sustentados por provas. Mas existe algo a mais nisso tudo, e este algo a mais é o fato de que a educação, os estudantes e disputa pela verdadeira pluralidade está em curso, mesmo que alguns estudantes tenham que sofrer na pele as consequências de enfrentar a hegemonia da esquerda. Já passou da hora de a universidade fazer jus à sua própria concepção.

Outra coisa. Parece que a professora Marlene de Fáveri, bem como inúmeros professores, até hoje não compreenderam o significado da palavra "universidade". Ou será que "universidade" também quer dizer algo como "pólo de militância política"? Vejamos:

u·ni·ver·si·da·de ?" substantivo feminino

Universalidade.
Conjunto de escolas de instrução superior onde se professam ciências ou letras.
Os edifícios em que se professam.
O corpo docente dessas escolas.
O conjunto dos estudantes da Universidade.
Academia.

É, de fato a palavra "universidade" nada tem a ver com militância, seja lá qual for. Por isso Ana Caroline Campagnolo tem razão. A professora opressora que confunde o ato de ensinar com sacerdócio ideológico e a sala de aula com a sede de um partido revolucionário a desrespeitou e, conforme Campagnolo aponta no processo, Fáveri a perseguiu religiosa e ideologicamente.
Herculano
15/04/2017 07:53
Da série: a esquerda do atraso, mesmo lambuzada sem retoques, não perde a pose, para ser a protagonista das mudanças, desde que ela seja o centro do novo status, para comandar e arruinar o país como fez com 13 anos de governo PT/PMDB e todos que ela comprou e corrompeu com os pesados impostos de todos os brasileiros e que geraram desemprego de milhões, alta da inflação, a mais forte crise econômica da história, mortes na fila do SUS...

O IMPORTANTE AGORA É DEFENDER A CONSTITUIÇÃO, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o jornal Folha de S. Paulo

A avalanche noticiosa produzida pelas centenas de horas gravadas com denúncias de corrupção que as televisões exibem desde quarta-feira (12) fez ganhar corpo projetos de abolir de vez o que foi duramente conquistado no ciclo virtuoso que vigorou entre 1988 e 2016 (quando o impeachment sem crime de responsabilidade esgarçou o tecido democrático brasileiro). Não bastassem as mudanças constitucionais regressivas já aprovadas, como a PEC dos gastos públicos, e as que estão em debate, como a reforma previdenciária, quer-se abrir espaço para derrubar toda a Constituição de 1988.

O manifesto assinado pelos juristas Modesto Carvalhosa, Flávio Bierrenbach e José Carlos Dias ("O Estado de São Paulo", 9/4), por exemplo, propõe a convocação de um plebiscito com vistas a saber se a população deseja eleger uma constituinte independente, isto é, composta de não políticos. É verdade que, em 2013, a então presidente Dilma Rousseff também aventou um plebiscito para consultar o eleitorado sobre a conveniência de uma constituinte. Mas a proposta, que caiu no vazio, seria de uma assembleia exclusiva, encarregada apenas da reforma política. Agora, a ideia é começar do zero, aprovando uma Constituição inteiramente nova.

Equivaleria a aproveitar o momento radicalmente antipolítico em que nos encontramos para demolir os avanços do período mais aberto da história do país. Uma constituinte neste momento revogaria os objetivos maiores de "construir uma sociedade livre, justa e solidária" e de "erradicar a pobreza (...) e reduzir as desigualdades sociais" (Artigo 3º) que presidem a atual Carta.

Se verdadeiro, o conteúdo exposto pelos delatores da Odebrecht é grave? Sem dúvida, mas não é novo. Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, afirmara, um ano atrás, que, desde 1945, os políticos sempre receberam dinheiro das grandes empresas que têm negócios com o Estado. Claro que o fato de que os três principais partidos atuais possam ter sido tomados pela forma tradicional de fazer política no Brasil, embora tenham nascido para realizar o contrário, decepciona, indigna e entristece, provocando a expectativa de que eles se transformem.

Mas cabe lembrar que foi também com esses partidos que, ao longo de quase 30 anos, o Brasil viveu, pela primeira vez, em plena democracia, ampliando o direito de voto até incorporar 144 milhões de eleitores, algo como 70% da população. A nossa democracia está entre as maiores do planeta, junto às da Índia e dos EUA.

Defender a Constituição em vigor é o único modo que temos de seguir na trilha da liberdade, em lugar de retroceder a formas mais ou menos explícitas de autoritarismo.
Hercuano
15/04/2017 07:47
FORÇA-TAREFA INVESTIGA PAPEL DE CôRTES NA REDE D'OR, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

A força-tarefa rastreia o destino do dinheiro roubado no governo de Sérgio Cabral, no Rio, e por isso investiga o papel do ex-secretário Sérgio Côrtes, preso esta semana, na rede D'Or de hospitais, da qual era diretor. A rede controla três dezenas de hospitais. A suspeita é que Côrtes seria sócio ou investidor do Fundo Soberano de Cingapura (GIC), que pagou US$1 bilhão por 14% de participação na rede D'Or.

NEGóCIO BILIONÁRIO
A compra de participação do fundo de Cingapura na Rede D'Or foi fechada em maio de 2015, e Sérgio Côrtes passou a representá-lo.

LEI A SER INVESTIGADA
A entrada do GIC Private na Rede D'Or ocorreu poucos meses após a aprovação da legislação que permite capital estrangeiro em hospitais.

BICO CALADO
Procurado, o fundo GIC Private informou que não pode se pronunciar sobre o assunto Sérgio Côrtes sem receber instruções de Cingapura.

A RESPOSTA DA REDE
Procurada, a Rede D'Or limitou-se a dizer, por meio de sua assessoria, que "não procede"a informação sobre Côrtes como sócio da empresa.

ALOIZIO PEDIU R$1 MILHÃO DA ODEBRECHT VIA EDINHO
O ex-ministro de Dilma Edinho Silva, então tesoureiro de campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, procurou a Odebrecht em nome do candidato para pedir "doações", em 2010. O ex-executivo Benedicto Júnior autorizou a propina pessoalmente, no caixa 2, segundo confessou. Edinho pediu R$1 milhão a Carlos Armando Paschoal, ex-executivo, mas a empreiteira só deu R$ 750 mil. Por fora.

CIDADE OFENDIDA
O codinome do ex-senador Aloizio Mercadante (PT-SP), na lista de propineiros da Odebrecht, era "Aracaju". A cidade não merece.

CAVALO ERRADO
A expectativa da Odebrecht era que Aloizio Mercadante poderia vencer a disputa contra Geraldo Alckmin (PSDB-SP). Aposta errada.

ENTREGA
Os pagamentos das propinas para Mercadante, segundo o delato, foram no bairro de Moema, tudo combinado por Edinho Silva.

PT BARROU
Segundo avaliação de Benedicto Júnior, ex-executivo da Odebrecht, o sonho do ex-senador e ex-ministro Aloizio Mercadante (PT) era ser ministro da Fazenda, mas "o partido nunca aceitou que ele fosse".

GALERIA DA ENROLADOS
No remodelado Piantella, em Brasília, antigo frequentador observou que as paredes do restaurante agora estão forradas de dezenas de fotos de políticos. E observou: "Estão todos na lista do Fachin...".

GARGANTA PROFUNDA
Guido Mantega utilizou R$ 50 milhões da Odebrecht para o PT & cia., a partir de 2010. Em 2014, o então ministro da Fazenda pediu de Marcelo uma nova contribuição de R$100 milhões para a reeleição de Dilma.

CRIME EXPLÍCITO
Uma das revelações mais graves de Marcelo Odebrecht é que ele tratava de propina com Guido Mantega quando ele era ministro da Fazenda. Ou seja, o sujeito que tomava conta da chave do cofre.

VIRADA ÉTICA
Ao criticar o foro privilegiado e a impunidade, o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF): "O poder tem que ser um instrumento do bem e da justiça. Não pode servir para ajudar amigos e perseguir os inimigos. Esta é a virada ética que precisamos no Brasil".

NEM PRECISAVA EXPERTISE
A Odebrecht entrou de gaiata na compra suspeita de cinco submarinos franceses, no governo Lula. Foi subcontratada por R$ 3,3 bilhões para algo que jamais havia feito antes: construir um estaleiro de submarinos.

PATROCÍNIO
Marcelo Odebrecht disse que Guido Mantega pediu R$ 1.599.000 para a revista Brasileiros. Ao contrário do caso da Carta Capital, onde Odebrecht bancou patrocínios, ele mandou a Braskem fazer anúncios e deduziu o custo do patrocínio do "saldo" do PT com a Odebrecht.

ADVOCACIA NO CNMP
Os advogados Erick Venâncio Lima, do Acre, e Leonardo Accioly da Silva, de Pernambuco, representarão a OAB no CNMP, o órgão de controle externo do Ministério Público.

PENSANDO BEM...
...não há horas suficientes no dia para assistir aos depoimentos da megadelação da Odebrecht.
Herculano
15/04/2017 07:44
MUDAR REGRAS PARA FORTALECER ASSOCIAÇÕES, por Eduardo Zyberstejn, economista, para o jornal Folha de S. Paulo

Relações de trabalho entre empregadores e empregados são naturalmente conflituosas. Isso ocorre por conta das metas distintas das duas partes: de um lado, o empregador prioriza os interesses de sua empresa (lucro e valor de mercado, por exemplo); de outro, o trabalhador busca a maior remuneração, as melhores condições e o maior tempo livre possíveis.

É importante reconhecer a legitimidade desses conflitos. Dessa forma, entendemos que qualquer relação de trabalho será fruto de uma negociação entre as partes que determinará as obrigações e os direitos de cada lado. Evidentemente, o mercado de trabalho só funcionará bem se esses conflitos forem resolvidos de forma equilibrada e justa.

Sabemos, no entanto, que, sozinho, o mercado não produz soluções com essas características. Nesse caso, alguma intervenção do Estado precisa ocorrer.

Um mecanismo consagrado no mundo todo para nivelar condições de negociação é o sindicato, que fortalece a posição do trabalhador (normalmente mais fraco quando tem que negociar sozinho). Por isso, as regras que normatizam as atividades sindicais são muito importantes.

Idealmente, os sindicatos, para serem efetivos e competentes, devem também ser representativos. Infelizmente, essas características são raras no Brasil -e não nos faltam candidatos, já que há aqui dezenas de milhares deles. Por que é assim?

A resposta é simples. Cada sindicato tem, no Brasil, aquilo com que todo empreendedor sonha: nenhuma concorrência e demanda cativa.

A demanda é cativa porque os "clientes" (os empregados da categoria) são obrigados a pagar pelo menos um dia de trabalho pelos serviços a eles prestados. O monopólio existe por conta da unicidade sindical, isto é, a existência, garantida por lei, de somente um sindicato por categoria.

Sem concorrência e sem a necessidade de prestar contas, o sindicato não possui nenhum incentivo para fazer o melhor pelos trabalhadores que deveria representar.

Por conta do deficiente serviço prestado e da falta de alternativas, muitos trabalhadores nem cogitam se envolver com as atividades sindicais. Forma-se, assim, um ciclo vicioso e perverso.

Poderia ser diferente. Sem o monopólio da representação ou sem a receita garantida, essas associações se veriam obrigadas a ser mais importantes para seus representados. Só assim conseguiriam mais filiados e mais receita. Há que se mudar, portanto, as regras.

Uma possibilidade é acabar com a contribuição compulsória. Apenas os filiados contribuiriam ao sindicato. Teriam, portanto, de perceber valor nos serviços prestados. Alguns sindicalistas, inclusive, se mostram favoráveis a essa medida.

Mas a alternativa tem um problema: como as conquistas do sindicato atingem toda a categoria, independentemente da filiação sindical, trabalhadores não teriam grande incentivo em contribuir.

Outro caminho seria o fim da unicidade sindical. Mantida a contribuição compulsória, os trabalhadores poderiam escolher a quem destiná-la. Com mais competição, os sindicatos se veriam obrigados a prestar melhores serviços para atrair mais filiados. A desvantagem nesse caso está na viabilidade da mudança da regra, que requer alteração da Constituição.

Felizmente, a questão sindical voltou à pauta. O fortalecimento dos sindicatos é ainda mais importante no contexto da reforma trabalhista que se discute no Congresso, pois, uma vez aprovada, daria mais relevância à negociação coletiva.
Herculano
15/04/2017 07:31
LULA PROP?"S UM ENCONTRO A FHC HÁ DOIS MESES, por Josias de Souza

Há dois meses, quando a colaboração da Odebrecht ainda era uma bomba no arsenal da força-tarefa da Lava Jato, esperando pelo momento de explodir, Lula telefonou para Fernando Henrique Cardoso. O petista sugeriu que os dois se encontrassem para debater a crise. O tucano não refugou a ideia. Mas condicionou a conversa à definição prévia dos temas que seriam debatidos. Interlocutores da dupla ainda tentam promover a reunião. Entretanto, os estilhaços da delação coletiva dos corruptores da maior empreiteira do país dificultam a iniciativa.

Lula tocou o telefone para FHC a pretexto de agradecer pelo depoimento que ele prestara ao juiz Sergio Moro, em audiência ocorrida no último dia 9 de fevereiro. O desafeto do petismo havia sido arrolado como testemunha de defesa de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula e espécie de faz-tudo do morubixaba do PT, que é réu no mesmo processo.

FHC contou a amigos que, feitos os agradecimentos, Lula mencionou o desejo de conversar pessoalmente. Chegou a sugerir que o encontro ocorresse na casa de José Gregori. Uma semana antes, em 2 de fevereiro, Gregori, que foi ministro da Justiça de FHC, o acompanhara na visita que fizera a Lula no Hospitral-Sírio Libanês, em São Paulo. Foram abraçá-lo depois que os médicos atestaram a morte cerebral de sua mulher Maria Letícia. Já nessa ocasião, Lula insinuara que queria conversar. Horas depois, manifestaria o mesmo desejo a Michel Temer, que também o visitou no hospital.

Um dos defensores da aproximação é Nelson Jobim. Ex-ministro de FHC e de Lula, Jobim argumenta que crises políticas como a que foi produzida pela Lava Jato só se resolvem pela política. Com a corda no pescoço, Lula endossa integralmente a tese. FHC não se opõe, mas afirmou em privado que, sem uma agenda nítida, o diálogo poderia ser confundido com um ''abraço de afogados''. Disse isso antes mesmo da divulgação dos depoimentos tóxicos. Num deles, Emílio Odebrecht, dono da construtora pilhada no petrolão, disse ter feito doações para campanhas eleitorais de FHC no caixa dois.
Herculano
15/04/2017 07:11
COMUNICADO

Decidi reduzir significativamente, a partir de hoje, neste espaço de comentários, as denúncias ou relatos dos delatores da Odebrechet sobre a corrupção generalizada de quase todos os políticos influentes no Brasil.

Está mais claro do que antes que, há crimes, criminosos, comparsas, coniventes (incluindo a imprensa) e tolerantes. Tudo agora passará pela consagração das provas nos inquéritos que estão sendo abertos. Dependerá dos investigadores (Polícia Federal, polícia judiciária e Ministério Público). Ai sim, serão notícias novas.

Causa-me náuseas e é perceptível à falta de criatividade dos envolvidos e que tomaram dinheiro público e privado, para se contraporem ou dar explicações.

Eles não a possuem. As frases são genéricas, clichês e repetidas: estão surpresos, é mentira, sempre foram éticos e honestos, que a Justiça irá provar a sua inocência e que os bandidos são os que estão delatando... (por que abriram o bico, quebraram o código de ética dos criminosos e estão estruturados nas evidências que os deixam todos nús, apertados e num mesmo quarto)

Esses políticos e gestores públicos, não possuem a mínima noção do ridículo e quanto estão expostos num tempo de mudanças, transparência e novas exigências. Igualam-se às caras e criativas assessorias com as dementes, o que é um indicador grave de que estão todos misturados.

Atitudes para se diferenciarem desse lixo fedorento que usou e abusou dos pesados impostos que faltam à saúde, educação, obras essenciais, assistência social e segurança? Nenhuma, até o momento. Então...vão arder em fogo brando até se definharem perante os seus eleitores esclarecidos e desejosos de mudanças.

Na coluna de terça-feira, ainda tratarei de alguns assunto ligados especialmente a Santa Catarina. Depois serão fatos velhos as denúncias em si e já amplamente expostas, exploradas, comentadas.

A partir de segunda-feira é preciso monitorar ainda mais o comportamento dos políticos envolvidos. Ver o tipo de chantagem que farão a partir da lavação de roupa encardida para diminuir a lama que os encobrem.

Ou os leitores e leitoras acham que eles vão aceitar "di boa" o que lhes encobre. Matreiros vão buscar vantagens, culpados e trocas para si e seus grupos. Sempre funcionou assim quando acuados ou enfraquecidos ainda assim tiram vantagens ao in´ves de se recolherem à sua insignificância social. Veja o que faz o senador Renan Calheiros, PMDB AL, para permanecer no comando da senda criminosa sem ter culpa.

O Brasil do calvário foi até ontem. A partir de hoje será o da ressurreição, o do recomeço, que é o que simboliza a Páscoa.

Mas, isso, só virá com a efetiva participação dos cidadãos. E os políticos esperam que todos nós fiquemos atônitos, enojados, distantes, entorpecidos pelas m~´ultimas sacanagens e assim, impassíveis na platéia sem a mínima participação neste jogo de limpeza e mudanças.

Não pode ser assim. Wake up, Brazil!
Herculano
15/04/2017 06:38
MORTOS E FERIDOS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Em seu detalhamento e convergência, o conteúdo das delações feitas por executivos da construtora Odebrecht exerce impacto generalizado sobre o mundo político, indo além do que se possa apurar a respeito de cada caso individual.

O sentimento, que embora subjetivo permanece crucial, é que mesmo havendo casos de atribuição infundada de culpa, dificilmente subsiste a tese de que tudo se resume a um conjunto de elaborações imaginárias.

Um dos principais delatores do caso, aliás, abordou de passagem a razão básica pela qual será inglória a tarefa dos políticos que buscam convencer a opinião pública de sua inocência.

Muito à vontade em seu testemunho, o patriarca da mais notória empreiteira do país, Emilio Odebrecht, apontou que, bem ou mal, já se sabia como o sistema funcionava. "O que nós temos não é de cinco, de dez anos. É de 30 anos," disse, omitindo o que terá acontecido durante a era militar.

Não deixa de ser bizarra, entretanto, a maneira com que Odebrecht prosseguiu o raciocínio. Disse estar surpreso e incomodado com o fato de só agora as antigas práticas causarem espanto, em particular da imprensa.

Ora, há diferença fundamental entre constatar o que se passa, por relatos anônimos, e dispor de provas ou testemunhos sólidos que permitam tornar públicas, com responsabilidade, informações tão graves.

Tais meios só existem agora, em profusão, graças ao mecanismo de delações premiadas instituído pelo Congresso em agosto de 2013, na esteira das manifestações populares de junho daquele ano.

Diante do turbilhão de acusações, cabe a cada envolvido procurar a linha mais consistente de defesa ?"o próprio presidente Michel Temer (PMDB) viu-se forçado a gravar vídeo para negar a versão de um delator sobre supostos entendimentos seus com a empresa.

Para além dos casos individuais, entretanto, é a própria atividade política, ao menos da forma como se exerce no país, que se vê em xeque. E é em sua defesa que se aliam, explícita ou tacitamente, as cúpulas partidárias.

Advertências contra o risco de "salvadores da pátria" unem as siglas do PT ao PSDB. Mesmo Marina Silva (Rede-AC), poupada dos escândalos, disse que "não se faz política negando a política".

Para os mortos e feridos da classe dirigente, são poucas as opções. Estancar a Lava Jato seria alternativa inaceitável ?"e propensa a agravar o perigo que se pretende evitar.

Um acerto em torno de ampla reforma política, que pode ser ou não virtuosa, é caminho difícil, mas talvez incontornável no momento.
Roberto Sombrio
14/04/2017 22:59
Oi, Herculano.

E o Bonner hem? Todo cheio de si falando no Jornal Nacional sobre políticos corruptos abençoados pela Odebrecht.
E pensar que a pouco tempo atrás entrevistou Dilma como se ela fosse uma grande presidente e como se fosse um furo de reportagem.
Foi sim uma grande furada.

A Globo quer ser grande coisa e só se mete em babaquices. Basta lembrar do caso contra a juíza Ana Paula.
Roberto Sombrio
14/04/2017 22:17
Oi, Herculano.

ABSURDO: JUSTIÇA DO RS PERMITE PORTE DE ARMAS PARA TRAFICANTE PELO "PERIGO DA PROFISSÃO"

A justiça deveria permitir o porte de armas ao povo brasileiro que é assalto diariamente pelos políticos.

Agora traficante é profissão? Deve ser, já que a profissão de ladrão é política.

Queria saber onde se consegue comprar o raticida Odebrecht. Essa semana desapareceram todos os ratos no Congresso.

E a Dilma; na entrevista à BBC, deixou claro que é doida. Os americanos deviam prende-la e a Disney reivindicar o Tico e o Teco.
Herculano
14/04/2017 17:46
da série: quem brinca com fogo pode ser queimar. O vereador Jovino Cardoso, PSD, evangélico, sempre metido em dúvidas, muito próximo da administração de Kleber Edson Wan Dall, PMDB,( o advogado dele, Carlos Roberto Pereira é secretário da Fazenda e acumula o de Administração e Gestão em Gaspar) resolveu dar uma de vestal em Blumenau no caso da Odebrecht.

A LAVA JATO E OS VEREADORES DE BLUMENAU

Conteúdo do Informe Blumenau. Texto de Alexandre Gonçalves. O vereador Jovino Cardoso Neto (PSD) é mesmo uma metamorfose ambulante, lembrando a música de Raul Seixas. Foi ele que fez os questionamento mais agudos e controversos na sessão desta quinta-feira na Câmara Municipal, referente ao conteúdo das delações da Odebrecht que envolvem políticos de Blumenau.

Fez dois requerimentos, um aprovado e outro rejeitado. O aprovado é inócuo. Convoca Paulo Welzel, delator que apontou o nome dos blumenauenses que teriam recebido valor de Caixa Dois e os objetivos da empreiteira na cidade para depor no Legislativo Municipal. Alguém acredita?

O segundo, rejeitado, solicitava o cancelamento imediato dos trabalhos da Odebrechet Ambiental na cidade. Contou com os votos de Adriano Pereira (PT) e Professor Gilson (PSD), mas recebeu criticas de colegas, que já estavam engasgados com a últimas posturas de Jovino Cardoso Neto. "O vereador tem que parar de jogar para torcida", disse Alexandre Mathias (PSDB). Ailton de Souza (PR), o Ito, reclamou do colega, dizendo que ele tem buscado jogar a população contra a torcida.

Jovino Cardo fez questão de lembrar que o Legislativo aprovou em 2013 "um reajuste na taxa da coleta de lixo para reequilíbrio financeiro da empresa. Quem pagou a conta foi a população", disse o polêmico vereador.

Em 2013 Jovino era vice-prefeito de Blumenau. Em 2008 votou pela concessão. Agora virou critico.

Além de Jovino, apenas três vereadores citaram na Tribuna a delação que colocou os holofotes da Lava Jato em Blumenau, mesmo assim de forma muito superficial. Foram eles Adriano Pereira, Sylvio Zimmermann(PSDB e lider do Governo) e Marcelo Lanzarin (PMDB).

Se não houvesse o debate sobre os requerimentos de Jovino, talvez o escândalo que envolve nossas principais lideranças políticas, inclusive o prefeito, nem teria sido citado.

Nesta mesma sessão, dois vereadores citaram o dia do hino nacional brasileiro, falaram da reativação do relógio da Igreja Luterana e muitas mensagens de Feliz Páscoa. Oldemar Becker (DEM) ainda exibiu um vídeos com sua homenagem de Páscoa.

Assim a vida segue no Legislativo. Jovino Cardoso Neto em sua mutação política provoca debates importantes, mas de forma populista e demagógica. Os demais, com exceção também a Adriano Pereira, dizem amém ao Executivo. Apesar de não haver provas contra os políticos de Blumenau na lista do ministro Edson Fachin, do Supremo, não dá para fazer de conta que nada aconteceu. Vivemos sim um tsunami político

PS: Lembrando que a Câmara de Blumenau também foi citada na delação de Paulo Welsel. Ele teria distribuído R$ 130 mil para algumas campanhas de vereadores em 2012, sem citar os que teriam recebido.
Herculano
14/04/2017 16:31
A IMPRENSA DEVERIA COMEÇAR A DAR MAIS PUBLICIDADE AOS JULGADOS HETERODOXOS DE JUÍZES PARA QUE POSSAM SER JULGADOS PELOS CIDADÃOS E A SOCIEDADE QUE LHES PAGA PARA DELES OBTEREM A JUSTIÇA DIANTE DO CONJUNTO DE LEIS. VEJA ESTA

ABSURDO: JUSTIÇA DO RS PERMITE PORTE DE ARMAS PARA TRAFICANTE PELO "PERIGO DA PROFISSÃO"

Conteúdo do Jornal Livre. Existem coisas que se classificam naquilo que se pode definir como "ver pra crer".

Há coisas que vão além e se classificam no que se pode definir como "ver para não crer". É do que falaremos agora a respeito de uma decisão tomada pela Justiça do Rio Grande do Sul.

Segundo o site do Ministério Público do Estado do Paraná, uma decisão judicial faria com que a proibição do porte de armas não valha para o traficante, em razão do "perigo da profissão".

A decisão é do início de 2016 mas não pode deixar de ser comentada. Isso significa que um traficante pode portar arma de fogo em razão do "perigo da profissão", mas o mesmo não vale para as pessoas honestas. É ou não é o fim da picada?

Leia:

Consta da ementa da Apelação Crime nº 70057362683/2013 da 3ª Câmara Criminal do TJRS, que "o uso de arma de fogo é majorante especifica do crime de tráfico de drogas, não podendo ser denunciado como conduta autônoma. Concurso material que prejudica o réu. Porte de arma destinado à proteção pessoal em razão do comércio de entorpecentes praticado e ao guarnecimento da atividade ilícita. Corolário lógico é absolvição por atipicidade". Causa espécie a fundamentação do Julgado referido quando absolve por "atipicidade" o crime de porte ilegal de arma de fogo e faz referência de que no caso, o porte de arma de fogo é destinado à proteção pessoal e guarnecimento da atividade ilícita.
Da leitura do inteiro teor do acórdão (Apelação Criminal nº 70057362683, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) percebe-se que a absolvição pela posse ilegal de arma de fogo ocorreu com fundamento no fato de que a arma, apreendida no mesmo contexto fático relativo ao tráfico de drogas, deveria amoldar-se à majorante descrita no art. 40, IV, da Lei nº 11.343/2006, e não configurar delito autônomo, como constou da denúncia.
Prescreve o inciso IV do art. 40 da Lei 11.343/2006 hipótese em que o crime foi praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva.
Gostaríamos aqui de tecer a crítica ao Julgado, tanto pelo fato de julgar pela atipicidade do porte de armas sob o fundamento de que "destinado à proteção pessoal em razão do comércio de entorpecentes praticado e ao guarnecimento da atividade ilícita" (exceção que não é lícita a nenhum cidadão que porte arma de fogo sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, na forma da Lei 10.826/2003, mas que no Julgado fez-se ao traficante no exercício de suas funções), quanto pelo fato de que diferentemente do lá ressaltado, não houve "emprego" de arma de fogo, mas apenas porte como ação autônoma, nos exatos termos da denúncia
Herculano
14/04/2017 16:17
MELA O JOGO E EMBARALHA NOVAMENTE? por Rodrigo Constantino, no jornal Gazeta do Povo, Curitiba PR

A República do Caixa Dois ficou exposta com a "Lista de Fachin", que colocou inúmeros políticos do alto escalão sob suspeita e investigação. Nunca antes na história deste país a classe política gozou de tão pouca credibilidade. A Odebrecht, ao que tudo indica, não era bem uma empreiteira, mas um centro de distribuição de propina e recursos ilícitos para campanhas políticas. "Não se salva um, meu irmão."

Mas, em que pesem os indícios de corrupção generalizada, cabe perguntar: a quem interessa misturar tudo e todos num grande saco podre? Que nossa política faz uso de caixa dois há anos, todos sabem. Que isso é crime e não deve ficar impune, idem. Mas daí a reduzir ao caixa dois o que fez a quadrilha petista, em conluio com a própria Odebrecht, isso é absurdo e só interessa mesmo aos próprios petistas.

Foi Lula quem, em 2005, tentou assumir esse delito menor para livrar sua turma dos crimes maiores. O mensalão tinha estourado, um esquema de compra de deputados para o controle da máquina estatal por um só "partido", e Lula, o "amigo" da Odebrecht, reconheceu o erro do caixa dois, o que todos faziam antes dele. Do "nunca antes" foi para o "sempre antes", e tentou com isso blindar seu PT de acusação bem mais grave.

Por que tanta gente tem tentado misturar tudo, como se caixa dois fosse igual a um assalto à democracia?

Caixa dois, repito, é crime e deve ser punido. Não é brincadeira, subverte o conceito da democracia. Enriquecimento pessoal com contas na Suíça também é crime, e igualmente grave. Mas o PT no poder não fez "só" isso; fez muito mais! E coisa muito pior: tentou destruir a nossa democracia, levar o Brasil na direção da Venezuela, instaurar em nosso país um regime totalitário, aparelhando a máquina estatal inteira, controlando tudo. A corrupção foi o meio; o fim era mesmo o socialismo.

Com isso em mente, a questão que surge é esta: por que tanta gente tem tentado misturar tudo, como se o ato de um candidato receber recursos de campanha por fora fosse igual ao assalto direto do PT à nossa democracia? E justo numa época em que Lula parece mais perto da prisão?

Guilherme Fiuza escreveu em seu Twitter: "Companheiro Fachin honrando sua patente petista, embaralhando as cartas e tentando igualar todo mundo às vésperas da prisão de Lula. Em vão". Será que o respeitado jornalista tem um ponto? Será que ele está certo, e que tudo isso soa estranho num momento desses?

Que nossa política está podre, isso é um fato. Que a "Lista de Fachin" explica posturas aparentemente estranhas de "opositores" do PT, pusilânimes demais porque tinham o rabo preso, isso também está evidente. Mas essa tentativa de melar o jogo e embaralhar as cartas novamente é o sonho de quem estava perdendo feio, não é mesmo? E isso bem na hora em que o PT afundava de vez, e o governo de transição tentava, ao menos, aprovar algumas reformas necessárias para impedir que o Brasil todo afunde junto. Estranho.

A reação a esse clima de podridão geral é preocupante. Alguns sonham com um salvador da Pátria, um messias que vai consertar a bagunça toda de cima para baixo, bem ao estilo paizão que o brasileiro adora, e que sempre foi nossa maior desgraça. O terreno para outro caudilho populista foi adubado. Ao mesmo tempo, como esperar alguma mudança séria vindo de dentro desse sistema corrompido?

Que dilema! Um liberal deveria estar lutando pelo fortalecimento de nossas instituições republicanas, que devem ser mais fortes do que indivíduos, e pela redução do Estado, cujo poder demasiado é o grande convite às moscas corruptas. Mas o resultado desse "melou o jogo" pode ser o oposto disso.

Por outro lado, é inaceitável ser cúmplice de uma anistia geral, da impunidade para aqueles que praticaram o crime de caixa dois ou receberam propina. Seria enfraquecer as tais instituições. Tempos perigosos à frente.
Herculano
14/04/2017 16:13
BRINCANDO COM FOGO

Lula entregou a cabeça de José Dirceu p/salvar a sua no caso do mensalão. Agora, entregará a de Palocci. Está brincando com fogo. Ricardo Noblat, de O Globo
Herculano
14/04/2017 16:09
PÁ DE CAL EM LULA

Conteúdo de O Antagonista. Voltando aos criminosos de verdade, a IstoÉ publica o seguinte sobre Lula:

"Na quinta-feira 20, em depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-sócio da OAS, Leo Pinheiro, irá jogar a pá de cal sobre o processo do tríplex, no Guarujá, no qual Lula é réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.

O empreiteiro confirmará que o imóvel foi, sim, um regalo ao petista em troca de benefícios fraqueados por Lula à construtora. O ex-presidente insiste na cada vez mais inverossímil versão de que não é o dono do apartamento - um argumento incapaz de se equilibrar em pé".
Herculano
14/04/2017 16:07
FINALMENTE, OS DO PT E DA ESQUERDA DO ATRASO COMEÇARAM A ASSUMIR QUE PROPINA, ROUBAR OS PESADOS IMPOSTOS DE TODOS E QUE FALTAM À SAÚDE, EDUCAÇÃO E SEGURANÇA É NORMAL

PIOR: É PRECISO RIDICULARIZAR QUEM PROPAGA E AO MESMO TEMPO FICA INDIGNADO COM LADROEIRA DE EMPRESÁRIOS E POLÍTICOS. PORQUE SEGUNDO ESSE PESSOAL DO PT E DA ESQUERDA DO ATRASO, TODOS ROUBAM, INCLUSIVE OS GRANDES ESTADISTAS INTERNACIONAIS.

É PARA ESSE TIPO DE DEFESA E CONCEITO QUE O JORNAL GGN, DO JORNALISTA LUIZ NASSIF, QUE VIVIA DE EMPREGOS DE ALTA REMUNERAÇÃO E VERBAS FEDERAIS NOS GOVERNOS PETISTAS, ESTÁ ABRINDO ESPAÇO. NINGUÉM É PURO E A SACANAGEM DEVE SER LIBERADA E ACEITA POR TODOS. E OS QUE PAGAM A CONTA OU POSSUEM A OBRIGAÇÃO DE INFORMAR OS CIDADÃOS, DEVEM FICAR CALADINHOS

POR QUE AS DELAÇÕES DA LAVA JATO CHOCAM TANTO A GLOBO? por André Araújo

GLOBONEWS EM FESTA - Programas de uma hora duram duas, o Jornal das Dez triplicado, a Globonews está em estado de graça com a lista da Odebrecht e os vídeos divulgados para irritar a população. O besteirol é infinito, Camarotti como um Noviço Chocado com a política brasileira, que não é diferente da política dos grandes países democráticos: muito dinheiro, sacanagens, corrupção, jogo de interesses, lobismo. Ele conhece bem a política do Vaticano, e lá deve ser uma política santa.

As "Globetes" se chocam porque algum deputado recebeu 200 ou 300 mil Reais pra campanha: "Ah, mas é caixa 2! Que horror, é chocante!". Algo nunca visto no mundo, porque não somos iguais aos EUA, onde Presidentes beatos, como Kennedy e Johnson, nunca puseram a mão em dinheiro em todas suas carreiras.

A família Kennedy enriqueceu com contrabando de whisky durante a Lei Seca e Johnson foi bancado a vida toda pela empreiteira texana Brown & Root. Ele começou a vida com uma calça e uma camisa e deixou a viúva Lady Bird multimilionária, tendo sido exclusivamente político a vida inteira. Já a viúva Kennedy, uma filha de Maria, casou-se em segundas núpcias com Aristóteles Onassis, o maior gangster da história da navegação, com um contrato pré-nupcial onde a parte mais importante era a mesada que o magnata deveria dar à nova esposa.

Nesse mundo puríssimo, os políticos brasileiros realmente chocam os narizes mais sensíveis, especialmente os das Organizações Globo, uma das maiores parceiras do esquema CBF-FIFA e conhecida como grande catedral da moral e da ética
Herculano
14/04/2017 15:57
LULA A VENDA


Conteúdo de O Antagonista.Eliane Cantanhêde, do Estadão, disse que a Odebrecht não comprou o mandato de Lula, e sim o próprio Lula.

Leia aqui:
O ex-presidente Lula tem razão ao dizer que "cai a máscara" de todo o mundo político, porque tudo é realmente esclarecedor, além de estarrecedor, nas delações da cúpula da Odebrecht. Mas que adjetivo usar para a "conta Amigo" da Odebrecht? Era uma saco sem fundo, um cartão pré-pago em favor de Lula e gerenciado pelo ex-ministro Antonio Palocci.

Na versão de Marcelo Odebrecht, tanto para o juiz Sérgio Moro quanto para os procuradores, eram R$ 40 milhões à disposição de Palocci, o "Itália" das planilhas, que enviava emissários com sacolas para sacar R$ 1 milhão, R$ 2 milhões, R$ 3 milhões ?" em espécie!

Mesmo quando entravam em campo ministros como Guido Mantega e Paulo Bernardo, quem dizia "sim" a operações, negociatas, pagamentos e saques era Palocci. Está claro que ele agia como tesoureiro pessoal de Lula. E, aliás, jamais revelou quem era o proprietário real do apartamento de R$ 7 milhões que foi o pivô de sua queda da Casa Civil.

Nos demais envolvidos, havia caixa 2 e/ou relação de causa e efeito entre doações de campanha e favorecimento à empresa em licitações ou votações no Congresso, mas Lula tinha um tratamento muito diferenciado, com um saldo livre, independentemente de campanhas, mais uma ajudazinha para seu filho, seu irmão, seu sítio... A Odebrecht comprou não um mandato, mas o próprio Lula.
Herculano
14/04/2017 12:55
HOJE, SEXTA-FEIRA, TEM ENCENAÇÃO DA MORTE DE CRISTO POR COMUNITÁRIOS DA LAGOA, EM GASPAR

A noite promete: sem chuva e clima ameno. A partir das 20 horas, segundo os organizadores, sem atraso, no pátio da Capela da comunidade São Braz, os moradores da Lagoa, na Margem Esquerda reativam uma tradição interrompida.

Os que moram em Gaspar e Ilhota têm uma opção de teatro ao ar livre, com a encenação da Paixão de Cristo. O grupo de Teatro Amador Comunitário Luz Divina vem desde 1991. E a última apresentação reuniu quase três mil pessoas. São mais de cem pessoas dedicadas no cenário e nos bastidores. Todos são moradores da comunidade. Não haverá cobrança de ingressos. Mas, quem quiser doar: serão aceitos alimentos não perecíveis e cobertores, para se enfrentar o frio que promete ser severo neste inverno. Acorda, Gaspar!
Sidnei Luis Reinert
14/04/2017 11:37
Lula fará tudo para ser preso por Moro


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Se Glauber Rocha ressuscitasse e pudesse dirigir um filme com roteiro de Nelson Rodrigues e José Padilha, o longo título seria: "Os dragões maldosos do $talinácio contra o juiz Moro e os protestantes guerreiros da Lava Jato". A Patelândia mobiliza sua militância movida a sanduíche de mortadela e uma graninha para levar 60 mil manifestantes a Curitiba, no dia 3 de maio, quando o chefão outrora poderoso sentará na 13ª Vara do juiz Sérgio Fernando Moro. É grande a chance de o pau comer nas ruas.

A intenção estratégica de Lula é consolidar a falsa imagem de que é vítima de uma implacável perseguição política promovida pelos "meninos da bíblia" da tal "República de Curitiba". A tática de Lula consiste em causar comoção popular. Craque em manipulação e mistificação, fará de tudo para levar um cartão vermelho de Moro. No caso, o desejo-mor é uma prisão da qual espera tirar proveito político. Lula tem certeza de que está em um caminho sem volta. Sabe que será preso, e espera que seu encarceramento deflagre alguma "revolução" em sua defesa.

Tal sonho tático de Lula pode se transformar rapidamente em pesadelo. Vide o caso do companheiro José Dirceu, antes um ideólogo garboso, mas que agora se transformou em um velhinho caidinho, após longo e inesperado encarceramento. O mesmo acontece com Eduardo Cunha, outrora poderoso e "herói" do "golpe" que tirou Dilma Rousseff da Presidência da República. O agora colaborador-mor Marcelo Odebrecht ?" que antes jurava jamais cair em traição ?" agora se transformou em uma espécie de "boneco falante" da delação premiada.

Lula tenta sua última cartada posando de mártir, e apostando que o eleitorado nordestino lhe dará amplo apoio para uma temerária corrida presidencial em 2018. O desafio real dele é como será capaz de fazer campanha ?" e conseguir ser candidato -, caso acabe efetivamente preso. Lula está "apertadinho", igualzinho a outros enrolados na Lava Jato. No mínimo, Lula tende a ser condenado por tráfico de influência, pelo que foi exposto nos vídeos de depoimentos de Marcelo Bahia Odebrecht ?" agora considerado pela petelândia como o supremo "Judas" ?" e pelo pai dele, Emílio Odebrecht ?" agora apelidado pela Rede Globo de "decano da corrupção brasileira".

Tão ou mais grave que a mentirada de Lula ?" e que precisa ser repudiado ?" é o golpe institucional armado pelo desgoverno do Crime Institucionalizado. Lideranças dos grandes partidos enrolados na Lava Jato tentam um pacto de salvação. O mais descarado no plano deles é uma enganosa "reforma" política, que seria feita a partir da convocação de uma "constituinte originária" sob controle da bandidagem política. Tal armação já deixa os militares em alerta máximo. O golpe é inaceitável!

Vale repetir por 13 x 13: O Brasil precisa ser passado a limpo, e a única solução efetiva e eficaz é através de uma Intervenção Institucional que promoverá uma repactuação legal, desde à Carta Magna até as outras quase 200 mil leis em vigor. Também é imprescindível definir um rumo estratégico para o País, com base no federalismo, na eleição com voto distrital e no redimensionamento da máquina estatal, sobretudo com a redução do número de políticos "profissionais" na União, nos estados e municípios.

Os bandidos que dominam a política não querem que isto aconteça. Os segmentos honestos e esclarecidos da sociedade brasileira precisam lutar para vencê-los. Os canalhas apostam na temerária radicalização contra a Lava Jato. Os advogados dos criminosos tentam o milagre de salvá-los, enquanto a politicalha articula golpes legais que viabilizem uma espécie de "anistia".

Todos os corruptos estão apertadinhos, embora nenhum deles assuma que recebeu dinheiro da "Engenharia da Corrupção" em parceria delituosa com o Estado Ladrão do Brasil. O medo não é só de puxar cadeia. Tem gente com medo de morrer... Por isso, nos bastidores, um ameaça o outro... As conseqüências são imprevisíveis neste fim patético da criminosa "Nova República"...
Releia as duas edições de quinta-feira: Os corruptos se reinventam e O Brasil pode estar renascendo
Herculano
14/04/2017 11:08
da série: o PT, suas estrelas decadentes e dirigentes, tratam-nos todos como imbecis, trouxas, analfabetos, ignorantes, desinformados, subservientes...

DILMA DIZ QUE ACUSAÇÕES SÃO "VIRTUAIS" E QUE NÃO SABIA QUE CUNHA ERA "CORRUPTO" E TEMER, "FRACO"

Conteúdo da BBC Brasil. Entrevista e texto de Ricardo Senra, enviado especial a Nova York. "Como é que você prova que eu sabia?", pergunta Dilma Rousseff, encarando a reportagem em um apartamento com vista para o rio Hudson, em Nova York (EUA), onde estava em visita uma série de universidades para palestras e entrevistas.

No encontro com a BBC Brasil na última quarta-feira, 360 dias depois da Câmara dos Deputados aprovar o processo que levou a seu impeachment, Dilma se referia às acusações de Marcelo Odebrecht na operação Lava Jato, usadas no fim do mês passado como argumento para o pedido de cassação de sua chapa de 2014, junto ao agora presidente Michel Temer.

Se a chapa for cassada, em julgamento ainda sem previsão para ocorrer, tanto Dilma quanto Temer podem perder seus direitos políticos.

"Esses milhões (em caixa 2) só estão na virtualidade da fala do Dr. Marcelo Odebrecht, não estão em nenhuma realidade", diz. "É uma acusação muito característica das que fazem a mim. Que tipo de acusação?", ela mesma pergunta. E se responde: "Ah, ela sabia."

Na manhã do dia seguinte à divulgação da chamada "lista de Fachin", que ordenou investigações contra oito ministros, 63 congressistas e três governadores citados nas delações da Odebrecht, a ex-presidente se recusa a comentar os pedidos de abertura de novos inquéritos envolvendo seu nome (ao lado dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva).

"Eu me nego a comentar qualquer coisa, sobre qualquer pessoa que foi mencionada na lista, porque não acho correto. Não vou compactuar com o fórum de julgamento da imprensa antes de o julgamento ser realizado."

Durante a entrevista, que alterna momentos de irritação e sorrisos, a reportagem consegue completar apenas 14 de 29 tentativas de perguntas a Dilma.

Após quase uma hora, depois de afirmar que não sabia que Eduardo Cunha era corrupto e declarar, sobre o aborto, que "não é papel da Presidência discutir propostas do movimento de mulheres", Dilma faz nova interrupção e uma referência, bem-humorada, ao juiz Sergio Moro, que dera entrevista à BBC Brasil dois dias antes.

Na ocasião, passados cinco minutos, Moro disse que a reportagem teria "só mais uma pergunta, depois encerra".

"Agora eu não estou dando uma de nenhum juiz que você entrevistou", diz. "Eu quero que você encerre, porque eu estou aqui há uma hora já."

'Acusações virtuais'
Segundo a imprensa nacional, o Ministério Público Eleitoral acusa a campanha de Dilma por suposto recebimento de R$ 112 milhões da Odebrecht - R$ 45 milhões em caixa 2, R$ 17 milhões em "caixa 3" e R$ 50 milhões em propina.

À BBC Brasil, Dilma nega irregularidades. "Você tem hoje uma acusação virtual, dizendo que tinha uma conta corrente virtual, conta corrente virtual essa que, por todos os dados que ele (Marcelo Odebrecht) mesmo diz, incluindo os registros formais, vamos dizer, no TSE, não se verificam", afirma.

Dilma continua: "Em que pese que há pessoas avaliando que receber dinheiro em contas secretas, na Suíça, não é tão grave, quero dizer o seguinte: nunca recebi contas no exterior, não tem um único delator que possa dizer que me deu qualquer quantia, de que forma seja. Não recebi por meio de parente, por meio de terceiras pessoas. A acusação contra mim sempre vai ser: 'Ah, ela sabia'. Por que sabia? 'Por que tinha que saber'."

No último dia 4, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) suspendeu o julgamento que pede a cassação da chapa presidencial eleita em 2014, formada por Dilma Rousseff e Michel Temer.

O tribunal decidiu por unanimidade reabrir a fase de produção de provas para ouvir novas testemunhas. Com isso, o processo pode levar semanas para ser retomado.
O ministro relator do caso, Herman Benjamin, concordou com a decisão, embora antes tenha negado pedidos semelhantes da defesa de Dilma.

"Eu quero muito ver essa acusação. Quero ver porque vou desconstitui-la", diz. "Acho que os mecanismos pelos quais a Odebrecht faz a delação, principalmente o senhor Marcelo, têm por objetivo montar a sua defesa, o que é absolutamente normal, a pessoa não tem que se incriminar", diz a ex-presidente.

Lista de Fachin
A reportagem tenta perguntar sobre a menção a Dilma na lista do ministro Fachin, do Supremo Tribunal Federal.
Dilma aparece em dois pedidos de abertura de inquéritos encaminhados pelo STF a tribunais de primeira e segunda instância.

Nem ela, nem Lula (com cinco inquéritos), nem FHC (com um) têm foro privilegiado, o que significa que terão seus casos avaliados pela Justiça comum.

Os objetos de investigação contra os ex-presidentes não foram divulgados.

BBC Brasil: "Ontem, a lista do..."
Dilma Rousseff: "Eu não falo sobre o que foi dito ontem, eu não sei. A hora em que eu chegar lá e ler tudo, eu te digo. Antes disso eu não falo, não."

BBC Brasil: "O nome da senhora apareceu na lista do STF, ao lado de FHC..."
Dilma Rousseff: "Querido, você está absolutamente equivocado. Meu nome, nem o do FHC, nem o do Lula apareceu ontem na lista porque nós não temos foro privilegiado."

BBC Brasil: "Eu ia completar a minha pergunta...", responde a reportagem.
Dilma Rousseff: "Mas não apareceu ainda", replica Dilma, criticando que classifica como "assassinato de reputações" promovido pela imprensa antes de julgamentos na Justiça.

Para a ex-presidente, a imprensa tenta se colocar no lugar de tribunais ao expor conteúdos sigilosos obtidos por meio de fontes e vazamentos. Ela afirma que veículos de comunicação seriam irresponsáveis ao divulgar informações que, posteriormente, podem não ser confirmadas.

"A mídia não é instância de julgamento quando se trata de crime. Não é possível. A mídia pode até relatar.

Agora, eu não concordo em comentar isso mesmo que seja de adversários políticos meus", afirma a ex-presidente, questionada se a presença de políticos como o senador Aécio Neves e o chanceler Aloysio Nunes Ferreira, ambos do PSDB, não enfraquece seu discurso de seletividade da Lava Jato.

No Senado, 6 dos 11 parlamentares tucanos apareceram na lista, incluindo o também ex-candidato à presidência José Serra.

Dilma se nega a comentar o destino dos rivais políticos.
"Eu sou contra o 'vazamento seletivo', mas também sou contra o 'vazamento'", diz.

Em uma turnê de palestras pelo mundo, que incluiu paradas em países como Argentina, Uruguai, Suíça e pelo menos cinco universidades americanas, Dilma se apresenta como uma política de esquerda, dedicada a evitar que o "neoliberalismo voltasse a reger a economia".

A reportagem pergunta se Dilma sente que seu discurso está mais à esquerda desde que saiu do poder - a própria CUT (Central Única dos Trabalhadores), ligada historicamente ao PT, criticava medidas de austeridade em seu governo.

"Eu não", responde Dilma. "Essa sensação se deve ao fato de hoje eu não ter as restrições que um presidente tem que ter protocolarmente."

Ela conta que prefere manter algumas das limitações, como dar opiniões sobre chefes de Estado.

Afirma que "um presidente nem sempre defende só as suas crenças", e diz que foi obrigada, "em alguns momentos, a defender posições que impliquem na melhor situação possível para a população".

A BBC Brasil pergunta se esse é o caso, por exemplo, do aborto. Em 2014, seu governo recuou após pressões da bancada evangélica e revogou uma portaria que regulava procedimentos a serem tomados pelo Serviço Único de Saúde (SUS) em casos de aborto legal.

"Acho que um presidente não pode interferir no Brasil em certas questões. Não acho que a questão do aborto seja uma questão de política presidencial. Acho que se o movimento de mulheres conquistar e galvanizar um conjunto de pessoas, o presidente pode manifestar-se a respeito. Porque também isso é uma transferência de reivindicações do movimento para a presidência da República. Não é papel da presidência da República discutir propostas do movimento de mulheres", diz.

Ela prossegue, sete anos após se declarar contrária ao aborto nas eleições de 2010. "Pessoalmente, eu sou a favor do direito das mulheres decidirem sobre seus corpos. Agora, como presidente da República, isso não tem cabimento."

Eduardo Cunha e Michel Temer
A entrevista é realizada na sala do apartamento de um professor da universidade de Brown, onde Dilma discursara dois dias antes. Durante a conversa, seus assessores articulavam um encontro entre a ex-presidente e Bernie Sanders, socialista americano que perdeu as prévias da corrida eleitoral pelo partido Democrata para Hillary Clinton, mais tarde derrotada por Donald Trump.

À reportagem, a ex-presidente afirma que não sabia que Eduardo Cunha - seu aliado nas eleições de 2010 e 2014, antes se tornar pivô do impeachment - era corrupto, até o Ministério Público acusá-lo de desvios e de possuir contas no exterior.

"Eduardo Cunha se transformou na pessoa que a senhora descreve apenas quando ele rompeu com a senhora?", pergunta a BBC Brasil.

Hoje, Dilma costuma se referir a Cunha como "gângster", "golpista" e "conspirador".

"Ele já era assim. O fato de tirar foto com ele não significa que eu endosso ele, não. Não sei qual era o nível de apoio que ele me dava. A relação dele comigo sempre foi, eu te diria, distante, não foi próxima. Isso é público e notório", diz.

A reportagem insiste: "Em que momento Cunha se tornou um problema? Só quando ele rompeu com a senhora? Ele já não era corrupto?".

"Isso eu não sei, pô", responde Dilma.

"Eu sei que o Eduardo Cunha é corrupto porque o MP publicou a ficha dele. Ninguém achava que ele tinha tantas contas na Suíça. Ninguém achava isso. Até porque o MP teve dificuldade de abrir as contas, né?"

Ainda sobre ex-aliados políticos, a BBC Brasil também pergunta por que ter um "fraco" - como Dilma tem se referido publicamente ao antigo companheiro de chapa Michel Temer - como vice.

"Porque você vai descobrindo que a pessoa é fraca ao longo da vida", responde, afirmando que a escolha foi feita pelo PMDB, membro da então coligação petista, e não por ela.
Herculano
14/04/2017 06:38
E O MUNDO NÃO ACABOU, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Veio a delação do fim do mundo... e o mundo continua existindo. Como humanos, temos a tendência de superdimensionar a crise presente. Tal comportamento tem valor adaptativo, especialmente no passado darwiniano, no qual a resposta certa à maioria das ameaças era "saia correndo daí". O preço a pagar por essa arquitetura cerebral que tanto beneficiou nossa espécie é que nossas avaliações iniciais pendem para o pessimismo.

Não se trata, é claro, de diminuir a gravidade e o alcance das denúncias feitas pelo pessoal da Odebrecht. Os números falam por si só. O STF autorizou a abertura de inquérito contra oito ministros do governo Temer (no total são 28), 24 senadores (de 81) e 39 deputados federais (de 513), incluindo os comandantes da duas Casas.

Não penso, porém, que estejamos prestes a assistir ao fim da política como a conhecemos -o que tem implicações para o bem e para o mal.

Cabe aqui uma analogia com o câncer. Se você recebe a notícia de que vai morrer em um mês, muda radicalmente sua vida. É muito provável que largue o emprego e abandone todas as tarefas que considera pouco significativas para dedicar-se ao que realmente faz sentido para você.

Se, porém, o médico vem com um prognóstico menos sombrio e lhe dê três ou quatro anos, as mudanças no estilo de vida tendem a ser menos radicais. É claro que algo mudará, mas é grande a chance de que você continue trabalhando e tocando o dia a dia mais ou menos como antes.

Ora, a incapacidade do STF de processar esse tsunami de casos faz com que estejamos diante de um cenário que lembra muito mais o da doença crônica do que o da morte iminente. O mais provável é que o Congresso logo retome as discussões das reformas e que os parlamentares mais do que nunca trabalhem por sua reeleição. Conservar o mandato e assim garantir o foro privilegiado é a quimioterapia que poderá mantê-los vivos por mais tempo.
Herculano
14/04/2017 06:35
GESTÃO TEMER VIROU UMA CONTAGEM REGRESSIVA, por Josias de Souza

Faltam 20 meses e meio para que Michel Temer volte em definitivo para São Paulo. Será um suplício acompanhar cada manhã de uma presidência-tampão comandada por um político que sonhava em passar à história como um novo Itamar Franco e fica cada dia mais parecido com José Sarney. As delações da Odebrecht, que invadem os lares dos brasileiros em jorros amazônicos desde o início da semana, empurraram a gestão Temer da enfermaria direto para a UTI. Os principais operadores da política trabalham com a perspectiva de que Temer concluirá o seu mandato. Não mais por méritos, mas por absoluta falta de alternativa.

Em meio a uma atmosfera de franca promiscuidade, as autoridades erguem as mãos para o céu em agradecimento ao ferido cristão. Atônito, o governo tenta se reposicionar em cena. Por ora, Temer acalenta a fantasia de que conseguirá manter as fornalhas do Congresso acesas, para aprovar todas as propostas necessárias à retomada do crescimento econômico. Nem a equipe econômica do governo acredita nesse milagre.

O drama de Temer mudou de patamar. Isso fica evidente no instante em que o presidente se vê obrigado a exibir na internet um vídeo para se contrapor a um delator que insinua sua concordância com uma propina de US$ 40 milhões, extraída pelo PMDB de um negócio na Petrobras.

Para evitar que o governo entre em coma, Temer talvez tenha que reconsiderar a decisão de manter seus ministros suspeitos nos cargos até quando der. Já deu!

De resto, Temer, mãos postas, reza para que o Supremo Tribunal Federal rejeite um recurso do PSOL pedindo que o presidente da República seja incluído no rol de investigados da Lava Jato. Se você acredita em Deus, reze. Se não acredita, reze também.
Herculano
14/04/2017 06:33
AÇÕES POR PERMANÊNCIA NO BRASIL FAZEM CUBA SUSPENDER O ENVIO AO MAIS MÉDICOS

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Lígia Formenti, da sucursal de Brasília. O governo cubano suspendeu o envio ao Brasil de 710 profissionais treinados para trabalhar no Programa Mais Médicos que deveriam desembarcar no País neste mês. A decisão de Cuba, comunicada anteontem ao Ministério da Saúde, é reflexo do descontentamento com a recusa de médicos em voltar para Cuba após os três anos de contrato. Até hoje, 88 profissionais já recorreram à Justiça para permanecer no Brasil e garantir o direito de continuar no programa do governo federal.

Cuba argumenta que a permanência dos profissionais no Brasil não estaria em conformidade com o acordo de cooperação firmado. Diante desse impasse, o Brasil deve enviar uma comitiva ao país para discutir o assunto nas próximas semanas.

O maior receio do governo cubano é de que um novo grupo de médicos resista em voltar para o país quando chamado de volta e que isso acabe afetando também o comportamento de profissionais que já estão atuando em outros países.

Além do Brasil, Cuba tem outros acordos baseados no envio de profissionais de saúde. Esse tipo de cooperação é também uma forma de renda para ilha. No trato firmado entre Brasil e Cuba, parte dos salários dos médicos é paga diretamente para o governo cubano.
A vinda de médicos cubanos para trabalhar no Brasil ocorre graças a um acordo firmado entre os governos brasileiro e cubano e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Questionada sobre a suspensão do envio de profissionais, a entidade informou haver interesse de manter o acordo com o Brasil. Para o organismo, a reunião a ser realizada nas próximas semanas será fundamental para dirimir os problemas identificados até o momento, sobretudo relacionados às ações judiciais.

O Ministério da Saúde já havia anunciado a intenção de limitar o número de cubanos integrantes do Mais Médicos. A redução da participação de profissionais estrangeiros, no entanto, deveria ser feita de forma gradual, em editais trimestrais, para não provocar vazios assistenciais, sobretudo em regiões onde há grande dificuldade de se garantir a permanência de médicos brasileiros.

Por isso, o governo se apressou em organizar uma comitiva para discutir o assunto em Cuba e evitar que a participação de médicos daquele país caia numa velocidade maior do que a considerada ideal.

A intenção de reduzir o número de cubanos foi anunciada em 2016 pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Atualmente, estão no programa 10,4 mil cubanos ?" mil a menos do que no ano passado. Embora em número menor, eles continuam representando a grande força do Mais Médicos, programa criado em 2013 em resposta às manifestações populares que reivindicavam melhoria de acesso à saúde.

O Mais Médicos previa inicialmente que profissionais recrutados para trabalhar no programa ficassem por até três anos no País. Na renovação do acordo, em setembro de 2016, ficou determinado que a maior parte dos 4 mil recrutados no primeiro ciclo do convênio deveria regressar ao país de origem para dar lugar a novos profissionais. A estratégia tem como objetivo evitar que cubanos estreitem os laços com o Brasil e, com isso, resistam a regressar para Cuba ao fim do contrato.

Pelo acordo, a permissão de prorrogar o prazo desses profissionais por mais três anos seria dada apenas para aqueles que tivessem estabelecido família no Brasil ou criado vínculos.

O Estado procurou a Embaixada de Cuba no Brasil para comentar o assunto, mas não obteve resposta.
Herculano
14/04/2017 06:27
TESOURO NACIONAL DEU AVAL FINAL DO PORTO DE CUBA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Na delação de Emílio Odebrecht, presidente do Conselho de Administração do grupo, foi revelado que o Tesouro Nacional brasileiro deu o aval final que viabilizou a construção do Porto de Mariel, em Cuba. A decisão era atípica à época e, segundo Emílio e seus advogados, "ficou claro" que uma operação desse tamanho não seria possível sem "interferência política". Dos US$ 954 milhões, do custo da obra do porto, o BNDES bancou US$ 687 milhões (R$ 2,1 bilhões).

OLHA QUEM MANDAVA
Emilio conta ter sido chamado a Caracas pelo semi-ditador Hugo Chávez, que o pediu para "viabilizar" a obra do porto cubano.

OLHA QUEM OBEDECIA
Emílio contou em sua delação que, após a reunião com Chávez, foi procurado por Lula, que já estava "a par" do negócio e o autorizou.

INTERFERÊNCIA POLÍTICA
O BNDES relutava na aprovação do financiamento, temendo um esperado calote de Cuba. Foi quando Lula mandou o Tesouro avalizar.

PORTO POR PETRóLEO
Em troca do Porto de Mariel, a Odebrecht faturou contratos na área de petróleo da Venezuela, que é um dos maiores produtores do mundo.

GOVERNO DA PB TENTA 'MELAR' VISITA DE MINISTRO
Quando embarcava para verificar a chegada das águas do rio São Francisco ao Açude Boqueirão, na Paraíba, nesta quinta (12), o ministro Helder Barbalho (Integração) soube que o governador Ricardo Coutinho (PSB) havia ordenado uma molecagem à sua agência de águas: reduzir à metade a vazão da barragem de Camalaú para retardar a chegada de água ao açude, para "melar" a visita do ministro. O governo da Paraíba não respondeu às nossas tentativas de contato.

É OFICIAL
Antônio de Pádua, secretário de Recursos Hídricos, informou Barbalho da pegadinha do governo paraibano, e mandou abrir toda a válvula.

POLÍTICA NANICA
O objetivo de Ricardo Coutinho seria constranger o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), seu adversário político e anfitrião de Barbalho.

PREÇO ALTO
A redução da vazão pouco afetaria a visita do ministro da Integração, mas prejudicaria o abastecimento da população de Campina Grande.

DILMA SABIA, CLARO
Em 2015, Marcelo Odebrecht encontrou Dilma no México e "mostrou tudo" a ela, incluindo valores de propinas para o PT. Ele contou que ela sempre soube das tratativas do propinoduto.

CORRUPÇÃO PONTUAL
O delator Benedicto Júnior explicou que o Departamento de Operações Estruturadas, o setor de propina, só passou a existir mesmo a partir de 2008. Antes disso, diz ele, a corrupção era "pontual", obra a obra.

PROFISSIONAL DA ARRECADAÇÃO
De acordo com um dos depoimentos de delação do ex-executivo da Odebrecht Benedicto Júnior, o atual prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), era um "arrecadador proeminente do PT", em 2010.

REINCIDENTE
Sobre o marqueteiro Duda Mendonça, o procurador que acompanha a sessão do depoimento interfere: "Curioso que em 2010 já estava... o evento do mensalão e o Duda Mendonça era réu e mesmo assim ocorreu o fato"? O executivo da Odebrecht responde: "reincidiu".

CENSURA EM VIGOR
O ministro Edson Fachin destacou o direito constitucional à informação, ao retirar o sigilo dos inquéritos na Lava Jato. Mas, em Alagoas, prevalece a decisão de um juiz proibindo o site Diário do Poder de publicar notícias sobre um dos deputados acusado de diversos crimes.

VENEZUELANOS ROUBADOS
Emílio Odebrecht contou em sua delação premiada que em 2007/2008 Hugo Chávez vendia de 60 a 80 mil barris de petróleo ao governo cubano de Fidel Castro a "precinho bem camarada".

EM CIMA DA HORA
Faltando poucos dias para encerrar o prazo, cerca de 19 milhões de brasileiros ainda não fizeram declaração do Imposto de Renda. Apenas nove milhões foram entregues à Receita Federal até agora.

RUMO AO PASSADO
A Liderança do PMDB entregou a Hélio José (DF) ?" que disse ter poder para nomear "até melancia" ?" a Comissão Senado do Futuro. Virou piada. Maldade. Agora, o senador poderá produzir melancias, no futuro.

PENSANDO BEM...
...com autoridades do Rio de Janeiro na Lista de Fachin, logo chegará a hora de mudar a sede do governo para
Herculano
14/04/2017 06:22
UM OUTRO FIM DO MUNDO É POSSÍVEL, por Vladimir Saflate, professor de filosofia, para o jornal Folha de S. Paulo

"O que temos no Brasil não é um negócio de cinco, dez anos. Estamos falando de 30 anos atrás". Foi bom, Emílio Odebrecht, que você tenha lembrado disso em sua delação premiada. Pois durante os últimos anos o povo brasileiro teve que assistir ao espetáculo patético de corruptos com ares de indignação cívica acusando corruptos, torcedores de corruptos saindo às ruas para clamar contra a corrupção.

Tudo isto para chegar neste momento catártico e todos os lados da Nova República serem expostos em suas relações incestuosas com o empresariado nacional.

O ilibado e endeusado pela imprensa local Fernando Henrique Cardoso, o defensor dos oprimidos Lula, o santo Alckmin, a guerrilheira Dilma, o indignado Aloysio Nunes, seu amigo e presidente natural Serra, os operadores do PT, os operadores do PSDB, os negociadores do PMDB, os trânsfugas da ditadura do DEM: em suma, toda a fauna da casta política brasileira no mesmo banco dos réus.

Os mesmos que ocupam os espaços na imprensa para pregar austeridade e destruição dos direitos dos trabalhadores são os que pilharam os cofres públicos de forma aberta e sem pudores. Os mesmos que exigem dos trabalhadores que trabalhem 49 anos para se aposentar de forma integral deram ao Brasil a honra de ter 24 de seus 81 senadores como alvo de inquérito no STF.

Os mesmos que fecham escolas e deixam apodrecer universidades sentavam à mesa fausta das negociações e levavam para casa milhões de reais.

Desde o aparecimento da primeira ponta do iceberg do esquema do mensalão, isto nos idos de 2004, tudo estava claro para quem quisesse ver.

O "maior esquema de corrupção da República" tinha sido simplesmente reciclado pelos novos inquilinos do poder a partir, como disse o patriarca Odebrecht, do business usual dos últimos 30 anos.

O mais cômico era ouvir aqueles que tentavam diferenciar os ocupantes do poder por "intensidade" de corrupção: "Não, mas este corrompeu muito mais". "Mas em relação a este são só ilações, é só tentativa de jogar todo mundo na lama para relativizar tudo".

É, meus amigos, o Brasil conhece como ninguém o cinismo dos que sabem muito bem, mas mesmo assim agem como se não soubessem.

Diante disto, poucas foram as vozes que se perguntaram: mas como chegamos até aqui? De onde veio a opacidade do Estado brasileiro e seu desprezo pela presença da soberania popular, único esteio real contra a corrupção dos entes privados? Será que há mesmo uma zona cinzenta de amoralidade em toda forma de governo a respeito da qual não é possível fazer nada?

No entanto, a maioria preferiu o jogo miserável de gritar "corrupto" enquanto abraçava seu corrupto do coração.

Melhor teria sido começar por se questionar sobre as relações incestuosas entre governos e empresariado que fazem do Estado brasileiro um Estado privado. Um Estado que serve para socializar as perdas do empresariado, transformando suas dívidas em dívidas públicas, que serve para rentabilizar o dinheiro ocioso de seus banqueiros enquanto joga a polícia para cima de seus trabalhadores.

Agora, aparecem os oportunistas de plantão com os mesmos truques de sempre. O nome da vez é o Sr. Doria. O mesmo que gostava de gritar para seus desafetos: "Vá para Curitiba", enquanto devia R$ 90 mil de IPTU para o município e cujas empresas receberam aportes de R$ 10,6 milhões de vários governos nos últimos anos.

Não, certamente não se trata de mais um caso de relações incestuosas entre empresariado e governos.

Diante da exposição produzida pela chamada "delação do fim do mundo", só gostaria de lembrar, como disse o filósofo francês Patrice Maniglier, que "outro fim do mundo é possível".

Que isto sirva principalmente à esquerda brasileira. Eis o resultado do seus "grandes operadores" e de seus "conciliadores que garantiriam uma transformação social segura".

Melhor teria sido lembrar que à esquerda só há um caminho possível: a mais austera virtude jacobina em relação ao bem comum e a recusa completa em operar no interior desta "governabilidade".

Sim, que este mundo acabe o mais rápido possível. Toda a história da Nova República só poderia acabar mesmo nesta confissão explícita de fracasso nacional. Que este trauma nos sirva de lição
Herculano
14/04/2017 06:20
SEXTA-FEIRA

Que esta Sexta-Feira Santa seja a bíblica para os de fé cristã, não a dos impostores bíblicos, articulados, que exploram a ignorância e a fraqueza emocional dos cristãos devotos, para pedir tolerância (e perdão) aos que lavam as mãos, aos que perseguem sem crime, aos que julgam por conveniências e aos que roubam vidas de inocentes (como a de Cristo), incluindo o roubo dos pesados impostos do povo por políticos e poderosos, os quais faltam à saúde pública, educação, assistência social, segurança...
Herculano
14/04/2017 06:13
EUFORIA PODE VIRAR DESENCANTO EM RAZÃO DAS TRAVAS NO SISTEMA JUDICIAL, por Fernanda Mena, no jornal Folha de S. Paulo

A euforia provocada pela divulgação da lista de ministros, senadores, deputados, prefeitos e empresários com investigação aberta pelo Supremo Tribunal Federal pode dar lugar ao desencanto a partir de uma rápida revisão de fatos e eventos recentes da República.

A sopa de letrinhas de partidos citados é abrangente o suficiente para indicar envolvimento amplo, quase generalizado, nos crimes de corrupção e caixa dois.

Mas a expectativa de passar o Brasil a limpo precisa ser confrontada com o caráter embrionário da fase atual, com a dificuldade de produzir provas dos crimes anunciados e com a velocidade de andamento do processo penal no Brasil.

Primeiro, portanto, a abertura dos inquéritos não implica culpa ?"ou seja, o que se avalia nesta fase é que existem indícios suficientes para que o sujeito seja investigado.

Segundo, a investigação precisa produzir provas dos crimes dos quais o sujeito é suspeito, via de regra corrupção, peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro. É difícil, no entanto, que se chegue a essas informações sem seguir o bordão "follow the money" (siga o dinheiro), o que implica passar pelo sistema financeiro do país e tornar a investigação mais complexa e longa, além de incluir atores deste setor no balaio da corrupção nacional.

Vencida essa fase, a Procuradoria Geral da República (PGR) precisa aceitar ou não as provas como indicativas da autoria dos crimes e oferecer denúncia ao STF.

Dois anos depois de divulgada a chamada lista de Rodrigo Janot e da abertura de inquérito contra 50 políticos, em março de 2015, 40% dessas investigações foram arquivadas no todo ou em parte, ou juntadas a outra apuração pela PGR. Ou seja, a questão vai além do binômio culpado ou inocente: é possível comprovar a culpa?

E aqui entra o terceiro ponto: a conhecida morosidade da Justiça pode garantir que boa parte dos crimes cuja suspeita foi anunciada prescreva antes de chegar à corte.

Basta relembrar o caso recente do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), cuja acusação de peculato demorou seis anos entre abertura de inquérito e oferecimento da denúncia e outros três anos para que a denúncia fosse aceita pelo STF. Ainda não entrou na pauta da corte para ser julgado.

A maior parte dos crimes em questão prescrevem entre 12 e 16 anos, e esse tempo é reduzido pela metade nos casos de réus com mais de 70 anos, faixa etária de alguns dos suspeitos da ocasião.

Há, ainda, o término do mandato do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em agosto. É ele quem chefia a equipe responsável por aceitar ou recusar as provas produzidas, oferecendo a denúncia ao STF.

Sua substituição ocorre a partir de lista tríplice, da qual o presidente da República pinça o eleito. Em outros tempos, o titular do cargo respondia pelo apelido de "engavetador geral da República". No contexto atual, há muito em jogo no âmbito desta escolha.

A esperança de que o Brasil de hoje avance rumo a um país com menos corrupção precisa de lastro do controle e da pressão sociais para que não se mude tudo para que continue como está.
Herculano
14/04/2017 06:10
PALAVRA DE QUEM ENTENDE

Nenhum político eleito conseguiu tal feito sem o caixa dois. Com a palavra, os eleitos.

Aliás, as eleições de outubro do ano passado, onde as doações de empresas eram proibidas, isso ficou evidente. Quem falhou? O Ministério Público, os adversários e o cidadão que viram tudo e se omitiram.

Só eles. Porque não representaram, não denunciaram ou não colheram provas suficientes para tipificar o crime perante a Justiça.

Correr atrás do mal feito, é sempre bem mais difícil. Veja o que acontece agora, com as delações.

Apesar dos robustos indícios, das provas testemunhais e materiais, os políticos continuam desafiando as testemunhas, os investigadores, os procuradores, a Justiça, a imprensa, os eleitores e principalmente os pagadores de pesados impostos que sustentaram a ladroagem e os poderosos: juram que é mentira, que são santos e éticos.

E se não cuidarem, ameaçam, quem vai ser preso serão os denunciantes, quem vai responder e ter problemas são imprensa e os eleitores que insistirem em rotularem os políticos envolvidos como ladrões da confiança popular. Meu Deus!
Herculano
14/04/2017 05:59
EM VÍDEOS, MARCELO ODEBRECHET SUBSTITUIU DESAFIO POR SUBMISSÃO, por Nelson de Sá, no jornal Folha de S. Paulo

Há um ano e meio, o Marcelo Odebrecht que surgiu diante das câmeras, em depoimento, era outro. Firme, por vezes desafiador, questionava as acusações com frases como "Nada ficou provado contra mim". Sobre a prisão, reclamava de seu "efeito sobre a minha imagem".

Nos novos vídeos, quando esses questionamento e preocupações ficaram definitivamente para trás, ele obedece a tudo sem resistir.

Quando instruem que apresente seus dados pessoais "olhando para a câmara", ele se vira, olha e aguarda nova ordem para começar a falar. E depois dá respostas também mecanicamente, sem emoção, às questões que vão sendo levantadas quase burocraticamente.

A cena não indica humilhação, mas submissão, talvez resultado do tempo que já passou encarcerado, com vida regrada ao detalhe.

Quando muito, Marcelo Odebrecht se permite divagar sobre "como funciona a sistemática", a distribuição do dinheiro. Racionaliza que jamais gostou de "contrapartida específica" - o varejo - e que "ser um grande doador é sempre melhor" - o atacado.

Talvez fosse diferente o final da trama, é o que parece sugerir, se tivesse seguido o próprio gosto, em relação à sistemática.

Muito diferentes são a empostação que Emílio Odebrecht, seu pai e patriarca do grupo, adota em vídeos de depoimento e a maneira como organiza a compreensão do que vinha sendo revelado.

Não desafia nem se submete, fala com distanciamento, como quem já está afastado do conflito, e com segurança, como quem não pode mais ser transformado em protagonista, papel designado ao filho.

A distribuição de dinheiro surge como algo institucionalizado, para servir a um sistema político com partidos demais. O que porém não exime sua empresa, tratada em plural majestático, porque, afinal: "Nós passamos a olhar isso como normalidade".

Diferentemente do que acontece nos questionamentos ao filho, tratado com frieza factual, o inquiridor do pai se permite racionalizar também, dialogar.

Por exemplo, quando ouve que "tudo isso é feito há 30 anos", o procurador toma a iniciativa de argumentar, quase pedindo aprovação:

"Sempre há um momento para começar a resolver. Estamos tentando mudar as coisas como vinham sendo feitas. Vamos ver se a gente consegue melhorar o nosso país."

Muito distante de ambos, pai e filho, é a presença de Márcio Faria da Silva em seus vídeos, os mais bombásticos e teatrais, até onde foi possível assistir.

Ele não era proprietário, mas um funcionário ?"executivo?" da Odebrecht, e seu tom é de quem atuava na linha de frente, no balcão.

Usa expressões como "um belo dia", para iniciar o relato de sua reunião em 2010 com Michel Temer, e chama o procurador seguidamente de doutor.

Esparrama-se na cadeira, costurando detalhes como o fato de que o motorista precisou recorrer ao aplicativo Waze para achar o caminho e em qual posição cada um se sentou à mesa.

Seus gestos são largos, ele se estende sobre um lado e outro da mesa, parece estar numa conversa informal, reapresentando uma cena engraçada.

Tanto quanto o que relata, é sua postura que desrespeita quem é hoje o presidente da República.

"Apresentações, muitas amenidades, falamos da política, eu até perguntei: 'Mas, doutor, como é que é ser vice da Dilma? Dizem que é uma pessoa complicada'. Aí o pessoal riu, aquela coisa toda, e para minha surpresa, até com intimidade, falou: 'Não, qualquer coisa, estes rapazes resolvem, ela vem e fica aqui."

Os rapazes Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves fariam com que ela se sentasse em seu colo, descreveu o delator, reproduzindo o gesto de apontar o próprio regaço.
Roberto Sombrio
13/04/2017 23:09
Oi, Herculano.

Os bandidos Brasil afora estão dizendo que tudo foi declarado na Justiça Eleitoral.
Está na hora de alguém bater na porta da Justiça Eleitoral e dizer que o dia já clareou e precisam trabalhar.
Quanto ganharam de propina para não se espantar com as cifras volumosas e fechar os olhos?

O Governo do prefeito Kleber mais parece a Odebrecht com tanta gente debaixo das asas.
Aloisius Pintagnorelli
13/04/2017 21:37
Herculano,

Eu gostaria de saber a opinião do tucano Mario Pera e ex tucano Êcio Carlos Oliveira,a respeito do mar de lama em que se encontram seus líderes, José Serra, Geraldo Alckmim, Dalirio Beber, Napoleão Bernardes e até o FHC.
Entrei no PSDB como muitos a convite de Oliveira hoje petista.
Estou envergonhado e vocês dois o que me dizem? PSDB igual ao PT, nem o Covas escapou, pois tem denúncia de maracutaias em governo.
Tudo bandido né Mário?
Só não me digam que é normal caixa 2, que tudo goi aprovado e declarado na justiça eleitoral.
Mariazinha Beata
13/04/2017 21:18
Seu Herculano;

Olha só que maravilha encontrei no Blog do Políbio

"A ex-presidente Dilma Rousseff passou por mais um constrangimento durante sua viagem aos Estados Unidos bancada pelo contribuinte brasileiro. A petista foi chamada de "ladra de merda" por um estudante enquanto falava na The New School, em Nova York.

Os videos de MO e Emílio Odebrecht, mais 76 executivos e diretores da Odebrecht, já circulavam nas mídia e nas redes sociais.

A petista discorria sobre teorias mirabolantes sobre seu impeachment, quando um estudante passou bem enfrente ao palco e falou:

- Yu're a fucking thief.

Ele falou duas vezes, olhando na direção de Dilma, que ficou atônita."

O corajoso estudante disse o que todo brasileiro honrado e trabalhador tem vontade de dizer.
Medalha pra ele!!!
Bye, bye!
Ana Amélia que não é Lemos
13/04/2017 20:57
Sr. Herculano:

Fui ao PROCON hoje e estava aberto.
O comentário entre os servidores é que o Prefeito Kleber não é católico, mas pelo menos não é um malandro como o anterior.
Fui tratada com educação, atenção e simpatia.
O moço que me atendeu, ao se despedir (cheguei a ruborizar) levantou-se e estendeu a mão.
Fiquei impressionada.
Herculano
13/04/2017 20:36
CARF LIVRA ITAÚ DE PAGAR R$ 25 BILHÕES EM IMPOSTOS

Conteúdo do Poder 360. O Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) decidiu por 5 votos a 3, que o Itaú não precisa pagar impostos no processo de fusão com o Unibanco. Isso significa uma derrota de R$ 25 bilhões para a Receita Federal.

O Ministério da Fazenda queria cobrar Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido por ganhos de capital no processo de fusão.

A cobrança de tributos sobre a fusão do Itaú e do Unibanco era o processo de maior valor que tramitava no Carf.

Ficou conhecido pelo fato de seu ex-relator, João Carlos Figueiredo Neto, ter sido preso por cobrar propina para proferir voto favorável ao banco. Ele não atua mais no conselho.

Vinculado à Receita Federal, o Carf julga recursos contra a cobrança de multas e tributos. Está com 19 cadeiras vagas segundo o último levantamento, divulgado no dia 17 de março
Mariazinha Beata
13/04/2017 20:34
Seu Herculano;

Se Ana Paula Lima é musa e a vereadora Mariluci é a boneca do PT, a deputada Maria do Rosário seria miss universo?
Bye, bye!
Herculano
13/04/2017 20:30
NÃO TEM JEITO. ENLAMEADO CONTINUA DESAFIANDO. "SE PROVAR R$ 10 ILÍCITOS, EU PARA COM A POLÍTICA", DIZ LULA SOBRE AS DELAÇÕES

Marcelo Odebrecht relatou propinas para campanhas do petista

Lula desafia empresários a apresentarem provas de irregularidades

Ele diz que acusações são inverossímeis: 'não vou rir nem chorar'


Conteúdo e texto do Poder 360. Após a divulgação das delações da Odebrecht, o ex-presidente Lula (PT) voltou refutar as acusações contra ele. "São tão inverossímeis as acusações [de Marcelo Odebrecht], que não vou rir nem chorar", disse.

O petista falou na manhã desta 5ª feira (13.abr.2017) à Rádio Metrópole, de Salvador. Ele desafiou empresários a apresentarem provas de pedidos de propina. "O dia que alguém provar um erro meu, ou R$ 10 reais ilícitos na minha vida, eu paro com a política", disse.

Em depoimento, o empresário Marcelo Odebrecht afirmou que havia R$ 35 milhões "no saldo do amigo, que é Lula". Ele falava sobre a distribuição de propinas da empreiteira, coordenada pelo departamento de operações estruturadas da empresa.

O ex-presidente afirmou que vai analisar as delações. E preparar a defesa para seu depoimento ao juiz Sérgio Moro, no dia 3 de maio, em Curitiba. Lula afirmpu que fica "abismado" em cada depoimento que tem de prestar à Justiça. "Querem apenas encontrar o conteúdo para colocar na tese deles."
Herculano
13/04/2017 19:33
A NOTA OFICIAL DO GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA NESTA QUINTA-FEIRA SOBRE AS DELAÇÕES QUE ENVOLVEM POLÍTICOS, GESTORES E O GOVERNADOR RAIMUNDO COLOMBO, CONTÉM UMA PERIGOSA AMEAÇA AO EXERCÍCIO DO JORNALISMO DA IMPRENSA LIVRE, INVESTIGATIVA E PROFISSIONAL COMPROMETIDA COM O SEU PÚBLICO

Veja a íntegra da nota

A versão dos delatores da Odebrecht sobre contribuição para campanha que está sendo noticiada é absurda, carregada de mentiras, ódio e revanchismo.

Isso porque em nosso governo não foi celebrado contrato, não foi feito nenhum pagamento, nem foi concedida qualquer vantagem à empresa citada. A Casan não teve uma única ação vendida a quem quer que seja e continua sendo inteiramente pública.

Neste momento importante que atravessa o país, é preciso separar o joio do trigo, afim de evitar que sejam cometidas injustiças que se tornem irreparáveis.

O Governo do Estado não tem nada a esconder. Está pronto para esclarecer todos os pontos de uma eventual investigação, se essa vier a ser instaurada.

Estes são os fatos.

Governo do Estado de Santa Catarina

Volto. A advertência está neste parágrafo: "neste momento importante que atravessa o país, é preciso separar o joio do trigo, afim de evitar que sejam cometidas injustiças que se tornem irreparáveis". Reajam, catarinenses!

Este momento realmente é importante. Há duas versões. Uma sólida de quem dava o dinheiro. A outra, de quem, diz que não recebeu e trabalhou de forma profissional para evitar as pegadas, exatamente para ter álibis e insistir na defesa como a que faz agora. A luz do sol é o melhor asséptico.

Tentar impedir que tudo seja esclarecido em público, à vista de quem escolheu pelo voto livre e que paga com os pesados impostos os caros os políticos e seus gestores públicos, é no mínimo impor censura, que só serve a quem possui culpa e quer diminui-la, ou negá-la pelo silêncio dos meios de comunicação.
Herculano
13/04/2017 18:58
QUEM É CONTRA A A REFORMA TRABALHISTA?

A cara, burocrata, ineficaz, protetiva e ideológica Justiça do Trabalho. Os conflitos vão diminuir significativamente com os acordos patronais e laborais.

Quem vai ganhar? Os sindicatos que intermediarão os acordos,os trabalhadores que terão mais oportunidades de empregos protegidos pela legislação e as empresas, que não funcionam no modelo padrão de 1920, quando a atual CLT foi pensada pelo ditador fascista, Benito Mussolini.
Herculano
13/04/2017 18:47
EM PORTUGAL, TORCEDORES DESEJARAM QUE RIVAL TIVESSE O DESTINO DO TIME DA CHAPECOENSE QUE MORREU NA SUA MAIORIA NO ACIDENTE AÉREO DA COLõMBIA. VERGONHA

Conteúdo das agências internacionais. Texto da revista Placar. Durante um jogo de handebol entre os dois clubes portugueses, torcedores do Porto cantaram o seguinte: "Quem me dera que o avião da Chapecoense fosse do Benfica".

"A Associação Chapecoense de Futebol manifesta-se com profundo pesar sobre tais fatos, que não são próprios de pessoas de bem e do meio esportivo, cujo ambiente deve ser sempre de respeito e solidariedade ao adversário e não de propagação de ódio e cizânias, mormente nos conturbados tempos atuais da humanidade", diz trecho da nota divulgada pelo clube catarinense.

Em Portugal, a atitude dos torcedores do Porto, pertencentes a um grupo chamado Super Dragões, causou grande indignação e a diretoria do clube já a condenou publicamente. "O FC Porto se distancia de todos os cânticos ofensivos e apela para que o apoio se mantenha dentro dos limites do bom senso", disse a diretoria em nota oficial. O Benfica também se pronunciou sobre o incidente: "Que este triste episódio, que a todos nos envergonha, sirva para todos refletirmos sobre as nossas responsabilidades e contribuirmos para acabar com este clima de tensão".
Herculano
13/04/2017 18:34
ATAQUE FRONTAL AO FORO PRIVILEGIADO, por José Casado, em O Globo

Em apenas 94 dias, aumentou em 23,2% o número de inquéritos no Supremo Tribunal Federal contra parlamentares e ministros com foro privilegiado. Eram 357 em dezembro. Agora são 440, segundo a contabilidade do tribunal.

Os 83 novos inquéritos são consequência dos três primeiros anos de investigações na Lava Jato. Em conjunto, representam o golpe mais duro já desferido nos 127 anos de história do Supremo na fase republicana contra uma reminiscência aristocrática, o foro privilegiado.

Um dos efeitos é o congestionamento. Mas o Supremo, na essência, é um tribunal onde políticos vestem toga. Assim, a solução será política. Se o Congresso não mudar o foro especial, os juízes se mostram dispostos a adotar restrições ?" limitando-o aos delitos praticados "no cargo e em razão do cargo".

Caso já houvesse mudado, inquéritos como do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) estariam na primeira instância.

O senador Lindbergh, expoente do lulismo nascido na União Nacional dos Estudantes, recebeu R$ 4,5 milhões da empreiteira nas campanhas de 2008 e 2010. Eleito prefeito de Nova Iguaçu, um dos 20 maiores colégios eleitorais do país, deu à Odebrecht um programa habitacional destinado aos eleitores pobres.

Já o deputado Paulo Pereira, líder da central metalúrgica Força Sindical, foi reconhecido pela solidariedade à empresa numa greve em 2013, opondo-se aos trabalhadores da subsidiária de Santos (SP). Na eleição seguinte, "Paulinho" foi agraciado com R$ 1 milhão.

Ambos são acusados de crimes supostamente cometidos antes do atual mandato. Num regime do foro privilegiado, mas restrito, seus processos estariam nas mãos de juízes federais como Sérgio Moro, de Curitiba, ou Marcelo Bretas, do Rio. No Supremo, correm outros riscos: caso seus inquéritos virem processos antes da próxima eleição, por decisão do colegiado de juízes, dificilmente poderão disputar novos mandatos. Seriam enquadrados na lei da ficha-limpa
Herculano
13/04/2017 18:32
VAI PIORAR PARA OS LADRÕES E O PT.PALOCCI ESTÁ NEGOCIANDO COM PF

Conteúdo de O Antagonista. Antonio Palocci está negociando um acordo com a PF.

Lindbergh Farias foi visitar José Dirceu no Complexo Médico-Penal exatamente por esse motivo: para levar e trazer recados.

Os petistas já sabem que Lula será preso.

De acordo com a coluna Radar, da Veja, "a revelação de que a Odebrecht matinha uma poupança milionária para Lula trouxe ao PT a mesma percepção de 9 em cada dez brasileiros: sem foro privilegiado e no alvo de Sérgio Moro, a prisão de ex-presidente virou uma questão de tempo".

Lula está apavorado.

Alexandrino Alencar deve ter se inspirado em Deltan Dallagnol para fazer o organograma que entregou à PGR relacionando Lula a propinas pagas pela Odebrecht.

Está tudo lá: as obras no sítio de Atibaia, a compra do imóvel para o Instituto Lula, a propina a Taiguara Rodrigues em Angola, a propina paga ao filho Luís Cláudio Luleco na Touchdown, a mesada a Frei Chico, irmão de Lula, a conta Amigo da Planilha Italiano e a Arena Corinthians.

Mais didático impossível.

Emilio Odebrecht, em sua delação, diz que Lula é uma das pessoas mais intuitivas que ele já conheceu na vida.

"Ali é intuição pura, parece até feminina. Ele pega as coisas rápido. É um animal político, um animal intuitivo.
Herculano
13/04/2017 18:32
VAI PIORAR PARA OS LADRÕES E O PT.PALOCCI ESTÁ NEGOCIANDO COM PF

Conteúdo de O Antagonista. Antonio Palocci está negociando um acordo com a PF.

Lindbergh Farias foi visitar José Dirceu no Complexo Médico-Penal exatamente por esse motivo: para levar e trazer recados.

Os petistas já sabem que Lula será preso.

De acordo com a coluna Radar, da Veja, "a revelação de que a Odebrecht matinha uma poupança milionária para Lula trouxe ao PT a mesma percepção de 9 em cada dez brasileiros: sem foro privilegiado e no alvo de Sérgio Moro, a prisão de ex-presidente virou uma questão de tempo".

Lula está apavorado.

Alexandrino Alencar deve ter se inspirado em Deltan Dallagnol para fazer o organograma que entregou à PGR relacionando Lula a propinas pagas pela Odebrecht.

Está tudo lá: as obras no sítio de Atibaia, a compra do imóvel para o Instituto Lula, a propina a Taiguara Rodrigues em Angola, a propina paga ao filho Luís Cláudio Luleco na Touchdown, a mesada a Frei Chico, irmão de Lula, a conta Amigo da Planilha Italiano e a Arena Corinthians.

Mais didático impossível.

Emilio Odebrecht, em sua delação, diz que Lula é uma das pessoas mais intuitivas que ele já conheceu na vida.

"Ali é intuição pura, parece até feminina. Ele pega as coisas rápido. É um animal político, um animal intuitivo.
Herculano
13/04/2017 18:25
AS DELAÇÕES DA ODEBRECHET LAVARAM A ALMA DO JUIZ SÉRGIO MORO. E O PT AINDA INSISTE QUE ESTÁ SENDO PERSEGUIDO PELA TAL REPÚBLICA DE CURITIBA (PROCURADORES E O MORO)?

FALTA CRIATIVIDADE DO JOÃO SANTANA? FALTA VERGONHA NA CARA? OU AINDA INSISTE EM NOS TRATAR COMO IMBECIS, ANALFABETOS, IGNORANTES E DESINFORMADOS?

AGORA DEFENDE O VOTO EM LISTA E DEPOIS DE ROUBAR E DEIXAR SEUS SóCIOS BILHÕES DE REAIS DOS PESADOS IMPOSTOS DOS BRASILEIROS E INCLUSIVE DOS 13,5 MILHÕES DE DESEMPREGADOS, QUER DOIS BILHÕES PARA CABALAR VOTOS PARA OS LADRÕES NO ANO QUE VEM. WAKE UP, BRAZIL!
Herculano
13/04/2017 18:18
ANTES, FINDOMUDISTÃO PIORA; DEPOIS TAMBÉM. DE VERDE E AMARELO!por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Gostaria de enxergar motivos para dizer um desses otimismos realistas e tranquilizadores. Poderia ser algo assim: "Paciência, brasileiros! Antes de melhorar, vai piorar muito". Ocorre que estou certo de uma coisa, mas não de outra. Até porque, desta feita, a imprensa, que já foi a grande sentinela do Estado de Direito, está, com poucas exceções, mais rendida à lógica da polícia do que à da política.

Sim, muitos dissabores estão ainda por vir. Mas quem remedeia os remédios, para lembrar pergunta de Padre Vieira? Os que teriam condições e competência para fazê-lo foram enviados à cafua. Se é verdade que os corruptores compraram o processo político e monetizaram a moralidade, mais evidente ainda é que o Ministério Público Federal concedeu a esses senhores a licença para sequestrar a vida pública. Estamos vivendo, agora sim, o processo pleno de privatização da política.

Notaram? Os 200 milhões de brasileiros são hoje reféns de empreiteiros e de quem mais a eles se juntar em troca de benefícios. Em breve, nenhum deles deverá mais nada à Justiça. Mas os escombros institucionais ficarão por aí por muito tempo. Eles serão os delatores premiados, e nós, os inocentes punidos.

Aconteceu, com sobras, o que antevi neste espaço algumas vezes. Sumiu da "narrativa", como virou moda dizer hoje em dia, o PT como o partido que deu organicidade à corrupção, que a estruturou, que a profissionalizou, que a transformou num método de gestão da coisa pública.

O assalto aos cofres, como sabemos, era instrumento do assalto à institucionalidade. Não estamos falando de mafiosos que, vá lá, ainda que atuando à margem da lei, referendam o sistema ao ir à missa aos domingos, ao beijar a mão do padre, ao fazer caridade. Nada disso! A propina e a pistolagem buscavam mudar o DNA da democracia. Os ladrões tinham um projeto de reforma política. Os ladrões tinham um projeto de política industrial. Os ladrões tinham um projeto de reforma tributária.

E, no entanto, depois de três anos da Lava Jato, qual é o saldo? Todos os partidos são iguais. Todos os crimes são iguais. Todos os políticos são iguais ?" só os irrelevantes podem alegar a diferença. O justo repúdio ao PT degenerou em ódio à política, aos partidos, às instituições.

Os procuradores sabem, Rodrigo Janot sabe, os advogados sabem que ninguém será condenado por corrupção passiva, por exemplo, se o órgão acusador não evidenciar a troca, a contrapartida, o benefício que o corrupto passivo franqueou ao ativo ?" a menos que se queira condenar sem provas, e aí já estaremos em outro terreno. A baciada de acusados de Janot, tornada a baciada de investigados de Edson Fachin, parece organizada não para fazer justiça, mas para fazer o justiçamento da política brasileira.

É essa elite que aí está que vai ter de fazer as reformas da Previdência e trabalhista. A ela também caberá disciplinar as eleições do ano que vem. E seria forçoso que o fizesse no âmbito de uma reforma política ampla, que pudesse aprimorar os instrumentos da representação democrática.

É evidente que há o risco de o processo ser tragado pelo que chamo "Findomundistão" verde-amarelo, com os grandes moralistas a pedir que a República seja reconstruída do zero, já que as lideranças relevantes teriam perdido legitimidade para mudar o sistema.

Fiquem atentos! O primeiro que gritar "Constituinte!", sob qualquer pretexto, estará se apresentando como arauto do abismo redentor. O Congresso não tem saída. Está obrigado a ressuscitar. Não pode ele também renunciar à política por causa da polícia
Herculano
13/04/2017 18:06
INDEFESO, LULA MENCIONA DO PAPA A BEIRA-MAR, por
Josias de Souza

A julgar pela entrevista que concedeu a uma emissora de rádio na manhã desta quinta-feira, nem o próprio Lula se apega mais ao mito Lula. O personagem falou como ex-Lula. "?Nós estamos vivendo uma situação em que todo mundo está com medo. Todo mundo está acovardado. E nós estamos sendo governados por uma operação lá de Curitiba", disse a certa altura, sem se dar conta de que, no seu caso, a vida é governada pela Odebrecht.

Antes, Lula limitava-se a exaltar a própria honestidade. Agora, com seu nome jorrando dos lábios de delatores como água em chafariz, o ex-Lula se esforça para desmerecer a investigação: "Você pega o Fernandinho Beira-Mar, está preso, incomunicável, matou mais de 600 pessoas, chama ele pra fazer uma delação premiada. Ele vai acusar até a mãe dele. [?] A delação premiada é uma coisa espontânea. Não é uma coisa sob tortura." Para azar do personagem, as 78 delações foram filmadas.

As cenas foram expostas na televisão, no rádio, na internet, nos jornais, em toda parte. Exibem executivos metódicos. Munidos de anotações, falam pausadamente. Tortura-os apenas a vigilância dos seus advogados, regiamente remunerados para funcionar como babás jurídicas. Ouvindo-os, o país confirmou o que já sabia: o limite entre o que pode e o que não pode no Brasil depende apenas da capacidade do transgressor de enxergar o valor do gestor público.

Não podendo mais negar o inegável, o ex-mito se defende como quem joga porções de barro na parede, na expectativa de que cole. "Tem um cidadão que diz que Odebrecht dava R$ 5 mil pro meu irmão Frei Chico. (?) Eu nunca dei um real pro meu irmão porque ele nunca precisou e nunca pediu pra mim. Se a Odebrecht resolveu das R$ 5 mil, problema da Odebrecht. Por que vem colocar o meu nome nisso?" É mesmo infinita a generosidade do empresariado nacional! Paga mesada até a quem nunca pediu.

"Meu filho estava envolvido no futebol americano, tinha patrocínio. Ora, qual é o crime?", indagou o entrevistado, sem fazer menção ao apelo que dirigiu a Emílio Odebrecht para que ajudasse o seu caçula a empreender. Nada que o patriarca da empreiteira não pudesse entender, sobretudo porque pedia a ajuda de Lula num empreendimento bem mais lucrativo: azeitar as relações do filho Marcelo com a então presidente Dilma Rousseff. Ambos falavam de negócios de pai para filho, do tipo uma mão suja a outra.

"Fui incriminado por um apartamento que não é meu, (?) sou acusado de uma reforma de um sítio em Atibaia. O sítio não é meu. O sítio tem dono, tem cartório, tem tudo. Mas como eles contaram uma mentira, eles não têm agora como sair." De fato, a mentira aprisiona as pessoas. Mas o ex-Lula terá a oportunidade de esclarecer por que não desautorizou Emílio quando foi comunicado, no Planalto, de que a reforma que sua mulher Marisa Letícia encomendara seria entregue no prazo.

Ex-Lula prosperou muito desde que deixou a Presidência. Mas suspeita que tem gente faturando em seu nome. "Quem tiver contando mentiras, quem tiver inventando historinhas, quem tiver dizendo que criou uma conta pra mim, para um terceiro? Já faz sete anos que eu deixei a Presidência. Essa conta está onde? Esse terceiro está onde? Esse cara deve estar comendo, então, o dinheiro que era pra mim, porra!"

Na planilha do departamento de propinas da Odebrecht, a conta destinada ao "Amigo" Lula tinha um saldo inaugural de R$ 40 milhões, disse o delator Marcelo Odebrecht ao juiz Sergio Moro. Os desembolsos eram ordenados pelo grão-petista Antonio Palocci, que indicou um auxiliar para buscar o dinheiro vivo, sempre que necessário. Palocci está trancafiado em Curitiba. Com a intuição já meio cansada, ex-Lula ainda não se deu conta de que o companheiro pode estar na fila da delação.

"Que a Operação Lava Jato funcione, que ela explore quem fez corrupção, que apure e que prenda as pessoas que roubaram, está tudo correto", declarou Lula, antes de voltar a perder o nexo: "O que não está correto é você paralisar o país por conta de uma investigação. Não está correto. Daqui a pouco, está entrando o papa Francisco nesse negócio. Daqui a pouco acusa todo mundo, todo mundo, todo mundo? E sem provas, apenas porque alguém falou, que ouviu dizer, que não sei das contas."

Excetuando-se o ex-Lula, ninguém ousou jogar o nome do Santo Padre na lama. Não há espaço para tão imaculada figura no submundo da política brasileira. Se as revelações da Odebrecht indicam alguma coisa é que Deus está em toda parte, mas o Tinhoso controla a cleptocracia implantada no Brasil. A situação penal do ex-Lula continua precária. Mas ele pelo menos já dispõe de companhia. ''Quando aparecem os outros partidos que acusaram o PT, pelo menos você tem um alívio. A mascara está caindo. Mas não fico feliz. Queria que não tivesse o PT nem ninguém.''
Herculano
13/04/2017 17:56
A INCOMPETÊNCIA DA IMPRENSA CATARINENSE

Parte das surpresas que os catarinenses estão expostos nas revelações dos delatores da Odebrecht na Lava Jato, é fruto da incompetência da imprensa local, vendida na sua liderança a um grupo de negócios, que usava o jornalismo como arma de sobrevivência comercial, a gaúcha RBS. Eu a conheci bem. Valente, só com os empresários.

A RBS trouxe a sua trupe de alienados de fatos, história e memória catarinense, desfez-se dos conheciam os porões da política, a manha e os traços da boa e má personalidade dos políticos de Santa Catarina. Trabalhou com servis de lá e de cá. Foi uma máquina de negócios, ganhou dinheiro,e agora na hora das vacas magras, se retira, lava as mãos.

Isso se deu com mais intensidade a partir do governo de Luiz Henrique da Silveira, onde o executivo da RBS, Derly Massuad de Anunciação, integrou o governo de Santa Catarina e ficou por lá por 12 anos. Hoje com a retirada dos gaúchos do poder e a saúda da RBS catarinense dos negócios de TVs e jornais (uma assunto ainda muito nebuloso, de quem exige transparência dos outros), Derly foi para a Ric Record.

Foi dele a ideia de instrumentalizar a Adjori - a Associação de Jornais do Interior de Santa Catarina -, e com verbas governamentais centralizadas aos pequenos jornais. Criou com isso a danosa hegemonia protetiva nos jornais do interior - este Cruzeiro do Vale não faz parte do esquema, não está na diretoria da entidade e por isso, nem recebe prêmios. Prefere a independência e a liderança na circulação e nos acessos do seu portal próprio, diferente do pasteurizado da Adjori para os seus.

Calada, comprada, sem críticos com autoridade e liberdade, o governo do estado reinou como quis nos seus negócios de poder na imprensa catarinense. Na coluna de terça-feira, mostrarei melhor esses danos. Se foi bom para os políticos no poder, foi muito ruim para os catarinenses pagadores de pesados impostos, e num estado modelo que começou a ser destruído por gente como Paulo Afonso Evangelista Vieira, PMDB; Esperidião Amim Helou Filho, PP, mas que tinham, ao menos, naquela época, uma imprensa mais atenta, do que a que agraciou com vendas nos olhos, Luiz Henrique da Silveira e Raimundo Colombo. Reajam, catarinenses!
Herculano
13/04/2017 12:32
A DELAÇÃO DEMOLIDORA SOBRE A POLÍTICA EM BLUMENAU

Conteúdo do Informe Blumenau. Texto Alexandre Gonçalves.Paulo Weizel foi superintendente da Odechecht na região sul do país. Entre suas atividades, tinha a tarefa de prospectar políticos com densidade eleitoral nas cidades de interesse da empreiteira.

Foi ele que visualizou em Ana Paula Lima (PT), Jean Kuhlmann (PSD) e Napoleão Bernardes (PSDB) um investimento futuro. Eram os três candidatos a prefeito de Blumenau em 2012, cerca de dois anos depois que a empresa começou a implantar a rede de esgoto na cidade, num processo conturbado e nebuloso.

PS: Tinha um quarto candidato, Osni Wagner, do PSOL.

Paulo Weizel é um dos mais de 70 executivos da Odebrechet que fez a delação premiada. O vídeo de seu depoimento é devastador. Ele garante ter destinado R$ 500 mil para cada candidatura em Blumenau, R$ 1,5 milhão. E dá detalhes.

Diz que o dinheiro para a candidatura tucana foi entregue na imobiliária Orbi, de propriedade do senador Dalirio Beber, citando ainda o bairro Ponta Aguda. O delator fala como se deu depois a renegociação do contrato com a Odebrecht Ambiental, começando pela conversa com o prefeito, logo depois de eleito.

"Ele me disse. Paulo, esquece?compensações financeiras nem pensar. Podemos fazer ajustes no contrato, readequação dos prazos e outros ajustes", afirmou Paulo sobre a conversa com Napoleão Bernardes, dizendo que a empresa ficou satisfeita com o acordo.

Cássio Quadros (PSD), então chefe de gabinete do prefeito João Paulo Kleinübing (PSD), foi quem teria recebido os valores para a candidatura Jean Kuhlmann, que recebeu R$ 500 mil como os outros e não cerca de R$ 50 mil, como apareceu na petição.

Décio Lima(PT) teria intermediado os recursos para a campanha de Ana Paula Lima(PT).

E cerca de R$ 120 mil foram encaminhados para algumas campanhas de vereadores selecionadas a dedo, mas que o delator não soube citar os nomes.

Confesso que o nível de detalhamento me constrangeu. Fica difícil pensar porque o delator mentiria num caso desse.

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