Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

13/11/2017

EX-PREFEITO FURA A FILA NO POSTO DE SAÚDE E TEM GENTE QUE ACHA ISSO NORMAL. PODE?

Na coluna de segunda-feira, só aqui, os gasparenses souberam que bem em meio ao caos da Saúde Pública em Gaspar e sob o combate acirrado – e acertado, neste aspecto – da dita oposição ao governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, um dos causadores e agora crítico desta situação caótica, o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT e que é assessor do deputado Décio Neri de Lima, PT, resolveu complicar e dar o pior dos exemplos à comunidade, aos doentes, pobres e desassistidos.

Zuchi furou a fila dos postinhos para ser atendido privilegiadamente no posto do Bela Vista (divisa de Blumenau), a quase 20 quilômetros do posto onde está inscrito, no outro lado da cidade, o do Barracão (na divisa com Brusque), pois residiria no Bateias. Como? Zuchi usou um esquema de facilidades que agora a prefeitura resolveu apurar quem facilitou e o porquê disso. Quem ajudou Zuchi no posto do Bela Vista, fraudou não apenas um protocolo, mas a cidadania, para diminuir só ao prefeito, por suposto poder, “autoridade” ou amizade, a fila de mais de 40 dias para apenas seis. Dissimuladamente, usou um protocolo de emergência, só possível às grávidas. Meu Deus!

Na coluna para a edição impressa de sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale, voltei ao tema, de forma mais sucinta. Evitei recontar o caso. Escrevi que não entendia como situação e oposição se silenciaram na Câmara sobre o assunto, numa autoproteção dos poderosos naquilo que é errado e usurpam dos fracos, doentes e desassistidos. Um lavando a mão do outro e muitos pagando por isso.

Entretanto, entre os comentários que recebi e aprovei da coluna internet, estava um de quem se identificou como Juverci da Motta. Pasmem, defendendo o ex-prefeito.

“A verdade deve se sobrepor aos interesses políticos e diferenças pessoais. Vamos ao ponto: 1) no Barracão não tem médico dermatologista”; Interrompo: realmente não tem. E para acessar um, o protocolo diz, que o paciente dever ir ao posto [do Barracão], ser consultado por um clínico geral (espera média de 47 dias, atualmente); na consulta o clínico geral, constatando essa necessidade, encaminha o paciente para o atendimento de um dermatologista. A espera por um dermatologista pode ser de meses na Policlínica, onde estão reunidas (ao menos devia) as especialidades, ou com algum especialista conveniado (clínica ou consultório), com o mesmo tempo de espera. Ou seja, Zuchi não seguiu a via crucis a que todo pobre, doente e desassistido passa em Gaspar e em quase todos os outros lugares dependentes do SUS.

Mas, Juverci insiste: “2) O ex-prefeito tem plano de saúde;” Bom, se possui ou não, eu não sei. Mas, como é aposentado da Petrobrás, isso seria normal. E ai é de se perguntar: porque Zuchi, com plano de saúde, cercado de familiares médicos, foi furar a fila no posto de Saúde em Gaspar e longe da sua casa e posto original, o do Barracão? A ninguém que possui plano de saúde é proibido acessar o SUS, mas o governo deveria ser ressarcido pelo plano. Mas, isso é outro comentário e longe do foco deste comentário.

Juverci não desiste no seu arrazoado: “3) Ele {Zuchi] agendou esta consulta médica;”. Agendou, sim. E a fez de forma errada, torta. Esta é a questão que virou notícia. Ele deveria ter agendado no Barracão e esperado 47 dias lá por um clínico geral. Pulou. Ele conseguiu agendar no Bela Vista e lá deveria ter esperado 41 dias, mas conseguiu ser atendido no Bela Vista em seis dias.

Juverci insiste: “4) A demanda nesta especialidade [dermatologia, penso e não ginecologia] é pequena”; Em dermatologia? Brincadeira! Como já expliquei, e a secretaria de Saúde confirma por gente que não quer dar a cara (por que?) nesse angu, que não é. E além disso, não há, oficialmente, dermatologista trabalhando no posto do Bela Vista para a prefeitura: há clínico geral e como tal ele deve atender lá os pacientes.

E vejam essa conclusão de Juverci: “5) Não houve ‘fura fila’”. Mas, que teimosia! Diante de tudo o que já se esclareceu até aqui, quem parece estar errado é o doente, o pobre, o desassistido sem padrinho esperando por consultas há semanas e meses nas filas do sistema público de saúde de Gaspar.

E para finalizar Juverci no seu comentário dá chance à dúvida. Ainda bem! Todavia, percebam bem quem ele acha que deva ser punido: “6)Quero dizer que sou plenamente favorável de que busque a verdade, que se puna rigorosamente em caso de desvio de conduta, tanto o infrator (caso seja verdadeira a denúncia), quanto os que levantaram esta hipótese de conduta imoral e grave. Onde estão os edis da situação e oposição? Vão se calar? Busquem a verdade, ou demonstrarão serem medíocres”.

Entenderam como as coisas funcionam para os políticos poderosos quando usurpam o que é prioritário para o povo ou deve ser usado, no mínimo com igualdade entre os da Casa Grande e os da senzala? “Que puna rigorosamente em caso de desvio de conduta, tanto o infrator (caso seja verdadeira a denúncia), quanto os que levantaram esta hipótese de conduta imoral e grave”.

Bom a denúncia é verdadeira. Está documentada, a não ser que mudem as fichas dos protocolos e ai estará configurado outros crimes: o de falsidade ideológica e prevaricação. Mesmo sendo verdadeira, o leitor (ou leitora Juverci), defensor do ex-prefeito, acha também que devam ser punidos os que levantaram a questão, os que vão apurar a questão no âmbito administrativo, e quem divulgou esta questão: eu.

Entenderam como funciona o poder e os poderosos, mesmo fora do poder e contra os fracos, que mais precisam do sistema e bancam com seus pesados impostos e não obtém o justo retorno? A divulgação inibe esta prática danosa à cidadania e que cheira a privilégios.

Enquanto se quer que se esconda esses fatos graves no injusto sistema público de saúde, a fila dos pobres, doentes, fracos, desassistidos nos postinhos e no Hospital, que não se sabe quem é o dono, mas que usufrui dele, a só aumenta. Acorda, Gaspar!

O PASSEIO DOS VEREADORES DE GASPAR EM BRASÍLIA

Terça-feira é dia de sessão na Câmara em Gaspar. Todos sabem, principalmente os vereadores. Onde estavam os vereadores Francisco Solano Anhaia e Evandro Carlos Andrietti, ambos do PMDB, na terça-feira passada? Em Brasília. Fazendo o que? “Acompanhando” o prefeito eleito, Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e o de fato, o secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, presidente do PMDB de Gaspar, na suposta peregrinação por verbas a projetos do governo gasparense.

Kleber, como fazia Pedro Celso Zuchi, PT, e por isso era criticado, não avisou à população – a quem serve e motivo da sua eleição - que estava de viagem marcada, nem qual o motivo dela que justificasse a montanha de diárias (de terça a quinta-feira). Transparência e falta de respeito, zeros. Ou alguém acha que se compram cinco passagens aéreas, hospedagens para três dias e se estabelece uma agenda na Capital Federal sem uma antecedência mínima.

Muito menos os vereadores, tiveram essa preocupação o de mostrar de que estavam com essa agenda. A missão de vereador não é exatamente a de buscar verbas, mas a de legislar e fiscalizar o executivo em nome da população. Essa busca por verbas, ou seja, parte dos nossos pesados impostos, ela vira moeda de troca nas mãos de políticos, quando não desperdiçados ou sustento de corrupção dos que estão no poder, apesar de bem-vinda. Entretanto há ai explícitas segundas intenções.

A ida dos vereadores do PMDB a Brasília sabe-se bem a razão dela, além do passeio, selfies e histórias de deslumbramentos: foi o de tirá-los do fervor do debate dos problemas com os servidores, estes inconformados com a troca pelo governo do PMDB e PP do “auxilio alimentação” por tickets. Mais nada. Um prêmio.

Todos do PMDB se retiraram estrategicamente, nestas duas semanas, do debate e da pressão na Câmara: Francisco Hostins Júnior - que deverá retornar amanhã à liderança do governo -, Anhaia e Andrietti. Só isso!

A ida dos vereadores a Brasília não foi exatamente para encaminhar ofícios pedindo verbas para seus redutos eleitorais, como se apressaram em se justificar, orientados depois de se exibirem nas redes sociais, serem questionados e reportados aqui. Foi também um ato de campanha eleitoral do ano de 2018.

Os vereadores, como cabos eleitorais, aproveitaram para promover seus candidatos a deputado Federal. Entregaram e fotografaram papelinhos, que alimentarão discursos para pedir votos. Se as verbas vierem ou não, é um fato irrelevante. Vale o discurso. Vale a intenção. E a culpada se nada der certo como se propagandeou, sempre será, como tem sido, a tal burocracia. Teatro manjado.

CABOS ELEITORAIS

Ora, se os são cabos eleitorais dos deputados Federais, os vereadores viajantes com o dinheiro do contribuinte, deviam ao menos economizar isso. E tente leitor ver essas despesas de diárias no Portal da Transparência da Câmara.
Tudo embrulhado. É preciso máquina de calcular e muita paciência. E olha que há sentença judicial mandando clarificar isso e faz anos. Mas, como o Ministério Público não age e os políticos zombam.

Na terça os vereadores estavam em Brasília. Até segunda-feira, os seus candidatos deputados federais à reeleição estavam todos aqui no estado. Fazendo o que? Campanha, mapeando, ouvindo e recebendo pedidos (papelinhos) de lideranças e seus cabos eleitoras como os nossos vereadores. Fotos, entrevistas, redes sociais. Mais. Esses candidatos estavam em contato com os eleitores. Os jornais registram isso, é só ver o clipping diário que a Assembleia monta aos deputados estaduais.

Então, por que os vereadores de Gaspar não fizeram o mesmo e preferiram faltar a única sessão da Câmara na semana a que estão obrigados? Por que os candidatos à reeleição não vieram aqui para o contato com os eleitores e lideranças. Enquanto isso, o vereador quando viaja, além do passeio, ganha salário mesmo ausente da sessão pois justifica e ganha com as polpudas diárias, foge da pressão, do debate, do esclarecimento e até mesmo da defesa do prefeito. Papéis invertidos? Não vai dar certo, ou até vai, porque armam sem querer uma depuração nesse modo antigo de agir.

As eleições estão chegando e poderá ser tarde para a correção. As redes sociais não perdoam, as mesmas que os vereadores, os cabos, usaram para mostrar que estavam entregando docinhos e posarem com papelinhos, aos deputados, os seus candidatos. Acorda, Gaspar!

“OS DIREITOS ADQUIRIDOS” E O DISCURSO FÁCIL

“O suplente de vereador Wellington Carlos Laurentino, o Lelo Piava, e agora presidente do DEM de Gaspar, assumiu a vaga na Câmara no lugar de Franciele Daiane Back, PSDB, que estava na sessão, e disse que votaria para proibir vereador de ser secretário e para mudar o horário das sessões para mais tarde, negados por Franciele. Isso é passado. Se Lelo tivesse lá na época, talvez, tudo teria sido diferente, inclusive a vida do poder de plantão.

Na contramão, no presente, todavia, Lelo defendeu privilégios dos servidores, abonados por políticos descomprometidos e gestores com dificuldades de empregar a lei, e que não estão estabelecidos na legislação em vigor. Lelo se uniu à uma oposição bravateira, sem causa e a vereadores servidores que estão obrigados a este papel”.

Estas duas pequenas notas foram escritas para o “Trapiche” da coluna da edição imprensa de sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale. Mas, foram sacadas por mim mesmo, devido à falta de espaço, para dar lugar à foto do muro que se construiu, para interromper o trânsito e tornar um beco condominial particular, a pedido dos poderosos em 2009, ao arrepio da lei, na Rua Cecília Jonna Schneider Krauss, no Bairro Sete. Quem manobrou? Os que agora querem ter autoridade para discutir a fluidez no trânsito de Gaspar. Ou seja, tinha essa possibilidade, preferiram interrompê-lo ou foram contumazes atrapalhadores neste quesito.

Ainda bem que estas duas notas foram sacadas. Fora de um contexto próprio, poderiam elas serem facilmente confundidas como um complô corporativo deste veículo contra o suplente de vereador. Não é! E neste espaço, mais “espaçoso”, fica mais fácil explicitar o meu ponto de vista que se distancia, sem qualquer juízo de valor, da opinião expressa pelo editor e proprietário do jornal sobre outro assunto.

A minha questão nas duas notas sacadas e reproduzidas acima é a seguinte. Lelo não é apenas um suplente de vereador. É muito mais do que isso: é presidente do DEM de Gaspar, foi microempreendedor, sofreu com a burocracia e os pesados impostos para suportar uma máquina pública, desigual, cara, paquidérmica, cheias de privilégios e sem retorno para o cidadão; é empregado e sabe o que advogada para se dar bem na oposição e agradar os servidores, não possui e não possuirá como empregado.

É MAIS QUE SUPLENTE

Mais: bastaria ler o ideário do seu próprio partido. Ou ele é mais um que usa o partido e manda às favas as propostas supostamente ideológicas ou de princípios do DEM? Hum! Particularmente, a tendência é não acreditar!
Numa troca de e.mails sobre o assunto, Lelo me justificou: “não vem ao caso se é certo ou errado, mas da forma que o prefeito [Kleber] está conduzindo, quer dizer ele é o que menos sabe na história....E não defendo Sindicato, mas sim a maioria dos servidores que foram pegos de surpresa e sem dialogo complica, e a licitação é muito confusa dos tickets...”

Como não vem ao caso se é certo ou errado? Então se é errado o que Lelo defende, vale se tiver aplausos fáceis? Os outros que paguem a conta do errado? Realmente a administração de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, ainda não disse exatamente a que veio, mas o que Lelo quer dela? Que seja mais fraca nos acertos que tenta para ficar mais refém das armadilhas do PT como está no caso da saúde e na armação que se meteu no caso do trânsito, exatamente por, neste caso, como sugere Lelo, fazer assembleísmo de algo técnico?

Muito confusa, escreve-me Lelo no assunto dos tickets? O “auxilio alimentação” é salário ou benefício? Custa-me crer que Lelo não saiba qual a diferença entre salário, salário disfarçado e fora do que diz a lei e o que seja benefício? Jovem, inteligente, plugado e ligado ao mundo digital onde tudo se sabe em segundos, é impossível que ele não tivesse a iniciativa de buscar esse esclarecimento na rede ou aos próximos. Preguiçoso, não é. Além disso, não é um político novo, apesar dos seus 26 anos, já me fez observações pontuais interessantes. Então, Lelo, conta-nos outra.

Quer mais? Lelo está sendo, neste caso, mais realista do que o rei. O vice-prefeito Luiz Carlos Spengler Filho, PP, é funcionário público (agente de trânsito), está aplaudindo a iniciativa de Kleber contra a própria classe. Lelo, que não é funcionário público, não! Gaspar tem mais de 66 mil habitantes, quase 45 mil eleitores e apenas dois mil servidores. Mas, numa Câmara de 13 vereadores, há três deles que são ou foram servidores para defende-los, em algo que não está na lei, que vai ser decidido na Justiça. O suplente quer simplesmente ser oposição a Kleber? Ou deveria fazê-la, baseada em crenças, fatos, atos e o que afronta à lei? Ai, ai, ai.

O que Lelo quer salvar é a inércia e até mesmo a preguiça sindical na qual não está muito ligado. Houve tempo e oportunidade para corrigir o que era duvidoso e o próprio Sindicato (os servidores e até os políticos) não o fez. Está obrigado agora. Faz palanque e ganha adeptos.

Por que durante 23 anos o Sindicato não transformou, por suas forças políticas, o suposto aumento de salário em lei, o disfarçado de “auxilio alimentação”? Por que o Sindicato não discutiu a aplicação da legislação como entende hoje, aliás aprovada na Câmara pelos vereadores? Por que nesses 23 anos os próprios vereadores não tomaram à iniciativa de mudar o que aprovaram para aumentar o salário dos funcionários de Gaspar? Porque não podem constituir despesas. Todos viveram nas sombras e se beneficiaram.

OPOSIÇÃO JUVENIL

Discutir o que mais Lelo? Se há dúvidas, elas devem ir à Justiça para decisão e ponto final. E se aplica o que for sentenciado. A vida segue. Vereador não é juiz. Neste caso, Kleber, Luiz Carlos (funcionário público) PP, e o prefeito de fato, o secretário Carlos Roberto Pereira, presidente do PMDB, fazem o que se espera de um gestor público consciente. E é, por coincidência, o que prega e defende o próprio Democratas. Quem defende privilégios fora da lei, para poucos, corporativamente, é a esquerda do atraso, o PT, PCdoB, PDT, PSTU, PSOL, Rede, PCO, UNE, MST, MTST, CUT, Força Sindical....

Lélo também está indignado com o possível corte de uma “verba de ajuda” da prefeitura de Gaspar para transporte a servidores concursados e que moram longe daqui.

Opa! Se está na lei, que se cumpra. Ponto final. E Justiça para a quebra do contrato. Se não está, mais uma vez que se corte o privilégio, ou se faça um projeto de lei, aprova-se na Câmara, para incorporar mais esta aberração. Simples assim.

Quando alguém prestou concurso e morava fora de Gaspar, ou quando já admitido se mudou para outro lugar, sabia que teria que arcar com esse ônus. Entretanto, como o ambiente é político, e quem paga os jeitinhos entre eles são os pagadores de pesados impostos, os trabalhadores, cria-se exceções, as quais se perpetuam. E na tal isonomia, elas se espalham até mesmo a quem não tem direito. É assim que funciona, Lelo.

Para finalizar o que foi muito mais além das duas notas que abriram este comentário e que sobraram da coluna de sexta-feira passada? Criou-se mais um penduricalho. E agora, os beneficiados, têm defensores. Justo. Os mesmos penduricalhos que Lélo, o Democrata, o ex-empreendedor, ou o empregado, não possui, mas paga para senadores, deputados, vereadores, prefeitos, o funcionalismo público, os comissionados... Isso é justo? Sim! Se todos os trabalhadores tiverem o mesmo “direto adquirido” e forem capazes de suportá-lo sem aumentar impostos, que aumenta os preços dos produtos, que aumenta a inflação que tira do mais pobre, que gerar desemprego e quebra a economia como vinha acontecendo. Ou já esqueceram? Acorda, Gaspar!

 

Edição 1827

Comentários

LELO BOLADAO
16/11/2017 08:38
Herculano, o discurso do suplente recém empossado mostra que não tem posicionamento. Muda a coerência dependendo do assunto. E quem não tem posicionamento e coerência só tem um interesse: defender o seu próprio interesse, que é tentar sair bem na foto para todos. Mais um com discurso de novo, mas que usa o velho populismo. Pareceu a nossa excelentissima "ex presidenta". Mostrou quem representa. Em vez de se mostrar propositivo nas suas ações para os próximos 30 dias, preferiu falar do passado. Preferiu dar o recado do posicionamento do grupo que defende (que é fazer oposição por oposição pensando apenas na próxima eleição)do que deixar a sua marca. Acorda vereador,a sociedade está mudando e deixando no final das pesquisas essa politicagem. Quem mesmo o orienta?
Herculano
16/11/2017 08:02
O CASO DA PROPINA DA GLOBO

Acuada, a Globo tem reafirmado no seu noticiário, que não compactua (só faltava compactuar) e nunca pagou propina a quem quer que seja. Tudo o que pagou, estava em contratos. Talvez ela esteja certíssima.

Se investigar, talvez a Justiça dos Estados Unidos, descobrirá mais uma criação brasileira: pagamento de propina por contrato, para dar fachada de legalidade. Hum!
Herculano
16/11/2017 07:34
O PATO CAIU NA DELAÇÃO, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo

As delações dos marqueteiros Duda Mendonça e João Santana ajudaram a desvendar os esquemas do PT. Agora é a vez de Renato Pereira abrir a caixa-preta do financiamento das campanhas do PMDB.

As confissões do publicitário atingem figurões do partido nas duas maiores cidades do país. No Rio, ele delatou Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão e Eduardo Paes. O primeiro está preso, o segundo é o atual governador e o terceiro quer disputar a cadeira em 2018. O plano pode ser abortado se a doutora Raquel Dodge completar o serviço do antecessor.

Na delação, Paes é acusado de organizar um caixa clandestino com dinheiro de empreiteiras e da máfia dos ônibus. Numa passagem, o marqueteiro diz que o ex-prefeito o orientou a buscar R$ 1 milhão em espécie na sede das empresas de Jacob Barata Filho, que voltou a ser preso nesta semana. Paes nega as acusações.

Em São Paulo, Pereira delatou Paulo Skaf e Marta Suplicy. A dupla defendeu as cores do PMDB nas últimas eleições para o governo e a prefeitura. No ano que vem, Skaf pretende disputar o mesmo cargo. Marta tentará a reeleição no Senado.

Segundo o publicitário, a ex-prefeita usou um contrato do Ministério da Cultura para cobrir gastos eleitorais. Se as provas forem suficientes, ela pode ser denunciada por peculato.

Na terça-feira, o ministro Ricardo Lewandowski cobrou ajustes no acordo de delação. A decisão abre espaço para que Pereira esclareça alguns pontos cegos do depoimento.

No capítulo sobre Skaf, o marqueteiro diz que recebeu dinheiro da Fiesp e do Sistema S para promover o empresário "com vistas à disputa eleitoral de 2018". O desvio de finalidade está claro, mas o valor do serviço ainda é desconhecido.

Pereira também afirma que a campanha "Quem vai pagar o pato?", que ajudou a instalar o PMDB na Presidência, foi fruto de uma fraude. Ele conta que Skaf direcionou uma licitação para beneficiar sua produtora. Falta dizer quanto ganhou pela ideia
Herculano
16/11/2017 07:28
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA PARA A EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE
Herculano
16/11/2017 07:18
FIFA: JOESLEY DA GLOBO FORNECE DETALHES DE SUPOSTA PROPINA PAGA PELO GRUPO. CASO TEM UM MORTO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Alejandro Burzaco voltou a depor nesta quarta e tornou mais desconfortável do que já era a situação da Rede Globo. Agora vêm à luz detalhes da propina que ele assegura ter sido paga pela emissora brasileira pelos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2026 e 2030. Ele fornece o valor, indica o banco que teria sido usado para a operação, o titular da conta etc. Verdade ou mentira? Burzaco fez um acordo de delação e depõe como testemunha. Se estiver mentindo, deve estar ciente do risco que corre por lá. A Justiça americana não é Edson Fachin. O Ministério Público de lá não é conduzido por Rodrigo Janot. Por lá, quem acusa tem de provar. Para que um benefício seja concedido, é preciso apresentar provas, não mera interpretação interessada de gravações armadas.

Leiam o que informa a Folha:
Em mais um dia de depoimento, Alejandro Burzaco disse que a TV Globo, a mexicana Televisa e sua empresa de marketing esportivo, Torneos y Competencias, pagaram juntas US$ 15 milhões em propina a Julio Humberto Grondona, ex-chefe do futebol argentino, pelos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2026 e 2030. O valor, que garantia direitos de TV, rádio e internet para os eventos esportivos, teria sido depositado no banco Julius Bär, sediado na Suíça. Essa conta era controlada pela T&T, empresa criada pelo grupo de Burzaco para fazer pagamentos com verbas ilícitas. De acordo com ele, os valores pagos eram abaixo do mercado para que pudessem ser inflados com propinas.

Uma das principais testemunhas da acusação no julgamento de José Maria Marin, ex-presidente da CBF que está sendo julgado em Nova York no escândalo de corrupção da Fifa, Burzaco deu detalhes de um suposto encontro há quatro anos no hotel Waldorf Hilton, em Londres, onde teria fechado o acordo. Também na capital britânica, Burzaco disse ter se encontrado com Marin, Marco Polo Del Nero, atual presidente da CBF, e executivos da americana Fox Sports que queriam "ampliar suas operações no Brasil e ter laços mais estreitos com o futebol".

(?)
Na corte do Brooklyn, ele chorou no início do segundo dia de depoimentos, interrompendo o julgamento. Isso foi menos de 24 horas depois do suicídio de um advogado argentino citado por ele como um dos que receberam propina no esquema -Jorge Delhon se jogou na frente de um trem em Buenos Aires. Depois de sua crise de choro, Burzaco foi reconduzido ao tribunal. Ele então deu mais detalhes de suas ligações com a TV Globo e a Fox.

Na página "ge", Globo Esporte, há a https://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/burzaco-se-emociona-em-depoimento-e-faz-novas-acusacoes-a-grupos-de-midia-inclusive-a-globo.ghtml transcrição do trecho em que a emissora é acusada frontalmente:

- O senhor participou de outras reuniões em Zurique?

- Sim. A Torneos y Competencias tinha uma aliança com a TV Globo e com a Televisa. Elas tentavam adquirir direitos de transmissão de TV, rádio e Internet para as Copas de 2026 e 2030. Com exclusividade para o Brasil ?" no caso da Globo; e para o resto da América Latina, no caso da Televisa.

- Adquiriram esses direitos?

- Sim.

- Qual foi o acordo para adquirir esses direitos?

- Entre os três parceiros concordaram em distribuir 15 milhões de dólares para Julio Grondona

- Quem eram os parceiros da Torneos?

- TV Globo e Televisa.

- O valor acordado foi pago?

- Sim? 15 milhões de dólares. O dinheiro acabou numa conta num banco na Suíça em nome de Julio.
(?)

Retomo
A Globo reiterou os termos de uma nota emitida nesta terça, na qual nega qualquer irregularidade. Reafirma que uma ampla investigação interna feita pela própria empresa não encontrou sinal de pagamentos irregulares.

Vamos ver. Burzaco chorou durante o depoimento desta quarta, em especial quando ficou sabendo que o advogado argentino Jorge Alejandro Delhon, uma das pessoas delatadas por ele, havia se suicidado, jogando-se na frente de um trem, na cidade de Lanús.

Avaliar as razões de um suicida é sempre coisa complicada. O saber firmado a respeito tende a avaliar que um determinado evento apenas dispara um mecanismo que já estava ativo, tendente a levar a pessoa a pôr fim à própria vida. De toda sorte, parece que Delhon considerou que não seria fácil se livrar da acusação de Burzaco. A turma envolvida na lambança é da pesada.

A Folha informa que o peruano Manuel Burga, ex-chefe do futebol de seu país e réu no caso, fez duas vezes para o delator um sinal com a mão que indica cabeça cortada, interpretados pela promotoria como ameaça de morte. Sua prisão foi pedida pelos promotores, mas a Justiça apenas ampliou as medidas cautelares que há contra ele. Já confinado num quarto de hotel, não poderá usar computador, falar ao telefone ou sair sozinho.

Os veículos do grupo Globo estão noticiando o caso. Não tem, vamos dizer assim, o destaque que teria uma acusação de Joesley Batista contra Michel Temer, mas também não se pode dizer que esconda a acusação. Afetam a respeito uma serenidade que, com a devida vênia, não tem como ser verdadeira.

A empresa tem advogados competentes e conhece profissionais que avaliam risco. E o risco, no caso, é grande. Por que digo isso? Chicaneiros como Joesley Batista ou Lúcio Funaro ?" sob os auspícios, por aqui, de Rodrigo Janot e Edson Fachin ?" não prosperariam nos EUA. Para que Burzaco chegasse a desempenhar o papel que desempenha no processo, cobraram dele provas, evidências materiais, fatos. Notem que ele não usa a tática Funaro: "Alguém me disse que ouviu dizer que o dinheiro era para o Temer". Ele está dizendo que a sua empresa, junto com a Globo e a Televisa, pagaram a propina de US$ 15 milhões a Julio Grondona.

Pode estar mentindo? Claro que sim! A questão é saber por que o faria.
Herculano
16/11/2017 07:13
INVESTIMENTO EXTERNO É ESSENCIAL PARA RETOMADA, AFIRMA TRABUCO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Silas Marti, de Nova Iorque. "Já saímos do fundo do poço", dizia Luiz Carlos Trabuco, o presidente do Bradesco, numa sala no 36º andar de um hotel em Nova York. "Não vou dizer que tem uma mola no fundo desse poço que impulsiona para o alto, mas os sinais são concretos."

É mais ou menos esse o discurso que diretores de um dos maiores bancos do Brasil vêm repetindo em reuniões nesta semana em Manhattan para atrair investidores estrangeiros de volta ao mercado nacional na saída da recessão.

E o rumo de volta à superfície, na visão de Trabuco e outros no comando do Bradesco, passa por esses investimentos diretos do setor privado e por privatizações, "independentemente de ideologia", nas palavras do presidente.

"Sem esse investimento externo, o Brasil não vai ter recursos", afirmou. "Independentemente se é concessão ou privatização, a gente precisa ter um compromisso irreversível com esse tema. A privatização, as concessões têm de ser sérias, opções definitivas. E elas só podem ser definitivas se forem inquestionáveis."

Trabuco defende, em suma, um governo que "acredite que o investimento privado é o motor da economia".

Mas, além das eleições imprevisíveis de 2018, o desafio mais imediato ao crescimento da economia é a reforma da Previdência. "A reforma precisa estar no gerúndio, vamos reformando a Previdência", disse o executivo. "A reforma possível é a mais necessária que temos agora.
Herculano
16/11/2017 07:09
EIS O NOVO DILEMA: COM OU SEM PORTEIRA FECHADA? por Josias de Souza

Como previsto, Michel Temer recuou da ideia de trocar antes do Natal os 17 ministros que devem pedir votos em 2018. Fará "ajustes pontuais" na Esplanada, de modo a saciar os apetites do centrão. E empurrará o grosso da reforma para o final de março, na fronteira do prazo legal para que os candidatos deixem os cargos. Definida essa regra preliminar, Temer está às voltas com um novo dilema: como entregar os ministérios aos partidos, com ou sem porteira fechada?, eis a questão.

No idioma da fisiologia, a exigência de "porteira fechada" significa que o partido contemplado deseja receber o ministério como um fazendeiro que arremata uma propriedade rural com o gado dentro. Temer esboça resistência. Num caso concreto, o presidente resiste à ideia de entregar ao PP toda a estrutura do Ministério das Cidades, de cima a baixo. Prefere esquartejar a máquina, dando um pedaço a cada legenda.

Levando-se o critério do esquartejamento às raias do paroxismo, Temer conseguiria contemplar pelo menos cinco partidos na pasta das Cidades. O PP ficaria com a poltrona de ministro e cederia a apadrinhados de legendas coirmãs as quatro secretarias do organograma: Desenvolvimento Urbano, Habitação, Mobilidade Urbana e Saneamento. Não há o menor perigo de dar certo. Mas essa é outra história. A obsessão de Temer é obter votos no Congresso, não garantir a moralidade ou a eficiências das políticas públicas.

Por ironia, deve-se ao próprio PP, campeão no ranking de enrolados no petrolão, a condução do linguajar do fisiologismo para o ambiente agropastoril. Foi em 2005, sob Lula, que a legenda passou a exigir ministérios de "porteira fechada". Fez isso depois de eleger o então deputado Severino Cavalcante (PP-PE), de notável reputação, à presidência da Câmara. A moda pegou. Mas Lula e Dilma, sempre que podiam, fatiavam as estruturas ministeriais. O partido que mais se queixava era o PMDB de Temer.

Até aqui, Temer vinha cultuando a tradição da porteira fechada. Informada sobre a tendência do presidente de aderir à teoria do esquartejamento, a cúpula do PP parece conformada. Tende a negociar. Ganha um estábulo no organograma das Cidades quem conseguir identificar no lero-lero sobre a reforma ministerial uma ideia ou proposta capaz de melhorar a prestação de serviços à sociedade
Herculano
16/11/2017 07:07
POBRES MENINOS RICOS, por Ana Paula Henkel (Ana Paula do Vôlei), para o jornal O Estado de S. Paulo

Esta semana, aqui nos EUA, o Partido Republicano anunciou o plano para uma reforma tributária profunda com significativas reduções de impostos para alguns setores. A idéia é estimular o crescimento econômico deixando mais dinheiro na mão da sociedade. Um grupo de 400 milionários ligados ao Partido Democrata (não confundir com a própria imprensa) reagiu dizendo que eles não querem deduções tributárias. Sim, você leu direito: ricos que querem pagar mais impostos. Hum. Como não querer apertar as bochechas de quem está comprando a ideia de que algumas das maiores fortunas americanas querem mais impostos para elas próprias? Vendo as matérias na TV, confesso que fico com uma ponta de inveja de tanta inocência engajada.

Algumas raposas felpudas do jornalismo caíram, meio "sem querer, querendo", na fábula do rico com consciência social, do banqueiro com coração, do bilionário altruísta que está cansado de tanto dinheiro e agora quer que os companheiros do governo intervenham ainda mais na economia e confisquem o que eles ganharam em tempos de liberdade. Sei.

Essa gente que ficou estupidamente rica na iniciativa privada agora quer a estatização da solidariedade? O PSOL nasce para todos, até em terras ianques. Para alguns correspondentes que vivem na bolha democrata por aqui, a Síndrome de Estocolmo venceu a ganância e um outro mundo é possível. O velho discurso marxista de botequim ganhou os palácios da elite branca, culpada e cansada de guerra. Que homens!

A verdade inconveniente é que, não contem para os valorosos militantes do jornalismo engajado, o milagre do capitalismo está na geração de riqueza. A visão jacobina de que a emancipação da classe trabalhadora e do povo virá da pilhagem do dinheiro dos ricos é um dos mitos mais antigos que existe mas que, até hoje, só enriqueceu burocratas do governo, intelectuais e, curiosamente, bilionários com coração. Quando a geração de riqueza desacelera, a mobilidade social também pisa no freio e os ricos continuam ricos, assim como pobres continuam pobres. Não precisa ser economista pra saber isso.

A riqueza criada do país que adotei foi fruto direto do trabalho de empreendedores incomparáveis durante a segunda metade do séc. XIX e a primeira do séc. XX. A terra dos livres e lar dos bravos deu certo, e o mundo sabe disso, muito pelo grande estímulo ao empreendedorismo. Os números da imigração não mentem, inclusive de intelectuais que ficam por aqui fazendo biquinho para o país enquanto choram pelos 100 anos da revolução russa (que vergonha alheia, Deus pai).

Se os inimigos da América antigamente usavam martelo e foice, hoje aparecem de terno e gravata em salões refrigerados pedindo a importação de regimes que nunca funcionaram em qualquer lugar, especialmente se comparados aos resultados incomparáveis daqui. Não faz sentido, mas ideólogos e revolucionários de butique não precisam fazer sentido, uma bobagem burguesa.

O Partido Republicano quer agora repetir Reagan, outro direitista (tirem as crianças da sala!) que aposta no, perdoem o palavrão, liberalismo. O caubói de filmes B, tão ridicularizado pela imprensa engajada na época quanto o presidente atual, pegou um país com inflação de dois dígitos, recessão, desemprego e cabisbaixo. Depois de oito anos de gestão, iniciados em 1981 com um discurso histórico que disse "governo não é a solução, o governo é o problema", Reagan mostrou ao mundo que com menos impostos temos mais investimentos, mais empregos, mais inovação e mais riqueza para todos, iniciando um período de 25 anos ininterruptos de crescimento e desenvolvimento. Nada mau para um caubói de filme B, o que ainda irrita intelectuais e jornalistas engajados e com consciência social.

Um pouco de racionalidade e honestidade intelectual no debate reconheceria que riqueza na mão da sociedade, como a história americana prova, é sempre preferível à pilhagem governamental. Quando um bilionário, que entende mais de dinheiro que nós todos juntos, quer o governo com poderes de saquear parte do patrimônio da sociedade coercitivamente, desconfie. Ninguém, até a última vez que eu chequei, está impedido de dar voluntariamente parte ou todo seu dinheiro para a filantropia ou para o próprio governo.

Os milionários travestidos de bastiões da bondade que apoiam o Partido Democrata demandam que o Partido Republicano não passe a reforma tributária alegando uma falsa bondade dos ricos a favor dos pobres. Não sou economista, mas não é tão difícil entender que uma economia engessada e regulada, que estrangula a classe média, os empreendedores, a pequena e média empresa, que tira os recursos dos investidores e criadores de empregos enquanto joga migalhas para o povo, é o sonho de qualquer senhor feudal desde sempre.

A oposição democrata ao pacote é puramente ideológica, já que cortar impostos de investidores e empreendedores é o combustível do crescimento e da livre concorrência, algo que dá calafrios e pesadelos em bilionários com consciência social. A nobreza, desde o feudalismo, prefere a economia controlada pela coroa para que nenhum servo ouse se tornar o próximo duque, garantindo as capitanias hereditárias e todo tipo de concessão estatal para que a família continue controlando oligopólios. As esmolas assistencialistas são um preço muito pequeno a pagar perto do lucro gerado pela proteção dos seus mercados. O falso assistencialismo ainda é o melhor e mais rentável balcão de negócios para os justiceiros sociais.

A elite branca do partido de Hillary Clinton quer tantos impostos e regulações quanto possíveis para impedir que o próximo Steve Jobs crie a nova Apple numa garagem. John Kennedy, um democrata que hoje estaria no Tea Party, também cortou impostos radicalmente para anabolizar a economia. Hoje seria chamado de nazista.

Lá em Minas, a gente desconfiaria se alguém dissesse que quer abrir a porta do próprio cofre para o ladrão, mas os tempos são outros. A estatização da caridade nunca deu tão certo (e tanto lucro!) e todo mundo sabe disso, mas nada impede da mentira ser repetida mil vezes até virar verdade. Dinheiro na mão da sociedade é investimento, mesmo quando depositado no banco, página um de economia básica, essa coisa da extrema-direita. Deus nos salve da caridade do socialismo de butique.
Herculano
16/11/2017 06:58
USO E ABUSO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Numa decisão capaz de trazer importantes consequências para o futuro das delações premiadas, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, determinou a revisão do acordo que beneficiava um publicitário do Rio de Janeiro, suspeito de irregularidades na campanha do governador Luiz Fernando Pezão em 2014.

O marqueteiro Renato Pereira obtivera da Procuradoria-Geral da República diversas vantagens, em troca das revelações feitas sobre o esquema de que participou.

Para o ministro, não se justificaria deixar de lado sete dos oito casos delituosos em que estava envolvido o colaborador, assim como prever condições especiais no cumprimento da pena de quatro anos que lhe restasse a cumprir.

A medida de Lewandowski reflete as polêmicas surgidas no STF, quando se discutiu a validade do acordo que, com aberrante generosidade, beneficiou os irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS.

Do ponto de vista teórico, duas teses se confrontaram, com bons argumentos, no interior da corte.

Não há como admitir, ponderava parte dos ministros, que o Ministério Público detenha a última palavra sobre a sorte de um acusado. A instituição deixaria de ser a parte acusadora para se tornar juiz, estipulando penas e garantindo liberdades, sem que um magistrado pudesse alterar o decidido.

Para a outra corrente de opinião, alterar os termos de um acordo abalaria a própria credibilidade do Estado. Como assegurar o auxílio dos colaboradores, se estes não têm certeza de obter os benefícios prometidos?

Em tese, pode-se considerar que o Ministério Público decide somente quanto a solicitar ou não à Justiça penas contra um suspeito.

Foi este o caso, aliás, do acordo com Renato Pereira, no qual a Procuradoria não extrapolou seu papel para "perdoar" o acusado; comprometeu-se, apenas, a propô-lo nas próximas etapas do processo, cabendo como sempre ao juiz decidir sobre sua aceitação.

Na prática, todavia, o risco de impunidade e acertos generosos em excesso subsiste ?"e a correta dosagem das vantagens oferecidas só poderia ser avaliada caso se auditassem todas as idas e vindas de uma longa negociação.

Do uso ao abuso, as fronteiras são incertas. Uma atitude mais ativa e rigorosa do magistrado no momento da homologação ?"afastando-se o risco de confundi-la com uma chancela automática?" é de todo modo justificável.

Só na prática será possível verificar se, com isso e com as inseguranças que decorrem das visões distintas em curso no Supremo Tribunal Federal, o estímulo à colaboração sofrerá real arrefecimento
Herculano
16/11/2017 06:57
PASSAM BEM ESCORPIõES ENCONTRADOS NA CÂMARA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A Câmara dos Deputados encontrou mais de uma centena de escorpiões em suas dependências, nos últimos dias. Apesar de perigosos, eles não podem ser eliminados para que a Zoonoses identifique a espécie e faça as anotações estatísticas, como manda a lei. Os brigadistas explicam que, com o retorno das chuvas, os bichos peçonhentos buscam alimento (baratas) e também o calor na Câmara.

ALERTA PARLAMENTAR
Apesar do alerta, não há registro de deputado picado por escorpião, à exceção de Heráclito Fortes (PSB-PI), em um restaurante de Brasília.

GRANDE SUSTO
Um assessor parlamentar ficou muito nervoso quando um escorpião caiu sobre o seu paletó dentro de um dos elevadores do Anexo 4.

DEDETIZAÇÃO ZERO
Servidores reclamam que, apesar da infestação, não existe previsão para dedetização. "Estão esperando morrer alguém", reclamam.

CONCORRÊNCIA É GRANDE
Os relatos são de invasão geral: escorpiões têm sido encontrados em corredores, banheiros, gabinetes... Mas eles parecem evitar o plenário.

STF JULGA SE TETO CONSTITUCIONAL VALE PARA 'PECÚNIA'
O Supremo Tribunal Federal (STF) julgará uma ação na qual tem interesse: a aplicação do limite (teto) constitucional a pagamentos de licenças-prêmio transformadas em dinheiro no ato de aposentadoria. São as famosas "pecúnias'. A ação no STF foi proposta pelo Estado de São Paulo, que recorre de decisão do Tribunal de Justiça, cujos juízes decidiram não aplicar o teto na "pecúnia" de servidores estaduais.

O QUE É 'PECÚNIA'
Ao contrário do setor privado, a cada 5 anos o servidor tem férias de 3 meses, mas opta por recebê-las em dinheiro quando se aposenta.

GRANA PRETA
Totaliza inacreditáveis R$298 milhões a conta de "pecúnias" devidas a 3,2 mil servidores do governo do DF que se aposentaram em 2017.

CAUSA PRóPRIA
Um agente fiscal de rendas da Secretaria de Fazenda de São Paulo ajuizou ação para excluir a pecúnia do limite constitucional.

MULTA VIROU BOM NEGóCIO
As multas eleitorais fixadas pela Justiça Eleitoral voltam aos cofres dos partidos. O PT de Lula embolsou R$6,6 milhões de todas as multas eleitorais recolhidas este ano. O PSC de Jair Bolsonaro, R$ 1,2 milhão.

A TOQUE DE CAIXA
Com a reforma da Previdência ainda restrita à Câmara, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), decidiu priorizar os projetos de segurança pública. "Aprovação a toque de caixa", disse um assessor.

MINISTROS, NÃO CANDIDATOS
A reforma ministerial de Michel Temer será concluída até dezembro, e prevê a substituição de 17 ministros que serão candidatos em 2018, além, claro, de demissões óbvias como a de Luislinda, a "escrava".

GUERRA SANTA
No governo, chamam de "guerra santa" a briga para reformar a Previdência e acabar com a lógica perversa em que a esmagadora maioria dos aposentados sustenta uma "casta de privilegiados."

Só APóS O CARNAVAL
Após o feriadão de dez dias, a Câmara só volta ao trabalho na terça-feira (21). Mas só até a semana de 18 de dezembro, começo do "recesso de fim de ano". Trabalho em 20 de fevereiro, após o Carnaval.

NADA A DEVER
Proposta do deputado André Figueiredo (PDT-CE) proíbe magistrados de julgar casos envolvendo quem os nomeou. Se a regra existisse no julgamento do mensalão, apenas três ministros do STF teriam julgado a gangue do PT: Celso de Mello, Marco Aurélio e Gilmar Mendes.

O NOME DELE
O suplente que vai ser senador por 121 dias, Wilmar Lacerda (PT-DF), é apontado pelos próprios petistas como um dos grandes responsáveis pelos acordos salariais que quebraram o governo do Distrito Federal.

CAIU QUASE NADA
A parcela do orçamento gasto pelas Forças Armadas com a folha de pessoal (salários e pensões) caiu pela primeira vez entre 2016 e 2017: passou de 74,6% do orçamento total (de R$ 94 bilhões) para 73,8%.

PERGUNTA NO PLENÁRIO
Com a Câmara infestada por escorpiões, surgiu a dúvida ornitológica: tucano come escorpião?
Herculano
16/11/2017 06:51
E A JBS, HEIM? por Roberto Dias, secretário de Redação da área de produção do jornal Folha de S. Paulo

Suponha que você seja dono de um açougue no interior. Um dia descobre uma ótima oportunidade de negócio: o ramo do crime.

Você decide dar bola a tantos quantos conseguir. Prefeitura e Câmara, eleitos e candidatos, fiscais sanitários, o gerente do banco público que pode liberar generosos empréstimos, o gestor da empresa estatal que terá súbito interesse em injetar capital no seu açougue - quem quiser levar algo só precisa entrar na fila. Seus novos amigos não cabem no dedos de muitas mãos, você leva alguns deles para passear de iate, planilhas registram quem ganhou o quê.

Sua generosidade transborda. É essa gente, montada na Viúva, que lhe fará super rico.

Só que uma hora a casa cai. Você acaba levado em cana. Toma multas suaves ?"a mais "dura" delas faz com que pague a cada ano um dia de seu faturamento diário. É preso e afastado da gestão do açougue. Mesmo assim, mantém as rédeas da empresa; vende um pedaço aqui outro ali e coloca seu pai para cuidar da lojinha, a despeito do beiço do banco e da empresa estatal que lhe ajudaram.

É justo que você mantenha todo esse patrimônio após muita corrupção? É moral que você continue tendo dinheiro público sob seu controle?

Pois bem, caminha nesse sentido a narrativa da JBS, seja pelo que ainda está em investigação, seja pelo muito já confessado.

Quem pensa que seu crescimento explosivo se deveu a um método incrível de gestão deve acreditar também na Mula-sem-cabeça.

Quem compra o discurso de que "é preciso preservar os empregos" esquece que já se comia carne antes de Tony Ramos nascer.

Quem sonhou mudar os dicionários da língua portuguesa foi Joesley Batista, que ameaçou processar quem lhe chamava de "criminoso confesso". E quem, soube-se depois, definia-se a si próprio como "criminoso", esse também foi Joesley Batista.
Justiceiro
15/11/2017 19:31
Globo lixo.
Tentou de todas as formas derrubar Temer para por alguém que perdoasse as dividas bilionárias que possui junto ao BNDES.
A Globo tem uma dívida no CARF na operação Zelotes de 570 milhões de reais que perdeu em todas as instância que recorreu e deverá ser executada pelo governo Temer.

Agora Globo entrou no inferno astral, com suas manobras golpistas desmascarada e com essa denuncia do FBI. A Record e a Band adoraram esse escândalo da concorrente, que mostra como Globo manipulou essas operações.

O desespero da Globo é tamanho que quer lançar Luciano Hulk como candidato a presidência e ser um preposto da Globo visando acobertar as suas falcatruas.

O caso UNICEF do programa Criança Esperança há suspeitas de manipulações milionárias pela Globo.
Herculano
15/11/2017 18:15
MINISTROS DE TEMER SE ARTICULAM PARA MANTER EMPREGO

Conteúdo Coluna Estadão (por Andreza Matais), no jornal O Estado de S. Paulo. A decisão do presidente Michel Temer de iniciar a reforma ministerial ainda neste ano provocou um corre-corre de ministros políticos no Planalto. Se agradou ao Centrão, que deseja emplacar nomes em vagas ocupadas pelo PSDB, desagradou aos ministros desse próprio grupo, que não esperavam sair dos cargos antes de abril, prazo-limite da lei eleitoral. Uma linha de corte que está sendo proposta é tirar do governo agora os ministros que já decidiram se candidatar em 2018. Os que ainda estão em dúvida ficariam mais quatro meses no cargo.

Salvos.
Essa proposta assegura os empregos, por exemplo, dos ministros Gilberto Kassab (Comunicações) e Henrique Meirelles (Fazenda), do PSD, que ainda não decidiram se vão disputar o pleito de 2018.

Vão pensando.
Kassab avalia concorrer ao governo de São Paulo, mas apenas se o senador José Serra, de quem é amigo, não se apresentar. A candidatura de Meirelles ao Planalto também ainda é hipótese.

Mais alto.
Apesar de não confirmar, aliados dão como certa a participação de José Serra na disputa pelo governo de São Paulo. O tucano, contudo, ainda acalenta o sonho de ser o candidato do PSDB à Presidência da República.

Gentileza gera?
Deputados do baixo clero agradeceram ao ex-ministro Bruno Araújo pelo pontapé inicial na reforma ministerial. O medo de ser demitido fez outros ministros de Temer, com fama de inacessíveis, ficarem mais solícitos e abrirem suas agendas.

Depende dele.
O PP concluiu que é mais difícil encontrar um técnico para presidir a Caixa do que o Ministério das Cidades. Por isso, se a pasta for oferecida ao partido, vai buscar um nome antes de oferecer Gilberto Occhi, que comanda a instituição.

Clone.
A dificuldade está no perfil. O PP quer alguém "tipo Occhi", que já mostrou ter traquejo e desenvoltura para tocar um ministério. O chefe da Caixa foi ministro do governo Dilma. Temer ainda não tratou da substituição no ministério.
Herculano
15/11/2017 15:33
DORIA VETA ISENÇÃO DE TAXAS PARA AS IGREJAS

Conteúdo de O Antagonista. João Doria vetou uma emenda que previa isenção de taxas administrativas para igrejas na cidade de São Paulo, incluída em projeto aprovado pelos vereadores no final de outubro.

O projeto prevê, entre outros itens, a cobrança de impostos sobre serviços de streaming, como Netflix e Spotify, e foi sancionado quase na íntegra.

Segundo a gestão Doria, entre outros problemas, a emenda desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal, a de Diretrizes Orçamentárias e a lei orçamentária, além de violar o princípio constitucional da isonomia ao pedir tratamento privilegiado às igrejas.

"Espero sensibilizar o prefeito na próxima oportunidade", disse à Folha o vereador tucano Eduardo Tuma, autor da emenda e integrante da bancada religiosa na Câmara Municipal.
Herculano
15/11/2017 15:22
O AUXÍLIO-PERU DO TJ DO RIO

Conteúdo de O Antagonista. Enquanto mais de 221 mil servidores e aposentados aguardam o pagamento do salário de setembro, o TJ depositou ontem R$ 2.000 de abono de Natal a juízes e servidores, relata a Folha.

O abono é conhecido como "auxílio-peru". Foi criado em 2007 e é pago a todos os servidores e inativos do Judiciário.

"Diante da crise financeira (?), o presidente do Tribunal, desembargador Milton Fernandes, considera que seria um desestímulo muito grande aos servidores suspender o abono justamente neste momento", disse o TJ em nota.
Erva Doce
15/11/2017 13:59
Às 12:58 hs.

A Globo fake News está num inferno astral.
Ria, Willian Waack KKKKKKK...
Sujiru Fuji
15/11/2017 13:36
SOBRE BOAS MANEIRAS: DEVEMOS FOCAR NA FORMA OU NO CONTEÚDO?, por Rodrigo Constantino.

Ter boas maneiras com a esquerda radical, aquela hipócrita, retórica no discurso que quase destruiu a nossa democracia, afundou nossa economia, espalha imoralidade por todo canto, criminosos fantasiados de manifestantes e defendem a ideologia de gênero depravada e tantas outras bizarrices, ACORDA pra vida Constantino.
Com estas pessoas da esquerda radical, só chumbo grosso, e é aí que entra o Bolsonaro!
Maria de Fátima Albino
15/11/2017 13:07
Sr. Herculano

Cláudio Humberto às 07:49 Hs

"A defesa do ex-presidente Lula afirmou que os vídeos questionados na Justiça Eleitoral como propaganda eleitoral antecipada, "não foram feitos pela equipe dele". Ah, bom. Deve ser de algum amigo da família.

Esses petistas nem com relho no lombo aprendem, não vê o Zucki furando fila?
A petulância deles está no DNA.
Herculano
15/11/2017 12:58
O JOESLEY DA GLOBO. OU: VALE PARA ELA O QUE PARA TEMER E TODOS: PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA, por Reinaldo Azevedo

Buzarco: ele incluiu a Globo entrre as emissoras pagadoras de propina. Está sob delação premiada
Leiam o que informa Silas Marti, na Folha. Leia comentário ao final.

Em um dos depoimentos mais aguardados do julgamento do escândalo de corrupção da Fifa, em Nova York, o empresário Alejandro Buzarco, ex-homem forte da companhia de marketing argentina Torneos y Competencias, disse que a TV Globo e outros grupos de mídia, entre eles a brasileira Traffic, a Televisa, do México, a americana Fox e a argentina Full Play, pagaram propina em contratos de transmissão de campeonatos de futebol.

O empresário citou ainda o grupo Clarín, mas disse que este foi o único deles que não chegou a pagar propinas.

Ele foi ouvido como uma das testemunhas de acusação no julgamento José Maria Marin, ex-presidente da CBF acusado de extorsão, fraude financeira e lavagem de dinheiro em negociações de contratos com o órgão que controla o futebol mundial.

Em seu depoimento, Buzarco deu detalhes de uma suposta reunião em Buenos Aires há cinco anos onde esteve com Marin.

Segundo ele, na mesa também estariam Marco Polo Del Nero, atual presidente da CBF, Marcelo Campos Pinto, então o executivo do Grupo Globo responsável por negociar direitos esportivos, e Julio Humberto Grondona, o chefe do futebol argentino na época.

No Tomo Uno, um restaurante da capital argentina, teria ficado acordado que Marin e Del Nero passariam a receber juntos US$ 600 mil em propina a cada ano relativo a aos contratos de transmissão da Copa Libertadores e da Copa Sul-Americana. Os valores teriam passado para US$ 900 mil por ano em 2013.

Segundo o delator, esses pagamentos antes eram destinados a Ricardo Teixeira, que acabava de deixar o comando da CBF. Marin e Del Nero, que Buzarco comparou a um par de "gêmeos siameses" por andarem sempre juntos, ainda teriam recebido mais US$ 2 milhões, que Teixeira tinha a receber como propina de outros negócios.

"Marin me deu um abraço, mostrou gratidão e fez um discurso", afirmou Buzarco.

"Del Nero sacou um caderno e anotou os detalhes. Marcelo Campos Pinto, da TV Globo, estava lá e deu seu aval", completou o empresário no tribunal de Nova York.

Em nota, o Grupo Globo negou ter feito pagamento de propina.

Buzarco disse ainda que liderou desde 2010 as negociações de pagamentos de propina a seis presidentes de federações sul-americanas na Conmebol, o que então ficou conhecido nas reuniões secretas como Grupo dos Seis.

O delator disse que Ricardo Teixeira era um de seus integrantes, ao lado dos chefes do futebol na Bolívia, na Colômbia, no Equador, no Uruguai e na Venezuela.

O empresário argentino também é réu na investigação conduzida pela Justiça americana. Ex-diretor da Torneos y Competencias, empresa de marketing esportivo de Buenos Aires, ele fechou um acordo de delação premiada com os promotores do caso e ainda aguarda a sua sentença.

Buzarco, que está em prisão domiciliar em Nova York, disse também que manteve a Fox Panamericans informada sobre os pagamentos.

Sua empresa, em associação com a brasileira Traffic numa parceria chamada T&T, financiava pagamentos aos cartolas, com verbas às vezes desviadas da Conmebol.

No tribunal do Brooklyn, diante dos jurados, Buzarco apontou para Marin, além de dois outros réus na corte, o paraguaio Juan Ángel Napout e o peruano Manuel Burga, ex-chefes do futebol em seus países, afirmando que havia pago propina a todos eles.

Marin, Burga e Napout são os únicos de réus entre os 40 indiciados no caso que se declaram inocentes.

O depoimento de Buzarco, portanto, é uma das principais armas da acusação no julgamento que acusa dirigentes do futebol mundial de receber até R$ 500 milhões em pagamentos ilícitos em paralelo a negociações de contratos com a Fifa ao longo das últimas duas décadas.
(?)
Nota a Globo
Sobre depoimento ocorrido em Nova York, no julgamento do caso Fifa pela Justiça dos Estados Unidos, o Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina. Esclarece que após mais de dois anos de investigação não é parte nos processos que correm na Justiça americana. Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos. Por outro lado, o Grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido. Para a Globo, isso é uma questão de honra. Não seria diferente, mas é fundamental garantir aos leitores, ouvintes e espectadores do Grupo Globo que o noticiário a respeito será divulgado com a transparência que o jornalismo exige.

Comento
A gritaria na Internet ?" vocês sabem como são as redes se a gente der bola para tudo o que lá vai ?" é grande e assegura, ora vejam, que a Globo, claro!, é culpada. Disso e de qualquer outra coisa. A esquerda nunca gostou dela. A direita rejeita o que entende ser sua guinada à? esquerda, especialmente no campo dos costumes e da adesão sem ressalvas ao politicamente correto. Os ressentimentos vão se acumulando. Tudo muito compreensível. Os mais elaborados enxergam uma conexão entre essa investigação, agora com acusação de um delator, e momentos de verdadeira glorificação do Ministério Público Federal e da Lava Jato. Também estaria na equação o "Fora, Temer!". Seria um peço a pagar a procuradores que já teriam identificado a pista do dinheiro.

Não vou me dedicar a essas especulações. Para efeitos de raciocínio, vou partir do princípio de que o tal Alejandro Buzarco está mentindo e de que a Globo fala a verdade. Isso evidencia que delatores, para livrar a própria cara, mentem, não é? Jogam com falsas evidências. Citam nomes. Apontam reuniões. Fornecem endereços. E, ainda que façam um depoimento verossímil, podem estar mentindo, certo?

Da nota da emissora, destaque-se o que é fato: em dois anos de investigação, não havia aparecido ainda o nome "Globo" ligado a falcatruas. Mas o texto também traz um trecho que merece destaque: "Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos".

Grandes organizações devem, claro!, realizar "investigações internas", mas é claro que a afirmação também se abre à possibilidade de que, caso tenha havido algum desvio, não contava com a anuência dos que estão no topo. Ou eles próprios poderiam asseverar que não houve irregularidade nenhuma, dispensando, para asseverá-lo, as "amplas investigações internas". As redes fazem troça: "A Globo investigou a Globo e assegura que a Globo é inocente". Trata-se de uma piada meio enfezada. É útil que se procedam às devidas investigações. Empresas gigantescas como essa, assim como governos, podem estar sujeitas a desvios sem que o comando tenha, com efeito, responsabilidade moral. No terreno legal, as coisas se complicam um pouco, mas não entrarei nisso agora.

Tenho sido, sim, um crítico do viés jornalístico abraçado pelo grupo Globo desde a pantomima armada pela holding "JJ&F". Não empregarei com a emissora, cá nos meus juízos singulares, critérios distintos dos que emprego para toda gente e para todos os entes sob acusação: vale a presunção da inocência.

Alejandro Buzarco acusa a Globo, assim como Joesley e Funaro acusaram Michel Temer.

Há várias posturas aí: há os que acham que são todos culpados; há os que acham que são todos inocentes; há os que acham que Temer é inocente, e a Globo, culpada; há os que acham que Temer é culpado, e a Globo, inocente.

O que eu acho? Que, perante a Justiça, são todos inocentes até que não se apresentem as provas da culpa. Nesses casos e em quaisquer outras. Inaceitável, aí sim, é que 1) a Globo declare a sua inocência congênita ?" não pode fazê-lo porque, nesse caso, iria se querer inocente ainda que culpada; 2) declare a culpa congênita de Temer ?" não pode fazê-lo porque, nesse caso, iria declará-lo culpado, ainda que inocente.

Presunção de inocência. Eis um princípio civilizador às vezes ignorado por veículos de comunicação.

A velha e boa democracia, com todos seus defeitos, ainda é a opção mais segura. Os atalhos nos expõem a todos à sanha justiceira.
Sidnei Luis Reinert
15/11/2017 11:27
BC do B e CVM ganham mais poder para perseguir ou prevaricar na República de Bruzundanga


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O Estado-Ladrão brasileiro, em pleno regime Capimunista, Interventor e Repressivo, ganha mais um reforço legal para ampliar a perseguição ou facilitar uma providencial prevaricação em crimes financeiros e do "colarinho branco". Sancionada pelo impopular Michel Temer, a Lei nº 13.506/2017 regula os "Acordos de Leniência" promovidos pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários. As duas autarquias ?" dependentes diretamente do governo federal - são campeãs no rigor seletivo de punir ou perdoar conforme a vontade dos "donos do poder".

Delinqüentes profissionais do mercado - em geral instituições financeiras parceiras de grandes lavadores e esquentadores de dinheiro - têm tudo para festejar. Agora é legal reduzir punições em troca de colaboração com investigações administrativas do BC do B e da CVM. Por trás da regrinha está a intenção de reduzir as chances de chegarem ao Judiciário as ações contra empresas, seus acionistas e, principalmente, bancos (e banqueiros) que cometem delitos escancarados. Tais acordos correrão, sem a devida transparência, nos órgãos fiscalizadores do mercado financeiro e do mercado de capitais.

Na prática, a prioridade para firmar acordos de leniência (em troca de "delações") apenas aumenta a gigantesca insegurança jurídica no Brasil. Sairá muito mais barato para advogados dos delinqüentes produzirem uma "deduragem empresarial convincente", perseguindo algum "inimigo estatal de ocasião" escalado para "bode expiatório". Agora, fica extremamente fácil negociar o pagamento de uma multa que parece alta, porém é muito inferior ao valor obtido no crime cometido. Mais moleza que isto, só o banqueiro sentando no pudim da impunidade.

No caso do Banco Central, as multas superiores a R$ 50 milhões serão automaticamente reexaminadas por um órgão colegiado interno, do qual faça parte ao menos um diretor do BC do B. Só depois desta segunda análise, serão efetivadas e notificadas as partes sob suspeita. O valor máximo para multas aplicadas pelo BC será de R$ 2 bilhões (antes era de R$ 250 mil) ou 0,5% da receita de serviços e de produtos financeiros apurada no ano anterior da infração.
Pela lei, o BC do B deverá observar na dosimetria da penalidade "a gravidade e a duração da infração; o grau de lesão ou o perigo de lesão ao Sistema Financeiro Nacional, ao Sistema de Consórcios, ao Sistema de Pagamentos Brasileiro, à instituição ou a terceiros; a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; a capacidade econômica do infrator; o valor da infração, a reincidência, a colaboração do infrator com o Banco Central do Brasil para a apuração da infração".

Tudo isso só não será observado pela "autoridade monetária" se houver interesse em fulminar o banqueiro e afim... No entanto, na maioria dos casos, o acordo tende a facilitar uma "pizza" mi ou bilionária... Quem tem grana sobrando, como os bancos, vão pagar o que for preciso para firmar o acordo de leniência, com o BC do B, para que o caso tenha um "ponto final administrativo" e não avance para um processo judicial. Se, por acaso avançar, já seguirá atenuado e enfraquecido para os tribunais...

O mesmo pode acontecer no âmbito da CVM. A autarquia é craque em não levar adiante processos contra os "amigos" do ministério da Fazenda (a quem é subordinada diretamente). Também é uma fera na perseguição aos inimigos seletivamente escolhidos pelos donos do poder. A CVM poderá aplicar multas de até R$ 50 milhões (em vez dos R$ 500 mil previstos atualmente).

Qualquer idiota da objetividade sabe que grandes escândalos de "corrupção público-privada" transitam pelo ambiente da Bolsa de Valores, contando com uma espécie de "mão-boba-invisível" do sistema financeiro. BC do B e CVM só pegam pesado (ou leve) quando convém aos donos do poder. Existem vários casos concretos de denúncias consistentes que não são devidamente apuradas pelas duas autarquias federais. Prevaricar é crime. Mas parece não fazer diferença no Brasil sob domínio do Crime Institucionalizado.

Por isso, nada temos a comemorar neste feriado fake de 15 de Novembro. Estamos nos devendo uma verdadeira Proclamação da República. Por enquanto, somos uma republiqueta da roubalheira e do abuso de poder cometido por uma máquina estatal que pune ou prevarica conforme as conveniências e interesses de seus "donos do poder".

Já passou da hora de acabarmos com tamanha ditadura da sacanagem criminosa. Se não fizemos uma Intervenção Institucional, acabaremos vivendo em um grande País-Presídio a céu aberto, no qual alguns canalhas têm direito a sua "home-prision", desfrutando do que roubou da sociedade brasileira, majoritariamente formada por otários pagadores de quase 100 impostos, taxas, contribuições e por aí vai, nos levando à ruína e ao subdesenvolvimento violento...

Resumo da putaria

Síntese da Operação "Cadeia Velha" ?" um espelho fiel de como funciona a Republiqueta de Bruzundanga, a partir do exemplo canalha do mafioso Estado do Rio de Janeiro:

"Constata-se que o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Tribunal de Contas do Rio - presumidamente que deveriam ser autônomos, independentes, com dever de fiscalização recíproca - na realidade estão estruturados em flagrante organização criminosa com o fim de garantir contínuo desvio de recursos públicos e lavagem de capitais".
leo
15/11/2017 10:53
SOBRE O PROJETO DE LEI 80/2017.QUE REDUZ O SALARIO DE PREFEITO ,VICE PREFEITO E SECRETÁRIOS EM 25%. DE AUTORIA DO VEREADOR RUI,ELE PODERIA INCLUIR NO SEU PROJETO. A REDUÇÃO DE 25% DO SALARIO DE VEREADOR E DE ASSESSORES DE VEREADOR. PARA NÃO PARECER QUE É PURA DEMAGOGIA.UMA SUGESTÃO PARA O VEREADOR. NÃO PRECISA ESPERAR O PROJETO SER APROVADO.ELE E SEU ASSESSOR PODE DEVOLVER PARA OS COFRES PÚBLICOS 25% DO SEU SALARIO PARA DAR O EXEMPLO.O VEREADOR RUI FOI COMISSIONADO POR MAIS DE 10 ANOS.COMO O SER HERCULANO FALA,MORRO E NÃO VEJO TUDO OU VEJO TUDO E NÃO MORRO.
Herculano
15/11/2017 09:56
O CHEFÃO QUER UNIR OS LARÁPIOS DO PT E OS GATUNOS DO PMDB, por Augusto Nunes, de Veja

"Estou perdoando os golpistas que fizeram essa desgraça com o país", disse Lula a seus discípulos no sermão da missa negra celebrada em Belo Horizonte. Em seguida, o torturador da verdade jurou que se inspira em Juscelino Kubitschek, que anistiou militares envolvidos em duas rebeliões contra o governo constitucional.

O exemplo histórico escancara o mentiroso compulsivo e o ignorante sem remédio que convivem na cabeça do palanque ambulante. JK perdoou os amotinados para conter a inquietação dos quartéis e consolidar a democracia. Lula se fantasia de generoso para reunificar a grande quadrilha que concebeu e chefiou.

Até a chegada da Lava Jato, os larápios do PT e os gatunos do PMDB roubaram juntos. Em perfeita harmonia, esvaziaram cofres ministeriais, embolsaram verbas federais bilionárias e, com o PP como coadjuvante, transformaram a Petrobras no alvo do maior esquema corrupto da história.

Os delinquentes separados pelo impeachment de Dilma Rousseff têm tudo para refazer o casamento dos fora-da-lei. Geddel Vieira Lima, por exemplo, foi ministro de Lula, diretor da Caixa Econômica de Dilma e ministro de Temer. Elizeu Padilha e Moreira Franco atuaram no governo do poste fabricado por Lula com a mesma desenvoltura que exibem no governo do vice que o chefão escolheu.

Todos estão ligados por anotações comuns nos prontuários. E todos sabem que nasceram uns para os outros.
Herculano
15/11/2017 07:52
ALTA DO DóLAR É A FICHA CAINDO DE QUE A SITUAÇÃO FISCAL É BEM DELICADA, por Alexandre Schwartsman, economista, ex-diretor do Banco Central no jornal Folha de S. Paulo

Nos últimos 12 meses, o país acumulou um saldo comercial recorde, US$ 68 bilhões. O aumento do resultado comercial tem sido o principal fator (embora não o único) para a redução do deficit nas transações com o resto do mundo ?"que incluem, além da balança comercial, o resultado de serviços, bem como o pagamento de juros e dividendos, entre outros?" de US$ 104 bilhões em 2014 para pouco menos de US$ 13 bilhões nos 12 meses terminados em setembro deste ano.

É bem verdade que tanto em 2015 quanto em 2016 esse fenômeno resultou da forte queda das importações efeito colateral da maior recessão da história recente do país.

No entanto, o desempenho a partir de fim do ano passado apresenta natureza distinta: as exportações voltaram a crescer, de algo como US$ 186 bilhões nos 12 meses terminados em junho de 2016 para quase US$ 216 bilhões nos 12 meses até outubro de 2017.

Da mesma forma, importações também ganharam fôlego, embora menor: saíram de um mínimo de US$ 136 bilhões em novembro do ano passado para US$ 148 bilhões em outubro, isso, lembremos, em contexto de melhora, ainda que discreta, da atividade doméstica.

A combinação de um balanço de pagamentos em melhor forma (mesmo com a atividade em alta) e inflação em queda sugere que a taxa de câmbio está bem alinhada a seus fundamentos, apesar das reclamações persistentes daqueles para quem o preço do dólar está sempre 30% abaixo de seu "valor justo" (perdão, a expressão agora é "taxa de câmbio de equilíbrio industrial", embora o significado prático seja exatamente o mesmo, isto é, nada).

Posto de outra forma, considerada a atual constelação de preços de commodities, crescimento do comércio global e condições de liquidez internacional, a sempre tão criticada taxa de câmbio não é um obstáculo à recuperação, muito pelo contrário.

De fato, no caso da indústria automobilística, por exemplo, o aumento das exportações líquidas tem sido o principal fator de impulso à produção doméstica. Já no que se refere à indústria como um todo, há também indicações de que maiores exportações de manufaturas têm desempenhado papel relevante na recuperação do setor, 4% de alta desde outubro de 2016.

A desvalorização recente da moeda nacional, ainda modesta, reflete mais a percepção (correta, a propósito) de que, depois de um bom início, o ímpeto reformista do governo Temer vem perdendo momento.

Talvez não por acaso, o dólar começa a se aproximar do valor registrado no momento de eclosão do escândalo da JBS, quando, ao que parece, houve o entendimento de que reformas do porte da previdenciária estavam fora do alcance da atual administração.

Aos poucos vai caindo a ficha de que a situação fiscal é muito mais delicada do que se supõe. A falsa sensação de calma só torna ainda mais remota a tomada de ações corretivas e é o que mais me deixa preocupado com nosso futuro imediato.

*

Tenho a honra e o prazer de conhecer William Waack e acredito que a coluna de Demétrio Magnoli de sábado (11) é a melhor análise desse episódio lamentável.

A frase é, de fato, abominável, mas tenho certeza de que William está longe de ser racista e certeza ainda maior da hipocrisia de vários de seus críticos, que, em face de manifestações semelhantes, se calaram por razões de conveniência político-partidária
Herculano
15/11/2017 07:49
TEMER DECIDE COMPRAR BRIGA CONTRA PRIVILEGIADOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Após sobreviver a duas graves denúncias da Procuradoria Geral da República, o presidente Michel Temer adquiriu uma autoconfiança que espanta até os velhos amigos habituados com sua conhecida cautela diante das grandes decisões: vai levar adiante a Reforma da Previdência para implantar um sistema de aposentadorias igual para trabalhadores públicos e privados. Ele sabe a magnitude da briga que vai comprar com a elite do serviço público beneficiária do sistema atual.

SOBRE TOURO BRAVO
A guerra aos privilégios afetará áreas que podem causar problemas sem fim a Temer: Justiça, Ministério Público e Forças Armadas.

NÚMEROS DOS PRIVILÉGIOS
No Brasil, 1 milhão aposentados do setor público custam mais (R$ 164 bilhões) que 30 milhões de aposentados do setor privado (R$ 150 bi).

NÃO DÁ MAIS
A campanha de esclarecimentos sobre a reforma da Previdência, em gestação, usa a expressão "chega de privilégios" como mote.

LOTERIA SEM SORTEIO
No setor público, as aposentadorias são integrais e há servidores que contam ainda com uma loteria ao deixar o serviço ativo: a "pecúnia".

MULTAS A LULA E BOLSONARO TERIAM CONSEQUÊNCIA ZERO
Mesmo que sejam condenados por campanha eleitoral antecipada, o ex-presidente Lula e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) pagariam, no máximo, R$ 25 mil de multa. O pior é que essas multas são cobradas e depois distribuídas aos próprios partidos políticos na proporção do Fundo Partidário. Este ano, por exemplo, o Tribunal Superior Eleitoral distribuiu mais de R$55,8 milhões de multas eleitorais entre os partidos.

VÍDEOS NA REDES SOCIAIS
Tanto no caso de Lula, quanto de Bolsonaro, a acusação se refere à divulgação na internet de vídeos que mencionam as candidaturas.

OS DOIS CULPADOS
Para o Ministério Público Eleitoral (MPE), tanto o petista, quanto o ex-militar fazem referência às candidaturas deles a presidente em 2018.

LEGISLAÇÃO
A legislação permite a propaganda somente a partir de 15 de agosto do ano da eleição e prevê multa de R$ 5 mil a R$ 25 mil.

'BANANAÇO' MENOR
O ex-ministro Bruno Araújo também deve esvaziar, com sua saída, o "bananaço" contra Michel Temer, articulado por tucanos com o objetivo de se afastar do governo fazendo a maior pose de oposição.

DOLCE VITA
A ex-presidente cassada Dilma perambula em Berlim há uma semana, na companhia de dois seguranças (medo dos brazucas?) e hospedada no luxuoso Hotel Maritimi. Resta saber quem paga tudo isso.

BRASIL NO CÁUCASO
O chanceler Aloysio Nunes chegou ontem na bela Baku, Azerbaijão, para a primeira visita de um ministro das Relações Exteriores brasileiro ao Cáucaso. Em seguida ele visitará a Geórgia e a Armênia.

NÃO SABIA, DE NOVO
A defesa do ex-presidente Lula afirmou que os vídeos questionados na Justiça Eleitoral como propaganda eleitoral antecipada, "não foram feitos pela equipe dele". Ah, bom. Deve ser de algum amigo da família.

NOVA PARCERIA
O vice-ministro da Economia de Angela Merkel, Mathias Maching, que esteve em Porto Alegre com o embaixador do Brasil em Berlim, Mário Vilalva, prevê aumento do comércio após o acordo entre o Mercosul e União Europeia: "Melhora o ambiente para investimentos estrangeiros".

DEBOCHE NA LATAM
Empresas aéreas continuam debochando sob os auspícios da "agência reguladora" Anac. Cliente da Latam foi impedida de fazer check-in de passagem Rio-SP, adquirida há um mês. "É o controle aeroportuário, senhor", diz a funcionária robotizada. É o novo nome do "overbooking".

PESO DOS SHOPPINGS
O setor de shopping centers representa 2,6% do PIB no Brasil e gera mais de 3 milhões de empregos. A expectativa da associação dos shoppings (Abrasce) é 7,5% de crescimento este ano e 10% em 2018.

A CONTA DA DEFESA
A verba para o Ministério da Defesa (que inclui Forças Armadas) para 2017 é R$ 94 bilhões, dos quais mais de 73% (R$ 69 bi) são gastos apenas a folha de pessoal; salários, aposentadorias e pensões.

PENSANDO BEM?
?o fim do ano se aproxima, mas em Brasília a torcida mesmo é pelo fim de 2018.
Herculano
15/11/2017 07:46
A DISPUTA PELA CARNIÇA DO GOVERNO TEMER, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

A troca de uns ministérios por votos parecia a maneira restante de aprovar alguma reforma da Previdência. Até que, agora se vê, a troca de ministérios também se tornou um problema.

Quando não é apenas sintoma de doença letal do governo, "ampla reforma ministerial" é um mito da política brasileira, tal como uma "profunda" reforma política ou a reforma tributária. Mais fácil ver o fogo que a mula sem cabeça solta pelas ventas que não tem.

A reforma ministerial enrola problemas tais como redistribuição de feudos de exploração eleitoreira, a acomodação de gente desesperada por um foro privilegiado e a composição de alianças para a eleição de 2018. Melindres entre partidos maiores e a temporada de apostas em cavalos com chance de vitória na eleição presidencial dificultam ainda mais os acordos no Congresso.

Difícil ver que desse emaranhado de problemas e conflitos saiam 308 votos para mudar a Previdência.

Problema um, há disputa pela carniça do governo Temer. A redistribuição de ministérios não deve ser bastante para comprar o apoio de partidos do centrão, que começaram a brigar entre si pelo butim.

Os votos ganhos pela doação de tal pasta a tal partido criam desafetos na outra turma, disputas de PR, PP, PRB e PSC. Além do mais, alas do PMDB e o DEM também querem levar o seu. Começou mal a coisa.

Problema dois: muito ministro quer ficar na cadeira até o minuto final do prazo da desincompatibilização para se candidatar em 2018, a fim de usar o ministério como propaganda eleitoral, "business as usual".

Três: Michel Temer precisa arrumar refúgios de foro privilegiado para aliados com rolo na polícia. Em suma, não vai ter cadeira para todo o mundo que queria vender voto por ministério.

Quatro: PMDB e DEM fazem ameaças cada vez mais críveis de que vão largar o PSDB sozinho com Geraldo Alckmin. Não quer dizer que alianças e candidaturas principais sejam logo definidas. Mas o jogo de ameaças nesse sistema de alianças leva a guerra também ao Congresso.

Quanto maior a possibilidade de candidaturas variadas nesse bloco, menos provável que os parlamentares das dissidências se empenhem muito em votar com o governo, mesmo com juras de amores pelas reformas.

O PMDB já tem um racha lulista. O DEM se inclina cada vez mais pela candidatura do "outsider" de direita que suba nas pesquisas, qualquer um. O que vier traçam, desde que pareça um cavalo vencedor (que pode até ser Alckmin, se por milagre o governador subir logo nas pesquisas). Se o PSDB fingir que nada teve a ver com o governo Temer, parte do PMDB vai querer vingança, como vem dizendo Romero Jucá, ministro virtual, senador e presidente do partido.

Nenhum desses rolos vai se resolver tão cedo ou tão facilmente: reforma agrária de feudos ministeriais, alianças locais, candidaturas a presidente. Ainda que sejam desembaraçados, não se sabe o saldo de insatisfações que restará. Esse tumulto, enfim, dificulta a "recomposição da base", a aquisição de votos até para aprovar o remendo do Orçamento ou da reforma trabalhista. Que dirá para a reforma da Previdência.

Caso Temer aprove aprovar alguma mudança, terá tirado as meias sem tirar os sapatos.
Herculano
15/11/2017 07:44
TEMER JÁ ADMITE MUDAR MINISTÉRIO EM 2 PARCELAS, por Josias de Souza

Um parlamentar aliado tocou o telefone para um auxiliar de Michel Temer na noite desta terça-feira. Avisou que o presidente atearia fogo no condomínio governista se levasse adiante a ideia de trocar até dezembro todos os ministros que disputarão eleições em 2018. Foi informado de que Temer já cogita parcelar em duas vezes a mexida na Esplanada, deixando um pedaço das mudanças para o final de março.

Em matéria de reforma ministerial, o que Temer diz não se escreve. O presidente jurava que só trocaria ministros no final do primeiro trimestre de 2018, quando a lei obriga os candidatos a deixarem os cargos públicos que ocupam. Pressionado pelos partidos do centrão a se livrar logo dos ministros do PSDB, Temer fincou o pé. Pressionado mais um pouco, passou a admitir a inevitabilidade da reforma.

Ao receber a carta de exoneração do tucano Bruno Araújo, que deixou a pasta das Cidades na segunda-feira, Temer apressou o passo. Declarou a congressistas e ministros, com ares de resolução, que aproveitaria o ensejo para substituir todos os ministros candidatos. Serão 17 trocas, estimou o senador Romero Jucá, líder do governo. O presidente definirá o ritmo, ele acrescentou.

Logo se verificaria que a convicção de Temer tinha a consistência de um pote de gelatina. Ele próprio se deu conta de que sua regra teria de contemplar exceções. Em privado, declarou que seria arriscado retirar Henrique Meirelles do Ministério da Fazenda em dezembro. O "mercado" reagiria mal. Neste caso, o melhor a fazer seria fingir que Meirelles ainda não decidiu se concorrerá à Presidência da República.

Ao farejar o odor de "privilégio", os governistas cuidaram de enumerar as situações que comportariam outras exceções. Por que mexer com Mendonça Filho antes da hora se ele realiza uma boa gestão no MEC?, perguntam-se os líderes do DEM. Por que retirar precocemente o foro privilegiado de ministros investigados como Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) e Marcos Pereira (Indústria e Comércio)?, indagam-se os correligionários do PSD e do PRB. Por que bulir com Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) num instante em que ele se esforça para colocar em pé o modelo de privatização da Eletrobrás? De exceção em exceção, a própria disposição de Temer de antecipar toda a reforma para dezembro converteu-se num ponto de interrogação.
Herculano
15/11/2017 07:34
SEM JOAQUIM, OUTROS JUÍZES PODEM QUEBRAR O JOGO VICIADO DA ELEIÇÃO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Para quem foi para a rua ou bateu panela, o que a oligarquia política lhe está oferecendo para a eleição de 2018 é mais do mesmo, ou pior. A boa notícia vem do repórter Raymundo Costa: o ex-ministro Joaquim Barbosa disse aos dirigentes do PSB que, até janeiro, decidirá se aceita o convite para disputar a Presidência da República. Pelo cheiro da brilhantina, ele quer ser candidato.

A candidatura do ex-presidente do Supremo Tribunal rompe a lógica maldita que os oligarcas estão montando. Ele não tem experiência partidária, o que é uma virtude.

Nunca participou de governos, o que não chega a ser defeito. Falta-lhe a experiência de Michel Temer, Eliseu Padilha e Moreira Franco.

Barbosa ficou 11 anos no Supremo Tribunal e notabilizou-se por ter desenhado o código genético do mensalão, o escândalo que levou poderosos políticos e empresários para a cadeia. Foi graças ao julgamento do mensalão que figuras intocáveis foram para a penitenciária. Desse DNA saiu a Lava Jato.

O ministro meteu-se em memoráveis bate-bocas com Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Mostrou-se um arbitrário pedindo a transferência de uma servidora do tribunal com 12 anos de serviço pelo crime de ser casada com um jornalista a quem insultara. Esse tipo de pavio poderá levá-lo a uma autocombustão diante das pressões de uma campanha presidencial.

Decidindo esperar até janeiro, Barbosa indica que poderá confirmar sua candidatura antes de uma eventual condenação de Lula na segunda instância. Aceitando o convite do PSB, o ex-ministro aninha-se no partido em que estava o candidato Eduardo Campos até a manhã de sua morte, na queda do seu jatinho de campanha, em 2014.

Outro dia Aécio Neves disse que uma candidatura como a de Luciano Huck significará a "falência da política". Pode ter razão, mas será a falência produzida por ele, Aécio, e não por Huck.

Admitindo-se que Barbosa resolva ficar fora da disputa, é possível que o ministro Luís Roberto Barroso entre na raia. Ele não tem a marca do ex-presidente do STF, mas preenche o requisito da ficha limpa de quem nunca se meteu em política eleitoral nem com governos.

Além desses dois magistrados, há outro nome, o do juiz Sergio Moro. Ele já negou que pretenda concorrer a seja lá o que for e sempre apresentou argumentos sólidos.

Especular em torno de uma candidatura de Moro é algo como viajar num lance de ficção política.

Imagine-se Moro em fevereiro do ano que vem, em sua poltrona de casa, em Curitiba. Ele liga a televisão e vê os candidatos à Presidência. Moro sabe como a oligarquia valeu-se da máquina do governo de Michel Temer para jogar água no chope da Lava Jato. Poderá prever o que acontecerá com a posse de um novo presidente daquele naipe. O juiz que mudou a cara da política nacional verá que, continuando na poltrona, seu legado será equivalente ao da Olimpíada do doutor Eduardo Paes.

Moro corre risco de entrar na História pelo que fez e de sair pelo que não quis fazer. Dante Alighieri colocou no vestíbulo do inferno o eremita que, uma vez eleito Papa, decidiu renunciar. (Pelo menos foi essa a história que contaram ao poeta.)
Herculano
14/11/2017 20:34
SOBRE BOAS MANEIRAS: DEVEMOS FOCAR NA FORMA OU NO CONTEÚDO?, por Rodrigo Constantino.

O deputado Jair Bolsonaro tem atraído milhões de eleitores e subido em pesquisas por conta de várias de suas qualidades, como a percepção geral de se tratar de uma pessoa honesta, patriota, firme no combate ao esquerdismo e determinado a resgatar um pouco de ordem num país caótico, estragado pelas ideias "progressistas" ?" das quais os tucanos são cúmplices.

O número crescente de defensores de seu nome como alternativa para 2018 não necessariamente ignora seus defeitos, como a ausência de conhecimento na área econômica, que ele mesmo reconhece, ou uma verborragia intensa, um estilo meio tosco, de quem diz o que pensa sem muito filtro, ligando a metralhadora giratória contra seus detratores.

O caso mais recente teve a jornalista Míriam Leitão como alvo. O deputado partiu para a ofensa, inclusive fazendo trocadilho com seu sobrenome. A resposta gerou forte reação negativa, mas também aplausos. Dá para aplaudir algo assim? E onde ficam as boas maneiras? Será que devemos focar só no conteúdo e ignorar a forma? É o que trago para reflexão.

Estou convencido de que o brasileiro, em geral, dá muito valor à forma, e pouco ao conteúdo. Somos o país do esteticismo, como Martim Vasques da Cunha mostra em seu A poeira da glória. Na visão puramente estética de mundo, vale mais a aparência, e isso produziu uma legião de gente falsa, dissimulada, que precisa posar de moderada mesmo que defenda as ideias mais abjetas, como o socialismo.

Eu mesmo tenho vários textos antigos atacando essa mania nossa de priorizar a forma e deixar de lado o conteúdo. Já fui vítima disso com frequência, acusado de radical, extremista, só porque não passo recibo e compro briga com os verdadeiros radicais de forma bem direta, sem rodeios, sem tentar bancar o "isentão". O que mais tem por aí é extremista revolucionário de fala mansa. O PSOL, a Rede e a Globo estão cheios deles!

Dito isso, e deixando claro que eu prefiro, ao contrário da nossa cultura, priorizar o conteúdo em vez da forma, o que é mais genuíno no lugar da máscara falsa, não sou da opinião de que a forma é totalmente irrelevante. Na área em que atuo, por exemplo, da escrita, diria que o estilo é fundamental. Às vezes leio um texto com deleite por conta da forma, mesmo que o conteúdo não tenha nada demais.

Lendo mais um livro de Theodore Dalrymple, o décimo-primeiro que encaro do autor, deparei justamente com um ensaio sobre a importância das boas maneiras. Dalrymple citava o caso de seu amigo, Lord Peter Bauer, que mesmo no hospital, com mais de 80 anos e doente, fez questão de ficar de pé até a esposa de Dalrymple se retirar do quarto, em deferência às mulheres. Dalrymple escreve:

Assim como o estilo na prosa deve ser imperceptível, como o veículo excepcionalmente perfeito para o que é dito e indissolúvel, os modos devem ser inconscientes, não adicionados para conduzir, mas intrínsecos. Eles não devem surgir da reflexão, mas de um hábito tão profundamente enraizado que, por muito que possam ter sido inculcados ou aprendidos, eles são agora inteiramente naturais e normais para a pessoa que os possui.

Dalrymple está sendo aristotélico aqui, lembrando que o hábito faz o monge, que as virtudes devem ser incutidas em nós por meio da repetição, até se tornarem parte inerente de nossa natureza. O outro exemplo mencionado pelo médico britânico é o de Kant, que teria feito um esforço sobre-humano para se manter de pé e apertar a mão do seu médico, momentos antes de falecer. Ele teria dito ao seu discípulo e biógrafo: "Deus me livre de afundar tão baixo a ponto de esquecer os ofícios da humanidade".

Esses dois exemplos são usados por Dalrymple para reforçar a importância das boas maneiras, da elegância, da postura de cavalheiro, num mundo que vem desprezando cada vez mais isso. Ele não ignora, porém, que boas maneiras podem vir com um péssimo caráter:

Claro que os bons costumes podem disfarçar a maior vilania; e um homem sem modos pode ser de bom coração. No entanto, nos casos de Immanuel Kant e Peter Bauer, parece haver uma conexão entre sua bondade geral e seus modos refinados.

Dalrymple termina o ensaio lamentando a reação de muitos à morte de Thatcher, quando várias pessoas mostraram não sentir a necessidade de controlar sua raiva em nome do decoro e da decência. Ele questiona inclusive quantas pessoas seriam capazes, hoje, de saber o que é decoro. As redes sociais, a era da vulgaridade, o ataque à cultura e aos clássicos, tudo isso tem ajudado nesse ambiente de "vale tudo", em que conter emoções em público passa a ser sinônimo de falsidade. É como se devêssemos agir como os animais, sem qualquer freio entre o estímulo e a resposta.

Para muitos liberais e conservadores, que valorizam tanto o conteúdo como a forma, e prezam as boas maneiras que chamamos de civilidade, o estilo bronco de Bolsonaro é simplesmente intragável. Posso compreender perfeitamente isso, e tendo inclusive a concordar. Mas, sem querer bancar eu mesmo o "isentão", faço o papel de advogado do diabo aqui: o contexto importa também.

Os brasileiros de classe média estão saturados do "bom-mocismo" hipócrita da esquerda, da retórica bonitinha de socialistas que quase destruíram nossa democracia, afundaram nossa economia e vêm espalhando imoralidade por todo canto; estão indignados com os corruptos que riem e sambam impunes da nossa cara de otários; estão revoltados com o massacre de mais de 60 mil homicídios por ano, enquanto os "progressistas" tratam os marginais como "vítimas da sociedade"; estão de saco cheio do duplo padrão da mídia, que sempre detona a direita e protege a esquerda, que chama criminosos socialistas de "manifestantes" e ridiculariza todo conservador como alguém reacionário e obscurantista; estão esgotados da campanha depravada dos movimentos que defendem "ideologia de gênero" e outras bizarrices, usando nossos filhos como cobaias em seus experimentos perversos; estão no limite com a turma "simpática" que, no fundo, defende a agenda comunista.

É nesse clima de guerra que as boas maneiras parecem perder relevância, a ponto de tanta gente ou ignorar ou até mesmo vibrar com a ofensa de Bolsonaro. Afinal, podemos pensar se a educação e o cavalheirismo de um soldado seriam os itens mais destacados numa batalha de vida ou morte contra nazistas ou comunistas. E, para muitos brasileiros, chegamos nesse estágio já, e eles parecem dispostos a jogar para escanteio as preocupações "afetadas" com as boas maneiras.

Espero, sinceramente, que o pêndulo não extrapole para um nível de descontrole. Pois seria uma pena derrotar a esquerda radical que, muitas vezes, finge-se de moderada na forma, mas levar junto a própria civilização que pretendemos salvar dessa gente. Seria como jogar fora o bebê junto com a água suja do banho.
Herculano
14/11/2017 20:27
TESTEMUNHA DIZ QUE PAGOU PROPINA A MARIN, TEIXEIRA, DEL NERO E A GLOBO, POR DIREITOS DE TV

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Almir Leite. O empresário argentino Alejandro Burzaco, ex-presidente da empresa Torneos Y Competencias, disse nesta terça-feira que a Rede Globo foi uma das empresas que pagaram propinas para vencer a concorrência por direitos de transmissão de competições internacionais, como a Copa América. A declaração foi feita durante depoimento no Tribunal do Brooklin, em Nova York, no julgamento do ex-presidente da CBF, José Maria Marin. A informação é do site da Bloomberg. Ele ainda acusou de receber dinheiro ilícito nas tratativas de TV os ex-presidentes da CBF, Marin e Ricardo Teixeira, além do atual Marco Polo del Nero. A CBF ainda não se manifestou.

Burzaco foi ouvido como testemunha de acusação no processo. Ele é um dos investigados no escândalo da Fifa e já se declarou culpado. Sua empresa negociava os direitos de transmissão de TV dos jogos ligados à Conmebol. Além da Copa América, a investigação da Justiça norte-americana também apura corrupção na compra dos direitos da Libertadores e do torneio Copa do Brasil.

Além da Globo, Burzaco também cita a Fox Sports americana, Televisa mexicana, Mediapro espanhola, além da Traffic, empresa do brasileiro J. Hawilla, que tinha ligaçaõ direta com a CBF e seus presidentes. O executivo ouvido em julgamento disse ainda que todas as empresas de comunicação receberam propinas. Ele também acusou diversos dirigentes de futebol. Burzaco cita o atual comandante da CBF, Marco Polo del Nero, que não deixa o Brasil desde 2015.

O advogado de Del Nero, José Roberto Batochio, disse ao Estado que seu cliente está "muito sereno"' em relação às acusações feitas nesta terça-feira em Nova York. "A linha de investigação dos americanos é rastrear o dinheiro. Marco Polo foi rastreado, 'birrastreado', 'trirrastrado', 'tetra'... E não acharam nada. Marco Polo não assinou nenhum documento e todos os documentos (referentes à investigação) estão à disposição de quem quiser ver (no tribunal). Sua posição em relação a isso é de muita serenidade", disse o advogado.

Procurada pelo Estado, a Rede Globo respondeu por meio de nota e negou qualquer ato ilícito em sua conduta para transmistir os jogos organizados pela Confederação Sul-Americana de Futebol. "Sobre depoimento ocorrido em Nova York, no julgamento do caso Fifa pela Justiça dos Estados Unidos, o Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina'', diz o texto. "Esclarece que após mais de dois anos de investigação não é parte nos processos que correm na Justiça americana. Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos. Por outro lado, o Grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido. Para a Globo, isso é uma questão de honra. Não seria diferente, mas é fundamental garantir aos leitores, ouvintes e espectadores do Grupo Globo que o noticiário a respeito será divulgado com a transparência que o jornalismo exige."

Marin está preso desde 27 de maio de 2015. Inicialmente, ele ficou em uma prisão na Suíça. Transferido para Nova York, cumpre prisão domiciliar em seu apartamento na 5ª Avenida. Ele é acusado de recebimento de propina na negociação dos direitos da Copa do Brasil e da Copa América. Sua defesa argumenta que ele ocupava o cargo, mas não tomavas decisões.
Mariazinha Beata
14/11/2017 19:44
Seu Herculano;

Conteúdo de O Antagonista. Dilma Rousseff disse na Alemanha:

"O PT é coisa de preto. O Lula é coisa de preto. Eu sou coisa de preto".

É que o PT, o Lula e a Dilma são filhos do cão preto que o Zé Dirceu deu para ela fazer campanha, agora ela responde processo porque mandou matar o Preto.

Porque não te calas, anciã caduca?
Bye, bye!
Joana Maria
14/11/2017 19:26
Herculano gostaria de deixar minha indignação acerca da diretora da Escola Luiz Franzói, que vem privilegiando algumas famílias no intuito de guardar vagas para alguns alunos, inclusive outros por terem deficiência os responsáveis nem vão precisar enfrentar fila pois, a diretora garantiu a vaga! Como pode isso? A escola deixou de ser \pública? Os direitos não são para TODOS? E o que dizer das saídas mais cedo e das chegadas tardias? a gente nunca encontra essa senhora em horário de aula, ela não tem que cumprir horário como os demais funcionários? A pessoa responsável pela secretaria da escola também não deveria realizar matrículas? Se o senhor pudesse entrar em contato com os responsáveis pela educação no município e pudesse encontrar respostas para minhas dúvidas eu agradeceria imensamente! Ahhh outra coisa: como é que naquela escola as matrículas dos alunos novos começam sexta-feira e já tem alunos na lista?? Interessante né? Vamos ficar de olho!!!!
Paty Farias
14/11/2017 19:25
Oi, Herculano

O filho de Jorge Picciani foi preso pela Polícia Federal?

O Reinaldo Azevedo já o está cobrando habeas corpus do Gilmar Mendes para soltura dos meliantes. Afinal de contas, o Estado democrático de direito tão enfaticamente defendido por Gilmar e Reinaldo não permite a prisão de bandidos (por mais periculosos que eles sejam).
Não esquecendo que Reinaldo Azevedo já foi militante esquerdista, então ...
Secretário Incomodado.
14/11/2017 19:12
Jà existe rumores que o secretário de Planejamento não está nada satisfeito com o executivo referente ao projeto da modificação no transito.Como diria o Gilberto UI,UI,UI,UI.
Digite 13, delete
14/11/2017 18:54
Oi, Herculano

A candidatura de Luciano Huck e a (falsa) "ameaça" da Globo - 12:43hs

Até concordo com Jorge Serrão que a Globo manipula a opinião pública, mas, não está conseguindo derrubar o Temer, isso mostra que os tempos são outros antes não havia internet.
Ana Amélia que não é Lemos
14/11/2017 18:44
Sr. Herculano:

Concordo com o deputado Jair Bolsonaro em relação a Mirian Leitão: uma petista sempre será uma petista, não vê o vereador Francisco Anhaia?
Ele sempre será um pelego petista mesmo mudando de partido.
Herculano
14/11/2017 17:27
da série: este é um candidato a presidente do Brasil?

1. A resposta no twitter, do deputado Jair Bolsonaro, a um artigo de Míriam Leitão, publicado hoje em O Globo.

"Miriam Leitão, a marxista de ontem, continua a mesma. Se eu chegar lá vai querer lamber minhas botas, como fez com todos que chegaram ao Poder. Seu lugar é no chiqueiro da História".

2. O artigo

CANDIDATOS E MERCADO, por Miriam Leitão

Mercado financeiro não ganha eleição e agradá-lo, ou não, faz efeitos apenas na oscilação dos ativos. Bancos costumam convidar candidatos para encontros e eles vão como se isso fosse relevante. Jair Bolsonaro foi perguntado sobre o que pensa da dívida pública. Respondeu que chamaria os credores para conversar. Essa resposta é tão sem noção que deixou os interlocutores mudos.

É preciso desconhecer coisa demais para dar uma resposta dessas. Todos os brasileiros que aplicam em títulos da dívida são credores. Todos os bancos, empresas, órgãos governamentais, não governamentais, cotistas de fundos, compradores de Tesouro Direto, investidores estrangeiros e locais, grandes e pequenos são credores da dívida pública. Imagina o governo fazendo a convocação geral a tão grande multidão para uma reunião de rediscussão da dívida. Seria a senha para uma corrida bancária de dimensões apocalípticas.

O fato foi contado por quem fala seriamente sobre eleição no mercado financeiro, e mostra o grau de incerteza de 2018. Não bastará um economista liberal fazer um transplante de ideias no candidato. Ter um economista que se disponha a representar um candidato não é o mesmo que ter um programa econômico. Em outro contato, perguntado sobre retomada de crescimento, o deputado fez um longo discurso sobre o nióbio. É importante, tem aplicações diversas, o Brasil tem reservas estratégicas, mas o elemento representa apenas 0,7% das exportações brasileiras. Enéas era grande defensor do nióbio. Com ele não se movimenta uma economia complexa como a brasileira.

O candidato da extrema-direita pode ser aceito por corretores desavisados, mas nenhum analista sério se deixa convencer apenas pelo fato de que agora ele tem ao lado dele um economista que está falando em privatização. Suas verdadeiras crenças na economia são mais bem definidas como o nacional-estatismo dos governos militares. Isso põe o deputado próximo ao pensamento de raiz do PT.

Lula não foi eleito porque agradou o mercado com a Carta aos Brasileiros, mas porque prometeu defender a estabilidade monetária que havia sido conquistada oito anos antes. O temor era da volta da inflação. Esse compromisso de Lula foi parte da estratégia para conquistar os votos da classe média. Ela sim ganha eleição.

É muito cedo para os cenários eleitorais, mas essa é certamente a disputa presidencial mais difícil da redemocratização pelo nível impressionante de incertezas. A grande questão que permanece aberta é a situação jurídica de Lula. A Justiça está diante de uma falha no Direito brasileiro: um réu não pode ser presidente, mas pode ser eleito presidente. Contradição insanável. Lula sabiamente tem executado a estratégia de fazer campanha com a ideia de quanto maior for sua chance eleitoral mais difícil será o dilema da Justiça Eleitoral e do STF em relação a ele. O pensamento de Lula na economia é mutante, como se sabe. Ele defendeu na campanha de 2002 algo diferente do que implementou e que é diferente do que está dizendo agora. Lula defenderá qualquer proposta que achar mais conveniente para seus propósitos eleitorais e certamente terá mais de um ideário durante a campanha.

Esse é o quadro das propostas econômicas dos candidatos que estão na frente na disputa eleitoral. Lula já governou o Brasil e sabe-se que ele tem opiniões mutantes sobre economia e tudo o mais. Neste começo de campanha tenta reconstituir a aliança com suas bases e por isso volta ao velho discurso. Já Bolsonaro tem um entendimento raso sobre o tema. A avaliação de que ele possa defender um pensamento liberal porque teve quatro aulas com um economista com essa crença só pode ser feita por quem tenha uma capacidade de análise igualmente superficial.

Estamos a um ano das eleições num país em que os cenários eleitorais são voláteis e há inúmeros casos de candidatos que pareciam viáveis até que perderam o pleito ou deixaram de estar na disputa. É cedo ainda. O ideal seria que os candidatos e suas equipes não formatassem ideias artificiais para receber elogios do mercado financeiro. É preciso muito mais do que isso para tirar o país da crise e levá-lo a um ciclo de crescimento sustentado.
Herculano
14/11/2017 17:10
O INCRÍVEL AUMENTO DO PATRIMôNIO DE PICIANI

Conteúdo de O Antagonista. O Globo registra que, em 20 anos na Alerj, Jorge Picciani conseguiu aumentar seu patrimônio em mais de 6.000% ?"6.387,5%, em números exatos.

Em 1994, quando o atual presidente da Assembleia do Rio voltou a ser deputado ?"depois de ter sido secretário de Esportes e presidido a Suderj?", seus bens pessoais eram de R$ 160,5 mil, em valores atualizados.

Na declaração que apresentou ao TSE em 2014, Picciani registrou balanço patrimonial de R$ 10,381 milhões.
Herculano
14/11/2017 16:46
SAMAE INUNDADO

Desde ontem a tarde, o pessoal do Arraial, em Gaspar, está sem água. E no Samae, ninguém "sabe" a razão. Ela está nas obras de duplicação da BR 470, cujos cronograma, a autarquia deveria saber para se planejar.

Como falta um executivo e um coordenador de verdade no Samae, quem paga são os consumidores, mesmo não recebendo água. acorda, Gaspar!
Herculano
14/11/2017 16:00
SERÃO TROCADOS 17 MINISTROS, DIZ ROMERO JUCÁ, por Josias de Souza

Presidente do PMDB e líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR) informa que a reforma ministerial de Michel Temer envolverá a troca de 17 dos atuais 28 ministros. O ritmo das mudanças é algo por definir. "A saída do ministro das Cidades [Bruno Araújo, do PSDB] precipita a discussão da reforma ministerial, tendo em vista que há ministério vago", anotou Jucá no Twitter. "Temer está avaliando e discutindo como vai fazer. Será uma reforma ampla, 17 ministérios vagos no prazo que o presidente determinar. Ele quem vai definir o ritmo."

A saída do ministro da Cidades precipita a discussão da reforma ministerial, tendo em vista que há ministério vago. Temer está avaliando e discutindo como vai fazer. Será uma reforma ampla, 17 ministérios vagos no prazo que o presidente determinar. Ele quem vai definir o ritmo.

Prevista inicialmente para o final de março, a mexida na Esplanada foi precipitada pela crise interna do PSDB, rachado entre a ala governistas e a banda anti-Temer, e pela pressão dos partidos do chamado centrão -sobretudo PP, PR, PRB e PSD -, ávidos por ocupar pastas controladas pelo tucanato. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) avisara a Temer: sem uma recomposição ministerial, a chance de aprovar matérias complexas como a reforma da Previdência é nula.

Sobre este tema, Jucá escreveu: "Precisamos votar a reforma da previdência ainda este ano. É importante que a matéria seja votada este ano na Câmara dos Deputados e que o Senado aprove no início do próximo ano. Se a Câmara não votar este ano, ficará muito difícil aprovar a reforma."

Mesmo com a perspectiva de troca de ministros, o líder de Temer no Senado não exclui a hipótese de a reforma previdenciária ficar para 2019: "Se não votarmos até o início do ano, ficaria tudo para depois das eleições, o que, em tese, diminui mais a condição do próximo governo de ter ajuste fiscal, equilíbrio e condições de desempenhar um bom governo."
Miguel José Teixeira
14/11/2017 13:42
Senhores,

Com todo respeito ao Jornalista Reinaldo Azevedo. Porém, na nota abaixo "Deixem Dirceu dançar em paz", temos: "Não sendo atividade criminosa, e não parece que fosse, qual é o problema?"
Cabe a pergunta:
em uma reunião onde participam mais de três PeTralhas, é ou não, formação de quadrilha???
Herculano
14/11/2017 13:20
PICCIANI LEVOU PROPINA DE R$ 58,58 MILHõES, FIRMA POLÍCIA FEDERALA

Estadão jornal O Estado de S. Paulo O Ministério Público Federal na 2ª Região, apontou propina de R$ 58,58 milhões ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), entre 15 de julho de 2010 e 14 de julho de 2015. Deste montante, o peemedebista identificado como "Platina" ou "Satélite" levou R$ 49,96 milhões a mando da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) e R$ 8,62 milhões a mando do ex-governador do Estado Sérgio Cabral (PMDB).

Jorge Picciani foi levado a depor na Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato, nesta terça-feira, 14. Seu filho Felipe Picciani foi preso pela Polícia Federal. Ele é irmão de Leonardo Picciani, ministro dos Esportes do Governo Michel Temer (PMDB).

O operador financeiro e delator da Lava Jato Álvaro Novis relatou que "os pagamentos efetuados a mando da Fetranspor para Picciani iniciaram na década de 90 e perduraram até a véspera da Operação Xepa da Lava Jato, em 2016, mas que só possuía parte das planilhas de pagamentos feitos a Jorge Picciani".

Segundo o delator, o presidente da Fetranspor José Carlos Lavoura "lhe disse que o parlamentar recebia o valor total a ser distribuído entre os deputados da Alerj por ser o presidente do órgão". "As entregas para Jorge Picciani, a mando de José Carlos Lavoura, foram feitas, na maior parte das vezes a Jorge Luiz Ribeiro, por meio da Transexpert, que usava veículos normais blindados. Jorge Luiz quando solicitava a entrega do dinheiro dizia para procurarem Manoel, codinome usado por ele", relata a Procuradoria.

Também são investigados na Cadeia Velha os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi, ambos do PMDB, e outros dez investigados por corrupção e outros crimes envolvendo a Assembleia. A pedido do Núcleo Criminal de Combate à Corrupção (NCCC) do Ministério Público Federal na 2ª Região, o desembargador federal Abel Gomes, relator dos processos da força-tarefa da Lava Jato, no Rio, no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, ordenou as conduções coercitivas dos parlamentares, seis prisões preventivas e quatro temporárias e buscas e apreensões nos endereços de 14 pessoas físicas e sete pessoas jurídicas. A condução coercitiva dos deputados foi ordenada como alternativa inicial à prisão deles.

Defesas

Jorge Picciani se manifestou sobre a ação da PF. "O que aconteceu hoje com meu filho é uma covardia feita para atingir tão somente a mim. Felipe é um zootecnista, bom pai, bom filho, bom amigo, que trabalha de sol a sol e não tem atuação política. Todos que o conhecem o respeitam e sabem do seu caráter e correção", escreveu.

"Nossa família atua há 33 anos no ramo da pecuária, onde ingressei antes de me eleger deputado. Com trabalho duro, nos transformamos numa das principais referências em alta genética do País. Trinta e três anos não são trinta e três dias. (?) "Em toda a minha carreira jamais recebi qualquer vantagem em troca de favores. A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro não atua a serviço de grupos de interesse, NÃO INTERFERE em aumento de tarifas (que é autorizado pela Agetransp) E NÃO VOTOU ISENÇÃO DE IPVA PARA ?"NIBUS, porque isso foi feito por decreto pelo ex-governador (decreto 44.568 de 17/01/2014), quando eu nem sequer tinha mandato. São portanto falsas as acusações divulgadas." (?) "Não tenho nem nunca tive conta no exterior. Não conheço Álvaro Novis, nunca o vi, nem sei onde fica seu escritório. Tampouco conheço seus funcionários."

"Meu patrimônio é absolutamente compatível com a renda oriunda das minhas atividades empresariais e isso já foi comprovado em investigação que durou dois anos e foi devidamente arquivada, em 2006, pela unanimidade ?" repito, pela unanimidade ?" dos votos do Conselho Superior do Ministério Público Estadual."

"O tempo vai se encarregar de desmascarar essa covardia em curso. A tentativa de me envolver não pode ser maior que os fatos", finaliza Jorge Picciani.

A defesa de Jacob Barata Filho não teve acesso ao teor da decisão que originou a operação de hoje da Policia Federal e, por isso, não tem condições de se manifestar a respeito. A defesa pedirá o restabelecimento das medidas que foram ordenadas pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, que já decidiu que a prisão preventiva do empresário é descabida e pode ser substituída por medidas cautelares, que vêm sendo fielmente cumpridas desde então.
Herculano
14/11/2017 13:14
DEIXEM DIRCEU DANÇAR EM PAZ! ATÉ PORQUE ELE JÁ DANÇOU PORQUE SE NEGOU A DANÇAR COMO O MPF, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Ah, que chatice sem fim!

Então José Dirceu estava presente a uma festa de aniversário de sua mulher e aparece, em pé, ensaiando alguns passos desajeitados de samba, como se vê abaixo?

E daí?

A histeria se deve exatamente a quê? Ele está em liberdade, com tornozeleira eletrônica. Desde que seja no Distrito Federal, participa do evento que lhe der na telha. Não sendo atividade criminosa, e não parece que fosse, qual é o problema?

Dirceu recebeu habeas corpus do Supremo. Duas condenações da Lava Jato somam mais de 34 anos de prisão. Aguarda o julgamento de embargos no Tribunal Regional Federal da 4º Região. Isso pode ocorrer nesta quarta-feira. Restará ainda à defesa recorrer aos embargos infringentes.

A se manter a atual jurisprudência do STF, que permite (e não determina!) a execução da pena a partir da condenação em segunda instância, Dirceu pode ser preso em breve.

A prisão antes do trânsito em julgado voltará a ser examinada pela Corte. Se for revista a decisão, alinhando-se com o que vai da Constituição ?" só se é culpado depois do trânsito em julgado ?", Dirceu poderá ser solto de novo.

Não entro no caso em particular de Dirceu para não turvar, leitor, o meu e o seu juízos. O que diz a Constituição no Inciso LVII do Artigo 5º, que é cláusula pétrea? Isto:
"Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória".

Logo, se ninguém é culpado antes do trânsito em julgado, e se "ninguém" inclui (ou exclui) Dirceu, não cabe a prisão, a menos que se vá prender quem ainda não é culpado. É simples. A excepcionalidade deve se restringir aos casos previstos no Artigo 312 de Código de Processo Penal. Ponto.

A questão, para mim, é objetiva, não de gosto: vai se seguir a Constituição ou não? Se não, então pode tudo. Afinal, o conjunto de leis a transgredir é sempre finito, certo? Já as formas de desrespeitá-lo são? infinitas. Se vamos dar a um agente de estado tal licença, podemos todos entrar na fila da guilhotina porque aí, meus caros, fica como na música do Tim Maia - sem, é claro!, as restrições do Tim: vale tudo!

De volta a Dirceu

O que acho melancolicamente irônico nas reações que me chegaram é o repúdio ao fato de que Dirceu? dançava! Não entendi por que um homem de 71 anos, prestes a ser preso, condenado a mais de 34, gozando de prováveis últimos dias de liberdade, não possa ensaiar timidamente uns passinhos de dança na festa de aniversário da mulher.

É nesse ponto que o dito combate à impunidade se deixa contaminar pelo rancor, pela raiva gratuita, pela estupidez de linchadores. Não se vai a bom lugar por aí.

A festa, de resto, dado o que se pode perceber pelo vídeo, é modesta. Não vi lá cascatas de camarão, lagosta, champanhe correndo a rodo, sinais de fausto e luxo. E noto: ainda que assim fosse, não se estaria diante de uma prova. Mas, ao menos, haveria uma base verossímil para a gritaria. Nem isso. O que incomodou mesmo? "Olhem o Dirceu dançando?" Se tivesse ficado num canto, sorumbático, mudo, com o olhar perdido, quem sabe de joelhos em sinal de penitência, aí a coisa estaria bem?

Aquele já foi o segundo homem mais poderoso do Brasil. E estava a caminho de ser o primeiro. Vejam a que foi reduzido. Notem que não estou aqui a fazer juízo sobre as penas que lhe foram aplicadas. Estou é dizendo que ele pode simbolizar o que der na telha de cada um: impunidade não!

Se a delação de Joesley Batista chegou a lhe valer a im(p)unidade, imaginem quanto valeria a do "Zé". E, no entanto, nunca se considerou que isso fosse nem remotamente possível. Curiosamente, a de Antonio Palocci sempre foi esperada, desde a primeira hora. E nem precisou ser formalizada para que ele entregasse até o Santo Padre se tivesse privado de sua intimidade. Anoto: falo sobre delações, sobre narrativas, sobre aquelas histórias que o Ministério Público Federal quer ouvir para premiar bandidos. Não estou lidando com critérios de verdade. Segundo o que ficamos sabendo das delações da turma JBS, o MPF também não lida, né?

Se relerem o texto, vão ver que não opinei sobre justiça ou injustiça das condenações e tamanho das penas. Trato de outro assunto.

Se alguém que está solto por determinação judicial, monitorado com tornozeleira eletrônica por decisão judicial, com data certa, também por decisão judicial, para ter julgado o seu recurso, por que não pode dançar?

Que importância isso tem? É grande! É preciso que as pessoas saibam distinguir o desejo de Justiça da sanha de linchamento.

O primeiro contribui para fazer a civilização. O outro é só a expressão da ameaça permanente de barbárie que nos ronda a todos.

Você ficará , leitor amigo, com o quê?

A minha escolha está feita há muito tempo. Quando decidi, contra a quase unanimidade, enfrentar o PT antes ainda de ele chegar à Presidência, eu o fiz em defesa dos valores que ancoram este texto.

E eles valem também para José Dirceu. Ou as críticas que fiz ao longo de mais de 20 anos àquilo de que Dirceu é expressão na política seriam apenas manifestação de hipocrisia.

Acho que fui claro.

Deixem o homem dançar.

Até porque, convenham, ele já dançou.

E dançou porque se negou a dançar com os procuradores
Sidnei Luis Reinert
14/11/2017 12:43
A candidatura de Luciano Huck e a (falsa) "ameaça" da Globo


Artigo no Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Sérgio Alves de Oliveira

Nessa conturbada quadra da sucessão presidencial indefinida até agora, inclusive sem saber-se ao certo se Lula irá, ou não, concorrer, "aquela" conhecida Rede de Comunicação que tanta influência já exerceu na política do Brasil resolveu entrar de "sola" nessa disputa. Deve ter pensado no meio de toda essa "poeira" levantada: "esse é o momento certo para agir e tirar proveito".

O poder da Globo não pode ser menosprezado. Ela sabe disso melhor que ninguém. De uma pequena empresa de comunicação que era antes da instalação do Regime Militar, em março de 1964, a partir daí teve um crescimento extraordinário, sempre "apadrinhada" pelos favores e tolerâncias do Regime que recém se instalara. Uns até garantem que a Globo teria recebido enormes investimentos vindos do exterior, que eram proibidos pela legislação brasileira na área das comunicações, "disfarçados" em aluguéis prediais.

É evidente que essa relação amistosa rendeu uma parceria íntima de "negócios" entre os Governos Militares e a Globo. O Governo fechava os olhos para as "trambicagens" da sua parceira. Em troca recebia propaganda governamental. Por seu turno, a Globo garantiria junto à opinião pública a plena sustentação do Regime Militar. Essa perfeita "lua de mel" durou até a primeira metade dos anos 80. O Regime Militar entrava na fase de desgaste, apesar das grandes obras de infraestrutura que realizou. E a Globo também virou-lhe as costas. Já tinha obtido tudo o que queria. Tinha novos planos. O Regime Militar "já era".

Vendo a decadência do Regime Militar e a sua concordância em devolver o poder aos políticos, nas palavras dos então Presidentes Ernesto Geisel e João Figueiredo, a Globo imediatamente passou a apoiar a renovação. É evidente que a sua imagem teria que ficar "simpática" com os "próximos". Importante é sublinhar, contudo, que a saída dos militares do poder foi espontânea, apesar de um certo "desgaste" ter reforçado essa atitude.

Mas engana-se quem pensa que a Globo não teve participação decisiva em TODAS as eleições que se seguiram após a saída do Regime Militar. Ela sempre se saiu vitoriosa, mesmo com o PT, apesar das aparências e "teatrinhos" em contrário. Collor de Melo, por exemplo, foi pura "construção" da Globo. Mas sua destituição por impeachment também foi obra da Globo. A Câmara e o Senado só assinaram o papel.

Recentemente começaram comentários no sentido de que o apresentador Luciano Huck, da Globo, estaria inclinado a disputar a Presidência da República. Uns pensaram que era brincadeira ou deboche. Eu não.

Agora está confirmado. Luciano Huck será o candidato da Globo a Presidente da República, nas eleições de 2018, apesar da "ameaça" pública que a empresa lhe fez no sentido de demiti-lo ,caso ele prossiga nesse intento. Essa foi a maior prova dessa certeza. Huck será mesmo o candidato.

Com esse novo "disfarce", Huck estará garantindo os votos de todos os "macacos-de-auditório" da Globo e também dos críticos a ela. A Globo com certeza fará propaganda "contra" ele, na aparência. Mas ela funcionará ao contrário. Funcionará "pró-Huck". Bem ela sabe que além de Huck ser um "estrangeiro" na política brasileira, tão desmoralizada, nada pesa sobre a sua idoneidade. Ele é "ficha limpa". Somados esses excelentes requisitos à sua inigualável popularidade, é certo que ninguém o baterá, nem Lula, se for o caso. Isso se deve ao fato de que a maioria dos eleitores brasileiros pensa mais com a "bunda" do que com a cabeça nas escolhas que faz na sua deturpada democracia.

O único perigo que ele teria pela frente seriam as "urnas eletrônicas" da Justiça Eleitoral, mas a Globo tem "poder de convencimento" suficiente para trazê-las para seu lado, se preciso for. As partes envolvidas nesse tipo de operação não teriam grande problema para os "acertos". Os níveis de moralidade, (i)moralidade ou (a)moralidade de todas as partes envolvidas são equilibrados.

Partidos políticos interessados na candidatura de Huck teriam muitos. É só dar um estalo de dedos que vários oferecerão suas siglas. Bom é lembrar que Collor foi eleito por um partideco qualquer, sem tradição eleitoral. Isso agora poderia se repetir. Esse fenômeno sempre pode acontecer quando o eleitorado respectivo, por sua maioria, não tem o devido preparo para exercer a legítima democracia e facilmente se deixa envolver pelos vigaristas da política.


Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo.
Herculano
14/11/2017 09:02
ZORRA TOTAL TENTA RIDICULARIZAR ESCOLA SEM PARTIDO, MAS CAI NO RIDÍCULO, por Rodrigo Constantino, do Instituto Liberal

A estratégia é antiga e manjada: tratar como paranoia de maluco qualquer denúncia de doutrinação esquerdista nas escolas e universidades. Faz tempo que a esquerda não consegue debater ideias com liberais e conservadores, restando apenas essas táticas patéticas de "debater" com espantalhos, de ridicularizar o adversário ideológico ou de rotular todos de "fascistas" logo de um vez.

Qualquer pessoa minimamente honesta vai reconhecer que há uma hegemonia de esquerda nas escolas e universidades brasileiras. Flávio Gordon explicou o fenômeno muito bem em A corrupção da inteligência, que já está indo para sua quinta edição. Não se trata de uma questão de opinião, mas de fatos observáveis, e comprovados pelas estatísticas.

Mesmo nos Estados Unidos o viés esquerdista é enorme, e demonstrado pelo apoio maciço dos professores ao Partido Democrata. Em pesquisas, aqueles que assumem ter uma visão de mundo "liberal" (para padrões americanos) são sempre muito mais do que os que alegam ter uma visão mais conservadora. Não resta a menor dúvida: a academia está tomada por esquerdistas.

No Brasil, são marxistas mesmo, aos montes. E o PSOL e companhia começam a praticar lavagem cerebral desde cedo, em crianças novas. Depois, quando chega no mestrado e no doutorado, já há um filtro que só permite vermelhos, e basta comparar a quantidade de teses sobre pensadores marxistas com aquelas sobre conservadores para não deixar margem a dúvidas. Recomendo o podcast Ideias desta semana, que foi justamente sobre o ambiente de censura à direita nas universidades:

Mas, diante desse quadro inegável de viés esquerdista, o que faz a esquerda? Apresenta argumentos? Dados, fatos, estatísticas? Claro que não! Apela para o "Zorra Total", um programa supostamente de humor, que apresentou um esquete sofrível e sem graça do que seria a paranoia dos reacionários do Escola Sem Partido.

No quadro, a professora de matemática que manda Joãozinho dividir igualmente morangos é a prova do comunismo em sala de aula, não só pelo "dividir igualmente", como pelos morangos, que são vermelhos (nossa, que engraçado!). Em seguida, um arco-íris desenhado prova o viés LGBT, e mais não consegui ver, porque acabou o estoque de Engov em casa.

É essa a visão que a turma quer passar para o público, inclusive com crianças na sala de aula do próprio programa. Quem condena a doutrinação esquerdista nas escolas está vendo pelo em ovo, fantasmas, comunistas que não existem mais por toda parte, claro. Não há nada parecido com doutrinação esquerdista no mundo real, não é mesmo?

Alguns ainda tentam bancar os "isentões" e admitem, vejam só!, a existência dessa doutrinação socialista, mas na mesma proporção que aquela religiosa. Que imparciais, esses sujeitos! É por isso que Dom Lourenço de Almeida Prado, e não o comunista Paulo Freire, é o "patrono" da educação brasileira, não é mesmo? Ops!

Negar uma obviedade, qual seja, a existência de um grave problema de doutrinação ideológica no ensino brasileiro, é algo que só mesmo a esquerda canalha poderia fazer. Divergir sobre como resolver o problema tudo bem, é legítimo, faz parte do jogo, e ninguém é obrigado a concordar com a receita do Escola Sem Partido. Mas daí a sequer reconhecer a existência do problema vai uma longa distância, aquela que separa as pessoas sérias dos embusteiros que querem só continuar doutrinando, cada vez mais cedo?
Herculano
14/11/2017 07:13
BOLSONARO E A DEMOCRACIA, por Helio Schwarstman, no jornal Folha de S. Paulo

A democracia funciona? Sim, mas não pelas razões que gostaríamos. O que algumas décadas de pesquisas empíricas sobre o voto revelam é que o eleitor dificilmente faz suas escolhas comparando e avaliando racionalmente as propostas de partidos e candidatos. No mais das vezes, ele se deixa guiar por impulsos emocionais e lealdades grupais.

Pode acontecer de o eleitor, diante da performance negativa ou positiva de um governo (e das reações emocionais que ela desencadeia), decidir puni-lo ou recompensá-lo. Esse é um fenômeno que, em algum grau, confere um pouco de previsibilidade ao processo eleitoral. Só que ele está longe de ser uma regra universal.

Boa parte das administrações não é catastrófica ou brilhante o bastante para provocar uma tendência eleitoral irrefreável, o que deixa espaço para o aleatório. Regressões estatísticas mostram que o regime de chuvas e até ataques de tubarões afetam o comportamento do eleitorado.

Por qual motivo, então, a democracia funciona? A resposta está na menos em eleições e mais na paisagem institucional que a acompanha, em elementos como "rule of law", liberdade de expressão e, principalmente, a alternância do poder.

Eleições são relevantes porque ajudam a promover a alternância de forma pacífica e porque tendem a reduzir o radicalismo. Num pleito, as posições mais extremas em geral se anulam, favorecendo a moderação.

A notícia dada pela Folha de que, no afã de evitar Lula, o tal de mercado (deixemos de lado sua conceituação) já namora a candidatura de Bolsonaro preocupa porque destruiria um dos poucos mecanismos virtuosos do processo eleitoral. Bolsonaro até pode tentar se disfarçar de liberal moderado, mas sua biografia escancara um radical, intervencionista e inimigo dos direitos humanos, isto é, das garantias fundamentais do indivíduo. Ele é basicamente tudo o que os mercados deveriam abominar.
Herculano
14/11/2017 07:08
TEMER NÃO VAI RESTABELECER O IMPOSTO SINDICAL, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Não adianta chororô: o presidente Michel Temer decidiu não incluir, nas medidas de "revisão" da reforma trabalhista, o retorno da "contribuição" obrigatória que garantia à pelegada receita anual de cerca de R$3,5 bilhões. A contribuição sindical morreu, segundo um dos ministros mais influentes. Entre os ajustes previstos estão a desvinculação das indenizações do salário e entrega de comprovantes de FGTS e INSS.

DINHEIRO DE NINGUÉM
Centrais sindicais, confederações, federações e sindicatos não estão obrigados a prestar contas de sua receita bilionária.

LULA VETOU FISCALIZAÇÃO
O Congresso aprovou lei submetendo entidades sindicais à fiscalização do Tribunal de Contas da União, mas o então presidente Lula vetou.

FIM DA OBRIGATORIEDADE
Há décadas o trabalhador é obrigado a dar um dia de trabalho ao "bolo" do imposto sindical. Agora, com a reforma, isso será voluntário.

PROTESTOS INÚTEIS
O fim do dinheiro fácil que os sustentava e aos "mortadelas" levou os sindicalistas a promoverem protestos em todo o País. Serão inúteis.

JUSTIÇA DO TRABALHO JÁ ENTERRA VELHAS PICARETAGENS
A reforma trabalhista, que entrou em vigor neste sábado (11), já produz seus frutos. No primeiro dia de vigência, com base no novo texto, um juiz do Trabalho recusou uma velha picaretagem agasalhada na velha legislação: a tentativa de arrancar dinheiro do patrão alegando ter sido vítima de "assalto" a caminho do trabalho. Nesse caso, o sujeito pedia R$50 mil. Acabou condenado a pagar R$8,5 mil por litigância de má-fé.

PARECE PIADA
O patrão vinha sendo responsabilizado pelo assalto ou o "acidente de trajeto" para o trabalho, da topada na calçada ao acidente de trânsito.

MANDOU BEM
A decisão do juiz José Cairo Junior, da Bahia, inaugura fase histórica nas relações de trabalho no Brasil.

SEGURANÇA JURÍDICA
O economista Luiz Paulo Rosenberg chama a atenção para o fato de a reforma trabalhista contribuir para o reaparecimento dos empregos.

GENTILEZA PERNAMBUCANA
O pedido de demissão de Bruno Araújo (Cidades) foi uma gentileza ao presidente Michel Temer, diminuindo as tensões com partidos governistas como o PP, que exige retomar o controle do ministério.

FALTA IMBASSAHY
Se Antônio Imbassahy (Governo) seguir Bruno Araújo, Temer nem precisa de reforma ministerial. Basta demitir Luislinda, a "escrava". O chanceler Aloysio Nunes é o único tucano "tolerado" pela base aliada.

FOGO AMIGO
Amigos do novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, afirmam que os dossiês tentando "queimar" sua indicação foram coisa de quem queria o cargo ou por pessoas que queriam continuar por lá.

O TAMANHO DO ESTADO
No Brasil sustentamos a Secretaria Nacional de Aviação Civil (orçamento de R$5 bilhões), Agência Nacional de Aviação Civil (R$680 milhões), Centro de Investigação da FAB (R$2,67 bilhões). Mas sobrou para a Polícia Federal investigar o drone no aeroporto de Congonhas.

FLERTE INÚTIL
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) vai se licenciar por 121 dias para fazer um agrado aos petistas. Se a licença fosse de 120 dias, não haveria necessidade de o suplente Wilmar Lacerda (PT-DF) assumir.

MEDO DE ASSOMBRAÇÃO
Do alto do posto de observação da Av. Paulista, investidores e seus conselheiros tremem de medo das candidaturas de Lula e Bolsonaro, por isso adiam decisões. Deveriam se aproximar mais de Brasília.

QUE VERGONHA
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) fez relatório favorável ao projeto que pretende recontratar empregados de estatais, como a Petrobras, que no governo FHC aderiram a programas de demissão voluntária.

'COPINHA' BLOQUEADO
A Justiça bloqueou os bens do ex-secretário de Educação de Roraima Jules Rimet de Souza Cruz, cujo nome foi uma homenagem do seu pai ao tri-campeonato de 1970. Os amigos o chamam de "Copinha".

VALE LEMBRAR...
...tucanos são das poucas espécies de pássaros que comem os ovos, filhotes e até mesmo outros tucanos adultos.
Herculano
14/11/2017 07:02
POR QUE A REFORMA TRABALHISTA É TÃO IMPOPULAR?, conteúdo da coluna "Por quê? Economês em bom português", do jornal Folha de S. Paulo

A reforma trabalhista já está valendo desde o último sábado. É uma boa reforma, flexibiliza um pouco a super-rígida CLT dos anos 1940. Resta saber como ficarão as coisas na prática. Em particular, como a Justiça do Trabalho vai se portar diante das mudanças. Em teoria, isso não deveria ser uma fonte de preocupação. Mas, dado o grau de ativismo do Judiciário brasileiro, não podemos descartar um cenário em que alguns pontos das novas regras enfrentem dificuldades práticas.

Que os líderes sindicais se oponham à reforma é compreensível: eles perdem poder com a possibilidade de barganha individual entre trabalhador e empregador e com o fim da contribuição sindical obrigatória -uma jabuticaba daquelas bem viçosas, a propósito.

Que fique claro: a reforma não se extingue a contribuição sindical, ela apenas a torna opcional.

Mas por que a reforma trabalhista parece não angariar muito apoio na sociedade? Entendemos que isso se deva a uma falha no entendimento de como o mercado de trabalho funciona. Muita gente associa flexibilizar leis trabalhistas com beneficiar o empregador. "Agora, com a nova lei, o empresário vai poder explorar mais ainda o trabalhador", ou algo nessa linha. Mas a premissa de partida está errada.

O trabalhador não é refém do empregador, pois para produzir algo são necessários trabalho e capital. Ambos. O empresário também precisa do funcionário. Se o dono da empresa tem por objetivo apertar o máximo possível o trabalhador, por que ele não reduz o salário de todos ao mínimo? Porque deixariam a empresa, é claro.

O objetivo do empregador, caro leitor, não é reduzir salários e benefícios ao mínimo possível - é, sim, maximizar lucro.

A reforma proposta, de um modo geral, reduz a insegurança jurídica das negociações entre trabalhadores e empregadores em diversas dimensões (sob a lei antiga, essas negociações nem sequer eram possíveis juridicamente!), como escalonamento de férias, jornada de trabalho (limites totais mantidos, mas maior flexibilidade dentro desses limites), tempo para almoço, banco de horas (sem que o sindicato precise concordar), teletrabalho, planos de remuneração e bônus, entre outras coisas.

É verdade: a reforma facilita em alguma medida a demissão. Porém, ao contrário do que se diz, isso não é ruim para o trabalhador de modo geral. Repetindo a lógica já aventada acima: nenhuma empresa gosta de demitir um funcionário bom, com anos de experiência, eficiente. Mas com menores barreiras para demitir funcionários pouco produtivos, a empresa se sente mais confortável para contratar.

Isso beira o óbvio: quando demitir é muito custoso, muito difícil, o empresário fica arisco e contrata menos, para evitar custos futuros. Um corolário desse argumento é: quando a lei trabalhista fica um pouco mais flexível, quem está desempregado reencontra trabalho mais rapidamente.

E reforçando: tempo total de férias, salário mínimo, hora-extra, licença maternidade, seguro-desemprego, não mudam.

Demorou, mas o país dá um belo passo à frente com a nova legislação.
Herculano
14/11/2017 06:56
SUPREMO PODE AVACALHAR A OPERAÇÃO LAVA JATO, por Josias de Souza

Vêm aí mais duas boas oportunidades para o brasileiro conferir de que lado está o Supremo Tribunal Federal. A presidente Cármen Lúcia marcou para quinta-feira da semana que vem o julgamento que pode limitar a abrangência do foro privilegiado. Depois, em sessão a ser agendada, a Suprema Corte decidirá se mantém ou não a regra que abriu as portas das cadeias para os condenados na segunda instância. Uma combinação malandra de veredictos pode inaugurar uma pizzaria que servirá impunidade a larápios graúdos e avacalhará a Lava Jato.

Suponha que a maioria dos ministros do Supremo vote a favor da restrição do foro, nos termos propostos pelo relator Luís Roberto Barroso: permanecem no Supremo apenas os processos relativos a crimes cometidos por congressistas e ministros durante e em razão do exercício do mandato ou do cargo público. Nessa hipótese, desceriam do Éden Supremo do Judiciário para o mármore quente da primeira instância todos os processos relacionados à Lava Jato. A arquibancada soltaria fogos.

Agora imagine que, em julgamento posterior, a mesma Suprema Corte decida rever a jurisprudência que autorizou a prisão após a confirmação das sentenças por um tribunal de segunda instância. Neste caso, as senteças de juízes como Sergio Moro lançarão fachos de luz sobre as propinas e outras delinguências. Mas depois que o país enxegar a roubalheira, as luzes serão apagadas e os condenados recorrerão em liberdade à segunda, à terceira e até à quarta instância do Judiciário. Os processos se arrastarão por mais de dez anos. E muitos serão assados no forno da prescrição.

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, parecia sentir um cheiro de queimado quando falou sobre o tema numa entrevista a colun, no mês passado. Ele lamentou a inexistência de punição de criminosos graúdos pilhados na maior investigação anticorrupção da história:

"Faltam os grandes chefes desse esquema criminoso, as pessoas mais responsáveis entre todas por ele, que foram os políticos poderosos que organizaram. Falta a responsabilização deles. E a responsabilização deles tramita exatamente no Supremo Tribunal Federal."

'FALTA RESPONSABILIZAR OS GRANDES CHEFES', LAMENTA O PROCURADOR

No fundo, o Supremo Tribunal Federal julgará a si mesmo. Condenou-se à execração quando abriu o caminho, por 6 votos a 5, para o Senado anular as sanções cautelares impostas ao senador tucano Aécio Neves. A plateia tem agora mais um par de oportunidades para verificar se o Supremo utiliza sua supremacia para fazê-la de idiota.
Herculano
14/11/2017 06:52
O QUE FAZER COM OS MONSTROS QUE NOS RODEIAM, UMA VEZ DESCOBERTOS?, por Joel Pinheiro da Fonseca, economista, para o jornal Folha de S. Paulo

Há monstros entre nós. Pessoas com as quais você convive diariamente e que escondem por trás da máscara de civilidade uma mente perversa. Sob o manto da impunidade, conversas imorais, pensamentos torpes e atos vergonhosos.

Estou falando daquilo que, a alguns, pareceriam delitos pequenos. Comentários que refletem racismo, machismo, homofobia e tantos outros ódios; piadas ofensivas; conversas pouco republicanas; grosserias sexuais; mentiras conjugais; expor crianças a conteúdo impróprio; sem falar nos atos de corrupção do dia a dia: parar em vaga de deficientes, furar fila. Nada disso tem lugar no século 21. E é por causa dessas condutas "pequenas" que o Brasil segue sendo o país da exploração e da corrupção, esta terra arrasada de miséria, injustiça e sofrimento. Contra isso, quem não se sente indignado é menos humano.

Por muito tempo, toda essa massa de imoralidades ficou escondida do olhar público, convenientemente restrita à esfera privada, segura pela cumplicidade de poucos. Dentro dos museus, nas conversas de bar, em perfis pouco acessados nas redes sociais, em relações abusivas entre quatro paredes. Longe do conhecimento geral.

Não dá mais. Chegou a hora de mudar isso. Tudo que é feito com expectativa de privacidade deve vir a público. A tecnologia já o permite.

A fala ou ação que não se sustenta sob o olhar da sociedade democrática não é legítima.

Avanços inegáveis têm sido feitos. Câmeras e gravadores estão cada vez mais onipresentes. A cumplicidade está dando lugar ao espírito de denúncia pública. Nenhum patrão, nenhum namorado, nenhum colega, nenhum irmão está a salvo. Com um clique, o que se destinava a poucos se torna universal. Que nenhum quarto e nenhum gabinete esteja longe das câmeras e nenhuma conversa passe sem prints. Temos o direito de saber e o dever de agir.

O povo é um juiz justo. Sabemos bem analisar o contexto, buscamos a correta compreensão de cada caso particular. Só não seremos indulgentes com canalhas. Saberemos distinguir entre deslizes ocasionais de sujeitos fundamentalmente bons e manifestações reveladoras de um caráter perverso. Em geral, é óbvio.

Não existe piada ou comentário inocente. Todo ato é político. Até mesmo a arte; especialmente a arte. O mesmo vale para as relações humanas. Sob o olhar do coletivo, a complexidade individual desaparece; é nossa maior virtude. Nenhum opressor passará impune.

O que fazer com esses monstros que nos rodeiam, uma vez que sejam descobertos? Infelizmente, o direito penal tem alcance limitado. Mas assassinar a reputação e arruinar a carreira é uma saída que depende apenas de nós. Essa é a nova regra do jogo. Afinal, você não ia querer trabalhar junto de alguém que defende a escravidão de negros ou a exploração sexual de crianças, não é mesmo?

Não se trata de nada além disso.

É uma pena que a tecnologia não nos permite ir mais longe e devassar aquele último reduto de tudo que é inconfessável: os recônditos secretos da mente. Esse dia chegará, um passo de cada vez. Até lá, a esfera da vida privada nos dará material suficiente.

Não há mais espaço para sombras. Elas pertencem a um passado que não tem nada a nos ensinar. Não peçam compreensão; temos sido compreensivo há 500 anos. Fomos tolerantes em excesso com os pecados de nossos pais. Queremos apenas luz. Tudo será revelado e nada será perdoado. E daí, finalmente, a justiça reinará.

Venha comigo. Não tenha medo. Você não tem nada a esconder, não é mesmo
Herculano
13/11/2017 20:02
DILMA ROUSSEFF: "EU SOU COISA DE PRETO"

Conteúdo de O Antagonista. Dilma Rousseff disse na Alemanha:

"O PT é coisa de preto. O Lula é coisa de preto. Eu sou coisa de preto".

Dilma Rousseff tem de ser processada por racismo.

Como é que ela pode associar os negros a um bando de criminosos.

Depois de um ano e meio gritando "golpe", Dilma Rousseff agora resolveu dizer que é hora de "perdoar a pessoa que bateu panela achando que estava salvando o Brasil, e que depois se deu conta de que não estava".

Dilma falou em Berlim, em entrevista à rede alemã Deutsche Welle. Disse também que o PT não deve ter um espírito vingativo nas próximas eleições e que não vê problema em alianças com gente como Renan Calheiros.

Desde o final de outubro, e depois de meses açulando o ódio da militância, Lula mandou parar com o "fora, Temer". Dilma continua sendo um poste exemplar ?"faz direitinho o que o mestre manda.
Herculano
13/11/2017 19:58
COMEÇA O DESEMBARQUE TUCANO. BRUNO ARAÚJO PEDE DEMISSÃO DO CARGO DE MINISTRO DAS CIDADES

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Carla Araújo, da sucursal de Brasília. O ministro das Cidades Bruno Araújo pediu, nesta segunda-feira, 13, demissão do cargo, pouco antes de participar de cerimônia simbólica de entrega de cartão reforma no Planalto. Em carta enviada ao presidente Michel Temer pedindo sua exoneração, Bruno Araújo diz que "não há mais apoio" para que ele siga no comando da pasta e fala indiretamente da crise vivida no PSDB. "Agradeço a confiança do meu partido, no qual exerci toda a minha vida pública, e já não há mais nele apoio no tamanho que permita seguir nessa tarefa", escreveu.

Araújo era um dos quatro ministros tucanos no governo. Desde a votação da segunda denúncia, partidos do Centrão vinham pressionando Temer por uma reforma ministerial que lhes desse mais espaço no governo e excluísse os tucanos do alto escalão, em troca de aprovar projetos de interesse do governo como a reforma da Previdência. Pelo seu gordo orçamento, o Ministério das Cidades era um dos principais objetivos da base aliada.

"Tenho a convicção, Sr. Presidente, que a serenidade da história vai reconhecer no seu Governo resultados profundamente positivos para a sociedade brasileira. Receba minha exoneração e meus agradecimentos", completa o deputado pernambucano que estava licenciado.

Bruno diz que em maio do ano passado, aceitou o convite "para ajudar o País no processo de transição que permitisse" e cita o ex -presidente Fernando Henrique que afirmou que era preciso "repor em marcha o governo federal?" e preparar o País para o seu próximo líder a ser eleito daqui a alguns meses.

Os tucanos têm mais três pastas, Relações Exteriores, Secretaria de Governo e de Direitos Humanos. Temer deve tirar do papel, nas próximas semanas, a reforma ministerial. Segundo reportagem do Estado/Broadcast Político apurou que Temer já comunicou interlocutores no Congresso sobre a intenção de redistribuir cargos em 15 dias. Com as mudanças, o PSDB deve perder espaço, enquanto PMDB e PP podem ganhar novas cadeiras.

Bruno Araújo, que discursou no evento, afirmou que sob seu comando o Ministério das Cidades avançou em governança. "Recuperamos o MCMV e a credibilidade nos compromissos financeiros. Implantamos duas ações que vão deixar marcas relevantes no desenvolvimento social do País: o Cartão Reforma e a Nova Legislação de Regularização Fundiária", escreveu. "Preciso agradecer o apoio de toda nossa competente equipe nessas realizações, e de modo especial a sua confiança, que de trato sempre fidalgo e republicano, permanentemente nos deu autonomia em busca da melhor entrega possível a população brasileira", completa.

O agora ex-ministro afirmou que há ainda muito o que se fazer. "O País responde rapidamente ao comando da boa gestão, testemunhei isso. É hora das prioridades serem mais da sociedade e menos das corporações. É fundamental coragem de todos para os enfrentamentos que protejam as necessidades dos que não conseguem faltar ao trabalho para vir a Brasilia clamar por melhores serviços públicos".
Herculano
13/11/2017 19:50
DESEMBARQUE DO PSDB É APROVADO POR 70%, por Ernesto Neves, na Veja.

O iminente desembarque tucano do governo de Michel Temer é aprovado por 70,5% dos eleitores do país.

É o que mostra levantamento inédito do Instituto Paraná Pesquisas.

Só 23,7% dos ouvidos pelo instituto acham que o PSDB deve continuar com Temer, enquanto 5,8% não soube opinar.
Herculano
13/11/2017 15:44
FALTA DE VERGONHA NA CARA. DISCURSO BARATO DO VITIMISMO MILITANTE. "SOU PRETA, POBRE E DA PERIFERIA", DIZ MINISTRA EM LANÇAMENTO DE PROGRAMA EMERGENCIAL

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Vinicius Neder. Depois da polêmica envolvendo seu salário, a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois (PSDB), afirmou na manhã desta segunda-feira, 13, que é "preta, pobre e da periferia". A declaração foi feita em discurso, ao lado do presidente Michel Temer (PMDB), na cerimônia de lançamento do Programa Emergencial de Ações Sociais para o Estado do Rio de Janeiro e Municípios, numa unidade da Marinha do Brasil na Avenida Brasil, zona norte do Rio.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento Social, o programa emergencial terá investimento total de R$ 157 milhões no Rio, com ações nas áreas de justiça, educação, esporte e direitos humanos. Projetos de vários ministérios estão envolvidos, incluindo a pasta de Luislinda.

"Vamos aumentar esses números (de beneficiários de programas sociais) para o Rio de Janeiro e para o Brasil todo também. Sou preta, pobre e da periferia e sei o que é viver longe dos grandes centros", afirmou Luislinda, completando que o programa emergencial é baseado em "compromissos reais".

A polêmica em torno do salário de Luislinda veio à tona após a Coluna do Estadão revelar a insatisfação da ministra com o valor de seu contracheque. Conforme a reportagem, Luislinda protocolou um pedido ao governo no qual alegava fazer trabalho escravo por não receber R$ 61 mil, valor que seria a soma de sua remuneração como ministra com a aposentadoria como desembargadora. Se o pleito da ministra fosse atendido, ela receberia além do teto constitucional, que é de R$ 33,7 mil, violando a legislação.
Herculano
13/11/2017 15:37
PSDB LANÇA TRÊS CANDIDATOS AO GOVERNO DE SANTA CATARINA, por Moacir Pereira, no Diário Catarinense.

Durante a maior, mais festiva e mais bem organizada convenção de sua história, o PSDB elegeu o novo diretório regional e a nova executiva estadual, reconduzindo à presidência o deputado Marcos Vieira.

O encontro partidário foi marcado por vários pronunciamentos dos principais líderes de que o PSDB terá papel decisivo nas eleições de 2018 em Santa Catarina. Vai disputar o governo, em aliança com outros partidos ou com chapa pura. O lançamento das candidaturas do senador Paulo Bauer, do prefeito Napoleão Bernardes e do presidente Marcos Vieira foi uma forte sinalização de que os três poderão compor as candidaturas majoritárias, caso a opção seja por chapa pura.

De acordo com os organizadores, pelo menos 2 mil líderes e militantes passaram pelo Hotel Slaviero, em São José, onde ocorreram simultaneamente a convenção estadual e as convenções das mulheres, dos jovens, dos prefeitos e dos vereadores. Todas elegeram as respectivas executivas estaduais.

Fato destacado, além do congraçamento: o PSDB saiu unido da convenção e com a convicção das lideranças de que a hora é agora. Nos discursos, repetidas vezes, foi citada a história do partido no Estado, apoiando o PP de Esperidião Amin, o PMDB de Luiz Henrique e o PSD de Raimundo Colombo. "Agora chegou a nossa vez", bradaram.

Faixas, balões e cartazes anunciaram as candidaturas ao governo de Paulo Bauer, Napoleão Bernardes e Marcos Vieira. Para um sábado de céu claro, alta temperatura, com o PSDB nacional em grave crise e registro de chapa única, os tucanos deram uma forte demonstração de unidade. E de representação política.

A convenção contou com delegados de 260 municípios. E a nova direção foi eleita com 565 votos dos 578 votante
Herculano
13/11/2017 15:29
da série: um poço de dúvidas

BOLSONARO EM PAUTA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Se já deve ser levado a sério como candidato à Presidência, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) igualmente dá sinais de que busca se tornar um nome palatável ao establishment político e econômico nacional.

Trata-se de movimento pragmático, cujo propósito imediato é obter apoios e estrutura para sustentar uma pré-campanha que até o momento se impôs por meio de uma retórica raivosa, que explora medos e preconceitos.

O postulante da direita radical beneficia-se, ao mesmo tempo, da degradação econômica e social do país nos últimos anos e da ausência de candidaturas definidas fora do campo esquerdista.

Por ora um lobo solitário nesse terreno, pesca nas águas turvas do quadro de escândalos de corrupção, descrédito de partidos tradicionais, insegurança trabalhista e temor da violência.

Segundo o Datafolha, ele obtém 17% dos votos em qualquer dos cenários projetados. Seus eleitores mostram perfil um tanto atípico. Dois terços são homens; cerca de 30% têm menos de 24 anos; 60% concluíram o ensino médio.

Entre os nomes até agora mais prováveis, seus adeptos são aqueles que menos declaram preferência por algum partido ?"75% deles, contra 63% da média.

No universo de entrevistados com renda superior a dez salários mínimos, bate Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Marina Silva (Rede).

Firme no segundo lugar das pesquisas, Bolsonaro ainda procura o que dizer sobre os destinos do país.

Mesmo no seu tema de predileção, a segurança, jamais propôs diretrizes mais consistentes para a ação do Estado. Limita-se a pregar a repressão de crimes por meio de métodos violentos e do armamento da população.

Não faz muito tempo, apresentava-se como um nacionalista econômico, simpatizante de políticas da ditadura militar, contrário a privatizações, favorável ao protecionismo e ao fechamento de fronteiras, inclusive para imigrantes.

Mais recentemente, de modo trôpego, tenta incorporar a sua retórica alguns rudimentos do liberalismo e da responsabilidade orçamentária. O próprio deputado, no entanto, reconhece que pouco entende do assunto.

Tampouco se tem grande noção do pensamento de Bolsonaro por meio da análise de sua carreira política ?"afora o que se conhece de seus rompantes e grosserias, costumeiramente ofensivos a mulheres e homossexuais.

A despeito de exercer seu sétimo mandato consecutivo, a trajetória parlamentar é apagada. Não se destacou por apresentar ou relatar projetos de importância, por articular ou liderar grupos políticos de relevância no Congresso.

Carece de aliados, de planos de substância, de partido. Muito terá de trabalhar para que não seja tão somente mais uma outra ameaça ao soerguimento do país.
Herculano
13/11/2017 12:57
AO NAMORAR UM LIBERTICIDA, OS LIBERAIS CONTRADIZEM SUA ESSÊNCIA, por Clóvis Rossi, no jornal Folha de S. Paulo

Alguém aí se surpreendeu com o namoro que o tal de "mercado" começa a planejar com a candidatura de Jair Bolsonaro, conforme apontou a manchete desta Folha no domingo (12)?

Não creio que haja surpresa. Afinal, é coerência: agentes de mercado financiaram, durante a ditadura, a Operação Bandeirantes, embrião do que viria a ser o tenebroso Doi-Codi, centro de torturas e demais violências aos direitos humanos. É natural que, agora, agentes de mercado se inclinem por alguém, como Bolsonaro, que já fez a apologia da tortura e defende a ditadura.

É justo dizer que, até onde se sabe, não foram muitos os empresários que financiaram as operações da máquina de matar que funcionou nos porões do regime militar. Não cabe, portanto, generalizar.

Feita essa ressalva, vale lembrar que uma parcela substancial do tal "mercado" apoiou e financiou a campanha de Fernando Collor de Mello, que Leonel Brizola designava, com toda a propriedade, de "filhote da ditadura".

Tendo em vista esses antecedentes, não há surpresa na simpatia de setores do mercado por Bolsonaro, muito mais "filhote da ditadura" do que Collor.

É o pecado original que os liberais ainda precisam purgar no Brasil (e na América Latina) para serem críveis como alternativa política relevante.

Estou chamando agentes de mercado de liberais porque tenho que partir do princípio de que agentes de mercado são favoráveis à livre iniciativa e, por extensão, liberais. É uma obviedade, mas, no Brasil, há incontáveis defensores da livre iniciativa que preferem encostar no Estado, em vez de confiar no mercado.

Mas a grande incoerência nem é essa. Absurdo mesmo é que liberais participem de regimes liberticidas, como foi a ditadura do período 1964/85, ou apoiem, depois dela, candidatos que nasceram graças a ela ou que a defendem, como é o caso de Bolsonaro.

Não dá para esquecer que Roberto Campos, o maior ícone liberal brasileiro, foi ministro durante a ditadura. Depois, votou, por exemplo, a favor do confisco da poupança decretado por Fernando Collor, uma intervenção brutal do Estado que deveria causar arrepios na alma de qualquer liberal digno do nome.

O Brasil não é um caso isolado. Liberais argentinos participaram alegremente de governos ditatoriais, aliás abundantes no vizinho.

Em tese, dado o evidente fracasso de esquemas governamentais que aumentaram a participação do Estado na economia (a ditadura, inclusive), seria natural que tivesse chegado a vez e a hora dos liberais. Está até acontecendo. Os liberais estão claramente saindo do armário.

Mas, enquanto não jogarem ao mar o lastro representado pelo apoio aos liberticidas, convém desconfiar
Sidnei Luis Reinert
13/11/2017 12:38
Os pressupostos para a Intervenção Institucional


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Pergunta básica: Quais são os pressupostos para uma Intervenção Institucional que promoverá mudanças estruturais na máquina estatal brasileira? Resposta mais simples possível: temos de aplicar os conceitos corretos de Democracia, Liberdade, Ordem Pública, Legalidade, Legitimidade e Justiça, cumprindo deveres e respeitando direitos, principalmente em respeito à Individualidade (não confundir com invidualismo, nem com egoísmo).

O General de Divisão na reserva, Luiz Eduardo da Rocha Paiva, tem inteira razão quando afirma que "nossa redenção depende da neutralização do poder político da máfia dirigente e das duas lideranças socialistas (a radical e a fabianista)". Para nós, brasilianos patriotas e defensores da liberdade, também vale uma lição básica de um dos construtores da nação norte-americana, Alexander Hamilton: "A Justiça é a primeira obrigação de uma sociedade, porque o resto depende dela".

Bingo! Justiça depende de exercício consciente da razão pública ?" baseada no respeito ao indivíduo ?" baseada na plena segurança do Direito. Por isso, o Brasil só tem saída se for reinventado a partir de uma nova Constituição que seja enxuta, baseada nos princípios de liberdade responsável, e que possa ser cumprida pelo cidadão, sem necessidade de "interpretações" interventoras de membros (politicamente indicados) de tribunais superiores.

Isso parece impossível de acontecer em um País sob domínio do Crime Institucionalizado, no qual a máquina estatal explora, escraviza e intervém o tempo todo na vida do cidadão, roubando seus recursos e, pior de tudo, surrupiando a liberdade. O mais assustador é que as coisas erradas acontecem por ação de uma caríssima burocracia e seu gigantesco aparato "legal" (porém nem sempre legítimo). Temos de tirar o poder dos bandidos (e os bandidos do poder), dando ao cidadão mecanismos de controle direto sobre o "mecanismo" estatal.

São assuntos como esses que serão debatidos sábado que vem, dia 18 de novembro, no Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte, no I Congresso do Movimento Avança Brasil. Não adianta seguir falando mal do desgoverno, como também de nada adianta apostar que encontraremos a salvação no resultado da próxima eleição (com inconfiável sistema eletrônico que não permite a recontagem por voto impresso). Nossa única saída é definir e debater soluções (viáveis e baseadas em conceitos corretos) para o Brasil.
Sidnei Luis Reinert
13/11/2017 12:32
Dura vida de preso domiciliar do Zé Dirceu


Edição Extra do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O regime de prisão domiciliar a que se submete o condenado José Dirceu de Oliveira e Silva é um grande deboche com o cidadão honesto brasileiro. Também é uma brutal sacanagem com aqueles bandidos sem prestígio político que cumprem pena em nosso medieval sistema penitenciário. Dirceu é tão especial que no cárcere residencial dele tem até direito a pagode e churrascada com os amigos.

Breve, a Câmara dos Deputados pode até lhe conceder uma aposentadoria de R$ 9,2 mil porque foi parlamentar. Assim caminha o Brasil da Impunidade. O vídeo do home-prisioner Zé Dirceu é o mais viralizado da segunda-feira. Resta esperar se o Judiciário vai dançar conforme o Dirceu, ou se vai acabar com a festa dele - que alegou problemas de saúde para não cumprir pena na cadeia convencional...

Leia a primeira edição desta segunda-feira: Os pressupostos para a Intervenção Institucional

https://www.youtube.com/watch?v=xK4uhHnhntc
Herculano
13/11/2017 12:04
INFLAÇÃO, RENDA E CONSUMO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Com inflação ainda moderada e melhores condições de emprego, o consumidor poderá ter um fim de ano mais folgado, ou menos apertado, que o de 2016

Com inflação ainda moderada e melhores condições de emprego, o consumidor poderá ter um fim de ano mais folgado, ou menos apertado, que o de 2016. Se isso se confirmar, comércio e indústria poderão entrar no próximo ano com estoques moderados, talvez baixos, e também esse detalhe contribuirá para manter a economia animada nos primeiros meses de 2018. A evolução do cenário político até o recesso do Parlamento, em dezembro, poderá, é claro, derrubar qualquer prognóstico otimista, mas, por enquanto, os números permitem alguma animação. A inflação oficial acumulada no ano ficou em 2,21% até outubro, a menor taxa para esses dez meses desde 1998, quando bateu em 1,44%. O total contabilizado em 12 meses passou de 2,54% em setembro para 2,70%, mas permaneceu abaixo do limite inferior de tolerância. A meta do ano é 4,5%, com margem de variação permitida de 1,5 ponto porcentual para cima e para baixo.

No fim do ano, segundo especialistas, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) poderá estar em 3% ou pouco acima ?" dentro, portanto, do espaço de tolerância. Se essa estimativa estiver correta, o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, será poupado de uma estranha obrigação: explicar em carta ao ministro da Fazenda por que a inflação ficou abaixo do limite inferior fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Não há, de toda forma, expectativa de grandes pressões neste fim de ano, exceto por novo aumento da conta de eletricidade.

A alta das tarifas de energia elétrica e a do preço do gás em botijão foram as causas principais do aumento do indicador no mês passado. O grupo Habitação, onde esses dois itens são incluídos, subiu 1,33%, com impacto de 0,21 ponto na composição do aumento geral do IPCA, 0,42%. Chuvas insuficientes e oscilações no mercado internacional de petróleo e gás são as explicações dessas altas.

Medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), válido para as famílias com renda mensal de um a cinco salários mínimos, o aumento de preços continuou mais moderado que o do IPCA, apontando um desafogo maior para os grupos de orçamento mais limitado. A alta mensal ficou em 0,37%. A variação acumulada em 12 meses passou de 1,63% em setembro para 1,83% em outubro, mantendo-se, apesar da aceleração, num ritmo raramente observado no País.

Ainda muito afetadas pelo desemprego, as famílias de renda baixa têm sido pelo menos beneficiadas por uma evolução menos maligna dos preços. Como a inflação razoavelmente contida tem facilitado o consumo e criado condições para a produção e para as contratações de pessoal, a política anti-inflacionária tem beneficiado os trabalhadores de duas formas: 1) com menor alta de preços, a erosão da renda real é mais moderada e, atualmente, muito menos sensível; 2) gerando menos entraves ao funcionamento da economia, a inflação facilita a reativação e a geração de oportunidades.

Mais uma vez, portanto, os fatos desmentem os defensores da tolerância à inflação e também aqueles propensos à contenção dos índices por meio da intervenção política na formação de preços.

Em tempos muito recentes, tolerância inflacionária e interferência nos preços prejudicaram o funcionamento da economia, agravaram o desarranjo dos preços e impuseram enormes perdas ao Tesouro, a empresas e aos trabalhadores. Ninguém deveria esquecer, entre outros desastres, as grandes perdas impostas à Petrobrás e a empresas do setor elétrico pela política de preços da administração petista.

Especialistas projetam para o próximo ano pouco mais de 4% de alta para o IPCA, em consequência principalmente de uma acomodação de preços, depois de um período de forte contenção. Dificilmente haverá condições, nesse caso, para juros básicos abaixo de 7%, nível previsto para o fim deste ano. Mas a taxa real de juros, de toda forma, estará consideravelmente reduzida. Novos cortes da inflação nos próximos anos dependerão principalmente do reequilíbrio das contas públicas e, portanto, da aprovação de reformas.
Herculano
13/11/2017 11:59
ALCKMIM SE LANÇA A 2018: "A CARAVELA VAI PARTIR...", por Josias de Souza

Na convenção do PSDB de São Paulo, neste domingo, Geraldo Alckmin discursou como se lançasse sua candidatura presidencial. Fez pose de navegador português: "A caravela vai partir. As velas estão pandas de sonho, aladas de esperança. E eu não tenho dúvida. Logo, logo, mais à frente, quem estiver colocado no alto da gávea vai poder bradar: Alvíssaras, meu capitão. Terra à vista! Terra da justiça, da liberdade. Dá-lhe, tucano!"

As velas ficam "pandas" quando estão infladas, cheias, abauladas pelo vento. Em 'Hora Absurda', o gênio Fernando Pessoa escreveu: "O teu silêncio é uma nau com todas as velas pandas". Mas os versos do poeta não foram a fonte de Alckmin. Puxando-se pela memória, o candidato tucano ecoa um discurso histórico, intitulado "A Caravela vai Partir." Foi pronunciado em 1973 por Ulysses Guimarães. Marcou o lançamento da "anticandidatura" presidencial do líder do então MDB, em plena ditadura militar.

Alckmin apropriou-se de suas palavras sem dar-lhe o crédito. Na metáfora original, as velas não eram "pandas", mas "paridas". Disse Ulysses: "A caravela vai partir. As velas estão paridas de sonho, aladas de esperanças. [?] Posto hoje no alto da gávea, espero em Deus que em breve possa gritar ao povo brasileiro: 'Alvíssaras, meu capitão. Terra à vista!' Sem sombra, medo e pesadelo, à vista a terra limpa e abençoada da liberdade.''

A longevidade do poder tucano em São Paulo deu a Alckmin um sentimento de invulnerabilidade que, em certos momentos, soa irracional. Num instante em que o PSDB faz água, a associação da candidatura a uma caravela tem algo de pesadelo. Numa hora em que o tucanato vive um surto de peemedebização, tomar de assalto (ops!) as frases de Ulysses, ícone da boa política, é um misto de desrespeito com masoquismo.

Alckmin disse que os tucanos e seus aliados têm pela frente um desafio: "Superar as dificuldades e nos unirmos." Postado ao seu lado, o senador investigado José Serra fez uma cara de peixe morto. O semblante de Serra dá ideia do tamanho do "desafio". Para conseguir entusiasmar o correligionário com seu projeto presidencial, Alckmin teria que nascer de novo umas três vezes.

Testemunharam a convenção do PSDB representantes de legendas que participam do governo paulista e, supostamente, se dispõem a apoiar Alckmin na corrida presidencial. Entre os potenciais aliados está o PPS, que se oferece gostosamente como abrigo de uma eventual candidatura presidencial do apresentador Luciano Huck. Ou o PSD, que cogita empinar o nome do ministro Henrique Meirelles. Ou ainda o DEM, que frequentava o notociário até bem pouco como uma espécie de partido baldio, à espera de que o neotucano João Doria o ocupasse.

Embora figure nas pesquisas eleitorais como um sub-Bolsonaro, o presidenciável tucano parece acreditar na própria invulnerabilidade. Para quem se enroscou nas delações da Lava Jato e vê o seu inquérito paralisado no Superior Tribunal de Justiça, tem boas razões para isso. Mas convém não abusar da sorte.

Se os nativos soubessem que o Brasil viraria uma grande Lava Jato, teriam colocado Cabral e seus marujos para correr ?"ou pra nadar?" naquele fatídico 22 de abril. Se desconfiasse que seu MDB viraria o PMDB de Michel Temer, primeiro presidente da história a ser denunciado por corrupção em pleno exercício do mandato, Ulysses decerto preferiria ter nascido noutra época do passado.

Se tivesse noção do que estava por vir, Ulysses, antes de sumir nas águas frias de Angra dos Reis, teria sonhado em recuar mais de 500 anos na história. Viria ao mundo como um índio da tribo dos tubinandebês. Ele se postaria na praia e, ao notar a aproximação das caravelas de Cabral, agitaria os braços freneticamente. E se esgoelaria: "Não! Não! Não!"
Herculano
13/11/2017 11:52
INIMIGO DO POVO, por J.R. Guzzo, na revista Veja

O afastamento do jornalista William Waack, acusado de 'racismo' pela Rede Globo, é um clássico em matéria de hipocrisia e oportunismo

A maior parte dos meios de comunicação do Brasil, com a Rede Globo disparada na frente, está se transformando num serviço de polícia do pensamento livre. É repressão pura e simples. Ou você pensa, fala e age de acordo com a atual planilha de ideias em vigor na mídia ou, se não for assim, você está fora. Os chefes da repressão não podem mandar as pessoas para a cadeia, como o DOPS fazia antigamente com os subversivos, mas podem lhes tirar o emprego. É isso, precisamente, que o comando da Globo acaba de fazer com o jornalista William Waack, estrela dos noticiários da noite, afastado das suas funções por suspeita de racismo. Por suspeita , apenas - já que a própria emissora não garante que ele tenha mesmo feito as ofensas racistas de que é acusado, numa conversa particular ocorrida um ano atrás nos Estados Unidos. Mas, da mesma forma como se agia no Comitê de Salvação Pública da velha França, que mandava o sujeito para a guilhotina quando achava que ele era um inimigo do povo, uma acusação anônima vale tanto quanto a melhor das provas.

William não foi demitido do seu cargo por ser racista, pois ele não é racista. Em seus 21 anos de trabalho na Globo nunca disse uma palavra que pudesse ser ofensiva a qualquer raça. Também nunca escreveu nada parecido em nenhum dos veículos de imprensa em que trabalha há mais de 40 anos. Nunca fez um comentário racista em suas numerosas palestras. O público, em suma, jamais foi influenciado por absolutamente nada do que ele disse ou escreveu durante toda a sua carreira profissional. O que William pensa ou não pensa, na sua vida pessoal, não é da conta dos seus empregadores, ou dos colegas, ou dos artistas que assinam manifestos. O princípio é esse. Não há outro. Ponto final.

William Waack foi demitido por duas razões. A primeira é por ser competente - entre ele, de um lado, e seus chefes e colegas, de outro, há simplesmente um abismo. Isso, no bioma que prevalece hoje na Globo e na mídia em geral, é infração gravíssima. A segunda razão é que William nunca ficou de quatro diante da esquerda brasileira em geral e do PT em particular - é um cidadão que exerce o direito de pensar por conta própria e não obedece à atitude de manada que está na alma do pensamento "politicamente correto", se é que se pode chamar a isso de "pensamento". Somadas, essas duas razões formam um oceano de raiva, ressentimento e neurastenia.

A punição a William Waack tem tudo para se tornar um clássico em matéria de hipocrisia, oportunismo e conduta histérica. A Rede Globo,como se sabe, renunciou à sua história tempos atrás, apresentando - sem que ninguém lhe tivesse solicitado nada - um pedido público de desculpas por ter apoiado "a ditadura militar". Esse manifesto, naturalmente, foi feito com o máximo de segurança. Só saiu vários anos depois da "ditadura militar" ter acabado e, sobretudo, depois da morte do seu fundador, que não estava mais presente para dizer se concordava ou não em pedir desculpas pelo que fez. A emissora, agora, acredita estar na vanguarda das lutas populares - não falta gente para garantir isso aos seus donos, dia e noite. William Waack, com certeza, só estava atrapalhando
Herculano
13/11/2017 11:47
RISCO LULA NUNCA FOI SOCIALISMO, MAS CAPITALISMO DE ESTADO. O RISCO BOLSONARO É A DESORDEM, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV.

Então o tal "Osmercáduz" pisca para Bolsonaro, conforme escrevi aqui? Ah, esse ser estranho, que dá pinta a cada eleição, já foi fanaticamente lulista, sabiam? Sim! Eu mesmo cheguei a ter uma conversa algo azeda com esse tal "Osmercáduz" porque apontei: ao mesmo tempo em que o PT adere ao credo do mercado, constrói uma estrutura de poder autoritária, que corrompe o Estado, e é pensada para se eternizar. Sabem o que ouvi como resposta? Se o partido cumprir as regras do livre mercado, que mal haveria nisso? Segundo o gênio que então falava comigo, político é mesmo tudo igual, e era preciso ter alguém que respeitasse as regras de? mercado.

Em certa medida, no que pode haver de absolutamente negativo na comparação, Bolsonaro guarda, sim, semelhanças com Lula. Este abjurou de teses históricas do partido com a tal "Carta ao Povo Brasileiro" em 2002. Foi escrita com dois propósitos: 1) se o PT vencer, não haverá calote da dívida interna nem 2) desrespeito a contratos firmados pelo Estado. O objetivo era frear a especulação. E Lula cumpriu aqueles termos. E, NOTEM, SE ELEITO, OU O SEU PARTIDO, SERIAM CUMPRIDOS DE NOVO.

O risco de Lula, e eu o adverti centenas de vezes, não era instituir o socialismo no Brasil, mas levar adiante um processo de corrosão dos valores liberais, da institucionalidade, da cultura democrática. E isso ele fez com dedicação e zelo. Convenham: ninguém corrompeu - no sentido de PERVERTER - tanto a economia de mercado como o PT, tornando mais agressivos todos os seus vícios e mitigando todas as suas virtudes. Parte importante da corrupção, agora no sentido vulgar mesma, originou da decisão de Lula de criar os grandes "players" da economia, segundo a lógica do capitalismo de Estado.

Quando "Osmercáduz" percebeu que o PT não queria acabar com ele, mas se tornar seu sócio, todos deram risos de felicidade e se conformaram logo à nova situação. E Lula passou a ser considerado um mago. Quem não cansou de ouvir elogios ao realismo do então presidente, vindos de banqueiros e de potentados do capital, alguns deles agora querendo brincar de antipetismo radical?

O problema de Lula eram os valores que encarnava, que nos empurravam para trás, em vez de nos preparar para um novo ciclo de desenvolvimento. Com ele, a metáfora do crescimento foi o voo do supergalinha: durou um pouco mais, mas o bicho se estabacou. Dada a má tradição do Estado brasileiro, a gestão lulista foi mediana. A questão é saber para onde nos conduziram suas escolhas de longo prazo. A crise que se abateu sobre o país, com a maior recessão da história, diz isso com todas as letras. Dilma Rousseff, a personagem acidental do demiurgo, não inventou nada. Ela só não soube sair da armadilha. Não que a percebesse: ela dobrou as apostas erradas do lulismo: mais gastos, mais subsídios, mais desoneração, mais intervenção artificial em preços como juros e tarifas? O resultado é conhecido.

Como todo mundo sabe, eu nunca temi o Lula socialista. Até porque não existe. Isso é papo-furado de anticomunistas profissional, que batem a carteira de empresários mais ignorantes do que eles próprios, ameaçando-os com supostas grandes conspirações. Eu sempre repudiei, aí sim, o Lula do capitalismo de Estado; o Lula que fez o Estado sócio de empreiteiras, de petroquímicas, de empresas de telefonia, de frigoríficos?

Enquanto Lula operava esses prodígios, vejam vocês, o petismo exercitava, com desenvoltura ímpar, o discurso do ódio a tudo aquilo que não atendia à pauta do partido e das ditas "minorias" que a legenda mobilizava. A corrosão dos valores democráticos, em nome da tolerância, caminhava junto com a agenda de tomada do Estado, tendo setores do mercado como parceiros. Foi assim que se engendrou um sistema que só foi à breca NÃO PORQUE A LAVA-JATO RESOLVEU DESTRUIR O PT. O lava-jatismo só progrediu porque o regime petista de gestão do Estado entrou em colapso.

De volta
E agora o tal "Ozmercáduz" me vem falar de Bolsonaro? Lula, ao menos, tinha um partido grande a lhe garantir interlocução no Congresso. O ex-militar destrambelhado nem isso. A negociação com o Parlamento teria de começar do zero, tendo no comando um líder, Deus Meu!, de viés carismático, que não preparou seu exército para defender a pauta liberal, mas para caçar tarados e dizer boçalidades anticomunistas cuja extensão ele próprio desconhece.

Se "Osmercáduz", ou parte dele ao menos, acha que isso representa um risco menor do que Lula, então é bom que se apresente. A primeira coisa que você deve fazer é identificar esses agentes e manter o seu dinheiro bem longe deles. A razão é simples: são uns imbecis!

Sintetizo: hoje, o risco de um petista vencer a disputa é bem maior do que o de dar Bolsonaro na cabeça. Isso uma coisa. Mas cabe outra pergunta: quem representaria um risco maior para o país? Qualquer não bolsonarista que saiba fazer, digamos, contas histórias, responderá o óbvio: Bolsonaro!

Oh, sim, ele tentaria seguir, se eleito, as regras do mercado. Ajoelhar-se-ia no milho. Ocorre que terá de satisfazer a sanha e a sede de seus justiceiros de meia-tigela. A questão é saber quem faria apostas de longo prazo num "líder" com essas características. A resposta é óbvia, não?

"Isso é uma declaração de voto, Reinaldo?" Não! Um eventual segundo turno entre Lula (ou um escolhido seu) e Bolsonaro, e eu não votaria em ninguém. Sim, acho que é um imperativo ético o compromisso com o mal menor. Se notaram bem, eu estou falando do MAL MENOR. No caso em tela, seriam ambos MALES MAIORES, ainda que distintos. Distintos, mas combinados. Autoritarismo estatista ou desordem? Nenhum!

E não é só jogo de palavras, não! Não estou me referindo a ordens de grandeza; trato do que cada um deles representa de essencial. E, pela primeira vez desde que sou eleitor, eu anularia convictamente o meu voto.

Pena não haver mais a possibilidade de a gente mandar um recadinho na cédula. Escreveria: "Olhe a cagada que a Lava Jato fez!" E perguntaria a alguns procuradores e juízes se estão satisfeitos com a sua, literalmente, grande obra
Herculano
13/11/2017 11:42
ECONOMIA TENDE A COLOCAR TERCEIRO ELEMENTO NA DISPUTA PRESIDENCIAL, por Vinicius Mota, secretário de redação do jornal Folha de S. Paulo

Os efeitos sensíveis de reviravoltas no ciclo econômico ?"numa nação relativamente complexa, remediada e populosa como o Brasil?" são sempre defasados. A pior recessão em uma geração começou em meados de 2014, mas demorou bastante tempo para a ficha cair.

O desemprego sustentou-se em níveis muito baixos até o final daquele ano, o que ajudou a reeleger governantes, como Dilma Rousseff e Luiz Fernando Pezão, diretamente responsáveis por escolhas calamitosas de política econômica. Em 2016, com a desocupação perto do pico histórico, a oposição ao PT e ao statu quo colheu estrondosa vitória nos municípios.

A dinâmica territorial do veneno recessivo também mostrou-se heterogênea. Em 2014, todos os Estados do Nordeste, à exceção de Sergipe, cresceram acima da média nacional de 0,5%. A taxa da Bahia, o maior deles, foi quase cinco vezes a brasileira. Já São Paulo encolheu 1,4%.

Naquele ano os votos nordestinos, somados aos da porção setentrional de Minas, deram a Dilma a mais apertada vitória presidencial neste ciclo democrático.

O pau que bateu em Chico ladeira abaixo bate em Francisco morro acima. O desemprego demora a recuperar-se, embora a recessão tenha ficado para trás há quase um ano. Os Estados nordestinos ainda sofrem a dor aguda da depressão, situação superada em outras unidades.

Além disso, a recuperação cíclica não trata uma grave sequela exposta no choque recessivo. Estados e municípios, provedores dos serviços de educação, saúde e segurança, estão falidos. Voltaram a explodir a violência e o homicídio juvenil, substrato típico para aventuras justiceiras.

Por essas razões, se a eleição fosse hoje, as chapas antiestablishment de Lula da Silva e Jair Bolsonaro teriam impulso extra. A evolução provável do quadro econômico nos próximos meses tende a colocar nesse jogo um terceiro elemento.
Herculano
13/11/2017 11:39
PLANOS DERAM R$55 MILHõES A POLÍTICOS, EM 2014, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os planos de saúde se prepararam para aprovar o projeto da nova Lei dos Planos de Saúde: na campanha de 2014, distribuíram quase R$55 milhões (exatos 54,9 milhões) para financiar nada menos do que 131 candidatos, dos quais 60 foram eleitos e se encontram no exercício dos seus mandatos. A "bancada dos planos de saúde" na Câmara soma 29 deputados. As empresas também ajudaram a eleger três senadores.

PLANOS MACABROS
Os planos de saúde estavam mal intencionados em 2014: "investiram" em políticos 263% a mais que os R$15,1 milhões da eleição de 2010.

ESTAVA TUDO ARMADO
A partir da Câmara eleita em 2014, as empresas articularam o projeto da nova lei dos planos de saúde, o mais duro ataque aos segurados.

MAIS QUE OS BANCOS
Quarenta planos de saúde se juntaram para "investir" R$54,9 milhões na campanha política, bem menos que a soma de doações dos bancos.

REDE DE INFLUÊNCIA
Além de Dilma Rousseff (PT), que recebeu R$11 milhões, os planos de saúde elegeram também três governadores e 29 deputados estaduais.

ALOYSIO FICA COM TEMER, MAS Só SE O PSDB DEIXAR
O ministro Aloysio Nunes (Relações Exteriores) ficará no cargo até abril, quando terá de se demitir para ser candidato à reeleição como senador, mas isso somente ocorrerá no caso de o PSDB não se opor. O presidente Michel Temer, que é amigo de Aloysio há décadas, tem dito que se orgulha do seu trabalho, e ele próprio gosta do que faz. E o ministro, que não é da carreira, caiu nas graças dos diplomatas.

EXPECTATIVA
Aloysio Nunes somente deixará de ser chanceler caso o seu partido determine que todos os filiados entreguem os cargos no governo.

SEGUNDO VOTO
O ministro das Relações Exteriores disputará, com chances, uma das duas vagas no Senado. Em 2010 recebeu mais de 11 milhões de votos.

UM 'BAQUE'
A eventual saída de Aloysio Nunes, em situação de rompimento do governo com o PSDB, seria um "baque" para Michel Temer.

DISCURSOS SEQUESTRADOS
Agora filiado ao PSB, o ex-ministro e ex-deputado Aldo Rebelo (SP), ex-PCdoB, anda desanimado com a política: "a agenda politicamente correta sequestrou os discursos dos partidos políticos no Brasil". Ele diz haver temas que dizem respeito apenas à intimidade das pessoas.

CRESCEU 100.000%
Quando se iniciou a distribuição de verbas a partidos pelo Tribunal Superior Eleitoral, em 1994, o total para todo o ano foi de R$729 mil. Em 2017 a conta do fundo partidário deve fechar em R$750 milhões.

RECORDAR É VIVER
O único caso em que candidato a presidente com rejeição maior venceu o segundo turno foi quando Lula derrotou Alckmin (PSDB), em 2006. Lula tinha 30% de rejeição, contra cerca de 24% do tucano.

PARA INGLÊS VER
Na Câmara, a agenda da semana do feriadaço da Proclamação da República prevê "debates" para quatro dias, com destaque para um transcendental encontro com o autor de um livro sobre... a Câmara.

FAZ DE CONTA
No Senado, somente as comissões de Constituição e Justiça, Turismo e de Defesa marcaram compromissos para esta semana do feriadaço. São audiências ou seminários. Sem a presença de parlamentares.

ESTADO DE DIREITO
Do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal: "Um empresário preso porque pagou propina não é coisa de Estado policial, e sim de Estado de Direito".

CONTRA AUXÍLIO-MORADIA
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) tem a chance de tomar posição sobre uma polêmica: é o relator da "Sugestão nº 30/2017", no site do Senado, acabar com "auxílio-moradia para deputados, senadores e juízes".

TUDO NA NOSSA CONTA
Líderes têm direito a ressarcir despesas na Câmara, para além da cota do mandato. É um dos grandes atrativos para ser líder. A liderança do PT, que mais gasta, obteve R$780 mil em ressarcimentos desde 2015.

PENSANDO BEM...
...nem começou ainda, mas o pretenso governo PSDB já está em crise.
Herculano
13/11/2017 11:32
iGEM: JOVENS EM AGONIA, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

O conceito de geração, criação bem sucedida do marketing americano desde os chamados baby boomers, ganhou "credencial" científica.

A pesquisadora americana Jean Twenge, em seu último livro "iGen, Why Today's Super-Connected Kids Are Growing Up Less Rebellious, More Tolerant, Less Happy -and Completely Unprepared for Adulthood" (Geração i, por que os jovens de hoje, superconectados, estão crescendo menos rebeldes, mais tolerantes, menos felizes -e completamente despreparados para idade adulta), lançado pela Atria Books, constrói, a partir de um arsenal de pesquisas, um perfil dos jovens nascidos entre 1995 e 2012.

O universo é o americano, mas, podemos aplicá-la com razoável segurança aos jovens brasileiros das classes A e B.

Vale esclarecer que "i" (internet) aqui se refere ao "i" do iPhone, logo, a autora está dizendo que esses jovens vivem com um iPhone nas mãos. E também "i" para "individualismo", traço marcante da iGen.

Trabalho com jovens entre 18 e 20 há 22 anos. E posso perceber enormes semelhanças entre o que ela descreve e o que vejo no dia a dia, não só em sala de aula mas também graças ao contato alargado com jovens via mídias sociais.

Muitas dessas características são quase universais, devido à ampla rede de comunicação e distribuição de bens criada pelas mesmas mídias sociais.

Escolas e famílias, muitas vezes, são parte do problema, e não da solução. Ambas se atolam em modas de comportamento e iludem a si mesmas e aos jovens por conta, seja do marketing das escolas, seja das projeções vaidosas dos pais sobre seus filhos. O marketing das escolas é desenhado a partir dessas mesmas projeções vaidosas dos pais em relação aos seus filhos, ou seja, clientes das escolas.

Algumas dessas projeções são: os jovens de hoje são mais evoluídos afetivamente, são mais preocupados com temas sociais, mais tolerantes com o diferente, mais seguros com relação ao que querem, menos submetidos à moral "imposta" pela sociedade, mais sensíveis a desigualdade social, mais conscientes de uma alimentação equilibrada e, no caso das meninas, mais autônomas, independentes e donas do seu corpo.

Algumas dessas projeções não são, necessariamente, falsas.

O discurso da tolerância entre os jovens aumentou de fato, principalmente no tema gay/lésbica/transgênero (associado a questão "cada um é cada um").

A preocupação com a desigualdade social também aparece, mas, principalmente, limitado ao campo das mídias sociais ou intercâmbios caros pra cuidar de crianças sírias na Alemanha, claro, aprendendo alemão junto e conhecendo jovens do mundo inteiro.

A realidade e o clichê não se recobrem totalmente.

Segundo a pesquisa de Twenge, nunca houve jovens tão infelizes na face da Terra. Consumidores de ansiolíticos em larga escala, a iGen busca "safe spaces" nas instituições de ensino a fim de não sofrerem com "frases" que causem desconforto emocional. Se são cuidadosos com os riscos físicos, esse mesmo cuidado no âmbito emocional indica a quase total incapacidade de lidar com a realidade.

Percebe-se facilmente que os jovens, "cozidos" no discurso psi da "vulnerabilidade", vão se tornando mais medrosos. Inseguros, morrem de medo de qualquer ideia que coloque em xeque seus "direitos à felicidade".

O mundo não ajuda. Ainda mais com essa gente que mente por aí dizendo que o capitalismo está ficando consciente ou espiritual. Eles sabem muito bem que o mundo deles será pior: mais incerto, mais violento, mais competitivo. A agonia com o futuro é crescente.

Se esses jovens desconfiam do mundo, têm razão em fazê-lo. Muitos pais e professores optaram por um discurso infantil, muitas vezes querendo "aprender" com os mais jovens -quando deviam apenas pedir ajuda com o iPhone.

Fazem menos sexo, ao contrário do que o blá-blá-blá da liberação sexual diz até hoje. Têm medo de contato físico e veem em tudo a ameaça de assédio sexual. A simples demonstração de desejo é assédio.
Pensar em ter filhos, jamais! Filhos, como eles, custam caro, duram muito e nunca querem virar adultos. Melhor cachorros e gatos.

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