14/12/2017
OS 70 ANOS DA CÂMARA I
A rica história, causos e percalços dos 70 anos da Câmara de Gaspar não refletiu na pompa e a boa intenção da comemoração solene realizada na semana passada. Quem disse que só deveriam ser lembrados os vereadores ainda vivos? E mesmo os vivos, quais as transformações relevantes que eles provocaram na vida do Legislativo, da cidade e dos cidadãos? Não! Faltou memória. Olhou-se a campanha eleitoral do ano que vem e a serventia dos homenageados para ela. E aí, puxou-se os próximos e os partidários ao reconhecimento efêmero. Festa de poucos. Sobraram, naturalmente, injustiças. Preferiram escolher amigos, gente até já esquecida pelo povo apesar de estar aí e nem ter mais votos e lembranças do que fez, do que nada mudou, além de não está mais envolvido comunitariamente como agente de transformação.
OS 70 ANOS DA CÂMARA II
Por outro lado, justa, justíssima, até para mostrar à inchada, bem paga assessorias da Câmara da hora, como duas pessoas faziam mais, com menos recursos tecnológicos, do que se faz hoje na assessoria dos vereadores e funcionamento técnico administrativo da Casa: Hércules João dos Santos e Yeda Alvina Beduschi Zelinsky. Também devo destacar a lembrança do ex-vereador Evaristo Spengler (e ex-prefeito) entre os homenageados e ao mesmo tempo, lamentar o esquecimento de um Laurentino Schmitt, do atual distrito do Belchior, entre tantos outros que foram referência para a sociedade gasparense. Esses políticos de ocasião! Esses jovens que ignoram o passado da própria comunidade! Por isso, terão dificuldades na construção de um futuro mais justo. Tomara que os jovens políticos e comunitários do futuro sejam diferentes dos atuais e não tenham a mesma seletividade dos de hoje em idêntica homenagem. Acorda, Gaspar!
QUAL A DIFERENÇA DE KLEBER E ZUCKI? I
Respondo-lhes, nenhuma. E o slogan de campanha e governo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, como “Eficiente”? É desmoralizante, sob todos os aspectos, se não for piada. Não vou me alongar aqui por falta de espaço e até para não ser repetitivo. Farei isso mais tarde, na coluna na internet, a mais acessada no portal do Cruzeiro do Vale. Darei um fato: Kleber convocou sessões extraordinárias (espero que não sejam remuneradas) para aprovar de afogadilho, sem discussão pública e na própria Câmara, projetos relevantes, inclusive que podem mexer nos bolsos dos gasparenses no ano que vem. Teve o ano inteiro para fazer isso. Não fez isso por jogo calculado, por falta de eficiência dele e da equipe, ou porque manobrou contra a cidade para fazer valer o que acha ser o certo, numa época em que todos estão focados, trabalhando mais, pagando dívidas e impostos, com os problemas próprios de Natal e de Fim-de-ano.
QUAL A DIFERENÇA DE KLEBER E ZUCKI? II
Eficiência é um falso lema do atual governo. Vou mostrar com três números a jogada de Kleber, Luiz Carlos e principalmente do secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, o prefeito de fato. Até esta semana de dezembro, e faltando apenas uma sessão ordinária – a outra é especial para a eleição da mesa da Câmara -, haviam sido registrados 101 projetos para serem apreciados no Legislativo. Mas apenas 65 deles até o final de outubro, o que dá uma média de cinco por mês, considerando que nem todos vieram do Executivo e as férias de janeiro e os 15 dias julho (estes, agora extintos). Em novembro foram protocolados 15 projetos, ou seja, o triplo da média e apenas nestas duas semanas de dezembro (e não ao mês) 20, ou seja, proporcionalmente, quase oito vezes à média do ano até outubro. E se considerarmos que um Projeto de Lei possui um trâmite médio na Câmara de seis sessões (pois passa pelas comissões), Kleber, como era com Zucki nos finais de ano, tenta abreviar esse tempo, com o tal regime de urgência, afogadilho e espertezas procedimentais, para uma ou suas sessões, contra o debate, a moralidade e a transparência. Se é legal? É preciso ver isso, pois os contornos ao menos existem! Acorda, Gaspar!
Lembram-se daquele projeto do vereador Rui Carlos Deschamps, PT, amplamente comentado aqui na contradição e não na ideia, para diminuir os salários do prefeito, vice e secretários de Gaspar, mas no exemplo e extensão não mexer nos dos vereadores e seus assessores, feito ele, ex-servidor público, e a serviço do Sindicato, por vingança e retaliação ao caso do Vale Refeição que substituirá o tal “auxilio alimentação”, um salário disfarçado?
Pois é. O relator geral da matéria, por sorteio, é nada mais, nada menos, do que o líder do governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, Francisco Hostins Júnior, PMDB. Azar sem fim. E a primeira questão de ordem para assessoria jurídica da Câmara já foi levantada devido à omissão do Regimento Interno da Câmara.
Pode o autor, neste caso o vereador Rui, votar em causa própria na Comissão de Legislação, Justiça, Cidadania e Redação onde é membro e o Hostins, presidente? Os outros dois membros são Franciele Daiane Back, PSDB e Roberto Procópio de Souza, PDT.
Sem conhecer os fundamentos, o parecer de Hostins deve ser pelo arquivamento do referido PL, mas antes, uma boa dúvida jurídica a ser esclarecida para não virar cavalo de batalha ao perdedor ou ao vencedor. Se Rui votar, haverá empate. Se ele não votar, dependendo da assessoria jurídica, a proposta dele estará derrotada. Moralmente, já estava!
Uma pergunta aos assessores bem pagos. Na Câmara, a sessão pode ser realizada sem presidente? Pelo regimento, não!
Faz tempo, mas faço o registro agora, por falta de espaço anteriormente. Em novembro, corria uma daquelas sessões da Câmara, quando o presidente Ciro André Quintino, PMDB, ao conceder a palavra ao vereador Cícero Giovani Amaro, PSD, saiu da sessão e voltou quase cinco minutos depois.
O correto não era passar a sessão ao vice-presidente, Silvio Cleffi, PSC, presente, sentado ao lado de Ciro na mesa, exatamente para isso? Além da indelicadeza, há o aspecto formal e legal. Ou Ciro acha-se acima dessa obrigação legal? E os assessores, o que fazem? Ajoelham-se? Acorda, Gaspar!
Quem gritou “Fora Aécio”? Os próprios tucanos, em Brasília, quando o senador mineiro Aécio Neves, na Convenção, tentou prestar contas do seu mandato como presidente nacional do PSDB. Expurgado pelas dúvidas, a mentira, o jogo e a ética ferida – que formalmente nem foi julgada -, teve que sair logo do recinto Convenção.
Enquanto isso, o PT idolatra os seus enlameados, a começar por Luiz Inácio Lula da Silva que não quer que seja julgado no dia 24 de janeiro, a presidente do partido Gleisi Hoffmann... Estranha gente que preserva os bandidos de estimação contra a ética, a lei e pelo poder vitalício e o sacrifício da sociedade. Há diferenças, e bem claras, felizmente.
Gaspar teve sempre a sorte em ter delegados atuantes que passaram ser referência em Blumenau e Santa Catarina. Entre eles, Paulo Norberto Koerich, Ademir Serafim, Juraci Darolt...
O último foi Egídio Ferrari. Ele foi promovido daqui, para Blumenau, exatamente por trabalhar com o mínimo – por falta de gente, fechava a delegacia para diligência e ir prender bandidos - e mesmo assim produzindo o máximo. Agora, os bandidos de Blumenau estão arrepiados. É uma atrás da outra.
Acostumados ao puteiro, os políticos tratam a imprensa como puta, de quinta, a qual dependeria apenas do michê deles e dos gigolôs e cafetinas protegidos por eles para que tudo seja um bordel a céu aberto sob o seu comando.
As redes sociais estão provando que a sociedade não tolera michês e puteiros. E os políticos estão endoidando pois não possuem mais controle dos seus “negócios” e nem dinheiro suficiente para sustentar o silêncio das redes.
Quem diria que a vida dupla dos coronés estava para se tornar um livro aberto e on line!
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