Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

17/11/2016

AULA DE JORNALISMO I
O PT ainda sobrevive pela e com propaganda enganosa. As suas viúvas nas redações e salas de aulas sustentam o sonho da esquerda do atraso, catequisando analfabetos, ignorantes e desinformados. Pois é. A RBS de Blumenau, cujo dono ninguém sabe quem é, onde mora e se algum dia passou pelo Vale do Itajaí, esteve em Gaspar na semana passada. Veio “reportar” a ponte do Vale. Segundo Osvaldo Sagaz, que fez o “press release” eletrônico para o PT daqui, a prefeitura e o prefeito Pedro Celso Zuchi, sua única fonte e cicerone na obra, a ponte deverá estar liberada ao tráfego até o final do ano. “Esperamos vencer a burocracia até lá”, emendou pela enésima vez o prefeito. Quer sempre retirar a culpa que lhe cabe totalmente neste atraso e enrolação.

AULA DE JORNALISMO II
O repórter afirmou que a ponte estava pronta. Não está. Ninguém pode passar sobre ela, mesmo que seja a pé, saindo de uma margem firme para a outra. As imagens não deixam dúvidas. Não há ligação. O dicionário e a etimologia da palavra latina ponte, por ela não cumprir a função, também concluem que ela não está pronta. O prefeito diz que mais uns 45 dias ela fica pronta. Primeiro: em 45 dias o prefeito deixa o cargo e é por isso que ele quer entregar a ponte ao povo evitando que seu sucessor faça isso; segundo: qual burocracia – essa palavra repetida de Zuchi – é o problema? O repórter também não perguntou; ninguém respondeu. Os telespectadores ficaram sem a informação, como por exemplo, de que o projeto de um dos acessos está com problemas. E a culpa é da prefeitura, a burocrata atrapalhada nas próprias pernas.

AULA DE JORNALISMO III
O repórter disse que a ponte vai custar R$42 milhões. Em tese ele está certo. É isso que pode ser lido no edital de 2012. Disse que o atraso se deve à falta de verbas do governo Federal. Errado. Já expliquei isso várias vezes desmentindo à enrolação dos políticos, do PT e da imprensa preguiçosa ou chapa branca. O que o governo de Brasília se comprometeu no edital, ele entregou no tempo certo: os R$19 milhões. O que faltou foram os recursos da prefeitura. Por não tê-los, e falseado no edital, foi inúmeras vezes a Brasília – ganhando diárias e onerando os cofres daqui - com o pires aos amigos que dizia ter lá. E é aí que se deu a zebra. Mas, dos R$42 milhões, R$37 já vieram segundo o repórter. Eu já expus as dúvidas. O prefeito jurou na gravação que está tudo em casa. O fato, entretanto, é que a obra não está pronta mesmo com o dinheiro nos cofres. Nem ele, nem o repórter detalharam esta conta dos R$37 milhões onde a controvérsia pública é grande, devido à falta de transparência. Então o repórter errou: não será R$42 milhões o custo da ponte, mas menos de R$37 milhões. Ou não?

AULA DE JORNALISMO IV
Você já achava tudo isso estranho, contraditório e fantasioso? Não fique aí espantado. O prefeito Zuchi que não é do ramo, deu uma aula de economia – nos dois sentidos – durante à reportagem. Ele afirmou que vai sobrar e devolver dinheiro rubricado para a ponte ao governo Federal, o outro falido. O repórter ouviu tudo calado. Se em 2012 a ponte estava orçada em mais de R$42 milhões, inflação de quatro anos, dois aditivos, paralisações as quais geram mais custos e multas, isso sem contar que durante muitos anos disseram que a ponte não ia para frente por falta de recursos e agora, com muito menos do que o orçado, vai sobrar dinheiro e ele ser devolvido? Ria macaco! Isso por si só, são pauta e manchete nacionais. O repórter e o político acham que seus telespectadores e eleitores são todos uns tolos, não sabem fazer contas, vivem na ignorância e da tapeação de gente esclarecida? Ou o repórter não fez o seu papel como jornalista? Onde estavam o produtor, editor e o dono da emissora? Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Qual a diferença entre a administração do Pedro Celso Zuchi que se vai e de Kleber Edson Wan Dall que chega? No que tange às soluções na saúde pública, nenhuma.

A prorrogação da intervenção petista no Hospital de Gaspar é a melhor prova disso. E olha que o pessoal do PMDB quando foi tirado de lá, condenava esse tipo de intervenção. Esse pessoal ainda vai lavar a minha alma por muito tempo.

Os três prefeitos (Gaspar, Ilhota e Luiz Alves) eleitos e alguns vereadores precisam esclarecer as suas contas na Justiça Eleitoral, como dei aqui em primeira mão. Alguém acha que eles correm algum risco depois de tudo o que foi a campanha? Bobagem. Evoluiu-se, mas nem tanto.

A primeira obra que Pedro Celso Zuchi, PT, contratou quando chegou a prefeitura em 2009 foi a reforma do prédio. Na quarta-feira, poucos dias dele deixa-lo, uma chuva forte foi suficiente para alagar muitas áreas internas.

Paulo Filippus, foi candidato a vereador pelo DEM, em Gaspar. Ele é um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre que fiscaliza, inferniza o monopólio da esquerda do atraso, luta contra a corrupção e pede mudanças no modo de fazer e exercer a política partidária. Neste final de semana Paulo estará em São Paulo no Congresso do MBL, encontro que promete polêmicas.

Paulo foi um vitorioso naquilo que se propôs e fez. Entretanto, ficaram algumas lições. Paulo fez uma campanha ética, franciscana, de muita rede social e basicamente de poucas doações de eleitores, dispensando à ajuda financeira partidária. Bem diferente para Gaspar. Um desafio.

Seis doadores lhes repassaram R$630. Dois prestadores doaram serviços estimados em R$1 mil (produção e edição de vídeos). Paulo botou R$334 e o uso do carro dele foi declarado como R$2 mil. O diretório do DEM, na sua prestação de contas, compartiu mais R$700 para a assistência jurídica e contábil.

E contrariando expectativa da média dos mentores e do modo de fazer campanha aqui, Paulo foi o segundo suplente com 466 votos, ou R$3,57 por voto (o primeiro foi Lelo Piava, com 498 votos). O resultado ficou muito próximo dos eleitos pelos métodos tradicionais bem conhecidos em Gaspar.

E as lições? Campanha eleitoral em Gaspar ainda não pode ser prevalente nas redes sociais; não pode ser terceirizada com o candidato num casulo, como o cochilo que permitiu que material coletivo da coligação com o PSDB contivesse o número errado (e isso deu um bafafá danado, com concorrentes se metendo e colocando mais fogo no braseiro de forma intencional para a cisão).

Outra lição? A de que a Legislação em transe nem sempre ampara os bem intencionados: a Justiça Eleitoral tenta inviabilizar duas doações de prestadores de serviços, amigos de Paulo. Eles não colocaram dinheiro. Doaram tempo, conhecimento e serviços de forma voluntária, apesar de valorados os resultados entregues.

Mas, para a Justiça os dois doadores não tinham Carteira de Trabalho e assim não podem comprovar ou ter renda.

Ou seja, a Justiça é contra a própria transparência que prega, educa e diz estar a serviço. Neste caso, está pedindo que se minta ou dissimule. Entende-se assim, a razão pela qual os espertos (e profissionais do assunto) sempre levam vantagens sobre os honestos. A boa intenção, para a Justiça, é subjetiva. A sacanagem a regra.

Afinal, quantas obras estão paradas em Gaspar? Na campanha eleitoral elas apareciam como a capacidade realizadora do PT e de Pedro Celso Zuchi. O que aconteceu? Acorda, Gaspar!

 

Edição 1777

Comentários

lelêo
21/11/2016 19:40
A CHAPA ESTA QUENTE NO PSD DE GASPAR,SEGUNDO TEMPO.EU MORRO E NÃO VEJO TUDO,OU VEJO TUDO E NÃO MORRO.O QUE ROLOU NO GRUPO DO PSD DE GASPAR NO SÁBADO.ALGUMAS PESSOAS FIZERAM QUESTIONAMENTOS SOBRE A PRESTAÇÃO DE CONTAS.O ESPERADO ERA QUE ESTAS PESSOAS TIVESSEM UMA EXPLICAÇÃO DE TODA A CONTABILIDADE.PARA NÃO TER DÚVIDAS.MAS PASMEM, FORAM EXPULSOS DO GRUPO....A VERDADEIRA DIFICULDADE NÃO ESTÁ EM ACEITAR IDÉIAS NOVAS,MAS ESCAPAR DAS ANTIGAS.[JOHN MAYNARD KEYNES]
Herculano
21/11/2016 13:03
VENCEDOR DE PRÉVIAS NA FRANÇA LANÇA "CHOQUE LIBERAL" NA ECONOMIA, por Clóvis Rossi, no jornal Folha de S. Paulo

O ex-premiê François Fillon, vencedor com folga do primeiro turno das primárias da direita francesa, ganhou com uma agenda muito pouco francesa: um "choque" nitidamente liberal, em um país que tem atávica inclinação pelo estatismo.

A ênfase na economia torna menos relevante a maneira como Fillon, se confirmar a vitória no segundo turno e depois na eleição (maio de 2017), enfrentará a questão da imigração, que é ponto forte na agenda de sua presumível adversária, a ultradireitista Marine Le Pen.

É verdade que o ex-primeiro-ministro propõe reduzir a menos da metade a cota de imigrantes que chegam anualmente ao país. Mas parece pouco ante o radicalismo de Le Pen, cuja linha se assemelha à de Donald Trump nos Estados Unidos (simbolizada pela proposta do muro na fronteira com o México).

Claro que na França não se pode construir um muro onde quer que seja, porque ela pertence à União Europeia. Mas a proposta mais escandalosa de Marine Le Pen é sair da União Europeia, o que lhe daria liberdade para políticas radicais contra a imigração.

Mas é na economia que Fillon adota um liberalismo radical, a ponto de propor a eliminação das 35 horas de trabalho, bandeira cara à esquerda e sempre criticada pela direita, mas que foi mantida no governo de Nicolas Sarkozy, o rival derrotado por Fillon na primária dos republicanos.

O choque proposto pelo primeiro colocado visa promover uma economia de imponentes ? 100 bilhões [cerca de R$ 358 bilhões] nas despesas públicas, além de cortar 500 mil empregos na função pública também em cinco anos.

Na área comportamental, o liberalismo é substituído pelo conservadorismo: Fillon pretende restabelecer uma lei, derrubada pelo governo do socialista François Hollande, que impede a adoção plena por parte de casais homossexuais.

É cedo para antever se, com esse choque, Fillon será um candidato competitivo contra a ultradireita. Mas, se se trata de buscar uma novidade, tal como ocorreu nos Estados Unidos com Donald Trump, é essa agenda. Na França nem a direita seguiu uma linha tão próxima do thatcherismo como agora propõe o provável candidato dos Republicanos, novo nome do partido mais importante da direita
Herculano
21/11/2016 12:53
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA PARA OS INTERNAUTAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE
Herculano
21/11/2016 12:51
da série: o Brasil de poucos para poucos, só a rua poderá mudar e sumir com esse tipo de bandido

CASO GEDDEL MOSTRA O QUE É NORMAL SOB TEMER, por Josias Souza

Nos momentos mais decisivos, a tendência do ser humano é procurar a sua turma. Foi o que fez Michel Temer quando teve que montar sua equipe ministerial. Para o time palaciano, o presidente escalou apenas amigos. É compreensível. Temer tem afinidade com sua turma. Se não há concordância em tudo, ao menos não existe discordância no essencial.

Numa reunião realizada em São Paulo, ficou combinado que, ao menor sinal de anormalidade, os integrantes da turma de Temer desocupariam os cargos. Os amigos não ousariam constranger o presidente. O caso que envolve o ministro Geddel Vieira Lima servirá para mostrar até onde vai a fronteira da normalidade no governo Temer.

Marcelo Calero demitiu-se do posto de ministro da Cultura chutando a porta. Acusou Geddel de pressioná-lo para rever decisão do Iphan que embargou a construção de um prédio de apartamentos de luxo com 30 andares, em Salvador. O edifício não pode ter mais do que 13 andares, decidiram os técnicos do Iphan, órgão que zela pelo patrimônio histórico e artístico do país.

Comprador de uma unidade assentada no que viria a ser o 23º andar do prédio cuja altura o Iphan encurtou, Geddel reconhece que procurou Calero. Mas nega ter feito pressão. Acha que se comportou dentro da normalidade ao defender junto ao colega da Cultura a revisão do parecer técnico de um órgão público que contraria o seu interesse privado.

"Em 2015, eu fiz uma promessa de compra e venda de uma unidade que estava lançada, sem nenhum problema, com todas as licenças colocadas e que vários outros adquiriram uma unidade de apartamento", disse Geddel em entrevista.

Calero declarou que Geddel o procurou cinco vezes. Disse ter ouvido perguntas como esta: "E aí, como é que eu fico nessa história?" Classificou a abordagem de Geddel de "truculenta e assertiva". Relatou a ameaça do amigo de Temer de trocar o comando do Iphan. "Se for o caso eu falo até com o presidente da República", teria dito Geddel.

O coordenador político do Planalto sustenta que o relato de Calero contém "inverdades". Entre elas a acusação de ameaça. De resto, Geddel diz que o fato de ter sido prejudicado pela decisão do Iphan, em vez de tirar, reforça sua "legitimidade" para se meter nos assuntos da pasta Cultura. Fez isso "por conhecer o que estava ocorrendo, estar preocupado, como todo cidadão fica preocupado em uma situação dessa."

A encrenca do prédio de Salvador já virou processo judicial. Compreende-se que vendedores e compradores de apartamentos avaliados em cifras que roçam a casa dos R$ 3 milhões constituam advogados para guerrear contra a avaliação técnica do Iphan. É do jogo. O que deixa "todo cidadão preocupado" é o fato de um integrante da turma de Temer achar normal a tentativa, ainda que frustrada, de usar o prestígio do cargo público para defender interesse privado.

Retorne-se, por oportuno, ao primeiro parágrafo. É natural que Temer tenha afinidade com sua turma. Se não concordam em tudo, ao menos não discordam no essencial. Resta agora saber qual é a opinião do presidente da República sobre o caso específico.

Dependendo do modo como reagir, Temer pode aproximar seu governo do bom senso ou reforçar a sensação de que também acha natural que a essência de sua turma seja uma ideia qualquer de excepcionalidade que faz dos amigos do poder seres superiores à turma dos sem-turma.
Herculano
21/11/2016 08:33
UM MENINO FAVELADO IMPLODIU O CABRAL QUE LULA INVENTOU, por Augusto Nunes, de Veja

Em vez de um governador e um presidente, Leandro dos Santos viu dois reizinhos nus

Caprichando no sorriso de aeromoça e na voz de seminarista que furta o vinho do padre, Lula lê num vídeo gravado na campanha eleitoral de 2010, o texto produzido por um marqueteiro a serviço de Sérgio Cabral. (Prudente, o redator não incluiu um único plural na lengalenga costurada para explicar por que o governador do Rio merecia ficar no emprego mais quatro anos). "É tão bom cuidar dos pobres? Eu acho que o Sérgio está fazendo isso com muito carinho", recita Lula na largada.

Na primeira escala, estaciona no olhar do candidato: "É o olhar fraterno, é o olhar generoso, sabe?". Desce dois palmos e para no peito: "É a pessoa trabalhar um pouco com o coração". Faz a meia volta e regressa à região ocular: "O Sérgio é pura emoção, o Sérgio parece durão, mas eu já vi ele lacrimejar os olhos muitas vezes falando do povo do Rio de Janeiro", garante Lula antes do fecho em dilmês castiço: "Eu acho que o povo precisa de gente assim e ninguém, ninguém trata com a alma que o Sérgio trata as pessoas".

Um homem público desse quilate é raridade que não se pode desperdiçar, reincide o palanque ambulante no vídeo abaixo. "Votá no Sérgio Cabral é quase que um compromisso moral, ética, pulítico", adverte o torturador da verdade e do idioma. "É um compromisso de honra pra quem quer garanti um futuro melhor para o nosso filho, para os nossos netos , para aqueles que a gente ama". Não é pouca coisa.

Mas não é tudo, informa o resto do falatório. "Esse homem já provô qui é um homem de bem, qui é um homem que gosta do Rio, que é um homem qui tem competência pra fazê as coisa que os outros não fizeram", afirma Lula, que em seguida se volta para Sérgio Cabral e, olho no olho, arremata a patuscada: "Por isso, meu cumpanhero Sérgio, si eu não tivesse qui votá em São Paulo, eu iria transferi o meu título pra votá em você pra governadô do Rio de Janeiro".

Conversa fiada, berra o vídeo divulgado pelo blog do Ricardo Gama e aqui republicado em 8 de agosto de 2010, no início da campanha que terminaria com a reeleição do candidato que o chefão tentou promover a santo protetor dos desvalidos. Em apenas 73 segundos, a farsa é implodida pela altivez de Leandro dos Santos, um menino do Brasil negro e miserável que não se assustou com o show de prepotência, vulgaridade, demagogia, intolerância e oportunismo eleitoreiro protagonizado por Lula e Sérgio Cabral.

Em vez da favela-maravilha que a dupla fingia ver em Manguinhos, o garoto sem medo continuou vendo o que vê quem, como ele, mora numa região batizada de "Faixa de Gaza". Em vez de um presidente da República e um governador de Estado, enxergou dois reizinhos pateticamente nus. Repreendido por Lula, que pontuava cada frase com um "porra!", não recuou. Insultado por Cabral, que o chamou de "malandragem", "otário"e "sacana", avisou que tinha nome. E gravou tudo.

O brasileiro Leandro dos Santos é o grande ausente do noticiário sobre as bandalheiras em que se meteram os dois estadistas de botequim. É preciso saber o que ele achou da prisão de Sérgio Cabral, ou se também se pergunta o que espera a Justiça para instalar Lula em alguma cadeia. É preciso sobretudo lembrar-lhe que até no faroeste à brasileira os bandidos perderam no fim.
Herculano
21/11/2016 08:26
O QUE FAZER COM AS NOTÍCIAS FALSAS NA INTERNET? por Ronaldo Lemos, advogado, no jornal Folha de S. Paulo

O dicionário Oxford tem a tradição de nesta época escolher a palavra do ano. Em 2015, a palavra foi um "emoji", a carinha de felicidade enviada pelo celular para expressar emoções. Bons tempos aqueles.

Desta vez a palavra escolhida foi "pós-verdade", definida como "circunstâncias nas quais fatos objetivos são menos influentes para determinar a opinião pública do que apelos a emoções e crenças pessoais". Exemplo de uso: "Nesta era da pós-verdade, é fácil usar dados para demonstrar qualquer conclusão que você quiser".

A escolha da palavra do ano coincide com o imenso debate que tomou conta do planeta sobre a propagação de notícias falsas por meio da internet. Depois da eleição de Trump, a bolha antitrumpista foi rápida em apontar as redes sociais e as empresas de internet como um dos responsáveis por contribuir para a eleição do magnata.

A razão apontada para isso é a circulação frenética de notícias falsas. Por exemplo, a notícia de que o papa Francisco havia apoiado Trump foi compartilhada quase 1 milhão de vezes. Outra, dizendo que a comunidade amish havia apoiado o magnata, foi indexada como notícia da ABC News, graças a um site falso que usava o nome da famosa rede de TV dos EUA.

Essas falsidades circularam bem mais do que seus desmentidos. É altamente provável que até hoje haja muita gente acreditando nessas afirmações.

O autor da notícia dos amish é o empresário Paul Horner, morador do Estado do Arizona, de 38 anos. Ele se autointitula "troll" profissional.

Ele ganha a vida publicando notícias falsas sobre tudo e todos. Por exemplo, convenceu falsamente 4,8 milhões de pessoas de que ele seria o famoso grafiteiro britânico Banksy, cuja identidade é desconhecida.

Com as eleições nos EUA, seus negócios explodiram. Ele logo notou que a postagem de notícias falsas favoráveis a Trump alcançava picos inéditos de compartilhamento (outros trolls tentaram fazer o mesmo com notícias favoráveis a Hillary Clinton, mas, ao ver que os compartilhamentos eram baixos, desistiram).

Vale ler a entrevista que Horner deu ao jornal "Washington Post". Nela ele afirma com a empáfia típica dos trolls que "Trump está na Casa Branca por minha causa". Ao ser questionado se apoiava o candidato, ele respondeu "odeio Trump" e afirmou que fez o que fez porque dava audiência e receita publicitária.

A questão é o que deve ser feito. A disseminação de notícias falsas é usada tanto para fins políticos quanto por grupos terroristas como o Estado Islâmico.

Há muitas propostas na mesa sobre como mitigar essa questão: aumentar a repercussão de sites jornalísticos; listar nos links recomendados sites de "checagem de fatos"; ou permitir que usuários denunciem conteúdos falsos. O tema é espinhoso. É a primeira pauta de reforma institucional a decolar no mundo pós-Trump. É um começo. Há muitas outras instituições precisando de reforma.
Herculano
21/11/2016 08:10
BANCO DO BRASIL E CAIXA

Quem entra numa agência do Banco do Brasil ou da Caixa, sente cheiro de mofo. Tudo demora. Tudo é complicado. Tudo passa por várias pessoas. Tudo pára sem explicação aos clientes. São bancos públicos, com gente concursada e que não está nem ai para os clientes e para o próprio banco. Greve é no Banco do Brasil e na Caixa onde elas começam e só terminam dias e semanas quando os outros já estão trabalhando duro. durante a greve, nem caixas automáticos funcionam ou são abastecidos. Uma lástima.

O Banco do Brasil, o que alavancou as pedaladas de Dilma Vana Rousseff, PT, dirigido até então por políticos indicados para as tetas, acaba de anunciar duas coisas: não vai renovar o patrocínio de R$50 milhões por ano para o Felipe Nars brincar de pilotar uma lata velha na Fórmula Um fazendo o ridículo papel de ser ultrapassado por todos, bem como o BB vai implantar uma reestruturação interna que vai lhe render outra economia de R$750 milhões.

Para isso vai fechar 781 agências e quer demitir por um processo de renumeração especial, 18 mil empregados seus que já estão em idades para se aposentar. O BB possui incríveis 109 mil empregados para 5.540 agências. Feitas as contas, uns 10 mil só para distribuir senhas. E não são estagiários na maioria dos casos.
Herculano
21/11/2016 07:53
EXCLUSIVO DA LAVA-JATO, por Lauro Jardim, de O Globo

O Tribunal Regional Federal que abrange o Rio de Janeiro e Espírito Santo recuou e acaba de renovar suspensão da distribuição de todos processos que não sejam os da Lava Jato para a 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro.

Em resumo, a 7ª Vara, cujo titular, Marcelo Bretas, mandou para Bangu 8, Sérgio Cabral e seus cúmplices, ficará dedicada exclusivamente à Lava Jato, assim com Sérgio Moro, em Curitiba.
Herculano
21/11/2016 07:48
GOVERNO TEMER ENFRENTA CALDEIRÃO DE INCERTEZAS, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

Se o final de ano já estava com pinta de ser pior do que o previsto, a semana passada lançou ainda mais ingredientes neste caldeirão de incertezas. Para o governo Temer e, principalmente, para o mundo da política brasileira.

Era para ser uma semana tranquila, com feriado no meio. Mas dois ex-governadores foram presos, protestos estouraram nas ruas do Rio e um grupo radical invadiu o plenário da Câmara pedindo a volta dos militares ao poder.

Para complicar ainda mais a semana, o governo bateu cabeça na sexta-feira (18). Ministros falaram línguas diferentes sobre o socorro aos Estados falidos. Eliseu Padilha falou em usar recursos do BNDES. Henrique Meirelles disse que não é possível porque gera despesa.

E, para coroar a semana louca, o ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão. A quinta baixa de um curto governo. Pior, saiu atirando em Geddel Vieira Lima, ministro do Palácio do Planalto.

Ou seja, Temer vai começar a nova semana na defensiva, obrigado a afinar sua orquestra e a socorrer Estados quebrados. Mas precisa ter cuidado. De nada adiantará salvar os governadores e se afundar junto. Será um abraço dos afogados, um passo na direção de perder a confiança dos mercados.

Que já estão, por sinal, receosos com o que vem por aí na Lava Jato. A prisão do ex-governador Sérgio Cabral foi vista só como a primeira de uma nova fase de investigação, que pode e vai atingir muito mais gente da base aliada do Planalto.

No mundo das empreiteiras, o que se ouve é que, depois do Rio, chegará a vez de São Paulo e Minas tão logo saia a delação da Odebrecht. Com um potencial ainda mais explosivo do que foi visto até aqui.

Tal confusão só faz gerar preocupação no mundo real da economia, trazendo o risco de o país seguir patinando. O fato é que o cenário piorou. O governo Temer terá de acelerar o passo para virar o jogo
Herculano
21/11/2016 07:42
MANDATO DE TEMER NÃO CORRE RISCOS, VAI ATÉ O FIM, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta segunda-feira nos jornais brasileiros

O PT pode tirar o cavalinho da chuva: o presidente Michel Temer concluirá seu mandato. Se o Tribunal Superior Eleitoral decidisse cassá-lo ainda este ano, o caso seria julgado só no 2º semestre de 2017, mas um pedido de vista o empurraria ao fim do ano. Na remota hipótese de cassação, caberia recurso ao Supremo Tribunal Federal, entrando na pauta no 2º semestre de 2018, após pedido de vista.

CONTAMINAÇÃO
A defesa de Dilma tenta arrastar Temer ao processo que pode cassar o registro da chapa, suspeita de receber doações de dinheiro roubado.

VAI DEMORAR MUITO
O Planalto avalia que o TSE só irá julgar no segundo semestre de 2017 o caso que, em tese, poderia cassar o registro da chapa Dilma-Temer.

HIPOTESE REMOTÍSSIMA
Se no TSE só houvesse ministros Lewandowski, cassando Temer ainda em 2016, uma nova eleição teria de ser convocada em 30 dias.

O QUE PREVÊ A LEI
Se Temer fosse cassado após 1º de janeiro ?" dois anos antes do fim do seu mandato ?" em 30 dias o Congresso elegeria presidente-tampão.

LEI ANTICORRUPÇÃO SO PUNIU 18 PEQUENAS EMPRESAS
O Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP), criado para listar as empresas enquadradas nos crimes previstos na Lei Anticorrupção, tem apenas 18 registros em mais de três anos de vigência da lei. Ao contrário do que era de se esperar, nenhuma das empreiteiras, bancos e agências de publicidade envolvidas nos escândalos de corrupção do período aparece na lista mantida pelo Ministério da Transparência.

PEIXES PEQUENOS
Quase todos os CNPJs na lista (16) são de empresas classificadas como de pequeno porte ou microempresas.

SOLITÁRIA
O CNEP mostra que apenas a Infraero parece ter levado a sério as punições da Lei Anticorrupção, sendo responsável por 13 registros.

PUNIÇÃO A CAMINHO
Coordenador da CGU, Flávio Rezende Dematté lembra que a lei britânica, de 2010, só teve efeitos em 2013. "É um ciclo normal", disse.

ENGANAÇÃO PUNIDA
Curiosamente, políticos como os ex-governadores presos ou como Lula, que mais cedo ou mais tarde terá de ir a Curitiba, marcaram suas trajetórias com discursos destinados aos eleitores pobres, presas fáceis para cheque-cidadão, bolsa-família, cheque-educação, vale-gás etc.

A FARRA É BEM MAIOR
O Senado não custa apenas R$171 milhões, como informamos há dias, e sim R$2,7 bilhões por ano. Essa montanha de dinheiro corresponde a um custo médio de R$33,4 milhões para cada um dos 81 senadores.

FAVORITO
Caso consiga resolver o imbróglio jurídico que lhe impede de disputar a reeleição, Rodrigo Maia tornar-se-á o principal nome para a disputa à presidência da Câmara, em 2017. O governo tem intenção de apoiá-lo.

REUNIÃO COM ALMOÇO
Nesta segunda, após se reunir com o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social no Planalto, a partir das 9h30, o presidente Michel Temer receberá seus integrantes em almoço, no Palácio da Alvorada.

SONHO AMEAÇADO
A ligação ao ex-governador Sérgio Cabral a advogada Adriana Ancelmo pode colocar uma pá de cal nas aspirações do presidente da OAB-RJ, Felipe Cruz, em ser o próximo presidente da OAB nacional.

ESTUDANTES X TURISTAS
Alunos da Universidade de Brasília levaram à Câmara abaixo-assinado com 3,6 mil assinaturas contra a ocupação da instituição. Alegam que a assembleia que decidiu pela ocupação contou com 1,2 mil estudantes.

ÁGAPE AMIGO
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, oferece jantar nesta segunda-feira (21) integrantes do Ministério Público Federal. Políticos não foram convidados.

PRIORIDADE
Circula entre políticos ligados a Renan Calheiros que ele deve disputar mandato de deputado federal, em 2018. Enfraquecido, após derrotas humilhantes dos seus candidatos a prefeito de Maceió e das principais cidades alagoanos, sua prioridade agora é não perder foro privilegiado.

PENSANDO BEM...
...Renan já tem mais inquéritos no STF do que ministros para relatá-los.
Herculano
21/11/2016 07:38
DIVORCIADO DA REALIDADE, POLÍTICOS ALIMENTAM O PROPRIO DESCRÉDITO, por Vinicius Mota, para o jornal Folha de S. Paulo

O instinto do escorpião é ferroar. O ministro Geddel Vieira Lima acha normal ter uma conversinha sobre imóvel de seu interesse, encrencado no patrimônio histórico, com o colega da Cultura.

Às favas as cautelas do decoro. Que se dane a hiper-reatividade da opinião pública às carteiradas das autoridades. Os tempos sugerem recato aos poderosos, em nome da sua própria sobrevivência, mas ainda assim o escorpião ferroa.

O ambiente também recomenda autocontenção na busca pelo poder, além de impessoalidade, regularidade e literalidade na aplicação das leis. A despeito disso, Rodrigo Maia lança-se na aventura de ativar heterodoxias jurídicas para arrancar a possibilidade de concorrer a mais um mandato como presidente da Câmara.

O "espírito do fatiamento", alusão à manobra liderada por Ricardo Lewandowski e Renan Calheiros que deu à luz o impeachment sem pena de inabilitação, parece prestes a fecundar novas criaturas.

A lógica labiríntica da conveniência deseja fatiar o caso de Maia para liberar sua reeleição. Atua também para isolar o julgamento das contas de campanha de Michel Temer, como se o vice não se elegesse com o titular em disputas majoritárias.

Temer teve os mesmos 54,5 milhões de votos de Dilma Rousseff, o que legitimou sua posse após o impeachment, mas não quer ser responsável pelo financiamento que viabilizou aquela votação. Mais uma tarefa para os fatiadores da República.

Ações e reações instintivas das autoridades, como essas, exacerbam a aversão geral contra os políticos. Essa ira difusa, por sua vez, é um celeiro de pretensões autoritárias, como o clamor por vingadores iluminados vindos de fora da política.

Com renda e emprego em longo e profundo declínio e governos quebrados, decanta-se o caldo de cultura para patologias institucionais danosas. Muitos políticos, porém, continuam dando ferroadas por aí.
Mariazinha Beata
20/11/2016 21:02
Seu Herculano;

Frei Beto não é mais frei, foi ex-comungado pela Igreja Católica em 2013 a pedido da Diocese de Bauru, São Paulo.
EX-COMUNGADO.

Bye, bye!
Herculano
20/11/2016 16:28
ALI BABÁ E OS MILHARES DE LADRÕES, por Carlos Brickmann

Ali Babá no Brasil não teria a menor chance. Nas Mil e Uma Noites derrotou 40 ladrões, mas como enfrentaria as fabulosas hordas de ladrões que conhecem a senha dos cofres públicos? Lula, que já naquela época não sabia de nada, orçou a ladroagem congressual em 300 picaretas (e, ao ganhar poder, aliou-se a todos). Errou feio ao subestimar o número. Mas, embora não seja chegado à leitura de filósofos e pensadores, compreendeu o pensamento de John Dalberg, o primeiro barão de Acton, "Todo poder corrompe". Abriram-se as porteiras e cada um tratou de garantir o seu.

Um ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, foi preso, acusado de receber R$ 224 milhões em pixulecos. No custo das obras, somavam-se 7%, dos quais, diz a força-tarefa da Lava Jato, 5 eram para Cabral, 1 para o assessor Hudson Braga e 1 para dividir entre alguns conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. Fala-se também de uma mesada paga a Sua Excelência por empreiteiras. No presídio, encontrou outro ex-governador, que já foi aliado e hoje é adversário, Anthony Garotinho - cuja esposa é prefeita de Campos, cuja filha é deputada federal. Ambos foram, em épocas distintas, aliados e adversários do petismo. Os dois, aliás, não estão juntos no presídio, como talvez fosse educativo: adversários quando no poder, forçados ao mesmo destino. Uma decisão judicial superior autorizou Garotinho que fosse para um hospital particular e se trate lá.

CONTO CARIOCA

Em 2010, a Prefeitura do Rio investiu R$ 44 milhões em valores da época na Cidade do Rock, destinada ao Rock in Rio, com garantia de permanência. "Com o novo local", disse o empresário Roberto Medina, proprietário do evento, "o Rock in Rio poderá acontecer a cada dois anos".

Agora, decidiu-se erguer uma nova Cidade do Rock no lugar do Parque Olímpico. E os R$ 44 milhões (que hoje, corrigidos, dariam R$ 70 milhões)? E o que se gastou para erguer o Parque dos Atletas, que também deveria ser utilizado depois das Olimpíadas? OK, foi gasto da Prefeitura, não do Estado. Mas o prefeito Eduardo Paes faz parte do grupo político de Sérgio Cabral e do atual governador Pezão, do PMDB - no poder desde 2007. Talvez esse caso ajude a entender a crise financeira do Rio.

CABRAL? QUEM?

Dilma Rousseff não perde a oportunidade de perder uma oportunidade. E acaba de perder uma grande oportunidade de calar-se. Mas fez questão de se manifestar sobre a prisão de Sérgio Cabral: disse que ele jamais foi seu aliado. Mas foi, sim: há vídeos de ambos juntos em comícios, em 2010. fazendo campanha. E, quando o PMDB do Rio hesitou em apoiá-la, em 2014, foi Sérgio Cabral o primeiro a pedir votos para a candidata. Se é para mentir, e num caso em que sua opinião nem é tão solicitada, por que falar?

O DE SEMPRE

Parecia impossível, mas está acontecendo: os gastos sigilosos com cartões corporativos, no Governo Temer, são 40% maiores que os do Governo Dilma. Em seus primeiros cinco meses, Temer já gastou R$ 13 milhões, enquanto em seus cinco primeiros meses Dilma gastou R$ 9,4 milhões. Os números foram apurados pelo respeitado site Contas Abertas.

CARMEM LÚCIA...

A ministra Carmen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, argumenta com números: "Um preso no Brasil custa R$ 2,4 mil por mês, e um estudante de ensino médio custa R$ 2,2 mil por ano. Alguma coisa está errada na nossa Pátria Amada". Vai mais longe: "Darcy Ribeiro fez em 1982 uma conferência dizendo que, se os governadores não construíssem escolas, em 20 anos faltaria dinheiro para construir presídios. O fato se cumpriu (...) Quando não se faz escolas, falta dinheiro para presídios".

...É ISSO AÍ

Carmen Lúcia apontou a solução a longo prazo, mas acha possível tomar providências imediatas. "A violência no país exige mudanças estruturantes e o esforço conjunto de governos e da União, para que possamos dar corpo a uma das necessidades do cidadão, que é ter o direito de viver sem medo. Sem medo do outro, sem medo de andar na rua, sem medo de saber o que vai acontecer com seu filho". E lembrou que, a cada nove minutos, uma pessoa é morta violentamente no Brasil. "Nosso país registrou mais mortes em cinco anos do que a guerra na Síria".

PAÍS TROPICAL

A ministra só não disse o que leva tantos governantes a investir mais em cadeias do que em educação. É que muitos, depois de exercer o poder, não é para a escola que vão. João Bussab, decano da imprensa policial paulista, sugere que os políticos corruptos harmonizem seus interesses com os do país. Como quiseram construir um shopping exclusivo no Congresso, que façam um presídio exclusivo para políticos. Estarão cuidando do futuro.
Herculano
20/11/2016 16:22
da série: o PMDB nunca fez gestão de coisa alguma a não ser a chantagem como sócio estratégico do poder. A lista de chantagista é praticamente os seus quadros: Jader Barbalho, Renan Calheiros, Romero Juca, Geddel Vieria Lima, Eduardo Cunha, Edison Lobão, José Sarney, Henrique Alves...Em Santa Catarina não é diferente...

ACUSAÇÃO CONTRA GEDDEL É GRAVE E JOGA CRISE NO COLO DE TEMER, por Leandro Colon, no jornal Folha de S. Paulo

É grave a acusação de Marcelo Calero contra o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) publicada na edição deste sábado (19) da Folha.

Diante das declarações do ministro da Cultura, que anunciou na sexta (18) sua saída do cargo, o presidente Michel Temer tem duas alternativas: ignorá-las e aceitar as justificativas de Geddel, ou demitir uma figura do núcleo duro de sua gestão.

A demissão de Calero deixou de ser uma mera divergência interna, como tentou transparecer o Planalto na sexta. Os motivos de sua saída são muito mais sérios do que se imaginava.

As duas medidas desgastam o governo. Segurar Geddel, acusado por Calero de pressioná-lo para favorecer interesses pessoais, joga para dentro do Planalto uma crise inesperada.

Uma crise inconveniente para Temer pelo fato de Geddel ser estratégico como articulador político nas negociações com o Senado para aprovar a PEC do teto de gastos públicos, carro-chefe do governo para tirar a economia do buraco em 2017.

A segunda possibilidade para o presidente é controlar a turbulência imediatamente, tirar Geddel, mas ao mesmo tempo admitir que um dos seus principais assessores de confiança atuou para se beneficiar pessoalmente. É crise do mesmo jeito.

Na entrevista a Natuza Nery e Paulo Gama, Calero fornece detalhes da pressão que teria sofrido por parte de Geddel.

Segundo ele, o ministro o procurou por cinco vezes para que intercedesse na aprovação do projeto imobiliário La Vue Ladeira de Barra, em Salvador, sob avaliação do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão subordinado ao Ministério da Cultura.

De acordo com Calero, o ministro afirmou ser proprietário de um apartamento no complexo. "E aí, como é que eu fico nessa história?", teria dito Geddel.

Calero afirma que Geddel agiu de maneira "truculenta e assertiva", tendo feito uma ameaça ao colega de Esplanada: "Se for o caso eu falo até com o presidente da República".

O ministro da Cultura foi o quinto a deixar o governo desde que Temer assumiu a presidência, em maio.

Antes deles, saíram Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência), Henrique Alves (Turismo) e Fábio Osório (Advocacia-Geral da União).

Geddel será o sexto? A decisão está nas mãos de Temer ou do próprio Geddel
Herculano
20/11/2016 16:11
"ANISTIA AO CAIXA 2 DEVERIA LEVAR MAIS DE 1 MILHÃO PARA A PAULISTA"

Miguel Reale Jr afirma que manobra é um "tapa na cara dos brasileiros", por Márcio Juliboni, de O Antagonista.

O jurista Miguel Reale Jr., que já garantiu seu lugar na história ao ser coautor do pedido de impeachment que cassou o mandato de Dilma Rousseff, defende que a sociedade não pode parar de combater a corrupção agora.

O que preocupa Reale Jr., hoje, não são as manobras para esvaziar as medidas anticorrupção (até porque, o jurista não apoia muitas delas). O mais grave, segundo ele, é a anistia ao caixa 2. "Ela mostra o desprezo dos políticos pela sociedade", diz. Leia, a seguir, os principais trechos da conversa com O Antagonista:

O Antagonista: Como o sr. avalia a resistência do Congresso a aprovar as medidas anticorrupção?

Miguel Reale Jr.: Na verdade, não sou favorável a muitas das medidas propostas. Como penalista, sou contra algumas, porque, tecnicamente, são impróprias. Acho muita prepotência do Ministério Público querer propor algumas medidas.

O Antagonista: Mas elas não são importantes?

Reale Jr.: Não me preocupo com essas medidas. A luta contra a corrupção está sendo travada, sem essas medidas. Já temos leis suficientes para combater a corrupção. As penas estão sendo aplicadas. Além disso, há essa tolice de querer transformar tudo em crime hediondo. Há crimes classificados como hediondos que estão entre os que mais crescem no país. Além disso, em alguns casos, a punição para corrupção é uma pena de 12 anos. É mais do que se aplica a um homicídio.

O Antagonista: E a anistia ao caixa 2?

Reale Jr.: Isso sim é preocupante. Essa anistia que está sendo cozinhada em Brasília... primeiro, que o caixa 2 é crime pelo artigo 350 do Código Eleitoral. Não é porque uma nova redação, uma nova figura é criada, que se apaga a figura anterior. Isso é um sofisma.Mas, mais do que isso, é um tapa na cara dos brasileiros. Isso mostra que os políticos querem, apenas, legislar em causa própria. Além disso, é inconstitucional, porque fere o princípio da moralidade pública.

O Antagonista: Por que a sociedade não vai mais às ruas, como na época do impeachment? As pessoas se desencantaram?

Reale Jr.: Primeiro, acho que havia um objetivo claro, na época do impeachment, e isso sempre ajuda a sociedade a se mobilizar. Depois, há um cansaço natural das pessoas. Mas eu continuo dizendo aos líderes dos movimentos sociais que devem continuar se movimentando. Não basta apenas se manifestar via redes sociais e whatsapp. Eles têm que convocar o povo para as ruas novamente. A anistia mostra o desprezo dos políticos pela sociedade. Insisto que é um tapa na cara, e os brasileiros precisam senti-lo para reagir. A tentativa de anistiar o caixa 2 deveria levar mais um milhão de pessoas à Paulista novamente.
Erva Daninha
20/11/2016 13:12
Sidnei Luis Reinert, a tal Teologia da Libertação da Igreja Católica do Brasil via púlpitos e principalmente instrumentalizada nas pastorais, criou o monstro chamado PT.
Mariazinha Beata
20/11/2016 12:53
Seu Herculano;

"Jorge Picciani é presidente da Assembleia Legislativa e pai de Rafael, chefe da Casa Civil do governador e de Leonardo, ministro do Esporte de Michel Temer." Elio Gaspari - às 08:24hs

Diz que o governo de Pezão acabou.

O "clã" Picciani já apoiou Lula, Dilma, Aécio, Eduardo Cunha, posicionou-se contrário ao impeachment mesmo que o PMDB tendo desembarcado do desgoverno da DilmANTA.
Bem típico do político que quer se dar bem em todas as zonas.

Bye, bye!
Herculano
20/11/2016 11:03
QUAL A DIFERENÇA ENTRE OS POLÍTICOS E OS BANDIDOS? NORMALMENTE POUCA. OS POLÍTICOS POSSUEM MAIS PROTEÇÃO DAS INSTITUIÇÕES QUANDO NÃO INTERFEREM DIRETAMENTE. AGORA RECLAMAM QUE ESTÃO PERDENDO ESSAS REGALIAS SOB OS HOLOFOTES DA IMPRENSA LIVRE E INVESTIGATIVA. POR ISSO FAZEM ESPETÁCULOS E ENCENAÇÕES PARA O POVO ANALFABETO, IGNORANTE E DESINFORMADO.VEJA ESTA NO JORNAL O GLOBO.ÁUDIO MOSTRA QUE GAROTINHO TENTOU REUNIÃO COM CORREGEDOR DA POLÍCIA FEDERAL

Texto de Marco Grillo. Além da denúncia de oferecimento de propina a juiz, a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE-RJ) também investiga se o ex-governador Anthony Garotinho tentou interferir nas investigações sobre ele por meio da corregedoria da Polícia Federal no Rio. Uma gravação telefônica interceptada pela Justiça mostra o ex-governador pedindo a um interlocutor, apontado como agente da corporação, que marque uma reunião com o "novo corregedor" da PF. "Eu quero despachar ele para Campos para trabalhar lá", diz Garotinho.

Investigadores acreditam que o ex-governador pretendia mobilizar uma ofensiva contra as apurações em Campos. O interlocutor do ex-governador no telefone prometeu a reunião para o dia seguinte, mas não há informações se ela ocorreu.

A sequência de acontecimentos, no entanto, intrigou os responsáveis pela investigação. A Superintendência da PF expediu um ofício determinando que o inquérito, que estava na delegacia de Campos, fosse removido para o Rio para uma "correição extraordinária", procedimento de fiscalização.

O juiz Glaucenir de Oliveira, no entanto, determinou, em mandado de busca e apreensão, que os autos fossem levados para o cartório da 100ª Zona Eleitoral. O magistrado alegou que era um pedido da própria defesa, que queria acesso aos documentos. "Estranhamente e de forma surpreendente, a autoridade policial recebeu ordem administrativa do Departamento de Polícia Federal, não se esclarecendo por intermédio de que autoridade superior e por quais motivos, para remeter os áudios do inquérito para o Rio de Janeiro... É realmente muito estranho e surpreendente tal comando administrativo, posto que não é comum este tipo de expediente", escreveu o juiz em despacho.

Delegado responsável pelas investigações em Campos, Paulo Cassiano disse que este tipo de movimentação não é normal.

- Em um contexto da PF, isso é incomum, é estranho. Pedi por escrito que dissessem a mim os motivos, mas não responderam ?" afirmou o delegado, em referência à Superintendência.

O advogado de Garotinho disse que o ex-governador fez uma representação à corregedoria alegando supostos abusos de Cassiano. Segundo o defensor, o objetivo da reunião, que ele diz não ter ocorrido, era denunciar a conduta do delegado. "Todos os poderes são fiscalizados. O canal foi oficial e anterior a qualquer tentativa de encontro", disse, em nota.

O delegado disse que se colocou à disposição para que sua conduta fosse apurada. O procurador regional eleitoral pediu à PF que apure a transferência do inquérito. A Superintendência da PF não se manifestou.

Garotinho permanece internado no Hospital Quinta D'Or, na Zona Norte. De acordo com o boletim, assinado pelo médico Marcial Navarrete Uribe, o estado dele é estável.
Herculano
20/11/2016 08:39
ROMPER COM O DISCURSO POÉTICO NÃO É COMO ROMPER COM O PROCESSO SOCIAL, por Ferreira Gullar, escritor.

Mudar é próprio da existência. Tanto muda a natureza como mudamos nós, a sociedade e a cultura; e, se há o que muda independentemente da nossa vontade, há o que mudamos nós, por nossa própria determinação.

Naturalmente, dentre essas mudanças por nós mesmos realizadas, há as que decorrem de determinantes que mal controlamos e as que resultam de nossa opção consciente.

Fui levado a refletir sobre esses fenômenos ao me deparar com os problemas que enfrentamos, sobretudo na época moderna em face da necessidade de mudar a sociedade em que vivemos, que se impôs a partir da revolução industrial e do desenvolvimento do regime capitalista.

Em função disso, a partir da segunda metade do século 19, em praticamente todos os setores da sociedade, mudanças radicais se impuseram. Agravou-se uma visão crítica do modo de produção capitalista que iria culminar, em começos do século 20, com a revolução comunista de 1917.

É também no final do século 19 que, no terreno das artes, surge um movimento renovador que culminará com a eclosão cubista no início do século 20. Tais eclosões revolucionárias, tanto do campo de produção industrial quanto da criação artística, não são meras coincidências, mas, sim, resultantes das complexas relações que condicionam essas distintas manifestações da criatividade humana.

Um século depois de deflagradas, essas mudanças radicais, tanto no campo político-econômico como no plano estético, ambas, após as mudanças que provocaram, esgotaram-se.

No campo artístico, após uma série de movimentos realmente inovadores, chegou-se à desintegração das linguagens e, finalmente, a uma espécie de vale-tudo. Isso porque, quando se afirma que será arte "tudo o que se disser que é arte", é decretado o fim da arte.

No campo político não chegamos a esse niilismo, nem poderíamos chegar, pelo fato de que a política não lida apenas com metáforas, mas com a realidade concreta da vida.

E aqui chegamos ao ponto que me levou a estas considerações: se é verdade que a mudança é um fator decisivo da existência e, portanto, também da realidade social, inovar, neste campo, não é o mesmo que inovar no campo das artes, pelo fato de que este é um terreno particularmente complexo, pois envolve desde o pão de cada dia até o custo das aposentadorias e o índice de desemprego.

A Revolução Soviética de 1917 deu início a mudanças radicais na sociedade russa, mas também no processo político mundial, fomentando, sobretudo na intelectualidade e na juventude, a luta por uma sociedade anticapitalista, justa e revolucionária.

Essa utopia não se realiza plenamente em razão mesma da complexidade dos problemas nela implicados. Marx subestimou a importância decisiva da iniciativa privada no processo econômico e, com isso, perdeu a disputa com o regime capitalista.

Em consequência disso, aquela ideologia perdeu força, mas a luta pelas mudanças sociais ainda se mantém, seja na versão do populismo latino-americano, seja no projeto de alguns partidos que pregam um socialismo moderado em diversos países europeus.

Há, ainda, também na Europa, países que praticam um capitalismo sensato, em que a diferença de renda é compensada com a prestação, pelo Estado, de serviços eficientes no campo da saúde e da educação, sobretudo.

Em países como o nosso, esses serviços são muito mais precários não só porque os recursos são insuficientes, mas porque o número de pessoas carentes é muito maior.

Na América Latina surgiram alguns governos populistas que tentaram explorar politicamente essa desigualdade, implantando programas que excluíam a possibilidade real de colocá-los em prática. A consequência disso foi o agravamento da situação econômica geral e a estagnação do crescimento, que resultou no fracasso desse populismo nos países que tentaram implantá-lo.

Então, volto à tese que já expus aqui: uma coisa é romper com a lógica do discurso poético; outra coisa, muito diversa, é romper com a lógica do processo social. Dá em Venezuela, por exemplo
Herculano
20/11/2016 08:34
SE OS ESTADOS NÃO REVIREM DIREITOS, SALÁRIOS NÃO SERÃO PAGOS, por Samuel Pessoa, para o jornal Folha de S. Paulo

Nas últimas semanas, temos presenciado situação que há até pouco tempo parecia que nunca iríamos ver. Estados, principalmente Rio e Rio Grande do Sul, com enorme dificuldade de pagar suas contas.

A situação dos Estados brasileiros é bem parecida com a dos países da periferia da Europa: em ambos os casos, as unidades não conseguem pagar suas contas imprimindo moeda.

Adicionalmente, o espaço para resolver por meio de emissão de nova dívida é muito pequeno.

Assim, há o risco real de o dinheiro simplesmente acabar. O Judiciário pode sequestrar a conta do Estado e ameaçar colocar o governador e/ou o secretário da Fazenda na prisão. Inútil. Não aparecerá dinheiro no cofre do Tesouro estadual.

O maior problema é que, assim como foi no caso com a União -que pode solucionar seus problemas inflacionando a economia-, a dificuldade fiscal é estrutural. A crise econômica só agravou o problema.

Tanto no Rio quanto no Rio Grande do Sul, a política salarial irresponsável agravou o problema que já seria particularmente ruim pelo maior envelhecimento desses Estados. No Rio, houve o erro adicional de os governos considerarem permanentes as rendas petrolíferas, contrariamente a toda a evidência histórica.

A natureza estrutural do problema deve-se ao regime de previdência estadual. Benefício vitalício integral para as carreiras com aposentadoria após 25 anos de contribuição: PM e professores da rede.

Houve, em seguida à redemocratização, enorme esforço de profissionalização do Estado brasileiro. Fez parte do esforço de profissionalizar o serviço público a contratação de funcionários de carreira concursados. A primeira onda de concursos pós-redemocratização ocorreu na década de 1985 a 1995. Considere o ponto médio da série, 1990, e somam-se 25 anos até 2015 -a conta das aposentadorias chegou!

O deficit total dos Estados com a previdência, que era de R$ 49 bilhões em 2012, subiu para R$ 77 bilhões em 2015. Crescimento de 58%. Considerando a inflação, o crescimento real anual médio no período foi de 8,7%!

Nem crescimento chinês paga essa conta.

Temos um problema dramático: a sociedade distribuiu benefícios e direitos a pessoas, principalmente servidores públicos, incompatíveis com a capacidade de crescimento e de arrecadação da economia que suporta a sociedade. Que fazer? Elevar ainda mais os impostos e, com isso, aumentar as amarras ao crescimento, já tão baixo há tantas décadas?

Os Estados terão de rever direitos. Se não o fizerem, os benefícios e os salários não serão pagos, simplesmente porque o Estado não pode imprimir dinheiro.

A União não irá intervir: a intervenção é prerrogativa do presidente da República, que não o fará, pois a intervenção em um Estado bloqueia a tramitação de toda emenda constitucional, por determinação da própria Constituição.

Se os Estados insistirem em não se ajustar e tentar jogar no colo da União o custo político da desorganização que ocorrerá em razão do não pagamento dos salários dos servidores da ativa, a União poderá utilizar as Forças Armadas para a segurança. É esse o jogo.

Não parece que os Estados terão poder de barganha para jogar para a União o desequilíbrio de seus gastos. O problema das finanças estaduais não é o gasto com dívida, mas o gasto com folha incluindo inativos.
Herculano
20/11/2016 08:31
EUNÍCIO JÁ É O PRINCIPAL INTERLOCUTOR NO SENADO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Uma das mais antigas "leis não escritas" da política prevê que nada melhor que a expectativa de poder, assim como nada é pior que mandatos em vias de expirar, cujos titulares já não conseguem nem mesmo tomar cafezinho quente. Certamente por isso, o líder do PMDB Eunício Oliveira (CE), virtual presidente do Senado a partir de 1º de fevereiro, transformou-se no mais requisitado interlocutor do Planalto nas articulações para aprovar PEC 55, que limita os gastos públicos.

REFORMA TRABALHOSA
O Planalto mantém interlocução com Eunício Oliveira porque caberá a ele, já no início da sua presidência, liderar a reforma da Previdência.

PARCERIA COM TEMER
Eunício está afinado com o presidente Michel Temer e concorda com todas as premissas do governo para aprovar medidas saneadoras.

PORTAS ABERTAS
Político na iminência de poder, como Eunício, têm só uma dificuldade: conseguir pôr a mão em maçanetas para que as portas se abram.

FALTAM 72 DIAS
Os amigos de Eunício Oliveira contam os dias que faltam para sua eventual eleição como presidente do Senado.

'RECALL' DE DELATOR NÃO ELIMINA SUSPEITA DE PROPINA
A defesa de Dilma Rousseff comemorou o "recall" do depoimento de Otavio Azevedo, ex-presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, afirmando que sua doação foi "espontânea" e não propina. Os advogados petistas exultaram, afirmando que "caíram por terra" todas as suspeitas de dinheiro sujo na campanha presidencial do PT. Menos, rapazes, menos. Há denúncias com o mesmo teor de outros delatores.

DINHEIRO ROUBADO
Chefe do cartel de empreiteiras, Ricardo Pessoa (UTC) contou ao MPF que dinheiro roubado da Petrobras abasteceu a reeleição de Dilma.

PROBLEMA BEM MAIOR
Em depoimento, Pessoa contou haver ordenado depositar R$5 milhões para a campanha de Dilma, e avisou: "O problema é bem maior".

DELAÇÃO DEVASTADORA
As delações da Odebrecht também reafirmam "doações" à campanha de Dilma de dinheiro obtido em contratos com o governo federal.

MANDOU BEM
O presidente Michel Temer foi muito cumprimentado pela escolha do pernambucano Roberto Freire, deputado pelo PPS-SP ?" admirado por sua cultura, experiência e lealdade ?" como ministro da Cultura.,

SILÊNCIO ENSURDECEDOR
Cresce a suspeita de que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) ajudou ou conheceria a intenção do grupo que depredou a Câmara e invadiu o plenário, pedindo "intervenção militar". Ele estava fora de Brasília e não fez declarações em defesa da própria instituição.

POSE EM EXCESSO
Aliados estão achando Rodrigo Maia "muito arrogante", para quem pretende mudar as regras e ser reconduzido à presidência da Câmara, em 2017. Alguns já afirmam que não o apoiarão mais.

DOIS BICUDOS
O deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) afirma que não há conversa possível com o governador Paulo Câmara, que brigou com os tucanos durante as eleições do Recife. "Deveremos ficar independentes", diz.

PAÍS RICO
A Câmara do DF está longe de ser o maior legislativo estadual do País, mas seu orçamento anual supera até a Assembleia de São Paulo (Alesp). No DF, cada 24 deputados custa quase R$10 milhões por ano.

MORANDO BEM
A Câmara gastou, em outubro, R$ 698 mil com o auxílio moradia a 93 deputados federais. Os outros moram em luxuosos apartamentos em áreas nobres de Brasília ?" cada unidade custa R$ 2,5 milhões.

EXPOSIÇÃO INCOMUM
Ministros de tribunais superiores, em Brasília, estranharam e acham que deveria ser investigada a incomum exposição de Garotinho, da sua prisão ao piti na ambulância, praticamente transmitidos ao vivo pela TV.

EFEITO TRUMP
Na Conferência Mundial do Clima (COP-22), em Marrakesh, Ricardo Tripoli (PSDB-SP) disse que o assunto dominante foi a eleição de Donald Trump. Segundo ele, líderes mundiais estão preocupados.

PENSANDO BEM...
...deve ser uma beleza o hospital Souza Aguiar: Garotinho chegou lá debilitado, nem conseguia falar, e saiu com uma vitalidade invejável.
Herculano
20/11/2016 08:24
A SÍNDROME DE BARRY/ROMANOV PEGOU CABRAL, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Desde o início da Lava Jato, o andar de cima de Pindorama padece de uma síndrome que pode ser chamada de "Du Barry/Romanov", em homenagem à Condessa Du Barry (1743-1793) e do grão-duque Mikhail Romanov (1878-1918). Ela ataca pessoas que diante de uma encrenca bíblica pensam que "comigo-ninguém-pode" e decidem desafiar a sorte. Foi o que aconteceu com Marcelo Odebrecht. Mesmo na cadeia, desafiou o Ministério Público. Noutro exemplo, Eduardo Cunha achou que compraria uma passagem para a impunidade ajudando a empossar Michel Temer. Sérgio Cabral duvidou que a Federal fosse ao seu apartamento e está em Bangu. Há mais gente na fila.

Madame Du Barry era uma mulher bonita, rica e poderosa como namorada de Luís 15. Em 1789, quando a patuleia de Paris revoltou-se, ela fugiu para Londres. Lá, teve a ideia de voltar para a França. Passaram-na na lâmina em 1793. Voltou porque achava que dava. Mais de um século depois, em 1917, o czar Nicolau 2º abdicou, entregando a coroa ao seu irmão Mikhail Romanov. O grão-duque esquivou-se. Mandou a família para o exterior, mas ficou na Rússia. Achou que dava. Em 1918 ele foi tirado de casa, levado para uma floresta e passado nas armas.

Seu corpo nunca foi encontrado. (Depois de Mikhail os bolcheviques mataram o czar, sua mulher, cinco filhos e outros quatro grão-duques.)

Olga, irmã de Nicolau e Mikhail, fugiu em 1920 com duas crianças pequenas, comendo o pão que Asmodeu amassou. Morreu no Canadá em 1958, aos 78 anos. Viveu modestamente ao lado do marido, um oficial por quem se apaixonara, levando-a a abandonar um marido gay.

PEZÃO TOMOU EMPRÉSTIMO REPRESENTADO POR FILHO DE SÉRGIO MACHADO, DIZ LAVA JATO

Está no meio da papelada da Lava Jato:

Entre os dias 10 e 11 de setembro de 2014, o governador Pezão fez-se representar na assinatura de quatro empréstimos, no valor de R$ 2,1 bilhões. Um deles, no valor de R$ 600 milhões, foi tomado junto ao Credit Suisse, representado por Sérgio Firmeza Machado, filho do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

Sérgio 2.0 era funcionário do banco e colabora com as investigações. Ele revelou que o Credit Suisse mimou a qualidade de seus serviços com um bônus de R$ 48 milhões.

FASHION FEDERAL

Sérgio Cabral foi para a carceragem com uma mochila. Já houve empreiteiros que chegaram com malas de rodinhas. A mochila é um adereço mais jovem, talvez até chique.

Não se sabe a marca do equipamento mas, caso alguém queira se precaver, uma mochila Louis Vuitton do tipo "cheguei", custa R$ 7.850. O modelo Grigori, preto e discreto, sai por R$ 13.200.

O GOUMERT CABRAL

Servido pelo menu de Bangu, Sérgio Cabral teve dias melhores. Jantando em 2009 com o casal Fernando Cavendish no restaurante Louis 15, num hotel de Mônaco, ele proclamou:

"Este é o melhor Alain Ducasse do mundo".

Era bravata, porque Ducasse tinha 30 restaurantes.

Cabral comemorava o aniversário da mulher e o Ducasse fica perto da joalheria Van Cleef, onde o empreiteiro cacifou o anel de brilhantes da senhora.

CACASO

Nunca é demais lembrar um verso de Antonio Carlos de Brito, o inesquecível Cacaso (1944-1987).

Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho,
vira direto vinagre.

TALVEZ PEZÃO NÃO SAIBA, MAS O DEPUTADO JORGE PICCIANI ACHA QUE SEU GOVERNO ACABOU

Picciani é presidente da Assembleia Legislativa e pai de Rafael, chefe da Casa Civil do governador e de Leonardo, ministro do Esporte de Michel Temer.

QUIROMANCIA

A pergunta que mais se ouve no Rio de Janeiro é: "E agora, como se sai dessa?".

Num puro exercício de quiromancia, com o único propósito de mostrar que há saída, aqui vai uma, em dois tempos.

Tempo 1: Michel Temer desacelera suas propostas de emendas constitucionais e decreta intervenção federal no Estado.

Tempo 2: Nomeia o cardeal D. Eugenio Salles para o cargo de interventor. Com toda razão, argumente-se que isso não pode ser feito porque ele morreu em 2012.

Diante desse imprevisto, nomeia-se um similar. Cada um pode indicar quem quiser, mas para continuar a conversa, pode-se convidar um ministro do Supremo Tribunal Federal. Quem? Da ativa, Luis Roberto Barroso. Da reserva, Joaquim Barbosa.

EREMILDO, O IDIOTA

Eremildo é um idiota, habitualmente compra umas vaquinhas do pecuarista Renan Calheiros e estava no Congresso quando lhe perguntaram o que achava da prisão de Sérgio Cabral e o presidente do Senado disse que não trataria do tema porque "não tomei profundidade" do assunto. O cretino não sabe o que foi que Renan tomou.

ODEBRECHT INN

Tudo o que Marcelo Odebrecht quer da vida é fechar logo o seu acordo de colaboração com a Viúva para ser transferido para o Complexo Médico-Penal do Paraná. Na nova cana poderá trabalhar e para cada três dias de serviço descontará um de pena.

Atualmente seus exercícios resumem-se a uma hora, para poder concluir a colaboração

UM SOBRENOME E A HISTORIA DO BRASIL

Na quinta-feira (17), Paulo Fernando Magalhães Pinto, assessor e laranja de Sérgio Cabral entregou-se à Polícia Federal. Com a entrada de um Magalhães Pinto na carceragem viaja-se pela história de três gerações do andar de cima de Pindorama.

Na raiz dessa árvore esteve a suave figura de José de Magalhães Pinto, um modesto bancário que se tornou um líder empresarial durante o Estado Novo. Em 1943, aos 33 anos, assinou o Manifesto dos Mineiros pedindo a redemocratização do país, perdeu todos os empregos. Magalhães fundou o banco Nacional, que se tornou um dos maiores do país. Entrou para a politica, elegeu-se deputado e governador de Minas Gerais, derrotando Tancredo Neves. Em 1964, foi o mais destacado líder civil na deposição de João Goulart.

Com uma calva inesquecível e modos gentis, não ganhou a estima dos militares mas, mesmo assim, em 1967, foi nomeado chanceler e um ano depois assinou o Ato Institucional nº 5. Perdeu o rumo e viu-se condenado a papéis de coadjuvante, apesar de ter chegado à presidência do Senado. Nunca praticou violências quer contra o erário, quer contra pessoas físicas. Em 1985, numa trapaça do destino, votou em Tancredo Neves, seu adversário histórico. Meses depois teve um acidente vascular cerebral do qual não se recuperou até sua morte, em 1996.

Magalhães já não estava consciente quando seu banco, administrado pelos filhos Marcos e Eduardo foi à garra. Marcos passou um breve período na cadeia. Ana Lúcia, uma de suas irmãs, era mulher do filho do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Outra, Maria Virgínia, é a mãe de Fernando Magalhães Pinto, o amigo de Sérgio Cabral.

A ruína do Nacional deixou um rombo estimado em R$ 6,7 bilhões e ele foi absorvido pelo Unibanco. Em 1995, dez anos depois da quebra do banco, Eduardo Magalhães Pinto, irmão de Marcos e de Maria Virgínia estava na lista de viajantes VIPs da Alfândega do Rio de Janeiro.
Herculano
20/11/2016 08:02
LEI DEMAIS EM UM PAÍS SEM LEI, por Mary Zaidan

Para coibir safadezas com o dinheiro público, o Brasil precisa de leis específicas e rigorosas. Essa foi a inspiração do Ministério Público Federal ao propor as 10 medidas contra a corrupção, que, seguramente, serão desfiguradas no cabo de guerra em que se tornou a apreciação da matéria na Câmara. Tanto ali quanto no Senado, todos defendem, da boca para fora, as investigações da Lava Jato e adjacentes. Mas no confronto com a realidade tudo muda de figura. E uma lei a mais pode ser a salvação de quem quer fugir da lei.

No país em que leis são feitas para anular outras leis ou simplesmente para não serem cumpridas, é difícil ter otimismo quanto à batalha final em torno da lei anticorrupção. Até porque, no avesso da intenção, a proposta do MPF abriu possibilidades infindas para que os parlamentares adicionassem no projeto incisos de perdão para crimes cometidos. Além disso, sabe-se, de antemão, que não há garantia de que a lei vingue. Mesmo se aprovada.

Lei no Brasil nem sempre é lei. Ironicamente, há as que pegam e as que não pegam. E ninguém faz nada a respeito disso. Por exemplo: desde 1995, a lei 9.503 obriga o uso de cinto de segurança para o motorista e todos os passageiros de um veículo. Uma lei que pegou. Mas parcialmente: só vale para quem está nos bancos da frente. E não há santo que a faça viger para o assento traseiro.

Tudo que abunda não prejudica, diz o dito popular. Com as leis, vale o inverso. São tantas -- muitas delas contraditórias -- que, em vez de contribuir, não raro agem contra o cidadão.

Ninguém sabe com segurança quantas leis existem no país. Segundo o Grupo de Trabalho de Consolidação das Leis, instituído pela Câmara em 2009 -- até hoje com sua tarefa inconclusa --, o país acumula 1,7 milhão de leis. Dessas, 53 mil estariam em vigor. Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário em 2008, quando a Constituição completou 20 anos, aponta que o país tem 3,7 milhões de normas jurídicas, uma média de 517 normas criadas por dia.

Existe lei para tudo. Há duplicidade e triplicidade de leis. Se tiver de cumprir todas elas o cidadão não se mexe. Só se mexem os que estão acima da lei.

Lei não é empecilho para quem, como o ex Lula dizia sobre o ex José Sarney, não pode ser tratado como "pessoa comum". Ou para o próprio Lula, que não admite nem mesmo ser considerado como réu nos processos em que já foi denunciado. Para esses privilegiados, se toda a rede de proteção ameaçar falhar, tergiversa-se com a criação de novas leis em cima de leis que já existem.

É disso que se trata a punição ao abuso de poder de promotores e juízes que o presidente do Senado, Renan Calheiros, quer votar. Na verdade, legislação para tal existe há mais de 50 anos (lei 4898/65), com punições para servidores públicos de todos os níveis. Está, inclusive, sendo usada pelos advogados de Lula na queixa-crime que protocolaram no Tribunal Regional Federal contra o juiz Sérgio Moro. Prova cabal que a iniciativa de Renan não passa de tridente para espetar o MP e a Justiça, que já autorizou 12 investigações contra ele. Nada mais do que bravata cozida ao molho de ameaça.

A punição à corrupção de entes públicos também conta com um cardápio de leis claríssimas que, no máximo, poderiam ter suas punições apimentadas.

O mesmo acontece com o caixa 2 para campanhas eleitorais, como bem lembrou à época do julgamento do mensalão a ministra Cármen Lúcia, hoje presidente da Suprema Corte ?" "Caixa 2 é crime; caixa 2 é uma agressão à sociedade brasileira". Agora, no bojo da discussão das 10 medidas anticorrupção, abriu-se uma brecha para o Parlamento introduzir um parágrafo, um artigo, ou uma simples alínea específica para punir a execrável prática. Uma criação perfeita para os criadores: duras penalidades para o futuro com o dom de perdoar o passado.

Enquanto os que fazem as leis buscam se proteger por meio de novas leis, a maioria que cumpre as leis convive com o Brasil sem lei, ditado pelos acima da lei.
Herculano
20/11/2016 07:56
O NOVO DISFARCE DO ATRASO, ROUBOS E RADICALISMO DE ESQUERDA NO BRASIL

Petistas insatisfeitos e alas do PSOL discutem com MTST criação de um novo partido, por Natuza Nery, do Painel, jornal Folha de S. Paulo

Juntando os cacos
Está em curso uma articulação para se criar um novo partido de esquerda no país. As discussões envolvem setores do PT, insatisfeitos com os rumos do partido, integrantes do PSOL e o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). As conversas se cristalizaram depois das eleições municipais, com a constatação de que o projeto petista ruiu. O movimento, ainda difuso, diz que não se pautará pela eleição de 2018, mas considera importante estar na próxima disputa ao Palácio do Planalto.

Os indicados
Aos menos três nomes circulam como possíveis candidatos à Presidência da República: o ex-ministro Tarso Genro (PT-RS), o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) e o coordenador do MTST, Guilherme Boulos.

Volte duas casas
O movimento por um novo partido surgiu em 2014, logo depois da reeleição de Dilma Rousseff, mas foi colocado em banho-maria para não atrapalhar a atuação da esquerda contra o impeachment.
Sidnei Luis Reinert
19/11/2016 20:37
Quando Frei Betto( fundador do FORO DE SÃO PAULO junto com lula fidel castro, MIR chileno e as FARC) afirma na entrevista que deu hoje na UOL, que "O PT deveria ter construído um Estado dentro do Estado", é o que eles estão fazendo com a Igreja, "construindo uma igreja dentro da Igreja", com a mesma metodologia.

Frei Betto: "Inquilino no governo, PT tomou chega para lá do dono da casa"

http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/11/19/frei-betto-pt-tem-que-descer-do-salto-e-calcar-sandalias-da-humildade.htm
LELÊO
19/11/2016 20:18
A CHAPA ESTA QUENTE NO PSD DE GASPAR.CENSURA E PERSEGUIÇÃO,TUDO POR MEIA DÚZIA DE CARGOS.QUANDO A GENTE PENSA QUE A DITADURA ACABOU.SEMPRE APARECE ALGUM PEQUENO DITADOR,COM MEDO DE ESCUTAR.EM UM PARTIDO.A DEMOCRACIA É BONITA NA TEORIA,NA PRÁTICA, É UMA FALÁCIA.PENSA SE GANHA O PAÇO MUNICIPAL.NÃO HAVERIA TÚMULO QUE CHEGA NO CEMITÉRIO.
Herculano
19/11/2016 20:00
ESSES POLÍTICOS NÃO TÊM JEITO.POSSUEM UMA PREDILEÇÃO PERMANENTE PELAS PÁGINAS POLICIAIS. GAROTINHO OFERECEU SUBORNO PARA TENTAR EVITAR PRISÃO, DIZ PROCURADORIA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Nicola Pamplona, da sucursal do Rio de Janeiro. A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio (PRE/RJ) requereu à Polícia Federal a abertura de um inquérito para apurar denúncias sobre tentativa de suborno de um juiz pelo ex-governador do Rio Anthony Garotinho e seu filho Wladimir Matheus.

Garotinho foi preso na última quarta (16) por suspeita de compra de votos em Campos dos Goytacazes.

Na madrugada deste sábado (19), ele foi transferido do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, para o Hospital Quinta D'Or para exames médicos, por determinação da juíza Luciana Lóssio, do TSE.

O pedido de investigação da PRE/RJ baseia-se em acusações feitas pelo juiz da 100ª Zona Eleitoral de Campos, Glaucenir Silva de Oliveira, que autorizou a prisão preventiva do ex-governador.

O juiz disse à procuradoria que Garotinho e seu filho ofereceram "quantias milionárias" a conhecidos seus em tentativa de interferir em suas decisões e evitar a prisão.

Segundo procurador regional eleitoral Sidney Madruga, foram pelo menos duas ofertas de suborno, nos valores de R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões, em troca de decisões favoráveis aos investigados.

Madruga diz que há também denúncias de tentativa de interferência no trabalho da Polícia Federal e de "ameaças veladas" a um promotor eleitoral em Campos.

Os dois últimos casos, porém, ainda estão sob sigilo. Todas eles ocorreram no último mês, quando as investigações estavam perto do fim.

"Essas tentativas de obstrução da Justiça não ficarão impunes", afirmou o procurador Madruga. O pedido de investigação foi feito em ofício enviado à PF na noite de sexta (18).

Também na sexta, a PRE/RJ enviou ofícios ao Ministério Público Estadual para pedir à Promotoria de Campos que tome medidas necessárias para reprimir os possíveis crimes eleitorais praticados por Garotinho e seu filho.

A defesa de Garotinho informou que irá representar contra o juiz pelo crime de denunciação caluniosa.

"O relatado pelo juiz, após seus abusos de autoridade e cenas grotescas da semana, merece resposta unicamente jurídica e ele irá responder criminalmente por denunciação caluniosa", afirmou o advogado Fernando Augusto Fernandes.
Herculano
19/11/2016 19:15
POBRE RIO, POBRE BRASIL, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

O Rio de Janeiro continua lindo, como na música de Gilberto Gil, mas as prisões dos ex-governadores Anthony Garotinho, num dia, e Sérgio Cabral, menos de 24 horas depois, escancaram um cenário horrendo em que se misturam corrupção, populismo, empreguismo, gastança e irresponsabilidade. Sem contar aquele terceiro personagem que nasceu no Rio e virou tudo o que virou no Estado: Eduardo Cunha.

Todas essas mazelas não são exclusividade do Rio, mas se somam aos erros da era Lula e ao desastre dos anos Dilma Rousseff e explicam cristalinamente o resultado das eleições municipais. Com o PMDB ladeira abaixo e o PSDB e o PT praticamente fora de combate no Estado, só podia dar no que deu: uma forte rejeição aos partidos "tradicionais", com uma disputa entre o PRB de Marcelo Crivella e o PSOL de Marcelo Freixo.

As prisões ocorrem justamente quando o governador Luiz Fernando Pezão volta de longa licença para tratar do câncer e brinda a população com um pacote de maldades contra a crise. Como Pezão é do mesmo PMDB e foi vice-governador de Cabral, significa que eles abriram o buraco e agora Pezão convoca trabalhadores, funcionários, aposentados, pensionistas e empresas para tapá-lo. Soa assim: "Nós criamos a dívida e nadamos em dinheiro. E você paga a conta". Daí porque o Estado está em chamas, mas as pessoas estouravam espumantes ontem, quando Cabral saiu do Leblon para Bangu sem guardanapo na cabeça.

Faça-se justiça, porém. Enquanto Cunha abastecia "trustes" e o armário da mulher com desvios da Petrobrás e Cabral recebia mesadas de R$ 500 mil, desfrutava de lancha de R$ 5 milhões e ornava o dedo da mulher com um anel de R$ 800 mil do empreiteiro Fernando Cavendish, Pezão não é ?" até o momento ?" acusado de corrupção. Aliás, ele tem foro privilegiado e o que há contra ele, se houver, corre em segredo de justiça.

Também são bem diferentes os casos de Cabral, acusado de comandar um esquema de R$ 224 milhões, e de Garotinho, enrolado por ter usado um programa social da prefeitura de Campos para comprar votos. Ambos estão devidamente presos e acusados, mas há uma questão de escala entre um e outro.

Em comum, os dois foram muito importantes no Rio e chegaram a alçar voo nacional. Garotinho saiu do Palácio Laranjeiras para uma campanha à Presidência da República em que perdeu para Lula, mas chegou em honroso terceiro lugar e elegeu a mulher, Rosinha, para o governo do Estado e agora a filha, Clarissa, para a Câmara dos Deputados.
Cabral, típico menino do Rio, filho de respeitado jornalista, biógrafo de Pixinguinha, foi um excelente produto eleitoral, lembrado até para a Presidência da República. Ele e o prefeito Eduardo Paes tiveram destaque no PSDB, passaram para o PMDB, aproximaram-se alegremente de Lula e apoiaram firmemente Dilma. O voo de Cabral foi alto. O tombo foi mortal.

Isso não passa em branco pela política, onde o PMDB abriu uma cunha na disputa feroz entre PSDB e PT e subiu a rampa do Planalto com Michel Temer. Com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgando a chapa Dilma-Temer, com a delação da Odebrecht pairando sobre tudo e todos (até mesmo o PMDB, a base aliada e o governo), a prisão de Cabral pode ser tudo, menos algo positivo para Temer. No mínimo, é mais um foco de tensão ?" ou de suspeição.

E há uma irradiação da crise do Rio sobre os demais Estados, sobretudo porque a crise econômica não perdoa ninguém e porque os estádios da Copa entram no foco. O Rio, além de lindo, é também a vanguarda do Brasil. Desta vez, pode estar sendo um outro tipo de vanguarda, com a prisão não apenas de um, mas de dois governadores de uma vez só, neutralizando a tese de perseguição ao PT. Tem muita gente de barbas de molho de Norte a Sul.

Quais serão os próximos Estados? E os próximos presos?
Herculano
19/11/2016 19:06
LULA TEM ALGUMA CHANCE CONTRA MORO NA QUEIXA-CRIME? RESPOSTA: NENHUMA! por Reinaldo Azevedo, de Veja

Ex-presidente e familiares acusam o juiz de abuso de autoridade e recorrem a um instrumento próprio para situações em que Ministério Público Federal deixa de atuar

Ah, que divertido!

Vamos botar os pingos nos is!

A defesa de Luiz Inácio Lula da Silva e de sua família entrou no Tribunal Regional Federal da 4ª Região com uma queixa-crime subsidiária contra o juiz Sergio Moro.

O que é isso? Trata-se de um instrumento previsto da Lei 4.898/65, devidamente recepcionado pela Constituição de 1988, que o prevê no Inciso LIX do Artigo 5º: "Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal".

Vamos explicar - e segue no pé deste post nota emitida pela defesa de Lula. A defesa do ex-presidente entrou com uma representação na Procuradoria-Geral da República contra o juiz Sergio Moro, acusando-o de abuso de autoridade em três circunstâncias:

a: na condução coercitiva;
b: no mandado de busca e apreensão em sua casa e em endereços de familiares;
c: na divulgação de gravações telefônicas feitas fora do prazo autorizado pela Justiça.

A Procuradoria-Geral da República, até agora, não respondeu à representação, feita há cinco meses. Em casos assim, cabe a chamada "queixa-crime subsidiária".

Chances?

Qual é a chance de isso prosperar? Muito pequena, próxima de zero. Das três ações elencadas pela defesa, só uma poderia ser considerada abuso de autoridade, acho eu: a gravação da parte da conversa que foi ilegalmente divulgada. Tanto é assim que Teori Zavascki censurou o procedimento e declarou que as falas obtidas não poderão ser usadas em juízo.

Caberá ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina) acatar ou não a queixa-crime subsidiária. Duvido que o faça. Até agora, que eu me lembre, Moro não perdeu nenhuma demanda ali.

Caso aceitasse, o titular da ação seria o próprio Ministério Público.

Então pra quê?

Se a defesa de Lula tem a certeza, e tem, de que o tribunal recusará a queixa-crime subsidiária, por que apresentá-la?

A esta altura, está claro que existe uma linha de defesa adotada pelos advogados de Lula. E parece que dela não vão abrir mão: caracterizar o ex-presidente como alvo de uma campanha de natureza política, que nada teria a ver com Justiça.

Por enquanto, como já afirmei aqui, o resultado tem sido contraproducente.

Sim, pessoas condenadas nesse caso estão sujeitas a penas de dez dias a seis meses de prisão. No limite, pode até haver a expulsão do serviço público.

Vai acontecer? Acho que não. Não vejo disposição no MP ou na própria Justiça para contestar Sergio Moro.

Leiam íntegra da nota emitida pelos advogados de Lula:

Na qualidade de advogados do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua esposa e filhos ingressamos na data de hoje (18/11/2016) com queixa-crime subsidiária contra o agente público federal Sérgio Fernando Moro, em virtude da prática de abuso de autoridade.

Em 16/6/2016, Lula e seus familiares protocolaram na Procuradoria Geral da Republica uma representação, na forma do artigo 2º. da Lei 4.898/65, pedindo providências em relação a fatos penalmente relevantes praticados pelo citado agente público no exercício do cargo de juiz da 13ª. Vara Federal Criminal de Curitiba. Os fatos relatados são os seguintes:
(i) a condução coercitiva do ex-Presidente, para prestar depoimento perante autoridade policial, privando-o de seu direito de liberdade por aproximadamente 6 (seis) horas
(ii) a busca e apreensão de bens e documentos de Lula e de seus familiares, nas suas respectivas residências e domicílios e, ainda, nos escritórios do ex-Presidente e de dois dos seus filhos (diligências ampla e estrepitosamente divulgadas pela mídia) e, mais
(iii) a interceptação das comunicações levadas a efeito através dos terminais telefônicos utilizados pelo ex-Presidente, seus familiares, colaboradores e até mesmo de alguns de seus advogados, com posterior e ampla divulgação do conteúdo dos diálogos para a imprensa.

A ilegalidade e a gravidade dessa divulgação das conversas interceptadas foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, por meio de decisão proferida nos autos da Reclamação 23.457.

Até a presente data, nenhuma providência foi tomada pelo Ministério Publico Federal após a citada representação. Essa situação está documentada em ata notarial lavrada pelo notário Marco Antonio Barreto De Azeredo Bastos Junior, do 1.º Ofício de Notas e Protesto de Brasília, Distrito Federal, que acompanhou advogados de Lula e seus familiares em diligências específicas para a obtenção de informações sobre a mencionada representação.

Diante disso, o artigo 16 da Lei 4.898/65 autoriza que a vítima de abuso de autoridade, no caso Lula e seus familiares, possa propor diretamente a ação penal por meio de peça denominada "queixa-crime subsidiaria", tal como a que foi protocolada nesta data perante o Tribunal Regional Federal da 4ª. Região, que tem competência originaria para conhecer e julgar ações penais contra agente público investido nas funções de juiz federal na circunscrição de Curitiba.

Após expor todos os fatos que configuram abuso de autoridade, a petição pede que o agente público Sergio Fernando Moro seja condenado nas penas previstas no artigo 6º. da Lei 4.898/65, que pune o abuso de autoridade com detenção de dez dias a seis meses, além de outras sanções civis e administrativas, inclusive a suspensão do cargo e até mesmo a demissão
Ana Amélia que não é Lemos
19/11/2016 19:00
Sr. Herculano:

Olha só que maravilha encontrei no Blog do Políbio:

"O juiz Sérgio Moro pediu que o governo paranaense libere mais celas no Presídio Estadual de Piraquara.

À Infraero, ele solicitou a libração de uma sala especial no Aeroporto Afonso Pena.

A idéia é conceder tratamento VIP para a leva de presos políticos que desembarcarão no Paraná.

No Afonso Pena, por exemplo, o IML instalará uma equipe e equipamentos para exames de corpo de delito, evitando, assim deslocamentos
'constrangedores' para quem virá 'coercitivamente'."

Já estou começando a ficar feliz.
Herculano
19/11/2016 18:56
OS TRÊS PODERES ESTÃO EM PLENO STREPTEASE MORAL, por Ronaldo Caiado, senador pelo DEM-GO, no jornal Folha de S. Paulo

O Estado brasileiro ?"e não apenas o Legislativo, mas todo ele?" está na berlinda. A sociedade, diante de tantos desmandos dos agentes públicos, reage entre perplexa e indignada.

A corrupção, levada ao paroxismo na era PT, agregou à crise econômica e social a crise moral, que enfraquece (ou mesmo retira) a autoridade dos governantes para impor medidas de austeridade.

Sem credibilidade, não se governa, sobretudo em tempos de crise avassaladora, cuja consequência mais dramática é um contingente de mais de 12 milhões de desempregados e um Orçamento deficitário em mais de R$ 170 bilhões.

Nesse sentido, o quadro do Rio de Janeiro é emblemático: dois ex-governadores presos ?"Anthony Garotinho e Sérgio Cabral?" e o atual, Luiz Fernando Pezão (vice de Cabral), sem condições morais de pedir sacrifícios à população. O que lá aconteceu integra a crônica da Lava Jato: roubo ao Estado, numa escala sem precedentes.

Resultado: desemprego, caos social e servidores chamados a pagar a conta da bandalheira ?"e que, com toda razão, se recusam a fazê-lo.
Simultaneamente, vêm à tona listas de vencimentos no âmbito do Judiciário, em que, para além dos salários, já de si altíssimos, alguns juízes e desembargadores auferem, a título de "auxílios" e "gratificações", ganhos mensais de até R$ 200 mil.

Quadro semelhante se encontra em diversos feudos da máquina pública. São os três Poderes em pleno striptease moral. O foco habitual recai sobre o Congresso, por ser o mais transparente e acessível dos Poderes, mas as anomalias envolvem todo o Estado, inclusive o Poder incumbido de corrigi-las, o Judiciário.

O aplauso à Lava Jato decorre do fato de que se tornou ponto fora da curva: age e mostra resultados com um dinamismo sem precedentes. Mas é preciso ir além das medidas meramente punitivas, que, mesmo indispensáveis e inadiáveis, constituem só o passo inicial. É preciso reformar o Estado, reduzi-lo a um tamanho que o torne eficaz e governável.

É preciso despojá-lo de privilégios e aberrações, a começar pelo foro privilegiado, cuja extinção está em exame no Senado e terá meu voto.
O Brasil é um país em que o Estado precede a sociedade. Quando da chegada da família real portuguesa, em 1808, veio a bordo um Estado pronto e acabado, com privilégios e ostentações, estabelecendo-se perante uma colônia. As circunstâncias fizeram do Brasil, da noite para o dia, o Estado-sede do Reino Unido.

Mesmo com a República, essas anomalias se mantiveram. E um Estado gigante, de costas para a sociedade, é um convite à tentação populista e revolucionária, que o projeto petista de perpetuação no poder soube explorar.

A crise brasileira requer mais que ajuste econômico; requer a remodelação do Estado. E a PEC que limita os gastos públicos (a 241, hoje no Senado, sob o nº 55) dá o primeiro passo: enquadra o Estado em benefício do cidadão, que o sustenta. Algo bem diferente do que (lembra-se?) propunha Dilma: corte de até 30% nos salários e recriação da CPMF.

A crise está nas ruas, e os remédios para enfrentá-la só terão eficácia se a sociedade identificar um sentido para seu sacrifício. Não havendo, os baderneiros, que construíram a ruína econômica, irão manipular a justa ira popular, redirecionando-a para seu projeto predatório de poder. Cabe ao governo dar esse norte ao país.
Para tanto, precisa depurar-se, cortar na própria carne, abstendo-se de privilégios e cumplicidades; precisa munir-se de força moral para dar aos brasileiros a garantia de que não teme as mudanças nem é refém dos erros dos que o precederam no poder.
Herculano
19/11/2016 16:33
MAS, QUEM SÃO OS VERDADEIROS CULPADOS DESSA ORGIA QUE ROUBA O DINHEIRO DE MUITOS PARA POUCOS? DOS PAGADDORES DE PESADOS IMPOSTOS QUE TEIMAM EM NÃO SE METER NESSE DESCALABRO. E QUEM FAZ ISSO CONTRA NOS? OS POLITICOS QUE ELEGEMOS E PAGAMOS NOS SEUS ALTOS SALÁRIOS, MORDOMIAS E SACANAGENS. ELES QUEBRARAM O PAÍS, OS ESTADOS E OS MUNICÍPIOS. E QUEREM QUE ARCAMOS MAIS PARA CONTINUAR A FARRA DE DIREITOS

NESTE FINAL DE SEMANA, A REVISTA ISTO É, REVELA O QUE É LEGAL PORQUE OS POLÍTICOS TRABALHARAM PARA QUEM OS PRESSIONOU E NÃO PARA QUEM OS ELEGEU E LHES PAGA, NÃO TEM ACESSO A SÁUDE PÚBLICA E QUANDO SE APOSENTA, SE SE APOSENTA, GANHA ALGO EM TORNO DE UM SALÁRIO MÍNIMO:"O PAÍS DOS PRIVILÉGIOS. QUEM SÃO OS SERVIDORES QUE OSTENTAM SUPERSALÁRIOS E APOSENTADORIAS MILIONÁRIAS E CUSTAM AO PAÍS R$ 20 BILHÕES AO ANO"

Texto de Ary Filgueira, Igor Costa Gomes, Raul Montenegro. A dentista Márcia Maria Brandão Couto, de 55 anos, leva uma vida confortável no Rio de Janeiro. Independentemente do que possa faturar com sua profissão, ela recebe dos cofres púbicos uma remuneração fixa de R$ 43 mil mensais, mesmo sem nunca ter trabalhado no governo. Trata-se de uma pensão a que tem direito simplesmente porque é filha de um desembargador, falecido em 1982. Como Márcia não se casou, ela passou a receber o pecúlio que era de seu pai. Não constituiu matrimônio apenas no papel. Na prática, a dentista comemorou núpcias com direito a véu e grinalda em uma festa na Urca para 200 pessoas. Ou seja, ela pode ter marido, viver na mesma casa que o companheiro e constituir família, desde que não registre a união em cartório. Como ela, encontram-se no Brasil outras 20 mil mulheres já identificadas pelo TCU, isso apenas no Judiciário, sem contar os casos em que a benesse favorece filhas e até neta de militares, que também têm direito a pensão vitalícia se não se casarem de papel passado. No caso de um militar que tenha uma filha em 2016, por exemplo, o País pode ter de pagar a ela esse benefício até 2091, caso ela viva 75 anos ?" a expectativa de vida média dos brasileiros.

São casos como esse que ameaçam o futuro das aposentadorias dos milhões de brasileiros que acordam às 5h da madrugada, passam três horas no ônibus superlotado para chegar ao trabalho, ralam mais de 8 horas por dia e ganha uma média salarial de R$ 2,2 mil, embora 60% da população recebam menos do que o salário mínimo (R$ 880). Esses depois de trabalharem por quase quatro décadas terão direito a uma remuneração mensal de máximo R$ 5 mil. Isso com a regra atual. A tendência é que a realidade se torne ainda mais perversa.
Além das aposentadorias e pensões nababescas, no Brasil dos privilégios, chama a atenção os supersalários pagos a integrantes do Legislativo, Executivo e Judiciário. O salário médio dos 18 mil magistrados do País já é bastante generoso e se sobrepõe ao teto constitucional de R$ 33.763 estabelecido para funcionalismo público: R$ 46 mil. Ou seja, é irregular. Mesmo assim, há desembargadores que recebem mais de R$ 200 mil num único mês. Um verdadeiro escárnio. O salário do atual ministro do Superior Tribunal de Justiça, Marco Aurélio Bellizze Oliveira, se situa no limite do teto. Bellizze ganha R$ 32.958, fora os benefícios. Em setembro de 2011, ao deixar o Tribunal de Justiça do Rio, embolsou quase R$ 1 milhão, em valores atualizados. Numa tacada só. Para a maioria dos brasileiros é como acertar os seis números da loteria.

Os supersalários custam ao País R$ 20 bilhões por ano. Compõem os vencimentos de integrantes da primeira classe do Judiciário penduricalhos injustificáveis como auxílio-moradia para quem inclusive já possui imóvel próprio, carro com motorista, cota de gasolina, auxílio alimentação, de transporte, plano de saúde, pagamento da escola particular para o filho, dinheiro para a compra de livros e computadores, pagamento de até 5 salários mínimos para quem adota uma criança, extras para quem dá aulas, além de aposentadorias vultosas e mais uma infinidade de benesses inalcançáveis ao cidadão comum. Com a incorporação de mordomias como essas ao salário, os desembargadores Osvaldo Moacir Alvarez e José Morschbacher, Tribunal Regional Federal, da 4ª Região (TRF-4), receberam mais de R$ 200 mil em abril de 2015.

Muitos magistrados não escondem a boa vida que levam. O desembargador Nagib Slaibi Filho, que ganhou R$ 66 mil em agosto, é casado com a juíza Maria Cristina Barros Slaibi, ambos do Rio, que em agosto recebeu R$ 46.055. Ou seja, os dois têm vencimentos acima do teto do funcionalismo. No Facebook, há registros de fotos de viagens do casal para Praga e Nova York. Por essa e por outras é que, apenas em 2017, o quebrado Estado do Rio vai gastar com privilégios para os membros do Tribunal de Justiça, do Ministério Público, do TCE e do Executivo, um total de R$ 2,1 bilhões. O TJ do Rio é o que oferece as mais inacreditáveis benesses. Há auxílio-creche de R$ 854 por filho até 6 anos e auxílio-educação de R$ 953 por filho até 24 anos (na faculdade), 180 dias de licença-maternidade (padrão) mais 90 de aleitamento e de três a cinco salários mínimos por adoção até o filho ter 24 anos. Os benefícios oferecidos com dinheiro público são como se os Orçamentos estaduais e da União fossem um manancial inesgotável de recursos. No TJ de Mato Grosso está em vigor um dos melhores planos de saúde do mundo, com gastos sem limites. Há ressarcimento para consultas particulares e até passagens de avião para custear tratamento de magistrados e dependentes em hospitais fora do Estado.

Ninguém acha ou defende que juiz ou desembargador deva ganhar mal. A questão é a comparação da renda deles com a dos demais brasileiros. No Brasil, a média dos vencimentos de magistrados é 20 vezes maior do que a de cidadãos comuns, enquanto que em Países europeus é pouco mais do que o dobro. Já quando o comparativo é com os salários de professores, a proporção é outra. Os docentes brasileiros recebem em média R$ 3 mil por mês, um dos salários mais baixos do mundo e bem próximo dos R$ 2,2 mil que correspondem a maioria dos brasileiros. Apenas R$ 800. Isso não impede distorções no meio acadêmico. O renomado professor Boris Fausto, por exemplo, recebe uma aposentadoria de R$ 50 mil da USP, que paga salários exorbitantes para quase 2 mil professores da ativa e inativos. É quase o mesmo valor que a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney recebe por mês, desde 2013: R$ 48,8 mil. Ela acumula as aposentadorias de ex-governadora do Maranhão e senadora. Também ex-senador, como Roseana, Aloizio Mercadante não quis ficar para trás. Antevendo a débâcle do governo da companheira de partido, ex-presidente Dilma Rousseff, solicitou aposentadoria em maio e logrou êxito. Depois de um mandato de 8 anos no Senado, receberá pensão que corresponde ao triplo a do cidadão comum: R$ 15,4 mil. Fora os benefícios.

Regalias dos políticos

Na última quarta-feira 16, o presidente Michel Temer defendeu a extensão para toda a administração federal do pente-fino sobre os supersalários. Mas o exemplo dado por integrantes do governo não é dos melhores no combate aos privilégios, principalmente em um momento no qual se discute uma reforma previdenciária para reduzir seu déficit e endurecer os critérios para concessão. O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, aposentou-se em 2011, aos 51 anos, e recebe R$ 20.354 como inativo e R$ 30.934 como ministro. Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, aposentou-se aos 53 anos, com R$ 19.389 mensais. Casa de ferreiro, espeto de pau.

Depois de muito tempo dormitando sob a sombra dos Três Poderes, o tema dos supersalários voltou com carga total, apesar de ter, no seu íntimo, sido motivada por um desejo de retaliação. Para o assunto vir à tona, foi preciso uma operação da Polícia Federal no Senado, autorizada pelo Judiciário, irritar o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), que revidou com ataques à magistratura. Na última semana, o peemedebista criou uma comissão responsável por fazer um pente-fino nos salários acima do teto de servidores dos Três Poderes. Se não ficar apenas na retórica revanchista será um gesto louvável de sua gestão.
Despetralhado
19/11/2016 13:40
Oi, Herculano,

"Nos Estados Unidos, um bilionário se tornou presidente. No Brasil, um presidente se tornou bilionário." Autor anônimo.

Postado por Roberto Jefferson às 05:14hs
Herculano
19/11/2016 10:01
O PMDB É UMA PUTA QUE SE FINGE DE FREIRA PARA ENGANAR A DISTINTA CLIENTELA DO BAILE. TANTO QUE ESTÁ NESTE PUTEIRO ONDE FOI SOCIO COM O PT. NUMA PASSADA DE PERNA SE TORNOU O ÚNICO DA CAFIEIRA. MAS AS SACANAGENS CONTINUAM AS MESMAS. COMO O PMDB PODERÁ EXIGIR SACRIFÍCIO DA SOCIEDADE SE CONTINUA EXTORQUINDO OS CRÉDULOS? E NÃO PENSEM QUE ISSO É SO EM BRASÍLIA! ESTÁ MUITO MAIS PERTO DE GASPAR DO QUE SE PENSA. GENTE HONESTA PARA ESSE TIPO DE BANDIDO OU DEVE SER USADA OU É PROBLEMA E POR ISSO DEVE SER MANCHADA

FORA DO GOVERNO, CALERO ACUSA GEDDEL DE PRESSIONÁ-LO PARA LIBERAR OBRA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto e entrevista de Natuza Nery e Paulo Gama, da coluna Painel.

De saída do governo, o ministro da Cultura, Marcelo Calero, acusa o ministro Geddel Vieira Lima (Governo) de tê-lo pressionado a produzir um parecer técnico para favorecer seus interesses pessoais.

Calero diz, em entrevista à Folha, que o articulador político do governo Temer o procurou pelo menos cinco vezes - por telefone e pessoalmente - para que o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão subordinado à Cultura, aprovasse o projeto imobiliário La Vue Ladeira da Barra, nos arredores de uma área tombada em Salvador, base de Geddel.

Nas palavras do agora ex-ministro, Geddel disse em pelo menos duas dessas conversas possuir um apartamento no empreendimento que dependia de autorização federal para sair do papel.

"Entendi que tinha contrariado de maneira muito contundente um interesse máximo de um dos homens fortes do governo", afirmou.

No lugar de Calero, assume o deputado Roberto Freire (PPS-SP).

Folha - O governo deu várias versões para sua saída, entre elas a de que o sr. ficou sem clima por organizar um evento de R$ 500 mil e que brigou com Geddel Vieira Lima.
Calero - Sobre o Geddel, confere.

Folha - O que aconteceu?
Calero - Quando eu cheguei no governo, a presidente do Iphan, Jurema Machado, me alertou que existia um empreendimento na Bahia que despertava interesses imobiliários. E me recomendou especial atenção a mobilizações políticas que pudessem ocorrer.

A partir disso, eu de fato recebi ligação do ministro Geddel dizendo que aquele empreendimento empregava muitas pessoas e que o Iphan da Bahia havia dado uma licença de construção que fora cassada pelo Iphan nacional. Ele disse que essa decisão era absurda porque não levou em conta pareceres técnicos do Iphan da Bahia e não havia dado oportunidade ao empreendedor de ampla defesa.

Folha - O empreendedor é a Cosbat?
Calero - Isso está no processo. O que acontece é que eu então recebi ligações bastante insistentes a partir de outros interlocutores e pedi que a [nova] presidente do Iphan, Kátia Bogéa, visse se o que era relatado pelo ministro procedia. Pedi que ela recebesse os advogados, como Geddel havia solicitado. Depois de receber os advogados, ela falou: "Do ponto de vista técnico, não há razões ao empreendedor, mas houve um erro processual porque a cassação da licença ocorreu sem abrir prazo de defesa".

A doutora Kátia então cancela os atos administrativos e abre prazo de defesa. Até aí, me pareceu uma gestão bastante regular. Mas me surpreendeu um pouco um ministro de Estado ligar para outro ministro de Estado para falar deste caso. Mas não fui mais perturbado em relação a isso.

Folha - Isso começou quando?
Calero - Foi logo que tomei posse, não demorou mais do que um mês. Depois desse recurso não tomei mais conhecimento. Até que, no dia 28 de outubro, uma sexta-feira, por volta de 20h30, recebo uma ligação do ministro Geddel dizendo que o Iphan estava demorando muito a homologar a decisão do Iphan da Bahia.

Ele pede minha interferência para que isso acontecesse, não só por conta da segurança jurídica, mas também porque ele tem um apartamento naquele empreendimento. Ele disse: "E aí, como é que eu fico nessa história?".

Folha - E como o sr. reagiu?
Calero - Eu fiquei surpreendido, porque me pareceu ?"não sei se estou sendo muito ingênuo?" tão absurdo o ministro me ligar determinando que eu liberasse um empreendimento no qual ele tinha um imóvel.
Você fica atônito. Veio à minha cabeça: "Gente, esse cara é louco, pode estar grampeado e vai me envolver em rolo, pelo amor de Deus".

O ministro Geddel tem uma forma de contato muito truculenta e assertiva, para dizer o mínimo.
Então, na ocasião, eu tergiversei, disse que tinha uma agenda com ele para falar de outros assuntos e que poderíamos falar daquele.

Folha - E aí?
Calero - Na segunda-feira de manhã, eu chamei a Kátia e falei o que estava acontecendo, mas disse que, ao contrário do que ele pediu, eu queria uma solução técnica. Uma preocupação que eu tive foi a seguinte: eu sou um cidadão de classe média, servidor público, diplomata de carreira. O único bem relevante que eu tenho na minha vida é a minha reputação, a minha honra.

Fiquei extremamente preocupado de eu estar sendo gravado e, no final das contas, eu poder estar enrolado ?"imagina!?" com interesse imobiliário de Geddel Vieira Lima na Bahia. Pelo amor de Deus! Fiquei preocupado de estar diante de uma prevaricação minha, podia estar diante de uma advocacia administrativa, para dizer o mínimo.
Pensei em procurar o Ministério Público, a PF. Depois de conversar com Kátia, fui ao ministro Geddel, com quem eu tinha um despacho, e ele falou que o pleito dele era plausível e eu dizia: "Vamos ver" e que a decisão seria técnica.

Depois disso, eu disse para a Kátia: "Tome a decisão que tiver de tomar. Se eu perder o meu cargo por isso, não há problema. Eu saio. Eu só não quero meu nome envolvido em lama, em suspeita, qualquer que seja, de que qualquer agente público possa ser supostamente beneficiado pelo fato de que ele exerce pressão sobre mim". No domingo seguinte, recebi outra ligação do ministro Geddel.

Folha - Depois do dia 28 de outubro?
Calero - Eu estava em evento da Federação Israelita no Rio. Nessa ligação, Geddel disse que havia rumores na Bahia de que o Iphan nacional iria negar a construção.

Ele disse: "Então você me fala, Marcelo, se o assunto está equacionado ou não. Não quero ser surpreendido com uma decisão e ter que pedir a cabeça da presidente do Iphan. Se for o caso eu falo até com o presidente da República".

Folha - E o que fez depois?
Calero - As coisas já haviam passado do limite. Kátia é uma pessoa corretíssima. Avisei que se ela saísse eu saía também. E disse: "Mas sairemos com a cabeça erguida".

Folha - Em novembro, já havia sinal de que o parecer do Iphan seria contrário [à obra]?
Calero - Já. Na semana do dia 7 de novembro comecei a sofrer pressão para suscitar um conflito ou mandar o caso para a AGU [Advocacia-Geral da União]. E aí pessoas do governo...

Folha - Quais pessoas do governo?
Calero - Pessoas que estavam tão pressionadas quanto eu. Eu comecei a sofrer pressões para enviar o caso para a AGU. A informação que eu tive foi que a AGU construiria um argumento de que não poderia haver decisão administrativa [do Iphan].
Isso significa que o empreendimento seguiria com o parecer do Iphan da Bahia, que liberava a obra.

Folha - O Iphan da Bahia é comandado por quem?
Calero - A indicação surgiu de uma comunicação ?"que eu possuo?" do ministro Geddel.

Folha - Esse empreendimento está em área histórica?
Calero - Está no entorno de uma área tombada, sujeito a regramento especial. Depois, no dia 16 de novembro, a decisão [do Iphan] finalmente sai e embarga a obra, determinando que a empreiteira adeque o projeto para 13 andares.

Folha - O projeto que eles tinham pedido era de quantos andares?
Calero - Trinta, salvo engano.

Folha - O sr. comunicou o governo?
Calero - Encontrei Geddel no jantar no Alvorada na quarta (16). Ele aciona vários interlocutores para me pressionar a rever a decisão. Mas eu estava tranquilo porque a decisão tinha sido técnica. Eu conseguiria olhar para meus servidores, para minha família, para Kátia, para os técnicos do Iphan.

Folha - Por que decidiu falar?
Calero - Eu queria sair do governo de maneira tranquila, mas meu temor era que começassem a construir narrativas a respeito da minha saída para macular minha imagem. Quando recebo a ligação da Folha para checar uma informação contra mim, percebi que havia um processo de fritura.

Estou fora da lógica desses caras, não sou político profissional. Não tenho rabo preso. Não estou aqui para fazer maracutaia. Nós precisamos ter a coragem de dizer: "Daqui eu não passo". Vou voltar a ser um diplomata de carreira que passou em quinto lugar num concurso, estudando e trabalhando ao mesmo tempo.

Se for para fazer errado, vou embora. Ele só me disse que tinha apartamento no prédio em 28 de outubro.

Folha - Isso foi dito por ele próprio?
Calero - Sim, e me repetiu no dia 31: "Já me disseram que o Iphan vai determinar a diminuição dos andares. E eu, que comprei um andar alto, como é que eu fico?".

No evento da Ordem do Mérito Cultural, ele disse: "E as famílias que compraram aqueles imóveis? Eu comprei com a maior dificuldade com a minha mulher".

Folha - Quando o sr. se deu conta desse processo?
Calero - Quando a decisão foi encartada, começou uma pressão inacreditável. Entendi que tinha contrariado de maneira muito contundente um interesse máximo de um dos homens fortes do governo e que ninguém iria me apoiar. Vi que minha presença não teria viabilidade. Jamais compactuaria com aquele compadrio. Não.

A gota d'água foi quando fui procurado pela imprensa... Eu vejo isso de maneira objetiva: um agente governamental solicitou interferência de outro numa decisão técnica que lhe beneficiaria em caráter pessoal. Esse segundo agente não aceitou fazer essa interferência.

Folha - Como o presidente reagiu ao seu pedido de demissão?
Calero - Pediu que eu reconsiderasse. No dia 18, telefonei e disse que era irrevogável.
Herculano
19/11/2016 09:32
VIDA DURA

O deputado Federal Décio Neri de Lima, PT, a mando de Brasília, fez nesta semana uma reunião com as "lideranças" da esquerda do atraso de Santa Catarina: PT, PDT e PCdoB.

Foi para imaginar o futuro deles. Não era preciso reunião e nem bola de cristal. Concluíram que 2018 será uma eleição perdida para todos. Até mesmo as exceções são de riscos.

A família Lima (Décio, sua esposa a deputada Ana Paula, e o genro, Jefferson Forrest) fingiram estar fora da disputa de Blumenau para não somar a derrota de Valmor Schiochet, o que tinha um modo novo de governar. Décio foi prefeito lá durante oito anos e ninguém do grupo dele chega ao poder a 12.

Décio mudou o domicílio eleitoral para Itajaí, sua terra natal, onde dizia que seria candidato. Correu. De quebra, viu duas filiais suas afundarem: Brusque, o prefeito Paulo Roberto Eccel foi caçado e Gaspar, com toda a máquina e empenho das famílias Lima e Zuchi, o PT foi derrotado. Nem a chapa alternativa para a qual o PT emprestou o PCdoB, para Marcelo de Souza Brick, no PSD, deu certo.

E para fechar o cerco, parcerias indiretas que a família e o PT mantinham nos governo de Ilhota e Luiz Alves também foram para o saco. Vida dura é essa da propaganda enganosa e da rebeldia dos que estão quebrados e sem empregos devido a um governo desastroso do PT e seus sócios da sacanagem e poder como o PMDB, PP, PDT, PSD, PR, PRB, PCdoB e outros
Herculano
19/11/2016 09:19
VIDA CRUEL, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S. Paulo

Até onde deve ir a Lava Jato? Pelo diz-que-diz de Brasília, a delação da Odebrecht não deixará pedra sobre pedra. Como não interessa ao "establishment" promover sua própria implosão, estaria se articulando uma operação abafa para pôr limites à operação.

O melhor indício disso seria a articulação para anistiar o caixa dois. Políticos que se envolveram em casos óbvios de corrupção seriam sacrificados sem dó, mas aqueles que "apenas" receberam recursos não contabilizados da empreiteira encontrariam uma tábua de salvação.

Melhor ainda, haveria uma fórmula para fazer isso que deixa os parlamentares bem na foto. Eles votariam a favor de um projeto de lei que torna crime o caixa dois ?"uma medida moralizadora?" e confiariam no princípio jurídico de que a lei não pode retroagir para prejudicar o réu. Com isso, o passado estaria perdoado, e a encrenca ficaria segregada ao futuro.

Não penso que seja tão simples. Embora utilizar-se de caixa dois não configure delito penal específico, a prática pode ser enquadrada em outros tipos, como falsidade ideológica, corrupção, crimes tributários e eleitorais. Para a "anistia" dar certo, seria necessário combinar com promotores e juízes, que não parecem tão ansiosos para pôr fim à "sangria". O plano B seria incluir na lei um dispositivo que explicite a anistia, mas isso teria custo ante a opinião pública.

Compreendo a frustração do pessoal de Brasília. Se a operação prosseguir no rastro do caixa dois, políticos seriam condenados por ter dançado conforme a música, já que receber dinheiro por baixo do pano era algo que todos faziam. Uma analogia da vida civil seria penalizar o sujeito que comprava dólares no mercado negro ou que fuma maconha.

Mas a vida pode ser cruel. Ao receber o dinheiro, eles sabiam que aquilo era irregular e aceitaram correr esse risco. Perderam. Retroceder na Lava Jato seria consagrar o Brasil como uma república de bananas.
Herculano
19/11/2016 09:16
ENGANA-SE QUEM ACHA QUE SENADO TEM PRESIDENTE, RENAN É QUE TEM O SENADO, por Josias de Souza

O Brasil tem que ter cuidado para não irritar Renan Calheiros. Irritado, Renan paralisaria a votação das reformas. Renan já coleciona 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Uma dúzia de processos! A 12ª investigação acaba de ser aberta. Mas não convém falar sobre isso em voz alta. Faça como o Planalto, o Congresso e o próprio Supremo. Suprima dos seus hábitos o ponto de exclamação. Vamos lá, é pelo bem da República. É absurdo? Sim, mas o absurdo vai adquirindo uma admirável naturalidade.

Oito dos inquéritos abertos contra Renan referem-se à Lava Jato. Um diz respeito à Operação Zelotes. Outro trata do recebimento de propinas na obra da hidrelétrica de Belo Monte. Há até um processo que já virou denúncia formal da Procuradoria. Renan é acusado de pagar com propinas da Mendes Júnior a pensão de uma filha que teve fora do casamento. Coisa de 2007. E o Supremo não julga.

O inquérito de número 12 destina-se a apurar uma movimentação bancária de Renan incompatível com sua renda. Farejaram-se nas contas do senador algo como R$ 5,7 milhões. O diabo é que, quanto mais Renan se encrenca, menos os senadores, as autoridades do governo e os ministros do Supremo se espantam. A República se faz de morta para não irritar Renan, que continua fazendo o favor de presidir o Senado. Irritado, Renan pode colocar a sua pauta da vingança à frente da PEC do teto dos gastos públicos.

Quando Renan estufa o peito como uma segunda barriga e torce o nariz para alguma coisa, faz-se um silêncio reverencial ao redor. Paralisam-se os processos. Fecham-se as gavetas de Cármen Lúcia, a presidente do Supremo. Protela-se o anúncio do veredicto da Suprema Corte que sacramentará o entendimento segundo o qual réus não podem ocupar cargos na linha de sucessão da Presidência da República.

Aos pouquinhos, vai ficando claro que o Senado não tem um presidente. Renan Calheiros é que tem o Senado. A vida pública de Renan não é do interesse de ninguém. O país é que atrapalha a vida privada do senador. A República virou um puxadinho da cozinha de Renan, num processo muito parecido com o que os historiadores costumam chamar de patrimonialismo.
Herculano
19/11/2016 09:01
E SE CABRAL FOSSE SENADOR, por Leandro Colon, do jornal Folha de S. Paulo

De cabeça raspada e usando o uniforme verde de presidiário em Bangu, o ex-governador Sérgio Cabral deve estar arrependido de não ter disputado a cadeira de senador nas eleições realizadas em 2014
.
O peemedebista tinha força para ser eleito. Sob a proteção do foro privilegiado no STF (Supremo Tribunal Federal), provavelmente estaria, como parlamentar, usufruindo de luxo, conforto e riqueza no Rio e em Paris.

Pela Constituição, um congressista só pode ter a prisão decretada se for pego em flagrante de crime inafiançável - como foi o caso do então senador Delcídio do Amaral, detido por obstrução da Justiça há um ano.

Cabral não foi preso em flagrante. Foi alvo de prisão preventiva autorizada por dois juízes, Sergio Moro, em Curitiba, e Marcelo Bretas, no Rio.

Moro, em sua decisão, argumentou que o peemedebista deveria ir para a cadeia, entre outros motivos, por causa da "notória situação de ruína das contas públicas" do Estado.

"Constituiria afronta permitir que os investigados continuassem fruindo em liberdade do produto milionário de seus crimes", afirmou o juiz.

As investigações apontam que a propina desviada de obras públicas do Rio bancou Cabral e sua família, incluindo vestido de festa, conta de gás e até cachorro-quente para a festa de aniversário do filho.

Enquanto o ex-governador se acostuma com a nova casa em Bangu, mais de 60 inquéritos que investigam congressistas na mesma Lava Jato tramitam lentamente no STF. Há na lista vários políticos do PMDB de Sérgio Cabral, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros.

Uma série de reportagens na Folha tem mostrado o efeito da letargia dos casos no Supremo. Um terço das ações concluídas nos últimos dez anos foi arquivado em razão da prescrição dos crimes. Em apenas 3,5% dos processos houve condenação.

A prisão de Cabral e a de Eduardo Cunha após perder o mandato na Câmara provam a urgência de rediscutir o sistema de foro no Brasil
Herculano
19/11/2016 08:59
AÇÃO DE LULA CONTRA MORO PODE SER OBSTRUÇÃO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A nova jogada do ex-presidente Lula, entre malandragem e desespero, de processar o juiz federal Sérgio Moro por "abuso de autoridade", pedindo até sua prisão, pode ser interpretada nos tribunais como uma nova tentativa de obstruir a Justiça. A avaliação é de juristas ouvidos pela coluna. A intenção de Lula é caracterizar a "suspeição" de Moro para julgá-lo, alegando que a ação judicial os coloca em lados opostos.

RÉU ELE JÁ É
Lula já é réu em vários crimes, inclusive por obstrução à Justiça, quando fez Dilma nomeá-lo ministro para fugir do alcance de Moro.

CADEIA DE 8 ANOS
O crime de obstrução da Justiça, considerado um dos mais graves, pode render sentenças de até oito anos de prisão.

OLHO NOS CRENTES
Outro objetivo de Lula, no processo contra Moro, é dar novo discurso à militância religiosa que ainda o segue, e fazê-la pressionar a Justiça.

ACUANDO A JUSTIÇA
A estratégia de Lula é acuar a Justiça por meio de ações como essa, contra Moro, com militantes na rua e criando factoides no exterior.

DALLAGNOL VISITA JORNAL COM PUBLICITÁRIO A TIRACOLO
Estrela da Operação Lava Jato e criticado, aliás injustamente, pelo "show midiático" na coletiva sobre a denúncia contra Lula, o procurador Deltan Dallagnol visitou a Folha de S. Paulo, quinta (17), com Tiago Stachon, diretor da agência de propaganda OpusMúltipla. Por sua assessoria, Stachon confirma sua presença "nas dependências" da Folha, mas o jornal noticiou que os dois estavam juntos, na visita.

SEM CONTRATO
A agência OpusMúltipla e o Ministério Público negam qualquer relação contratual, mas não explicaram o que faziam juntos na visita à Folha.

KAKAY CRITICA
Para Antonio Carlos de Almeida Castro, "os procuradores perderam a visão técnica e querem ser os protagonistas desses espetáculos".

PROJETO DE MARKETING
O criminalista Kakay caprichou na ironia: "O projeto das dez medidas contra corrupção deve ter sido feito por esse marqueteiro".

GENTILEZA
O juiz federal Sérgio Moro foi gentil, ao dispensar o réu Lula de prestar-lhe depoimento. Era uma chance para ele tentar convencer o juiz de sua "inocência". Agora é só aguardar passagem de ida para Curitiba.

WAGNER É DE MORO
O ex-ministro Jaques Wagner será nomeado, neste sábado (19), coordenador executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico da Bahia, sem status de secretário de Estado. Investigado na Lava Jato e sem foro privilegiado, ele continuará ao alcance do juiz Sergio Moro.

PAPEL DEFINIDO
O secretário de Comunicação do governo da Bahia, André Curvello, explicou ontem que o papel do ex-governador Jaques Wagner será o de fortalecer relações com a sociedade e tocar projetos estruturantes.

PERDEU FORÇA
Com o recuo do relator do pacote de combate à corrupção, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), os deputados não querem votar o relatório do democrata. Ele retirou do texto a punição a juízes e procuradores.

RECONHECIMENTO
O diplomata Eduardo Saboia recebeu a Medalha Pedro Ernesto da Câmara Municipal do Rio, proposta pelo vereador e ex-prefeito César Maia (DEM), destacando sua "coragem e ousadia" ao salvar a vida do senador oposicionista boliviano Roger Pinto Molina, ajudando-o a fugir.

VAGA NO CNJ
Rodrigo Maia marcou para 23 de novembro a escolha do novo representante da Câmara no Conselho Nacional de Justiça. Jarbas Vasconcelos apoia Alex Campos, advogado da Câmara.

REFORMA NA PAUTA
O ex-ministro Carlos Gabas, que rodava de moto com Dilma Rousseff, agora transita nos corredores da Câmara. Reúne-se com líderes de partidos aliados do governo para tratar da reforma da Previdência.

REVITALIZAÇÃO
Mais de 16 milhões de pessoas vivem diretamente do rio São Francisco e mais de 500 municípios podem ser beneficiados com a revitalização, defendida pelo presidente da OAB-SE de Sergipe, Henri Clay Andrade.

PENSANDO BEM...
...se o ex-presidente Lula apelou à ONU para tentar escapar da prisão, Garotinho daqui a pouco pedirá socorro à Unicef.
Herculano
19/11/2016 08:53
da série: ninguém terá a mínima chance de dar certo se não for o PT. Mas, no caso do PMDB a possibilidade de dar errado é sempre alta por ser um gigolô contumaz do poder.

GOVERNO TEMER PODE SOFRER SARNEYZAÇÃO, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, no jornal Folha de S. Paulo

Os fracos resultados econômicos no trimestre terminado em setembro somados ao desarranjo mundial provocado pela vitória de Donald Trump formam quadro perigoso para o Brasil. A situação já indicava dificuldades estruturais para uma volta dos empregos. Agora, a incerteza produzida pelo trumpismo deverá congelar as decisões de investimento ao redor do planeta até que, empossado, o novo ocupante da Casa Branca mostre o que realmente vai fazer.

Diante dessa mudança conjuntural, o governo Temer parece inerme, perdido na ilusão de que a austeridade bastará para recolocar o "país nos trilhos", como gosta de dizer o presidente. Governar requer alterar rotas quando o horizonte muda. Na ausência de resposta, o caos ameaça tomar conta.

A curta semana pós-proclamação da República foi típica de avião sem piloto na cabine de comando. Enquanto a sociedade se agitava de maneira furiosa ?" seja pela legítima revolta dos funcionários públicos cariocas, seja pela amalucada invasão da Câmara Federal por nostálgicos do regime militar ?", instituições do âmbito judiciário continuavam a triturar o mundo político. Desta vez caíram os ex-governadores Anthony Garotinho e Sérgio Cabral, além de surgirem novas denúncias contra o PSDB de São Paulo.

Emblema de toda a confusão, o Rio de Janeiro ficou parecendo uma Grécia em escala subnacional, na qual estivesse em curso também uma megaoperação Mãos Limpas. No meio do furdunço, o Planalto repetia o discurso monocórdio de que a volta do crescimento depende de mais arrocho, entoando o mantra "acalma mercado" da reforma previdenciária.

Até que ponto os luminares do PMDB acham que os prejudicados vão aguentar em silêncio? Pode ser que, sustentado pela maioria parlamentar que derrubou Dilma Rousseff, o Executivo consiga até fazer passar a pretendida mudança na idade mínima para aposentadoria. Mas se os empregos não reaparecerem, Michel padecerá de rápida sarneyzação. Convém lembrar que o ex-presidente José Sarney conseguiu vencer no Congresso constituinte a difícil batalha em favor do mandato de cinco anos para si, o que não o impediu de deixar a Presidência com uma das maiores rejeições registradas desde o retorno dos civis ao poder.

A seguir assim, a dupla Temer/Meirelles, que pretendia emular a dobradinha Itamar/FHC, acabará abrindo a porta para algum salvacionista de ocasião, como diria Chico de Oliveira. Com a Lava Jato pondo abaixo as estruturas partidárias, torna-se fácil o surgimento, filiado a qualquer microlegenda, de um messias que prometa colocar ordem na bagunça ?" tal como Fernando Collor de Mello jurava dar um fim à inflação em 1989. Venceu.
Por dentro das notícias
19/11/2016 08:44
Há.....fiquem atentos....logo logo abrirá outras vagas para trabalhar no controle e assessoria financeira e administrativa....Portanto....preparem seus currículos e acompanhem nos murais.....
Por dentro das notícias
19/11/2016 08:37
Boatos de que empresa multinacional se instalara em no Municipio e estara contratando Coordenador de RH

Corre o boato que de grande empresa pretende se instalar na regiao e esta contratando Coordenador de RH que goste de humilhar seus funcionarios e os trate a base de chicotada. Estará pagando bem para aquele que ocupar o cargo. A empresa pede como unico requisito que o Coordenador seja "delicado". O aviso se estende a todos os interessados e ja logo estará tambem nos muriais da prefeitura e lojas da cidade.
Sidnei Luis Reinert
18/11/2016 20:42
O SAPO BARBUDO E CACHACEIRO NÃO QUER IR À CADEIA, AFINAL DE CONTAS, COMO BEBER ESTANDO ELE PRESO??

Lula entra com processo e pede prisão de Sérgio Moro por "abuso de autoridade"

No pedido, Lula pede a condenação do juiz a dez dias a seis meses de detenção, além de outras sanções civis e administrativas que incluem a suspensão do cargo e sua demissão

http://www.infomoney.com.br/mercados/politica/noticia/5853851/lula-entra-com-processo-pede-prisao-sergio-moro-por-abuso?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=Rodrigo+Tolotti
Carlos Viana
18/11/2016 20:14
A rua Artur Poffo continua parada.
Herculano
18/11/2016 17:18
IRMÃOS SCHINCARIOL PRESOS. DE NOVO

A Polícia Federal prendeu hoje em Assis, no interior de São Paulo, os irmãos Fernando Machado Schincariol e Caetano Schincariol Filho, sócios da Cervejaria Malta.

É a segunda vez que a dupla vai em cana neste ano.
Eles respondem por crimes tributários, falsidade ideológica, estelionato contra a União e lavagem de dinheiro.
Herculano
18/11/2016 17:14
SÉRGIO CABRAL PEGOU FOGO, por Rodolfo Amstalden, de O Antagonista

A Lava Jato não perde o fôlego por um minuto sequer; respira pixulecos.

No esquema criminoso de Sérgio Cabral, a propina era chamada de "oxigênio".

224 milhões de reais em desvios de contratos oxigenados.

O MPF descobriu que 7% do valor das obras eram destinados ao suborno.

Destes, 5% iam para Cabral, 1% para Hudson Braga e 1% para conselheiros do Tribunal de Contas do Rio.

Fico a imaginar qual regra econômica determinara esses 7%, assim como sua justa distribuição em 5-1-1.

Provavelmente, a regra do máximo oxigênio possível, sujeito ao mínimo esforço.

Uma regra nociva a todos nós, e ainda mais perigosa aos próprios inaladores.

Em Las Vegas, corre a lenda de que os cassinos bombam O2 em suas instalações, para que os apostadores se sintam particularmente estimulados.

Quanto mais oxigênio, maior o risco das apostas.

A lenda não vai tão longe.

Oxigênio em excesso torna tudo muito mais inflamável
Herculano
18/11/2016 17:06
AS CIFRAS ASTRONOMICAS DESVIADAS POR POLÍTICOS EXPOEM A ESSÊNCIA DO PROBLEMA: O TAMANHO DO ESTADO!, por Rodrigo Constantino

Quem ainda rouba milhão em Brasília ou no comando dos governos estaduais? Milhão é apenas um milho grande para essa gente, ou troco para molambo, para os últimos da cadeia de corrupção montada dentro do estado. Ou então o valor de um simples anel de presente para a esposa. Estamos nos acostumando a cifras astronômicas, a dezenas de milhões, a centenas de milhões para todo lado. Fulano é acusado de desviar cem milhões, Cicrano é acusado de embolsar duzentos milhões, e o outro deve ter amealhado lá na casa do bilhão!

O que é isso?! Perdemos a noção das coisas, a ordem de grandeza dos números? Banalizamos o ato de um governante desviar, às vezes numa só obra, algo que os mais bem-sucedidos empreendedores levam uma vida inteira para construir? Um empresário que conseguiu acumular duzentos milhões em sua vida teve que criar muitos empregos, gerar bastante riqueza para a sociedade, arriscar tudo que tinha em vários momentos. Um político é capaz de chegar a essa soma na propina de uma grande obra!

Foi Gustavo Nogy quem chamou a atenção para a coisa:

Num estado institucionalmente falido, o ex-governador ajudou a desviar 230 milhões de reais. Os números são obscenos. Quem é Sérgio Cabral? Pois esse Ninguém em forma de gente desviou duas centenas de milhões de reais. E sabemos que não é o único, e sabemos que esses números não são os maiores. Se onde quer que exista Estado, aí haverá corrupção, a verdade é que os níveis brasileiros são qualquer coisa à parte. Prender os caciques é, ou deveria ser, o começo da conversa. O volume inimaginável de dinheiro roubado (ou, de costume, desperdiçado) denuncia o óbvio: o Estado brasileiro é grande demais, emprega gente demais, movimenta impostos demais. Não se pode deixar de considerar esses fatos. Quando maior for o Estado, maior será a queda. Ou que comamos brioches de uma vez.

E o pior: aceitamos por tempo demais essa situação absurda. Conheço muita gente com casas de praia em Angra. Gente rica, que fez fortuna com suas empresas, ou no mercado financeiro. Enquanto muitos tinham que enfrentar a péssima condição na estrada Rio-Santos, passando pela Avenida Brasil ou por Santa Cruz, Cabral chegava em sua mansão milionária de helicóptero. O que ele criou para tanto? Qual foi sua grande contribuição à sociedade, que legado deixou? Fundou alguma indústria inovadora? Atendeu milhões de clientes de forma mais produtiva e eficiente? Baixou os custos de produtos desejados?

Nada disso. Foi eleito governador do estado, e ponto. Basta. É o suficiente para levar uma vida de nababo, de magnata, de multimilionário como se fosse um ícone do Vale do Silício. E todos acham a coisa mais normal do mundo. Meu vizinho em Mangaratiba? Ah, o ex-governador Sergio Cabral, que é servidor público desde sempre, que atuou no governo e mais nada. Como pode? Quem explica? Ninguém. E ninguém precisava.

Mas o Brasil está mudando. A população está cansando dessa impunidade toda, desses marginais que fazem fortuna na vida pública, no governo, usando o poder para roubar, para desviar centenas de milhões e viver como os mais ricos capitalistas. Aos poucos, o povo está aprendendo que não é para ter raiva do capitalista, como o professor marxista dizia, e sim do político, que usa o "capitalismo de estado" para enriquecer, de dentro da política.

O liberalismo é contra isso ao atacar o excessivo tamanho do estado. A esquerda, paradoxalmente, é a melhor amiga desses corruptos, ao pregar concentração de poder e recursos no estado.

Garotinho, Cabral, Lula: essa gente só chegou onde chegou porque o prêmio era grande demais ao tomar o poder. É o tamanho do estado, alimentado pela impunidade, que permite esse tipo de coisa. Ao menos a impunidade vem sendo combatida agora. Resta reduzir drasticamente o tamanho do estado.
Herculano
18/11/2016 17:00
AULA DE JORNALISMO

Naquela reportagem de quinta-feira da RBS de Blumenau em Gaspar para cobrar obras prometidas pelo prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, e não entregues, foi mostrada uma imagem com tubos de aço e outros materiais como sendo do reurbanização do loteamento das casinhas de plásticos, na BR 470.

Juntaram aquelas imagens dos materiais com a de uma placa do convênio para a obra da reurbanização. Na imagem e texto, a interpretação não deixa dúvidas.

Mais uma vez ou a RBS não apurou ou foi enganada pelo PT, ou pior, é cúmplice. Aquele material é da SC Gás e é para mudar o curso da rede em função da duplicação da BR 470. E agora?
Herculano
18/11/2016 16:51
SENHORES DEPUTADOS DA COMISSÃO, APROVEM LOGO O BOM TEXTO DE LORENZONI COMO ESTÁ! DEBATE SOBRE ANISTIA A CAIXA DOIS É UMA SOMA DE IMBICILIDADES, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Lei penal não retroage para punir; logo, o caixa dois até 2016 não ensejará persecução. Se, no entanto, dinheiro teve origem em propina, nada há a fazer: o culpado responderá, pra começo de conversa, por corrupção. E não há nada que se possa fazer a respeito

Já deixei claro aqui, mais de uma vez, que acho satisfatório e correto o texto do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), relator da comissão especial que avaliou o projeto de lei de iniciativa de popular - na verdade, de autoria do Ministério Público - que trazia as tais 10 medidas contra a corrupção. As 10 se transformaram, como se sabe, em 18 e depois em 17. Como os arquivos demonstram à farta, eu, a Constituição e o bom senso nos opúnhamos a 3 das 10 propostas originais, a saber: admissão em juízo de provas ilegais, restrições descabidas ao habeas corpus e teste de honestidade aplicado aleatoriamente. As duas primeiras sumiram do relatório de Lorenzoni, e a terceira perdeu seu caráter de persecução penal. Para mim, está bem assim. Logo, acho que o texto tem de ser aprovado.
E qual tem sido o obstáculo? O principal é uma tolice sem tamanho e atende pelo nome de "anistia ao caixa dois". Essa questão é de tal sorte absurda que custa a crer que tenhamos de discuti-la.

O MPF só propôs a criminalização do caixa dois - o que é correto - porque reconhece que tal prática crime não era. Estava entre as condutas reprováveis, mas atípicas, sem uma lei que provocasse a persecução penal. Muito bem. O texto de Lorenzoni pune com pena de dois a cinco anos ou de quatro a dez tal prática: no primeiro caso, para recursos de origem lícita; no segundo, para os de origem ilícita.

Não depende de um procurador fazer ou não a lei retroagir. O inciso XL do Artigo 5º da Constituição é claríssimo: "A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu". Assim, o projeto de Lorenzoni não precisa de nenhuma salvaguarda nesse sentido. Não será preciso ter, vamos dizer, medo do que fará a Lava Jato nesse particular. O Artigo 5º da Constituição, segundo o Artigo 60, é uma cláusula pétrea e não pode ser mudado nem por emenda constitucional.

Há deputados, no entanto, que gostariam de deixar claro em lei que o caixa dois, pois, cometido até 2016 não poderá ensejar a denúncia de nenhum outro crime, como, sei lá, corrupção ativa ou passiva ou lavagem de dinheiro. Eis um outro debate imbecil. O caixa dois cometido até a aprovação da nova lei continuará como conduta atípica; se, no entanto, o dinheiro for oriundo de propina, haverá a caracterização da corrupção ativa ou passiva, a depender do lado do balcão em que se esteja. Não há como se precaver. Logo, esse debate do caixa dois, como pode atestar qualquer um que entenda minimamente do riscado, é de uma ociosidade escandalosa.

Ainda que Lorenzoni acrescentasse a seu texto algo como "estão livres da persecução penal, prevista nesta lei, todos aqueles que receberam ou doaram recursos pelo caixa dois até a data da promulgação desta", o efeito seria nenhum. Pela simples e óbvia razão de que não pode ser diferente.

"Mas e acrescentar que os que fizeram caixa dois não poderão ser acusados de corrupção??"  Ora, isso é simplesmente impossível. Ainda que se aprovasse uma aberração dessa natureza, o texto não passaria pelo crivo do Supremo. Porque não se trataria de anistiar o caixa dois, mas de anistiar a corrupção passiva ou ativa. Nunca vi debate tão imbecil. Ademais, como falar em anistiar o caixa dois se caixa dois, até agora, nem crime é? Como anistiar o que a lei não considera crime?

Lembro: o advogado Arnaldo Malheiros Filho, que morreu em 2016, tentou emplacar essa tese no caso do mensalão: seria tudo caixa dois. A paternidade da ideia foi atribuída, erroneamente, a Márcio Thomaz Bastos. Não deu certo. Houve condenações em penca por corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, peculato, o diabo a quatro?

Outro ponto
O outro ponto da proposta de Lorenzoni que está travando a tramitação é a possibilidade de juízes e promotores serem acusados de crime de responsabilidade. Ainda que eu não veja aberração nenhuma nisso, o tema é inoportuno num conjunto de leis contra a corrupção. Os que estão insistindo nessas questões estão emperrado o avanço do projeto em razão de irrelevâncias e comprometendo um tantinho mais a já conspurcada reputação do Poder Legislativo.

Senhores deputados da comissão, deixem de onda e aprovem logo o bom texto de Onyx Lorenzoni. Reitero: esse debate do caixa dois versa sobe o nada, e a possibilidade de acusar juízes e promotores de crime de responsabilidade não pode se transformar numa birra.

Esse troço tem de caminhar. Chega de papo furado.
Herculano
18/11/2016 16:42
AULA DE JORNALISMO

Para quem não viu a reportagem na RBS objeto dos meus comentários na coluna de hoje aqui está o link:
http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/jornal-do-almoco/videos/v/ponte-do-vale-em-gaspar-continua-em-obras/5442665/

Aurelio Marcos De Souza
18/11/2016 14:52
Herculano e leitores, só para descontrair.

A vida imitando o futebol

A atual situação vivenciada pelos brasileiros, muito se parece com aquela vivida no final do Campeonato Brasileiro de 1985.

Tudo acontece entre Bangu e Curitiba.
Anônimo disse:
18/11/2016 14:11
Herculano.

Logo veremos Lula et caterva sendo mandados sob gritos e protestos para carceragem da PF em Curitiba.

Cogitavam colocar Lula em São Paulo, mas o Marcola do PCC já avisou que não quer concorrência nos presídios.
Mariazinha Beata
18/11/2016 14:02
Seu Herculano;

Cláudio Humberto - às 07:25hs
" ... não tem preço a prisão do trio Sérgio Cabral, Eduardo Cunha e Garotinho."

A do LuLLa chegará, ninguém foge da sua história, os fantasmas do passado estão atrás de cada porta.

Bye, bye!
Paty Farias
18/11/2016 13:53
Oi, Herculano;

DILMA DIZ QUE CABRAL "JAMAIS FOI ALIADO". HEIMM? por Josias de Souza

A indesejada perdeu a oportunidade de ficar calada.
O gaúcho
18/11/2016 13:39
Ao Editor de Olhando a Maré

Como estás?
Faceiro como eu pela surra de relho que o PT levou nas eleições?
Agora prenderam um figurão do PMDB.
A prisão de Sérgio Cabral é de rachar o bigode.

Saudações do Extremo Sul!
Herculano
18/11/2016 13:14
OS DISFARCES

Como os políticos enganam os eleitores analfabetos, ignorantes e desinformados

Luiz Inácio Lula da Silva, operário como a maior parte do povo sofrido

Fernando Collor de Mello, caçador de marajás contra os pobres

Garotinho, comunicador e evangélico,

Sérgio Cabral, pai comunista e jornalista, um esperto que dizia defender os velhinhos

Eduardo Cunha, um adorador de Jesus...Até uma empresa com o nome do ícone cristão ele tinha...
Herculano
18/11/2016 13:09
GAROTINHO É LEVADO À CADEIA: "ESTÃO DE SACANAGEM. QUEREM ME MATAR, PORRA!", por Josias de Souza
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Ao ser transferido do hospital para a cadeia, na noite desta quinta-feira (17), Anthony Garotinho (PR-RJ) esperneou e esbravejou. Deitado numa maca, foi carregado por bombeiros, sob a vigilância de agentes federais. Parecia calmo. Transtornou-se ao ser conduzido para o interior da ambulância. Sob refletores e ao som dos protestos da mulher Rosinha e da filha Clarissa, o ex-governador protagonizou a coreografia do medo.

"Vocês estão de sacanagem. Querem me matar, porra!", vociferou Garotinho, de acordo com reportagem do Globo. Ele lembrou aos bombeiros e policiais que, durante o seu governo, grandes traficantes foram enviados para o complexo penitenciário de Bangu. O novo hóspede do presídio soou como se temesse por sua segurança. Garotinho debatia-se com tal vigor que seus movimentos desautorizavam suas palavras: "Me solta, me solta. Eu sou um enfartado", dizia o preso, submetendo as coronárias de seus condutores a um teste involuntário de esforço.

Numa evidência de que o destino não é tão aleatório quanto parece, Garotinho amanhece nesta sexta-feira no mesmo complexo prisional para onde foi mandado seu ex-aliado e agora arqui-inimigo Sérgio Cabral, recebido sob fogos. A unidade onde estão assentadas as celas destinadas a presos com curso superior, Bangu 8, foi inaugurada, suprema ironia, por Cabral. Se suspeitassem que o futuro seria tão perverso, os dois ex-governadores talvez tivessem desperdiçado um naco de suas agendas para discutir a melhoria das condições carcerárias.
Prefeita do município de Campos, Rosinha Garotinho queixava-se na porta do hospital da falta de cuidados médicos a que o marido seria submetido na cadeia. Suas reclamações eram ecoadas pela filha, a deputada federal Clarissa Garotinho. Entretanto, no despacho em que ordenou a trasnferência, o juiz eleitoral Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª Zona Eleitoral de Campos, realçou que a "suposta" debilidade no quadro de saúde do preso poderá ser tratada na cadeia. Incomodado com as informações de que Garotinho estava cercado de regalias no hospital, o magistrado anotou:
"Mostra-se imperioso fazer cessar quaisquer regalias que o réu, ora custodiado, possa estar recebendo, assim como, em atenção à sua suposta situação inadequada de saúde, determino sua imediata transferência para o Complexo Penitenciário de Bangu ?" Presídio Frederico Marques, onde poderá receber assistência médica. Esclareço que o referido complexo penitenciário é provido de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento)."

Nesse ritmo, o Brasil acabará subvertendo a impunidade. E os políticos não tardarão a encampar propostas que revolucionarão a rotina dos presídios. Protagonistas dessa nova Era, Garotinho e Cabral poderiam ajudar sugerindo melhorias no cardápio. Em Bangu, a quentinha contém arroz ou macarrão, feijão, farinha, carne branca ou vermelha e salada. No café da manhã, há pão com manteiga e café com leite. Faltam frutas e sucos no desjejum. E opções light para as refeições. Dono de gostos refinados, Cabral saberá recomendar os vinhos.
Herculano
18/11/2016 12:04
MAIS UMA

Ontem, a RBS de Blumenau esteve em Gaspar. E não foi com Osvaldo Sagaz. Veio conferir se as promessas do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, uma ao vivo nos estúdios em Blumenau e posteriormente numa reportagem presencial, em 2015 e renovadas em maio deste ano, foram cumpridas.

A RBS só veio aqui conferir os prazos mandraques, sempre repetidos a qualquer um na imprensa e poucos cobrados. Mas, fez isso depois das eleições. Ou seja, depois do efeito do que a propaganda enganosa pretendia.

A RBS conferiu mais uma vez que o prefeito de Gaspar mentiu ou no mínimo, foi imprudente. Alegou problemas burocráticos para não ter começado o que prometeu, na urbanização do loteamento das casinhas de plástico, bem como a entrega do posto de saúde de lá.

E para quando prometeu entregar o posto de saúde? dentro de 45 dias, ou seja, antes de sair. Vai ser um festival de obras mal feitas e pela metade entregues.

A RBS esticou o prazo para depois do dia primeiro de janeiro quando o prefeito não estará mais lá e nada dele poderá ser cobrado. Outra. Há um material depositado lá e dito com o sendo para a reurbanização. Há dúvidas. Acorda, Gaspar!
Herculano
18/11/2016 11:55
CRISE DO RIO FOI MASCARADA COM EMPRÉSTIMOS E OUTRAS MANOBRAS, por Raquel Landim, para o jornal Folha de S. Paulo

Na noite desta quinta-feira (17), Sérgio Cabral foi recebido no presídio de Bangu, na zona do Oeste do Rio de Janeiro, por um grupo de pessoas que comemorava com fogos, brindes e carregava uma faixa "justiça seja feita".

Segundo a Polícia Federal, o grupo político do ex-governador recebeu R$ 220 milhões de propina em troca de desonerações fiscais e obras que enriqueciam os empresários "amigos".

Os detalhes do caso ?"um anel de R$ 800 mil para a primeira dama ou uma mesada para o então governador de R$ 300 mil, ambos pagos por empreiteiros?" chegam a ser um escárnio com a atual situação do Rio.

Nos últimos dias, servidores públicos "sitiaram" a assembleia estadual para protestar contra o duríssimo ajuste fiscal promovido pelo atual governador Luiz Fernando Pezão, afilhado político de Cabral.

Com as finanças em frangalhos, o governo fluminense precisa cortar despesas, porque não tem dinheiro para pagar fornecedores e funcionários, correndo o risco de paralisação de serviços públicos essenciais como saúde e segurança.

A crise das finanças do Rio foi agravada pela recessão brasileira, que derrubou a arrecadação, e pela queda dos royalties do petróleo, mas já vinha sendo adiada e mascarada por empréstimos e manobras para antecipação de receitas.

Nos últimos anos, o governo do Rio de Janeiro se endividou, aumentou sua folha de pagamento (que já era inchada), gastou com obras superfaturadas, e sustentou um sistema previdenciário falido. Tudo isso com as bênçãos de Brasília.

"O governo federal foi solidário na bonança, agora tem que ser solidário na desgraça", defende José Roberto Afonso, pesquisador do Ibre/FGV e professor do IDP.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, resiste em abrir o cofre, por conta da frágil situação fiscal do próprio governo federal. Em visita a Nova York, sinalizou com a possibilidade dos governos estaduais pedirem mais empréstimos no exterior.

Se o Rio conseguir convencer os investidores a comprar seus títulos de dívida a preços que não sejam obscenos, seria apenas mais uma manobra que não resolve o problema.

A situação é calamitosa não só no Rio de Janeiro, mas também em outros Estados por conta de erros similares. Se a recessão persistir, o problema vai se agravar e se espalhar pelo país com consequências sociais imprevisíveis.
Herculano
18/11/2016 11:26
da série: a irresponsabilidade dos políticos e a omissão da sociedade que paga toda essa farra dos funcionários públicos com pesados impostos, está quebrando o país, e vai levar todos à falência no mesmo barco.

REFORMA DA PREVIDÊNCIA DEVE ATRAIR A CRISE DO RIO PARA BRASÍLIA, por Eduardo Cucolo, no jornal Folha de S. Paulo

Lobby e corporativismo são palavras fundamentais para entender como funciona a capital federal. Também ajudam a explicar o que acontece hoje no Rio.

Uma regra de ouro em Brasília é: você não mexe com o funcionalismo. Em sua interinidade, Michel Temer autorizou reajustes para várias categorias. Foi um problema a menos.

Lula deu vultuosos reajustes e é idolatrado. Criou o teto para as aposentadorias do setor público, mas deixou para Dilma, que nunca agradou ao funcionalismo, por congelar salários, colocá-la em prática.

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), já abriu mão da contribuição previdenciária de 30% dos vencimentos dos servidores, medida que renderia R$ 7 bilhões. Era a principal medida de um pacote de 22 medidas que incluem ainda aumento de tarifas de transportes e extinção de programas sociais.

Não é arriscado prever que a parte da reforma da Previdência que atinge servidores também não vingará.

O governo quer regras similares para o funcionalismo e o setor privado. Tentará ainda acabar com a aposentadoria antecipada para categorias como professores e policiais.
Utilizar profissão como critério para dar benefício não parece ser algo com efeito distributivo. Professores e policiais das capitais do Sudeste com salários de quase R$ 20 mil merecem se aposentar antes de um trabalhador do comércio que ganha um salário mínimo nas regiões mais pobres do país? Sem o benefício, haverá menos candidatos a esses cargos, principalmente no setor público?

Para quem acredita que isso pode sair do papel, basta lembrar da votação da renegociação mais recente das dívidas dos Estados. Quase todas as exigências que atingiriam os servidores caíram na Câmara.

Ou relembrar as cenas recentes de servidores, entre eles policiais, invadindo a Assembleia do Rio, algo que pode facilmente se repetir em Brasília. Cauteloso, Temer decidiu deixar os militares fora da reforma
Miguel José Teixeira
18/11/2016 10:57
Senhores,

Consta que após a prisão de 2 ex-governadores do Rio, o PaTife-mor, vulgo lula, mandou proibir a execução da música "Cartomante", de Ivan Lins e Victor Martins (mas que ficou famosa na voz de Elis Regina:)

"Cai o rei de Espadas
Cai o rei de Ouros
Cai o rei de Paus
Cai, não fica nada". . .
vlad
18/11/2016 10:35
CABRAL EM CANA?
A FILA ANDA, A HORA DA VIVA ALMA MAIS HONESTA ESTA CHEGANDO...
Herculano
18/11/2016 08:10
DONALD TRUMP TEM UMA RESPOSTA PARA O LESBIANISMO DE EXCLUSÃO DO PEDRO 2º, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Uma das perspectivas mais estúpidas do pensamento de esquerda, não importa o seu matiz ?"e isso está na raiz do meu rompimento com a turma, no século passado?", é viver a história como um sintoma. Para os esquerdistas, nunca estamos no "é" da coisa. Experimentaríamos permanentemente ou os malefícios do retrocesso ou os frêmitos antecipatórios de uma ascese.

Bem, só retrocede aquilo que está em marcha. Um esquerdista sincero é, antes de tudo, um crente. Ele aposta no dever, mas não como um norte ético ou um valor que vá reformando o mundo segundo a lógica do mal menor, que me faz ser um católico. Nem sei se acredito mesmo em Deus. Mas acredito nisso.

O esquerdista é diferente. Ele quer é o Paraíso, o fim da história, uma perspectiva que ganhou densidade política com a militância socialista. Conservadores autênticos percebem a magnitude dessa bobagem.

Por que isso tudo? Chego a achar divertida a quantidade de besteiras escritas nos EUA, no Brasil e mundo afora para tentar explicar a eleição de Donald Trump ?"uma disputa que, em números absolutos, ele perdeu! Quem lhe deu a vitória foi uma estratégia matemática para lidar com o colégio eleitoral. E isso não quer dizer que o eleito seja ilegítimo. Os democratas optaram por assustar as pessoas com o Apocalipse; os republicanos preferiram fazer conta.

Segundo os apocalípticos, o mundo estaria caminhando para uma emergência de fascismos. Esse seria o "Zeitgeist", o espirito do tempo. Até os bocós que decidiram babar suas tolices na Câmara, na quarta (16), em Brasília, seriam miasmas desse mal-estar coletivo. Nota: manés da ultradireita também enxergam um movimento mundial de restauração de uma velha ordem metafísica.

Bem, meus caros, prefiro pensar que a economia americana não está lá essas coisas, que Hillary Clinton sempre foi uma candidata fraca e que, sim, Trump representa uma reação muito objetiva às minorias organizadas que decidiram privatizar a democracia.

Não há um "espírito do tempo". Há, isto sim, uma pauta de exclusão da vida pública do cidadão médio. E ela é levada a efeito pelo mainstream esquerdista. Vejam o caso de um dos campi invadidos do Colégio Pedro 2º, no Rio. Os donos do pedaço decidiram exibir um filme com cenas de sexo explícito entre lésbicas. Até aí, bem. Nada pode assustar a meninada que fica o dia inteiro na internet. Na sequência, haveria uma roda de conversa sobre a obra exibida. Mas só para lésbicas e meninas bissexuais.

Ora, ora... É assim aqui. É assim nos EUA. É assim na Europa. É assim onde quer que a esquerda tenha se apoderado dos aparelhos culturais. Escolas americanas chegaram a contratar psicólogos para tratar do trauma pós-Trump. É uma bizarrice.

As democracias vivem uma fase de exclusão das maiorias. O homem médio foi chutado dos mecanismos de decisão. Nem vou entrar no mérito da sinceridade ou não das convicções de Trump ?"esse questionamento, em política, é quase sempre inútil. O fato é que aquele senhor incomum começou a encarnar as perplexidades das pessoas comuns, que estão fora das prefigurações das crenças esquerdistas e que não têm tempo ou paciência de disputar com militantes profissionais os aparelhos de influenciar a opinião pública.

Por que mesmo um colégio invadido exibe um filme com cenas explícitas de sexo entre lésbicas, e os heterossexuais não têm direito nem mesmo a uma voz? Trump tem uma resposta. Provavelmente errada, mas tem.

Não existe uma ascensão universal da direita. Existem reações locais ao que é universal na esquerda: a sua determinação de destruir a democracia em nome de seus amanhãs de anteontem.
Herculano
18/11/2016 08:02
DILMA DIZ QUE CABRAL "JAMAIS FOI ALIADO". HEIMM? por Josias de Souza

Um político nunca deve dizer uma mentira que não possa provar. Alheia a esse ensinamento, Dilma Rousseff flertou com a auto-desmoralização. Fez isso ao divulgar uma nota na qual sustenta que o agora presidiário Sérgio Cabral "jamais foi aliado". O vídeo acima, gravado na campanha de 2010, mostra que a aliança que Dilma tenta negar foi construída ainda no governo Lula. A peça exibe os aliados num comício conjunto. Ela disputava a Presidência. Ele reivindicava a reeleição ao governo do Rio. Nessa época, Cabral trombeteava as UPPs, Unidades de Polícia Pacificadora ?"uma experiência que Dilma prometia reproduzir em âmbito nacional.

Afora esse vídeo, veiculado pela própria campanhna de Cabral, o bom relacionamento político do cacique do PMDB fluminense com Dilma está fartamente documentado no noticiário. Em sua nota, Dilma escreve que, em 2014, Cabral fez campanha para o tucano Aécio Neves, seu principal adversário. Nesse ponto, madame pronuncia uma meia verdade. E privilegia exatamente a metade que é mentira.

O que houve em 2014 foi uma desavença entre o presidente do PMDB do Rio, deputado estadual Jorge Picciani, e a direção do PT. Por conta esse desentendimento, Picciani lançou uma opção de voto híbrida. Batizou-a de "Aezão": para o Planalto, Aécio. Para o governo do Rio, Pezão. Cabral, com o prestígio já meio abalado por denúncias de corrupção, não chegou a encampar publicamente a ideia. Ao contrário, deu declarações pró-Dilma.

Noutro trecho da nota. Dilma sustenta que Sérgio Cabral orientou seus liderados a votarem a favor do impeachment. Ai, ai, ai. Quem comandou a infantaria pró-impeachment foi outro cacique do PMDB do Rio: Eduardo Cunha, então presidente da Câmara. Àquela altura, Cabral fingia-se de morto para não ser notado pela Lava Jato. Era carta fora do baralho.

Dilma fez o que pôde para selar uma aliança com Cunha. Em troca do engavetamento do impeachment, prometia que os representantes do PT no Conselho de Ética da Câmara votariam contra a cassação do mandato do deputado. Mas o PT roeu a corda. E Cunha colocou para andar o pedido de impedimento.

Numa tentativa de dividir o PMDB, Dilma aproximou-se do líder do partido na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ). Logo ele! Filho de Jorge Picciani, aquele cacique que firmara acordo com Aécio no Rio, o neo-aliado de Dilma fizera campanha de rua ao lado do presidenciável tucano.

Dilma deu de ombros. E ainda ofereceu a Leonardo Picciani a primazia na indicação de um correligionário para o prestigiado Ministério da Saúde. Foi ao Diário Oficial o nome do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), um desafeto de Eduardo Cunha. Esforço inútil. O impeachment passou na Câmara. E foi ratificado no Senado. Hoje, Leonardo Picciani é ministro do Turismo de Michel Temer.

Em vez de mentir sobre Cabral, Dilma deveria desfrutar da experiência de contar a verdade sobre seu relacionamento com o PMDB do Rio. Nessa matéria, a verdade é muito mais incrível do que a ficção. É tão inacreditável que é difícil de inventar.
Herculano
18/11/2016 07:58
da série: os esquerda doentes não conseguem enxergar o seu próprio rabo e tratam todos os infiéis como brutamontes que não conseguem se expressar se não for pela violência. Afinal, qual a diferença nas atitudes de forças da esquerda e da direita? A esquerda enxerga que a força é algo só da direita e condenável. Na esquerda um exercício de diálogo. É por isso que a esquerda possui uma preferência pelos analfabetos, ignorantes e desinformados.

NA QUARTA-FEIRA, BRASIL PODE ASSISTIR A MAIS UM CAPÍTULO DA REGRESSÃO POLÍTICA, por Vladimir Safatle, professor de filosofia, no jornal Folha de S. Paulo

Na quarta-feira (16), o Brasil pôde assistir a mais um capítulo da regressão política que agora se expõe sem maiores disfarces. Um capítulo negro que revela com o que estamos de fato lidando.

Um grupo de 50 pessoas tomou de assalto o plenário do Congresso Nacional para vociferar palavras de ordem pedindo "intervenção militar" e "general aqui", enquanto se ouvia no plenário gritos de "viva, Moro". Do juiz em questão, diga-se de passagem, bastante afeito a declarações públicas, não se ouviu até agora repúdio algum ao uso de seu nome em cena tão macabra.

Um espetáculo de degradação desse nível não é gestado do dia para a noite. Esse é o preço pago pelo Brasil ser um país incapaz de encarar seu passado ditatorial, prender torturadores, exigir das forças armadas um mea-culpa pelo golpe contra a democracia, retirar o nome de membros da ditadura de suas praças e estradas, ensinar a seus jovens o desprezo por "intervenções militares".

A lei da história é implacável. Quem não elabora o passado será sempre assombrado por ele. Que algo dessa natureza ocorresse era só uma questão de tempo. O Brasil acreditou poder apresentar ao mundo uma conciliação sem trauma e sem "revanchismo".

Tudo o que conseguiu foi conservar todos os atores políticos envolvidos na ditadura no centro do poder, normalizando-os. Tudo o que conseguiu foi dar ao mundo a imagem de um país incapaz de acertar as contas com seus fantasmas do passado. A Comissão da Verdade, instaurada décadas depois do fim da ditadura, teve seu trabalho legado ao esquecimento.

Não nos enganemos. Essas pessoas que estão a vociferar por mais um golpe de Estado não estão "expressando uma opinião". Clamar por golpe militar não é uma opinião. É um crime, o pior de todos os crimes em uma democracia. Quem quer a causa quer os efeitos. Quem pede por golpe militar está a gritar por assassinato, tortura, ocultação de cadáver, censura, estupro, terrorismo de Estado.

Em qualquer democracia mais ou menos consolidada no mundo, o lugar dessas pessoas seria na cadeia, por sedição e incitação a crime.

Por isso, se ainda houver um mínimo de consciência de perigo neste país, o Congresso deve ser pressionado a aprovar uma lei que tipifique manifestação pública por golpe como crime contra a democracia passível de prisão. Essas pessoas não devem ser convencidas de sua posição equivocada, pois elas nunca serão convencidas de tanto.

É absurdo acreditar que alguém que chega a esse ponto está afeito a rever sua posição.
Eles devem simplesmente compreender que na democracia há proposições que não se dizem. Aquelas proposições enunciadas para reiterar violência (como as proposições racistas e preconceituosas) ou para clamar por um regime de violência (como uma ditadura) simplesmente não podem circular.

Uma sociedade que permite tal circulação cava sua própria cova.

Por outro lado, aqueles que colaboraram para esse espetáculo deveriam ser chamados à responsabilidade. Esses ditos "liberais" que ocuparam reiteradamente o espaço público para ridicularizar trabalhos de justiça de transição, que repetiam a teoria dos dois demônios (a ditadura teria sido um "excesso necessário" contra a luta armada), que sequer aceitavam o princípio liberal de direito de resistência contra a tirania são os responsáveis diretos pelo que acontece hoje.

No Brasil, não existem liberais. Quando necessário, eles apoiam golpes de Estado de todas as formas. Afinal, para quem trabalharam os "liberais" brasileiros como Simonsen, Roberto Campos e companhia? Alguém acha que seria diferente se houvesse um novo golpe de Estado?
Há anos alguns acreditavam que a democracia brasileira estava consolidada. Hoje, é claro que ela nunca passou de um acordo frágil e paralisado, fruto de uma redemocratização infinita que nunca se realizou. Não levar a sério os sintomas de uma regressão ainda maior será prova de mais um ato de irresponsabilidade.

Que a quarta-feira negra sirva ao menos para nos lembrar: nada morreu, tudo pode retornar.
Cidadao gasparense
18/11/2016 07:50
Empresas locais terão preferência em licitações


Decreto que regulamenta as compras será assinado pela prefeitura nesta quinta-feira (17)


A Prefeitura de Gaspar assina nesta quinta-feira (17) um decreto que regulamenta as compras com fornecedores de microempresas, empresas de pequeno porte e empresas individuais da cidade e microrregião. O encontro acontece às 17h, no auditório da Prefeitura, e é voltado para os empresários, assessorias contábeis e entidades da classe empresarial. Na oportunidade, serão dadas orientações técnicas sobre os procedimentos para habilitar as empresas a participar das licitações públicas.

O decreto determina que deverá ser concedido tratamento favorecido, diferenciado e simplificado pra as microempresas, empresas de pequeno porte, agricultor familiar, produtor rural, microempreendedor individual e sociedades cooperativas de consumo nas contratações públicas de bens, serviços e obras. O objetivo é promover o desenvolvimento econômico e social no âmbito local e regional; ampliar a eficiência das políticas públicas; e incentivar a inovação tecnológica.
O documento ainda aponta que medidas devem ser tomadas para a ampliação da participação das microempresas e empresas de pequeno porte nas licitações e assegura a preferência de contratação para essas empresas como critério de desempate.

Preferência
Os órgãos e entidades contratantes deverão realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação de microempresas e empresas de pequeno porte em itens ou lotes de licitação com valores de até R$ 80 mil; e, em licitações acima desse valor, poderá ser estabelecida, nos instrumentos convocatórios, a exigência de subcontratação dessas empresas.
Michel
18/11/2016 07:46
E afinal, a quantas anda a transparência em Gaspar? Sobre os salários dos servidores no mês de outubro nada ainda no portal. Porque escondem essas informações da população?
Anonimo
18/11/2016 07:46
Será o que aconteceu com a Prefeitura que não mais publicou ultimamente mais licitação???
Herculano
18/11/2016 07:34
RESPONSABILIDADE FISCAL E O MEU QUEIJO, por Percival Puggina, para o Diário do Poder DF

Nunca vi tanta gente preocupada com o aspecto macilento e emagrecido do caixa do governo. Reduzido a pele e osso. Em junho de 2014 já estava em milhões de telas de computadores, mundo afora, o alerta que uma analista do Santander fez a seus clientes investidores, antevendo o que iria acontecer com a economia nacional. Não era bola de cristal, mas trabalho sério de quem acha que não se deve brincar com dinheiro alheio. Bola de cristal, bem fajuta e perdulária, era a usada por Dilma, pelos técnicos do governo e por Lula, que assim comentou a circular enviada pela funcionária do banco: "Não entende p.... nenhuma de Brasil" e sugeriu: "Pode mandar embora e dar o bônus dela pra mim, que eu sei como é que eu falo".

A analista foi imediatamente demitida. O cartão vermelho do governo demoraria ainda dois anos para lhe ser exibido. Também no Brasil, e há bom tempo, técnicos sensatos, comentaristas esclarecidos, economistas experientes como os membros do grupo Pensar+ do qual participo, alertavam sobre as consequências da irresponsabilidade fiscal. A gastança criminosa promovida pelos sucessivos governos petistas nos conduzia ao inevitável estouro das contas públicas. A história registrará, entre os grandes infortúnios de nossa vida administrativa, a infeliz coincidência de termos vivido o ciclo mais favorável da economia mundial em muitas décadas sob gestão simultânea de uma organização criminosa e do mais destrambelhado dentre todos os nossos governos. Os tempos pródigos ampliaram largamente a voracidade e perpetuaram os danos causados nesse prolongado ataque por dois flancos. Agora são tempos de zelo com as contas públicas. Como é insensível o coração do caixa!

No entanto, esse necessário zelo não vem acompanhado do devido desprendimento. Parece tratar-se de algo que se exige "dos outros" para que as situações particulares permaneçam inalteradas. Todos querem responsabilidade fiscal para que a situação melhore e ninguém mexa no seu queijo (como no bom livro de Spencer Johnson). Imagino essa preocupação povoando, nestes dias, muitas reflexões sobre a situação do país. Deve pensar assim o ministro, viajando em jatinho da FAB. Também o deputado, cujo queijo se chama emenda parlamentar ou verba de gabinete. Não há de querer diferente o beneficiado pelo queijo da isenção fiscal ou do juro privilegiado. São perfumados os queijos especiais havidos por cargo ou função, por vaga nos superpovoados gabinetes políticos e por aposentadorias precoces. Há tantos queijos em busca de proteção! Eles se chamam, ainda, cartão corporativo e bolsa-empresário. E se chamam mordomias, têm carro oficial, motorista, garçom, copeiro e segurança. Imagino a multidão de seus usufrutuários a sonhar com um Brasil onde a austeridade geral permita que nada mude.

O exercício dos poderes de Estado não pode ocorrer na ausência do mais elementar senso de justiça. O Brasil precisa que seus cidadãos submetam às suas próprias consciências uma PEC das boas condutas e dos bons exemplos. Quando o avião sacode, balança inteiro, da primeira classe ao porão de carga.
Herculano
18/11/2016 07:33
O FURÚNCULO EXPLODIU, por Ruy Castro, para o jornal Folha de S. Paulo

O Brasil parece em guerra contra o Brasil. Segundo estatísticas relativas a 2015, a cada nove minutos alguém no país foi vítima de algum tipo de assassinato ?" homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, assalto com morte ou morte decorrente de ação policial. Significa que, em um ano, 58.492 pessoas sofreram morte violenta. Em termos de violência contra a mulher, os números são ainda mais espantosos: houve 45.460 estupros, ou 125 por dia ?" apenas entre as ocorrências registradas. E sabe-se lá quantas agressões a homossexuais, negros, índios, mendigos e animais.

Essa brutalidade tem seu equivalente na área institucional. Políticos insultam juízes.
Senadores chamam-se uns aos outros de canalhas e engolem o insulto. E a desmoralização do setor público, flagrante há anos, rebaixou a atuação política à pancadaria - a ordem é, primeiro, ocupar, agredir e depredar; depois, alegar que o poder não aceita discutir. Mas como discutir entre palavras de ordem, socos e pontapés? Ninguém mais pode se fazer somente de vítima ?" os bandos que incendeiam pneus, infernizam as cidades, invadem as câmaras e as assembleias e destroem patrimônio público e privado cobrem agora todo o espectro político.

Repórteres são ofendidos e atacados em manifestações, ao vivo, por ativistas de rosto coberto. A tragédia de Santiago Andrade, cinegrafista da TV Bandeirantes, morto pelas costas por um rojão lançado por dois black blocs, ameaça se repetir.

Em Goiânia (GO), um pai matou a tiros o filho de 20 anos, por não aceitar suas posições políticas, e se matou em seguida. Não foi um rompante, mas o clímax de um processo que devia ser uma fonte diária, de parte a parte, de suplício familiar. Quantas outras famílias não estarão vivendo esse suplício?

O furúnculo nacional finalmente explodiu.
Herculano
18/11/2016 07:25
MALANDRAGEM DE WAGNER PODE SER ANULADA NO STF, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Além de ver seu ato de nomeação anulado, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), corre o risco de responder por obstrução à Justiça, caso confirme o ex-ministro Jaques Wagner (PT) como seu secretário. A malandragem é idêntica à nomeação de Lula ministro. Assim como anulou o ato de Dilma, diz um ministro do STF, se for provocado, o Supremo Tribunal Federal deve invalidar a nomeação de Wagner.

CADEIA, DE CERTEZA
A manobra pode render ação penal por crime de obstrução, dos poucos que dão cadeia na certa, como no caso Delcídio Amaral (ex-PT-MS).

FORO PRIVILEGIADO
Com a nomeação, Jaques Wagner quer ganhar foro privilegiado para fugir do alcance do juiz federal Sérgio Moro, de primeira instância.

SOBE PARA O STJ
Como secretário de Estado, Jaques Wagner terá de ser processado e julgado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

PRESSÃO PETISTA
Amigos de Rui Costa afirmam que o PT e o próprio Wagner, que o inventou como candidato a governador, pressionam pela nomeação.

É A SEGUNDA PRISÃO NA FAMÍLIA DE SÉRGIO CABRAL
Preso sob a acusação do Ministério Público Federal (MPF) de chefiar a quadrilha que roubou R$ 220 milhões dos cofres públicos do Rio de Janeiro, o ex-governador Sérgio Cabral não é o primeiro membro da família a ir em cana. Seu pai, também Sérgio Cabral, jornalista e compositor, passou dois meses preso, nos anos de chumbo: ele era da turma do semanário de humor Pasquim que desafiava o regime militar.

'GRITO' REVISITADO...
Tocando o Pasquim após a prisão dos colegas, o criativo Cabral pai irritou militares ao "revisitar" o Grito do Ipiranga na Semana da Pátria.

...ACABOU NA CADEIA
Cabral pai publicou na capa do Pasquim a imagem de Pedro I às margens do Ipiranga gritando: "Eu quero é mocotó!" Foi preso também.

BEM DIFERENTES
Ao contrário do pai, um carioca boa praça, Sérgio Cabral Filho exerceu o poder com truculência e soberba. E fez do enriquecimento sua meta.

TIRO NO PÉ, COMPANHEIRO
A avaliação no PT, escondida de Lula para não deixá-lo mais abatido, é que só os seus advogados ganham (notoriedade, claro) nas viagens ao exterior para falar mal da Justiça brasileira. A imagem de Lula só piora.

DIZ AÍ, SINDICOM
Em silêncio desde que a ANP encontrou 16 milhões de litros de etanol adulterado no Rio em tanques da Shell, Ipiranga e BR, o sindicato que agrupa essas e outras empresas, Sindicom, terá ótima chance de esclarecer a fraude: realiza nesta segunda (21), em São Paulo, o "Fórum Nacional do Direito do Consumidor de Combustíveis".

AJUDA INTERNA
Com toda a certeza, os invasores do plenário da Câmara, quarta (16), contaram com a ajuda de deputados. Servidores estranharam o acesso fácil ao Salão Verde de tantos visitantes agrupados, em dia de sessão.

REFORMA JÁ
O senador Eunício Oliveira saiu do jantar com Michel Temer convencido da necessidade de reforma da Previdência. Os dados apresentados pelo governo calaram fundo.

LISTA DE ESPERA
As prisões de Sérgio Cabral e Anthony Garotinho são vistas como prenúncio. Desesperado, o ex-presidente Lula sabe que sua hora está próxima e que poderá ser preso pela Lava Jato ainda este ano.

CABRAL, O VICE
As redes sociais não perdoam. O vascaíno Sérgio Cabral foi o segundo ex-governador do Rio preso pela Polícia Federal. A ironia fica por conta do Vasco, que sempre namora com a segunda colocação.

LADRÕES PROGRESSISTAS
Às voltas com a Lava Jato, o PT difunde a fantasia de que a prisão de Sérgio Cabral acabará por derrubar o atual governo. Resta aos petistas alegar que há ladrões piores que os deles, na política brasileira.

ENCONTRO DE RÉUS
Famoso por ter enfiado maços de dinheiro nas meias, o ex-deputado Leonardo Prudente (DF) encontrou outro réu, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), em restaurante na Casa Cor Brasília. Prudente tem filho deputado e Raup filha decoradora, que assinou ambiente na mostra.

PENSANDO BEM...
...US$10 milhões apareceram na Suíça, R$224 milhões sumiram dos cofres do Rio de Janeiro, mas não tem preço a prisão do trio Sérgio Cabral, Eduardo Cunha e Garotinho.
Herculano
18/11/2016 07:14
SINAIS DE ALERTA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Seria rematada tolice, não resta dúvida, atribuir demasiada importância ao grupelho que invadiu o plenário da Câmara dos Deputados na quarta-feira (16).

Seria imprudência, porém, deixar de ver no ocorrido um sintoma de exasperação de setores sociais com a política tradicional, que aqui e ali eclode em atos de violência.

O Brasil se encontra a léguas de distância, decerto, da deterioração do convívio democrático presenciada em nações como a Venezuela, para citar um exemplo vizinho.

Ocorre que esse tipo de desagregação nunca se inicia de chofre. Mais comum é uma gestação lenta, cujos sinais surgem aos poucos.

Não foi o primeiro desses episódios, afinal, embora tenha sido ímpar na exibição despudorada de ideias retrógradas, como a defesa de um golpe militar. Beira a hipocrisia, no entanto, criticar esses fascistoides apenas por escandirem palavras de ordem "de direita" em meio ao tumulto.

Nada justifica arrebentar portas e lançar insultos de baixo calão contra representantes eleitos pelo mesmo povo que, em seu delírio, dizem representar. Não há como negar, contudo, que seus métodos em nada diferem dos não menos aloprados "de esquerda" que tantas invasões têm promovido.

A começar, claro, pelas escolas secundárias em várias cidades do país, notadamente no Paraná. Com tais atos de força, uma minoria impediu seus colegas discordantes de ter aulas. E, pior, prejudicou centenas de milhares de pessoas, impedidas de fazer as provas do Enem.

Ninguém lhes nega o direito de protestar contra a reforma do ensino médio ou o teto dos gastos pretendido pelo governo Michel Temer (PMDB). Só preocupa a maneira autoritária de fazê-lo.

Tampouco é o caso de minimizar o sentimento de revolta de funcionários públicos do Rio de Janeiro com o ônus que o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) lhes quer impor para tapar o rombo nas contas do Estado produzido por ele e por seu antecessor e correligionário Sérgio Cabral ?"de resto, preso nesta quinta-feira (17) no contexto da Operação Lava Jato.

No entanto, não há escusa possível, numa democracia, para a vandalização que promoveram na Assembleia Legislativa fluminense. Nem, muito menos, para a agressão a jornalistas porque seus participantes discordam do órgão de imprensa que emprega o repórter.

Tais comportamentos não são de esquerda nem de direita ?"são, simplesmente, uma forma de estultice. Quem tem apreço pela via democrática de solução de conflitos, à esquerda ou à direita, tem a obrigação de vir a público para conclamar os desatinados a buscar formas mais civilizadas de protestar.
Sidnei Luis Reinert
18/11/2016 06:43
Uma declaração importante do Sérgio Cabral(11/06/2008, o Pai), que demonstra mais uma vez que Olavo de Carvalho tem razão:

"Sérgio Cabral ?" O partido não deixava nenhum comunista desempregado. Se existia uma vaga, colocava-se um companheiro. Gosto das lições que o partido me ensinou sobre ética, vida política, realidade brasileira, cultura e espírito de solidariedade, o qual lamento não existir mais."
Entenderam a raiz da coisa?

http://www.abi.org.br/entrevista-sergio-cabral/
Herculano
17/11/2016 20:38
GOVERNANTES RICOS. GOVERNADOS POBRES
Herculano
17/11/2016 20:37
PROJETO DE PODER DO PMDB FAZ ESCALA NA CADEIA, por Josias de Souza

O PMDB é uma locomotiva à procura de um itinerário. Havia estruturado no Rio de Janeiro algo muito parecido com um projeto de poder nacional. Nesse vagão, espremiam-se cinco pajés: Sérgio Cabral, Eduardo Paes, Eduardo Cunha, Luiz Fernando Pezão e Jorge Picciani. Cabral, Paes e Cunha cultivaram ambições presidenciais, cada um à sua maneira e ao seu tempo. Hoje, o projeto faz baldeação em duas estações. Nenhuma delas conduz ao sonho presidencial. Numa, o PMDB fluminense encontra-se com a ruína fiscal que produziu. Noutra, o projeto foi empurrado para um estágio na cadeia.

Preso na manhã desta quinta-feira, Sérgio Cabral sonhou com o Planalto na época em que vendeu aos cariocas duas sensações frágeis e passageiras: a impressão de segurança proporcionada pelas Unidades de Polícia Pacificadora e a ficção de prosperidade vitaminada por empréstimos temerários e verbas federais enviadas por Lula. Tudo isso foi dissolvido numa mistura de inepcia e corrupção.
Hospedado no PF's Inn de Curitiba, Eduardo Cunha construiu uma ficção presidencial imaginando que costuraria seu futuro por dentro do Congresso.

Derrubaria Dilma em 2016, assistiria à cassação de Temer em 2017, no julgamento das contas apodrecidas de campanha no TSE. Na sequência, seria carregado até o Planalto por sua infantaria parlamentar, numa eleição indireta com previsão constitucional. A ambição financeira transformou Cunha numa baleia dentro de uma banheira. O personagem fritou-se em sua própria gordura.

Eduardo Paes também foi visto como pseudo-opção nacional do PMDB. A impressão de que o prefeito, um ex-tucano, poderia voar para o governo do Estado e, dali, para Brasília foi potencializada pela conversão da cidade do Rio num canteiro olímpico de obras. Mas Paes não conseguiu nem mesmo colocar um sucessor no segundo turno das eleições municipais. Hoje, flerta com a ideia de trocar de partido. O PMDB virou legenda tóxica.

Com o futuro atrás das grades, o partido administra um presente que está condicionado à capacidade do governo Temer de aprovar reformas impopulares e ao poder de destruição da delação da Odebrecht.
Herculano
17/11/2016 20:34
DA TAPEAÇÃO À CADEIA. É O COMEÇO OU OS POLÍTICOS MAIS UMA VEZ VÃO DAR UM BASTA AOS CIDADÃOS QUE LHES DÃO VOTO PARA A REPRESENTAÇÃO E DINHEIRO QUE LHES SUSTENTAM NAS TRAMAS CONTRA ESSE MESMO CIDADÃO?

Sérgio Cabral, ex-senador e ex-governador do Rio e que se ensaiava a presidente da República, nasceu como político no PT. Então teve escola.

Quando o PT quis a reforma da Previdência, o demagogo Cabral saiu em defesa dos velhinhos e foi para o PMDB. Depois se abraçou no roubo dos pesados impostos dos brasileiros e dos fluminenses com o PT sendo íntimo de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff. Então teve e fez escola.

Pois é. Cabral como a maioria dos políticos, descobriram que fazer obras é duas vezes fantástico: dá visibilidade para votos dos analfabetos, ignorantes e desinformados. E é por elas que roubam com mais facilidade o nosso dinheiro. Então têm muitos alunos graduados nessa escola.

E que aconteceu? Os velhinhos aos quais Cabral (e outros cabrais) dizia defender, por falta da reforma da previdência pelo PT que lhe deu votos e aplausos, estão agora ameaçados de não terem mais nada. No Rio vem recebendo aos pingos. Sérgio Cabral e outros cabrais de todos os partidos, de tanta ganância e sem pudor nenhum no roubo escancarado, estão experimentando a cadeia e a devolução de parte do que roubaram e não conseguiram esconder de tanto que foi.

O Brasil está mudando? Tomara. Mas, a mudança de verdade será em 2018, se os eleitores não reelegerem quase todos que estão em Brasília conspirando a favor dos ladrões, contra o teto de gastos, os altos vencimentos dos servidores e a revisão das regras da previdência para as castas de servidores. Wake up, Brazil!

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