17/11/2016
AULA DE JORNALISMO I
O PT ainda sobrevive pela e com propaganda enganosa. As suas viúvas nas redações e salas de aulas sustentam o sonho da esquerda do atraso, catequisando analfabetos, ignorantes e desinformados. Pois é. A RBS de Blumenau, cujo dono ninguém sabe quem é, onde mora e se algum dia passou pelo Vale do Itajaí, esteve em Gaspar na semana passada. Veio “reportar” a ponte do Vale. Segundo Osvaldo Sagaz, que fez o “press release” eletrônico para o PT daqui, a prefeitura e o prefeito Pedro Celso Zuchi, sua única fonte e cicerone na obra, a ponte deverá estar liberada ao tráfego até o final do ano. “Esperamos vencer a burocracia até lá”, emendou pela enésima vez o prefeito. Quer sempre retirar a culpa que lhe cabe totalmente neste atraso e enrolação.
AULA DE JORNALISMO II
O repórter afirmou que a ponte estava pronta. Não está. Ninguém pode passar sobre ela, mesmo que seja a pé, saindo de uma margem firme para a outra. As imagens não deixam dúvidas. Não há ligação. O dicionário e a etimologia da palavra latina ponte, por ela não cumprir a função, também concluem que ela não está pronta. O prefeito diz que mais uns 45 dias ela fica pronta. Primeiro: em 45 dias o prefeito deixa o cargo e é por isso que ele quer entregar a ponte ao povo evitando que seu sucessor faça isso; segundo: qual burocracia – essa palavra repetida de Zuchi – é o problema? O repórter também não perguntou; ninguém respondeu. Os telespectadores ficaram sem a informação, como por exemplo, de que o projeto de um dos acessos está com problemas. E a culpa é da prefeitura, a burocrata atrapalhada nas próprias pernas.
AULA DE JORNALISMO III
O repórter disse que a ponte vai custar R$42 milhões. Em tese ele está certo. É isso que pode ser lido no edital de 2012. Disse que o atraso se deve à falta de verbas do governo Federal. Errado. Já expliquei isso várias vezes desmentindo à enrolação dos políticos, do PT e da imprensa preguiçosa ou chapa branca. O que o governo de Brasília se comprometeu no edital, ele entregou no tempo certo: os R$19 milhões. O que faltou foram os recursos da prefeitura. Por não tê-los, e falseado no edital, foi inúmeras vezes a Brasília – ganhando diárias e onerando os cofres daqui - com o pires aos amigos que dizia ter lá. E é aí que se deu a zebra. Mas, dos R$42 milhões, R$37 já vieram segundo o repórter. Eu já expus as dúvidas. O prefeito jurou na gravação que está tudo em casa. O fato, entretanto, é que a obra não está pronta mesmo com o dinheiro nos cofres. Nem ele, nem o repórter detalharam esta conta dos R$37 milhões onde a controvérsia pública é grande, devido à falta de transparência. Então o repórter errou: não será R$42 milhões o custo da ponte, mas menos de R$37 milhões. Ou não?
AULA DE JORNALISMO IV
Você já achava tudo isso estranho, contraditório e fantasioso? Não fique aí espantado. O prefeito Zuchi que não é do ramo, deu uma aula de economia – nos dois sentidos – durante à reportagem. Ele afirmou que vai sobrar e devolver dinheiro rubricado para a ponte ao governo Federal, o outro falido. O repórter ouviu tudo calado. Se em 2012 a ponte estava orçada em mais de R$42 milhões, inflação de quatro anos, dois aditivos, paralisações as quais geram mais custos e multas, isso sem contar que durante muitos anos disseram que a ponte não ia para frente por falta de recursos e agora, com muito menos do que o orçado, vai sobrar dinheiro e ele ser devolvido? Ria macaco! Isso por si só, são pauta e manchete nacionais. O repórter e o político acham que seus telespectadores e eleitores são todos uns tolos, não sabem fazer contas, vivem na ignorância e da tapeação de gente esclarecida? Ou o repórter não fez o seu papel como jornalista? Onde estavam o produtor, editor e o dono da emissora? Acorda, Gaspar!
Qual a diferença entre a administração do Pedro Celso Zuchi que se vai e de Kleber Edson Wan Dall que chega? No que tange às soluções na saúde pública, nenhuma.
A prorrogação da intervenção petista no Hospital de Gaspar é a melhor prova disso. E olha que o pessoal do PMDB quando foi tirado de lá, condenava esse tipo de intervenção. Esse pessoal ainda vai lavar a minha alma por muito tempo.
Os três prefeitos (Gaspar, Ilhota e Luiz Alves) eleitos e alguns vereadores precisam esclarecer as suas contas na Justiça Eleitoral, como dei aqui em primeira mão. Alguém acha que eles correm algum risco depois de tudo o que foi a campanha? Bobagem. Evoluiu-se, mas nem tanto.
A primeira obra que Pedro Celso Zuchi, PT, contratou quando chegou a prefeitura em 2009 foi a reforma do prédio. Na quarta-feira, poucos dias dele deixa-lo, uma chuva forte foi suficiente para alagar muitas áreas internas.
Paulo Filippus, foi candidato a vereador pelo DEM, em Gaspar. Ele é um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre que fiscaliza, inferniza o monopólio da esquerda do atraso, luta contra a corrupção e pede mudanças no modo de fazer e exercer a política partidária. Neste final de semana Paulo estará em São Paulo no Congresso do MBL, encontro que promete polêmicas.
Paulo foi um vitorioso naquilo que se propôs e fez. Entretanto, ficaram algumas lições. Paulo fez uma campanha ética, franciscana, de muita rede social e basicamente de poucas doações de eleitores, dispensando à ajuda financeira partidária. Bem diferente para Gaspar. Um desafio.
Seis doadores lhes repassaram R$630. Dois prestadores doaram serviços estimados em R$1 mil (produção e edição de vídeos). Paulo botou R$334 e o uso do carro dele foi declarado como R$2 mil. O diretório do DEM, na sua prestação de contas, compartiu mais R$700 para a assistência jurídica e contábil.
E contrariando expectativa da média dos mentores e do modo de fazer campanha aqui, Paulo foi o segundo suplente com 466 votos, ou R$3,57 por voto (o primeiro foi Lelo Piava, com 498 votos). O resultado ficou muito próximo dos eleitos pelos métodos tradicionais bem conhecidos em Gaspar.
E as lições? Campanha eleitoral em Gaspar ainda não pode ser prevalente nas redes sociais; não pode ser terceirizada com o candidato num casulo, como o cochilo que permitiu que material coletivo da coligação com o PSDB contivesse o número errado (e isso deu um bafafá danado, com concorrentes se metendo e colocando mais fogo no braseiro de forma intencional para a cisão).
Outra lição? A de que a Legislação em transe nem sempre ampara os bem intencionados: a Justiça Eleitoral tenta inviabilizar duas doações de prestadores de serviços, amigos de Paulo. Eles não colocaram dinheiro. Doaram tempo, conhecimento e serviços de forma voluntária, apesar de valorados os resultados entregues.
Mas, para a Justiça os dois doadores não tinham Carteira de Trabalho e assim não podem comprovar ou ter renda.
Ou seja, a Justiça é contra a própria transparência que prega, educa e diz estar a serviço. Neste caso, está pedindo que se minta ou dissimule. Entende-se assim, a razão pela qual os espertos (e profissionais do assunto) sempre levam vantagens sobre os honestos. A boa intenção, para a Justiça, é subjetiva. A sacanagem a regra.
Afinal, quantas obras estão paradas em Gaspar? Na campanha eleitoral elas apareciam como a capacidade realizadora do PT e de Pedro Celso Zuchi. O que aconteceu? Acorda, Gaspar!
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