Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

16/10/2015

TRANSPARÊNCIA I
O município de Gaspar, pela lei Federal, estava obrigado a dispor seus números no seu site na internet. O governo do PT, comandando por Pedro Celso Zuchi, colocou um arremedo, para enganar a todos nós. De forma proposital, não disponibilizou os salários de sua gente, inclusive do prefeito, vice e secretários, os mais altos dos municípios por aqui. Resistia à esta obrigação e transparência, justamente ele, que cobra dos outros a este tipo de ato.


TRANSPARÊNCIA II
Agora, fez isto. Mas, e só porque foi obrigado pelo Ministério Público, o que cuida da Moralidade Pública, com Chimelly Louise de Resenes Marcon. Ela se reuniu duas vezes. Pediu, explicou a Cleones Hostins. Agora que veio uma Ação Civil Pública ajuizada neste 18 de agosto. Ah, se não fosse o MP, estaríamos sob o jugo da ditadura do PT de Zuchi, Doraci, Amarildo, Dalsochio... Pirraça assustadora com contra a Lei, com o MP, a Justiça, a sociedade... Quando a vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, então no DEM (hoje ela está no PSDB) pediu no dia 1º de abril do ano passado algo semelhante, a administração petista a ignorou completamente. Fez troça com algo sério e mínimo, repito, mínimo, para a comunidade, a transparência na administração pública.


TRANSPARÊNCIA III
Quando se olha para a lista dos salários no que foi disponibilizado no portal e que se permite a todos os gasparenses examiná-la, vê-se claramente que há privilégios e que eram denunciados por muita gente, mas o labirinto da burocracia impedia o acesso e à certificação. Já se sabia que havia a possibilidade de horas extras para alguns, regiamente pagas, mas sem serem feitas. Só para aumentar o salário. O caso mais notório foi na Saúde.


TRANSPARÊNCIA IV
Agora, descobre-se mais: insalubridade e periculosidade pagas sem esta característica, comissionado com triênio, gente nomeada que não se acha o decreto de nomeação. São muitos. Há três ilustrações por falta de espaço. Pois é. Num só caso, e há mais, um simples funcionário interno (burocrata apadrinhado) da secretaria de Obras, de Lovídio Carlos Bertoldi, um provento de R$1.436,51, pode ele alterar e quase dobrá-lo por várias artimanhas. Basta somar mais R$501,20 de periculosidade, R$262,34 de horas extras a 50% e pasmem, outras R$118,51 de horas extras à base de 100%, ou seja, fruto de 40 horas de trabalho aos domingos e feriados.


TRANSPARÊNCIA V
Admitamos que neste caso exemplo, as horas extras realmente existiram. Qual perigo que coloca em risco este funcionário, na sua escrivaninha, lá na secretaria de Obras, para a periculosidade? Quer outra? Um diretor adjunto ganhando insalubridade de R$313, 34 por mês. Um companheiro indignado pergunta: “qual o material insalubre ele manipula? Limpeza dos banheiros? Produtos químicos como sabão, detergente...?”. Ele em sua defesa frágil alega trabalhar com pintura (só olha,  e às vezes). Poderia ser. Mas, não seria periculosidade, neste caso?



 

ZOMBARIA
O que apareceu na sessão da Câmara de terça-feira passada? A bancada do PT fez uma indicação para oficialmente denominar o loteamento das “Casinhas de Plástico”, de “Loteamento Arábia Saudita”, e suas ruas como nomes de cidades famosas daquele país no Oriente Médio, devido a doação das casinhas. Antônio Carlos Dalsóchio, cunhado do prefeito Pedro Celso Zuchi, José Amarildo Rampelotti, presidente do PT, mais Hamilton Graff e Daniel Fernandes dos Reis, não deram pio sobre a urbanização daquela área feito de gente que perdeu o lar na catástrofe ambiental de novembro de 2008, carente de tudo há anos e usados nas campanhas políticas. Nem outros. Meu Deus. Acorda, Gaspar!

 

Trapiche


Do ex-procurador geral de Gaspar, no governo de Pedro Celso Zuchi, PT, Mário Wilson da Cruz Mesquita, seu ex “cão feroz” de defesa, sobre o Projeto de Lei que dá advogado para os políticos de Gaspar com o dinheiro dos gasparenses. “Ao analisar o portal de transparência recém liberado ao público se faz uma simples constatação: se o Prefeito de Gaspar recebe o salário de R$ 21.073,71, e o prefeito de Blumenau recebe R$ 19.475,94 (mesmo com o triplo de problemas sociais e o quíntuplo de habitantes), por que então em Blumenau, o prefeito Napoleão [Bernardes] não elaborou um PL semelhante ao de Gaspar”?


E o dr. Mesquita responde de forma direta, óbvia e clara: “muito simples, porque as Instituições (Lions, Maçonaria e Rotary), os órgãos de classe (OAB, Corecon, CRA, CRC, CREA, CRECI e tantos outros), os partidos políticos (atuantes e inscritos no Cartório Eleitoral) e a sociedade civil organizada (ACIG, Ampe e CDL); bem como, toda a população em geral, não aceitaria passivamente pagar uma conta que não é sua, mas de um grupo pequeno de pessoas que, ao utilizarem do cargo público, pela má administração (por culpa ou má fé), causam prejuízos aos cofres do Município, e agora pretendem usar do dinheiro público em favor de suas defesas e interesses”.



Sobre o mesmo tema, por Mário César Pera, ex-vereador pelo PSDB. “Pior, parece coisa petista mesmo, considerando que a turma está se enrascando cada vez mais. Agora, se a ideia...ideia não, porque é um devaneio, se torna moda pelo pais, passaríamos todos nós a pagar a conta dos caríssimos advogados, que estão e estarão defendendo, os tantos enrascados no Petrolão. Imagina, desviaram tanto e ainda teriam direito a advogados para os defenderem. Pior é que nem deveria ter sido aceito, se a presidência do Legislativo tivesse a coragem de enfrentar o Executivo. E de oficio mandar de volta. Mas...”



Cidadania. O Vereador Luiz Carlos Spengler Filho, PP, pediu ao prefeito que encaminhe um projeto de lei que dê a isenção de pagamento de duas horas de área azul aos idosos e deficientes, nas vagas destinadas a eles.


O fedor do lixo. A Say Muller, empresa inventada pelo PT de Pedro Celso Zuchi, Doraci Vanz e Lovidio Carlos Bertoldi também está às voltas com problemas por lá. A Recicle ganhou a licitação. Como não recebia, parou de fazer o serviço. E aí veio a Say Muller fazer o serviço de emergência. Também não recebeu. E isto está dando uma confusão.


Outra do lixo de Ilhota. Ele deveria ser pesado pela prefeitura em Ilhota. Não está. Falta balança. A própria Recicle faz isto lá em Brusque. Dai...

 

Edição 1720

Comentários

Fernando Henrique Cardoso
19/10/2015 21:45
Plano de cargos e salários e o regime próprio não são prioridades da gestão atual na prefeitura.Grande absurdo!! descaso com o funcionalismo municipal!
Paulo Filippus
19/10/2015 20:29
PC do "BEM"

E por acaso existe Comunista do bem?

Fiquei pasmo em ler que algum sujeito, que nem o nome teve coragem de dar, veio até aqui anunciar que o Partido Comunista do Brasil vai estabelecer um diretório municipal em Gaspar. Já não basta o PT se espelhar no partido deles a nível nacional e querer aqui na cidade impor projetos imorais e inconstitucionais, agora os comunistas (seus fiéis soldadinhos de chumbo) vão querer ajudar a piorar a vida do Gasparense também?

Atenção gasparenses, se informem do que se trata o comunismo, olhem para a Venezuela e vejam o que esses caras fazem lá. Não é por que aqui eles se rendem ao capitalismo para chegar ao poder, que eles não querem ver vocês no mesmo lugar que colocaram os Venezuelanos.

A poucos dias atrás o Mauro Iasi, presidente do Partido Comunista Brasileiro (outro partido comunista), apregoou em um discurso que todos os "conservadores" e os que se opõem ao comunismo devem ser fuzilados. Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=PtPGVMXt1_0

É isso que vocês querem pra Gaspar, gasparenses? #AcordaGaspar!
Herculano
19/10/2015 16:13
MORALISTAS SEM MORAL, por Ricardo Noblat, para O Globo

Há uma semana, a presidente Dilma estava no chão, e a caneta de Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, cheia de tinta para assinar o ato que autorizaria a abertura do processo de impeachment contra ela. Esta semana começa depois de mais um movimento abrupto da gangorra do poder: Agora é Eduardo que está no chão, atingido por novas denúncias de roubalheira. E Dilma posa de vencedora.

AMANHÃ FARÁ uma semana que Dilma perguntou a sindicalistas reunidos por Lula para escutá-la em São Paulo: "Quem tem força, reputação ilibada e biografia limpa suficiente para atacar a minha honra? Quem?" Entusiasmada com os aplausos que recebeu, chamou o impeachment de "golpismo escancarado" e seus adversários, de "moralistas sem moral"

DE FATO, são "moralistas sem moral" os políticos que tratam Eduardo com brandura, interessados apenas em que ele ceda às pressões e ponha para tramitar na Câmara o processo de deposição da presidente reeleita há menos de um ano. Mas serão "moralistas com moral" aqueles que igualmente tratam Eduardo com brandura, empenhados apenas em que ele desista de derrubar Dilma?

NA CONDIÇÃO de investigado, Lula desembarcou em Brasília para ser ouvido por procuradores da República. Aproveitou a viagem para negociar com Eduardo o fim do impeachment em troca da salvação do mandato dele, ameaçado de ser cassado pela Câmara. E da boa vontade da Justiça quando fosse obrigada a julgar Eduardo por corrupção, lavagem de dinheiro e sonegação de impostos.

COMO LULA, sem ser um amoral, poderia garantir a Eduardo que deputados ligados ao governo negarão seus votos para cassá-lo? Como Lula, sem ser um amoral, poderia prometer que o governo empregará toda a sua força para que o Supremo Tribunal Federal absolva Eduardo dos seus crimes? Ou pelo menos para que não lhe aplique duras penas?

DIANTE DA MESMA plateia de sindicalistas que recepcionou Dilma em São Paulo, Lula justificou as "pedaladas fiscais" do governo que resultaram na rejeição de suas contas de 2014 pelo Tribunal de Contas da União. E o que disse? Que o governo foi obrigado a pedalar para não deixar sem dinheiro o Bolsa Família e demais programas de assistência aos mais pobres.

MENTIU - o que não pega bem para um moralista com moral. Para um sem moral não faz diferença. As pedaladas tiveram a ver com despesas feitas pelo governo para além do que o orçamento permitia. Com isso, desrespeitou a lei de responsabilidade fiscal. Quem desrespeita lei incorre em crime. Não vale a desculpa imoral usada por Dilma de que governos anteriores procederam assim também.

QUANTO À PERGUNTA que ela fez aos sindicalistas: "Quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficiente para atacar a minha honra?" Há muita gente que tem, sim. Talvez falte motivo para o ataque. Em compensação, há motivos de sobra para que se ponha a conduta de Dilma em dúvida. É provável que ela não tenha roubado. Mas que sequer tenha visto que roubavam?

SEU SUCESSOR no Ministério das Minas e Energia é suspeito de ter roubado. Sua sucessora na Casa Civil, de tráfico de influência. Como mandachuva na Petrobras, aprovou negócios que envolveram propinas. E viu a empresa submergir em um mar de lama. Dinheiro sujo financiou suas campanhas. Se tudo isso a surpreendeu, por carecer de competência não tinha condições de presidir o país.
Herculano
19/10/2015 16:10
CRIME CONTINUADO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo
Parte 1

O ministro Raimundo Carreiro, do Tribunal de Contas da União (TCU), determinou que seja feita uma auditoria para confirmar se o governo da presidente Dilma Rousseff continuou a dar suas "pedaladas fiscais" também neste ano. Se for verificado que "continuam a ser praticados pela União no presente exercício financeiro atos de mesma natureza já examinados e reprovados, ou seja, operações de crédito vedadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal", como escreveu Carreiro em seu despacho, ficará claro, definitivamente, que Dilma escolheu escarnecer da lei que, ao tomar posse, jurou respeitar.

No início deste mês, o TCU rejeitou, por unanimidade, as contas do governo de 2014. No parecer que foi aprovado, estavam bastante claras as manobras feitas pela equipe de Dilma para esconder o fato de que, em ano eleitoral, o governo promoveu gastos sem a correspondente cobertura orçamentária e forçou as instituições financeiras públicas a lhe dar crédito para cobrir despesas não previstas e, assim, bancar seu superávit fiscal. A esses truques se convencionou chamar de "pedaladas", realizadas quando as contas federais já estavam depauperadas graças às lambanças da presidente.

Em lugar de admitir o erro, em respeito ao TCU e à inteligência alheia, Dilma e os petistas preferiram enxergar na sentença do tribunal uma decisão política. Na lógica da presidente, o intuito do TCU foi criminalizar seu governo e o PT, uma vez que outros governos também teriam "pedalado" e, no entanto, não foram punidos. Tal argumento não encontra respaldo nos fatos: nenhum presidente anterior, no período democrático, lesou tão profunda e sistematicamente os cofres públicos para maquiar resultados fiscais ?" foram cerca de R$ 40 bilhões em atrasos só em 2014.

Já neste ano, o Ministério Público de Contas, que atua junto ao TCU, informou que, "não obstante a forma clara e categórica" com que tal conduta foi reprovada, o governo repetiu as "pedaladas" ?" e num ritmo muito superior ao do ano passado. Apenas no primeiro semestre, os atrasos somaram mais de R$ 40 bilhões, volume equivalente ao "pedalado" durante todo o ano passado. É a reiteração categórica do malfeito.
Herculano
19/10/2015 16:09
CRIME CONTINUADO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo
Parte 2


Pilhados em flagrante delito, os petistas reagiram conforme um padrão estabelecido desde o mensalão: primeiro, negaram; depois, como não era possível negar, disseram que todos os outros também fizeram; por fim, quando ficou claro que a dimensão do crime cometido no governo petista era inédita, declararam que tudo foi feito por uma boa causa.

Desde a rejeição de suas contas pelo TCU, Dilma e seus assessores vêm dizendo que as manobras foram necessárias para a manutenção dos programas sociais do governo. Tal versão foi amplamente sustentada pelo mentor de Dilma, o ex-presidente Lula, que admitiu o truque contábil, mas disse que "a Dilma fez as pedaladas para pagar o Bolsa Família, fez as pedaladas para pagar o Minha Casa, Minha Vida".

Não é verdade. Conforme mostra o TCU, a maior parte dos R$ 40 bilhões "pedalados" no ano passado serviu para bancar o subsídio embutido no Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), voltado para as grandes empresas, e também nos empréstimos do Banco do Brasil para empresas do agronegócio. Já os atrasos do governo à Caixa Econômica Federal para cobrir o pagamento do Bolsa Família e outros programas somaram R$ 6 bilhões. Ou seja, o governo Dilma "pedalou" sua bicicleta fiscal muito mais para bancar os empresários "campeões nacionais" do que para ajudar os pobres.

Enquanto isso, o governo pretende negociar um prazo camarada para colocar em dia tudo o que "pedalou" no primeiro mandato de Dilma. A equipe econômica diz que será impossível fazer essa devolução em menos de três anos. Isso significa não só que Dilma continua a pedalar, como pretende deixar a pesada conta de sua irresponsabilidade fiscal para seu sucessor.
Herculano
19/10/2015 16:06
REPÚBLICA DAS BANANAS? por Paulo Guedes, para o jornal O Globo

E perturbador o desembaraço com que as figuras coroadas da Velha Política dificultam nosso aperfeiçoamento institucional

A delação premiada do lobista Fernando Baiano envolve, entre os beneficiários da roubalheira na Petrobras, o presidente do Senado, Renan Calheiros, os senadores Delcídio do Amaral, do PT, e Jader Barbalho, do PMDB, o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau e até mesmo a nora do ex-presidente Lula, por intermédio de um repasse feito por seu amigo íntimo José Carlos Bumlai. Estão expostas de forma cada vez mais nítida as vísceras da Velha Política, com suas degeneradas práticas de fisiologismo no Legislativo, encobertas pela cumplicidade do Judiciário.

O tráfico de influência, o desvio de recursos dos contribuintes e o pagamento de propinas a políticos e partidos revelam o fenômeno da corrupção sistêmica, alimentada pela ininterrupta escalada dos gastos públicos. Aplica-se à nossa classe política o diagnóstico de Barbara Tuchman sobre os papas renascentistas: "Recusam-se a mudar, mantendo em estúpida teimosia o sistema corrupto existente. Não podiam fazer as reformas porque eram parte da corrupção, com ela cresceram e dela dependiam. Ignoraram todos os protestos e os sinais de uma revolta crescente. Colocaram seus interesses privados acima do interesse público, sob a ilusão de um status invulnerável" Por omissão e imprudência de nossa classe política, a dinâmica dos eventos atuais é dirigida agora pelo Ministério Público, pela Política Federal e por um novo Judiciário, que tenta se afirmar como poder independente.

Estamos construindo as instituições de uma Grande Sociedade Aberta. O choque de poderes independentes dispara um processo de aperfeiçoamento em busca das melhores práticas, desde que as instituições atuem dentro de seus limites constitucionais. Confesso que é perturbador o desembaraço com que as figuras coroadas da Velha Política criam obstáculos ao nosso aperfeiçoamento institucional. Mas o despertar do Poder Judiciário anuncia novos tempos. O Brasil não quer mais ser uma república das bananas. A hipertrofia e o aparelhamento do Estado deturparam valores morais e práticas políticas. Fabricaram escândalos, desmoralizaram partidos e derrubaram nossa taxa de crescimento. Continuamos prisioneiros do fechamento cognitivo e da amoralidade de obsoletas lideranças ante os desafios da estagflação e da corrupção
sidnei luis reinert
19/10/2015 11:22

Ronaldo Caiado

Dilma e Lula transformaram a Esplanada dos Ministérios em uma filial do PT. 34.600 cargos comissionados criados pela dupla. Tudo para dar uma boquinha aos companheiros. Tem gente que chega a ganhar até R$ 152 mil em remuneração. Não dá mais. Vamos DesPTizar a Esplanada dos Ministérios.

Cofres abertos: Remuneração em ministério vai até R$ 152 mil

http://oglobo.globo.com/brasil/cofres-abertos-remuneracao-em-ministerio-vai-ate-152-mil-17811868#ixzz3p1Htu3eX
Sidnei Luis Reinert
19/10/2015 10:44
Negociação de dívida e operação abafa para livrar banco de culpa na Lava Jato seguram Levy na Fazenda


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A delação premiada de Fernando Baiano não fará mal apenas à cúpula do desqualificado Congresso Nacional. Pelo menos um grande banco brasileiro é alvo de suspeitas de colaboração nas operações de lavagem de dinheiro. A mesma instituição será alvo de denúncias na CPI dos Fundos de Pensão - aquela que o quase caído Eduardo Cunha elegeu para acabar com seus principais inimigos no desgoverno Dilma Rousseff. O escândalo tem poder para desviar o foco sobre o Presidente da Câmara - insustentável com a revelação dos detalhes sobre as operações financeiras nos inconfiáveis bancos suíços.

É justamente por causa deste escândalo prestes a estourar que Joaquim Levy está impedido de deixar o ministério da Fazenda, mesmo que tenha imensa vontade de abandonar o PTitanic - como vem pressionando Luiz Inácio Lula da Silva. Levy nada tem a ver com a falcatrua, mas a avaliação interna dos ministros mais próximos de Dilma indica que a saída dele pode facilitar que o caso venha à tona. A complicada "operação abafa" já está em andamento. A intenção é empregar a costumeira força do poderio econômico para que o problema fique ocultado por alguma espécie de "sigilo judicial").

Além do escândalo com um poderoso banco na Lava Jato, nos bastidores dos podres lobistas de Brasília circula a informação de que Levy tem de ficar no cargo até que o desgoverno cumpra um complicado acordo de pagamento de dívidas com os principais bancos. É unicamente por este motivo que a Presidenta Dilma Rousseff é obrigada a insistir, lá da Suécia, que "Levy fica". PT da vida com seu partido, a irritada Dilma foi obrigada ontem a perder a linha com os repórteres que acompanham sua viagem internacional, para garantir que Levy não sai: "Ele não está saindo do governo. Ponto. Eu não toco mais nesse assunto. Qualquer coisa além disso está ficando especulativo. Vocês não farão especulação a respeito do ministro da Fazenda comigo. A política econômica dele, se ele fica, é porque concordamos com ela".

Resumindo: Levy fica. Mas fica daquele jeito... Com Lula e Rui Falcão querendo a cabeça dele...
Herculano
19/10/2015 08:27
DILMA NA SUECIA: LEVY FICA!". DILMA EM CONGRESSO DA CUT: OUVE "FORA LEVY" E SE CALA. OU: DILMA SABOTA DILMA, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Confesso que já passou o tempo em que Dilma Rousseff despertava a minha irritação. Agora, ela só me provoca preguiça intelectual ?" a mim e ao resto do país, o que é, claro!, um motivo a mais para deixar o cargo. Ela chegou àquela fase em que já não sabe o que faz e diz.

Neste domingo, em Estocolmo, na Suécia, na entrevista que concedeu, tratou da possibilidade de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deixar a pasta como especulação da imprensa; como se ele não tivesse, de fato, pensado em sair, já que está sendo alvo de ações desestabilizadoras comandadas pelo PT, tendo ninguém menos do que Lula à frente.

Não só. Em entrevista à Folha deste domingo, Rui Falcão, presidente do partido, pregou a saída de Levy, a menos, disse que ele mude a política econômica. Falcão quer de volta o padrão Guido Mantega, aquele que quebrou o país. Instada a comentar as pressões pela saída do ministro, leiam o que disse Dilma a jornalistas:
"Eu acho que o presidente do PT pode ter a opinião que quiser, mas não é a opinião do governo. A gente respeita a opinião do presidente do PT, mas isso não significa que seja a opinião do governo (?). Se eu lhe disse que não é opinião do governo [a de Rui Falcão], o ministro Levy fica. (?) Se ele fica, é porque concordamos com a política econômica dele".

Indagada sobre a conversa que teve com Levy na sexta, depois de o ministro ter, sim, ameaçado sair, ela afirmou, informa a Folha:
"Vou falar uma coisa para vocês: há um nível de invenção de conversas que não é verdade. É absurdo dizer que nós tratamos disso na reunião. O que nós conversamos foi fundamentalmente sobre quais são os próximos passos e qual é a nossa estratégia no sentido de garantir que se aprovem as principais medidas que vão levar ao equilíbrio fiscal. Nem tocou nesse assunto [saída], não tinha nenhuma insatisfação dele, até porque essa entrevista [Rui Falcão] não tinha ocorrido, não sei como saem essas informações, e que são danosas, porque de repente aparece uma informação que não é verdadeira".

Dilma negou ainda que Lula lhe tenha pedido a cabeça de Levy.

Então vamos ver. O chefão do PT vive, sim, cobrando a demissão do ministro, em público e em privado. E ela tratou dessa possibilidade com o titular da Fazenda na sexta. Logo, a imprensa, nesse caso, cumpre o seu papel ao informar.

De resto, na terça-feira, dia 13, Dilma compareceu ao congresso da CUT. Discursou e vituperou contra a oposição. Antes, durante e depois do seu discurso, a plateia de sindicalistas gritou "Fora, Levy", e a presidente sabia que era esse um dos itens da pauta da "companheirada". Ouviu a gritaria e ficou calada, preferindo vociferar contra golpistas inexistentes.

Quando Lula discursou, ela já tinha saído, mas o Babalorixá de Banânia não teve dúvida: esconjurou o ministro da Fazenda e sua política econômica, e, mais uma vez, a plateia gritou "Fora, Levy".

Em março deste ano e, um pouco depois, em maio, escrevi aqui que Lula e o PT eram as forças de desestabilização de Dilma. Eram e são. Mantenho a leitura. Mas, hoje, como se nota, é Dilma quem mais sabota Dilma.

Uma presidente da República comparecer ao congresso de uma central sindical que tem como pauta guilhotinar seu ministro da Fazenda é, para dizer pouco, um ato irresponsável.

A imprensa, nesse caso, noticia o que sabe e não concorre para derrubar Levy. Quem compareceu a um ato de sabotagem contra o ministro da Fazenda foi a sua chefe!

Dilma deveria ter declarado no congresso da CUT, no dia 13, que Levy fica, em vez de oferecer essa garantia em Estocolmo, na Suécia. Que sentido faz reforçar o ministro em solo estrangeiro e contribuir com a sabotagem contra seu próprio auxiliar em solo nativo?

Dilma perdeu o eixo faz tempo.
Herculano
19/10/2015 08:21
EMPREITEIROS ESPERAM TRIBUNAIS SUPERIORES

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Felipe Bächtold.

O empresário Marcelo Odebrecht, presidente do grupo Odebrecht, já sofreu derrotas em todas as instâncias da Justiça abaixo do Supremo Tribunal Federal. Ele e Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, completam quatro meses na cadeia nesta segunda (19).

Outros cinco suspeitos que foram detidos no mesmo dia pela Operação Lava Jato permanecem presos em Curitiba. Marcelo Odebrecht teve negados pedidos de habeas corpus no Tribunal Regional Federal e, na semana passada, no Superior Tribunal de Justiça.

Na ocasião, um pedido de liminar foi rejeitado pelo ministro Marcelo Navarro, recém-chegado na corte e visto como uma esperança de flexibilidade pelos advogados de empreiteiras. O mérito do pedido ainda será julgado por um conjunto de ministros.

A defesa de Marcelo Odebrecht, que já é réu na Justiça Federal no Paraná, argumenta que ele não oferece risco às investigações, que já estão em estágio avançado.

O juiz Sergio Moro usou mensagens encontradas no celular do empreiteiro como argumento para o decreto de prisão preventiva. Entre os arquivos de Odebrecht, havia recomendações a subordinados para "higienizar apetrechos" e "não movimentar nada", que foram interpretadas como uma tentativa de atrapalhar as investigações.

Um dos executivos da empreiteira detidos em junho, Alexandrino Alencar, conseguiu a liberdade no Supremo Tribunal Federal na última sexta-feira (16). A defesa dos outros diretores da empresa deve tentar ampliar os efeitos da decisão para o grupo.

No caso de Otávio Azevedo, Moro citou na ordem de prisão a venda de uma lancha dele para o lobista Fernando Soares, suspeito de operar o pagamento de propina, como indício de uma relação próxima entre os dois. Moro viu riscos por entender que as empreiteiras teriam condições de prejudicar a coleta de provas, inclusive por meio de influência política.

Para os investigadores, Azevedo tinha "domínio do fato", ou seja, sabia do que se passava na empresa e por isso deve ser mantido preso.

"A prisão é desnecessária e não há prova nenhuma da participação dele nos fatos. Ele está preso exclusivamente por ter presidido a holding Andrade Gutierrez", afirma o advogado Juliano Breda.

O tempo de prisão dos dois executivos é menor que o de um grupo de dez empreiteiros detido em novembro de 2014. Eles foram liberados por ordem do STF de abril deste ano, depois de 165 dias na cadeia.

À época, a corte entendeu que não ficara comprovado que os executivos presos poderiam fugir ou atrapalhar as investigações. Neste mês, também completaram meio ano detidos três ex-deputados e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
Herculano
19/10/2015 08:18
POLÍTICA LEMBRA PROFISSÃO MAIS ANTIGA DO MUNDO, por Josias de Souza

Esta é uma história exemplar. Só não está muito claro qual é o exemplo. Mantenha-a longe das crianças. Ela tem muito a ver com o atual momento da política brasileira. Uma fase pornográfica, transcorrida nos baixios da natureza humana. Enfim, aconteceu com dois deputados ?"um do DEM, outro do PCdoB.

?" Vocês mantêm com o Eduardo Cunha um relacionamento envergonhado. Ficam se bolinando no escurinho do cinema. Mas não têm coragem de passear de mãos dadas com ele na calçada, provocou o comunista do 'B', aos risos, ao esbarrar no colega 'demo' no plenário da Câmara.

Passaram-se duas semanas. Em política, é tempo de sobra para que surja o efeito nuvem de que falava a raposa Magalhães Pinto: você olha e vê um formato, mas quando olha de novo já vê outro.

Súbito, Lula e Dilma passaram a cortejar Cunha. Para evitar que o presidente da Câmara empinasse o impeachment, como acertara com a oposição, o governo se dispôs a colocar suas engrenagens a serviço de um lema: 'Fica, Cunha'. Ao cruzar com o provocador do PCdoB, o deputado do DEM foi à forra:

?" Vocês nos superaram. Levaram Eduardo Cunha não para o cinema, mas para o motel. Foram direto para o boquete, sem preliminares. E passeiam com ele à luz do dia. Por favor, me explique o que está acontecendo!

Muita gente achava que a política era a segunda profissão mais antiga do mundo. Observando o que se passa em Brasília é impossível deixar de perceber que ela se parece muito com a primeira.
Herculano
19/10/2015 07:43
LULA, O DIVERSIONISTA, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

Lula, acuado, tenta de tudo para fugir de sua agenda negativa. Sentindo o cheiro da Lava Jato chegar perto dos seus ?"familiares e amigos?", o petista mira no que reúne e anima sua tropa. Bater no ministro Joaquim Levy.

O ex-presidente não se conforma com o estado de ruindade da economia brasileira. Acredita piamente que a vida do PT, da presidente e a sua, apesar de toda lambança do petrolão, não estaria neste miserê todo se o país estivesse crescendo.

Só que, a cada dia, tudo fica pior. Até otimistas de plantão já falam que o cenário econômico só melhora no final do ano que vem. Daí, por instinto de sobrevivência, Lula desce a lenha sem dó na política econômica de Levy e estimula sua turma a fazer o mesmo.

Difícil saber até onde faz isto como estratégia diversionista ou se deseja, de fato, que sua criatura adote uma linha populista de estímulo ao crédito quando todos estão endividados. Ou é desespero mesmo.

Afinal, Lula defende que Henrique Meirelles assuma a cadeira de Levy. Uma troca que não traria nenhuma guinada na política econômica. Pelo contrário, seria uma continuidade em doses mais salgadas.

Enfim, Lula tenta salvar o que pode de seu legado e, para tal, pressiona sem rodeios sua criatura a mudar o que considera equivocado.

Até pouco tempo, reclamava que ela não lhe dava ouvidos. Agora, com a crise em altíssima voltagem, sente que o clima mudou e ela passou a ceder a suas pressões.

Como na troca da Casa Civil. Depois de relutar, trocou Aloizio Mercadante por Jaques Wagner, o nome certo para o posto, mas que deveria ter chegado lá um pouco mais cedo.

A batalha agora parece ser na economia. Neste domingo, ela deu um chega para lá no lulista Rui Falcão, que pediu em público a cabeça de Levy. Foi além. Disse concordar com sua política econômica. Só que tudo pode não passar de puro diversionismo dilmista. A conferir.
Herculano
19/10/2015 07:34
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA

Para lembrar. Amanhã, terça-feira, é dia de coluna Olhando a Maré inédita. Só para os leitoras e leitores da internet e que a fazem líder de acesso. Acorda, Gaspar!
Herculano
19/10/2015 07:19
PLANALTO TEME PROTESTO CONTRA BLINDAGEM DE DILMA, por Cláudio Humberto na coluna que publicou nos jornais brasileiros

O Planalto não ficou inteiramente tranquilo com a decisão do Supremo Tribunal Federal que travou o impeachment, blindando a presidente Dilma do rito fixado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. No governo há o temor de que a liminar do ministro Teori Zavascki acirre os ânimos, no Congresso, e provoque a retomada de manifestações de rua, em razão da rejeição recorde a Dilma, apurado em pesquisas.

Intervenção

O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) não entendeu a decisão do ministro Teori Zavascki. Para ele, "foi uma intervenção" indevida.

Toma lá, dá cá

Aliados contam que Eduardo Cunha recebeu do Planalto a proposta de ser "salvo" da Lava Jato em troca do arquivamento do impeachment.

Nos outros é refresco

O rito agora barrado pelo STF foi o mesmo adotado no frustrado pedido de impeachment de FHC, em 1999, e no de Fernando Collor, em 1992.

#vemprarua

O Vem pra Rua organiza ato marcado para esta segunda, em São Paulo. É o primeiro protesto oficialmente pelo impeachment de Dilma.

Deputados já negociam substituição de Cunha

Com o envolvimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, na Operação Lava Jato, líderes partidários buscam alternativas de fortalecimento dos partidos no Congresso. Nos bastidores, os deputados Leonardo Picciani (PMDB), Jarbas Vasconcelos (PMDB), Miro Teixeira (Rede) e André Moura (PSC) pedem votos para a presidência da Câmara, prevendo a queda do peemedebista.

Destilando intriga

A antecipação da eleição para presidente da Câmara é incentivada pelo Palácio do Planalto, que busca um nome alinhado ao governo.

Sangrando o adversário

O governo acredita que a medida enfraquecerá Eduardo Cunha e mostrará que ele não tem mais condições de se manter no cargo.

Mais do mesmo

Se realmente cair, Eduardo Cunha pretende emplacar um deputado que mantenha o tom beligerante em relação ao governo e ao PT.

Lavanderia

A CPI do BNDES acredita que nova rodada de quebra de sigilos de empresas mostrará irregularidades em pagamentos ao marqueteiro de Dilma, João Santana. "Chegamos à lavagem de dinheiro na campanha do PT", avisou Alexandre Baldy (PSDB-GO), cheio de otimismo.

Caso raro

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Dias Toffoli, será o observador brasileiro nas eleições gerais canadenses amanhã, terça (20). Para aliviar o Erário, o ministro bancou passagem e hospedagem do próprio bolso. E também rejeitou receber diárias pela viagem.

Truco

O clima esquentou entre o ministro Ricardo Berzoini e o deputado Celso Russomanno (PRB-SP). Líder do PRB, ele ameaçou entregar o Ministério do Esporte. Recuou após o ministro aceitar a oferta.

Telhado de vidro

O líder do PDT na Câmara, Afonso Motta (RS), imposto pelo presidente do partido, Carlos Lupi, está na mira da própria bancada. Ele é personagem no esquema do Carf, investigado em CPI e na PF.

Cara feia

Medo é o que experimentam novos e antigos assessores do presidente da Câmara. Dizem que Eduardo Cunha anda com cara, gestos e ações de pouquíssimos amigos. Razões suíças: contas, e não queijos.

Calma lá
O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), discorda da cúpula do partido, que se posicionou contra Eduardo Cunha. Sampaio alega que a oposição "ganhou voz" com o atual presidente da Câmara.

Vista grossa

Nas barbas da Docas do Rio, importante área do porto de Itaguaí, vem sendo ocupada pela comunidade Coroa Grande. Trata-se de medida para beneficiar aliados da família do deputado Leonardo Picciani.

Mantendo a esperança

A ordem na oposição é não se abater com decisões que dificultam o impeachment. "Há esperança, sob pena de o Estado se não prestar seu dever constitucional", diz Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

Pensando bem...

...impressiona a rapidez com a qual o "inimigo número um" do Brasil muda de semana para semana.
Herculano
18/10/2015 16:58
COMO GASPAR VOTOU?

Hoje o PMDB catarinense elegeu o deputado Federal Mauro Mariani, como presidente do partido. Foi uma guinada e tanto. Mauro era um "desafeto" de Luiz Henrique da Silveira, blumenauense que foi deputado, prefeito de Joinville, presidente nacional do PMDB, ministro de Ciência e Tecnologia, governador por dois mandatos e estava senador. Ele centralizou e "comandou" o PMDB daqui, fez poder, e como todo o centralizador que se acha eterno, não fez legado.

E a sua morte física, foi a morte também do seu frágil, mas reinado, marcado por composições improváveis e pontuais, mas resistentes dissidências com partidos e lideranças (uma delas foi Adilson Luiz Schmitt, ex-prefeito daqui), apesar do seu tom quase sempre conciliador.

O resultado da convenção mostrou uma unidade relativa do partido. Dos 531 delegados, foram contabilizados 403 votos, todos favoráveis a homologação da chapa única chamada de "Luiz Henrique da Silveira". Políticos e marqueteiros, tem destas coisas. Eles próprios criam fantasias e se enganam.

Gaspar foi a convenção. E foi também como uma viúva. Até então, sem saber que isto um dia aconteceria, há muito apostava contra Mariani. Abertamente, de viva voz e para disfarçar, numa ação política, ninguém disse que mudou de opinião. Acorda, Gaspar!
Herculano
18/10/2015 13:10
EDUARDO CUNHA TEME CAIR NA MÃO DO JUIZ MORO, por Josias de Souza

Eduardo Cunha ao lado da mulher, a jornalista Cláudia Cruz; abaixo, a filha do deputado, Danielle

A autoconfiança de Eduardo Cunha vai cedendo espaço à inquietação. Crivado de denúncias, o presidente da Câmara rumina dois temores, informam seus amigos. O primeiro é o receio de perder o mandato e migrar do STF para as mãos do juiz Sérgio Moro, em Curitiba. O segundo é o medo de ver a mulher, Claudia Cruz, e a filha, Danielle Cunha, hostilizadas em público e condenadas pela Justiça.

A prioridade de Cunha passou a ser manter o pescoço grudado à cabeça na Câmara. Avalia que, se seu mandato for cassado, pode ter um destino de André Vargas ?"referência ao ex-deputado petista André Vargas, cuja carreira política foi fulminada pela Lava Jato. Pilhado mantendo relações monetárias com o doleiro Alberto Youssef, Vargas teve o mandato passado na lâmina e migrou do foro privilegiado do STF para a primeira instância do Judiciário.

Alcançado pelo juiz Sérgio Moro, Vargas foi preso e já arrostou sua primeira condenação por corrupção e lavagem de dinheiro: 14 anos de prisão, em regime inicialmente fechado. Num sentimento compartilhado com alguns aliados, Cunha acredita que, sem mandato, será tratado por Moro de forma ainda mais inclemente. Uma eventual cassação levará para o primeiro grau da Justiça também a mulher e a filha de Cunha.

A pedido do procurador Rodrigo Janot, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, autorizou investigações também contra Cláudia Cruz e Danielle Cunha. Daí o receio de Cunha. Documentos enviados pela Promotoria da Suíça à Procuradoria da República comprovam que a mulher de Cunha era beneficiária de uma das contas secretas abertas pelo marido na Suíça. A filha do deputado era dependente no uso de um cartão de crédito vinculado à conta que armazenava dinheiro de má origem.

Até a semana passada, Cunha posava de valente. Dizia que não perderia o mandato nem deixaria o comando da Câmara. A divulgação do papelório que confirma a existências das contas bancárias que o deputado dizia não possuir na Suíça deixou-o em situação tão precária que os aliados o aconselham a abdicar da Presidência para tentar salvar pelo menos o mandato.
Herculano
18/10/2015 12:31
HORIZONTE CRÍTICO, editorial do jornal Folha de S.Paulo

A campanha quase aberta das lideranças maiores do petismo contra o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, contribui para levar a um ponto crítico a política econômica que, segundo se supõe, é a do governo Dilma Rousseff (PT).

O programa de ajuste precário das contas públicas emperrou em um Congresso tomado pelo tumulto político, no qual a presidente da República não consegue formar nem mesmo maiorias circunstanciais.

As recentes intervenções do ex-presidente Lula, em particular na reforma ministerial, animaram os adversários de Joaquim Levy e da política econômica que ele quase solitariamente personifica.

Ataques descabidos contra as diretrizes propostas pelo ministro solapam o apoio necessário para que sejam aprovados projetos de aumentos de impostos. Nas atuais circunstâncias, dissipam-se, sem tais medidas, as possibilidades de mero equilíbrio entre receitas e despesas primárias do governo (excluídos gastos com juros da dívida).

Assim, praticamente se relega para o ano que vem a vigência dos novos tributos. Tal atraso, uma espécie de sabotagem, adia ainda mais ?"talvez para 2017?" a desejada retomada de algum crescimento.

Pior, esse pode nem ser o maior dos danos. O governo fracassou no cumprimento das metas de economia que anunciara neste ano.

Em julho, reduziu a quase zero o superavit primário para 2015. Em agosto, enviou ao Congresso um Orçamento deficitário para 2016. Tais recuos provocaram o rebaixamento do crédito do país, com as decorrentes altas de taxas de juros e do preço do dólar. No momento, o governo está à beira de reconhecer que deve ter deficit neste ano.

Uma nova rendição do Planalto, em especial quanto às metas de 2016, tende a provocar outra rodada de descrédito, com deterioração ainda maior da economia.

Além das turbulências imediatas, tal degradação deve implicar o aprofundamento da recessão.

A reversão de tal estado de coisas, no entanto, é tão possível quanto uma piora adicional e aguda da crise.

Na maior parte, tal risco se deve à incerteza sobre a disposição do governo de controlar o acentuado aumento de sua dívida. Em outros termos, deve-se à incapacidade do Planalto de oferecer um programa de reformas que, mesmo sem impacto imediato, crie esperança de estabilidade no horizonte.

A aprovação do pacote de ajuste, a apresentação de um plano de reformas crível e a derrota dos quintas-colunas no governo não daria cabo da crise, mas seria um ponto de inflexão ?"o sinal de que se aproxima o fim de um ciclo desastroso.
Herculano
18/10/2015 12:28
A SEM-VERGONHICE SENTOU NA PRAÇA, editoria do jornal O Estado de S. Paulo

O panorama de ampla, geral e irrestrita sem-vergonhice escancarado pela divulgação diária de novas e escandalosas roubalheiras, conchavos e chicanas coloca o País diante do risco da banalização de uma rotina que pode acabar transformando em conformismo a indignação que hoje assalta a consciência cívica nacional. Afinal, se todo mundo é ladrão, se é impossível associar política a princípios morais, se a regra é o salve-se quem puder, dane-se o resto, que eu vou cuidar da minha própria vida. Foi algo assim ?" no caso, o processo de conversão ao "pragmatismo" ?" que abriu a Lula e a seu PT o caminho de acesso ao poder e à insensibilidade moral.

Passou a valer o debochado aforismo: "Instaure-se a moralidade, ou nos locupletemos todos", sendo apenas para constar a primeira alternativa do brocardo. É a lógica dos safados, a desculpa dos picaretas, o refúgio da bandidagem engravatada. É a motivação oculta dos idealistas de fôlego curto que acabaram descobrindo que é muito mais fácil e proveitoso desfrutar do poder do que usá-lo para promover o bem geral.

Só que Lula e sua tigrada não consideraram que no clube do "locupletemo-nos todos" teriam de dividir espaço com gente de larga experiência na matéria, velhos e astutos coronéis e capas pretas da política. E, quando os petistas tentaram transformar esses "aliados" em meros coadjuvantes na cena política, deu-se o desastre: surgiu um Eduardo Cunha para mostrar que Lula, Dilma & Cia. eram pouco mais que aprendizes afoitos e desastrados em matéria de malandragem, dissimulação e falta de escrúpulos.

Misturada a sem-vergonhice com a incompetência, o País mergulhou na atual crise, cuja marca mais perniciosa tem sido a falta de esperança numa solução de curto ou de médio prazo.

Os brasileiros não podem, no entanto, simplesmente dar as costas àquilo que repudiam e renunciar ao direito de lutar pela construção de seu próprio destino. O primeiro passo é identificar com clareza as figuras que, por nefastas, merecem ser punidas com a expulsão da vida política. É uma punição para a qual a democracia oferece a todos uma arma poderosa: o voto.

É mais do que óbvio que, depois de 12 anos no governo, a irresponsabilidade do populismo lulopetista é a principal culpada pelas agruras que maltratam hoje os brasileiros, de modo especial os mais pobres, em nome dos quais o PT reclamou o poder. E quem personifica, desde sempre, a imagem do PT? Não é, certamente, a presidente Dilma Rousseff, que já está com prazo de validade vencido. O PT é Lula. E a grandeza de Lula se mede por um de seus últimos atos na Presidência da República.

Em dezembro de 2010, Lula ordenou a seu chanceler, Celso Amorim, que ignorasse o regulamento do Itamaraty e contemplasse com passaportes diplomáticos os petizes Da Silva, que estavam, já então, destinados a iniciar prósperas carreiras como empresários. Que mal há nisso? O mal, na questão dos passaportes, é que está errado, não pode, a lei não permite, nem mesmo um presidente que deixa o cargo desfrutando de altíssima popularidade está acima da lei. Em resumo, é imoral.

Exatamente porque não hesitou em beneficiar a filharada com favores indignos, Lula demonstrou que não teria dúvidas em fazer o mesmo em outras circunstâncias, digamos, menos triviais. O noticiário recente exibe o elenco de possibilidades que se abriram à sortuda prole.

Tudo passa, para recorrer ainda à sabedoria popular de que Lula se vangloria de ser guardião. Dilma, por exemplo, passará. Mas Lula acha que ficará ?" e mexe os pauzinhos para chegar a 2018 como o salvador da pátria, a mesma que ajudou a enfiar neste buraco fundo em que estamos.

Mais cedo ou mais tarde, Lula terá de se haver ou com a ação conjugada da PF com o MPF ou com as urnas. Da condenação destas últimas só escapará se os brasileiros perderem a fé em que podem ser sujeitos e não meros objetos da História.
Herculano
18/10/2015 12:26
POPULISMO DEIXA RASTRO DE RUINAS NO CONTINENTE, editorial do jornal O Globo

Na alternância cíclica entre autoritarismo e abertura política, o nacional-populismo aparece como atalho perigoso, que impede a reconstrução democrática

A América Latina, como mostra a História, é marcada por ciclos alternados de autoritarismo e abertura política. Infelizmente, não é raro que, ao sair de um regime ditatorial, o caminho à democracia plena se veja desviado perversamente por atalhos populistas, também autoritários, interrompendo o processo de reconstrução das instituições fundamentais da república. Em nome de uma ideia difusa de "libertação" ou da "defesa nacional" contra um inimigo externo, adultera-se a democracia, intervém-se na economia, personaliza-se o que é público, apadrinham-se segmentos da sociedade e corrompem-se agentes do Estado e atores da sociedade, com alto custo para o desenvolvimento político, econômico e social.

Argentina e Venezuela são hoje exemplos bastante típicos desse processo. Bolívia e Equador também, mas sem ainda enfrentar tantas dificuldades econômicas.

Com os bons ventos da economia internacional, expressos sobretudo na valorização dos preços das commodities, Buenos Aires e Caracas falaram grosso em nome do bolivarismo, categoria política incensada por Hugo Chávez, supostamente a favor do povo e contra o capital e o mercado. O kirchnerismo é da mesma família do bolivarianismo. Os dois países recorreram à retórica nacionalista dos regimes militares para intervir na economia: a Venezuela desapropriou e estatizou empresas; ambos controlaram preços e o câmbio; destruíram institutos de estatística econômica; se isolaram da economia global com políticas protecionistas; cortaram juros a canetadas; subsidiaram setores específicos; e aumentaram salários acima da produtividade real da economia.

Quando estourou a crise internacional em 2008 e os desequilíbrios de suas políticas econômicas bateram firme no bolso da sociedade, o lado autoritário desse nacional-populismo tomou a forma visível da repressão, para conter revoltas e coibir a decepção generalizada. No caso venezuelano, vê-se um país à beira de uma ditadura formal, com a prisão de líderes da oposição, repressão violenta contra manifestantes, cerceamento da imprensa, desequilíbrio entre os poderes, e todo tipo de coerção contra candidatos às eleições parlamentares, cujo realização é incerta. Na Argentina, assiste-se ao ataque contra a imprensa profissional e até mesmo à morte mais que suspeita do procurador que investigava a presidente Cristina Kirchner.

No Brasil, as instituições republicanas mostraram até agora boa resistência às tentativas de hegemonização política do lulopetismo, representante deste nacional-populismo. Mas, no campo da economia, a adoção da "nova matriz macreconômica" empurrou o país para o mesmo caminho de infortúnio dos vizinhos bolivarianos.

O resultado, uma grave crise sem perspectiva de solução a curto prazo, cobra seu preço sobretudo da população mais pobre, inclusive aquele segmento que deixara estatisticamente a pobreza absoluta e corre agora o risco de retroceder. Por ironia, em nome de quem opera o populismo.
Herculano
18/10/2015 12:15
CUNHA SEQUESTROU O GOVERNO E A OPOSIÇÃO, por Élio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de São Paulo

O Planalto acha que precisa de Eduardo Cunha para segurar o impeachment e a oposição acha que precisa dele para consegui-lo. Já o doutor acha que o Planalto e meia dúzia de notáveis de Brasília podem livrá-lo dos efeitos da Lava Jato. É engano.

De acordo com a documentação bancária conhecida, desde o dia 23 de abril de 2014 Eduardo Cunha sabe que a Lava Jato chegaria a ele. Foi quando fechou sua conta Orion no banco suíço Julius Baer, onde ficavam os cofrinhos de Renato Duque, Jorge Zelada e Paulo Roberto Costa.

A Lava Jato tinha um mês de existência e já haviam sido presos Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa. No dia 20 de maio, no mesmo banco, Cunha fechou a conta Triumph, aberta em 2007. Nenhuma delas era facilmente identificável a partir de seu nome. Tanto era assim que deixou outras duas em atividade.

Em 2011 a Orion recebera um depósito de 1,3 milhão de francos suíços saídos de uma conta Acona, do BSI. Ela pertencia ao engenheiro João Augusto Henriques, um ex-diretor da BR Distribuidora que quase chegara a diretor internacional da Petrobras, mas indicara o doutor Zelada para o lugar.

Em novembro do ano passado a conta Acona foi bloqueada a pedido do governo brasileiro. Nessa época poucas pessoas falavam de Henriques. O governo, a Petrobras e Cunha preferiram esquecer o que ele dissera ao repórter Diego Escosteguy em 2013: "Do que eu ganhasse (nos contratos intermediados com a Petrobras), eu tinha de dar para o partido (PMDB). Era o combinado, um percentual que depende do negócio".

A notícia do bloqueio da conta de Henriques no BSI chegou a Cunha, que se inquietou. Descobriu que a iniciativa partira de autoridades brasileiras. Calado, o Ministério Público estava atrás do poderoso Henriques.

Cunha foi eleito presidente da Câmara em fevereiro, entrou atirando e anunciou que convocaria os 39 ministros da doutora Dilma para sabatinas. Onze dias depois, colocou em votação e viu aprovada a imposição do orçamento impositivo. Surgira a expressão "pauta-bomba".

Em março o doutor entrou na lista do Janot e passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal. Uma semana depois, outra bomba: a Câmara aprovou uma mudança no cálculo do salário mínimo.

No dia 17 de abril o banco Julius Baer fechou as duas outras contas ativas (Netherton e Kopek), que Cunha talvez tenha suposto serem inalcançáveis. Bomba de novo: menos de um mês depois a Câmara aprovou mudanças no cálculo do fator previdenciário.

Em agosto o juiz Sérgio Moro aceitou uma denúncia do Ministério Público contra Henriques. Bomba: a Câmara aprovou a proposta de emenda constitucional que vincula os salários de advogados públicos e policiais aos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Em setembro, como era de se prever, Henriques foi preso. Desde o bloqueio da conta Acona isso era pedra cantada.

Todas as bombas aprovadas pela Câmara, bem como aquelas que estão guardadas no paiol podem ser defendidas em discussões pontuais. O problema é que, no conjunto, simplesmente destroem as finanças do país. Custam R$ 284 bilhões ao longo dos próximos anos.

O governo e a oposição acham que podem fazer acordos com Eduardo Cunha. Deixando-se de lado o fato que um acerto serviria para derrubar a doutora Dilma e o outro para preservá-la, o que há de mais intrigante nessas operações é que nem Cunha, nem a oposição e muito menos o Planalto, controlam o Ministério Público e a Lava Jato. Se controlassem, ela já teria acabado há muitos meses.

Trata-se de um caso de contaminação voluntária de reputações, algumas até boas.

Uma alma danada vem chamando o presidente da Câmara de "Al Pacino". Fica a dúvida do que isso significa. Na vida real ele é um grande profissional, com um Oscar no papel de Serpico, um corajoso policial honesto. Esteve também em filmes como "Um Dia de Cão" (baseado numa história verdadeira) e "O Poderoso Chefão".
Herculano
18/10/2015 12:13
VAZAMENTOS, por Élio Gasperi na segunda parte da coluna esclarecedora que fez neste domingo para os jornais O Globo e Folha de S.Paulo

Eduardo Cunha tinha toda razão quando se queixava de que seu nome vazava seletivamente nas denúncias de malfeitos.

A entrada na roda de Renan Calheiros e Delcídio Amaral mostra que havia macumba na encruzilhada.

MALUQUICE

A ideia é maluca, mas tratando-se do comissariado, tudo é possível.

O Planalto estaria interessado em vincular juridicamente à Advocacia Geral da União as agências reguladoras de telefonia, energia e saúde.

Tradução: se a AGU der um refresco aos concessionários, as agências, que nasceram para ser autônomas, devem baixar a cabeça e acompanhar o corneteiro.

SETE BRASIL

A Sete Brasil esclarece: suas negociações com a Petrobras para a construção de 14 sondas de perfuração não incluem a discussão de multas para casos de atraso na entrega dos equipamentos.

O que as duas empresas ainda negociam são as penalidades decorrentes de eventuais descumprimentos das cláusulas que determinam o conteúdo nacional na construção das sondas.

REFRESCO

Depois de ralarem mais de um ano apanhando do Ministério Público na Lava Jato, alguns escritórios de advocacia acreditam que abriu-se uma pequena brecha para futuros litígios nos tribunais superiores.

Na variação ocorrida nos depoimentos do lobista Julio Camargo que, de início, não falou em Eduardo Cunha, teriam entrado mais argumentos do que simples ameaças ou temores.

Se ficar comprovado que houve troca-trocas nesses tipos de depoimentos, mesmo que não se abale a estrutura jurídica das denúncias, tisna-se a moralidade das confissões.

FALAR MAL DO SUS É UM VÍCIO IRRACIONAL

Há dois anos, o Conselho Federal de Medicina divulga uma pesquisa que mostra a avaliação da saúde pública e privada pelos brasileiros. O resultado de 2015 foi óbvio: para 60% dos entrevistados ela é ruim, e para 54% o Sistema Único de Saúde não presta.

Veio embutida nessa pesquisa uma informação menos óbvia e mais relevante.

Quem recorre ao SUS (o andar de baixo) é mais benevolente com seus serviços do que aqueles que não o usam. Treze por cento desses usuários acham-no bom ou excelente e 53%, péssimo ou ruim. Quem não usa o SUS e paga plano privado tende a vê-lo com maus olhos, pois do contrário admitiria que está fazendo mau negócio. Só 8% avaliam-no como bom e 60% como ruim.

Metade dos entrevistados que pagam planos usaram o SUS para consultas e exames e 20% internaram-se na sua rede. Entre os que fizeram cirurgias no SUS (16%), metade achou o serviço bom ou excelente. Não é um número que mereça ser festejado, mas sugere que o SUS vai melhor do que se pensa. Seus gargalos estão nas esperas e na gestão.

Em novembro o Conselho divulgará outra rodada da pesquisa, fechando o foco nos planos privados.
Herculano
18/10/2015 12:05
NOJENTO

Eu tenho as assinaturas eletrônicas dos principais jornais e revistas nacionais.

Mas, há pouco, passei numa banca e deliberadamente comprei quase todas as edições impressas. Saudosismo? Nada. Contribuição ao trabalho e ao custo deste trabalho de revelação da podridão em que estamos metidos, ainda mais numa época de recessão, onde as verbas publicitárias do setor privado estão escassas e muito negociadas

Foi uma ato de cidadania... Bom, mas esta não é a questão central para a observação deste post.

Alguém, que nunca vi, ou não me lembro, vê-me com aquela sacola cheia de jornais e revistas. "Coisa nojenta, né doutor (?)!".

- Nojenta?
- Estas revistas e jornais, esclareceu, mas nem tanto
- Não entendi!
- As notícias
- Ah, sim!, consenti.
- Esse jornais estão com falta de notícias", esclareceu-me melhor o desconhecido, mas fingi não entender o que já tinha entendido.
- Você acha, é?, provoquei.
- Estão perseguindo gente pobre, humilde, sem instrução. Agora estão querendo provar que o Lula roubou e acabar com o PT. Era só o que faltava...
- Sinceramente", arrisquei. "Esta perseguição é de gente rica mesmo. Você tem razão. O grande erro do Lula e do PT foi imitarem ricos e ladrões que ficaram ricos roubando do governo. E se deu mal. Ou você acha que a Polícia Federal, o Ministério Público, a Justiça são coisas de ricos?
- São
- Não entendi!
- Ricos compram tudo
- Mas quem compra tudo é o PT, veja o mensalão, o petróleo...
- Isso é a imprensa dos ricos, feita de famílias de judeus, que conta isso para enganar o povo. Os judeus são os donos da mídia e do Brasil...
- Tá bom. Bom dia...", sorri, acenei com a mão num sinal de adeus e como se aquilo fosse uma piada mal contada e encenada no stand up!
- Ei doutor, volta! Correu? insistiu.
- Perdeu. Está faltando argumentos, doutor. Coxinha!, desclassificou-me na minha opinião e inteligência mínima. Ficou falando sozinho. Pensei. Ele não deve o único e pensar e agir assim. As leituras das reportagens da semana e deste domingo mostram que tem gente influente com opiniões, desculpas e defesas similares. Afinal, ele, que aparentemente não conheço, deve ser uma daquelas pessoas de reputação ilibada, mas doentes. Wake up, Brazil!
Herculano
18/10/2015 11:28
A ESCOLHA DE SOFIA, por Fernando Gabeira, no jornal O Globo.

Parte 1

Quem cai primeiro: Dilma ou Eduardo Cunha? Essa, para mim, é uma escolha de Sofia, a personagem que teve de decidir qual dos dois filhos seria sacrificado. Sofia queria que ambos sobrevivessem, daí a angústia de sua escolha. No caso brasileiro, gostaria que os dois caíssem e, se possível, levassem também o Renan Calheiros.

Para o ex-ministro Joaquim Barbosa, o impeachment de Dilma é uma bomba atômica. Mesmo discordando de sua conclusão, acho que a imagem é útil e nos remete ao período da Guerra Fria, no qual a ameaça de uma hecatombe nuclear se tornou um fator de equilíbrio.

Eduardo Cunha tem contas na Suíça e foi detonado por quatro delatores. Hoje, conta com a simpatia da oposição. O líder do PSDB fez um discurso nauseante de apoio a Cunha na CPI. Fiquei tão chocado que escrevi mensagem de protesto para seu gabinete.

Mas Cunha floresceu no período do PT. Era líder de seu partido, o PMDB, comandava votações e nas questões econômicas fechava com o governo. O processo de degradação que o PT favoreceu acabou levando a uma consequência lógica na Câmara: o mais hábil e experimentado bandido acabaria ocupando a presidência.
Herculano
18/10/2015 11:28
A ESCOLHA DE SOFIA, por Fernando Gabeira, no jornal O Globo.

Parte 2

A imagem de Barbosa serve, no entanto, para descrever o quadro. O impeachment tem valor para Cunha apenas como ameaça. Ele sabe que o impeachment de Dilma, imediatamente, levaria à sua própria queda. Dilma e Cunha necessitam um do outro e talvez evitem a guerra até que um deles caia por si próprio, derrubado pelos cupins que o consomem. Só existe um fator capaz de trazer alguma esperança: a participação popular. Sem ela, o Congresso fica perdido, os dramas vão se arrastar e reduziremos as chances de prosperidade das novas gerações.

Lula, por exemplo, escolheu um caminho de defesa: os fins justificam os meios. As pedaladas fiscais aconteceram para financiar o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. É um argumento tenebroso porque engana os mais ingênuos e continua dando à quebra das regras do jogo um certo charme de Robin Hood. Acontece que o governo não pedalou apenas com os gastos sociais. Fez inúmeras despesas, em torno de R$ 26 bilhões, sem consulta ao Congresso. Em qualquer democracia do mundo, isso é crime bem mais grave do que comer um bombom na mesa do delegado da PF.

Não importam Teoris e Rosas e outros juristas vestidos de preto, com uma linguagem empolada. Nessa semana fizeram o que condenamos nos juízes de futebol: apitaram perigo de gol. O governo acentuou seus erros num ano eleitoral precisamente para dizer agora: esqueçam o passado, não sou responsável por ele. E, com esse argumento, pedalou até em 2015.

Enquanto potencialmente puder acenar com o impeachment de Dilma, Cunha ficará vivo. E enquanto tiver Cunha como seu grande oponente, o governo vai propor a ele um acordo de sobrevivência. É uma dádiva para o PT que ele tenha encarnado a oposição.

Dizer que nada vai se resolver enquanto for decidido por cima não é, necessariamente, pessimismo. Milhões de pessoas rejeitam Dilma e Cunha. Mas não podem apenas esperar que um destrua o outro. Ou supor que as instituições, por si próprias, encontrem a saída. O Brasil está vivendo, de novo, aquele dilema do personagem de Kafka que esperou anos diante da porta do castelo, para descobrir que ela sempre esteve aberta.

Nossa oposição é medíocre, o Supremo aparelhado pelo PT, que se gaba de ter pelo menos cinco ministros na mão. Os principais personagens, Dilma e Cunha se equilibram pelo terror.

Milhões de pessoas querem mudança. Mas esperam que aconteça num universo petrificado de Brasília. As coisas se parecem um pouco como aquele poema de John Donne sobre sinos dobrando. Não pergunte por quem dobram, pois dobram por você. De uma certa maneira, não será o Cunha, Congresso ou Supremo que resolverão essa parada. Ela depende de cada um.

Enquanto os atores institucionais e seus cronistas nos reduzirem apenas a expectadores, esse filme de quinta categoria não acaba nunca. Não quero dizer com isso que precisamos fazer manifestações cada vez maiores, para os jornalistas medirem, fita métrica na mão, o nosso avanço.

Com mais de meio século de experiência nas ruas, cheguei à conclusão de que nelas, como em outros lugares, não é só a quantidade que conta. Há um grande espaço para a qualidade e invenção. Mesmo sem nenhuma garantia de que esse caminho dê certo, ele tem, pelo menos, a vantagem de estar nas nossas mãos.

Da anistia às diretas, passando pela queda de Collor, as conquistas populares foram notáveis. Mas assim como na profissão de jornalista, o passado é muito bom mas não serve de consolo para os desafios do momento. O foco é sempre a próxima tarefa.

E o Brasil parece ter empacado na próxima tarefa. Ela não se resume na troca no poder, mas também na busca de um crescimento sustentável em todos os sentidos. Não podemos mais voar como galinha nem seguir, desvairadamente, destruindo recursos naturais.

Alguns amigos sonham com a garotada que vem aí. Mas os ombros dos jovens não precisam suportar o mundo. O futuro interessa também aos que não estarão vivos para presenciá-lo.
sidnei luis reinert
18/10/2015 11:20
Se Dirceu e Andrezinho delatarem...


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Ninguém menos que José Dirceu de Oliveira e Silva, condenado no Mensalão e cansado de ficar preso pelo Petrolão, está fechando um acordo de "colaboração premiada" com a Força Tarefa da Lava Jato. Outro que tende a seguir o mesmo caminho da "delação" é o ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, o maçom André Vargas. A pergunta enigmática que fica no ar é: se Dirceu e Andrezinho delatarem, quem será "deletado"? O Ministério Público Federal e o juiz Sérgio Fernando Moro deverão responder com facilidade...

Dirceu não aguenta mais ficar tanto tempo preso - ainda mais porque já tem uma condenação nas costas e tende a se ferrar nos processos da Lava Jato. Ele tem sido pressionado pelo filho a optar pela delação. Na tese de familiares do "guerreiro do povo brasileiro", "não é justo que ele pague sozinho por crimes que sequer cometeu" (sic). No Mensalão, Dirceu segurou a barra praticamente sozinho. No Petrolão, ele se sentiu abandonado por "amigos". Dirceu só quer ter paz para voltar a viver com sua filha pequena e xodó, Maria Antônia, de apenas cinco anos, fruto do namoro com Simone Patrícia Tristão Pereira.

O caso de André Vargas é um pouco mais complexo. Ele não deseja atrair para si a pecha de "traidor". Ainda mais que seus aliados e familiares, até o momento, estariam sendo beneficiados por benesses governamentais, que estariam comprando o "silêncio obsequioso". André enfrenta o mesmo problema de outros presos na Lava Jato. Como não acreditava que poderia ficar tanto tempo na cadeia, posava de valente. O longo tempo encarcerado quebrou a resistência do petista que seria um dos mais completos "arquivos vivos" sobre a cúpula do Partido dos Trabalhadores. Se André realmente abrir o bico, em transação judicial, o estrago será grande.

Enquanto a petelândia entra em desespero com o risco concreto e imediato das delações de Dirceu e André, a Presidenta Dilma Rousseff segue desgovernando em ritmo insustentável. Só não perdeu seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy, porque o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi desconvenceu-o da demissão. Teriam falado mais alto os interesses do próprio Bradesco e do Itaú que não desejam "surpresas" em tempos de complicada crise de inadimplência - não só dos clientes que pagam juros extorsivos, mas do próprio desgoverno com os bancos. Levy continua no cargo, porém sem a menor vontade de ficar. Se a pressão aumentar demais, chuta o balde e sai.
Herculano
18/10/2015 11:18
DUAS CENAS

Cena Um. Sábado fui a um centro de comércio popular. Na fila escuto um debate com dois eleitores de Lula e Dilma (coisa rara hoje em dia alguém assumir isto).

- Ele é um safado. Acabou com a nossa presidenta (se referia a Eduardo Cunha).

- Ela também tem culpa. Ela traiu Lula...

E o negócio foi longe neste ritmo até eu pagar a minha conta, que embute este desastre do caos econômico, fruto da ignorância, do fanatismo e da sacanagem misturadas a essência do poder que governa o Brasil.

Cena dois. Agora pela manhã fui ao supermercado fazer umas comprinhas de emergência, tanto que passei no que se chama de caixa rápido.

Na minha frente ao encerrar a conta, a caixa perguntou ao cliente tentando ampliar consumo de sobrevivência do emprego dela:

- Recarga para celular, moço?

- Não! Neste país estão até proibindo a gente de falar ao telefone", retrucou, aos desfiar as dificuldades financeiras que não lhe permitia mais usar o telefone. Desfilou sua ira contra o governo.

- É votei nela e no Lula. Eles me enganaram. Tanta gente falou. Achei que era aluguel de gente rica... Lá em casa só eu estou trabalhando... Estou com medo...

Conclui com os meus botões: agora é tarde. Mas, antes tarde do que nunca. E este tarde só veio (e rápido demais para quem prometeu o sonho eterno e àqueles que acreditaram)da pior forma possível. Vade retro satanás. Wake up, Brazil!
Herculano
18/10/2015 11:04
NOTÍCIAS DO BRASIL

Leitora assídua me telefona. Ela quer notícias do Brasil. Da ladroeira. Quer novidades. Retruco: não tem mais novidades. E exemplifico: "você já viu alguma vez na vida aqueles vermes se procriando, se alimentando, se movimentando e devorando carne em decomposição?

A cena é chocante, o fedor repugnante, mas eles gostam.

São assim as notícias de políticos e da política do Brasil. Os políticos são os vermes, a carniça os nossos pesados impostos sendo consumidos por eles. Eles gostam e se lambuzam, nós enojados, mas incapazes de por um fim em tudo isto, inclusive no fedor alimentado pelo PT, PMDB, PP, PSD, PDT, PC do B, PR, PTB, PRB e outros, incluindo o PSDB e DEM que falharam como oposição, não enfrentaram e permitiram que carne de primeira (controle da inflação, responsabilidade fiscal, desenvolvimento econômico, ética mínima)se tornasse carniça, incluindo a contaminação das instituições. Vade retro satanás. Wake up, Brazil!
Herculano
18/10/2015 08:48
FOTOS

As fotos que se espalham nas redes sociais sobre a reunião interna do PSDB de Gaspar na quinta-feira, assustou os adversários pela audiência de quem até então só cabia numa Kombi e por isso não tinha força e volume de negociação.
Herculano
18/10/2015 08:38
NOVOS ATORES, por André Singer, cientista político e exporta voz e assessor de imprensa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT.

Mistura de fortuna maquiavélica e de mecanismos institucionais previstos abriu a Dilma Rousseff a chance rara de chamar novos personagens à cena. A sorte veio soprada por procuradores da Suíça. Como numa peça de Shakespeare, às vésperas da deflagração do impeachment, elfos suíços complicaram o enredo com supostas provas de desvio de milhões de reais em direção ao presidente da Câmara.

O Supremo Tribunal Federal (STF), por seu turno, em exemplo paradigmático (a ser usado em sala de aula) sobre a função dos contrapesos implícitos na divisão de poderes, bloqueou de vez a marcha golpista. No entanto, trata-se só de parada técnica. O imbróglio do impedimento vai retornar, de um modo ou de outro.

Enquanto a confusão armada em torno das falsas pedaladas segue o ritmo lento determinado pelos freios institucionais, Dilma precisa aproveitar o tempo para conversar com a sociedade de modo a construir um pacto que possa repercutir dentro do próprio Congresso. Jaques Wagner e Ricardo Berzoini devem cuidar da costura parlamentar para obter alguma governabilidade imediata. Mas se a presidente não for capaz de incluir a planície no jogo, será difícil uma solução de médio prazo.

Tome-se a questão da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), proposta pelo Executivo como saída intermediária para o quadro fiscal. Por meio da CPMF, Dilma procura não fazer todos os cortes a que está sendo pressionada, os quais colocariam em risco programas sociais centrais. Mas é patente que hoje conta com pouca chance de reunir os 308 votos necessários para aprová-la na Câmara dos Deputados.

A saída está em construir um consenso por fora, que qualifique o debate legislativo. A entrevista do industrial Israel Klabin à Folha (12/10) mostra que há empresários favoráveis à volta da CPMF, desde que por apenas "três ou quatro anos". "Se for aprovada, a partir do ano que vem, teremos uma inflação relativamente controlada e o lado macroeconômico administrado", afirmou o industrial.

Os sindicalistas, por seu turno, estão ansiosos por conversar, a julgar pelas repetidas manifestações da Central Única dos Trabalhadores (CUT) nesse sentido. Eles aceitam a CPMF, desde que fosse possível isentar as camadas de renda mais baixas.

Em outras palavras, capitalistas e trabalhadores, que apontam para perspectivas diferentes em quase todo o resto, poderiam concordar nesse ponto crucial para Dilma, pois a ambos interessa encerrar a recessão o quanto antes. Se Dilma não usar este momento para trazer novos atores ao palco, vai se ver de novo, mais dia menos dia, sozinha no meio de um enredo golpista desesperado e desesperante.
Herculano
18/10/2015 08:34
ACORDO OU DESACORDO, por Jânio de Freitas para o jornal Folha de S. Paulo

Apesar do tom categórico dado à notícia de um acordo do governo com Eduardo Cunha, prometendo protegê-lo da cassação e recebendo a retenção do pedido de impeachment de Dilma, há outra explicação para as mesmas circunstâncias. Jaques Wagner e Edinho Silva, ministros da Casa Civil e da Comunicação da Presidência, foram apontados como os artífices do acordo em seus encontros com o presidente da Câmara. São os personagens também das informações divergentes.

O motivo diferente para a ida de Wagner, ex-ministro da Defesa, ao encontro de Cunha teve duas partes. O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, não sairia do seu silêncio público e falaria do risco de descontrole social, "se a atual crise prosseguir", só para mostrar-se na internet. Ainda mais dizendo que uma tal situação "diz respeito diretamente" aos militares. É fácil compreender que aí havia muito a ser conversado com o presidente da Câmara. Fosse quem fosse a estar, valendo-se daquele cargo, para agravar a situação com suas pautas-bombas -o boicote a rigores do "ajuste" econômico e até a imposição de aumentos de gastos governamentais.

Tema conexo ao anterior, Wagner levou mais uma vez a Cunha a urgência do governo de apreciação, pelo Congresso, dos vetos presidenciais a itens da pauta-bomba. O presidente do Senado marcou essa votação, Cunha impediu-a. Renan Calheiros marcou outra vez, Cunha impediu-a também. E deixou-a sem data. Ainda assim afirmando que não é contra o "ajuste" de Joaquim Levy, nem hostil ao governo.

Um dos dois ministros levou a Cunha a notícia antecipada de que a posição do Brasil sofreria algum rebaixamento, a ser anunciado logo, por uma das empresas chamadas de "agências de risco". Incluída a situação política como uma das causas preponderantes do rebaixamento.

Em paralelo a essa outra visão dos dois encontros com Cunha, se na política tudo cabe, a aritmética não complacente com a ideia do tal acordo. Cunha, por certo, conhece muito bem a composição do Conselho de Ética da Câmara. Sabe que tem muito mais influência, ou controle, do que o governo e o PT sobre cerca de metade da Comissão. Onze deputados, contra três do PT mais um do PDT, governistas. A turma puxada pelo PSDB (dois) tem cinco, e é tida como disposta a votar contra Cunha só se ele já houver encaminhado o pedido de impeachment.

Pois isso mesmo, Cunha emitiu duas frases complementares. A primeira: "Se entregar a cabeça da Dilma, depois vocês entregam a minha cabeça" (para os líderes da oposição que foram à sua casa). A outra, posterior: "Decidir o impeachment agora, não há hipótese".

Cunha não se engana. A posição do PSDB é a não posição. Soltou uma nota sugerindo mais ou menos a renúncia, e no dia seguinte o líder de bancada, Carlos Sampaio, estava na casa de Cunha tratando de acordo para o impeachment. Aécio Neves fala enfim: "A posição do partido já foi colocada [na nota] e nós reiteramos". A alternativa existente, porém, é esclarecedora da posição peessedebista: ou a renúncia, que o "partido favorável" deveria cobrar de imediato, ou a permanência para tratar do impeachment, como conversado na casa de Cunha depois da nota disfarçante.

Acordo entre o governo e Cunha não seria acordo: seria conchavo. Como o PSDB, não tem outra definição.

A semana de Cunha nos promete. Não por ele, embora não seja avaro.
Herculano
18/10/2015 08:19
da série: aos "romeiros" de Pomerode em busca de remédios e curas milagrosas, bem como a imprensa regional passional, beirando a irresponsabilidade na defesa do charlatanismo com algo tão técnico e sério para a ciência e à vida de gente frágil física e emocionalmente em decorrência da gravidade da doença. Que escola de jornalismo frequentaram?

A DROGA QUE O SUPREMO LIBEROU, por Vera Guimarães Martins, ombudsman do jornal Folha de S.Paulo.

A cobertura de saúde não requer apenas conhecimento da área, ela exige sobretudo responsabilidade. Infelizmente, o setor é solo fértil para mercadores de ilusões, poções milagrosas e pesquisas "científicas" realizadas com meia dúzia de almas ou algumas dúzias de ratos, cujas conclusões não resistem a um espirro e são divulgadas sem critério.

Na semana passada, o ministro Edson Facchin, do Supremo Tribunal Federal, ajudou a complicar esse quadro ao conceder liminar que obriga a USP a fornecer cápsulas de um composto experimental para pacientes com câncer que entraram na Justiça. A fosfoetanolamina existe há anos, mas só foi estudada como produto químico, nunca foi testada a sério em humanos nem submetida à avaliação da Anvisa, razões que a fazem ser vista com extrema desconfiança pelos oncologistas.

A liberação do STF, mesmo que transitória, fez a droga bombar em site e redes sociais e encheu a cuia rasa dos apreciadores de teorias conspiratórias, para quem ela só não foi liberada até hoje por pressão dos laboratórios farmacêuticos.

A Folha só entrou no assunto na quinta (15). Deu uma página em "Ciência+Saúde", com boa análise que alertava para o perigo do charlatanismo embutido em decisões judiciais que ignoram o protocolo científico. O material contudo tinha dois senões: um infográfico que descrevia o mecanismo de atuação da droga sem deixar claro que ele nunca foi provado e o depoimento de uma jornalista da área de ciência que se declarava disposta a ministrar a droga na mãe, recém-diagnosticada com câncer pulmonar.

Observei que é compreensível que a fragilidade emocional provocada por uma doença letal leve pessoas a embarcar em qualquer aventura que traga esperança, mas que não é admissível que um jornal como a Folha abra espaço para divulgar esses arroubos, ainda mais quando travestidos com algum verniz de conhecimento científico.

Para a Direção de Redação, o depoimento era válido porque trazia um ponto de vista relevante, que se contrapunha à análise. Para mim, é o tipo de mensagem que confunde o leitor e legitima a alternativa, engordando a fila de desesperados por um milagre.

Há muita história mal contada sobre a fosfoetanolamina. Seu descobridor, Gilberto Chierice, professor aposentado ligado ao Grupo de Química Analítica e Tecnologia de Polímeros da USP de São Carlos, não deu entrevista ao jornal. Ouvido pelo site G1 em agosto, ele "garantiu" que a substância cura o câncer, embora, como admitiu, não saiba quais: "Não é possível fazer essa medida porque nós não somos médicos. Teria que ter uma parceria com o médico para ele mostrar a eficácia de cada um. Isso nunca foi feito".

É de se perguntar por que não, já que Chierice e equipe patentearam a fórmula, conforme revela nota do Instituto de Química de São Carlos (http://www5.iqsc.usp.br/esclarecimentos-a-sociedade/).

Como se vê, ainda há muito a explicar.
Herculano
18/10/2015 07:56
O HUMOR DE JOSÉ SIMÃO

E o Brasil em 3D: Dilma, Dunga e Dólar!

E o Cunha virou moeda de troca: cunheco! "Te dou mil cunhecos pra você não impichar a Dilma."

"E eu te dou três mil cunhecos pra você impichar a Dilma." É um cai não cai. Dilma e Cunha jogam o Cai Não Cai da Estrela.

E o blockbuster em Brasília é : Dilma e Cunha em "Duro de Cair 2"!

E o chargista Mariano mostra o Cunha apresentando sua defesa na tribuna: "Quem foi o FDP que andou depositando dólares na minha conta na Suíça?".

Fui eu! Esse FDP sou eu!

E a Dilma continua no corredor da morte. Tipo aquela pessoa no corredor da morte no Texas. Aí vão adiando a execução!

E a PF prendeu o secretário do Ministério da Pesca. Diz que recebia propinas. Em minhocas?

Já sei, recebia propina em garoupas, aquelas notas de R$ 100!

E o Ministério da Pesca devia ter criado o Vale Vara: toda mulher terá direito a um Ricardão quando o marido for pescar!

E essa semana até o Dunga se salvou. Ganhamos da Chavezuela. Um time caindo de Maduro!

E o time da Venezuela não veio para jogar, veio pra comprar pasta de dente! Fazer o supermercado em Fortaleza.

E aí, cansado de tanta corrupção na política, você muda pro futebol e: "Messi será julgado e pode ser preso".
Herculano
18/10/2015 07:50
O PMDB DE GASPAR NA CONVENÇÃO QUE CONSAGRA O DEPUTADO MAURO MARIANI, ADVERSÁRIO DE LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA, NOVO PRESIDENTE DO PARTIDO

1. Vai dividido?
2. Vai fingindo?
3. Vai mudado e disposto a reconstruir-se?
4. Vai continuar órfão e reclamando pelos cantos?
Herculano
18/10/2015 07:46
CORRUPÇÃO, por Paulo Alceu

Um projeto alterando o Código Penal Brasileiro apresentado pelo deputado Fabrício Oliveira, cria a figura jurídica do crime por enriquecimento ilícito praticado por servidor público e detentores de mandato eleitoral. A legislação atual, segundo o parlamentar do PSB, cria entraves burocráticos que acabam beneficiando os corruptos e incentivando, desta forma, os desmandos com os recursos públicos.

"Isso tem que mudar. É muito complicado comprovar que um funcionário público enriqueceu somente com os atos inerentes à sua função. Nossa proposta é muito simples e prática: tipifica como crime o enriquecimento de agentes públicos que tenham patrimônio e usufruam de recursos incompatíveis com seus rendimentos declarados," explicou o deputado catarinense.
Herculano
18/10/2015 07:33
PARA CONFERIR DAQUI A POUCO

Estava no Moacir Pereira: Maldaner: "Dilma devia renunciar"

Presidente de honra do PMDB e líder histórico do partido, o ex-senador Casildo Maldaner pretende defender na Convenção Estadual uma mobilização nacional do partido para uma conversa franca com a presidente Dilma Rousseff. Alega: "Para restabelecer um clima de paz, retomar o crescimento, mostrar à presidente Dilma que o melhor agora é sair. Ela foi engada pelos assessores na campanha. O Brasil não pode ficar sangrando até 2018".
Herculano
18/10/2015 07:21
A ASTÚCIA TINHA LIMITES, por Bernardo de Mello Franco, para o jornal Folha de S.Paulo

Acusado de se lambuzar no propinoduto da Petrobras, lavar o dinheiro sujo no exterior e intimidar testemunhas da Lava Jato, o deputado Eduardo Cunha está próximo de perder o mandato por um delito menor: mentir a uma CPI.

Em 12 de março, ele disse aos colegas que não tinha "qualquer tipo de conta em qualquer lugar" além da que declarou à Justiça Eleitoral. Foi desmentido por extratos bancários, assinaturas e documentos pessoais enviados por procuradores suíços.

As provas remetidas ao Supremo Tribunal Federal indicam que a decantada astúcia do deputado tinha limites. Ele cometeu erros primários, como apresentar o passaporte diplomático para abrir uma conta secreta. Também usou sua empresa de comércio religioso, a Jesus.com, para ocultar uma frota de carros de luxo.

O Porsche em nome de Jesus inaugura uma nova fronteira na exploração da fé com fins patrimoniais. Cunha existe eleitoralmente graças à aliança com igrejas pentecostais. Ao pedir votos, apresenta-se como uma voz "em defesa da vida e da família". O delator Fernando Baiano revelou que ele costumava interromper reuniões de negócios para pregar aos ouvintes de uma rádio evangélica.

Na noite de sexta, aliados do deputado trocavam ligações para discutir a sucessão na presidência da Câmara. As conversas lembravam uma velha máxima de Brasília: políticos podem chorar no velório e até ajudar a carregar o caixão, mas nunca se jogam na cova com o finado.

Ao peemedebista, restaria uma bala de prata: deflagrar o último cartucho, anunciando o recebimento de um pedido de impeachment de Dilma Rousseff. A estratégia poderia dividir o noticiário negativo entre o deputado e o Planalto, mas enfrentaria ao menos dois obstáculos.

A oposição teria que abraçá-lo novamente, em desafio à inteligência dos eleitores. E o Supremo teria que recuar das liminares de semana passada, quando barrou atropelos à lei para tentar cassar a presidente.
Herculano
18/10/2015 07:14
CARTA ABERTA, por Ferreira Gullar, escritor


Desculpe se em vez de uma carta pessoal escrevo-lhe na página de um jornal, tornando público o que tenho a lhe dizer. A razão disso é que o assunto que pretendo abordar nada tem de íntimo. Pelo contrário, diz respeito a todos nós. Trata-se de sua posição em face de tudo o que está acontecendo neste nosso país governado, há quase treze anos, pelo seu partido, o PT.

Entendo que você, a certa altura da vida, tenha acreditado que Lula era um verdadeiro líder operário e que, como tal, conduziria os trabalhadores e o povo pobre na luta pela transformação da sociedade brasileira, a fim de torná-la menos injusta.

Era natural que fizesse essa opção, uma vez que lutar contra a desigualdade sempre fez parte de seus princípios. E muita gente boa, antes de você, também pusera sua esperança neste novo partido que nascia para mudar o Brasil. Alguns dos mais notáveis intelectuais brasileiros fizeram a mesma escolha que você.

É verdade também que, com o passar dos anos, essa convicção se desfez: Lula não era o que eles pensavam que fosse, e o seu partido não se manteve fiel ao que prometera. Mas você, não, você continua confiando em Lula e votando em todos aqueles que Lula indica, ainda que não os conheça ou, o que é pior, mesmo sabendo que não são nenhuma flor que se cheire.

Sei que há petistas mais cegos que você, como aqueles que foram às ruas para tentar impedir a privatização da Telefônica, alegando que se tratava de uma traição ao povo brasileiro. Lembra-se? Pois bem, a privatização foi feita e, graças a ela, o faxineiro aqui do prédio tem telefone celular. Mas, quando alguém fala disso, você muda de assunto.

Sei muito bem que política é coisa complicada. A pessoa defende determinada posição do seu partido, discute com os amigos, briga e, depois, aconteça o que acontecer, não dá o braço a torcer.

E, às vezes, chega ao ponto de defender atitudes indefensáveis, mas que, por terem sido tomadas por Lula, você se sente na obrigação de justificar. Por exemplo, quando Lula abraçou Paulo Maluf, quando se aliou ao bispo Edir Macedo, fazendo do bispo Crivela ministro do seu governo e quando viaja à custas da Odebrecht.

Não sei o que você diz a si mesmo quando, à noite, deita a cabeça no travesseiro. Como justificar o mensalão? Você poderia acreditar que Delúbio, tesoureiro do PT, tenha armado toda aquela patranha, sem nada dizer ao Lula, durante os churrascos que preparava para ele, todo domingo, na Granja do Torto. Tinha de acreditar, pois, do contrário, teria de admitir que Lula foi o verdadeiro mentor do mensalão.

Custa crer como você consegue dormir em meio a tanta mentira. E pior é agora, no chamado petrolão, que é o mensalão multiplicado por dez, já que, enquanto naquele a falcatrua era de algumas dezenas de milhões de reais, neste chega a bilhões. E, mesmo assim, consegue dormir? Não é para sacanear, mas você ainda repete aquele lema em que o PT dizia ser "o partido que não rouba nem deixa roubar"?

Quero crer que, pelo menos nisso, você se manca, porque as delações premiadas deixaram claro que ele não apenas deixa, como rouba também.

E a Dilma, que Lula tirou do bolso do colete e fez presidente da República, sem que antes tivesse sido sequer vereadora? Não chego a considerá-la paspalhona, como a chamou Delfim Neto, embora, com sua arrogância, tenha arrastado o país à bancarrota em que se encontra agora. Essa situação crítica a obrigou a adotar um programa econômico que sempre rejeitou e combateu.

Mas, ainda assim, tem o desplante de dizer que esta crise é apenas uma transição para a segunda etapa de seu plano de governo. Noutras palavras: a primeira etapa foi para levar o país à bancarrota e a segunda, agora, é para tentar salvá-lo. Ou seja, estava tudo planejado!

Não me diga que acredita nisso, camarada.
Herculano
18/10/2015 07:09
ESTAMOS NO HORÁRIO DE VERÃO

Aqui no Sul, mais praia, papo, reuniões e conchavos políticos "a noite" até 21 de fevereiro
Herculano
18/10/2015 07:07
O GRANDE MUDO ESTÁ FALANDO, por Coluna Carlos Brickmann

Certas coisas da maior importância estão passando despercebidas. Há alguns dias, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse que a situação política, ética e econômica do país é preocupante e pode descambar para uma crise social. Nenhuma novidade: até um otimista incurável acha a mesma coisa. Só que este otimista incurável não tem comando de tropa; nem acha, como o general, que esta crise pode dizer respeito às Forças Armadas. O general completou dizendo que o Brasil mantém em funcionamento as instituições democráticas, que a sociedade não precisa ser tutelada - mas o recado já tinha sido transmitido.

Mais? No rigoroso cumprimento da lei, o general Eduardo Villas Bôas cassou as condecorações militares dos mensaleiros condenados pelo Supremo. Valdemar Costa Neto, José Genoíno e Roberto Jefferson perderam o direito à Medalha do Pacificador, a mais alta condecoração do Exército, por condenação, transitada em julgado, de crime contra o Tesouro. Está na lei (e, no exercício de suas atribuições, o general Villas Bôas não poderia deixar de cumpri-la). Mas seu antecessor no cargo, o general Enzo Peri, passou os últimos três anos fingindo que cassar as condecorações não era sua obrigação. Sem alarde, o general Villas Bôas fez o que devia (até com Genoíno, que os governistas chamavam de Guerreiro do Povo Brasileiro) e retirou seus nomes do Almanaque do Exército.

É bom levar em conta que o Exército brasileiro é conhecido há muitos anos como O Grande Mudo. Quando os mudos falam, é bom ouvi-los com atenção.

OS LÁ DE CIMA

O comandante do Exército disse o que disse sem consultar seu superior hierárquico direto, o ministro da Defesa, Aldo Rebelo (embora o chame, em vídeo, de "amigo", e garanta que não poderia haver escolha melhor).

Não consultou a superiora hierárquica de Rebelo, a presidente Dilma Rousseff. Nem o superior hierárquico da presidente Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

TANTO MAR

Formalmente, Lula não é superior hierárquico de Dilma. Poderia ser chamado de seu espírito santo de orelha. Mas, em virtude de certos fatos ocorridos no além-mar, atribuir-lhe este nome poderia levar a falsas interpretações.
Herculano
18/10/2015 07:06
O X DO PROBLEMA, por Carlos Brickmann

A oposição prometeu ficar ao lado de Eduardo Cunha. O Governo prometeu livrá-lo da Comissão de Ética e mantê-lo na Presidência da Câmara. Mas Governo e oposição esqueceram de avisar os suíços, que cismaram de mandar para cá tudo quanto é indício de propina e lavagem, e os procuradores brasileiros, que ficam apurando coisas inconvenientes - como as denúncias de dois bons pixulecos, um de US$ 5 milhões, outro de US$ 34 milhões. O ministro Teori Zavascki decidiu abrir inquérito sobre eventuais contas secretas de Cunha na Suíça.

Só falta lembrar que Cunha, que cresceu com Collor, copiou-lhe alguns hábitos. Tem oito carros, sendo dois Porsches Cayenne, um BMW e cinco SUVs.

O Y DO PROBLEMA

Se a Operação Lava Jato insistir em investigar a filha de Cunha e sua esposa, Cláudia Cruz, o deputado pode deixar o fígado passar à frente do cérebro.

LEMBRANDO PC FARIAS

No início da crise que levaria ao impeachment de Collor, seu primeiro-amigo e tesoureiro de fé, PC Farias, mandou-lhe um recado: "Madame está gastando muito". Madame era a esposa de Collor. O recado vale agora para Cláudia Cruz, apontada como responsável por gastos de US$ 60 mil só numa academia americana de tênis (no total, mais de um milhão de dólares saiu de seus dois cartões).

Enquanto Cunha se movimenta para sair da crise, Cláudia Cruz almoçava nesta sexta no ultracaríssimo restaurante Fasano, do Rio, com cinco amigos. Um era Gonçalo Torrealba, do Grupo Libra, um dos maiores operadores portuários do país. O PMDB, partido de Cunha, é há anos quem comanda os portos brasileiros.

VERÃO QUENTÍSSIMO

Sim, os termômetros estão marcando altas temperaturas, mas tudo pode esquentar ainda mais. Pela primeira vez, a família do ex-presidente Lula é citada em delações premiadas. Dois filhos e uma nora foram delatados. Lula vai reagir; e, mais ainda, reagirão aqueles lulistas para quem seu ídolo é intocável. E já há duas manifestações pró-impeachment, em São Paulo, marcadas para este fim de semana: uma no domingo, às 19h, saindo do MASP, avenida Paulista, e uma na segunda, às 18h, saindo do Largo da Batata, ao lado da avenida Faria Lima.

Vai dar samba? De qualquer modo, será um termômetro da temperatura popular.

NÃO PÁRA, NÃO PÁRA

Enquanto se discute a sobrevivência de Cunha e o impeachment de Dilma, a vida continua. Clemeson José Pinheiro, secretário-executivo do Ministério da Pesca (recém-extinto), foi preso por suspeita de envolvimento em organização criminosa no Ministério e no Ibama.

Até há poucos dias, o ministro da Pesca era o deputado federal Hélder Barbalho, do PMDB paraense, filho de Jader e Elcione Barbalho - aqueles dos ranários sem rãs, mas com bons financiamentos federais.

Cadê o ministro? Já mudou de emprego: está agora na Secretaria dos Portos.
Herculano
18/10/2015 06:57
O VENENO QUE CORR?"I O BRASIL, por Clóvis Rossi para o jornal Folha do Brasil

A concessão do Nobel de Economia a Angus Deaton deveria servir de alerta para o rumo que o Brasil está seguindo.

Refiro-me especificamente a uma frase sua em entrevista no dia do anúncio do prêmio: crescimento mais lento "envenena tudo", disse.

Vale para o mundo todo, vale mais ainda para o Brasil neste 2015: envenenou tanto a política que pôs em risco o emprego da presidente Dilma Rousseff.

Angus Deaton acha particularmente incendiária a combinação crescimento mais lento/aumento da desigualdade.

Nesse capítulo, o Brasil é um caso especial: dificilmente pode haver aumento da desigualdade porque ela já bateu no teto ?"e não é de hoje.

É verdade que alguns acadêmicos e alguns lulistas hidrófobos tentaram defender a tese de que a desigualdade diminuiu nos anos Lula. Falso.

O que pode ter diminuído ?"e ainda faltam estudos realmente conclusivos?" é a desigualdade entre salários. Mas não diminuiu e pode até ter aumentado a desigualdade entre rendimento do capital e do trabalho, conforme atestaram pesquisadores do Ipea.

Por sua vez, Dyelle Menezes, no site Contas Abertas, fez a seguinte comparação: apenas neste ano, R$ 277,3 bilhões estão autorizados no Orçamento para "juros e encargos da dívida".

Já o montante destinado ao Bolsa Família nos últimos 15 anos foi inferior a esse gasto com juros (somou R$ 221,7 bilhões).

Quer dizer o seguinte: os portadores de títulos do governo, uns poucos milhões, recebem EM UM ANO mais do que ganham EM 15 ANOS 42 milhões de pessoas, a clientela do Bolsa Família, os pobres entre os pobres.

Preciso desenhar que está havendo transferência de renda dos pobres para os ricos?

O prêmio a Deaton inclui um segundo recado sobre a atualidade brasileira: em entrevista a "El País", o agora Nobel disse que "os programas de austeridade que muitos países padecem nos farão infelizes, talvez durante muitos anos".

Completou: "Essas políticas reduzem receita, recortam benefícios e destroem empregos".

Antes de prosseguir, uma observação: a culpa do baixo crescimento brasileiro não é da austeridade defendida pelo ministro Joaquim Levy, pela simples e boa razão que ela nem estava em vigor no ano passado, quando o crescimento já era esquelético, nem está em pleno funcionamento agora, quando se projeta uma baita recessão.

Feita a ressalva indispensável, vale o fato de que políticas como as que Dilma está tentando implementar "reduzem receita, recortam benefícios e destroem empregos".

Se, em um futuro que não está no horizonte, a austeridade gerará o saneamento das contas públicas e, graças a este, levará ao paraíso, é outra história, que o Nobel de Economia não compra.

Não compra porque a maioria de seus colegas erra ao tratar o com­por­ta­men­to do con­su­mi­dor "­mé­dio" como re­pre­sen­ta­ti­vo da va­rie­dade de com­por­ta­men­tos in­di­vi­dua­is.

Não é assim, demonstrou Deaton, em parte do estudo que lhe valeu o Prêmio Nobel.

É o mesmo que dizer que previsões em economia são precárias, posto que dependem de zilhões de comportamentos individuais
Herculano
18/10/2015 06:50
RECORDE: GOVERNO JÁ ARRECADOU R$ 2,2 TRILHÕES

Ao contrário do que alardeia a presidente Dilma, o total das receitas realizadas pelo governo federal este ano já supera o recorde histórico de R$ 2,2 trilhões, estabelecido em 2014. O valor equivale a tudo que o governo Dilma conseguiu embolsar desde janeiro com impostos, taxas, ações na justiça, multas etc e é ainda mais expressivo por ser 50% maior que os R$ 1,4 trilhão arrecadados em 2010, último ano de Lula.

Recorde na crise

Se mantiver o ritmo, e o mandato, até o final do ano, o governo Dilma vai chegar a R$ 2,8 trilhões embolsados do contribuinte.

Impostos

O Ministério da Fazenda, com a Receita Federal, continua sendo o que mais contribui para encher o cofre do governo: R$ 1,8 trilhão este ano

Seu dinheirinho

O governo Dilma se tornou uma máquina de arrecadar desde a posse da presidente, em 2011. Em cinco anos superou R$ 10 trilhões.

Impostos + sonegação

Nem a soma do Impostômetro (R$ 1,58 trilhão) e o Sonegômetro (R$ 410 bilhões) supera o que o governo já conseguiu arrecadar em 2015.

DOBRADINHA TITOU MANUEL JR DA PASTA DA SAÚDE

O deputado Manoel Jr (PMDB-PB) foi o futuro ministro da Saúde até os 45 do segundo tempo. Perdeu para Marcelo Castro após atuação de Ciro Gomes (PDT) e do governador paraibano, Ricardo Coutinho (PSB). A pedido de Coutinho, Gomes falou mal de Manoel à presidente Dilma, lembrando que ele havia pedido sua renúncia. Está em jogo a prefeitura de João Pessoa, a ser disputada por PMDB, PSB e PT.

Deu ruim

PMDB e PSB se aliaram na eleição de Coutinho. Com a disposição do PSB em lançar candidato próprio para à prefeitura, a chapa rachou.

Na briga

O líder do PMDB, Leonardo Picciani, jura que Manoel Junior estava na lista de indicados a ministro da Saúde, mas a escolha foi de Dilma.

Desinformação

Além de falar mal de Manoel Junior com Dilma, Ciro até o chamou de "semianalfabeto". Ele é médico com curso de pós-graduação.

Pau que dá em Chico

"Se Eduardo Cunha sobreviver até o fim do ano, ele será favorecido", diz Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Segundo ele, é preciso "derrubar o presidente da Câmara" antes do recesso parlamentar, em dezembro.

Ei, você aí...

A liberação de emendas e a livre nomeação de aspones pelos novos ministros travam a relação do governo com aliados. "Melhorou, mas há pleitos a serem atendidos", diz o deputado Hugo Motta (PMDB-PB).

Em família

O deputado Fábio Faria (PSD-RN) pode lançar a mulher, Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos, para se filiar ao partido e se cacifar como candidata a vice-prefeita de São Paulo, em 2016.

Giles quem?

O aprendiz de feiticeiro Giles Azevedo, que nunca teve mandato, não tem sido levado muito a sério pelos principais personagens da cena política no Congresso, apesar da sua ligação a Dilma.

Quase líder

A deputada Eliziane Gama (MA) se apresentava como futura líder do partido Rede, na Câmara. Mas acabou desbancada pelo ex-petista Alessandro Molon (RJ), que está em seu segundo mandato.

Bilionário preso

Com habeas corpus negado semana passada pelo Superior Tribunal de Justiça, a prisão de Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira preferida dos governos petistas, completa hoje quatro meses.

Ligações amistosas

As boas relações políticas, no passado, entre Jaques Wagner (Defesa) e Eduardo Cunha são sempre lembradas por assessores dos dois. Mas nenhum afirma que elas sejam garantia para qualquer tipo de acordo.

Sinal dos tempos

Numa palestra em Porto Alegre, o general Antônio Mourão disse ver três opções para crise política: Dilma fica, sangrando; sai na boa e assume o vice ou não sai e vem o caos. Faltou a opção Teori Zavascki.

Pensando bem...

... com tanta "blindagem" no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional, as autoridades em Brasília se preparam mesmo para tiroteio.
Herculano
17/10/2015 21:42
ODEBRECHT PAGOU R$ 4 MILHÕES POR "PALESTRAS" DE LULA, por Josias de Souza
Parte 1

Nos últimos quatro anos, a empresa LILS, que traz na logomarca as iniciais do dono, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu da Odebrecht, sua principal cliente, cerca de R$ 4 milhões. No papel, o dinheiro remunerou palestras de Lula. Na prática, informam os repórteres Thiago Bronzatto, Ana Clara Costa e Alana Rizzo na revista Época, a verba destinou-se a alavancar negócios da construtora no exterior. Afora as palestras, a Odebrecht bancou R$ 3 milhões em custos de viagens de Lula para países onde mantém obras financiadas pelo bom e velho BNDES.

Disponível aqui, a notícia demonstra que o investimento da Odebrecht, empresa enrolada na Lava Jato, revelou-se providencial. O morubixaba do PT exibiu notável talento para desatar os nós que travavam contratos da construtora. Mencionam-se episódios ocorridos na Venezuela, em Angola, na República Dominicana e em Cuba. Juntos, converteram Lula em protagonista de um inquérito da Procuradoria da República, em Brasília, por suspeita da prática de crime de tráfico de influência.

A certa altura, a notícia da revista Época anota: "Em alguns casos, as viagens de Lula eram sucedidas por concessões de empréstimos do BNDES para obras de infraestrutura no país. Angola é um exemplo disso. Desde 2011, a Odebrecht foi a que mais recebeu financiamentos do BNDES no país africano, que está no topo da lista de recursos destinados pelo banco para exportação. Entre abril de 2011 e abril de 2014, foram liberados US$ 3,1 bilhões dos cofres do BNDES para a Odebrecht."
Herculano
17/10/2015 21:41
ODEBRECHT PAGOU R$ 4 MILHÕES POR "PALESTRAS" DE LULA, por Josias de Souza
Parte 2

O texto prossegue: "Nos dias 30 de junho e 1º de julho de 2011, Lula foi contratado pela Odebrecht para dar uma palestra na Assembleia Nacional em Luanda, capital da Angola, sobre 'O desenvolvimento do Brasil ?" modelo possível para a África'. Em seguida, Lula se reuniu por 40 minutos com o presidente do país, José Eduardo dos Santos. Após a conversa, Lula se encontrou com Emílio Odebrecht e com diretores das empreiteiras Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez."

A reportagem acrescenta: "Lula aterrissou em São Paulo no dia 2 de julho, à 0h30. No dia 28 de julho de 2011, o BNDES liberou um empréstimo de US$ 281 milhões (R$ 455 milhões, em valores da época), tão aguardado pela Odebrecht, para a construção de 3 mil unidades habitacionais e desenvolvimento de infraestrutura para 20 mil residências em Angola. No dia 6 de maio de 2014, Lula e Emílio Odebrecht voltaram a se encontrar em Angola. O ex-presidente viajou, numa aeronave cedida pelo governo angolano, de Luanda para a província de Malanje, onde visitou a usina de açúcar e etanol Biocom, sociedade entre a Odebrecht Angola e a Sonangol."

Súbito, o caso de Angola conectou-se à Operação Lava Jato. "Em depoimento de sua delação premiada, o lobista Fernando Soares, o Baiano, disse que se associou ao empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula, para viabilizar a palestra do ex-presidente em Angola", informa Época. "Baiano atendia a um pedido de um general angolano, interessado no negócio. Lula estava a todo momento acompanhado por Emílio Odebrecht, pela ex-ministra do Desenvolvimento Social Márcia Lopes e pelo ex-deputado federal Sigmaringa Seixas, além de autoridades angolanas."

"Na manhã do dia seguinte", prossegue o texto, Lula "teve uma reunião de cerca de uma hora com o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos. Nesse encontro, discutiram, entre outros assuntos, a linha de crédito do BNDES para a construção da hidrelétrica de Laúca, segundo telegramas do Itamaraty. Em dezembro do ano passado, sete meses após a visita de Lula, o ministro de finanças de Angola, Armando Manuel, assinou o acordo de financiamento com o BNDES. Em maio deste ano, o presidente do banco, Luciano Coutinho, deu o último aval para a liberação de um empréstimo que pode chegar a US$ 500 milhões (R$ 1,5 bilhão)."

Na última quarta-feira, Lula esteve em Brasília para prestar depoimento no inquérito que apura a suspeita de tráfico de influência internacional. Questionado sobre o negócio de Angola, disse que "nada foi referido sobre o financiamento do BNDES para a construção da hidrelétrica de Laúca e que o presidente José Eduardo nunca tratou desses temas." O diabo é que documentos oficiais do Itamaraty, já obtidos pela Procuradoria, revelam o contrário. Lula não se deu por achado. "Não passa de uma ilação, porque o comunicante (do Itamaraty) não teria participado da reunião", disse Lula.

Na semana passada, o ministro Teori Zavascki, do STF, mandou soltar um dos presos da Lava Jato recolhidos à carceragem em Curitiba. Chama-se Alexandrino Alencar. Atuava como diretor de relações institucionais da Odebrecht. Acompanhava Lula em suas viagem a soldo da construtora. Alexandrino tornou-se amigo de Lula. Porém, no seu depoimento à Procuradoria, Lula cuidou de distanciar-se do personagem tóxico: "Alexandrino era representante da Odebrecht, não sabendo precisar o cargo; que só tinha relação profissional com Alexandrino", anota a transcrição do depoimento.

Ouvida sobre suas relações com Lula, a Odebrecht classificou-a como "institucional e transparente". Ecoando o depoimento de Lula, a construtora negou que o ex-presidente tenha feito lobby em seu favor junto a governos estrangeiros. O Ministério Público ainda não se convenceu. Cogita formar uma força-tarefa de procuradores para investigar o caso. Requisitou acesso a documentos colecionadas pela Operação Lava Jato que façam referência a Lula, Odecrecht e BNDES.
Herculano
17/10/2015 19:12
da série, o péssimo exemplo de Blumenau que a Câmara de Gaspar tenta imitar faz tempo

CÂMARA: CONTRATAÇÕES DESNECESSÁRIAS SE ABATEM SOBRE N?"S, por Carlos Tonet

Eu vejo tudo e não morro.

Durante a gestão do Vanderleizão [vereador e ex-presidente da Câmara de lá, Vanderlei de Oliveira, PT, o que achava e acha tudo torto nos outros] a Câmara fechou um TAC com o MP que resultou na contratação de mais de 60 pessoas através de concurso.

A Câmara tinha 25 funcionários.

De acordo com o MP, havia um número de comissionados em proporção muito maior do que os funcionários de carreira.

Os vereadores, claro, mantiveram os comissionados e entupiram a Câmara de gente pra manter a proporcionalidade.

Até agora foram empossados menos de 50 concursados.

Por isso, tecnicamente, a Câmara ainda estaria ilegal.

Agora, pasmem os senhores, surgiu a tese de que a contratação dos tais 60 novos funcionários não teria sido necessário.

Descobriram que há um entendimento de que a tal proporcionalidade não deve ser feita entre todos os comissionados, mas apenas entre os comissionados que exercem funções administrativas na própria Câmara, sem incluir os assessores dos vereadores.

Exemplos

Levantamento feito pela assessoria jurídica da Câmara mostra que em Balneário Camboriú foi feito um TAC com o MP nessas condições, excluindo-se os servidores dos gabinetes.

Já numa cidade do Paraná a Câmara entrou na Justiça contra a determinação do MP e obteve o direito de manter a proporcionalidade sem contar os comissionados dos gabinetes.

A questão está sendo discutida com o MP local.

E como ficamos?

Em Blumenau os concursados que ainda não foram chamados deverão ser contratados de qualquer forma, mesmo que a Câmara não precise deles.

Porém, quem sai não está sendo substituído.

Um fotógrafo pediu demissão e sua função foi extinta.

O que acontecerá se a Câmara conseguir provar sua tese de que não precisaria ter contratado mais 60 pessoas?

Nada.

Pagaremos ad aeternum os salários, aposentadorias e pensões desnecessárias.
PC do BEM
17/10/2015 19:11
Nova Opção! Na próxima semana será apresentado o novo Diretório Municipal do PC do B gasparense,o mesmo vem trabalhando nos bastidores e em breve apresentará novidades...
Nepotismo em Gsspar
17/10/2015 18:51
Em Gaspar existe esta lei? Rui Deschamps X Marcia Deschamps Daniél da Padaria X Cleones Hostins Entre outros...
Herculano
17/10/2015 17:51
O VALE-TUDO DA POLÍTICA BRASILEIRA VAI DE UMA DECLARAÇÃO DESONESTA AOS PÍNCAROS DO PETROLÃO

Conteúdo de Veja. Texto de André Petry. A degeneração da política chegou a tal ponto que declarações, negociações e acordões que deveriam provocar repulsa são feitos à luz do dia.

Nem Cícero, cuja prosa esplêndida ajudou a elevar uma língua de alcoviteiros às glórias de um idioma épico, foi capaz de convencer os romanos da pureza permanente de seus propósitos. Na sua disputa fatal com Marco Antônio, mesmo Cícero usou seu latim para fazer o que todos os políticos fazem desde os primórdios da civilização - esconder, enganar, despistar e selar negociações, trocas e acordos que, examinados à luz do dia, causam embaraço e constrangimento. Por isso, profissionais e amadores concordam: a política é o território do cinismo. Mas, na semana passada, exacerbando uma tendência que se agiganta ano após ano, a política brasileira atingiu um patamar de descompostura capaz de impressionar os bárbaros e escandalizar os romanos.

Em encontro com sindicalistas da CUT, a presidente Dilma Rousseff fez seu discurso mais contundente contra a ameaça de impeachment e atacou seus adversários chamando-os de "moralistas sem moral". Referia-se ao fato de que, nas fileiras da oposição, há flor mas também há pântano, a começar pela aliança sempre envergonhada com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, acusado de manter quatro contas secretas na Suíça. O raciocínio fazia sentido: querem limpar o governo com faxineiros enlameados? Ocorre que, antes do discurso moralista, Dilma deu uma demonstração daquela moral de conveniência que tanto desacredita os políticos: autorizou seus ministros a negociar um acordo de salvação mútua com o mesmo Eduardo Cunha das contas secretas na Suíça.
Herculano
17/10/2015 17:46
FILHO DE LULA FAZIA REUNIÕES EM ESCRIT?"RIO DE BUMLAI, por Vera Magalhães para Veja

Empurrado nas últimas semanas para o epicentro das revelações da Operação Lava-Jato, o pecuarista José Carlos Bumlai não apenas emprestou o endereço de seu escritório para registrar empresas em nome de Luís Cláudio e Fábio Luís, os filhos do ex-presidente Lula também enredados nas investigações.

Luís Cláudio efetivamente tinha uma sala contígua à de Bumlai em São Paulo e lá recebia empresários de marketing esportivo no fim do governo do pai, quando iniciava seu projeto de impulsionar o futebol americano no Brasil.

Mais: o amigo da família participava das negociações e impressionava os interlocutores pelo "carinho" com o jovem empreendedor.
Herculano
17/10/2015 17:43
CUNHA NÃO PODE MAIS FAZER NADA POR SI MESMO, MAS AINDA PODE FAZER PELO PAÍS: ACOLHER A DENÚNCIA CONTRA DILMA, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve saber que não tem salvação. Se não for cassado pelos seus colegas, perderá o mandato porque condenado pelo STF. Se não der tempo de ser condenado neste, será no próximo se for reeleito.

Sim. É tudo verdade:
- ele certamente não é o chefe do petrolão;
- ele já foi denunciado duas vezes, e os demais políticos, nenhuma:
- quando a investigação diz respeito a ele, tudo anda mais depressa;
- ele se transformou na figura mais importante de um esquema que era liderado pelo PT;
- e, obviamente, isso não faz sentido.

Mas não é menos verdade que as evidências contra ele são devastadoras. É preciso saber a hora em que as coisas não têm retorno.

Se Cunha pode fazer por seu mandato (este ou o próximo), pode ainda prestar um favor ao país deixando que o Congresso decida o futuro do governo Dilma.

Enquanto for presidente da Câmara, está nas suas mãos - e exclusivamente nas suas mãos - deferir ou não a denúncia que será apresentada pela oposição na terça-feira. O Supremo cassou, como se sabe, o direito que tinha - e, segundo o Regimento Interno da Câmara, tem ?" a oposição de recorrer.

Lula se oferece para salvá-lo. Com os votos dos petistas, dos peemedebistas e de outros eventuais aliados, Cunha até pode se safar no Conselho de Ética e, eventualmente, em plenário, embora isso pareça a cada dia mais difícil.

Se a dinâmica dos fatos e da investigação vai escrever a sua biografia, que não seja ele o coveiro da possibilidade de Dilma responder por seus atos. Se alguém tem de enterrar essa possibilidade, que seja, então o Congresso ?" num primeiro momento, a Câmara.

Cunha foi um bom presidente da Casa até aqui e livrou o país de diabólicos pesares, como a possibilidade de Dilma indicar mais cinco ministros do Supremo caso fique até 2018. Também ajudou a sepultar a absurda reforma política do PT, que Roberto Barroso tenta levar adiante no Supremo, na base do tapetão.

Mas é preciso reconhecer o momento em que não dá mais. Ou as autoridades suíças estão mentindo, e os documentos que chegaram são todos falsos ?" não parece que seja o caso ?", ou é o fim da linha, e a insistência em manter o atual status não só não o ajuda como faz mal ao país.

Parece que esse jogo ele perdeu. Que não contribua para uma derrota do país e da democracia e permita que o Congresso avalie a obra de Dilma. E isso, por vontade de ministros do Supremo, só ele pode fazer. E só ele pode fazer não porque seja Eduardo Cunha, mas porque é o presidente da Câmara.

Que Cunha acolha a denúncia contra Dilma e deixe que o Estado de Direito siga o seu curso.
Herculano
17/10/2015 17:38
O BRASIL PRECISA SABER QUE S?" AS RUAS ESVAZIAM PALÁCIOS, por Valentina de Botas

Trabalho numa pequena editora no centro da cidade. O prédio, antigo e simples, tem salas com sacada; divido a minha com duas colegas queridas e a lembrança ainda doída da minha assistente assassinada. Passamos o dia a contemplar palavras e desconfio que elas também contemplam aquelas três mulheres discutindo pronomes, conjunções e, no meio de tudo, flagrando crepúsculos entre as árvores da Praça da República e o caos autocontrolado de uma São Paulo aviltada por essa, digamos, administração.

Na tarde desta sexta-feira, manifestantes pró-ladrão que não precisam trabalhar atrapalharam quem precisa: com megafones bradavam no meio da Praça, numa língua parecida com o português, que "a presidenta não cometeu qualquer crime". Realmente não qualquer crime, mas crimes específicos, atesta o TCU. Ah, mas o que é a Lei de Responsabilidade Fiscal frente aos programas sociais? Uma lei, oras, que na tradução para lulopetistas é aquela picuinha burguesa cujo descumprimento manda o adversário para cadeia e, ao panteão dos heróis do povo brasileiro, um aliado.

No Baú de Presidentes desta coluna, Tancredo Neves avisou que "não aceito o entendimento a qualquer preço, a conciliação só pode ser feita em torno de princípios", quanto à candidatura dele na primeira eleição de um civil para a presidência desde 1964. A frase pode ser o epitáfio de um tempo que, nem mal havido, 30 anos depois é extinto na conciliação em proveito de um projeto asqueroso de poder perene.

Naquele 1985, o princípio-fim para um recomeço era a redemocratização. Quando Collor sofreu o impeachment por crimes leves comparados aos de Dilma, a saúde das instituições foi provada; em 1992, a conciliação salvaguardava o estado de direito. Em 13 anos de lulopetismo, somente nas eleições a oposição oficial ofereceu algum combate ao governo para, em seguida, voltar à zona de conforto e o governo, ao conforto da zona.

Até que Eduardo Cunha, apenas jogando o jogo político que o PT atrofiou no poder enquanto hiperatrofiava a chantagem, apavorou o governo e se constituiu na única figura poderosa com quem a súcia não queria conversa. Pois bastou a Procuradoria Geral da República revelar em Cunha o que esconde em Dilma para que ele se qualificasse como interlocutor da súcia. Eis a conciliação em torno do princípio mais miserável entre os canalhas ?" o de se protegerem do que são.

Essa combinação é facilitada desde por figuras patéticas, como Luciana Lóssio e Luís Inácio Adams, até pelo jogo pesado no STF que volta a respirar por aparelhos lulopetistas, passando pelo vergonhoso jornalismo que pede a renúncia de Cunha poupando Edinho Silva e por intelectuais que, na mesma variante do português e da moral dos desocupados sob soldo lá da Praça, descobrem a obviedade de que "o impeachment deve proteger a democracia, e não a ameaçar" - contrapondo Collor a Dilma, na vigarice segundo a qual a mesma Constituição que o puniu será golpista se a punir.

Até quando o espetáculo de cinismo? No crepúsculo barulhento desta sexta-feira, um amigo respondeu: até a nação descobrir que só as ruas esvaziam palácios. Um beijo
Herculano
17/10/2015 17:34
da série: a falsa bandeira branca que só aparece quando a verdade se sobressai e o dinheiro ameaça sumir aos que sustentam uma máquina de mentira para esconder a corrupção, incompetência e roubos de uma organização contra os brasileiros pagadores de pesados impostos e que até possui a sua mídia própria.

TODOS DEVERIAM BAIXAR AS ARMAS, por Leonardo Attuch, editor do 247. O 247 é o canal do governo de plantão e do PT. Ele sobrevive com verbas publicitárias das empresas (Petrobrás) e bancos (Caixa, BB, BNDES...). O 247 ataca e odeia a imprensa investigativa, colunistas independentes jornalistas que não façam reportagens favoráveis ao governo ou ao PT. Leonardo está sendo investigado no Petrolão por ter recebido verbas publicitárias não totalmente lícitas.

Depois de perder o grau de investimento pela Standard & Poors, o Brasil caminha para o mesmo desfecho, na classificação de uma outra agência de risco: a Fitch, que, na semana passada, também rebaixou o País e várias de suas empresas. Agora, estão todos a apenas um degrau do nível especulativo, que será inevitável se o País não conseguir estabelecer um nível mínimo de diálogo entre seus principais atores políticos.

Na visão de Rafael Guedes, diretor-geral da Fitch no Brasil, um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff tornaria ainda mais negativo o cenário para a classificação de risco do País. Na semana passada, ao travar o rito definido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, os ministros Teori Zavascki e Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, tornaram mais complexo o jogo da oposição. E como essa questão só será avaliada pelo pleno do STF em meados de novembro, dificilmente haverá tempo para qualquer ruptura política em 2015.

Na semana em que ganhou esse tempo precioso, o Palácio do Planalto adotou duas linhas de discurso. De um lado, Dilma se pintou para guerra e, num encontro da Central Única dos Trabalhadores, atacou o 'golpismo dos moralistas sem moral'. De outro, o ministro Edinho Silva foi conciliador. Convidou a oposição ao diálogo e afirmou que o Brasil não pode partir para uma "guerra fratricida".

Agora, mais do que nunca, é hora de baixar as armas. Depois de um 2015 em que o Produto Interno Bruto encolherá cerca de 3%, os agentes econômicos deveriam pressionar as forças políticas a buscar um caminho de paz. Já ficou mais do que provado que o 'quanto pior, melhor', na realidade, só tornou as coisas ainda mais difíceis para todos.
Herculano
17/10/2015 16:28
DEGOLEN SADDAN HUSSEIN, por Vlady Oliver, em Veja

Veja e outras duas revistas de circulação nacional chegam às bancas forradas de denúncias contra este governo. Impossível acreditar que a massa que lê - e que faz diferença na opinião pública deste país - já não saiba a extensão e a profundidade da roubalheira em curso e dos acordos mais que pilantras celebrados nas alcovas do poder para livrar seus meliantes de alguma culpa.

Nesta altura do campeonato, esconder o rabo dessas ratazanas torna-se cada dia mais difícil. Jornalista que não sou, no entanto, resolvi investigar os motivos pelos quais ainda resiste no "inconsciente coletivo" a ideia de que 'tá tudo dominado" e não teremos escolha, que não aceitar as regras do tal "puxadinho do PT" travestido de supremo e seus cachorrinhos de madame lá instalados, com a porca missão de conspurcar nossa democracia. Evidente que a coisa se sustenta numa bravata.

Saddam Husseim, antes da saga que o colocou num esgoto, brandia suas garruchas em público e gritava, do alto dos seus "supostos" cem por cento de aprovação devidamente arranjados para o evento, que iria enviar uma "tempestade de fogo" aos insurgentes; nada menos que o maior e mais bem treinado exército do planeta. Era a tática do grito. Exatamente o que o meliante sem cargo nem crachá daqui mesmo está tentando agora, deixando-se fotografar circulando pelo Alvorada, com um poder tirânico que ele não tem, exercitando o que mais sabe fazer: a arte da chantagem e do compadrio.

Cai nessa quem quer. O "cara", que já gozou de mais prestígio junto à cambada de meliantes que ele aboletou no poder, hoje só goza mesmo é com a nossa cara. E dá-lhe que as "entidades", "intelequituais" - todos esses vagabundos regados em fartas doses da mortadela pública - ameaçam agora com o fim da governabilidade, caso resolvam destituir do poder a vigarista-em-chefe da seita dos picaretas. Balela. A governabilidade já foi para as calendas assim mesmo, pela roubalheira impune e por fazer parte do golpe pilantra dessa gente marreta.

O que queremos aqui é justamente o contrário; restaurar um mínimo de decência administrativa para o país não quebrar, com todos os brasileiros dentro. Pensam esses canalhas que estarão respaldados com algum tipo de "exército", que virá em socorro dos chefes da gangue, assim que assobiarem para os cachorros. Ledo engano. Finanças paralisadas para pagar o plantel de cretinos, o máximo que conseguirão é um exército de bocas-livres, esperando mais mortadela em tonel.

Do outro lado, uma turba inteira de feitos de otário espera uma ordem de comando qualquer que dê o norte moral de que precisamos. O país está no limite. Não aceita continuar a ser administrado por bandidos com cargo e mandato, surrupiados em urnas superfaturadas. Acredito que o grito de liberdade virá, das margens do riacho Ipiranga bem ao lado da sede da Polícia Federal do Paraná. Com ele, o juiz Sergio Moro e sua equipe deflagrará o fim dessa ditadura, dessa monarquia de calhordas e dessa "sofisticada organização criminosa" que se instalou no poder para nos rapinar.

O cenário está pronto para o avento. O público, ávido pela gritaria. E o tal "exército" prontinho para se insurgir contra toda essa picaretagem, arregimentado para se encontrar segunda-feira, no Largo da Batata. Acreditem, meus caros. Isso é crime comum. Coisa que leva bandido em camburão simples. Abatam o grande gogó que fica voando em jatinhos pagos por empreiteiras para nos escarnecer e veremos o tamanho do blefe que esse sujeito é. Nem será necessário uma operação de guerra, como o foi aquela para tomar de volta o "Complexo do Alemão". Este aqui, é o "bandido simples do Lulão"; bem mais fácil de algemar e acabar com este pesadelo. Esses criminosos só sabem manejar cuecas de grana suja; nada mais.

Saiam com as mãos para cima; o palácio está cercado. Dirijam-se à delegacia mais próxima para lavrarmos a ocorrência. E sem um pio, que este cacarejo indecente já anda irritando a turba. É isso aí.
Herculano
17/10/2015 16:09
Perguntar não ofende: no que o PT de Gaspar, liderado pelo de Blumenau e Itajaí. difere de toda essa sujeira, asco e nojo nacional?
Herculano
17/10/2015 16:06
da série: num mar de lama, todo dia é dia de se lambuzar mais para ser parecer cada vez mais igual.

BANCADA DO PMDB FAZ HOMENAGENS PARA CUNHA, por Josias de Souza

Em meio a tantas evidências de que as versões de Eduardo Cunha não correspondem aos fatos, algum peemedebista poderia representar contra ele no conselho de ética partidário. Mas sucede o oposto. No ápice do derretimento moral do personagem, o PMDB organiza uma homenagem para ele. Na quarta-feira, a pretexto de inaugurar um retrato de Cunha na galeria de ex-líderes da bancada peemedebista, os deputados federais da legenda oferecerão uma oportunidade para que Cunha faça um discurso e seja calorosamente aplaudido.

A homenagem foi organizada pelo atual líder do PMDB, Leonardo Picciani. Há duas semanas, Picciani distanciara-se de Cunha para negociar com Dilma Rousseff a acomodação de dois deputados do baixo clero do PMDB da Câmara na Esplanada dos Ministérios. Dizia-se que a relação entre ambos trincara. Bobagem. Nessa ocasião, Cunha tramava com a oposição a abertura de um processo de impeachment contra Dilma. Hoje, o presidente da Câmara está mais preocupado em salvar o próprio mandato. E Piccicani se equipa para reivindicar o comando da Câmara.

O barulhinho que se ouve ao fundo é o ruído de Ulysses Guimarães, ex-líder do PMDB e ex-presidente da Câmara, se revirando no fundo das águas de Angra dos Reis, onde desapareceu há 23 anos e 17 dias, em 12 de outubro de 1.992.
Herculano
17/10/2015 16:00
GRUPOS ANTI-DILMA MUDAM ESTRATÉGIA DE AÇÃO

Conteúdo do jornal O Estado de S.Paulo.Os grupos que lideram as manifestações de rua pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff desistiram de atuar em conjunto e mudaram suas estratégias de ação.

Com o objetivo de pressionar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a deferir a petição assinada pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal, eles desistiram de convocar mais uma grande manifestação nacional, como as que ocorreram em agosto e março, e optaram por promover ações diárias de rua nos moldes dos atos promovidos em 2013 em São Paulo pelo Movimento Passe Livre (MPL), que defendia a redução das tarifas de transporte público. "Faremos manifestações todos os dias até o dia que o Cunha apresentar o impeachment", diz Carla Zambelli, porta-voz da Aliança dos Movimentos Democráticos.

O primeiro ato, que está marcado para este domingo, na avenida Paulista, será bem mais modesto que os anteriores. "Não teremos carros de som nem os bonecos infláveis, que estão em outras cidades", diz a ativista. Já Vem Pra Rua marcou sua manifestação para segunda-feira (19), no largo da Batata, em Pinheiros. "Será um modelo mais dinâmico. Não vai ter carro de som. E dessa vez não vamos ficar parados. Faremos uma marcha pelo impeachment", diz o porta-voz do VPR, Rogério Chequer.

Ele diz que o grupo deve promover um novo ato nos mesmos moldes na quinta-feira se Eduardo Cunha não der andamento ao pedido.

Apesar de atuarem separadamente, os grupos anti-Dilma adotaram a mesma tática: pressionar o presidente da Câmara, mas sem pedir seu afastamento do comando da Casa ou a cassação de mandato.

Na semana passada, o PSOL e a Rede entraram com uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar.

O pedido está fundamentado no documento enviado na semana passada ao PSOL pela Procuradoria-Geral da República (PGR), após um pedido formal do partido, confirmando que Cunha mantém contas bancárias secretas na Suíça.

"Eduardo Cunha não é nosso aliado é nosso aliado estratégico, mas também não estamos pedindo a cassação de outros acusados (na Operação Lava Jato). Não temos recurso para isso", diz Rogério Chequer.

Em abril, os grupos reuniram 701 mil pessoas, segundo a polícia, ou 1,5 milhão, segundo os organizadores. Os números foram menores do que nos atos de 15 de março, que reuniram 2,4 milhões de pessoas, segundo a polícia, ou 3 milhões, segundo os organizadores. Em agosto foram 375 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.
Herculano
17/10/2015 14:29
COLUNAS EM ESTOQUES

Acabei de fazer a minha coluna de adianto. Nenhum assunto nacional e muito menos internacional para fingir que aqui é um poço de tranquilidade. Todos os temas, inéditos até o momento, apesar da cidade inteira já tê-los, são de Gaspar, exclusivos.

Ah! Por que ainda não os divulguei. Falta espaço no jornal e na coluna da internet. Acorda, Gaspar!
Herculano
17/10/2015 14:27
"VADE-RETOR, SATANÁS!", Por Jorge Bastos Moreno, no jornal O Globo

Depois que perderam as mordomias dos jatinhos da FAB e passaram a embarcar em voos normais das companhias aéreas, como parte do ajuste fiscal, os ministros de Estado começaram a sentir na pele a impopularidade do governo junto aos passageiros comuns.

Esta semana, por exemplo, o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, só consegui evitar um incidente graças a uma admirável presença de espírito. Sentado numa das primeiras fileiras do voo, Rodrigues era cumprimentado pelos parlamentares que embarcavam pelo aceno "olá, ministro!". Uma passageira, vendo a cena, não se conteve e se dirigiu ao ministro, já de dedo em riste:
- Não me diga que o senhor é ministro desse governo?!
E Antônio Carlos Rodrigues, a essa altura, abaixa o jornal que fingia ler, para na verdade tentar cobrir o rosto, e responde com a maior tranquilidade:
- Não! É apelido!

Bandeirada

O mais contundente discurso de Dilma, em quase cinco anos de governo, feito esta semana na CUT, não foi de improviso, mas lido.
Perguntei à minha comadre implicante, que conhece tudo de poder, se o texto era da lavra da própria presidente e ela, na bucha:
- Rosseto!
Quis eu, então, saber o motivo de tanta certeza.
- Pela forma entusiasmada com que ele aplaudiu.

Cabeça

Na conversa com Jaques Wagner, Cunha insinuou que, enquanto Cardozão estiver na Justiça, ele entenderá como um recado de que o governo está por trás da Lava-Jato.

Prazo

Não por isso que Cardozão pode sair. Ele se deu um prazo de até novembro. Independentemente do tratamento médico a que está sendo submetido.

Três erros

Um conhecedor profundo do PMDB, de Eduardo Cunha e da política em geral enumera três erros graves que teriam sido cometidos pelo presidente da Câmara:
1. falou demais; 2. meteu-se em assuntos que não lhe diziam respeito; 3. julgou-se muito poderoso.

Infantilidade

O mesmo sábio considera que a oposição jogou fora uma janela de oportunidade para o impeachment ao se aventurar numa completa impossibilidade: derrubar Dilma Rousseff e Eduardo Cunha ao mesmo tempo.

Corre-corre

Numa terça-feira que antecedeu uma viagem sua ao exterior, Levy confidenciou ao presidente da FGV, Carlos Leal, que entregaria o cargo a Dilma.
E o fez!
Mas a presidente mobilizou o mundo.
E Levy ficou!

Lambança

Um ex-ocupante da cadeira de Levy o enxerga cada dia mais parecido com ministros da Fazenda de Sarney.
- Ele foi chamado para montar um time de basquete. Agora, Lula e Dilma querem que o time jogue vôlei.

Vidente

Irritado por Levy não estar prestando atenção na sua inquirição, Rodrigo Maia descontou na Dilma:
- Ministro, preste atenção! Olhe nos meus olhos: a sua presidente cai agora ou, no máximo, em março que vem.
Quem respondeu foi o petista Chico D'Ângelo, para o delírio dos governistas:
- Falou a mãe Dinah!

Blindagem

Henrique Meirelles seria opção do empresariado para o lugar de Levy, mas num eventual governo Temer.
Para evitar o Serra, que já se comporta como tal.

Arrocho

Com medo de novos vazamentos, a força-tarefa da Operação Zelotes apertou a segurança: telefones foram trocados e documentos transferidos para salas com proteção maior.
O escândalo de compra de sentenças no Carf não tinha tanta visibilidade quanto a Lava-Jato, mas a expectativa é que isso mude quando começar a aparecer mais políticos nas denúncias. E chegar ao STF.

"Coisa boa"

Vai começar a insonia de Renan e Delcídio.
E ela se chama Fernando Baiano.
Já era tempo. Parecia que a lista dos 37 de Janot só tinha o meu Eduardo Cunha.
( Será que estou sofrendo da "síndrome de Estocolmo" pelo meu algoz de 15 processos e muitos xingamentos? )
Herculano
17/10/2015 14:21
PENSANDO BEM...

Quando um petista acusa um cidadão e um eleitor de ladrão, corrupto, canalha ele deve estar falando com conhecimento de causa e julga os outros por si mesmo

É isto que se conclui quando se lê os jornais, ouve e se vê notícias que deveriam estar nas páginas policiais e estão nas páginas de política.
Herculano
17/10/2015 14:10
A DÚVIDA LEVY, Miriam Leitão para o jornal O Globo

A grande dúvida em relação ao ministro Joaquim Levy é por que ele permanece no governo Dilma. A saída parece natural desde que ficaram mais fortes os ataques internos contra ele. Aos muitos interlocutores que perguntaram por que ele fica em uma equipe que nunca demonstrou valorizar seu trabalho, Levy responde que acha que ainda tem contribuições a dar.

Em um ambiente assim, em que o ministro da Fazenda vira alvo da própria base governista, e em uma crise desta dimensão, qualquer reunião como a de ontem à tarde pode dar origem a uma onda de especulações sobre a saída do ministro. Ainda mais quando há tanto fundamento, como foi o caso ontem. A grande dúvida, na verdade, não é se o ministro Joaquim Levy sai do governo, mas quando ele sai.

Houve vários momentos de estresse nesse período em que ele está no governo. Levy nunca se importou muito com os integrantes do PT, empresários ligados ao governo, ou líderes sindicais que o criticaram ou pediram sua cabeça. Mas na última semana houve demonstrações públicas de hostilidade a ele, e ao programa que tem tentado executar no governo até agora, lideradas pelo ex-presidente Lula. Na convenção da CUT, o ex-presidente Lula fez um discurso atacando o ajuste fiscal e foi interrompido várias vezes pelo coro "fora Levy". Depois disso, Lula passou a trabalhar abertamente pela troca do ministro da Fazenda, culpando-o pelos desastres que foram plantados antes da sua chegada e fortalecidos pela base do governo.

Um momento de grande tensão em que o ministro quase deixou o governo foi o do envio do Orçamento deficitário para o Congresso. Ele só foi informado quando já era fato consumado. A decisão fora tomada numa reunião da qual não participou. Na época, quando um interlocutor perguntou por que não deixava o governo, ele disse que não era o tipo de pessoa que sai no pior momento e que previa que haveria muita turbulência a partir daquela decisão equivocada. De fato, as consequências foram o rebaixamento do Brasil, a disparada do dólar, o salto do custo cobrado do país e de suas empresas em empréstimos no exterior.

Numa conversa com um interlocutor frequente, Joaquim Levy disse que sabe que está na linha de tiro de cada vez mais gente, mas que tenta manter a calma e continuar trabalhando. Nos últimos meses, ele fez inclusive o que nunca em sua vida profissional teve a habilidade de fazer: a negociação política para conseguir apoio às medidas propostas para reequilibrar o Orçamento. E o fez porque no governo falta de tudo, inclusive, e principalmente, articulador político. Levy acha que com essa sua iniciativa de interlocução com o Congresso conseguiu em alguns momentos evitar o pior. O problema é que frequentemente a maior derrota vem das bases do governo, como a aprovação da permissão de recálculo da aposentadoria, que aprofunda o déficit da Previdência e que teve apoio maciço do PT.

O Brasil está vivendo uma recessão forte com uma inflação perto de 10% e nada disso se deve à tentativa de ajuste fiscal comandada pelo ministro Levy. A inflação foi reprimida nos últimos anos com manipulação de tarifas públicas. Os gastos públicos foram exacerbados nos últimos anos e, como ficou provado pelo TCU, foram manipulados e jogados para adiante nas famosas pedaladas fiscais.

A reunião de ontem, na parte em que participaram outros ministros, foi dedicada ao problema de como pagar os atrasados aos bancos públicos para eliminar qualquer risco de um processo semelhante ao do ano passado nas contas públicas. Como esse é um dos caminhos do impeachment, a presidente está preocupada em eliminar qualquer ruído com o Tribunal de Contas. O problema é que os atrasados são uma conta alta demais para ser quitada de uma vez. A engenharia financeira para pagar tudo o que se deve ao Banco do Brasil e BNDES, e mais a conta de tarifas não pagas à Caixa, é muito alta.

Não há quem seja insubstituível, mas o que pouca gente no governo se dá conta é que sem Joaquim Levy haverá um aumento forte da desconfiança em relação ao Brasil e será difícil encontrar outro que aceite ir para o cargo e ser atacado como inimigo pelo próprio partido do governo.
Herculano
17/10/2015 09:50
GUERRA TOTAL, por Igor Gielow, para o jornal Folha de S.Paulo

A charge de Jean Galvão na sexta (16) elaborou com muito mais propriedade o que eu havia escrito duas semanas atrás. A queda de Eduardo Cunha, àquele momento paralela à de Dilma Rousseff, tornou-se uma só e de mãos dadas no traço brilhante do cartunista.

A eficácia da PGR em trucidar seletivamente o presidente da Câmara, com provas de resto irrefutáveis, sugere que o chão esteja mais próximo de Cunha, embora ele tenha insinuado confiança atípica no desfecho.

Na semana em que Dilma cumpriu seu destino traçado pelo PT e transmutou-se num boneco do ventríloquo Lula, faltando só a cabeça de Levy numa bandeja, a corda não apertou apenas o pescoço de Cunha.

O chefão petista se viu jogado na confusão, com as ainda incipientes acusações de Fernando Baiano dando corpo àquilo que é dito nos corredores do poder há anos.

Dilma, ou seu holograma, luta. Tendo obtido a mão do Supremo para congelar o que insiste em chamar de golpe, um exercício de desonestidade intelectual comparável aos malabarismos da oposição ao lidar com Cunha, ela contudo está longe de se ver amparada por alguma rede ?"a PF em suas investidas nas contas da campanha que o diga, para não falar no horror econômico cotidiano.

Como no cerco à Constantinopla bizantina pelos otomanos em 1453, a bruma da guerra turva previsões. Lá, como cá, ambos os lados se veem perto da vitória estratégica só para provarem da frustração da derrota tática no momento seguinte.

Não muitos se dão conta de que o ataque final de Mehmet 2º à minguada defesa de Constantino 11 por pouco não resultou numa retirada humilhante, dado que ambos os lados estavam exauridos e à mercê da sorte.

Essa é uma esperança do Planalto hoje, a de que o cerco possa ser levantado de uma vez. Sobriamente, ninguém pode encampar essa versão ainda, talvez muito ao contrário.
Herculano
17/10/2015 09:48
FAUSTO NO TR?"PICO, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

"O PSOL é linha auxiliar do PT. Fiz uma aposta com eles: assinem o pedido de impeachment, que eu assino o pedido contra Cunha." Carlos Sampaio, o líder tucano dos cavaleiros do impeachment, tem alguma razão no diagnóstico sobre o PSOL, mas seu repto evidencia a armadilha na qual o PSDB se enredou. Tal como na célebre lenda folclórica germânica, os tucanos firmaram um pacto com o Diabo, representado pela figura mefistofélica de Eduardo Cunha. Se Fausto entregou sua alma em troca de ilimitado conhecimento e poderes mágicos, o PSDB intercambiou sua integridade política pela promessa de deflagração do impeachment. Mas, à diferença de Mefistófeles, que cumpriu a palavra empenhada durante os 24 anos da vigência do pacto, Cunha ensaia rasgar o compromisso no balcão de negócios do Planalto. Será uma bela lição para o principal partido oposicionista.

Sampaio e seus cavaleiros não entenderam a relação entre o PSDB e as multidões que ocuparam as ruas para maldizer o governo. No calor do asfalto, impeachment é uma síntese possível da indignação nacional contra o lulopetismo. Nas maquinações do Congresso, contudo, o impedimento da presidente exige a ruptura do PMDB com o governo, algo que escapa ao controle dos tucanos. Em meio à implosão da base governista, o PSDB teve a oportunidade de delinear uma agenda parlamentar de oposição, prefigurando o cenário político do pós-Dilma. No lugar disso, escolheu agir como linha auxiliar dos caciques peemedebistas. O produto da escolha está aí: os tucanos reduziram-se a espectadores turbulentos do jogo de chantagens entre o PMDB e o lulopetismo.

Na sua obsessão pelo impeachment, os cavaleiros tucanos embrenharam-se na senda de fundamentá-lo sobre a base pantanosa das "pedaladas fiscais", que abriria caminho para um governo de Michel Temer. As "pedaladas" são manifestações financeiras do populismo econômico lulopetista ?"mas, em si mesmas, não constituem crime de responsabilidade. O crime passível de impeachment, ainda não totalmente comprovado, encontra-se no financiamento de campanha com recursos desviados da Petrobras. O PSDB desviou-se dessa rota complexa pois ela não conduz a um acordo com os caciques peemedebistas implicados na Lava Jato. No fim, tramaram com o suspeito do crime maior um impeachment justificado pelo crime menor. O pacto faustiano teve o aplauso dos grupelhos excitados que convocaram as manifestações anti-Dilma, mas só produziu confusão na opinião pública.

"Aécio, o PSDB está em conluio com o deputado Cunha", acusou o senador petista Lindbergh Farias, enquanto Lula acionava o PT para oferecer um bote salva-vidas ao presidente da Câmara, propondo-lhe a absolvição no Conselho de Ética em troca da rejeição do pedido de impeachment. O abraço de afogados entre Dilma e Cunha, uma evolução do contrato oculto de pilhagem da Petrobras, faz parte da ordem natural das coisas. Já o conluio tucano com nosso Mefistófeles de aldeia não só viola princípios elementares como revela um primitivismo digno de amadores. "Se eu derrubo Dilma agora, no dia seguinte vocês me derrubam", ensinou Cunha aos aparvalhados cavaleiros do impeachment.

"Nossa aliança é com mais de 70% da população", balbuciou Aécio Neves, numa resposta inverossímil à cínica imputação de Lindbergh. Imersos na idiotia política, os cavaleiros do impeachment não captaram os sentimentos majoritários dos brasileiros, que estão fartos de Dilma, essa deplorável caricatura presidencial, mas sobretudo do sistema corrupto de governo cristalizado à sombra do lulopetismo. Os tucanos tiveram o privilégio da escolha entre a oposição íntegra e um pacto com bandidos pelo poder. Eles optaram pelo segundo ?"e terão a primeira, mas sem a integridade.

O Fausto original termina no inferno; o de Goethe salva-se por uma graça divina. Qual será a sorte do PSDB?
Sidnei Luis Reinert
17/10/2015 09:44
Traições Levyanas, e o samba do $talinácio doido


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Um Brasil desgovernado pelo crime organizado, refém do rentismo financeiro e das imposturas de toda espécie, consegue ter um Ministro da Fazenda, como Joaquim Levy, "tão prestigiado" como treinador de time de futebol que perde todas. Enquanto nós, brasileiros que trabalhamos e produzimos, sobrevivemos "caidinhos" (como na gíria que se refere aos sem-grana), Dilma, Levy e os corruptos do congresso ficam no "cai-não-cai" que causa nojo, indignação e revolta no cidadão-eleitor-contribuinte.

A economia vai para a "casa do Lula" (como se diz naquela expressão popular). Levy faz beicinho e sai de mais uma inútil reunião com a Dilma pt da vida com o "fogo amigo" do $talinácio - que tem fama de viver sempre "de fogo". A única certeza é que todos estão queimadíssimos, Lula permanece "Presidentro" e o Levy continua de licença no Bradesco (para onde não voltará, porque, simbolicamente, de lá nunca saiu). A propaganda está certa. "Bra" não é de Brasil. "Bra" é de um dos donos do Brasil. Eles mandam e nós pagamos a conta do Capimunismo (centralizador, clientelista, cartorial, cartelizado, corrupto e canalha).

Perdão pela repetição. Mas no Brasil tocado pelos ladrões nem eles ficam à salvo. No Congresso tem vários cotados para perder o emprego. No entanto, o rigor seletivo só pega alguns, de vez em quando e sempre que convém, para bodes expiatórios. A máquina midiática (sobretudo a Rede Globo, que nunca esteve tão apavorada com o que lhe pode acontecer se o jogo virar) transforma Eduardo Cunha no vilão número 1. Só alguns aliados dele (como uns tucanalhas, primos dos petralhas) conseguem crer que Cunha, sócio de uma empresa chamada "Jesus.com"), é um "santo".

O mundo pirou. Todo mundo achava que o chefão da Companhia de Jesus era o Papa Francisco. Agora, o escândalo das contas na Suíça revela que o dono de uma empresa que leva o santo nome do Filho do Pai está registrada em nome do Cunha e da mulher dele, a Cláudia, cujo sobrenome, Cruz, justificaria a ousadia. Neste caso, literalmente, "Cruz Credo"! Como se diz na linguagem popular, Cunha "foi pego para Cristo". Mas os aliados juram que, neste fase de delações premiadas, a vocação dele será mais para Judas. A diferença é que a traição por custar bem mais que meros 30 dinheiros...

Voltando aos traidores da Pátria em liquidação total, só Deus sabe até quando Levy aguentará o tranco no Ministério da Fazenda. Lula quer botar outro (amigo) no lugar dele. Os banqueiros rosnam, mas, no final das contas, "noves fora nada", acabam aceitando qualquer substituição, desde que a regra do jogo não se altere. Para eles, tudo está no melhor dos mundos possíveis, apesar da inadimplência crescente em tempos bicudos de pré-impeachment (que pouco ou nada resolve).

A deterioração da economia agrava os problemas na crise estrutural brasileira em tempos de Pecado Capital. "Cada um trata de si, irmão desconhece irmão e dinheiro na mão é vendaval" - como bem cantou Paulinho da Viola. Se o sócio da empresa levianamente chamada "Jesus" enfrenta o maior inferno, imagina o que não acontece com os reles mortais que não tem conta na Suíça, mas sim nos levianos bancos tupiniquins...

Deve ser por isso que o camarada Lênin dizia: "Assaltar um banco não é nada perto de fundar um banco". O guru soviético deve estar vivendo no Brasil atual. No tempo dele, Lênin reclamava que o os capitalistas se afastavam da administração das firmas industriais. Ele observou que a maioria dos capitalistas tinha se transformado em uma classe que vivia de rendas, parasitária, sem função e dada ao luxo.

Com certeza, o empalhado Lênin ainda trabalha em Brasília ou mora em São Bernardo do Campo. Certamente, trata-se de um leninista doido. Se for absolutamente verdadeira a notinha oficial de que Levy não deixará a Fazenda, os brasileiros continuarão "na roça". Neste contexto, surge na esgotosfera da politicagem uma ponderação bem levyana, com rima poética, para encerrar um texto tão maravilhoso quanto a gerência da Dilma:

Se Jesus, na mão do Cunha, é um CNPJ brasileiro, por que $talinácio, com tanto dinheiro, não pode ser o poderoso chefão do fazendeiro?
Herculano
17/10/2015 08:03
BLINDAGENS À VISTA, editorial do jornal Folha de S.Paulo

A divulgação de documentos comprovando a existência de contas bancárias na Suíça em nome do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vem representar a derrocada de uma figura que, por um bom período, ocupou o papel que os partidos oposicionistas no Congresso Nacional não souberam ou não tiveram condições de exercer.

Recaiu sobre Cunha o manto, que não lhe servia em nenhuma hipótese, de grande magistrado nacional e de procurador-geral da moralidade, na possível iniciativa de desencadear processo de afastamento da presidente da República, Dilma Rousseff (PT).

A esse título, vinha sendo abjetamente cortejado por uma oposição que encampa, com má memória de seus próprios mensalões, a defesa do patrimônio público.

Segundo o noticiário da TV Globo, seria equivalente a R$ 23,8 milhões, pelo menos, o total dos recursos secretamente transferidos para a Suíça em benefício do atual presidente da Câmara dos Deputados.

O peemedebista teria encerrado duas contas há pouco mais de um ano, quando começaram a surgir resultados da Operação Lava Jato.

As revelações parecem selar o destino do deputado, que já tivera frustrado no Supremo Tribunal Federal seu plano de dividir com o plenário da Câmara a responsabilidade pela abertura do processo de impeachment.

Nem por isso parecem diminuídas as preocupações do governo. Afora eventual ato de desespero do presidente da Câmara, outros perigos assombram os esquemas do PT.

Graves denúncias aproximam-se do ex-presidente Lula. Sua nora teria recebido R$ 2 milhões de um pecuarista amigo, em transação feita pelo lobista conhecido como Fernando Baiano, a título de propina.

Não é a única notícia de irregularidades envolvendo familiares de Lula, e pesam sobre o próprio petista, como se sabe, suspeitas de atuação indevida em favor de empresas implicadas na Lava Jato.

Os estrategistas do Planalto, cujos escassos talentos têm sido postos rudemente à prova, veem-se ocupados, assim, em obscenas e contraditórias ações de blindagem.

Lula poderia proteger-se de iniciativas judiciais de primeira instância se lhe fosse concedido um posto ministerial. Cunha poderia ser preservado caso não se disponha a atacar. Como as ruas reagiriam a manobras tão deploráveis?

Sobre uma conjuntura que pode conhecer reviravoltas a todo instante, não é possível arriscar previsões, mas uma conclusão se tira.

Num ambiente de corrupção generalizada, acusadores e acusados, aliados e adversários trocam de papel sem que seus discursos e lemas tenham qualquer relevância ?"e a propina, que antes se contava em dólares, talvez se calcule hoje em meses ou anos a menos de cadeia.
Herculano
17/10/2015 07:55
AS MANCHETES DESTE SÁBADO DOS JORNAIS E PORTAIS É A DESQUALIFICAÇÃO DE N?"S ELEITORES.

PRIMEIRO ESCOLHEMOS LADRÕES PROFISSIONAIS PARA ESTAREM EM CARGOS CHAVES DA REPÚBLICA E DE OUTROS ?"RGÃOS.

SEGUNDO, NÃO TEMOS A MÍNIMA CHANCE DE LHES DAREM CORRETIVOS, COMO A PERDA DE MANDATO E CARGOS POR TODAS ESTAS ROBALHEIRAS, CORRUPÇÃO E SACANAGENS.

TERCEIRO, AINDA SOMOS OBRIGADOS A SUSTENTAR E DAR MAIS IMPOSTOS PARA TUDO CONTINUAR COMO ESTAR OU PIORAR, E TEM GENTE QUE DEFENDE ISTO, INCLUSIVE NA IMPRENSA.

QUARTO: AS INSTITUIÇÕES ESTÃO COMPROMETIDAS COM O BANDO QUE QUER CONTINUAR NO PODER, POR MEIO DE CONCHAVOS POLÍTICOS, ARTIMANHAS LEGAIS E JURÍDICAS.

QUINTO: E AINDA, N?"S OS MANSOS, SOMOS ACUSADOS DE NÃO TERMOS REPUTAÇÃO ILIBADA PARA COBRAR UMA CONDUTA ÉTICA E LIMPA DESTES BANDIDOS.

SEXTO: O PT E O PMDB ESTÃO NO PRIMEIRO GRAU DESTA SUJEIRA E LAMA, E COM A MAIOR CARA DE PAU,SEM SOLUÇÕES PARASE LIMAPREM DISPUTAM O PODER COMO SE VESTAIS FOSSEM.

LIMPEZA JÁ PARA A PRESIDENTE DILMA VANA ROUSSEFF, PT, MICHEL TEMER, EDUARDO CUNHA E RENAN CALHEIROS, TODOS DO PMDB, O GIGOL?" ETERNO DO PODER E DO POVO BRASILEIRO.
Herculano
17/10/2015 07:44
AINDA SOBRE A TAL REPUTAÇÃO ILIBADA QUE DIZ DILMA TER MAIS QUE TODOS N?"S

Você já pegou em armas, já assaltou bancos, já torturou os brasileiros e brasileiras, principalmente os mais indefesos, com inflação, falta de saúde pública, educação pública de má qualidade, falta de segurança, mentiras, promessas não cumpridas, falta de obras essenciais para o desenvolvimento como a Ponte do Vale, da Saudade, a duplicação da BR 470?
Herculano
17/10/2015 07:23
DELATOR REVELA ATUAÇÃO DE AMIGO OPERADOR DE LULA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje

Os depoimentos do lobista Fernando Soares, o "Fernando Baiano", não apenas colocam o ex-presidente Lula no esquema de corrupção investigado na Lava Jato como lança luz sobre uma das figuras mais poderosas do "lulismo", o fazendeiro José Carlos Bumlai. O operador do PMDB confirmou à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal que Bumlai atuava como uma espécie de "operador" do ex-presidente.

Padrinho de Cerveró

Bumlai "cuidava" para Lula de assuntos envolvendo a Petrobras desde 2005. Passou por ele a escolha de Nestor Cerveró para sua diretoria.

Guru do setor elétrico

No setor elétrico, atribui-se a Bumlai a montagem do consórcio para construir a usina de Belo Monte - um negócio de R$ 25 bilhões.

Resolvedor de problemas

Bumlai também estaria envolvido no esquema que rendeu R$ 2 milhões para Lulinha e mais R$ 2 milhões para uma nora de Lula.

Falta o chefe

Apesar de Lula ter sido tantas vezes citado e até denunciado, até agora a Procuradoria-Geral da República não abriu investigação contra ele.

Dilma ainda não cassou medalhas de mensaleiros

Condenados há mais de três anos por crimes cometidos no Mensalão, José Dirceu, José Genoino, Roberto Jefferson, João Paulo Cunha e Valdemar Costa Neto ainda mantêm as medalhas da Ordem do Mérito Aeronáutico. A honraria deveria ter sido cassada pela Grã-Mestre da Ordem, a presidente Dilma, já que o decreto 3.446/00 obriga cassação de condenados por atentado contra "erário, instituições e a sociedade".

Puro mérito

Ex-ministro da Casa Civil, Dirceu recebeu das mãos do ex-presidente Lula a comenda no grau de Grande-Oficial, o segundo mais alto.

"Cumpanhêros"

O ex-deputado José Genoino era réu no processo do mensalão quando foi condecorado pelo então ministro da Defesa Nelson Jobim, em 2011.

Alô, procuradoria

A Medalha do Pacificador dos mensaleiros só foi cassada após ofício enviado pela procuradora da República Eliana Pires Rocha ao Exército.

Visitante falastrão

Presidente da Comissão de Relações Exteriores, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) cancelou reunião com o secretário da Unasul, ex-presidente da Colômbia, que defendeu de Dilma: "Ernesto Samper faria melhor se dedicasse atenção à escalada autoritária em outros países".

Lexotan na veia

É consenso na presidência da Câmara a tranquilidade de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Quanto mais o peemedebista é denunciado, mais ele se mostra disposto a continuar no cargo.

Porteira fechada

O ministro da Secretaria de Portos, Helder Barbalho, demitiu Guilherme Penin do cargo de secretário-executivo. Tentou dar carteira no ministro, mas foi obrigado a ouvir: "A porteira (fechada) é minha".

Está escrito

Em Brasília, esta semana, Roberval Batista, o "Pai Uzeda", jogou os búzios e avisou que está escrito: não apenas a presidente Dilma vai perder o emprego. "Eduardo Cunha e Renan Calheiros também vão cair", garantiu, ele convicto, após dar consulta a um ministro.

Dia depois de amanhã

No Congresso, não se falava outra coisa: foi semana de alívio para o governo, com representação contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética e suspensão do impeachment. Mas a próxima deve ser dura.

Pega mal

Incumbido pela Comissão de Trabalho de contatar o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, o deputado Sílvio Costa (PSC-PE) deu pinote: "Não me peçam para ligar para a Petrobras!". A risada foi geral.

Morrendo pela boca

Damião Feliciano (PDT-PB) espalhava que sua mulher, Lygia Feliciano, seria governadora da Paraíba por dez dias. Ao saber disso, Ricardo Coutinho suspendeu seu atestado e melou as pretensões do deputado.

Entrincheirados

"Não há nada pacificado, sobretudo em um clássico como os vetos ao reajuste do Judiciário", afirma o deputado José Priante (PMDB-PA), que foi cotado para ministro e barrado pelo primo Jader Barbalho.

Pensando bem...

... foi uma boa semana para o governo: o termo #impeachment foi mencionado "apenas" 8 vezes por hora no Twitter.
Herculano
17/10/2015 07:11
PARA QUE SERVE A "REPUTAÇÃO ILIBADA" DE DILMA? , por Josias de Souza

Dilma Rousseff é a pessoa mais honesta que ela conhece. Há quatro dias, discursando num Congresso da CUT, a presidente dirigiu um repto à oposição: "Quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa suficientes para atacar a minha honra?" Uma interrogação puxa outra: para que serve a reputação ilibada de Dilma?

Os conceitos auto-congratulatórios de Dilma não interessam muito, com todo respeito ao seu direito de expressá-los. Um presidente da República não pode ser apenas uma pose. É preciso que, por trás da pose, haja uma noção qualquer de decência. E o que há por trás da pose, no momento, é a sombra de Fernando Baiano.

Multi-operador do escândalo da Petrobras, Baiano disse em delação premiada ter repassado propinas milionárias para os peemedebistas Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Jader Barbalho, para o petista Delcídio Amaral e até para uma nora de Lula.

Vale a pena situar os personagens: Cunha negocia com o governo um arranjo que lhe salve o mandato. Renan e Jader são os principais aliados de Dilma no Senado. Delcídio é líder do governo. E Lula é Lula, uma espécie de rei sem trono.

É verdade que um pedaço do escândalo que compromete a pose de Dilma foi-lhe jogado no colo por Lula. Mas a oradora da CUT já era um mito gerencial na época em que a roubalheira acontecia debaixo do seu queixo de vidro de presidente do Conselho de Administração da Petrobras.

Sob aplausos da plateia-companheira que a acolheu no auditório da CUT, Dilma enfiou no seu discurso uma frase com pretensões inconscientemente cômicas: "?o meu governo e o governo do presidente Lula propiciou e estimulou [sic] o mais enérgico combate à corrupção da nossa história."

Uma pose nem precisa mentir para se valorizar, basta selecionar a meia-verdade mais conveniente e omitir o principal: a propinocracia estruturada na era petista quebra todos os recordes mundiais de rapinagem. E os rapinadores continuam dando as cartas. Movem-se com tal desenvoltura que transformam a "reputação ilibada" de Dilma numa virtude facilmente contornável.
Herculano
17/10/2015 07:04
LIDERANÇA

Porque está comprometidas com os fatos da sociedade e não com os relatos da alienação, feitos exatamente para esconder as mazelas dos políticos na nossa sociedade. Acorda, Gaspar!
Herculano
16/10/2015 22:49
OS BRASILEIROS NA MÃOS DE BANDOLEIROS (NA PRESIDÊNCIA E NO CONGRESSO). S?" DISCURSOS, MENTIRAS E ARRUMAÇÃO ENTRE ELES COM OS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS E QUE FALTAM À SAÚDE PÚBLICA, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA, OBRAS.. COMO A PONTE DO VALE, DA SAUDADE, DUPLICAÇÃO DA BR-470... PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA PEDE SEQUESTRO DE R$9 MILHÕES DE CONTAS ATRIBUIDAS A EDUARDO CUNHA, PMDB, NA SUÍÇA.

Conteúdo da Agência Brasil. Texto de André Richter
Da Agência Brasil. A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) o bloqueio e o sequestro de 2,4 milhões de francos suíços, equivalentes a R$ 9 milhões, atribuídos ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em contas na Suíça.

A procuradoria aguarda decisão do ministro Teori Zavascki para garantir o ressarcimento aos cofres públicos, no caso de eventual condenação de Cunha pelo STF. A PGR pretende investigar se Cunha e sua família cometeram o crime de evasão de divisas, caracterizado pelo envio ilegal de dinheiro ao exterior sem declaração à Receita Federal.

Ontem (15), Zavascki abriu inquérito para investigar as contas atribuídas a Cunha. O pedido de abertura do inquérito, feito pela PGR, foi baseado em informações prestadas pelo Ministério Público da Suíça, que identificou quatro contas atribuídas ao presidente da Câmara naquele país. Para a PGR, além de Cunha, a mulher dele, Claudia Cruz, era uma das beneficiárias das contas, que movimentaram cerca de US$ 24 milhões.

A suspeita é que os valores são decorrentes de propina recebida por Cunha em um contrato da Petrobras para exploração de petróleo em Benin, na África. Segundo a procuradoria, não há dúvidas sobre a titularidade das contas e da origem dos valores.

Em nota à imprensa, Cunha reafirmou que não tem contas no exterior e nunca recebeu "vantagem de qualquer natureza".
Herculano
16/10/2015 22:41
NOTA A IMPRENSA DE EDUARDO CUNHA, PMDB. OS CULPADOS SÃO OS QUE INVESTIGAM E DIVULGAM.
parte 1

Tendo em vista a estratégia ardilosa adotada pelo procurador-geral da Republica de vazar maciçamente supostos trechos de investigação e movimentações financeiras, atribuídas ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, com o único objetivo de desestabilizar sua gestão e atingir sua imagem de homem público;
Considerando ainda que há uma omissão proposital sobre outros personagens da investigação em curso;
Considerando que a espetacularização adotada pelo procurador-geral da República coloca em xeque a respeitabilidade de um processo que deveria ser sério ?" de combate à corrupção ?", denigre as instituições e seus líderes e evidencia a perseguição política contra o presidente da Câmara dos Deputados;
Considerando ainda o objetivo maldoso de desviar o interesse geral dos reais responsáveis pelos malfeitos e tornar o Presidente da Câmara o foco principal de todo o noticiário a respeito da operação sobre os desvios na Petrobras, destacamos:

1) O presidente da Câmara nunca recebeu qualquer vantagem de qualquer natureza, de quem quer que seja, referente à Petrobras ou a qualquer outra empresa, órgão publico ou instituição do gênero. Ele refuta com veemência a declaração de que compartilhou qualquer vantagem, com quem quer que seja, e tampouco se utilizou de benefícios para cobrir gasto de qualquer natureza, incluindo pessoal.

2) Os seus advogados terão agora, finalmente, a oportunidade de conhecer os supostos dados e documentos alardeados pela mídia ao longo das duas últimas semanas, em uma tentativa de constranger e desgastar politicamente o presidente da Câmara. Trata-se de uma clara perseguição movida pelo procurador-geral da República. É muito estranha essa aceleração de procedimentos às vésperas da divulgação de decisões sobre pedidos de abertura de processo de impeachment, procurando desqualificar eventuais decisões, seja de aceitação ou de rejeição, do presidente da Câmara.

3) Os seus advogados, tão logo tenham acesso aos documentos e ao inquérito, darão resposta precisa aos fatos existentes.

4) Durante esse período, foram divulgados dados que deveriam, em tese, ser protegidos por sigilo, sem permitir ao presidente da Câmara o direito de ampla defesa e ao contraditório, garantido pela nossa Constituição. Essa divulgação foi feita, estranhamente, de forma ostensiva e fatiada em dias diferentes e para veículos de imprensa variados. O fato de esses vazamentos, costumeiramente, ocorrerem às vésperas de finais de semanas ou feriados é outro indicativo de seus objetivos persecutórios.
Herculano
16/10/2015 22:40
NOTA A IMPRENSA DE EDUARDO CUNHA, PMDB. OS CULPADOS SÃO OS QUE INVESTIGAM E DIVULGAM.
parte 2

5) A propositura de inquérito sem preservação de sigilo, em oposição a outros que contenham dados que a lei protege o sigilo, evidencia a diferenciação do tratamento dispensado ao presidente da Câmara. Provavelmente, essa forma busca dar um verniz de legalidade aos vazamentos ocorridos, preservando-os de possíveis consequências. Por exemplo: os inquéritos propostos contra os ministros Aloizio Mercadante e Edinho Silva foram, a pedido do PGR, com sigilo. Por que a diferença?

6) O presidente da Câmara reitera o que disse, de forma espontânea, à CPI da Petrobras, e está seguro de que o curso do inquérito o provará.

7) Por várias vezes, desde o início desse processo, o presidente da Câmara tem alertado para a atuação política do PGR, que o escolheu para investigar, depois o escolheu para denunciar e, agora, o escolhe como alvo de vazamentos absurdos e ilegais, que impõem o constrangimento de ser incluído em tudo que se refere à apuração de responsabilidades nesse processo de corrupção na Petrobras, que tanto envergonha o Brasil e está muito distante dele. Parece que a única atribuição que resta ao PGR é acusar o presidente da Câmara.

8) Em relação ao aditamento da denúncia já existente, o presidente e seus advogados ainda não tiveram acesso ao conteúdo, que será contestado nos autos, dentro do novo prazo legal. É de se estranhar, novamente, que passados 60 dias da primeira denuncia, ela precisasse ser aditada, reiterando que aquela denuncia foi mais uma escolha do PGR.

9) O presidente volta a formular as perguntas que não querem calar: onde estão as demais denúncias? Cadê os dados dos demais investigados? Como estão os demais inquéritos? Por que o PGR tem essa obstinação pelo presidente da Câmara, agora, covardemente, extensiva a sua família? Alguma vez na história do Ministério Público um procurador-geral respondeu a ofício de partido político da forma como foi respondido com relação ao presidente da Câmara, em tempo recorde para ser usado em uma representação ao Conselho de Ética? A quem interessa essa atuação parcial do PGR? Onde está a responsabilização dos verdadeiros culpados pela corrupção da Petrobras? A sociedade brasileira gostaria de conhecer essas respostas.

10) A Constituição assegura o amplo direito de defesa e a presunção da inocência, e o presidente pede que esse seu direito, como o de todo cidadão, seja respeitado. Não se pode cobrar explicação sobre supostos fatos aos quais não lhe foi dado o acesso para uma digna contestação, já que a ele, até o momento, só restava acompanhar o noticiário para conhecer as acusações.

11) O presidente da Câmara reitera sua confiança no Supremo Tribunal Federal, que certamente fará justiça ao apreciar os fatos imparcialmente e anulando essa perseguição ao presidente da Câmara.
Herculano
16/10/2015 22:34
ÀS 14H30MIN, LEVY DISSE A TEMER QUE FICARIA NO CARGO. OU: LULA DEVERIA ESTAR SENDO INVESTIGADO, MAS ESTÁ TENTANDO DERRUBAR MINISTROS. por Reinaldo Azevedo, de Veja

Em conversas que manteve no começo da tarde desta sexta-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que havia decidido ficar no cargo.

Às 14h30, ele falou com Michel Temer, vice-presidente da República, e disse que, sendo da vontade de Dilma, permaneceria, sim, à frente do Ministério da Fazenda. E era da vontade dela.

Que país exótico este, não é mesmo? Lula, que deveria estar sendo investigado pela Operação Lava Jato ?" ou será que ele não tem nem mesmo de ser alvo de um inquérito a esta altura? ?", está tentando derrubar ministros.

Ora, não é segredo para ninguém que o ex-presidente está na coordenação política do governo. Se faz pressão contra Levy, é justo que o ministro se sinta desprestigiado e pense em sair.

Levy é a única âncora de alguma confiabilidade com a qual Dilma conta. Que o Babalorixá de Banânia tente desestabilizá-lo fala bem de sua natureza.

Lula só sabe fazer discurso de oposição. Sempre foi assim. Ele é governo só quando benesses podem ser oferecidas.

Mas fazer o quê? Dilma resolveu entregar a ele a condução política do governo. E tem de arcar com as consequências.
Herculano
16/10/2015 21:51
ESCLARECIMENTO

O que o leitor não menciona, eu esclareço. O vereador em questão é Giovânio Borges, PSD.
Naufragados
16/10/2015 21:37
E agora José?

Além dos altos impostos pagos pelo o povo,
foi realizada uma campanha política para arrecadar dinheiro do povo e comprar uma bomba para o bairro Bela Vista.
O vereador virou a cara para muitos moradores que não contribuíram, os seus cabos eleitorais também.
Na última quarta-feira foi "O Dia D", foi o teste.
E sabe o que ocorreu?
A bomba não funcionou.


E agora José?
Herculano
16/10/2015 20:28
A AGONIA DA ESPERA, DA INCERTEZA, DA CHUVA, DA ÁGUA BARRENTA DA ENCHENTE...

Esta é a previsão segundo o Clima Terra, de Ronaldo Coutinho, de São Joaquim, para este sábado:

Área de instabilidade ainda atua em SC. Céu nublado a aberturas de sol, mais de tarde e maiores no oeste. Chuva isolada no decorrer da madrugada/manhã, mais isolada de tarde/noite. Ainda tem pequeno risco de chuva significativa no vale do Itajaí durante o dia. Muitas cidades até podem passar sem chuva ou com bem pouca chuva, especialmente de tarde. Nevoeiro isolado, mais nas serras, morros e vales.

Temperatura bem amena, mais alta no oeste de tarde. Mínimas 11/16°C na maior parte do Estado, entre 10/16°C no litoral e boa parte do vale do Itajaí e entre 5/8°C em pontos do topo da serra no fim da noite, máximas entre 15/21°C na maior parte SC, 9/12°C/no topo da serra/+ de 1200 m, 22/25°C em pontos do planalto norte na região de divisa mais a oeste do planalto norte, menor chance no oeste de SC.

Vento de sul a sudeste no litoral e áreas próximas, rajadas ocasionais acima dos 20/40 km. Vento de sul/sudoeste a sudeste/leste no interior com rajadas ocasionais acima dos 20/40 Km. Nas atividades ao ar livre, lavouras e pomares, colheita e tratamento, condições; regular a ruim, melhor de tarde, ainda com algum risco. Bem melhor no oeste.
Paulo Filippus (do Belchior)
16/10/2015 20:24
Semana triste para o povo Brasileiro e Venezuelano, não é mesmo caro Herculano? Me pergunto até quando teremos a liberdade de comentar neste blog, pois se depender do PT isso não dura muito.

Na Venezuela, os amigos dos petistas cortaram o Facebook e Twitter do povo, que já morre da fome pelas esquinas. Tudo por causa de um projeto comunista de poder orquestrado pelo Foro de São Paulo fundado pelo Lula e seus amigos.

No Brasil, vimos o Judiciário (STF) interferindo no Legislativo (Câmara dos Deputados), algo extremamente inconstitucional. Que só vimos acontecer na história do nosso mundo em ditaduras...

Queres saber o que vai ser do nosso Brasil amanhã, se não irmos as ruas logo e mostrarmos pra essa corja que o poder emana do povo e para o povo? Tem um vídeo aqui mostrando: https://www.youtube.com/watch?v=Qphlc2p35fY

Até quando vamos esperar?
Herculano
16/10/2015 20:19
PARA AMPARAR A SACANAGEM O PT EVOCA O PSDB PARA A SUA DEFESA. PODE? PARA O PT, TUDO PODE.

O PT de Gaspar inventou o tal projeto de lei de 49/2015, uma farra de milhões que dará eternamente caros advogados para os prefeitos, vices, secretários e vereadores entrar com ações contra cidadãos, imprensa e autoridades, bem como criar defesas em todos os graus, por anos afio, naquilo que fizeram de errado no cargo.

O que fez Zuchi foi as rádios - que não fazem perguntas - defender tal abuso. E quem ele usou para defender tal excrecência? Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, o inimigo mortal, saco de pancadas e de constrangimentos de qualquer petista decente.

Espera ai! Os que diziam Fora FHC, agora dizem Santo FHC? Ora se FHC era um demônio e acabou com o Brasil, o que ele fez agora serve para perpetuar uma indecência? Afinal, FHC foi prefeito de onde? Em São Paulo quando estava quase eleito, posou para uma foto antes da hora e até hoje perdeu a vez.

O PT verdadeiramente um partido. É uma organização. Prova-se mais uma vez, aqui em Gaspar. Acorda, Gaspar!
Herculano
16/10/2015 20:01
LEVY NÃO ENTREGA CARTA E SEGUE NO CARGO, MESMO INSATISFEITO, por Vera Magalhães para o Radar online de Veja.

Terminou agora, depois de três horas, a reunião da Junta Orçamentária do governo no Palácio da Alvorada.

Joaquim Levy (Fazenda) não entregou a Dilma Rousseff a carta de demissão que redigiu entre a noite de quinta e a manhã desta sexta-feira e discutiu com aliados.

Houve discussões sobre o Orçamento deste ano e o de 2016, segundo participantes do encontro. Os ministros debatem formas de adequar a necessidade de cumprir a meta fiscal e, ao mesmo tempo, não incorrer em irregularidades apontadas pelo TCU, como as pedaladas.

O titular da Fazenda e os demais ministros dividiram missões para a aprovação de medidas no Congresso.

Antes mesmo da reunião, aliados que acompanharam a disposição de Levy de sair por conta da artilharia política a que está submetido consideravam a possibilidade de ele não efetivar a saída.

Na discussão da Junta Orçamentária, os ministros discutiram formas de adequar as contas públicas às novas exigências do TCU. Marcaram novas reuniões para a semana que vem para discutir pagamentos ao BNDES e novas formas de se relacionar com os bancos públicos.
Herculano
16/10/2015 19:56
ILHOTA EM CHAMAS

Qual a diferença entre um político do PT e do PSD? Na maioria dos casos, nenhuma.

Veja está. O Prefeito de Ilhota, Daniel Christian Bosi, PSD, acaba de vetar a Lei contra o Nepotismo, que impede dele nomear parentes para cargos em comissões e fazer disso uma rede de empreguismo familiar. A lei foi aprovada pela Câmara.

Em Gaspar, administrada pelo PT, a lei já existe Ela foi feita pelo então prefeito Adilson Luiz Schmitt, na época no PMDB e hoje sem partido. Criou-se uma polêmica na Câmara na época. Alguns vereadores daqui, vejam só, não a queriam. Foi aprovada e Adilson teve que cortar na carne: seu irmão engenheiro, o então secretário de Planejamento, Maurílio Schmitt.

Volto. Em Gaspar a lei existe, mas vira e mexe a administração de Pedro Celso Zuchi,PT, tenta burlá-la. Eleva ao limite em se adequar. Só faz isto sob pressão do Ministério Público. Então, qual a diferença entre os dois partidos, ou determinados políticos dos dois partidos? Acorda, Gaspar!
Herculano
16/10/2015 19:44
O DIA A DIA DA NOSSA CORRUPÇÃO, por Alberto Carlos Almeida, sociólogo, para o jornal Valor Econômico
Parte 1

O que cidadãos em geral, empresários e alguns políticos gostariam é que a corrupção no Brasil fosse reduzida. Sonhar não custa nada, há aqueles que desejam que ela simplesmente acabe. Nada é mais comum em época de escândalo da Lava-Jato do que estarmos em conversas sociais, em festas de aniversário, eventos, confraternizações, e dialogarmos sobre a corrupção no país. Com rapidez, surgem afirmações do tipo: que absurdo é a política, quanta roubalheira, o Brasil não tem jeito mesmo, a corrupção é deslavada, me sinto envergonhado, pesam sobre todos os políticos escândalos e denúncias de corrupção.

O diálogo social caminha, com muita frequência, para o nome do juiz Sérgio Moro. Ele é elogiado como sendo exemplo de quem colocará o país nos eixos, como a pessoa e o profissional que mudará a história do Brasil, e então as esperanças de mudança são depositadas na Justiça Federal de Curitiba. Há ainda aqueles que, mais informados, consideram que o fatiamento da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) é um grande revés no combate à corrupção. As realizações de Moro são, para essas pessoas, inebriantes: ele é o cara, somente ele será capaz de fazer justiça.

Em tais diálogos sociais é praticamente impossível levantar um tema correlato, aquele que relaciona a corrupção no mundo político aos pequenos e diários atos de corrupção de toda a sociedade brasileira. Vale aqui um parêntese. A palavra corrupção é aplicada neste artigo de maneira ampla, não caracteriza atos relacionados somente ao setor público, mas também ações moralmente correlatas praticadas na vida diária e no setor privado. Pois bem, a grande questão que o Brasil precisa discutir é até que ponto seremos capazes de combater a corrupção em Brasília, nos governos estaduais, nas prefeituras, se toda a sociedade comete constantemente delitos ou tão somente quebras de regas que são funcionalmente idênticas a um ato de corrupção.
Herculano
16/10/2015 19:44
O DIA A DIA DA NOSSA CORRUPÇÃO, por Alberto Carlos Almeida, sociólogo, para o jornal Valor Econômico
Parte 2

Quem tem filhos menores de 18 anos sabe que há em São Paulo a possibilidade de obtenção de uma carteira de identidade na qual o menor passa a ter mais de 18 anos. O objetivo é simples: possibilitar que o jovem passe a frequentar shows, espetáculos e baladas que exigem a maioridade como idade mínima. É comum que o menor chegue em casa afirmando que todos os amigos já fazem parte de um grupo que vai requisitar esse novo RG e que, se ele não for parte desse grupo, será discriminado e, mais grave, não poderá ir aos mesmos lugares que seus colegas passarão a frequentar. Ora, se os pais sabem que isso acontece, é bem provável que as autoridades policiais e judiciárias também saibam.

Adicionalmente, os pais acabam por aceitar a demanda de seus filhos tornando-os todos, pais e filhos, transgressores e cúmplices. Cabe a pergunta: nossos deputados federais não são, ao fim e ao cabo, bons representantes de nossos atos?

Circula também a informação de que há transgressões da mesma natureza no relacionamento comercial denominado "business to business". Quando uma empresa fornece serviços para outra empresa há, em geral, algum tipo de concorrência. A empresa contratante solicita propostas de diversos fornecedores, uma proposta técnica, com as especificações do serviço, e também e obviamente o preço. Afirma-se que, em muitos casos, a empresa contratada é aquela que paga alguma coisa para os que têm o poder de decisão na empresa contratante. Utiliza-se, inclusive, um nome simpático e inofensivo para isso: chama-se "deu bola", ou "pagou bola". Cabe buscar saber quão disseminado é esse procedimento. Certamente, muitos de nós já ouvimos falar dele. De novo, aqui se aplica a pergunta: nossos deputados federais não são, ao fim e ao cabo, bons representantes de nossos atos?
Herculano
16/10/2015 19:43
O DIA A DIA DA NOSSA CORRUPÇÃO, por Alberto Carlos Almeida, sociólogo, para o jornal Valor Econômico
Parte 3

Recentemente, foi feita uma pesquisa entre 1.100 alunos do ensino médio e superior, pessoas de 16 a 30 anos de idade, de ambos os sexos, e se constatou que 69% já haviam colado em provas, 68% já tinham copiado textos da internet para colocar em trabalhos e 59% já haviam assinado a lista de presença em nome de colegas. Mais da metade já tinha marcado a presença para outra pessoa. Qualquer semelhança com o que ocorre em Brasília não é mera coincidência. É aqui que entram nossos representantes. É lamentável constatar, mas eles nos representam fielmente - inclusive Fernando Collor, por mais que isso nos cause indignação.

É possível que o mesmo estudante que tenha marcado a presença para um colega venha a se tornar político, talvez vereador ou deputado estadual - não precisamos chegar em Brasília. Se ele se tornar um representante do povo, já terá cometido transgressões em sua vida social, pequenos ilícitos ou quase ilícitos. A partir daí, um pequeno passo o impede de fazer o mesmo dentro da administração pública: a chance de fazê-lo e a percepção de que não haverá consequências para sua carreira.

Nós, brasileiros, temos imensa dificuldade para cumprir a lei, cumprir regras. Essa dificuldade tem a ver com a forma como entendemos as relações entre Estado e sociedade e a genealogia das leis. No Brasil, o Estado é visto como um ente inteiramente separado da sociedade. O Estado é uma coisa e a sociedade é outra. São coisas estanques, separadas, que se relacionam, sim, mas que funcionam com suas próprias lógicas. Procure prestar atenção a seus diálogos com filhos e amigos para ver como você se refere ao Estado, e como se refere à sociedade. Nossa visão cultural é diferente, por exemplo, da que têm os americanos, que veem os dois entes como superpostos, entrelaçados e entranhados um no outro. Para eles, não há um Estado lá e uma sociedade aqui, mas há os dois conjuntamente.
Herculano
16/10/2015 19:42
O DIA A DIA DA NOSSA CORRUPÇÃO, por Alberto Carlos Almeida, sociólogo, para o jornal Valor Econômico
Parte 4

O passo seguinte, como vemos o nascimento das leis, tem a ver com isso. Para nós, leis e regras foram feitas por pessoas longe de nós, aqueles "carinhas lá", que fizeram isso para nos prejudicar, para nos f#$%. Foi exatamente esse o argumento dos motoristas quando a velocidade máxima foi reduzida a 50 km/h em várias vias de São Paulo. Virou lugar comum afirmar que "aqueles caras querem prejudicar a nós, os motoristas". Ou: "Eles não sabem quais são nossas reais demandas, não sabem como nossa vida já é difícil, aí, eles, que estão lá longe, no Estado, decidiram por uma regra que prejudica a nós, aqui na sociedade". Muitos imaginaram estratégias para burlar a lei, sendo a mais fácil e óbvia acelerar muito entre os radares e diminuir para 50 quando se aproximassem os controles.

O resultado dessa visão de mundo é que a lei desfruta de pouca legitimidade no Brasil. As pessoas são reticentes em cumpri-la, e quando o fazem ficam de olho na primeira possibilidade de transgredi-la. Há aqueles que, diante disso, argumentam simplesmente que não cumprem a lei porque os outros não o fazem. Nesse cenário, cumpri-la seria um ato de otário. Ora, há uma questão que antecede: provavelmente, a mesma pessoa que utiliza o argumento de que os outros não cumprem a lei não vê legitimidade na lei, não considera legítima a maneira com que se chegou a ela. De novo, não custa repetir, a lei tende a ser vista como algo feito por "aqueles caras lá", no governo, que não sabem das dificuldades que passamos, aqui na sociedade. Eis a justificativa perfeita para não cumprir a lei.

Minha suspeita é que a corrupção é muito disseminada. Não acontece somente em Brasília, é grande nas prefeituras e nos governos estaduais, nas assembleias legislativas, nas câmaras de vereadores, em suma, em todo o setor público. Ocorre em secretarias municipais, em empresas públicas, e muitos órgãos da administração pública. Também suspeito que o procedimento de "dar bola" seja muito disseminado entre empresas clientes e fornecedoras, assim como é avassalador o desrespeito às leis do trânsito, o simples furar o sinal vermelho.

É fácil enxergar o que fazem os políticos em Brasília e defender que eles sejam punidos. Eles estão longe, são "aqueles mesmos carinhas lá" que fazem as leis. Difícil é ver quando nós mesmos não seguimos as regras e leis. Não somos capazes de ver, e quando o fazemos, temos uma boa justificativa, da mesma maneira que as têm os políticos em Brasília. O desafio é identificarmos nossas transgressões e as combatermos.

Diante desse cenário, Sérgio Moro é importante, mas não resolve. Ele é importante porque as investigações que chefia estão tendo impacto sobre o funcionamento do sistema político e também sobre a atividade econômica, mas a solução para a redução da corrupção é bem mais ampla. O mensalão ocorreu em 2005 e o julgamento foi em 2012. Políticos muito poderosos já perderam seus mandatos e alguns nunca voltaram a ser o que eram antes - casos de José Dirceu, o todo-poderoso ministro da Casa Civil, e de Ibsen Pinheiro, que havia sido presidente da Câmara dos Deputados. É possível citar muitos outros. Nada disso impediu que as práticas sociais continuassem em Brasília e em outros níveis do setor público.

Alguns dirão que os políticos não foram presos em número suficiente, que é preciso prender ainda muitos talvez, até que se deem conta de que a corrupção é deletéria para suas vidas pessoais e carreiras. Pode ser. Difícil é saber quantos terão que ser punidos, ou a proporção que terá de ir para atrás das grades antes que haja sinal de redução da corrupção.

Fica aqui a reflexão: pode ser que todo o esforço da Justiça seja inglório se a sociedade não mudar, se todos os brasileiros, e não apenas os políticos, não passarem a respeitar mais as lei e as regras.
Herculano
16/10/2015 19:32
NÚMERO DA SORTE DA FAMÍLIA LULA:2.000.000, por Augusto Nunes, de Veja

Três bandalheiras reveladas por Fernando Baiano, um dos mais ativos despachantes do esquema do Petrolão, permitiram ao país descobrir o número da sorte da Famiglia Lula: 2.000.000. Uma negociata envolvendo a Odebrecht na África, por exemplo, rendeu US$2.000.000 a Taiguara Rodrigues, sobrinho de Lula. Lulinha, o primogênito, embolsou R$2.000.000 desviados da Petrobras pelo bando em que militava Fernando Baiano.

Agora se soube que o pecuarista José Carlos Bumlai, amigão de Lula, exigiu que R$2.000.000 extraídos do produto dos roubos fossem destinados a uma nora do ex-presidente. No Brasil lulopetista, como se vê, sobrenome pode ser o caminho mais curto para o mundo onde só vive gente podre de rica. O problema é que, com o advento da Operação Lava Jato, esse tipo de maracutaia tem custado aos espertalhões uma viagem só de ida para Curitiba.

O número da sorte, evidentemente, já não se estende ao patriarca. O que é muito pixuleco para a segunda geração da Famiglia é dinheiro de troco para um supervalorizado camelô de empreiteira. Entre 2001 e 2014, Lula juntou R$27 milhões em troca de falatórios patrocinados por empresários que agora chapinham no pântano do Petrolão. Numa única "palestra", o palanque ambulante estabeleceu um recorde mundial: ganhou 11 mil dólares por minuto.

A trajetória do palestrante mais caro do planeta é um desfile de proezas espantosas. É também um formidável caso de polícia.
Herculano
16/10/2015 15:16
SUMIDO E EM SILÊNCIO

Desde que o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, mandou para a Câmara o famigerado projeto de lei 49/2015 que dá advogados aos políticos pagos com o dinheiro dos nossos pesados impostos, o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, e que pode ser beneficiado pelo projeto se aprovado como está, sumiu e está em silêncio.

Não veio a público para rejeitá-lo, ou mesmo ficar em cima do muro. Acorda, Gaspar!
Herculano
16/10/2015 15:11
O JACARÉ DO LULA, por Bernardo de Mello Franco, pra o jornal Folha de S. Paulo

Sempre que os adversários tentavam esconder algum fato incômodo, o ex-governador Leonel Brizola sacava uma expressão debochada. "Se tem dente de jacaré, couro de jacaré, olho de jacaré... como não é jacaré?", ele perguntava.

A ex-brizolista Dilma Rousseff deve ter se lembrado disso ao repetir, nesta quarta, que a ofensiva para cassar seu mandato é uma tentativa de golpe. "Tem cara de golpe, pé de golpe, mão de golpe. Mas tenta passar como sendo uma manifestação oposicionista", afirmou a presidente.

Enquanto Dilma discursava em São Bernardo do Campo, o morador mais ilustre da cidade voava para Brasília. O que Lula foi fazer na capital tem cara de acordão, pé de acordão e mão de acordão. Ele tenta negociar um cessar-fogo entre o governo e o deputado Eduardo Cunha.

Os petistas temem que Cunha aceite um novo pedido de impeachment contra Dilma. Cunha teme que os petistas apoiem a cassação de seu mandato. A convergência de interesses aproximou os inimigos. E irritou a oposição, que já havia se oferecido para salvar a pele do deputado.

Nos últimos dias, Cunha se reuniu com dois ministros próximos de Lula: Edinho Silva e Jaques Wagner. O chefe da Casa Civil chegou a encontrá-lo na base aérea de Brasília, um cenário tradicional de conversas que não podem ser divulgadas.


A trama está em curso, mas é difícil acreditar no sucesso do acordão. Por um lado, o governo não tem como garantir a impunidade de Cunha, que foi denunciado ao STF por corrupção. Por outro, o peemedebista já deixou claro que aproveitará qualquer chance para apunhalar Dilma.

Como é praxe, o deputado e o ex-presidente evitam confessar o inconfessável. A assessoria de Lula chamou as notícias sobre o assunto de "escandalosamente mentirosas". Em escândalos passados, o petista também tentou esconder o rabo do jacaré enquanto orientava o PT a salvar os mandatos dos senadores Renan Calheiros e José Sarney.
Herculano
16/10/2015 15:09
LEILÃOI DEFINE A SORTE DO IMPEACHMENT, por Ricardo Noblat, de O Globo

Que país é este capaz de reagir com naturalidade à notícia de que Lula e o governo negociam com Eduardo Cunha o sepultamento de pedidos de impeachment contra Dilma em troca da preservação do mandato dele, acusado no Conselho de Ética da Câmara de quebra de decoro parlamentar?

Lula desembarcou em Brasília, anteontem, como parte da operação de resgate duplo de Dilma e de Eduardo. No dia seguinte, o Procurador Geral da República denunciou pela segunda vez Eduardo ao Supremo Tribunal Federal pelo crime de ter escondido na Suíça dinheiro que recebeu como propina por negócios feitos com a Petrobras.

Pensa que Lula se chocou com isso? Que Dilma se chocou com isso? Que alguém dentro do governo ou dos partidos políticos se chocou com isso?

O cadastro de Eduardo é antigo. O modo dele de fazer política é antigo e, como observou outro dia o vice-presidente Michel Temer, peculiar. Logo... Logo o que Eduardo faz ou deixa de fazer não é novidade. É mais do que previsível.

Em 2003, quando o PT subiu com Lula pela primeira vez a rampa do Palácio do Planalto, poderia soar como novidade a disposição de ambos de se render a qualquer tipo de tentação para não abrir mão do poder.

Hoje, não mais. Não mais depois que uma sofisticada organização criminosa inventou o mensalão que desembocou no petrolão.

É por isso que nada mais surpreende um país anestesiado. Nem mesmo o leilão do qual participam o governo e a oposição para ver quem paga mais pela companhia de Eduardo.

Não é ele quem está em jogo, mas o poder. Se Eduardo arquivasse na próxima semana pedidos de impeachment que ainda não examinou, acabaria a história de derrubar Dilma.

O governo teria vencido.

Se admitisse a tramitação na Câmara de qualquer pedido, o processo do impeachment estaria apenas começando. Brilhariam os olhos da oposição, particularmente os de Aécio Neves.

Já, já ou mais adiante, o provável é que o governo vença o leilão. Ele tem muito mais a oferecer a Eduardo. Nada que seja confessável.
Herculano
16/10/2015 15:07
PRESS RELEASE DO PMDB ESCONDE UMA MUDANÇA, A TROCA DE LIDERANÇA E ESTILO BEM COMO O CHORO DAS VIÚVAS DE LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA QUE COLOCOU NO CENTRO DO PODER UM GRUPO, MAS O DEIXOU A PÉ PORQUE NÃO FEZ SUCESSÃO. A MORTE TRAIU A TODOS.

O PMDB catarinense realiza neste domingo, em Florianópolis, a convenção estadual do partido. Serão eleitos os novos membros do diretório, executiva estadual, Comissão de Ética e Disciplina e os delegados à Convenção Nacional. O evento, considerado a maior mobilização peemedebista deste ano, será realizado no Auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa, em Florianópolis, das 9h às 15 horas. Serão homologados os nomes da chapa única registrada com o nome Luiz Henrique da Silveira.

Presidente eleito do PMDB, desde 2004, com mandatos renovados democraticamente nas convenções partidárias, o vice-governador Eduardo Pinho Moreira entregará a presidência do partido ao deputado federal Mauro Mariani. A primeira vice-presidência ficará com o atual presidente em exercício, deputado Valdir Cobalchini, que continuará realizando as ações de mobilização peemedebista, que desde abril deste ano promove encontros com as bases e grandes eventos regionais.

Vamos lá.
1. Mariani era dissidente de Luiz Henrique
2. O PMDB de Gaspar era ligado a Eduardo Pinho Moreira
3. O PMDB de Gaspar rejeitava Mariani, pelo simples fato dele ter aqui como cabo eleitoral o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, ex-PMDB, PSB, PPS e hoje sem partido.
4. É folclórica uma história que se conta por aqui. Ela dá conta que uma comitiva do PMDB foi ao encontro de Mariani se queixar de Adilson. Queriam o isolamento do então prefeito, em troca de apoio.
5. Mariani não se dobrou. Quando a comitiva queixosa do PMDB de Gaspar já ia embora, Mariani pediu para fazer uma foto.
6 Depois dela feita, arrematou: é para não me esquecer de vocês. Muitos deles estarão em Florianópolis. Se votarão em Mauro Mariani, só as consciências dirão, se nada acontecer por aclamação.
Herculano
16/10/2015 14:51
POUCA-VERGONHA, editoria do jornal O Estado de S. Paulo

Ontem, neste espaço, criticamos a Unasul por tratar o Brasil como uma república bananeira, ao ameaçar o País de exclusão se a presidente Dilma Rousseff sofrer impeachment. Manifestamos indignação porque, afinal, as instituições democráticas aqui funcionam plenamente, sendo independentes e capazes de tomar as mais graves decisões sempre em respeito ao que prevê a lei. Não era preciso que um preposto do bolivarianismo nos viesse dizer o que fazer e como fazer. Mas talvez não devêssemos estar tão certos a respeito das virtudes dos tripulantes dessas instituições que ainda funcionam. É que algumas das principais lideranças políticas, que ocupam hoje os mais altos cargos da República ou que por ali já passaram, comportam-se, elas sim, como se o País fosse uma bodega ?" onde, como se sabe, não se discutem princípios, apenas o preço.

É isso o que estão fazendo a própria Dilma, seu padrinho e guru, o ex-presidente Lula, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e todos os demais envolvidos nas indecorosas maquinações que pretendem salvar a pele da presidente e de Cunha.

Para ter uma dimensão do que se está urdindo nos subterrâneos de Brasília, convém recapitular o que está em questão. A presidente Dilma teve sua contabilidade de 2014 rejeitada pelo Tribunal de Contas da União, que viu nela sinais evidentes de acobertamento de malfeitos danosos aos cofres públicos, motivo mais que suficiente para que seu mandato sofra questionamentos jurídicos e políticos. Há indícios fortes, além disso, de que a campanha da reeleição foi alimentada por recursos obtidos de forma escusa. Cunha, por sua vez, foi reconhecido pelas autoridades suíças como beneficiário de diversas contas bancárias naquele país, algo que ele havia negado à CPI que investiga o escândalo da Petrobrás, no qual, suspeita-se fortemente, o poderoso deputado carioca está envolvido até a medula. Tanto Dilma quanto Cunha, portanto, têm sérias contas a acertar com o País.

Mas eis que, então, entra em cena o incansável Lula, aquele que, um dia, quando era oposição, denunciou a existência de "300 picaretas" no Congresso e que depois, para manter o poder, elevou a picaretagem à categoria de política de Estado. Ao que se sabe até aqui, Lula, em pessoa ou por meio de seus peões, como o ministro Jaques Wagner (Casa Civil), está negociando com Cunha um acordo que, se concretizado, resultará em uma das maiores afrontas lançadas pelo lulopetismo, tão pródigo em escândalos, à Nação e à democracia.

Pelos termos do conchavo que chegaram ao conhecimento público, Cunha se comprometeria a não deflagrar um processo de impeachment contra Dilma se o governo ajudar a salvar o mandato do deputado, abafando o processo aberto contra ele no Conselho de Ética da Câmara. Há até mesmo relatos, noticiados pelo jornal O Globo, segundo os quais Cunha teria exigido também que o governo dificulte as investigações da Operação Lava Jato contra ele e seus familiares e que troque o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pois este não consegue "controlar" a Polícia Federal.

O governo sabe que não tem como atender a todas as reivindicações de Cunha, especialmente em relação à Lava Jato, pois a Polícia Federal e o Ministério Público têm se comportado com a correção de órgãos do Estado e não de beleguins do governo. Talvez não tenha nem como garantir os votos necessários para proteger Cunha, razão pela qual Dilma suspendeu o corte de 3 mil cargos comissionados, anunciado recentemente pela presidente como parte de seu "esforço" para pôr as contas em ordem, pois precisa deles para saciar a voracidade da alcateia que responde pelo nome de "base aliada". Mas Lula e Dilma sabem que é preciso ao menos mostrar que estão empenhados em agradar a Cunha, pois o presidente da Câmara ainda detém a caneta que pode selar o destino da petista. "Se eu for bem tratado, pode ser que tenha boa vontade com o governo. Mas, se não for, posso tomar minha decisão mais rápido", ameaçou Cunha em almoço com Temer e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Portanto, é em termos que fariam corar até frade de pedra que Cunha, Lula e grande elenco encenam um deprimente espetáculo de imoralidade política, que de nenhuma maneira condiz com o país decente que os brasileiros esperam construir toda vez que depositam seu voto na urna.
Herculano
16/10/2015 14:37
JOAQUIM LEVY TORNOU-SE UM MINISTRO ORNAMENTAL, por Josias de Souza

Joaquim Levy tomou posse, em janeiro, como o ministro que dominaria o governo com suas medidas de austeridade e responsabilidade fiscal. Passados nove meses e meio, o titular da Fazenda tornou-se um ministro ornamental. A situação de Levy vai ficando dramática, como admitiu um de seus auxiliares, em conversa com um executivo do sistema financeiro nesta quinta-feira.

O executivo tocara o telefone para o membro da equipe de Levy, seu amigo de duas décadas, para tomar-lhe o pulso depois que a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito do Brasil. Ouviu um desabafo que dá ideia da insatisfação que vigora Fazenda. Avalia-se no ministério que o esforço para barrar o impeachment leva o governo a negligenciar a crise econômica, agravando-a.

Quando o Brasil perdeu o selo de bom pagador da agência Standard & Poor's, a ficha do governo parecia ter caído, disse o auxiliar da Fazenda. Mas os projetos da agenda econômica não saem do lugar no Congresso. O personagem citou como exemplo o projeto de lei que cria regras para a regularização de dinheiro enviado por brasileiros ilegalmente para o exterior.

A proposta foi remetida à Câmara no início de setembro. Deveria tramitar em regime de urgência. Mas encontra-se parada numa comissão especial. Com essa iniciativa, o governo esperava arrecadar algo como R$ 11 bilhões ainda em 2015. Não vai rolar. Foi para o beleléu a perspectiva da Fazenda de entregar um superávit primário de 0,15% do PIB neste ano. Dá-se de barato que haverá déficit.

Nas palavras do auxiliar de Levy, a economia brasileira está em marcha a ré e o governo, politicamente enfraquecido, não consegue engatar a primeira marcha. Vigora na Fazenda, disse ele, uma sensação de 'saco cheio' que vai do ministro ao porteiro. De dominante, Levy passou à condição de ministro figurativo. Como se fosse pouco, virou alvo preferencial de Lula, do PT e de suas ramificações nos movimentos sindical e social.
Herculano
16/10/2015 14:34
QUAL A DIFERENÇA?

1. Do PT e PMDB
2. Do PT daqui e o nacional?
3. Do PMDB daqui de Gaspar com o PMDB nacional, de Eduardo Cunha e outros que ensaiam o acordão, para piorar o Brasil e sacrificar ainda mais os brasileiros, livrando todos os políticos, com culpa provada, da punição? Acorda, Gaspar!
Herulano
16/10/2015 14:29
PIADA DE BRASILEIRO, por Nelson Motta, para o jornal O Globo

No Castelo de São Jorge, lamento não estarmos na Idade Média, com as tropas de Dilma e de Cunha se massacrando mutuamente numa batalha sangrenta

Lisboa continua linda e continua sendo, onde se pode desfrutar da suprema liberdade de andar despreocupado pelas ruas a qualquer hora do dia ou da noite sem ser roubado, agredido ou morto, de comer bem e barato, de ser tratado com gentileza e respeito. Melancólicos por natureza, os portugueses estão mais animadinhos ?" pelo menos mais do que nós, os otimistas bravateiros: Portugal cresceu 0,9% em 2014, com inflação zero. E Dilma ainda culpa a crise internacional. Parece piada de brasileiro.

Na semana passada, a aliança de liberais e conservadores que sustenta o governo impôs uma derrota humilhante ao Partido Socialista, que, mesmo com seu ex-primeiro-ministro José Sócrates preso por corrupção, dava como certo voltar ao poder como alternativa às impopulares medidas de ajuste impostas pelo governo para enfrentar a crise. O povo não foi bobo e preferiu a austeridade eficiente ao populismo irresponsável que os levou à crise.

Um amigo português quer saber o que pode acontecer com Dilma e Eduardo Cunha. Tudo, inclusive nada, respondo enigmaticamente e pergunto: em que país Cunha poderia ser absolvido por um tribunal, um conselho de ética ou um plenário da Câmara, apesar de denunciado por cinco delatores e pela PGR com extratos bancários apresentados pela Procuradoria de Justiça da Suíça, como beneficiário de pelo menos cinco milhões de dólares de 23 contas em quatro países? Quem tem Cunha, tem medo.

Conto-lhe que Lula negocia com Eduardo Cunha a salvação de seu mandato e o de Dilma. Só imaginar os pedidos e ofertas de um e de outro, o cinismo, o ódio mútuo, o absoluto desprezo pela opinião pública, pela lei e pelas instituições, dá vontade de vomitar o vinho e o bacalhau.

Em frente ao Castelo de São Jorge, lamento não estarmos na Idade Média, com as tropas de Dilma e de Cunha se massacrando mutuamente numa batalha sangrenta, limpando o terreno para que novas forças políticas pudessem reconstruir o país destruído pela corrupção, incompetência e ambição de duas quadrilhas em disputa dos cofres do Estado.

O difícil é saber que novas forças são essas.
Herculano
16/10/2015 14:27
VANGUARDA DO ATRASO, editorial do Correio Braziliense

"O Brasil não perde oportunidade de perder oportunidades." A frase, repetida por Roberto Campos, traduz tendência inapelável da burocracia verde-amarela. Exemplos não faltam. O mais recente figura no decreto que reduz despesas com viagens e carros oficiais. A crise que joga o país em tsunami de incertezas seria ocasião para promover mudanças substanciais na administração pública.

Não é o que se viu. Remendos tomaram o lugar de guinada efetiva. Em vez de novo paradigma, o governo manteve o modelo. Mudou para deixar tudo como está. Classe executiva substitui a primeira classe. Ora, se a viagem é indispensável, o servidor deve receber passagem na classe econômica. Se quer regalias, ninguém o proíbe. Basta desembolsar a diferença.

Números divulgados pelo Ministério do Planejamento falam alto. No ano passado, a União gastou quase R$ 500 milhões em idas e vindas aéreas de funcionários. Do total, R$ 470 milhões na classe econômica; R$ 12,4 milhões na executiva e R$ 280 mil na primeira. À primeira vista, a diferença parece pouco significativa. Mas, mais do que valores, conta a simbologia - a determinação efetiva de pôr ponto final em vantagens que caracterizam o subdesenvolvimento.

Outro emblema do atraso é o carro oficial. Nada menos contemporâneo do que veículo, motorista e combustível sustentados pelo contribuinte. Eles funcionam como a velha carteirada sintetizada no "sabe com quem está falando"? No caso, não há necessidade nem de perguntar nem de se expor à justa indignação de brasileiros submetidos a uma das mais pesadas cargas tributárias do mundo sem receber a necessária contrapartida. Sentar-se no banco de trás é suficiente.

Os recursos, sempre escassos, precisam ser aplicados em rubrica que atenda o bem comum. País cuja educação pede socorro, cuja saúde agoniza, cuja mobilidade imobiliza, cuja segurança é mais precária que a de nações em guerra não tem o direito de conjugar o verbo desperdiçar. A qualidade dos gastos tem de ser obsessão do administrador.

Em vez de lustrar o ego de ministros, secretários ou diretores, o dinheiro arrecadado da sociedade tem de servir à sociedade, não se servir dela. O governo, se quer mudar de verdade, deve acabar com o carro oficial e moralizar as viagens de servidores. Em primeiro lugar, proibir o pagamento de tarifa cheia. Em segundo, apropriar-se das milhas acumuladas. Elas pertencem ao Estado. Com os pontos, outros viajarão sem onerar o Tesouro. A crise impõe mudanças radicais. Puxadinhos não valem.
Herculano
16/10/2015 14:25
NEGOCIAÇÕES ESPÚRIAS ENTRE CUNHA E PLANALTO, editorial do jornal O Globo

O presidente da Câmara nega que tenha sido aberta uma negociação entre ele e o governo em torno do destino de pedidos de impeachment contra a presidente Dilma, sobre os quais tem influência ?" pode aceitar algum ou engavetar todos ?" e, de outro lado, a tramitação de seu processo no Conselho de Ética.

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) desmente informações de que recentes encontros com os ministros Jaques Wagner, da Casa Civil, Edinho Silva, das Comunicações, e o vice-presidente Michel Temer, de seu partido, tenham servido para a costura de um entendimento pelo qual Cunha cauterizaria, na Câmara, o movimento pró-impeachment, e o Planalto se movimentaria para defendê-lo no Conselho de Ética e na Lava-Jato.

Na prática, porém, nada é simples, e entre essas moedas de troca algumas são falsas. Cunha pode engavetar qualquer pedido de impeachment, mas é no mínimo temerário o governo acenar com a possibilidade de barrar a continuação das investigações sobre o presidente da Casa.

No processo na Comissão de Ética, há até dúvidas sobre se a base do governo, PT incluído, atuaria em bloco para livrar Cunha da cassação. Fora do Congresso, também não se deve esperar que, como foi falado, o governo substitua José Eduardo Cardozo no Ministério da Justiça por alguém capaz de enquadrar a Polícia Federal, para proteger o deputado na Lava-Jato. Caso aconteça, será um escândalo à parte. Se o próprio Lula não consegue fazer o mesmo ?"para se proteger, e a lulopetistas ?", não será Cunha o autor da proeza. Além de tudo, a PF, na condição de organismo de Estado, tem prerrogativas de autonomia operacional.

Também seria escandaloso e grave revés no atual processo de consolidação das instituições republicanas no país se houvesse alguma interferência da Procuradoria-Geral da República na atuação dos promotores da Lava-Jato baseados em Curitiba. Nem poderia, dadas as garantias constitucionais de independência do MP como instituição e de cada um de seus representantes.

Coincidência ou não, ontem a PGR pediu ao Supremo novo inquérito sobre Eduardo Cunha, este para investigar as contas dele e família descobertas na Suíça.

Um anterior trata dos US$ 5 milhões transferidos, segundo delações premiadas, para o deputado como propina gerada numa negociata na Petrobras.

Se Eduardo Cunha deseja a troca do impeachment por alguma blindagem dele e família na Lava-Jato, parece querer o impossível. O governo pode tentar salvá-lo no Conselho de Ética, e será tão pouco sutil quanto uma tentativa de resgate no fórum do Centro do Rio, à luz do dia.

Há em funcionamento um movimentado mercado persa onde existe de tudo, menos ética. O que inclui a oposição, interessada em apoiar Cunha apenas para ele ser veículo do impeachment. O senador tucano Cássio Cunha Lima (PB) identifica, com propriedade, uma "ética de ocasião" no comportamento do PSDB.

Cunha, político ligeiro, e o PT, partido calejado no toma lá dá cá do fisiologismo, têm expertise no ramo. Mas irão longe demais nesta negociação espúria, e num momento grave da vida pública.

Importa é saber se há ou não fatos concretos que, com sustentação legal, justifiquem o impedimento da presidente Dilma, e se Eduardo Cunha consegue provar a origem lícita dos milhões de dólares localizados em contas suas na Suíça.
Herculano
16/10/2015 14:19
ABAIXO O GOLPISMO, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo

A palavra "golpe" voltou à moda. Também quero empregá-la. A dupla Teori Zavascki-Rosa Weber e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, escreveram a seis mãos o mais improvável dos roteiros do golpe contra as instituições. Entregue a Hollywood, seria devolvido por inconsistência narrativa. Os nossos vizinhos portenhos, que conseguem fazer sequências de até meia hora sem um único palavrão, se negariam a levar às telas a chanchada fescenina ?"não que eles sejam muito melhores na hora do voto.

Não foi falta de aviso, acho! Palmas para o jornalismo engajado de esquerda, de direita e de encomenda! A Operação Lava Jato fatiou ?"foi ela, não o Supremo?" o petrolão sob o pretexto de que era preciso enforcar na 13ª Vara o último empreiteiro com a tripa de outro empreiteiro. Dos políticos, encarregar-se-ia o Supremo. É mesmo? Eis aí.

Poucos se deram conta de que essa narrativa era essencialmente mentirosa porque negava a evidência de que a ação criminosa tinha um eixo, um propósito, uma centralidade, um comando. Ou por outra: o petrolão, a exemplo do mensalão, é o braço operacional de um projeto político, liderado pelo PT, de que Dilma é a expressão presente.

E foi essa informação que a Lava Jato sonegou desde sempre dos brasileiros. Nunca antes uma retórica jacobina foi tão servil à manutenção do velho regime! Ah, os incendiários da reação!!!

Quantas vezes estranhei aqui e em toda parte que Eduardo Cunha tivesse se transformado na principal figura do petrolão? Ele pode ser culpado de tudo e de um pouco mais. Mas personagem principal??? É bizarro!

Essa farsa tem autoria: Janot, a quem parabenizo pelo golpe, e o Ministério Público Federal. Desde o começo, eles têm demonstrado um rigor exemplar com o presidente da Câmara, tanto quanto parecem ter relaxado, para ser suave, a atenção com Renan Calheiros (PMDB-AL).

A condução da investigação criou a farsa de que são dois os litigantes: Dilma e Cunha. Ela na posição de vítima, e ele na de vilão; ela como a virgem pálida de um romance de Alexandre Herculano, e ele como o invasor, brandindo a espada sarracena, tentando assaltar o palácio. É de dar nojo!

Faltava a colaboração dos dois ministros do Supremo. As liminares concedidas por Teori e Rosa contra parte do rito clarificado ?"e não inventado?" por Eduardo Cunha para a tramitação das denúncias (e não do impeachment) contra Dilma entrarão para a história do direito como um dos maiores exotismos já produzidos pela Justiça. Ninguém entendeu nada. Nem mesmo está claro a que princípio constitucional atendem. É um vexame!

O que a dupla fez foi cassar uma prerrogativa da oposição ?"além de declarar sem efeito o Regimento Interno da Câmara?", conferindo a Cunha superpoderes que fazem dele, agora sim, o supernegociador do mandato de Dilma. Pode negociar, por que não?, também em causa própria se quiser. Deram-lhe a chave do quarto da virgem pálida.

Rosa e Teori juntaram petrolão e pedalada num abraço insano, contra o Brasil. O roteiro do golpe, que preserva o mandato de Dilma, pune alguns empreiteiros, transforma a Petrobras em vítima e mantém intocada a estrutural estatal que convida à reiteração do crime, já está escrito.

A questão é saber se os brasileiros aceitarão, mais uma vez, o papel de bananas.
Herculano
16/10/2015 14:16
EXÉRCITO CASSA CONDECORAÇÕES DE MENSALEIROS, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Finalmente, três anos após serem condenados pelo Supremo Tribunal Federal, os mensaleiros José Genoino (PT), Roberto Jefferson (PTB) e Valdemar Costa Neto (PR) tiveram cassadas a Medalha do Pacificador, a mais alta condecoração do Exército Brasileiro. O ato é do general Vilas Boas, o atual comandante. O ex, general Enzo Peri, teve medo de irritar Dilma e não casou as medalhas, apesar de ser obrigado a isso pela legislação. Os mensaleiros já sumiram do Almanaque do Exército.

Exigência legal

O decreto 4.207/02 manda cassar honrarias de condenado por crime contra o erário, em sentença transitada em julgado.

Transitado em julgado

Os mensaleiros são corruptos transitados em julgado no STF desde 28 de novembro de 2012. Suas penas somaram 282 anos de cadeia.

Debaixo da cama

O general Enzo Peri não apenas deixou de cassar as medalhas dos corruptos do mensalão como se esquivou de explicar sua atitude.

Sob pressão

A atitude medrosa do Exército incomodou o Ministério Público Federal, que cobrou o cumprimento da legislação, para cassar as honrarias.

APOIO A CUNHA NO CONSELHO INDEPENDE DO GOVERNO

O governo espalha que está prestes a fechar acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com objetivo de blindar a presidente Dilma de impeachment, em troca do apoio de deputados governistas a ele, no Conselho de Ética, a fim de evitar a cassação do seu mandato. A história não fecha por um detalhe: Eduardo Cunha já conta com 15 dos 21 membros do Conselho de Ética, governistas ou oposicionistas.

Fazendo as contas

Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) confirma "15 votos fieis" a Cunha no Conselho de Ética. Mas reconhece: as denúncias complicam o quadro.

Tudo dominado

Além da corregedoria, outro colegiado importante tem maioria ?" talvez unanimidade - favorável a Eduardo Cunha: mesa diretora na Câmara.

Conchavo

O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) foi escalado pelo governo para lidar com o amigo Eduardo Cunha. Tem avançado.

Cortina de fumaça

A assessoria de Lula divulgou uma "agenda política" do ex-presidente em Brasília, conversas, tratativas, mas era tudo lorota. Ele viajou à capital para depor no Ministério Público Federal, que o investiga por tráfico internacional de influência em favor da empreiteira Odebrecht.

Sem acordo

O senador Blairo Maggi (PR-MT) conversava com Michel Temer sobre sua transferência para o PMDB. Mas recuou após o vice não lhe garantir a candidatura à presidência do Senado pelo PMDB, em 2017.

Ombro amigo

O vice-líder tucano na Câmara, Nilson Leitão (MT), avalia que o momento não é para pressionar Eduardo Cunha. "Uma hora os vazamentos seletivos das denúncias vão parar", espera.

Vida dura

Incomodado com a política do toma lá dá cá, Marcos Rogério (PDT-RO) garante que não haverá vida fácil para o governo na votação do veto ao reajuste do Judiciário. "O governo traiu o trabalhador", diz.

Lesa-pátria

O Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e Egito, promulgado pelo Senado, ficou engavetado na Casa Civil desde sua assinatura, em 2010, até setembro deste ano. Isso prejudicou as exportações, porque prevê corte de 90% do impostos nas transações entre os países.

Alegação cara-de-pau

"O PT agora é réu confesso e usa como desculpa a política dos fins que justificam os meios", critica o deputado Danilo Forte (PSB-CE), sobre o governo justificar as pedaladas em prol da população carente.

Crítica interna

Senadores tucanos criticam o líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), pela "excessiva" defesa que faz de Eduardo Cunha. A avaliação é que isso depõe contra o discurso ético do partido.

Desafio

A Comissão de Trabalho da Câmara aprovou aumento salarial para desembargadores e juízes. "Vamos ver se ela [Dilma] terá coragem de vetar a proposta", desafia um deputado governista.

Pensando bem...

...Dilma grita, o PT esperneia, o PSOL estrebucha, mas só o STF e a Procuradoria-Geral da República colocam Eduardo Cunha nas cordas.
Herculano
16/10/2015 14:04
MEU REINO POR UM CAVALO, por Guilherme Boulos para o jornal Folha de S. Paulo. Formado em filosofia pela USP, filho de classe média alta paulistana, é líder da coordenação nacional do MTST e da Frente de Resistência Urbana.

O ex-ministro Ciro Gomes disse certa vez sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ): "Antigamente, o picareta achava a sombra, procurava ali o bastidor, ia fazendo as picaretagens dele escondido. Agora não! Quer ser o presidente da Câmara".

Se um picareta procura a sombra é por instinto de sobrevivência. Por saber que, se suas façanhas inglórias ?"lobbies, achaques ou contas na Suíça?" vierem a público, estará perdido. Ou não.

Eduardo Cunha nos leva a duvidar. Em 1992, ele foi exonerado da presidência da Telerj, a antiga estatal de telefonia do Rio, por um esquema de superfaturamento em contratos. Em 2000 deixou o comando da Sehab (Secretaria Municipal de Habitação) no Rio pela denúncia de favorecimento a empresas fantasmas. Em 2005 seu nome reapareceu na CPI dos Correios, ligado ao rombo milionário no fundo de pensão Prece. E, em 2011, seu indicado à presidência de Furnas foi denunciado por um negócio escandaloso, que teria envolvido aliados do deputado.

Nada disso o impediu de sair da sombra e tornar-se chefe do Poder Legislativo. Mais do que isso, um chefe estridente, capaz de fazer voltar votações em que foi derrotado e disposto a pautar o impeachment da Presidente da República.

Mas, nem se passou um ano de holofotes, e o comentário de Ciro Gomes recobrou sentido. Novas denúncias vieram, agora com muito mais visibilidade e acompanhadas de clamor popular. Quanto mais alto, maior a queda.

Este seria o roteiro natural. O Ministério Público suíço bloqueou quase US$ 2,4 milhões em contas secretas de Cunha, tendo como beneficiárias sua esposa e uma de suas filhas. A delação de Julio Camargo à Operação Lava Jato indica que foi exigido por Cunha cerca de US$ 5 milhões como comissão por um contrato de navios-sonda para a Petrobras. E o lobista João Augusto Rezende admitiu à Polícia Federal que o repasse foi feito para contas de Cunha no exterior.

O que mais falta para Eduardo Cunha sair cassado e algemado do plenário da Câmara Federal? Com muito menos provas outros foram presos.

Mas não. Permanece presidindo a Câmara como se nada tivesse ocorrido. Ao pior estilo Paulo Maluf insiste, diante dos extratos, que não tem contas no exterior. Vira-se de costas ao corajoso questionamento do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), feito tete a tete. E, na negociata em relação ao impeachment, coloca os destinos do país em função de seu pescoço.

Cada vez mais as práticas sombrias são feitas sob os holofotes e assim naturalizadas. Contando com blindagem midiática, silêncio das panelas e oportunismo político, Cunha espera sair dessa. E é possível que consiga.

Muito provavelmente com o apoio do governo petista. O acordo é simples: Cunha senta em cima dos pedidos de impeachment e o PT e parlamentares ainda sob influência do governo salvam Cunha no Conselho de Ética.

Consumado, esse acordo levará o governo à desmoralização política. O discurso de combate à corrupção sustentado por Dilma perderá o objeto com a salvação de Eduardo Cunha.

Além disso, mesmo pragmaticamente, é uma manobra duvidosa. O governo perderá a oportunidade de enterrar um inimigo declarado, mantendo-o como ameaça permanente. Qual a segurança para Dilma de que Cunha não pautará o impeachment, logo que os ventos se amainarem? Como se diz no Paraguai, "la garantia soy yo".

Cunha já mostrou que sabe jogar. Hoje, acuado como está, faz o pedido de Ricardo III antes da queda: "Meu reino por um cavalo!". Se o governo lhe der esse cavalo - além da mancha histórica?" poderá tomar um coice na primeira esquina.
Herculano
16/10/2015 13:59
Aos leitores e leitoras, um esclarecimento. A área de comentários e moderação da coluna, para alegria de alguns políticos e gestores públicos, passam por momentânea instabilidade. Tão logo ela volte a normal, recupera-se do atrasado e da escuridão em que se vive
Herculano
15/10/2015 23:01
O PAI E A BABÁ DO PETROLÃO VESTEM A FANTASIA DE CAÇADORES DE CORRUPTOS PARA ANIMAR A PELEGAGEM NO CARNAVAL DA CUT, por Augusto Nunes, de Veja.

Excitada com os aplausos da plateia amestrada, Dilma Rousseff resolveu deixar claro na discurseira no congresso da CUT que enxerga as coisas pelo avesso. "Meu governo e o governo do presidente Lula proporcionou (sic) o mais enfático combate à corrupção de nossa história", fantasiou a torturadora da gramática e da verdade. Mesmo para os padrões da seita lulopetista, é muito cinismo.

Lula e Dilma são os parteiros e tutores da corrupção institucionalizada e até recentemente impune. Nunca antes neste país a bandidagem a serviço dos poderosos chefões roubou tanto e tão descaradamente quanto nos últimos 13 anos. O PT que, segundo o presidiário José Dirceu, não roubava nem deixava roubar hoje nem esconde que virou um ajuntamento de larápios compulsivos.

Três tesoureiros e dois presidentes do partido foram parar na cadeia. A Operação Lava Jato já provou que gatunos bilionários não são inimputáveis. A crise econômica erradicou a praga da abulia, e uma imensidão de iludidos compreendeu que Lula é o pai do mensalão e do petrolão, que Dilma é a babá do primeiro escândalo e a mãe do segundo. Os indignados redescobriram a força das ruas. Dois terços da nação exigem o enterro imediato da Era da Canalhice.

O padrinho e a afilhada parecem ainda acreditar que todos os brasileiros são idiotas. Pior para os dois. Dilma vai abrir os olhos já despejada do Planalto. Lula vai acordar quando estiver dormindo em Curitiba.
Herculano
15/10/2015 22:37
da série: o experto nos trata como analfabetos, ignorantes, desinformados, dependentes, mau caráter ou medrosos

LULA TENTOU SUPRIMIR DO DEPOIMENTO À PROCURADORIA O PONTO DE EXCLAMAÇÃO, por Josias de Souza

Submetido a uma torrente de horrores, o brasileiro se espanta cada vez menos. O Brasil tornou-se um país de pouquíssimos espantos. Mas Lula exagerou. Foi interrogado pela Procuradoria da República sobre a suspeita de tráfico de influência em favor de empreiteiras. Depois, em nota divulgada no site do instituto que leva o seu nome, o ex-presidente tentou suprimir do fato o ponto de exclamação.

Em linguagem leve, o texto anota que Lula "esteve" com o procurador da República Ivan Cláudio Marx. Acrescenta que o morubixaba do PT "prestou voluntariamente depoimento." Ora, Lula não fez uma visita casual ao doutor. Apresentou-se a um investigador que apura a suspeita de que tenha beneficiado ilegalmente empreiteiras na época em que presidia a República.

Lula falou "voluntariamente" para se antecipar ao constrangimento de uma intimação. Antes, o morubixaba do PT tentara questionar formalmente a investigação. Mais: atuara para desqualificar os investigadores e trancar o inquérito. Fez tudo isso também voluntariamente. Só que não colou.

Depoimento de um ex-presidente em inquérito que o trata como suspeito não é algo banal. Sobretudo quando se considera que as empreiteiras supostamente beneficiadas tornaram-se clientes da empresa de palestras de Lula, hoje um próspero ex-presidente. Desnecessário recordar que as mesmas construtoras frequentam os processos da Lava Jato de ponta-cabeça.

Logo, logo Lula terá de depor à Polícia Federal. O delegado Josélio de Sousa já pediu. E o STF autorizou. Nesse caso, o doutor deseja inquirir Lula porque, "na condição de mandatário máximo do país" na época do assalto à Petrobras, ele "pode ter sido beneficiado pelo esquema [?], obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos na referida estatal."

O que se passa com Lula não é algo trivial. Só o Instituto Lula não se espanta. Amanhã, se os procuradores da Lava Jato e o juiz Sérgio Moro intimarem Lula para prestar depoimento em Curitiba, o ex-presidente e sua entidade decerto soltarão outra nota. O texto, de novo, não fará a concessão de uma surpresa. É outro interrogatório? Pois Lula terá prazer em visitar a força-tarefa. E voluntariamente
Herculano
15/10/2015 22:31
ADVOGADOS DE GRAÇA PARA OS POLÍTICOS DE GASPAR PAGOS COM O DINHEIRO DOS GASPARENSES E QUE ESTÁ FALTANDO À SAÚDE, EDUCAÇÃO, OBRAS...

Quem esteve nesta quinta-feira à tarde na Câmara de Gaspar? A Promotora de Justiça e que cuida da Moralidade Pública, Chimelly Louise de Resenes Marcon. Uma correria. Telefonemas para todos os lados. Alguns praguejando. Outros antevendo problemas.

O que ela foi fazer lá? Entregar a recomendação do Ministério Público para a desaprovação do Projeto de Lei 49/2015, aquele que o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, mandou para a Câmara para dar advogados e de graça para ele, todos os prefeitos do passado e futuro, bem como vices, secretários e vereadores no mesmo tempo e condições.

Segundo Chimelly, as razões para isto é por ele (o projeto) "padecer de vício de inconstitucionalidade e por contrariar o interesse púbico".

E que a promotora constatou também: que muitos vereadores não trabalham nos seus gabinetes e que alguns gabinetes estavam às moscas, pois nem os assessores estavam lá. E a maioria dos combativos vereadores do PT, que defendem tal projeto, feito para gastar o dinheiro de todos nós, contra nós e programado para perseguições e se defender de coisas tortas.

Outra. Chimelly aproveitou para se inteirar sobre o projeto 39/2015 que disciplina o serviço funerário de Gaspar, que antes era eterno e agora, vai diminuir o número de empresas (antes eram três) e vai dar 20 aos ao vencedor, ou seja, uma concessão quase eterna.

O vereador Luiz Carlos Spengler Filho, PP, que defendeu com tanto ardor este projeto e criticou o único voto contra na sessão terça-feira, o de Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, e que queria apenas mais explicações, poderia subir o morro e lá no fórum dar explicações detalhadas de tal contundente defesa. Acorda, Gaspar!
Herculano
15/10/2015 22:11
A COLUNA

A coluna da edição impressa desta sexta-feira d jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação e credibilidade, já está antecipada em parte nesta noite de quinta-feira para os leitores e leitoras no novo porta do Cruzeiro do Vale.

Um aperitivo. Um teste da coluna mais acessada em novo ambiente digital. Assunto de Gaspar, não falta. E como sempre, sempre revelando as mazelas dos políticos e gestores públicos locais

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