20/05/2016
OS CANDIDATOS I
Extraoficialmente, Gaspar possui quatro pré-candidatos a prefeito em outubro deste ano. Até agosto, quando eles se oficializam, todavia, alguma coisa pode mudar. Duas chapas têm inclusive seus vices definidos. O último anúncio e “pré-casamento” aconteceu na terça-feira passada. O vereador e ex-presidente da Comissão Provisória do PSD, que se apresentava como o novo na política, Marcelo de Souza Brick, anunciou a sua candidatura à imprensa. Mostrou o seu vice, o presidente da Câmara, Giovânio Borges, e que há menos de dois meses trocou o PSD de Marcelo pelo PSB que alugou de Paulo Bornhausen, tudo exatamente feito para esta “composição”. E quem irá apoiá-los e já está na suposta coligação? O “democrático” Partido Comunista do Brasil, que sempre esteve com o PT e Pedro Celso Zuchi. E quem deu emprego comissionado na prefeitura para quem tinha o PSB por aqui, a Teresa da Trindade? O PT de Zuchi, José Amarildo Rampelotti, Lovídio Carlos Bertoldi. Tudo em casa.
OS CANDIDATOS II
Então temos agora o eterno candidato, o ex-vereador e presidente da Câmara, Kleber Edson Wan Dall pelo PMDB – e que quase derrotou Zuchi na última eleição. Ele já no ano passado anunciou o seu vice para que nada ficasse de dúvidas sobre esse assunto: o vereador Luiz Carlos Spengler Filho, PP. Está na praça como pré-candidata a vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, pelo PSDB e sem vice. O anúncio da candidatura de Brick e Giovânio, o vice ficará no próprio PSDB ou no DEM. Está colocada também na cidade pelo PT, a candidatura do ex-presidente do Samae, atual secretário de Obras, Lovídio Carlos Bertoldi. Ele não escolheu o vice. Espera o anúncio de Andreia. E ai fará escolhas dentro do PT – nas eleições anteriores sempre o partido correu de chapa pura – ou então, vai dividir a corrida com o parceiro PDT. Seria a indicação de nome soft, para “melhorar” o discurso diante de um quadro real de dificuldades institucionais contra a sigla PT.
OS CANDIDATOS III
Os leitores e leitoras deste espaço já sabiam de tudo isso e faz tempo. Então não cabe manchete para o que não é novidade, a não ser o empréstimo do Partido Comunista para o Marcelo por Zuchi e o PT de José Amarildo Rampelotti. Entretanto, o quadro sucessório em Gaspar poderá mudar. O PMDB de Kleber, do presidente Carlos Roberto Pereira e do ex-prefeito que lidera verdadeiramente este processo, Osvaldo Schneider e o PP de Lú, Melato e outros, esperam que ainda aconteça um grande acordão em torno da sua chapa. PMDB e PP não desistiram e tentam todas as negociações possíveis. Espalham que com quatro candidatos, o PT enfraquecido, ganha. Com quatro, na verdade, ganha o discurso, a transparência, porque todos eles sabem que tudo é incerto. E é contra esta incerteza que joga o PT, por isso patrocina a quarta candidatura. Igualmente o PSDB que se apresenta como zebra e é atingido pela candidatura de Marcelo e Giovânio com o Partido Comunista. Fica exposto o PMDB que tinha o jogo como ganho, bem como o PSD que vinha se apresentando como o novo e agora é usado pelos velhos esquemas.
TRAPICHE
Com estas candidaturas, seja qual for o vencedor, está claro que algumas novas lideranças poderão ficar no caminho e experimentar o ostracismo: Marcelo de Souza Brick, Giovânio Borges e Andreia Symone Zimermann Nagel.
Luiz Carlos Spengler Filho já tinha anunciado a sua aposentadoria e não concorreria à reeleição como vereador. E quanto Lovídio Carlos Bertoldi, apesar do intencional trabalho que fez para ser candidato no PT, lá nada se renova e Lovídio é apenas a bola da vez.
Por ser um partido hegemônico e de narrativas, o um único que possui cadeira cativa é Pedro Celso Zuchi para a família de Décio Neri e Ana Paula Lima. Na próxima eleição, se o PT não vencer neste ano, tudo passará pelos Zuchis e Limas. Nem mais. Nem menos.
Tem vereador desaparecido que resolveu reaparecer no reduto eleitoral quatro anos depois das promessas e sumiço para tentar se reeleger. E tem gente negando-se à mão. E depois ele diz que ingratos são a imprensa percebe isso e as redes sociais registram. Acorda, Gaspar!
Não desistiram. Vitório Marquetti, presidente do PPS de Gaspar e partido que estava na coligação do DEM, bem como o suplente de vereador do DEM, Laércio Pelé Krauss, entraram com Recurso Especial para obter a vaga de Andreia Symone Zimmermann Nagel, por ela ter trocado o DEM pelo PSDB.
Vitório e Laércio tinham perdido este caso por unanimidade aqui Tribunal Eleitoral Regional. A defesa de Andreia foi feita pelo advogado gasparense Amilton de Souza Filho, com ajuda dos advogados do PMDB e DEM. Agora, este julgamento vai ser revisto em Brasília.
O PMDB não tinha nada a ver com o acordo PT, PP, PSD e DEM pela ocupação da presidência da Câmara nos quatro anos desta legislatura. Tudo porque não foi hábil na montagem de um acordo.
Do nada, em 2015 o PMDB deu os votos para eleger José Hilário Melato, PP, no lugar de Andreia Symone Zimmermann Nagel, na época no DEM, quebrando o acordo. Agora por causa disso amarga os reflexos.
O atual presidente diz Carlos Roberto Pereira diz que não teve nenhuma participação no episódio, mas herda o problema. E por quê? O atual candidato e na época presidente do diretório, Kleber Edson Wan Dall, orientou a bancada a este voto.
Agora, ambos estão transferindo a culpa para outra liderança peemedebista. Se insistirem nesta tese, mostrarão que ambos não dominam o partido. A emenda se vier a público, ficará pior do que o soneto.
Falta de transparência. Depois de mais de 15 dias, o site do município de Gaspar divulgou as informações dos sálarios dos servidores no Portal da Transparência. O que se quer esconder? Estão mais uma vez desafiando a Justiça.
Falta de transparência. Por quê as informações dos servidores do Samae ainda não se encontravam disponíveis até o fechamento desta coluna? Será elas são confidenciais? O que se quer esconder?
Falta de transparência. Por quê as resoluções da mesa da Câmara de Gaspar foram retiradas do site e não mais apareceram? O que se quer esconder? Estão mais uma vez desafiando a Justiça.
A óbvia propaganda eleitoral. Na falta de notícia, o PMDB de Gaspar mandou divulgar que o ex-prefeito Evaristo Spengler, PP, com a sua mulher Dilsa, a Dica, vai apoiar os candidatos Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP. Ou seja, a notícia é natural e velha, pois Evaristo sempre foi um homem de partido. Notícia seria se Evaristo não desse apoio.
Perguntar não ofende: os R$7,5 milhões que o deputado Décio Neri e a mulher Ana Paula Lima anuciaram como liberados para a ponte do Vale nesta semana, já não foram anunciados no ano passado como tal naqueles R$14,7 milhões?
A mesma imprensa que faz alarido agora, fez naquele tempo, todavia, não se lembrou de tal fato. Os políticos que estão sendo corridos de Brasília, voam para fazer manchete nos grotões e agradecem à amnésia coletiva. Daqueles R$14,7 afirmou-se em novembro como liberados, R$5,2 milhões. Se foram depositados (?) e feitas as contas, faltariam R$9,5 e não R$7,5 milhões.
A pergunta que faltou: se a ponte do Vale há quatro anos tinha um custo licitado de R$42,5 milhões, como é que ela vai ficar pronta com pouco mais de R$30 milhões?
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