20/10/2016
O LIXO DO LIXO I
Há muito que escrevo sobre esse fedor que está debaixo do nariz de todos nós há anos. É tão podre que sou sempre condenado pelos envolvidos quando nele escrevo. Mas, vira e mexe, prefeitos, administradores e empresas, estão na Justiça dando explicações, livrando-se de culpas que lhes são imputadas. E a população pagando caro e como nesta semana sem serviço por dias seguidos. E por que? Porque é um misto de incompetência, arrogância, enganação e falta de transparência naquilo que é público, essencial, inclusive para a saúde. Quando Pedro Celso Zuchi, PT, ganhou em 2008, cismou coma Recicle, de Brusque.
O LIXO DO LIXO II
O PT todo e Zuchi, principalmente, achavam que a Recicle tinha favorecido o prefeito que tentava a reeleição e perdia, Adilson Luiz Schmitt, na época no PPS. Zuchi foi à forra e à vingança. Inventou da noite para o dia a tal Say Muller, para a sua primeira emergência, que nem e caminhões e equipamentos para a coleta tinha. Bancou a nova empresa sob a proteção do Samae, de Lovídio Carlos Bertoldi, hoje o candidato de Zuchi derrotado nas eleições. Tudo foi torto. E essa forçada de barra rende até hoje cabeludos questionamentos na Justiça para todos e de todos os tipos. Vai desde o Adilson numa ação Civil Pública para se questionar os reajustes com a Recicle, chegando a Zuchi e ao Samae pelo Ministério Público que arrolam a Say Muller, Arnaldo Muller, Recicle, ou entre os que disputam esse filão fedido, como é o caso da liminar que deixou o lixo exposto nas ruas da cidade.
O LIXO DO LIXO III
Já escrevi aqui: o negócio do lixo ficou nas mãos de poucos. E por que? Devido às corretas exigências ambientais. Assim, poucos investiram e possuem depósitos manejáveis conforme a rigorosa legislação e fiscalização. E na região, praticamente, isso é da Recicle. O que se briga? É pela coleta e que até gente sem equipamento pode concorrer nos contratos emergenciais e até se especializar ( e se habilitar com o tempo), como aconteceu com a Say Muller. É briga de gente grande, ou usada de fachada, em um negócio que se sabe que é para poucos. E isso se pode ver no Projeto de Lei de Concessão que tramitou recentemente na Câmara de Gaspar. Coisa de pacote fechado com coleta e depósito juntos. Praticamente 40 anos para o vencedor. Às vésperas da campanha quando o assunto foi tratado entre os vereadores, tinha lobista político de Blumenau que afundou corredores por aqui num trabalho “suprapartidário”. Resumindo: não há inocentes.
O LIXO DO LIXO IV
E por que o PT de Zuchi que criou a Say Muller para afrontar o poder do passado, rejeita-a agora? Primeiro o tempo passa e as relações se refazem ou se desfazem nos múltiplos “interesses”. Segundo, houve uma separação familiar e Arnaldo Muller que se prestou ao serviço para o PT e Zuchi quando eles precisaram, já não está mais no comando da empresa. E a relação dos petistas com as sócias, não é de "confiança". E neste negócio, isso é fundamental. Depois, a própria a empresa Arnaldo Muller ME, deixou o PT vulnerável no caso dos cemitérios e a Ação de Improbidade é algo que pode ser altamente explosiva para Zuchi e o PT. Por último: o PT perdeu a eleição, está limpando o ambiente, está querendo dar lições e trocar de parceiros. Só isso. Ufa!
O LIXO DO LIXO V
Este é o retrato de Gaspar: lixo e mais lixo e não só o que se viu entulhado nas ruas. Faltará tapete aos governantes e seus amigos, para escondê-lo. Todos já desconfiavam da podridão pelo fedor. Eu não poderei dizer que estou de alma lavada, mas quem é leitor e leitora desta coluna sabe que isso sempre seria possível. Agora, o PT de Zuchi, José Amarildo Rampelotti, Antônio Carlos Dasóchio, Hamilton Graff, Mariluci Deschamps Rosa, Élcio Carlos de Souza, Lovídio Carlos Bertoldi e muitos outros está orgulhoso de que pode recolher lixo ao fim do governo, e só ao fim dele, por um preço bem menor. Então vamos fazer as contas de quanto Gaspar perdeu nesses anos todos com preço mais caro? Ou seja, no lixo também está os nossos pesados impostos. E a imprensa quietinha – ou fazendo piadinha - neste quesito esquisito. Acorda, Gaspar!
As redes sociais são canais de desinformações. Elas informavam que a Transsólidos apresentou a sua proposta depois do horário. Não é verdade, pois a Say Muller, não usou este evento, para conseguir a liminar. E se tivesse acontecido, anularia tudo de pronto.
As redes sociais informaram que a Say Muller tinha usado um juiz de Blumenau para enganar o judiciário daqui. Não é verdade. Protocolado digitalmente aqui, caiu no juiz de plantão, Jeferson Isodoro Mafra, que estava em Blumenau e que devolveu à Comarca de Gaspar o despacho.
Parecerias. A Transsólidos é de Curitiba. A Say Muller para iniciar emergencialmente os trabalhos em 2009 emprestou de Curitiba os equipamentos que não tinha.
Este assunto tem uma solução. Um lado teme. O outro hesita. A Say Muller vai ter que buscar novos mercados ou vai morrer. Já vinha fazendo isso (Ilhota, Bombinhas). Mas, é um ambiente pesado (como já relatei) e para poucos.
Resta à Say Muller, morrer silenciosamente ou atirando. Ficam os pepinos na Justiça que deverão andar por anos e interditando patrimônios, complicando em novas licitações etc. Outra é mudar de ramo.
Se escolher morrer atirando, poderá optar por uma delação premiada no Ministério Público e que cuida da moralidade pública. E ai a história dos bastidores político administrativo de Gaspar poderia ser reescrita.
O vereador José Hilário Melato, PSD, está cobrando a presidência do Samae que lhe foi prometida. Mas, há uma fila. Aliás, depois da vitória de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, percebeu-se que há congestionamento diante das promessas feitas na campanha.
Ponte do Vale prefeito Dorval Rodolfo Pamplona. É isto que a Câmara está aprovando. Reflexo da teimosia do PT. Primeiro brigou pelo nome, fez reserva, quando o ex-prefeito quase centenário ainda estava vivo.
Depois apostou que o povo mudaria o nome da ponte por decreto. Não mudou. O nome ponte do Vale é anterior à construção da ponte, e do governo de Pedro Celso Zuchi, PT, em 2009. Ele nasceu na Acig, quando Samir Buhatem era presidente e fazia dobradinha com Ricardo Stodieck, na Acib, de Blumenau.
Eles lutavam por essa ponte no âmbito regional e a senadora Ideli Salvatti, PT, não a via com bons olhos. Favoreceria outros partidos - Adilson Luiz Schmitt era prefeito. A ex-senadora jogava contra a comunidade, até a volta de Zuchi, como voltou. E ai o projeto da ponte andou.
Os que lutavam pela ponte, sugeriram então que a ponte não fosse de Gaspar, como não será, mas do Vale, devido a sua interligação com a BR 470, Brusque e o Litoral. E eu testemunhei: a ex-senadora duvidava que esse nome pegasse. E pegou. E o nome Dorval Pamplona, não.
O PT é assim. Decreta e impõe. Diz que é do povo e ouvi-lo. Foi assim que aconteceu quando quis trocar o nome quase bicentenário do Belchior para prefeito Tarcísio Deschamps, na transformação em distrito.
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