21/11/2016
NÃO FISCALIZOU I
Os políticos de Gaspar tratam os cidadãos como tolos. A imprensa também. E parte dela, faz esse papel por interesses, por preguiça ou para não se incomodar com a cara amarrada dos políticos sem noção. O vereador Marcelo de Souza Brick, PSD, fez um acordo com o PT, por isso foi presidente na Câmara, ocupou cargos com os seus, todos decorrentes devido a esta aproximação. Na campanha para prefeito, Brick foi uma linha auxiliar do PT, tendo até na sua coligação, o Partido Comunista do Brasil, parceiro do governo de Pedro Celso Zuchi durante sete anos. Brick escondia essa parceria com a esquerda do atraso e anti-democrática. E o que o Brick está inventando agora para ficar na nova onda de enganação aos analfabetos, ignorantes e desinformados? De que os “atrasos” das obras do PT e até do seu PSD, são decorrentes da burocracia.
NÃO FISCALIZOU II
Tudo bobiças. Para quem se dizia diferente e um político novo na política, as atitudes, palavras e discursos de Brick nasceram ou ficaram rapidamente velhos, e muito parecido com seus parceiros como Zuchi, Raimundo Colombo entre outros bem conhecidos. “Muitos aspectos que entravam [?] as obras que temos, não só no município, mas, em regra geral, se dá muito pela burocracia que a Administração Pública, enfrenta”. Errado. A principal burocracia é a incompetência (ou inexperiência), falta de transparência, ou pior, a má intenção do gestor. As outras culpas também são conhecidíssimas dos leitores e eleitores. É que o político para chegar ao poder, faz vários “negócios”, acordos de bastidores e é obrigado a empregar incompetentes, corruptos, ladrões. A burocracia que Brick reclama, ela só existe, por experiência e exemplos, para controlar uma quase totalidade de políticos e gestores públicos afeita às sacanagens com os pesados impostos pagos pelos contribuintes. Então de quem o Brick está reclamando e culpando se não os próprios gestores e políticos?
NÃO FISCALIZOU III
Brick é vereador. Se ele ficasse aí, e exercesse verdadeiramente o seu papel para o qual foi mais eleito no município há quatro anos, já teria dado a sua contribuição a favor da sua alienação. Ele possui clara parcela de culpa neste assunto que reclama. E exatamente por ter noção do que está falando por não ser nenhum ingênuo. Entretanto, Brick resolveu ir adiante e filosofar, abstraindo-se da condição de vereador fiscal, eleito pelos gasparenses. Surpreendente. “Outra é questão de fiscalização por parte da prefeitura. Devem ser fiscalizados com mais eficácia, para não acontecer como a obra da Rua Pedro Schmitt Júnior e Rua Arthur Poffo, no bairro Santa Terezinha”, escreveu para retratar o que pensa e tirar para outro ombro, o macaquinho que lhe incomoda e pesa no seu. Qual é a sua, cara pálida? É preciso desenhar? Então vamos ao lápis e ao papel.
NÃO FISCALIZOU IV
Bobo, Brick não é. Joga por resultados, independente dos meios. Possui até certa ousadia, como colocar em plena campanha eleitoral coisas no seu currículo que não são exatamente verdadeiras e delas querer tirar proveito e ficar enfurecido quando cobrado. Então Brick conhece a premissa dos poderes: a prefeitura não fiscaliza, administra, executa. Ponto final. Quem fiscaliza em nome do povo é a Câmara, é o vereador. Outro ponto final. Onde estava Marcelo de Souza Brick enquanto a prefeitura anunciava, assinava, prometia e divulgava obras que não saíam do papel? Fazendo cara de paisagem! E por que? Primeiro porque sob disfarces é sócio do governo do PT e não pode cobrá-lo; segundo, Brick não foi feito para cobrar nada, pois quer se manter um boa praça usufruindo das doçuras e disfarces do poder; terceiro como candidato a prefeito com um pé no PT, também não podia questionar; estava amarrado. E diante disso tudo quem perdeu? O povo que depende dessas obras. Perdeu exatamente os eleitores do vereador Marcelo de Souza Brick. E agora para justificar fica criando discursos e postagens fakes como se todos fossem tolos.
NÃO FISCALIZOU V
Culpar a burocracia? Menos! Primeiro para não culpar a prefeitura petista sua parceira; segundo para arrumar um pé no novo governo do PMDB/PP, o qual tenderá ampliar o arco de acertos na Câmara; terceiro para livrá-lo da culpa em que ele é um dos culpados. A burocracia neste caso é a falta de fiscalização de quem deveria fiscalizar em nome dos gasparenses e não fez. Nem mais, nem menos. São falsas, então todas as postagens do vereador posando ao lado das obras inacabadas como se estivesse indignado. E indignado não contra o PT, PDT, PCdoB, Zuchi, Mariluci, Lovídio Carlos Bertoldi, o homem das obras inacabadas, Soly Waltrick Antunes Filho, o eterno homem do planejamento, ou Doraci Vanz, o que armou o jogo de Brick com o PT. Pior é que tem gente que ainda o apoia e acredita nessa bobajada. Brick, simplesmente foi inepto e ausente na função de vereador, como a maioria. Acorda, Gaspar!
DUAS PERGUNTAS SEM RESPOSTAS
A empreiteira mineira Artepa Martins recomeçou as obras de acesso à ponte do Vale na sua Margem Esquerda. Qual a razão dessa preferência do lado do Rio Itajaí Açú? Não seria mais fácil e rápido terminar o acesso do lado direito no ginásio prefeito João dos Santos? Ou é porque neste lado existe mais um “problema burocrático” no solo? Outra. Quando pronta a ligação da ponte do Vale com a BR 470, ficará mais claro à falta que farão as alças de acesso ao povo da Margem Esquerda e que a prefeitura se negou discutir com a comunidade. Ora, se está sobrando dinheiro e vai ser devolvido para os cofres de Brasília, como afirmou o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, à RBS e da informação inusitada nada lhe foi questionado, por que não se fez as tais alças para dar segurança àquela gente? Acorda, Gaspar!
OUTRA DA RBS BLUMENAU I
Na coluna de sexta-feira, na edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, expus a aula do jornalismo manco que deu a RBS de Blumenau na reportagem que fez aqui com o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, sobre o término da Ponte do Vale. Na semana passada a RBS de Blumenau esteve mais uma vez em Gaspar. Ontem também, mas será objeto de comentário na sexta-feira. E em ambas não foi com Osvaldo Sagaz, o professor. Marina Dalcastagne veio conferir se foram cumpridas as promessas do prefeito feitas uma ao vivo nos estúdios em Blumenau em abril de 2015 e numa reportagem presencial em maio deste ano sobre o mesmo tema. Piada. Se a RBS acompanhasse a vida de Gaspar, saberia que aqui promessas da prefeitura é propaganda enganosa. Então, para não fugir ao script, foram prazos mandraques, sempre repetidos a qualquer um na imprensa e que não cobrados posteriormente. Outra. A RBS veio aqui, mas só depois das eleições. Ou seja, valeu a propaganda enganosa pretendia pelo político no veículo.
OUTRA DA RBS BLUMENAU II
Mas, vamos aos dois pontos principais. Primeiro, a RBS conferiu, mais uma vez, que o prefeito de Gaspar mentiu ou no mínimo, foi imprudente. Não se antecipou e não veio à público corrigir algo que sabia não ser possível concretizar. E para não cumprir os prazos, alegou problemas burocráticos seja na urbanização do loteamento das casinhas de plástico – um assentamento precário montado pela própria prefeitura, bem como a entrega do posto de saúde de lá. E para quando novamente prometeu entregar o posto de saúde pois a urbanização vai mais longe? Dentro de 45 dias, ou seja, antes de sair. Vai ser um festival de obras malfeitas e entregues pela metade. E a RBS acabou, outra vez, livrando a responsabilidade de Zuchi. Esticou o prazo para depois do dia primeiro de janeiro de 2017 quando Zuchi não estará mais lá e nada dele poderá ser cobrado. Ria macaco! Onde está o produtor, o editor ou o dono da emissora?
OUTRA DA RBS BLUMENAU III
Segundo. Há um material depositado lá no loteamento. E a repórter Marina afirmou que aqueles canos de aço e outras coisas mais, eram para a tal obra de urbanização que vai incluir calçamento, uma nova via de acesso, drenagem pluvial e até rede coleta e tratamento de esgotos (?), tudo por R$7 milhões. Aquele material que está lá, tubos de aço e a placa de “máquinas na pista” já davam recados para a repórter. Mas, ela os ignorou. Pior: não os checou. Na verdade, são materiais para a obra de desvio da rede de gás. Esse desvio faz parte de duplicação da BR 470, rodovia que passa defronte ao Loteamento das Casinhas de Plástico. Os telespectadores foram erradamente informados. Os moradores de lá, mais uma vez e propositadamente enganados para se aliviar as pressões; E os políticos, mais uma vez, comemorando, a preguiça da imprensa com o essencial...
O PMDB e PP de Gaspar ganharam as eleições municipais. Tentam dividir, enfraquecer e colocar no mesmo saco com boquinhas o PSDB, PSD, PSB. Vão fortalecer o PT, ou o que sobrar dele. Vai ser uma festa.
E por que? Porque o PT vai entregar a prefeitura de Gaspar num bagaço de dar dó (O Jornal de Santa Catarina mostrou isso só olhando o Portal Transparência, mas o rombo é maior). E esse bagaço é por conta da falta de oposição e fiscalização do PMDB, PP, PSD e PSB. O PMDB e o PP não possuem quadros para ocuparem funções em cenários normais, pior em tempos de crise aguda.
Resumindo, o PT armou a cama e o PMDB e PP vão deitar nela e querem levar PSDB, PSD e PSB para compartilhar a desgraça. Ao final, o PT vai lhes pregar o rótulo em todos de incompetentes. Então 2020 está logo ali.
O próximo passo. Para o político, partido é uma mera exigência da legislação eleitoral. Poucos se definem ideológicos. O dono do PT de Gaspar, o PT de Blumenau, está procurando uma saída depois do desastre nacional, da desimportância da esquerda do atraso no estado e às derrotas na região.
O deputado Federal, Décio Neri de Lima, PT, o primeiro amigo de Luiz Inácio Lula da Silva, resolveu reunir o PT, PCdoB, PDT e Psol para discutir o futuro desse campo da esquerda por aqui. Há alguns caminhos para a família Lima: sair do PT para um novo partido ou fortalecer o PDT.
Décio que já foi prefeito de Blumenau e há 12 anos não teve mais chances na família ou no grupo, mudou o domicílio eleitoral para Itajaí, sua terra natal. Queria ser candidato, mas diante de tanto desgaste do PT nacional e dele próprio, resolveu desistir.
A família Lima (Décio, sua mulher, a deputada Ana Paula e o genro Jefferson Forrest) além das derrotas de Blumenau e Gaspar, da desistência de Itajaí, viu ainda o prefeito de Brusque ser cassado, viu os fracassos indiretos do PT e seu grupo em Ilhota e Luiz Alves.
Da internet: "Nos Estados Unidos, um bilionário se tornou presidente. No Brasil, um presidente se tornou bilionário."
O presidente da Câmara, Giovânio Borges, PSB, livrou-se de um problema que ele próprio criou ao enrolar naquilo que era a sua obrigação, apenas para proteção política de quem lhe deu o cargo de presidente da Câmara: abrir uma CPI contra o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT.
É que tramita na Justiça um Ação Civil Pública contra ex e dirigentes e funcionários da Ditran – Diretoria de Trânsito - de Gaspar, por uso indevido, repetido, de veículos públicos entre 2012 e 2014, em fato registrado várias vezes aqui, mas que na secretaria de Obra e na prefeitura, nada se apurou, numa tipificação clara de prevaricação do agente público gestor.
Ao ser encurralado, Giovânio correu atrás do prejuízo. Foi ágil. Com a água no pescoço dele e de Zuchi, fez em horas o que não fez em meses. Foi tão apressado o trâmite, que na pauta da sessão de hoje da Câmara, está na Ordem do Dia um e.mail (o normal são trocas de correspondências formais com protocolos e tudo) da promotora que cuida da Moralidade Pública na Comarca de Gaspar, Chimelly Louise de Resenes Marcon, dando o salvo conduto ao enrolador e protetor mor do prefeito, Giovânio Borges.
E porquê do salvo conduto? Porque finalmente, depois de anos enrolando, o prefeito Pedro Celso Zuchi resolveu neste dia 11 de novembro, assinar a portaria 5.066 e publicá-la no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet-, no dia 16, para instaurar o Processo Administrativo Disciplinar, obrigatório a qualquer gestor público que vê atos duvidosos e que era reclamado por Pedro da Silva.
Ele vai apurar as responsabilidades do servidor José Lourival Lana, o Garoa, na época vice e hoje diretor da Ditran, José Jackson dos Santos, ex-diretor da Ditran e Scheila Sabrina Lana Cardoso, ex-servidora.
Em resumo: Jackson teria autorizado e permitido, por anos, o carro da Ditran, com motorista, buscar e levar em casa e a outros locais, o Garoa, que não sabe dirigir, bem como a funcionária Scheila.
E o prefeito Zuchi, sabedor de tudo, fez cara de paisagem: sequer mandou abrir sindicância, apesar de já ter havido um inquérito no âmbito civil, lastreado em provas e que originou a Ação.
Esta proteção sem nexo do prefeito aos seus companheiros, fez com que o agente público Pedro da Silva, concursado na Ditran, interpelasse o presidente da Câmara, instituição fiscal do Executivo. Ora, se há um processo no âmbito da Justiça, qual a razão para o município – e o seu titular, prefeito - não apurar os possíveis desvios de seus servidores como manda a lei?
Essa não é a única omissão desse tipo, além das intermináveis prorrogações de prazos nas sindicâncias, principalmente quando atinge os comissionados e os protegidos na aliança política que governa Gaspar há quase oito anos.
No dia 28 de fevereiro Pedro da Silva protocolou na Câmara uma correspondência comunicando o fato. No dia 13 de março, lida, ela foi à Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização (?) “para análise”. E lá dormiu. Escárnio.
A Comissão presidida pelo cunhado do prefeito Antônio Carlos Dalsochio, PT, tendo como membros Daniel Fernandes dos Reis, PT, Ciro André Quintino e Marli Iracema Sontag, jogaram contra o razoável, contra à lei e a favor do esquecimento, premiando o uso indevido da máquina pública por privilegiados.
Quem não esqueceu foi Pedro. Pediu a CPI devido a inércia do prefeito neste caso específico. Não foi atendido mais uma vez. No dia 23 de junho pediu a reavaliação da decisão tomada no dia 14 de junho. Como nada prosperava, foi ao Ministério Público. E aí quem questionou a Câmara depois das eleições foi promotoria.
A última correspondência do MP, nesse sentido nem foi lida na sessão. “Foi aos arquivos para providências de praxe”. Pedro insistiu. E sem saída, Giovânio e Zuchi não tiveram chances. Zuchi abriu a sindicância, Giovânio respirou aliviado. Tudo foi comunicado ao Ministério Público, que fez um e.mail, dizendo que o pedido de Pedro tinha perdido o objeto de ser.
Perdeu, porque depois de muita pressão, resolveu o prefeito atender minimamente a lei. Agora, só falta a sindicância interna contrariar o inquérito do MP. Aí será para acabar. Mas, neste mundo de políticos, tudo é possível. Bata ler estarrecido o noticiário nacional. Um aprendizado de como o cidadão é usado para pagar a alta conta da má gestão dos políticos que ele próprio elege.
Outra. Sem cidadania no serviço público, não haverá mudanças. O que Pedro da Silva fez foi um ato de cidadania. Os políticos organizados, tentaram, retardaram, mas ao fim tiveram que se dobrar à lei com a ajuda do Ministério Público. Poderia ser pior, sem a imprensa e o MP. Acorda, Gaspar!
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).