21/12/2017
POLÍTICA NÃO É PARA NOVATOS I
É difícil escrever sem ser repetitivo. Fiz pelos menos seis artigos nestas duas semanas sobre a embrulhada em que se meteram o Executivo e os vereadores. Eles esconderam e provocaram a surpresa da semana: a eleição do médico cardiologista, funcionário público municipal, evangélico e vereador do nanico PSC, Silvio Cleffi, a presidente da Câmara de Gaspar. Ele derrotou a marcada pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, para ganhar desde o ano passado. Franciele Daiane Back, PSDB, a “fiel” da balança da frágil base do governo. A mais jovem vereadora já eleita por essas plagas estava tão certa da vitória que levou uma caravana para aplaudi-la e comemorar, mas teve que vê-la ser engolida por seus próprios erros e arrumar culpados para aquilo que só ela construiu.
POLÍTICA NÃO É PARA NOVATOS II
Surpresa? Nem tanto. Silvio seria o plano B. Escrevi isso, de forma clara, já na sexta-feira no portal. Repeti em pelo menos duas outras ocasiões. E as fontes não foram da oposição e sim do PMDB. Com os meus botões não acreditei. Achei, todavia, arriscado. Tanto que em outro artigo, ainda na segunda-feira, sugeri que diante dos fatos daquela mal sucedida sessão extraordinária, onde a arapuca estava armada, o PMDB se tivesse juízo, daria um passo atrás no caso da Franciele e a protegeria. Pensei alto: um acordo de salvação da base, com Francisco Hostins Júnior, líder do governo. Ele já transitou no PT, é respeitado, é um conciliador. Mas, preferiram ir adiante. A dita oposição, matreira, apenas percebeu à fragilidade e armou a vingança. É impossível ao Silvio trair sozinho, como traiu um acordo explícito, companheiros e um governo onde diz apoiar, pediu tudo e ganhou, só pela presidência da Câmara. Se fez a traição clássica, como acusaram os demais vereadores nos seus discursos, urdida com a oposição, só confirma o que sempre escrevi sobre ele: um perigo; permanentemente com a faca no pescoço do governo para avançar em interesses corporativos. Agora alega, que não foi completamente atendido! Afinal, quem foi?
POLÍTICA NÃO É PARA NOVATOS III
Franciele, jornalista, a que censura, a que não ouve, a que comemora antes do gol, a que se vinga, a que não engole, a que não sabe perder, nasceu no PMDB como assessora do ex-vereador Jaime Kirchner. Logo se empolgou e fez carreira política solo no próprio reduto de Kirchner. Ele ficou; ela se elegeu. Então... O PSDB foi uma legenda. Mesmo aos 23 anos, tentou ser presidente do PSDB, não conseguiu. Fez acordos com Kleber sem a participação dos partidos. Aceitou uma promessa de ser presidente da Câmara para dar maioria ao governo, sem qualquer apoio institucional. Seu reduto, o Distrito do Belchior, foi tomado pelo PMDB com Raul Schiller, que nem de lá é. Ampliou a arrogância, centralizou, não olhou as advertências de que estava sendo usada. Não estudou a história política de Gaspar. Desconhece o PMDB que agora virou o velho MDB de guerra. Saiu por aí com os novos “amiguinhos” do PMDB em detrimento do fortalecimento do PSDB. Deveria ter percebido que o PMDB de Gaspar de verdade é Oswaldo Schneider, Ivete Mafra Hammes, Walter Morello, Celso Oliveira, Carlos Roberto Pereira e até Valmor Beduschi, filho, que reapareceu depois de se alimentar no PT por anos.
A POLÍTICA NÃO É PARA NOVATOS IV
Definitivamente, a política não é para os novatos, os intransigentes, os surdos, os cegos, os arrogantes, os centralizadores, os egoístas, os com sede de poder como Franciele. Mas, política é também a oportunidade do cavalo encilhado e este passou para Silvio Cleffi. Como ele montou nele, é o que vamos saber de agora em diante. E conforme o trote, tudo ficará mais claro. Bisonha foi a articulação em favor de Franciele, toda feita longe do PSDB. Patos, os que participaram da cena. Os posicionamentos e votações de Franciele nunca mereceram consulta ao partido. Sempre foi autônoma. A derrota é só dela. E quando o PSDB se posicionou contra o aumento de 40% da Cosip, mas só depois dela ter votado para Kleber na Câmara e a sociedade cobrar o partido nas redes sociais, Franciele lançou baterias contra a presidente. a ex-vereadora, e ex-candidata a prefeita derrotada, Andreia Symone Zimmermann Nagel, como se a posição fosse dela e não do partido. A Franciele, massacrada nas redes sociais por sua postura e independência em votos que deram mais despesas para a sociedade, tirou o site do PSDB do ar, ameaçou denunciar Andreia nas executivas estadual e nacional. No fundo, Franciele apenas provou que não é uma estadista, estava despreparada para o desafio de ser presidente da Câmara. Se isto é um aprendizado, terá valido a pena. Acorda, Gaspar!
Ainda sobre a eleição da presidência da Câmara de Gaspar. Tereza da Trindade, PP, a primeira mulher a tentar a presidência da Câmara, perdeu. Estava tudo certo, como Franciele. Foi voto contra o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, PMDB. Foi coisa armada pelo próprio PMDB que está mandando em Kleber nas sombras.
A Andreia, PSDB, perdeu. Havia um acordo. Foi coisa armada pelo próprio PMDB que está mandando em Kleber nas sombras. Naqueles dias o PMDB fez conluio com o PT, a quem Andreia combatia fervorosamente.
Naquela eleição, Andreia sabia que iria perder, tanto que já tinha o discurso escrito pronto. Quem articulou a derrota foi José Hilário Melato, PP. Ele queria tirar tudo de Andreia e ser o presidente de fato. Então Andreia preferiu que Melato fosse o presidente de direito. E ele foi eleito. PT, PMDB e PP comemoraram juntos.
Franciele, surpreendida na derrota, sem discurso, plagiou o de Andreia. Até pediu para Silvio, olhar nos olhos dela. Andreia tinha pedido isso a José Amarildo Rampelotti, PT e Melato. A gravação é famosa. Sem querer, o PMDB, achando-se o rei e dono da cidade, levou o troco e o tombo na terça-feira passada.
E por fim a diferença. A derrota de Andreia naquela eleição foi uma vitória. Fortaleceu-se como política. Foi isso que a deu condição de ser candidata a prefeito. Já a derrota de Franciele, tem sabor de fracasso, mas a oportunidade para reavaliar os seus comportamentos, atitudes e posicionamentos.
Procurador Jurídico da Câmara de Gaspar, Marcos Alexandre Klitzke, concluiu que Rui Carlos Deschamps, PT, pode votar Comissão de Legislação no projeto 80/2017 em que é autor, o qual pede a redução de vencimentos do prefeito, vice e secretários. O relator geral, Francisco Hostins Júnior, PMDB, deu parecer contrário e pediu esse esclarecimento.
Bom Natal. Um 2018 melhor do que 2017 a todos. A coluna não terá férias. Será atualizada no portal do Cruzeiro do Vale, o mais acessado. Obrigado.
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