24/01/2018
Hoje é dia de julgamento do recurso em segunda instância de uma condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT. O que Gaspar tem a ver com isso? Nada e tudo. Aqui o PT quando governo, dizia que tinha promotor e juiz na mão (ideológica, proximidade e interação). Tudo para intimidar e perseguir adversários. Foi uma forma de calar e punir a imprensa livre, investigativa. Se é verdade que tinha esse poder todo, não se sabe bem.
Mas, quando não deu certo essa premissa, o PT e seus sócios, trataram de desqualificar e perseguir os membros do MP e Judiciário que autorizavam inquéritos, formataram ações civis públicas e deram despachos e sentenças que os contrariaram à vontade petista diante de provas, legislação e convencimento. O respeito à integridade das instituições é algo fundamental de uma democracia. O PT jacta-se o pai da democracia. Na prática, é, verdadeiramente, totalitário: o Ministério Público que funciona só o dele, o Judiciário, Tribunais de Contas, Polícia, Imprensa, igualmente.
Assim e porque é assim, os petistas comemoraram a saída daqui, por promoção, de membros do MP e até de juízes. Insatisfeitos com a comemoração de pirro, até os desqualificavam nacionalmente, via a mídia aparelhada, como foi o caso da juíza Ana Paula Amaro da Silveira. Ela os processa. E está ganhando.
Quem não se lembra do protesto dessa gente na frente do Fórum para livrar parente acusado de abuso sexual? Resumindo: esse negócio de usar a Justiça para si, ao seu modo, para vingança contra gente que supostamente não é sua ou para inocentar os seus, é coisa antiga do PT. É coisa de seita ou máfia, ou organização criminosa e não de partido político. Eu sei o que bem é isso...
Pago caro, mas insisto. Porque a desistência é tudo o que essa gente quer para se estabelecer no vício, no erro, na submissão e que eles rotulam como democrática. Ora, não existe nada mais democrático do que a Justiça. Mais, até do que a imprensa livre. E o PT e os seus sócios a negam se não for do seu jeito.
Resumindo. Numa sociedade adulta, com judiciário técnico, este julgamento de hoje em Porto Alegre não seria o espetáculo deprimente que está sendo. Um comício de quinta, onde o réu, o mais honesto, no palanque ontem em Porto Alegre, se premiou como o "magistrado mais honesto", como se todos que o julgam contra ele, ou o PT, ou os seus sócios da roubalheira, são desonestos. O alarido, o embate de torcidas leigas, bem como de gente bem esclarecida à moda do Mito da Caverna, de Platão, mostram como líderes espertos e desajustados no caráter, sustentado por ideologias populistas, manipulam uma maioria de ignorantes, analfabetos e desinformados, a tal ponto de desqualificar a mesma Justiça e legislação que as usam e pedem para punir, de forma acertada, os adversários.
E para encerrar: o que tem a ver a foto que encima esse comentário com o julgamento de hoje de Lula? “Copa sem o goleiro Bruno é Fraude. Herói de uma nação (rubro-negra), perseguido pela mídia (que explorou o caso à exaustão), nunca admitiu (o crime) e nunca acharam uma prova do seu crime (o corpo da esquartejada Elisa Samúdio). Enfim, a Justiça deve desculpas a esse guerreiro”. Wake up, Brazil!
O vereador Rogério Flor de Souza, PT, tornou-se, pelo jeito, em Ilhota, o principal cabo eleitoral do prefeito Érico de Oliveira, PMDB, apesar de Rogério se declarar de oposição.
Rogério Flor, o que acredita na inocência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; que tem como orientador o deputado Décio Neri de Lima; que afirma ser a Reforma da Previdência contra os trabalhadores e aposentados de salário mínimo e não contra os privilégios de políticos e dos funcionários públicos, os quais se aposentam aos 45 anos com salários milionários integrais; que presidente Michel Temer eleito vice e sócio do PT é um golpista, fez um cartaz e colou na sua rede social que “Tá saindo caro os calçamentos em Ilhota”.
Foi bombardeado pelo prefeito e seguidores. Afinal, Rogério, como bom petista, não apresentou a real conta desse aumento. Nada de números. Nenhuma prova.
Érico ficou nervoso e respondeu na lata, mas aproveitou a corda da pipa de Rogério Flor para fazer as suas manobras: mostrou que Rogério Flor foi sócio da administração de Daniel Christian Bosi, PSD, que entre tantos desastres, mal calçou a estrada geral do Baú. Ela agora está sendo refeita por Érico. Isso sim. é desperdício e é caro para a sociedade como um todo.
Rogério Flor ainda tentou remediar, mas dizer onde o calçamento contratado por Érico está "caro" (preço maior, falta de transparência ou coisa parecida), não fez. Aí tem. Ou ele sabe de alguma coisa e mandou algum recado cifrado ou não sabe de nada e foi apenas um petista irresponsável.
Na réplica, Rogério preferiu alinhar outros problemas que já são de conhecimento dos que leem esta coluna, como o aumento dos gastos públicos com a criação de novos cargos, secretarias e autarquias “tornando a máquina pública pesada demais”, aliás que deve ter passado na Câmara de Rogério Flor e por estar em minoria, não pode barrar. Mas, pergunto: o que isso tem a ver com o calçamento caro?
Rogério Flor prossegue na justificativa depois dos questionamentos do prefeito Érico. “Nesse contexto faço seguinte colocação: o aumento de taxas e impostos pra manter a máquina pública, irão incidir diretamente no bolso do contribuinte que irá pagar mais caro pelos calçamentos”? Uau!
É verdade que o prefeito está usando da prerrogativa de ter para aumentar impostos e criar taxas. E ai Rogério Flor está certo. Mas, o que uma coisa tem a ver com outra? O calçamento não é licitação apartada dos custos de manutenção da máquina pública? Com uma oposição assim, não é à toa que Érico esteja nadando de braçadas. Só o Ministério Público para freá-lo nas suas peraltices.
Como não tinha nada mais para contestar, Rogério Flor, e se declarando paz e amor, postou várias fotos. Elas sim, são preocupantes. Eram do calçamento que está sendo feito nas Minas, perto do Mercado Juventino. Os recursos são de uma emenda parlamentar do deputado Décio. Como a obra não está pronta e se o vereador fiscalizar a verba do seu padrinho político, nada ficará como está ou como ficou o calçamento da estrada geral do Baú. A correção tem que ser imediata!
Este foi o título do artigo que abriu a coluna de segunda-feira. E repercutiu. Ela mostrou que o governo Kleber Edson Wan Dall, PMDB, sem nada para mostrar de resolutividade neste um ano de governo, resolveu convocar a imprensa para anunciar de que estava assinando um decreto de situação de emergência para se ressarcir em R$2.736.580,00. Este tipo de decreto os outros fizeram, como tinham mais coisa para mostrar, apenas comunicaram.
O que aconteceu depois do meu comentário? Este número R$2.736.580,00 desapareceu. Virou genericamente “mais de R$2 milhões”. É isso mesmo. Ligeiros! No seu lugar, a superintendência de Comunicação de Gaspar colocou este parágrafo abaixo, no “press release” original, com mais detalhes para se justificar, disponibilizado no site da prefeitura.
“De acordo com o levantamento realizado e coordenado pela Defesa Civil, o município contabiliza mais de R$ 2 milhões em prejuízos. Dos 21 bairros do município, 13 foram atingidos. Cerca de 23 mil pessoas foram afetadas de alguma forma pelo temporal, 88 ruas e 248 residências foram atingidas por alagamento, o que resultou em aproximadamente 1 mil pessoas atingidas diretamente. Três famílias (13 pessoas) ficaram desabrigadas e foram recebidas no abrigo municipal ativado na noite de terça-feira, aproximadamente 200 pessoas ficaram desalojadas. Dos 108 voluntários cadastrados junto ao órgão, vinte tiveram participação fundamental no trabalho de resposta no atendimento das ocorrências, ativação do abrigo e plantão na central de atendimento”.
Muito bem! Perguntei à assessoria de imprensa da prefeitura quem e como chegaram a esse número de R$2.736.580,00 de prejuízos no patrimônio público. Quem, suponho seja a Defesa Civil. Até o fechamento da coluna, todos devidamente caladinhos, como sempre. Depois reclamam. Provavelmente este levantamento, deveria ser técnico, com engenheiros, e feito pela secretaria de Obras, pois a Defesa Civil não possui esse quadro técnico. Mas...
Até porque os prejuízos particulares o município não os cobrirá, e para os afetados, a prefeitura, por meio da Defesa Civil, está fazendo uma “vaquinha” com a população para dar uma cesta básica e ainda levar os louros políticos por isso. “O povo gasparense é muito solidário, e tenho certeza que se engajará em mais uma ação da Defesa Civil, ajudando todas as famílias que neste momento necessitam de ajuda”, acentuou o prefeito Kleber.
E as doações do povo de Gaspar para a Defesa Civil distribuir aos afetados pelas enxurradas da semana passada devem ser enviadas para ela até a sexta-feira dia dois de fevereiro. E nesta ação solidária, a prefeitura está pedindo doação de cesta básica, sabonete em barra, escova de dente, creme dental, papel higiênico, água sanitária, desinfetante, sabão em pó, balde de plástico, vassoura, pano de chão, esponja e luvas de látex.
Afinal, como se chegou a esse número de R$2.736.580,00 de prejuízos nas enxurradas da semana passada em Gaspar? É para cobrir quais prejuízos? Acorda, Gaspar!
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