Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

25/01/2018

IMISSÃO COM GARANTIAS I

A jovem juíza Liana Bardini Alves, da segunda vara da Comarca de Gaspar, fez algo raro, mas vital em alguns casos. Depois de uma audiência de conciliação sobre o caso, ela saiu do seu gabinete e na semana passada foi aos pés do Morro do Baú (foto com o prefeito Érico de Oliveira, PMDB e o secretário do meio ambiente de Ilhota, Robson Antônio Dias). Ali está se criando o Parque Natural Municipal Morro do Baú com terras do Herbário Barbosa Rodrigues, uma obra riquíssima de conhecimento, catalogação, pesquisa e preservação da Mata Atlântica na nossa região, feita pelo saudoso padre Raulino Reitz. E Liana foi lá para encontrar o fio da meada desse assunto e buscar garantias mínimas reais, nos atos jurídicos que decidiria mais tarde, à implantação daquele parque por parte do poder público e político, quase sempre negligente neste tipo de assunto. A juíza testemunhou o abandono e a degradação daquela área. O fato só confirmou à necessidade de garantias jurídicas e financeiras mínimas para que o parque fosse implantado e se estabelecer na proteção ambiental.

IMISSÃO COM GARANTIAS II

Como a juíza Liana escreveu na imissão provisória de posse que concedeu ao Município de Ilhota horas depois da visita na área, “tratando-se de desapropriação é vedado ao Poder Judiciário decidir se se verificam ou não os casos de utilidade pública”. Se cumpridas as formalidades pedidas na legislação, tasca a imissão em favor de quem a pede. Entretanto, a juíza não só observou estes requisitos legais, mas foi além. O município queria dar ao Herbário dar R$400 mil pela desapropriação. O Herbário, inicialmente, pediu R$750 mil. O dinheiro que estaria garantido pela Fatma – Fundação do Meio Ambiente - num convênio que fez com Ilhota para esta finalidade. Liana optou pelos R$750 mil para diminuir a futura beligerância jurídica e abonar um bem natural ameaçado. Fez mais. Determinou que os R$ R$ 2.147.703,00, oriundos da compensação ambiental pelo licenciamento da fábrica de veículos BMW Brasil, em Araquari, processo CTCA 108, ficassem bloqueados para uso exclusivo à implantação do Parque.

IMISSÃO COM GARANTIAS III

Para a juíza Liana “a inicial limpeza e recuperação dos prédios e áreas do local a população poderá começar a usufruir de tão bela área, mas que hoje está em total abandono servindo inclusive para a prática de crimes”. Teoricamente ela está certíssima. Todavia, se o Ministério Público e entidades ligadas à preservação ambiental não fiscalizarem (esqueça a Câmara!), tudo se perderá; e logo. Basta ver o histórico passado e presente das administrações públicas de Ilhota contra o meio-ambiente. A legislação específica apareceu só agora, sob pressão e às pressas, mesmo assim, há fortes resistências de políticos, gestores públicos e empresários. Substitui-se compensação de área verde por automóvel velho; desafetaram-se áreas de preservação para alienação a terceiros, além de outros casos cabeludos de loteamentos que estão sob inquéritos, ações judiciais ou até já deu cadeia. E para encerrar. Se o mesmo cuidado e procedimento tivesse sido tomado no caso da desapropriação da Arena Multiuso, tão perto do Fórum de Gaspar, talvez não se tivesse criado uma bandeira política partidária por aqui. Saberia-se que a oferta pelo terreno era ridícula, vexatória, apenas para expor o proprietário à uma vingança pública e com isso se criar uma demanda sem fim na jurisdição.

TRAPICHE

Um ano depois, para lembrar aos desmemoriados. Durante a cerimônia de transmissão do ex-prefeito Pedro Celso, Zuchi, PT, agora assessor do deputado Federal Décio Neri de Lima, PT, para o atual prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, houve uma alfinetada bem venenosa.

“Podes ter certeza que nestes quatro anos não vou te perseguir”, disse Zuchi ao coordenador de campanha Kleber, ao presidente do PMDB, secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, e prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira.

Aos que não entenderam o recado tão explícito, Zuchi esclareceu: “quando eu assumi, há oito anos, ele disse que não me daria sossego nenhum dia do meu governo. Agora, eu disse para ele que não vou persegui-lo, porque quero ser parceiro da nova administração”. Hum!

Um ano depois, parece que Zuchi não está disposto à cumprir a promessa que fez. O primeiro trança-pé, deu com a tomada pelo PT e a dita oposição da mesa diretora da Câmara em dezembro passado. Não será um ano fácil para Kleber e o doutor Pereira. Se não tomarem cuidados, ambos nem precisarão nem de perseguição.

Samae inundado. Giovane Deschamps e Aldo Luz foram defenestrados por portaria do presidente José Hilário Melato, PP, da Comissão Processante do Samae. Ambos, indicados de Carlos Roberto Pereira. Luz nem voltou das férias. Emendou-a com atestado de 14 dias.

O presidente da Câmara, Silvio Cleffi, PSC, é médico e é funcionário público municipal como médico. Como o dr Sílvio vai conciliar tudo isso? Como presidente da Câmara é um gestor administrativo e possui obrigações de representatividade. Qual atividade ele vai abandonar? A do consultório particular ou a do município? Tem gente curiosa e vigilante.

O PSDB de Gaspar foi por eleições seguidas um apêndice de última categoria do MDB. Tentou emergir sem essa “proteção” nas eleições de outubro do ano passado. E paga caro até hoje por isso.

Uma carta publicada no Cruzeiro do Vale na sexta-feira por Luciano Odair Coradani, com um ano de atraso, revelou toda essa submissão. Ele reafirmou o que a cidade sabe também há muito: as pesquisas eleitorais publicadas aqui são técnicas, isentas e confiáveis.

Coradini, com Claudionor de Cruz e Souza, vice do PSDB, ambos foram cabos eleitorais da derrotada Franciele Daiane Back, PSDB, à presidência da Câmara. Ambos foram traídos na promessa do MDB de dar poder a eles via Franciele. Ficaram na rua da amargura. Detalhei isso no comentário da coluna de segunda-feira especial para o portal, o mais acessado.

Os professores concursados (a maioria já é ACT) e não chamados para serem efetivados em Gaspar, continuam na fila de espera e de olho nas tais cartinhas que nunca chegam chamando-os para se efetivarem. Eles devem bater às portas do Ministério Público, mais uma vez.

 

Edição 1835

 

Comentários

Tucanato
29/01/2018 09:09
Ao tucaninho Luciano;

Perdesse uma oportunidade de ficar quieto!
Até parece que a vereadora juvenil está ai apenas "para fazer o melhor por Gaspar". Ela é só mais uma sedenta de poder, acha que Gaspar é só o Belchior.

Que pelotada, a tucana nem viu de onde veio e tinha certeza que ia ser presidente, levou até torcida.

Até parece que vc fazem alguma diferença na política de Gaspar, estão sendo usados facilmente.

Deixa a tucana se revoltar pra ver se o papai Krébi continua soltando a mesada.
Infantis.

lêo
28/01/2018 16:30
TEM VÁRIAS PESSOAS PREOCUPADOS PORQUE MESMO COM PROBLEMAS COM A JUSTIÇA. SEGUNDO O SEU PARTIDO O PT,O LULA VAI SER CANDIDATO A PRESIDENTE.MAIS PR?"XIMO AS ELEIÇÕES SUA CANDIDATURA TEM 99% DE CHANCES DE SER CASSADA.POR ISTO É MUITO IMPORTANTE PRESTAR ATENÇÃO NO SEU VICE.QUE MAIS PR?"XIMO AS ELEIÇÕES O VICE PODE ASSUMIR A CABEÇA DE DA CHAPA DO PT PARA PRESIDENTE.DE OLH? NO VICE
Herculano
28/01/2018 12:09
Ao Luciano Odair Coradini

1.A sua carta, a qual agradeço pois foi importante para a transparência, só confirma, mais uma vez, tudo o que escrevi até agora sobre esse assunto. Aliás, falei isso a você pessoalmente, a sós, em encontro no final do ano passado, feito, a seu pedido, para esses esclarecimentos. Então tudo é velho. Inclusive o caráter.

2. Vou repetir, pois parece que entendeu, mas insiste, por orientação proposital: não orientei ninguém na política em Gaspar na campanha passada.Pedidos não faltaram. Preferi a coluna. Quanto pior, melhor. A notícia é feita do fato excepcional, não do normal. Já expliquei isso publicamente, várias vezes.

3. A derrota da Franciele Daiane Back, PSDB, tem a sua marca, sim. E de outros, como Claudionor da Cruz Souza no PSDB e de Kleber Edson Wan Dall. Já falamos sobre a possibilidade disso muito antes da derrota acontecer. Escrevi sobre isso.

4. Como você escreve, sem estar na executiva, revela, e não faz questão de esconder, que quer ou manipula por detrás o partido ao seu gosto e dos que dividem o partido para ser um ser de muleta do poderoso MDB.

5. Você fala tanto em ideologia, partido e caráter, como se eu fosse um imbecil, um comprado, um medroso e que a minha experiência e os meus tombos da vida, nada valessem.

6. O que você esconde, é de que esta "guerra" que você patrocina usando outras pessoas, e me metendo no meio, é na verdade, um embate e uma vingança familiar, onde você perdeu e não pode mais interferir como ainda quer no partido, na sua candidata. A cidade sabe.

7. Pelo menos desta vez, você demorou bem menos de 15 meses para publicar uma carta de oportunismo. Obrigado pela leitura e a participação.
Sidnei Luis Reinert
28/01/2018 11:27

domingo, 28 de janeiro de 2018
"Súmula Lulante" será um "Golpe Supremo"?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Vale a pena tentar consertar uma besteira, cometendo outra de dimensão, intensidade e conseqüências ainda piores? Eis o dilema prestes a ser vivenciado pelos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal. Paira no ar a intenção de mudar, novamente, a "interpretação" sobre a hora em que um réu pode ir para a cadeia. O plano dos ministros Gilmar Mendes e José Dias Toffoli (próximo presidente da Corte) reconsiderar que o "criminoso" só possa começar a cumprir efetivamente a pena, após o famoso "trânsito em julgado" da condenação criminal.

A polêmica já foi gerada pela "interpretação" ?" e não pelo efetivo cumprimento ?" dada ao princípio da presunção da inocência escrito na Constituição vilã de 1988. Certa ou errada, moral ou imoral (dependendo do contexto e da certeza sobre o crime cometido, a regra é clara. Um criminoso só se deveria virar presidiário quando não houvesse mais a possibilidade de recurso judicial (coisa que parece infinita em Bruzundanga). Acontece que o STF abriu um precedente perigoso ao baixar uma "jurisprudência vinculante" permitindo que alguém possa ser preso após decisão de um órgão colegiado em segunda instância judicial.

Agora, liderados por Gilmar Mendes, José Dias Toffoli (próximo sucessor da Cármen Lúcia) e Alexandre de Moraes, ministros do STF querem estender o "direito do réu" de só começar a cumprir a pena depois de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça. Outros pensam em "legislar" que tal prisão antes do "fim total" (kkkkk) do processo deixa de ser Constitucional. Ou seja, voltaria a valer o princípio de que a prisão só poderia ocorrer após o esgotamento pleno de todos os recursos judiciais (embromatórios ou não). Quer dizer que vamos abrir a porta das nossas cadeias e soltar a maioria de réus sem sentença final? Jura?

Se vingar a nova regrinha, bem que podia ser batizada de "Súmula Lulante" ?" embora tal gozação seja exagerada. Más e boas línguas no Judiciário já criticam que a mudança de interpretação suprema teria o objetivo imediato de beneficiar o condenado Luiz Inácio Lula da Silva ?" hoje um ilustre hepta-réu. Na verdade, o plano não-declarado é beneficiar outros poderosos da nossa politicagem com alto potencial de condenação e risco de prisão pelas Lava Jatos da vida. Os "malvados favoritos" e os "bandidos prediletos" andam ansiosos e com os olhos apertadinhos... $talinácio é Boi Expiatório... É preciso pegar os companheiros dele que jogam nos outros partidos...

Torna-se uma flagrante prova de insegurança jurídica o imprudente vai-e-vem de jurisprudência. Os 11 supremos-magistrados deveriam repensar, com todo cuidado e carinho, os riscos institucionais desta inoportuna revisão da "interpretação" da judisprudência. Grandes juristas e advogados de vivência gigantesca já estudam as graves conseqüências institucionais e o impacto desta intenção suprema de reinvenção da roda. Brevemente, um craque do Direito e (do piano) publicará um artigo sobre o pretendido "golpe" neste Alerta Total.

O Supremo Tribunal Federal não tem o direito de aplicar um golpe tão baixo. Porém, a culpa (ou dolo) não é dos ministros. Nosso problema é a inconsistência, falta de clareza e contradição das normas da Constituição de 1988. Pretensamente "cidadã", a Carta-Vilã e prolixa, confusa, excessivamente estado-interventora, além de ter a pretensão idiota de resolver todos os casos jurídicos em um só "livrinho" (termo usado pelo falecido Ulysses Guimarães).

Esgotou-se a Constituição escrita pela tchurma da Nova República de 1985. Já passou da hora de uma legítima Intervenção Institucional para outorgar uma Nova Constituição enxuta, liberal e efetivamente democrática (com plena Segurança do Direito), junto com a revisão, simplificação e consolidação do gigantesco aparato legal brasileiro. Como muito bem escreveu o General Santa Rosa, em artigo publicado ontem neste Alerta Total, o Brasil carece de ordem em todas as suas expressões: política, econômica, social e jurídica.

A nova Carta Magna é a prioridade das prioridades. A Constituição só não pode nascer de um golpe, nem da vontade de um próximo "Presidente-Ditador" (figura que o brasileiro adora de modo inconsciente e inconsequente). O novo texto constitucional precisa ser fruto de amplo debate dos cidadãos com mais de dois neurônios. Não é obra a ser escrita por políticos e burocratas - que hoje servem ao sistema do Crime Institucionalizado.

Nossa desgraça é que tal debate sobre a Nova Carta Magna acontece de maneira muito tímida, quase escondida. Logicamente, os donos do poder não querem que nada mude. No máximo, toleram que se "reforme". Assim, tudo fica do mesmo jeitinho como sempre esteve. Eles rejeitam qualquer hipótese de Intervenção Institucional. Afinal, o Brasil está com demais para eles, os condutores do regime Capimunista rentista e corrupto, no qual o povo é gado-muar - e não cidadão pleno.

A mudança estrutural pode demorar, mas vai acontecer no momento histórico em que se esgotar a paciência da maioria esmagadora da população e da verdadeira elite (que estuda, trabalha e empreende). A explosão de violência incontrolável, agravando a insegurança social, política, econômica e jurídica, será o estopim do processo inadiável de Intervenção Institucional.

Uma "Súmula Lulante", via "Golpe Supremo", tem tudo para acelerar o processo irreversível de mudança estrutural. O teatrinho de horrores da campanha eleitoreira só tende a agravar o caos reinante na oclocracia de Bruzundanga. A sorte dos bandidos é que os militares perderam a noção de que são da Nação o sustentáculo...
Luciano Odair Coradini
28/01/2018 10:37
6 - no acordo feito as claras e registrado em ata do partido, se optou em levar em conta, além de tudo a afinidade da vereadora com o Prefeito escolhido para governar Gaspar pelos próximos 4 anos: Kleber. Além disso o PT é o partido com ideologia totalmente oposta ao PSDB. É nitidamente um partido que esconde seu projeto socialista bolivariano. Foi o partido que traiu a ex-vereadora Andréia (que era e é orientada por vc). No qual vc não comenta. Prefere culpar o Melato e o PMDB e fazer acordo com o PT. Coerente você. É por ter filiados assim que o PSDB está sendo igualado ao PT. E o partido que tinha os principais presidenciáveis pode sair da eleição desse ano sem fazer Presidente e com risco em alguns estados contados certos. Portanto Herculano, sobrou o PSD e o PDT. No qual mantive conversa com o Ex-candidato Marcelo para fazer um bloco independente e apoiar o governo no que fosse propositivo ao Município e conversar sobre o que o grupo acreditasse não ser interessante. Porém Marcelo acreditava que o melhor seria fazer um bloco de maioria com o PT. Justamente como sua Candidata também queria. Por isso o PSDB optou em fazer acordo com o PMDB, PP e PSC para a presidência da câmara e ficar independente. Tanto é verdade que está em ata e nossa vereadora tinha seu espaço na câmara como líder do partido. Feito isso Marcelo quando viu que seus vereadores ficariam sem espaço para se manifestar na câmara fez o bloco democrático entre PSD e PDT. Mantendo espaço para uma liderança do grupo falar na câmara. Portanto Herculano, se fez o acordo que se achou mais coerente pensando em fazer o que for melhor para o município. É preciso enrolar as bandeiras e trabalhar por Gaspar e não fazer oposição inconsequente e pensando somente na próxima eleição. Isso não é novo. Isso é a política dos velhos "coronéis" que você está acostumado. Normal para quem teve o adjetivo como baliza uma vida toda. Portanto acordo não é campanha. Acordo se faz uma escolha em que se acredita ser o melhor para o município e se faz a sua parte. Quem não cumpre é que demonstra seu interesse pessoal. E colunista que mostra a inversão de valores também. Profissionais que não tem palavra põem em dúvida seu juramento de profissão. Sendo assim....
7 - Sempre defendi dentro do partido que o PSDB em Gaspar precisava ser independente e ter em Gaspar a representatividade que o partido tem a nível Brasil e que Gaspar merecia pela participação que tem como colégio eleitoral no vale. Sempre fui a favor de se desvincular do PMDB. Agora nunca fui a favor de fazer isso de forma hostil ou de atrapalhar o processo. Interessante que agora vc diz que eu queria o PSDB um apêndice do PMDB, mas na época a sua turma espalhava que eu era totalmente contra acordos com o PMDB. Talvez faça sentido no seu jogo de inverter posições e valores. Visto que algo me diz que Andréia veio para o PSDB e foi candidata para favorecer o PMDB justamente porque muitos do PSDB queriam um PSDB independente (fica a dúvida). O tempo dirá. Por isso, acredito que ingênuo é quem faz acordo com o PMDB esperando que o PMDB ceda a vaga de cabeça de chapa e depois critica o PMDB por não cumprir acordo. Qualquer que seja o presidente do PMDB será difícil cumpriu tal acordo visto a militância que o partido tem. Esse tipo de acordo é que sofre de interesse pessoal e não de interesse coletivo. E quem não cumpriu o acordo na câmara não foi o PMDB, o PP ou o PSC e sim o Vereador Silvio Cleffi. Pelo menos é o que se apresenta até aqui. Quem viver verá.
8 - Quanto ao PSD sim. Sempre defendi dentro do partido unir forças com o PSD e apresentar uma terceira via que fosse viável. "Viável" Herculano, não quer dizer que é preciso ganhar sempre como vc com sua alma ranzinza insinuou. É preciso saber perder sim, com dignidade, respeitando os adversários e principalmente o trabalho dos outros. Muitas vezes se ganha perdendo. Mas entrar no jogo para perder, descredenciar o trabalho alheio, fazer a velha politicagem de sempre e esconder isso da militância, é não ser digno com seus liderados. E fui contra a esse posicionamento do PSDB sim. Expus sempre ao partido e por isso a sua crítica, porque vai de encontro a seu projeto de fazer a Ex vereadora Andréia, um projeto seu e usando o PSDB, viável. O mesmo PSDB que em parte cedeu apoio irrestrito a essa aventura, foi o que negou apoio ao Sr. Hamilton Kraus na eleição anterior e que tinha muito mais chance de alavancar e recuperar o partido como você quer fazer acreditar em seu discurso. A mim sua hipocrisia não serve. E quem não abriu nenhuma negociação com o PSD foi sua candidata. Marcelo sempre esteve e tentou de todas as formas coligação com o PSDB. Agora, duvido que se você estivesse no lugar do Marcelo com 26% se não me falha a memória nas pesquisas, (que era a pesquisa que o PSDB tinha) aceitaria ser vice da Ex vereadora Andréia com 9%. Mas uma vez demonstra a forma democrática da sua turma de querer se impor. Da mesma forma que fez sobre a nota do partido referente a iluminação pública. Vereadora Franciele consultou quem ela confia dentro do partido e que muitos são da executiva. Só para seu conhecimento.
9 - O fracassado sempre procura culpados. Dizer que o fracasso da estratégia do seu grupo foi devido a minha atuação Herculano, é valorizar demais minha participação e só mostra a sua incoerência. Até porque as minhas posições sempre ficaram internamente no partido. Quem foi ao rádio expor as divergências em mais uma tentativa de prejudicar a Vereadora Franciele como fizeram durante a campanha foi a presidente do partido. E agradeço você e seus representantes. Pelo menos assim veio a público os bastidores e o jogo duplo de muitos que se dizem novos na política.
10 - Concordo com vc somente na última frase sua. Enquanto os verdadeiros tucanos de Gaspar, que participam do partido porque acreditam que o partido tem a ideologia que acreditam ser o melhor que desejam a seu país, não conseguirem perceber e filtrar os projetos de poder, o PSDB vai continuar perdendo oportunidade de crescer e realmente representar a maior parte da população que deseja um país mais democrático, com mais justiça social, que respeita o direito privado das pessoas e com menos interferência do estado.
11- E para encerrar Herculano, use sua capacidade de comunicação para convergir as pessoas a fazer o que é melhor para a cidade. Não apenas para distorcer ou formar opinião olhando a maré pelos olhos dos outros. Isso só colabora com o projeto pessoal de determinado grupo e não da Cidade.

Att
Luciano Odair Coradini.
Luciano Odair Coradini
28/01/2018 10:36
Sobre suas citações ao meu posicionamento

1 - Herculano, nunca é tarde para se revelar algo, principalmente quando se percebe que o objetivo não era um projeto para fortalecer o partido. E sim um projeto do establishment político (para usar o termo midiático preferido por alguns jornalistas). Eu prefiro ser claro e dizer que é um projeto das "forças ocultas" que agem por traz de quase todos os partidos. Força essa que fazem os partidos ter a imagem de que não representam a parcela da sociedade que se identifica com sua ideologia. Por isso temos vários partidos e a sociedade parece não se ver representados em nenhum deles. Acorda Herculano. A sociedade está mais acordada do que você imagina.
2 - Escrevi na época, para dizer apenas a quem interessava, que nem todos no partido pensavam iguais a quem coordenou a campanha. Que era o Sr.Gilberto. E pedi para não divulgar para não expor o partido quando fui consultado pra isso na época. E que meu posicionamento dentro do partido era de que as pesquisas refletiam o resultado do momento e que deveriam ser usadas para balizar novas estratégias. E não usar o velho método de se fazer campanha descredenciando pesquisa quando não vem de encontro aos resultados para motivar militantes. Liderar não é mentir ou esconder os fatos dos seus liderados.
3 - Você que critica a todos (menos a sua turma), deveria dar nomes a quem propagou o des-crédito de todas as pesquisas, inclusive do jornal a qual você faz parte. Porque não o faz? (não só do cruzeiro do vale). Mas são seus representantes e peças do seu jogo. Distorcer os assuntos e criticar os outros faz parte da sua estratégia para alavancar seus pupilos. Que aliás, na sua visão são os únicos políticos perfeitos em Gaspar. Por isso, enquanto você me critica estou com a consciência tranquila.
4 -Dissidente Herculano é quem participa de partido por interesse pessoal e não por ideologia. Eu participo do PSDB porque me identifico com o estatuto do partido. E sempre vou participar do partido. Dissidente é quem se filia a partido apenas com o interesse de usá-lo politicamente. Quem se elege por um partido e muda para outro para apenas ser candidato. Quem se impõe a presidência do partido enquanto o marido é presidente de outro. Mesmo isso sendo contra a legislação vigente. Tanto que perdeu o mandato. Os partidos no Brasil na verdade são meros aglomerados de siglas que tem donos e usados para lançar os candidatos que representa seus donos e não a sociedade que se vê representada naquele partido. Por isso essa falta de credibilidade. Precisa a sociedade de bem acordar e começar a ocupar espaços nos partidos. E a sociedade está acordando. Acorda Herculano.
5 - A vereadora Franciele Back é jovem sim Herculano. Mas devido a uma bela formação familiar onde seu pai que é caminhoneiro e Sr.respeitado na sua comunidade e sua mãe que é dona de casa e trabalhadora da indústria souberam repassar seus valores. E apesar de jovem, começou a ter responsabilidades e a trabalhar cedo. Por isso tem muito mais maturidade, valores, e responsabilidade do que muitos políticos "macacos veios" para usar o adjetivo que gostam de colar nos outros. Portanto ela tem opinião própria. E é preciso respeitar. É preciso apenas dar opinião, orientar quando é solicitado, mas não se impor. E a orientação e opinião precisa levar em conta a opinião dela. Se certa ou errada é preciso respeitar. E errando que se cresce e aprende. Errar querendo fazer o melhor não é falta de valor, é coragem. Falta de valor é errar intencionalmente e querendo influenciar outros ao erro. Ninguém é ou nasceu perfeito. A não ser você pelo visto. E orientar e ajudar deveria ser a função da presidência do partido. Porém quem durante a campanha tentou de todas as formas prejudicar a campanha da Vereadora Franciele, é normal que não tenha credibilidade e confiança da vereadora para orientar. E todos os vereadores do partido trabalharam de forma livre e democrática e consultavam um ou outro filiado. Porque essa imposição agora?
Quanto ao acordo da Vereadora com os vereadores do PMDB, PP, e PSC a presidência da câmara foi feito as claras e está em ata de reunião do partido. E só porque não foi o acordo que sua representante queria você critica. Você como moralista deveria estar mostrando a incoerência do vereador Silvio Cleffi. A vereadora Franciele mostrou os valores que recebeu do seus pais. Que é fazer escolhas e honra-las. Que valor tem um soldado que nega fazer o juramento de derramar o sangue pela pátria? Que valor tem um engenheiro, advogado, contador que se nega a fazer o juramento da sua profissão? E que valor tem o juramento de qualquer um deles se não tem palavra?
Herculano
28/01/2018 09:55
PARA DESESPERO DE UNS E RESPEITANDO OS PEDIDOS DOS LEITORES E LEITORAS, A COLUNA OLHANDO A MARÉ, AQUI NO PORTAL CRUZEIRO DO VALE, SERÁ DIÁRIA. Menos sábados, domingos e provavelmente, feriados.
Herculano
28/01/2018 09:53
DELÍRIOS TROPICAIS, por Fernando Gabeira, no jornal O Globo

Seguir na estrada um longo julgamento como o de Lula é curioso. Há momentos em que a internet vai para o espaço e as emissoras de rádio desaparecem com zumbidos e estalos insuportáveis. O interessante é ouvir muitos programas diferentes, na medida em que passamos pelo raio de ação das emissoras. Não é a mesma coisa que a Coreia do Norte, onde aquela mulher com trajes típicos anuncia os foguetes de Kim Jong-un. A cobertura é bem desconstraída, até um pouco vaga. Num dos programas, o comentarista reclamava: o juiz está chamando cozinha de kitchen, usando a palavra em inglês.

Imediatamente, alguém vem em socorro e explica que Kitchen é marca da cozinha, a mesma comprada para o tríplex de Guarujá e o sítio de Atibaia, ambos atribuídos a Lula. Em seguida, começam as projeções. Alguns calculam que os recursos vão demorar tanto que Lula poderá ser presidente antes de todos serem julgados.

Isso não confere com minha visão. Mas o que fazer? Havia também uma grande excitação sobre o resultado, algo que para mim era previsível, tanto que já tinha escrito sobre essa novela e esperava o seu fim para que se possa discutir o que importa: a reconstrução do país.

O que senti ao longo do caminho, ouvindo fragmentos de debates, foi uma sensação de, para muitos comentaristas, a novela não pode acabar nunca. Os recursos, restam os recursos. Cada recurso será um capítulo à parte da novela e assim, segundo eles, vamos ter confusão até o fim da campanha de 2018.

Tinha de escrever dois artigos à noite. Fiquei temeroso: será que minha visão não é simples demais? Esperava esse resultado, achava-o um desfecho previsível apesar de toda a marola do PT. Já tinha a experiência do depoimento de Lula em Curitiba. Tudo normal.

Num tema tão emocionalmente carregado como esse, era natural que a fronteira do delírio fosse muitas vezes transposta. Gleise Hoffman, por exemplo, teve visões. Conseguiu achar um cartaz pro Lula na torcida do Bayern. Na verdade, era um cartaz escrito Forza Luca, um torcedor que está internado. O deputado cearense José Guimarães viu ônibus levando apoiadores de Lula da fronteira, mas eram apenas ônibus transportando sacoleiros.

Mas os comentaristas não estão livres de alucinações. Uma delas é imaginar um presidente dirigindo o país da cadeia.

No fim da tarde, a maneira como descreviam o resultado de 3 a 0 me desconcertava. Como escrever artigos daqui a pouco? Entendi que Lula foi condenado por unanimidade. Ouvi, e nesse momento o som do rádio estava audível, que ele deve cumprir a pena na prisão.

Como interpretar frases como essa: com essa condenação o destino eleitoral de Lula ficou incerto? Para um viajante na estrada, com pouca conexão, a tendência é achar que uma pessoa condenada a 12 anos de cadeia tem um destino muito mais definido do que a maioria dos mortais que circula em liberdade.

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Para mim, a leitura de uma condenação unânime e a conclusão de que a pena deve ser cumprida em regime fechado é o dado essencial. Os comentaristas davam uma volta nele, como se não existisse. Só tratavam da eleição de Lula e, com alguma volúpia, das confusões jurídicas que projetavam para o futuro.

Na estrada concluí que havia uma diferença de enfoque. Todos estavam concentrados na eleição de Lula. Mas o que está em jogo a curtíssimo prazo é a liberdade de Lula. Para que Lula continue representando o candidato que vai salvar o Brasil, é preciso que alguém o liberte. Nesse caso, as esperanças vão se voltar para o Supremo, mais especificamente Gilmar Mendes. Aí, sim, talvez tenha alguma emoção no futuro. O Supremo teria de mudar seu próprio entendimento para que Lula não fosse preso, após o julgamento em segunda instância.

Se isso acontecer, será a revelação final de como a instituição faz parte do sistema político e apodreceu velozmente com ele. A ideia de que a lei vale para todos vai ser contestada de uma forma pedagógica.

O Supremo teria de rever às pressas sua decisão, contrariar abertamente a sentença explícita do TR4. E afirmar que Lula não pode ser preso, exceto quando se esgotarem todos os recursos, inclusive no próprio Supremo. Vejo um cenário desse tipo com certa frieza. Afinal, como dizia Guimarães Rosa, o que tem de ser tem muita força. Alguns ministros, como Marco Aurélio Mello, já declaram que a prisão de Lula vai incendiar o país. Vai ficar mais claro ainda o papel do Supremo na degradação nacional e sua cumplicidade objetiva com a corrupção dos políticos.

Há sempre um incêndio no futuro. Na semana passada, era o resultado do júri. Agora, suas consequências. Muitas ameaças não cumpridas acabam sendo a única uma forma de argumentar. E ela fracassa quando se perde o medo de viver numa sociedade em que todos pagam pelos seus crimes.

Em vez de inventar uma saída para Lula, um Supremo com um mínimo de vergonha na cara deveria estar fechando a dos outros políticos, protegidos pelo foro privilegiado
Herculano
28/01/2018 09:51
da série: o que o PT, Lula, Dima, Dirceu, Gleisi, Lindenbergh e a esquerda do atraso projetaram para o Brasil e os brasileiros, mas ainda não conseguiram

CRôNICA DE UMA FRAUDE ANUNCIADA, por Clóvis Rossi, no jornal Folha de S. Paulo

Informa Alejandro Werner, economista-chefe do FMI para a América Latina: a economia da Venezuela sofrerá este ano uma queda de 15% e a inflação poderá chegar a inacreditáveis 13.000%.

No ano passado, a queda foi igualmente impressionante (14%), com o que a riqueza do país sofreu uma contração de 50% nos seis anos mais recentes.

Em nenhum país nessas condições, o governo de turno poderia esperar vencer a eleição, ainda mais que se trata do mesmo regime nesses seis anos de colapso sem igual na história latino-americana.

Como se explica, então, que o governo de Nicolás Maduro anuncie a antecipação para abril de eleições em tese esperadas para mais perto do fim do ano? Não é preciso ser um Mauro Paulino (Datafolha), meu guru em eleições, para afirmar que o governo venezuelano sabe que, sem variados trambiques, jamais ganharia uma eleição, qualquer que fosse. Logo, só a certeza de que praticará mais uma fraude explica a convocação de eleições.

Para a antecipação da data, há uma especulação ainda mais sinistra, dada por Geoff Ramsey, pesquisador de Venezuela no Washington Office on Latin America: para ele, o governo aposta que, adiantando as eleições, sofrerá menos desgaste ante uma maior deterioração econômica, inevitável quanto mais esperar.

Por sinistra que seja, a especulação é razoável: primeiro porque Maduro será reeleito com o indispensável apoio dos trambiques. Hipótese reforçada pelo primeiro deles: a coalizão opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática) foi proibida de concorrer com esse rótulo.

Os partidos que a integram terão, portanto, se quiserem disputar, que entrar com mais de uma candidatura, dividindo seus votos contra o concorrente único do governo.

É verdade que nada impede que o presidenciável de oposição seja único, apresentando-se por um dos partidos que compõem a MUD. Hipótese lógica que, no entanto, colide com as divisões internas na coalizão e seu estado de debilidade mais ou menos crônica e acentuada nos últimos tempos, em parte pela repressão do governo e em parte por sua própria incapacidade.

Com Maduro reeleito, não há perspectiva de mudança nas políticas até agora adotadas e que levaram a um desastre de proporções bíblicas.

Logo, é de se esperar que a Venezuela afunde ainda mais e continue isolada no cenário internacional. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, já avisou: "Ninguém vai reconhecer o resultado das eleições na Venezuela. Essas eleições foram convocadas por uma instância que tampouco é valida, como é o caso da Assembleia Constituinte.

A Constituinte foi convocada para marginalizar a legítima instância legislativa, que é a Assembleia Nacional, de maioria opositora.

O problema com essa afirmação é que a comunidade internacional se limita à retórica e não consegue achar um caminho para impedir a continuidade do desastre. Nada de novo: o mundo assistiu impotente o colapso da

Síria, até contribuindo para ele com intervenções militares. A única diferença na Venezuela é que não houve intervenções militares
Herculano
28/01/2018 09:46
GUERRA INSANA, por Eliane Cantanhede, no jornal O Estado de S. Paulo

Ao bombardear a Justiça, PT corre o risco de se isolar e virar grupelho radical

O Judiciário brasileiro avançou ao máximo no combate à corrupção, ao começar a investigar e prender políticos ilustres, mas só agora vira alvo ostensivo de um bombardeio, ao condenar, em primeira e segunda instâncias, o líder mais popular desde a redemocratização, ninguém menos que Luiz Inácio Lula da Silva. Petistas se armam até os dentes e conclamam aliados e militantes para uma guerra insana contra juízes, magistrados e procuradores.

Já no mensalão, as baterias focaram o Supremo, até mesmo contra o ex-ministro Joaquim Barbosa, que foi nomeado por Lula e pode ser tudo, menos tucano ou adversário histórico do PT. Depois, na Lava Jato, voltaram-se para Sérgio Moro, de uma nova geração de juízes, desconhecido e fora do eixo Rio-São Paulo-Brasília.

Barbosa foi atacado enquanto presidia o STF e condenava José Dirceu e outros nomes de peso do PT. Moro passou a personalizar o "mal", o juiz que persegue politicamente Lula, depois de corajosamente se debruçar sobre a implosão da Petrobrás.

Quem não tem defesa parte para o ataque. Se os advogados de Lula e líderes do PT, MST e MTST não conseguem uma linha de defesa mais consistente do que um refrão ?" "o triplex não era dele" ?", partem para cima do Judiciário e ameaçam incendiar o País. Aliás, com o eco, perigosíssimo, até de ministro do Supremo.

Como não são só o PT e Lula que têm "divergências" com a lei, mas, entre outros, também o MDB, parceiro de chapa e hoje adversário dos petistas e presidindo o País, que tal o PT montar seu exército com Eduardo Cunha, Sérgio Cabral, Geddel Vieira Lima e Henrique Alves no ataque à Justiça?

Afinal, se Lula pode ser preso após condenação em segunda instância (caso do TRF-4), essa turma do PMDB já foi toda parar na cadeia, preventivamente, antes da própria condenação. E o PT pode ainda recrutar Renan Calheiros, líder em processos no Supremo, dissidente do governo Temer e já aliado a Lula.

Passada a ironia, é assim que a Lava Jato avança sobre governadores, ministros, prefeitos, os maiores empreiteiros, os reis da carne e grandes executivos das estatais, com uma penca de presos "ilustres", mas só agora, diante da condenação de Lula, se arma uma guerra contra o Judiciário.

Uma bravata do emedebista Romero Jucá ?" "estancar a sangria" ?", dita num encontro-lamentação de emedebistas, a portas fechadas, virou um escândalo e gerou até processo, lembram? E o que dizer das ameaças bem mais concretas, feitas pela cúpula e por parlamentares do PT em público?

É uma estratégia perigosa, porque atiça os monstros, e arriscada, porque ataques geram defesa. Quanto mais Lula e o PT ameaçarem juízes e desembargadores, mais eles se unirão. E a sociedade, espectadora, não vai pegar em armas, incendiar nem morrer por um condenado por corrupção, seja ele quem for.

Em nome de uma guerra pró-Lula e contra a Justiça, o PT pode estar jogando fora de vez a sua história, a opinião pública e os fundamentais apoios que colheu para eleger Lula em 2002 e torná-lo o presidente mais popular após a redemocratização.

Ok, o PT gosta de se contrapor teoricamente ao mercado, mas os bancos nunca tinham lucrado tanto neste País como nos governos Lula e, agora, a Bolsa bate recorde e o dólar cai após o aumento da pena de Lula. A perda dos bancos, sempre tão pragmáticos, pode indicar que o PT se isola e caminha para se tornar um grupelho de esquerda raivosa.

Isso é péssimo. A democracia brasileira precisa de um contrapeso e uma alternativa como aquele PT que subiu a rampa com a "Carta ao povo brasileiro", não desse PT que quer explodir rampas e pontes e, diante de tantos alvos, apontar a artilharia logo para a Justiça e o maior combate à corrupção da história.
Herculano
28/01/2018 09:44
DA INGERÊNCIA À INGOVERNABILIDADE, por Carlos Marun, advogado e engenheiro civil, é deputado federal licenciado (MDB-MS) e ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, para o jornal Folha de S. Paulo

A decisão de um juiz de suspender a posse da ministra do Trabalho, por ter sido vencida em duas ações trabalhistas, a princípio recebeu muitos aplausos. Todavia, felizmente, cresce o número daqueles que já constataram o absurdo em que consiste tal decisão. Trata-se de uma atitude equivocada, e exponho aqui, rapidamente, as razões desse pensamento.

O PTB, um dos maiores partidos do país, recomenda uma de suas representantes, democraticamente eleita, ratificando sua capacidade de trabalho como futura ministra. O presidente da República recebe e consolida a indicação do partido aliado. No entanto, essa decisão inerente à esfera executiva federal é suspensa por liminar de um juízo de primeira instância.

Uma decisão tão equivocada que outros quatro juízes de primeira instância demandados em varas diferentes com a mesma propositura se recusaram a admiti-la.

Sendo que o próprio Superior Tribunal de Justiça, em manifestação repleta de bom senso e de legalidade de seu presidente em exercício, agiu da mesma forma.

Em primeiro lugar, é um evidente abuso de poder um juiz revogar um ato do presidente da República, em matéria de sua competência exclusiva, como é o caso da nomeação de ministros.

A Constituição Federal é clara e dispõe no inciso I do seu artigo 84 que "compete privativamente ao Presidente da República: I- nomear e exonerar Ministros de Estado". E nunca é demais lembrar que já nos ensinava o direito romano que "in claris non fit interpretatio", ou seja, que as leis claras por si mesmo se interpretam.

Uma atitude como esta só se justificaria se houvesse algum crime em curso, o que evidentemente não é o caso. A prevalecer essa tese, seriam centenas de juízes que passariam a ter o direito de interferir diretamente em atos privativos do Poder Executivo, o que levaria o país à absoluta ingovernabilidade.

E tal interpretação criaria um aforismo absurdo!

A partir de agora, seguindo essa mesma percepção, seriam considerados amorais ou imorais todos aqueles que foram derrotados em lides trabalhistas.

Talvez esse seja o aspecto mais danoso da referida decisão. Ela tenta criar uma jurisprudência que terá como consequência o fato de que praticamente nenhum empregador brasileiro poderá, a partir de agora, exercer a função de ministro do Trabalho. Como o nosso país concentra quase 90% das ações trabalhistas do mundo, é raríssimo o caso de alguém que gere empregos e que não tenha sido derrotado em alguma dessas lides.

Eu poderia até divagar sobre outras consequências que poderiam resultar de uma eventual vitória da tese desse juiz. Juízes não poderiam ter sido ou virem a ser derrotados em ações judiciais; empresas que perderam lides trabalhistas poderiam ser impedidas de fornecer obras e serviços a governos ou serem concessionárias de serviço público, por imorais ou amorais.

E vou ainda mais longe.

Muitos me afirmam que isso tenta provocar uma desavença entre o governo e o PTB, com o objetivo de atrapalhar a aprovação da reforma da Previdência, contra a qual o corporativismo se levanta. Será?

Outros entendem que se trata de uma retaliação ao governo e ao PTB pela aprovação da reforma trabalhista. Será?

Já muita gente tem me perguntado se não seria mais fácil simplesmente substituir a ministra, e eu respondo: sim, seria!

Nem sempre o governo pode ou deve, porém, se dar ao luxo de fazer o mais fácil. O governante tem o dever de zelar por suas prerrogativas e pelo Estado de Direito, e todos sabemos que o princípio da independência e harmonia entre os Poderes é um pilar da democracia.

O Poder Judiciário, o qual este governo respeita, pode muito, mas mesmo ele tem que ter sua atuação limitada pela lei. E, por fim, um governante deve governar, respeitando o passado, mas com os olhos voltados para o presente e para o futuro. O presidente Temer tem a coragem de fazer isso e, por isso, este é um governo de tantas realizações.
Herculano
28/01/2018 09:38
AS BRAVATAS DOS REVOLUCIONÁRIOS DE GALINHEIRO, por Augusto Nunes, de Veja

O exército do Stédile, celebrado por Lula em fevereiro de 2015, continua aquartelado nas barracas de lona preta do MST

Em fevereiro de 2015, quando os inimigos a abater eram os golpistas que tramavam o impeachment de Dilma Rousseff, Lula animou a companheirada com a revelação de que as barracas de lona preta do MST abrigavam guerreiros adestrados pelo comandante João Pedro Stedile, todos prontos para o início do combate. "Quero paz e democracia, mas eles não querem", berrou o palanque ambulante. "E nós sabemos brigar também, sobretudo quando o Stédile colocar o exército dele na rua". Passados três anos, as ruas do Brasil não viram em ação um único e escasso soldado desse colosso beligerante.

De lá para cá, Lula entrou na mira da Lava Jato, foi levado coercitivamente para depor no Aeroporto de Congonhas, tornou-se réu em meia dúzia de processos, engoliu dois interrogatórios conduzidos pelo juiz Sérgio Moro e tomou no lombo em primeira instância 9,5 anos de cadeia. Nesta quarta-feira, incumbido de examinar o caso em segunda instância, o Tribunal Regional Federal baseado em Porto Alegre aumentou a pena para 12 anos e 1 mês. Nem assim o exército do Stédile deu as caras em alguma frente de batalha. Continua aquartelado na cabeça baldia de Lula e no cérebro em pane do camponês que só viu foice e martelo na bandeira da União Soviética.

"Não nos renderemos!", fantasiou Stédile logo depois de encerrado o julgamento. Só há rendição se houver troca de chumbo, e o comandante do MST nunca foi além de disparos retóricos. Se tivesse bala na agulha, o gaúcho falastrão mobilizaria algum destacamento para impedir, na quinta-feira, que a Justiça Federal confiscasse o passaporte de Lula, de malas prontas para voar rumo à Etiópia disfarçado de perseguido político. Nada aconteceu. E nada vai acontecer quando for decretada a prisão do ex-presidente condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.

Gleisi Hoffmann avisou que para punir o chefão seria preciso prender e matar muita gente. Ninguém morreu, ninguém foi preso. José Dirceu gravou um vídeo para informar que estaria em Porto Alegre decidido a liderar os pelotões do PT. Retido em Brasília pela tornozeleira eletrônica, acompanhou pela televisão o nocaute do chefe. Lindbergh Faria comunicou à nação que a confirmação da sentença de Moro seria a senha para o início da luta nas ruas do país. Quem procurou soldados de uniforme vermelho viu apenas os veículos de sempre.

Como as divisões de Gleisi, Dirceu e Lindbergh, três revolucionários de galinheiro, ambém o exército do Stédile só consegue matar de rir.
Herculano
28/01/2018 09:36
CREPÚSCULO DOS DEUSES, por Carlos Brickmann

A superestrela de outra época foi esquecida, mas se acha ainda a rainha do cinema. Em sua mansão decadente, espera o grande retorno às telas, como se fosse essa a vontade do público. Na sua vida de ilusão, tem o apoio de um ex-amante, talentoso cineasta que trocou o sucesso pelo emprego de mordomo da mulher que adora; ele escreve as cartas com que ela se ilude, pedindo sua volta. O filme é Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950, direção de Billy Wilder). Nele surge um jovem William Holden, o roteirista que narra os fatos reais só depois de morto; Erich von Stroheim, o ex-amante que virou mordomo e ajuda a atriz a se imaginar um ídolo; e a monumental Gloria Swanson, ela própria a grande atriz dos filmes mudos, que não resistiu ao cinema falado. Gloria Swanson é Norma Desmond, a antiga rainha incapaz de perceber que os novos tempos a aposentaram, e o que lhe resta são as imagens do passado.

A vida imita a arte. Um astro de outros tempos, empolgante no regime militar, vitorioso na democracia, tenta se reinventar como desafiante. Só que agora não desafia acusações de subversão: enfrenta denúncias de corrupção, e quem o acusa não são generais ferozes, mas empresários que foram seus amigos, e seus amigos que viraram empresários. Tem, como tinha na ditadura, apoio internacional ?" mas só Venezuela, Bolívia, por aí.
No filme, Gloria Swanson vai presa. E vai feliz, de novo sob holofotes.

E AGORA?

A pressão da Justiça e do Ministério Público sobre Lula é crescente: o Ministério Público Federal pediu que seu passaporte fosse apreendido (e o juiz concordou) e que seus movimentos fossem restritos a São Bernardo do Campo (o que o juiz rejeitou). De qualquer forma, Lula não pode sair legalmente do Brasil. O processo que o condenou a 12 anos de prisão foi o primeiro; há mais quatro na fila. O próximo deve ser julgado no mês que vem pelo juiz Sérgio Moro: o do sítio de Atibaia. Há mais provas no sítio de que o dono é Lula do que havia no apartamento da praia, processo no qual já foi condenado. Vêm depois Petrobras, Odebrecht? é muita coisa. E já há condição legal para que a Justiça decrete, se quiser, a prisão de Lula.

CHAMANDO PRA BRIGA

Lula foi condenado no dia 24. No dia 25, perdeu o passaporte. Mas não perdeu tempo para analisar a situação e decidir o caminho a seguir: praticamente colocou o PT fora da lei (por enquanto, isso não tem grande importância, porque Lula muitas vezes incita o radicalismo e depois diz que não foi bem compreendido). Falando à Executiva Nacional do PT, que aprovou o lançamento de sua candidatura à Presidência da República, disse que não respeitará a decisão da Justiça que o condenou; pediu aos militantes petistas que o defendam e pregou o enfrentamento político, seja lá isso o que for. Mas, pelas palavras e pelo tom, Lula quer beligerância.

O FUTURO

Nem todo político é igual, claro; Palocci, importante auxiliar de Lula, resistiu a pouco tempo de prisão e se ofereceu para contar tudo; Dirceu, que foi tão ou mais importante que Palocci, resistiu mais tempo e não contou nada. Mas, no geral, político tende a fugir de partidos que se esvaziam. Normal: num partido que não atraia tantos votos, o número de eleitos será obrigatoriamente menor, e o político luta em primeiro lugar pela própria sobrevivência. O afastamento de políticos dos partidos que diminuem tende a provocar maior emagrecimento partidário.

E o PT está reagindo de modo desconexo às pressões contra Lula. Há parlamentares, como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, defendendo a ampliação do desafio do partido à Justiça. O deputado Marco Maia propôs, em outras palavras, um levante. Seu texto no twitter: "Lula não deveria entregar seu passaporte. A hora é de rebeldia. Os fascistas estão se excedendo em muito. Ultrapassando todos os limites! Ao mexerem no formigueiro terão de aguentar as formigas!"

COMO?

Mas imaginemos que Lula, com uma ordem, coloque o partido na linha que considerar correta e convença quem pensa em sair do PT a ficar e lutar. Outros problemas prejudicarão o desempenho eleitoral petista. Se Lula não for preso, poderá percorrer o país, mesmo sem ser candidato, para tentar popularizar o nome do poste que indicará para disputar a eleição em seu lugar (hoje, fala-se de Jaques Wagner, governador da Bahia, e em Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, derrotado já no primeiro turno quando tentou a reeleição). Mas, se for preso, quem terá prestígio para falar em seu nome? Pior: quem convencerá os partidos nanicos da esquerda, que sempre foram braços auxiliares do PT, a aceitar papel subalterno mais uma vez?

CONFUSÃO GERAL

A confusão do PT é maior que a dos concorrentes. Mas nenhum partido tem até hoje estratégia definida e estrutura planejada para as eleições.
Herculano
28/01/2018 09:30
AGONIA BOLIVARIANA, por Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo

Desde 2015 não se publica mais índice de inflação na Venezuela e há controles de todo o tipo

A inflação elevada é uma indicação poderosa de um governo disfuncional. Por isso é comum, entre governos de quinta categoria, a tentação de resolver o problema quebrando os termômetros.

Cristina Kirchner, por exemplo, determinou uma "intervenção" no Indec, o IBGE argentino, de que resultou o "bom comportamento" da inflação oficial entre 2007 e 2014. Uma reação inovadora, no entanto, se observa a partir de março de 2008 com uma organização privada que publicava seu próprio índice no site "inflacionverdadera.com".

No início tratava-se de tentar replicar o índice oficial através de coletas privadas, mas, em algum momento, veio a inovação: o recurso à coleta de preços "on line" com métodos de "big data". A ideia ganhou o apoio do MIT em 2008, no contexto de um projeto de pesquisa denominado "Billion Prices Project" cujo propósito era usar "big data" para calcular índices de preços para muitos outros países. Em 2010, o projeto já coletava 5 milhões de preços todos os dias de 300 varejistas em 50 países, e no ano seguinte a iniciativa se organiza como uma empresa de nome "PriceStats" comandada pelos economistas Alberto Cavallo (filho do lendário Domingo Cavallo) e Roberto Rigobon.

A reação libertária a uma truculência populista havia produzido uma inovação importante que, em tese, impedia que os governos manipulassem o termômetro. Digamos que há aqui um tanto do mesmo encantamento que cerca o bitcoin.

Tudo isso, no entanto, parece brincadeira perto do que vem ocorrendo na Venezuela. Desde 2015 não se publica mais índices de inflação, há controles de todo tipo por toda parte, e a ausência de termômetro vai ficando mais grave ao longo de 2017, quando a cresce percepção de que há algo muito grave acontecendo com a inflação.

A Bloomberg começou a publicar um índice muito simples e fácil de apurar, o "café com leche index", que consiste no preço de uma "média" (na acepção que lhe dá Noel Rosa) numa padaria da zona leste de Caracas. Através de um gráfico interativo no site da agência o leitor poderá verificar que a inflação acumulada nos últimos 12 meses terminados em 24 de janeiro de 2018 foi de 3.991%, mas para os últimos três meses acelerou para 448.025% em bases anualizadas, correspondentes a uma média mensal de 102%.

Simultaneamente, a partir de maio de 2017, começa na Venezuela uma iniciativa semelhante à da Argentina, com a mesma designação e website, porém com um método diferente. A partir de um aplicativo, dezenas de voluntários são capazes de coletar preços e imputar ao sistema, que lhes devolve um cálculo diário para o índice usando as ponderações do índice oficial. Mais de 2 mil produtos são coletados a cada dia, sem falar em outras funcionalidades úteis em um ambiente de congelamento de preços.

Pois bem, conforme os dados coletados pelo aplicativo, a inflação "ponta a ponta" de 15 de julho de 2017 a 15 de janeiro de 2018 foi de 807%, o que corresponde a uma taxa anualizada de 4.282%. Nos últimos 3 meses anteriores a 15 de janeiro o índice avançou 411%, equivalente a uma taxa anualizada de 67.881%.

Calculando como se faz no Brasil, de forma defasada e cheia de inércia, tal como o nosso IPCA (média do índice no período de 15 a 15 do mês corrente contra a média entre 15 a 15 do mês anterior), a inflação na Venezuela para dezembro teria sido de 41% e para janeiro de incríveis 109% no mês (equivalentes a uma taxa anual de 679.209% anuais.

Em 2017 o PIB venezuelano caiu 14%, depois de despencar 16,5% em 2016. A expectativa inicial é de 6% de queda nesse ano, o que totalizaria mais de 50% de contração entre 2013 e 2018. Não há nada parecido com isso fora de países devastados por conflitos militares. O que se passa na Venezuela é uma desgraça econômica sem precedente, totalmente auto infligida, fazendo muito claro que o tal "socialismo do século XXI" é uma das maiores e mais danosas vigarices econômicas que a humanidade jamais testemunhou.

É espantoso que existam defensores incondicionais de Nicolas Maduro, mas não incomum: há os que acreditam na inocência de Lula, na competência de Dilma e em abduções por extraterrestres.
Herculano
28/01/2018 09:28
QUANDO LULA SE PARECE COM BOLSONARO, por Ascânio Seleme, no jornal O Globo

O discurso do PT de desobediência à Justiça estimula a violência e repete estilo antidemocrático da extrema direita.

Seria apenas patético, se não fosse muito perigoso. A desobediência à Justiça pregada por Lula e por líderes do PT e de outros agrupamentos aliados, além de estimular a violência, é uma corrida de volta às cavernas. Lula, que está condenado a 12 anos de cadeia por corrupção e responde a outros cinco processos, disse na quinta-feira que "não tem razão nenhuma para respeitar a decisão" da Justiça.

O senador Lindbergh Farias, que já foi condenado duas vezes por improbidade administrativa em Nova Iguaçu e responde a outros 15 inquéritos, disse em manifestação que não vê saída institucional para salvar Lula. "Só temos um caminho, as ruas, as mobilizações, a rebelião cidadã e a desobediência civil".

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, condenada em um processo no Paraná por usar bens públicos e servidores federais em campanha e alvo de um inquérito da Lava-Jato que investiga corrupção e lavagem de dinheiro, já falava em mortes antes mesmo da condenação do chefe. "Para prender Lula, vai ter que prender muita gente, mais do que isso, vai ter que matar gente".

João Pedro Stédile, líder do MST, entidade que responde a mais de 600 processos em todo o país, do alto de um palanque mandou "um recado" para a Polícia Federal e para o Poder Judiciário. "Não pensem que vocês mandam no Brasil. Nós, os movimentos populares, não aceitaremos de forma alguma e impediremos com tudo o que for possível que o companheiro Lula seja preso".

Washington Quaquá, o presidente do PT no Rio que responde a quatro processos e teve os direitos políticos cassados pelo TRE-RJ, disse que se Lula for preso "a democracia no Brasil terá acabado". Outros menos exuberantes, como o senador Humberto Costa, responsabilizado e multado pelo TCU e pelo TCE de Pernambuco por irregularidades administrativas e alvo de inquérito da Lava-Jato, disse que "são imprevisíveis as consequências" da condenação de Lula.

O ato mais evidente da desobediência petista foi o lançamento da pré-candidatura de Lula. Você pode dizer que este foi apenas um gesto político, que não vale nada. Verdade, mas vamos ser francos, foi um gesto de desafio. Como se o PT estivesse dizendo que se lixa para a decisão judicial. E está mesmo.

Inspirada por estas lideranças, uma multidão usou as redes sociais para atacar de maneira medieval a Justiça. O anonimato da internet permite estes arroubos. Mas houve um cidadão que gravou, de cara limpa, uma ameaça explícita ao juiz Sergio Moro. "Vamos invadir o prédio da Justiça em Curitiba e jogar o juiz Sergio Moro lá de cima".

As bravatas de Gleisi, Lindbergh e companhia contaminam tanto a militância espontânea quanto a militância paga, aquela que embarca nos ônibus do Stédile sem saber direito para onde está indo ou para quê. É aí que se vê mais claramente o perigo criado quando se abusa da eloquência. Nestas horas, o discurso do PT contra a Justiça se parece muito com a retórica antidemocrática de Bolsonaro.

NOVO DISCURSO
Depois de Lula ter sido condenado por um colegiado e virado ficha-suja, o novo discurso do PT será a favor de uma constituinte. Passada a maratona de recursos contra a condenação do ex-presidente, e que deve dar em nada, o debate da esquerda será por uma reforma ampla e geral do código legal brasileiro. A ideia não é original e deve soçobrar.

SHUTDOWN
No Brasil não ocorre shutdown, como este que paralisou por três dias o governo dos EUA, porque o Congresso não usa prerrogativa que é sua. Apoiado em um erro de interpretação da Constituição feito pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que considera o Orçamento autorizativo, o governo faz o que bem entende com o dinheiro público. Corta o quanto quer, remaneja como lhe dá na telha e não consulta ninguém. O artigo 165, parágrafo 8º da Constituição diz que a Lei Orçamentária fará a "fixação" das despesas do governo. Fixar significa pregar, colar, cravar, prender.

FLANELINHA
Em Nova York falta só a assinatura do prefeito Bill de Blasio para que passe a ser cobrada uma taxa diária de US$ 11,52 (R$ 36,88) por cada carro que trafegue na metrópole. Enquanto isso, no Rio, a prefeitura não consegue sequer cobrar direito pelo estacionamento nas ruas da cidade.

PRAIA SUJA
O que houve com os garis das praias? Estão em férias, são menos ou estão fazendo um trabalho muito ruim. Quem acordar cedo, e nem precisa ser muito cedo, lá pelas sete, e sair para caminhar na areia de Ipanema e Leblon encontrará todo tipo de resíduos na praia. Deixados lá na tarde ou na noite anterior. Coisa como coco, papel, sacos, copos e garrafas de plásticos, palitos e espetinhos. E isso no auge das férias de verão.

IRRELEVANTES

O brasilianista Peter Hakim, que acompanha as eleições no Brasil desde a redemocratização, diz que pela primeira vez nos últimos 24 anos, PT e PSDB podem não ser os protagonistas eleitorais. Faz sentido. Lula já foi impedido de concorrer, agora só falta o fogo amigo de fato fritar Alckmin.

DEPRESSÃO ENGORDA
José Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras durante os dois mandatos de Lula, engordou 40 quilos desde que deixou a empresa, em fevereiro de 2012. Seus amigos dizem que é depressão. Graça Foster, que substituiu Gabrielli na Petrobras, engordou 20 quilos.

VELHO É A VOVOZINHA
Um leitor de uma publicação em São Paulo resolveu migrar para o digital. O sujeito viaja muito e achou que seria melhor mudar o formato da assinatura. Ligou para a Central de Atendimento e pediu a mudança. A pessoa que atendeu, muito educada e solícita, alertou o assinante. "Senhor, nossa experiência mostra que gente na sua faixa etária não se acostuma com a leitura no digital e volta para o papel. O senhor não quer reconsiderar?". A publicação quase perdeu o velho companheiro.

BAD, VERY BAD
Os gigantes da internet, Google, Facebook e Amazon, estão sendo acusados de serem BAADD ?" big, anti-competitive, addictive and destructive to democracy. Em bom português: grandes, anticompetitivos, viciantes e destrutivos para a democracia. Se apropriam de seus dados, não pagam imposto regularmente, publicam notícias falsas e não se responsabilizam legalmente pelos crimes cometidos pelos seus usuários em suas plataformas.

PALAVRA DE ESPECIALISTA
"Fomos muito lentos em ignorar nosso efeito corrosivo para a democracia", Samidh Chakrabarti, diretor de Engajamento do Facebook.

ALGEMAS
Quem fez mais mal ao Rio de Janeiro: Nem, Elias Maluco ou Sérgio Cabral?
Herculano
28/01/2018 07:58
da série: o país que o PT e a esquerda do atraso no Brasil tem como exemplo, mas que ainda não deu certo.

Informa Alejandro Werner, economista-chefe do FMI para a América Latina: a economia da Venezuela sofrerá este ano uma queda de 15% e a inflação poderá chegar a inacreditáveis 13.000%.

No ano passado, a queda foi igualmente impressionante (14%), com o que a riqueza do país sofreu uma contração de 50% nos seis anos mais recentes.

Em nenhum país nessas condições, o governo de turno poderia esperar vencer a eleição, ainda mais que se trata do mesmo regime nesses seis anos de colapso sem igual na história latino-americana.

Como se explica, então, que o governo de Nicolás Maduro anuncie a antecipação para abril de eleições em tese esperadas para mais perto do fim do ano? Não é preciso ser um Mauro Paulino (Datafolha), meu guru em eleições, para afirmar que o governo venezuelano sabe que, sem variados trambiques, jamais ganharia uma eleição, qualquer que fosse. Logo, só a certeza de que praticará mais uma fraude explica a convocação de eleições.

Para a antecipação da data, há uma especulação ainda mais sinistra, dada por Geoff Ramsey, pesquisador de Venezuela no Washington Office on Latin America: para ele, o governo aposta que, adiantando as eleições, sofrerá menos desgaste ante uma maior deterioração econômica, inevitável quanto mais esperar.

Por sinistra que seja, a especulação é razoável: primeiro porque Maduro será reeleito com o indispensável apoio dos trambiques. Hipótese reforçada pelo primeiro deles: a coalizão opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática) foi proibida de concorrer com esse rótulo.

Os partidos que a integram terão, portanto, se quiserem disputar, que entrar com mais de uma candidatura, dividindo seus votos contra o concorrente único do governo.

É verdade que nada impede que o presidenciável de oposição seja único, apresentando-se por um dos partidos que compõem a MUD. Hipótese lógica que, no entanto, colide com as divisões internas na coalizão e seu estado de debilidade mais ou menos crônica e acentuada nos últimos tempos, em parte pela repressão do governo e em parte por sua própria incapacidade.

Com Maduro reeleito, não há perspectiva de mudança nas políticas até agora adotadas e que levaram a um desastre de proporções bíblicas.

Logo, é de se esperar que a Venezuela afunde ainda mais e continue isolada no cenário internacional. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, já avisou: "Ninguém vai reconhecer o resultado das eleições na Venezuela. Essas eleições foram convocadas por uma instância que tampouco é valida, como é o caso da Assembleia Constituinte.

A Constituinte foi convocada para marginalizar a legítima instância legislativa, que é a Assembleia Nacional, de maioria opositora.

O problema com essa afirmação é que a comunidade internacional se limita à retórica e não consegue achar um caminho para impedir a continuidade do desastre. Nada de novo: o mundo assistiu impotente o colapso da

CRôNICA DE UMA FRAUDE ANUNCIADA, por Clóvis Rossi, no jornal Folha de S. Paulo

Síria, até contribuindo para ele com intervenções militares. A única diferença na Venezuela é que não houve intervenções militares.
Herculano
28/01/2018 07:53
LULA NO OSTRACISMO, por Otávio Frias Filho, diretor de redação do jornal Folha de S. Paulo

A condenação de Lula em segunda instância, por decisão unânime dos três desembargadores que o julgaram na quarta-feira (24), torna muito provável, quase certo, que o ex-presidente esteja inelegível antes das eleições de outubro. Dizer que são imprevisíveis os efeitos de Lula a pairar como fantasma (ou emitindo ondas de alta frequência emocional ao comandar, alojado numa cela, a campanha de seu preposto) é dizer apenas o óbvio. Mas não é vedado especular sobre cenários plausíveis.

As circunstâncias do caso Lula parecem talhadas para a controvérsia. Ninguém dotado de discernimento consegue acreditar que o colossal esquema de corrupção instalado na Petrobras durante os governos do petista e de sua herdeira, no qual aparecem incriminados os principais de seus auxiliares e do qual ele próprio, Lula, era o beneficiário em última instância, pudesse estar alheio a seu controle, que dirá a seu conhecimento.

A facilidade com que os filhos de Lula levantavam investimentos vultosos; a transferência para o ex-presidente de dezenas de milhões de reais a título de remuneração por conferências ministradas; a oferta de mimos como o apartamento de Guarujá e o sítio em Atibaia por parte de empresas cujos negócios o presidente catapultava ?"tudo isso é mostra, no mínimo, de negligência, exercício abusivo de cargo público, relações promíscuas com empresas que dependem do Estado.

Por outro lado, há algo de modesto nos bens transferidos a Lula e de mesquinho na escolástica judiciária do debate em torno deles. Os juízes decidiram, presume-se, conforme seu entendimento das leis, mas isso não afasta a percepção política de que, comparado aos magnatas da corrupção descobertos pela Lava Jato, o ex-presidente foi comedido.

E faz sentido um aspecto da paranoia petista em torno do crepúsculo do líder: a exasperação com a demora nos processos contra outros figurões políticos, do PMDB e do PSDB, beneficiados pela lentidão do foro especial.

Da mesma forma, se não passa de exagero pensar que todo o Poder Judiciário foi tomado de sanha antipetista, é notório que havia um elemento corporativo atrelado à decisão, já que revogar a sentença-símbolo do juiz Sergio Moro teria sido equivalente a desdizer toda a Operação Lava Jato e desautorizar seus heróis.

Parece sensato supor que a estratégia da vitimização de Lula (hoje líder nas pesquisas com pouco mais de um terço das intenções) garantirá ao partido colocar seu sucedâneo no segundo turno, até porque, com a proliferação de candidatos, tende a cair a nota de corte para se tornar um dos dois finalistas.

Mas a esquerda parece isolada; seus intelectuais e militantes se obrigaram a acreditar em fantasmas (o "golpe" de 16, a conspiração do Judiciário, Lula como prisioneiro político de uma democracia de fachada etc.) que os levam à negação da realidade.

Com Lula fora de cena, mas atuante no pano de fundo, talvez seja menos crispado um processo eleitoral que se previa belicoso. A melhora que estará em curso na economia deve disseminar um fator de bem-estar relativo na população. São efeitos que desfavorecem a candidatura de um ultraconservador como Jair Bolsonaro (PSC-RJ, com pouco menos de 20% das intenções), cuja ascensão costuma acontecer em cenários de crise econômica e polarização aguda, o que não está no horizonte.

Talvez seja ocasião de ressaltar que, do ponto de vista da democracia, é preferível que as correntes mais exaltadas se organizem e concorram como as demais a eleições periódicas, disputando parcelas do poder de acordo com as normas, em vez de tramar contra o regime democrático e procurar sabotá-lo por métodos violentos.

O candidato que galvaniza nesta fase o establishment (os economistas liberais, a direita moderada, os conservadores civilizados) é o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin. Acreditam que a federação de centro-direita que administra o país há dois anos cedo ou tarde virá por gravidade para sua candidatura um tanto anódina, e que o eleitorado, cansado de tantos fogos de artifício, fará uma escolha moderada e sóbria.

Caso Alckmin continue a exibir números anêmicos nas pesquisas, no entanto, nada impede que esse bloco liberal-conservador o abandone, optando pela candidatura de Marina Silva (Rede) ou de algum outsider conhecido do público e lançado diretamente ao centro da arena. A política, porém, é uma profissão como qualquer outra, e são raros, apesar dos estranhos tempos que correm, os amadores que não sucumbem em seus pântanos.
Herculano
28/01/2018 07:50
COTAS PARA "MULHERES E NEGROS", A NOVA INVENÇÃO DO "CINEMA NACIONAL" ESTATIZADO, por Daniel Moreno, no Instituo Liberal de São Paulo

A história do "cinema nacional" transcorre como uma novela repetida o tempo todo - ou ao menos desde que os militares brasileiros tiveram a brilhante ideia de, em mais um dos seus habituais arroubos de nacionalismo, inventar uma "empresa brasileira de filmes" para fazer frente à "ameaça estrangeira", entregando a indústria para três ou quatro dezenas de famílias que, geração após geração, continuam mandando no setor.

Os capítulos dessa novela repetem o mesmo tema, conferindo a ele nova roupagem, como se o roteiro fosse sempre o mesmo mas fosse possível parecer que se trata de um novo roteiro apenas modificando os nomes dos personagens e meia dúzia de diálogos.

Mas o roteiro é sempre o mesmo: inventar um problema artificial e "solucioná-lo" ?" com mais dinheiro para os próprios cineastas que inventaram o problema. O dinheiro pode vir de forma direta ou indireta; pode aparecer também como uma vantagem competitiva resultante das políticas de rent-seeking (reserva de mercado e regulamentação violenta, por exemplo, de modo que apenas os grandes agentes parceiros do governo consigam sobreviver, varrendo os reais concorrentes ou os compelindo a entrar no "clube").

No passado, tivemos capítulos que propunham o "problema" (que, na verdade, só existe porque foi criado) como a generalidade "falta de apoio à indústria do cinema brasileiro" (respondido com a criação da Embrafilme e depois com a legislação de incentivo fiscal), "ameaça de Hollywood" (respondido com a reserva de mercado através das políticas de "cota de tela"), "predomínio do marketing das empresas sobre o interesse público no uso das leis de incentivo" (respondido com a volta do fomento estatal direto), "convergência das mídias" (respondido com a extensão das políticas estatais de financiamento à produção para TV, games, etc.) e assim sucessivamente. Nenhum desses problemas existiria de fato se o setor estivesse submetido à livre concorrência ?" ou, melhor dizendo, as leis de mercado responderiam aos problemas dinamicamente, dia após dia, sem a interferência de políticos e burocratas. Recursos seriam alocados segundo as reais necessidades das empresas e dos consumidores. Mas nada disso é o que acontece, conforme já se sabe.

O novo "problema" inventado pelos cineastas nacionais é o "desequilíbrio" entre raças e gêneros na produção dos filmes brasileiros, o que não representaria fielmente a composição do "povo brasileiro". A solução virá da reformulação das "políticas públicas" para o setor: cotas para negros e mulheres, por exemplo, inicialmente na distribuição de verbas, mas certamente depois disso também na distribuição dos próprios filmes.

O que ocorre, no entanto, é que a nova "polêmica" é falsa; é, na verdade, a nova cortina de fumaça para esconder o real objetivo da classe cinematográfica como um todo: conseguir mais dinheiro dos pagadores de impostos e mais reserva de mercado para o setor. Vejamos.

Há pelo menos 20 anos o setor é rigorosamente controlado pelo estado. Se há algum "desequilíbrio" no setor, ele só pode ter sido causado pelas próprias "políticas públicas de apoio ao cinema nacional". Ademais, já existem dezenas de iniciativas que privilegiam grupos supostamente "deixados de lado" e que ignoram o princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei.

Usando a lógica dos grupos "prejudicados", poderíamos concluir o seguinte: se não há "problema", não é necessária qualquer "solução"; se, entretanto, há, de fato, um "desequilíbrio" que precisa ser corrigido, este é um problema que se acumulou ao longo dos anos e que não será revertido com "cotas" (em tese, um percentual menor que o todo e invariavelmente menor que a metade). Logo, o desequilíbrio persistirá. Então, por que não eliminar de vez de todas as distribuições de verbas estatais os "brancos" e "homens" até que o mercado encontre o "equilíbrio" que, de alguma forma, reflita a diversidade de raça e gênero procurada pelos justiceiros sociais?

É evidente que nem negros, nem mulheres, nem burocratas, nem representantes classistas sensíveis a tais "demandas sociais" estariam dispostos a uma resposta radical ao problema como esta porque, na verdade, não há qualquer "conflito de interesses" entre cineastas brasileiros homens e brancos, de um lado, e mulheres e negros, de outro. Todos estão juntos no mesmo barco. Todos sabem que, ao pedir "cotas para mulheres e negros" na distribuição de verbas, a real "solução" esperada é que as verbas aumentem como um todo, de modo que a pirâmide continue crescendo: quanto mais cineastas fazem filmes com dinheiro dos pagadores de impostos, mais "novos cineastas" (mulheres, negros, não importa) apresentam-se com suposta "legitimidade" para exigir mais verbas para mais filmes, numa demanda crescente que os políticos tratam de atender enfiando mais grana nossa (e acentuando a reserva de mercado) de modo que a pirâmide continue sustentada ?" não por novos "membros", mas por maiores aportes dos pobres "contribuintes". Ou alguém acha que figurinhas carimbadas da "panela cinematográfica" abrirão mão de seu sustento garantido (ou seja, das verbas estatais para novos filmes, não apenas para si, mas também para parentes, sócios, amancebados, etc.) em nome da "diversidade"?

Como o mercado não tem como assimilar mais filmes brasileiros (independente da raça e do gênero de quem os esteja produzindo) porque, na verdade, a quantidade de filmes produzidos é determinada artificialmente (ela só seria representativa das preferências do público se o estado não interviesse no setor, logo, toda relação entre oferta e procura neste caso é falsa), em breve os novos filmes produzidos não encontrarão espaço para exibição, o que criará a falsa impressão de que o estado não está "apoiando" o setor, criando as condições para uma nova rodada de "reivindicações" (um novo falso problema, um novo capítulo da novela), reiniciando o ciclo.

Na verdade, o capítulo que realmente gostaríamos de ver da "novela" é este: não há problema, FIM. Se há, entretanto, "problema", tirem as verbas estatais de todos os cineastas homens e brancos até que o "desequilíbrio" desapareça. Algum justiceiro social se habilita a levantar esta bandeira?
Herculano
28/01/2018 07:46
POVO COMUM ESTÁ MENOS DESANIMADO, por Vinicius Torres Freire, para o jornal Folha de S. Paulo

Quando Dilma Rousseff se reelegeu, a confiança dos consumidores aumentou, mais ou menos, a depender da pesquisa. Mas houve, sim, alguma reanimação popular entre meados do ano e outubro de 2014, como costuma acontecer quando se elege um presidente.

Notícias de reviravolta de promessas e programas da campanha do PT, o estelionato eleitoral, provocaram um choque imenso no povo comum. Logo no início de 2015, começaria a derrocada rápida do ânimo dos
consumidores e do prestígio político da então presidente, o que contribuiu para derrubar a economia e provocar aversão profunda a Dilma.

E daí? Dilma Rousseff? 2014? Arqueologia? Não só.

A expectativa de melhoras na economia enfim voltou ao nível da breve esperança daquele outubro da reeleição de Dilma.

Especula-se muito sobre os efeitos da economia em eleições, embora raramente se defina bem o que se quer dizer com "economia" e "efeito". Mesmo que a economia, entendida como crescimento do PIB, ande bem, o povo pode ir mal. Até um ditador-general o reconheceu em pleno "milagre econômico", quando a economia cresceu mais de 10% ao ano, entre 1970 e 1975.

A economia ainda vai mal; o povo, ainda pior. Mas os ânimos mudam. Não quer dizer que se trate de boa notícia para o governismo, que ao menos por enquanto causa repulsa ao eleitorado por motivos diversos e intensos.

Mesmo a queda da inflação, em geral politicamente relevante, e o estancamento da sangria do desemprego ainda não deram refresco à impopularidade do governo de Michel Temer.

No entanto, é possível que a melhora da confiança amaine revoltas políticas maiores e a inclinação ao voto de protesto mais tresloucado. Melhoras econômicas reais, no que interessa ao cotidiano real da população, também devem começar a aparecer.

O nível do sentimento das condições econômicas atuais das famílias ainda está deprimido, semelhante ao registrado em meados de 2015, quando o pior da recessão ainda estava por vir, embora o drama já estivesse evidente nas demissões em massa, nos choques de preços e de juros. Havia muito motivo para medo, que agora se dissipa. O sentimento da situação corrente da economia recuperou-se das profundas do inferno por onde andou entre fins de 2015 e inícios de 2017.

Empresários, porém, estão muito mais animados que o povo miúdo. Não é difícil entender. O consumo de varejo cresceu pouco mais de 1% no ano passado. Apenas em dezembro chegou ao fim a perda de empregos formais (na comparação anual). A taxa de desemprego anda pelas cercanias de 12% faz tempo.

A degradação de condições de vida foi tremenda, a segunda maior baixa de PIB per capita desde 1901. Além disso, tal desastre era inédito para muita gente. Cerca de metade dos brasileiros hoje adultos era jovem demais ou, claro, nem tinha nascido quando acabou a hiperinflação, em 1994, por exemplo.

No entanto, os ânimos se movem, ao menos no que diz respeito a perspectivas de melhoria das condições materiais de vida. Não é por isso que brotarão decerto votos em programas "pelas reformas" ou, menos ainda, em candidatos identificados com o governismo. Mas convém não desprezar a provável mudança de ares.
Herculano
28/01/2018 07:41
PETISTAS DEVEM SER ACUSADOS DE APOLOGIA AO CRIME, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

Partidos governistas já avaliam representar contra os senadores Lindbergh Farias (RJ) e Gleisi Hoffmann (PR) junto ao conselho de Ética no Senado por apologia ao crime. Eles pregam "desobediência civil" e até "luta armada", para impedir o cumprimento da sentença do ex-presidente Lula, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A dupla ainda insultou o Judiciário, uma instituição do Estado.

JURAMENTO RASGADO
Quando tomam posse, os senadores juram "guardar a Constituição federal e as leis do País", juramento rasgado por Lindbergh e Gleisi.

OFENSA À JUSTIÇA
O deputado Wadih Damous (RJ), da bancada porralouca do PT, ofendeu o TRF-4 chamando-o de "pelotão de fuzilamento fascista".

INJÚRIA PESSOAL
A injúria pessoal também ficou caracteriza quando Lindbergh se referiu ao desembargadores que condenaram Lula como "corja".

CADEIA NELE
O macabro Stédile (ele vive de quê, mesmo?), do MST, ameaçou a Justiça avisando que impedirá a prisão do condenado por ladroagem.

DEFESA PODE TENTAR ATÉ EMBARGOS DOS EMBARGOS
A legislação brasileira é uma gracinha: há a possibilidade de a defesa de Lula interpor embargos de declaração nos embargos de declaração, de forma a protelar ainda mais o exaurimento de recursos no âmbito da segunda instância. Cumprida essa fase, segundo decisão da oitava turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o ex-presidente passará a cumprir sua pena de 12 anos e 1 mês de prisão.

PRAZO DE DOIS DIAS
Após publicação da decisão de quarta (24), a defesa do condenado terá 48 horas para apresentar os tais "embargos de declaração".

PRISÃO LOGO ALI
Apesar das manobras protelatórias, Lula deverá começar a cumprir sua sentença em 40 dias, na melhor hipótese, ou no máximo até julho.

DECISõES DE OCASIÃO
Caso o Supremo Tribunal Federal não reveja a decisão de autorizar prisão após condenação em segunda instância, Lula recorrerá preso.

DESISTIU DE NADAR?
A notícia de que o ex-presidente Lula "desistiu de viajar" para a Etiópia não passa de enganação. É como um peixe pescado "desistir de nadar". Sem passaporte, ninguém pode viajar para fora do Mercosul.

LULA ESCAPOU
Com base na lei, o MPF alegou que se o juiz entendesse que recolher o passaporte não era suficiente para suprimir o risco de fuga, que decretasse a prisão de Lula. O juiz apenas recolheu o passaporte.

CNBB NO MURO
Defensora de Lula desde o início da Lava Jato, a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) também defendeu a Lei da Ficha Limpa. A entidade agora se finge de morta, mas terá de definir o que vale mais: condenado por corrupção ou a lei para evitá-la.

NÃO FOI SURPRESA
A defesa de Lula já sabia que a oitava turma do TRF-4 é mais rigorosa que o juiz Sérgio Moro. Em julgamentos de 74 réus, os desembargadores aumentaram a pena para 32 acusados (43%).

FÁBRICA DE MENTIRAS
Após divulgar foto de fila de ônibus retidos na fronteira argentina como se fossem ônibus lotados de petistas em direção a Porto Alegre, o PT tentou enganar incautos divulgando artigo equivocado pró-Lula, no site do New York Times, como se fosse posição do jornal e não do autor.

ESTÁ INELEGÍVEL
A candidatura de Lula é tida como virtualmente impossível pelo criador da Ficha Limpa, o advogado Marlon Reis: "ele está inelegível". Sobre a liminar, Reis alerta que a candidatura dependeria do "juízo do relator".

O POLO BOMBA
O Polo Industrial de Manaus faturou R$ 8,48 bilhões (US$ 2,59 bilhões) em novembro passado. Este foi o melhor resultado individual mensal do ano em moeda nacional e em moeda estrangeira.

TEMER NO SBT
O presidente Michel Temer será entrevistado no Programa Silvio Santos, neste domingo (28), e no Programa do Ratinho, na segunda (29), para defender a Reforma da Previdência.

PENSANDO BEM...
...ao contrário do que eles próprios pensam, ser petista não resulta em imunidade penal.
Herculano
28/01/2018 07:36
A FICHA DE LULA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Com estreita margem para recursos em instância superior, a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a mais de 12 anos de cadeia impõe sobre o ambiente político uma variável cuja importância, neste momento, não se pode aquilatar com precisão.

Parece plausível que, mesmo após o veredito unânime do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, boa parte dos cidadãos dispostos a reconduzir Lula ao Planalto não se incline a desistir do voto ?"enquanto o próprio petista, em aparência ao menos, mantém-se empenhado na candidatura.

A persistir essa situação, configuram-se óbvias tensões. A Lei da Ficha Limpa, de 2010, veta, como é sabido, o registro eleitoral de condenados em segunda instância.

É de presumir que não poucos, entre os próprios entusiastas do lulismo, tenham visto nesse dispositivo um instrumento de moralização da vida pública.

Ou porque acreditem ainda na inocência do líder, ou porque esperavam da Ficha Limpa eficácia exclusiva contra seus adversários, o fato é que dificilmente estariam prontos a aceitar, agora, que seja aplicada contra o ex-presidente.



Num outro paradoxo, as decisões do Supremo Tribunal Federal preconizando a prisão imediata dos condenados em segunda instância obtiveram forte apoio da opinião pública. Voltam-se, agora, contra um político a quem se pode acusar com justiça de muita coisa ?"mas não de ser impopular.

Pode-se imaginar, com razoável certeza, que o conjunto da população não se divide de modo estanque entre os que defendem a Lava Jato e aqueles que, mesmo com Lula condenado, mantêm a intenção de votar nele.

A aura que ainda faz do petista um "pai dos pobres" decerto compartilha, em algumas consciências, o espaço ocupado pela concepção de que são insuficientes, até, as penas aplicadas aos corruptos.

Claro que o desenvolvimento das pesquisas de opinião e da própria campanha eleitoral talvez venha a dissolver contradições como essas; de uma perspectiva mais ampla, não há como deixar de observar um distanciamento entre a moralidade pública e a política.

Dá-se como esperado que o envolvimento em escândalos produza efeitos devastadores sobre as pretensões de candidatos a cargos eletivos. Mesmo figuras como Paulo Maluf e Fernando Collor, que mantiveram votos suficientes para chegar ao Legislativo federal, deixaram de ser postulantes competitivos à Presidência.

Com Lula, a condenação e a perspectiva de vitória convivem por ora. Moral e política, corrupção e popularidade seguem em paralelo, ao menos provisoriamente. Ainda que persista o quadro, todavia, nada indica tratar-se de algo com que as instituições republicanas não estejam aptas a lidar
Herculano
28/01/2018 07:35
ALCKMIM E TEMER TROCAM JOELHADAS NOS SUBTERRÂNEOS DA DISPUTA PRESIDENCIAL, por Josias de Souza

Aprofundaram-se as conversas para a formação das coligações partidárias de presidenciáveis que se apresentam como opções do "centro". A movimentação fez surgir uma novidade: as relações entre Geraldo Alckmin e Michel Temer evoluíram da antipatia dissimulada para a rivalidade mal disfarçada. A dupla troca joealhadas nos subterrâneos, numa disputa pelo tempo de propaganda eletrônica de partidos que percorrem a conjuntura à procura de negócios.

O governador de São Paulo informou aos seus operadores políticos que não cogita incluir em sua caravana o PMDB de Temer. Acha que o partido ficará de fora da corrida ao Planalto. E o presidente da República tenta impedir que legendas como PTB, PP, PR, Solidariedade e DEM se aliem a Alckmin. Esforça-se para incorporar essas legendas a um projeto presidencial de ''continuidade'', encabeçado por ele próprio ou por outro candidato que defenda o ''legado'' do seu governo. Algo que Alckmin não se dispõe a fazer.

Em público, Temer afirma que não pensa em disputar a reeleição. Em privado, disse a pelo menos três ministros que ainda não se considera fora do jogo. Colecionador de denúncias criminais e de inéditos índices de impopularidade, o presidente tenta escorar suas pretensões políticas em alguma racionalidade. Avalia que, até maio ou junho, o brasileiro perceberá com mais nitidez os sinais da revitalização da economia. Nos seus melhores sonhos, a prosperidade resultaria em popularidade.

Simultaneamente, Temer tenta evitar a realização dos seus pesadelos inflando o balão de pretensas candidaturas alternativas. Alega que, no limite, pode se tornar um bom cabo eleitoral. Por ora, age como se preferisse o deputado Rodrigo Maia ao ministro Henrique Meirelles. O titular da pasta da Fazenda já farejou o cheiro de queimado. E o presidente da Câmara faz pose de pré-candidato ao Planalto, estimulando os partidos governistas a cozinharem em banho-maria as negociações com Alckmin.

Apologista da agenda de reformas impopulares do governo Temer, Rodrigo Maia passou a ser visto como queridinho do mercado. Na Câmara, herdou do antecessor Eduardo Cunha o apoio das legendas do chamado "centrão" ?"sobretudo PR, PP e Solidariedade. Mas nada disso faz de Maia um presidenciável instantâneo. Deputado de poucos votos, ele está enrolado na Lava Jato. Sua hipotética candidatura dependeria de uma combinação com os russos da Polícia Federal, da Procuradoria e do Judiciário.

Operadores tucanos enxergam na movimentação de Maia um quê de jogo duplo. Crêem que o deputado dá corda a Temer apenas para negociar com Alckmin em posição mais vantajosa. No final, faria duas exigências para enfiar o DEM dentro da coligação do PSDB: 1) que Alckmin e o tucanato se comprometam a apoiar a reeleição de Maia à presidência da Câmara na próxima legislatura. 2) que a vaga de candidato a vice-presidente da República seja entregue ao deputado pernambucano Mendonça Filho, ministro da Educação de Temer.

"Esse tipo de parceria já foi firmado entre o PMDB e PT", ironizou um correligionário de Alckmin. "Dilma Rousseff chegou ao Planalto com Michel Temer na vice-presidência e o Eduardo Cunha na presidência da Câmara. O desfecho é conhecido: Cunha desengavetou um pedido de impeachment contra Dilma, cuja deposição levou Temer à poltrona de presidente da República." Alvo da Lava Jato, o presidenciável tucano olha de esguelha para o DEM, velho aliado dos infortúnios presidenciais do PSDB.
Herculano
28/01/2018 07:32
LULA TENTA A VELHA MÁGICA DO MEDO DA RUA, por Élio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Desde que entrou na política Lula mostrou-se um hábil manipulador do medo que o andar de cima tem da rua. Ele põe sua gente na praça, estimula bandeiras radicais e se oferece como pacificador. Quando os radicais passam a incomodá-lo, afasta-se deles. Essa mágica funcionou durante mais de 30 anos, mas mostrou sinais de esgotamento a partir de 2015, quando milhões de pessoas foram para a rua gritando "Fora PT". Ele quis reagir mobilizando o que supunha ser seu povo, mas faltou plateia.

Agora o mágico reapresentou o truque. Ele informa que não tem "razão para respeitar" a decisão do TRF-4. Sabe-se lá o que isso quer dizer. Se é uma zanga pessoal, tudo bem. Pode ser bravata, pois ele cancelou a viagem à Etiópia e entregou o passaporte à polícia. Isso é coisa de quem respeita juízes.

Enquanto Lula é vago em suas ameaças, João Pedro Stedile, do MST, é mais direto : "Aqui vai o recado para a dona Polícia Federal e para a Justiça: não pensem que vocês mandam no país. Nós, dos movimentos populares, não aceitaremos de forma nenhuma que o nosso companheiro Lula seja preso". A ver.

Em 2015, Lula defendia a permanência de Dilma Rousseff dizendo que era um homem da paz e da democracia, mas "também sabemos brigar, sobretudo quando o Stedile colocar o exército dele nas ruas". Viu-se que o temível exército de Stedile não existia. Na parolagem catastrófica da época, o presidente da CUT, Vagner Freitas, dizia que "se esse golpe passar, não haverá mais paz no país". Houve. (A CUT remunerava seus manifestantes. Um deles, imigrante da Guiné, tinha o boné da central, mas não falava português. Estava na avenida Paulista porque recebera R$ 30.)

Nas recentes manifestações dos trabalhadores sem teto em São Paulo, a via Dutra e a marginal Pinheiros foram bloqueadas com o incêndio de pneus. Eram mais de 50 pneus em cada bloqueio. Ganha um fim de semana em Pyongyang quem souber como se conseguem 50 pneus sem uma infraestrutura militante e incendiária.

O truque é velho, mas, desta vez, apareceram dois personagens surpreendentes. Primeiro veio Gleisi Hoffmann, presidente do PT: "Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar. Na quarta-feira, diante da condenação de Lula, ela avisou: "A partir deste momento, é radicalização da luta".

Gleisi Hoffmann não é uma liderança descartável. Foi Lula quem a colocou na cadeira. Admita-se que ela exagerou na primeira frase e foi genérica na segunda. É nessa hora que entra o comissário Luiz Marinho: "Se condenarem o Lula vão apagar fogo com gasolina. Depois, arquem com as consequências. A toda ação corresponde uma reação. Nós não estamos falando em pegar em armas, mas não vamos aceitar uma prisão para tirar Lula da disputa".

Marinho é o herdeiro presuntivo de Lula e candidato ao governo de São Paulo. Presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a CUT. Foi ministro da Previdência e defendeu correções nos benefícios de aposentados e pensionistas. Confrontado com uma manifestação que lhe bloqueava o caminho, o motorista do seu carro oficial avançou e feriu três manifestantes. Dias depois, o ministro comentou o episódio: "O pessoal veio agredir o carro". Em 2008 Marinho elegeu-se prefeito de São Bernardo com uma campanha de barão, orçada em R$ 15 milhões. É um dos comissários petistas que podem ser encontrados com frequência na copa ou na cozinha de Lula. Antes do julgamento, no entristecido café da manhã de Lula com sua família, só havia dois amigos: Marinho e o advogado Roberto Teixeira.

Os sinais dados por Marinho e Gleisi indicam que há um flerte de Lula com os radicais que bloqueiam a Dutra com 50 pneus. Esse poderá ser mais um dos seus erros num processo que começou há muito tempo, quando ele decidiu alisar o pelo de petistas corruptos. Desta vez, tentando se colocar como vítima de um pacto sinistro, Lula queima o filme do coitadinho, inocente e perseguido. Alguns dirigentes petistas já compreenderam o risco e trabalham para aquietar o "Momento Nero" de Lula, até porque esse é um Nero de baile de Carnaval.

AVANTE, LAVA JATO

Com a saúde debilitada, um filho na cadeia (e outro no ministério), Jorge Picciani está negociando sua colaboração com a Justiça. Se fechar negócio, pelo menos 30 parlamentares terão o que temer.

Jorge Barata Filho e Lélis Teixeira, marqueses dos transportes do Rio, estão numa situação parecida e as conversas acontecem em Brasília. Nessa operação há alguma farofa e uma enorme galinha preta. Se eles puserem na caçamba nomes de pessoas que têm foro privilegiado, o caso pode rolar para o Supremo. Lá está o ministro Gilmar Mendes, padrinho de casamento da filha de Barata e dono da chave que por duas vezes soltou o empresário.

Também está na fila, em Curitiba, o doutor Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras.

ATIBAIA

Se o apartamento do Guarujá custou a Lula uma condenação a 12 anos de prisão, o processo do sítio de Atibaia poderá render pena semelhante.

Lula não tinha escritura do apartamento e nunca dormiu lá.

No caso do sítio, as provas do usufruto de Lula abundam. Cremes no banheiro, roupas nos armários, pedalinhos no lago, mais uma reforma feita pela Odebrecht e uma cozinha pela OAS.

O juiz Sergio Moro marcou para fevereiro as primeiras audiências de testemunhas.

BOLA FORA

O Coletivo das Entidades Negras diz que "a elite que condenou Lula é a mesma que vendia escravos". Pode ser, mas o juiz de Curitiba chama-se Moro e os três desembargadores de Porto Alegre chamam-se Gebran, Laus e Paulsen. Todos descendentes de imigrantes que nada tiveram a ver com a escravidão e ralaram para comer.

LULA TIRIRICA

Uma alma malvada construiu uma cenário catastrófico caso, por obra da Justiça e de Asmodeu, a fotografia de Lula, mesmo impugnado, estiver na urna da eleição de 7 de outubro:

"Com os candidatos que estão aí, corre-se o risco de Lula receber os votos de seus admiradores e de todos aqueles que resolvam protestar contra o sistema político-partidário nacional. Ele viraria um super-Tiririca."

NA MOSCA

Merval Pereira disse tudo: "Lula está mais próximo da cadeia do que do Palácio do Planalto".

DANIEL ELLSBERG

Entre os 100 mil signatários do manifesto "Eleição sem Lula é fraude" está Daniel Ellsberg. Quem for assistir ao filme "The Post - A Guerra Secreta", verá o personagem logo nas primeiras cenas, quando ele estava no Vietnã com a tropa americana.

Trabalhando no Departamento de Defesa, Ellsberg trabalhou na coleta dos documentos que formaram os 14 volumes depois conhecidos como Pentagon Papers. Desafiando o governo, em 1971, ele deu cópias da papelada ao "The New York Times" e ao "Washington Post". O resto da história está no filme.

A turma de aloprados do presidente Richard Nixon varejou o consultório do psiquiatra de Ellsberg. Disso resultou o fim do processo que o governo movia contra ele, e o episódio ajudou a provocar a renúncia de Nixon.

Com uma biografia desse tamanho, Ellsberg tornou-se um dos ícones de seu tempo. Jamais pisou na bola. Escreveu três livros, vive modestamente, milita em causas pacifistas e foi preso manifestando-se contra a invasão do Iraque.
Herculano
27/01/2018 19:43
FALTA DE MANUTENÇÃO. APODRECIDA, PONTE INTERDITADA NO VALE DA FUMAÇA EM GASPAR

A Superintendência do Belchior, juntamente com a Diretoria de Trânsito, interditaram neste sábado, dia 27, a ponte da Rua José Schmitt Sobrinho (Vale da Fumaça) no bairro Belchior Alto.

A quebra de três vigas da estrutura, comprometeram a ponte. Segundo o superintendente, Raul Schiller, o objetivo com a interdição é garantir a segurança dos motoristas e pedestres que utilizam a passagem diariamente. "A primeira providência a ser tomada na segunda-feira será a recuperação da ponte", afirma.

Quem precisar acessar a Rua José Schmitt Sobrinho, pode utilizar as vias alternativas, que são: Rua José Patrocínio dos Santos (Cananeia), no Belchior Central e Rua José Junkes e João Zabel, no bairro Arraia
Herculano
27/01/2018 19:37
FÃS DO MELATO

Ricardo, na sexta-feira, neste espaço defendeu Melato. Certíssimo. Aprovei. Veio da cidade de Goiânia. Agora, o que também se escondeu como Zeca do PP, veio de Cocal, em Rondônia, IP 191.218.238.108, fez a mesma coisa. Certo. Também aprovei.

Só falta alguém de Roraima, onde o ex-deputado e padrinho de Melato, João Alberto Pizolatti Júnior, ex-presidente do PP de Santa Catarina, ganhou foro privilegiado para ficar livre na Lava Jato.

Ao Zeca do PP uma pergunta básica: o que adianta reservatórios, caminhões, máquinas etc se o Samae de Gaspar não consegue entregar o básico (água tratada) aos gasparenses e que está nos seus reservatórios?

O grande problema é que o mais longevo dos vereadores não sabe lidar com um simples problema a gestão de seus técnicos para encontrar os problemas nas redes de distribuição. Acorda, Gaspar!
Zeca do PP
27/01/2018 18:48
Herculano

Melato, está tranquilo com sua contumaz críticas infundadas e fantasiosas.
Melato tem nos dito que seus comentários não fletem a realidade, pois irá construir 2 reservatórios e deixará um terceiro em andamento. Além disso vai deixar aos funcionários um caminhão prancha, 2 retro escavado irás e um caminhão zero.
Será a ociosidade tamanha raiva e mentiras?
Herculano
27/01/2018 13:09
VERGONHOSO

Falta de consciência cidadã. O Summer Beach, de Bombinhas, lançava esgoto na praia. Lacrado, preferiu distribuir o seu esgoto (e hospedes que pagam caro) aos vizinhos e as ruas da cidade. E tudo isso, na cidade que cobra a caríssima tal taxa de meio-ambiente. Vergonhoso para quem é o dono e para quem o gerencia.
Herculano
27/01/2018 08:46
AGORA SERÁ DIÁRIA

A coluna Olhando a Maré, a mais lida e acessada no portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais atualizado e mais acessado, a partir desta será diária

Como se vê, assunto em Gaspar e Ilhota, o foco da coluna, nunca faltou, nem faltará. Enquanto os leitores e leitoras - que ajudam com leitura massiva, dicas e interagem como fontes confiáveis - comemoram, os políticos - de uma maneira geral, quando lhes falei dessa intenção - e a concorrência, preocupam-se.

Mas, o que é preocupante é a falta de transparência e os joguinhos entre os mesmos, para os quais nunca fui convidado, mas conheço as regras como poucos.Acorda, Gaspar!
Herculano
27/01/2018 08:36
da série: transparência zero. Esses são os políticos catarinenses, que se dizem diferentes, que querem se reeleger. Não se discute à necessidade de ampliar espaços para abrigar o "exército" de comissionados, funcionários e que em muitos casos não tem o que fazer, que os políticos aos longos dos anos contrataram para abrigarem como seus cabos eleitorais e ter proteção no poder com o dinheiro de todos nós, o mesmo dinheiro que está faltando à saúde, segurança, educação, obras...Discute-se qual a razão que se faz isso (a compra de um imóvel caro) no escurinho, nas férias e entre poucos, sem discussão aberta alguma com a sociedade. Escolhemos mal os nossos os nossos deputados. E eles já estão aqui em Gaspar e Ilhota pedindo votos com seus cabos eleitorais infiltrados como prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, ex-vereadores, suplentes e outros. Acorda, Gaspar!

ALESC CONSIDEROU APENSAS DUAS OFERTAS AO DECIDIR COMPRAR PRÉDIO DE R$ 83 MILHõES

Conteúdo do Diário Catarinense, NSC, Florianópolis. Texto de Roelton Maciel.A Assembleia Legislativa de Santa Catarina recebeu oito ofertas de imóveis à venda após a publicação de um chamamento público, em setembro, mas apenas dois prédios da lista foram considerados como reais opções de compra. Isto porque, além do Centro Executivo Everest, que acabou sendo comprado por R$ 83 milhões, apenas o prédio de um hotel oferecido ao Legislativo já estava pronto.

As outras seis ofertas eram referentes a imóveis que ainda não tinham as obras concluídas. A informação consta na ata da reunião da mesa diretora da casa no último dia 7 de dezembro, quando foi decidida a compra do edifício comercial na avenida Mauro Ramos, em Florianópolis.

"Sendo assim, analisando qual dos dois imóveis atende as necessidades da Alesc, principalmente quanto à promoção das adequações necessárias, a única que, indiscutivelmente coadunou-se com as necessidades precípuas da Alesc e atende o requisitos do Aviso de Interesse e na aquisição de imóvel, é a proposta apresentada pela empresa TR Assessoria e Participações (Centro Executivo Everest)", menciona a ata, com base na Coordenação de Licitações e Contratos.

O documento menciona que os deputados Maurício Eskudlark (4º secretário, PSD), Kennedy Nunes (1º secretário, PSD) e Dirce Heiderscheidt (2º secretário, PMDB), todos membros da mesa diretora, concordaram com a compra. O chefe de gabinete do deputado Aldo Schneider (1º vice-presidente, PMDB) manifestou a concordância do parlamentar.

Também componente da mesa, a deputada Ana Paula Lima (3º secretário, PT) pediu informações sobre a proposta apresentada pelo hotel, sendo informada que "trata-se da metade da metragem do imóvel sugerido, com valor superior por metro quadrado e de difícil adaptação às necessidades".

Assim, a mesa aprovou por unanimidade a compra do Centro Executivo Everest. Também assinou a ata o presidente da Alesc, Silvio Dreveck (PP). O único integrante da mesa ausente no encontro, o deputado Mario Marcondes (sem partido), é contrário à compra e entende que houve direcionamento na escolha.

Comissão deu aval sobre compra, mas não especificou imóvel

Um dia antes da reunião da mesa diretora da Alesc, a comissão especial formada por 11 servidores da casa para avaliar a intenção de compra por um novo prédio concluiu que "não há vedação para a compra de imóvel".

A comissão, no entanto, não apontou qual deveria ser o prédio a ser escolhido, apenas observou a necessidade de existência de laudo de avaliação de preço de mercado e de comprovação da "vantajosidade econômica".
Herculano
27/01/2018 08:25
A CANDIDATURA ÚNICA DE ESQUERDA

Conteúdo de O Antagonista. Com Lula inelegível, o PSB acelerou as articulações para lançar um candidato único do campo que ele chama de "progressista" à presidência da República, informa a Coluna do Estadão.

"Nas últimas semanas, o secretário-geral do partido, Renato Casagrande, conversou com Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Álvaro Dias (Podemos) e Manuela d'Avila (PCdoB). O dirigente socialista diz que ficou animado com a receptividade à sua proposta. O PT, que também defende a ideia, está fora dessas negociações."

O critério proposto pelo PSB é escolher quem estiver melhor nas pesquisas entre maio e junho. Joaquim Barbosa, convidado pelo partido, também terá de entrar nessa disputa.
Herculano
27/01/2018 08:17
REJEITAR SENTENÇA É INSURGIR-SE CONTRA A CARTA, editorial de O Globo

Petistas pregam sedição, porque o TRF-4, de Porto Alegre, confirmou condenação de Lula, o que ressalta o viés autoritário e antidemocrático do partido

Algumas reações no PT à condenação do ex-presidente Lula pelo TRF-4, que praticamente o torna inelegível por oito anos, ensinam muito sobre o caráter antidemocrático do partido, ou de facções dele.

Há diversos registros que indicam a que ponto chega o descontrole de militantes, inclusive dirigentes, com a decisão unânime dos três desembargadores do tribunal ?" embasados em votos técnicos e detalhados ?", de confirmar a condenação de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no processo do tríplex do Guarujá, ainda estendendo a pena de nove anos e meio de prisão para 12 anos e um mês. Prática comum no tribunal de Porto Alegre.

Enquanto a presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), anunciava que o PT radicalizaria, seu colega no Senado, Lindbergh Faria (RJ), vociferava em comício que o veredicto era um "golpe" e que haveria feroz resistência petista, "nas ruas". Pregou uma resistência à margem das instituições.

Terá sido o segundo "golpe" identificado pelo PT em não muito tempo, porque o partido também tachou de ruptura institucional o impeachment de Dilma Rousseff, aprovado em sessão do Senado presidida pelo próprio presidente do STF, Ricardo Lewandowski. Uma incongruência

João Pedro Stédile, o principal líder do MST, organização beneficiada nos governos lulopetistas, alertou a Polícia Federal e a Justiça que não aceitará a prisão de Lula, que é uma possibilidade legal. E o próprio Lula deu o tom da insubordinação ao dizer que também rejeitava a sentença. Como já havia ficado evidente antes da sessão de quarta do TRF-4, ele e o partido só admitiriam a sentença se fosse de absolvição. Um desvario antidemocrático.

O viés autoritário do partido vem de longe. Recorde-se que o partido votou contra a Constituição em 1988, e só a muito custo a assinou. Não reclamou da Carta quando ela o permitiu chegar ao Planalto, em 2003. Mas nunca deixou de ter cacoetes contra a ordem democrática. Por exemplo, quando, nos governos Lula e Dilma, insistia nas constituintes chavistas, ou ao tentar controlar a imprensa por meio de um "Conselho Federal de Jornalismo" e a produção audiovisual, a partir da agência Ancinav.

Por sinal, o desconforto com a liberdade de expressão, repetindo os bolivarianos do continente, persiste: Lula passou a anunciar que, eleito, iria "regular a mídia", termo cifrado que significa censura. Mas a Justiça acaba de barrá-lo.

Fica comprovado que as leis e as instituições são respeitadas quando delas o partido puder se valer. Se não, militantes e líderes incentivam ilegalidades, sedições, e empurram o PT para se converter em uma organização criminosa. Tão fora da lei quanto o PCC, o CV e outras.

Mas deve haver políticos petistas preocupados, porque querem se reeleger em outubro, e o caminho para isso não é erguer barricadas pelo país afora.
Herculano
27/01/2018 08:16
CONTA QUE NÃO FECHA, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Alguns comentaristas claramente identificados com o campo da esquerda já começam a dizer que uma reforma da Previdência é necessária, mas não esta que está aí. Entendo o mau humor com o governo Temer, mas não consigo ver bem como se possa fazer uma reforma da Previdência que atenda às nossas necessidades e seja substancialmente diferente da que o governo propõe.

O diagnóstico do nosso problema não é complicado. A Previdência (servidores públicos e INSS) consome hoje cerca de 13% do PIB brasileiro, o que é uma enormidade para um país que não completou sua transição demográfica. Por aqui, os idosos (65 anos ou mais) são pouco mais de 10% da população economicamente ativa (PEA), mas já estamos gastando a mesma fatia do PIB que países como Japão, Suécia e Suíça, onde os velhos são 30% da PEA.

O vetor da reforma, portanto, é inequívoco: precisamos gastar menos, muito menos. Isso implica fazer as pessoas receberem menos ou trabalharem por mais tempo, ou uma combinação menos agressiva dos dois. Não há mágica que permita manter intactos todos os direitos previdenciários e gastar menos.

Agora com a PEC do teto de gastos, se os desembolsos previdenciários, que são obrigatórios, continuarem crescendo, estarão automaticamente comendo o espaço de despesas não obrigatórias e investimentos.

Isso não significa que não haja espaço para fazer justiça social. O regime do INSS já é meio socialista, uma vez que a diferença entre a menor e a maior remuneração é da ordem de seis vezes. As maiores distorções estão no regime dos servidores públicos, que permitirá, ainda por vários anos, aposentadorias integrais de até R$ 30 mil.

Lamentavelmente, como os sindicatos de servidores integram a base de muitas legendas de esquerda, é improvável que elas venham a defender uma reforma da Previdência que elimine os privilégios.
Herculano
27/01/2018 08:13
BRAVATAS E REALIDADE, por Merval Pereira, no jornal O Globo

Já entrou para o anedotário da política brasileira a confissão do ex-presidente Lula: "Quando a gente é de oposição, pode fazer bravata porque não vai ter de executar nada mesmo. Agora, quando você é governo, tem de fazer, tem que ser responsável, e aí não cabe a bravata". Em outra ocasião, ele confessou, entre risos de seus entrevistadores amigos, que quando era oposição viajava o mundo falando mal do Brasil e ganhava muita atenção no estrangeiro citando dados estatísticos que não exprimiam a verdade.

Pois foram as bravatas de Lula e seus seguidores que justificaram a decisão do juiz federal de primeira instância Ricardo Leite, de Brasília, de apreender o passaporte do ex-presidente, medida cautelar prevista no Código de Processo Civil para substituir a prisão preventiva, impedindo-o de viajar à Etiópia, para um evento sobre o combate à fome no mundo, onde certamente voltaria a falar mal do Brasil e a contar bravatas sobre si mesmo e seus governos.

Mas o juiz não estava preocupado com o que Lula faria no exterior, mas sim com os indícios de que poderia não retornar, pedindo asilo a "países simpatizantes". Essa foi uma das bravatas que os aliados de Lula espalharam nos últimos dias. Ao impedir Lula de deixar o país, o juiz Ricardo Leite explicou: "É do conhecimento público a divulgação de declarações em que aliados políticos do ex-presidente, visando a politização de processos judiciais, cogitam a solicitação (se necessário) de asilo político em seu favor para países simpatizantes".

Também a reiteração, por Lula e seus aliados, de que não acatariam a decisão do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre (TRF-4), com incitação aos militantes para que resistam a uma eventual prisão de Lula, serviram de base para a decisão do juiz de Brasília.

Um dia depois de ter sido condenado a 12 anos e um mês de prisão, o ex-presidente Lula, em reunião da Executiva Nacional do PT, disse que não respeitaria a decisão da Justiça, e conclamou os militantes a uma ofensiva nas ruas para defendê-lo, pregando o enfrentamento político.

"Esse ser humano simpático que está falando com vocês não tem nenhuma razão para respeitar a decisão de ontem" (...) "Quando as pessoas se comportam como juízes, sempre respeitei, mas quando se comportam como dirigentes de partido político, contando inverdades, realmente não posso respeitar".

Na mesma reunião, o líder do Movimento dos Sem Terra, João Pedro Stédile, afirmou que os movimentos populares não aceitarão e impedirão a prisão do ex-presidente Lula. Também o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, que, por sua agressividade, subiu no conceito das lideranças petistas, defendeu a "desobediência civil", com ocupação das ruas, contra a condenação de Lula em segunda instância:

"Não nos peçam passividade nesse momento. Há uma ditadura de toga nesse país. Não podemos mais dizer que vivemos numa democracia, e agora só temos um caminho: a rebelião cidadã e a desobediência civil", afirmou, para desafiar: "Vão fazer o quê? Prender o Lula? Vão ter de prender milhões de brasileiros antes."

O líder do PT foi mais cuidadoso nessa frase do que fora sua presidente partidária, senadora Gleisi Hoffmann, que chegou a dizer que para prender Lula teriam que matar "muita gente" antes. As manifestações a favor de Lula não indicam essa disposição de "muita gente" para morrer pelo ex-presidente, e as últimas informações mostram que, principalmente, não estão dispostos a morrer politicamente.

Já começam nos bastidores as negociações para apressar a indicação de um candidato substituto, sob pena de o partido sofrer uma derrota fragorosa nas eleições gerais de 2018. Para os membros do partido, uma candidatura de Lula representava a senha mágica para a recuperação do partido nas eleições de governadores, 2/3 do Senado e a totalidade da Câmara, compensando a derrota que o partido sofreu nas eleições municipais de 2016. Agora, insistir nela pode ser a derrocada final.

Com uma perda de 60% das prefeituras que governava, o PT ficou em 10º lugar entre os partidos que mais elegeram prefeitos, deixando que seus adversários mais fortes, como o PMDB e o PSDB, crescessem e tenham hoje uma máquina partidária espalhada pelo país, que certamente os ajudará na campanha deste ano.

As bravatas de Lula certamente não ajudarão o partido, pois dificilmente ele conseguirá superar a Lei da Ficha Limpa, que torna inelegível os que, como ele, são condenados em segunda instância. Como só acontece com os bravateiros, na hora do enfrentamento da realidade eles se curvam a ela. Lula, que incitava à desobediência civil, levando Lindbergh a acreditar na bravata, entregou seu passaporte e vai lutar por ele dentro das legislação vigente.
Herculano
27/01/2018 08:12
UMA LEI Só PARA LULA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Só pode ser piada de mau gosto a suposta disposição de convocação do plenário do STF para revisão da possibilidade de execução de pena após condenação em segunda instância

Certamente só pode ser uma piada de mau gosto a história, ventilada nos últimos dias, a respeito da suposta disposição da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, de convocar o mais rápido possível o plenário da Suprema Corte para uma revisão da possibilidade de execução de pena após condenação em segunda instância. Se isso ocorresse, o STF estaria abandonando sua função de corte constitucional ?" responsável por aplicar a Constituição e assegurar o equilíbrio de todo o sistema de Justiça ?" para se transformar em casa de benemerência para o sr. Lula da Silva.

Em 2016, o STF firmou jurisprudência no sentido de que, após a condenação penal em segunda instância, é possível dar início ao cumprimento da pena. Restabelecia-se, assim, o entendimento de que não é necessário esgotar todos os recursos para que o réu possa ser preso. Na ocasião, a maioria dos ministros entendeu que a prisão após a condenação em segunda instância não fere o princípio da presunção da inocência, já que, nesses casos, a presunção foi esgotada, juntamente com o exame dos fatos que configuram a culpa. Recursos posteriores referem-se exclusivamente a questões de direito.

A decisão do STF de permitir a prisão após condenação em segunda instância foi um passo importante para combater a lentidão da Justiça, que tanto alimenta a sensação de impunidade no País. Com frequência, os vários recursos previstos no Código de Processo Penal eram utilizados simplesmente para protelar o início do cumprimento da pena. O réu que podia contar com bons advogados conseguia alguns anos a mais em liberdade, mesmo que um órgão colegiado já o tivesse condenado.

Naturalmente, a nova posição do STF sobre o início do cumprimento da pena enfrentou resistências. Muita gente que estava conseguindo retardar sua ida à cadeia por meio de habilidosos recursos teve de acertar, mais cedo do que esperava, as suas contas com a Justiça. No entanto, mesmo com todos esses protestos, a Suprema Corte manteve-se firme em sua jurisprudência.

De lá para cá, o assunto de uma eventual revisão da prisão após a condenação em segunda instância veio à baila algumas vezes, quase sempre estimulado por gente interessada numa Justiça mais lenta e menos efetiva. De toda forma, a Suprema Corte não voltou ao tema.

Só faltaria que agora, sem qualquer motivo razoável para rever o tema, o STF achasse que lhe cabe proteger o sr. Lula da Silva das consequências da lei e se dispusesse a criar uma jurisprudência específica para o cacique petista. É preciso ter claro que qualquer facilidade para o sr. Lula da Silva seria um tremendo desrespeito ao princípio, essencial na República, de que todos são iguais perante a lei.

Seria um absurdo achar que a condenação em segunda instância do sr. Lula da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro possa ser motivo para a Suprema Corte reavaliar o seu posicionamento sobre o início da pena. A lei deve valer para todos e, por consequência, não devem ser feitas leis ad hoc, para casos específicos. Esse tipo de manobra é incompatível com o Estado Democrático de Direito.

A história nacional coleciona alguns desses casos esdrúxulos, nos quais o Direito foi mudado especificamente para atender ao interesse de algum poderoso da ocasião. Ficou famosa, por exemplo, a Lei Teresoca (Decreto-Lei 4.737, de 1942), criada sob medida por Getúlio Vargas para que Assis Chateaubriand obtivesse a guarda da filha Teresa.

O Brasil dispensa uma lei ou uma jurisprudência Lulinha. Que as Leis Teresocas fiquem no passado e na história, para que a lição do que não fazer esteja sempre presente.

É, portanto, ultrajante ao bom nome do Supremo dar a entender que ele poderia se prestar a esse tipo de serviço, como se a presidente da Suprema Corte estivesse agora a se preocupar com os dias futuros de um cidadão condenado em segunda instância por usar seu cargo público para obter favores pessoais. A função do STF é exatamente assegurar que essas manobras não ocorram e que a Constituição valha para todos, sem exceções.
Herculano
27/01/2018 08:10
LULA COMEÇARÁ A CUMPRIR SUA PENA NO PARANÁ, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O ex-presidente Lula deve cumprir a sentença de 12 anos e 1 mês de prisão no Paraná, sede do juízo condenatório, que é a 13ª Vara de Sérgio Moro. Réus da Lava Jato têm sido levados ao Complexo Médico-Penal, mas não por decisão de Moro: quem sentencia não executa a pena. Outra opção seria a Penitenciária Federal de Catanduvas, de segurança máxima, também localizada no Paraná.

ENCONTRANDO A GANGUE
Recolhido a Curitiba, Lula reencontrará amigos como João Vaccari, o ex-tesoureiro do PT que não abriu a boca para delatar o ex-presidente.

AMIGOS POR TODA PARTE
Lula terá a chance de reencontrar velhos inimigos, como Eduardo Cunha, e novos algozes, como seu ex-ministro Antonio Palocci.

O QUE DIZ A LEI
A Lei de Execuções Penais orienta que a pena será cumprida próximo à residência do réu. No caso de Lula, é o Estado de São Paulo.

OPÇÃO TREMEMBÉ
Levado ao Paraná, Lula poderá tentar transferência para o presídio de Tremembé, em São Paulo, estado onde o petista mora.

RELATOR DA REFORMA CRITICA 'COPO MOLE' DE ALIADOS
O deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da reforma da Previdência, criticou integrantes e aliados do governo Michel Temer pela falta de empenho para aprovar o projeto. "Não quero citar nomes", disse, ao ser indagado sobre o "corpo mole" até do líder do governo no Congresso, deputado André (PSC-SE), mas criticou, irritado, os que "gostam do oba-oba, do abraço, mas sem qualquer responsabilidade com o País".

ôNUS ELEVADO
"Só eu sei o que me custa esse enfrentamento", desabafou Arthur Maia, destacando que não deseja tornar públicos problemas pessoais.

CONTRA OPORTUNISTAS
Vítima de perseguições por defender a reforma, Arthur Maia não se conforma com a omissão dos que apenas se locupletam do governo.

CRÍTICA AOS TUCANOS
O relator chama de "inacreditável" a posição de metade da bancada do PSDB, contrária à reforma, em desacordo com o programa partidário.

NEYMAR 2018
Análise sobre o engajamento político eleitoral na internet, do grupo Nexxera, revelou que, com 180 milhões de seguidores, Neymar Jr. tem mais influência que o dobro da soma de todos presidenciáveis juntos.

PARECE BRINCADEIRA
Lula não tinha mesmo o que fazer na Etiópia, onde compareceria a um evento para discutir formas de combater a fome e... a corrupção. A não ser que pretendesse confessar e contar como agem os corruptos.

SAIU BARATO PARA LULA
Lula é acusado 246 vezes de lavagem de dinheiro, 21 de corrupção passiva, 3 de formação de quadrilha, 4 de tráfico de influência e 2 de obstrução à Justiça, nas cinco ações pelas quais responde, além das duas denúncias. Com 12 anos de cadeia, saiu barato para o petista.

FUZIL COM MORTADELA
Discursos inflamados de porraloucas do PT pregando "desobediência civil" ou "luta armada" contrastam com a passividade dos espectadores, na maioria "mortadelas" esperando o cachê e o sanduíche prometidos.

ENGANADORES
Em maio de 2010, a Dilma defendeu inelegibilidade imediata para condenados em segunda instância. Exceto quando o réu é do PT: agora, ela acha que "eleição sem Lula é fraude". Já fraudar a lei...

DESEMBARQUE
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), vai ao lançamento da candidatura de Ciro Gomes (PDT) ao Planalto, em Brasília. É sinal de que ele deve trocar o PT pelo PDT dos seus chefes Ferreira Gomes.

BRASIL NO PASSADO
No Fórum Econômico Mundial, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou que vai desativar a produção de energia à base de carvão até 2021. Sob Dilma, em 2011, o Brasil anunciou "investimentos" no setor.

FICHA LIMPA É PRÉ-REQUISITO
A Justiça barrou 2,3 mil candidaturas em 2016 com base na Ficha Limpa; 0,5% de todos os candidatos a prefeito, vice e vereador. Outras 24 mil candidaturas foram barradas por outros motivos em 2016.

DOIS MESES DE FOLGA
Janeiro chega ao fim, mas deputados e senadores ainda têm mais duas semanas de férias, além do Carnaval.
Herculano
27/01/2018 08:03
A QUEM INTERESSA A PRISÃO DE LULA, por Juliana Sofia, secretária de redação da sucursal de Brasília, do jornal Folha de S. Paulo

A corrida eleitoral ao Palácio do Planalto é, neste momento, incumbência pouco crível para o ex-presidente Lula. Por mais que se alongue uma candidatura sub judice, petistas e seu líder especulam sobre um nome alternativo para o partido não abandonar a disputa.

Etéreo, no entanto, parece ser o cenário da prisão do ex-presidente. Nas sombras, o mundo político e jurídico de Brasília começa a se movimentar diante da decisão unânime do TRF-4 e da aposta de execução da pena na cadeia a partir de março. Ministros do STF calculam serem maiores as chances de o próprio tribunal, e não o STJ, conceder habeas corpus para livrar o petista do início do cumprimento da punição.

A presidente do STF, Cármen Lúcia, vê-se emparedada a pautar o julgamento que poderá rever o entendimento da corte sobre prisão após condenação em segunda instância. Se não agendar a análise em plenário das duas ações sobre o tema, já liberadas pelo relator Marco Aurélio Mello, poderá ser constrangida por um de seus pares com uma questão de ordem para discutir o assunto.

"A prisão do presidente Lula preocuparia a todos em termos de paz social", afirmou Marco Aurélio. "Não acredito que se acione essa extravagante jurisprudência do Supremo para prender-se o ex-presidente Lula." O ministro foi voto vencido em 2016, quando o tribunal decidiu, por 6 a 5, pela prisão em segunda instância.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, também se apoia na tese da prudência para afastar uma punição imediata de Lula. O amigo de 30 anos de Michel Temer diz que a decisão do STF "é precária" e pode mudar.

O presidente conclui seu mandato em 31 de dezembro. A Câmara barrou duas denúncias contra ele. Os inquéritos estão suspensos até que deixe o cargo, e existe um terceiro em instrução. Há ainda ministros do Planalto com explicações a dar à Justiça.

"Tem que manter a prudência e a paz social, viu?", diriam nos porões do Palácio do Jaburu
Herculano
27/01/2018 07:59
O PT DIANTE DA ESFINGE, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo,para o jornal Folha de S. Paulo

A nota do PT, divulgada logo após a condenação unânime de Lula pelo TRF-4, caracteriza o resultado como "uma farsa judicial", fruto do "engajamento político-partidário de setores do sistema judicial, orquestrado pela Rede Globo", os "mesmos setores que promoveram o golpe do impeachment".

O partido compromete-se a "lutar em defesa da democracia", "principalmente nas ruas". Desde que nasceu, o PT equilibra-se sobre uma disjuntiva: partido da ruptura, para consumo interno; partido da ordem, para consumo externo. A tensão chega agora a um grau extremo, insustentável. Finalmente, diante da esfinge mítica, o PT terá que decifrar seu enigma existencial.

As democracias, com seus rituais eleitorais periódicos, tendem a expurgar os partidos da ruptura para as franjas do cenário político. Desde cedo, o PT circundou o túnel do isolamento, definindo-se como partido institucional. O discurso de ruptura, jamais descartado, retrocedeu à trincheira dos eventos de militância. A dualidade discursiva atingiu o ápice depois que Lula subiu a rampa do Planalto.

De um lado, o presidente congraçava-se com o alto empresariado e com os personagens icônicos da tradição patrimonialista nacional. De outro, os congressos do PT imprimiam resoluções cada vez mais radicais, pontuadas por termos como "elite" (e, logo, "elite branca"), "imperialismo" e "socialismo".

A loucura obedecia a um método: conservar o monopólio petista sobre a esquerda do espectro político. A estratégia funcionou eficientemente, salgando o solo no qual o PSOL tentou lançar suas sementes. Na hora do impeachment, a duplicidade adquiriu as tonalidades da hipocrisia escancarada, mas sobreviveu ao teste de fogo. A deposição legal de Dilma Rousseff foi declarada um "golpe" e o PT prometeu resistir nas ruas, eletrizando a base social de esquerda.

Na sequência, a alma institucional restaurou seu primado e o partido reinstituiu sua política de amplas alianças eleitorais, que inclui os "golpistas" do MDB e do "centrão". A militância engoliu em seco, assim como os intelectuais "companheiros de viagem". O partido da ordem conhece perfeitamente suas prioridades. A valsa, porém, não mais se repetirá.

A dupla alma petista organiza-se ao redor de Lula, o venerado caudilho que abraça tanto um Maduro quanto um Odebrecht.

A eliminação judicial da figura nuclear implode o instável equilíbrio do edifício partidário. Como substituir Lula na cédula presidencial sem destruir a mística que preserva o monopólio sobre a esquerda? Cabeça humana, corpo leonino, a esfinge encara o PT, exigindo uma resposta nítida: ordem ou ruptura?

Uma coisa é José Dirceu; outra, é Lula. O partido abandonou alegremente o primeiro, em nome do imperativo da ordem, que se identifica com a insaciável ambição de poder do segundo -e com as valiosas carreiras políticas dos quadros petistas. O segundo, contudo, confunde-se com o próprio partido -ou, na linguagem lulista, com nada menos que o "povo brasileiro".

O manual do marketing eleitoral reza que o nome de Lula deve permanecer numa cédula fictícia, aureolado pela denúncia da "farsa judicial", até o momento derradeiro da substituição inevitável. Mas como fazer a transição do discurso da ruptura ao da ordem, entregando o cetro a um Jaques Wagner (ou, pior, a um Ciro Gomes), sem
fragmentar o campo da esquerda?

O espectro da prisão de Lula complica ainda mais o artifício. No rastro do impeachment, Guilherme Boulos cumpriu, como culpado útil, a missão teatral de incendiar a militância de esquerda, arando o terreno para a reinstalação do discurso lulista da ordem eleitoral.

Agora, junto com o PSOL tem a oportunidade de deflagrar sua campanha presidencial combatendo "nas ruas" a "farsa judicial" dos "golpistas de sempre".

Depois de Lula, o PT não pode mais enganar a si mesmo. É a hora da esfinge.
Herculano
27/01/2018 07:56
TACHADO DE COVARDE, STF LIVRARÁ LULA DA CADEIA, por Josias de Souza

"Nós temos uma Suprema Corte totalmente acovardada", disse Lula para Dilma Rousseff, em diálogo vadio captado por uma escuta da Lava Jato em 4 de março de 2016. Nessa época, Lula dizia estar "assustado com a República de Curitiba." Hoje, condenado em segunda instância a 12 anos e 1 mês de cadeia, o personagem vive em pânico com a hipótese de ser trancafiado no Complexo Médico-Penal de Pinhais, o presídio paranaense onde se encontram os corruptos da Lava Jato. Mas conta com a benevolência do tribunal que insultou para permanecer em liberdade. E está prestes a ser atendido, conforme já foi comentado aqui.

Ao programar para breve a rediscussão da regra que permite a prisão de larápios condenados em duas instâncias judiciais, o Supremo Tribunal Federal revela que o principal problema não é a incapacidade da sociedade de reconhecer a altivez de sua Corte Suprema. O verdadeiro problema é que a Corte, menos suprema do que seria desejável, é incapaz de demonstrar-se altiva. Depois de aprovar - em duas votações - o início da execução das penas na segunda instância, o Supremo trama adiar as prisões no mínimo até o julgamento de recursos ajuizados numa terceira instância: o STJ, Superior Tribunal de Justiça.

O recuo vinha sendo ensaiado desde que a Lava Jato invadiu os salões da oligarquia política. Materializando-se agora, nas pegadas da goleada de 3 a 0 sofrida pelo pajé do PT no TRF-4, a novíssima norma pode ser batizada de "Regra Lula". É como se o Supremo se alistasse voluntariamente à volante petista, que esculhamba o Judiciário e prega a "desobediência civil". Consumado o processo de autodesmotralização, bastará a um magistrado permanecer agachado no plenário do Supremo para ser considerado um ministro de grande estatura.

No grampo em que lamentou a falta de valentia do Supremo, Lula conversava com Dilma sobre o depoimento que prestara à Polícia Federal após ser conduzido coercitivamente por ordem de Sergio Moro. Reclamava da súbita impotência dos poderes. A íntegra da conversa pode ser ouvida lá no alto. Vai reproduzido abaixo o trecho que exibe com mais nitidez o que Lula tem por dentro quando está fora de si.

"Nós temos uma Suprema Corte totalmente acovardada, nós temos um Superior Tribunal de Justiça totalmente acovardado, um Parlamento totalmente acovardado. [?] Nós temos um presidente da Câmara fodido, um presidente do Senado fodido. Não sei quantos parlamentares ameaçados. E fica todo mundo no compasso de que vai acontecer um milagre e vai todo mundo se salvar. Sinceramente, eu tô assustado com a República de Curitiba."
Herculano
27/01/2018 07:52
da série: o incrível e falso mantra de gente bem instruída do PT e da esquerda do atraso para a massa de maioria de analfabetos, ignorantes, desinformados e militontos obtusos. Para ela, a democracia só existe se o PT e a esquerda do atraso for poder, e nela for capaz de destruir um país, e sacrificar por submissão extrema um povo como faz na Venezuela

LULA INELEGÍVEL COLOCA A DEMOCRACIA EM ESTADO DE SUSPENSÃO, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, no jornal Folha de S. Paulo

Olhemos para o julgamento do TRF-4 do ângulo das consequências políticas e eleitorais que traz, deixando a controvérsia jurídica a cargo de quem dela entende. A partir da quarta-feira, 24 de janeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se inelegível. O fato acarreta graves problemas para o funcionamento democrático.

Para além das regras formais, só existe democracia se houver efetiva alternância no poder. Alternância não quer dizer que a cada quatro ou oito anos muda o partido na Presidência, mas, sim, que a cada eleição um partido diferente pode ganhar (formar maioria), tomar posse, governar e passar democraticamente a faixa para o próximo eleito.

A competitividade real (não teórica) de pelo menos duas equipes é a prova da democracia. Não existindo essa, aquela não existe. No Brasil, historicamente, só dois campos demonstraram condição de competir nos termos acima: o popular e o de classe média, qualquer que seja o nome dos partidos que represente cada um (PSD/PTB, UDN, PT ou PSDB). Fora do bipartidarismo imposto pela ditadura, sempre houve outros partidos, mas nenhum se mostrou competitivo.

Lula foi o dirigente político que conduziu, após a redemocratização, o campo popular novamente ao poder, de onde fora apeado pelo golpe militar de 1964. No regime de 1946, Getúlio se suicidou, JK enfrentou levantes militares, Jango foi derrubado. Lula deu contribuição sine qua non ao normalizar a presença do campo popular na Presidência.

Lula não é insubstituível. Chegado o momento, indicará um candidato/a para concorrer em seu nome, como fez com Dilma em 2010. É decisivo para a democracia que tal candidato/a seja competitivo/a, mas as chances diminuem consideravelmente com Lula fora da urna, pois ninguém pode encarnar melhor o lulismo, perante o eleitorado, do que ele próprio.

Nesse ponto chego ao nervo da controvérsia. A Operação Lava Jato demoliu apenas um dos lados da bipolaridade que divide ?"e tem que dividir para ser democracia?" o universo nacional. A outra parte ficou comparativamente intacta.

Os que acreditam que isso aconteceu porque o campo popular é essencialmente corrupto enquanto o da classe média não é precisam ler os depoimentos de Pedro Corrêa, Sérgio Machado, Nestor Cerveró, Emílio Odebrecht e Delcídio do Amaral, participantes de ambos. São, basicamente, os mesmos personagens que serviram para condenar Lula. Por que vale para um lado e não para o outro?

Combater a corrupção é bandeira republicana, a ser levantada bem alto. Mas sem democracia, a corrupção campeia. Lula era a garantia de alternância, a duras penas construída. Cortada a possibilidade, a democracia fica suspensa.
Herculano
27/01/2018 07:37
Ao Pedro do Bela Vista

Sobre o caso do advogado de Blumenau e Gaspar.Todos possuem o direito de se arrepender. Quem nunca errou? E se arrepender é um gesto de grandeza! Mas antes devem explicar, no arrependimento, que usufruíram como poucos do que se arrependem agora, incluindo da aproximação de quem se defenestra.

Para essa gente, política sempre foi um lucrativo negócio de oportunidade. E a oportunidade, agora é outra. E não será surpresa que se todos os envolvidos estiverem juntos novamente, como se nada tivesse sido declarado, como se declara agora espantosamente, mas em outra sigla apenas. Desde que a oportunidade de poder e dele usufruir dele, a ser oferecida ou negociada for a melhor. Nem mais, nem menos. É assim que os analfabetos, ignorantes e desinformados vão sendo usados para a inteligência de poucos.
LÊO
26/01/2018 20:44
SEGUNDO ALGUMAS PESQUISAS,SOBRE AS PR?"XIMAS ELEIÇÕES.AONDE SE PEGUNTAVA,QUAL SERIA O CRITÉRIO PARA SE VOTAR EM UM CANDIDATO NAS PR?"XIMAS ELEIÇÕES. 70% DOS ENTREVISTADOS COLOCARAM EM PRIMEIRO LUGAR A HONESTIDADE.DO JEITO QUE ESTÃO OS NOSSOS POLÍTICO. O ELEITOR VAI TER POUCAS OPÇÕES PARA VOTAR.POLÍTICO HONEST? ESTÁ DIFÍCEL
Pedro do Bela Vista
26/01/2018 20:42
Pois é. Quando a barca está afundando, os ratos são os primeiros a pularem fora para se agarrar a qualquer outro tronco boiando para continuar nas vivaldices. O advogado Nemetz, e seu ex-cunhado aqui de Gaspar foram muitos próximos, íntimos até, e usufruíram como poucos até ontem do PT. Com a palavra o deputado Décio Lima, o Celso Zuchi e os petralhas que conviveram com essa gente e agora estão sendo malhados, mesmo merecedores.
DSPTralhando
26/01/2018 18:59
O PTtanic está afundando,agora todos começam a saltar! Como pode um candidato a vice governador não saber de esquemas de corrupção do partido? Ah, o partido está cheio de santo e só agora que o recurso caiu por terra o dito cujo descobriu aonde se metia. Coerente não!
Miguel José Teixeira
26/01/2018 16:43
Senhores,

Extraído da coluna do Moacir Pereira, no Santa:

Advogado Luiz Carlos Nemetz, de Blumenau, que concorreu a vice-governador pelo PT na chapa de José Fritsch, publicou um contundente artigo, intitulado
"O ocaso de um farsante",em que detona o ex-presidente Lula. Dispara, a certa altura: "Sob o engodo de perpetuar um novo sistema, Lula se esqueceu das forças sociais que prometera libertar. E pouco a pouco, foi se embrenhando num emaranhado de compromissos que o levaram ao lamaçal da corrupção. E, pior que isso: gostou do que viu e do que provou. Um dia, todo embusteiro cai. E hoje Lula caiu."

Valeu, (meu Querido) Doutor Nemetz!!!
Herculano
26/01/2018 15:27
DISCURSO DA DESOBEDIÊNCIA À JUSTIÇA PREJUDICA LULA por Helena Chagas, de Os Divergentes

Manter o discurso da indignação e seguir com a candidatura Lula até o fim é o que resta ao PT ?" ainda que sejam grandes as chances de ele vir a ser cortado da cédula até agosto ou setembro. É o único jeito de tentar segurar o apoio da maioria dos que hoje, nas pesquisas, dizem votar no ex-presidente e, quando o fim chegar, se chegar, sobreviver a bordo de outra candidatura ou aliança. Lula e o PT, porém, não podem errar na mão, como fizeram nesta quinta ao pregar a desobediência à decisão da Justiça.

Lula fez uma frase de efeito em seu discurso, dizendo que não tem razão para respeitar a decisão do TRF4. Outros petistas, como o senador Lindbergh Farias, pegaram mais pesado, falando claramente em desobediência à Justiça.

É o suficiente para assustar muita gente que poderia até estar se sensibilizando com o discurso da perseguição ao ex-presidente, apontando o rigor excessivo dos desembargadores do TRF4 e, também, considerando um exagero a decisão do juiz federal de Brasília que confiscou seu passaporte e o impediu de viajar.

O discurso da desobediência à Justiça é um prato cheio para as forças anti-lulistas, que não por acaso já começaram a reagir, sobretudo na mídia, acusando os petistas de desrespeitar o Estado de Direito. Uma coisa é apontar abusos e se colocar como injustiçado. Outra, muito diferente, é se colocar acima de uma decisão do Judiciário ?" por pior que seja ele ?" numa democracia. Isso é grave e pode tirar votos.

Mais: pode criar um espírito de corpo no Judiciário e dificultar a vida do próprio Lula nos próximos recursos ao STJ e ao STF. Por que serão compreensivos com quem diz que decisão da Justiça não vale nada?

Há momentos em que é difícil, muito difícil, manter o sangue frio. Mas é justamente nessas horas que é preciso respirar fundo e agir calculadamente, calibrando ação e indignação em doses certas.
Herculano
26/01/2018 15:24
CARTA ABERTA A MÁRCIA TIBURI, por Eduardo Affonso, no Instituto Liberal de São Paulo

Marcinha,

Não nos conhecemos. Até a semana passada, nunca tinha ouvido falar de você - e você certamente morrerá sem saber que eu existo. A despropositada intimidade do diminutivo (não vai aí nenhum machismo ou paternalismo) é porque fui tomado de intensa ternura nas três oportunidades em que sua existência cruzou com a minha.

A primeira, num evento de apoio ao ex-presidente Lula, aqui no Rio, durante o qual você disse que "o STF é uma bosta, epistemologicamente falando". Admirei sua coragem de dizer isso diante de quem nomeou três dos onze membros da corte, e que esteve por trás da nomeação de outros quatro (através de interposta pessoa, a ex-presidenta). Você disse, na cara do homenageado, que 63,636363% de uma bosta epistemológica são obra dele. Oigalê!

A segunda foi ontem, quando assisti a um vídeo em que você - autora de um livro provocativamente intitulado "Como Conversar com um Fascista" - se recusa a conversar com um "fascista". O episódio me lembrou o ex presidente Fernando Henrique, aquele do "esqueçam o que escrevi".

A terceira acaba de acontecer, ao ler sua missiva ao radialista que propôs o frustrado debate entre você (a progressista) e um? "fascista".

Você diz que gosta de conversar "com quem apresente argumentos consistentes". Que argumentos consistentes você teria a apresentar na defesa de um réu condenado em primeira e segunda instâncias, num processo legal em que houve amplo direito de defesa (e direito, inclusive, de questionar as provas, as leis, o juiz, o sistema jurídico)?

Não é seu dever "resistir ao pensamento autoritário, superficial e protofascista"? Como resistir se você foge ao debate ?" e debates, nas suas próprias palavras, "desvelam divergências teóricas ou ideológicas podem nos ajudar a melhorar nossos olhares sobre o mundo"?

Você diz "lutar contra o empobrecimento da linguagem, a demonização de pessoas, os discursos vazios, a transformação da informação em mercadoria espetacularizada, os shows de horrores em que se transformaram a grande maioria dos programas nos meios de comunicação de massa." Quer show de horrores maior que abandonar um debate antes mesmo que ele se inicie ?" ou seja, com base exclusivamente em ideias preconcebidas (em preconceitos) sobre o seu interlocutor? Quer empobrecimento maior da linguagem e discurso mais vazio que esse de recusar o contraditório, virar a cara, dar as costas, bater a porta e ir embora?

Não é a primeira vez (e não será a última) que você faz isso - e diz que o faz por "uma questão de coerência", pelo "direito de não legitimar como interlocutor pessoas que agem com má fé contra a inteligência do povo brasileiro ao mesmo tempo em que exploram a ignorância, o racismo, o sexismo e outros preconceitos introjetados em parcela da população". Se são esses os seus critérios para "legitimar" interlocutores, como é que confabula tanto com quem se especializou em manipular informação, explorar a ignorância, incentivar o racismo, instrumentalizar o sexismo?

Você diz que teve medo de, "após o golpe midiático-empresarial-judicial", não existir mais "espaço para debater ideias". Que golpe, minha filha? Golpe foi a derrubada de Pedro II, de Júlio Prestes, de Getúlio Vargas, de João Goulart. Golpe é quebra da ordem institucional ?" e olha nós aqui, com a mesma constituição, o mesmo Congresso, governados pelo vice no qual você votou, pelo vice que você elegeu.

Há espaço para debater ideias: você foi convidada para um deles, e amarelou. Aceitou "debater ideias" quando estava diante apenas dos que defendem as mesmas ideias que você, no evento pró-Lula. Aí, até eu, que não sou filósofo.

Você afirma que o julgamento por um tribunal legalmente constituído, em pleno estado de direito, é "uma violação explícita da Constituição da República", "uma profunda injustiça". O que é um julgamento justo, na sua opinião? Aquele em que o seu lado sempre vence? Talvez você não saiba, mas nesse mesmo julgamento o seu réu de estimação foi absolvido de outras acusações. Nestes casos a Constituição da República foi violada também?

Ok, seu argumento para não debater era que este seria um daqueles casos em que "argumentos perdem sentido diante de um já conhecido discurso pronto". Este não poderia ser exatamente o argumento do outro lado para não debater com você? Não poderia também seu oponente alegar que o seu campo ideológico está repleto de "conhecidos psicóticos", que investem em "produzir confusão a partir de ideias vazias, chavões, estereótipos ideológicos, mistificações, apologia ao autoritarismo e outros recursos retóricos que levam ao vazio do pensamento". Freud disse que "quando Pedro me fala de João, sei mais de Pedro do que de João". Quando Márcia fala de Kim?

"Creio que é importante chamar ao debate e ao diálogo qualquer cidadão que possa contribuir com ideias e reflexões, e para isso não se pode apostar em indivíduos que se notabilizaram por violentar a inteligência e a cultura, sem qualificação alguma, que mistificam a partir de clichês e polarizações sem nenhum fundamento. O discurso que leva ao fascismo precisa ser interrompido. Existem limites intransponíveis, sob pena de, disfarçado de democratização, os meios de comunicação contribuírem ainda mais para destruir o que resta da democracia." Quem disse isso foi você, mas ficaria ainda melhor, e faria muito mais sentido, na voz do Kim.

Você encerra sua carta pontificando: "O detentor da personalidade autoritária, fechado para o outro e com suas certezas delirantes, chama de diálogo ao que é monólogo." Acho perfeito. Eu assinaria embaixo, sem pestanejar. Pena que você, com sua personalidade autoritária, fechada para o outro e com suas certezas delirantes, só aceite o diálogo quando ele é monólogo.

Aguardo, ansioso, seus debates com o Duvivier, a Taís, o Boulos, a Gleisi, a Tássia, o Sibá, o Lindinho, o Zanin.

P.S. Sei que, no campo ideológico no qual você milita, a língua é considerada um instrumento de opressão - por isso vocês insistem tanto em oprimir a gramática. Mas como você é filósofa, professora, e muita gente deve ler o que escreve, aceite estes pequenos reparos como parte da minha luta pessoal "contra o empobrecimento da linguagem":

1. "Por o mundo está lotado de canalhas". Tudo bem que a Globo tenha institucionalizado a apócope do R nos verbos no infinitivo, mas acho que é só na fala, não na escrita. Escreva "Por o mundo estaR lotado de canalhas" ?" ou "Porque o mundo está lotado de canalhas". Vai ficá bem melhó.

2. "?os shows de horrores em que se transformaram a grande maioria". Filósofos/as/xs costumam dar mais atenção a falácias que a silepses. "A maioria" é singular; logo, o verbo fica no singular também: "os shows de horrores em que se TRANSFORMOU a maioria" ("a maioria se transformou", não "a maioria se transformaram"). A gente podemos não concordar em nada, mas deixemos a concordância verbal fora disso.

3. "Tenho o direito de não legitimar como interlocutor pessoas?". Pode ser frescura minha, mas "uma pessoa" é interlocutor / interlocutora / interlocutxr. Se são "as pessoas", então teremos "interlocutores / interlocutoras / interlocutorxs".

4. "Tu, a quem tenho muita consideração, não me avisou do meu interlocutor". Não vou corrigir, em respeito aos amigos gaúchos que devem falar assim. Tu pode ter consideração a quem tu quisé ?" mas bah, tchê, ler isso foi mais difícil que nadar de poncho.
Sidnei Luis Reinert
26/01/2018 12:28
Lula, o Exterminador da Varig




Artigo no Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Eduardo Eidt Letti

Senhoras e senhores!!! Vejam so como a vida da voltas. Sabem quem e o advogado de Lula? Chama-se Christiano Zanin Martins. E quem e Christiano Zanin Martins? Christiano Zanin Martins é casado com Valeska Teixeira, filha de Roberto Teixeira. Portanto Christiano é genro de Roberto Teixeira. Mas quem e Roberto Teixeira?

Pra quem não sabe, Roberto Teixeira e dono do escritório Teixeira & Martins advogados. Tem mais, Lula é padrinho de casamento de Cristiano e Valeska. Portanto, Lula e Roberto Teixeira são compadres. Lula é "dindo" de Cristiano e Valeska. Ta... Mas o que isso tem a ver?

Tem a ver com a VARIG, mais precisamente com o fim da VARIG. Relembrando, Roberto Teixeira foi o responsável por arquitetar juridicamente o golpe que foi a venda fraudulenta e ilegal da Varig em 2006 para o fundo estrangeiro Matlin Patterson, chefiado por um Chinês larapio, chamado Lap Chan (foto em anexo).

Na foto da quadrilha que liquidou a VARIG, Christiano aparece ao lado de Valeska (vestido branco). A sua esquerda, Lap Chan, o Chines bandido. Roberto Teixeira é o ultimo a direita. A foto tem dedicatória de Lula. "Ao amigo Marco Audi, um abraco, Lula". Tem que ampliar a foto para poder ler a dedicatória. Entenderam?

Os fatos: Lap Chan comprou a Varig na bacia das almas por R$ 57 milhões de Reais num Leilão realizado dia 20 de Julho de 2006, no hangar da empresa, no aeroporto Santos Dumont. Um ano depois, Lap Chan vendeu a parte boa da empresa, os chamados ativos, para o Grupo Aurea ?" Leia se GOL - do Nenê Constantino por R$ 320 milhões de dolares. O passivo, incluindo as rescisões trabalhistas foi para as "calendas gregas".

Tudo arquitetado nos bastidores com aval do governo corrupto de Lula. Estima-se que o escritório de Roberto Teixeira tenha levado R$ 6 milhões de dólares para ajudar a liquidar com a VARIG.

Ao mesmo tempo em que matava VARIG, o governo de Lula emprestava bilhões de reias do BNDES a fundo perdido para Cuba, Venezuela e Mozambique, entre outros.

O tempo passou e de tanto ajudar fazer falcatruas, Roberto Teixeira é hoje mais um réu na Lavajato.

Roberto Teixeira e Cristiano Zanin, além de Genro e sogro, são sócios no escritório de advocacia Teixeira & Martins advogados.

Entenderam?

Essa turma vem fazendo sacanagem ha muito tempo. Prejudicaram muita gente.

Como disse John Kennedy: "Perdoe seus inimigos, mas não esqueça seus nomes".

Então, em nome dos 9 mil funcionários da VARIG vitimas de um crime de lesa-pátria, que foram para o olho da rua em 2006, sem receber um centavo de rescisão trabalhista, hoje e um dia de celebração.

O império que estes bandidos montaram em cima de corrupção e sacanagem, esta ruindo. O poder já lhes foi tirado, a liberdade começa a ser tirada. Falta resgatar o patrimônio amealhado de maneira fraudulenta.

No final de tudo, só a verdade os libertara.

Em tempo: será que Cristiano será o advogado de defesa do sogro quando este for julgado por Sergio Moro?

Ou se dara por impedido?

Boa sorte ao Cristiano e ao Roberto Teixeira, enquanto bebo minha champagne por aqui.

Viva a VARIG!

Eduardo Eidt Letti é Piloto da Varig por 20 anos. Texto viraliza nas redes sociais desde o momento da confirmação da condenação de Lula, em 24 de janeiro de 2018.
Herculano
26/01/2018 11:55
O CANDIDATO EL CID, por Eliane Cantanhêde, no jornal O Estado de S. Paulo

O PT avisa que a candidatura Lula está viva, mas só para 'afugentar os Moros'

Ao ratificar Lula para a Presidência da República, a Executiva Nacional do PT está cumprindo uma formalidade, fazendo uma deferência para seu grande líder e acenando com um "El Cid" para as eleições, até que a Justiça siga seu curso e decida não só o destino do candidato Lula, mas também do cidadão Lula. A realidade e a ficção andam juntas e, muitas vezes, a realidade supera a ficção.

El Cid, cavaleiro espanhol, é um misto de personagem real e de ficção, ora endeusado como herói, ora apontado como mercenário. Para compor a lenda, ele foi amarrado a um cavalo depois de morto, com armadura e espada, para, de tão temido e poderoso, afugentar os mouros e vencer a guerra "na moral".

A guerra fundamental de Lula e do PT agora não é eleitoral nem contra outros partidos e candidatos, mas sim na Justiça, para evitar a prisão de Lula. Por 6 a 5, o Supremo decidiu em 2016 que condenados em segunda instância, como ele, já podem ser presos, mas ministros do próprio Supremo continuaram tomando decisões em contrário e um dos seis votos vitoriosos pode mudar: o do ministro Gilmar Mendes.

Afora a ironia de Gilmar poder ser decisivo para evitar a prisão dele, o debate sobre prender ou não prender El Cid, ops!, Lula, embala radicalismos. Antes mesmo do acórdão do TRF-4 que aumentou a pena de Lula para 12 anos e 1 mês, a senadora Gleisi Hoffmann avisava que, se prenderem Lula, "vai morrer gente". Agora, o ministro Marco Aurélio adverte que a prisão "poderá incendiar o País".

Entre lágrimas sinceras e um deboche calculado, Lula conclamou os petistas a não acatarem o resultado do TRF-4: "Esse ser humano simpático que está falando com vocês não tem nenhuma razão para respeitar a decisão". Pois só se respeita decisão de juízes que "se comportam como juízes, não como dirigentes de partidos políticos". Assim, liberou a sua tropa para atacar não mais Moro, a Lava Jato e a imprensa, mas também os desembargadores João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus ?" dois deles indicados no governo Dilma.

Lula, porém, dá a sensação de que se diverte falando mais do que deve e sem nenhum compromisso com os fatos. A opinião pública já está acostumada. O problema é quando a presidente de um partido fala em "morrer gente" e um ministro do Supremo vê o risco de uma decisão judicial "incendiar o País".

Cansa a ameaça de guerra, fogo, mortes, quando isso só ocorre nas nossas cidades pela violência urbana, não por guerra política. Este é um país de centro, avesso a radicalismos e assistiu, sem um tiro, uma gota de sangue, ao fim da ditadura, a dois impeachments em 25 anos e à prisão de ministros, governadores e presidentes de Poderes.

Se Dilma sofresse um "golpe", incendiariam o País. Se mudassem as regras de Dilma para a (não) exploração do pré-sal, ocupariam as ruas e avenidas. Com a reforma do ensino médio, invadiriam as escolas. Com a trabalhista, parariam tudo em greve geral. Se o TRF-4 mantivesse a condenação de Lula, os sem-terra e os sem-teto explodiriam Porto Alegre e a Avenida Paulista. E daí? Daí, nada.

Há um lado profundamente triste no que Antonio Palocci chamou de "desmonte moral da mais expressiva liderança popular que o País construiu". Triste e merece reflexão sobre o sistema que "desmonta moralmente" as pessoas, mesmo alguém com a biografia vibrante de Lula, que saiu da intensa pobreza, governou o País num momento de euforia e chegou a 80% de aprovação.

Mas o fato é que as instituições funcionam, o combate à corrupção é inédito e, como citou Moro, "não importa o quão alto você esteja, a lei ainda está acima". Lula manterá uma candidatura El Cid para se defender ou para pôr fogo e atacar todas essas conquistas do Brasil?
Herculano
26/01/2018 11:53
A LETRA FRIA DA LEI, por Merval Pereira, no jornal O Globo

A defesa do ex-presidente Lula tem todo direito de recorrer aos tribunais superiores para tentar reverter a decisão do TRF-4 e conseguir liberá-lo para disputar a eleição deste ano. Mas os tribunais superiores têm também a obrigação de analisar os recursos em tempo próprio para que a eleição não transcorra em insegurança jurídica, permitindo que um candidato considerado inelegível, enquadrado na Lei da Ficha Limpa, registre seu nome na urna eletrônica sem a garantia de que poderá mesmo competir.

Os eleitores não podem ser burlados pela propaganda enganosa do PT e muito menos levados ao erro ao votar em um candidato que está subjudice, pois anularão seus votos se a decisão final e retardatária da Justiça confirmar a inelegibilidade de Lula.

Muito pior será se a lentidão dos tribunais superiores permitir que o candidato do PT, na eventualidade de sairse vitorioso nas urnas, eleja-se e tome posse sem que uma decisão final tenha sido proferida. Ficará a sensação para a opinião pública de que a letargia já conhecida dos tribunais superiores, especialmente no Supremo Tribunal Federal (STF), mais uma vez ajudou a impunidade.

A decisão, que parece tomada, de colocar na pauta do Supremo novamente a autorização para a prisão de condenado em segunda instância, já é em si uma insinuação de que quando uma figura política importante está ameaçada por uma decisão severa, mas considerada fundamental para o combate da impunidade, os ministros do STF se movimentam para modificá-la em seu favor.

Se é verdade que houve mudanças de pensamento de ministros, como já declarou Gilmar Mendes, que pretende agora que a prisão só seja permitida após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), não menos verdade é que o tribunal já deveria ter tratado do assunto antes que um fato político dessa relevância se apresentasse, como era previsível.

Mas mesmo que o Supremo altere seu entendimento, ou que o STJ dê a Lula um efeito suspensivo para evitar a prisão imediata, o fundamental não se altera. E o fundamental não é prender Lula a qualquer custo, mas que a legislação seja cumprida e que a Justiça brasileira demonstre cabalmente que a lei é para todos.

Se houver razão para que o STJ ou o STF revejam a decisão da primeira e da segunda instâncias pela condenação de Lula, que a revisão seja feita às claras e com argumentos jurídicos sólidos, que não permitam à opinião pública desconfiar das intenções dos juízes. Não estará em jogo o mérito das decisões, mas questões constitucionais e legais que porventura tenham sido transgredidas, possibilitando invalidar as decisões anteriores. Dificilmente isso acontecerá, pois seria aceitar a esdrúxula tese da conspiração de todo o sistema jurídico brasileiro para prejudicar Lula e o PT. Mas é preciso que todas essas medidas sejam tomadas dentro do prazo legal aceitável para impedir que a eleição presidencial transcorra em tumulto.

E se os tribunais superiores, especialmente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), considerarem, como parece claro pelas decisões já tomadas pelas instâncias anteriores, que Lula é inelegível, essa decisão não pode ser contestada por quem participa do jogo democrático. Da mesma maneira deve ser tratada a provável prisão de Lula, mesmo somente após o trânsito em julgado.

Se os tribunais superiores fizerem seu trabalho tendo em vista o fortalecimento do próprio sistema jurídico e da nossa democracia, os recursos estarão julgados antes de 15 de agosto, quando termina o prazo para o registro de alianças partidárias em torno de candidaturas, que devem ser aprovadas em convenções até o dia 5 de agosto.

A campanha eleitoral oficial começa no dia 16 de agosto, e não é aceitável que àquela altura ainda pairem dúvidas sobre quem poderá ser candidato. Só temos duas opções a partir de agora: ou cumpre-se a legislação em vigor em toda a sua extensão e rigor, ou corremos o risco de eleger um ditador com a conivência dos tribunais superiores, que abdicarão de sua independência em favor de um projeto político que se anuncia autoritário e desrespeitador das instituições.

Nos discursos de ontem do senador Lindbergh Farias e do comandante do MST, João Pedro Stédile, entende-se que essa parte de petistas e aliados já se colocou fora dos parâmetros constitucionais, alegando que não vivemos mais em uma democracia. Consideram-se com direitos de incitarem a militância política contra as instituições, notadamente ao desrespeito às decisões da Justiça em todos os seus níveis.

Ao mesmo tempo, fazem o jogo duplo de recorrer às mesmas instituições, mas só aceitando a absolvição de Lula como resultado correto. Se saírem vitoriosos nessa empreitada, estaremos diante de um quadro institucional desmoralizado, abrindo caminho para um governo autoritário que se considera acima das leis porque tem o apoio popular.
Herculano
26/01/2018 11:51
MUNDO AVANÇA NA INOVAÇÃO, E O BRASIL CONTINUA NO SÉCULO PASSADO, Pedro Luiz Passos, empresário, no jornal Folha de S. Paulo

Mais que quaisquer dos muitos problemas enfrentados pelo Brasil, a maturidade das inovações tecnológicas que já afrontam mundo afora empresas de todo tamanho e impactam a ordem política e o cotidiano das pessoas não é apenas mais um, mas um dos nossos maiores desafios.

A ruptura de velhos paradigmas fervilha nos EUA, na China, na Índia, em parte da Europa e nos pegou de calças curtas, agarrados a um sistema produtivo sem dinamismo para enfrentar a concorrência externa e com a educação, celeiro das inovações, despreparada para formar o que se requer.

É impossível ficar indiferente às inovações disruptivas no mundo, que levam a modelos de negócios ágeis e flexíveis. Elas chegam aos poucos, como chegaram a internet e as redes sociais. Quando nos demos conta, já estávamos todos conectados.

Tal fenômeno se repete dos transportes aos serviços bancários, da medicina à geração de energia; do agronegócio ao ensino à distância. Até moedas convencionais enfrentam rivais. São as criptomoedas, em que o bitcoin é a mais conhecida.

Essa questão se impõe ao Brasil, que continua travado por debates econômicos e políticos que já deveriam estar superados, sobretudo diante de movimentos a passos céleres das duas potências tecnológicas (EUA e China) e de vários países emergentes.

O "America First" do governo Trump concorre com o "Made in China 2025", programa do líder Xi Jinping para as empresas chinesas alcançarem liderança mundial em manufatura inteligente, robótica e semicondutores. A capacidade de criar artefatos providos de inteligência artificial é o que está em disputa.

Onde estamos nessa corrida? Não há nada sistemático em formulação, à exceção de esforços isolados. No geral, paira a incômoda sensação de que os governantes nem sabem do que se trata. É temerário. Nesse novo mundo não há "direito adquirido". Tudo é virado do avesso.

Não se fala mais se, mas sim quando, por exemplo, o carro elétrico substituirá o motor a combustão, enquanto ainda discutimos um plano de incentivo ao setor automotivo baseado em combustíveis convencionais.

Petroleiras, como a Shell, parecem antecipar-se ao fim do reinado do petróleo, atacado pela energia eólica e solar e pelo anúncio em série de veículos elétricos por Volkswagen, BMW, Renault. A Shell vem instalando pontos de recarga de baterias em postos na Europa.

Os bancos centrais também estão perplexos com a popularização das moedas digitais emitidas por softwares e distribuídas por uma rede difusa de computadores, que atestam e validam as operações. Chamada blockchain, a inovação é um repto às bases de dados centralizados.

Mais: milhares de fintechs despontam no mundo disputando o mercado de crédito e de capitais com os bancos, que se veem forçados a se reinventar para evitar o que a Apple fez com a indústria do disco. E as câmeras digitais, com as máquinas fotográficas analógicas.

Tudo é recente e avança com rapidez e mesmo à revelia de governos, desafiando fronteiras geográficas e o mercado de trabalho.

Estudo da McKinsey estima em 40% os empregos ameaçados pela automação. A consultoria International Data Corporation, IDC, prevê que em 2020 mais de 75% do valor das empresas nos EUA virá de ativos intangíveis como plataformas digitais.

É a economia dos algoritmos emergindo. Incerto é apenas o alcance das transformações. Não há tempo a perder.

A nova onda do progresso passa por inteligência artificial, modelos de negócios inovadores e tecnologias conexas ?"e nós, no Brasil, nem começamos a discutir por onde começar
Herculano
26/01/2018 11:50
A que se esconde como Maria Lavadeira, e é

1. Sobre este duplo emprego do médico Silvio Cleffi, PSC, e agora supostamente incompatível com a função de presidente da Câmara, fui eu o único a observar. Está na coluna

2. Quando ele era imprescindível ao governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, todos no governo fecharam o olho e ferraram o opositor Cicero Giovani Amaro,, via o outro vereador e agora presidente do Samae, José Hilário Melato, PP. Cicero teve que escolher: ou funcionário público ou vereador.

3. Agora, a coisa complicou. Cicero e Silvio, depois da traição e eleição, estão no mesmo barco. Então quem deveria pedir isonomia no tratamento, por questão se alinhamento não vai pedir.

4. No governo Kleber, se nada foi armado para ser assim, Silvio eleito, também a corda está no pescoço. Silvio disse que seria presidente, mas não opositor a Kleber. Ou seja, vai servir a dois senhores: os que o elegeram e ao governo onde diz que não saiu.

5. Denunciar no Ministério Público? Por que você não reúne as provas e mesmo faz isso? Acorda, Gaspar!
Gaspar
26/01/2018 08:10
Lula-lá, que planejava deixar o país foi impedido pela justiça federal... sem vergonha.
MARIA LAVADEIRA
26/01/2018 08:05
HERCULANO

Qdo vc vai falar sobre o recebimento de salário do Dr. Silvio? Todos sabem que ele tem 2 vínculos empregatícios com a prefeitura. 1 de clinico geral e outro de cardiologista, totalizando 20 horas semanais. Mas pelo que se sabe, faz tempo que trabalha só 10 horas (ou nem isso). Qual vereador vai investigar isso? Qdo o MP vai se interessar pelo assunto?
Profe
26/01/2018 08:01
Cristovam Buarque para presidente, representando as esquerdas.
Herculano
26/01/2018 07:52
A LONGA MARCHA PELO TAPETÃO, por Fernando Gabeira, no jornal O Estado de S. Paulo

O jogo acabou. O Brasil livrou-se de um populista em 2018. Mas não do populismo

De vez em quando, o Brasil entra nuns desvios e perde o foco, mesmo vivendo uma crise profunda, com alarmes assustadores, como o rombo na Previdência. Esse desvio foi uma escolha da esquerda. E o País, no conjunto, acabou distraído com a sorte do ex-presidente Lula.

Havia mais gente nas filas de vacina contra a febre amarela do que manifestantes na rua. Não perdemos o fio terra.

Esse descaminho começou com a tática do PT de negar a montanha de evidências trazidas pela Lava Jato. A tarefa principal era salvar Lula da cadeia. Foi o motivo de ele ter-se declarado candidato a presidente, de novo.

Com esse movimento, associaram a sorte de Lula ao rumo das eleições e acharam a mola política com que iam saltar a montanha de evidências: explicar os fatos como uma conspiração da Justiça; se as pessoas não percebem isso, é porque a conspiração tem outro braço poderoso, a grande imprensa.

Para a esquerda, a sorte de Lula, a das eleições e da democracia são a mesma coisa. Não perdi tempo tentando discutir isso. É apenas uma cortina de fumaça que nos afasta da tarefa de reconstruir o País e, dentro dos limites, realizar mudanças no sistema político.

A decisão do TRF-4 foi uma espécie de choque da realidade, embora uma perspectiva política carregada de religiosidade possa ver nessa derrota apenas um prenúncio da grande vitória final.

Foram muitas as visões. Viram alguém com um cartaz "Forza Luca" na torcida do Bayern de Munique e acharam que era "Forza Lula". Viram ônibus de mochileiros vindos da fronteira e acharam que eram apoiadores de Lula.

Nada contra o direito de delirar. Mas quando o delírio compromete o foco de reconstrução nacional, ele preocupa. De certa forma, acho que a própria imprensa ?" a grande manipuladora, na opinião da esquerda ?" acaba embarcando nessa expectativa de um grande acontecimento, na verdade, uma condenação lógica e previsível.

Não porque a imprensa tenha uma tendência à esquerda. Ouvi a cobertura do caso na estrada, o rádio passando por várias cidades, vozes diferentes. Existe uma certa expectativa de projetar problemas futuros. Passada a decisão, ela se deslocou para os recursos que podem surgir.

O resultado foi de três a zero. Claro que pode haver recurso, mas não tem importância nenhuma. Ninguém pergunta ao time de futebol que sofre uma goleada se vai entrar com um recurso. E se entrar, pouca atenção se dá a ele.

Quando me dei conta, já havia um cipoal de recursos previstos, de forma que o problema só seria resolvido em agosto de 2018 e até lá seríamos prisioneiros desse impasse. Parece que existe uma satisfação em escavar recursos e apelações, enfim, um desejo inconsciente de não sairmos do lugar, pelo menos até agosto.

Mas os dados estão lançados. Assim que for julgado o recurso, pela lógica de condenação em segunda instância Lula será preso.

Essa é a leitura que fiz na estrada. De forma muito frequente os comentaristas se abstraem da consequência legal da decisão e se fixam nas eleições. É como se Lula tivesse sido condenado simbolicamente e tivesse apenas pela frente uma longa batalha jurídico-burocrática.

Enfim, ao dramatizar um recurso perdido de antemão o Brasil construiu uma grande plataforma emocional, um espaço de distração, cheio de pequenos sobressaltos. Ao invés de cair na realidade e olhar para a frente, vai acompanhar a longa marcha da esquerda pelo tapetão.

Peço desculpas de novo por me ausentar dessa questão, como me ausentei da história do recurso no TRF-4. Havia provas testemunhais, periciais e documentais e o TRF-4 tinha confirmado todas as principais sentenças de Moro.

A emoção desloca-se para embargos de declaração, recursos especiais, enfim, pela perpetuação do jogo.

As multidões que foram às filas de vacina contra a febre amarela, embora um pouco alarmadas, estavam com um pé na realidade, esperando que o universo político-midiático se volte para problemas reais da reconstrução do Brasil. Toda essa encenação dramática do PT diante de um fato inevitável foi a fonte de diversão e material para o suspense jornalístico.

Não tem jeito. Se o ritmo escolhido pela imprensa for também o de dramatizar o tapetão, então vamos ter de esperar com paciência.

O problema é que está chegando a hora de discutir alternativas para o País. Fabio Giambiagi, que estuda há muitos anos o déficit da Previdência, encontrou uma imagem para a situação do País: o Brasil suicida-se em câmera lenta.

Se consideramos o tempo curto e a necessidade do foco na reconstrução, veremos que também na política é preciso olhar para a frente. Toda essas dispersões, esse falsos dramas, servem apenas para consolidar nosso atraso.

Um gigantesco esquema criminoso assaltou o País durante muitos anos. Investigações eficazes e um magnífico trabalho de equipe nos puseram diante de toneladas de evidencias. É razoável esperar que as pessoas sejam condenadas e presas.

Dentro ou fora da cadeia, Lula será um importante eleitor. Não creio que tenha descido acidentalmente ao lado de Jaques Vagner e Fernando Haddad em Porto Alegre. Faz parte do ritual comunista indicar a sucessão pela proximidade física nas aparições em público. Com o tempo, até eles terão de olhar para a frente, como a viúva que aos poucos deixa o luto e encara de novo a vida.

O jogo acabou. O Brasil livrou-se de um populista em 2018. Mas não se livrou do populismo. Esse é ainda um grande problema do amanhã, que só um amplo e qualificado debate nacional pode superar.

Há um longo caminho pela frente, espero que possamos vê-lo com, nitidez, em vez de nos perdemos na gritaria de derrotados pela sociedade, que deseja justiça e instituições que a apliquem com transparência.
Herculano
26/01/2018 07:50
CONDENAÇÃO DE LULA É VITóRIA DA REPÚBLICA, editorial do jornal O Globo

O julgamento do ex-presidente pelo TRF-4 reforça o princípio da igualdade de todos perante a lei, mas é preciso enfrentar os movimentos em prol de retrocessos

A condenação de Lula, em Porto Alegre, é o ponto mais alto de uma curva de fortalecimento das instituições republicanas, que começa a subir em 2010, na aprovação da Lei da Ficha pelo Congresso. Chega ao Supremo em 2012, no início do julgamento dos mensaleiros, segue rumo a 2014, quando vários foram condenados, e atinge hoje o píncaro, com a condenação a 12 anos de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro, de um ex-presidente da República. A característica comum a cada um desses momentos é envolver assunto contra os interesses de poderosos na política.

Mensaleiros petistas e de legendas aliadas ao PT foram julgados e condenados, embora o partido ocupasse o Planalto. Tratava-se da primeira decisão de impacto do Judiciário, de que se tinha notícia, contra habitantes do poder ?" por uma Justiça cuja imagem é de uma instituição adestrada em punir pobres em geral, e não enxergar ricos e poderosos em particular.

A condenação de Lula e a decretação de sua virtual inelegibilidade são parte do fortalecimento dos músculos republicanos, por meio do Ministério Público robustecido pela Constituição de 88, e que já tinha demonstrado força no mensalão. E tem cumprido um papel vital, no desbaratamento da poderosa quadrilha do petrolão, de que emerge a figura de Lula como chefão, algo vislumbrado já nos primórdios do mensalão.

Não seria possível, raciocinava-se em 2005/6, aquele trânsito de falcatruas no governo sem o conhecimento do presidente. Tempos depois, a figura do capo surgiria em um depoimento do seu ex-braço direito Antonio Palocci. Também na Lava-Jato, Renato Duque, um diretor da Petrobras que ele nomeara para fazer parte do petrolão, citou-o como chefe.

Condenado Lula, com a possibilidade real de ele começar a cumprir a pena de prisão por 12 anos e um mês, deflagra-se o que já aconteceu em outros momentos semelhantes: toda vez que poderosos são ameaçados por algum dispositivo legal, movem-se forças para, também por ações legais, atenuar o cerco das instituições ao criminoso de colarinho branco.

Bastou a força-tarefa da Lava-Jato, merecidamente elogiada pelos três desembargadores de Porto Alegre que confirmaram a condenação de Lula pelo juiz Sergio Moro, começar a ter êxito em desbaratar o esquema montado na Petrobras pelo PT, para surgirem no Congresso e no Judiciário movimentos a fim de eliminar ou tornar menos eficazes instrumentos básicos responsáveis por este avanço contra a criminalidade de terno e gravata.

Um exemplo são as investidas contra a colaboração premiada. Avança-se também para desidratar a prisão preventiva, e por aí se tem ido. A condenação de Lula em segunda instância, por sua vez, reaviva os interesses de, por meio de julgamento no Supremo, mudar o entendimento da própria Corte de que sentença pode começar a ser cumprida na confirmação do veredicto em segunda instância, situação de Lula.

A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, pautaria o assunto. Que a possibilidade de penas começarem a ser cumpridas depois da segunda instância seja mantida. Para que o Estado não perca terreno neste embate decisivo contra o velho patrimonialismo brasileiro, que, como se vê, é praticado também pela esquerda. Trata-se de algo vital para a regeneração da democracia representativa.
Herculano
26/01/2018 07:49
A RESSACA DO PT E O PóS-LULA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

EM DIA de ressaca ruim do PT, a gente ouvia dúvidas novas de lideranças petistas e de amigos de Lula da Silva. A conversa sobre o pós-Lula pode começar talvez muito mais cedo do que se previa. Em vez de 2019, pode ser um problema para as águas de março.

Talvez logo se imponham a definição de um candidato substituto e a revisão da estratégia de sobrevivência parlamentar e de alianças. Pode haver disputa precoce sobre a futura liderança partidária, abafada por Lula em particular desde os anos 1990, quando restou apenas uma palmeira em um petismo reduzido a um gramado.

Até a derrota completa no julgamento de Porto Alegre, dizer que "não havia plano B" era mais que retórica, pelo menos desde meados de 2017. De um modo ou de outro, Lula conduziria o partido até o dia da eleição, como candidato ou grande tutor do escolhido para sucedê-lo. Agora, há uma imensa e nova pedra no caminho desse plano, que é a possível prisão de Lula.

Um encarceramento provisório, sustado por uma decisão liminar qualquer, pode não ser o fim da linha (ou até o contrário, pode ser uma martirização alentadora). Uma decisão milagrosa do Supremo sobre o fim das prisões depois de condenações em segunda instância é uma esperança. E se der tudo errado?

Os petistas que se dispuseram a falar dizem que eles mesmos sabem muito pouco do que será feito dos problemas criados pelo julgamento de Porto Alegre. Muito depende de Lula. Mas se ouve que a cúpula do partido ficará "nervosa", que "atritos antigos vão aflorar", como se houvesse uma antecipação do "pós-Lula".

Primeiro problema: se Lula estiver preso, não será possível levar o sucessor em caravanas de campanha; seria muito difícil ungir e favorecer o escolhido da prisão. Lula teria de fazê-lo o quanto antes. Se o fizer, como ficam as conversas de unificação da esquerda e conversas sobre a possibilidade remota de o PT apoiar um aliado com mais potencial? Mais importante, como apresentar o candidato? Lula jogaria a toalha?

Além do mais, estando desarranjado o plano principal, como organizar as alianças e as candidaturas parlamentares de modo a evitar que o partido seja dizimado no Congresso?

Segundo problema, há críticas ao desempenho de Gleisi Hoffmann na presidência do PT e a suas manifestações mais exaltadas, que não seriam a posição de várias lideranças e, de qualquer modo, são vistas como nada pragmáticas ou nada eficientes mesmo entre a militância. Sem a presença de Lula, essas lideranças não querem que Gleisi seja a voz do partido.

Terceiro e mais vistoso problema, ainda é difícil descobrir quem seria o possível candidato no lugar de Lula. Há quem diga que isso não está definido, que não se sabe, que é Jaques Wagner ou que há chance para Fernando Haddad, talvez protegido por Lula de um tiroteio precoce.

Quarto problema (e curioso ouvir tal coisa no PT): o humor do eleitorado pode mudar "ligeiramente" nos próximos meses, uma confluência de ventos ruins para o partido. Por um lado, deve haver alguma melhora de ânimos na economia; por outro, vai haver desânimos com o futuro de Lula, no eleitorado em geral e mesmo na militância. Há o risco de o PT cair pelas tabelas muito antes de começar a campanha.
Herculano
26/01/2018 07:47
LULA PASSA DOS LIMITES, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Petista comporta-se como líder sedicioso, incitando à desobediência civil sem que nenhum de seus direitos tenha sido violado no processo que o condenou

Seria ingenuidade esperar que Lula da Silva, como ex-chefe de Estado que foi e líder político que é, tivesse a grandeza de respeitar as instituições do regime democrático que ele diz tanto prezar. Contudo, mesmo sabendo-se que Lula da Silva jamais foi o democrata que ele proclama ser, mesmo que ele tenha dado inúmeras provas de seu autoritarismo ao longo de toda a sua trajetória, tem causado espanto a virulência de sua reação à sua condenação judicial por corrupção, muito além do que faculta o direito de espernear e muito mais grave do que as inúmeras agressões que sua equipe de advogados cometeu contra os juízes do processo e contra o próprio Judiciário.

Lula da Silva tem ultrapassado todos os limites que uma pessoa pública deveria respeitar, por mais contrariada que esteja. Pode-se dizer que o chefão petista, agora condenado por corrupção, comporta-se como líder sedicioso, incitando à desobediência civil sem que nenhum de seus direitos tenha sido violado no processo que o condenou.

Quando vocifera, do alto de um palanque, que os desembargadores da 8.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) "formaram um cartel para dar uma sentença unânime" e confirmar a decisão do juiz federal Sérgio Moro, condenando-o à prisão por corrupção, Lula da Silva afirma com todas as letras que houve uma combinação entre os magistrados para chegar a esse resultado e, assim, impedir sua candidatura à Presidência. Pior: Lula da Silva acusa os quatro juízes que o condenaram de integrar um complô com o Ministério Público, a Polícia Federal e a imprensa para sabotar sua volta ao poder. "Eles não precisam mais de militares com canhão na frente do Congresso Nacional. Agora eles fazem através das instituições", discursou o ex-presidente, citando especificamente "a construção de um pacto entre o Judiciário e a mídia". No auge de seu delírio, Lula da Silva disse que, embora fosse ele o réu, "o condenado foi o povo brasileiro". Em casos assim, recomenda-se ao paciente um bom psiquiatra.

Na mesma linha de seu chefão, o PT soltou uma nota em que diz que os votos dos desembargadores que julgaram a apelação do ex-presidente foram "claramente combinados", o que "configura uma farsa judicial". Por essa razão, o partido informa que não aceitará "que a democracia e a vontade da maioria sejam mais uma vez desrespeitadas" e que lutará "principalmente nas ruas". A insanidade, como se vê, pode ser coletiva.

Os sabujos de Lula rapidamente aderiram ao tom incendiário. Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), disse que "o povo vai para as ruas, trancar rodovias" e "desautorizar o TRF-4". O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, mandou um "recado para a dona Polícia Federal e para a Justiça: não pensem que vocês mandam no país". E anunciou: "Nós, dos movimentos populares, não aceitaremos de forma nenhuma que o nosso companheiro Lula seja preso". Para Raimundo Bonfim, dirigente da Central de Movimentos Populares, "não há outro caminho que não a rebelião e a desobediência civil". E o senador Lindbergh Farias desafiou: "Venham, que nós estamos preparados para lutar nas ruas". É um concurso de valentia e valentões!

Tudo isso se deu na reunião da direção nacional do PT em que foi anunciado oficialmente o lançamento da pré-candidatura de Lula à Presidência. A julgar pelos discursos inflamados, os petistas não estão se preparando para uma campanha eleitoral, mas para uma guerra. No mundo real, porém, com exceção dos pneus queimados de praxe, o País amanheceu tranquilo um dia depois da condenação de Lula. A retórica virulenta dos petistas não parece capaz de mobilizar ninguém além dos sequazes de sempre na defesa de seu líder corrupto.

Mas, como nem todos os dirigentes petistas são tresloucados, certamente já há entre eles quem saiba que o partido será duramente castigado nas urnas se embarcar nos delírios de Lula, uma vez que sua candidatura, lastreada exclusivamente em um discurso delinquente e antidemocrático, é tóxica. Enquanto Lula insulta as instituições, com indisfarçável medo da prisão, os petistas, discretamente, desembarcam do barco furado e tratam de cuidar da vida.
Herculano
26/01/2018 07:42
TRANSFORMAR CAMPANHA EM DEBATE SOBRE LULA É ÚNICA SAÍDA PARA O PT, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Às 17h45 de quarta-feira, a campanha presidencial de Lula se tornou o plano B do PT para as eleições deste ano. Cada vez mais distante das urnas, o ex-presidente vai usar o debate sobre sua candidatura não apenas como um foro de defesa pessoal, mas como mecanismo para manter vivo seu protagonismo político e um projeto partidário atrelado a sua imagem.

Depois da dura e unânime condenação de Lula em segunda instância, a disputa pelo Palácio do Planalto deixou de ser uma missão factível. A luta pelo registro de sua candidatura continuará, mas apenas como pretexto para mobilizar militantes, movimentos sociais e partidos aliados que possam dar fôlego suficiente ao PT para atravessar 2018.

A cúpula petista insiste que não há alternativas a Lula porque, de fato, não há. Ainda que Jaques Wagner ou Fernando Haddad sejam escalados para substituí-lo, as chances de vitória serão remotas e o partido provavelmente sairá menor das urnas.

O JULGAMENTO DE LULA
Lula de camisa azul (Rahel Patrasso - 23.dez.2017/Xinhua)
Como foi o minuto a minuto do julgamento do ex-presidente no caso do tríplex
Jornalistas da Folha comentam condenação em 2ª instância; assista
A principal estratégia do PT para se manter relevante é transformar a campanha eleitoral em um longo debate sobre o direito do ex-presidente de se candidatar. Dirigentes da sigla creem que essa discussão é a única maneira de garantir a fidelidade do eleitorado historicamente alinhado a Lula e manter os partidos de esquerda próximos da órbita petista.

Essa tática será alimentada por uma sucessão de recursos, liminares e cassações que podem adiar uma decisão final sobre a candidatura do ex-presidente. Sob um ambiente desfavorável no Judiciário, Lula tentará se beneficiar da confusão indissociável entre a sentença criminal e a questão eleitoral para, ao menos, faturar politicamente.

Os petistas se escoraram por tanto tempo na figura de seu líder que ele se torna uma figura fundamental para a sobrevivência do partido mesmo sob ameaça de prisão e possivelmente barrado da disputa eleitoral. Não é surpresa que, para o PT, o pós-Lula também dependa de Lula.
Herculano
26/01/2018 07:38
PRESO, LULA PODE MANTER REGALIAS DE EX-PRESIDENTE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

A legislação sequer prevê o que acontecerá com as regalias de ex-presidente de Lula, quando ele passar a cumprir sua sentença de 12 anos e 1 mês de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro. A Lei não prevê o cancelamento de regalias bancadas pelo governo. Até quando no exterior, Lula é acompanhado por assessores pagos pelo governo. Mesmo preso, é provável que ele ainda receba os benefícios.

A GENTE PAGA
Os contribuintes roubados bancam para Lula dois carros com motoristas, além de assessores com salários de até R$13 mil mensais.

ELE DESFRUTA
O gabinete pessoal de Lula, na condição de ex-presidente, tem um custo mensal de R$70 mil somente com salários e auxílios.

NINGUÉM IMAGINAVA
A lei sobre regalias de ex-presidentes é de 1986, mas as alterações de '94 e 2002, e a regulamentação (2008). Nada falam em cassar direitos.

FALTA TEMER DECIDIR
Parte dos assessores do presidente Michel Temer defende que ele revogue as regalias de Lula, mas ele ainda não decidiu.

TCU INVESTIGA CONTRATO DA ANDRADE NA NORTE-SUL
O Tribunal de Contas da União investiga superfaturamento de R$50 milhões na Ferrovia Norte-Sul, no contrato da Andrade Gutierrez, uma das empreiteiras favorecidas pelo esquema de corrupção dos governos Lula e Dilma, desbaratado pela Lava Jato. A empresa foi contratada pela Valec, estatal de ferrovias. O Ministério da Transparência viu indícios de superfaturamento de R$108 milhões em obras da Norte-Sul.

IMAGINA O RESTO
O superfaturamento de R$50 milhões investigados pelo TCU se deu apenas no trecho entre Anápolis e Uruaçu (GO).

MESMO CLUBE DE SEMPRE
Além da AG, estão sob suspeita os contratos da Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e Constran (dona da UTC) para construir a ferrovia.

TRILHOS INVESTIGADOS
Em maio de 2017, a Polícia Federal e o MPF deflagram a operação De Volta aos Trilhos (Lava Jato), que prendeu o ex-presidente da Valec.

REBORDOSA É DE LULA
Tornam a situação de Lula ainda mais difícil na Justiça os petistas porraloucas que pregam "desobediência civil" e ameaçam "convulsão social" quando o ex-presidente passar a cumprir sua pena de prisão.

OTIMISMO EXCESSIVO
O advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, disse a amigos que esperava a absolvição do ex-presidente por 2x1 no TRF-4, sabe-se lá porquê. Nem seu genro, o garotão que defende Lula, era tão otimista.

DESCONTRAÇÃO
O presidente Michel Temer fez seu discurso mais solto no jantar em que foi homenageado por empresários, em Davos, quarta à noite. Perguntou qual seria a agenda da oposição: "defender uma inflação de mais de 10% ou essa 'medíocre taxa' de menos de 3%?'

LÍNGUA DE TRAPO
Quando viram o vídeo em que Gleisi Hoffmann, presidente do PT, às vésperas do julgamento, incitava a violência e até ameaçava mortes, Lula mandou a senadora "calar essa boca". Isso só o prejudicou.

CADÊ O LÍDER?
O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), não põe os pés em Brasília desde o início do recesso, antes do Natal. E o governo continua sem ter votos para aprovar a reforma da Previdência.

LULA QUEM?
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), que por várias vezes acusou a Justiça de condenar Lula "sem provas", fingiu-se de morto, nesta quinta-feira (25), o dia seguinte da condenação do meliante no TRF-4.

MEU NOME É TRABALHO
Aliados afirmam que o líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE), que anda com o filme queimado no Planalto, vai à Câmara todas as semanas desde o Natal trabalhar pela reforma da Previdência.

SUL-MATO-GROSSENSES
O senador Pedro Chaves (PSC) pediu ao ministro Carlos Marun (Governo) ajuda na liberação de recursos para Mato Grosso do Sul, que ambos representam. Chaves relata o projeto de Lei do Pantanal.

PENSANDO BEM...
...nem a Etiópia é longe o suficiente para fugir da vergonha de um ex-presidente da República condenado por corrupção
Herculano
26/01/2018 07:36
LULA E AS ALUCINAÇõES, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Alguns neurocientistas descrevem a percepção como uma alucinação controlada, tantas são as gambiarras de que o cérebro se utiliza quando organiza as toneladas de dados que recebemos de nossos sentidos. A imagem é provavelmente um pouco exagerada, mas explica bem a reação de alguns petistas e simpatizantes à confirmação da condenação de Lula pelo TRF-4. A ideologia e investimentos emocionais estão entre as gambiarras que moldam nossas percepções.

Apesar de os três desembargadores terem fundamentado de forma convincente a decisão de manter a condenação, alguns militantes insistem em descrever o julgamento como uma farsa jurídica, uma versão tropical dos Processos de Moscou, montada para destruir a principal liderança do único partido verdadeiramente popular do Brasil.

Não é que a condenação esteja acima de qualquer crítica. Embora a argumentação do relator tenha sido suficiente para dirimir as dúvidas que eu tinha, estou certo de que um advogado experiente poderá apontar uma infinidade de problemas. Mas, descontadas diferenças doutrinárias, custa-me crer que eles bastem para caracterizar o juízo como uma fraude.

Lula e seus seguidores insistem nessa narrativa porque é o único caminho que lhes resta. O PT surgiu como o partido que iria reintroduzir a ética na política. Nos primeiros anos, essa até parecia uma promessa crível (eu pelo menos acreditei). Mas bastou que o PT conquistasse postos no Executivo para que adotasse e aprimorasse as piores práticas das piores agremiações. Lula não vai agora simplesmente admitir que também ele sucumbiu. Mais fácil denunciar um suposto complô das elites para condená-lo e confiar que a cegueira ideológica faça com que seus simpatizantes acreditem nisso.

A verdade, porém, é que, lamentavelmente, Lula se corrompeu. E isso é algo que agora podemos afirmar com respaldo da Justiça.
Herculano
26/01/2018 07:33
STF TRAMA REVER REGRA QUE PERMITE PRENDER LULA, por Josias de Souza

O STF cogita realizar um movimento que pode radicalizar o clima de gafieira que se instalou no tribunal. Num instante em que Lula passou a temer a chegada dos agentes da Polícia Federal à cobertura de São Bernardo, a Suprema Corte pode apressar a mudança da regra que prevê a prisão de condenados na segunda instância. Se isso acontecer, Lula não receberá voz de prisão, apesar do 3 a 0 histórico registrado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

A decisão que abriu a porta das celas para os larápios com sentença de segundo grau foi aprovada pelo plenário do Supremo. Placar apertado: 6 a 5. Mas o sucesso da Lava Jato fez surgir no tribunal uma política de celas abertas. E a condenação de Lula reforçou nos adeptos dessa corrente o desejo de anestesiar o ímpeto de procuradores e magistrados que querem apressar o cumprimento das penas.

Mesmo condenado, Lula foi lançado como candidato ao Planalto pelo PT. Em discurso, disse não exergar nenhuma razão para respeitar a decisão unânime dos desembargadores de Porto Alegre. E o Supremo flerta com a ideia de transformar a concretização da justiça num momento infinito, adiado eternamente por recursos protelatórios. Num país em que 290 mil presos mofam na cadeia sem um mísero julgamento, um ex-presidente da República condenado a 12 anos e um mês de cadeia pode afrontar o Judiciário em liberdade. E segue o baile.
Herculano
26/01/2018 07:31
EM BANÂNIA, A TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO VIROU A "TEORIA DO DOMÍNIO DA FÁBULA". CUIDADO! por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

No dia 27 de outubro do ano passado, antevi o segredo de Polichinelo do teatro de marionetes de Banânia, que tem o juiz Sergio Moro como titereiro: "Lula não será candidato. O TRF-4 vai condená-lo. Já escrevi que será sem provas. Os pares de toga de Sergio Moro não deixariam na mão o seu 'jedi'. Pouco importa. Candidato ou não, preso ou não (e, nesse caso, seria pior), a ressurreição do petista, como antevi nesta coluna no dia 17 de fevereiro, já aconteceu".

Eis aí. Neste momento, os bravos planejam pegar alguém "do outro lado". Para provar "isenção". Temos hoje uma Justiça administrada por uma espécie de ente de razão. Não são os "Illuminati", como querem os paranoicos de caricatura. É só a corporação da toga a exibir a sua hipertrofia, em associação com o Ministério Público Federal. Já gastei muita tinta desta Folha na versão impressa e já capturei muitos cliques na versão eletrônica tratando dos, como direi?, exotismos da sentença de Moro. Quero agora propor um exercício modesto.

Das duas, uma: ou assistimos, no dia 24, a um julgamento de exceção, cujos critérios e cuja prática não mais se repetirão porque o próprio sistema judicial deve repeli-los, ou abrimos as portas para o incerto: nesse caso, a única garantia que haverá no direito, e não apenas no penal, será não haver garantia nenhuma.

Você está preparado para ser acusado de ter cometido a "Irregularidade A", mas ser condenado pela "Irregularidade B", contra a qual nem se defendeu porque, afinal, não era aquela a denúncia que fazia o órgão acusador? Se a memória fugiu, leitor, eu lembro: o MPF acusou Lula de ter recebido propina derivada de três contratos com a Petrobras. O tal tríplex seria fruto dessa relação. Na sentença, Moro ignorou a questão e foi explícito nos embargos de declaração: "Este Juízo jamais afirmou, na sentença ou em lugar algum, que os valores obtidos pela construtora OAS nos contratos com a Petrobras foram utilizados para pagamento da vantagem indevida para o ex-presidente".

A resposta leva à indagação seguinte: você está preparado para um sistema judicial em que, seguindo a norma das democracias, a defesa não escolhe o juiz, mas, ignorando tal norma, o juiz escolhe o réu? Se "aquele juízo" jamais fez aquela afirmação, então "aquele juízo" violou o princípio do juiz natural porque a ele estavam restritas as investigações relativas à Petrobras.

A questão suscita uma terceira indagação: você está preparado para, condenado em primeira instância, ser julgado pela segunda por desembargadores que dedicam parte de seu voto a fazer desagravo ao juiz da primeira, chamado de "colega", restando a sugestão de que o réu, ao se defender, praticou uma espécie de ofensa à santidade julgadora?

Em suma, leitor, você está preparado para um novo direito, em que a Justiça pode ignorar a denúncia para condenar um réu por ele ser quem é e não por ter feito aquilo que o órgão acusador diz que ele fez? Ainda voltarei a ela aqui e no blog: trata-se da Teoria do Domínio da Fábula, que é a versão verde-amarela da Teoria do Domínio do Fato.

Não estou pedindo que você se coloque no lugar de Lula. Estou sugerindo que você se coloque em seu próprio lugar e defenda um padrão de justiça pelo qual gostaria de ser julgado.

Não invento nada. Kant, meu jurista predileto, me precede nessa ordem de considerações. E os Processos de Moscou e de Berlim, entre meados e fim dos anos 30 do século passado na União Soviética e na Alemanha, precedem os eventos desta quarta. Cito grandezas de maravilha e horror para encarecer a paternidade ancestral do que está em curso. Afinal, somos frutos de uma história, inclusive das ideias.

Se isso nunca mais se repetir, Lula está sendo vítima de um julgamento de exceção. Se atravessamos o umbral, está decretado o fim da segurança jurídica. Restará o Direito do PowerPoint, que é a expressão gráfica e ágrafa da Teoria do Domínio da Fábula, criada para inflamar os apedeutas das redes sociais de Banânia.
Herculano
26/01/2018 07:26
Ao Leitor, que se identificou como Rádio Corredor.

Não é a toa que esta coluna é a mais lida e acreditada. Nada como um dia após o outro. O tempo é o senhor da razão...Só a Franciele Daiane Back, Claudionor da Cruz Souza, Luciano Odair Coradini e o próprio Kleber Edson Wan Dall acreditaram no jogo que marcaram.

O verdadeiro é jogado em outra banca com Osvaldo Schneider, o Paca; Carlos Roberto Pereira, Ivete Mafra Hammes, Walter Morello, Celso Oliveira...
Rádio Corredor
26/01/2018 07:21
Escuta-se pelos corredores da Barrosa que,ouve sim má fé do MDB na eleição para presidente do Legislativo.O MDB temia um certo fortalecimento do PSDB e um provável descontrole.Acreditam que a força da Religião superará as divergências com o Dr. SILVIO...Quem viver verá....
Herculano
26/01/2018 07:20
SAMAE INUNDADO, A INCAPACIDADE DE QUEM POLÍTICA GANHA MUITO PARA DEIXAR OS GASPARENSES SEM ÁGUA

Ricardo, sinceramente, você acha isso lindo e justo essa esbórnia do Samae de Gaspar para com a população que paga em dia a água que não recebe? Por que você não quer que nada seja divulgado? Para não se corrigir? Para salvar o seu herói? Para proteger o político? Para que as pessoas continuem sofrendo mais do que já estão sofrendo com a falta de água nas torneiras?

Se você é cabo eleitoral do mais longevo vereador de Gaspar, José Hilário Melato, PP, agora investido, porque quis e exigiu, presidente do Samae de Gaspar, você deve ter lá as suas razões, mas está na hora de salvá-lo desta enrascada em que se meteu.

Primeiro: não há deficit de produção de água tratada em Gaspar. Segundo, há falta de água constantemente nas mais diversas regiões de Gaspar. Então, alguma coisa está errada.

E o que está errado é a gestão de pessoas, de técnicos e o completo desconhecimento da área, bem como a falta de humildade para lidar com algo desconhecido e como político carreirista se submeter aos que conhecem o assunto.

É um jogo perigoso. Pelo menos menos Melato deveria livrar a cara do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, que já anda manco por ai. Incrível!

A não ser que Melato esteja boicotando o Kleber, para ter mais do que já tem, uma prática reiterada do político. Uma amostra ele já deu na eleição recente da mesa diretora da Câmara.Deixou o Kleber e o MDB chupando os dedos no caso da Franciele Daiane Back, PSDB.

De um leitor meu recebi até este poemete. Você acha isso lindo?

Gaspar, Coração do Vale
Cidade que me seduz
De dia falta água
De noite falta luz.

Você me escreve para dizer que eu sinto inveja por estar ganhando uma aposentadoria merreca do INSS enquanto o político nada em salários altos. Ou seja, ganha bem para inundar o que administra. e deixar pessoas infelizes.

Veja o relatório de ontem, quinta-feira, do SAMAE INUNDADO

Hoje foi um dia turbulento no Samae de Gaspar.

Toda Belchior Alto,Central e Baixo, Bateias e Barracão sem água. E por que?Por falta de gerenciamento, planejamento e acima de tudo, comprometimento com o consumidor.

Até quando a população vai ter que conviver com essa situação? Será que o abastecimento volta ao normal amanha [hoje]. Acredito eu que não. É que o corpo técnico e a direção, sem exceção, são politiqueiros de plantão. Eles não encontram nenhuma resposta para os problemas. Reclamações são inúmeras, o prefeito quer se reeleger com o Samae. De que jeito? Então, Acorda, Gaspar!
Ricardo Doerchardt
25/01/2018 22:43
Herculano, seu lindao

quando tu vais editar uma coluna sem mmencionar o nosso Diretor Presidente, o melhor de todos até aqui.
É AMOR antigo né? Me lato por cima e tu com salário falido da Previdência.
Herculano
25/01/2018 21:13
PERSEGUIDORES DE LULA JÁ COMPõEM UMA LEGIÃO, por Josias de Souza

Responsáveis pela primeira condenação de Lula na segunda instância do Judiciário, os desembargadores Leandro Paulsen, João Pedro Gebran Neto e Victor Luiz dos Santos Laus foram incorporados ao rol de perseguidores do presidenciável do PT. Em discurso no ato de formalização de sua candidatura ao Planalto, Lula declarou que o 3 a 0 anotado no TRF-4 é fruto de um "cartel". Nessa versão, a condenação unânime não passaria de uma combinação de magistrados partidários para fazer de um ex-presidente honestíssimo um político corrupto.

As pessoas que se dedicam à perseguição política de Lula já compõem uma legião notável. O grupo não pára de crescer. Protagonista de nove processos, seis dos quais já convertidos em ações penais, o presidenciável petista tem no seu encalço investigadores da Polícia Federal, auditores da Receita Federal, procuradores da República de Curitiba e de Brasília, magistrados lotados nas duas praças, delatores em profusão e até repórteres golpistas? Súbito, quando Lula ainda se concentrava na demonização de Sergio Moro, entraram em cena os magistrados do TRF-4.

Ironicamente, dois dos desembargadores que condenaram Lula ?"o relator Gebran e o revisor Paulsen?" foram indicados para o tribunal pela então presidente Dilma Rousseff. Mas a tese segundo a qual as togas aderiram ao complô é mais confortável para o petismo. A alternativa seria admitir que tudo o que está na cara não pode ser uma conspiração da lei das probabilidades contra um inocente.

A grande verdade é que a orquestração de que Lula se diz vítima realmente existe. Só que com outros personagens. Companheiros levando inquéritos na flauta; empreiteiros e aliados montados na gaita, Gleisi e Lindbergh soprando o trombone sob o telhado de vidro. Na regência, o próprio Lula. Sempre na mesma toada: "Tudo não passa de perseguição política."
Herculano
25/01/2018 21:09
JUIZ DO DF PROÍBE LULA DE SAIR DO BRASIL; PF JÁ FOI INFORMADA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Rubens Valente e Marina Dias, da sucursal de Brasília. O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal, proibiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de sair do país e ordenou a apreensão de seu passaporte. A decisão não tem relação com a condenação de Lula, na quarta (24), pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), a 12 anos e um mês de prisão.

O juiz do DF atendeu a um pedido do Ministério Público Federal no DF relativo a uma ação penal que trata de supostos crimes na aquisição, pelo governo federal, de aviões caças da Suécia. Essa é uma das quatro ações penais em que Lula é réu na 10ª Vara Federal.

Com a medida, Lula cancelou, segundo sua assessoria, uma viagem que faria para a Etiópia na madrugada desta sexta (26).

A ordem para apreender o passaporte foi passada no início da noite desta quinta (25) ao diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, que comunicou o ministro da Justiça, Torquato Jardim. O ministro orientou que o diretor da PF informasse Lula sobre a decisão em sua casa.

Lula participaria no fim de semana de um debate na cidade de Adis Abeba, sobre ações de combate à fome da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), durante cúpula da União Africana.

O compromisso havia sido anunciado antes da condenação pelo TRF-4 e confirmado na quinta pela manhã pela assessoria de Lula. O tesoureiro do PT, Emídio de Souza, já havia manifestado o receio de que o passaporte de Lula fosse apreendido por decisão judicial.

A fim de evitar um constrangimento do ex-presidente no momento do embarque -ele poderia ser barrado no setor de imigração do aeroporto ?"a PF procurou avisar aos advogados de Lula o mais rápido possível para que a viagem seja cancelada.

Ao saber da decisão, a assessoria de Lula informou que ele não embarcaria mais para a Etiópia.

Na quarta (24), o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), sediado em Porto Alegre e responsável por julgar recursos de condenados pela Lava Jato em Curitiba, manteve por unanimidade a condenação de Lula no caso do tríplex em Guarujá (SP). A pena foi aumentada de 9 anos e meio para 12 anos e 1 mês de prisão.

A assessoria jurídica de Lula, procurada pela Folha na noite desta quinta-feira, não havia se manifestado sobre a retenção do passaporte até a publicação deste texto.

O juiz que determinou a apreensão do documento de Lula, Ricardo Leite, já havia tomado decisões contrárias ao ex-presidente. Ele chegou a determinar a suspensão das atividades do Instituto Lula, medida que depois foi revista pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região.

PETIÇÃO

No início da tarde desta quinta, um advogado também entrou com um pedido no TRF-4 para que Lula seja proibido de deixar o país.

A petição do advogado Rafael Costa Monteiro foi protocolada às 13h02 e juntada ao processo julgado nesta quarta. De acordo com a assessoria de imprensa do TRF-4, não há previsão para que o presidente da turma, o juiz federal Leandro Paulsen, analise o pedido
Herculano
25/01/2018 18:40
COMO A PREFEITURA DE GASPAR APUROU OS PREJUÍZOS DAS ENXURRADAS PARA O DECRETO DE SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA NA SEXTA-FEIRA PASSADA

Depois de três artigos sobre o assunto "DESASTRES ANIMAM O GOVERNO DE GASPAR", e dois dias depois de um e.mail pedindo essas informações que no mínimo estavam disponíveis há cinco dias quando foi assentado o decreto, a Superintendência de Comunicação liberou a informação perto das 18 horas desta sexta-feira. E com a informação de que o montante apurado não incluiu a secretaria de Planejamento.

Este é o texto da assessoria

Todas as solicitações exigidas pela Secretaria de Estado da Defesa Civil e pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil estão sendo coordenadas pela Defesa Civil de Gaspar, na pessoa do coordenador Rafael Araújo de Freitas.

Os critérios de apuração e cálculo de prejuízos foram realizados de acordo com os protocolos exigidos pela Secretaria de Estado da Defesa Civil, com orientação pessoal do coordenador Regional da Defesa Civil, Jackson Laurindo.

O evento climático ocorreu no dia 16 de janeiro e o decreto foi assinado no dia 19, ou seja, foram três dias de levantamento inicial dos prejuízos, com a participação de cada Secretaria.

O valor divulgado pelo prefeito no dia da assinatura do decreto, durante entrevista coletiva foi de R$ 2.273.530,80 (ainda não estava incluído o valor da Secretaria de Planejamento), e que este valor poderia aumentar na finalização do processo de levantamento de dados. O Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil exige o preenchimento do Formulário de Informações do Desastre ?" FIDE, e este ainda está sendo alimentado pela Defesa Civil. Somente depois de estar completo, teremos o levantamento concluído e poderemos enviar mais detalhes, com os valores finais do prejuízo.

Segue abaixo relação com os valores levantados pelas Secretarias até agora, e a descrição dos prejuízos levantados.

Agricultura: R$ 950 mil

Custos para limpeza e desassoreamento de ribeirões nas áreas agrícolas.

Ribeirão Poço Grande - Bairros Santa Terezinha, Poço Grande da Plasvale até Rodovia Jorge Lacerda, 7,5 Km, custo estimado somente com máquinas de R$ 340.000,00

Ribeirão Rua da Santinha/Gaspar Mirim - Bairros Gasparinho, Gaspar Mirim. Limpeza da Rua da santinha até ponte da antiga Feira Livre na Avenida das comunidades, 8,6 Km, Custo somente com máquinas estimado em R$ 390.000,00.

Ribeirão Alto Gasparinho - Bairros Gasparinho - Limpeza a partir da Rua David Bonetti, João Matias Zimmermann, 4,8 Km, custo estimado em R$ 220.000,00, somente com máquinas.

Secretaria de Obras e Serviços Urbanos: R$ 1.147.590,80

Custo de Materiais para recuperação das vias

Macadame britado ?" 1200m³ = R$33.440,00
06 Retroescavadeiras ?" 50 horas = R$18.240,00
04 Patrolas ?" 50 horas = R$26.500,00
03 Escavadeiras Hidráulicas ?" 50 horas = R$22.350,00
12 Caminhões Basculante - 50 horas = R$31.722,00
03 Caminhões Hidrojato ?" 50 horas = R$24.300,00
Macadame ?" 9.150m³ =R$255.010,50
Caminhão Basculante ?" 1.080 horas = R$ 57.110,40
Patrola - 670 horas = R$88.775,00
Retroescavadeira ?" 835 horas ?" R$50.768,00
Escavadeira Hidráulica ?" 490 horas ?" R$ 73.010,00
Rolo Compactador ?" 325 horas ?" R$34.027,50
Hidrojato ?" 635 horas ?" R$ 102.870,00
Tubo 40cm ?" 75 unid - R$1.714,50
Tubo 60cm ?" 101 unid ?" R$ 9.696,00
Tubo 80cm ?" 30 unid ?" R$ 4.345,20
Tubo 1.00 metro ?" 1.530 unid ?" R$275.155,20
Tubo 2.00 metros ?" 20 unid. ?" R$4.000,00
Pedra Dinamitada - 50m³ = R$1.400,00
Areia ?" 90m³ = R$3.271,50
Lajotas ?" 1.400m³ = R$2.086,00
Concreto de Calcamento ?" 2.000m³ = R$21.720,00
10 servidores em regime de plantão/hora extra = R$6.079,00

Planejamento: R$ 32.500 mil

Deposição de Barro para ser removido
Ruas
Sobre Pista
Caixa de Passagem
Custo em Reais
Arthur Poffo
150 metros
04 unidades
R$10.000,00
Antonio Francisco de Carvalho
70 metros
---
R$4.000,00
Madre Paulina
----
08 unidades
R$4.000,00
Amadio Beduschi: retirada de barro da ciclovia entre as Ruas Adelina Chiminelli e Vitório Clemente Zuchi . Com extensão de 100 metros
R$2.000,00

R$ 12.500,00 com custas de servidores/horas extras, cedidos para analisar e fiscalizar locais atingidos.

..........

Educação: 36.300 mil

Local da Ocorrência
Ação Necessária
Custo Estimado
CDI Tia Maria Elisa
Substituição do piso de madeira
R$4.800,00
CDI Sonia G. B. Buzzi
Substituição do piso
R$9.000,00
EEB Mario Pederneiras
Troca das telhas, Cumeeira e toldo
R$3.800,00
EEB Fernando Dagnoni
Substituição do toldo da sacada
R$6.500,00
EEB Olimpio Moretto
Substituição do piso
R$9.000,00
EEB Prof. Aninha P. Rosa
Substituição do forro e pintura
R$3.200,00
Total
R$36.300,00

....................

Saúde: R$ 39.640 mil

Infiltração do 3° andar do prédio da Policlinica Municipal, devido aos ventos que comprometeram os rufos. Será necessário revisão de novo isolamento do telhado do prédio ?" Valor Aproximado R$25.000,00.
Danificação total de 3 computadores devido as infiltrações de água terem atingido os mesmos ?" Valor Aproximado unitário R$3.600,00 ?" totalizando R$11.040,00
Danificação total de 2 condicionares de ar, devido a tempestade. Um localizado no servidor da tecnologia da Informação da Policlínica e outro na Farmácia Central ?" Valor Aproximado 1.800,00 ?" totalizando R$3.600,00
..........................

Samae: R$ 100 mil

Evento
Descrição Acontecimento
Estimativa de Danos Materiais
Enxurrada
Ocorreram escorregamentos de talude dentro do terreno da Estação de tratamento da água ?" ETA 1 e muito próximo da mesma, que resultaram no rompimento e deslocamento parcial da tubulação responsável pelo escoamento das águas oriundas das lavagens dos floculadores , decantadores e filtros e pos em risco a estação de tratamento. O SAMAE procedeu a colocação de lonas plásticas a fim de evitar novos desmoronamentos.
R$50.000,00
Enxurrada
Rápida elevação no nível de turbidez do Rio Itajaí Açu e mananciais da região devido ao grande arraste de terras resultando na turbidez das águas coletadas para o tratamento, ocasionando maiores gastos com produtos químicos e maiores pausas no tratamento.
R$10.000,00
Enxurrada
Devido as descargas atmosféricas acentuadas durante as intensas chuvas, houveram desligamentos que resultaram na danificação do sistema de automação da Estação de Tratamento de Agua ?" ETA 5 do Bairro Belchior Alto impedindo a ativação da mesma, gerando desabastecimento e danificação de algumas bombas de dosagem de produtos químicos.
R$15.000,00
Enxurrada
Danificação acentuada da estrada de acesso a estação de Tratamento de Agua - ETA VI no bairro Macuco que fica na parte alta de um morro. O local ficou intransitável até sua efetiva recuperação
R$8.000,00
Enxurrada
Assoreamento rápido de represa de captação da ETA IV devido ao arraste de terras e areias para a mesma, gerando a diminuição do volume de água para captação, comprometendo abastecimento futuro.
R$5.000,00
Enxurrada
Deslocamento de matérias sob a base de um booster na Rua José Bonifacio Deschamps, proximidades da BR 470, gerando a interrupção do fornecimento de água da localidade.
R$5.000,00
Enxurrada
Na Rua Douglas Alexandre, parte central do município, após a recém execução de um conserto de vazamento realizado pelo SAMAE, com as chuvas fortes ocorreram desprendimentos do pavimento recém executado, afetando bocas de lobo e até calçadas de moradores.
R$5.000,00
Enxurrada
Devido a queda de muro de residência na Rua Vicente Andrietti, bairro Barracão, Rua Frei Solano, Bairro Gasparinho e rua Clara Schmitt, bairro Bela Vista, os cavaletes e entradas e entradas de água de residências foram danificados. As equipes do SAMAE foram até os locais para realizar o conserto visando reestabelecer o fornecimento de água para as residências.
R$2.000,00
Herculano
25/01/2018 15:55
LULA MORREU. LUIZ INÁCIO ACABARÁ PRESO, por Ricardo Noblat, na Veja

Corra, PT, atrás de outro candidato

Ex-presidente Lula discursa na Praça da República em São Paulo após ser condenado no TRF4 em Porto Alegre, 24/01/2018 (Heitor Feitosa/VEJA.com)

Pode acontecer com o melhor dos atores: de tanto viver o mesmo papel todos os dias, de tanto repetir as mesmas falas, de tanto desfrutar dos êxitos e chorar das dores do personagem que representa, renuncia à própria identidade. E assim quando termina a função e vai para casa, não é mais o artista que apenas deu duro para ganhar a vida como um trabalhador qualquer. Segue sendo o personagem que se recusa a sair de cena.

Foi Lula ?" não Luiz Inácio da Silva ?" que ocupou ontem à noite o palco montado na Avenida Paulista para dizer aos manifestantes, ali, reunidos o que eles não cansam de ouvir, e depois vão embora satisfeitos por ter ouvido. Lula disse que é inocente, que não existe uma só prova de que tenha cometido crimes, que ao condená-lo a Justiça condena as conquistas sociais dos seus governos, e que de novo será candidato a presidente da República.

Repetiu os ataques aos mesmos alvos ?" às elites perversas que não querem abrir mão de nada, à Rede Globo que lidera um complô mediático para impedi-lo de disputar as próximas eleições, aos juízes empenhados em mandá-lo para a cadeia. E, é claro, comparou-se a heróis famosos. A Tiradentes, preso, esquartejado, e depois promovido à condição de patrono da República. E a Nelson Mandela, símbolo da luta contra a discriminação racial.

Ameaçado de ir parar no xilindró nos próximos 40 ou 60 dias, e a começar a cumprir pena de 12 anos em regime fechado, Luiz Inácio da Silva está cada vez mais careca de saber que a trajetória política de Lula está chegando ao fim. Até há pouco, nunca antes na história deste país um presidente da República fora denunciado por corrupção ?" Temer foi. Até ontem, nunca antes um ex-presidente da República havia sido condenado por crime comum ?" Lula foi.

É impensável que, por artes e manhas de manobras judiciais, ele possa driblar o que está escrito na lei aprovada pelo voto unânime da Câmara dos Deputados e do Senado, e sancionada sem vetos pelo presidente da República. Em tempo: o presidente era ele. E seu partido celebrou a Lei da Ficha Limpa como o instrumento mais avançado de combate à corrupção. Quanta ironia! Lula candidato seria a desmoralização da Justiça brasileira e, por tabela, do país.

Se comparado aos demais processos que Lula responde, o que trata do tríplex 164-A do Condomínio Solares, na praia do Guarujá, em São Paulo, sempre pareceu o mais inocente, uma travessura de criança, sem potencial de causar dados irreversíveis às pretensões de ninguém. Lula mente quando diz que já esperava ser condenado pelo tribunal de Porto Alegre. Por 3 x 0, não esperava. Com os termos duros usados pelos juízes, jamais esperou.

Em fevereiro, o juiz Sérgio Moro deverá condená-lo no processo do sítio de Atibaia, também em São Paulo. As empreiteiras Odebrecht e OAS reformaram o sítio para uso de Lula e de sua família. Se nunca se hospedou no tríplex, se ali só pôs os pés uma única vez, Lula hospedou-se no sítio pouco mais de cem vezes desde que deixou a presidência da República. O escudo do Corinthians, seu time, está no copo em que ele bebia no sítio. Suas iniciais, na roupa encontrada lá.

O sítio é um santuário com as impressões digitais de Lula e de sua família por todo canto. Nos pedalinhos com os nomes dos netos. Nas caixas de charutos que mais tarde desapareceram ou foram resgatadas por seu dono. Na vasta e bem fornida adega com os vinhos que Lula recebeu de presente, pois jamais meteu a mão no bolso para comprar uma só garrafa. Na torre de celular plantada nas redondezas do sítio para facilitar as comunicações. Que mais?

Atibaia é um auto de delação a céu aberto, explícito, minucioso e sem nenhum subterfúgio. Lula teve a oportunidade de confessar que o havia recebido como doação de empresários amigos e em reconhecimento aos relevantes serviços prestados por ele ao país. Quem sabe não teria colado? Atibaia é uma prova, com o tamanho de não sei quantos hectares, das relações promíscuas e criminosas de Lula com os que mais se beneficiaram dos seus governos.

Trate o PT de se apressar à procura de um novo candidato. O que tinha foi ontem ferido de morte.

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