26/01/2017
PRIVILÉGIO I
Com este título, na coluna da edição do dia 16 de dezembro do ano passado escrevi esta nota: “está na lei. Daquelas que só se dá ao funcionalismo público e aos políticos. Tudo com os pesados impostos e em plena crise econômica. Sabe o que autoriza a resolução 74 deste seis de dezembro da mesa da Câmara de Gaspar assinada por Giovânio Borges, PSB, José Amarildo Rampelotti, PT, José Hilário Melato, PP e Ciro André Quintino, PMDB? Conceder em janeiro de 2017, adiantamento da metade da gratificação anual do ano que vem, repito, do ano que vem, aos servidores Clésio da Costa; Marcelo Peterson Pereira; Marcos Alexandre Klitzke; Pedro Paulo Schramm; e Scheila Seberino da Silva. Pergunta óbvia: quem, ainda empregado, consegue isso na sua empresa? E virão mais benesses, todas legais... Acorda, Gaspar!”
PRIVILÉGIO II
Pois bem! A reação corporativa não tardou. Sem se identificar, mas plenamente identificável pelos termos da observação e ameça, bem como pelo IP usado, às 15.54, daquela sexta-feira, apareceu na área de comentários da coluna líder de acessos no portal Cruzeiro do Vale e eu aprovei, pela transparência com os leitores e leitoras: “DE OLHO EM TI - A Prokwork (que trouxeste pra Gaspar) e a Capgemini pagam metade do 13º salário todo mês de janeiro de cada ano. Não é pra quem quer receber... é pra todos empregados de forma obrigatória. ‘Suas fontes continuam muito fracas, né?’". Realmente fui eu com outros – com o prefeito Adilson Luiz Schmitt, PMDB e vice Clarindo Fantoni, PP, da época e contra o PT e a vereadora daquele tempo e de hoje, Mariluci Deschamps da Rosa -, que lutamos para a vinda da Prockwork. Este é o nó. A equipe técnica da Câmara – a mesma que se insurge à informação dada e que é pública, também foi contra. Por causa disso, hoje A Capgemini (que absorveu a Prockwork) está em Blumenau, gerando centenas de empregos e milhares de ISS para lá. Mas, isso é passado. Passou.
PRIVILÉGIO III
Desafiado, fui atrás da Capgemini para esclarecer. Depois de um baile de mais de um mês, veio o esclarecimento de Eveline Barbosa dos Santos, personnel administratition (administração de pessoas) da Capgemini Brasil. Duas respostas curtas e claras: a) “Não existe prática de pagamento de 13º salário, o que existe é a Legislação e Convenção Coletiva de Trabalho e as seguimos”; b) “esta localidade não tem particularidade, segue a Legislação”, afirmou-me categoricamente sobre o escritório de Blumenau. E o que diz a legislação? O prazo para as empresas pagarem a primeira parcela do 13º salário é 30 de novembro. A segunda parcela deverá ser paga até o dia 20 de dezembro. Tudo fora disso, é liberalidade da empresa e que muitas decidem a cada exercício ou nas convenções com seus sindicatos. Esclarecido? Se há dúvidas, consultem-na. Acorda, Gaspar!
ILHOTA EM CHAMAS I
Ilhota era, mas não é mais como Luiz Alves: isolada, sem imprensa a incomodar o poder de plantão. Como funciona. Primeiro você faz um decreto. Esconde por dias seguidos a sua divulgação oficial obrigatória. É quase igual ao prazo da comissão: 15 dias. Depois chama a imprensa amiga, mostra e reclama do problema. Divulga o decreto e cola a reportagem dirigida para justificar a emergência perante os órgãos fiscalizadores (Câmara, Tribunal de Contas e Ministério Público). E inicia a operação emergencial proposta pelo decreto. Tudo quase simultâneo. É isso que está acontecendo com o decreto 13 do prefeito Érico de Oliveira, PMDB, de Ilhota, que abriu sindicância administrativa para apurar o estado dos equipamentos da prefeitura.
ILHOTA EM CHAMAS II
As autoridades já estão de olho, principalmente porque o presidente da Comissão é um experiente: o mecânico, o ex-prefeito de Luiz Alves, Uilian Bork, PMDB. E qual a solução para aquilo que se conhece desde a campanha eleitoral do ano passado? Três orçamentos. Para o experiente advogado Aurélio Marcos de Souza, que já foi procurador geral do município de Gaspar e assessor da Câmara de Vereadores de Ilhota, “está me cheirando burla à licitação. E será que se houver necessidade de realização de reparos na frota, vão ser feitos nas mesmas oficinas que faziam na frota de Luiz Alves?”, perguntou ele no facebook – na área pública - ao ex-secretário de Finanças de Daniel Christian Bosi, PSD, Gilberto de Souza,PP. Pelo sim, pelo não, o pessoal da prefeitura de Ilhota está praguejando todos, mas resolveu colocar as barbas de molho.
Gaspar é a cidade da piada pronta. O PDT (Roberto Procópio de Souza) e o PSD (Cicero Giovani Amaro e Wilson Luiz Lenfers) formaram um bloco na Câmara chamado de “democrático”. Alegaram que é para “se distanciar” do PT e assim fazer uma oposição crítica ao governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB.
Conta outra. Roberto sempre esteve com o PT. O PDT é o escape dos petistas de Blumenau que mandam no PT daqui, para se camuflarem no futuro e assim se livrarem da lama nacional que cobre o partido. Décio Neri de Lima até já consultou o PDT para nele se filiar (e mandar).
Outra é uma boa ideia, mas casuística no discurso. PT, PDT e PSD (o que mostra que não estão tão separados assim) querem que a Câmara tenha sessões partir das cinco horas da tarde e não das três, como hoje.
Qual a alegação? O horário dificulta a ida dos munícipes, mas principalmente de servidores públicos municipais para a pressão política e de interesses nas sessões (o que esconderam isso).
Se fosse verdadeiro o propósito declarado, por que PT, o PP e PSD sempre questionados aqui e pela população, não fizeram isso nas legislaturas anteriores, ou quando se mudou o regimento interno? Acorda, Gaspar!
Estranho mesmo é o silêncio do PSDB – o que quer dar dinâmica “inovadora” na Câmara - neste tema. Muito marketing e pouca ação.
Mais gente na Câmara de Gaspar. Aos poucos ela incha com efetivos para se adaptar à lei e contratar mais comissionados. A resolução dez chamou os concursos 01/2015: Geovana Vendruscolo e Orli Flávio Paterno, agentes administrativos e Vagner César Campos Maciel, agente de comunicação.
Só 25 dias depois da posse só agora o PMDB troca servidores efetivos num posto chave (e segredos): a supervisão de compras: sai Fátima Terezinha Cerutti Arruda, entra Carlos Alberto Bernz, que é cargo de confiança.
Economia em tempo de crise, menos para os políticos. O presidente da Câmara Ciro André Quintino, PMDB, abriu licitação para comprar 11 frigobares para suas excelências. Rui Deschamps, PT, Silvio Cleffi, PSC, e Cicero Amaro, PSD, também assinaram a resolução 008/2017
A política como ela é. Ciro Marcial Roza,70 anos, conservador, populista, fama de empresário, foi prefeito de Brusque. Como não foi transparente, fez o que lhe dava na telha e não o que limitava a lei. Então perdeu o sossego para sempre. Todas as eleições, vem a mesma ladainha de impedimento.
Foi assim na última eleição. Travestido de socialista no PSB (foi PFL, DEM e PSB) se candidatou a prefeito. A Justiça o impediu. Mostrou força e fez o prefeito de direito, o médico Jonas Oscar Paegle,70 anos e do PSB.
E a esperteza e a sede de poder de Ciro o fizeram chefe de gabinete, ou seja, o verdadeiro prefeito de Brusque. A Justiça entendeu o caso e mandou ele se afastar diante de todos os problemas de improbidade que possui.
Brusque está sem “prefeito” outra vez. E por que reporto este fato? Ele é um aviso aos que acabam de deixar o poder em Gaspar e Ilhota e possuem a mesma mancha e fama.
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