Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

26/09/2016

N

CONTAGEM FINAL
Faltam seis dias. Cinco de campanha. Domingo é dia de eleições municipais. Depois só explicações. Todos os candidatos em Gaspar são relativamente jovens. Uns dão só à fachada para velhos esquemas. Outros, tentam vender a renovação, mas usam os mesmos métodos antigos de convencer e vencer. Isto pode significar que usarão os mesmos métodos para governar. Não perceberam a atualização e às novas exigências dos eleitores e da economia. Também ficou claro que alguns candidatos não perceberam à mudança da legislação, às limitações e à transparência do processo. O melhor termômetro é o mural da Justiça Eleitoral da Comarca, onde os candidatos de Luiz Alves foram os que praticamente não judicializaram nesta campanha. Em contrapartida, em Gaspar, o PT e o PMDB foram os que mais recorreram à jurisdição ou foram pegos pelo Ministério Público nas infrações, advertidos ou punidos e neste caso continuam recorrendo. Até agora, nada que possa impugnar a candidatura de ninguém. Igualmente Ilhota onde PMDB e PP são adversários únicos não deram trégua para a Justiça. Em ambos os municípios, a continuidade das atuais administrações municipais ou núcleos de poder político são objetos de dúvidas.

O FALSO DISCURSO DO PT. O POVO EM ÚLTIMO I
O PT é como discursa, um governo popular na sua essência, feita com a participação com e para o povo. Ao menos essa é a propaganda para deixá-lo assim aos desinformados, aos que sofrem ou ficam refém com a má gestão dos políticos populistas dos petistas. O prefeito Pedro Celso Zuchi foi inúmeras vezes à Brasília engrossando os seus altos vencimentos com diárias, em busca de recursos para a ponte do Vale, exatamente aqueles que na licitação ele disse ter aqui nos cofres da prefeitura e não tinha. Há 15 dias das eleições e ameaçado de terminar o seu mandato sem poder inaugurá-la e sem poder influenciar com a obra na campanha, o PT, o prefeito, e o político que manda PT de Gaspar, o deputado Décio Neri de Lima, criaram dois factoides para o mesmo efeito. O primeiro o verdadeiro. O segundo para corrigir aquilo que se espalhava para espanto dos próprios eleitores petista: a exclusão.

O FALSO DISCURSO DO PT. O POVO EM ÚLTIMO II
Há duas semanas o governo e os petistas foram “visitar” as obras da ponte do Vale. E quem eles convidaram para tal passeio só para fazer manchete na imprensa local, dar entrevistas sem perguntas, gravar para entupir às redes sociais e posar para os retratinhos de sempre? Os “empresários”. Vergonhoso para o discurso que usam e abusam. A burocracia do partido do povo, esqueceu mais uma vez do povo, aquele que tanto usa, o que lhe dá votos e poder para fazer as lambanças que comanda com os parceiros. Entre imprensa, políticos petistas, comissionados, familiares, motoristas, funcionários da construtora e até empresários, reuniram em torno de 50 pessoas para caminhar sobre as obras inacabadas. E de lá mesmo, o “prefeito Celso” fez uma nova promessa: a ponte do Vale vai ser inaugurada antes da saída dele da prefeitura, mesmo que por ela não se possa eventualmente passar nada em 31 de dezembro deste ano. Mas, ele próprio está temerário quanto à conclusão. Existem, segundo o próprio “prefeito Celso” problemas “burocráticos” para serem superados no lado do ginásio João dos Santos. Hum! Burocráticos? De novo? As obras aqui só têm esse tal “problema burocrático”?

O FALSO DISCURSO DO PT. O POVO EM ÚLTIMO III
A notícia de que o PT mostrou a inacabada ponte do Vale e fez passar por ela só empresários isolando o povo que lhes dá voto e poder se espalhou. Repercutiu muito mal, naquilo que já estava ruim. Os próprios petistas ficaram inconformados com a barbeiragem. O que fez rapidamente a atrapalhada campanha eleitoral petista para remediar o que estava malfeito? Abriu a ponte ao povo neste final de semana. Só não disse que a ponte não está utilizável porque o PT e o “prefeito Celso” enganaram a empreiteira e o governo Federal na licitação. O município assinou um documento se comprometendo a dar mais de R$20 milhões de contrapartida, aos R$19,5 milhões que o governo Federal (também do PT) se comprometeu e efetivamente liberou no tempo que devia liberar. Esse discurso do PT de Gaspar de que faltaram verbas de Brasília para o término da ponte, é falso. Faltaram as verbas próprias de Gaspar que o PT e o prefeito Celso tentaram se livrar desta obrigação, substituindo por arranjos em Brasília onde juravam ter amigos e as chaves dos cofres públicos para cobrir esta demanda. Não tinham. Então! O PT além de mentir neste assunto, mente quando diz que é um partido do povo. No caso da ponte, o povo só pode ir lá vê-la, depois dos empresários, dos amigos, da burocracia partidária... Acorda, Gaspar!

A PLURALIDADE RECUPERADA? I
Qual foi o discurso do PMDB de Gaspar para repetir o chapão do sapo com a cobra que fez com Adilson Luiz Schmitt em 2004? O de que precisava derrotar o “todo poderoso” PT, que ele separado não conseguiu fazer em 2012. E qual foi a resposta dos partidos para não ficar nesse chapão proposto pelo PMDB e PP? Primeiro porque não deu certo na experiência de 2004; o PMDB foi o primeiro a boicotar Adilson e também os partidos parceiros no exercício de repartir o poder. Segundo, que o discurso do PMDB e PP não era exatamente de mudanças, mas apenas de vingança contra o PT pela derrota e a busca do poder. Terceiro, de que o PT já está desmascarado em todo o Brasil e aqui, e a sua queda, segundo os dirigentes partidários, é algo tão previsível quanto os seus erros.

A PLURALIDADE RECUPERADA? II
Quarto, nesse quadro de enfraquecimento natural do PT, abre-se uma oportunidade real para o fortalecimento de outras siglas, e o PMDB sabe disso. Então a proposta do chapão era apenas para anular a possibilidade de organização e poder de outros partidos. Quinto. Com a inviabilidade da repetição do chapão do sapo e com a cobra como o de 2004, o PMDB assustou todos e os afastou. Substituiu o discurso necessário das propostas, pelo do terror, ou seja, de que este quadro de vários candidatos favoreceria o PT. As pesquisas divulgadas e as que circulam no próprio PMDB mostram que não. E o neste quadro de incertezas, o PMDB de verdade, teme o resultado final. Qualquer que seja ele, elimina a polarização PT contra PMDB que a várias eleições vem engolindo o PP e os outros partidos até então menores. A não mais polarização do PMDB e PT em Gaspar abrirá novas frentes políticas, partidárias, lideranças e ideias. É isso que o PMDB não quer. É a renovação sem a sua tutela. É a Gaspar acordada.

AS PESQUISAS I
Nesta última semana de campanha há uma tendência adúltera e antiga no modo de se fazer campanha. Sairão os candidatos, seus planos e vai entrar um discurso para confundir os eleitores: as pesquisas de todos os tipos e gostos. Elas estão desmoralizadas há muito tempo, como escrevi na sexta-feira. Não que os institutos não sejam sérios e há explicitamente os que não sejam, ou que nem especialistas em pesquisas sejam como gente que registrou na Justiça Eleitoral para aqui fazer pesquisas para ser usada publicamente. É que com o advento das redes sociais, tudo muda muito rapidamente. Outra, quando há clima de mudança, as pessoas temem expressar esse sentimento mais claramente, guardando para o protesto silenciosamente a sua fora nas urnas e surpreendendo na contagem eletrônica e imediata. Haverá mudanças em Gaspar. A pesquisa pode ser um indicativo, mas não é tudo. Agora, estranho mesmo é uma pesquisa que foi registrada com uma pergunta que já não faz mais nenhum sentido. Ou faz todo o sentido, o que seria pior: como você avalia o governo do prefeito Zuchi?

AS PESQUISAS II
Quem precisa dessa resposta? O PT, o prefeito Pedro Celso Zuchi, ou Lovídio Carlos Bertoldi, o candidato do PT e de Zuchi? Se Zuchi for bem avaliado, dirá por aí, que o candidato que ele próprio escolheu é que é ruim. Lava as mãos. Mas, não é bem assim. E como foi Zuchi quem o escolheu, então foi ele quem errou. E se fez isso de propósito, está armando para que não se crie cobra no seu terreiro. Tudo ficará “limpo” para a volta do próprio Zuchi. Se Zuchi, for bem avaliado, dirá que a culpa é das tramoias que o PT como um todo, em todo território brasileiro, se meteu. Dirá que a imprensa, a oposição, o momento são os culpados. E assim, livra ele e o Lovídio das culpas se o desempenho das urnas não lhes for favorável. Ou seja, estão todos arrumando um álibi “perfeito” para aquilo que construíram e o levaram à própria autodestruição. Entre eles está o Hospital que não funciona como se prometeu, os postos de saúde e policlínica que lhes faltam atendimento adequado, a farmácia sem remédios, o transporte coletivo à beira do caos e ninguém discute a saída, a imposição nas negociações com os servidores, a mobilidade urbana comprometida, as ruas e urbanizações prometidas, não terminadas ou enroladas nos financiamentos ou que chamam de “burocracia”, nas perseguições à adversários, nos processos contra a imprensa livre... E tem gente que se presta ainda a este serviço de construir álibis para quem não lhe faltou no “prestígio” durante todo esse tempo.

AS PESQUISAS III
Os leitores e leitoras deste espaço, sabem de há muito que sou contra a censura da publicação de pesquisas eleitorais como já fez aqui em Gaspar em jornal concorrente o PMDB há quatro anos. Se houvesse aquela publicação haveria uma grande desmoralização. E tudo foi evitado via a Justiça. Ficou e ficará sempre a dúvida. O mesmo PMDB que foi à Justiça proibir aquela pesquisa, hoje flerta com o mesmo perigo que lhe favoreça. Estranho, não é? E o PT e PMDB duelam naquilo que são especialistas: o de burlar a lei e transpor o jogo reto. São os dois partidos que mais atiçam a Justiça e os mais punidos, novamente, em Gaspar em época de eleições. Na semana conversando com um promotor que já passou por Gaspar, ele tentou me provar de que a publicação de pesquisas a menos de 20 dias das eleições, pode corromper uma disputa limpa, baseada em propostas. Discordei. E continuo discordando, apesar das razões dele serem muito fortes: os eleitores e eleitoras tendem escolher não os mais capazes, mas os que mentem mais ou armam as mentiras com ares de perfeição, inclusive as pesquisas. Agora, que as publicações das pesquisas desta semana podem desmoralizar muita gente, ah isso, pode. Sobre as pesquisas que correm no facebook, instagran, twitter e principalmente nos grupos de whatsapp e sem fonte e origem, estas sim, são criminosas. Não enganam nem quem as recebe. Acorda, Gaspar!

ABAFA
Pouco antes de iniciar oficialmente a campanha eleitoral em Gaspar, nas redes sociais e aqui foram demonstradas supostas compra de votos. Alguns tentaram até censurar a notícia na mídia tradicional. Aquele ato, que envolveu pelo menos duas coligações está abafado. Entretanto, os envolvidos, estão temerosos se eventualmente forem os vencedores. Há provas. Mas, pior do que comprar, penso, sempre será, é o ato de vender o voto para si ou em nome de um grupo. É negar a plenitude da cidadania e de forma hipócrita condenar esta prática nos outros, como se puro fosse. Gaspar não avançou nesta consciência cidadã. Apresenta candidatos jovens, mas continua com práticas antigas e dirigidos por gente que não avançou sobre a importância do voto limpo. Vale tudo pelo poder. E por que? Porque esses dirigentes sabem que a sociedade gasparense continua a se locupletar com miudezas e coisas grandes. Naquele caso e que ainda pode render, os então dois pré-candidatos disputaram quem daria mais para obter a simpatia e os votos de um mesmo grupo. Vergonha. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Mais um debate. Os gasparenses mereceriam mais debates dos candidatos a prefeito com perguntas entre eles próprios como aquele pelo jornal Cruzeiro do Vale, Rádio Sentinela e TV Gaspar – um sistema via internet. A cidade ganharia de verdade. Alguns candidatos desistiriam da “tortura”.

Mais um debate. Até os analfabetos, ignorantes e desinformados que são levados na lábia por gente esperta, estudada e feita interesses do poder, ficariam esclarecidos e estarrecidos. Entende-se agora muito bem, a razão pela qual um partido queria colocar de um lado todos os virtuais candidatos num mesmo saco.

Mais um debate. Falta discurso ao candidato boneco, sempre preocupado com a aparência de galã. E se o dia da eleição demorar quem vai ser ensacado por falta de conteúdo é quem o manipula.

Mais um debate. E por que? Porque tudo se repetiu no debate promovido na sexta-feira pelo Instituto de Educação, no Bela Vista e transmitido pela rádio comunitária Vila Nova. Era um público diferente, feito de gente que não vai votar, que vai votar pela primeira vez e até de gente que não vota em Gaspar, mas na vizinha Blumenau. Todos interessados.

Mais um debate. Houve menos intensidade daquele promovido no sábado anterior pelo Cruzeiro, mas o retrato foi do mesmo: gente nova, sem discurso, sem planos ou com fantasias que não sabe explicar direito como fará para torna-las realidade.

Mais um debate. O desprezo ou o medo pelo debate popular é tão grande em Gaspar que só um vice apareceu nele, o professor Charles Petry, DEM. Ele faz par na chapa de outra professora e vereadora como ele, Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB. Nem o vice que é do próprio bairro e que está junto na chapa de Marcelo de Souza Brick, PSD, o Giovânio Borges, PSB, apareceu por lá.

Mais um debate. Quem estava assessorando o Marcelo de Souza Brick, PSD, no debate era Fernando Neves, que já foi presidente do partido aqui, que coordenou a campanha do prefeito de Ilhota, Daniel Christian Bosi, PSD, onde foi seu secretário de Administração e também de Assistência Social. Bosi fez um governo tão errático que nem a reeleição tem tentou. Fernando deverá ensinar como distribuir terrenos ao assessorado quando em função pública.

Mais um debate. Ficou visível o desconforto dos assessores dos três candidatos adversários, quando Andreia fazia as suas intervenções no debate do Instituto. Chegaram até a trocar figurinhas entre eles. Estava viva a lembrança do debate do Cruzeiro

Mais um debate. Neste do Instituto de Educação, os candidatos homens tiraram as gravatas. Outra: quando as perguntas fogem daquele discurso demagógico, manjado ou necessário, os candidatos quase se afundam nas respostas. Assim foi quando Kleber Edson Wan Dall teve que responder sobre habitação e Marcelo de Souza Brick, sobre meio ambiente.

O PT está tão perdido nesta campanha quanto na administração. Não é que ele esqueceu de responder ao jornal Cruzeiro do Vale, o que o candidato Lovídio Carlos Bertoldi faria sobre a segurança se eleito. Será que não possui planos? Será que faltou respeito aos leitores do jornal? Será que faltou organização à campanha? Será que já desistiu da campanha?

A sessão desta terça-feira da Câmara de Vereadores deve bater o recorde de rapidez: é vat-vupt. De relevante três requerimentos para se mandar ofício de pesar e congratulações. Todos para caça votos do PT.

Quem deu uma sumida da campanha de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, foi a vereadora licenciada por motivos de saúde, Ivete Mafra Hammes, PMDB. Ela era muito ativa no front da campanha, mas trocou palco pelos bastidores.

Começaram as apostas para quem serão os vereadores eleitos. Há uma tremedeira nas pernas daqueles que há seis meses garganteavam como reeleitos. Existem as mais exóticas contas em todos os partidos e coligações. Se todos tiverem razão naquilo que afirmam por ai e nos comitês, será preciso ampliar as 13 atuais vagas para 40, na Câmara.

Tem candidato a prefeito de Gaspar que se eleito será lucro. Na verdade, ele diz e não esconde, que está concorrendo a pedido do esquema do partido só para garantir uma vaga na nominata de deputado pelo Vale do Itajaí. Não é fraco. Enxerga longe. O último que tentou isso, ninguém sabe, ninguém viu.

Lovídio Carlos Bertoldi, PT, evitou o apoio de Lula, Dilma e Ideli. Sintomático. Inteligente. É coisa da maré de azar e do jogo de esconder o que não é bom.

No Rio de Janeiro, a candidata comunista Jandira Feghalli, levou a ex-presidente Dilma Vana Rousseff, PT, nos palanques. Caiu nas pesquisas. Em São Paulo, João Dória Júnior, PSDB, colou no governador tucano Geraldo Alckimin. Em três semanas saiu de 5% para 20% e deve disputar o segundo turno e que era algo improvável. Sintomático.

Andreia trouxe para a propaganda das redes sociais os apoios expressos de Aécio Neves, Ronaldo Caiado, Dalírio Beber, Paulo Bauer, Leonel Pavan, Marcos Vieira, Napoleão Bernardes...Sintomático.

Repetição. Depois do PMDB, do candidato a prefeito Kleber Edson Wan Dall, dos candidatos a vereadores Ciro André Quintino e Francisco Hostins Júnior, agora é a vez de Délgio Roncaglio ser pego pela Justiça Eleitoral de Gaspar por uso exagerado da propaganda nos comícios.

Pedal. Dia de chuva fina, dia de meia maratona do Bela Vista, dia mais uma etapa do pedal Terral, do Parapente. Apesar da concorrência, Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, arriscou e levou adiante no domingo o seu passeio ciclista pelos bairros periféricos ao Centro. Dessa vez 300 bicicletas. Assustou à repetição e aumento.

Má gestão dos negócios públicos ou um negócio sem transparência? Intervenção no Hospital e a possibilidade de contratações de emergência sem licitação. A coleta e destino do lixo que vive de soluços e soluções emergenciais. Agora, o da permissão do transporte coletivo urbano que se sabia irregular há 12 anos. Acorda, Gaspar!

As 9.46 de ontem, segunda-feira, publiquei esta nota na área de comentários da coluna na internet: "o Sindicado dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar, o Sintraspug, convidou os quatro candidatos a prefeito de Gaspar para uma conversa. Queria saber das propostas para a área, queria apresentar também as suas reivindicações e por fim, pedir aos candidatos à assinatura num documento compromisso quando um deles for eleito no domingo.

Fez isso com muita antecedência. Ou seja, era possível agendá-lo. Tanto que Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, foi e o Marcelo de Souza Brick, PSD, mandou no seu lugar o vice, Giovânio Borges, PSB.

E quem faltou? O PT de Lovídio Carlos Bertoldi que sempre fez o Sindicato de boneco nos oito anos de governo de Pedro Celso Zuchi, e pasmem: Kleber Edson Wan Dall, PMDB, que diz ter um discurso de proteção e inclusão dos servidores municipais. Quando ele teve a primeira oportunidade para por isso na prática, falhou. E olha que o seu vice, o vereador Luiz Carlos Spengler Filho, PP, é servidor público municipal. É agente de trânsito".

Repercutiu imediatamente. Então para completar essa história ,apoiadores de Kleber, depois da divulgação do fato aqui ontem pela manhã, passaram a insinuar que ele estava lá às 9h no tal encontro. Não estava. As fotos mostram isso. Todos tolos acostumados com a imprensa de cabresto e eleitores analfabetos, ignorantes e desinformados.

Kleber pode ter ido depois, como foi, quando pego exatamente de calças curtas pela nota pública. Lovídio também foi lá depois. Reclamou e assinou o documento. Aliás, a desorganização dessa gente é grande, a tal ponto que Lovídio, com muito tempo e com assessoria, não enviou na semana passada, o texto para edição de sexta-feira do Cruzeiro do Vale, expondo sobre o que fará para melhorar a segurança dos gasparenses.

Como se vê, todos são políticos. E todos como os cacoetes de gente antiga.

A situação que aconteceu ontem no Sintraspug é semelhante ao que aconteceu com Marcelo de Souza Brick, PSD, no compromisso com Ministério Público, o que cuida da Moralidade Pública. Marcelo assinou o documento depois, quando o fato da sua ausência no ato foi divulgado aqui e o assunto pegou mal para ele nas ruas. Nem mais. Nem menos. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1769

Comentários

Herculano
29/09/2016 16:33
GASPAR SEM ?"NIBUS

Ao Manoel.

Talvez você tenha razão.

Primeiro porque quem poderia resolver, o Sombra, de Santo André, e resolvia esses assunto para o prefeito Celso Daniel, morreu esta semana.

Segundo, porque quem pode resolver emergencialmente esta irresponsabilidade, é a Piracicabana. E se isto for verdade, divulgar isso antes do pleito de domingo, seria sepultar o discurso do PT de Blumenau e que manda no daqui, que já está sem sustentação em Blumenau, exatamente pelos péssimos exemplos de Gaspar.
Herculano
29/09/2016 16:09
PESQUISAS

Os mesmos que difundiram nas últimas horas antes das eleições de primeiro turno uma pesquisa falsa de Ideli Salvatti, PT, garantindo que ela iria para o segundo turno na disputa do governo estadual, repetem o método e o crime por aqui.

Mais uma razão para desconfiar e alijar esse pessoal do processo político.

Misturam três pesquisas diferentes, em momentos diferentes, com metodologias diferentes, comparando-as como fosse uma só, para unicamente garantir que seus candidatos estão na frente ou estariam reagindo. Uma reação assustadora aliás, feita em questões de horas, inclusive

Ou seja, o vale tudo é prevalente, pois julgam todos os eleitores e leitoras de Gaspar como imbecis, medrosos, analfabetos, ignorantes e desinformados. Acorda, Gaspar!
leandro
29/09/2016 15:53
A COMUNIDADE DAS ÁGUA NEGRAS NO BAIRRO FIGUEIRA,PARTICIPOU DURANTE 3 ANOS DO OP. AONDE FOI DECIDIDO JUNTAR O DINHEIRO DO OP PARA FAZER O ASFALTO DE PARTE DA ESTRADA GERAL DAS ÁGUAS NEGRAS.NA FRENTE DA CAPELA SANTA BARBARA. O PRAZO PARA O INICIO DAS OBRAS. ERA DEZEMBRO DE 2015. JÁ ESTAMOS EM OUTUBRO DE 2016 E NADA, E NÃO SE FALA QUANDO VAI SE INICIA. E S?" TEM 3 MÊS PARA O FIM DO ANO.SEM FALAR NA TUBULAÇÃO DA MANOEL BERNADO DA SILVA.QUE TAMBÉM E UMA OBRA DO OP QUE NÃO FOI FEITA E NÃO SE FALA NADA, QUANDO VAI SER FEITA.DEPOIS DA ELEIÇÃO A GENTE JÁ SABE COMO É
Manoel
29/09/2016 15:52
Herculano!

Sabem porque que o governo de Celso Zuchi não divulga qual empresa vai fazer o transporte coletivo em Gaspar, é porque não tem empresa, a partir de terça feira vamos ficar sem transporte coletivo em Gaspar. Como o PT sabe que vai perder a eleição, vai deixar os gasparenses sem transporte coletivo, simples assim, vai se vingar.
Pedro
29/09/2016 13:55
Gaspar tem problemas com ônibus ???
Estranho, ouvi o candidato do PT na rádio...prometer ônibus de graça / catraca livre no primeiro domingo de cada mês. Como ele vai fazer isso se nem ônibus temos mais ??? kkkkkkkk é pra acaba
Luis
29/09/2016 12:59
Desespero !

O prefeito Zuchi está batendo de porta em porta pedindo votos para o seu candidato, mas não tem jeito, o povo não quer mais 4 anos de PT em Gaspar.
Herculano
29/09/2016 11:29
MANCHETE DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE, É O RETRATO ACABADO E SEM RETOQUE DO PT E DO GOVERNO DE PEDRO CELSO ZUCHI EM GASPAR

O que diz a manchete: "Prefeitura esconde nome da empresa que fará o transporte coletivo de Gaspar".

Ou seja, desmancha o mínimo traço de transparência, respeito e participação popular ou interação com a comunidade e em algo prioritariamente público.

Pior do que isso: estão todos quietinhos. Nenhum político se insurgiu. Nenhum candidato a prefeito se posicionou até agora contra esse descalabro. Ou seja, estão todos coniventes.

É por isso, que a imprensa livre, a que não depende do poder público, a que faz pergunta, é sempre um problema e é rotulada como oposição, a que possui ódio pelo PT, ou por político matreiros que decidem tudo entre os mesmos, entre paredes e nos escurinho das reuniões.

Se esse desastroso quadro vai mudar se o PT sair da prefeitura? Dificilmente, penso. E por que? Porque dos candidatos que ai estão postos buscando votos, a maioria tem exatamente essa prática.

Basta olhar o que fizeram no passado e o que estão fazendo no embate ´político, onde entopem o juizado eleitoral de espertezas. Acorda, Gaspar!
Herculano
29/09/2016 08:43
EFICIENTES NA DESTRUIÇÃO, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O

Brasil do PT criou sistemas ineficientes e corruptos dos principais setores da economia aos mais simples serviços públicos

Quanto tempo, dinheiro, energia e criatividade o pessoal da Odebrecht gastou para montar e manter por tantos anos o tal "Departamento de Operações Estruturadas"? O sistema supervisionava, calculava e executava os pagamentos de comissões ?" propinas, corrige a Lava-Jato ?" referentes a grandes obras no Brasil inteiro e em diversos outros países. Considere-se ainda que os pagamentos deviam ser dissimulados, o que trazia o trabalho adicional de esconder a circulação do dinheiro e ocultar os nomes dos destinatários. Coloquem na história os funcionários que criavam os codinomes dos beneficiários ?" Casa de Doido, Proximus, O Santo, Barba Verde, Lampadinha ?" e a gente tem de reconhecer: os caras eram eficientes.

Nenhuma economia cresce sem companhias eficientes. Elas extraem mais riqueza do capital e do trabalho e, com isso, reduzem o custo de produção, entregando mercadorias e serviços melhores e mais baratos.

Pois o "Departamento de Operações Estruturadas" foi eficiente na geração de uma enorme ineficiência. Tudo aquilo é parte do custo Brasil ?" encarece as obras, elimina a competição, afasta empresas de qualidade e simplesmente rouba dinheiro público.

Há aqui dois roubos: um direto, o sobrepreço que se coloca nas obras para fazer o caixa que alimenta as propinas; o outro roubo é indireto e mais espalhado. Está no aumento dos custos de toda a operação econômica.

Na última terça, a Fundação Dom Cabral divulgou a versão 2016 do ranking mundial de competitividade, que produz em associação com o Fórum Econômico Mundial. O Brasil apareceu no 81º lugar, pior posição desde que o estudo é feito, atrás dos principais emergentes, bem atrás dos demais países do Brics.

Mais importante ainda: se o Brasil caiu 33 posições nos últimos seis anos, os demais emergentes importantes ganharam posições com reformas e mais atividade econômica. Prova-se assim, mais uma vez, que a crise brasileira é "coisa nossa", genuína produção nacional.

Os governos Lula 2 e Dilma foram tão eficientes na geração do desastre quanto a Odebrecht com suas operações estruturadas. Uma política econômica que provoca recessão - por três anos seguidos - com inflação em alta, juros elevadíssimos e dívida nas alturas, tudo ao mesmo tempo, com quebradeira geral das maiores estatais - eis uma proeza que parecia impossível.

Para completar, a eliminação de qualquer critério de mérito na montagem do governo e suas agências arrasou a eficiência da administração pública e, por tabela, da empresa privada que tinha negócios com esse governo.

Em circunstâncias normais, numa economia de mercado, a empresa privada opera tendo como base as leis e as regulações que devem ser neutras e iguais para todos. A Petrobras precisava ter regras públicas para contratação de obras e serviços.

Em vez disso, o que a Lava-Jato nos mostrou? Um labirinto de negociações escondidas, operações dissimuladas, manipulações de lei e regras.

Às vezes, a gente pensa: caramba, não teria sido mais simples fazer a coisa legal? Sabe o aluno que gasta enorme energia e capacidade bolando uma cola eficiente e acaba descobrindo que gastaria menos estudando?

A diferença no setor público é que o estudo não dá dinheiro. A cola dá um dinheirão para partidos, seus políticos, amigos e companheiros.

Nenhum país fica rico sem ganhos de produtividade. O Brasil da era PT perdeu produtividade. Mas, pior que isso, criou sistemas ineficientes e corruptos desde os principais setores da economia - construção civil, indústria de óleo e gás - até os mais simples serviços públicos, como a concessão de bolsa-pescador ou auxílio-doença.

SOBRANDO DINHEIRO

Como o Brasil do pré-sal, a Noruega também descobriu enormes jazidas de petróleo. Também constituiu uma estatal ?" a Statoil ?" para extração e produção.

Mas os noruegueses tomaram a decisão de guardar a receita do óleo. Constituíram um fundo soberano, alimentado com os ganhos da Statoil, fundo este que passou a investir sobretudo em ações pelo mundo afora. Esses investimentos deram lucros - e este dinheiro, sim, é gasto pelo governo. E o fundão é reserva para as aposentadorias.

O fundo norueguês é hoje o maior do mundo ?" tem um capital investido de US$ 880 bilhões.

Já o Brasil gastou antes de fazer o dinheiro.

O pré-sal está atrasado, perdemos o boom dos preços astronômicos do petróleo e a Petrobras é a empresa mais endividada do mundo. Outro dia mesmo, vendeu um poço para a Statoil, para fazer caixa. E Dilma dizia que estava construindo o futuro. De quem?
Herculano
29/09/2016 08:08
PT PEDE E JUIZ MANDA RETIRAR DO FACEBOOK PUBLICAÇÃO HUMORISTICA. A MULTA É DE R$100 MIL POR HORA AO LIMITE DE R$3 MILHÕES

Lá no início da campanha, a página não identificada e intitulada de Gaspar News, publicou uma "noticia falsa" com o sentido de humor. Isso aconteceu no dia 15 de setembro.

Ela atingia diretamente o candidato Lovídio Carlos Bertoldi, do PT. Ele reclamou à Justiça. O juiz eleitoral Rafael Germer Condé, entendeu ser ela ofensiva e mandou o Facebook retirá-la do ar no prazo de duas horas e a identificação em 12 horas dos autores da referida página.

Para o primeiro caso ele estipulou uma multa de R$100 mil a cada hora de atraso ao limite de R$3 milhões. NO segundo caso e cumulativamente, também R$100 mil a cada hora de atraso, ao teto de R$3 milhões. Na mesma sentença, Condé mandou bloquear R$3 milhões das contas do Facebook. Cabem recursos.

Ontem, o juiz foi duro com o Facebook
Herculano
29/09/2016 07:53
da série: O PMDB nasceu para ser gigolô do poder (oito com o PSDB e 13 anos com o PT), o partido da boquinha, da chantagem por ter número no legislativo. Não sabe governar. E já começou a se perder. É previsível. Não vai aguentar o tranco e a obrigação de ajustar o que ajudou a destruir na sociedade que tinha com o PT

TEMER JÁ COGITA NÃO PROPOR REFORMA TRABALHISTA, por Josias de Souza

O plano do governo de formular uma proposta de reforma da legislação trabalhista subiu no telhado. Em privado, Michel Temer já ensaia um discurso sobre a inconveniência política de abrir uma terceira frente de desgaste, além das duas trincheiras legislativas em que sua administração já está metida: a emenda constitucional que congela os gastos federais por 20 anos, em tramitação na Câmara, e a reforma das aposentadorias, a ser enviada para o Congresso depois das eleições municipais.

Na semana passada, o ministro Ronaldo Nogueira (Trabalho) afirmara que a reforma trabalhista seria remetida ao Congresso apenas no segundo semestre de 2017. Atribuiu o adiamento à necessidade do governo de desatar primeiro os seus nós fiscais. ''De que adianta a modernização da legislação se a economia não voltar aos eixos? É uma questão lógica: primeiro as primeiras coisas'', disse ele.

O novo discurso que o Planalto começa a esboçar não renega a necessidade de modernizar as relações entre patrões e empregados. Mas sustenta que o governo talvez não precise colocar suas digitais numa proposta. Alega-se que já tramitam no Congresso projetos que tratam dessa matéria.

Ouvido pelo blog na noite passada, um auxiliar do presidente declarou que o martelo não está batido. Mas sinalizou o que está por vir: "A gente vai tem que fazer escolhas. Não dá para encaminhar quinhentas propostas para o Congresso." O Planalto se equipa para aprovar a emenda do teto dos gastos até dezembro. E a mexida na Previdência em 2017.
Herculano
29/09/2016 07:49
A LAVA JATO CHEGANDO LÁ, editorial jornal O Estado de S. Paulo

Tudo leva a crer, diante da devastadora evidência de um conjunto probatório meticulosamente trabalhado pela polícia e pelo Ministério Público, que o Judiciário continuará condenando os larápios do dinheiro público

Como se estivesse sendo seguido o método da escalada hierárquica no processo de investigação e apresentação de denúncias da Operação Lava Jato e congêneres, nos últimos dias o chefão Lula da Silva tornou-se réu, pela segunda vez, e dois ex-ministros da Fazenda dos governos petistas, Guido Mantega e Antonio Palocci, tiveram prisão temporária decretada. Figuras de menor expressão política, camaradas espertos, operadores obedientes e empresários inescrupulosos, todos beneficiários do maior esquema de corrupção no governo federal de que se tem notícia no País, já estão atrás das grades. Aperta-se o cerco agora em torno dos responsáveis maiores por esse esquema que, conforme se torna cada dia mais evidente, tinha como objetivo principal financiar o projeto lulopetista de perpetuação no poder. Tudo leva a crer, diante da devastadora evidência de um conjunto probatório meticulosamente trabalhado pela polícia e pelo Ministério Público, que o Judiciário continuará condenando os larápios do dinheiro público, até esgotar o primeiro escalão dessa hierarquia de delinquentes.

O mais recente desses eventos, a prisão temporária do ex-ministro Antonio Palocci, provocou mais uma vez reações que colocam a nu as incoerências e contradições do lulopetismo e dos "progressistas" a ele atrelados, quando se trata do combate à corrupção. Como a Lava Jato se tornou símbolo da resistência à bandidagem dos maus políticos, ninguém ousa a ela se opor abertamente. Mas a cada figurão do PT que cai em suas malhas, imediatamente surgem os protestos contra o que seria uma atuação "seletiva" dos investigadores, movidos pela intenção de atingir "apenas um lado", preservando os "outros".

A Operação Lava Jato foi criada para investigar a prática de corrupção no governo, a partir do escândalo do petrolão, que acabou se revelando o desdobramento do mensalão, esquema que inaugurou a opção pragmática de Lula e sua tigrada de comprar apoio parlamentar para viabilizar seu projeto de poder. Nunca é demais repetir, o PT não inventou a corrupção, mas promoveu-a à condição de método de ação política. A Lava Jato, portanto, é um fenômeno da era lulopetista, e surgiu a partir do momento em que, confiantes na impunidade, PT et catervaorganizaram quadrilhas para o assalto generalizado aos cofres públicos.

Assim, o PT é o "lado" que montou o propinoduto da Petrobrás e, sabe-se hoje, de praticamente todas as grandes estatais, dos fundos de pensão e até mesmo de órgãos da administração direta como o Ministério do Planejamento, onde se chegou a tungar aposentados dependentes do crédito consignado. É inevitável, portanto, que os petistas e seus associados surjam como os principais alvos do combate à corrupção. Principais, mas não únicos, porque o "outro lado" também aparece, com a frequência proporcional a seu poder para corromper e a disposição para ser corrompido, em investigações policiais.

Mas há um certo embaralhamento da questão do "nós" e "eles" que os petistas e agregados não explicam. Se é verdade que a Lava Jato é obra dos inimigos do PT, por que os petistas acusam o atual governo "golpista", "usurpador" e "ilegítimo" de conspirar contra a operação?

A reação que manifestam mais uma vez os petistas, agora à prisão de Antonio Palocci, é perfeitamente compreensível diante do devastador efeito de mais essa ação da Lava Jato sobre a já desmoralizada imagem do PT. Palocci é um político articulado e competente que prestou relevantes serviços a seu partido, como a famosa Carta aos Brasileiros, que abriu caminho para a eleição de Lula em 2002, e teve uma atuação eficaz à frente do Ministério da Fazenda, sob Lula, e da Casa Civil, sob Dilma. Mas as abundantes evidências do tráfico de influência por ele praticado com a Odebrecht e depois com os clientes de seus serviços de consultoria revelam que seu calcanhar de aquiles é a irresistível cobiça pelo vil metal. Essa fraqueza, que não pega bem quando assola homens públicos, tem produzido efeitos devastadores quando dela trata a Lava Jato. Seja um lado ou seja outro, os delinquentes estão indo para a cadeia, purgar seus crimes.
Herculano
29/09/2016 07:46
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA

Amanhã é dia de coluna inédita e feita especialmente para a edição impressa de sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo e de maior circulação em Gaspar e Ilhota.

Não vou escrever sobre pesquisas.
Herculano
29/09/2016 07:42
A CAMPANHA COMEU O BICHO-PAPÃO DAS PRIVATIZAÇÕES

Esta campanha municipal comeu um bicho-papão das eleições. Ele se chama privatização e nas últimas décadas assombrou montes de candidatos que temiam ser triturados apenas por mencionar a palavra.

Sua vítima mais famosa foi Geraldo Alckmin, que em 2006 protagonizou um fenômeno: perdeu partes do eleitorado na passagem do primeiro para o segundo turno após vestir uma jaqueta com o tal fantasma.

Como a história adora uma ironia, coube a um pupilo de Alckmin o papel mais estridente no enfrentamento do monstro. Ninguém pode dizer que não sabia que João Doria quer entregar o controle de diversas coisas à iniciativa privada. Estádio, autódromo, centro de convenções, faixas de ônibus, parques, mercados, cemitérios - dificilmente o tucano poderia ser mais claro.

Por mais volátil que esteja, o eleitorado paulistano já deu sinais de ver com bons olhos a mensagem. Doria era pouco conhecido pelos eleitores no início da corrida. Com a difusão de suas propostas, foi o único candidato que cresceu seguidamente, a ponto de liderar e ao mesmo manter baixa sua rejeição.

O tucano figura como maior símbolo da rendição do monstro, mas não é raio em céu azul. Marta Suplicy fala da iniciativa privada, coisa que não fazia antes ("eu saí do PT", justifica ). No Rio, até o candidato do PSOL baixou a guarda ("Há áreas em que parcerias com o setor privado são boas, diz Marcelo Freixo).

A semente anti-estatista germina em solo fértil. O depauperamento fiscal dos diversos governos é gritante. A operação Lava Jato expôs o maior ralo de dinheiro público já visto.

Para quem acredita que as mãos da iniciativa privada são mais úteis para a sociedade do que as do Estado, há música. Se a maior parcela votar por esse caminho, jogo jogado. Os problemas dessa história toda não são bem de ideologia, porém.

Ao prometer que a iniciativa privada vai resolver isso e aquilo, os candidatos se desincumbem de mostrar contas. Tudo passa a "caber" no Orçamento. A fatura exportada para alguém (adivinhe quem) não precisa aparecer na campanha.

Outro problema reside no, digamos, pós-venda.

Condutor do maior ciclo de privatizações, FHC falou dos seus planos na campanha de 1994. Propôs levantar R$ 15 bilhões (R$ 76 bi atualizados) com a venda de estatais. A contona de padaria do candidato, porém, subtraía uma questão.

Em duas décadas tentando fiscalizar os serviços privatizados/concedidos, o governo central caminhou aos trancos e barrancos, com agências reguladoras pouco eficientes e serviços ainda aquém do desejado pela população. Como essa cultura ainda é fraca nos municípios, não há motivo para o eleitor dormir sossegado
Herculano
29/09/2016 07:19
TURISTA DE 86 É TRATADA COMO BANDIDA NA ALFÂNDEGA, por Cláudio Humberto, na coluna publicada nos jornais brasileiros

A advogada Mariana Cavalcante e sua avó de 86 anos, em cadeira de rodas, foram tratadas como criminosas na alfândega do Galeão (RJ). Funcionários do aeroporto e testemunhas acusam a auditora fiscal Maria Lúcia Lima Barros de ser conhecida por "escolher" um passageiro por voo para tratá-los com deboche e até grosserias. Indignada, Mariana vai processá-la por danos morais e até mesmo na esfera criminal.

SO NO BRASIL

O Brasil continua sendo o único País a tratar como bandidos, suspeitos de contrabando, seus próprios nacionais que retornam do exterior.

EM LUGAR NENHUM

Não se conhece país democrático que submeta seus nacionais a revista humilhante de bagagem, e ainda os trate até com deboche.

BULLYING BUROCRATA

Avó e neta só foram liberadas após deixarem as malas "sob custódia" da burocrata que as submeteu a mais de quatro horas de bullying.

FALA A CORPORAÇÃO

A Receita alega que a advogada e mãe de 86 anos traziam "muitas roupas" que "pareciam" ser de grife. E ainda isenta a colega, claro.

BRASIL SE DESCULPA AO VIETNÃ POR GROSSERIA DE DILMA

Por orientação do presidente Michel Temer, o ministro Blairo Maggi (Agricultura) sepultou um impasse diplomático com o governo do Vietnã, que se arrastava desde 2013, provocado por uma grosseria da ex-presidente Dilma: ela cancelou de última hora uma audiência para receber Nguyen Phu Trong, herói do Vietnã e líder máximo do Partido Comunista, que veio ao Brasil sob a garantia de que seria recebido.

GESTO HUMILHANTE

O episódio em Brasília representou grande humilhação para Nguyen Phu Trong e o Vietnã, que o tem como uma espécie de "semideus".

DIPLOMACIA DE MENTIRINHA

O Itamaraty divulgou a lorota de que o ex-chanceler Antonio Patriota foi a Hanoi pedir desculpas. Mas, se ele fez isso mesmo, de nada adiantou.

AGORA, TUDO BEM

Em visita real a Hanói, Blairo Maggi pediu desculpas e acabou homenageado por Nong Manh, sucessor de Nguyen Phu Trong.

PARTIDO DO XILINDR?"

Aliás, a situação do PT é tão ruim que faz lembrar a frase profética do saudoso jornalista Joelmir Beting, que há anos avisou: "O PT começou com presos políticos e vai terminar com políticos presos".

QUANTA DIFICULDADE...

O Tribunal de Contas do DF se sentou em duas licitações milionárias: desde maio, uma de R$ 555 milhões que trata de vigilância para todo o governo. Outra, de R$ 250 milhões, desde o início de agosto, trata de alimentação para a rede hospitalar. Para o TCDF, não há atraso. Claro.

BARRADO NO BAILE

O mais provável presidente do Senado a partir de 2017, Eunício Oliveira (PMDB-CE) não foi convidado para o jantar no Alvorada, terça. Parece que o atual ocupante do cargo, Renan Calheiros, tem a ver com isso.

VOTO ÚTIL

Pesquisa Ipsos em nove regiões metropolitanas revela que, quanto menos anos de estudo e menor a classe social do eleitor, maior a disposição de votar no candidato com mais chances de vencer.

VOTO INÚTIL

Entre os pesquisados pelo Ipsos das classes C e D, 18% concordam com a frase "Eu voto no candidato que vai ganhar para aproveitar meu voto". O Estudo Geral de Meios entrevistou 31.096 eleitores brasileiros.

AMARELOU

Em Chapecó (SC), berço do MST, o candidato a prefeito Cesar Valduga (PCdoB) esconde a participação de Dilma Rousseff. Aposentou a cor vermelha e usa o número 65 imitando estilo do candidato 45, do PSDB.

TERRA É 60

O ministro Osmar Terra (Desenvolvimento Social e Agrário) virou canal entre PMDB e PSDB, no governo Michel Temer. No Planalto, diz-se que o ministro é 60: soma do 15 do PMDB com o 45 do PSDB.

AUMENTA REJEIÇÃO

A reeleição dos prefeitos que disputam novo mandato deve variar de 55% a 65%, segundo as pesquisas. Em 2012, somente metade dos prefeitos que buscaram a reeleição tiveram sucesso nas urnas.
Herculano
29/09/2016 07:14
POTENCIAL DESPERDIÇADO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Após a desastrosa política econômica de Dilma Rousseff (PT), não espanta a degradação da posição brasileira na classificação global de competitividade. Na edição 2016/17, o país caiu para 81º lugar, num conjunto de 138 nações.

Trata-se do pior resultado desde o início do estudo no modelo atual, em 2007. Em relação a 2012, quando o Brasil atingiu a melhor marca (48ª), foi uma queda de 33 andares.

Elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, o trabalho define competitividade como um conjunto de instituições e políticas públicas que determinam o nível de produtividade de uma economia.

São 114 indicadores reunidos em 12 grupos temáticos, que por sua vez se juntam em três categorias essenciais: requisitos básicos para a competitividade, grau de eficiência e, por fim, inovação.

Sobretudo na primeira ?"que avalia qualidade das instituições, infraestrutura, ambiente macroeconômico, saúde e educação básica?", o país aparece muito mal.

É notável a piora do Brasil nos últimos anos, a começar pelo ambiente geral da economia. O país ficou com a 126ª posição da lista por esse critério. O descontrole da inflação e das contas públicas, afinal, fez colapsar a confiança e, com ela, o investimento.

A instabilidade é mortal para os negócios, pois inviabiliza qualquer planejamento de longo prazo, deteriora as condições de crédito e leva ao aumento dos juros.

A péssima colocação se repete em vários outros itens ?"128º lugar em eficiência dos mercados, 120º nas instituições, 99º em educação primária e saúde, 72º em infraestrutura. Tudo fica ainda mais detestável quando se observa o potencial desperdiçado: o Brasil é o 8º colocado em tamanho de mercado.

Pode-se considerar, naturalmente, que a posição deste ano marque o ponto mínimo. A melhoria substancial da competitividade, todavia, dependerá de amplas reformas que alterem a relação do governo com o setor privado e diminuam o custo de fazer negócios.

Não se produzirá nada duradouro com paliativos, como os subsídios dos últimos anos. Sedimentar instituições demanda visão de Estado e horizonte de longo prazo.

Será necessário agir em diversas frentes. Melhorar regras para destravar investimentos em infraestrutura, simplificar o regime tributário e conter a propensão a contenciosos trabalhistas são alguns exemplos do desafio que se apresenta ao país.
Herculano
29/09/2016 07:12
AS PESQUISAS

Ao que diz se chamar Pedro

Você escreve de que não entende a razão pela qual afirmei em comentário anterior que "o Kleber se consolidou nas pesquisas".

Entende, sim. As seguidas pesquisas mostram isso. Agora, se elas estão corretas, ai são outros 500, como se diz no popular.

Outra. Quase todos reclamam da lisura delas. Muitos me remetem informações e testemunhos de abundantes fraudes na coleta feita dos pesquisadores. E fazem errado, ou estão de má fé.

O local para correto para repassar essas informações, testemunhos e provas é para a promotoria eleitoral. Há até um aplicativo, o "Pardal" onde isso pode ser feito por um Smartphone e dará até complicação muito séria para o candidato se ele, ou qualquer um da equipe, estiver envolvido no que foi denunciado.

Então se há alguma coisa errada com as pesquisas, nada foi denunciado oficialmente por enquanto. Assim, ela continua sendo usada por quem tem o benefício e repudiada por quem tem o prejuízo. Natural. Vamos jogar limpo, limpar o jogo e excluir os maus jogadores? Sim! E começa Pedro pela sua parte, pela denúncia fundamentada no Ministério Público. Esses políticos antigos, com práticas antigas, só entendem o peso da Justiça. Acorda, Gaspar!
Pedro
29/09/2016 06:46
A história se repete.
Passaram quatro anos da última eleição municipal e PMDB não mudou a tática de querer enganar o eleitor. Na outra eleição fecharam rádio, não deixaram publicar aquela pesquisa onde Zuchi estava na frente. Como você diz Herculano, o comando é o mesmo dos velhos coronéis.O PMDB baixou o nível mais uma vez...Não entendo quando você diz Herculano ¨o Kleber se consolidou nas pesquisas¨. Quem viver verá!!Se consolidou com o velho jogo acredito eu.
Sidnei Luis Reinert
29/09/2016 06:42
O que a amiga de Dilma escondia na Argentina

O Financista 28.09.16 20:19
32,2% dos argentinos terminaram o segundo trimestre em situação de pobreza, segundo o Indec, o equivalente dos nossos vizinhos ao IBGE. É a primeira vez que a Argentina divulga números oficiais de pobreza desde meados de 2013.

Naquele ano, ainda sob Cristina Kirchner, o Indec afirmava que apenas 4,7% dos argentinos eram pobres. Há muito, os dados oficiais eram contestados pela imprensa, oposição e investidores ?" até que a amiga de Dilma, tão afeita a negar a realidade quanto a brasileira, simplesmente deixou de publicá-los. Agora, sabe-se por quê.

http://m.oantagonista.com/posts/o-que-a-amiga-de-dilma-escondia-na-argentina
Herculano
28/09/2016 20:18
CONSULTORIA DE PALOCCI É EXEMPLO A SER SEGUIDO, por Josias de Souza

A Lava Jato descobriu a solução para a crise econômica. Todo brasileiro desempregado deveria desistir do seu ofício e reorganizar-se como consultor. Entre um escândalo e outro, o médico sanitarista Antonio Palocci fez isso. Colocado no olho da rua por Lula e também por Dilma, dedicou-se à sua firma, a Projeto Consultoria Empresarial e Financaeira Ltda.. O resultado foi estupendo.

Nesta quarta-feira, o Banco Central informou a Sérgio Moro que executou a ordem de bloqueio dos recursos depositados nas contas de Palocci. Nas contas pessoais do ex-ministro, bloquearam-se R$ 814 mil. Nas contas de sua empresa, foram aprisionados R$ 30 milhões. Não chega perto dos R$ 128 milhões que o juiz da Lava Jato mandara bloquear. Mas já impressiona.

No ano passado, o Coaf, órgão federal que controla as atividades financeiras, já havia atestado o sucesso de Palocci. Em documento datado de 23 de outubro de 2015, a repartição anotara: "A empresa Projeto [?] foi objeto de comunicações de operações financeiras [?] com valor associado de R$ 216.245.708,00, reportados no período de 2008 a 2015, dos quais R$ 185.234.908,00 foram registrados em suas contas correntes e o restante em contas de terceiros?"

A crise poupou Palocci. Tudo poupou Palocci. A vida, a história, o Supremo Tribunal Federal, os correligionários, os eleitores? Palocci parecia ter descoberto a camuflagem perfeita para passar pelo mundo incólume. Disfarçara-se de Antonio Palocci, o consultor. Nenhuma revelação conseguia abalar o seu prestígio. Até que a Lava Jato o alcançou. O PT deve ter razão. Só pode ser perseguição a um talento insuspeitado.
Herculano
28/09/2016 20:15
PSDB E PMDB LIDERAM MAPA DE PESQUISAS NAS 93 MAIORES CIDADES DO PAÍS, por Fernando Rodrigues

Os 2 partidos são os que têm mais candidatos no topo das pesquisas

Tucanos têm 22 nomes competitivos na disputa; o PMDB chega a 18

PT pode ter pior desempenho desde 1996 em grandes centros urbanos

Só 5 petistas lideram nas principais cidades; apenas 1 está isolado à frente


O cálculo leva em conta a margem de erro das pesquisas divulgadas

PSDB e PMDB devem ficar com a maior parte de prefeitos eleitos em outubro de 2016 nas principais cidades do país, segundo as pesquisas mais recentes. Os 2 partidos têm os maiores números de candidatos competitivos no G93, o grupo que reúne as 26 capitais e as 67 cidades com mais de 200 mil eleitores (e nas quais é possível haver 2º turno).

Candidatos competitivos são aqueles que estão na 1ª colocação das pesquisas de intenção de voto, seja de maneira isolada ou dentro da margem de erro dos levantamentos. O PSDB tem 22 candidatos nessa condição. O PMDB, 18.

O Blog analisou e compilou pesquisas de 81 das 93 cidades mais importantes do país. Em 12 municípios ainda não há levantamentos de intenção de voto recentes, dos últimos 30 dias.

O G93 abriga 54,5 milhões de eleitores. Isso equivale a 37,8% dos 144,4 milhões de brasileiros aptos a votar para prefeito no próximo domingo (2.out.2016).

Quando se consideram apenas as 81 cidades para as quais há pesquisas recentes disponíveis, trata-se de um universo de 50,9 milhões de eleitores ?"ou seja, 35,2% do país.

O quadro a seguir mostra o desempenho dos partidos políticos nas eleições municipais das últimas duas décadas

Só há pesquisas disponíveis em 81 dos 93 principais municípios do país. Eis as 12 cidades para as quais não há levantamentos publicados nas últimas semanas: Belford Roxo (RJ), Carapicuíba (SP), Caxias do Sul (RS), Franca (SP), Guarulhos (SP), Itaquaquecetuba (SP), Maringá (PR), Montes Claros (MG), Petrópolis (RJ), Santa Maria (RS), Suzano (SP) e Taboão da Serra (SP)

As informações são dos repórteres do UOL Douglas Pereira, Gabriel Hirabahasi, Gabriela Caesar, Luiz Felipe Barbiéri, Pablo Marques, Victor Fernandes, Victor Gomes e Rodrigo Zuquim.

PT: PIOR DESEMPENHO EM 20 ANOS
Como se observa no quadro acima, o PT chega a esta fase da campanha com apenas 5 candidatos competitivos nas principais cidades do país. Apenas 1 está isolado na 1ª posição ?"e pode, em tese, vencer já no 1º turno. Trata-se do prefeito de Rio Branco (AC), Marcus Alexandre, que tenta a reeleição.

Esse pode ser o pior resultado do partido desde 1996, quando elegeu 9 prefeitos dessas 93 cidades mais relevantes do país. De lá para cá, esse número cresceu. O pico foi em 2008, no auge do governo Lula, com 25 prefeitos e a hegemonia nacional.

O envolvimento com casos de corrupção e o desgaste produzido pela crise política e econômica durante o governo de Dilma Rousseff (que teve o mandato de presidente cassado em 31.ago.2016) são alguns dos fatores que explicam a queda do partido em 2016.

Depois de eleger 17 prefeitos em 2012, o Partido dos Trabalhadores já perdeu 4 deles ao longo do mandato. Hoje, há apenas 13 petistas comandando cidades no grupo das 93 mais importantes.

Um dos casos mais emblemáticos deste eventual desempenho ruim do PT pode ser o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, candidato à reeleição. Ele tem apenas 11% das intenções de voto, segundo o Ibope. Está tecnicamente empatado com Marta Suplicy (PMDB), que tem 15%. João Doria (PSDB) e Celso Russomanno (PRB) lideram com 30% e 22%, respectivamente.

Mesmo com alguma oscilação positiva na sua de intenção de voto nos últimos levantamentos, Haddad continua em situação difícil: ele tem uma das maiores taxas rejeição entre prefeitos que tentam a reeleição em cidades grandes.
Herculano
28/09/2016 13:49
AS PESQUISAS

1. Quero reafirmar que conheço muito profundamente as metodologias e por algum tempo do meu exercício profissional eu fui dependente de pesquisas sérias e bem estruturadas para obter sucesso nos resultados (ou evitar erros de posicionamento) na área de comunicação.

2. Resumindo: acredito em pesquisas e as considero ferramentas essenciais para decisões em muitos campos de relacionamento humano. Também conheço pelo conhecimento técnico, que as pesquisas podem ser mal formuladas, mal feitas, mal realizadas no campo e mal interpretadas.

3. Posto isso, tudo o que está acontecendo nesta semana em Gaspar com as tais pesquisas eleitorais de intenção de votos, antecipei em três artigos que postei na segunda-feira a noite na coluna na internet com data desta terça-feira. Antes, em outros escritos, já tinha me referido a elas no mesmo tom.

4. E como conclui as três notas? "Agora, que as publicações das pesquisas desta semana podem desmoralizar muita gente, ah isso, pode". Então. Premonição? Nada, apenas experiência. E tomara que domingo todas as dúvidas sejam restritas às dúvidas do calor do embate e do jogo pela busca do voto perdido.

5. Mas, diferente das eleições anteriores quando as redes sociais não haviam e as reações demoravam muito tempo, as pesquisas eleitorais que estão sendo publicadas estão aparentemente provocando efeito contrário à propaganda pretendida pelos contendores. É algo imediato. Um novo fenômeno.

6. O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, gravou para a sua militância um depoimento afirmando que quando foi eleito pela primeira vez, as pesquisa o davam em último. Uma pesquisa que passou por minhas mãos naquela época e duas semanas antes das eleições, sinalizava o crescimento dele de forma clara. Ninguém tinha mecanismos de reação como hoje. Então não foi bem assim como depõe. Mas, em uma semana ele colocou todos no saco. Outra: ele está admitindo oficialmente que o PT e seu poste estão em último?

7. Outra. Estranho é que o próprio publisher da pesquisa não a valida naquilo que ele escreve. Deixa aberto às dúvidas. Pior. Uma enquete eletrônica, sem caráter metodológico, sobre a pesquisa publicada, no mesmo veículo, 65% duvidam dela.

8. Nas redes sociais circulam fotos e áudios relatando entrevistadores dos institutos acompanhados de partidários no momento das pesauisas. Ora, se isto é verdade, por que esta denúncia não está no Promotoria Pública Eleitoral?

9. Ou não é verdade então faz parte do choro e contrapropaganda, ou se é conivente com um crime, passível até, de impugnação da candidatura que se beneficia desse esquema. Com esta omissão está se validando um processo torto.

10. Então reafirmo o que escrevi na coluna: "Agora, que as publicações das pesquisas desta semana podem desmoralizar muita gente, ah isso, pode". E não escrevi pensando exata e unicamente sobre os ´veículos de comunicação vetores desse produto de interesse social.

11 Ora, penso que eles tomaram todos os cuidados e não servirão de bandeiras políticas para ficarem marcados na sua credibilidade, já que as pesquisas a vendem como um produto editorial. Mas a desmoralização dos institutos no que fizeram de errado ou de candidatos que vendiam falsamente números que não possuíam.

12. Quer um exemplo? Nesta segunda-feira a noite, um candidato fanfarrão garantiu ter 30% na pesquisa que seria publicada hoje. Teve quase a metade. Agora ele está se explicando e culpando adversários, pesquisadores, veículos... Só domingo início da noite, tudo isso será resolvido. E ai vou começar a escrever. Acorda, Gaspar!
Herculano
28/09/2016 13:17
ELEIÇÕES MUITOS ESTRANHA, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S. Paulo

As eleições municipais do próximo domingo são, por várias razões, atípicas. No plano mais estrutural, o pleito ocorre sob o signo da penúria. Por decisão do STF, candidatos e partidos não podem mais receber doações de empresas. Estão se virando como podem para custear suas campanhas e produzir os programas veiculados no rádio e na TV, que também sofreram um belo corte de tempo.

A brutal redução dos recursos financeiros disponíveis combinada com a diminuição das oportunidades de exposição dos candidatos deveria ser uma força a beneficiar o "statu quo", isto é, os políticos já estabelecidos e conhecidos do eleitor. Essa tendência, porém, se de fato existe, é contrabalançada pelas ondas de choque do terremoto político que o país atravessa desde 2014.

As investigações da Lava Jato criaram um clima que coloca todos os políticos automaticamente sob suspeita. Isso faz com que postulantes que se exibem como "outsiders" levem uma vantagem. Não é coincidência que o primeiro colocado nas pesquisas em São Paulo, João Doria (PSDB), insista em vender-se como empresário e não como político, mesmo que essa descrição não se coadune muito bem com a realidade.

Outra anomalia no pleito deste ano é que o mais tradicional partido de esquerda do país, o PT, está acuado. Além de constar como um dos principais envolvidos nos esquemas de corrupção revelados pela Lava Jato, o PT ainda tem de enfrentar o desgaste de ser a legenda da ex-presidente Dilma Rousseff, cujo governo colocou o Brasil na maior recessão de sua história. Não parece exagero prever uma onda antipetista, especialmente no Sudeste. Um sintoma disso é que Fernando Haddad (PT-SP), apesar de segurar a normalmente poderosa caneta de prefeito, não está muito cotado para conseguir vaga para disputar o segundo turno.

Por tudo isso, essas serão eleições muito, muito estranhas.
Herculano
28/09/2016 13:16
ESQUEMAS CONFIRMADO, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Com a decisão unânime da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de acatar as denúncias contra a senadora Gleisi Hoffman e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, tornando-os réus na Operação Lava Jato, fica mais explícito ainda o esquema de corrupção montado pelos governos petistas.

O casal teve papel preponderante nas administrações de Lula e Dilma, Paulo Bernardo como ministro do Planejamento de Lula, Gleisi como Chefe do Gabinete Civil do governo Dilma. Não sobrou um membro da cúpula petista para ser a exceção à regra, e o fato de que os cinco ministros da Segunda Turma seguirem sem ressalvas o voto do relator, ministro Teori Zavascki, indica que os indícios são muito conclusivos, como o próprio ressaltou.

As eventuais incongruências entre os delatores, usadas pela defesa para tentar desqualificar a acusação, foram desprezadas pelos ministros, pois, além dos depoimentos prestados por ex-diretores da Petrobras que fizeram delação premiada, há documentos que comprovam as denúncias, como rastreamentos telefônicos, depósitos bancários, documentos apreendidos, formando uma massa de informações suficiente para dar seguimento ao processo com os dois na condição de réus.

Há, além disso, muitas outras partes das delações premiadas do doleiro Alberto Yousseff e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa que se confirmam. Paulo Bernardo ainda está sendo investigado em outro processo, em que é acusado de ter desviado dinheiro do crédito consignado.

As acusações contra a cúpula do PT são tão demolidoras, demonstrando um esquema altamente sofisticado de corrupção para benefícios próprios e também para a manutenção do poder do grupo, que não é surpreendente que a cúpula partidária não encontre ânimo para defender seus pares. Apenas questões periféricas são tratadas, como a possível quebra de sigilo sobre a operação de prisão de Palocci, mas não o conteúdo das acusações, quase irrefutáveis.

Os efeitos desgastantes das ações dos últimos dias terão reflexos imediatos na votação do PT nas eleições municipais, como vão mostrando as pesquisas eleitorais. Não é por acaso que o PT não aparece disputando as principais capitais do sul e sudeste, e que mesmo no nordeste, onde resta seu nicho eleitoral, ainda que reduzido, seus candidatos não sejam os favoritos.

E será difícil recuperar-se do choque a tempo de vislumbrar uma saída política para a eleição de 2018, seja para a presidência da República, seja para o Congresso, cenários onde será disputado o poder real com a provável participação minoritária do PT, sem que se possa dizer de antemão quem estará em maioria.

Vamos ter uma disputa semelhante à de 1989, que pode ocorrer em cenário econômico de recuperação ?" o governo já está prevendo um crescimento de 1,7% do PIB em 2017, o que, a esta altura, já é alguma coisa ?" ou de recessão continuada, que elevaria a tensão da disputa, com o país radicalizado.

Já passamos por essa experiência com o governo Collor, quando três líderes populistas ?" Lula, Brizola e o próprio Collor - disputaram a presidência da República num terreno completamente minado, ao final do governo Sarney, que teve a sabedoria política de garantir o processo democrático mesmo debaixo de ataques políticos os mais baixos.

De uma disputa como essa pode sair qualquer resultado, e o melhor seria que as forças políticas que sobreviverem à Lava Jato aproveitassem o momento para montar acordos nacionais que facilitassem a transição. Mas não acordos como os que estão sendo negociados por baixo dos panos.

Ao contrário, como disse recentemente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso, o momento pode ser "promissor" se aproveitarmos esta hora difícil para elevarmos o patamar ético da sociedade brasileira.
Herculano
28/09/2016 13:10
COMO PALOCCI SE ENCAIXA NA TRAJET?"RIA DO LULAPETISMO, editorial do jornal O Globo

Da denúncia, de 1997, de que compadre de Lula assediava prefeituras petistas, até o petrolão, há uma linha coerente de um grupo em busca do dinheiro público

A prisão temporária do ex-ministro Antonio Palocci, o segundo ministro da Fazenda da era lulopetista a ser detido pela Lava-Jato - Mantega, o primeiro -, ajuda a compor um quadro amplo dos maus costumes que o PT desenvolveu no trato com o dinheiro público. Não começaram em Brasília. Vêm de muito longe os desvios neste campo; desde quando o partido começou a vencer eleições municipais e a conquistar as primeiras prefeituras no entorno da São Paulo e interior do estado.

É de 1997 a denúncia do militante e dirigente petista Paulo de Tarso Venceslau contra o amigo do peito de Lula, Roberto Teixeira, advogado e próximo do ex-presidente até hoje. Mantêm relação de compadres. Incomodado com consultorias que Teixeira oferecia a prefeituras petistas, Tarso, ainda crédulo com o PT, relatou à cúpula da legenda a preocupação com aqueles negócios.

Criou-se ?" por certo, a contragosto de Lula ?" uma comissão para examinar o assunto. Ela propôs a abertura de processo ético-disciplinar sobre o companheiro Teixeira. A Executiva Nacional acolheu a proposta, nas nada mais aconteceu. A não ser a expulsão de Paulo de Tarso, a decisão de um dos membros da comissão, Hélio Bicudo, fundador do partido, de se desligar ?" viria a ser um dos signatários do pedido de impeachment de Dilma ?" e o desgaste junto ao lulopetismo do jovem José Eduardo Cardozo, reabilitado no partido só agora, na defesa que fez de Dilma.

Essa passagem pode ser considerada a pedra fundamental de um contumaz comportamento delinquente de desviar dinheiro público para o projeto de poder hegemônico da legenda, e o enriquecimento de alguns, o que só ficaria à vista da sociedade a partir do mensalão, em 2005.

A atuação de Palocci nessa engrenagem, em investigação pela Lava-Jato, é coerente com este lado sem ética do lulopetismo, ativo há muito tempo. Médico sanitarista, prefeito competente de Ribeiro Preto (SP) ?" responsável pela privatização parcial da telefônica da prefeitura, algo inédito naquele tempo ?", e hábil ministro da Fazenda num momento grave, no início do primeiro governo Lula, Antonio Palocci repetiria o caminho subterrâneo de muitos outros dirigentes.

Tendo assumido a coordenação da campanha de Lula em 2002, com o assassinato do prefeito Celso Daniel, de Santo André ?" outra história envolta em brumas ?", Palocci cresceu dentro do partido e, depois, no governo.

Agora, pelas revelações da Lava-Jato, começa-se a saber como o ex-ministro passou a servir de intermediário nas sombras entre a Odebrecht e o PT. De 2008 a 2013, teriam saído do caixa dois da empreiteira para o partido R$ 128 milhões.


Já eram conhecidos os sinais de enriquecimento de Palocci. Depois que saiu do governo enxotado pela revelação do caseiro Francenildo sobre a frequência com que visitava uma casa em Brasília destinada a festas e negócios, Palocci parece ter se dedicado com afinco a consultorias, atividade que o derrubou da Casa Civil de Dilma. Sempre essas consultorias.

Palocci se junta a outros "capas pretas" petistas apanhados em delitos, além do próprio Lula: José Dirceu, Genoíno, João Paulo Cunha, Delúbio Soares, para citar alguns poucos. Tudo muito coerente com o que aconteceu em 1997, na denúncia de Paulo de Tarso Venceslau.

Felizmente, acontece um processo dialético no conflituoso relacionamento entre o PT e a democracia representativa brasileira: pressionada pelo partido, aliados e satélites, ela ganha força, cria anticorpos.
Herculano
28/09/2016 13:09
ROTATIVIDADE DELITUOSO, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

A Casa Civil é o mais importante gabinete da Esplanada dos Ministérios, o mais próximo da Presidência, aquele que tem o maior espectro de atribuições político-administrativo no assessoramento direto de quem ocupa a chefia da República.

O titular é a pessoa que avalia e monitora atos presidenciais ?" aqui incluído o exame prévio da constitucionalidade de cada um deles ?", acompanha a execução de ações governamentais da Presidência e demais ministérios, supervisiona o andamento das propostas do Executivo no Congresso, passa o pente-fino em cada palavra a ser publicada no Diário Oficial, analisa o mérito dos projetos, fiscaliza o andamento das propostas, faz a interface com o Parlamento, toca, enfim, a República.

Explicito isso para que o prezado leitor e a cara leitora tenham a exata noção do que significa o posto ocupado nos governos dos variados partidos e do PT por nove titulares. Daí talvez lhes facilitem a compreensão sobre a gravidade de cinco deles serem acusados, condenados ou investigados por corrupção.

O primeiro e mais poderoso, José Dirceu, cumpriu pena em decorrência do processo do mensalão e foi preso outra vez por decisão do juiz responsável pelo caso do petrolão. Certamente sofrerá novas condenações. Dirceu é aquele cujo braço direito nos primórdios do governo de Luiz Inácio da Silva, Waldomiro Diniz, foi pego pela exibição de um vídeo em que tentava extorquir o bicheiro, dito empresário, Carlos Cachoeira.

Um tempo risonho. Franco e de alguma forma até ingênuo a julgar o que viria depois. Dirceu sucumbiu ao escrutínio do Supremo Tribunal Federal e antes sofreu a cassação do mandato na Câmara numa situação muito semelhante à de Eduardo Cunha, sendo um todo-poderoso que não resistiu aos fatos. Isso numa época em que a votação para esses casos era secreta.

Deu-se um trauma no governo Lula que, para superá-lo, nomeou Dilma Rousseff, a ministra de Minas e Energia de então, para o posto. Já na ideia de construção da candidatura de uma "mulher honesta" que viria a parecer tudo menos honesta. Elegeu-se presidente e no mandato subsequente sofreu o segundo impeachment em menos de 25 anos da história brasileira.

Em seguida a Dilma, ocupou a Casa Civil Erenice Guerra, até então o chamado braço direito dela. Não durou no cargo, do qual precisou abrir mão quando das evidências de prática de influência dela e da família no governo. Erenice hoje está na mira de Curitiba.

Por breve período de dois meses durante a campanha eleitoral de 2010, Carlos Eduardo Esteves foi o chefe da Casa Civil enquanto Dilma cuidava da própria campanha da qual, uma vez eleita, nomeou Antonio Palocci para a Casa Civil. Isso a despeito de o personagem já ter tido várias denúncias, dentre as quais as do recebimento de propinas por causa de um repentino aumento de patrimônio e de ter, por isso, perdido o cargo de ministro da Fazenda.

Hoje Palocci está preso, sob a acusação de extorquir R$ 128 milhões da empreiteira Odebrecht. Sua sucessora, Gleisi Hoffmann, encontra-se nas malhas da Lava Jato por obra do caixa 2 da Petrobrás do qual, segundo os investigadores, teria recebido R$ 1 milhãoresultante de propinas acertadas por ocasião de contratos firmados pelo governo com a Petrobrás.

Depois de Gleisi foram nomeados Aloizio Mercadante, Jaques Wagner e Eva Chiavon (militante do MST), descontada a fracassada tentativa de acolitar Lula na Casa Civil para protegê-lo da ação do juiz Sérgio Moro. Não se protegeu nem impediu abertura de procedimento por obstrução de Justiça.

De onde é de se concluir que a Casa Civil foi tratada nos anos do PT no poder como a casa da mãe Joana.
Herculano
28/09/2016 13:07
MELHORA O HORIZONTE, por Miriam Leitão, para o Jornal O Globo

Uma inflação mais baixa e juros que podem cair em breve. A atividade econômica se estabilizando. A confiança dos consumidores em nova alta. Essas foram as boas notícias de ontem. O país começa a sair do ciclo recessivo que fez o PIB ficar estagnado um ano e cair dois anos consecutivos. Ainda não é o fim do ciclo, mas o Relatório de Inflação mostra que caminha-se para mudar de fase.

O Banco Central divulgou que as expectativas de inflação, no seu cenário, estão abaixo do centro da meta em 2017 e 2018. Isso significa que aumentaram as chances de cortes nas taxas de juros. Já a Fundação Getúlio Vargas divulgou que a confiança dos consumidores subiu novamente em setembro, no quinto aumento seguido, e melhorou também a confiança do setor de construção civil.

O Relatório de Inflação veio com mais novidades que permitiram avaliar melhor como o Banco Central está analisando a conjuntura econômica. No cenário de referência, em que tudo permanece como está, principalmente a taxa de juros, nos 14,25%, a inflação fica em 4,4% no ano que vem e 3,8% no ano de 2018. Em um dos cenários novos que ele divulgou, considerando a hipótese de os juros caírem 3,25%, indo para 11%, a inflação terminaria o ano que vem em 4,8% e ao fim de 2018 estaria em 4,5%. Com isso, e outras informações e hipóteses do relatório, se chega à conclusão de que o Banco Central está se preparando para baixar a taxa de juros, apesar de a inflação dos últimos 12 meses estar ainda em 8,7% e de a previsão para este ano, feita pelo BC, ter subido de 6,9% para 7,3%.

O Bradesco divulgou análise, logo depois, dizendo que espera queda de 0,5% na Selic, em outubro, e outro corte de 0,5%, em novembro, terminando o ano com 13,25%. Outras instituições financeiras soltaram relatórios apostando em quedas das taxas de juros no futuro próximo.

O departamento econômico do Itaú dissera na véspera que a economia brasileira pode crescer até 4% em 2018 se conseguir aprovar as reformas. Mas nem todos estão assim otimistas. A mediana das previsões está em torno de 2,5% para 2018. Mas algumas instituições e consultorias acreditam em uma recuperação mais rápida.

A quinta alta seguida da confiança do consumidor levou o índice ao maior patamar desde janeiro de 2015. Olhando a pesquisa com mais atenção, no entanto, percebe-se que as famílias estão sofrendo com o momento atual, ao mesmo tempo em que acreditam em melhora no futuro. Enquanto o índice de situação atual caiu 1,3 ponto, o índice de expectativas subiu 3,2 pontos. O brasileiro ainda sente os efeitos da recessão, com inflação e desemprego elevados, mas voltou a acreditar que é possível deixar a crise para trás.

O setor de construção civil foi duramente afetado pela crise econômica, mas também começa a dar sinais de que volta a respirar. A confiança subiu pelo terceiro mês seguido, em setembro, e retornou ao patamar de junho do ano passado. A expectativa de queda dos juros vai ajudar a alavancar projetos de longo prazo e o anúncio do Programa de Parceria de Investimentos foi bem recebido pelos empresários.

As notícias são boas, mas não se pode perder de perspectiva quanto custa errar na economia. O descontrole fiscal e o descuido com a inflação levaram a taxa a ficar em dois dígitos e o país teve que viver, por um longo tempo, uma soma de amarguras: uma economia em contração de mais de 3% ao ano, com uma taxa básica de juros estratosférica, de 14,25%, e uma inflação elevada. No Brasil, pela sua história inflacionária, por haver ainda muita indexação, e por ter parte do seu mercado de crédito direcionado, a inflação é muito menos sensível aos juros. Na maioria dos países, uma taxa de juros alta como esta e uma economia em retração reduziriam a inflação mais rapidamente. Por isso é tão perigoso ser leniente com a inflação no Brasil.

O Banco Central fez uma avaliação positiva também do cenário internacional. Houve uma redução da aversão ao risco e não houve o que se temia com o plebiscito a favor do Brexit. A incerteza maior continua sendo interna. Não se sabe qual será o ritmo de aprovação das reformas, e em quantos anos o país conseguirá conquistar o reequilíbrio das desorganizadas contas do governo.
Lélo
28/09/2016 11:55
Sobre as pesquisas, no mundo de hoje é uma babaquice tremenda gastar dinheiro com isso, em 1 minuto o mundo muda! E a que saiu hoje, 4,9% de margem de erro? Andréia pode estar em segundo e os outros dois candidatos em terceiro e quarto!!!
O povo de Gaspar esta acordando, achei que iria mais umas 3 gerações, mas vou me atentar para uma!

E muita gente que faz essa política suja de comprar as pessoas com inscrições de torneios, bola, café aos idosos, arrumar vaga em creche, vamos acabar com esses jeitinhos, esse pesoal vai cair bonito! Chega dessa sujeira, vamos começar das nome aos bois, façamos política no olho a olho apresentando as propostas e o que conhecem e podem melhorar em Gaspar! A população ta sabendo quem faz sujeira em Gaspar, quem não cair nessa, na próxima vai! Abs
Entre as Montanhas
28/09/2016 10:37
PESQUISA 28/09/16

Dá pra ver de longe o vício da pesquisa. Somente 6% indecisos ??? Impossível. Kleber beirando 40% ??? Lovídio igual a Brick ??? Andreia com 12,6% ??? Nada disso ecoa a voz das pessoas com opinião política em Gaspar.
Isso está igual a pesquisa em Blumenau na eleição de 2012 quando apontava 2 turno entre Kuhlmann e Ana Paula Lima. Deu Napoleão. 72% dos votos.
Tem muito cara de pau no mundo da política hoje em dia. E esses caras de pau querem continuar dando as cartas aos novos marionetes. Quero ver quem acredita neste velho golpe político!!! Deu né.
José Antonio
28/09/2016 09:51
Herculano!

Em relação a pesquisa os números apresentados ultrapassam os 100%. Não sabe/Não respondeu é igual a 5,9%. Os indecisos estão incluídos ai, então o que se percebe nas ruas onde claramente se vê é que mais de 30% do eleitor está indeciso, algo está errado nesta pesquisa, ou não?
J.Silva
28/09/2016 09:35
Pesquisa

A candidata Andréia Nagel é filiada ao PSDB(45) e não PSD
Herculano
28/09/2016 08:12
PESQUISA MAPA

A pesquisa que é publicada hoje mostra quatro fatos de forma clara

1. O candidato Kleber Edson Wan Dall, PMDB, está consolidado. Ele repete os números há tempo e em várias pesquisas.

2. Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSD, foi a que mais cresceu. Simplesmente dobrou as intenções de votos em comparação à pesquisa divulgada.

3. Marcelo de Souza Brick é o único que está caindo. Muito se deve ao desempenho dos debates e à associação do partido Comunista, emprestado pelo PT para a sua campanha.

4. O PT com toda a máquina, militância, dinheiro e a ferrenha campanha que faz, não consegue ser páreo como todos temiam.
Herculano
28/09/2016 08:06
PESQUISA II

O PSDB e o DEM de Andreia Symone Zimmermann Nagel tentaram impedir por liminar antes o uso, as pesquisas particulares da Axioma, de Ituporanga, e de que ninguém sabem que é.

O juiz Rafael Germer Condé negou a liminar. Deu 48 horas para a Axioma se explicar.
Herculano
28/09/2016 08:02
KLEBER EDSON WAN DALL É MULTADO MAIS UMA VEZ POR PROPAGANDA IRREGULAR

O promotor eleitoral Marcelo Sebastião Netto de Campos pediu e o juiz Rafael Germer Condé condenou mais uma vez o candidato do PMDB de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall e desta vez a R$8 mil por usar um painel de Led em tamanho irregular em um de seus eventos públicos de campanha. Kleber pode recorrer

Esta não é a primeira vez que Kleber, o PMDB e vereadores do partido em Gaspar são condenados com multas pesadas por usar propaganda em tamanhos além do que é permitido pela lei.

Desta vez, o juiz Rafael foi mais além: deu 24 horas para apresentar a documentação que comprove o valor pago pelo equipamento, e arbitrou uma multa de R$1 mil a cada 24 horas pelo atraso dessa prestação de contas.

Esta é a segunda vez, que tanto o Ministério Público e o juiz eleitoral dão sinais claros de que estão de olho nos gastos superlativos aparentes da campanha de Kleber e do PMDB, feita muito ao modo antigo.
Herculano
28/09/2016 07:50
ILHOTA EM CHAMAS

A Coligação do candidato Keka, PP e PSD, não gostou da carreta que o oponente Dida, PMDB e DEM fizeram no domingo passado. Alegaram que atrapalharam o trânsito e colocaram em risco pessoas quando saíram do Centro, passaram pela nova ponte e foram em direção aos Baús, passando por duas rodovias de intenso movimento a SC 412 e a BR 470.

Pediram ao juiz multas. Ele abriu prazo para a defesa
Herculano
28/09/2016 07:34
PT COMEMORA PERÍODO ELEITORAL EM QUE NINGUÉM PODE SER PRESO, do Sensacionalista

Enfim uma semana de tranquilidade no Partido dos Trabalhadores. Os membros do partido comemoram a "folga" na rotina de prisões durante os cinco dias que antecedem as eleições e as 48h seguintes. "Essa é a verdadeira festa da democracia", publicou um dirigente petista.A direção do site "Antagonista" deu férias coletivas para seus redatores que durante uma semana não poderão publicar a notícia "Lula vai ser preso amanhã"
Herculano
28/09/2016 07:19
ILHOTA EM CHAMAS

A guerra travada entre o PP, PSD com Keka e o PMDB, DEM com Dida, continua firme nas denúncias na Justiça Eleitoral da Comarca.

Ontem a noite, o juiz eleitoral Rafael Germer Condé, determinou que Keka não use mais no seu material, ilustrações ou fotos que contenham o brasão do município e que possam dessa forma se relacionar com o atual governo de Daniel Christian Bosi, PSD.

Inócua. Como Bosi está tão mal avaliado que não concorreu a reeleição, qualquer associação com ele só prejudica o candidato Keka, e ex-secretário, que apoia,pois segundo a única pesquisa registrada e divulgada até aqui, também não decolou.
Herculano
28/09/2016 07:08
AUDITORIA CIDADÃ É APENAS MAIS UM CASO DE INTOLERÂNCIA À DÍVIDA, por Alexandre Schwartsman, economista, ex-diretor do Banco Central, que um dia o PT tentou censurar as suas opiniões pública sobre a errática política econômica do governo, quando ele estava fora BC

Dois amigos, Alberto e Bruno, tomaram R$ 100 emprestados, à mesma taxa de juros (10% ao ano), mas não pelo mesmo prazo. Alberto teria dois anos para liquidar o empréstimo, sem prestações intermediárias, enquanto Bruno, mesmo sabendo que só conseguiria recursos para quitar o financiamento no final do segundo ano, teria que pagá-lo integralmente ao fim do primeiro ano.

Assim, 12 meses depois, ambos pagam R$ 10 relativos aos juros incidentes sobre o crédito. Bruno, porém, ainda sem recursos para a quitação, toma novo empréstimo em outro banco por mais um ano (à mesma taxa, para simplificar) e paga o que devia ao primeiro. Neste momento, portanto, ambos os amigos ainda devem R$ 100, tendo pago R$ 10 a título de juros. Bruno, porém, quitou a operação original com recursos de uma nova.

À parte o risco de refinanciamento (isto é, caso Bruno não achasse um banco disposto a lhe emprestar dinheiro para pagar o empréstimo inicial), os dois amigos estão na mesma situação, como concluiria qualquer um que pensasse sobre o assunto por 12,5 segundos.

Esta, porém, não parece ser a conclusão da tal Auditoria Cidadã da Dívida, que inclui a amortização da dívida em pé de igualdade com as demais despesas do governo. Caso seguíssemos sua peculiar "lógica", Bruno, em nosso exemplo acima, teria "gasto" R$ 100 em amortização da sua dívida. E, pior, a dívida, apesar da amortização, ainda teria o mesmo tamanho... Daí para recomendar a Bruno a "auditoria da dívida" (ou seja, calote) é apenas um passo, ou até menos do que isto.

Uma coisa deve ficar clara: despesas reduzem o patrimônio; amortizações, não.

Caso aumente meus gastos, ou a minha dívida cresce, ou, de forma equivalente, meus ativos (dinheiro no banco, por exemplo) se reduzem. De uma forma, ou de outra, meu patrimônio cai.

Por outro lado, se pago amortizações com meu dinheiro, dívida e ativos se reduzem no mesmo valor, de forma que meu patrimônio não se altera. Caso tome nova dívida para pagar a antiga (como Bruno), meu endividamento não se altera, mas também não meus ativos; assim, meu patrimônio permaneceria o mesmo.

Posto de outra forma, quem pensa mais que 12,5 segundos sobre esse assunto não pode concluir que amortizações representam 50% do orçamento (ou sei lá que número propagandeado recentemente). A confusão é deliberada: trata-se da defesa do calote; apenas não ousa dizer seu nome.

Em artigo que ficou famoso, Carmen Reinhart, Kenneth Rogoff e Miguel Savastano lançaram o conceito de "intolerância à dívida", isto é, da tendência de alguns países a renegar suas dívidas, mesmo em patamares facilmente gerenciáveis por outros países.

Uma das conclusões desse trabalho sugere que calotes passados influenciam consideravelmente a chance de novos calotes, fenômeno devidamente incorporado no custo de novos empréstimos ao país, com consequências negativas para investimento e, portanto, crescimento.

Mesmo sem a coragem de dizê-lo abertamente, o que vemos aqui é apenas mais um caso de intolerância à dívida. Gente que acredita numa solução fácil e errada para o problema, em vez do caminho difícil da responsabilidade fiscal.

Foi exatamente assim que o país perdeu o pé do crescimento, mas esta é uma lição que muitos fazem questão de não aprender.
Herculano
28/09/2016 07:01
SINAIS DE DESEQUILÍBRIO, editorial do jornal Zero Hora, RBS Porto Alegre

É inegável que integrantes do Ministério Público e da Polícia Federal vêm cometendo alguns excessos na Operação Lava-Jato, especialmente no que se refere à espetacularização de certas ações. Também não se pode ignorar a inoportunidade da manifestação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em fala que precedeu a Operação Omertá, responsável pela prisão do ex-ministro Antonio Palocci. Até mesmo a necessidade dessa prisão pode ser questionada, como estão fazendo os advogados de defesa do acusado, sob o pretexto de que ele poderia dar explicações com uma simples intimação.

Tudo isso faz parte do debate democrático. Mas daí a atribuir à Operação Lava-Jato a pecha de perseguição política ou tentativa de interferir no processo eleitoral vai uma grande distância. Basta lembrar que essa investigação começou no governo do PT, com total chancela e até elogios da ex-presidente Dilma Rousseff e de seus ministros, que reivindicavam o mérito de não interferir no trabalho da Polícia Federal. Será que agora, com a mudança de governo, a PF e o Ministério Público teriam perdido a independência?

Nada indica isso. A quantidade de petistas investigados e presos realmente passa uma impressão de desequilíbrio no espectro partidário e ideológico, mas é preciso lembrar que políticos importantes de outros partidos, inclusive da base de apoio do atual governo, também estão citados por envolvimento na corrupção. O que cabe é cobrar do Supremo Tribunal Federal, mais do que da polícia ou do Ministério Público, a continuidade das investigações sobre os detentores de foro privilegiado.

E também é importante que os cidadãos interessados na moralização da política e na busca de Justiça não se deixem enganar pelo discurso capcioso de suspeitos que se valem das falhas da Lava-Jato para tentar inviabilizar a investigação.
Herculano
28/09/2016 06:58
TEMER TENTA DETER BRIGA SUCESSORIA NA CÂMARA, por Josias de Souza

Às voltas com a necessidade de aprovar até o final do ano pelo menos a emenda constitucional que congela os gastos públicos, Michel Temer foi alertado para uma encrenca que pode desunir sua infantaria. Começam a se acotovelar pelo comando da Câmara o destacamento do centrão, ex-bloco de Eduardo Cunha, e o pelotão do centrinho, composto pelos ex-oposicionistas PSDB, DEM, PPS e PSB.

Faltam cinco meses para a troca de guarda na Câmara. Eleito para substituir o cassado Eduardo Cunha, o deputado Rodrigo Maia terá de passar o bastão de comando para um novo presidente no início de fevereiro de 2017. Temer foi avisado sobre a antecipação da troca de tiros no almoço desta terça-feira.

Dividiram a mesa com o presidente os deputados Danilo Forte (PSB-CE) e Darcísio Perondi (PMDB-RS), respectivamente presidente e relator da comissão especial sobre a emenda do teto dos gastos públicos federais. Coube a Danilo falar sobre a disputa na Câmara. Temer concordou com a necessidade de deter suas brigadas.

À noite, num jantar com ministros e líderes partidários, no Palácio da Alvorada, ex-morada de Dilma Rousseff, Temer exortou os presentes a apressarem a votação da emenda do teto. Gostaria de ver a proposta aprovada nas duas Casas legislativas até o final de novembro.

Presente também ao jantar, Danilo Forte repetiu o que dissera a Temer mais cedo, na mesa do almoço. Pelo menos dois parlamentares entenderam que o colega ecoava preocupações do próprio Temer. Em privado, o governo difunde a tese de que segundo a qual propaga a tese

Difunde-se nos subterrâneos a tese segundo a qual não há Temer sem seus apoiadores congressuais. E vice-versa. Os dois lados têm encontro marcado para 2018. Com as reformas, podem se reunir em torno de uma candidatura presidencial. Sem elas, a embarcação irá a pique e todos se encontrarão nas profundezas.
Herculano
28/09/2016 06:55
COMO OS POLÍTICOS TRAMAM E TRABALHAM PARA PROTEGER OS SEUS PROPRIOS ILÍCITOS OU DE QUEM LHES EMPRESTA APOIO. E ISTO EM PLENA CAMPANHA ELEITORAL E IMPLANTAÇÃO DE UM GOVERNO QUE SE ESFORÇA PARA DIZER QUE É LIMPO, E SABE-SE QUE NUNCA FOI. O PMDB FOI SOCIO DA BALNDALHEIRA ORGANIZADA PELO PT DUANTE 13 ANOS E SE LAMBUZOU TANTO QUANTO

Está na coluna Painel, da Folha de S. Paulo, de hoje, e assinada para Natuza Neri: novo texto da repatriação tira trava que impedia condenados de aderir ao programa

Anistia 2.0
Após a tentativa de livrar alvos da Lava Jato envolvidos em caixa dois, a Câmara prepara mais uma. O projeto que altera a Lei de Repatriação, cujo texto foi distribuído a líderes nesta terça (27), permite a inclusão de condenados por crimes como lavagem e sonegação entre os beneficiários. Pela regra atual, eles não podem aderir ao programa, que legaliza recursos mantidos fora do país. Caso o texto seja aprovado, basta que o valor a ser repatriado não seja o objeto da condenação.

Supersimples
Um apartamento fruto de sonegação que resultou em condenação não poderá ser legalizado, mas, se além disso a pessoa tiver uma conta na Suíça, o dinheiro fica livre para o programa, diz um deputado.

Reforço
As alterações foram discutidas com integrantes do Planalto e com Rodrigo Maia (DEM-RJ). A intenção, de acordo com parlamentares, é dar segurança jurídica a quem aderir ao programa e alavancar a arrecadação com os recursos repatriados.
Herculano
28/09/2016 06:48
MORAES TEME DESGASTE DA CANDIDATURA EM 2018, por Claudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Motiva o ministro Alexandre Moraes (Justiça) algo mais importante do que preservar seu cargo no governo Michel Temer: ele tem a certeza de que é o candidato favorito de Geraldo Alckmin ao governo de São Paulo, em 2018. Por isso, a preocupação de Moraes, revelada a aliados, é que sua declaração, insinuando ter conhecimento prévio de operações da Lava Jato, não prejudique o seu projeto político.

PURA 'QUEIMAÇÃO'
Por trás da repercussão desproporcional da declaração do ministro estaria, dizem aliados, a intenção de "queimar" sua candidatura.

MENOS, RAPAZES, MENOS
Para evitar o assunto Palocci, petistas espalham que a verborragia de Alexandre Moraes "ofuscou" a prisão do ex-ministro corrupto.

O MAIOR 'ELEITOR'
A eventual vitória do PSDB na disputa pela prefeitura paulistana torna Geraldo Alckmin no mais forte "eleitor" para a própria sucessão.

CANDIDATURA É MEIO GOL
Todo tucano sonha se candidatar ao governo paulista: seja quem for, como mostra João Dória Jr. este ano, terá grandes chances de vitória.

RECEITA COBRA R$ 69,2 BI DE GRANDES DEVEDORES
A Receita Federal já cobrou R$ 69,2 bilhões devidos por grandes empresas, este ano. O valor devido pelo grupo de 1.537 devedores é três vezes maior que aquele cobrado de micro e pequenas empresas que integram o regime do Simples Nacional. De acordo com a Receita, a "cobrança especial dos grandes devedores é prioridade" e punições contra grandes devedores são mais graves que para os pequenos.

FOCO DA RECEITA
A atuação da Receita é orientada a recuperar créditos "relevantes", com foco em grande contribuintes. Em 2015, autuou R$ 94,3 bilhões.

'SERASA' GRAÚDO
Grandes empresas que devem à Receita são incluídas num cadastro de devedoras e perdem parcelamentos e descontos tributários.

PUNIÇÕES SEVERAS
Grandes empresas também estão sujeitas a perder bens e direitos, e ainda pode ter revogadas permissões e concessões públicas.

LAVA JATO IMPARÁVEL
A lei proíbe a prisão de qualquer eleitor nos cinco dias anteriores e até as 48h seguintes à eleição. Mas é bom lembrar que não proíbe mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão.

SURPRESA
Todos apostavam em Brasília que a delação do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado colocaria a cúpula do PMDB na mira da Lava Jato. Na mira, colocou, mas não na cadeia. Ainda.

AINDA FALTA UM
Após a prisão de Antonio Palocci, já não se duvida em Brasília que Lula será mesmo preso. Há motivos até bem mais graves que as acusações a Palocci. As apostas são de que Lula não passará o fim de ano solto.

RISCO DE EXTINÇÃO
O PT reconhece a iminente prisão de Lula, que será fatal, porque, para sobreviver, o partido terá encontrar um substituto capaz de liderar o soerguimento. Mas todos estão na cadeia por corrupção.

NADA A VER COM ELEIÇÃO
O inquérito contra Antonio Palocci foi aberto em junho de 2015. Dez meses depois, o ex-ministro petista estava recolhido ao xilindró. O PowerPoint do "comandante da corrupção" foi feito no último dia 14.

TEMPO MÉDIO
A partir da denúncia, em média, o juiz federal Sérgio Moro demora entre 7 e 12 meses para condenar (ou absolver) políticos, empresários e agentes públicos investigados pela PF na Operação Lava Jato.

OVO RASANTE
Dilma adora ovo, mas só caipira. Certa vez, em Londres, ela quis ovo já tarde da noite. Um diplomata foi correndo à cozinha do hotel e voltou com um prato de pálido ovo frito local, em vez de caipira, que havia na bagagem presidencial. Até hoje, o solícito diplomata não entendeu por que ela mandou o ovo, com prato e tudo, para o quinto dos infernos.

FICHA AINDA NÃO CAIU
A ficha do impeachment parece não ter caído para ex-presidente cassada Dilma Rousseff. Para seu Twitter, ela continua no cargo: "Twitter de Dilma Rousseff, presidenta do Brasil".

PENSANDO BEM...
... Palocci tirou de Ivo Pitanguy, que teve até ilha, o título de médico mais rico do Brasil. A diferença é: uma das fortunas foi produto de muito trabalho.
Herculano
28/09/2016 06:44
MODELO SINDICAL PRECISA SER REVISTO, por Antônio Delfim Netto, economista, ex-ministro da Fazenda e Planejamento dos governos militares, no jornal Folha de S. Paulo

A sociedade humana é um complexo de pessoas heterogêneas, cada uma com seus próprios interesses, coordenadas por instituições construídas por quem tem mais poder, o que as separa entre "ganhadores" e "perdedores". A vida lhes ensinou que a soma do poder resultante da cooperação entre elas é maior do que a soma de poder de cada uma individualmente. Isso as levou, na era da industrialização e do sufrágio universal, à formação dos sindicatos, que, por sua vez, estimularam a criação de partidos políticos para defender os trabalhadores.

O problema é que a prática também mostrou que estes estão sujeitos à "lei de ferro das oligarquias", descoberta por Robert Michels. Sindicatos e partidos acabam submetidos ao controle de uma burocracia, que, com o passar do tempo e seu insaciável desejo de poder, passa a cuidar apenas dos seus próprios interesses: torna-se o fim de si mesma! Qualquer semelhança com a realidade nacional que vivemos é, obviamente, mera coincidência...

No Brasil, a história é mais prosaica. Estamos comemorando três quartos de século da vigência da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que nos foi outorgada por Getúlio Vargas, em 1º de maio de 1943, inspirada no corporativismo fascista, e nos serviu bem durante algum tempo. O problema é que o mundo do trabalho mudou e chegou a hora de um "aggiornamento". Não será contra os "direitos" dos trabalhadores, mas, ao contrário, para garantir a sua continuidade e dar-lhe materialidade e dinamismo.

Um exemplo trivial é o da revisão da "unicidade sindical", defendida pelo presidente do TST, o ilustre Ives Gandra Martins Filho. Basta dizer que a ratificação da Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 1948, que admite a pluralidade sindical se esse for o desejo dos trabalhadores, já vigora em mais de 150 países. Entre nós, dorme tranquila na Câmara dos Deputados, porque não interessa ao Poder Executivo.

A "unicidade sindical" garante o monopólio: a existência de um único sindicato (financiado pelo imposto sindical criado em 1931 e incorporado à CLT) numa determinada base geográfica para cada categoria de trabalhadores. É o conforto dado pela unicidade e a garantia do imposto sindical, que exime o sindicato da eventual necessidade de competir com mais trabalho a favor de seus associados. Entre os verdadeiros interesses dos trabalhadores e as delícias das políticas criadas pela sedução do governo, o monopólio torna a escolha irresistível... A propósito, na última semana, a Câmara dos Deputados aprovou o aumento do imposto sindical patronal!
Herculano
28/09/2016 06:38
A NOVA ETAPA DA GUERRA, por Carlos Brickmann

Depois da prisão de Palocci, o grande articulador da aliança entre o PT e parte do grande empresariado, alguns dias de folga: não pode haver prisões, exceto em flagrante, até dois dias depois das eleições. Mas este colunista, mesmo não sendo nenhum Alexandre de Moraes, pode garantir que, passado o prazo de calma imposto pela lei eleitoral, a Lava Jato volta às atividades externas. Até lá, dedica-se às atividades internas - como a leitura e análise do rico material apreendido na Odebrecht. É muita coisa.

Por exemplo, foi determinado o bloqueio de R$ 10 milhões na conta de Guido Mantega, mas só foram encontrados R$ 4 mil. Ou os R$ 10 milhões nunca existiram - e a fonte da informação passa a ser suspeita - ou existiam e foram distribuídos. No caso, para quem?

Um detalhe: ainda não houve a delação premiada de Marcelo Odebrecht e de alguns de seus executivos. Por enquanto, o que se analisa é o material apreendido - que entre outras coisas indica a transferência de R$ 128 milhões da Odebrecht para Palocci. A apreensão de papéis de Palocci e Mantega pode trazer novos subsídios à investigação, talvez com novas ordens de prisão. Outro detalhe: o pedido de prisão de Palocci não partiu dos procuradores, mas da Polícia Federal - que não se limita portanto, a cumprir ordens, mas age ativamente na investigação. Se alguém quiser controlar a Lava Jato, terá de convencer o juiz, os procuradores e a Federal.

CURIOSIDADES

Os três homens-chave da campanha de Dilma eram chamados por ela, nos seus raros momentos de bom-humor, de Três Porquinhos: José Eduardo Dutra, Antônio Palocci e José Eduardo Martins Cardozo. Dos Três Porquinhos, um, Dutra, morreu há um ano; outro, Palocci, está preso. Como no clássico livro de mistério O Caso dos Dez Negrinhos, de Agatha Christie, dos Três Porquinhos só restou um.

MAIS NOMES, MAIS CASOS...

Nos papéis de Odebrecht, aparece mais um nome importante: Aldemir "Dida" Bendine, que foi presidente do Banco do Brasil e da Petrobras. Odebrecht quer saber se um assessor tinha conseguido marcar uma reunião com "o Italiano" - pode ser Mantega, pode ser Palocci, O assessor não tinha conseguido, mas promete conversar com "Dida do BB" sobre o caso.

...MAIS CASOS, MAIS NOMES

Do ótimo Lauro Jardim (http://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/), em O Globo: as informações da Odebrecht já somam 4,5 metros de altura.
Herculano
28/09/2016 06:37
O GRANDE NOME, por Carlos Brickmann

O Tribunal de Contas da União pediu o bloqueio dos bens de Dilma, de Palocci e de outros ex-integrantes do Conselho de Administração da Petrobras, pelos prejuízos na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, EUA - aquela que funcionários da empresa apelidaram de Ruivinha, por estar enferrujada. As perdas que podem ser atribuídas, ao menos em parte, a Dilma e demais conselheiros, atingem, segundo o relatório do TCU, US$ 266 milhões. Pasadena foi comprada pela empresa belga Astra Oil em 2005, por US$ 42 milhões. Em 2006, a Petrobras comprou metade da empresa por US$ 359 milhões, com voto favorável de Dilma. Em 2012, a Petrobras comprou a outra metade, pagando à Astra Oil US$ 820 milhões.

FILME QUEIMADO

Esses e outros casos influíram na queda de prestígio político e eleitoral do PT. A presidente foi impichada, e da tal "resistência ao golpe" restaram manifestações de rua, a cada dia menores e mais violentas, o grito folclórico "Fora Temer" e dificuldades para os candidatos que ficaram com Dilma até o fim. Jandira Feghali do PCdoB, estava mal no Rio, com 8% nas pesquisas. Pediu socorro aos padrinhos, e tanto Lula quanto Dilma entraram em seus anúncios e no programa gratuito. Jandira caiu para 6%. E o PT tem a perspectiva de eleger apenas um prefeito de capital, no Acre.

PERSEGUIÇÃO, NÃO

Uma pesada campanha, nas redes sociais e em correspondência enviada diretamente à emissora, exige que a Record demita o jornalista Paulo Henrique Amorim, apresentador do Domingo Espetacular, vice-líder de audiência aos domingos. Motivo: em seu blog na Internet, Conversa Afiada, Paulo Henrique defendeu a presidente Dilma Rousseff (e, antes dela, o presidente Lula) com todas as sua forças; e abriu fogo contra quem quer que fosse da oposição aos Governos petistas.

Enfoque unilateral? Sim, e muitas vezes injusto, Mas persegui-lo por isso é antidemocrático e não pode ser aceito. Quem não quiser ler as opiniões de Paulo Henrique Amorim pode perfeitamente evitar seu blog. Quem quiser levar o protesto mais longe não é obrigado a assistir ao Domingo Espetacular, nem a ouvir Chico Buarque, nem a ler Marilena Chauí ou Maria da Conceição Tavares, mas é obrigado a aceitar que outras pessoas tenham outras opiniões.
Joaquim Nabuco
27/09/2016 22:50
Herculano!

A nova proposta de campanha do candidato LOVÍDIO do PT é a de que: NOVO GOVERNO, NOVA EQUIPE, É VIAVEL, É POSSIVEL, É MEU COMPROMISSO, o que ele quer dizer com isso, que quem está na equipe do governo atual não vai participar da equipe de governo caso ele venha a ser eleito, foi isso que entendi, quer dizer que estão fazendo todos os atuais comissionados de trouxa, serão todos exonerados, vão ficar desempregados.
leandro
27/09/2016 17:13
SOBRE O COMENTÁRIO DO SEU HERCULANO 11;03 HS .PELO QUE EU ENTENDI, ALEM DO CANDIDATO SER MULTADO PORQUE GASTOU A COTA DE ANÚNCIOS PERMITIDO POR LEI.E NÃO PODER MAIS FAZER ANÚNCIOS.SENDO OS ANÚNCIOS PAGOS POR CANDIDATOS A VEREADORES.E ESTANDO ISSO EXPRESSO NAS SUAS PRESTAÇÕES DE CONTAS,VAI CARACTERIZAR FINANCIAMENTO INDEVIDO DE CAMPANHA DO CANDIDATO A PREFEITO.E ISTO ESTA SENDO APURADO PELA ORGÃO COMPETENTE. A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR. O CANDIDATO A PREFEITO DO PMDB PODE SER CAÇADO .??????????? OU NÃO.TEM PTRALHA QUE ATÉ HOJE SONHA COM A VINGANÇA DA ELEIÇÃO DE 2012. QUANTO O PT TEVE UMA AÇÃO PARA TENTAR CAÇAR O SEU CANDIDATO A PREFEITO
Herculano
27/09/2016 16:54
E AGORA? QUAL SERÁ A NARRATIVA DA SENADORA? QUE A DECISÃO FOI DESNECESSÁRIA, ESPETACULOSA E DE PARTE DOS GOLPISTAS SO PARA CRIMINALIZAR O PT NA SEMANA DAS ELEIÇÕES?

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ACEITA DENÚNCIA DA LAVA JATO CONTRA O CASAL GLEISI E PAULO BERNARDO

Conteúdo do Uol (Folha de S. Paulo). Texto de Felipe Amorim, da sucursal de Brasília. A 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, por unanimidade, nesta terça-feira (27) abrir ação penal contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o marido dela, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, por suspeitas de terem recebido de forma ilegal R$ 1 milhão para a campanha de Gleisi ao Senado em 2010. Dessa forma, eles virão réus na ação.

Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, o dinheiro teria origem no esquema do chamado petrolão, investigado pela Operação Lava Jato, e teria sido repassado à campanha com o objetivo de manter no cargo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, hoje um dos principais delatores do esquema de corrupção na estatal.

A decisão veio após voto do relator do processo, ministro Teori Zavascki, responsável pelas ações da Operação Lava Jato no Supremo. Participaram do julgamento, além de Zavascki, Celso de Mello, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.

Em seu voto, Teori rejeitou o argumento dos advogados de defesa de que a denúncia não traria provas das acusações.

"Não há como acolher a tese das defesas de que denúncia seria inepta por não descrever o fato criminoso em todas as suas circunstâncias", disse. "Para embasar a peça acusatória, apresenta o Ministério Público inúmeros indícios concretos", afirmou Teori.

O ministro também comentou as contradições nos depoimentos iniciais dos delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, sobre a quem Paulo Bernardo teria feito a suposta solicitação do dinheiro, tese da defesa. Segundo Teori, apesar da divergência inicial, posteriormente ambos confirmaram o repasse feito a pedido do ex-ministro. "Youssef não só confirmou a relação da entrega de valores, reconhecendo ainda, mediante fotografia, a pessoa do denunciado Ernesto Rodrigues como a pessoa responsável por receber a quantia", disse Teori.

Ao abrir processo, o STF transforma Gleisi e Paulo Bernardo em réus pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A decisão, no entanto, não equivale a uma confirmação da suposta participação do casal no esquema, o que deve ser provado durante a fase de julgamento da ação, que começa agora.

A senadora e o marido negam qualquer participação em irregularidades. Os advogados de defesa do casal afirmam que a denúncia não traz provas e se baseia em "meras conjecturas".

Bernardo foi ministro do Planejamento no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministro das Comunicações na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.

Também foi denunciado, e transformado em réu, o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, acusado de atuar como intermediário no repasse do dinheiro à campanha petista.

O advogado de Rodrigues, José Carlos Cal Garcia Filho, afirmou, em manifestação durante sessão da 2ª Turma, que não há provas de que seu cliente teria praticado atos ilícitos. "A denúncia não traça uma linha no sentido de dizer que Ernesto Rodrigues interferiu no recebimento de propina no âmbito da Petrobras", afirmou Garcia Filho.

O que diz a denúncia

Segundo afirma a Procuradoria, Paulo Bernardo teria pedido o valor à Paulo Roberto Costa e os pagamentos foram realizados por meio de empresas de fachada em operação que contou com a participação do doleiro Alberto Youssef, também delator na Lava Jato.

O suposto pagamento de propina à campanha de Gleisi Hoffmann foi detalhado por Paulo Roberto e Youssef em seus acordos de colaboração premiada com a Lava Jato, segundo afirma a Procuradoria.

A denúncia afirma que o advogado e delator Antonio Carlos Pieruccini, que possuía negócios com Youssef, foi o responsável por transportar os valores, em dinheiro, de São Paulo a Curitiba. A entrega teria sido feita a Ernesto Rodrigues em quatro parcelas de R$ 250 mil, segundo a Procuradoria

O que diz a defesa

Em defesa prévia apresentada ao STF, os advogados de Gleisi e Paulo Bernardo afirmam que não há provas de que eles de fato teriam recebido os repasses e que a denúncia se baseia em depoimentos contraditórios dos delatores, que teriam mudado sua versão dos fatos mais de uma vez sobre se o pedido de dinheiro partiu ou não de Paulo Bernardo.

Entre os pontos apresentados pela defesa, também está a alegação de que as quebras de sigilo telefônico das investigações encontraram apenas um telefonema entre Pieruccini, que teria entregue o dinheiro, e Rodrigues, que teria recebido os repasses, apesar de a denúncia afirmar que eles se encontraram ao menos quatro vezes.

"A presente denúncia possui diversos excertos em que hipotéticas conjunturas são utilizadas pela PGR para tentar viabilizar a persecução penal", escrevem os advogados na defesa apresentada ao STF.

Ex-ministro é alvo de outra investigação

Paulo Bernardo também é investigado pela Operação Custo Brasil, que apura a participação do ex-ministro num esquema que teria desviado R$ 102 milhões para o pagamento de propina a agentes públicos e ao PT.

O esquema funcionaria por meio da contratação pelo Ministério do Planejamento da Consist, empresa de software que administrava empréstimos consignados de milhões de servidores.

A advogada Verônica Sterman, que defende Paulo Bernardo neste caso, afirma que o ex-ministro não recebeu propinas.

Em agosto, o juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal Criminal em São Paulo, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal na Custo Brasil e tornou réus Paulo Bernardo e mais 12 investigados
Sidnei Luis Reinert
27/09/2016 12:59
Forte crise mundial cada vez mais próxima.

ONU teme terceira etapa da crise financeira global - com perspectiva de incumprimentos de dívida épicos

Os líderes do mundo estão voltados para cima para outra crise débito CRÉDITO: AFP
T ele terceira perna da depressão intratável do mundo ainda está por vir. Se os economistas comerciais na Organização das Nações Unidas está certo, o próximo episódio traumático pode implicar o maior jubileu da dívida na história.

Ele também pode vir a ser a crise definitiva do capitalismo globalizado, o desaparecimento das ortodoxias liberais de livre mercado promovida por quase 40 anos pelas instituições de Bretton Woods, a OCDE e da fraternidade Davos.

"O alarme ter sido tocando sobre a explosão de níveis de dívida de empresas em economias emergentes, que agora ultrapassam US $ 25 trilhões. Espirais deflacionárias prejudiciais não pode ser descartada", disse o relatório anual da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).

Nós já sabemos que o efeito colateral venenosa de taxas zero e flexibilização quantitativa em os EUA, Europa e Japão foi a inundar as nações em desenvolvimento com crédito barato, perturbando sua química interna e atraindo-os para uma armadilha. O que é menos compreendido é o quão destrutivo isto tem sido.

Grande parte do dinheiro foi desperdiçado, desviada para "sectores altamente cíclicos e baseados em aluguel de importância estratégica limitado para recuperar o atraso", disse.

Pior ainda, esses países importaram as deformidades de financiamento ocidental antes que eles estão prontos para lidar com as consequências. Esta situação prejudicou o UNCTAD chama o "nexo lucro-investimento", que, em última análise impulsiona o crescimento e prosperidade.

http://www.telegraph.co.uk/business/2016/09/21/un-fears-third-leg-of-the-global-financial-crisis-with-epic-debt/?WT.mc_id=e_DM163787&WT.tsrc=email&etype=Edi_FAM_New_AEM_Recipient&utm_source=email&utm_medium=Edi_FAM_New_AEM_Recipient_2016_09_22&utm_campaign=DM163787
Sidnei Luis Reinert
27/09/2016 12:24
Mantega pode ser preso de novo, e ex-dirigentes do BNDES, Petrobras e Casa Civil são os alvos da Lava Jato


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Crescem as chances de que o juiz Sérgio Moro decrete, novamente, a prisão de Guido Mantega. Investigações das Operações "Arquivo X" e "Omertá" indicam que ele foi um sucessor do "trabalho" feito por Antônio Palocci Filho, preso temporariamente ontem, e que pode ficar mais tempo que o previsto nos cárceres gelados de Curitiba. Um dos objetivos táticos é aumentar a tensão em torno de Lula da Silva, a fim de induzi-lo a um erro que complique, irremediavelmente, sua desmoralizante situação jurídica.

Depois de dois ex-ministros da Fazenda enrolados judicialmente, não é necessária a visão profética ou mediúnica de um Alexandre de Moraes para prever que os próximos alvos da Lava Jato serão os ilustríssimos Luciano Coutinho, Erenice Guerra ou até ex-diretores da Petrobrás intocáveis até agora. É alta a chance de sobrar até para a impedida Dilma Rousseff. A cereja do bolo da República de Curitiba é Lula. Um desfecho fatal contra ele é previsto para daqui a seis meses. Antes, quem pagará o pato é o casal Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann...

Outra bomba que circula nos bastidores empresariais é que uma decantada delação premiada de Marcelo Odebrecht com quatro metros e meio só em anexos. O mais bombástico teria um capítulo especial sobre as relações da empreiteira com o Presidente Michel Temer. Até agora, Marcelo mantém um silêncio obsequioso no pior estilo mafioso da omertá. O grupo baiano prepara uma reestruturação, com a escolha de um novo executivo, assim que decidir pelo momento da "colaboração premiada".

A Polícia Federal afirma ter indícios fortes de que Mantega sucedeu o "italiano" Palocci no esquema de pagamentos ilícitos comandados pessoalmente por Marcelo Bahia Odebrecht. Mantega estaria associado a um codinome "Pós Itália", assinalado em uma planilha do "departamento de propinas" da Odebrecht, ao lado da gigantesca cifra de R$ 50 milhões. Agora, as investigações terão de concentrar no complicado caminho do dinheiro, que passa por empresas abertas em paraísos fiscais, as famosas off-shores.

A Lava Jato vem com tudo para cima da Petelândia. O terror, agora, gira em torno da dúvida temporal: quando a Força Tarefa atingirá em cheio, também, a cúpula do PMDB. A República da Propinocracia tem de ser neutralizada e desestruturada. O Brasil precisa ser passado a limpo, politicamente, para que tenha chances de se recuperar economicamente.

O problema: não é fácil a missão de romper com uma cultura de corrupção, em uma estrutura estatal em que o crime institucionalizado tem hegemonia. Ninguém se iluda: a corrupta e desqualificada classe política fará o diabo para sabotar e detonar a Lava Jato... A Guerra de Todos contra Todos está apenas começando, e promete ser longeva...
Herculano
27/09/2016 11:26
DADOS CRUZADOS, por Miriam Leitão, para o jornal O Globo

Prisões mostram que o PT usou a Fazenda para arrecadar bem mais do que impostos. Foi um paciente quebra-cabeças o que levou à prisão de Antonio Palocci. A 35ª fase da Operação Lava-Jato pegou dados da 23ª, que prendeu João Santana e Mônica Moura, e que, por sua vez, ajudou a esclarecer pistas da 14ª, a que prendeu Marcelo Odebrecht. Foi com o cruzamento de dados que se chegou à planilha de propinas da construtura e à elucidação de quem é o "italiano".

O delegado Filipe Hille Pace e a procuradora Laura Tessler mostraram que a fase saiu desse quebra-cabeças, juntando um fio solto capturado numa fase com um e-mail encontrado em outra fase, e assim por diante. A Odebrecht está preparando a delação premiada da empresa e dos executivos, mas o que ficou claro na entrevista dos investigadores é que, ainda que eles não falassem, as provas já elucidam muitos fatos.

?" Achamos uma planilha na 23ª onde havia um nome que não sabíamos quem era (italiano), e outras investigações nos levaram ao que deflagramos hoje. Nós não escolhemos uma pessoa e vamos procurar os dados. As informações que investigamos é que levam aos personagens ?" disse Filipe Pace.

Na 23ª fase, a Acarajé, foram presos, entre outros, os dois marqueteiros do PT e uma funcionária de confiança da Odebrecht, a secretária há mais de três década na empresa Maria Lúcia Guimarães Tavares. Ela entregou informações valiosas, e com ela foram apanhadas também planilhas de pagamentos de propinas, que, apesar dos codinomes, ajudaram a esclarecer vários pontos investigados. Por esse caminho se chegou ao setor de operações estruturadas da Odebrecht, a ala clandestina da empreiteira dedicada à corrupção. Para se saber quem era o "italiano" foi importante cruzar com informações que estavam no celular de Marcelo Odebrecht, apreendido quando ele foi preso na 14ª fase, a Erga Omnes.

O que impressiona é a quantidade de interesses que a Odebrecht tinha no governo, e os muitos fios que ligavam a construtura ao ex-ministro da Fazenda. Um deles era a Medida Provisória que recriava o crédito-prêmio de exportação. O absurdo desse benefício era evidente e o assunto foi ao Supremo, que felizmente derrubou a medida. Com essa vantagem frustrada, a Odebrecht começou a conversar com Palocci sobre como a empreiteira poderia ser "compensada". Tudo impressiona pela desfaçatez. Uma delas está explícita no e-mail de Marcelo Odebrecht a seus assessores, quando ele diz que vai se encontrar com um político e que deve proteger o bolso. Ele responde: "a pergunta é se tem algo que eu posso buscar com ele."

Os dados revelam que a ligação com Palocci acontece inicialmente com ele na Fazenda. Nesse caso, os investigadores tiveram que descobrir que JD não era José Dirceu, mas sim Juscelino Dourado, o chefe de gabinete de Palocci na Fazenda. Os contatos com a empreiteira continuaram no período em que ele não exercia cargo público, foram mantidos quando foi para a Casa Civil e permaneceu depois que saiu. Essa linha constante é que o levou à prisão, ontem, porque Palocci, dentro ou fora do governo, estava citado nos negócios da Odebrecht.

Palocci foi uma escolha inesperada para o Ministério da Fazenda em 2003. Havia dúvida se Lula escolheria para ministro Aloizio Mercadante ou Guido Mantega, que vinham assessorando a economia do PT desde o começo das disputas presidenciais. Os dois economistas defendiam ideias que se chocavam diretamente com as bases da estabilização e por isso a chegada do partido ao governo elevou o dólar e a inflação.

O médico Antonio Palocci foi um bom ministro da Fazenda, mas acabou derrotado pelo seu lado obscuro. Com grande capacidade de comunicação, uma equipe competente de economistas sem ligação partidária, Palocci venceu a crise de confiança, fez um ajuste fiscal em 2003 que permitiu o crescimento a partir de 2004.

Palocci tem muito a explicar, além das suas relações com a Odebrecht. Ele foi citado por recolher propina em Belo Monte na delação de Otávio Azevedo, da Andrade. E está na extensa lista de Delcídio Amaral. Não há relação entre a acusação que levou Palocci a ser preso ontem e a que levou Guido Mantega para a prisão, baseado no depoimento do empresário Eike Batista. Mas as duas fases, 34ª e 35ª, mostram que o PT usou o Ministério da Fazenda para arrecadar bem mais do que impostos.
Herculano
27/09/2016 11:25
"MUNDO DE SOMBRAS", por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

O céu era o limite para Antonio Palocci Filho, mas, na versão do juiz Sérgio Moro, ele preferiu esgueirar-se por um "mundo de sombras que encobre sua atividade", atirar-se no colo da empreiteira Odebrecht, fazer as maiores tramoias e reunir somas inimagináveis sob o pretexto da eternização do PT no poder. Palocci poderia ser tudo, mas acaba como um triste troféu de luxo entre os presos da Lava Jato.

Tivesse mantido a aura de médico sanitarista, prefeito bem-sucedido de Ribeirão Preto (SP) e ás do diálogo e da composição, Palocci teria todas as condições para disputar a sucessão de Lula em 2010. Tinha um patrimônio pessoal: sólidas relações em três mundos cada vez mais embolados, o político, o empresarial e o financeiro. E tinha um patrimônio herdado de Lula: o crescimento econômico de 7,5% naquele ano.

Seria imbatível dentro do governo, da base aliada e do próprio PT, já que José Dirceu tinha a máquina do partido, mas jamais foi próximo o suficiente de Lula para ser lançado por ele à Presidência e começou a balançar já no início da era petista, quando seu braço direito, Waldomiro Diniz, foi flagrado pedindo propina... a um bicheiro. Dirceu foi afundando até ser tragado pelo mensalão. Quanto mais ele submergia, mais Palocci emergia.

Dirceu caiu da Casa Civil de Lula em junho de 2005 e Palocci caiu da Fazenda menos de um ano depois, metido numa casa suspeita no bairro mais rico de Brasília e em figurinos bem diferentes do jaleco do médico do bem, cara bonachão, maridão exemplar, político acima de qualquer suspeita. Segundo o caseiro Francenildo Pereira, a tal casa era usada para orgias à noite e para acomodar pastas de dinheiro durante o dia.

O destino ainda deu uma segunda chance a Palocci. Por intermédio de Lula, virou o cérebro da campanha de Dilma Rousseff, caiu nas graças dela e voltou por cima a Brasília: do antigo Ministério da Fazenda, subiu para a chefia da Casa Civil, no Planalto. Mas ele desabou de novo, agora sob o peso de contas milionárias, empresas mal explicadas e negócios esquisitos que, tantos anos depois, continuam vagando como fantasmas ?" dele e do PT.

O "Italiano", como Palocci é chamado nos e-mails da Odebrecht, deveria ser o guardião da economia nacional, mas cuidava era das contas milionárias do PT e era pau para toda obra da maior empreiteira do País. É suspeito de dar jeitinhos para ajustar regras de IPI numa medida provisória, favorecer a empresa no nebuloso negócio dos navios-sonda e mergulhar até no projeto de submarinos da Marinha, o Prosub. Como "é dando que se recebe", Palocci é acusado pelos investigadores de dar uma força para a Odebrecht com uma das mãos e embolsar uma gorda porcentagem com a outra.

Lá atrás, com a queda de Dirceu e de Palocci em 2005 e 2006, Lula chegou a namorar a tese de um terceiro mandato, mas os amigos e o bom senso entraram em campo para dissuadi-lo dessa saída "bolivariana" e só restou para sua sucessão em 2010 o nome de Dilma, que não tinha a liderança política de Dirceu nem a habilidade pessoal e o trânsito de Palocci. Uma tragédia.

A vida não é feita de "se", mas impossível não derivar para uma reflexão quando Palocci é preso pela Lava Jato: se fosse realmente grande, como se imaginava, ele poderia ter sido o candidato do PT à Presidência em 2010 e toda a história poderia ter sido muito diferente. Mas Palocci, segundo o despacho de Moro, preferiu usar as campanhas e os mais altos cargos da República para achacar empresários, fazer negócios escusos e amealhar a bagatela de R$ 128 milhões (fora os R$ 70 milhões ainda em investigação) para o PT. Moral da história: ao tentar eternizar o partido no poder, ele se transformou no oposto ?" em agente decisivo para ameaçar o PT de extermínio.
Herculano
27/09/2016 11:23
UM MÉTODO REVELADO, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

PT perde fôlego eleitoral enquanto cresce envolvimento do partido na Lava-Jato. À medida em que vai sendo revelado pela Operação Lava-Jato o esquema de financiamento do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, com a prisão de dois dos ministros da Fazenda de raiz do petismo, Guido Mantega e Antonio Palocci ?" Joaquim Levy foi um equivocado estranho no ninho que, para sua própria felicidade, não passará de um pé de página na História desse período -, vai chegando também ao limite mais baixo a sua capacidade de atuação eleitoral, o que vem sendo explicitado pelas pesquisas de opinião para as eleições municipais, cujo primeiro turno se realiza no próximo domingo.

No Rio, a candidata do PCdoB, Jandira Feghali, que tinha a aspiração de ser o voto útil da esquerda, parece ter tomado uma decisão equivocada ao chamar para seu palanque a ex-presidente Dilma e, subsidiariamente, o ex-presidente Lula. Sua ascensão foi subitamente estancada com esse movimento, dando passagem a uma possível união de centro-direita em torno do candidato oficial, Pedro Paulo.

A ligeira subida deste também revela um provável erro de estratégia de sua campanha, que tirou de cena o prefeito Eduardo Paes, por conta de algumas gafes e polêmicas provocadas por declarações infelizes, mas não levou em conta que sua administração tem uma avaliação de bom e ótimo que pode compensar as deficiências do candidato oficial, ainda vulnerável à acusação de ter surrado sua exmulher mesmo depois de absolvido pelo Supremo Tribunal Federal.

Em São Paulo, o petismo atinge até mesmo quem fugiu dele, como a ex-prefeita Marta Suplicy, que teve uma queda constatada nessa recente pesquisa do Ibope, quando parecia que superaria Celso Russomanno para disputar o segundo turno contra João Doria, o candidato tucano do governador Geraldo Alckmin. O prefeito petista Fernando Haddad, que recebeu o suposto reforço do ex-presidente Lula nos últimos dias de campanha, não demonstra fôlego para ir ao segundo turno.

Em comum nos dois principais estados do país há o fato de que candidatos da Igreja Universal estão bem colocados para a disputa do segundo turno, o que representa um perigoso e indesejável envolvimento de uma seita religiosa com um projeto de poder político.

Justamente porque seu projeto político de poder permanente está sendo desvendado pela Operação Lava- Jato, o PT se defronta com uma previsível debacle nessas eleições municipais.

A prisão de Antonio Palocci tem uma gravidade política muito maior que a de Guido Mantega, na semana passada. Mas as duas, em sequência, denotam que o esquema de financiamento político para a permanência no poder tinha um método, a ponto de Palocci ter sucedido a Celso Daniel, que seria o homem forte da candidatura Lula em 2002 não tivesse sido assassinado, e Mantega sucedeu a Palocci na continuação da montagem do esquema de financiamento político.

Não é à toa, portanto, que o caso Celso Daniel voltou à tona durante a Operação Lava-Jato, já que está ligado a um empréstimo fraudulento do Banco Schahin para o pagamento de uma chantagem a que Lula e outros dirigentes do partido estavam sendo submetidos.

A família de Celso Daniel afirma que o ex-prefeito de Santo André foi morto porque descobriu o que depois ficou claro nas investigações do petrolão: o esquema de corrupção montado para viabilizar a chegada ao governo central, desde quando o PT alcançou o poder em alguns municípios, estava sendo desvirtuado para o enriquecimento de alguns "companheiros".

Por essa teoria, Celso Daniel considerava que a causa final justificava os desvios, mas não aceitava o enriquecimento pessoal, que acabou sendo revelado em relação aos dirigentes petistas originais, como José Dirceu e o próprio Palocci, que foi prefeito de Ribeirão Preto.

O envolvimento no esquema de corrupção de três tesoureiros do partido e mais dois ministros da Fazenda e dois chefes da Casa Civil mostra bem como a escala de liderança do PT passava pelos mesmos postos, sem nenhuma improvisação.

Tanto que a ex-presidente Dilma assumiu o comando, e a sucessão de Lula, ao chegar à Casa Civil e à presidência do Conselho de Administração da Petrobras, fonte de investigações sobre desvios de dinheiro que atingem igualmente Palocci e Mantega e se aproximam de Dilma.
Herculano
27/09/2016 11:19
da série: a esquerda antiga que está no PT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCO fala sempre em golpe na democracia, mas onde ela governa, não em muitos casos nem possibilidade de eleições ou pluripartidos há. E por que? não há transparência, debate, dialética, alternância de poder. Só discursos e narrativas. E assim tudo se atrasa. Tudo é golpe. São todos golpistas e infiéis os que enfrentam, questionam ou pregam algo que confronta o que pensam ou querem na marra. Gaspar é um exemplo vivo.

VAMOS ÀS URNAS EM CLIMA DE ABSOLUTA INSTABILIDADE POLÍTICA, por Vanessa Grazziotin, senadora do PCdoB, pelo Amazonas (é catarinense de Videira, no jornal Folha de S. Paulo.

A cinco dias das eleições, a população é chamada a escolher seus representantes entre nada menos do que 496.888 candidatos, que disputam as 5.568 prefeituras e as 57.958 vagas de vereadores.

Além das novidades, devido às mudanças na legislação eleitoral, que reduziram a campanha tanto no tempo quanto nos meios, é diante de um clima da mais absoluta instabilidade política que iremos às urnas.

O momento político, portanto, além de singular, é de extrema gravidade. Gravidade provocada por uma maioria parlamentar formada conjunturalmente e em torno de interesses políticos diversos e nada republicanos.

Então vejamos. Dias depois de consolidado o golpe parlamentar que usurpou a vontade popular, transformou em pó o voto de mais de 54 milhões de brasileiros e tirou Dilma da Presidência, os conservadores querem fazer crer que tudo está na mais absoluta normalidade. Quanta ironia!

No exterior, Temer fala na ONU e, com certo cinismo, diz que tudo foi feito dentro dos limites e respeito constitucional, enquanto Meirelles concede entrevista coletiva prestando contas aos comandantes do grande capital, sobre o andamento das reformas por eles pactuadas.

Por aqui os escândalos se sucedem. Novas delações envolvem diretamente Temer em denúncias de corrupção. Aparece a filiação de 15 anos no PSDB da nova ministra "independente" da AGU. O ministro da Justiça (ex-advogado de Eduardo Cunha e do PCC) antecipa ações da Operação Lava Jato. Claro, tudo isso sem qualquer destaque na grande mídia, que se ocupa exclusivamente do PT, desta feita da prisão, num hospital, logo revogada, do ex-ministro Mantega, e, nesta segunda (26), do ex-ministro Antonio Palocci.

Para completar o quadro, Temer edita uma nova medida provisória, no mínimo inusitada, promovendo uma reforma educacional. Como assim? Reformar o ensino médio por MP? Seria impensável se vivêssemos tempos de democracia. Mas não tenho dúvidas de que o real objetivo é desviar a atenção do foco principal, ou seja, da luta em defesa da democracia e dos direitos ameaçados.

E as eleições de domingo? A reação da população tem sido revelada pelas diversas pesquisas ?" mais de 50% ainda não sabe em quem votar. O reflexo mais comum é, portanto, desinteresse e até repulsa generalizada pela política e, sobretudo, pelos partidos políticos. O que é lamentável, pois não se muda a política senão pela própria política.

Recorro a Bertolt Brecht para dizer que não podemos deixar que a desesperança, a frustração e a revolta sejam a marca da reação popular: "Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem".
Herculano
27/09/2016 11:03
KLEBER NÃO PODERÁ MAIS ANUNCIAR NOS JORNAIS DE GASPAR. GASTOU A COTA. A DENÚNCIA DO PT DE LOVÍDIO

O PMDB de Kleber Edson Wan Dall foi até aqui o que mais - e de longe - infringiu a legislação no que tange aos limites para a propaganda eleitoral. Há várias decisões e multas (algumas até pesadas) proferidas na Comarca e que estão sendo contestadas em outros graus de jurisdição eleitoral.

Ontem a noite, o juiz eleitoral da Comarca, Rafael Germer Condé, deu a sua sentença em algo que já rolava desde a semana passada e que se escondia do público: o candidato Kleber Edson Wan Dall está impedido de fazer propaganda paga nos jornais de Gaspar.

E tudo ocorre na reta final de campanha. Foi cedo demais ao pote e se valendo de uma esperteza denunciada pelo PT, que neste aspecto é um excelente fiscal. E com a sentença proferida levou no mesmo rolo os jornais Cruzeiro do Vale e o Metas.

O que aconteceu? Em resumo: os candidatos a vereadores da coligação de Kleber nos anúncios pagos que fizeram nos jornais daqui, colocaram o Kleber junto. E isso, segundo a legislação e a interpretação expressa que deu o juiz Condé na sentença, contou como propaganda do candidato a prefeito para efeito de se somar e se atingir o limite permitido e estabelecido pela lei eleitoral em vigor.

Kleber contestou aqui. Os jornais, pegos de surpresa, também. Mas não teve jeito. Kleber foi proibido de fazer anúncios e levou uma multa de R$3 mil e os jornais, de R$1 mil cada um. Todos vão recorrer.

Mas, duas observações do juiz Rafael Germer Condé chamam a atenção e uma pode se complicadora no futuro para Kleber, se ele for eleito. Para a ótica do doutor Condé, sendo os anúncios pagos pelos candidatos a vereadores e estando isso expresso nas suas prestações de contas, vai se caracterizar financiamento indevido de campanha do candidato a prefeito.

Mas, Condé não fez nenhum juízo de valor, apenas advertiu que isso vai ser apurado pelos ?"rgãos de Controle e Fiscalização. Ai, ai, ai.

A segunda observação na sentença foi dirigida aos jornais, na qual doutor Condé ressaltou a cobertura isenta, imparcial e profissional dos jornais envolvidos. Ou seja, Condé não relacionou esse erro de procedimento material em que foram solidariamente condenados, como dolo intencional a favor de um candidato. Acorda, Gaspar!
Herculano
27/09/2016 10:37
PESSOAS IGNORANTES EM POLÍTICA DEVEM TER DIREITO DE VOTAR? por João Pereira Coutinho, sociólogo e escritor português, para o jornal Folha de S. Paulo

Vamos ser honestos? A democracia não é o melhor regime político. Você sabe disso. As maiorias, muitas vezes, elegem governos incompetentes, mentirosos, corruptos. Até autoritários. Devemos conceder o direito de voto a quem não tem inteligência suficiente para escolhas responsáveis?

O cientista político Jason Brennan defende que não. O livro, que provocou polêmica nos Estados Unidos, intitula-se "Against Democracy" ("contra a democracia"). Não é um panfleto populista contra o populismo circunstancial de Donald Trump. É um estudo acadêmico com toneladas de bibliografia científica.

Tese do dr. Brennan: em todas as pesquisas disponíveis, os eleitores americanos são comprovadamente ignorantes sobre os assuntos da República. Desconhecem coisas básicas, como identificar qual dos partidos controla o Congresso. Para usar a terminologia de Brennan, a maioria dos eleitores se divide em "hobbits" e "hooligans".

Os "hobbits" são apáticos, apedeutas, raramente votam ?"e, quando votam, votam com a cabeça vazia.

Os "hooligans" são o contrário: fanáticos, como os torcedores do futebol, defendendo os seus "clubes" de uma forma irracional, ou seja, tribal. É possível perguntar a um "hooligan" democrata se ele concorda com uma política de Bush e antecipar a resposta. (É contra, claro.)

E depois, quando o pesquisador comunica ao "hooligan" que a referida política, afinal, é de Obama, o "hooligan" muda de opinião; ou afasta-se; ou indigna-se. Como dizia T. S. Eliot sobre Henry James, a cabeça de um "hooligan" é tão dura que nenhuma ideia é capaz de violá-la.

O eleitor ideal, para Brennan, é um "vulcan": alguém que pensa cientificamente sobre os assuntos. Mas os "vulcans" são artigo raro. Em democracia, somos obrigados a suportar as escolhas de "hobbits" e "hooligans".

Felizmente, Jason Brennan tem uma solução: se as pessoas precisam de uma licença para dirigir, o mesmo deveria acontecer para votar. "Epistocracia", eis a proposta. O governo dos conhecedores. Antes de votar, é preciso provar.

Existem vários modelos de epistocracia. Dois exemplos: todos teriam direito a um voto e depois, com a progressão acadêmica, haveria votos extra; ou, em alternativa, só haveria votos para quem tivesse boa nota em exame de política. Faz sentido?

Não, leitor, não faz. Seria possível escrever várias páginas de jornal a desconstruir o livro de Jason Brennan. Por falta de espaço, concentro-me na sua falha básica: Brennan, um cientista político, não compreende a natureza da política.

Como um bom racionalista, Brennan acredita que os fatos políticos são neutros; consequentemente, as escolhas do eleitor podem ser "científicas".

Acontece que nunca são: a política, ao contrário da matemática ou da geometria, lida com a complexidade e a imperfeição da vida humana.

Um "exame" de política, por exemplo, dependeria sempre das preferências políticas dos examinadores ?"nas perguntas e na correção das respostas. Brennan até pode defender perguntas "factuais" para respostas "factuais". Mas a simples escolha de certos temas (mais economia) em prejuízo de outros (menos história) já é uma escolha política.

Além disso, acreditar que diplomas acadêmicos conferem a alguém um poder especial em política é desconhecer o papel que os "intelectuais" tiveram nos horrores do século 20.

Ou, para não irmos tão longe, é ignorar o estado de fanatismo ideológico que as universidades, hoje, produzem e promovem.

Por último, não contesto que a maioria desconhece informação política relevante. Mas as pessoas não precisam de um Ph.D. para votarem. Basta que vivam em sociedade. Que sintam na pele o estado dos serviços públicos. O dinheiro que sobra (ou não sobra) no final do mês. A segurança que sentem (ou não sentem) nos seus bairros, nas suas cidades, nos seus países. E etc. etc.

Como lembrava o filósofo Michael Oakeshott, não se combatem ditadores com a balança comercial. Tradução: a política não depende apenas de um conhecimento técnico; é preciso um conhecimento prático, tradicional, vivencial. O conhecimento que só a experiência garante.

A democracia pode não ser o regime ideal para seres humanos ideais. Infelizmente, eu não conheço seres humanos ideais. No dia em que Jason Brennan me mostrar onde eles vivem, eu prometo jogar a democracia no lixo.
Herculano
27/09/2016 10:30
MARCELO DE SOUZA BRICK É AUTORIZADO A ESPALHAR MATERIAL QUE ESCONDIA OS PARTIDOS DA SUA COLIGAÇÃO, DESDE QUE CORRIJA E OS CARIMBE

O promotor eleitoral Marcelo Sebastião Netto de Campos, pegou a coligação de Marcelo de Souza Brick, PSD, e Giovânio Borges, PSB, escondendo no seu material de campanha, os partidos que estão na coligação.

A intenção clara era marqueteira: a de fazer sumir o Partido Comunista do Brasil, emprestado pelo PT de Pedro Celso Zuchi. E pelo simples fato de que a legislação neste quesito não é nova, além do que tanto, Marcelo, como Giovânio, já foram candidatos e a conhecem.

Marcelo alegou que foi um erro material e não intencional. Alegou ainda que refazer todo o material lhe custaria muito com as restrições orçamentárias. O juiz eleitoral Rafael Germer Condé, ontem a noite, autorizou Marcelo a distribuir o material sem a identificação original dos partidos que fazem a sua coligação, desde que sejam ele corrigido por carimbos com esta identificação, como sugeriu na contestação o próprio Marcelo.

A decisão não resolve o problema de difícil controle. O material que circula sem a identificação, sempre vai se afirmar que foi distribuído antes da denúncia e da decisão judicial. E mesmo assim, os carimbados, podem ser uma parte ínfima daquilo que verdadeiramente se usa e distribui.

E por que? Porque não há como controlar e fiscalizar esses procedimentos, ainda mais em campanha política. A multa é de R$500 se descumprir, mas sempre será difícil provar esse descumprimento.
Herculano
27/09/2016 10:12
A COLIGAÇÃO DO PP E PSD DE ILHOTA É MULTADA EM 50 MIL UFIRS POR DIVULGAR NÚMEROS DE "PESQUISA INTERNA"

O jeito antigo de fazer política por aqui nos grotões, começa mudar. O juiz eleitoral da Comarca de Gaspar, Rafael Germer Condé, aplicou uma multa de 50 mil Ufirs ao candidato da coligação liderada pelo PP e o PSD que governa Ilhota, e apoiada pelo atual prefeito Daniel Christan Bosi. Estão juntos nesta coligação o PDT e o PT, com Amarildo Laureano Avelino, o Keka, e Roberto Poerner, o Beto Perna. Da decisão de primeiro grau cabe recursos.

E por que da multa? Há duas semanas o jornal Diarinho, de Itajaí, publicou uma pesquisa registrada na Justiça Eleitoral e já noticiada aqui. Ela dava uma vantagem expressiva de Erico de Oliveira, o Dida, PMDB, e Joel Soares, DEM, sobre Keka na estimulada de 57% a 25%.

E na mesma reportagem, o Diarinho ouviu o "outro lado". E Keka afirmou que os números internos que ele e a coligação tinham realmente davam vantagem ao Dida, mas havia, segundo Keka, um "empate técnico": 45% a 38%, considerando a margem de erro de 4%.

O pessoal do PMDB pulou no pescoço e também registrei aqui. Afinal dados de pesquisas só podem circular publicamente os que forem registrados e acompanhados na metodologia, pela Justiça Eleitoral, conforme reza expressamente a legislação sobre o assunto. O resto é propaganda enganosa, é jogo, é dissimulação, é crime.

E foi isso, que o doutor Condé reconheceu e sinalizou aos demais na sentença que publicou ontem a noite.
Herculano
27/09/2016 09:39
AS 149 PÁGINAS QUE O BRASIL NÃO LEU, por Guilherme Fiuza, para a Revista Época

Este Brasil lindo e trigueiro, malandro e brejeiro, se fixou no PowerPoint. Tudo bem. A Olimpíada acabou, o pessoal precisa se divertir com alguma coisa. Mas, sem querer ofender ninguém, fica a sugestão: Brasil, leia a denúncia do Ministério Público Federal contra Lula. Não, não estamos falando de reportagem, nem de comentário, nem de flash na TV, no rádio ou na internet. Leia a denúncia assinada por 13 procuradores da República. São 149 páginas. Não dói tanto assim. Até diverte.

Ao final, você poderá tirar sua própria conclusão sobre a polêmica do momento: Lula era ou não era o comandante máximo do esquema da Lava-Jato? Perdoe o spoiler: você vai concluir que era. E que PowerPoint não é nada.

De saída, uma ressalva: a referida denúncia, apesar de sua extensão que dá uma preguiça danada neste Brasil brasileiro, é só o começo. As obras completas do filho do Brasil demandarão muito mais páginas ?" se é que um dia chegarão a ser publicadas na íntegra. De qualquer forma, ao final dessas primeiras 149, você não terá mais dúvidas sobre quem é Luiz Inácio da Silva e sobre quem é o Brasil delinquente que o impeachment barrou.

Os procuradores seguiram um caminho simples: o do dinheiro. A literatura da Lava Jato é tão vasta que a plateia se perde no emaranhado de delações, na aritmética dos laranjas e na geometria das trampolinagens. Aqui, a festa na floresta está organizada basicamente em três eixos: a ligação direta e comprovada de Lula com os diretores corruptos da Petrobras, incluindo a nomeação deles e sua manutenção no cargo para continuarem roubando; a ligação pessoal e comprovada de Lula com expoentes do clube das empreiteiras, organizado para assaltar a Petrobras; e a ligação orgânica e comprovada de Lula com os prepostos petistas e seus esquemas de prospecção de propinas.

José Dirceu, João Vaccari Neto e Silvinho Pereira são algumas dessas estrelas escaladas pelo ex-presidente para montar o duto nacionalista que depenou a Petrobras. Interessante notar que, quando Dirceu cai em desgraça por causa do mensalão, o esquema do petrolão continua a todo vapor ?" e o próprio Dirceu, mesmo proscrito, continua recebendo o produto do roubo. Claro que um ex-ministro sem cargo, investigado e, posteriormente, preso, só poderia atravessar todo esse calvário recebendo propina se continuasse tendo poder no esquema ?" e só uma pessoa poderia conferir tanto poder a um político defenestrado: o astro-rei do PowerPoint.

A novela da luta cívica de Lula em defesa de "Paulinho" (Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e um dos mais famosos ladrões do esquema) é comovente. O então presidente da República não mede sacrifícios e atropelos para nomear e manter o gatuno no cargo. Os procuradores não foram genéricos em sua denúncia. Ao contrário, optaram por aproximar o foco de algumas triangulações tão específicas quanto eloquentes. Uma delas, envolvendo também Renato Duque ?" colocado pela turma de Lula na Diretoria de Serviços da Petrobras para roubar junto com o Paulinho ?", ilumina outro protagonista da trama: Léo Pinheiro, executivo da OAS. Montado o elenco, os procuradores apresentam o eletrizante enredo do caso Conpar.

"A expansão de novos e grandiosos projetos de infraestrutura, incluindo a reforma e a construção de refinarias, criou um cenário propício para o desenvolvimento de práticas corruptas", aponta a denúncia. Ou seja: o governo Lula criou um PAC da corrupção. O ladrão fez a ocasião. E entre as ocasiões mais apetitosas estava uma obra de R$ 1,3 bilhão na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), que acabou custando R$ 2,3 bilhões. A OAS integrava o consórcio Conpar, que graças ao prestígio de Léo Pinheiro, amigo do rei, arrematou o contrato em flagrante "desatendimento da recomendação do departamento jurídico da Petrobras sobre a necessidade de avaliação da área financeira para a contratação do consórcio Conpar, em junho de 2007".

Como 149 páginas não cabem em uma, fica só o aperitivo para este Brasil brejeiro largar o PowerPoint e conhecer, com seus próprios olhos, a denúncia que Sergio Moro acatou. O caso Conpar, como você já imaginou, termina em Guarujá. No mínimo, você aprenderá como ocultar (mal) um tríplex à beira-mar.
Herculano
27/09/2016 09:38
FORAM DEPOIS

O press release que o Sintraspug distribuiu hoje, prova exatamente o que escrevi na coluna e que tentou-se por vários caminhos, mudar. Convidados para a reunião com a diretoria do sindicatos às 9h de ontem, só apareceram lá nesse horário, a Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, e o Giovânio Borges, PSD, vice e representante do Marcelo de Souza Brick, PSD.

Separadamente, apareceram depois da notícia espalhada das ausências, o Kleber Wan Edson Wan Dall, PMDB, e Lovídio Carlos Bertoldi,PT. Aliás, foi o único que não assinou ainda o documento. Levou para "examiná-lo". Ou seja, possui um discurso que contraria à própria prática.
Herculano
27/09/2016 07:46
LAVA JATO VIRA DO AVESSO CONSULTORIA DE PALOCCI, por Josias de Souza

Nas palavras de um integrante da força-tarefa de Curitiba, a Lava Jato vai virar do avesso a empresa Projeto Consultoria Empresarial e Financeira Ltda.. Tem sede em São Paulo. Pertence ao ex-ministro petista Antonio Palocci, preso nesta segunda-feira. Apura-se a suspeita de que dinheiro de propina passou pela caixa registradora da firma.

Ironicamente, parte da matéria-prima que ajuda os investigadores a varejarem a empresa de Palocci foi produzida pelo Ministério da Fazenda, a pasta que ele comandou no primeiro mandato de Lula. Afora dados colecionados pela Receita Federal, há pelo menos um relatório do Coaf, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, outro órgão da Fazenda, que fiscaliza operações bancárias atípicas.

Datado de 23 de outubro de 2015, o documento do Coaf veio à luz em 31 de outubro do ano passado, em notícia produzida pelo repórter Thiago Bronzatto. Chama-se Relatório de Inteligência Financeira 18.340. Tem 32 páginas. No trecho dedicado a Palocci, informa que passaram pelas contas bancárias da consultoria Projeto R$ 216 milhões entre entradas e saídas, desde junho de 2011.

Anotou-se no texto do Coaf que as contas da empresa Projeto "não demonstram ser resultado de atividade ou negócios normais, visto que utilizadas para recebimento ou pagamento de quantias significativas, sem indicação clara de finalidade ou relação com o titular da conta ou seu negócio."

O Coaf resumiu os informes que recebeu da rede bancária: "A empresa Projeto, Consultoria Empresarial e Financeira Ltda [?] foi objeto de comunicações de operações financeiras [?] com valor associado de R$ 216.245.708,00, reportados no período de 2008 a 2015, dos quais R$ 185.234.908,00 foram registrados em suas contas correntes e o restante em contas de terceiros?"

Numa das transações, a empresa de Palocci recebeu R$ 5.396.375 da montadora de automóveis Caoa, investigada noutra operação policial, a Zelotes. Além de Palocci, "o italiano" das planilhas do departamento de propinas da Odebrecht, o relatório do Coaf revela movimentações bancária suspeitas de outros personagens sob investigação policial. Entre eles Lula e mais dois ex-ministros petistas: Fernando Pimentel (Desenvolvimento), hoje governador de Minas, e Erenice Guerra (Casa Civil), na mira de Curitiba. Juntos, movimentaram notáveis R$ 297,7 milhões.
Herculano
27/09/2016 07:41
O EXÉRCITO DO "FORA, TEMER", por Arnaldo Jabor, para o jornal O Estado de S. Paulo

Eu também quero ser feliz. Fico com inveja dos manifestantes que berram "Fora, Temer", orgulhosos, iluminados pela certeza de que lutam pelo bem do Brasil. Tenho inveja deles. Nada é mais cobiçado do que a chamada "boa consciência", a sensação de estar do lado certo da história ou da justiça. Tenho inveja de famosos artistas e intelectuais que aderiram à causa do "Fora, Temer", se bem que ainda não consegui entender o labirinto ideológico dentro de suas cabeças que desemboca nesses protestos. Fico inquieto, mas logo me tranquilizo, porque eles, pessoas especiais, têm um fino saber e se tivessem tempo (ou saco) me elucidariam sobre suas profundas razões. Esforço-me, mas ainda não alcanço essa profundidade. Acho que tenho de me rever, fazer uma autocrítica. Talvez eu seja levado por minha cruel personalidade que, como eles dizem, não deseja o progresso do País. Eu sei que, ai de mim, talvez eu não passe mesmo de um fascista neoliberal, mas também sou um ser humano. Por isso, me entendam ?" eu quero ser salvo, doutrinado, catequizado pelo saber histórico dos manifestantes. Peço, por favor, que me ajudem a entender suas teses, para que eu saia das trevas da ignorância. Eu sou um pobre homem alienado, mas quero me atualizar. Por isso, trago algumas perguntas para me livrar dessas dúvidas pequeno-burguesas.

Me expliquem porque a palavra de ordem é "golpe, golpe". Como assim? ?" pensei, na minha treva: se a Suprema Corte, o Congresso, o Ministério Publico, a PGR, a Ordem dos Advogados, a Associação dos Magistrados do Brasil levaram nove meses para cumprir o ritual constitucional e legitimaram o impeachment, por que é golpe? A turma do "Fora, Temer" deve saber. Talvez, alguém da direita tenha envenenado a mente desses juízes, congressistas, advogados e procuradores. Quem, na calada da noite, se reuniu com eles e juntos planejaram um golpe contra a Dilma? Imagino a cena, tarde da noite num bar de hotel: ministros e juízes bebem e celebram, às gargalhadas, um plano para arrasar o PT. Me expliquem esse mistério, pelo amor de Deus.

Vejo, com assombro de inocente inútil, que ignorei a estratégia bolivariana quando Dilma declarou em campanha que, na economia, estávamos bem. Frívolo que sou, achei que o Dilma estava mentindo; mas, logo lembrei que era "mentira revolucionária" para ser eleita ?" hoje, entendo que Dilma fez bem em encobrir um rombo de 170 bilhões de reais com dinheiro dos bancos públicos.

Quebrou-se a Petrobrás, mas já posso ouvir nossa "intelligentsia": "os fins justificam os meios e, se a Petrobrás era do povo, seu dinheiro podia ser expropriado para o bem do povo". Na mosca. Espantei-me com a visão de mundo que justificou a compra da refinaria de Pasadena por um preço 30 vezes maior; pagamos por uma lata velha um bilhão e meio de dólares. Mas eu, um idiota da objetividade, tenho a convicção de que vocês me revelarão a límpida verdade: Dilma sabia da venda, mas fez vista grossa em nome de nossa salvação. Afinal, o que são um bilhão de dólares diante do socialismo (ou brizolismo) triunfante que virá?

Às vezes, em minha hesitante mediocridade, temi que os 50 mil petistas empregados no governo estivessem trabalhando para o PT e não para a sociedade, mas já ouço a voz de grandes artistas explicando-me, com doce benevolência, que a sociedade não é confiável e que os petistas não eram infiltrados, mas vigilantes de sua missão no futuro.

Houve um momento em que achei, ingenuamente, que a nova matriz econômica de Dilma e Mantega era o rumo certo para a catástrofe. Ou para o brejo. Mas, sei que os sapientes comunistas dirão que esse será um brejo iluminista que acordará as mentes para a verdade. Assim, respiro aliviado. Entendi-os: "mesmo a ruína poderá ser didática". Eles dirão, imagino, que um poder popular não podia se ater a normas econômicas neoliberais e tinha de estimular o consumo. Isso criou 12 milhões de desempregados? Sim, mas, nossos teóricos rebaterão que, mesmo quebrando o País e provocando inflação, esses 12 milhões sentiram o gostinho das geladeiras e TVs e que isso é a criação de um desejo para o socialismo. Na mosca.

Confesso também que fiquei desanimado com o atraso de todas as obras prometidas, que o PAC não andou, que não devíamos financiar portos e pontes em Venezuela, Angola e Cuba, mas eles me ensinarão que a solidariedade internacional bolivariana é fundamental para a vitória de seu projeto. Quero me penitenciar também por ter me entusiasmado com a Lava Jato, que considerei uma mutação histórica. Depois, lendo os jornais e as explicações de gente lúcida como a barbie-bolivariana Gleisi Hoffman e Lindenberg Farias, o homem que salvou Nova Iguaçú, voltei atrás e vejo que Moro e seus homens não passam de fascistas que querem impedir o avanço das forças do progresso. A Lava Jato, hoje o sei, é de direita.

Às vezes, reacionários criticam o governo Dilma por gastar muito em publicidade, porque desde o início do governo do PT foram gastos 16 bilhões de reais. Eu achava isso errado, mas sábias palavras me provarão que a população é uma grande "massa atrasada" e que há que lhes ensinar a verdade do capitalismo assassino.

Também achei pouco elegante a difusão pelo mundo da tese de que um golpe terrível tinha se passado no Brasil, achei que uma presidenta não podia espalhar uma difamação sobre o próprio país. Mas, artistas e intelectuais vão sorrir com superioridade e me ensinar (já os vejo...) que a adesão internacional é mais importante que velhas fronteiras nacionais.

Por isso, creio que estou pronto para minha reforma mental. Estou pronto para renegar minhas dúvidas pequeno-burguesas. E logo poderei fazer parte daqueles que invejo por seus rostos iluminados de certeza, por sua sabedoria acima da história e do obvio.

Assim, poderei participar desses protestos, me sentir um revolucionário e gritar, de punho erguido e fronte alta: "Fora, Temer!!".
Herculano
27/09/2016 07:37
É GUERRA

O ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, desde ontem a noite dispara abertamente contra a candidata Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB.

É para se posicionar a favor do PMDB a quem jurou votos em Kleber Edson Wan Dall. Aos seus cabos eleitorais, está dividindo com Marcelo de Souza Brick, PSD.
Herculano
27/09/2016 07:32
CONGRESSO PERDULÁRIO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Parece bagatela despesa de R$ 103 milhões anuais numa instituição cujo orçamento prevê consumir R$ 9,17 bilhões do contribuinte em 2016. Não é ?"em especial porque tal cifra escoa pelo ralo de uma estrutura ociosa de comunicação.

O valor, que não representa nem metade da despesa com esse setor no Congresso Nacional, daria para custear o benefício máximo do programa Bolsa Família (R$ 336) para 25.500 lares de brasileiros.

Cuidar dos recursos públicos é o mínimo que se espera dos políticos ?"pouco importa se as cifras montam a bilhões ou milhões.

Entre concursados, comissionados e terceirizados, as secretarias de comunicação da Câmara e do Senado somam 1.212 funcionários. Para comparação: o jornal "The New York Times", com 1,8 milhão de assinantes, emprega cerca de 1.300 jornalistas.

Os R$ 103 milhões abarcam só os pagamentos a terceirizados, não os salários dos 470 servidores públicos (as duas Casas parlamentares não discriminam gastos com pessoal por setor). Como seus proventos variam de R$ 14.300 a R$ 27.400, é fácil perceber que o dinheiro despejado na área vai bem além.

E tudo isso para quê? Nada, ou muito pouco. Integrantes da classe política, no Legislativo e no Executivo, sempre alegam que precisam prestar contas do que fazem ao público, porém há muito se sabe que estão mais preocupados com autopromoção e com multiplicar cabides de emprego.

A conclusão pela superfluidade de tamanha máquina de comunicação decorre de que, precisamente, ela comunica muito pouco.

Em abril, mês no qual a Câmara autorizou o processo de impeachment contra Dilma Rousseff (PT) e com isso atraiu as atenções Brasil afora, sua emissora de televisão ainda assim ficou relegada à 49ª posição no ranking de audiência. Marcou 0,07 ponto na escala Ibope, o que corresponde a 1.680 domicílios nas 15 principais regiões metropolitanas do país.

Parece fantasia, diante desse número, estimar em 50 milhões de pessoas o público potencial da TV Câmara e da TV Senado, como fazem seus dirigentes. Na prática, essas emissoras, ao lado de publicações impressas e noticiário eletrônico próprio, se limitam a uma cobertura parlamentar chapa-branca, à qual pouquíssimos recorrem.

Dar acesso público aos atos, leis e, vá lá, discursos de deputados e senadores é algo que se pode fazer com uma equipe mínima, de perfil técnico. O Congresso, no entanto, como de hábito se inclina mais a malbaratar do que a poupar o dinheiro do contribuinte.
Herculano
27/09/2016 07:29
FISCO APERTA OS 'MINI' E POUPA GRANDES DEVEDORES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A Receita Federal notificou ontem 668.440 microempresas e pequenas empresas a pagarem quase R$ 23,8 bilhões em débitos com impostos, previdência etc, que têm prazo apertado de 30 dias para isso ou serão excluídas do regime tributário Simples. A Receita não informou se vai adotar providências contra dívidas semelhantes, no valor astronômico de R$ 392 bilhões, de apenas 500 grandes empresas brasileiras.

COMPARAÇÃO
Só a fraude detectada pela Operação Acrônimo no Carf, o Conselho de Administração de Recursos Fiscais, é de mais de R$ 20 bilhões.

ROMBO NA PETROBRAS
O rombo estimado pela Lava Jato na Petrobras é de R$ 23 bilhões, mesmo valor das dívidas das 668.440 empresas que serão esfoladas.

DOIS ROMBOS
Após os desacertos do governo Dilma, que permanecerão impunes, o rombo no orçamento previsto do governo federal é de R$ 170 bilhões.

DOIS PESOS...
Só um diretor da Fiesp deve à Receita, na pessoa física, um terço da dívida das 668 mil empresas no paredão da Receita: R$ 6,9 bilhões.


FICHA DE PALOCCI É SUJA DESDE QUANDO FOI PREFEITO
A prisão de Antônio Palocci, ex-ministro de Lula e de Dilma, levou o PT a fingir "indignação" outra vez, como se os ladrões fossem heróis e os culpados estivessem na força-tarefa da Lava Jato. Palocci é chamado de "ladrão" pelos adversários desde quando foi prefeito de Ribeirão Preto (SP) e acusado de envolvimento no escândalos como da "máfia do lixo". Como ministro, foi acusado de multiplicar sua fortuna.

CONHECIMENTO DE CAUSA
Rogério Buratti, ex-assessor, revelou que a "máfia do lixo" da prefeitura de Ribeirão Preto pagava mensalão de R$ 50 mil a Antonio Palocci.

ABUSO DE PODER
O caseiro Francenildo sofreu perseguição implacável após confirmar que Palocci ia muito a mansão frequentada por prostitutas, em Brasília.

AH TÁ!
Condenada a pagar R$ 400 mil ao caseiro, a Caixa alegou não ter havido quebra, mas somente a "transferência" do sigilo a Palocci.

É REFRESCO
"Fazer reforma na casa dos outros é fácil", disse Rodrigo Maia, presidente da Câmara, a um grupo de empresários e deputados sobre o projeto de reforma política discutido pelo Senado.

A VOLTA DO '11/SET'
O setor elétrico em estado de choque: um dos articuladores da MP 579, Ricardo Brandão pode voltar à procuradoria-geral da Aneel. A MP é o "11 de setembro" do setor, por prejudicar consumidores, empresas e investidores, e por causar bilhões em prejuízos ao sistema Eletrobrás.

MINISTÉRIO DA CADEIA
O PT poderia montar todo um Ministério com os seus filiados presos e/ou condenados apenas neste ano. José Dirceu, Paulo Bernardo, Guido Mantega e Antonio Palocci. Ainda falta o chefão.

CRÍTICAS E ELOGIOS
Candidato ao lugar de Rodrigo Janot na Procuradoria Geral, Eduardo Aragão, ex-ministro da Justiça de Dilma, xingou o sucessor por avisar que "vai ter mais" Lava Jato. Se é isento para merecer a PGR, poderia criticar os petistas ladrões e elogiar os próprios colegas da Lava Jato.

DIFICULDADE
A proposta de reforma política do Senado encontra resistência até no PSDB, partido do senador Ricardo Ferraço (ES), autor do projeto que pretende acabar com coligações e voltar com a cláusula de barreiras.

CARTEIRINHA
Nomeado por Dilma para o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o desembargador Rogério Favreto foi o único da Corte Especial a votar pela abertura de processo contra o juiz Sergio Moro. Antes do TRF-4, Favreto foi assessor do ex-ministro petista da Justiça Tarso Genro.

LIVRO NO STF
Conselheiro do CNJ, Emmanoel Campelo lança nesta quarta (28) o livro "Lavagem de Dinheiro e Crime Organizado Transnacional" (LTr), às 19h, no 1º andar do Anexo II-A do Supremo Tribunal Federal.

ALÍVIO NO SUBMUNDO
A Lava Jato dará trégua a alguns ladrões ainda soltos: a lei eleitoral prevê uma "pausa" em prisões, que só podem ser efetuadas até cinco dias antes da eleição e somente 48 horas após o fim do pleito.

PENSANDO BEM...
...no PT, afinal, não é só a língua que está presa.
J.Silva
27/09/2016 07:27
Bom dia Herculano!

Tem momentos que não se pode apenas olhar a maré, vejamos:

1)Ex-prefeito Adilson Schmitt

Na página do seu Face, questionou os que os tucanos
de bico longo fizeram por Gaspar, te devolvo a pergunta: o que o teu patrão, Raimundão (55), fez por Gaspar?

2)Sergio R. Waldrich

Sendo uma figura global, conhece os bastidores como ninguém, declara apoio aos sócios (15 e 11) dos petralhas (13), responsáveis pelo Mensalão, Petrolão, BNDS, BB , CEF e outras coisas.

Acorda Gaspar!
Angela
26/09/2016 21:10
Essa eleição vai ter ,muitas surpresas até domingo, tem candidato que tem como maior adversario a propria familia, tem candidado se passando por santo, e tem candidatos que ja se dizem eleitos
Herculano
26/09/2016 19:05
AGORA SO FALTAM ERENICE E A CHEFE DELA, por Mario Sabino, de O Antagonista

Em 31 de outubro do ano passado, a revista Época publicou as movimentações financeiras suspeitas de Lula, Antonio Palocci, Fernando Pimentel e Erenice Guerra que haviam sido detectadas pelo Coaf ?" o órgão do Ministério da Fazenda encarregado de combater a lavagem de dinheiro.

Lula havia movimentado 52,3 milhões de reais; Antonio Palocci, 216 milhões de reais; Fernando Pimentel, 3,1 milhões de reais; Erenice Guerra; 26,3 milhões de reais. Ou seja, um total de quase 300 milhões de reais.

Hoje, com a prisão de Antonio Palocci pela Lava Jato, o juiz Sergio Moro determinou que ele tivesse 128 milhões de reais bloqueados ?" o equivalente à propina que é acusado de receber da Odebrecht. Ainda sobram 88 milhões de reais sobre os quais o ex-ministro da Fazenda deve explicações. Boa parte desse dinheiro, constatou o Coaf, veio de "consultorias" prestadas ao grupo Caoa ?" investigado na Zelotes pela compra de medidas provisórias que beneficiavam o setor automotivo. Antonio Palocci também recebeu uma dinheirama do laboratório Dasa e do grupo Pão de Açúcar (por meio do escritório de advocacia de Márcio Thomaz Bastos).

Na Fazenda e, depois, na Casa Civil, Antonio Palocci vendia a ideia de que era o fiador da estabilidade econômica e política. Um contrapeso aos radicais do PT. Agora se sabe que ele se vendia literalmente e grandes empresários o compravam literalmente. Mas não para assegurar estabilidades. Palocci se vendia e grandes empresários o compravam para que, das suas negociatas, restasse apenas a carcaça das instituições brasileiras.

Lula, Palocci e Pimentel vão ser condenados. Agora só falta pegar Erenice Guerra. E a chefe direta dela, claro.
Herculano
26/09/2016 18:59
TCHAU, PT! por Ricardo Noblat, para o jornal O Globo

A menos de uma semana da eleição de 463.374 vereadores e dos prefeitos de 5.568 municípios, o PT parece destinado a ter que recomeçar.

Fundado em 1980, cinco anos depois ele elegeu em Fortaleza seu primeiro prefeito de capital.

Nas eleições de 1988, emplacou os prefeitos de três capitais ?" São Paulo, Porto Alegre e Vitória.

Este ano, só elegerá no primeiro turno o prefeito de Rio Branco, no Acre.

Aquele que em dezembro de 2009 era o partido preferido por 25% dos brasileiros, em 2015 só contava com a preferência de 9% a 12% deles.

Foi atingido em cheio pelos resultados desastrosos de pouco mais de cinco anos de governo Dilma, pela pior recessão econômica desde os anos 30 do século passado, e pelo maior e mais barulhento escândalo de corrupção política da história do país.

O fundador do PT, presidente da República por oito anos, e uma vez apontado como "o cara" por Barack Obama, é réu em dois processos da Lava Jato e poderá ser condenado, tornando-se assim inelegível.

A mulher que ele elegeu e reelegeu para sucedê-lo foi impedida pelo Congresso de continuar no cargo. O partido corre o risco de perder o seu registro na Justiça.

Tão ou mais grave do que isso será para o PT continuar perdendo apoio popular. E a julgar pelo que indicam até aqui as pesquisas de intenção de voto em 24 capitais, é o que deverá acontecer tão logo se abram as urnas de domingo.

Em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad, candidato à reeleição, não acredita mais em vitória. Ali, o segundo turno será disputado por João Dória (PSDB) e mais um.

No Rio, o segundo turno reunirá Marcelo Crivella (PRB) e mais um. O PT sequer lançou candidato próprio.

Ficará também de fora do segundo turno da eleição em Belo Horizonte onde seu candidato amarga 4% das intenções de voto. Fernando Pimentel (PT) governa Minas Gerais. E responde a processo por ter se beneficiado de dinheiro sujo para se eleger. Parte do dinheiro ajudou Dilma a reeleger-se.

O candidato do PT a prefeito de Porto Alegre liderou as pesquisas até há pouco. Foi ultrapassado pelo candidato do PMDB.

Nem candidato a prefeito tem o PT em Salvador. A Bahia é governada pelo PT. É também o Estado que conferiu a Dilma em 2014 uma expressiva vitória.

O candidato do PT a prefeito do Recife irá para o segundo turno contra o atual prefeito do PSB. Os demais se juntarão para derrotá-lo.

Foi para o Nordeste que o PT migrou quando seus votos começaram a escassear no resto do país. Pois bem: por lá, o PT só tem chances de eleger o prefeito de Teresina. O Piauí é governado pelo PT.

Em Fortaleza, a candidata do PT está em terceiro lugar. O PT não lançou candidatos a prefeito em Aracaju e São Luís. Seu candidato em Natal não passou ainda da marca dos 5% dos votos. Nem dos 2% em Maceió e em João Pessoa.

Até a semana passada, o PT imaginava eleger o prefeito de Porto Velho. Agora, não mais.

O Norte e o Centro-Oeste são gigantescas manchas sem um único ponto vermelho à exceção de Rio Branco, reduto dos irmãos Vianna, governador do Acre e senador.

Fora das capitais, o PT perde a eleição em Garanhuns, onde Lula nasceu, e em São Bernardo Campo, onde ele mora. Nos dois lugares, Lula não apareceu para pedir votos.

O maior partido de massas que a esquerda já construiu na América Latina está em liquidação.
Herculano
26/09/2016 18:55
A TOCA DO GRÁFICO COLORIDO, por Vlady Oliver

É preciso enquadrar também a verborragia ignorante e truculenta desses eternos candidatos a tiranete de republiqueta bananeira

Já tive a oportunidade de afirmar que a Operação Lava Jato fez uma de suas melhores investidas contra a sofisticada organização criminosa que assolou o país quando produziu aqueles gráficos coloridos na missão de enquadrar lulão e seu bando de bacamartes. Era necessário uma cartilha explicativa - uma espécie de "Caminho Suave da Bandidagem", para explicar, de forma quase pueril, o que é e como age o bando que nos desgovernou todo esse tempo.

Na sede da agremiação criminosa, acusaram o golpe. Tanto que saíram pela blogosfera a reclamar, num jogral picareta, das cores e das intenções dos tais "powerpoints" perigosos e nocivos para a nossa sociedade incauta e desavisada à mercê de uma "polícia fascista". Da grana desviada ninguém fala nada. O fato é que não basta prender a camorra toda. Também é preciso discutir a forma por eles utilizada para tornar cativa uma sociedade inteira do tamanho da nossa.

É a fábrica que produz cretinos fundamentais em série que precisa ser fechada urgentemente. A verborragia ignorante e truculenta desses eternos candidatos a tiranetes de republiquetas bananeiras precisa ser enquadrada junto com os meliantes de turno. É necessário uma desconstrução no discurso dos caras. Um desmonte. Uma neutralização.

Por incrível que possa parecer, a Lava Jato vem tornando cada dia mais nítidas as regiões fronteiriças entre a criminalidade reinante e seus asseclas, discípulos, alinhados e agentes. A turma toda. É um "pega-tatu". Pra quem não conhece a politicamente incorreta armadilha de pegar esses simpáticos bichinhos do mato, a tal geringonça depende intrinsecamente de que o animalzinho ponha a sua cabeça para fora da toca para iniciar a captura.

Pra mim tem sido didático. Jornalista que dá mais valor à cor do gráfico que à informação nele contida já colocou o nariz na armadilha. Só falta puxar da toca.
Herculano
26/09/2016 18:52
PREPARADO PARA PRISÃO HAVIA QUATRO DIAS, PALOCCI NEGARÁ SER O "ITALIANO"

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Marina Dias, da sucursal de Brasília. O ex-ministro Antonio Palocci Filho se preparava para ser preso havia quatro dias. Desde que viu seu sucessor no Ministério da Fazenda, Guido Mantega, ter a prisão temporária decretada, na manhã de quinta-feira (22), admitiu entre amigos que deveria ser ele o próximo alvo da Lava Jato.

A tese inicial de Palocci, porém, não era a de prisão. Acreditava que, depois que Odebrecht começou as tratativas para fechar acordo de delação premiada, em maio, a Polícia Federal o levaria para depor coercitivamente. A partir de então, reduziu seus trabalhos na consultoria e correu para traçar sua defesa.

Passou a se reunir semanalmente com seu advogado, o criminalista José Roberto Batochio, e negava as acusações. Mesmo aos mais próximos, Palocci dizia com veemência que não era ele o "italiano", apelido que figura em planilhas de pagamentos de propina apreendidos com executivos da Odebrecht. Apesar disso, reconhecia que tinha bom relacionamento com a família dona da empreiteira.

Aos investigadores, seguirá essa linha e usará, segundo a Folha apurou, e-mail escrito em 2010 pelo ex-presidente da construtora Marcelo Odebrecht dizendo que o "Italiano não estava na diplomação", referência à cerimônia em que Dilma Rousseff foi reconhecida como presidente eleita, em 17 de dezembro de 2010. Palocci vai dizer que estava no evento e que isso pode ser comprovado com fotos da época.

Com 55 anos, Palocci foi o grande articulador entre os empresários e o PT durante os governo de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e era considerado homem de confiança de Lula. Era quem fazia a ponte do empresariado com os hoje ex-presidentes e foi um dos principais formuladores da política econômica da era petista.

Ex-colegas de Esplanada dizem que Palocci foi o último contraponto de Dilma. Como seu ministro da Casa Civil, era quem dava opinião sobre diversas áreas do governo e rebatia a então presidente. Depois dele, a petista se cercou apenas de quem concordava ou dizia que concordava com suas ideias e, segundo aliados, a falta de contraditório foi uma das razões que a fez perder a capacidade de governar e, consequentemente, o mandato.

Nunca deixou de aconselhar Lula e até pouco tempo era frequentador do instituto que leva o nome do ex-presidente para reuniões sobre a conjuntura econômica, principalmente durante a crise que acometeu o governo Dilma.

FIADOR

Palocci era formado em medicina, foi vereador, deputado estadual, deputado federal e prefeito de Ribeirão Preto. Aprendeu a circular entre os empresários e, como primeiro ministro da Fazenda de Lula, em 2003, idealizou a Carta ao Povo Brasileiro, que deu segurança para os pesos-pesados do PIB (Produto Interno Bruto) apoiarem o petista logo na largada.

Sua primeira queda foi em março de 2006, quando deixou o Ministério da Fazenda de Lula após ser acusado pelo caseiro Francenildo Costa de frequentar uma casa mantida por lobistas e conhecida em Brasília como "República de Ribeirão Preto". O caseiro teve seu sigilo bancário quebrado e os dados divulgados na tentativa de desqualificar seu depoimento. Palocci dizia que Francenildo havia sido subornado por opositores ao PT.

O ex-ministro foi reabilitado politicamente ?"e publicamente?" pelo PT na campanha que elegeu Dilma pela primeira vez ao Planalto. Em 2010, era um dos "três porquinhos", apelido dado a ele, José Eduardo Dutra, então presidente do partido, e José Eduardo Cardozo, que compunham a linha de frente da petista.

Palocci coordenava a campanha e fazia o primeiro contato com empresários para as doações eleitorais, mesma atuação que teve nas duas campanhas presidenciais de Lula. Depois das reuniões com Palocci, os doadores procuravam o tesoureiro da campanha e acertavam os repasses.

A pedido de Lula, Dilma nomeou Palocci seu ministro da Casa Civil em 2011, mas ele perdeu o cargo cinco meses depois, em razão de consultorias prestadas a empresas, inclusive durante a campanha de 2010.

Não divulgou seus clientes e o aumento de 20 vezes de seu patrimônio tornou-se, segundo petistas, "injustificável". "O erro de Palocci foi tentar voltar para a vida pública depois de atuar no setor privado, como consultor. Isso nunca dá certo", diz um de seus correligionários.

Nesta segunda-feira (26), Palocci foi preso na 35ª fase da Lava Jato, em São Paulo, e levado a Curitiba. Intitulada Omertà, a operação investiga indícios de uma relação criminosa entre o ex-ministro e Odebretch.

Segundo o juiz federal Sergio Moro, há provas de que Palocci coordenou o repasse de propinas da empreiteira para o PT.
Herculano
26/09/2016 18:48
LULA COMO CHEFE DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, DA "PROPINOCRACIA". É ESSA A DENÚNCIA QUE O BRASIL ESPERA, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

35ª fase da Operação Lava Jato traz à luz uma cadeia de eventos que evidencia que o PT se estruturou para a privatização informal do Brasil

À medida que a Operação Lava Jato vai revelando os meandros da organização criminosa que tomou conta do país, o que vai se revelando de maneira clara, inequívoca, didática, com poucas chances lógicas para o contraditório, é que o PT, cujo chefe inequívoco sempre foi Luiz Inácio Lula da Silva, se estruturou para:
a: liquidar com os outros partidos;
b: dividir o Brasil com sócios do capital privado;
c: eternizar-se no poder - nesse caso, o complemento era a reforma política.

Que coisa! Dia desses estranhei aqui que esquerdistas inteligentes - sim, os há - ainda tentem negar o caráter no PT. No dia 19 de setembro, um deles, Celso Rocha de Barros, escrevia um artigo na Folha em que se podia ler o seguinte, prestem atenção:
Tudo indica que Lula recebeu favores das empreiteiras, e as autoridades estão cumprindo seu dever quando investigam a natureza desses favores. Mas a história mais ampla sobre política brasileira que foi contada na quarta-feira é muito ruim. Ela parece ser a base para a acusação de que Lula era o "comandante supremo" da "propinocracia". Isso não vale.
Na visão do procurador Deltan Dallagnol, o PT montou um sistema de distribuição de cargos e propinas que garantiu uma "governabilidade corrompida", visando a "perpetuação criminosa" do PT no poder. No centro do esquema estaria Lula: sem ele, nenhum dos envolvidos teria sido nomeado para seus cargos. A roubalheira teve como fonte propinas cobradas do cartel das empreiteiras.
Se Lula estivesse no centro do esquema, como argumentou o procurador, poderíamos supor que sua presença nessa rede fosse fundamental para manutenção. Talvez isso seja eventualmente demonstrado, mas os dados disponíveis não o sugerem.
Tanto o cartel das empreiteiras quanto os aliados que venderam seu apoio ao PT já estavam no ramo antes de 2003. O cartel financiou a campanha de todos os partidos esses anos todos. Só o PT lhes ofereceu favores em troca? Os fisiológicos apoiaram FHC por oito anos, deslocaram-se em massa para o PT até recentemente e agora passaram todos para o lado de Temer. Foi só durante a era petista que essa necessidade de proximidade com a máquina pública foi motivada por interesses escusos?"
(?)

Retomo
Esquerdista inteligente que é, Celso Rocha de Barros não exercita a negação. Oh, ele admite que, tudo indica, houve, sim, privilégios. Mas, como se nota, recusa o essencial: a organização criminosa e a particularidade do projeto petista. E por que o faz? Assim, ele pode manter a sua crença. Os crimes dos petistas teriam sido todos contingentes, a exemplo do que já fizeram outros partidos.

Não, senhor! Não há nada de errado - E EU JÁ DISSE ISSO AQUI - com aquele organograma exposto por Deltan Dallagnol naquela infeliz entrevista coletiva. Ele só era um despropósito naquela hora, apresentado por aqueles motivos. Se e quando Lula for apontado como o chefe da organização criminosa, que seja, então, exposto. A minha restrição, como ficou claro aos alfabetizados, foi quanto ao método. Não se apresenta um troço daquele para depois acusar alguém de ter recebido R$ 3.738.738 em benefícios indevidos, ora essa!

Ou por outra: não se põe o carro adiante dos bois.

Ora, o que revela a 35ª fase da Operação Lava Jato, batizada de "Omertà", numa referência à lei do silêncio que vigora na máfia? O projeto de privatização, sim, do estado. O grupo Odebrecht pode ter sido o mais íntimo e próximo de Lula e do PT. Mas, como se sabe, não foi o único.

Volto-me para Celso Rocha de Barros: o que se tem aí caracteriza ou não uma "propinocracia"?

É um espanto do cinismo que o PT tenha se tornado notório por ser um partido contrário às privatizações, não é mesmo? É do balacobaco que seu seus bate-paus, seus asseclas e seus comandados saiam às ruas para denunciar uma conspiração privatista, que seria representada pelo governo Temer.

Ora, ora? Por que é que o PT quer um estado gigante? Porque, no comando dessa poderosa máquina, o partido poderia, então, exercer o poder de fato, punindo ou beneficiando parceiros segundo as necessidades do partido e de sua elite dirigente.

"Ah, isso é ilação sua, Reinaldo, e de outros que pensam como você!" Errado! A esta altura, os fatos estão dados de maneira absolutamente inequívoca.

É claro que outros partidos e outras lideranças se beneficiaram da estrutura criminosa. É evidente que as empreiteiras negociaram com outros partidos. Mas é preciso ter claro qual legenda e qual grupo se estruturaram para que a nova cara do estado brasileiro fosse esse condomínio em que o núcleo dirigente de um partido e uma elite empresarial eleita governariam, de fato, o país, num projeto sem tempo para acabar.

O tal "povo", nesse tempo, iria recebendo alguns caraminguás e sendo chamado a referendar o modelo nas urnas a cada quatro anos.

Lula como chefe da organização criminosa! É essa a denúncia que o país espera.
Herculano
26/09/2016 18:42
POR QUE OS GASPARENSES AINDA ACHAM QUE O PT VAI GANHAR AQUI?

1. Porque como comentei acima na coluna, isso é uma invencionice do PMDB. Alimenta porque não possui discurso efetivo de mudanças. Inventou que o mal está com toda força e só ele, PMDB pode contê-lo. Um é a cara do outro. Ambos são sócios da quebra da economia do Brasil, da inflação alta, da corrupção endêmica, dos 12 milhões de desempregados

2. Porque em Gaspar parece ter menos pessoas esclarecidas politicamente do que Itajaí, Joinville, Brusque, Florianópolis, Chapecó, Blumenau e outros grotões que já entenderam que o PT não administra, mas precisa de poder para se locupletar.

3. Querem exemplos práticos? Vejam então a única pesquisa feita em Blumenau pela Mapa e que fez uma por aqui. Lá foi para a Ric Record, cujo apresentador Alexandre José, PR, é vice de Jean Jackson Kuhlmann,PSD. A dupla está à frente do atual prefeito Napoleão Bernardes, PSDB. Como a margem de erro é superior a 4%, ambos estariam então empatados tecnicamente.

4. Mas, voltando ao analfabetismo político onde o candidato a prefeito aqui acha mais importante ser um pobre, um tocador de gaita, um jogador de sinuca, um pagador de cervejas... Lá o PT de Décio Neri, Ana Paula Lima,e do genro Jefferson Forrest- o inventor de escândalos na Câmara de lá - e que manda no PT daqui, tem apenas 4,7%.

5. Lá, vendo e ouvindo o esclarecido professor Valmor Schiochet, estão falando só para intelectuais, analfabetos, ignorantes, desinformados e militância. Vejam só, dizem que tem um novo jeito de governar. Não se sabe se é aquele que fez Lula e Dilma, ou o ´"prefeito Celso", onde tudo dizem ter soluções lá, são problemas graves aqui, a começar pela transparência que insinuam ser um pilar lá se eleitos. Resumindo, não enganam mais nem os analfabetos políticos.

6. O PT de lá é tão rejeitado que teria pela pesquisa, tanto tão pouco votos como outro partido do campo da esquerda, a que defende a democracia, onde a imprensa é um problema para ele. O Partido Comunista do Brasil, aquele que em Gaspar dá suporte para o Marcelo de Souza Brick, PSD. O PCdoB de lá tem 4,2% das intenções de votos. Acorda, Gaspar!
Herculano
26/09/2016 18:07
LAVA JATO VAI DA COZINHA À SALA DE ESTAR DO PT, por Josias de Souza

A Lava Jato, que havia ingressado no PT pela entrada de serviço, chegou à sala de estar. Forçava a porta desde a prisão de José Dirceu. Arrombou-a com a conversão de Lula em réu. Agora, levanta o tapete que esconde a sujeira administrada pelos ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega. Escapam pelas bordas contas secretas, pacotes, fraudes e transações legislativas.

Preso nesta segunda-feira, Antonio Palocci é um companheiro de mostruário. Teria sido presidente da República no lugar de Dilma não fosse sua mania de viver perigosamente. Quando escalou as manchetes nacionais, em 2002, Palocci já trazia atrás de si um rastro de transações pegajosas do tempo em que fora prefeito de Ribeirão Preto.

Guindado à chefia da pasta da Fazenda, domou a febre especulativa que ameaçava a estabilidade da economia na transição do ocaso de FHC para o alvorecer de Lula. Quando parecia consolidar-se na fila das opções presidenciais, foi arrancado do pedestal, em 2006, por um escândalo em que se misturavam o lixo mal administrado de sua ex-prefeitura, grampos, dinheiro por baixo da mesa e amigos que haviam fundado numa casa alugada em Brasília a República de Ribeirão Preto.

Palocci jurou várias vezes que não frequentara a sucursal brasiliense de Ribeirão, onde negócios eram trançados em meio aos lençóis. Foi desmentido pelo caseiro Francenildo. Demitido, foi pedir votos em São Paulo. Jamais retornaria à lista de presidenciáveis do PT. Porém, eleito deputado federal, livrou-se da acusação de quebra do sigilo bancário do caseiro, num julgamento que não honra as melhores tradições do Supremo Tribunal Federal.

A Lava Jato informa que, dentro ou fora do governo, Palocci manteve-se à frente de sua missão estratégica de cupido das boas relações do PT com o empresariado que se encantou com o socialismo companheiro. Em determinados momentos, teve o auxílio luxuoso de Guido Mantega. Mas não perdeu o protagonismo. Apenas com a Odebrecht, informa a força-tarefa de Curitiba, Palocci geriu uma espécie de "conta corrente" que sorveu do Estado R$ 128 milhões em propinas.

A verba suja escorreu inclusive no ano de 2011, quando Palocci teve uma passagem relâmpago pela Casa Civil de Dilma. Caiu antes de fazer aniversário de seis meses na função, quando os repórteres Andreza Matais e José Ernesto Credendio noticiaram que acumulava um patrimônio incompatível com seus contracheques. Coisa de R$ 7,5 milhões. Dinheiro de troco, perto do que se descobriria depois. Alegou ter enriquecido com o trabalho de sua empresa de consultorias.

A exemplo de José Dirceu, Palocci naufragou no socialismo à moda petista, com excesso de capital. Os investigadores avançam agora da sala de estar em direção ao porão do PT, onde estão guardados os segredos da caixa das campanhas de Dilma e da prosperidade da ex-presidência de Lula.

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