Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

27/10/2015

ILHOTA EM CHAMAS I
A Promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon na Comarca de Gaspar cuida da Moralidade Pública. Ela não está disposta a tréguas aos políticos e gestores públicos. Pau que bate em Francisco, bate em Chico. Nada de ideologia. Nada de partido. Nada de amigos. E isto tem arrepiado muita gente boa de garganta, intimidação ou lábia fácil. Em Gaspar, recentemente, Chimelly alcançou o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, hoje sem partido, e o atual, Pedro Celso Zuchi, PT. Em Ilhota, em ações distintas enquadrou o atual prefeito Daniel Christian Bosi, PSD e os ex- Ademar Felisky, PMDB e Roberto da Silva, PP.


ILHOTA EM CHAMAS II
E o que ela quer agora? Que Roberto da Silva pague os cofres públicos o que foi condenado a devolver pelo Tribunal de Contas. Não há mais recursos. E para isso, a promotora pediu ao juiz a penhora dos bens de Roberto para a Execução por Quantia Certa contra Devedor Solvente. Quando governo em Ilhota, segundo o Tribunal, Roberto gerou repasses e despesas irregulares em três situações contra a Associação dos Servidores Públicos municipais nos valores reconhecidos pelo TCE de R$26.700,00, R$25.239,98 e R$17.977,00.


ILHOTA EM CHAMAS III
“Quanto ao débito imputado ao sr.Roberto da Silva, cumpre informar que esgotado o prazo legal para o cumprimento do Acórdão, não houve o recolhimento das quantias, motivo pelo qual esta Corte de Contas certificou o trânsito em julgado da decisão; emitiu a Certidão de Débito (Título Executivo n. 3931/2011) e encaminhou, na data de 05/12/2011 (Ofício nº 23567/11), as peças processuais à Procuradoria Geral junto ao Tribunal de Contas, visando à instauração da ação de cobrança judicial. [...] Ressalto, por oportuno, que de acordo com informação repassada pelo Coordenadoria de Acompanhamento de Débitos e Execuções deste Tribunal até a presente data [maio de 2015] não houve recolhimento aos cofres públicos da quantia correspondente aos débitos impostos pelo Acórdão n. 1729/2011”, escreveu Chimelly para convencer ao juiz e deu à causa, o valor de R$125.977,59.


A DANÇA DO GRUPO DE DANÇAS
O projeto de Grupo de Danças de Gaspar não teve aprovação pelo CMDCA para o uso dos recursos do FIA – Fundo da Infância e Adolescência. Por outro lado, o Grupo Detalhes de Teatro, de Indaial, como noticiei, conseguiu. E mais. Em maio, um extrato da Caixa Econômica Federal, mostrava (foto) que o saldo na conta do FIA era de quase R$2 milhões. Ou seja, falta de dinheiro não foi. É apenas interpretação ou ajuste no critério. Por isso, o pessoal do grupo quer conhecer e que se divulgue este critério para que dele não haja nenhuma dúvida sobre ele, bem como o seu uso permanente.



REPUTAÇÃO I
O prefeito de Gaspar, Pedro Celso Zuchi, PT, está agora preocupado com a reputação da cidade. Isto cheira a perseguição de funcionário concursado. E a proteção da tal reputação pode sair pela culatra. Olha só esta. No dia 14 de outubro ele mandou instaurar sindicância interna “para apurar a responsabilidade de órgãos e servidores pela divulgação ilegal de imagens de uma página de internet do Detran de Santa Catarina, Detranet, software cujo acesso é restrito, em prejuízo da reputação da administração Pública Municipal. É sobre coisa antiga. O prazo para concluir a sindicância é de 60 dias. E é possível que se conclua neste prazo, diante do objetivo nobre, que pode não evitar a má reputação, mas agravá-la. Outras sindicâncias de interesses do poder de plantão demoram anos.


REPUTAÇÃO II
Mas voltemos à escola e ao dicionário. O que é afinal reputação? “Conceito obtido por uma pessoa através do público ou da sociedade em que vive; ou possuir renome ou prestígio; bom ou mau conceito”. Bom se for por estas definições, não se sabe exatamente onde o prefeito Zuchi e sua turma querem chegar. O documento que o prefeito e o secretário de Obras, Lovídio Carlos Bertoldi, dono da Ditran, não queriam ver publicado aqui, é apenas um dos muitos que dá origem à má reputação da administração petista. Só ela é culpada. Foi ela que se descuidou daquilo que devia cuidar em nome do povo de Gaspar. Então, o servidor, se foi um servidor, não é quem causou a má reputação. Ele apenas a transmitiu. O PT tem uma doença grave: a de inverter a ordem das coisas para perdoar os culpados e acusar os inocentes, e assim lhes dar lições públicas e amedrontar a sociedade como um todo. Afinal, onde está o Sintraspug que deixa isso prosperar contra servidores? Acorda, Gaspar!


O POVO I
De um leitor da coluna, na área de comentários dela na internet, no portal mais acessado de Gaspar: “Tonho [Dalsochio], o campeão de votos [Amarildo], o Melato do PT, Mitinho Minguadinho, Daniel que nem a mão na massa coloca, processando Andréia por ter xingado eles? Kkk. Só pode ser piada, por isso querem advogados de graça? Para processar quem trabalha? Quem defende os interesses dos eleitores? E que tem vergonha na cara? Fala as verdades? Não tem medo de marmanjo sem palavra?”


O POVO II
“Deveriam sair dos seus círculos de amizades e escutar o que nós, o povo pensa de vocês! Só dizer que não horaram as calças? Tem adjetivos muito mais apropriados que qualifica esses sujeitos. E que é pronunciado por muitos, todos os dias. Vai faltar dinheiro para processar quem fala a verdade. Vou respeitar esse espaço, mas vou ali fora fazer meu boca a boca ferrenho contra esses senhores. E com certeza descarregar esses adjetivos”.


O POVO III
De outro leitor e sobre o mesmo tema. “Coisas que gostam de andar em bando: mosca, urubú e politico desgastado. Olha no perfil da rede social dela [Andreia] e observe se todos os comentários são da mesma pessoa, e se realmente por aparecer nas festas desacompanhada "ela está sozinha"?”. Em tempo, a vereadora reproduziu no Facebook a coluna de sexta-feira. A fanpage registra que quase quatro mil internautas a viram, outras 300 “curtidas” e mais de 50 comentaram. Então parece que Andreia não está tão sozinha, assim como alguns julgam. O tema que gerou tanta curiosidade da coluna no Facebook da vereadora Andreia foi “O Medo” dos adversários. Na coluna eu relatei que os vereadores PT e mais José Hilário Melato, PP, só depois de vê-la crescer no cenário político como pré-candidata a prefeita pelo PSDB, encheram-na de processos na Justiça como vingança. Só para intimidá-la. Entenderam a razão pela qual a coluna é tão lida no portal do Cruzeiro do Vale e nos outros canais onde é reproduzida? Esta é uma pequena amostra. Por isso, o jornal Cruzeiro do Vale é o de maior crédito. Acorda Gaspar!


A BOMBA
O vereador Giovânio Borges, PSD, está inconformado com os críticos. Ele representa o Bela Vista. Ali, qualquer água mais forte, ou enchente, tudo se inunda. A drenagem do bairro se enrola, apesar de ter sido bandeira de caça votos do PT, de Pedro Celso Zuchi, Décio Neri e Ana Paula Lima. Ele se aliou com Zuchi, seu cunhado Antônio Dalsóchio e José Amarildo Rampelotti para ver resolvido o problema crônico da Rua Amazonas. Nada. Estimulou o pessoal a compra uma motobomba móvel. Testoude verdade na semana passada (foto). Ficou claro que ela será pouco para o volume que precisará esgotar se houver mesmo uma chuva para valer. É um bom começo, mas não resolve. E pelo jeito a população por suas mãos resvolve melhor do que os políticos.

UM FILME PROIBIDO I
Quando os políticos disputam, quem perde é a educação, a conscientização e a cidadania. É incrível. Em Gaspar a administração do PT boicotou o tal Cinema Rodoviário nas escolas, da Polícia Rodoviária Federal, só porque a iniciativa não foi da prefeitura, que está ausente nas iniciativas que não sejam ideológicas ou de companheiros. Contando, poucos acreditam. E a história revela a razão pela qual estamos atrasados, inclusive na maturidade política e na cidadão, comprometendo pelo exemplo as novas gerações.



UM FILME PROIBIDO II
Em maio deste ano, quando do maio Amarelo (dedicado ao trânsito), em uma blitz educativa por aqui no trevo de acesso a Gaspar pela BR 470, a professora e vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, com o agente da Ditran – Diretoria de Trânsito – Pedro Silva, conversaram com o inspetor da PRF. Solicitaram dele o tal Cinema Rodoviário. É uma ação educativa para se ter motoristas mais conscientes e diminuir as tragédias nas rodovias. Ele não deu certeza de que poderia atender o pedido de ambos. Haviam outros municípios, na frente. Mas, faria o possível para conseguir.


UM FILME PROIBIDO III
Quando o inspetor veio a Gaspar em junho, para um compromisso na Delegacia de Polícia Civil, Andreia, por ofício, formalizou o pedido. E esperou. Só agora neste início de outubro veio a resposta. A carreta do Cinema Rodoviário estava em Blumenau cumprindo um programa educativo na Oktoberfest. E no embalo, foi programada para vir a Gaspar e atender o pedido do agente da Ditran e ofício da Andreia, em favor da comunidade. Uma correria. E desde ontem a carreta cinema e auditório móvel está estacionada defronte o quartel do Corpo de Bombeiros (na foto com o pessoal de Gaspar). Montou-se uma programação para os escolares do município. O que ninguém conta é que tudo quase foi por água abaixo, na enchente das vaidades dos políticos, numa disputa boba por quem é o pai e do embalo da criança.


UM FILME PROIBIDO IV
Um press release da prefeitura divulgou o evento como se fosse da Ditran. Andreia ficou quieta. O importante seria sempre, segundo anotou, o resultado, o envolvimento comunitário, a mudança de hábito nas crianças para serem um dia, motoristas mais conscientes e cidadãos no trânsito urbano. Na rádio, todavia, o agente Pedro Silva, da Ditran, na entrevista que deu para divulgar o evento, disse que a iniciativa tinha sido da vereadora. Ele apenas contou a história que eu relatei acima, sem conotações de poder ou partido. Para que! Começou um boicote da prefeitura e da Ditran, - ligada a secretaria de Obras de Lovídio Carlos Bertoldi, aquele que ser o candidato do PT a prefeito - à iniciativa de Andreia e do agente Silva para as crianças e por Gaspar.


UM FILME PROIBIDO V
A Ditran – e seu diretor Dirceu dos Passos - que queria ser a dona do evento para o esquema da companheirada, meio que lavou as mãos. Do nada “não conseguiu” os ônibus para transportar as crianças dos bairros como se tinha acertado; os ônibus da secretaria de Educação “estão ocupados” com os jogos escolares (até entende-se). Andreia e Silva tiveram que se virar. Ceramifix (sempre ela), Verde Vale (sempre ela) vão bancar alguns ônibus; o Bombeiro Voluntário também vai bancar um; e se nada acontecer, a Secretaria de Desenvolvimento Social, da Maristela Cizeski, se comprometeu com outro. E os estudantes que estudam perto do quartel do Corpo de Bombeiros, irão para a atividade a pé. Para arrematar: O CDL ofereceu a pipoca, e voluntários vão fazê-las e distribui-las.  Quando é que Gaspar vai parar como este tipo de disputa pequena e que compromete a cidadania, a educação, a conscientização...? Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Perguntar não ofende. O que foi feito dos R$14,7 milhões  que o ministério da Cidades liberou para a ponte do Vale, segundo anunciou em várias entrevistas por aqui o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT? Quando vier, não dará para pagar nem os atrasados com a empreiteira Artepa Martins, como já relatei aqui várias vezes.

Agora anuncia-se a liberação de outros R$6 milhões para a ponte dos Sonhos, em Ilhota. Muita liberação, e obra que é bom, nada. Nem em Gaspar, nem Ilhota. Afinal onde se perdem o dinheiro anunciado, comemorado e peça de propaganda partidária às vésperas das eleições municipais?

Disfarce. Primeiro foi a gasparense honorária Ideli Salvatti, a ex-senadora, a ex-ministra, a ex-dona da chave das portas dos cofres de Brasília. Ela é quem se intitulava assim para angariar votos. Ideli que sumiu para uma boquinha com o marido nos Estados Unidos,  atuava com os amigos íntimos do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, PT. Os cabos eleitorais da lorota estão quietinhos.

Segundo se discursava na campanha para obter votos fáceis de desinformados, que se eleitos abriam todas as portas dos palácios e ministérios na Capital Federal. O casal Décio Neri e Ana Paula Lima, do PT de Blumenau (e agora de Itajaí) que manda aqui, juravam verbas para a ponte do Vale. Até o momento, nada.

Agora quem é que veio dar em Gaspar achando que aqui todos são uns tapados e marionetes desta gente? O deputado Federal, Pedro Uczai, PT, de Chapecó. Longe, né! Sobre o dinheiro da ponte do Vale ele diz que ela não chega aqui por culpa do ministério das Cidades, tocado por Gilberto Kassab, PSD. Mas, quem manda no governo de Dilma? O PT ou o PSD?

Ah, o Pedro, o outro, o Uczai, prometeu ao Pedro daqui, uma emenda de R$200 mil para o Hospital do PT de Gaspar. Mixaria. Deve ser para desovar aquele decreto que permite negócios no Hospital sem concorrência em até R$10 milhões. Acorda, Gaspar!

Políticos não se emendam. A enchente é uma desgraça para o povo que está abaixo das cotas dos rios nos vales e acima, nas encostas que deslizam.Mas políticos e gestores públicos, tramam e só pensam em decretos de clamidade e de emergência para buscar verbas para os seus Orçamentos furados. Meu Deus!

No sistema de rodízio, o mês de novembro quem vai se licenciar no PMDB, será o vereador Jaime Kirchner.

A burocracia. O vereador Marcelo de Souza Brick, PSD, mandou um ofício ao presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP, pedindo que seja enviado ofício ao prefeito Pedro Celso Zuchi cobrando resposta do requerimento nº 136/2015 aprovado no dia 11 de agosto de 2015. Brick quer informações sobre da estrutura coberta construída na Arena Multiuso.

Vai esperar sentado, aquilo que ele já sabe. Zuchi e o PT já sabem que Brick não os enfrenta e ficará trocando ofícios.

O suplente de vereador Raul Schiller, PMDB, aa descaracterização do regime de urgência para o Projeto de Lei Complementar N° 07/2015. Ele trata da Regularização de Construções de Gaspar. Entrou na pauta de hoje e a votação será nominal.

Defesa Civil de Ilhota. A foto que se espalhou nas redes mostra o trabalho duro no Quartel General na sala do prefeito Daniel Christian Bosi. Ali ele instalou a Defesa Civil. Foi dali que  tomou as decisões fundamentais para proteger a cidade. A balsa agradeceu ao rio pela altura que a colocou parada no barranco.

 

Edição 1722

Comentários

Antenado.
29/10/2015 22:00
Kleber,PMDB/Lovidio,PT/Andreia;DEM:PSDB/Souza Brik,PSD/Isto será a renovação? Vem aí a quinta opção!!!
Herculano
29/10/2015 21:51
O MEDO

A coluna inédita da edição impressa de amanhã, sexta-feira já está impressa, e o jornal Cruzeiro do Vale estará daqui a pouco disponível para os assinantes.

Na sexta-feira passada, a análise do cenário sucessório de Gaspar nas notas com o título "O Medo", causou mal estar e abriu os olhos de quem está embretado pelo discurso da mudança ou do novo, mas não consegue transformar o discurso numa prática.

Na coluna de amanhã, outra vez, trata do medo. Aquele que os político no poder fazem com os fracos e fragilizados, para se perpetuar no poder, enrolando. Tramam vinganças contra adversários, empresários investidores e quem paga são os que não possuem nada com estas viagens e enganações. Acorda, Gaspar!
Herculano
29/10/2015 16:15
"ESSES LIXEIROS DA IMPRENSA", por Eugênio Bucci, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

"É de mencionar, por exemplo, a circunstância de frequentar os salões dos poderosos da Terra, aparentemente em pé de igualdade, vendo-se, em geral e mesmo com frequência, adulado, porque temido, tendo, ao mesmo tempo, consciência perfeita de que, abandonada a sala, o anfitrião sentir-se-á, talvez, obrigado a se justificar diante dos demais convidados por haver feito comparecer esses 'lixeiros da imprensa'"

Max Weber, em A Política como Vocação

O eclipse da razão se aprofunda. A conjuntura nacional vive dias de breu e de loucura. Os discursos se embaralham uns aos outros, como numa peça teatral em surto, com os vilões tomando para si as falas dos mocinhos e vice-versa. Em meio a tantas confusões, a mais espantosa é a aliança discursiva entre os donos de riquezas privadas acumuladas graças ao Estado e os militantes de esquerda que um dia sonharam em acabar com o capital.

De repente, os porta-vozes de empreiteiras mastodônticas viraram adeptos domedia criticism. Já em julho, advogados dessas empreiteiras que adoram o capital, mas detestam o regime de concorrência de mercado, começaram a acusar as investigações da Lava Jato de serem um reality show. De terno e gravata, aderiram às teses de Noam Chomsky, com pitadas conceituais da Escola de Frankfurt. Foi assim que a mais anticapitalista das teorias da comunicação veio prestar socorro às causas de empresas cuja mentalidade anticomunista é mais atrasada que o latifúndio.
Herculano
29/10/2015 16:15
"ESSES LIXEIROS DA IMPRENSA", por Eugênio Bucci, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

E aqui estamos nós. As denúncias de "manipulações" dos meios de comunicação viraram lugar-comum na argumentação das empreiteiras, numa estridente troca de sinal. Os bilionários convertidos ao media criticism lançam mão do mesmíssimo palavreado adotado pelo leninismo degradado em stalinismo e, mais presentemente, em chavismo histriônico. As fabulações de "campanhas difamatórias para derrubar o governo", de "orquestrações midiáticas para destruir um projeto" e de "complô moralista para desestabilizar as instituições" aparecem tanto nas alegações processuais do capital anticoncorrencial (que quer ficar eternamente no paraíso da acumulação primitiva) como nas perorações fundamentalistas dos que cultuam um bolchevismo que nunca existiu (e nunca quis ser o que seus sacerdotes tardios imaginam que foi). Os herdeiros do patrimonialismo pátrio se aliaram aos herdeiros de uma concepção idealizada da ditadura do proletariado.

É, pois, o caso de perguntarmos: mas o que é que uns e outros têm em comum, afinal? Aparentemente, nada. São antagônicos em suas linhagens históricas. Enquanto uns guardam montanhas de dinheiro, montanhas ainda maiores do que as barragens das hidrelétricas que foram contratados (pelo Estado) para construir, os outros guardam montanhas de pretensões teóricas e se reivindicam seguidores de uma tradição de combate ao capitalismo. Uns e outros são antípodas. Não obstante, estão juntos. Cerram fileiras no discurso. Falam as mesmas frases. Pois bem: por que isso? Se são uns o oposto dos outros, por que se aliaram? Será que os ameaça um inimigo comum? Será que pelo menos isso eles têm em comum, um inimigo?

Parece que sim. A julgar pelo que uns e outros andam dizendo, o inimigo que ambos atacam em parceria é essa entidade que eles preferem chamar de "mídia". Vejamos, então, as razões por que uns e outros veem a "mídia" como inimiga. Bem sabemos que as razões estão todas eclipsadas, mas, ainda assim, poderemos detectá-las ao longe, mesmo que elas insistam em permanecer invisíveis.

Busquemos as razões. Que "mídia" é essa que eles combatem com tanto fervor reacionário (no caso de uns) ou "revolucionário" (no caso de outros)? Certamente o problema de uns e outros não é a "mídia" em geral. O problema não está nas telenovelas, na indústria de videogames, no mercado fonográfico, nas redes sociais, nos programas de auditório, na publicidade, nos sites eróticos, nos blogs católicos, nada disso. O que os apavora não é a "mídia" em geral, mas a imprensa, só a imprensa. Eles combatem a prática do jornalismo, embora não ousem dizer esse nome. Não pegaria bem.

E por que detestam o jornalismo a esse ponto? A resposta agora é mais fácil: detestam porque o jornalismo vive de expor o que uns e outros gostariam de esconder (ou precisam, desesperadamente, esconder). Uns e outros, claro, dissimulam seus ataques. Não falam contra as qualidades do jornalismo. Seria contraproducente. Em sua estratégia de marketing político, atacam o jornalismo por seus defeitos (e o que não falta é defeito no jornalismo). Dizem que a "mídia" é sensacionalista ?" e muitas vezes é. Dizem que os "vazamentos" são "seletivos" ?" e são mesmo. O que os enfurece, porém, não são esses defeitos (dos quais já se valeram inúmeras vezes), pois o que uns e outros não suportam não são os defeitos, mas as virtudes da imprensa: a sua vocação compulsiva de revelar segredos de interesse público.

Nesse ponto, resulta bastante óbvio que uns e outros, contra todas as aparências, têm algo em comum além do inimigo comum: eles são o poder. Uns sempre foram o poder econômico, outros se alçaram ao poder político. E porque são o poder têm outra coisa em comum: os segredos. Há que guardá-los muito bem guardados (na Suíça, talvez). Para guardar os segredos de que são sócios, uns e outros, "os poderosos" desta terra adulam os jornalistas, que convidam para jantar em seus salões. Depois, a sós, se comprazem em xingar os repórteres de "lixeiros".

Uns aprenderam a falar na língua dos teóricos de esquerda. Outros aprenderam a usufruir a fortuna da direita. Juntos, dizem que o maior demônio do Brasil é a imprensa, quer dizer, "a mídia". Não aturam ver seu próprio lixo revolvido pelo jornalismo. Para continuar com seus negócios, dependem das trevas e do eclipse da razão. A imprensa, por mais defeituosa que seja, só vive na luz.
Herculano
29/10/2015 16:01
PROPOSTA INDECENTE, por Miriam Leitão, para o jornal O Globo

É sintomático que alguém tenha proposto uma mudança no projeto de repatriação de recursos anistiando doleiros, sonegadores e o caixa dois. Ela foi formatada como um terno sob medida para os investigados pela operação Lava-Jato e cabe direitinho em todos que têm dinheiro na Suíça e não sabem dizer a origem dos recursos, ou sequer admitem a existência das contas.

Como disse o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), a proposta é inconstitucional. E imoral. Se aprovada, a anistia pode ser questionada no Supremo Tribunal Federal. As críticas foram tão fortes que a Câmara adiou a votação para terça-feira. Mas todo o cuidado é pouco. Quem fez a proposta não entendeu o momento que o país está vivendo, de repúdio à corrupção, de fortalecimento das instituições que combatem o crime de lavagem de dinheiro e corrupção. Como é mesmo que surgiu um absurdo destes numa hora dessas?

O deputado Manoel Junior (PMDB-PB), no seu relatório, tirou a proteção que havia sido colocada no projeto do governo e incluiu explícitas possibilidades de anistia de dinheiro de origem escusa. O deputado é o mesmo que foi cotado para ministro da Saúde na reforma ministerial, e só no último momento a presidente decidiu não nomeá-lo.

A ideia do projeto foi levantada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ele tentou evitar que a regra fosse usada como veículo para limpeza de dinheiro sujo e foi ouvir especialistas para incluir cláusulas de proteção.

- O meu projeto, o 298 de 2015, foi escrito após ouvir tributaristas como Heleno Torres. A preocupação era como trazer recursos para o país sem legalizar dinheiro sujo. Eu incluí, portanto, dois dispositivos de proteção contra recursos ilícitos e a obrigação de que quem estivesse internalizando o dinheiro fizesse uma declaração junto ao Ministério Público sobre a origem legal do recurso - disse o senador.

O governo, por exigência da Câmara, decidiu apresentar o projeto como de iniciativa do Executivo. E estabeleceu as mesmas travas de proteção. Consultou o Ministério Público e ouviu a OCDE, que idealizou o projeto em 49 países, para evitar que virasse uma lavanderia. Mas cometeu o erro de ceder a quem não devia:

- O deputado Eduardo Cunha exigiu que o projeto fosse enviado primeiro para a Câmara. Assim ele não poderia ser alterado no Senado, do contrário volta à Câmara para a palavra final. O governo concordou. Agora se entende sua insistência -, diz o senador.

O relatório ao Projeto de Lei 2.960, do deputado Manoel Junior, contendo as perigosas alterações, foi considerado, na área econômica, uma porta aberta aos crimes que têm sido investigados. Os maiores colaboradores da Justiça têm sido os doleiros e eles seriam beneficiados com as medidas propostas.

- A presidência da Câmara prometeu ao Planalto adotar o texto do Senado, quando exigiu que ele se tornasse um projeto do Executivo. Mas só permaneceu o nome do programa. O resto foi desfigurado -, disse um técnico do governo.

A ideia da área econômica era trazer os recursos para financiar a reforma do ICMS. Só seria permitido que quem tinha enviado recursos ao exterior sem declarar à Receita pudesse trazer o dinheiro de volta pagando um imposto e uma multa. A soma dos dois ficaria no mesmo percentual da alíquota imaginada no projeto do senador Randolfe: 35%.

A grande questão não é nem a tramitação do projeto, porque sempre haveria a possibilidade de ser vetado - ainda que seja curioso o veto a um projeto do próprio governo. Mas a dúvida mesmo é como uma alteração indecorosa dessas pode ser feita a esta altura dos processos de investigação de crimes financeiros em várias operações, principalmente na Lava-Jato?

Qual parte o deputado e seu óbvio inspirador não entenderam do momento que o Brasil está vivendo? A desfaçatez tem limites e neste caso foram ultrapassados. A ideia é proteger o país do dinheiro sujo e trazer recursos que possam contribuir para o desenvolvimento do país em momento de financiamento escasso e arrecadação em queda. O Brasil não quer ter esses recursos ao preço de anistiar crimes contra os quais está lutando. Da ideia original, nada ficou. O espanto é a cara de pau de quem incluiu as mudanças.
Herculano
29/10/2015 15:58
TEM CATARINENSE NERVOSO. O EX-DEPUTADO E EX-PRESIDENTE DO PP É CONDENADO A 20 ANOS E PRISÃO NA LAVA JATO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) foi condenado a 20 anos e 7 meses de prisão por crime de corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. Em sentença de 92 páginas, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, destacou que Corrêa tem antecedentes criminais. O ex-parlamentar foi condenado no processo do mensalão.

O ex-deputado está preso desde o dia 10 de abril, quando foi capturado na 11ª etapa da Operação Lava Jato, denominada "A Origem". A sentença do juiz atribui a Pedro Corrêa o recebimento de propina de R$ 11,7 milhões. "O mais perturbador em relação a Pedro Corrêa consiste no fato de que recebeu propina inclusive enquanto estava sendo julgado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470, havendo registro de recebimentos até outubro de 2012", destacou Moro.

"Nem o julgamento condenatório pela mais Alta Corte do País representou fator inibidor da reiteração criminosa, embora em outro esquema ilícito. Agiu, portanto, com culpabilidade extremada, o que também deve ser valorado negativamente", continuou o juiz da Lava Jato.

Também foram condenados o ex-chefe de gabinete do ex-deputado, Ivan Vernon Gomes Torres Junior, e Rafael Ângulo Lopez, apontado como o "faz-tudo" do doleiro Alberto Youssef. Como fez delação premiada, Ângulo Lopez cumprirá pena acertada em seu acordo de colaboração.

A força-tarefa da Lava Jato acusava o ex-parlamentar por 568 operações de lavagem de dinheiro e sustentava que ele fez articulações para a nomeação de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobras - foco de corrupção e propinas na estatal petrolífera entre 2004 e 2014.
Herculano
29/10/2015 15:55
UM GOVERNO PERDIDO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Mais um recorde foi batido pela presidente Dilma Rousseff, além da recessão mais longa do pós-guerra e do maior desajuste acumulado nas contas públicas na vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ao desastre econômico do primeiro mandato ela conseguiu adicionar o fiasco de 2015, ano inicial de seu segundo período. Para ganhar alguma popularidade, ela poderia, talvez, instituir um prêmio para quem adivinhar o tamanho do buraco nas contas federais neste ano. Para premiar o vencedor, no entanto, o governo teria de saber a resposta. Por enquanto, esse número parece uma incógnita para a equipe econômica. Pode ser qualquer valor entre R$ 51,8 bilhões e R$ 103 bilhões, se for considerado apenas o déficit primário, isto é, o resultado sem a conta de juros. Como Estados e municípios podem fechar o ano com um superávit de R$ 2,9 bilhões, o déficit primário do setor público, na melhor hipótese, poderá ficar em R$ 48,9 bilhões.

Esses números foram indicados em mensagem sobre a nova meta fiscal enviada ao Congresso na quarta-feira. A palavra meta, sinônimo de objetivo ou alvo, parece um tanto imprópria nesse contexto. Os autores desse documento deveriam abster-se, em benefício da segurança pública, de participar de qualquer competição de pontaria com arma de fogo ou com arco e flecha. Mas a pontaria parece até uma questão menor, quando se examinam as causas da incerteza.

Para alcançar o melhor resultado ?" o déficit de R$ 51,8 bilhões nas contas federais ?", o governo terá de obter, em primeiro lugar, R$ 11 bilhões com a licitação de 29 hidrelétricas. A outorga poderá render outros R$ 6 bilhões em 2016. Mas esse leilão já foi adiado de 30 de outubro para 6 de novembro e em seguida para o dia 25. O novo adiamento foi publicado na quarta-feira no Diário Oficial da União. É no mínimo imprudente incluir essa receita na estimativa do resultado fiscal.

Em segundo lugar, o déficit só ficará na casa dos R$ 50 bilhões ou R$ 60 bilhões se o Tesouro for dispensado de liquidar neste ano qualquer parcela das pedaladas de 2014 ?" o dinheiro devido a bancos estatais por atraso em repasses. Na pior hipótese, a de liquidação total neste ano, será preciso somar R$ 40 bilhões ao déficit.

Mais que um problema de contas públicas, essa enorme insegurança mostra ?" mais precisamente, confirma ?" um governo sem rumo e sem liderança, incapaz de oferecer qualquer informação razoavelmente segura sobre sua política nos próximos 12 meses.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, continua falando sobre o ajuste das contas públicas como condição indispensável para a estabilização da economia e, em seguida, para a retomada do crescimento. Continua, também, falando sobre a necessidade de amplas mudanças, como a simplificação de regras para os investimentos e maior integração do País no mercado global. Para isso seria preciso renegar o intervencionismo petista (obviamente vinculado à apropriação do Estado) e a diplomacia terceiro-mundista.

Não se sabe sequer se a presidente Dilma Rousseff percebe o alcance e a importância dessas mudanças. Suas decisões, até agora, apenas confirmaram a fidelidade à orientação implantada pelo antecessor, incluída a subordinação aos interesses bolivarianos.

Mas a desorientação do governo preocupa também por outros motivos. A equipe econômica tomou ou tentou tomar poucas medidas para a correção efetiva das contas, como a redução das transferências para os bancos estatais. Mas a maior parte do chamado programa de ajuste é simplesmente um esforço para fechar as contas. Receitas obtidas com leilões de infraestrutura são apenas um remédio temporário. Nada corrigem. A pretendida reativação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) também servirá só para alimentar o Tesouro, sem mudar a gestão orçamentária. Pior que isso: aumentará as distorções, pela baixa qualidade do tributo. Não se resolvem grandes problemas com meros expedientes. Mas o governo se mostrou, até agora, incapaz até de concretizar esses quebra-galhos.
Herculano
29/10/2015 15:53
O PAPO FURADO DO PT, por Rogerio Gentile, para o jornal Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - O PT reagiu às investigações sobre o filho de Lula com os mesmos argumentos que usa sistematicamente desde o mensalão: é perseguição política, é preconceito da elite contra o retirante que ousou governar o Brasil, é o império do ódio, querem destruir o partido, temem que ele volte etc.

Mas quem assinou a decisão que autorizou a operação da Polícia Federal? Quem escreveu "tem razão o Ministério Público Federal ao afirmar ser muito suspeito uma empresa de marketing esportivo receber valor tão expressivo de uma empresa especializada em manter contatos com a administração pública"?

A culpada por tal "heresia" é uma juíza que, para azar do PT e o seu discurso da vitimização, tem afinidades ideológicas com a esquerda.

Célia Regina Ody Bernardes assinou em 2012 manifesto em favor da instalação da Comissão da Verdade, criada por Dilma Rousseff. No texto, a juíza defendeu, inclusive, a "determinação judicial de responsabilidades", a despeito da Lei da Anistia.

Em 2014, a juíza também apoiou decreto da presidente Dilma que regulamentou o funcionamento dos conselhos populares na administração pública, chamados de "bolivarianos" pela oposição. Para a magistrada, o decreto aprofundava "as práticas democráticas".

A juíza também subscreveu declaração pública rechaçando a "exploração política" da morte do cinegrafista Santiago de Andrade (atingido por black blocs em protesto no Rio), defendeu a desmilitarização das polícias e protestou contra projeto que previa a redução da maioridade penal ?"seu nome, neste último texto, aliás, aparece ao lado do de Rui Falcão, o presidente do PT.

É possível que a juíza esteja equivocada ao desconfiar das transações do filho do ex-presidente Lula, que tudo não passe de um grande engano e que ele seja o homem mais honesto da face da terra.

Só não dá para dizer que o PT é vítima de um complô da direita.
Herculano
29/10/2015 15:50
MIL FACES DE LULA, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Acuado, ex-presidente se faz de vítima e joga em Dilma a pecha de 'desleal' O ex-presidente Luiz Inácio da Silva é um bom ator. Bem melhor que político, conforme demonstrado pelo erro de avaliação na escolha de Dilma Rousseff para o papel de criatura que seria capaz de suceder-lhe e garantir, mediante o espetáculo da competência, permanência longa para o PT no poder.

No ofício da atuação é um personagem de mil caras. Uma para cada ocasião. Pode ser o fortão que a todos enfrenta porque com ele ninguém pode, como pode ser o fraquinho a quem a elite tenta permanentemente derrubar por sua origem e identificação com os oprimidos.

Entre os papéis que costuma desempenhar, o preferido para os momentos de dificuldade é o de vítima. Não por acaso nem de modo surpreendente faz agora essa performance, nesta hora em que as circunstâncias nunca lhe foram tão desfavoráveis: alvo de investigação do Ministério Público por tráfico de influência, pai do dono de empresas revistadas pela Polícia Federal, amigo de um empresário apontado por um "delator premiado" como receptor de propina destinada a cobrir despesas de uma de suas quatro noras.

Afora isso, as más notícias alcançam também o patrimônio político eleitoral de Lula, até pouco tempo atrás sua principal e mais forte cidadela. A última pesquisa da Confederação Nacional de Transportes (CNT) aponta e atesta a decadência. Confirma números anteriores segundo os quais Lula já não é um ativo eleitoral.

Hoje, numa eleição, perderia de lavada para o tucano Aécio Neves (32% a 21%) e em eventual disputa de segundo turno seria derrotado também por Geraldo Alckmin e José Serra, políticos do PSDB que em outros tempos derrotou. Para quem já foi considerado pelo adversário (Serra) em plena campanha como uma pessoa "acima do bem e do mal" a situação é periclitante, convenhamos.

Lula não tem capital para si nem para emprestar ao PT ou à presidente Dilma Rousseff. Nesta condição quase que extrema (ou próxima disso), o ex-presidente faz o que sabe: tenta jogar a culpa no alheio. E a eleita, desta vez, é a presidente Dilma Rousseff em quem seu criador tenta imprimir a pecha de "desleal" ao deixar que prosperem versões de que atribui a ela a responsabilidade sobre o avanço das investigações em direção a ele, família e amigos.

Oficialmente o Instituto Lula desmente. Muito cômodo. Extraoficialmente todos os jornais publicam a conveniente versão disseminada por "amigos" e "interlocutores" de que o ex-presidente se sente "traído" pela sucessora que, segundo ele, não foi capaz de interromper investigações que o atingissem e à sua família.

Transferir a culpa para Dilma é uma tentativa. De difícil execução, dada a dificuldade de se obter resultado, diante da posição extremamente difícil em que se encontra a presidente. Mas o problema maior para Lula é a credibilidade. Ele já não tem aquela da qual desfrutou. E esta, no presente, não conseguiu conquistar quem no futuro poderia ter junto de si.

Em suma, Lula procura se desvincular de Dilma, acusando a presidente de ser desleal pelo fato de não atuar para impedir investigações. Isso quer dizer que, por experiência própria, ele considera não apenas possível como factível a indevida interferência nos processos legais.

Com isso, confirma que em seu governo interferiu indevidamente. E, por linhas tortas, confessa que prevaricou. Indignado está pelo fato de outrem não prevaricar em seu nome para salvá-lo de evidências que o aproximam do confronto com a verdade.
Herculano
29/10/2015 15:42
CUSTO LULA, CUSTO DILMA, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 1

Foi uma obra-prima de política econômica a tal nova matriz. Pelo avesso. Gerou recessão, inflação alta e juros na lua.

Tudo somado e subtraído, a presidente Dilma conseguiu abrir um buraco de R$ 230 bilhões em apenas cinco anos. Seu governo saiu de um superávit de R$ 128 bilhões em 2011 para um déficit efetivo em torno de R$ 100 bilhões neste ano. Gastou todo o saldo e mais quase o dobro. E para quê?

Para driblar a crise internacional e turbinar o crescimento ?" dizem a presidente e seu ex-ministro Guido Mantega.

Crescimento?

Em 2011, quando se fez o superávit primário de 128 bi, o Produto Interno Bruto brasileiro cresceu razoáveis 3,9%. Nos três anos seguintes, quando supostamente estaria sendo turbinada pelo gasto e crédito públicos, a economia minguou: expansão média de 1,5%, a menor entre os países emergentes mais importantes. E desabou neste ano para uma recessão em torno de 3%, no momento em que se realiza o maior déficit público da história.

Apesar do baixo crescimento, a inflação rodou sempre acima dos 6% ao ano, contra uma meta de 4,5%, e isso com preços importantes, como gasolina e energia elétrica, controlados e mantidos lá em baixo, na marra. Reajustados esses preços, porque estavam quebrando a Petrobras e o setor elétrico, a inflação disparou para os 10% deste ano, um número que reflete melhor a realidade.

Finalmente, a taxa básica de juros, reduzida artificialmente para 7,25% em 2012, também para turbinar o crescimento, serviu apenas para liberar mais inflação. Aí, o Banco Central saiu atrás e puxou os juros para os atuais 14,25% que, embora muito elevados, não conseguem mais conter uma inflação perigosamente indexada.
Herculano
29/10/2015 15:39
CUSTO LULA, CUSTO DILMA, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 2

A gente tem de reconhecer: foi uma obra-prima de política econômica a tal nova matriz. Pelo avesso. Gerou ao mesmo tempo recessão, inflação alta e juros na lua. E o déficit público de R$ 100 bi.

O governo está confessando um rombo de R$ 52 bi. Mas, para isso, conta com uma receita de R$ 11 bi com a venda de concessões de hidrelétricas ?" um negócio que depende de uma MP ainda a ser votada pelo Congresso, que não está nem um pouco animado. Sem isso, o déficit já passa dos R$ 60 bi ?" e ainda é preciso somar as pedaladas, os R$ 40 bi que o governo federal deve ao BNDES, Banco do Brasil e à Caixa. Assim, o buraco efetivo passa fácil dos R$ 100 bi.

Claro que a recessão derruba as receitas do governo e ajuda no déficit. Mas houve também muita incompetência.

O governo prometeu vender ativos, de imóveis a pedaços de estatais, e não conseguiu. Disse que faria dinheiro com a privatização de um elenco de rodovias, portos e aeroportos. Não saiu uma sequer até agora. (Sabe como é, tem que preparar a papelada, montar projetos, muita trabalheira...).

O governo contou com dinheiro que depende de aprovação do Congresso (CPMF e repatriação), mas não mostrou a menor capacidade em operar as votações, mesmo tendo distribuído ministérios e cargos em estatais.

É o mesmo tipo de incompetência que derrubou a Petrobras. Quando Lula era presidente da República e Dilma presidente do Conselho de Administração da estatal, a empresa se meteu em projetos megalomaníacos, da exploração de poços do pré-sal, a refinarias, navios, sondas e plataformas de exploração.

O caso das refinarias Abreu e Lima e Comperj já é um exemplo mundial de má gestão, sem contar a corrupção. Menos conhecida é a história das sondas. O governo estimulou a criação de uma empresa, a Sete Brasil, para construir 28 sondas no Brasil. A empresa, com dinheiro da Petrobras, já gastou mais de R$ 28 bilhões e não entregou uma sonda sequer. E pior: sabe-se agora que a Petrobras, dada sua capacidade de produção, não precisava desses equipamentos.

Lula e Dilma empurraram a Petrobras para essa loucura. E para quê?

A produção de óleo da estatal é hoje praticamente a mesma de 2009. Foi de 2,1 milhões de barris/dia para 2,2 milhões. Nisso e nas refinarias, inacabadas e precisando de sócios para concluir a metade das obras, a Petrobras gastou cerca de US$ 260 bi! E gerou uma dívida bruta que chega hoje a US$ 134 bilhões.

Isso é custo Lula mais custo Dilma, consequência de erros de avaliação, má gestão e projetos mal feitos. No balanço do ano passado, a estatal aplicou uma baixa contábil de R$ 31 bilhões nos orçamentos das refinarias Abreu e Lima e Comperj, por "problemas no planejamento dos projetos". E anunciou o cancelamento das refinarias do Maranhão e Ceará, que não saíram do chão, mas cujos projetos custaram R$ 2,7 bilhões. Eram inviáveis, disse a empresa.

Só isso de explicação?

É, só isso.

A corrupção é avassaladora, mas capaz de perder para a ineficiência.
Pernilongo Irritante
29/10/2015 13:20
Amanhã é dia da Dilmaldita e de todas as petistas.
Parabéns pelo dia.
Sidnei Luis Reinert
29/10/2015 12:15
Onde vai parar o cerco à família Lula?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O cerco aos familiares de Luiz Inácio Lula da Silva, para desestabilizá-lo emocionalmente e induzi-lo a cometer erros que baixem a milagrosa blindagem, está apenas começando. Há séculos que, nos bastidores da comunidade de informações brasileira, se comenta que a Inteligência da Receita Federal tinha um mapeamento completo sobre a evolução patrimonial de parentes e amigos próximos do Presidentro. Por que só agora o tal "rigor seletivo" atinge a turma do $talinácio que se transforma em alvo de ataques virulentos desferidos por certos segmentos da mídia amestrada que, até outro dia, eram aliadíssimas dele?

Não há dúvidas de que o bombardeio contra Lula vem de fora para dentro do Brasil. As principais informações usadas para atingir seus familiares vêm de sofisticadas empresas de inteligência estrangeiras - que apenas utilizam seus tentáculos na máquina gestapiana estatal tupiniquim. Até outro dia considerado um dos sujeitos com maior arsenal de informações contra inimigos e adversários, agora Lula começa a provar do veneno que tanto curtiu. Politicamente, pode até ainda ter salvação, porque uma parcela do eleitorado ainda o tem como herói. Moralmente, Lula já era - embora a máquina de trituração não tenha demonstrado a completa coragem para atacá-lo de frente, com provas objetivas e concretas.

Trata-se de um jogo de covardia. Ontem Lula era caçador. Agora, virou caça. O rigor seletivo obedece àquela cínica máxima segundo a qual "pau que dá em "Chico também dá em Francisco". Por isso, não é surpresa alguma que a Receita Federal tenha enviado à Justiça Federal um relatório (vazado pela Folha de São Paulo), sugerindo a quebra do sigilo fiscal e bancário do Luis Cláudio da Silva, um dos filhos de Lula. Já é previsível que novas denúncias também atinjam outro filho de Lula: Fábio Luiz da Silva - "fenômeno" que odeia ser chamado de "Lulinha" pela imprensa. A nora de Lula já teve o nome citado pelo delator premiado Fernando Baiano, na Lava Jato... E por aí vai...

No Brasil da impunidade, uma denúncia de novo escândalo vai superando a outra. O problema é que muitos acabam denunciados, alguns processados e muito poucos efetivamente condenados - e, quando o pior acontece, ainda conseguem, depressinha, infindáveis recursos judiciais para não ficarem presos. Mais grave ainda: não se mexe na estrutura que é a fonte originária de tanta corrupção. Assim, tudo a que assistimos agora é um mero espetáculo de enxugamento de gelo. Os poderosos do governo do crime organizado continuam na deles, com todo o poder econômico. Apenas andam mais tensos e incomodados com o cerco da Polícia, da Receita e do Ministério Público.

Lula começa a sofrer a destruição da imagem heróica que construiu. Os efeitos finais dos danos causados ainda não são totalmente previsíveis. A blindagem pessoal dele continua forte. Mas tudo em torno dele começa a ser desmantelado, desde o partido até aos negócios dos amigos e familiares. A grande pergunta é: até onde irá o cerco a Luiz Inácio Lula da Silva?
Herculano
29/10/2015 07:55
O MUNDO DA CORRUPÇÃO DO PT. JUIZA DA ZELOTES PEDE A DILMA QUE INFORME SOBRE REUNIÕES

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Rubens Valente e Gabriel Mascarenhas da sucursal de Brasília

A juíza federal responsável pelos processos da Operação Zelotes em Brasília, Célia Regina Ody Bernardes, solicitou nesta terça-feira (27) em caráter urgente à Presidência da República, quatro ministérios, Senado e Câmara dos Deputados que sejam enviados à Justiça Federal, num prazo máximo de dez dias, todos os documentos, incluindo registro de reuniões, relativos à produção de duas medidas provisórias de 2009 e 2013. Segundo a suspeita da força tarefa da Zelotes, as medidas teriam sido "vendidas" em benefício da indústria automotiva.

Em ofício dirigido à presidente Dilma Rousseff, a juíza solicitou "todos os documentos produzidos (estudos, pareceres, notas técnicas etc), inclusive registro de reuniões". A juíza acolheu um pedido da Procuradoria da República no Distrito Federal.

A intenção da Zelotes é encontrar indícios, na documentação, da atividade de lobistas que aparecem, em mensagens eletrônicas interceptadas e anotações apreendidas com ordem judicial, combinando ações e valores. As duas medidas provisórias sob investigação, segundo os ofícios da juíza, são a 471, de 2009, assinada pelo então presidente Lula, e a 627, de 2013, assinada pela presidente Dilma Rousseff. Ambas foram depois convertidas em lei.

Ofícios com redação semelhante ao enviado a Dilma foram também dirigidos pela juíza aos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e aos ministro Joaquim Levy (Fazenda), Armando Monteiro Neto (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Jaques Wagner (Casa Civil) e Celso Pansera (Ciência, Tecnologia e Inovação).

Segundo relatório da Polícia Federal, a investigação coletou "informações importantes do 'trabalho de convencimento' realizado pelos sócios da SGR [Consultoria] junto à Presidência da República, Casa Civil, Ministério da Fazenda e Ministério da Indústria e Comércio".

A SGR Consultoria pertence a José Ricardo da Silva, ex-conselheiro do Carf, conselho vinculado ao Ministério da Fazenda que analisa recursos de empresários multados pela Receita Federal, que atuou em conjunto com o lobista Mauro Marcondes Machado. Ele pagou, por sua empresa Marcondes e Mautoni, pelo menos R$ 1,5 milhão, em 2014, a uma microempresa de marketing esportivo de um dos filhos do ex-presidente Lula, Luis Claudio Lula da Silva.

Em 23 de outubro, a Procuradoria da República no DF solicitou à juíza que oficiasse a Presidência, os ministérios, Senado e Câmara a entregarem "todas as informações referentes aos trâmites formais das medidas provisórias" nº 471 e 627.

Aos presidentes do Senado e da Câmara, a Procuradoria pediu que eles sejam instados a entregar "o suporte documental de todo trâmite legislativo" das duas MPs. Para a Procuradoria, a coleta de todo o material é "imprescindível" para "a completa elucidação dos fatos".

A Folha não conseguiu localizar assessores do Palácio do Planalto por volta das 22h00 desta quarta-feira (28).
Herculano
29/10/2015 07:50
PT DECIDE TOCAR TROMBONE SOB TELHADO DE VIDRO, por Josias de Souza

O PT divulga nesta quinta-feira um documento eleitoral. É a primeira peça pública do planejamento da legenda para as eleições municipais de 2016. Nela, o partido encara a realidade como uma espécie de conto do vigário em que caiu. No seu enredo particular, o PT é sempre vítima de alguém ?"da mídia monopolizada de direita, da oposição golpista, de delegados e procuradores mal-intencionados? O PT não enxerga a vilões no espelho.

A impostura é evidente. Um partido que, em meio ao maior escândalo do planeta, depois de 13 anos saqueando o Estado junto com os esquemas que o acompanharam ao poder, consegue fazer pose de vítima é uma organização 100% feita de cinismo. Aposta na fantasia como uma opção preferível ao caos ?"ou ao Michel Temer, que a cúpula do PT acha que é a mesma coisa.

O documento do PT informará que uma das prioridades da legenda é defender o mandato de Dilma. Para evitar Temer, o petismo finge que não vê a conversão de Eduardo Cunha em herói da resistência. Antes, o governo convivia com Cunha por obrigação prototolar. Hoje ministros petistas correm atrás do Cunha, cortejam o Cunha, confiam a viabilidade do governo às conveniências do Cunha.

Outra prioridade eleitoral do PT é fazer a defesa do legado de Lula. Um legado de dois gumes: o pedaço representado pelos boas estatísticas sociais e econômicas foi aniquilado no primeiro mandato de Dilma. E a parte da herança referente aos escândalos escorregou suavemente para dentro do governo Dilma. Mas o PT, mesmo com João Vaccari Neto e José Dirceu atrás das grades, não admite ser chamado de ladrão por outros ladrões. Quem haverá de discutir com especialistas?

Nas palavras do presidente do PT, Rui Falcão, a legenda iniciará uma articulação política para "ter melhor diálogo com a sociedade e colaborar para que o governo retome o rumo do crescimento do país." Quem ouve o companheiro Falcão fica tentado a acreditar que o país pode melhorar, deve melhorar, tem que melhorar. Mas qualquer um desanima ao lembrar que o governo convive com a perspectiva de fechar 2015 com um rombo de R$ 100 bilhões nas suas contas.

Na prática, o PT absolve-se dos erros do governo Lula, idealizando-o. E enxerga o governo Dilma como um pesadelo do qual o partido precisa acordar. Na falta de melhor estratégia, a legenda promove um barulho intenso e perturbador. O PT toca trombone sob o seu telhado de vidro.
Herculano
29/10/2015 07:36
DELAÇAO DE MARCONDES DESESPERA A FAMILIA LULA, por Cláudio Humberto publicado hoje nos jornais brasileiros

A aposta de setores do Ministério Público Federal é ao mesmo tempo o motivo de desespero e de noites mal dormidas na família Lula da Silva: Mauro Marcondes Machado, lobista acusado de comprar medidas provisórias durante o governo Lula para beneficiar o setor automotivo, abalado com a prisão, sinaliza um acordo de delação premiada. Ele foi quem fez depósitos milionários na conta do filho do ex-presidente.

Ele quer livrar a mulher

Mauro Marcondes Machado ficou bem abalado com a prisão da sua mulher, Cristina, e está disposto a qualquer coisa para tirá-la da cadeia.

Trem pagador

Donos da Marcondes & Mautoni, Mauro e Cristina fizeram pagamentos a Luiz Cláudio Lula da Silva após comprar MPs do governo do pai dele.

Sobrou para ela

O lobista é quem tocava os negócios da Marcondes & Mautoni, mas a sociedade formal torna Cristina Mautoni co-responsável pelos malfeitos

?
Família fragiliza o preso

A delação de Paulo Roberto Costa, que explodiu o petrolão, foi movida pelo seu desejo de livrar a mulher, filhas e genros de condenações.

CPI VAI MEXER NA CAIXA PRETA DAS DEMARCAÇÕES

A Câmara resolveu criar a CPI proposta pelo deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) para investigar fraudes em demarcações de áreas indígenas e quilombolas, pela Funai e Incra. É uma antiga reivindicação de milhares de famílias expulsas de suas terras em demarcações suspeitas, determinadas por ONGs, a maioria estrangeiras. É uma resposta à pressão dessas entidades contra a aprovação da PEC 215.

Crime de lesa-pátria

ONGs são acusadas de defender os próprios interesses, tomando dinheiro dos índios nas indenizações ou explorando a biopirataria.

Ação das ONGs

ONGs mandam, Funai demarca e os índios que se virem. Enquanto suas riquezas são surrupiadas, passam fome e se tornam alcoólatras.

Bancada do holofote

Deputados contra a transferência da demarcação para o Congresso, curiosamente, são de estados sem indígenas. Ou sem conflitos.

Regulamentação nacional

Relator do caso, o senador Antônio Reguffe (PDT-DF) transformou seu parecer em substitutivo ao projeto do colega Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que será apresentado nesta quinta (29), regulamentando o Uber.

Caminhos opostos

Rose de Freitas (PMDB-ES) tenta viabilizar candidatura à presidência do Senado. Mas Renan Calheiros (PMDB-AL) não parece inclinado a apoiá-la. Ele prefere ser substituído por Romero Jucá (PMDB-RR).

Ciúmes de líder

Deputados tucanos dizem que o líder da bancada, Carlos Sampaio (SP), fica enciumado quando eles aparecem na mídia, chegando a cobrar "divisão do espaço". Até em tom de ameaça, afirmam.

Sangue azul

O deputado Jean Willys (PSOL-RJ) parece candidato a líder da aristocracia na Câmara. Ao ser vaiado por ativistas auto-algemados, que pedem impeachment de Dilma, ele os chamou de "gentalha".

Renúncia inspiradora

Com 80% do povo querendo vê-la pelas costas, e só 8% de aprovação, certamente passa pela cabeça de Dilma repetir o gesto histórico de Getúlio Vargas, que completa 70 anos nesta quinta (29): a renúncia.

Contrato nebuloso

A deputada Eliziane Gama (Rede-MA) pediu atuação da Comissão de Fiscalização no contrato da Kroll com a Câmara para prestar serviços à CPI da Petrobras: "Esse contrato com a Kroll sempre foi nebuloso".

Ganhando apoio

Aliado do ex-presidente Lula, o deputado Vicente Cândido (PT-SP) avalia que Eduardo Cunha continuará na presidência da Câmara, "exceto se houver uma ação do Ministério Público para tirá-lo".

Pressão maior

O tucano Bruno Araújo (PE) não acredita no retorno da CPMF, mesmo com a pressão de prefeitos e governadores. "Tem algo que pressiona mais que prefeito: o eleitor", avalia. A população é contra o tributo.

Pensando bem...

...do jeito que se enrolaram em escândalos, parece que petistas estão mais interessados em pegar dinheiro público do que "pegar em armas".
Herculano
29/10/2015 07:26
COM CONTRATOS MILIONARIOS, FILHO DE LULA MORA DE FAVOR EMIMOVEL EM BAIRRO DA TRADICIONAL E RICA ELITE PAULISTANA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Bela Megale e Graciliano Rocha. Empresário de marketing esportivo com contratos milionários, Luis Cláudio Lula da Silva mora, sem pagar aluguel, em um apartamento nos Jardins, em São Paulo, que pertence a amigos de seu pai, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Luis Cláudio é dono das empresas LFT Marketing Esportivo e Touchdown ?"alvos de busca e apreensão da Polícia Federal na segunda (28).

Ele e a mulher, Fatima Cassaro, vivem há três anos em um apartamento de 158 m², na alameda Jaú, nos Jardins, que pertence à Mito Participações Ltda, empresa que tem como cotistas a esposa e as filhas do advogado Roberto Teixeira ?"amigo do ex-presidente e padrinho de batismo de Luis Cláudio.

Construído nos anos 1970, o edifício Cristal não tem salão de festas, piscina ou academia e cada morador conta com uma vaga na garagem.

O apartamento do 6º andar tem três quartos e uma sala ampla (45 m²). Por causa da localização privilegiada, imóveis idênticos no mesmo prédio foram vendidos recentemente por R$ 1,2 milhão.

Segundo moradores, o aluguel gira em torno de R$ 5 mil mensais. Cristiano Martins, advogado de Luis Cláudio e genro de Teixeira, disse à Folha que o filho de Lula tem um "acordo verbal" com as donas do local para que não pague aluguel e apenas se encarregue das despesas do imóvel (leia mais abaixo).

O compadre de Lula esteve envolvido em histórias controversas. Teixeira era o dono da casa em São Bernardo na qual o ex-presidente morou também sem pagar aluguel por quase oito anos.

Em 1997, ele foi citado em um esquema de desvio de recursos de prefeituras do PT.

Em 2006, quando era advogado da VarigLog, Teixeira foi suspeito de usar a amizade com o então presidente para intermediar a venda da Varig à Gol -um negócio que precisava do aval do governo. Teixeira nega as acusações.

Ex-preparador físico de times como Palmeiras e Corinthians, hoje Luis Cláudio investe em uma liga de futebol americano no Brasil. Essa é uma das justificativas para não pagar o aluguel. "Hoje ele investe bastante na modalidade. Tem o patrocínio mas tem o investimento dele", explica o advogado Martins.

A LFT Marketing Esportivo recebeu R$ 2,4 milhões de uma firma de lobistas suspeita de pagar propina para aprovar Medida Provisória que beneficiou montadoras.

O pagamento levou o MPF para pedir a busca no escritório de Luis Cláudio, ação que Martins classificou de "despropósito" e busca anular.

AÇÃO ENTRE AMIGOS

Pelos registros de cartório, a Mito Participações comprou o apartamento que empresta ao filho de Lula, em dezembro de 2011, por R$ 500 mil.

O dono anterior era a Peabody Trade, offshore sediada nas Bahamas, paraíso fiscal no Caribe. Procurador da Peabody no país, o empresário uruguaio André Neumann disse que vendeu o imóvel a preços de mercado. Afirmou que que o apartamento foi adquirido por uma empresa e disse que não conhecia os futuros donos do imóvel.

Já Martins diz que o empresário é "conhecido" da família de Teixeira, mas fala que a aquisição do imóvel de Neumann foi "coincidência". Segundo ele, quem intermediou a transação foi uma corretora de imóveis.

Neumann é marido de Maria Beatriz Braga, empresária chamada de "rainha da catraca", dona empresas de ônibus em São Bernardo do Campo.

Além do transporte público, a família dela detém contratos com a prefeitura de Luiz Marinho (PT) por meio de uma construtora
Herculano
29/10/2015 07:20
KIM SAI NA LISTA DA TIME DOS 30 ADOLESCENTES MAIS INFLUENTES DO MUNDO

Conteúdo das agências de notícias. Kim Kataguiri, de 17 anos, um dos fundadores do Movimento Brasil Livre, movimento anti-PT, saiu na lista da Time dos 30 adolescentes mais influentes no mundo em 2015.

Kataguiri liderou as mega manifestações que ocorreram no país em revolta ao Partido dos Trabalhadores e, em especial, à corrupção.

Filho de um metalúrgico aposentado, Kim, influenciado por ideias libertárias, acredita que o modelo de estado de bem estar social acaba por prejudicar os mais pobres.

Utilizando-se de vídeos satíricos no Youtube, o jovem militante político se tornou uma vozes mais influentes no país.
Herculano
29/10/2015 07:17
VEM COISA AI. MERÍSIO FAZ COLETIVA HOJE A TARDE

O presidente da Assembleia, deputado Gelson Merísio, fará um atendimento à imprensa nesta quinta-feira, às 16h, em Florianópolis. Na coletiva ele fará um balanço das ações administrativas realizadas na Casa para redução de gastos e apresentará duas novas iniciativas do Parlamento que devem ser aprovadas em plenários nesta semana: a criação de uma Controladoria-Geral e a transformação e extinção de cargos efetivos de nível Fundamental e Médio.
Herculano
29/10/2015 07:14
UÉ! MAS ELE NÃO É SOCIO DESTE DESASTRE QUE SACRIFICA TODOS NOS AGORA QUER COLOCAR A CULPA SO NOS OUTROS? COISA DE GIGOLO PERMANENTE DO PODER E QUE SE PREPARA PARA CONTINUAR NELE COM OUTRO PARCEIRO. PT É FRATICIDA E SE EQUIVOCA NA ECONOMIA, AFIRMA PROGRAMA DO PMDB

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Teto de Paulo Gama, da coluna Painel em Brasília. O programa de governo que o PMDB apresentará no encontro da fundação do partido faz o mais duro ataque recente ao PT, culpa a "equivocada" política econômica de Dilma Rousseff por "todos problemas e dificuldades atuais" e sustenta que, ao contrário do que prega o Planalto, a crise "tem, sim, raízes ou causas internas".

O documento ao qual a Folha teve acesso é uma versão preliminar e ampliada, portanto sujeita a alterações, da peça que começa a ser discutida entre dirigentes do partido nesta quinta-feira (29). O manifesto será apresentado num congresso da Fundação Ulysses Guimarães, centro de estudos vinculado ao partido, em 17 de novembro.

O programa, no entanto, passou pelas mãos dos principais caciques peemedebistas. Contou também com a participação de economistas ligados ao partido, como Delfim Netto ?"um dos principais conselheiros do vice-presidente Michel Temer na área econômica.

Para o PMDB, o governo Dilma ?"do qual também faz parte?" partiu de um "diagnóstico errado" na área econômica. "Não se compreendeu que a responsabilidade fiscal, embora condição necessária à estabilidade da economia, não se afigura motor do desenvolvimento econômico."

Além de atacar o "equivocado diagnóstico" de que a deterioração da economia se deve ao quadro internacional, o partido diz que o ajuste fiscal, "por si só", não permitirá a criação das condições necessárias para que o país "deslanche para uma nova fase de crescimento e desenvolvimento duradouro e sustentado".

"Nesse contexto, portanto, é que se percebe quão equivocada foi a política econômica governamental."

Aliado do PT desde o primeiro mandato de Lula, o PMDB diz que o partido de Dilma trava uma "luta política fratricida" e busca sempre a diminuição de seu papel e de sua importância.

"Em função disso, é preciso que o PMDB passe a trilhar caminhos próprios, apartando-se, com elegância, do PT. O partido não pode estar atrelado aos insucessos do governo, ocasionados por decisões que, além de não terem sido suas, foram equivocadas."

Em um momento de autocrítica, a sigla diz que não tem "bandeira, discurso e identidade exclusivamente próprios" e, por isso, tira "pouco proveito" de ter o maior número de vereadores, deputados estaduais, prefeitos, governadores e senadores.

Com os seus principais quadros investigados na Lava Jato, o partido não faz menção à operação. Defende apenas uma revisão da legislação sobre corrupção.

OPOSIÇÃO

O documento inclui críticas também para os partidos que fazem oposição ao governo. O PMDB afirma que eles cometeram um "erro de estratégia", porque, "em lugar de 'vender' a si própria, suas ideias, suas bandeiras, seu programa, optou por fazer o enfrentamento político no campo do adversário".

Segundo o manifesto, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado por Dilma no ano passado, recorreu a "acusações de baixo calão" e fez "uma campanha pouco propositiva". Para o partido, "em lugar de centrá-la no eleitor e em seus anseios, deixou-a muito focada no discurso da situação".

Na avaliação do documento, o resultado foi a apatia do eleitorado: "Foram esses, exatamente, os 35 milhões de eleitores que se abstiveram e que fizeram toda a diferença no resultado das eleições.
Herculano
28/10/2015 13:04
PRESSÃO LULOPETISTA PARA CONTER A POLÍCIA FEDERAL ATINGE DILMA, editorial do jornal O Globo

Aniversariante de ontem, quando completou 70 anos, o ex-presidente Lula, típico homem do povo, deve acreditar que a data encerra um período de inferno astral. Pode ser. Mas, acredite-se ou não em astrologia e outras forças imponderáveis, as últimas semanas não têm mesmo sido fáceis para o grande líder petista.

Lula começou a ter a imagem dessacralizada a partir do momento em que sua descuidada proximidade com empreiteiras, em especial a Odebrecht, chamou a atenção do Ministério Público e Polícia Federal. Há pouco, na contagem regressiva para o aniversário, mais um dissabor: revelou-se que o operador dos subterrâneos financeiros da política Fernando Baiano, personagem do escândalo de corrupção do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contara, na sua colaboração premiada, ao MP e à Justiça, no processo do petrolão, que um amigo do ex-presidente, o pecuarista José Carlos Bumlai, teria pedido um dinheiro de propina para supostamente ajudar uma das noras de Lula a saldar dívida imobiliária.

Era o período de inferno astral, pré-aniversário, aproximando-se do auge. Que seria atingido segunda-feira, quando a Polícia Federal, em mais uma operação anticorrupção, executou prisões, conduziu pessoas a depor e fez buscas no escritório de um dos filhos do ex-presidente, Luís Claudio Lula da Silva.

A PF foi às ruas dentro da Operação Zelotes, responsável pelo levantamento de outro assalto ao dinheiro público ?" também bilionário, tudo indica ?", cometido no julgamento de recursos administrativos impetrados por grandes contribuintes pessoas jurídicas junto à Receita Federal.

Sucede que lobistas travestidos de "consultores" e empresas do setor automobilístico (Mitsubishi, Caoa/Hyundai, Ford e Subaru) investigados pela Zelotes também já estavam sendo rastreados na história intrigante de suposta compra (em sentido literal) de Medidas Provisórias editadas entre 2009 e 2013 para distribuir benefícios fiscais ao setor. Chamam a atenção da PF R$ 2,4 milhões transferidos por um dos escritórios do lobby das montadoras para a firma de Luís Claudio, LFT Marketing Esportivo. Contatos do esquema com o ex-ministro Gilberto Carvalho, de franco acesso ao gabinete de Lula e mantido no Planalto em Dilma 1, também amplificam toda essa história.

Esta operação em torno da família Lula da Silva e o interesse da PF e do MP sobre os contatos do grande líder partidário com empreiteiras elevaram ao extremo a irritação do ex-presidente e seguidores com o ministro da Justiça, o também petista José Eduardo Cardozo.

Voltariam as pressões para a substituição dele. Um absurdo, porque as críticas de Lula e companheiros ao ministro da Justiça podem ser entendidas como ensaio para a nomeação de alguém de confiança do ex-presidente, para conter a PF em benefício do PT e aliados. Criam-se, assim, as condições de um grande escândalo político, caso isso aconteça.

Esquecem-se que são demonstrações da independência institucional do MP, da PF, da Justiça que reforçam a segurança jurídica no Brasil, um predicado que o diferencia positivamente num continente em que o nacional-populismo abalou ou já destruiu a reputação de países como Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua e Argentina.

Outro aspecto explosivo é que, se a presidente Dilma se curvar às pressões e esvaziar o gabinete do ministro José Eduardo Cardozo para ser ocupado pelo lulopetismo, ela terá abdicado do poder em favor do ex-presidente Lula.
Herculano
28/10/2015 13:01
LULA E O MAR DE LAMA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Não se pode dizer que tenha causado surpresa o fato de a Operação Zelotes da Polícia Federal (PF) ter estendido suas investigações à empresa de um dos filhos de Luiz Inácio Lula da Silva e convocado a prestar depoimento o seu fiel acólito, Gilberto Carvalho. Muito menos surpreendente foi a reação do próprio Lula, relatada por testemunhas do desabafo, que extremamente irritado responsabilizou a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, por mais esse ato de "perseguição política". O paladino da igualdade social, como se vê, continua se achando mais igual do que todo mundo e, portanto, acima de qualquer suspeita de ter alguma coisa a ver com o mar de lama que inundou a política e a gestão da coisa pública como nunca antes na história deste país.

Para Lula, de acordo com a queixa relatada por amigos, a ação da PF "passou dos limites", baseada apenas no "mentirão premiado", expressão com a qual, doravante, todo petista que se preze passará a se referir ao instituto da delação premiada. E a culpa é toda da presidente da República, que dá ouvidos a seu ministro da Justiça, que por sua vez não tem pulso nem interesse em "controlar" a PF. Reclamação um tanto contraditória, uma vez que até algum tempo atrás, quando ainda se sentia fora do alcance do longo braço da lei, Lula tinha a cara de pau de gabar-se de que investigações como a do mensalão, que mandou a alta cúpula do PT para a cadeia, só eram possíveis porque seu governo garantia à PF e ao Ministério Público Federal (MPF) fartos recursos e absoluta autonomia para trabalhar.

A Operação Zelotes foi criada para desvendar esquema de propinas e tráfico de influência no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão encarregado de fiscalizar débitos de grandes contribuintes com a Receita Federal. O desdobramento das investigações resultou na prisão preventiva de seis suspeitos de integrar o esquema de "lobby, corrupção e tráfico de influência" revelado peloEstado em reportagens publicadas nas últimas semanas sobre a ação de lobistas que teriam logrado "comprar" a edição, pela Presidência da República, de Medidas Provisórias (MPs) que beneficiaram montadoras de veículos com isenção de tributos e de taxas. A ação policial de segunda-feira incluiu a busca e apreensão de documentos no escritório da LFT Marketing Esportivo, empresa de Luís Cláudio Lula da Silva, suspeito de ter recebido propina de R$ 1,5 milhão da consultoria Marcondes & Mautoni, cujo diretor Mauro Marcondes Machado integra a lista dos seis presos.

O extraordinariamente bem-sucedido desempenho dos filhos de Lula no mundo dos negócios ?" sempre de alguma forma beneficiados pela generosidade de poderosos empresários cuja, digamos, amizade o ex-presidente teve a sabedoria de cultivar depois que deixou o poder ?" começa a se revelar um ponto extremamente vulnerável na imagem do chefe da tigrada. Afinal, é impossível imaginar que não haja nenhuma relação entre o enorme poder político de Lula e a largueza com que homens de negócio que dependem de contratos com o governo colocam a mão no bolso para ajudar a prole Da Silva.

A verdade é que Lula é hoje um homem rico, o que atribui exclusivamente a sua conhecida condição de palestrante internacional muito bem remunerado. Ele repele com firmeza as suspeitas de que também se tem beneficiado do papel de lobista de grandes empreiteiras no País e, principalmente, no exterior. Argumenta que essa é uma atividade patriótica por meio da qual muitos ex-presidentes em todo o mundo colocam seu prestígio a serviço dos interesses nacionais. É verdade. Mas é preciso considerar ?" mera possibilidade teórica ?" que quando se cobra por isso fica quase impossível distinguir patriotismo de tráfico de influência. E também não faz mal lembrar o que Samuel Johnson dizia a respeito do patriotismo e de patriotas.

É perfeitamente natural, portanto, que a tendência inevitável das investigações dessa corrupção, que parece só não existir onde não é procurada, seja a de provocar surtos cada vez maiores de irritação do ex-presidente da República. Pois é perfeitamente compreensível que Lula sofra muito por descobrir que não pode confiar na pupila que escolheu a dedo para ser sua sucessora e guardiã temporária de seu infalível projeto de felicidade para o Brasil.
Herculano
28/10/2015 13:00
OBSESSÃO FLEXIBILIZADA, por Rosângela Bittar para o jornal Valor Econômico

Parte 1

Por capricho, o governo vai insistir até o limite de sua força política na aprovação do imposto sobre movimentação do dinheiro, a CPMF, que atinge quem saca um e quem saca mil, quem paga dez e quem paga dez milhões. Mas cedeu: abriu mão de, a ferro e fogo, aprová-lo em plenário este ano. Até dezembro, é o novo prazo para começar a tramitar suavemente e, se possível, ser aprovado em comissão. Até julho do ano que vem, aprovar o imposto em plenário.

Não tem jeito, não tem choro, não tem abatimento, alíquota diferenciada, argumento que sensibilize. É uma obsessão mais do que da área política. Dos economistas do governo parte a pressão maior. Dizem que não têm alternativa melhor, um argumento desprezível.

Os técnicos engavetam dezenas de instrumentos substitutos de arrecadação, outras tantas saídas para fazer cortes de expansão de programas no orçamento, segurando-os no nível de hoje por uns dois anos, e só inflando as metas quando as coisas começarem a melhorar.

Têm o recurso a outros impostos, é possível uma super DRU, a Cide é o mais óbvio, repatriar o dinheiro que fugiu dos impostos, aumentar multas, conceder benefício para pagamento de dívidas, securitizar, o que mais surgir do brain storm de especialistas, mas se a CPMF não estiver na lista, nem começam a discutir. Nenhum argumento tem ressonância

O imposto foi suprimido depois de chegar o cidadão ao limite, ao momento do basta, da desfaçatez, da evidência de que o dinheiro não chegava à saúde e era um símbolo da distorção da carga tributária brasileira. O ex-presidente Lula ficou inconformado com o fim dessa arrecadação fácil, falou sobre o assunto no resto dos dias que lhe sobraram de governo, mas não conseguiu ressuscitar o imposto. Há uma espécie de revanche nessa obsessão.

O provisório da CPMF virou permanente, a cada ano uma justificativa mais urgente e salvadora que a outra, e é a conseguir essa facilidade a que se empenha o governo Dilma. Embora a pesquisa MDA divulgada ontem pela Confederação Nacional dos Transportes revele que 70,5 % da população ainda se manifestam contra tal imposto, comprovando o quanto o governo erra ao insistir ao mesmo tempo que tenta melhorar seus índices de popularidade.
Herculano
28/10/2015 12:59
OBSESSÃO FLEXIBILIZADA, por Rosângela Bittar para o jornal Valor Econômico

Parte 2

Diante da constatação que não o aprovaria no Congresso para entrar no orçamento do ano que vem, o governo decidiu seguir a indicação de um dado novo que obteve em pesquisa e que lhe dará a CPMF para os anos seguintes: pesquisas qualitativas em poder do Palácio do Planalto e do Ministério do Planejamento revelam que a população aceita a recriação do imposto sobre transações financeiras desde que o governo garanta cumprir, de sua parte, algumas condições.

Entre elas, as principais são:

1- Que o dinheiro vá para a Saúde e a Previdência;

2 - A cobrança seja por tempo realmente determinado, que o governo pretende assegurar em 4 anos;

3- E se a cobrança vier realmente para "resolver" a crise. Questões que mostram um nível de desconfiança alto, e de credibilidade baixo.

Essas ideias serão trabalhadas a partir de agora, provavelmente até em uma campanha de esclarecimento público. O publicitário do governo, João Santana, por coincidência de tempo com as novas decisões, passou dois dias em Brasília reunido com as autoridades para discutir uma agenda de problemas onde esse está incluído. De posse de dados da pesquisa qualitativa, o governo vai preparar explicações sobre a necessidade incontornável de ter a CPMF, com todas as garantias exigidas pelo eleitorado.

Outro princípio é prometer dividir a arrecadação com Estados e Municípios, para que governadores e prefeitos pressionem suas bancadas a aprovar o imposto e o resultado fique mais próximo do cidadão que o paga.

É claro que o governo não vai carimbar os recursos arrecadados e destiná-los somente à saúde e previdência, mas assumir um compromisso nesse sentido deverá fazer. Afinal o compromisso vigorou durante todos os anos em que vigorou a CPMF, a enganação é inerente a esse imposto.

As autoridades esperam, também, pulverizar o ônus da criação do imposto. Reconhecem que Joaquim Levy não pode ficar falando sozinho sobre o assunto. Com essa constatação é que a presidente Dilma começou também a fazer a defesa da CPMF em suas viagens, a arrastar prefeitos para a causa, governadores e bancadas.

Segundo autoridades do governo, arrefecido o ímpeto do impeachment, a que a presidente Dilma Rousseff dedica seu tempo mais do que a qualquer outra agenda, e desenhada a nova trajetória da CPMF, garantindo-a para 2016, o governo poderá livrar-se da asfixia a que foi submetido pela crise e começar o segundo mandato.

As questões políticas e econômicas a que pretende se dedicar, com o fim da dominância da crise, segundo espera, a presidente Dilma não inclui sua sucessão. No seu calendário, essa é uma agenda para o fim de 2016, no máximo, após as eleições municipais.

Porém, é o que move o PT, os partidos aliados, a oposição e até o verdureiro do Palácio da Alvorada.

Mesmo sem considerar o tema na sua agenda, a presidente não pode evitar que o nome do ministro Jaques Wagner, chefe da Casa Civil, suba degrau a degrau no ranking dos ainda possíveis candidatos do PT à presidência.

Quando ainda estava no Ministério da Defesa, Wagner era colocado em primeiro lugar caso o ex-presidente Lula se inviabilizasse ou estivesse apenas, como se diz entre os que o conhecem bem, guardando lugar. Agora é preciso considerar sua performance na máquina de desgaste instalada na Casa Civil.

Há, entre o juiz Sergio Moro e o Procurador Rodrigo Janot, um sentimento que testemunhas com presença privilegiada no plenário do Supremo Tribunal Federal definem como "uma tensão dialética". Com relação à operação Lava-Jato, nem na Justiça reina a calma.
Herculano
28/10/2015 12:55
MÃOS LIMPAS, LÁ E CÁ, por Marcelo de Paiva Abreu, doutor em economia, para o jornal O Estado de S. Paulo

A Operação Lava Jato e a aguda crise de governabilidade que afeta o País têm suscitado tentativas de extração de lições nas experiências históricas do Brasil e de outros países. Tentativas nem sempre razoáveis.

Em artigo anterior, insisti em que a atual crise, quando comparada a episódios similares na história republicana - em 1930, 1954, 1964, 1992 -, é sem precedentes. São inéditas "a recrudescência e a disseminação de práticas corruptas (...) cuja magnitude, extensão e duração ainda estão sendo investigadas". Isso em meio à comprovação de articulação estreita entre políticos, empresas privadas e funcionários públicos ou de empresas de economia mista.

Certas análises, em busca de paralelos com 1964, são particularmente imprecisas. Alega-se que a tentativa de implementação de "um programa popular de esquerda" no governo Goulart teria levado ao golpe. Será? Em contexto marcado pela ascensão da esquerda na América Latina, Goulart, em seguida à vitória no plebiscito, tentou implementar, com San Tiago Dantas e Celso Furtado, um programa de estabilização ortodoxo que fracassou em vista de resistência da "esquerda negativa". Depois disso, foi ladeira abaixo na economia e na política. O que a história pode ensinar tem que ver com os riscos implícitos no abandono de políticas prudentes, mas quase nada sobre o formato do desenlace da crise.

Tem havido também melancólicas menções a exemplos internacionais de combate à corrupção. A comparação mais comum é com a Itália e a Operação Mãos Limpas (Mani Pulite), iniciada em 1992. Os descrentes dos efeitos benéficos da Mani Pulite criticam, com base no exemplo italiano, a ideia de que as instituições brasileiras estão reagindo bem aos escândalos e ao combate à corrupção. A tese é de que "escândalo não purifica", pois a implosão dos partidos políticos italianos envolvidos abriu caminho para a consolidação do Forza Italia, de Sílvio Berlusconi, e da separatista Lega Nord. Disso resultaram, entre outras mazelas, um sistema político disfuncional, a estagnação econômica, a explosão da dívida pública, o mau desempenho das universidades italianas, a perda de credibilidade do país.

A tese é um verdadeiro monumento a um conhecido sofisma: post hoc ergo propter hoc (depois disso, portanto causado por isso). No limite, Mani Pulite teria causado Berlusconi e a crise italiana por 20 anos. Que tal tentar, alternativamente, responder à pergunta sobre o que seria da Itália e da política italiana num cenário sem Mani Pulite? Berlusconi provavelmente continuaria à frente de seu império, manipulando os corruptos à Craxi, sem precisar se expor. O sucesso de Berlusconi no vácuo criado pelas consequências de Mani Pulite decorreu das dificuldades enfrentadas pelo sistema político italiano e não deve ser debitado à conta do Judiciário. Similarmente, no Brasil não se espera que a Lava Jato promova a reforma política. O sucesso no combate à corrupção é condição necessária, mas longe de suficiente, para que a reforma política tenha sucesso.

É certo que os setores comprometidos com a corrupção na Itália contra-atacaram desde o início dos anos 90 e, nas palavras de Roberto Scarpinato, procurador-geral em Palermo, trataram de tornar perene a maléfica combinação de minimização das penas para crimes do colarinho branco, prazos curtos de prescrição e morosidade na conclusão de processos. Problemas cuja solução depende de decisões políticas.

O caso italiano, longe de desestimular a Operação Lava Jato, deve servir de incentivo à sua continuação. A relevância da experiência italiana para o Brasil não se restringe à inédita punição de corruptos influentes. Chama a atenção para quão crucial passou a ser a reforma política, tendo em conta que o combate à corrupção terá implicações eleitorais sobre o lulopetismo e os políticos fisiológicos com histórico mais longo.
Herculano
28/10/2015 12:51
A OBRA DE DILMA, por Miriam Leitão, para o jornal O Globo

Como o país conseguiu chegar a um déficit primário de R$ 60 bilhões? Foi um processo de pioras sequenciais, persistência no erro e manipulação de indicadores fiscais. O resultado da desastrosa administração das finanças públicas no governo Dilma Rousseff chegou agora, em 2015. Mas quem olha a série histórica desta administração percebe que o poço foi cavado ano após ano.

Este ano não é um ponto fora da curva, e sim um resultado que a presidente Dilma buscou persistentemente. No começo, a desculpa era a da necessidade de políticas anticíclicas para recuperar o país após a crise financeira internacional de 2008. Essas políticas foram necessárias num primeiro momento, em 2009, ainda no governo Lula, mas depois do forte crescimento de 2010 teria sido mais sensato reverter as políticas e preparar o ajuste. O governo preferiu continuar erodindo o superávit primário.

A redução do número não diz tudo porque começou a haver descontos na meta fiscal a ser atingida. O resultado não era o que estava escrito. O governo, a cada ano, aumentava o percentual de despesas que não deveriam ser computadas como despesas, de investimentos à perda de arrecadação com as desonerações.

As reduções de tributação para empresas que empregam muito tinham uma boa justificativa e foram mais horizontais. Mas a maioria dos benefícios fiscais foi concedida a setores escolhidos, a começar pela indústria automobilística.

O governo aumentou os gastos, engessou mais o orçamento e superindexou o salário mínimo, o que fez crescer ainda mais as despesas previdenciárias. Mesmo diante do aumento do rombo nas contas do INSS e da previdência pública, não tomou providência alguma. Nunca combateu o que tinha cara de fraude, como o aumento exponencial dos gastos com seguro-desemprego mesmo numa época de queda do desemprego. Aproveitou o crescimento da arrecadação para gastar mais. Várias despesas subiram de forma insustentável. Agora o governo enfrenta a queda da receita e tem que cortar até no essencial.

Um ponto importante para se entender o momento vivido agora com esse rombo gigantesco é que o governo rejeitou todas as críticas. Todos os especialistas ou jornalistas especializados na área econômica que mostraram os riscos, as maquiagens contábeis, o aumento do problema fiscal foram tratados com desprezo e estigmatizados. O Banco Central não alertava suficientemente para a deterioração fiscal e em vários comunicados dizia que esta área estava sob controle. Para não enfrentar uma briga interna, o BC se omitiu muitas vezes no alerta que deveria ter feito às autoridades que administravam as contas públicas.

O ministro Guido Mantega e seu secretário do Tesouro, Arno Augustin, demonstravam desprezo pelo equilíbrio fiscal. Para eles, bastava que os números parecessem bons, não precisavam ser verdadeiros. Os truques repetidos e abusivos levaram a presidente à desconfortável situação de enfrentar uma possível rejeição às suas contas de 2014. As "pedaladas" ainda não foram quitadas em 2015 nem estão computadas no déficit divulgado ontem.

O ministro Joaquim Levy tem sido uma voz isolada dentro do governo sobre a necessidade de ajuste fiscal forte. Ele foi favorável a um contingenciamento maior, mas a presidente preferiu fazê-lo menor e isso produziu o primeiro estresse dentro da equipe econômica. Depois, houve uma sucessão de atritos. O pior deles foi na decisão desastrada de enviar o Orçamento de 2016 com déficit para o Congresso.

Não foi enviada qualquer proposta relevante de mudança estrutural nos gastos públicos, e as poucas iniciativas foram bombardeadas no Congresso. O caso mais eloquente foi a MP 664, que virou um bumerangue. Era para reduzir o gasto com pensão das viúvas muito jovens e acabou virando veículo para um explosivo aumento de gastos previdenciários nos próximos anos, com o fim do fator e a entrada em outro regime de aposentadoria.

Por omissão, mas principalmente por ação, o governo chegou ao dia em que teve que confessar um déficit primário deste tamanho. Ele não foi feito num ano. É a resposta que os números dão a uma presidente que fez por merecê-los. Esta é a cara da administração Dilma Roussef.
Herculano
28/10/2015 12:49
AMIGOS HASTA LA MUERTE, por Rodrigo Craveiro, para o Correio Brasiliense

A fuga do promotor venezuelano Jonathan Nieves comprova que o governo bolivariano de Nicolás Maduro se consolida no poder por meio da manipulação do Judiciário e do amplo domínio do Legislativo. A Venezuela está longe de ser um modelo de democracia. Nieves pediu perdão aos compatriotas e admitiu que o julgamento de Leopoldo López, líder opositor do partido Voluntad Popular, teve viés político e que os seus direitos humanos foram violados. Maduro se mostra discípulo fiel de Hugo Chávez, ao sufocar os adversários políticos e aprofundar a marcada polarização em um país onde o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) é considerado quase como uma religião.

No mais recente capítulo do bizarro controle da máquina pública, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) emitiu veto branco ao nome do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim para chefiar a missão de observadores da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) durante as eleições parlamentares de 6 de dezembro. O pleito é considerado crucial para as pretensões de Maduro de manter rédeas curtas no controle de uma nação que caminha ao abismo social, político e econômico. Todas as análises indicam que o oficialismo vai perder maioria na Assembleia Nacional, tornando difícil a governabilidade do Palácio de Miraflores.

A diplomacia do Brasil, como de costume, preferiu o silêncio. Afinal de contas, o Palácio do Planalto está ligado ideologicamente ao regime chavista e, ainda na era de Chávez, tratava o então presidente como líder populista nato, uma espécie de voz ressonante de boa parte das políticas também defendidas pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Com a morte do comandante, Maduro herdou a simpatia do governo esquerdista brasileiro. O Brasil tem fechado os olhos para violações de direitos humanos, prisões arbitrárias, repressões brutais durante protestos, torturas no cárcere. E esquece que parte do que ocorre na Venezuela parece uma réplica - guardadas as devidas proporções - dos anos de chumbo no próprio território brasileiro.

O silêncio equivale à cumplicidade. É inegável que a própria prisão e a condenação de López foram arbitrariedades que apontam para perseguição política. Uma nação da estirpe do Brasil, que se julga gigante - apesar de afundado na corrupção e na inépcia de seus governantes -, não deveria fechar os olhos para abusos cometidos pelo vizinho. Muito menos sob a justificativa de evitar ingerências em assuntos da Venezuela por receio de ofender um "amigo" (leia-se: parceiro comercial e dono das maiores reservas petrolíferas do planeta, com 299,9 bilhões de barris). Algumas vezes, o dinheiro cega, emudece e trai qualquer senso de lógica.
Sidnei Luis Reinert
28/10/2015 12:19
O Golpe de apagar a "Velhinha"?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Pouco importa se a mesa diretora da Câmara dos Deputados dará seu parecer técnico a favor do impeachment de Dilma Rousseff. O impedimento da Dilma, se por ventura ou desventura ocorrer, será inteiramente inútil do ponto de vista prático. Não adianta tirar ela e deixar no comando o mesmo PMDB de sempre - ditando as regras e a condução da politicagem.

O partido eternamente governista fica com ainda mais poder, se o vice Michel Temer assumir, em acordo que já deve ter, fechadinho, com Luiz Inácio Lula da Silva e a cúpula do PT - que só fingem ser amigos da Dilma nos retratos de festinhas, como a churrascada de ontem, que comemorou os 70 anos de Lula. A queda de Dilma pode não ser ideal para a petelândia, mas pode catapultar o sonhado retorno de Lula em 2018.

Qualquer bebezinho de colo sabe que o tal impeachment é um golpe baixo da classe política para manter a governança do crime organizado no Brasil. O País só terá solução com uma intervenção constitucional - algo parecido com o que ocorreu na gélida Islândia. Assim mesmo, por aqui o trabalho será de alta complexidade, porque o Estado Capimunista brasileiro assumiu um tamanho desproporcional, com uma burocracia e um estamento que jogam contra qualquer proposta concreta e efetiva de mudança.

A base desgovernista está doida para "apagar a velhinha" Dilma... Por enquanto, os únicos aliados dela que denunciam isto, publicamente, são os membros do PC do B. As inserções de propaganda televisiva já pregam: "Não ao Golpe". O problema é que o golpe, de fato, já foi dado há muito tempo pela criminosa classe política de Bruzundanga. Por isso, tudo pode acontecer com Dilma, se a crise econômica se agravar, como é a tendência daqui para frente.

"Apagar a Velha" é um golpe velhaco da politicagem. Nada resolve. Mas pode agradar a alguns sem noção - que enxergam na dislexa Dilma, equivocadamente, a fonte de todo o mal que assola o Brasil.
Herculano
28/10/2015 07:57
"NÃO ESPEREM DE MIM QUE EU DIGA NÃO INVESTIGUEM A, B, C, OU D", DIZ CARDOSO, por Josias de Souza

Levado à alça de mira por Lula, que o acusa de ter perdido o "controle" sobre a Polícia Federal, o ministro petista José Eduardo Cardozo (Justiça) disse, em entrevista ao Valor, ter "a consciência tranquila". Embora Lula defenda em privado sua substituição, Cardozo não cogita deixar o cargo: "Enquanto a presidente quiser e eu achar que não atrapalho, eu fico." De resto, avisa: "não esperem de mim que eu diga não investiguem A, B C ou D, um ministro da Justiça não pode conduzir investigações, seja para punir amigos ou inimigos''.

Um dia depois de a Polícia Federal ter realizado uma batida de busca e apreensão na empresa de Luiz Cláudio Lula da Silva, filho do morubixaba do PT, Cardozo saiu em defesa daquele que pede o seu escalpo: "Conheço Lula há muitos anos e tenho a total confiança de que ele não se envolveu nem permitiria que alguém próximo dele se envolvesse em desmandos. Acho muito ruim que as investigações em curso sejam utilizadas retoricamente pela oposição para atingi-lo na sua honra e na sua imagem política."

Luiz Cláudio Lula da Silva é investigado na Operação Zelotes, que apura suspeitas relacionadas ao Conselho Administrativa de Recursos Fiscais, o Carf, espécie de tribunal administrativo de recursos contra dívidas tributárias. O petismo critica Cardozo também pela desenvoltura da PF em outra operação, a Lava Jato. Nesse ponto, o ministro é alvejado também pelo multi-enrolado presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Cardozo soou como se desse de ombros para as críticas, tratando-as com ironia: "Sempre que investigações atingem o mundo da política, o ministro da Justiça é alvo de bombardeio de setores da base do governo e também de oposicionistas, vamos ser isonômicos."
Herculano
28/10/2015 07:54
MESMO COM 200 PARECERES, PALAVRA FINAL É DO PRESIDENTE LULA, DIZ CUNHA.

´Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Rainer Bragon, da sucursal de Brasília com Reinaldo Turollo Júnior. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), demonstrou irritação na noite desta terça-feira (27) com o vazamento da informação de que a área técnica da Casa finaliza um parecer favorável ao seguimento do principal pedido de impeachment contra Dilma Roussseff.

Ele deu a entender que só seguirá a orientação técnica caso ela coincida com sua opinião, que segundo ele ainda não está formada.

"Eu desconheço qualquer parecer. Mesmo que haja 200 pareceres, a palavra final ela é a do presidente. Não significa que os pareceres serão seguidos, eles servem de assessoramento, não servem para ser determinantes do que será feito", disse Cunha.

A Folha revelou na tarde desta terça que a área técnica da Casa deve encaminha ainda esta semana a Cunha parecer favorável ao pedido assinado pelos advogados Hélio Bicudo (ex-petista), Miguel Reale Júnior (ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso) e Janaína Paschoal, documento que é chancelado pelos principais partidos de oposição e por movimentos de rua anti-Dilma.

Pela lei, cabe ao presidente da Câmara decidir monocraticamente se dá ou não seguimento aos pedidos de impeachment. Ele pode ou não seguir a recomendação da área técnica. Assim como ocorreu na queda de Fernando Collor de Mello, em 1992, em nenhum desses anos, porém, a decisão do presidente da Câmara tem destoado do parecer da área técnica.

"Não quer dizer que não vá seguir. Eu vou receber os pareceres e vou decidir pela minha convicção. A responsabilidade da decisão é minha, vou tomá-la com minha convicção, com consciência e embasamento. Jamais somente com base em pareceres. Se houver pareceres que vão ao encontro da minha convicção, ótimo. Se houver pareceres em que a minha convicção é diferente eu não vou seguir", afirmou, dizendo que irá "tentar apurar da onde saiu esse vazamento".

"O que não pode deixar é que a fofoca vire a notícia. Se alguém passou essa informação dessa natureza de forma equivocada, ou se algum consultor que está preparando o parecer e está com sua opinião formada e vazou sua opinião antes que chegasse ao conhecimento da presidência da Casa, ele cometeu um ato irresponsável com seu vazamento."

NEGOCIAÇÃO

Um dos principais alvos das investigações sobre o esquema de corrupção da Petrobras, Cunha tem usado esse poder de decisão sobre o impachment para negociar nos bastidores, com oposição e governo, formas de evitar sua destituição do cargo e a cassação de seu mandato.

Nas últimas semanas, tem dados sinais ora pró-impeachment, ora contrários. Caso determine a sequência do pedido, é aberta uma comissão especial que dará parecer ao plenário. Dilma é afastada do cargo caso pelo menos 342 dos 512 colegas de Cunha ?"ele não vota nesse caso?" decidam pela abertura do processo de impedimento da petista.

O presidente da Câmara já afirmou que pretende anunciar sua decisão em novembro. A oposição disse a ele que espera uma resposta, pró ou contra o impeachment, até meados de novembro. Caso Cunha mande o pedido para o arquivo, a oposição irá recorrer de sua decisão ao plenário da Casa.

PT

O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que o parecer não necessariamente será aceito.

"Pelo que vi é o seguinte: [o parecer] analisa se tem condições formais para o impeachment. Isso não significa que vá ser aceito", disse ao deixar a comemoração de aniversário do ex-presidente Lula, em São Paulo.

"Não tem fundamento para o impeachment, é uma tentativa de uma oposição conservadora de encurtar o mandato da presidente. Aqueles que não souberam ganhar agora também não sabem perder. Não nos preocupa isso. O importante é o país voltar a crescer, aprovar a CPMF, o repatriamento de recursos. E não pode criar crise artificial."
Herculano
28/10/2015 07:44
PARTIDOS ARRANCAM R$ 1 BILHÃO DO CONTRIBUINTE, por Cláudio Humberto, na coluna que ele publicou hoje nos jornais brasileiros

A crise atormenta os brasileiros, mas não os partidos, que só este ano já tomaram R$ 608 milhões do fundo partidário, que sai do bolso do contribuinte. Pior: até dezembro, embolsarão R$ 867 milhões no total. A tunga, que na prática consagra o financiamento público, pode chegar a R$ 1 bilhão: o relator do Orçamento, Ricardo Barros (PP-PR), quer acrescentar R$ 600 milhões aos R$ 311 milhões previstos para 2016.

A conta é nossa


Os milhões do fundo partidário, divididos entre os partidos, pagam mensalmente sua estrutura, aluguel de jatinhos, festas, jantares, etc.

Quem mais recebeu

No ano não-eleitoral de 2015, o PT recebeu R$ 81,6 milhões do fundo, seguido de PSDB (R$ 66,87 milhões) e PMDB (R$ 65,2 milhões).

Contraponto

O deputado Laércio Oliveira (SD-SE) apresentou emenda para reduzir o fundo para R$ 245 milhões, em 2016. Dificilmente conseguirá êxito.

Quem menos recebeu

Partidos nanicos não têm votos, mas também têm fundo partidário: PCO (R$ 1,02 milhão), PCB (R$ 1,19 milhão) e PPL (R$ 1,79 milhão).

Energia chega a 40% dos custos da agricultura

A crise chega à Agricultura de forma devastadora. Além de todos os problemas conjunturais e estruturais, a conta de energia subiu 127% para o consumidor final, somente este ano. Com isso, a energia, que representava 20% dos custos da produção agrícola, já supera os 40% quando falta chuva e os produtores acionam seus sistemas elétricos de irrigação. Com esse custo, a irrigação deverá ser menos utilizada.

Estimativas da CNA

Os números e as estimativas do impacto do custo da energia no campo são da CNA, a Confederação Nacional da Agricultura.

Fim das boas notícias

A agricultura tem sido o único setor da economia que garante boas notícias à economia brasileira. Agora, esse desempenho é incerto.

Lorota de palanque

Quando iniciava sua campanha à reeleição, Dilma prometeu em rede de rádio e TV reduzir a conta de luz. De lá para cá, só fez aumentar.

Fim do mundo

É tão grave o esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), com prejuízos de mais de R$ 20 bilhões ao País, que a Operação Zelotes, da Polícia Federal, já está sendo chamada no Congresso de "Operação do Fim do Mundo".

Lula não é índio

Além dos lulistas, o próprio ex-presidente Lula se considera inimputável, como índio. Por isso desqualificou a PF e o MP, culpando Dilma e o ministro da Justiça pela busca e apreensão na casa do filho.

SOS Sérgio Moro

Mais que a ganância de administradoras de cartão de crédito, cobrando juros criminosos de 414%, impressiona o silêncio cúmplice (e muito suspeito) das autoridades monetárias brasileiras diante desse assalto.

Uber: direito de escolha

O senador Antônio Reguffe (PDT-DF) apresenta nesta quinta (29) seu corajoso parecer favorável ao aplicativo Uber, consagrando o princípio do direito consumidor de escolher como deseja ser transportado.

Prevalece a lei federal

Na definição da polêmica sobre o Uber vai prevalecer a lei federal: a Constituição prevê que somente a União pode legislar sobre transporte público. Muitos parlamentares são usuários (satisfeitos) do aplicativo.

Fantasiados de picareta

Seguranças da Câmara se espantaram com as mágicas realizadas em banheiros da Casa: pessoas comuns entravam e saiam fantasiadas de índios para protestar. Não enganaram ninguém e ficaram todos de fora.

Piscina para mosquito

A prefeitura de São Paulo ajuda a dengue a bater recordes: para delimitar as ciclovias, instalou centenas de postezinhos de plástico, ocos, sem tampa, sem saída de água, chumbados no chão, que, neste período de chuvas, fazem a alegria do mosquito aedes aegypti.

Cerco fechado

O governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), é o foco da CPI do BNDES. Diversos requerimentos relacionados a ele foram aprovados, mas os dados só começam a chegar na próxima semana.

Pensando bem...

...com o governo querendo legalizar jogos de azar para arrecadar mais, o bicheiro Carlos Cachoeira pode passar de contraventor a "salvador da pátria".
Herculano
28/10/2015 07:37
O PARAÍSO PARA AS EMPREITEIRAS, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Se a doutora Dilma não vetar um gato colocado na tuba da Medida Provisória 678, as grandes empreiteiras de obras públicas ficarão com um pé no inferno e outro no paraíso. O inferno é a carceragem de Curitiba. O paraíso será a conquista de um passe livre em futuros contratos, sem as restrições impostas pela legislação. Coisa jamais vista.

A história desse gato é uma viagem ao mundo de Brasília, onde fazem-se leis que se transformam em privilégios e, às vezes, acabam em escândalos.

Os fornecedores do governo odeiam a lei das licitações. Quando podem, esburacam-na. Em 1998, criou-se para a Petrobras um "procedimento licitatório simplificado". Deu no que deu. Em 2011, com o objetivo de acelerar as obras para a Copa do Mundo, surgiu o "Regime Diferenciado de Contratação" para as empreitadas dos jogos. Nele, entrou o conceito de "contratação integrada", permitindo que uma obra seja licitada apenas com um anteprojeto. As empreiteiras ganhariam liberdade para definir materiais e até mesmo os testes de qualidade de seus serviços. A maluquice do trem-bala poderia ter sido transformada num "projeto integrado". Felizmente o BNDES matou-a.

Até aí, tudo bem, pois havia pressa para a Copa. Ela se foi e o VLT de Cuiabá, previsto para custar R$ 1,8 bilhão, está com os trabalhos parados. Se tudo der certo, ficará pronto em 2018, o ano da Copa na Rússia. Até lá, 40 trens continuarão estocados nos pátios. Passaram-se cinco anos da criação do RDC e ele expandiu-se, valendo também para obras do PAC, presídios ou mesmo postos de saúde.

No ano passado, o Planalto preparou um projeto de lei que mudava a lei das licitações, embutindo o conceito de "projetos integrados". Jogo jogado, admita-se que a ideia é boa, modernizadora, globalizante ou seja lá o que for. O governo e os peões das empreiteiras poderiam botar a cara na vitrine defendendo-a. Com a Lava Jato na rua, o projeto sumiu.

Agora, sem maiores discussões, os "projetos integrados" reapareceram no texto da conversão da Medida Provisória 678. Originalmente, ela permitia um regime especial de contratação para empresas de segurança durante a Olimpíada do Rio. Virou uma árvore de Natal e incluiu no regime especial de contratação obras de infraestrutura como estradas, portos ou aeroportos. Empreitadas desse porte acabam entregues a grandes empreiteiras, precisamente aquelas que trocaram as capa de revistas de negócios pelas páginas de notícias policiais.

O Supremo Tribunal Federal decidiu que não se podem colocar jabutis em Medidas Provisórias, mas os peões do Congresso podem argumentar que a Medida Provisória já estava em tramitação e, portanto, está fora do alcance do veto.

A doutora Dilma tem todo o direito de dizer que não respeita os delatores que destamparam o bueiro da Petrobras. Desde os primeiros dias da Lava Jato, ela manteve uma posição de antipática neutralidade pelo trabalho dos investigadores. A Polícia Federal e os procuradores estão atrás da indústria de gatos em Medidas Provisórias e já pegaram alguns negócios esquisitos. Em relação à Lava Jato, a doutora repete que nada teve a ver com a história. Se o Ministério Público e a Polícia Federal chegarem a atos que ela sancionou, a conversa será outra.
Herculano
28/10/2015 07:34
PT FARÁ DOCUMENTO EM DEFESA DO EX-PRESIDENTE LULA E DE SEU GOVERNO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Cátia Seabra e Reynaldo Turollo Jr

A cúpula do PT prepara para esta quinta-feira (29) um documento em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu governo.

A redação foi iniciada nesta terça (27), um dia depois de a Polícia Federal fazer uma operação de busca e apreensão no escritório de Luis Cláudio Lula da Silva, seu filho.

A manifestação servirá de base para a resolução que a sigla aprovará na tarde desta quinta, na reunião do Diretório Nacional, em Brasília.

Lula discursará às 10h, na abertura do encontro do PT.

Segundo petistas ouvidos pela reportagem, o texto expressará a ideia de que a operação contra Luis Cláudio representa um ataque ao ex-presidente que embute uma tentativa de debilitar o PT e a democracia brasileira.

O documento insistirá na tese de que há uma tentativa de criminalização do partido. E investirá no argumento de que as instituições, como Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal, devem seguir ritos, o que não estaria ocorrendo em relação ao PT.

A proposta de resolução voltará a defender mudanças na política econômica da presidente Dilma Rousseff, incluindo sugestões apresentadas pela bancada de deputados do PT. Num outro texto, documento preparatório para as eleições municipais do ano que vem, o comando do PT afirmará que o momento é crítico e requer unidade.

70 ANOS

Nesta terça, dia em que Lula completou 70 anos, Dilma e integrantes da cúpula do PT se manifestaram para apoiá-lo e parabenizá-lo.

Num vídeo de pouco mais de dois minutos, Dilma disse ter orgulho de caminhar "lado a lado" do ex-presidente e ressaltou que aprendeu muito com essa convivência: "Eu homenageio o parceiro de todas as horas, o retirante nordestino que transformou o Brasil. O presidente que conquistou o coração dos brasileiros. Sou testemunha da sua luta para fazer o Brasil um país de todos", disse.

À tarde, ela foi ao Instituto do ex-presidente, em São Paulo, para parabenizá-lo. No local, amigos e aliados prestigiavam um churrasco de aniversário. Lula recebeu telefonemas de ministros e até do presidente da Venezuala, Nicolas Maduro. Nenhum de seus filhos compareceu.

O presidente do PT paulistano, Emídio de Souza, divulgou nota dizendo que as "longas mãos do preconceito e do ódio" alcançam os filhos do petista. Disse que "a caçada" a Lula começou antes da criação do PT, em 1980, e voltou com "força descomunal nesse tempo de império do ódio".

O site do PT exibiu mensagens de exaltação à carreira de Lula, chegando a afirmar que entre os admiradores do "primeiro presidente de esquerda a chegar à presidência do Brasil" está o presidente dos EUA, Barack Obama.

Neste ano, amigos sugeriram a realização de uma festa para 3.000 pessoas em São Bernardo. Mas Lula recusou, alegando que não há clima para comemoração
Herculano
28/10/2015 07:28
É SAL, É SOL, É SUL, por Carlos Brickmann

O mais importante líder sindical que o Brasil já teve chegou a presidente da República, elegeu a sucessora, virou personagem internacional, viajou o mundo inteiro. Mas, ao completar 70 anos, ontem, tudo o que não queria de presente era mais uma viagem. E há chances - não muitas, diga-se - de que seja a Curitiba.

Data redonda e triste: até o frango com polenta marcado para seu restaurante preferido dos tempos antigos foi cancelado, diante dos problemas que o afligem. Só sobrou festa chique, com a presidente. A busca e apreensão nos escritórios do filho Luís Cláudio, na véspera do aniversário, foi um golpe tremendo. Amigos atingidos, tudo bem, deixa pra lá: Lula esqueceu companheiros próximos, a quem chamava de Guerreiros do Povo Brasileiro, e chegou a insinuar que o empresário José Carlos Bumlai, que tinha entrada livre no Palácio durante seu Governo, não era tão amigo assim. Mas filho é filho - e é o segundo a virar alvo de suspeitas.

É duro sentir que, exceto os alucinados do lulismo a todo custo (e, muitas vezes, a que custo!), até parceiros antigos, dos tempos anteriores ao Romanée-Conti e aos jatos executivos, hesitam em jurar por ele.

O jornalista Ricardo Kotscho, lulista da velhíssima guarda, amigo fiel e excelente assessor de imprensa de seu Governo, escreveu frases reveladoras (http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/): "Estou muito triste com tudo isso que está acontecendo, mas na vida a gente colhe o que plantou, de bom ou de ruim, de acordo com as escolhas que fazemos. De nada adianta colocar a culpa nos outros".

D'ALÉM MAR

Quando foram revelados em Portugal os problemas do Banco Espírito Santo, houve quem dissesse que poderiam atingir pai e filho. Agora só falta o pai.

DA MITOLOGIA

Diziam os sábios gregos que, quando os deuses querem destruir alguém, atendem a seus desejos. Pois desde 26 de março de 2015, data do início da Operação Zelotes, a tropa de choque do Governo reclama da imprensa a pouca cobertura às investigações.

Com a busca e apreensão no escritório de Luís Cláudio Lula de Silva, a tropa de choque do Governo já não tem do que se queixar.
Herculano
28/10/2015 07:27
INFERNO ASTRASL 1, por Carlos Brickman

Lula elegeu o poste e a posta, ambos mal nas pesquisas de opinião pública (Dilma até melhorou um pouquinho, passando de 7,7% para 8,8% de aprovação, pelo levantamento da CNT-MDA - ainda assim, seus índices continuam abaixo da taxa de inflação). A Lava-Jato colocou o PT na defensiva e atribui parte do financiamento da campanha petista a dinheiro público, via propinas; as contas do Governo foram rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União; ambos os casos podem levar ao impeachment. Lula foi duramente atingido. Depois de deixar o Governo com 83% de aprovação, em 2010, enfrenta hoje a rejeição de mais da metade do eleitorado: 55% dizem que não votariam nele de jeito nenhum.

Tudo bem, faltam três anos para as eleições, as coisas podem mudar, os adversários também têm rejeição recorde. Mas o político novo que vinha para mostrar que era diferente de todos luta hoje apenas para provar que não é pior que os antigos.

INFERNO ASTRAL 2

Os adversários de Lula também vão mal; mas o juiz Sérgio Moro vai muito bem. Num evento da revista britânica "The Economist", em São Paulo, ontem, foi aplaudido de pé pela plateia de empresários. Se quiser ser candidato, é forte.

E a lista dos que o rejeitam, se for divulgada, vai ajudar a popularizá-lo.

O MUDO FALANTE

Uma das principais forças militares brasileiras homenageou anteontem o coronel Brilhante Ustra, que morreu há poucos dias. A comandanta-chefe das Forças Armadas, Dilma, deve ter odiado; Brilhante Ustra sempre foi um de seus demônios. Mas nada disse. Na ditadura, Ustra chefiou o DOI-Codi, centro da repressão política, de tortura e de mortes.

Porém, mesmo que nada houvesse contra ele, a homenagem teve cunho político que o Exército, o Grande Mudo, deve evitar. E não evitou - ao contrário. A Divisão Encouraçada, 3ª Divisão do Exercito, comandada pelo general José Carlos Cardoso, fez até convites especiais. Em curto período, é a terceira vez que o Grande Mudo se manifesta, depois de 20 anos de silêncio. O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, foi o primeiro a falar, considerando "preocupante" a situação do país. O general Antônio Mourão, comandante militar do Sul, criticou os políticos em geral e disse que "mudar é preciso". Enquanto o Mudo fala, o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, se mantém em obsequioso silêncio.

Talvez entenda a linguagem do Mudo.

O MINISTRO SALIENTE

Aldo Rebelo, ministro da Defesa, tem múltiplos interesses. Luta pela substituição do Dia das Bruxas, invenção americana, pelo Dia do Saci; é contra invenções que reduzam a necessidade de trabalhadores. Rejeita palavras estrangeiras. E que fazem seus companheiros da base aliada? Em São Paulo, o prefeito petista Fernando Haddad abençoa um evento que, segundo sua divulgação, é "hipster", tem "music jam sessions", "food trucks" e "workshops".

Mas, se o ministro não se manifesta nem nos eventos em sua área, vai dizer o que no setor dos outros?
Herculano
28/10/2015 07:08
O REVERSO DA MOEDA, editorial do jornal Folha de S.Paulo

A recessão não dá trégua. Pelo contrário, generalizam-se a redução da atividade econômica e a perda de postos de trabalho em praticamente todos os setores. As demissões, antes concentradas na indústria e na construção civil, agora atingem áreas que empregam mais, como serviços e comércio.

Dados do Caged mostram que o fechamento de 185 mil postos formais de trabalho em setembro (ajustado pela sazonalidade do mês) foi o maior até agora em 2015. Nos últimos 12 meses, a contagem negativa chega a 1,3 milhão, o pior resultado da série histórica.

A indústria é a campeã de perdas, com 557 mil postos fechados. Mas serviços e comércio, que até junho apresentavam certa estabilidade, acumularam 330 mil demissões só nos últimos três meses.

A deterioração nesses setores, normalmente menos sujeitos a mudanças bruscas, sinaliza persistência da recessão. O potencial de piora é maior que em outros casos, pois, em conjunto, abrangem 26,5 milhões de pessoas, cerca de 66% dos empregos formais do país ?"indústria e construção, por exemplo, empregam 8,5 milhões e 2,9 milhões, respectivamente.

O impacto do arrocho no orçamento das famílias se faz sentir no varejo, que teve queda de 5,2% nas vendas em 12 meses. De carros a supermercados, quase todos os segmentos amargam redução. Em suma, tem-se quase o reverso do bom momento da década passada.

Nesse ambiente de desalento, é preciso distinguir os necessários ajustes conjunturais, em geral dolorosos, dos fatores estruturais. Sob esse prisma, podem-se vislumbrar perspectivas menos negativas.

A economia está se ajustando rapidamente às novas condições globais. A queda de consumo interno obriga a uma reestruturação de empresas e consumidores que trará resultados no médio prazo.

Na indústria, há um novo equilíbrio em formação, com câmbio desvalorizado e salários internos contidos. Isso pode vir a reforçar a competitividade. Abre-se uma chance para a produção local ocupar espaço de importados e, ao longo do tempo, exportar.

Os excessos dos últimos anos começam a ser corrigidos. Trata-se de processo ainda longo e doloroso, que já cobra alto preço em termos de redução de renda ?"e que não necessariamente terá desfecho alvissareiro num horizonte curto.

Para que essas transformações se consolidem, é preciso reduzir a incerteza sobre a política econômica. Só assim será possível vislumbrar redução de juros e a volta da confiança para investir e consumir. Por enquanto, contudo, o cenário ainda é sombrio.
Sidnei Luis Reinert
28/10/2015 06:18
REDE RECORD MUDA SUA POSIÇÃO POLÍTICA? ESCANCARA um pouco da VIDA DOS FILHOS DE LULA

No segundo episódio da série que mostra os negócios da família do ex-presidente Lula, você vai acompanhar a polêmica trajetória profissional do filho mais velho, conhecido como Lulinha. De monitor do Zoológico de São Paulo, com um salário de R$ 600,00, em 2003, ele passou a empresário dono de uma produtora avaliada, hoje, em R$ 6,5 milhões. Acompanhe a matéria especial do Jornal da Record.

http://rederecord.r7.com/video/jr-mostra-polemica-trajetoria-profissional-de-lulinha-filho-mais-velho-de-lula-5630158e0cf28674ef2bbd38/
Juscelino
27/10/2015 23:35
Vergonha

Daniel....nao fez nada pra Ilhota...sim o Dani do Brick...dizer o quê?

Gaspar ta maus...Kleber, Bric? Nagel, Bertoldi/ Rosa
Herculano
27/10/2015 22:08
A PROVA DA INCOMPETÊNCIA. GOVERNO PIORA ESTIMATIVA DE RETRAÇÃO DA ECONOMIA DE 2,4% PARA 2,8% EM 2015

Conteúdo das agências de notícias. Texto do Uol. O governo atualizou sua estimativa para a retração da economia brasileira neste ano. A previsão anterior era de que o país encolhesse 2,4%. Agora, a expectativa é de recuo de 2,8%.

A nova projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano foi divulgada pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento no documento "Cenário Fiscal de Outubro de 2015", que detalha a mudança da meta de economia do governo para este ano.

"A grade de parâmetros preparada pela Secretaria de Política Econômica (SPE/MF) em outubro de 2015 projeta redução real do PIB de 2,8% este ano. Esta é a grade de parâmetros adotada pelo governo federal na projeção das suas receitas", afirma o texto divulgado pelo governo.

O governo oficializou, na tarde desta terça-feira (27), que deve fechar o ano com rombo de R$ 51,8 bilhões. A situação pode ser ainda pior se o governo não conseguir arrecadar R$ 11,1 bilhões com o leilão de 29 usinas hidrelétricas programado para o próximo mês. A previsão anteriormente divulgada era de conseguir economizar R$ 5,8 bilhões.

Outras previsões

O Banco Central estima que a economia brasileira irá encolher 2,7% e que a inflação chegará a 9,5% neste ano, segundo dados do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado há pouco mais de um mês.

Analistas do mercado financeiro consultados pelo BC falam em queda de 3,02% do PIB, segundo o último Boletim Focus.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que o Brasil encolha 3% neste ano e 1% no ano que vem. Já a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) "concorda" com o governo brasileiro: espera queda de 2,8%.
Herculano
27/10/2015 22:00
N?" ELÉTRICO: MAIS DE 200 AÇÕES JUDICIAIS TRAVAM MERCADO DE ENERGIA, por Vera Magalhães, no Radar, de Veja

Os diversos problemas enfrentados por empresas elétricas estão resultando numa judicialização recorde no setor. Já são mais de 200 ações judiciais que tramitam com assuntos relativos ao tema, segundo levantamento realizado por juristas e agentes e que será debatido no simpósio jurídico da Associação Brasileira das Companhias de Energia Elétrica (ABCE), que ocorre amanhã e quinta-feira, em São Paulo.

Do total, a metade, ou 101 ações, dizem respeito à questão do déficit de geração hídrica, diferença entre a garantia física das hidrelétricas e aquela que é efetivamente gerada. As geradoras argumentam que essa diferença, que chegou a casa dos 20% neste ano, não se deve apenas à seca, mas sim a uma mudança na pilotagem do sistema pelo governo, com privilégio às termelétricas de custo muito elevado para evitar o racionamento.

Elas conseguiram liminares para limitar essas perdas, o que tem travado o mercado de energia. Na última liquidação desse mercado, a inadimplência chegou a 60% e 2,4 bilhões de reais em contratos estão em aberto. O governo tenta um acordo, mas até o momento, sem sucesso.
Herculano
27/10/2015 21:57
LULA QUIS VESTIR DILMA ROUSSEFF COM A FANTASIA DE BABÁ DOS POBRES. O DINHEIRO DAS PEDALADAS MOSTROU QUE A PRESIDENTE CONTINUA NO PAPEL DE MÃE DOS RICOS, por Augusto Nunes, de Veja.

Há duas semanas, na discurseira para a plateia amestrada presente à reunião do Movimento dos Pequenos Agricultores em São Bernardo, Lula tentou justificar as pedaladas criminosas de Dilma Rousseff atribuindo a delinquência ao amor aos pobres:

"Uma coisa, Patrus, que vocês têm que dizer é que talvez a Dilma, em algum momento, tenha deixado de repassar dinheiro do Orçamento para a Caixa ou não sei pra quem, por conta de algumas coisas que ela tinha que pagar e não tinha dinheiro", mentiu. "E quais eram as coisas que a Dilma tinha que pagar? Ela fez as pedaladas para pagar o Bolsa Família. Ela fez as pedaladas para pagar o Minha Casa, Minha Vida".

A safadeza foi desmontada nesta segunda-feira por uma reportagem publicada na Folha de S. Paulo. De acordo com os dados enviados ao jornal pelo BNDES e pelo Banco do Brasil, a maior parte dos R$ 40 bilhões utilizados irregularmente pelo governo Dilma não foi desviada para servirem para o Bolsa Família e outros programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida. Saíram pelo ralo do financiamento subsidiado para empresas e produtores rurais de médio e grande porte.

No mesmo dia em que Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão na empresa LFT Marketing Esportivo, que pertence a Luís Claudio Lula da Silva, filho de Lula, sob a acusação de fraude e tráfico de influência, mais uma tapeação de Lula e Dilma Rousseff foi por água abaixo. Lula até tentou vestir Dilma Rousseff com a fantasia de babá dos pobres. O destino do dinheiro das pedaladas mostrou mais uma vez que a presidente continua caprichando no papel de mãe dos ricos.
Independente
27/10/2015 18:32
Que falta de criatividade ou semelhança.
falo a eleição do PMDB que usaram a musica di pt na eleição anterior. E o que mostra a postagem no face p simpatizantes da mazela.

Sao muito iguais

cacalgads
Almir ILHOTA
27/10/2015 17:46
Brincar em serviço, bem colocado, essa gestão somente esta brincando com nosso povo, calçadão central, já ficou pronto? depois de quase três anos, você esqueceu de citar o calçamento da rua do campo, a reforma da unidade central, a do bau central, a unidade de saúde das minas, a creche da pedra, o asfaltamento da angelo três, a galeria da angelo três, o asfaltamento da Leoberto leal, modesto vargas e por ai afora, sem contar é claro na ponte. obras que nosso ex prefeito deixou conveniada, licitada e contratada, e mesmo assim se passaram três anos e agora é que vocês estão terminando apenas o calçadão central, então como você mesmo citou que era obra do ex prefeito como todas as outras não são? Caro ILHOTA querida vocês teriam que ficar 30 anos no poder para conseguir realizar parte do que o governo do PMDB fez? mas como você mesmo falou seu prefeito não brinca em serviço. porque ele não trabalha..
Herculano
27/10/2015 17:15
O DESGOVERNO DO PT, PMDB, PSD, PP, PDT, PCdoB, PTB, PR, PRB E OUTROS OFICIALIZA O DEFICIT DE R$ 51,8 bilhões NAS CONTAS DE 2015 SEM AS PEDALADAS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Por Valdo Cruz, Isabel Versani e Dimmi Amora, da sucursal de Basília

O governo oficializou nesta terça-feira (27) que abandonou sua meta de fechar 2015 com superavit de R$ 5,8 bilhões e informou ao Congresso que sua nova previsão é encerrar o ano com um deficit primário de R$ 51,8 bilhões nas contas da União, o equivalente a 0,9% do PIB.

Este rombo primário, despesas menos receitas, sem pagamentos de juros, pode ser ainda maior, caso o governo não consiga arrecadar R$ 11,1 bilhões com o leilão de 29 usinas hidrelétricas programado para o próximo mês.

Conforme a Folha antecipou, o governo já adiou o leilão do dia 6 de novembro para o final do mês que vem atendendo pedidos do setor, que alega falta de segurança jurídica enquanto uma medida provisória sobre o assunto não for aprovada no Congresso.

Ou seja, sem estes recursos da licitação das usinas, o deficit do governo central pode chegar a R$ 62,9 bilhões, equivalente a 1,09% do PIB.

"A meta pode ser modificada dependendo do que vier a ser incorporado para o pagamento ainda este ano", afirmou o relator da proposta de mudança da meta fiscal do Orçamento de 2015, deputado Hugo Leal (PROS-RJ), ao deixar o Ministério do Planejamento, onde esteve reunido com o ministro Nelson Barbosa.

A projeção de deficit não inclui ainda o pagamento das "pedaladas", dívidas que o governo tem com os bancos estatais. A quitação dessas dívidas só entrará na programação orçamentária depois que o Tribunal de Contas da União se pronunciar sobre o formato do pagamento.

Inicialmente, o governo avaliava mandar uma meta de deficit, que será o segundo consecutivo, sem contar com os recursos do leilão, mas mudou de ideia.

Agora, o governo correrá contra o tempo para garantir a realização do leilão ainda em novembro, com o qual espera arrecadar neste ano os R$ 11 bilhões. No mercado, porém, não há segurança de que todos os lotes serão vendidos, o que pode gerar menos receita do que o esperado.

O governo decidiu refazer suas contas e prever um deficit de R$ 51,8 bilhões por causa de uma frustração de receita para este ano da ordem de R$ 61,4 bilhões. Em termos líquidos, esta perda de receita atinge R$ 57,6 bilhões.

Para todo o setor público, incluindo Estados e municípios, o rombo previsto para 2015 é de R$ 48,9 bilhões, equivalente a 0,85% do PIB ?"a equipe econômica prevê que governadores e prefeitos vão conseguir fechar o ano com um superavit de R$ 2,9 bilhões
Amarildo Silva
27/10/2015 15:32
CONVENÇÃO DO PMDB

Pelos ataques percebesse que se tratam de manifestações de militantes de outros partidos, é normal isso, preocupa a todos a união e força do PMDB.

Todos sabem que convenções servem para isso, para mexer com a militância e lançar pré-candidatos.

Na verdade, as vezes isso pode preocupar aqueles que são eleitos presidentes de partidos sem eleições, que acabam eleitos em sessões secretas sem a participação popular.

O PMDB é único partido de Gaspar que faz reuniões mensais abertas a todos, já outros partidos quando fazem, ocorre de forma limitada e secreta.

Por fim, saibam que a mudança já começou!

Herculano obrigado e parabéns pela conduta.

VIVAO15
Herculano
27/10/2015 14:34
PESQUISA DA CNT DÁ VANTAGEM A AÉCIO NEVES, PSDB, MAS MOSTRA QUE APESAR DE TODOS OS ESCÂNDALOS, DESEMPREGO E INFLAÇÃO ALTA, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA,PT, ESTÁ VIVO, AINDA MAIS SE SE CONSIDERAR A HABILIDADE PARA A MENTIRA E O MARKETING COM OS ANALFABETOS, IGNORANTES E DEFINFORMADOS

Parte 1

A 129ª Pesquisa CNT/MDA, realizada de 20 a 24 de outubro de 2015 e divulgada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), mostra a avaliação dos índices de popularidade do governo e pessoal da presidente Dilma Rousseff.

Aborda, também, a expectativa da população sobre emprego, renda, saúde, educação e segurança pública. Os entrevistados foram questionados sobre crise econômica, Operação Lava Jato e outros assuntos.

Foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 136 municípios de 24 Unidades Federativas, das cinco regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais com 95% de nível de confiança.

Avaliação de governo e desempenho pessoal da presidente

Federal: A avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff é positiva para 8,8% dos entrevistados, contra 70,0% de avaliação negativa. A aprovação do desempenho pessoal da presidente atinge 15,9% contra 80,7% de desaprovação.

Estadual: 2,4% avaliam o governador de seu Estado como ótimo. 17,3% como bom, 43,1% como regular, 11,8% como ruim e 20,4% como péssimo.

Municipal: 4,5% avaliam o prefeito de sua cidade como ótimo. 20,0% como bom, 30,1% como regular, 13,0% como ruim e 30,1% como péssimo.

Expectativa (para os próximos 6 meses)

Emprego: vai melhorar: 14,4%, vai piorar: 55,0%, vai ficar igual: 28,8%

Renda mensal: vai aumentar: 13,7%, vai diminuir: 35,6%, vai ficar igual: 48,4%

Saúde: vai melhorar: 12,3%, vai piorar: 48,0%, vai ficar igual: 38,6%

Educação: vai melhorar: 14,3%, vai piorar: 40,6%, vai ficar igual: 43,7%

Segurança pública: vai melhorar: 12,0%, vai piorar: 49,8%, vai ficar igual: 37,0%
Herculano53@hotmail.com
27/10/2015 14:34
PESQUISA DA CNT DÁ VANTAGEM A AÉCIO NEVES, PSDB, MAS MOSTRA QUE APESAR DE TODOS OS ESCÂNDALOS, DESEMPREGO E INFLAÇÃO ALTA, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA,PT, ESTÁ VIVO, AINDA MAIS SE SE CONSIDERAR A HABILIDADE PARA A MENTIRA E O MARKETING COM OS ANALFABETOS, IGNORANTES E DEFINFORMADOS

Parte 2

CONJUNTURAIS

Eleições 2018

1º turno: Intenção de voto espontânea

Aécio Neves: 13,7%
Lula: 7,9%
Marina Silva: 4,7%
Dilma Rousseff: 1,8%
Geraldo Alckmin: 1,2%
José Serra: 1,1%
Jair Bolsonaro: 0,9%
Joaquim Barbosa: 0,4%
Luciana Genro: 0,2%
Branco/Nulo: 17,3%
Indecisos: 47,9%

1º turno: Intenção de voto estimulada

CENÁRIO 1: Aécio Neves 32,0%, Lula 21,6%, Marina Silva 21,3%
CENÁRIO 2: Marina Silva 27,8%, Lula 23,1%, Geraldo Alckmin 19,9%
CENÁRIO 3: Marina Silva 27,9%, Lula 23,5%, José Serra 19,6%

2º turno: Intenção de voto estimulada

CENÁRIO 1: Aécio Neves 45,9%, Lula 28,3%
CENÁRIO 2: Geraldo Alckmin 36,4%, Lula 30,2%
CENÁRIO 3: José Serra 35,2%, Lula, 30,9%
CENÁRIO 4: Aécio Neves 37,7%, Marina Silva, 32,9%
CENÁRIO 5: Marina Silva 39,7%, Geraldo Alckmin 25,9%
CENÁRIO 6: Marina Silva 39,6%, José Serra 26,8%

Pedaladas fiscais

52,6% têm acompanhado ou ouviram falar sobre o julgamento das contas do Governo Federal feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Desses, 61,3% consideram que o parecer pela rejeição das contas é motivo para realização de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Ainda em relação aos que estão acompanhando ou ouviram falar, 56,1% acreditam que o Congresso Nacional reprovará as contas.

Crise política

63,9% não têm conhecimento da reforma ministerial realizada pelo Governo Federal em outubro. Para 42,9%, a reforma era necessária. 61,9% acreditam que a reforma não é suficiente para resolver a atual crise política.

Lava Jato e corrupção

87,2% têm acompanhado ou ouviram falar das investigações no âmbito da operação Lava Jato e que envolvem a Petrobras. Nesse grupo, 69,2% consideram que a presidente Dilma é culpada pela corrupção que está sendo investigada e

68,4% acham que o ex-presidente Lula é culpado. Ainda entre os que acompanham ou ouviram falar das denúncias da Lava Jato, 64,3% não acreditam que os envolvidos em corrupção serão punidos.
Herculano
27/10/2015 14:33
PESQUISA DA CNT DÁ VANTAGEM A AÉCIO NEVES, PSDB, MAS MOSTRA QUE APESAR DE TODOS OS ESCÂNDALOS, DESEMPREGO E INFLAÇÃO ALTA, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA,PT, ESTÁ VIVO, AINDA MAIS SE SE CONSIDERAR A HABILIDADE PARA A MENTIRA E O MARKETING COM OS ANALFABETOS, IGNORANTES E DEFINFORMADOS

Parte 3

Crise econômica

80,6% consideram que a presidente Dilma não está sabendo lidar com a crise.

63,6% avaliam que em três anos ou mais será possível resolver a crise em que o país se encontra. 60,9% consideram que a crise mais grave atualmente é a econômica e 35,4% consideram que é a crise política.

86,7% não estão dispostos a pagar mais impostos para ajudar o país a sair mais rápido da crise. 63,5% possuem conta bancária. 70,5% não são a favor da volta da CPMF.

52,7% temem ficar desempregados pelo desaquecimento da economia brasileira.

84,3% conhecem alguém que ficou desempregado nos últimos seis meses.

Contas atrasadas

51,6% têm alguma dívida vencida ou a vencer. Entre eles, para 41,7% o valor é de até R$ 1.000. E para 26,6%, o valor vai de R$ 1.001 a R$ 2.000.

30,8% possuem alguma conta ou prestação em atraso. Entre eles, as mais comuns são: cartão de crédito (36,7%), luz (27,3%), crediário em loja (27,1%), água (19,0%), telefone (6,8%), veículo (6,5%), empréstimo no banco (4,7%), aluguel (4,5%), mensalidade escolar (2,8%), casa própria (2,8%), plano de saúde (1,6%), impostos (0,5%).

Refugiados

71,3% estão acompanhando a crise de refugiados no mundo. Entre eles, 66,2% acham que o Brasil deve manter as fronteiras abertas para receber refugiados.

69,4% acreditam que o Brasil deve facilitar a regularização da situação dos refugiados no país. 49,0% não concordam que imigrantes e refugiados recebam recursos do Programa Bolsa Família.
Herculano
27/10/2015 13:47
PESQUISA DA CNT DÁ VANTAGEM A AÉCIO NEVES, PSDB, MAS MOSTRA QUE APESAR DE TODOS OS ESCÂNDALOS, DESEMPREGO E INFLAÇÃO ALTA, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA,PT, ESTÁ VIVO, AINDA MAIS SE SE CONSIDERAR A HABILIDADE PARA A MENTIRA E O MARKETING COM OS ANALFABETOS, IGNORANTES E DEFINFORMADOS

Parte 4

Smartphone e comunicação

Entre as duas ferramentas que as pessoas mais utilizam para se comunicar, 74,9% citaram o telefone celular. 46,7%, WhatsApp. 18,3%, Facebook. 15,9%, ligações de telefone fixo. 5,4%, mensagem de texto. 0,7%, Skype ou Tango.

54,8% possuem telefone celular do tipo smartphone. 38,1%, celular do tipo convencional e 7,1% não possuem telefone celular.

47,7% nunca usam celular enquanto dirigem e 5,5% utilizam celular enquanto dirigem para fazer ou receber ligações. 3,2% para fazer ligações e enviar mensagens de texto. 1,6%, para enviar mensagens de texto.

60,6% utilizam o Whatsapp. Entre eles, 84,9% não são a favor da regulamentação do WhatsApp com a cobrança de impostos sobre o serviço.

Jogos olímpicos e paralímpicos

34,1% acreditam que a realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016 será boa para o país, 33,2% consideram que será ruim e 28,3% acham que não trará vantagens ou desvantagens.

74,7% acreditam que o Brasil não está preparado para receber os turistas para os jogos Olímpicos e Paralímpicos com relação a segurança.

Em relação aos aeroportos, 64,4% acreditam que o Brasil não está preparado para receber os turistas para os jogos.

Avaliação das instituições

Confiança:

Igreja: 50,8% confiam sempre e 14,6% não confiam nunca
Forças Armadas: 26,1% confiam sempre e 20,3% não confiam nunca
Imprensa: 16,1% confiam sempre e 26,1% não confiam nunca
Justiça: 14,2% confiam sempre e 27,5% não confiam nunca
Polícia: 10,7% confiam sempre e 28,6% não confiam nunca
Governo: 4,1% confiam sempre e 61,1% não confiam nunca
Congresso nacional: 3,2% confiam sempre e 55,0% não confiam nunca
Partidos políticos: 1,5% confia sempre e 76,2% não confiam nunca

Instituição que mais confia:

1º - Igreja (54,7%)
2º - Forças Armadas (17,0%)
3º - Justiça (7,6%)
4º - Polícia (5,9%)
5º - Imprensa (4,5%)
6º - Congresso Nacional (0,8%)
7º - Governo (0,8%)
8º - Partidos políticos (0,2%)

CONCLUSÃO

Os resultados da 129ª Pesquisa CNT MDA mostram claramente a percepção das pessoas em relação à gravidade das crises econômica e política do país. A avaliação de governo e a aprovação pessoal da presidente Dilma Rousseff continuam negativas.

Aumenta a preocupação com os rumos da economia, com a elevação do desemprego, com o endividamento da população e com a redução da renda mensal nos próximos meses.

A pesquisa indica que a presidente e o seu governo não estão sabendo lidar com as crises econômica e política e, em consequência, a recuperação do país será demorada.

É importante ressaltar também o crescimento de Marina Silva em todos os cenários, caso a eleição fosse hoje.
Herculano
27/10/2015 13:34
UMA FRIA

Ao Doralino.

Comentar o que? Se esta peça se tornou pública, guarde-a e a use em momento apropriado para a Justiça Eleitoral avaliá-la.

Quanto ao conteúdo, nada daquilo que já escrevi aqui e fui contestado. Mas, que irá julgar? Os eleitores.
Herculano
27/10/2015 13:31
OS LEITORES DA COLUNA JÁ SABIAM O QUE A SECRETARIA DA CÂMARA ANUNCIA AGORA COMO MODIFICAÇÃO DA PAUTA DA SESSÃO DE HOJE

4- Projeto de Lei nº 82/2014, de autoria do Executivo Municipal, que DISPÕE SOBRE O BEM ESTAR E CONTROLE POPULACIONAL ANIMAL, incluída a Mensagem Modificativa nº 01/2015 ao referido PL.

Observação: até a efetiva conclusão e envio desta Pauta aos Senhores Edis (no dia 26/10/15), nenhum Parecer anexo ao referido PL estava assinado.

Destino: Considerando o recebimento do Ofício Gab. nº 288/2015, subscrito pelo Sr. Prefeito Municipal, solicitando a retirada do Projeto de Lei nº 82/2014, nos termos regimentais, devolva-se o Projeto de Lei nº 82/2014 ao Executivo, conforme o requerido. A cópia deste ofício foi fornecida na data de ontem (26/10/2015) aos Senhores Edis e Analistas Legislativos desta Casa de Leis.
Doralino Da Silva
27/10/2015 13:08
Ao Gasparense/ Herculano.

Talvez possa ser um discurso no qual incentive a militância filiada no PMDB, mas uma coisa é certa, a partir do momento no qual se publicou o vídeo na rede social, intitula campanha, pela maneira de expor, o TOM e a soberba desta turma.

É neste sentido que quero colocar a minha questão, se impor?, gritar mais alto? Calar a imprensa?, são esses pontos que assustam, contamina muito a comunidade, até porque muitos são leigos e desconhecem muito sobre legislação, que por sinal deveriam saber muito mais do que somente lhe interessam, para eu considero campanha antecipada, não vejo por exemplo a candidata do PT fazendo isto, ela é vice prefeita, não esta fazendo campanha antecipada, logico que está hoje como vice prefeita, mas é totalmente diferente, do que a turma da caverna está fazendo, estão forçando, aposto que se fosse outros candidatos eles iriam tomar a iniciativa de impugnar suas falas. Como cidadão estou esperando mudanças, e pela atitudes não demostram mudanças, ou demostram continuidade do que está ai ou retrocesso.

Incentivar é totalmente diferente do que foi posto por exemplo naquele vídeo.

Vejo que existe sim a forçação em querer mostrar o que não é!
Herculano
27/10/2015 12:24
HIST?"RIA SEM FIM, por Vinicius Torres Freire para o jornal Folha de S. Paulo

Está perto de mergulhar no vinagre a última grande fonte de receita extraordinária prevista pelo governo para este ano, o dinheiro do leilão de hidrelétricas, que renderia neste ano uns R$ 11 bilhões.

Trata-se de 29 hidrelétricas que voltaram para o governo, depois de esgotado seu prazo de concessão. Seriam leiloadas no início de novembro. Agora, se tudo der certo, fica para o final do mês que vem. Se o Congresso aprovar algumas normas que indiretamente influenciam o leilão; se o clima financeiro não estiver em tumulto.

Sem esse dinheiro, a conta do deficit primário de 2015, até ontem de tarde, ficaria entre 0,9% do PIB e 1% do PIB, entre R$ 50 bilhões e R$ 58 bilhões. Somado a despesa de juros, que dá o deficit nominal, o buraco deve chegar a 9,5% do PIB neste ano.

Se não é homérico, o rombo é similar àquele do início do desastre da Grécia (não, não somos a Grécia. Trata-se apenas de uma medida do tamanho do nosso triste vexame).

Os economistas do governo, porém, desse limão querem fazer uma salada em 2016. Como esse dinheiro extra não vai entrar neste ano, o plano é engordar o resultado fiscal do ano que vem. Isto é, além de cumprir a meta de superavit prevista para 2016, ora em 0,7% do PIB, o governo somaria ainda a receita extraordinária frustrada neste ano, o que daria quase 0,6% do PIB.

Nessa contra entrariam as receitas talvez postergadas do leilão de hidrelétricas, de repatriação de dinheiro malandro que foi para o exterior, de renegociação de dívidas fiscais e de concessões de estradas, que também ficaram para as calendas.

Pode ser uma boa ideia.

Pode dar tudo errado. Até agora, não há garantia alguma de que o governo vai conseguir os recursos que previu para o Orçamento de 2016, aqueles que listou no segundo pacote fiscal do governo Dilma 2. Isto é, o plano de conseguir o dinheiro da CPMF, de se apropriar de parte do dinheiro do sistema "S" (Sesc, Sesi etc.) e de confiscar quase tudo das emendas parlamentares. Sem isso, se vão uns dois terços do pacote fiscal. Sem isso, não haverá superavit (se nada mais der errado).

Enfim, mesmo o deficit primário de 2015 pode ser maior, talvez até 0,6% do PIB maior (uns R$ 40 bilhões). Tudo depende de quanto e como o governo vai pagar as despesas que pendurou no ano passado, de modo malandro, inepto ou francamente ilegal, as chamadas "pedaladas". Como se vai arranjar tal coisa ainda depende de conversas com o TCU.

Provavelmente, o governo vai mandar para o Congresso uma revisão de Orçamento sem essa decisão, não se sabe bem como, deixando um "branco a preencher", assim que se chegar a um acordo sobre as pedaladas. Se tiver de pagar todas as pedaladas, as penduras de anos anteriores, o deficit primário aumenta para uns 1,6% do PIB.

O Brasil de meados da década passada chegou a ter deficit nominal desse tamanho (quer dizer, tínhamos uma situação muitíssimo melhor). Pareceu possível chegar a um deficit nominal zero, o que seria exótico e quase revolucionário no Brasil. Foi então que Dilma Rousseff, então ministra, começou a detonar as finanças públicas, contribuindo para derrubar a projeto inédito de equilibrar as contas do governo.
Herculano
27/10/2015 12:11
UMA ELITE MEDÍOCRE, por Rodrigo Constantino, para o jornal O Globo

Parte 1

Um ano. Lembro-me como se fosse ontem. Dia 26 de outubro de 2014, um clima de esperança, a contagem dos votos avançada e muitos dando como certa a derrota de Dilma. Finalmente, o país acordava. Como foi possível manter uma gente tão populista, cínica, incompetente e corrupta no poder por tanto tempo? Mas isso agora chegaria ao fim, e uma nova fase de ajustes teria começo. A decepção foi diretamente proporcional à esperança.

O sentimento era de incredulidade: então a maioria dos eleitores quer mesmo mais dessa porcaria? Então o abuso da máquina estatal ficará impune? Então o maior estelionato eleitoral da história seria recompensado? Aquela campanha sórdida, baixa, a compra escancarada de votos, tudo isso seria tolerado por nossa democracia? Que país era aquele, que insistia num erro tão evidente?

Os esquerdistas celebraram: os "reacionários" tinham perdido para aqueles que se importam com os mais pobres. Como essa narrativa tão idiota podia brotar da boca de gente até com mestrado? Os professores, com broches do PT, tentavam fazer lavagem cerebral nas crianças com o mesmo discurso ridículo.

O PT tinha conseguido segregar o povo com base no "nós contra eles" com um monte de gente acreditando que eram almas sensíveis e preocupadas com os mais pobres só por terem digitado 13 nas urnas. O ambiente intelectual estava muito pobre. Tem jeito um país desses, com uma elite tão medíocre? A dúvida era grande, mas havia uma certeza: eu precisava sair para respirar melhor.

Ali mesmo, naquele fatídico 26 de outubro, a decisão foi tomada. Não só o Brasil vai mergulhar numa grave crise econômica, disse, como essa reeleição demonstra toda a podridão de nossos valores morais, de nossas instituições. Que povo é esse que caiu nessa ladainha toda, e que elite é essa que foi negligente, cúmplice? Preciso passar uma temporada com o Tio Sam, pensei.

A esquerda caviar "adora" o socialismo, mas do conforto do capitalismo. Nossos artistas engajados defendem o PT, a Venezuela e até a ditadura cubana, mas não saem do Leblon ou de Paris. Nós, os "coxinhas" também preferimos o capitalismo, mas não somos hipócritas. E quando é hora de "votar com os pés" isso fica claro. Você nunca verá um desses ricos artistas escolhendo viver em Cuba. Mas a direita é coerente com seu discurso, e prefere migrar para países mais capitalistas.
Heculano
27/10/2015 12:11
UMA ELITE MEDÍOCRE, por Rodrigo Constantino, para o jornal O Globo

Parte 2

Neles, em vez de as crianças aprenderem sobre o "herói" Che Guevara, um porco assassino, estudam a vida de gente como Thomas Jefferson, um dos "pais fundadores" da nação mais livre e próspera que o mundo já teve. O direito básico de ir e vir não é uma enorme aventura arriscada como nas ruas do Rio, com assaltos constantes e marginais ousados tratados como "vítimas da sociedade" pela esquerda. Ruas limpas, leis que são respeitadas, praias sem arrastão: que "horror" esse malvado capitalismo!

"Pode ser bom para os ricos, mas quero ver como vivem os pobres" poderia dizer um típico petista. É mesmo? A faxineira nos Estados Unidos dirige um carro de luxo para padrões brasileiros. O jardineiro idem. E o lixeiro recolhe o lixo num caminhão com ar condicionado, sozinho, pois basta apertar um botão que a máquina faz o resto. O xerife não vive na favela, perto dos bandidos, mas é seu vizinho, em casas decentes.

O trabalhador humilde vive com dignidade,ao contrário do que acontece no Brasil, onde sofre por horas no transporte público caótico, morre nas filas dos hospitais públicos, é vítima de bandidos o tempo todo e precisa colocar seus filhos numa escola inspirada no comunista Paulo Freire, em que só tem doutrinação ideológica. Mas os "intelectuais" de esquerda enaltecem o socialismo, que só produziu miséria e escravidão no mundo todo!

O Brasil cansa. É muita ignorância, uma mentalidade totalmente distorcida, um ódio irracional ao capitalismo e uma idolatria absurda ao Estado. As pessoas parecem incapazes de aprender com a história. E não pense que falo do "povão"; a culpa principal é da elite mesmo, uma elite míope, oportunista e sem escrúpulos. Quem ajudou a colocar o PT no poder? A elite. Professores, funcionários públicos, "intelectuais" artistas, banqueiros! O Brasil tem salvação? Talvez. Mas só quando essa elite mudar.

Enquanto isso, a luta daqueles que desejam viver num país com mais liberdade e prosperidade será árdua. Eles não precisam enfrentar apenas a barreira da ignorância em geral; precisam romper os grilhões ideológicos, enraizados naqueles que são formadores de opinião. Ou melhor, deformadores de opinião. Haja esperança!
Cidadão Gasparence
27/10/2015 11:48
Doralino, pode não ser crime eleitoral, mas é uma afronta a mudança que hoje é primordial. Fazer um vídeo e mostrar para a comunidade o discurso do postulante é aprovável, o TOM e a soberba é que assusta. E isso mostra quanto está consolidado a maneira de impor as coisas, gritar mais alto, fazer a sociedade achar e está tudo perfeito, que o grupo é inabalável, unido e que estão com a vitória na mão.
Essa é a maneira "humilde de ser" do PMDB e do PT de fazer campanha e governar.

Herculano
27/10/2015 11:45
O FIADOR DA ESTABILIDADE, por José Casado para o jornal O Globo

Semana passada, a cada 48 horas o STF recebeu nova evidência criminal contra o presidente da Câmara. Apuram-se crimes continuados, que justificariam até pedido de prisão


Na semana passada, a cada 48 horas a Procuradoria-Geral da República registrou no Supremo Tribunal Federal uma nova documentação acusando o presidente da Câmara dos Deputados de crimes de suborno e lavagem de dinheiro em contratos da Petrobras.

Os documentos combinam confissões de ex-funcionários da estatal e intermediários de empresas privadas com o resultado dos mais recentes rastreamentos de bens, direitos e valores dos quais o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e familiares seriam beneficiários e, supostamente, escondiam no exterior.

Na quinta-feira, o juiz Teori Zavascki decretou sigilo sobre as novas peças (protocoladas no STF como apensos 4, 5 e 6 aos volumes 9 e 10 do Inquérito nº 3.983). Mencionou especificamente os depoimentos.

Quem teve acesso impressionou-se: a movimentação descoberta ultrapassa muito o valor (US$ 10 milhões) já identificado em contas nos bancos Julius Bär, Merrill Lynch e BSI, de Genebra, onde Cunha aparece como beneficiário.

Foi o banco Julius Bär quem o delatou à Justiça da Suíça. No último 17 de abril, em Berna, o procurador federal Stefan Lenz denunciou Cunha por suborno e lavagem de dinheiro, crimes para os quais a legislação local prevê um mínimo de três anos de prisão em regime fechado (artigos 305 e 322 do Código Penal suíço).

Cinco meses depois, em 28 de setembro, a Suíça comunicou o encerramento da investigação e a transferência do caso ao Brasil. O procurador Lenz indicou que "foram detectados vários pagamentos e transferências de títulos" a partir do Merrill Lynch International, nos Estados Unidos.

Lenz escreveu a Brasília: "A procuradoria federal não conseguiu esclarecer a origem exata destes demais ativos e o fundo econômico destas transações. Mesmo assim, com base nas constatações e em razão destes recebimentos (de dinheiro), incompatíveis com a função de Cunha como presidente da Câmara dos Deputados, existe uma suspeita inicial suficiente de que, também em relação a estas transações efetuadas para Cunha, trata-se de produto de crimes."

Duas semanas atrás, na sexta-feira 9 de outubro, procuradores do Brasil e dos EUA decidiram tornar mais fluida a cooperação. Patrick Stokes, do Departamento de Justiça, coletou evidências locais contra a Petrobras, seus fornecedores privados e pessoas físicas suspeitas de crimes contra a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior. Essa legislação (FCPA, na sigla em inglês) tem alcance extraterritorial e prevê penas de até 20 anos de prisão, confisco e banimento de empresas do mercado americano.

No Supremo, prevê-se para dezembro a decisão do juiz Teori Zavascki sobre a denúncia contra o presidente da Câmara. A atual movimentação no inquérito sugere apuração de possíveis crimes continuados, o que poderia justificar até pedido de prisão.

Em teoria, esse seria o limite do Supremo. Sem sentença judicial definitiva, a Câmara tem exclusividade constitucional em decisão sobre mandato, permanência no comando da Casa e até sobre o seguimento do processo.

O Legislativo possui uma centena e meia de parlamentares sob suspeita em inquéritos no Supremo. O Executivo atolou-se em cumplicidades. Sobrou para o Judiciário o papel de fiador da estabilidade das instituições.
Herculano
27/10/2015 11:42
FILHO DA POLÍTICA, por Jânio de Freitas para o jornal Folha de S. Paulo

A busca feita pela Polícia Federal na empresa de Luis Cláudio Lula da Silva é a chegada a um objetivo longamente perseguido por adversários extremados do ex-presidente e mesmo por numerosa corrente de delegados da PF: os Lula da Silva sob investigações criminais. Se com motivação justificada ou não, toda informação por ora é precária, apesar da autorização judicial para a busca.

Qualquer que seja a resposta futura, uma certeza ficou estabelecida desde a chegada da PF, às 6 horas da manhã, à LFT Marketing Esportivo: a par do seu formalismo apenas policial/judicial, é um fato político. Importante. Além dos reflexos imediatos que possa gerar, tem propensão a projetar efeitos sobre o futuro da política brasileira. (Concordo com você: se há uma coisa que parece não ter futuro no Brasil, é a política. Mas terá que inventar algum.)

Fala-se muito na candidatura de Lula em 2018. Indício confiável, nesse sentido, nenhum. Agora, porém, dá-se o tipo do fato que empurra para definições os temperamentos, pessoais e políticos, como o de Lula: o explosivo contido à força, na sua percepção real ou elaborada de injustiças, e mágoas, e gana de dar sua resposta aos fatos devedores.

Caso não se mostre justificado o capítulo que a Polícia Federal iniciou com a operação na empresa de Luis Cláudio, a consequência mais provável é que Lula se lance à reconquista do poder. Com a determinação de quem vê uma só reparação à altura, vital mesmo. A realidade brasileira já está semeada para uma tal disposição.

A hipótese contrária, de implicação de Luis Cláudio com condutas criminais comprováveis, não teria efeito menos forte, embora oposto. Não é provável que sobrasse a Lula detrminação para ter ainda um papel de relevo na política. E o PT sem Lula? Campo aberto para a ascensão dos seus adversários de sempre, depois de se devorarem no esforço comum de ver se algum deles adquire trejeitos de líder político.

Há o que apreciar, portanto. Mas não só dos atores citados. Os silenciados são, talvez, ainda mais interessantes. E a operação na empresa de Luis Claúdio abriu uma fresta na cortina que os protege.

A PF lá esteve como parte das investigações que se desenvolvem (?) em torno do poderoso sistema de corrupção há anos e anos vigente no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - Carf, a instância em que se decidem as pendências entre grandes devedores de impostos e a Receita Federal. Por motivos que dispensam referência, essas investigações não produzem em agentes e responsáveis a ânsia de vazamentos já conhecida. E o pouco que vaza pende muito mais para as gavetas do que para a divulgação. Parte da mesma operação, a busca na empresa de Luis Cláudio Lula da Silva pende, porém, para as impressoras, a tv, o rádio e a internet.

As investigações no Carf, chamadas de Operação Zelotes, tanto têm se ocupado de condutas de má-fé, como de questões polêmicas em que o apontado devedor ou não o é, ou é sem intenção. Há grandes meios de comunicação nas três situações. No seu caso, procedem todos para evitar noticiário escandaloso, comprometedor e talvez injusto. Poderiam fazer disso tanto um mea culpa, como um aprendizado, tardio embora.
Ilhota Querida
27/10/2015 11:28
Vale lembrar que a INdefesa Civil na gestão passada, a gestão do Almir Ilhota e do Cabeça de Bagre, era o Ratão e o Paulo Drun. A população lembra bem deles... muito competentes hahaha
Ilhota Querida
27/10/2015 11:25
Almir Ilhota e Papa Cabeça de Bagre corneteiros de plantão!!! Não tem o que falar e ficam achando coisas sem pé nem cabeça. Na verdade estão desesperados, já que a Ponte CORRE O SERIO RISCO DE SAIR!!! Já viram que o atual prefeito não brinca em serviço, pois praticamente já terminou o Calcadao Central, que a gestão passada começou e levou 8 meses para fazer menos de 10% (dez por cento), e a gestão atual praticamente terminou em menos de 3 meses hahaha o DESESPERO mexe com a cabeça das pessoas...
Herculano
27/10/2015 10:37
Ao Doralino

1. Quem deve julgar isso, ´um juiz. E há controvérsias nos julgados
2. Mas, a minha opinião pessoal é de que o evento foi partidário, restrito e muito longe do evento eleições, com todas as suas restrições legais.
3. Isto faz parte do jogo, antes dele ser jogado. Anima os próprios partidários e é bom, mas não contamina a comunidade.
Papa Bagre
27/10/2015 10:31
Quanto vejo este moço, vejo que joguei meu voto fora. E tenho certeza que este não é só o meu sentimento. Ilhota esta uma M...a.
Almir ILHOTA
27/10/2015 10:12
Amigo Herculano, a ausência de uma pessoa na foto que você postou do quartel general onde se instalou a indefesa civil de nossa cidade, com ações que nos protegeram e muito das cheias. nos chamou a atenção: a ausência da TATIANA ¨bocuda¨REICHART, sim exatamente ela expert em desastre natural, que quando era oposição cobrava melhoras, obras e ações para os seus BAUS, e agora o que vimos é um monte de palerma reunido, discutindo sabe-se lá o que? Porque a senhora TATIANA não realiza as ações que cobrava anteriormente, já que foi secretaria da defesa civil e agora é da administração? Fácil responder, incompetência. Pelo que temos conhecimento nosso alcaide nem se quer molhou seus nobres pés, pois não o vimos em lugar algum, também esperar o que de alguém que foi criado em berço de ouro, como dizem na gíria filhinho de papai e de mamãe.

Doralino Da Silva
27/10/2015 09:01
Bom dia a todos os Leitores.

Minha duvida ao Herculano, você pode me ajudar a responder?

Vejo que hoje o cenário da politica eleitoral municipal, está fechando em 4 candidatos, dos 4 candidatos, vejo dois com força para chegar, que é Marcelo e Andreia, minha opinião, mas a questão é outra, sobre os 4 candidatos somente um está fazendo campanha antecipada, por lei não pode! É o candidato do PMDB, Kleber, na convenção municipal do PMDB que aconteceu neste final de semana, foi explicito, o boneco de posto Roberto Pereira, passou a palavra ao pré candidato, com a seguinte frase, Como presidente do PMDB meu primeiro a fazer é passar a palavra para o futuro prefeito!, logo visto que o camarada é candidato nem eleito foi, e talvez não será, dar como vencida a eleição é o maior erro, até porque cantar vitoria antes do tempo é constrangedor o resultado quando não o esperamos!. O que eu quero dizer é que nas redes sociais, nos espaços da mídia, eles venham fazendo campanha ( com todo direito ), mas não podem se colocar como candidato ou ja eleito, nem passaram os dias das convenções para prefeito, nem estamos em eleição!, ou estamos? Minha pergunta é, Arnaldo isso pode? Famosa pergunta do Galvão Bueno!

https://www.tre-sc.jus.br/site/resenha-eleitoral/edicoes-impressas/integra/2012/06/a-propaganda-eleitoral-antecipada-de-acordo-com-a-lei-n-120342009/index8cc6.html?no_cache=1&cHash=4a631738c334592f8d3a131e99905214


Esse é o link no qual os dissimulados devem ter atenção.

Um pequeno trecho

Entende-se como ato de propaganda eleitoral aquele que leva ao conhecimento geral, ainda que de forma dissimulada, a candidatura, mesmo que apenas postulada, a ação política que se pretende desenvolver ou razões que induzam a concluir que o beneficiário é o mais apto ao exercício de função pública. Sem tais características, poderá haver mera promoção pessoal ?" apta, em determinadas circunstâncias a configurar abuso de poder econômico ?" mas na propaganda eleitoral (Respe n. 16.183/MG, de 17.2.2000, Rel. Min. Eduardo Alckmin, DJ de 31.3.2000).

Acredito que vale também aos postulantes candidatos a vereadores, já vi nesta pagina, muita gente se colocando e fazendo campanha, isto é errado, se não sabia desta lei, está sabendo agora!. Herculano, estou errado?
Ilhota Querida
27/10/2015 08:47
Caro Herculano,
O dinheiro foi repassado essa semana para a conta do Estado e voce ja esta cobrando a obra? Na materia esta bem claro, 30 dias. Vespera de eleição? Seria vespera de eleição se essas materias começassem a ser divulgadas em abril, agosto de 2016, assim como fizeram em 2012. Fora isso não se encaixa em vespera meu caro.
Herculano
27/10/2015 08:21
OPERAÇÃO ZELOTES - AGORA CARVALHO DIZ QUE LOBISTA QUE PAGOU R$ 2,4 MILHÕES A FILHO DE LULA É AMIGO DE EX-PRESIDENTE DESDE QUANDO ESTE ERA SNDICALISTA, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Parte 1

Quem costumava ?" e costuma ainda ?" degolar as pessoa e só depois procurar saber se culpadas ou inocentes são os petistas. Eu não! Sempre acreditei no direito de defesa. Mas sou atento. Sobretudo àquelas informações que vão chegando aos poucos, por camadas. E os petistas e seus apadrinhados e amigos são mestres nisso.

Como vocês sabem, a Polícia Federal deflagrou nesta segunda a quarta fase da Operação Zelotes, que investiga fraudes em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado à Receita Federal e, pois, ao Ministério da Fazenda. Em comunicado, a PF informou que 33 mandados judiciais foram cumpridos, sendo seis de prisão preventiva, nove de condução coercitiva e dezoito de busca e apreensão. Entre os escritórios alvos da busca, estava o de Luiz Cláudio da Silva, um dos filhos de Lula e dono da empresa LFT Marketing Esportivo.

Peço licença agora para falar só um pouquinho da outra operação: a Lava Jato. Já retomo o fio. Peguem o caso do pecuarista José Carlos Bumlai, que, segundo Fernando Baiano, levou Lula para fazer lobby em favor da OSX, de Eike Batista, ao preço de R$ 2 milhões, que teriam ido para uma nora do ex-presidente. Primeira reação de todos: ninguém sabia ou se lembrava de nada.

Segunda reação: a) Bumlai admite que trabalhou com Baiano; b) reconhece que mobilizou Lula; c) diz que o petista participou ao menos de uma reunião; d) afirma que, de fato, Baiano lhe pagou um dinheiro, mas apenas R$ 1,5 milhão, não R$ 2 milhões, mas a título de empréstimo. E, claro!, conhece as quatro noras de Lula, mas não deu dinheiro a nenhuma.

No caso da Operação Zelotes, repete-se o mesmo procedimento. Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência na gestão Lula, foi intimado a prestar depoimento, nesta segunda, sobre a sua possível atuação em favor de um lobby para aprovar uma Medida Provisória que beneficiava o setor automobilístico. Seu principal contato com a operação seria Mauro Marcondes, do escritório Marcondes & Mautoni.
Herculano
27/10/2015 08:21
OPERAÇÃO ZELOTES - AGORA CARVALHO DIZ QUE LOBISTA QUE PAGOU R$ 2,4 MILHÕES A FILHO DE LULA É AMIGO DE EX-PRESIDENTE DESDE QUANDO ESTE ERA SNDICALISTA, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Parte 2

Relatório da PF é muito incisivo sobre Carvalho. Está lá:

"Constatamos que as relações mantidas entre a empresa do lobista Mauro Marcondes e o Gilberto Carvalho são deveras estreitas. Os documentos que seguem abaixo fortalecem a hipótese da 'compra' da medida provisória para beneficiamento do setor automotivo utilizando-se do ministro que ocupava a 'antessala' do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, responsável direto pela edição de medidas provisórias".

Atenção: o Marcondes & Mautoni é o mesmo escritório que encomendou, por imodestos R$ 2,4 milhões, um trabalho à empresa de Luiz Cláudio, um dos filhotes de Lula. O que os lobistas queriam com o marqueteiro dos esportes? Só Deus sabe! Por isso a sua empresa foi alvo de busca e apreensão.

Eis que Gilberto Carvalho revela ao Estadão que Mauro Marcondes, um dos sócios da empresa de lobby, é amigo pessoal de Lula desde os tempos em que o líder petista era sindicalista em São Bernardo. E sabem o que Carvalho diz ainda? Que Marcondes pode ter usado o nome do chefão sem o conhecimento deste. Ah, bom!

Notem: quando ficou evidente que Baiano havia denunciado a atuação de Bumlai em favor da OSX, o que disse o ex-presidente? Que seu outro amigão pode ter usado o seu nome sem sua autorização. Eis Lula! Desde o mensalão é assim, não é? Quem o conhece bem assegura que é desde muito antes. Ele acaba como o beneficiário último de determinados procedimentos nada republicanos, mas nunca sabe de nada, coitado! De traição em traição, tornou-se o homem mais poderoso do Brasil.

Uma informação adicional que é mesmo do balacobaco: segundo Carvalho, Lula conheceu Marcondes quando era sindicalista, e o outro, diretor da Volkswagen. Esse Lula é mesmo um danado! Era o sindicalista enfezado, que subia em palanque e deitava falação, que radicalizada a luta, mas, ora vejam!, fazia, enquanto isso, amizades com os diretores das empresas contra as quais ele lutava.

Este senhor sempre teve, realmente, um entendimento muito particular da luta de classes. Também esta, a tal luta, sempre resultou em consideráveis benefícios pessoais e políticos para o nosso Demiurgo.

Não pensem que Gilberto Carvalho deixou escapar que Lula era amigo do lobista desde São Bernardo. Nada disso! Carvalho é a sombra e o principal braço operativo do Poderoso Chefão. Isso é meticulosamente combinado. Se necessário, dirão que a relação de amizade também justifica a forcinha que o tal lobista deu ao filho do ex-presidente.

O senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), presidente da CPI do Carf, afirmou que pretende convocar Luiz Cláudio para depor. É o mínimo. Só para lembrar: a Operação Zelotes investiga fraudes que podem chegar a R$ 19 bilhões. Não pensem que chegamos por nada ao fundo do poço.
Herculano
27/10/2015 08:18
O QUE DÉCIO NERI DE LIMA VEIO FAZER EM GASPAR?

O que o deputado Federal Décio Neri de Lima, PT, veio fazer ontem a Gaspar, não foi certamente anunciar a liberação da verba de R$14,7 milhões para a ponte do Vale. É assunto velho, muito velho, de responsabilidade dele, não cumprida com Gaspar, e ele deve ter a certeza agora desta liberação, pois não viria passar mais uma vez o recibo de mentiroso para a cidade, já escaldada com este assunto.

O que Décio veio fazer aqui, além de aparecer na imprensa para anular a visita do companheiro Pedro Uczai, de Chapecó, que ofereceu verba nova e para o Hospital, foi - numa conversa direta - tentar encontrar saídas para a sucessão de Gaspar. Na verdade, Décio, dono da administração petista de Gaspar, liderada por Pedro Celso Zuchi, PT, está preocupadíssimo. Tudo mudou, e de repente

O quadro que se desenhava antes, mesmo considerando uma derrota do candidato do PT, e que não está nos planos do partido e do próprio Décio, sugeria caminhos de composição com os possíveis vencedores: com Kleber Edson Wan Dall, PMDB, via Brasília e no caso, de Marcelo de Souza Brick, via Brasília e principalmente Florianópolis.

Mas, no caso de Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, pelo massacre que o PT impôs e vem impondo a ela, o quadro aparenta para o PT como sem solução. Então está na hora de ganhar a eleição de qualquer jeito com o PT, ou PMDB ou o PSD. Não há alternativas. E a ordem está dada. E começa com a entrega da ponte, a qualquer custo, e dívida para o ganhador das eleições do ano que vem. Acorda, Gaspar!
Herculano
27/10/2015 07:42
CUNHA AFAGA GOVERNO E LIBERA A PAUTA DO AJUSTE, por Josias de Souza

Sócio-atleta do escândalo da Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, celebrou com o governo um armistício não declarado. À espera de ajuda do Planalto para se livrar de um pedido de cassação do seu mandato, que corre no Conselho de Ética, Cunha destravou a pauta de votação dos projetos que interessam ao governo.

Cunha incluiu na pauta de votações desta terça-feira a proposta do governo que permite a regularização do dinheiro enviado para fora do país escondido do fisco. Mediante o pagamento de 30% sobre o total do ativo (Imposto de Renda mais multa), o fora da lei será anistiado dos crimes de sonegação fiscal e evasão de divisas.

Ao longo da semana, pretende-se votar também uma medida provisória editada por Dilma para reajustar as taxas cobradas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). Em tempos de penúria, o governo conta os centavos.

O Planalto celebra a refresco servido pelo presidente da Câmara como resultado das conversas que o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) manteve com ele abaixo da linha d'água. Cunha começa a entregar sua mercadoria. Se houver reciprocidade, ele pode desligar da tomada o impeachment.
Herculano
27/10/2015 07:38
ADIADO MAIS UMA VEZ

O que apareceu na pauta da sessão da Câmara desta tarde?

Os pareceres das comissões sobre o projeto de Lei nº 82/2014, de autoria do Executivo Municipal, que DISPÕE SOBRE O BEM ESTAR E CONTROLE POPULACIONAL ANIMAL, incluída a Mensagem Modificativa nº 01/2015 ao referido PL.

Olha só a "observação": até a efetiva conclusão e envio desta Pauta aos Senhores Edis (no dia 26/10/15), nenhum Parecer anexo ao referido PL estava assinado.

O que apareceu ontem a tarde, depois da pauta publicada? O Oficio 288/2015, do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, pedindo a retirada do projeto da pauta da Câmara. Este assunto, demorou-se tanto para se resolver, que o promotor que atuava aqui e cuidava do meio ambiente, Henrique da Rosa Ziesemer, interpelou o prefeito sobre a inércia de dar solução a população
Herculano
27/10/2015 07:30
(IN)FELIZ ANIVERSARIO, por Aécio Neves, senador por Minas Gerais, presidente do PSDB, candidato derrotado à presidência por Dilma Vana Rouseff, PT, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo.

Há exatamente um ano os brasileiros foram às urnas carregados de esperança. Era enorme a expectativa de que o país iniciasse uma era de prosperidade e reencontrasse seus valores mais caros.

Um breve olhar para esses 12 meses só faz aumentar minha convicção de que a oposição travou na eleição o bom combate.

Falando a verdade, apresentamos aos brasileiros os problemas que o país precisava enfrentar e as nossas ideias para superá-los. Infelizmente a candidatura vitoriosa privou o Brasil desse debate, optando por criar uma grande ilusão em relação à situação do país, usando e abusando da mentira e da calúnia como principais armas de campanha.

O que prevíamos ?"e a presidente negava?" aconteceu: o país parado, a economia em recessão, corrupção institucionalizada, ineficiência do governo escancarada, inflação e desemprego em disparada.

Os riscos se avolumaram. Soluções que apresentamos e foram hostilizadas passaram a ser agora perseguidas, ainda que de forma deturpada. A candidata vencedora fez o inverso do que prometera na campanha.

Mesmo sabendo da gravidade da situação fiscal do país e da necessidade urgente de ajustes, a presidente candidata insistiu na estratégia ilusionista até a última hora. No dia da eleição, publicou nesta Folha artigo pródigo em autoelogios e repleto de indicadores que já sabia serem insustentáveis.

Nele, ela se vangloriou das baixas taxas de desemprego, da inflação sobre controle e de "um importante equilíbrio macroeconômico". Vendeu a ideia de um país governado com responsabilidade fiscal, quando já havia sido gestado o desastre em curso.

Somos um povo generoso que tende a perdoar erros e até mesmo a relevar a incompetência, quando percebe que há boa intenção. O engodo deliberado e a má-fé é que são imperdoáveis para nós, brasileiros. E é exatamente isso o que a população está dizendo todos os dias à presidente Dilma e ao PT.

Não há na política, especialmente nas crises, ativos mais valiosos do que confiança e credibilidade. A perda desses atributos é extremamente grave porque dificilmente se consegue recuperá-los. Essa é a verdadeira crise que atormenta o petismo.

Se a vitória nas urnas não nos coube, a missão que nos foi delegada pela população não foi menos nobre: fiscalizar o governo eleito e zelar pelo país.

Em um dos anos mais difíceis das últimas décadas, enfrentamos dois desafios centrais: proteger os brasileiros do caos econômico e social ao qual fomos dragados pelo governo do PT e, em aliança com a sociedade, defender a verdade, as instituições e a democracia, bases do novo Brasil que buscamos.

Aniversários são datas em que o tempo ganha concretude e nos lembra que colhemos o que plantamos.
Herculano
27/10/2015 07:25
LULA DEVE DEPOR NA POLÍCIA SOBRE A VENA DE MP, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O ex-presidente Lula deve ser convocado a depor no escândalo de venda de medidas provisórias, que, segundo a Polícia Federal, rendeu R$ 2,4 milhões a seu filho Luiz Cláudio Lula da Silva só no caso da MP 471, que prorrogou benefícios fiscais para montadoras de automóveis. Já investigado por tráfico internacional de influência, Lula também foi denunciado em casos de corrupção no âmbito da Operação Lava Jato.

Convocação inevitável

As referências a Lula no escândalo da venda de medidas provisórias, dizem experientes fontes policiais, tornam inevitável sua convocação.

Governo era de Dilma

Foi criada em 2011 a empresa do filho de Lula que recebeu dinheiro do lobista Mauro Marcondes Machado, preso ontem. Dilma era presidente.

Lobista de luxo

Lula já prestou um primeiro depoimento ao Ministério Público Federal sobre a suspeita de que ser um "lobista de luxo" da Odebrecht.

Operação casada

O MPF apura atuação de Lula viabilizando negócios para Odebrecht no exterior em "operação casada" com belos financiamentos do BNDES.

LULA: DEMISSÃO DE CARDOZO É "QUESTÃO DE HONRA"

Foram as maracutaias na venda de medidas provisórias que motivaram a busca da Polícia Federal na LFT Marketing Esportivo, empresa do filho de Lula, Luís Claudio Lula da Silva, que levou R$ 2,4 milhões do esquema. Mas Lula e seu séquito culpam o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), por "não controlar" a PF. Para Lula, é "questão de honra" demitir Cardozo, segundo um dos líderes do PT no Congresso.

A honra de Lula

"Questão de honra", para políticos como Lula, deveria ser não permitir que a corrupção invadisse sua própria casa.

Ordem judicial, mané

Petistas ligados a Lula ignoram que a PF cumpre ordem da Justiça, nas prisões, nas buscas e conduções coercitivas. Nada a ver com Cardozo.

Falta de aviso

Lula se diz inconformado porque José Eduardo Cardozo não o "avisou" da nova fase da Operação Zelotes, deflagrada nesta segunda-feira.

Bye, bye, madame

O ministro Luiz Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) já avisou a presidente Dilma que só fica no cargo até dezembro. Em 2016, após uma quarentena, vai se dedicar ao próprio escritório de advocacia.

Dilma se acha

Repetindo a lorota de que seu impeachment representaria a "ruptura" da "adolescente" democracia brasileira, Dilma faz a releitura da frase "O Estado sou eu", do rei Luiz XV. Para Dilma I, "A democracia sou eu". A presidente ignora que o impeachment está previsto na Constituição.

Disputa por poder

A bancada do PMDB na Câmara reforçará o apoio a Michel Temer como presidente nacional do partido. É que os senadores do PMDB, Renan Calheiros à frente, querem a substituição de Temer, em 2016.

Prejuízo eleitoral

O presidente do PSDB, Aécio Neves, e o senador José Serra nunca se bicaram, e agora o mineiro tenta demover o paulista da ideia de mudar-se para o PMDB. É que sua candidatura presidencial perderia muito, em 2018, em São Paulo. E Serra conta mesmo com essa perda.

Comandante não chefia

Em claro desafio à comandante das Forças Armadas, a 3ª Divisão do Exército em Santa Maria (RS) anunciou homenagem ao coronel Brilhante Ustra, primeiro militar brasileiro reconhecido como torturador.

Efeito crise

A construção civil no Distrito Federal sofre com os efeitos da crise econômica. No ano passado, houve 174 novos lançamentos. Em 2015, apenas três. O mercado despenca como um caminhão ladeira abaixo.

Bola fora

A falta de pulso e de unidade dos partidos de oposição afastaram o PMDB do impeachment. No partido, diz-se que os tucanos precisavam tomar as rédeas do processo, o que não aconteceu.

Peso do governo

Líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) vem chamando atenção por andar cabisbaixo, borocoxô. Assumir a liderança do governo Dilma não deve ser a realização de um sonho.

Pensando bem...

...com rejeição passando dos 55%, Lula não se aperta: poderia recomeçar a carreira política como síndico de prédio da Bancoop.
Herculano
27/10/2015 07:17
ESQUERDA "BOLIVARINA" SOFRE SUA PRIMEIRA DERROTA, por Clóvis Rossi para o jornal olha de S. Paulo

A derrota de Cristina Fernández de Kirchner nas eleições de domingo, 25, na Argentina é a primeira que sofre a esquerda sul-americana neste século, se se excluir a derrota da moderadíssima esquerda chilena em 2010.

Até então, os Kirchner, Lula/Dilma, Chávez/Maduro, Rafael Correa e Evo Morales desfilaram vitoriosamente em votações sucessivas, como se as urnas fossem seus sambódromos particulares.

É verdade que o candidato (a contragosto) de Cristina,Daniel Scioli, ainda foi o mais votado e pode perfeitamente eleger-se no segundo turno, mas não é de esquerda nem era o candidato de Cristina.

Na verdade, a presidente perdeu antes de domingo, ao não conseguir o "kirchnerismo" construir, em seus 12 anos de governo, uma candidatura própria que não levasse esse sobrenome.

Admite o fracasso um jornalista, Horacio Verbitsky ("Página 12"), que é um dos mais próximos dos Kirchner, em artigo no domingo da eleição: Scioli "chegou à sua candidatura presidencial por descarte e não por entusiasmo, o que certifica a inabilidade do kirchnerismo para construir uma sucessão confiável, que não se baseie nos vínculos familiares, talvez seu maior deficit político".

Sem candidato do peronismo esquerdista, o segundo turno produzirá, ganhe quem ganhar, "um presidente que terá um enfoque mais favorável ao mercado", já se anima a prever Daniel Kerner, do Eurasia Group, em entrevista ao Council on Foreign Relations.

Muda, portanto, o intervencionismo que foi a marca de Cristina Kirchner, mas a sua derrota não se mede apenas na ausência de uma candidatura de confiança: perdeu também a província de Buenos Aires, a maior do país, onde, aí sim, tinha um homem seu (Aníbal Fernández). Perdeu igualmente, com seus aliados, 26 cadeiras na Câmara de Deputados.

Seu grupo, a Frente para a Vitória, ainda será majoritário, mas virtualmente empatado com a soma de três forças oposicionistas (114 a 113).

A derrota de Cristina não se deve tanto a um fracasso econômico, ao contrário do que deve ocorrer na Venezuela (se houver uma eleição limpa). A Argentina não está tão mal como o Brasil, embora tenha problemas sérios com o câmbio, com a inflação e com o financiamento externo.

Mas são situações problemáticas mais para o futuro imediato do que para o presente, já que não afetaram muito nem o emprego nem a renda até aqui.

O que mais parece ter influído no ânimo do eleitor é o estilo da presidente, o do confronto permanente com inimigos reais ou inventados.

O "nós contra eles" ?"também adotado no Brasil pelo lulopetismo?" funciona durante um tempo, mas acaba cansando. Nenhuma sociedade fica à vontade se é convidada a estar em permanente estado de alerta.

Tanto que uma recente pesquisa mostrou uma divisão mais ou menos ao meio entre os que querem uma forte mudança do modelo (47%) e os que preferem mantê-lo (49%). Mas, desses 49%, mais da metade (27%) pede uma mudança de estilo da liderança ?"exatamente o que prometem as características intrínsecas de Daniel Scioli, conciliador por natureza.
Herculano
27/10/2015 07:11
AP?" ENFIAR O DEDO NO FAVO DE MEL, LULA "COMEMORA" 70 FUGINDO DAS ABELHAS, por Josias de Souza

Ao passar a faixa presidencial para Dilma Rousseff, em 1º de janeiro de 2011, Lula teve o vislumbre das dádivas que o mundo proporciona a alguém que enfia o dedo num favo de mel, lambendo-o em seguida. Nesta terça-feira, 27 de outubro de 2015, Lula completa 70 anos fugindo das abelhas.

Transtornado, o ex-soberano cancelou uma festa que os amigos lhe proporcionariam em São Bernardo. Depois de passar o final de semana praguejando os delatores da Lava Jato e denunciando uma conspiração da mídia e do mundo para "criminalizar" o PT e os petistas, Lula revoltou-se com a batida que agentes federais fizeram na empresa do seu filho Luiz Cláudio Lula da Silva.

Nas últimas semanas, a família Lula da Silva ganhou lugar cativo nas manchetes policiais. Sob suspeita de traficar influência em benefício da Odebrechet, Lula viu-se constrangido a prestar depoimento à Procuradoria da República. O STF deu carta branca a um delegado federal para interrogar Lula na Lava Jato. Um delator disse ter repassado verba suja à nora de Lula. Outro declarou ter quitado com verbas roubadas da Petrobras uma dívida milionária da campanha Lula-2006.

Na véspera do seu aniversário, Lula desconfiava da própria sombra. E de Dilma Rousseff, que muitos acreditam ser a mesma coisa. Em privado, o criador deu asas à suspeita de que a criatura estivesse por trás da varredura da Polícia Federal na firma do seu caçula. Foi preciso que o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) entrasse em cena para evitar uma crise maior entre Lula e Dilma.

A desconfiança de Lula é pueril. O pedido de busca e apreensão na firma Luiz Cláudio Lula da Silva foi feito pelo Ministério Público Federal. A ordem foi expedida por uma juíza federal que, em seu despacho, endossou a avaliação segundo a qual é "muito suspeito" que a firma do filho de Lula tenha recebido R$ 1,5 milhão de um escritório de lobby suspeito de comprar medida provisória feita sob medida para uma montadora de automóveis.

À noite, como que convencido de que a pacificação entre Lula e Dilma é ruim para o país, o grão-tucano Fernando Henrique Cardoso instilou numa entrevista de tevê intriga capaz de afastá-los de vez. Dilma é "pessoalmente honrada'', disse FHC no Roda Viva. E quanto a Lula? Bem, aí "tem que esperar para ver". Para Lula, pior que o ferrão das abelhas, só mesmo o bico irônico de um tucano.

Nunca antes na sua história pessoal Lula passara um aniversário tão amargurado. Paga o preço do poder desmedido. Entre inúmeras desvantagens, a reeleição proporciona a vantagem de, em tese, satisfazer todos os apetites de seus beneficiários. Mas Lula não se contenta com tudo. Convive com o sentimento de que faltou completar algo. E se joga em maquinações e pequenezas numa idade em que deveria pautar-se pela serenidade e grandeza.

A irritação não é boa conselheira para Lula. Se as investigações avançam na sua direção e de seus familiares é porque os investigadores encontraram matéria-prima. Num cenário assim, os ataques a Dilma e a encomenda do escalpo do ministro José Eduardo Cardoso (Justiça) adiantam pouco. Melhor caprichar na defesa. Quanto mais Lula fica fora de si, mais expõe o que tem por dentro.
Herculano
27/10/2015 07:06
LIDER DE AUDIÊNCA

Aquele filme feito em Rio do Sul no sábado como o comitê de "recepção" para a presidente Dilma Vana Rousseff, PT, já rendeu quase 45 mil visualizações.

Ela quis ir lá ver a desgraça para se promover para aliviar do noticiário ruim que lhe abate. Avisada da recepção que teria, correu e mentiu mis uma vez: mandou dizer que não foi lá devido ao mau tempo não permitiu o pouso do helicópetero.
Heculano
27/10/2015 07:01
MODERNIDADE BIPOLAR, por Luiz Felipe Pondè, para o jornal Folha de S. Paulo.

A modernidade é bipolar. Fosse ela uma pessoa como você e eu, seria aquele tipo que quando acorda de manhã pode ou não estar acreditando em si mesma.

Quando você acorda bem, confia no mundo à sua volta. Acredita que as coisas que faz têm sentido e crê na sua capacidade de resolver os problemas que, por ventura, venham a acontecer. Pode fazer uma conta ou outra e temer os gastos, mas sentirá que a renda por vir será capaz de dar conta do que precisa. Sentirá no fundo do estômago a sensação clara de um horizonte aberto diante de si, devido à saúde que pulsa em seu sangue. Em sua boca, o gosto doce que só a autoconfiança na própria capacidade dá.

Se for um homem, sentirá que poderá comer todas as mulheres do mundo. Se for uma mulher, se sentirá a mais gostosa das fêmeas que já caminhou sobre a face da Terra, diante dos olhos sedentos dos sapiens machos.

As dificuldades com os afetos serão resolvidas com a certeza de que aqueles que ama estão sendo sinceros e de que o futuro será, em alguma medida, fruto dos seus atos. Fosse eu falar em Maquiavel (1469-1527), diria que você estaria certo de que sua "virtù" vencerá os caprichos da Fortuna.

Mas existem outras manhãs, com outras luzes, menos claras, mais obscuras. As sombras também despertam pela manhã. Nesses dias, você sentirá, talvez, que as contas são demais e crescentes e que, uma hora dessas, ainda mais com a ajuda contínua da nossa querida presidente, você quebrará e será obrigado a dar a má notícia ao mundo à sua volta.

E, desgraçadamente, enganam-se aqueles que negam que dinheiro traz felicidade. Quando falta, é evidente que ele é, sim, um pilar seguro da felicidade. Apenas gente de má fé, muito rica ou muito confusa nega esse fato.

No entanto, para além da grana pouca, você também poderá sentir uma certa fraqueza e uma sensação difusa de que as coisas não são tão certas assim. Aqueles que te amam ou te admiram podem apenas estar mentindo ou encantados com as personas que você desfila pelo mundo.

Sua saúde não é lá tão sólida assim, e, às vezes, uma certa falta de ar surge das profundezas de seu pulmão, um tanto cansado de empurrar essa enorme pedra que é sua vida montanha acima, lembrando a você a dureza de vida de Sísifo, nosso herói desgraçado do maravilhoso ensaio de Albert Camus (1913-1960), "O Mito de Sísifo".

Como todo Sísifo, sentirá o medo de que, a qualquer momento, não aguentará mais empurrar essa enorme pedra montanha acima e que, talvez, queira ficar mais algumas horas na cama, porque a luz do sol fere seus olhos. Quem sabe desistir de fazer o jogo de Sísifo e jogar todo esse roteiro infernal fora.

A imaginação de assim fazê-lo produz um certo alívio por alguns poucos minutos, seguido da sensação amarga de que é impossível se libertar da escravidão de Sísifo sem perder tudo a que você dá valor.

Alguns tomam remédio para sensações assim, outros creem em Jesus, outros passam anos pagando uma pessoa para ouvi-los. Seja lá como for, a crise de fé em si mesmo e no mundo é um peso que todos carregamos nas costas.

A modernidade, assim como cada um de nós, também tem suas boas e suas más manhãs. Quando acorda bem, olha para a ciência e para a democracia, e vê nelas a certeza de que fez tudo que devia nos últimos séculos para melhorar o mundo em que vivemos.

Emociona-se com a telefonia celular, com o wi-fi, com a longevidade, com o enriquecimento de quem tem disposição para trabalhar, com a emancipação feminina, com o direito ao voto (talvez a alegria mais pueril de todas essas), enfim, a modernidade se olha no espelho e tem a certeza de que nunca o mundo foi tão razoável como o mundo moderno que ela criou, graças à produtividade de sua heroína, a burguesia.

Mas, às vezes, ela acorda romântica e suspeita que tudo isso seja pó, que a longevidade produza solitários, que ninguém deveria produzir tanto assim, que a aceleração da vida é um fardo, que o mundo virou um grande terreno baldio de gente brega e tagarela. Enfim, que o ruído venceu.
Herculano
27/10/2015 06:57
A IDEOLOGIA DO ENEM, por Hélio Schwartsman para o jornal Folha de S. Paulo

Há algum exagero na acusação de que o governo transformou o Enem numa prova doutrinária, que só aprova candidatos com bons conhecimentos de marxismo-leninismo. Deve-se reconhecer, porém, que o exame, notadamente a parte de ciências humanas, dá generoso espaço a tópicos e autores caros à esquerda.

Fora o tema da redação, que foi a violência contra a mulher, eu contei, usando critérios bem frouxos, 14 perguntas capazes de disparar, ainda que levemente, conexões neuronais esquerdistas nos candidatos. Detalhe importante, a maioria delas não exige que o estudante concorde com a tese para acertar o exercício. São assuntos como globalização, movimentos sociais, feminismo, defesa do meio ambiente. Entre os autores, destacam-se nomes como Simone de Beauvoir, Karl Mannheim, Slavoj Zizek, Agostinho Neto e Paulo Freire. Esse "pot-pourri" representa 31% da prova de ciências humanas -o que não é pouco-, mas mais modestos 7,8%, se considerarmos todas as 180 questões do teste.

Admitindo um toque de cinismo, eu diria até que o viés ideológico da prova é útil para os candidatos, já que, em caso de emergência, podem recorrer a cálculos mentais de segunda ordem: na dúvida entre duas alternativas, opte sempre pela que tem a resposta mais "esquerdista", pois é maior a chance de que seja essa a que consta como correta no gabarito.

Seria muito melhor, porém, que o Inep, o instituto que elabora a prova, buscasse ativamente uma certa neutralidade ideológica no conjunto das questões. Por mais pantanoso e traiçoeiro que seja esse terreno -a rigor, a neutralidade é menos do que uma quimera-, vale a pena procurar um equilíbrio no "pedigree" dos autores citados justamente para que o exame não seja acusado de ser uma peça de propaganda. O compromisso do Inep não deve ser com correntes de pensamento, mas sim com a qualidade e a reputação da prova.

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