27/11/2015
O QUE FEDE I?
O PT tem um discurso e uma prática bem oposta. Depende do seu interesse. De quem ele quer ferir naquele momento. Isto é em qualquer lugar. E tudo que faz ou deixa dúvidas, ou se estabelece na incoerência, ou a pratica descarada vingança. Tudo é um negócio onde o resultado é construir vantagens próprias de quem está e quer ser ou se perpetuar no poder. Os detalhes revelam o caráter de tudo que desmancha o falso discurso de transparência, popular e progressista. Ele próprio vem se autodestruindo.
O QUE FEDE II?
O que apareceu na Câmara de Vereadores de Gaspar, mais uma vez, ao apagar das luzes deste ano, e mais: com carimbo de regime de urgência para tudo se atropelar e nada se discutir? Lixo. E quem vai pagar esta pesada conta do atropelo e da falta de debate mais uma vez? A cidade, o cidadão, a cidadã. O projeto de lei 60/2015 deu entrada de surpresa na terça-feira da semana passada. Mas nos bastidores sabia-se que este assunto estava preste a estourar, devido às conversas para deixá-lo sem fervura e acerto entre todos. A relatoria, mais uma vez, por sorteio e sorte em assuntos cruciais e polêmicos será do PT: Hamilton Graff. Ou seja, está no papo. E o que o PL 60 trata?
O QUE FEDE III?
Do “regime de concessão da prestação dos serviços públicos municipais de coleta, transporte, transbordo e destinação final dos resíduos sólidos urbanos do município de Gaspar”. Por quanto tempo? Vinte anos, podendo ser renovado por mais 20 anos. Ou seja, 40 anos para uma mesma empresa, ou quem a sucedê-la. Contrapartida? Nenhuma. Segurança? Praticamente nenhuma. E quem pode fazer este serviço na região da forma como está no Projeto de Lei? Só uma empresa: a Recicle, de Brusque. Ou seja, concorrência zero.
O QUE FEDE IV?
Ou seja, no final do governo do PT, quando ele tem uma eleição ameaçada, a administração de Pedro Celso Zuchi faz um Projeto de Lei para fazer uma concessão de lixo por 40 anos para a empresa vencedora onde não há concorrência? Vai obrigar outras administrações a engolir este sapo de escamas, em regime de urgência, sem qualquer discussão pública? Descobriu isto após quase oito anos de governo, após gerenciar o improviso com uma empresa que o próprio PT criou exatamente para combater a quem ele quer dar agora a exploração deste serviço, depois de afrontar o Ministério Público, a realidade e gerar dúvidas sobre o passado para ter discurso e justificar o que fazia e fez?
O QUE FEDE V?
Quais as garantias se a empresa quebrar? Se ela chantagear no preço, se deixar a qualidade do serviço a desejar? Como a concessão é de porteira fechada, o preço é ela quem vai fazer, cobrar, monitorada por uma suposta agência, feita de interesses políticos, travestidos de técnicos (coisa super conhecida e que afronta o consumidor, veja o que acontece com a telefonia, os planos de saúde...). E quem vai pagar esta aventura? O povo sem escolhas e que deviam estar sendo defendidos pelos vereadores. Não é à toa que existe um forte lobby para a aprovação deste embrulho. Por quê? Porque aí tem. E depois reclamam – PT, a administração petista e os políticos daqui, de uma forma em geral - do Ministério Público quando ele mete a mão neste tipo de cumbuca por aqui. Mas assim, tão descaradamente, com as omissões de praxe, não há como não se meter.
O QUE FEDE VI?
E para completar este fedor neste mar de incoerências. Quando o PT de Pedro Celso Zuchi assumiu em 2009, qual foi a primeira coisa que ele fez? Criou emergencialmente da noite para o dia uma empresa para recolher o lixo, a Say Muller. Era para encurralar a própria Recicle, que tinha ganho a licitação do lixo na administração do adversário Adilson Luiz Schmitt, então no PMDB. O prazo era um terço do que se quer hoje na primeira perna. A nova empresa era para criar, segundo se alegou na época, uma concorrência mínima, bem como gestão sobre algo estratégico para a cidade e os cidadãos. Hoje, o PT de Gaspar, com o PL 60/2015, prova mais uma vez, que tudo o que argumentava era balela. Trata-se, na verdade, de negócios e poder. É algo estratégico, mas não para a cidade, a cidadania, o cidadão e a cidadã. São milhões e milhões de reais comprometidos antecipadamente. O que pensam os vereadores que não são do PT sobre o PL 60? Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
A juíza Ana Paula Amaro da Silveira que atuou aqui por 11 anos e por conta disso na primeira Vara cuidou dos assuntos da Infância e Adolescência, como exemplo nacional, acaba de receber sentença favorável na Comarca. Ela pediu indenização de R$ 500 mil e direito de resposta à Rede Globo que fez uma reportagem e nunca a concluiu sobre tráfico de crianças nas adoções que a juíza autorizou. Ganhou a indenização e o direito de resposta. Da sentença dada pela juíza substituta Cleni Serly Rauen Vieira, cabe recurso.
A reportagem unia outros casos no Brasil, supostamente reais. Ela visava promover uma história de ficção e a audiência de uma novela da Globo. Aqui teve conotação de vingança do poder político devido as sentenças – por provas e convicação - contra o poder de plantão, inclusive no âmbito eleitoral e a maioria oriundas do Ministério Público -, quando assumiu esta área.
Usada e difamada, depois de deixar a Comarca, a doutora Ana Paula como era conhecida por aqui, moveu processos contra políticos e gestores públicos. Um deles já tem sentença conhecida na Comarca: é contra o presidente do PT e vereador, José Amarildo Rampelotti. Aguardam sentença, outros: entre eles o do cunhado do prefeito Pedro Celso Zuchi, o vereador Antônio Carlos Dalsochio, bem como a secretária de Desenvolvimento Social, onde este assunto abrigamento e proteção dos vulneráveis é tratado, Maristela Cizesky.
Há duas sessões cansada de ser feita de boba pelo prefeito Pedro Celso Zuchi, PT e seus assessores, a vereadora Andréia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, enviou o ofício 136/2015, ao presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP. Pediu para ele tomar “as medidas judiciais cabíveis para forçar o Poder Executivo responder os requerimentos 140/2015 - 18/08/2015; 147/2015 - 01/09/2015; 148/2015 - 01/09/2015; 150/2015 - 08/09/2015; e o 163/2015 - 29/09/2015, aprovados na Câmara e que mofam na prefeitura.
Um deles, 163/2015, que trata da nominata dos servidores que exercem os cargos de Fiscal e Fiscal de Tributos veio na sessão passada.
O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, agora é novamente um ficha suja perante a legislação eleitoral. Já era numa decisão colegiada do Tribunal de Contas e que é desprezada. A apelação que fez na terça-feira no Tribunal de Justiça não o livrou da Improbidade Administrativa, além do ressarcimento com juros e correção de R$ 6 mil aos cofres da prefeitura que pagou em 2003 individamente ao advogado José Carlos Schramm para defendê-lo na CPI do caso do caminhão pipa. Só a multa de R$18 mil foi reduzida para R$ 6 mil.
A decisão colegiada foi unânime. Confirmou a sentença dada aqui na Comarca. Dela cabe ainda recursos. O ficha suja determina uma interrupção nos planos de Zuchi de ser candidato a deputado estadual ou vir pela quinta vez (ganhou três e perdeu uma para Adilson Luiz Schmitt, então no PMDB) a ser candidato a prefeito em 2020.
Mesmo recorrendo, já há uma decisão colegiada. Entenderam a razão e importância da jogada do PL 49/2015 que dava advogado de graça para ex, atuais e futuros prefeitos, vices, secretários e vereadores, retirado da pauta da Câmara há duas semanas? Era também para livrá-lo desta condenação também.
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