29/11/2017
Na coluna de segunda-feira, dia 27 de novembro, eu lhes relatei como não funciona a assessoria de imprensa da Câmara de Gaspar. Ela gastou sete dias para colocar no ar, um arquivo da sessão de terça-feira, dia 21. Uma ação que demora, poucos segundos. Repito, poucos segundos. Uma sessão deliberativa, uma única por semana aliás. Ela é a essência e a razão de ser do parlamento na representatividade dos cidadãos e da sua comunidade.
Ou seja, como escrevi, a assessoria é uma máquina de enrolar (e desrespeitar não só os outros profissionais, mas o povo). Ela é paga com o dinheiro público dos pesados impostos dos cidadãos, dinheiro que está faltando em muitos outros setores vitais a que o governo está obrigado por ética e lei.
Hoje, eu vou mostrar como não funciona a assessoria de imprensa da prefeitura de Gaspar. Falta atitudes, transparência e capacidade para a gestão de crise ou assuntos delicados, todos próprios e presentes cotidianamente no ambiente público. A falta de transparência, ou a intencional dissimulação, é tão perversa não contra a população, mas contra o próprio poder, o administrador público de plantão, à sua imagem e depõe contra os próprios profissionais que intermediam as informações.
Eu chutei a bola. Os donos do poder, com ajuda ou aval da assessoria, resolveram furá-la em pleno ar, ao invés de tentar o gol. Inacreditável. Era simples. Bastava, reconhecer as fragilidades do tipo: não deu certo, mas vamos corrigir dessa forma; a situação que tínhamos antes da eleição era outra, quando assumimos reavaliamos e decidimos, por determinadas razões, que vamos fazer de outra forma...; mantemos a ideia, mas mudamos o cronograma...; os planos agora são outros porque...; o governo federal e o estadual não compareceram neste item, então a solução...; o prazo foi esticado para... porque...
Notem que até as quase intermináveis filas de horas no pronto socorro do Hospital que come uma grana preta e não se sabe de quem é; de semanas ou falta de médicos nos postinhos, a de meses e até anos nas especialidades na policlínica; da falta de remédios na farmácia básica, sumiram. E sobre a falha regulamentação, capaz de permitir aos poderosos, não só do poder de plantão, mas até da oposição furar tudo isso, nem um pio para melhorar e impedir.
Aprendi nesta área, que nada é definitivo. E que mudar, reconhecer equívocos, impossibilidades e até fracassos, na maioria dos casos, não significa exatamente derrotas. Ao contrário, bem esclarecido, fundamentado e convencido, cheira a vitória. Ou pelo menos, gestos de aperfeiçoamento para quem mais precisa: o doente, o pobre, o pagador de impostos, o mais fragilizado para o qual o sistema foi estruturado. Mas...
Para se garantir nos cargos, o político eleito, o seu comissionado, incluindo os assessores, diminuem-se. Estes atendem, no fundo, apenas os chefes leigos; assessores ultrapassados no conceito de comunicação; ou são diminuídos e ao mesmo tempo, desmascarados pela própria realidade. Essa gente não entendeu que está exposta não exatamente pela mídia, mas pelas redes sociais, policiada pelos cidadãos que usam, precisam e avaliam o serviço prometido e o executado.
Todos sabem que o calcanhar de Aquiles mais exposto da administração de Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, é a Saúde. E ela é por quatro aspectos: não é só aqui que a Saúde está ruim aos cidadãos; o sistema não funciona no plano federal, principalmente, e estadual; o PT armou uma armadilha com o Hospital e Kleber caiu nela; e fez uma campanha eleitoral com promessas vãs para estancar como se por milagre, o que já estava inviável.
No dia 11 de outubro, munido de algumas informações de sucessivas falhas na área, resolvi confrontar com a realidade, o Plano de Governo que os então candidatos Kleber e Luiz Carlos registraram na Justiça Eleitoral. Fiz isso via a assessoria. Confesso, que não tinha expectativa diferente. Mas, precisava testá-la mais uma vez.
Um reboliço danado. Só no dia 23 retornaram-me os questionamentos, depois de cuidadosamente passar por várias mãos e ouvidos.
Pasmem: para Kleber, Luiz Carlos, a secretaria de Saúde tocada por gente amiga e a assessoria de imprensa, a Saúde Pública de Gaspar é uma maravilha e quase tudo que os candidatos prometeram, eleitos, já cumpriram. Uau! Não é piada. O caos, as intermináveis filas e privilégios é coisa de oposição, gente reclamona que não se contenta com nada e até da imprensa.
Então, eu tinha dois caminhos. Desmentir, corrigir os exageros da propaganda enganosa ou expor ao ridículo, gente sem o mínimo preparo e que supõe serem todos do outro lado (os que leem e ouvem), analfabetos, ignorantes e desinformados. Preferi o segundo. Os desmentidos virão com o tempo, com o próprio factual gerado. Como diz o dito popular, tudo tem pernas curtas.
O texto em negrito, sempre se refere à promessa de campanha registrada na Justiça pelos candidatos Kleber e Luiz Carlos, o que prometerem ser eficientes. O texto em claro, é a resposta oficial da assessoria de imprensa de Gaspar.
Garantir o atendimento de Saúde Bucal em todas as Unidades de Saúde, revitalizando os programas de prevenção nas escolas.
No ano de 2017 já houve a implantação de duas equipes de saúde bucal no município, sendo estas ESF Figueira e ESF Margem Esquerda, além destas equipes, já solicitamos junto ao Ministério da Saúde o credenciamento de mais 3 equipes de saúde bucal.
Garantir o fornecimento de medicamentos preconizados pelo Ministério da Saúde para a população, descentralizando a entrega de todos os medicamentos nas unidades de saúde e a domicilio para os acamados.
Hoje já garantimos o fornecimento de medicamos preconizados pelo MS. A entrega já foi descentralizada nas unidades de saúde, e também temos o programa remédio em casa para pacientes SUS acamados ou acima de 60 anos, está sendo reavaliado para melhorias;
Os medicamentos controlados e do programa de alto custo e excepcionais devem ser entregues na Farmácia Central, conforme preconiza a lei que exige a presença do profissional farmacêutico.
Fortalecimento da Saúde Mental, com Implantação do CAPS II (Centro de Atenção Psicossocial) focando também no público AD (Álcool e Drogas), além de implantação de um Ambulatório de Psicologia, com atendimento clínico individual e de grupo.
O CAPS de Gaspar está sendo reestruturado, pois não tinha a equipe técnica completa. Contratamos coordenador, realocamos profissionais de enfermagem e técnico de enfermagem, chamamos psiquiatra do concurso, bem como psicólogo para recompor a equipe. O atendimento de psicologia já é feito individualmente e os grupos estão em atividades.
Implantação da equipe do NASF II (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), e revitalização do Programa Melhor em Casa, com atendimento médico, de enfermagem e fisioterapia para pacientes acamados ou com dificuldade de locomoção.
Hoje temos NASF I, com atendimento de profissionais de nível superior nas áreas de Nutrição, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Assistente Social, Psicologia clínica e Educador Físico. O objetivo da Secretaria de Saúde é implantar até 2020 o NASF II.
O Programa Melhor em Casa está sendo fortalecido, e valorizado no município. Existe o atendimento médico domiciliar junto com a equipe de enfermeira, técnico de enfermagem e fisioterapia para pacientes acamados.
Investir na capacitação dos profissionais da saúde com foco no atendimento humanizado e conhecimento técnico em todas as áreas de abrangência, proporcionando melhores condições de trabalho.
Objetivando cumprir a política de Nacional Educação Permanente em Saúde, em agosto de 2017, foi implantado o NEPSHU - Núcleo de Educação Permanente em Saúde e Humanização, voltado para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, compreende propostas de ações formativas, de práticas pedagógicas e de organização dos serviços, representando um recurso estratégico para gestão do trabalho ao identificar problemas e construir soluções. Ainda tem como finalidade elaborar, planejar, apoiar e executar, de modo articulado, as propostas que envolvem ações de educação e humanização na saúde em âmbito municipal ou microrregional.
Já foram ministradas diversas capacitações até o momento inclusive com parceria da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
Os profissionais do Hospital de Gaspar, junto com o SENAC e equipe de Educação Continuada, tem feito diversas capacitações, para melhorar a qualidade de atendimento dentro da própria unidade de saúde.
Implantação da Rede Cegonha, assegurando às mulheres o direito ao planejamento familiar, atenção humanizada a gravidez, ao parto e pós-parto, e às crianças o direito ao nascimento seguro.
Estamos intensificando as ações da Política Nacional de Pré-Natal, Parto e Nascimento, instituídas pelo protocolo regional da Rede Cegonha dos municípios da região. Temos atualmente a oferta do pré-natal do parceiro.
O hospital vem se adequando as normas da rede cegonha, bem como fazendo investimentos internos, a sala de cesárea dentro do centro obstétrico, que era uma exigência da rede cegonha, está readequada conforme exigências. Desta forma, acreditamos que o mais breve possível vamos conseguir nos credenciar.
Contratar equipes multiprofissionais para implantação e acompanhamento de grupos de atividade física, artesanato, controle alimentar nas Unidades Básicas de Saúde.
Temos em funcionamento, grupos com equipes multidisciplinares nas unidades, com orientação alimentar, anti-tabagismo etc. Implantamos junto com a Terceira Idade, em parceria com a Like Academia, o programa de hidroginástica gratuita para participantes dos grupos de saúde das unidades. Estamos viabilizando a implantação da segunda equipe de NASF.
Firmar convênios com universidades para residência médica e multiprofissional, com objetivo de ofertar serviços de enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, terapeuta ocupacional, entre outros;
Encontra-se em processo de análise jurídica para a implantação convênio junto a Universidade/Hospital de estágio curricular obrigatório de médicos nas unidades de saúde, saúde mental e visitas domiciliares.
Reativação do serviço de Saúde da Mulher, com atendimento de média complexidade (gravidez de risco, colocação de DIU) e atuação na prevenção do câncer do colo de útero, mama, através de parceria com a Rede Feminina de Combate ao Câncer e outras entidades.
Renovado o convênio de parceria com a Rede Feminina de Combate ao Câncer, estudo e implantação de projeto para a redução de mortalidade infantil, atualmente já existe o acompanhamento de gestante de alto risco. As unidades e policlínica vêm fazendo a coleta de preventivos bem como as pacientes tem feito exames para a prevenção do câncer de mama.
Um estudo está sendo realizado para reativar no ano de 2018 o espaço físico da Saúde da Mulher, que foi utilizado para a unidade do bairro Sete de Setembro em 2016.
Fortalecimento do Conselho Municipal e dos Conselhos Locais de Saúde com um trabalho contínuo, juntamente com a Gestão de Saúde; Hospital.
A gestão vem incentivando o controle social, sendo que, contamos com 9 conselhos locais de saúde. Em 2017 já foi implantamos 2 novos conselhos. A meta é alcançar 14 conselhos locais de saúde.
A Secretaria vem mantendo constantes diálogos com o Conselho Municipal de Saúde visando o seu fortalecimento e ampliação da participação popular e das entidades representativas da sociedade civil, bem como participando das reuniões dos conselhos locais. Hoje o Hospital tem representante participando do COMUSA (Conselho municipal de SÁUDE).
Humanização do atendimento, com a implantação da classificação de risco (uso de pulseiras), capacitando os profissionais e extinguindo a cobrança do estacionamento.
Em 2017 tivemos capacitação na política de humanização na rede pública, para todos os profissionais da secretaria de Saúde.
Hospital: Conforme ação realizada no início do ano, em conjunto com a Procuradoria do Município, a empresa que cobrava estacionamento e estava em situação irregular, foi retirada do local, e a cobrança de estacionamento não existe mais.
Pulseira: em processo de implantação. O hospital já possui (classificação de risco, porém, está sendo feito apenas o controle interno, não dando ainda as pulseiras para os pacientes, mas já estamos fazendo o custeio, para que possamos o mais breve possível estar distribuindo as mesmas. A capacitação dos funcionários internos também está acontecendo. Firmamos parceria com o SENAC; além disso, nossa Educação Continuada Interna está fazendo treinamentos regularmente, podendo assim melhorar a qualidade do atendimento.
Buscar a sustentabilidade do hospital, vocacionando-o como Hospital de Retaguarda, e implantando leitos de UTI, junto ao Ministério da Saúde;
A Secretaria de Saúde vem atuando junto com o Hospital na solução de problemas, visando fortalecer o Hospital.
Estamos de todas as formas buscando a melhoria do atendimento hospitalar, porém, devemos lembrar que como qualquer outro projeto esse também leva tempo. O hospital fechou parceria com a COOPEMESC para que em breve, seja aberto um ambulatório com clínico geral, possibilitando a realização de consultas de rotina com hora marcada.
Ampliar o número de especialidades médicas do corpo clínico do Hospital, garantindo mais serviços e produção, evitando assim o deslocamento e transferências de pacientes para outras unidades hospitalares;
Há projeto para abrir um ambulatório de especialidades dentro do hospital, porém exige uma estrutura diferenciada que está sendo avaliada. Atualmente as especialidades existentes no ambulatório são: ortopedia, angiologia, cirurgia pediátrica e cirurgia geral.
Aprimorar o serviço de imagem do hospital (ultrassom/mamografia/tomografia), bem como os serviços de análises clínicas, através de parceria com laboratórios da cidade e assim diminuir as filas de espera.
A Secretaria de Saúde vem atuando junto aos laboratórios credenciados no município, para implantar o serviço de coleta de exames no hospital. Assim os diagnósticos serão mais ágeis, e os serviços oferecidos à comunidade serão melhores, além de reduzir os custos.
Não vou entrar no mérito e nem me alongar. Sou apenas um ávido, e há muito, leitor de assuntos relacionados à gestão educacional, programas e seus resultados. É muito controverso. É ideológico e aí é que pecamos. Então, sou um leigo, um quase aluno.
Mas, há coisas óbvias.
Qual a escola particular chama os professores, funcionários, pais e alunos e elege o seu diretor? A escolha, que as vezes até se disfarça em uma eleição num conselho interno onde a imagem da instituição é a que verdadeiramente está em jogo, pois é feita com objetivos claros: liderança, conhecimento e capacidade entregar resultados, ou seja, uma comunidade eficaz naquilo que se propõe (cobra e promete), técnica com egressos estimulados, preparados e competitivos (e orgulhosos disso).
Isto é avaliação. É inserção. É produtividade.
Nas empresas, que não são da família, que não são cooperativas, acontece algo muito semelhante. Os diretores e gestores são escolhidos por atributos, por capacidade de entrega à necessidade desejada pelo conhecimento, relacionamento, inovação e pelo mercado, este em permanente exigência e mudança. Um desafio incomparável.
Nas escolas públicas, no Brasil, este olhar do mais preparado (não apenas com a titulação, mas com a efetiva entrega do produto, ou seja, avaliado) é algo que beira, até, a um crime. Nas associações de docentes e sindicatos, este assunto para o público e o privado possui tratamentos e compreensões diferentes. Depende do ângulo que se projeta, há uma discussão e consequente criminalização. Interessante.
Nas escolas públicas, há as escolhas políticas partidárias para a sua gestão (e começa com a secretária, seu entorno técnico...), e há essas como a de Gaspar, que são escolhas “democráticas”, pelo voto da comunidade da escola (pais, professores, funcionários e alunos). Há campanhas, há acertos para se evitar embates.
Qual o mérito, se há, que é levado em conta e avaliado? Qual a preocupação com a qualidade do egresso? A exceção dos CDIs, o Ideb, no mínimo deveria ser meta e avaliação para diretor de escola, não apenas para os alunos. Mas, em Gaspar...
Numa secretaria onde para “se criar” vagas nos CDIs, a única ideia prática é cortar período integral para filhos de trabalhadores e desempregados a procura de emprego, ao invés de se construir, ou abrir mais CDIs em ambiente alugados, ou conveniar emergencialmente com particulares; uma secretaria que fecha o olho para que políticos e comissionados tenham vagas nos CDIs no lugar de trabalhadores de baixa renda; uma secretaria que ao ver diretora de escola reservando vagas para os escolhidos dela, prefere descobrir e perseguir quem fez a denúncia, essa tal “democracia”, parece ser só de fachada e uma propaganda comprometida.
A escola pública, infelizmente, para os políticos é algo distante, incômoda e de passagem. E os alunos? Mais distantes deles ainda...
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