Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

29/11/2017

SAÚDE PÚBLICA DE GASPAR É EXEMPLAR, SEGUNDO KLEBER E SUA ASSESSORIA!

Na coluna de segunda-feira, dia 27 de novembro, eu lhes relatei como não funciona a assessoria de imprensa da Câmara de Gaspar. Ela gastou sete dias para colocar no ar, um arquivo da sessão de terça-feira, dia 21. Uma ação que demora, poucos segundos. Repito, poucos segundos. Uma sessão deliberativa, uma única por semana aliás. Ela é a essência e a razão de ser do parlamento na representatividade dos cidadãos e da sua comunidade.

Ou seja, como escrevi, a assessoria é uma máquina de enrolar (e desrespeitar não só os outros profissionais, mas o povo). Ela é paga com o dinheiro público dos pesados impostos dos cidadãos, dinheiro que está faltando em muitos outros setores vitais a que o governo está obrigado por ética e lei.

Hoje, eu vou mostrar como não funciona a assessoria de imprensa da prefeitura de Gaspar. Falta atitudes, transparência e capacidade para a gestão de crise ou assuntos delicados, todos próprios e presentes cotidianamente no ambiente público. A falta de transparência, ou a intencional dissimulação, é tão perversa não contra a população, mas contra o próprio poder, o administrador público de plantão, à sua imagem e depõe contra os próprios profissionais que intermediam as informações.

Eu chutei a bola. Os donos do poder, com ajuda ou aval da assessoria, resolveram furá-la em pleno ar, ao invés de tentar o gol. Inacreditável. Era simples. Bastava, reconhecer as fragilidades do tipo: não deu certo, mas vamos corrigir dessa forma; a situação que tínhamos antes da eleição era outra, quando assumimos reavaliamos e decidimos, por determinadas razões, que vamos fazer de outra forma...; mantemos a ideia, mas mudamos o cronograma...; os planos agora são outros porque...; o governo federal e o estadual não compareceram neste item, então a solução...; o prazo foi esticado para... porque...

Notem que até as quase intermináveis filas de horas no pronto socorro do Hospital que come uma grana preta e não se sabe de quem é; de semanas ou falta de médicos nos postinhos, a de meses e até anos nas especialidades na policlínica; da falta de remédios na farmácia básica, sumiram. E sobre a falha regulamentação, capaz de permitir aos poderosos, não só do poder de plantão, mas até da oposição furar tudo isso, nem um pio para melhorar e impedir.

Aprendi nesta área, que nada é definitivo. E que mudar, reconhecer equívocos, impossibilidades e até fracassos, na maioria dos casos, não significa exatamente derrotas. Ao contrário, bem esclarecido, fundamentado e convencido, cheira a vitória. Ou pelo menos, gestos de aperfeiçoamento para quem mais precisa: o doente, o pobre, o pagador de impostos, o mais fragilizado para o qual o sistema foi estruturado. Mas...

Para se garantir nos cargos, o político eleito, o seu comissionado, incluindo os assessores, diminuem-se. Estes atendem, no fundo, apenas os chefes leigos; assessores ultrapassados no conceito de comunicação; ou são diminuídos e ao mesmo tempo, desmascarados pela própria realidade. Essa gente não entendeu que está exposta não exatamente pela mídia, mas pelas redes sociais, policiada pelos cidadãos que usam, precisam e avaliam o serviço prometido e o executado.

Todos sabem que o calcanhar de Aquiles mais exposto da administração de Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, é a Saúde. E ela é por quatro aspectos: não é só aqui que a Saúde está ruim aos cidadãos; o sistema não funciona no plano federal, principalmente, e estadual; o PT armou uma armadilha com o Hospital e Kleber caiu nela; e fez uma campanha eleitoral com promessas vãs para estancar como se por milagre, o que já estava inviável.

No dia 11 de outubro, munido de algumas informações de sucessivas falhas na área, resolvi confrontar com a realidade, o Plano de Governo que os então candidatos Kleber e Luiz Carlos registraram na Justiça Eleitoral. Fiz isso via a assessoria. Confesso, que não tinha expectativa diferente. Mas, precisava testá-la mais uma vez.

Um reboliço danado. Só no dia 23 retornaram-me os questionamentos, depois de cuidadosamente passar por várias mãos e ouvidos.

Pasmem: para Kleber, Luiz Carlos, a secretaria de Saúde tocada por gente amiga e a assessoria de imprensa, a Saúde Pública de Gaspar é uma maravilha e quase tudo que os candidatos prometeram, eleitos, já cumpriram. Uau! Não é piada. O caos, as intermináveis filas e privilégios é coisa de oposição, gente reclamona que não se contenta com nada e até da imprensa.

Então, eu tinha dois caminhos. Desmentir, corrigir os exageros da propaganda enganosa ou expor ao ridículo, gente sem o mínimo preparo e que supõe serem todos do outro lado (os que leem e ouvem), analfabetos, ignorantes e desinformados. Preferi o segundo. Os desmentidos virão com o tempo, com o próprio factual gerado. Como diz o dito popular, tudo tem pernas curtas.

O texto em negrito, sempre se refere à promessa de campanha registrada na Justiça pelos candidatos Kleber e Luiz Carlos, o que prometerem ser eficientes. O texto em claro, é a resposta oficial da assessoria de imprensa de Gaspar.

Garantir o atendimento de Saúde Bucal em todas as Unidades de Saúde, revitalizando os programas de prevenção nas escolas.
No ano de 2017 já houve a implantação de duas equipes de saúde bucal no município, sendo estas ESF Figueira e ESF Margem Esquerda, além destas equipes, já solicitamos junto ao Ministério da Saúde o credenciamento de mais 3 equipes de saúde bucal.

Garantir o fornecimento de medicamentos preconizados pelo Ministério da Saúde para a população, descentralizando a entrega de todos os medicamentos nas unidades de saúde e a domicilio para os acamados.
Hoje já garantimos o fornecimento de medicamos preconizados pelo MS. A entrega já foi descentralizada nas unidades de saúde, e também temos o programa remédio em casa para pacientes SUS acamados ou acima de 60 anos, está sendo reavaliado para melhorias;

Os medicamentos controlados e do programa de alto custo e excepcionais devem ser entregues na Farmácia Central, conforme preconiza a lei que exige a presença do profissional farmacêutico.

Fortalecimento da Saúde Mental, com Implantação do CAPS II (Centro de Atenção Psicossocial) focando também no público AD (Álcool e Drogas), além de implantação de um Ambulatório de Psicologia, com atendimento clínico individual e de grupo.
O CAPS de Gaspar está sendo reestruturado, pois não tinha a equipe técnica completa. Contratamos coordenador, realocamos profissionais de enfermagem e técnico de enfermagem, chamamos psiquiatra do concurso, bem como psicólogo para recompor a equipe. O atendimento de psicologia já é feito individualmente e os grupos estão em atividades.

Implantação da equipe do NASF II (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), e revitalização do Programa Melhor em Casa, com atendimento médico, de enfermagem e fisioterapia para pacientes acamados ou com dificuldade de locomoção.
Hoje temos NASF I, com atendimento de profissionais de nível superior nas áreas de Nutrição, Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Assistente Social, Psicologia clínica e Educador Físico. O objetivo da Secretaria de Saúde é implantar até 2020 o NASF II.

O Programa Melhor em Casa está sendo fortalecido, e valorizado no município. Existe o atendimento médico domiciliar junto com a equipe de enfermeira, técnico de enfermagem e fisioterapia para pacientes acamados.

Investir na capacitação dos profissionais da saúde com foco no atendimento humanizado e conhecimento técnico em todas as áreas de abrangência, proporcionando melhores condições de trabalho.
Objetivando cumprir a política de Nacional Educação Permanente em Saúde, em agosto de 2017, foi implantado o NEPSHU - Núcleo de Educação Permanente em Saúde e Humanização, voltado para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, compreende propostas de ações formativas, de práticas pedagógicas e de organização dos serviços, representando um recurso estratégico para gestão do trabalho ao identificar problemas e construir soluções. Ainda tem como finalidade elaborar, planejar, apoiar e executar, de modo articulado, as propostas que envolvem ações de educação e humanização na saúde em âmbito municipal ou microrregional.

Já foram ministradas diversas capacitações até o momento inclusive com parceria da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)

Os profissionais do Hospital de Gaspar, junto com o SENAC e equipe de Educação Continuada, tem feito diversas capacitações, para melhorar a qualidade de atendimento dentro da própria unidade de saúde.

Implantação da Rede Cegonha, assegurando às mulheres o direito ao planejamento familiar, atenção humanizada a gravidez, ao parto e pós-parto, e às crianças o direito ao nascimento seguro.
Estamos intensificando as ações da Política Nacional de Pré-Natal, Parto e Nascimento, instituídas pelo protocolo regional da Rede Cegonha dos municípios da região. Temos atualmente a oferta do pré-natal do parceiro.

O hospital vem se adequando as normas da rede cegonha, bem como fazendo investimentos internos, a sala de cesárea dentro do centro obstétrico, que era uma exigência da rede cegonha, está readequada conforme exigências. Desta forma, acreditamos que o mais breve possível vamos conseguir nos credenciar.

Contratar equipes multiprofissionais para implantação e acompanhamento de grupos de atividade física, artesanato, controle alimentar nas Unidades Básicas de Saúde.
Temos em funcionamento, grupos com equipes multidisciplinares nas unidades, com orientação alimentar, anti-tabagismo etc. Implantamos junto com a Terceira Idade, em parceria com a Like Academia, o programa de hidroginástica gratuita para participantes dos grupos de saúde das unidades. Estamos viabilizando a implantação da segunda equipe de NASF.

Firmar convênios com universidades para residência médica e multiprofissional, com objetivo de ofertar serviços de enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, terapeuta ocupacional, entre outros;
Encontra-se em processo de análise jurídica para a implantação convênio junto a Universidade/Hospital de estágio curricular obrigatório de médicos nas unidades de saúde, saúde mental e visitas domiciliares.

Reativação do serviço de Saúde da Mulher, com atendimento de média complexidade (gravidez de risco, colocação de DIU) e atuação na prevenção do câncer do colo de útero, mama, através de parceria com a Rede Feminina de Combate ao Câncer e outras entidades.
Renovado o convênio de parceria com a Rede Feminina de Combate ao Câncer, estudo e implantação de projeto para a redução de mortalidade infantil, atualmente já existe o acompanhamento de gestante de alto risco. As unidades e policlínica vêm fazendo a coleta de preventivos bem como as pacientes tem feito exames para a prevenção do câncer de mama.
Um estudo está sendo realizado para reativar no ano de 2018 o espaço físico da Saúde da Mulher, que foi utilizado para a unidade do bairro Sete de Setembro em 2016.

Fortalecimento do Conselho Municipal e dos Conselhos Locais de Saúde com um trabalho contínuo, juntamente com a Gestão de Saúde; Hospital.
A gestão vem incentivando o controle social, sendo que, contamos com 9 conselhos locais de saúde. Em 2017 já foi implantamos 2 novos conselhos. A meta é alcançar 14 conselhos locais de saúde.

A Secretaria vem mantendo constantes diálogos com o Conselho Municipal de Saúde visando o seu fortalecimento e ampliação da participação popular e das entidades representativas da sociedade civil, bem como participando das reuniões dos conselhos locais. Hoje o Hospital tem representante participando do COMUSA (Conselho municipal de SÁUDE).

Humanização do atendimento, com a implantação da classificação de risco (uso de pulseiras), capacitando os profissionais e extinguindo a cobrança do estacionamento.
Em 2017 tivemos capacitação na política de humanização na rede pública, para todos os profissionais da secretaria de Saúde.

Hospital: Conforme ação realizada no início do ano, em conjunto com a Procuradoria do Município, a empresa que cobrava estacionamento e estava em situação irregular, foi retirada do local, e a cobrança de estacionamento não existe mais.

Pulseira: em processo de implantação. O hospital já possui (classificação de risco, porém, está sendo feito apenas o controle interno, não dando ainda as pulseiras para os pacientes, mas já estamos fazendo o custeio, para que possamos o mais breve possível estar distribuindo as mesmas. A capacitação dos funcionários internos também está acontecendo. Firmamos parceria com o SENAC; além disso, nossa Educação Continuada Interna está fazendo treinamentos regularmente, podendo assim melhorar a qualidade do atendimento.

Buscar a sustentabilidade do hospital, vocacionando-o como Hospital de Retaguarda, e implantando leitos de UTI, junto ao Ministério da Saúde;
A Secretaria de Saúde vem atuando junto com o Hospital na solução de problemas, visando fortalecer o Hospital.

Estamos de todas as formas buscando a melhoria do atendimento hospitalar, porém, devemos lembrar que como qualquer outro projeto esse também leva tempo. O hospital fechou parceria com a COOPEMESC para que em breve, seja aberto um ambulatório com clínico geral, possibilitando a realização de consultas de rotina com hora marcada.

Ampliar o número de especialidades médicas do corpo clínico do Hospital, garantindo mais serviços e produção, evitando assim o deslocamento e transferências de pacientes para outras unidades hospitalares;
Há projeto para abrir um ambulatório de especialidades dentro do hospital, porém exige uma estrutura diferenciada que está sendo avaliada. Atualmente as especialidades existentes no ambulatório são: ortopedia, angiologia, cirurgia pediátrica e cirurgia geral.

Aprimorar o serviço de imagem do hospital (ultrassom/mamografia/tomografia), bem como os serviços de análises clínicas, através de parceria com laboratórios da cidade e assim diminuir as filas de espera.
A Secretaria de Saúde vem atuando junto aos laboratórios credenciados no município, para implantar o serviço de coleta de exames no hospital. Assim os diagnósticos serão mais ágeis, e os serviços oferecidos à comunidade serão melhores, além de reduzir os custos.

ELEIÇÃO DAS DIRETORAS NAS ESCOLAS E CDI DE GASPAR

Não vou entrar no mérito e nem me alongar. Sou apenas um ávido, e há muito, leitor de assuntos relacionados à gestão educacional, programas e seus resultados. É muito controverso. É ideológico e aí é que pecamos. Então, sou um leigo, um quase aluno.

Mas, há coisas óbvias.

Qual a escola particular chama os professores, funcionários, pais e alunos e elege o seu diretor? A escolha, que as vezes até se disfarça em uma eleição num conselho interno onde a imagem da instituição é a que verdadeiramente está em jogo, pois é feita com objetivos claros: liderança, conhecimento e capacidade entregar resultados, ou seja, uma comunidade eficaz naquilo que se propõe (cobra e promete), técnica com egressos estimulados, preparados e competitivos (e orgulhosos disso).

Isto é avaliação. É inserção. É produtividade.

Nas empresas, que não são da família, que não são cooperativas, acontece algo muito semelhante. Os diretores e gestores são escolhidos por atributos, por capacidade de entrega à necessidade desejada pelo conhecimento, relacionamento, inovação e pelo mercado, este em permanente exigência e mudança. Um desafio incomparável.

Nas escolas públicas, no Brasil, este olhar do mais preparado (não apenas com a titulação, mas com a efetiva entrega do produto, ou seja, avaliado) é algo que beira, até, a um crime. Nas associações de docentes e sindicatos, este assunto para o público e o privado possui tratamentos e compreensões diferentes. Depende do ângulo que se projeta, há uma discussão e consequente criminalização. Interessante.

Nas escolas públicas, há as escolhas políticas partidárias para a sua gestão (e começa com a secretária, seu entorno técnico...), e há essas como a de Gaspar, que são escolhas “democráticas”, pelo voto da comunidade da escola (pais, professores, funcionários e alunos). Há campanhas, há acertos para se evitar embates.

Qual o mérito, se há, que é levado em conta e avaliado? Qual a preocupação com a qualidade do egresso? A exceção dos CDIs, o Ideb, no mínimo deveria ser meta e avaliação para diretor de escola, não apenas para os alunos. Mas, em Gaspar...

Numa secretaria onde para “se criar” vagas nos CDIs, a única ideia prática é cortar período integral para filhos de trabalhadores e desempregados a procura de emprego, ao invés de se construir, ou abrir mais CDIs em ambiente alugados, ou conveniar emergencialmente com particulares; uma secretaria que fecha o olho para que políticos e comissionados tenham vagas nos CDIs no lugar de trabalhadores de baixa renda; uma secretaria que ao ver diretora de escola reservando vagas para os escolhidos dela, prefere descobrir e perseguir quem fez a denúncia, essa tal “democracia”, parece ser só de fachada e uma propaganda comprometida.

A escola pública, infelizmente, para os políticos é algo distante, incômoda e de passagem. E os alunos? Mais distantes deles ainda...

 

Edição 1829

Comentários

Herculano
30/11/2017 16:04
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA PARA A EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE
Sebastião Cruz
30/11/2017 14:14
Sr. Herculano;

Rodrigo Constantino diz que o PT é um "partido" completamente amoral. Como o Psol (do pederasta
Jean Uilis) é barriga de aluguel ou puxadinho do PT, só pode ser nefasto.

Como dizia a minha avô, coisas do diabo.
Sidnei Luis Reinert
30/11/2017 14:14
Ontem bloquearam as ruas de BNU para a passagem de duas vans com pessoal do exército dentro, escoltadas pela polícia do exército... até sinaleiro furavam! TREMEI COMUNISTAS! É MELHOR JAIR SE ACOSTUMANDO.
Sidnei Luis Reinert
30/11/2017 14:10
Lula pode ser o candidato de Temer e do PMDB?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Sempre governista desde a proclamação da "Nova República" de 1985, o PMDB não deseja largar o osso do Palácio do Planalto em 2018. Mesmo batendo o recorde de impopularidade na cadeira presidencial, Michel Temer tem tudo para apoiar, preferencialmente por debaixo dos panos, a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva ?" velho parceiro peemedebista. Claro, o apoio só não vem se Lula acabar impedido de concorrer quando o Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirmar a condenação dele, em meados de setembro de 2018.

Já se fala, com seriedade, que o cardeal peemedebista Nelson Jobim está conchavando, seriamente, para ser o candidato a vice na chapa quente do companheiro $talinácio. Homem que já vestiu todas as casacas da República ?" ex-constituinte, ex-ministro do STF, ex-ministro da Justiça, ex-ministro da Defesa (quando até usou farda de general quatro estrelas), Nelson Jobim hoje cumpre a missão, nos bastidores, de articular a defesa de ilustres enrolados na Lava Jato e outras operações menos votadas da Polícia Federal. Só por isso já seria o cara ideal para vice do "presidiável" Lula.

O apoio descarado ou velado do PMDB a Lula tem uma razão bem simples: ele incorpora a figura com poder bélico suficiente para enfrentar aqueles que combatem a corrupção. No PMDB, ninguém tem tal perfil ?" nem o "General Jobim". O impopular Temer não tem a menor condição de disputar uma reeleição. Assim, só lhe restaria fechar um acordo com a turma do $talinácio. Seria uma espécie de pacto de não agressão, sobretudo se Lula eventualmente ganhar a disputa. O PMDB deseja apenas continuar no poder, como sempre esteve. Não é à toa que Temer até evita "esculachar" Dilma e o próprio Lula ?" sempre que finge atacar o regime petista, de cuja cúpula fez parte... A petelândia não esquece o vice-traidor, porém tem a ordem de cima para atenuar os ataques ao "governo-morto".

A ordem geral é articular uma poderosa linha de frente para atacar a candidatura de Jair Bolsonaro que desponta como grande favorito ao Palácio do Planalto. $talinácio cansa de avisar seus fanáticos seguidores que "fará o diabo" para arrasar com o "mito". Até agora, os inimigos do Bolsonaro não descobriram como vão neutralizá-lo. Certamente, vem muita baixaria e golpe baixo contra o deputado do Patriotas. O duro vai ser impedir Bolsonaro de concorrer por uma possível condenação naquela putaria suprema armada pela deputada Maria do Rosário ou por uma contra condenação porque pescou um peixinho em uma área de proteção ambiental em Angra dos Reis. No entanto, no Brasil dominado pelo Crime Institucionalizado, tudo é possível.

A tal esquerda aloprou. O PSDB sem rumo até promoverá uma reunião com o PT e outros partidos de canhota para tentar barrar o que chamam de "onda ultraconservadora". O alvo claro é o Bolsonaro. A esquerdalha roubou, foi incompetente na gestão, além de ter seus principais líderes processados e perto de uma condenação. No entanto, ela não desiste de ocupar o podre poder em Bruzundanga. A sorte nossa e azar deles é que seu único candidato com chance é Lula (mais próximo da cela de uma cadeia ou de uma prisão residencial que do Palácio do Planalto)...
Sijiru Fuji
30/11/2017 14:03
APOIADOR DO ENSINO OBRIGATóRIO DE ISLAMISMO, JEAN WYLLYS APRESENTA "ESCOLA SEM RELIGIÃO", por Marcelo Faria, do Instituto Liberal de São Paulo.

Votaram no viado? Aguentem a putaria.
A CNBB aplaude?
Erva Doce
30/11/2017 13:11
Oi, Herculano

Adorei a informação do "Rádio Corredor", só o pateta não sabia que ele era o bobo da corte, acorda projeto de Amin.

Falei hoje cedo com o encarregado que anuncia aos moradores dia e hora das explosões na BR470, dada pelo engenheiro de quando serão realizadas(o escritório deles fica na altura da Padaria Vanzuita).
Disse-me ele que hoje estava agendado para explodir no horário de sempre (das 12:00hs às 14:00hs), mas o Exército não permitiu porque querem a pista livre para a passagem de um tanque.

Te pergunto: Já é o Exército mostrando sua força?
Sai de baixo que pelo jeito Bolsonaro vem com tudo.
Herculano
30/11/2017 12:49
O PAÍS QUE FAZEMOS, por Alexandre Garcia.

Leio, aqui em Portugal, que estão presos todos os governadores do Rio de Janeiro, assim como todos os presidentes da Assembléia fluminense, eleitos desde 1995. Nesses 22 anos que se passaram, a maioria do eleitorado do Rio de Janeiro optou por eles, assim como a maioria dos deputados estaduais escolhidos pelo eleitor fluminense. Vamos culpar Garotinho e Rosinha, Cabral e Picciani ou responsabilizar o eleitor? Meus amigos cariocas afirmam que o último governador do Rio bem escolhido foi Carlos Lacerda. E faz 57 anos que Lacerda foi eleito - pelo diminuto Estado da Guanabara. Desde então, lamentam meus amigos cariocas, "coitado do Rio de Janeiro".

Ora, não é preciso demonstrar que se alguém é mal escolhido, a responsabilidade é de quem o escolheu. Se temos maus políticos, corruptos, incompetentes, mentirosos, ignorantes - a responsabilidade é dos mandantes que os fizeram seus mandatários, seus representantes. Tampouco é necessário demonstrar que os escolhidos não são diferentes dos que escolhem. Há uma certa projeção do eleitor no seu eleito. E também existe a ingenuidade e a desinformação que fazem o eleitor ser amestrado pelo candidato que mais e melhor mentir.

Aliás, a ignorância abundante neste país também é causa de termos tantos políticos deploráveis. Tem gente que acha que o bolsa-família vem da bondade do governante, o mesmo acontecendo com a aposentadoria. Não sabem que governos não geram riqueza. Governos arrecadam riqueza e a distribuem, na forma de serviços públicos. No Brasil a distribuição é feita a pretexto de fazer justiça social. E a maioria aplaude governo doador. Não sabe que está sendo enganada pela demagogia do espertalhão populista, que deixa de prestar os serviços públicos que deve - segurança, saúde, educação, justiça - para dar esmola com o trabalho alheio. Só quem gera riqueza é a atividade econômica das pessoas e empresas - que separam quase 40% de tudo o que produzem e ganham para pagar a governo se sustentar mordomias dos três poderes e fingir-se de caridoso.

Aqui em Portugal vejo claramente como a atividade econômica gera bem-estar, depois de anos da quebradeira causada pelo governo socialista, tal como aconteceu com a Grécia e acontece com a Venezuela. E os espertalhões no Brasil continuam a se aproveitar da ignorância do povo que sai despreparado da escola. São aproveitadores fisiológicos associados nessa dilapidação material e moral com fanáticos ideológicos que fizeram da política uma seita. O país está pagando por isso. É hora de examinar bem o que aconteceu com o Rio de Janeiro. Foram décadas de permissividade por parte dos cidadãos fluminenses. Ou de cumplicidade, escolhendo representantes que mereceram cadeia. Já está na hora de pensar, porque vêm aí as urnas de 2018.
Herculano
30/11/2017 12:47
APOIADOR DO ENSINO OBRIGATóRIO DE ISLAMISMO, JEAN WYLLYS APRESENTA "ESCOLA SEM RELIGIÃO", por Marcelo Faria, do Instituto Liberal de São Pauylo

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL/RJ) apresentou nesta quarta-feira (29) um projeto de lei (PL 9208/2017) que visa combater a "doutrinação religiosa" nas disciplinas optativas de religião em escolas públicas. De acordo com a justificativa da proposta, "uma interpretação pouco rigorosa da lei tem permitido a proliferação de formas de ensino religioso nas escolas públicas que, em diversas cidades e estados, não respeitam a diversidade enunciada na lei nem impedem, na prática, o proselitismo". O projeto foi apresentado após o Supremo Tribunal Federal decidir, em setembro, que o ensino religioso confessional (ou seja, vinculado a uma crença específica) não é inconstitucional.

O deputado psolista utiliza a mesma lógica do "Escola Sem Partido" (considerado "fascista" por Jean Wyllys por tentar combater a doutrinação ideológica nas escolas com mais estado) para defender o "Escola Sem Religião": "regulamentar o ensino religioso de modo a assegurar o respeito à diversidade de crenças dos alunos e impedir que eles sejam vítimas de qualquer tipo de imposição autoritária das doutrinas do/a professor/a, o que sem dúvidas é um abuso contra os direitos das crianças e dos/as adolescentes. (?) É como se, em vez de ensinar sobre o sistema político e sobre o papel da democracia na nossa sociedade, a escola ministrasse aulas de 'petismo', 'tucanismo', 'psolismo' ou 'pemedebismo', dependendo da filiação do professor. Na prática, na maioria dos casos em que as escolas praticam o ensino religioso confessional, este não é outra coisa senão catecismo cristão, seja da vertente católica ou evangélica", afirma o deputado em seu projeto.

Indo contra o caráter de seu próprio projeto, o deputado é declaradamente apoiador do PL 1780/2011, apresentado por Miguel Corrêa (PT/MG), o qual visa obrigar "estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares" a ensinar "cultura árabe e tradição islâmica", incluindo a "cultura e religiosidade islâmica".
Herculano
30/11/2017 08:51
SUICÍDIO EM HAIA LEMBRA QUE REVESES DA GLOBALIZAÇÃO NÃO INCLUEM A JUSTIÇA, por Roberto Dias, secretário de redação da área de produção do jornal Folha de S. Paulo

Em meio a tantos reveses para a globalização, o episódio de quarta (29) em Haia é lembrete de que a Justiça mantém firme uma marcha que atravessa fronteiras.

Para quem não viu: Slobodan Praljak, comandante de forças bósnio-croatas que massacraram muçulmanos, matou-se com veneno após juízes do tribunal para a ex-Iugoslávia recusarem recurso contra a pena de 20 anos de prisão. A corte encerra sua missão no mês que vem. Por 24 anos, debruçou-se sobre 161 acusados e condenou 83, tendo como base a cidade holandesa que acolhe o Tribunal Penal Internacional.

Haia é descendente de Nuremberg, tribunal estabelecido na mais nazista das cidades para julgar a cúpula alemã após a 2ª Guerra. Juízes americanos, ingleses, franceses e russos condenaram 19 pessoas. Também lá houve um suicídio durante o processo (Robert Ley, homem de Hitler para o mundo do trabalho).

Na sequência de Nuremberg funcionou o Tribunal de Tóquio, que cumpriu a mesma tarefa no Oriente. O sistema jurídico internacional ganhou altura sobre o alicerce do pós-guerra.

Claro que não é uma obra sem percalços. EUA, China e Rússia não integram o TPI. Foi um juiz espanhol que colocou o ditador chileno Augusto Pinochet em apuros, mas ele morreu sem jamais ser condenado. Paulo Maluf e Marco Polo del Nero não se atrevem a viajar mundo afora, só que continuam circulando no Brasil.

Ainda assim, e por falar em Del Nero, a Fifa é exemplo da marcha da justiça. Não fosse a ação de órgãos dos EUA nos últimos anos, é possível que a entidade suíça e o futebol ainda tivessem a mesma cartolagem corrupta (o brasileiro José Maria Marín, agora julgado em NY, que o diga).

A própria Lava Jato deve muito a um fluxo sem precedentes de informações vindas do exterior. Quando mensaleiros e lavajateiros pedem julgamento internacional, estão só jogando para a torcida, pois nada indica que o resultado seria outro.
Herculano
30/11/2017 08:45
BARROSO, O MIMOSO: ENGANAR JORNALISTAS XUCROS É FACÍLIMO! JÁ OS ADVOGADOS..por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Ah, então, agora, Roberto Barroso diz que que a mudança no foro especial nada tem a ver com impunidade? É mesmo?

Não foi isso o que disse em seu voto. Para ele, o foro especial era causa de impunidade. Escreveu lá:

"Todas essas circunstâncias afetam negativamente a condução do processo, gerando prescrição e impunidade. Não por outro motivo, desde que o STF começou a julgar efetivamente ações penais contra parlamentares (a partir da EC 35/2001, que deixou de condicionar as ações à autorização da casa legislativa), já ocorreram mais de 200 casos de prescrição da pretensão punitiva em ações penais e inquéritos perante a Corte. Na própria ação penal em que se suscita a presente questão de ordem, as diversas declinações de competência estão prestes a gerar a prescrição pela pena provável, de modo a frustrar a realização da justiça, em caso de eventual condenação."

E a imprensa se quedou de quatro diante de seus argumentos. Arrastou outros sete colegas, ainda que um deles, Alexandre de Moraes, divirja parcialmente de seu voto.

Muito bem! Aquilo é o que o doutor diz para as câmeras. Sabe que renderá títulos de sites noticiosos e de jornais. Dispõe, hoje em dia, de uma emissora de televisão para defender a tese que quiser, sem contestação, e para bater nos seus adversários, ainda que com aquele seu jeito quase sempre delicado.

Mais uma declaração, esta de fevereiro de 2017?

"O sistema é feito para não funcionar. Mesmo quem defende a ideia de que o foro por prerrogativa de função não é um mal em si, não tem como deixar de reconhecer que ele se tornou uma perversão da Justiça. No presente caso, as diversas declinações de competência estão prestes a gerar a prescrição pela pena provável, de modo a frustrar a realização da justiça, em caso de eventual condenação".

Ora, tinha-se, pois, a impressão de que a lentidão é uma característica do Supremo e que a Justiça de primeiro grau no país é um exemplo de eficiência.

Enganar jornalista é fácil.

Enganar leitores, internautas, telespectadores é fácil.

Enganar esses grupelhos de direita que não sabem fazer o "O" com o copo, dando suporte ao mais esquerdista dos ministros do Supremo, é facílimo.

Mas o doutor sabe que, ao falar com advogados e operadores do direito, a coisa muda de figura. Aí ele teve de confessar: a mudança do foro, como ele a propõe, comportando-se como legislador, resolve um problema do Supremo. Mas não o problema da impunidade. Ou o brasileiro comum estaria muito bem assistido, não é mesmo?
Herculano
30/11/2017 08:19
MILLER REALÇOU EM CARTA PROXIMIDADE COM JANOT, por Josias de Souza

Na carta de despedia que enviou aos colegas da Procuradoria da República no último mês de março, Marcelo Miller enalteceu a gestão do ex-chefe. "Rodrigo Janot mudou para sempre ?"e a meu juízo para muito melhor?" a fisionomia do MPF." Expressou no texto seu "profundo agradecimento pela honra" de ter auxiliado o então procurador-geral no exercício de suas atribuições. Por baixo do pano, Miller já assessora também, desde o mês anterior, os delatores da JBS.

O teor da despedida de Miller não orna com o depoimento prestado por ele, nesta quarta-feira, na CPI da JBS. Inquirido sobre sua proximidade com Janot, o ex-agente duplo tomou distância. "Há um bocado de mistificação e desinformação em torno da minha relação funcional com o doutor Rodrigo Janot. Eu achei graça quando vi no jornal dizerem que eu era braço direito dele. Eu nunca fui." Mais um pouco e o depoente talvez perguntasse: "Janot?!? Por acaso é aquele magrinho altão?"

Vão reproduzidos abaixo dois parágrafos da carta de despedida de Miller para os membros da corporação. da Procuradoria. se despede da corporação:

"Ainda a propósito de agradecimentos, deixo um registro de reconhecimento: com todo o respeito aos que o antecederam, Rodrigo Janot mudou para sempre ?" e a meu juízo para muito melhor - a fisionomia do MPF. Os avanços foram indiscutíveis, variados e significativos num espaço de tempo muito curto. Pode, claro, ter havido erros; mas tenho para mim que o tempo deixará claro que eles foram menores que os acertos. Ao Janot, ainda, meu profundo agradecimento pela honra e a experiência de ter podido prestar a ele um modestíssimo auxílio no exercício de suas atribuições como PGR.

Não farei falta aqui. A força do MPF está em sua expressão coletiva, que não sofre dano com minha partida. De meu lugar, a partir de agora mais acanhado, lá nas arquibancadas da cidadania, estarei sempre na torcida pelos acertos e os justos êxitos desta instituição que me custa muito, mas muito mesmo, não mais chamar de minha."
Herculano
30/11/2017 08:16
UM PLANO REAL DE COMBATE À CORRUPÇÃO, por Modesto Carvalhosa, professor aposentado, para o jornal Folha de S. Paulo

O juiz Sergio Moro propõe que se formule contra a corrupção um Plano Real, nos moldes daquele implantado em 1994 pelo governo Itamar Franco para quebrar aquela monstruosa inflação inercial, de mais de 1.000% ao ano.

O dramático pedido origina-se da constatação de que, apesar da reconhecida e aclamada eficiência da Lava Jato, a corrupção, aparelhada como política de governo a partir de 2003, só aumenta no país, de todas as maneiras possíveis. Completam-se, portanto, 14 anos de existência da nossa repugnante cleptocracia.

Antes tínhamos uma inflação inercial, estrutural. Hoje temos uma corrupção sistêmica, e, por isso, igualmente estrutural.

A corrupção neste país não é episódica. É sistêmica porque se retro-alimenta face às estruturas formais e mesmo aparentemente "legais" do relacionamento do setor público com o privado.

O Estado brasileiro é, sem dúvida, o mais corrupto de todo o planeta. Só profundas mudanças estruturais irão quebrar o caráter endêmico, ou seja, a pandemia da apropriação privada dos recursos públicos em todos os planos e setores da administração federal, estadual e municipal.

A primeira coisa de que devemos ter consciência é que tal plano demanda da sociedade um profundo e militante engajamento nas eleições de 2018. Não podemos eleger e muito menos reeleger os sinistros membros dessas organizações criminosas ?"que também atendem pela alcunha de partidos políticos.

Isso posto, três são os fundamentos para a implantação do Plano Real contra a Corrupção: eliminação da impunidade, transparência e quebra da interlocução direta entre agentes públicos e empreiteiras.

A eliminação da impunidade se dá, obviamente, pela eliminação do odioso foro privilegiado, que se tornou o valhacouto, o esconderijo, a caverna de todos os marginais da política que comandam este país.

Cabe restabelecer, pura e simplesmente, o princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei. Impunidade zero.

O segundo pilar é o da transparência de todos os dados ?"todos os dados, insista-se?" produzidos pela administração pública, em tempo real. Deve-se promover, para tanto, a implantação de softwares capazes de coletar todas as informações relacionadas com a atividade política e administrativa do Estado e, ao mesmo tempo, ler e interpretar esses mesmos dados.

Essa tecnologia de inteligência cognitiva, como o sistema Watson, proporciona acesso instantâneo, fácil e sistemático de informação e diagnóstico quanto a todos os temas de interesse da cidadania.

Assim, serão dadas respostas consistentes às indagações permanentes da sociedade, em tempo real. Essa tecnologia avançada e disponível permitirá um efetivo controle da atividade estatal e, nele, o combate à corrupção.

O terceiro pilar é o "performance bond", ou seja, o seguro de obra, implantado nos Estados Unidos há 123 anos (1894), e que entre nós vem sendo barrado sempre pelas empreiteiras, como no veto à sua inclusão na Lei das Licitações, em 1993.

Trata-se de remédio fundamental para o combate à corrupção. Através dele, rompe-se, no setor de obras públicas, o capitalismo de laços. As relações diretas e promíscuas das empreiteiras com os agentes públicos são quebradas.

No contrato de obras, participa uma seguradora, que garante para o Estado a consistência do projeto básico e o cumprimento do prazo, do preço e da qualidade dos materiais especificados.

No Senado tramita, desde maio de 2016, o projeto de lei 274, que institui o "performance bond". É de iniciativa do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que me solicitou o texto. Seu relator é o senador Wilder Morais (PP-GO).

A sua aprovação permitirá que o Plano Real de combate à corrupção se efetive.
Herculano
30/11/2017 08:11
PLANOS: FATURAMENTO É MAIOR QUE O PIB DE 19 ESTADOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O faturamento anual das operadoras de planos de saúde que atuam no Brasil, no valor de R$178,4 bilhões, é tão escandalosamente elevado que supera o PIB de 19 Estados, segundo dados mais recentes do IBGE. A soma das riquezas dos planos de saúde só não e maior que o Produto Interno Bruto (PIB) dos três Estados do Sul (RS, PR e SC) e mais São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Bahia e o Distrito Federal.

COM FOLGA
O setor de planos de saúde fatura mais que todos os Estados da região Norte. No Nordeste, rivaliza só com a Bahia (R$245 bilhões).

CUMPLICIDADE
Com a parceria da Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), os planos de saúde viram o lucro líquido subir 70% de 2015 para 2016.

TUDO DOMINADO
O poderoso lobby dos planos de saúde acaba emplacando seus ex-empregados em cargos de direção da "agência reguladora" ANS.

BARBA, CABELO...
Além de controlar vontades no governo, os planos de saúde também investem em campanhas eleitorais. Foram R$55 milhões em 2014.

LUISLINDA SOMENTE SAI DO GOVERNO COM O PSDB
Apesar do clamor de governistas pela demissão imediata da ministra Luislinda Valois (Direitos Humanos), Michel Temer só vai dispensá-la quando os demais ministros do PSDB deixarem o governo. Ela não consegue justificar sua presença no ministério, e só consegue chamar atenção ao protagonizar episódios negativos, como quando reclamou de "trabalho escravo" por receber menos de R$61,7 mil por mês.

ELA É TUCANA
Luislinda Valois é tucana de carteirinha e foi indicada pelo PSDB para assumir a Secretaria de Direitos Humanos, com status de ministra.

HUMILHAÇÃO, NÃO
O presidente tem dito que Luislinda não pode sair de maneira "humilhante", isoladamente, como se fosse uma punição.

SEM LARGAR O OSSO
O PSDB já não faz parte da base de apoio ao governo no Congresso, mas também não larga o osso: ainda ocupa centenas de cargos.

CAPILARIDADE É TUDO
Geraldo Alckmin tem seus instantes de ingenuidade. Fazer da saída do governo uma bandeira pode agradar a turma da pizza de domingo, no Morumbi, mas pode lhe custar importante aliança em 2018: o PMDB é três vezes maior que o PSDB, e está em todos os municípios do País.

NOS BRAÇOS DO EX
O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) foi claro: com os tucanos fora da base de apoio ao governo no Congresso, o PMDB está liberado a fazer alianças estaduais com quem bem quiser. Inclusive o PT.

PERGUNTA NA RECEITA
O mistério intriga até os petistas: quem sustenta Lula? Para juntar os R$16 milhões bloqueados pela Justiça em suas contas, ele não poderia gastar por 27 anos um centavo dos R$50 mil mensais que diz receber.

PSDB DE VOLTA AO MURO
O deputado Carlos Sampaio (SP) tucanou a paixão do seu partido pelo "muro", explicando que os deputados deixam o governo, mas não viram oposição, votando de acordo com suas consciências. Ou seja, descem do muro quando for conveniente, para serem pró ou contra o governo.

CRISE SUBESTIMADA
A um mês do fim do ano, as receitas do governo bateram R$2,3 trilhões e estão longe dos R$3,4 trilhões previstos no início de 2017. Se mantiver o ritmo, a arrecadação será de apenas 75% do esperado.

RECADO DE BARROSO
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, passou na 23ª Conferência Nacional da Advocacia, em São Paulo, para deixar o recado, sem dizer a quem: "O poder não serve para perseguir inimigos e ajudar amigos".

PELO MENOS NA PREVIDÊNCIA
A maior preocupação do governo são as aprovações de projetos da "agenda econômica" de Michel Temer. Mesmo sem o apoio do PSDB, o governo espera os votos tucanos na reforma da Previdência.

SEM CONSEQUÊNCIA
O assunto da hora nas redes sociais é denúncia de injúria racial contra a filha de atores da Globo por uma blogueira brasileira naturalizada americana que mora no Canadá, onde não poderá ser punida.

PENSANDO BEM?
?para abandonar emprego tão ambicionado, como de procurador da República, por escritório privado, a "lambança" deve ter valido a pena
Herculano
30/11/2017 08:08
BRASÍLIA NÃO TEM MEDO DA RUÍNA

Conversar com deputados dá uma sensação de irrealismo agoniado, ainda mais neste clima de últimos dias de paupérie, de começo de fim de governo na pindaíba, em que todo o tempo é consumido por arranjos da eleição, clima de Terça-Feira Gorda, "é hoje só", de últimos dias da liquidação de votos na bacia dos lobbies.

A conversa é sobre reforma da Previdência. O irrealismo é do jornalista, que trabalha em São Paulo e, mesmo depois de décadas neste serviço, ainda não se habituou à ideia de Brasília.

Os deputados são de um realismo chão, nu e cru: estão com a maioria dos eleitores, contra a reforma. Dizem que já deram sua cota de sacrifício, por assim dizer: teto de gastos, reforma trabalhista, "injustiças" da Lava Jato.

Não tiveram retorno em termos de popularidade, emendas e prebendas.

Sim, é simples assim, sempre foi. A leitora, que é perspicaz, sabe. Mas ainda é estranha a atitude impassível quanto ao risco de ruína lenta, segura e gradual, daqui a uns dois anos.

As conversas são com parlamentares de quatro partidos do centrão e do PSDB, embora a distinção entre centristas e a maioria dos tucanos pareça borrada. Os deputados parecem inamovíveis, indiferentes à sugestão de futuro próximo sombrio. Dizem que não vai ter voto pela reforma.

Disseminou-se uma conversa que apareceu na última quinzena, quando o governo mudou sua "estratégia de comunicação", sua propaganda.

Quase todo deputado conta a mesma história: é preciso esperar o efeito da campanha governista, ver se o povo compra a reforma, confirmação que vai demorar, dizem. Portanto, apenas em fevereiro os deputados poderiam pensar em mudar seu voto
.
Os deputados têm o receio óbvio de perder a reeleição, notório desde abril, gritante depois de maio, quando se associar ao Michel Temer dos escândalos e das reformas se tornou o beijo da morte na urna. Nesta semana, porém, eram mais notáveis também os comentários sobre a situação dos servidores.

Há pressão política, sindical, mas também simpatia genuína, digamos, e interesse familiar e de grupo. A parentela parlamentar tem montes de servidores; amigos e eleitores especiais da "base" são funcionários.

O PSDB, que há 20 anos ainda parecia o "partido das reformas", negocia emendas para favorecer servidores federais admitidos antes de 2003, os trabalhadores com as aposentadorias mais privilegiadas do país, quiçá do planeta. O adiamento do reajuste dos servidores, parte do pacotinho fiscal de agosto, também está para mergulhar no vinagre.

No mais, o clima, ressalte-se, é de Terça Gorda, "é hoje só": no ano que vem, quase não tem mais governo ou votação importante. Deputados querem ficar bem com ruralistas, concedendo-lhes perdão de dívidas previdenciárias, e com pequenas e microempresas, para quem haverá Refis. Etc.

Pode passar alguma coisa? Rodrigo Maia, presidente da Câmara, volta a se embevecer com a ideia de suceder Temer. Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, começou a campanha para valer. Temer quer ter algum controle sobre sua sucessão e seu foro em 2019. O trio pode fazer mágicas e milagres a fim de aprovar alguma coisa. Mas o clima em Brasília é de realismo nada fantástico.
Rádio Corredor
29/11/2017 21:58
Segundo pessoas de bem perto do gabinete,o nosso vice Prefeito não está nada contente,esta se sentindo um bobo da corte,sempre é o último a saber das coisas.Já perdeu alguns dos seus benefícios,e pelo que ficou sabendo por terceiros vai perder ainda mais.(Gaspar Eficiente)KKKKKKK
Roberto Sombrio
29/11/2017 20:40
Oi, Herculano.

SAÚDE PÚBLICA DE GASPAR É EXEMPLAR, SEGUNDO KLEBER E SUA ASSESSORIA!

Claro que é. Deram direito de furar a fila a quem não tem direito de ser atendido, em um Posto de Saúde, fora da sua região de domicilio. (Pedro Celso Zuchi).

Exemplar a atitude do prefeito.
Exemplar a atitude do vice-prefeito.
Exemplar a atitude da Secretaria de Saúde.
Exemplar a atitude do responsável pelo posto de saúde do Bela Vista.
E Pedro Celso Zuchi,... bem, quando foi que deu exemplo?
Antonio Brasil
29/11/2017 20:15
Lendo sobre os aspectos da saúde, referente a saúde bucal no ESF Figueira e Margem Esquerda já existia antes mesmo dessa nova administração, remédio em casa e melhor em casa com atendimento dos profissionais já existia, agora o hospital com serviço de imagem?? O hospital possui um raio X que é do Municipio, já deu pano pra manga no Governo de Zuchi, foram procurar e descobriram que é do Municipio com acordo de uso do hospital, outro é o mal dito mamografo que vivem falando que Gaspar mandou embora, é só buscar a documentação do SES - Secretaria Estado de Saúde de Santa Catarina que DIZIA QUE O EQUIPAMENTO ERA ANTIGO, FALTAVA PEÇAS E NÃO HAVIA DOCUMENTAÇÃO QUE INFORMASSE QUANDO FOI A ÚLTIMA UTILIZAÇÃO E SE ESTAVA FUNCIONANDO, outra coisa é que esse equipamento depende de um local apropriado para ser instalado, não é qualquer salinha com divisória de escritório que vai ser usada.
Existem muitos ganhos deixados da administração passada que devemos continuar e também existe muita coisa do governo passado que devemos corrigir e abolir, não entendo o quão é dificil continuar com o que estava funcionando e descartar o que não presta e seguimos em frente.
Violeiro de Codó
29/11/2017 19:44
Sr. Herculano;

Assistindo o DATENA (fico esperando o jornal da Band), ele falou que armar o homem do campo é a melhor proposta de Jair Bolsonaro, e passando pela TV Senado, ouvi a Senadora Ana Amélia Lemos dizer que o projeto de lei que autoriza a posse de arma de fogo nas propriedades rurais foi aprovado, hoje, na Comissão de Constituição e Justiça.
Segundo ela, votou a favor, e acrescentou:

"- O produtor que mora longe da zona urbana, fica refém dos criminosos armados, o que quer dizer que precisa ter o direito de se defender pelas armas."

É isso!!!
Deu ruim pro Stédile.

Ana Amélia que não é Lemos
29/11/2017 18:48
Sr. Herculano:

Do Blog do Políbio:

"O deputado Jair Bolsonaro reuniu-se ontem com a bancada ruralista no Congresso. E foi logo avisando, ao ser questionado sobre a violência do MST nas propriedades rurais:

- Todos os fazendeiros serão armados com fuzis.

É para se defenderem de ataques.

Bolsonaro avisou que vai radicalizar contra o MST."

Fuzil eu não sei, mas defender sua propriedade é direito constitucional, e mais, se forem atacados, legítima defesa, prevista na Constituição.
#Bolsonaro2018
Anônimo disse:
29/11/2017 18:30
BOLSONARO E SEU GUIA ECONõMICO TÊM EM COMUM VISÃO APOCALÍPTICA DA CRISE, por Elio Gaspari

Herculano, como é salutar assistir os vermes vermelhos se estrebuchando KKKK...

Espuma de raiva Elio Gaspari, tu e a tua Fôia.
Corre pra Cuba que ainda dá tempo.

Piriquito Australiano piou...
29/11/2017 18:25
Era só o que faltava termos uma bruxa na prefeitura, já temos uma na câmara que está de bom tamanho.
Sidnei Luis Reinert
29/11/2017 16:01
Já temos militante contando com o ovo no c* da galinha? kkkkkkk... Com Bolsonaro no poder( se ele chegar lá) pode dizer adeus à velha política porca, ineficiente, perdurária e corrupta. Vão ter de estudar para chegar lá e fazer um governo 100% transparente, sem troca troca de favores com pena de prisão ao apenas "errar" sem querer. Os comunistas gostam de acusar os outros do que eles são, por isso os brejos dos Belchiores foram quase todos aterrados na digestão anterior?
Herculano
29/11/2017 15:54
A ESQUERDA UNIVERSITÁRIA TROUXE DE VOLTA O CONCEITO DE HERESIA, por Rodrigo Constantino

Uma universidade deveria ser palco para uma elite - sim, a universidade não é para todos - disposta a pensar, a debater livremente, a buscar de forma imparcial o conhecimento, a sabedoria e a verdade. Assim ao menos foi pensado quando elas foram criadas, na Idade Média, e por séculos a ideia permaneceu viva. Não mais. Hoje vemos "espaços seguros" e um "código de fala" asfixiando os debates, criando máquinas de repetição de slogans que não aprenderam a pensar por conta própria.

O conservador Roger Scruton escreveu um texto no Times sobre o assunto, afirmando que a esquerda universitária trouxe de volta o conceito de heresia ao campus, justamente onde os debates deveriam ser acalorados e abertos. Sua mensagem, corroborada por vários outros pensadores, como Niall Ferguson, mostra como é urgente resgatar o ambiente livre nas universidades. Diz Scruton:

As religiões oferecem adesão. Elas enchem o vazio no coração com a presença mística do grupo, e se elas não fornecem esse benefício, elas irão murchar e morrer, como as religiões do mundo antigo durante o período helenístico. É, portanto, da natureza de uma religião se proteger de grupos rivais e das heresias que os promovem.

Os estudantes universitários de hoje têm pouco tempo para religião e nenhum tempo para grupos exclusivos. Eles estão particularmente insistentes que as distinções associadas à sua cultura hereditária - entre sexos, classes e raças, entre gêneros e orientações, entre religiões e estilos de vida - devem ser rejeitadas, no interesse de uma igualdade abrangente que deixa cada pessoa ser quem ela ou ele realmente é. A "não discriminação" é a ortodoxia do nosso dia. No entanto, essa aparente mentalidade de abertura está tão determinada a silenciar o herege quanto qualquer religião estabelecida.

Em seguida, Scruton apresenta alguns casos, que estão longe de serem isolados, pois viraram a tendência no meio universitário. Ele menciona em particular o feminismo radical, que tem encontrado terreno fértil nas universidades para calar os debates e punir os "hereges", eliminando qualquer chance de busca pela verdade objetiva:

A verdade surge por uma mão invisível de nossos muitos erros, e tanto o erro como a verdade devem ser permitidos se o processo for para funcionar. A heresia surge, no entanto, quando alguém questiona uma crença que não deve ser questionada dentro do território favorecido de um grupo. O território privilegiado do feminismo radical é o mundo acadêmico, o lugar onde as carreiras podem ser feitas e as alianças se formaram através do ataque ao privilégio masculino. Um dissidente dentro da comunidade acadêmica deve, portanto, ser exposto, como Sir Tim, à intimidação pública e ao abuso, e na era da internet, esse castigo pode ser ampliado sem custo para aqueles que o infligem.

Trata-se, claro, de um processo de intimidação que visa ao silêncio dos opositores, dos críticos, dos dissidentes, dos "hereges". A conclusão de Scruton é que a verdadeira diversidade de opiniões, que uma universidade deveria sustentar, vem sendo erodida e em alguns lugares foi completamente destruída. Scruton conclui:

Creio que uma instituição em que a verdade pode ser imparcialmente procurada, sem censura e sem penalidades impostas aos que não concordam com a ortodoxia prevalecente, é um benefício social além de tudo o que agora pode ser alcançado controlando a opinião permitida. Se a universidade renuncia ao seu chamado na questão do argumento dirigido pela verdade, torna-se um centro de doutrinação sem doutrina, uma forma de fechar a mente sem o grande benefício conferido pela religião, que também fecha a mente, mas a fecha em torno de uma comunidade moral real.

Na mesma linha, um professor de Direito da Faulkner University, em Alabama, escreveu um artigo "duro" sobre os millennials, alertando que se eles substituem o "eu penso" pelo "eu sinto", eles estão agindo como galinhas. Adam MacLeod diz que, ao contrário do estereótipo, percebeu que a ampla maioria de seus alunos quer aprender, mas que, confirmando o estereótipo, muitos não sabem pensar, não possuem muito conhecimento, e estão escravizados por seus apetites e sentimentos.

Para MacLeod, a culpa é dos professores: "Suas mentes são refém em uma prisão formada pela cultura de elite e seus professores de graduação. Eles não podem aprender até que suas mentes sejam libertadas da prisão". Ele afirma que, antes de ensinar os alunos a raciocinar, é preciso ensiná-los a abandonar essa irracionalidade, já que foram não educados, mas doutrinados. Ele acrescentou:

A maioria de vocês foi ensinada a rotular coisas com vários "ismos" que impedem que você compreenda as alegações que achar desconfortáveis ou difíceis. O raciocínio exige um julgamento correto. O julgamento envolve fazer distinções, discriminar. A maioria de vocês tem sido ensinada a evitar julgamentos críticos e avaliativos apelando para termos simplistas como "diversidade" e "igualdade".

O raciocínio requer que você compreenda a diferença entre verdadeiro e falso. E o raciocínio requer coerência e lógica. A maioria de vocês foi ensinada a abraçar incoerência e ilógica. Você aprendeu a associar a verdade com seus sentimentos subjetivos, que não são nem verdadeiros nem falsos, mas somente seus, e que são constantemente variáveis.

O professor diz que se os alunos trocarem o "eu penso" pelo "eu sinto" no começo de suas declarações, então eles podem passar a emitir sons de galinhas, ou qualquer outro grunhido animal, já que seria mais adequado do que a fala humana, propícia para quem quer pensar, argumentar, debater ideias e buscar a verdade.

Alguns podem julgar a mensagem do professor muito dura, mas isso já seria sintoma de uma era de vitimismo que não tolera "ofensas", i.e., verdades incômodas, e que prefere punir os "hereges" a ter que debater seus argumentos. As seitas politicamente corretas, criadas pela esquerda há décadas, estão matando as universidades. E isso sim, é um tremendo pecado!
Maria de Fátima Albino
29/11/2017 13:23
Caro Herculano;

"A VIDA MELHOROU
Para um terço da população brasileira, exatos 33,3%, a vida da família melhorou desde a saída de Dilma Rousseff da Presidência."
Coluna de Cláudio Humberto

A minha vida melhorou 100% por não precisar mais olhar para esta desclassificada.
Valber
29/11/2017 12:50
Contagem regressiva - falta 3 anos e 1 mês para a turma do Principe sair da Prefeitura e o Rei retornar.

Ou estão achando que serão releitos fazendo o governo que estão fazendo.

Quem está contente são o empreiteiros de Gaspar, tudo que é brejo tá virando loteamento.

A população está insatisfeita.
Sidnei Luis Reinert
29/11/2017 12:17
O estilo foge, mas não sai de cima do PSDB


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Governo feio não tem pai. Por isso tem nada de anormal na providencial e oportunista lembrança feita pelo presidenciável Geraldo Alckmin de que "sempre foi contra participar do governo Michel Temer". O futuro presidente do PSDB (assume dia 9 de dezembro, na convenção tucana), Alckmin prometeu que o partido deixará o governo federal, porém ponderou que "manterá o apoio a todas as reformas que sejam do interesse do Brasil". É o estilo foge, mas não sai de cima dos tucanos.

Será muito difícil descolar a imagem desgastada do governo Temer da candidatura presidencial de Geraldo Alckmin. O "desembarque" da administração federal não passa de uma manobra fake. Alckmin sinaliza que o apoio temerário (em cima do muro) continuará: "Abandonar (o governo) no sentido de não ter compromisso, não. Temos compromisso e temos que dar sustentação na Câmara e votar projetos de interesse do país. Mas sempre fui contra participar do governo. Não tinha a menor razão para o PSDB estar indicando ministros".

Geraldo Alckmin não tem saída. Sabe muito bem que, sem o apoio do PMDB, sua candidatura presidencial se torna ainda mais inviável eleitoralmente. O Presidente Temer deseja que ocorra, o mais depressa possível, uma conversa dele, com Alckmin, para organizar a tal "saída". A vacilação tucana (deseja sair, porém diz que vai "ficar" com as reformas temerárias) é apenas mais uma prova do ocaso de um partido que não tem projeto para o Brasil e, pior ainda, sequer tem identidade. O que significa ser "social democrata" no Brasil?

O PSDB lançou ontem um documento que é motivo de piada entre estrategistas de campanha e ideólogos políticos. Um dos trechos "críticos" do blá-blá-bla tucano, intitulado "Gente em primeiro lugar: o Brasil que queremos", parece brincadeira: "O capitalismo de compadrio tem que acabar. A concessão de subsídios, renúncias fiscais, desonerações e benefícios tributários requer regras amplamente debatidas com a sociedade, e isso vale para todo o orçamento público! Em particular, o acesso dos mais ricos a serviços públicos gratuitos precisa ser reavaliado".

Formulado pelo Instituto Teotônio Vilela, o texto traz outra pérola digna do mais cínico humor de um partido que ainda tem Aécio Neves como um de seus líderes: o PSDB não irá tolerar a falta de ética. "A atividade pública não pode servir ao enriquecimento pessoal, mas somente ao bem comum. Não compactuaremos com a corrupção, a desonestidade, a falta de ética, os desmandos".

É por essa e outras que os tucanos levarão um grande pau na eleição do ano que vem...
Herculano
29/11/2017 12:04
DEZ RAZõES QUE FAZEM DO BRASIL UM "SERIAL KILLER" DE OPORTUNIDADES, por Marcos Troyjo, economista, diplomata e cientista social, para o jornal Folha de S. Paulo

No mercado de ações, utiliza-se a imagem do touro (em inglês, "bull") e do urso ("bear") para designar tendências. A primeira pressupõe onda positiva, de valorização e expansão. A segunda, o oposto.

A origem dessas expressões estaria na forma como tais animais atacam. O touro utiliza seus chifres para jogar a vítima para cima. O urso desfere suas patadas em movimento descendente. Em inglês, quando o mercado tenda a subir, está "bullish"; a cair, "bearish".

Tais noções passaram também a designar o sentimento prevalecente quanto aos rumos de uma economia. Diz-se daquele que enxerga na Argentina boa oportunidade de investimento ?"apostando na elevada performance daquele mercado ao longo do tempo?" ser um "Argentina bull". Chama-se o contrário de "Argentina bear".

Fiz há poucas semanas em Nova York uma apresentação a alguns agentes econômicos (bancos de investimento, seguradoras, agências de classificação de risco e empresas industriais) sobre perspectivas do quadro político-econômico brasileiro.

Centrei meus argumentos na tese de que, por mais improvável que possa parecer, o Brasil dispõe ?"apesar de suas ruínas políticas, fiscais e morais?" de considerável chance para dar início a fase positiva de sua trajetória, sobretudo a partir do primeiro trimestre de 2019, quando estiver investido de novo presidente com mandato sacramentado nas urnas.

Os pressupostos dessa perspectiva "bullish" são os de que, no cenário internacional e no âmbito interno, observa-se confluência de fatores favoráveis ao Brasil. Em vez da certeza da "tempestade perfeita", o Brasil pode virar o jogo e experimentar um dia de "sol perfeito", como já indiquei nesta coluna.

Mark Lennihan/Associated Press
A estátua do touro em Wall Street, Nova York
A estátua do touro em Wall Street, Nova York
Grande liquidez internacional, apetite por investimento estrangeiro em projetos de infraestrutura e boas perspectivas para exportações brasileiras são as principais forças a alinharem-se positivamente no cenário externo.

Retomada do crescimento com baixa inflação e juros, melhoria da governança em estatais como Petrobras e Eletrobras, implementação de teto de gastos públicos ao longo do tempo, eleição em 2018 de um líder "pró-mercado" são alguns dos vetores a contribuir no âmbito interno.

Na apresentação que fiz, fui saudado com ceticismo por alguns dos presentes. Gatos escaldados pelo banho gelado que tomaram com diversas experiências passadas em que o país também desperdiçou ventos favoráveis, tive de lidar com genuínos "Brazil bears".

Dessa conversa, relaciono abaixo dez pontos que constituem a essência daqueles que, não obstante conjunturas propícias, são "pessimistas estruturais" quanto ao Brasil.

Descrença completa no prosseguimento das reformas estruturais
Para os "Brazil bears", o debate sobre a modernização previdenciária, trabalhista e tributária no país só se dá pela vertiginosa proximidade com o abismo fiscal, e não pelo entendimento de que tais atualizações são imposições de uma sociedade e economia em constante evolução.

Baixa participação do Brasil no comércio internacional
Embora em 2017 o Brasil bata recordes de exportações e superávit comercial, ainda é a economia dentre os quinze maiores PIBs do mundo com o mais baixo (apenas cerca de 20%) percentual de sua riqueza relacionada às trocas internacionais. Baixa competitividade em setores que não o agronegócio impõe um teto rígido a tal percentual.

China tem tanto foco em sua vizinhança que Brasil não é prioridade
Projetos como o OBOR ("One Belt, One Road") que redesenham a infraestrutura na Eurásia são de tamanha escala que a atenção chinesa relativa a projetos de portos, estradas e ferrovias no Brasil seria comparativamente pequena às necessidades brasileiras. Acrescente-se o mau humor chinês com instabilidades jurídicas e regulatórias que tem pautado o setor de infraestrutura no Brasil.

Corrupção sistêmica sobreviverá à Lava Jato
Estimam que as operações de combate ao capitalismo de compadrio brasileiro são corretivas, mas não redentoras, e que o próprio estamento político emergirá resiliente de tentativas de aprimoramento institucional.
Centro político desidrata e país elegerá populista de um ou outro espectro ideológico. O clima de alta polarização das forças políticas esvazia soluções de compromisso e o centro político ?"onde só se conseguem visualizar candidatos "tradicionais", de pouco apelo a um eleitorado que supostamente deseja um "outsider" ou algo "novo".

Baixo percentual de poupança e investimento como percentual do PIB
Mais do que apenas o resultado de uma realidade imposta pelo elevado custeio da máquina pública ou pelo fardo tributário sobre a livre iniciativa, a propensão "cultural" do Brasil ?"ao contrário de países asiáticos?" para poupar e investir no longo prazo é mínima.

Poucos centros de ensino e pesquisa de classe internacional
O Brasil produz pouca interação empresa-escola. Suas principais universidades apresentam pequena densidade internacional e alimentam-se majoritariamente de orçamentos governamentais. Encontram-se ainda prisioneiras de debates como o de se o ensino superior público deve ser pago.

Investimento irrelevante em inovação como percentual do PIB
No limiar da Quarta Revolução Industrial é caudatário no depósito de patentes na Organização Mundial da Propriedade Intelectual. Destina pouco mais de 1% de seu PIB a pesquisa & desenvolvimento ?"e mesmo nesse baixo percentual a contribuição do investimento estatal é majoritário.

Disfuncionalidade da estrutura dos três poderes
País tem judiciário lento e caro, legislativo fisiológico e imediatista, executivo inchado e limitado por necessidade de coalizões em ciclos políticos de curta duração. Essa natureza teria obviamente ojeriza à "auto-reforma".
Saída de talentos para o exterior. Nação alguma pode projetar futuro com tanta gente de qualidade deixando ou pensando em deixar o país.

Ao passar os olhos pelos pontos acima, é difícil não reconhecer que os "Brazil bears" têm motivos de sobre para o ceticismo. E é claro também ser possível relacionar ?"o que farei na próxima coluna?" características a apontar que o Brasil tem muito a favor de uma trajetória ascendente.

Ainda assim, não obstante ciclos bastante favoráveis em diferentes momentos históricos, o Brasil tem sido um "serial killer" de oportunidades. Trabalhemos - e torçamos?" para que desta vez seja tudo diferente
Herculano
29/11/2017 11:52
O VELHINHO SEMPRE VEM, por Carlos Brickmann

Job Ribeiro Brandão era assessor parlamentar do deputado Lúcio Vieira Lima, o irmão de Geddel. Suas digitais estavam nas notas daqueles R$ 51 milhões do apê em Salvador. Participava da contagem do dinheiro; confessou ter destruído provas contra Geddel; para continuar no esquema, devolvia a Lúcio Vieira Lima parte de seu salário como assessor. Usou o que era bom e, na hora da queda, denunciou os companheiros. Está livre.

Gustavo Pedreira do Couto Ferraz era do esquema, levou dinheiro a Salvador, ajudou na contagem, e, acabado o bem-bom, delatou. Tirou da reta. Sua defesa pede que fique livre, já que o caso é como o de Job.

Agora, três casos levantados por Marco Antônio Birnfeld, do ótimo site gaúcho Espaço Vital (www.espacovital.com.br). Nestor Cerveró: a partir de 24 de dezembro, poderá sair de casa nos dias úteis, de 10 às 18h. Quase!

Também na véspera do Natal, o lobista Fernando Baiano Soares se livra das tornozeleiras. Fica obrigado a dormir em casa, na Barra da Tijuca, Rio, e a prestar seis meses de serviço comunitário. Depois disso, em julho, livre.

Pedro Barusco, que era gerente da Petrobras e devolveu à Lava Jato uns R$ 200 milhões, sofre mais uma semana. Em 31 de dezembro, fica livre da tornozeleira. A partir de março, estará livre de vez, sem restrição. Diz o Espaço Vital que, se quiser viajar ao Exterior, tudo bem, sem problemas, tem cacife. E completa: "Já tem gente pensando que o crime compensa".

CADA CASO É (1) CASO

Eduardo Cunha tentou, mas falhou: o STF negou-lhe habeas corpus. Se desse, não faria diferença: há outras ordens de prisão no caminho.

CADA CASO É (2) CASO

Job Brandão teve a prisão revogada a pedido da procuradora-geral Raquel Dodge. Nem ela nem o ministro Edson Fachin têm dúvidas sobre o papel de Job no esquema; mas a liberdade fazia parte da delação premiada.

CADA CASO É (3) CASO

O caso de Gustavo Pedreira do Couto Ferraz é igualzinho ao de Job: ambos funcionários de confiança, felizes em ajudar os chefes, talvez levando um pedacinho. Ambos fizeram delação. Por que um já está livre e o outro não? A ladroeira já custou a Gustavo cinco meses de domiciliar!

CADA CASO É (4) CASO

Nestor Cerveró fez tudo o que se sabe, talvez alguma coisa de que não se saiba, contou muito, foi alvo de uma tentativa de fuga do país ?" que, para muitos, seria uma maneira de tirá-lo da condição de arquivo vivo. Ficou nove meses com tornozeleiras, em sua casa ?" uma bela casa, aliás. E a promessa judicial, ao que tudo indica, será cumprida na íntegra.

CADA CASO É (5) CASO

Nem todas as promessas judiciais são cumpridas conforme entendidas pelos delatores. O caso mais interessante foi o de Joesley. Criou problemas imensos para Temer e saiu sem qualquer punição visível, como herói: barco de alto luxo levado para os EUA, declarações do tipo "nóis num vai sê preso", e acabaram dando margem a investigações que envolveram procuradores e levaram à suspensão das promessas. Está preso.

CADA CASO É (6) CASO

Fernando Baiano e Pedro Barusco seguiram a regra do jogo, cumpriram penas beeeeem suaves, e estão com data marcada para a liberdade.

TUCANUDOS NÃO SE BEIJAM

A roda dos candidatos ainda vai girar muito. Como esta coluna antecipou, Luciano Huck não foi candidato. Para ele, seria interessante avaliar a repercussão de uma candidatura; candidatar-se é outra coisa. João Dória, se sair, não será a presidente (e, se sair, terá de convencer o patrono da candidatura de que ele é confiável). Alckmin, hoje, é o candidato do PSDB. Mas tem, contra ele, Tasso (que gostaria de ser), Aécio, Serra (quer perder até aprender).

E agora apareceu a esquerda tucana, que quer se reunir com PSOL, PSTU, PT ?" e, pior, quer que acreditemos nisso.

NOMES POSSÍVEIS

Ainda falta muito para a eleição, mas ainda há Henrique Meirelles, João Amoêdo (que fará campanha fortemente liberal), a eterna Marina Silva, que até hoje sempre foi destruída no caminho mas que um dia pode acertar o passo, algum poste indicado por Lula ?" que, se Lula estiver preso, ou impedido legalmente de se candidatar, ganha ainda mais força.

ATÉ REQUIÃO

O senador Roberto Requião, do PMDB paranaense, é improvável. Mas tem até slogan, vindo das velhas campanhas de Getúlio: "Condenação absurda de Dona Marisa, massacre de direitos de trabalhadores, entrega de nosso petróleo, tentativa de humilhar Lula, não apenas condená-lo. Lembram Getúlio? Bota o retrato do velho outra vez, bota no mesmo lugar. Consequência lógica! Outra vez!"
Herculano
29/11/2017 11:48
O COBRADOR,, O FRENTISTA E A PRODUTIVIDADE, por Alexandre Schwartsman, economista, ex-diretor do Banco Central, para o jornal Folha de S. Paulo

A história é provavelmente apócrifa e há relatos semelhantes com outras pessoas, mas, como aprendi com Neil Gaiman, uma história não precisa ter ocorrido para ser verdadeira.

De qualquer forma, conta-se que Milton Friedman, em visita à China, teria perguntado o porquê de, em determinada construção, trabalhadores usarem pás em vez de máquinas, ao que o burocrata que o acompanhava teria respondido que se tratava de um programa de empregos, motivando o seguinte comentário: "Ah, achei que vocês estavam construindo um canal; se querem emprego, vocês não deveriam dar aos trabalhadores pás, mas colheres".

Digo isso, claro, a propósito da decisão da Câmara Municipal do Rio de eliminar a figura do motorista-cobrador, comemorada por luminares da esquerda como Marcelo Freixo.

Embora o pretexto tenha sido garantir "menos estresse ao motorista e mais segurança na condução do veículo", a lógica por trás da proposta era a velha proposta luddista, igual, em espírito, por exemplo, à do deputado (e ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação!) Aldo Rebelo que proíbe bombas de autosserviço em postos de gasolina.

A ideia, que permeia tipicamente o "pensamento" de esquerda, é que avanços da produtividade resultariam em redução do nível de emprego, apesar de evidências avassaladoras em contrário.

Aproveitando, por exemplo, a base de dados do Banco Mundial, que permite comparações não apenas entre países distintos mas também em diferentes momentos, noto que o produto americano por trabalhador entre 1991 e 2016 aumentou nada menos do que 47% (em média pouco mais do que 1,5% ao ano). Caso a relação entre emprego e produtividade fosse como a sugerida acima, tal desenvolvimento deveria implicar aumento maciço do desemprego.

Ao contrário, porém, durante esse período o emprego cresceu 33% (36% no caso do emprego privado), enquanto a taxa de desemprego caiu de 7% para 5%.

Muito embora a comparação ponto a ponto não esgote o assunto, não há nenhuma tendência crescente da taxa de desemprego nos EUA; pelo contrário, em que pesem flutuações cíclicas consideráveis (como na crise de 2008-09), se há alguma tendência, é de leve queda do desemprego, independentemente da particular medida que se escolha.

Já no Brasil os desenvolvimentos não foram dos mais auspiciosos: o produto por trabalhador no mesmo intervalo aumentou 16% (0,6% ao ano); usando dados até 2013, desconsiderando os anos de recessão, o avanço fica em 24% (1,0% ao ano). Entre as 230 economias (países e regiões) listadas, éramos a 89ª em termos de produto por trabalhador em 1991, mas caímos para 112ª posição em 2016 (105ª em 2013).

O Brasil tem um sério problema de produtividade, que vem se agravando, mesmo antes da recessão mais grave da história recente. Obviamente isso não se deve exclusivamente à obrigatoriedade de frentistas (ou cobradores), mesmo quando desenvolvimentos tecnológicos tornam obsoletas essas funções.

No entanto, a reação dos setores afetados pelas mudanças tecnológicas e a rapidez com que políticos, principalmente entre os autodenominados "progressistas", abraçam essas causas perdidas colaboram, e não pouco, para a perda persistente de competitividade na arena internacional.

Mas querem, em compensação, controlar câmbio e juros.
Herculano
29/11/2017 11:42
NO TEATRO DE BRASÍLIA, PF JÁ NÃO VIGIA A BILHETERIA, por Josias de Souza

Em sua penúltima esquisitice, o recém-nomeado diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, decidiu acumular as funções de sindicalista. O investigador negocia com deputados investigados a manutenção de privilégios de sua corporação numa hipotética reforma da Previdência. Quer a aposentadoria integral e a garantia de que os policiais aposentados receberão os mesmos reajustes dos colegas da ativa. É esse tipo de sonho que transforma a Previdência num pesadelo.

Eis o quadro: ignorando o fato de que a PF dispõe de federações e associações de classe, Segovia atropela o seu superior hierárquico, o ministro da Justiça, para defender no Congresso privilégios que o presidente da República prometeu eliminar. Nesta terça-feira, o delegado participou de uma reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, alvo da Lava Jato.

Além de avaliar que uma mala com propinas não prova corrupção, Segovia acha conveniente negociar com investigados. Não é à toa que, vista de longe, Brasília está cada vez mais parecida com uma comédia mal escrita, com um diretor despreparo e os atores fora dos seus papeis. Ensaiado às pressas para substituir o espetáculo anterior, o governo Temer não agrada à plateia. E o vaivém do delegado Segovia passa a incômoda impressão de que a PF desistiu de vigiar a bilheteria.
Herculano
29/11/2017 11:40
BOLSONARO E SEU GUIA ECONõMICO TÊM EM COMUM VISÃO APOCALÍPTICA DA CRISE, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

No mesmo dia em que Luciano Huck deixou seus bruxos a pé, o deputado Jair Bolsonaro anunciou que, eleito, convidaria o economista Paulo Guedes para o Ministério da Fazenda. Eles tiveram dois encontros, somando seis horas de conversas: "Ainda não existe um noivado entre nós, mas um namoro".

Um eventual noivado do economista liberal com Bolsonaro remete à resposta que o escritor Bernard Shaw deu à atriz Isadora Duncan quando soube que ela queria que tivessem um filho com sua beleza e a inteligência dele: "Devo recusar sua oferta, pois a criança poderia ter a minha beleza e a sua inteligência".

O deputado que combateu todas as reformas de Fernando Henrique Cardoso e chegou a sugerir que fosse fuzilado disse, na mesma palestra em que se referiu ao namoro, que "a China não está comprando no Brasil, mas sim o Brasil."

No mesmo dia, num artigo, Paulo Guedes dizia que "o caminho para a recuperação da dinâmica de crescimento econômico e a regeneração da classe política passa pelo aperfeiçoamento das instituições republicanas e pelo aprofundamento das reformas".

Guedes e Bolsonaro têm em comum uma visão apocalíptica da crise nacional. O deputado arrancou risos de sua plateia perguntando: "Se o Kim Jong-un jogasse uma bomba H em Brasília e só atingisse o Parlamento, você acha que alguém ia chorar? (Ele está lá desde 1991, mas deixa pra lá.) Menos beligerante, Guedes escreveu há uma semana que "só um 'reboot' mental poderá nos salvar". Seria um "reboot liberal democrata", mas como
se faz isso, não explicou.

A piada de Shaw não esgota o namoro de Bolsonaro com Guedes. Em outubro o deputado teve 33% de preferências numa pesquisa estimulada do Datafolha para um cenário de disputa de segundo turno com Lula (47%). Os candidatos da ordem política vigente não chegaram perto disso.

Um pedaço da desordem vigente precisa de um nome que, como uma esponja, absorva suas ideias. Parece fantasia, mas o temível Lula, que se proclamou uma "metamorfose ambulante", entrou no Planalto em 2003 com a planilha de uma "agenda perdida" que originalmente havia sido encomendada a Ciro Gomes.

A ela se deveu o encanto da banca por Antonio Palocci. Deu no que deu. (Desde seu tempo como prefeito de Ribeirão Preto, Palocci tinha outros projetos na agenda. Ele está na cadeia e Lula foi condenado pelo juiz Sergio Moro por corrupção.) A esponja é esperta, absorve apenas o que lhe interessa, depois se enxágua. Ideias chegam ao poder pelo voto, como aconteceu com Fernando Henrique Cardoso.

Paulo Guedes é um economista com passagem bem sucedida pela academia e pela banca. Fez melhor que Roberto Campos, o corifeu do liberalismo nacional, que fracassou no mercado financeiro. Em 1964 ele foi nomeado ministro do Planejamento pelo marechal Castello Branco. A esponja da ditadura absorveu suas ideias durante três anos. Depois, como laranja chupada, ele foi para escanteio.

Em janeiro de 1974, querendo se aproximar do governo, mandou ao poderoso general Golbery um artigo em que expunha suas ideias a respeito da crise do petróleo. Ele disse o seguinte ao intermediário: "Para começo de conversa, qualquer coisa partindo dele será inoportuno. Se ele propõe uma ideia boa, vai pichar a ideia. A ideia é boa, mas se partir dele vai ser ruim. (...) É uma tristeza, mas é a verdade".
Herculano
29/11/2017 11:36
PROJETO LEGALIZA AUMENTO DE 500% DO PLANO DE SAÚDE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O aumento abusivo de até 500% entre a primeira e a última faixa etária está entre os assaltos "legalizados" pelo projeto da nova Lei do Plano de Saúde, a ser votado nesta quarta-feira (29) na comissão especial da Câmara. O reajuste imposto a quem completa 59 anos (para burlar a lei que o proíbe aos 60) pode ser dividido, mas as empresas poderão fixar outros aumentos para "compensar" o "benefício" do parcelamento.

PILATOS DE IDOSOS
Em vez de proibir, o projeto relatado pelo deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) autoriza o reajuste abusivo para cliente após os 59 anos.

A RAPOSA DECIDE
Não serão proibidos reajustes abusivos quando idosos perdem renda e precisam de médico. A decisão de explorá-los ou não será do plano.

A VOLTA DOS ABUSOS
Para alegria dos planos de saúde, o projeto revoga a lei 9.656/98, fazendo o Brasil retroceder nos abusos praticados nos anos 1990.

NÃO TÊM PAIS, NEM AVóS
Os idosos serão expulsos dos planos de saúde por não poderem pagar, como ocorria antes do Estatuto do Idoso e da lei nº 9.656/98.

TEMER VETA CRÍTICAS ÁCIDAS NO PROGRAMA DO PMDB
Conhecido pela educação polida, o presidente Michel Temer vetou trechos "duros demais" contra adversários, no programa do PMDB na TV, exibido ontem. De nada adiantou ser lembrado dos ataques que ele próprio sofreu desses adversários. Ele cortou, por exemplo, trechos sobre declarações de Dilma Rousseff, como quando ela homenageou a mandioca. "Seria indelicado da nossa parte", justificou o presidente.

À MODA ANTIGA
É ampla a coleção de asneiras de Dilma, no exercício do mandato. Mas Temer é um cavalheiro à moda antiga. Acha o fim atacar mulheres.

ESTOCANDO VENTO
Em uma dos seus disparates mais ridicularizadas, Dilma teorizou sobre a possibilidade de o Brasil "estocar vento".

TRAMA GOLPISTA
O programa do PMDB, de dez minutos de duração, descreve a "trama arquitetada para derrubar o presidente Michel Temer".

LEILÃO SUSPENSO
A pedido de Maurício Quintella (Transportes), o ministro Fernando Filho (Minas e Energia) suspenderam o leilão do Terminal de Álcool de Maceió, dia 7. Esta coluna alertou para os prejuízos ao Nordeste.

OCUPAÇÃO ESPERTA
A estatal Transpetro, subsidiária da Petrobras, explora o Terminal de Maceió de maneira precária, sob liminar. Além de suspender o leilão, o ministro Maurício Quintella pretende antes licitar a área do terminal.

A VIDA MELHOROU
Para um terço da população brasileira, exatos 33,3%, a vida da família melhorou desde a saída de Dilma Rousseff da Presidência. Pesquisa Paraná mostra também que 36,8% não viram mudança no seio familiar.

INCOERÊNCIA
Para o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), é "incoerência brutal" procuradores se reunirem no Rio clamando contra o foro privilegiado, enquanto outros procuradores buscam no STF "foro privilegiadíssimo" para não depor na CPI mista da JBS, da qual ele é relator.

PERDEU A FALA
O não-depoimento do corruptor Joesley Batista à CPI da JBS virou motivo de piada entre parlamentares. Para um deles, o bem sucedido açougueiro não precisa falar mais nada porque "tá tudo gravado".

INDÚSTRIA
A entidade que processa a produtora da série de jogos Fifa, pedindo R$50 milhões, é a mesma que exigia R$300 milhões da TV Globo por "uso de imagem" supostamente representando jogadores. Perdeu.

INTERINO NÃO DÁ IBOPE
Audiência sobre futuras ações do Ministério da Transparência foi das menos concorridas do ano. Com o ministro interino Wagner Rosário, só dois deputados estavam presentes durante a maior parte da reunião.

É BOM CHAMAR A POLÍCIA
O motorista usou o carro de senador placa 42, ontem, no Lago Norte, como se fosse carro de corrida, em alta velocidade. O Senado garante que a placa "não está em uso", o que é ainda mais grave.

PENSANDO BEM...
...#vamovamoChape!
Herculano
29/11/2017 11:31
ESTUDO DO BANCO MUNDIAL MOSTRA O CAMINHO QUE O BRASIL DEVE SEGUIR, por Antonio Delfim Neto, economista, ex ministro da Fazenda e dos governos militares de Costa e Silva e Garrastazu Médici, para o jornal Folha de S. Paulo

Na semana passada, o Brasil acordou com uma boa surpresa. Foi divulgada a síntese do relatório "Revisão das Despesas Públicas", produzido por uma grande equipe de profissionais competentes sob o controle metodológico do Banco Mundial, cujo equilíbrio, rigor analítico e neutralidade são amplamente reconhecidos.

Para não ferir suscetibilidades, deixa (como sempre) o tempo das reformas à discrição dos governos assessorados. O relatório não mostra novidades: dá ênfase e organiza as mesmas soluções que muitos economistas brasileiros estão indicando pelo menos desde 1995.

O Brasil está tão conflagrado ideologicamente que vale a pena saber como e por que surgiu o tal relatório. Ele mesmo esclarece: "Após um período de estabilidade econômica, altas taxas de crescimento e redução substancial da pobreza, o Brasil enfrenta hoje grandes desafios para lidar com seus gastos públicos [...] que se tornaram cada vez mais engessados pela rigidez constitucional em categorias como folha de pagamento e Previdência Social, deixando quase nenhum espaço para despesas discricionárias e de investimento".

Afinal, a pedido de quem o Banco Mundial fez tal esforço? Antes que o complexo de vira-latas "viralise", estimulado por consciências generosas alimentadas pela miopia ideológica, que foi para "ajudar Temer", é preciso transcrever o que confessa o relatório: "Atento à mudança do cenário, o governo federal (então de Dilma Rousseff) solicitou ao Banco Mundial a elaboração deste relatório, com o objetivo de realizar uma análise aprofundada dos gastos do governo, identificar alternativas para reduzir o deficit fiscal a um nível sustentável e, ao mesmo tempo, consolidar os ganhos sociais alcançados nas décadas anteriores".

Um ponto a favor da presidente Dilma Rousseff. Sugere que ela tinha consciência da confusão que vinha criando a partir da crise mundial de 2008. Tomamos as medidas corretas para superá-la, mas insistimos na sua continuidade a partir de 2012, quando a situação já havia mudado. A síntese do relatório confirma o que já se havia detectado.

Ele diz: "o principal achado de nossa análise é que alguns programas governamentais beneficiam os ricos mais do que os pobres, além de não atingir de forma eficaz os seus objetivos. Consequentemente, seria possível economizar parte do orçamento sem prejudicar o acesso e a qualidade dos serviços públicos, beneficiando os estratos mais pobres da população".

Temos feito o oposto: sacrificamos a oferta de segurança, saúde, educação e mobilidade urbana, que é "renda" dos mais pobres, para pagar salários e Previdência do alto funcionalismo, aumentando a injustiça que separa a nossa sociedade.
Herculano
29/11/2017 11:28
da série: quem manda no Brasil é uma elite corporativa dos servidores público, que ganha salários milionários, se aposenta cedo, com todos os privilégios e salário integral, enquanto que 63% dos que sustentam essa gente que quebra o país, só consegue se aposentar com 66 anos de idade e com apenas um salário mínimo

CABEÇAS PRETAS DO PSDB EXIGEM PRIVILÉGIO PARA SERVIDORES. O SAMBA-DO-TUCANO-DOIDO 1, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV.

Eu tenho alguns problemas que são, admito, também de fundo moral com o que se chama habitualmente de "gente fingida". A ala tucana que quer romper com o governo alega, intramuros, que o partido não pode arcar com o peso da impopularidade da gestão Michel Temer. Sei? Será que os números serão os mesmos no ano que vem? Mas deixemos isso pra lá agora. Havia outro elemento silencioso a pressionar em favor da retirada: os tais "cabeças pretas" não queriam e não querem se comprometer com a reforma da Previdência. E aquele conversa de "votaremos a favor do Brasil, mas não precisamos, para isso, de cargos?" Neste blog, escrevi faz tempo: isso aí é medinho não-declarado da reforma. E isso agora está claro.

O partido, ou fatia considerável dele, faz três exigências para votar a favor das mudanças. E olhem que Ricardo Trípoli (SP), o líder da legenda na Câmara, ainda assim, não garante os 46 votos, não. Os tucanos querem:

a: integralidade no benefício por invalidez, não importa o local do acidente, se no trabalho ou não;

b: que a pessoa possa acumular benefícios, como aposentadoria e pensão, desde que não ultrapasse o teto de R$ 5.531;

c: que os servidores que ingressaram na carreira até 2003 tenham aposentadoria integral (igual ao último salário) e que não valha para eles a regra da idade mínima; para tanto, teriam de pagar um pedágio.

Passo por cada uma rapidamente, destacando que as três propostas elevam os gastos em vez de diminuir:

- a primeira, a da invalidez, pode ser considerada aceitável. Afinal, estamos a falar de pessoas que, em tese ao menos, têm mais dificuldades para encontrar fontes alternativas de renda;

- a segunda, a do acúmulo, já é inaceitável porque, como se nota, não vincula o teto do recebimento ao valor da contribuição ou ao tempo. O estabelecimento do teto não elimina o fato da acumulação de vencimentos;

- a terceira, a dos servidores, além de inaceitável, é indecorosa.

Cadê o partido que votaria a favor do Brasil, estando ou não no governo? É admissível que sejam os tucanos a abrir uma brecha como essa, numa reforma que, convenha-se, já é mitigada? Observem que a alteração mexeria com duas questões essenciais de uma proposta que já é bastante suave e aquém das necessidades: idade mínima e vencimentos integrais para servidores.

Nesta terça, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, que fala com entonação de Torquemada contra os gastos quando dialoga com os tais mercados, resolveu dar piscadelas para as propostas dos tucanos. Sim, de forma realista, admitiu que já é difícil aprovar a reforma com os votos do PSDB; sem eles, ficaria praticamente impossível. Daí ter dito que talvez conviesse ao governo ceder às ditas sugestões, que sugestões não são. Aécio Neves, presidente licenciado, defende o apoio à proposta do governo e quer que o partido feche questão. Mas parece que isso não acontecerá.

A verdade é que o PSDB não tem ideia nenhuma para a Previdência que não seja tentar garantir alguns privilégios que a já mitigada reforma do governo não prevê. A carta de intenções do partido, tornada pública nesta terça, deixa isso muito claro pelo caminho da omissão.
Herculano
29/11/2017 11:23
DOCUMENTO É A SOMA DE CLICHÊS E IGNORA REFORMA DA PREVIDÊNCIA. O SAMBA-DO-TUCANO-DOIDO 2, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

O PSDB divulgou nesta terça um documento chamado "Gente em primeiro lugar: o Brasil que queremos". E há um subtítulo: "Diretrizes para um novo programa partidário". Bem, isso basta para que eu classifique de injustas certas críticas que o texto, elaborado pela Fundação Tetônio Vilela, vem recebendo. Por quê? Alguns exigem ali uma precisão que ficaria bem num programa do partido, o que a coisa não é. Mas essa consideração não salva o documento.

Com a devida vênia, trata-se de uma reunião certamente rara de lugares-comuns, excessivamente vagos até em matéria de? diretrizes! Querem um exemplo? A palavra "previdência" aparece duas vezes no documento, em considerações em que o óbvio se encarrega de produzir o vazio. Leiam:

1 - "No mínimo, é preciso cortar desperdícios, combater sobrepreços nos contratos públicos, contratar novos servidores por concurso e só quando necessário. Mas urge ir além do ajuste e reformar os regimes de previdência geral e dos servidores; construir um novo sistema tributário; modernizar a administração pública, inclusive para explorar ao máximo as potencialidades de governo eletrônico";

2 - Para construir um país mais equânime, o Estado tem que superar a crise de financiamento que o acomete e recuperar suas condições fiscais, para que possa prover os serviços básicos que uma sociedade de bem-estar precisa ter: assistência social, previdência, saúde, educação, justiça e segurança.

O texto trata também de um tal "estado musculoso", que não seria nem mínimo nem máximo, cujo sentido me escapa e a quantos tenham lido a coisa:

"Nem máximo, nem mínimo, pois esse é um falso dilema, o Estado eficiente, musculoso, deve também recuperar sua capacidade de regulação, garantindo melhores serviços aos usuários e a necessária segurança jurídica para a realização dos negócios."

Os termos já me parecem velhos até para contestá-los. Eu sugeriria trocar o "musculoso" pelo "estado necessário", ou não é verdade que ele está presente demais no mercado de petróleo e de menos na educação de qualidade? Ainda que o texto fale em privatizações, o fato é que também isso aparece num contexto de retórica meio balofa.

O documento, que é fraco, só consegue ser mais assertivo quando trata da reforma política, aí com palavras certeiras: parlamentarismo, voto distrital misto e fim do voto obrigatório.

Exceção feita ao Estado musculoso, cujo significado, reitero, ignoro, não dá para discordar do documento, tão genérico e fraco ele é, mas não dá para concordar, uma vez que generalidades não ensejam nem engajamento intelectual para o debate. E, por óbvio, num momento como este, driblar a reforma da previdência, mesmo que num texto de diretrizes, parece-me inaceitável. Atém porque, na prática, nessa área, o partido está fazendo e promovendo bobagens.
Miguel José Teixeira
29/11/2017 11:20
Senhores,

A charge do Amarildo (acima) é perfeita!

Nossos homens públicos são movidos à benesses e/ou propinas.

Portanto, em 2018 NÃO REELEJA!!!

Lembrem-se que nossos antepassados já diziam:

"vassoura nova sempre varre bem"!!!
Herculano
29/11/2017 11:19
PAX TUCANA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Quase por gravidade, o posto de candidato ao Palácio do Planalto pelo PSDB se aproxima cada vez mais do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Após uma longa e tediosa ?"exceto para os próprios caciques tucanos?" sequência de embates internos, chegou-se a um acordo para entregar a Alckmin a presidência do partido. Firma-se alguma paz, ainda que precária, entre os grupos pró e contra a permanência no governo Michel Temer (PMDB).

Tal divisão se acirrou em maio, ao vir à tona a devastadora delação dos executivos da JBS. Desde então, arrasta-se sem nada que se pareça com um sinal de coerência ou coragem em qualquer dos lados.

A sigla paga altíssimo preço pela forma pusilânime com que trata o caso do senador Aécio Neves (MG), candidato presidencial em 2014, flagrado a extrair R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista.

Para defender o indefensável, o mineiro se agarrou ao poderio da base situacionista no Congresso, do qual também dependia Temer para barrar as denúncias da Procuradoria-Geral da República.

Entre os que advogam a retirada da coalizão, tampouco se notam propósitos mais elevados.

O que se pretende não parece mais que uma tentativa canhestra de poupar o PSDB dos desgastes de ser governo ?"da proposição de reformas controversas às barganhas com verbas e cargos por apoio parlamentar.

Difícil imaginar que a legenda possa se apresentar ao eleitorado, em 2018, como uma força oposicionista ou renovadora.

Na crucial área econômica, a agenda tucana em nada conflita com as diretrizes estabelecidas pela administração atual, como se vê no recém-lançado documento programático "Gente em Primeiro Lugar: o Brasil que Queremos".

Reformas de orientação liberal e privatizações são defendidas sem rodeios no texto ?"um avanço, diga-se, em relação ao diversionismo de campanhas anteriores.

Pragmático, Alckmin dá indicações de que não alimentará o antagonismo ao PMDB. Tem a missão, afinal, de viabilizar alianças ao centro do espectro partidário.

Com o esvaziamento das pretensões do prefeito tucano João Doria e a desistência do apresentador de TV Luciano Huck, o nome do governador se fortalece nesse campo.

Sua pontuação nas pesquisas, porém, encontra-se abaixo dos 10%; faltam-lhe carisma e desenvoltura para discorrer sobre temas que transcendam a política paulista. Não se pode descartar o risco, ademais, de que venha a ser atingido por investigações da Lava Jato.

De todo modo, tem a ganhar com a rejeição ao PT, que proporcionou expressivas vitórias peessedebistas nas eleições municipais do ano passado, e a perspectiva de recuperação da economia, que tende a retirar parte do apelo de postulantes mais radicais.

São trunfos consideráveis, embora não se deva subestimar, como se costuma dizer dos democratas nos EUA, a capacidade dos tucanos de atirar no próprio pé.

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