30/03/2017
A CASA DA MÃE JOANA I
Quem manda na Câmara de Gaspar? O povo que elegeu e sustenta os vereadores e hoje a cara estrutura do Legislativo? Os vereadores eleitos pelo povo para representá-lo? Ou os funcionários da Casa que se multiplicaram exponencialmente nos últimos cinco anos sob a batuta do mais longevo dos vereadores José Hilário Melato, PP - licenciado para ser presidente do Samae - incluindo os benefícios diferenciados sempre aprovados pelos próprios edis num misto de conivência, apadrinhamento ou medo de retaliação dos servidores? A última sessão da Câmara mostrou um retrato triste. É fruto da omissão do povo. Ali todos estão trabalhando contra os pagadores de impostos; o tempo de mudanças; e à infeliz austeridade que desemprega 13 milhões de trabalhadores, os quais não possuem estabilidade. “Quando a esperteza é demais, come o dono”, dizia o mineiro Tancredo de Almeida Neves (1910/85), PSD, MDB, PP e PMDB. O atual presidente da Câmara, Ciro André Quintino, PMDB, julga todos do povo, trouxas.
A CASA DA MÃE JOANA II
O assunto é longo. É técnico. É áspero. Falta aqui espaço; diferente da internet onde é ilimitado. Mas, vou resumir e ser simples para o povo entender. Seis vereadores queriam mudar o horário da única sessão semanal da Câmara: das 15h30min para as 17h. A mesa diretora rejeitou a ideia. Depois numa manobra dos autores, permitiu-se que a matéria seguisse, até porque ela precisaria de nove votos e se sabia que não se tinham. A relatora, a mais jovem vereadora (23 anos), mas velha nas atitudes e incoerências, a jornalista Franciele Daiane Back, PSDB de aluguel, foi a relatora geral. Ela foi contra. E por que? Porque “gastaria” mais luz, mais água e o pessoal da Câmara tinha que trabalhar além do que está acostumado, desconsiderando entre outras, a compensação de horas. Foi desmoralizada na argumentação por Roberto Procópio de Souza, PDT. A bancada do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, foi desnudada. E aí a porta voz Franciele, acusou os autores de fazerem discurso político e despesas.
A CASA DA MÃE JOANA III
Franciele que em dois meses perdeu a sua assessora de Blumenau, é mais governista na Câmara do que o próprio líder, Francisco Hostins Júnior, PMDB. Ela faz tudo sem o aval do PSDB de Gaspar. Franciele alegou suposta economia, a mesma economia que a Câmara não terá para a sessão itinerante que ela pediu, no seu reduto eleitoral, o Distrito do Belchior. A sessão-propaganda-eleitoral vai se realizar lá a noite – e não à tarde - para, vejam só a esperteza, a comunidade melhor acessá-la. Mais: será preciso usar os serviços dos assessores, que ela alega ser um problema para as sessões normais às 17h. Gente doida! Outra. Se descobre que até 2012, a Câmara tinha menos de meia dúzia de assessores, motorista e ajudante de serviços gerais; tinha um custo reduzido e conseguia, vejam só, fazer duas sessões ordinárias – terças e quintas - por semana e após às 18h. Ou seja, “quando a esperteza é demais, come o dono”. Final da votação: 8 a 5. Cícero Amaro da Silva, PSD, que assinou o Projeto de Resolução que se escondeu no site da Câmara o tempo todo da tramitação desafiando decisão judicial, foi à tribuna fazer um discurso contundente pela aprovação dele. Na votação, recuou (?).
A CASA DA MÃE JOANA IV
E para completar, na terça-feira, outro Projeto feito sob medida para os servidores foi à discussão, votação e aprovação unânime. A alegação é de que quem geriu a Casa no passado a deixou com “sérios problemas administrativos”. Espertezas intencionais. Tudo começou com Melato que abriu as portas para cada vereador ter um cabo eleitoral que chamou de assessor. Havia dois níveis. Um com segundo grau e outro com nível superior e dois salários diferentes. Agora, estão “unificando”. Mas essas contratações desiquilibraram a proporção de efetivos e comissionados na Casa. Aí o Ministério Público exigiu à regularização. O que os políticos fizeram? Ao invés de diminuir o número de comissionados, aumentaram o número de efetivos, ou seja, mais custo, menos economia, exatamente para buscar esse “equilíbrio” com o dinheiro do povo. Para isso, fizeram um concurso. Os novos, absorvidos. Agora perceberam que os novos têm a obrigação de 40h semanais. Sob a alegação de que chegavam cedo, não tinham o que fazer (?), aumentavam os custos (?) e que os antigos só trabalham 30h por semana, resolveram ajustar tudo. Quem faz 40h, fará 30h, mas como não se pode diminuir os salários, os que faziam 30h, vão ganhar tanto quanto os que foram contratados para trabalhar 40h. Outra. Fizeram concurso para a procuradoria. E só agora, lembraram que ele precisa ter OAB. E para isso, terá que ganhar mais. Concluindo: “quando a esperteza é demais, come o dono”. Nada de economia. Será que o povo, manso, ficará mais uma vez em silêncio e pagando a conta cada vez mais gorda dos vereadores e da Câmara? Acorda, Gaspar!
Outra da Câmara goela abaixo de terça-feira pela bancada do governo de Kleber foi projeto cria a gratificação para o superintendente na função de coordenador da Defesa Civil de Gaspar. Sete a seis.
O cabo bombeiro militar Rafael Araújo de Freitas vai ocupar a função sem ser nomeado e nem ordenar despesas, tudo porque já possui nomeação no governo do estado, daí a inconstitucionalidade. Com a manobra quer se evitar essa caracterização.
Rafael percebe bruto R$6.341,63 por mês. Com a aprovação polêmica, sem a nomeação, mas gratificado, ele vai somar outros de R$ 3.329,56. Agora, só falta ao PT, PDT e PSD que fizeram o fuzuê e provaram ser ilegal e inconstitucional, deixarem tudo isso como está. Aí vai ser desmoralizante.
E quem a Câmara e o PMDB homenagearam na terça-feira e a tudo assistiu? O juiz Rafael Germer Condé. Uma instrução ao vivo. Ainda bem que ele vai embora e não corre o risco de julgar nada do Legislativo.
Enquanto o ex-vereador e ex-candidato a prefeito de Gaspar, Marcelo de Souza Brick, PSD, corre atrás de qualquer teta, o governador Raimundo Colombo, PSD, acaba de empregar o irmão do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, na tal Agência de Desenvolvimento Regional de Blumenau, o cabideiro que engole dinheiro público.
O engenheiro Nelson José Wan Dall Júnior foi nomeado pelo PMDB de Blumenau, gerente de Infraestrutura no lugar de Pablo Ruan Bork, filho de Viland Bork, ex-prefeito de Luiz Alves e hoje secretário de Obras, em Ilhota. A amarração é para a corrida a deputado estadual e federal em 2018 de gente de lá, no curral daqui.
Nelson foi o responsável técnico pela empreiteira Torre Forte e que se meteu numa polêmica no governo de Pedro Celso Zuchi, PT, chegando a ser declarada inidônea. Resolvido o assunto, com Nelson fora dela e empregado, a Torre fica livre para trabalhar para Kleber.
Ilhota em chamas I. O lixo está sendo recolhido improvisadamente (fotos abaixo). Um berreiro só. O secretário de Obras, Viland Bork, PMDB, questionado numa rádio de Itajaí –por que as daqui não se interessaram - culpou a administração de Daniel Christian Bosi, PSD. Levou um pau daqueles. Afinal a nova administração foi eleita prometendo desentortar as coisas e não culpar os outros.
Ilhota em chamas II. O prefeito Érico de Oliveira, PMDB, finalmente se deu conta de que o Ministério Público e que cuida da Moralidade Pública da Comarca não está para brincadeiras. Vai cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta e colocar o ponto eletrônico para os servidores.
Começou. O secretário de Assistência Social, Ernesto Hostin, PSC, depois pedir a verba do FIA na Câmara de Gaspar para o orçamento da pasta e causar polêmica, foi esta semana a Brasília. Foi em companhia de Calisto Lopes Cerqueira. Despesas.
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