Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

01/07/2016

ROTARY
O empresário Luciano Bernardi (Lucky) foi empossado presidente do Rotary Club de Gaspar. Na mesma solenidade, assumiu o Interact daqui, o braço jovem do Rotary, Breno Nascimento Nicoleti. Na solenidade, houve a doação de luvas a Rede Feminina da Combate ao Câncer, de Gaspar, para o uso da fisioterapia.

SEM PROPOSTAS
Os pré-candidatos a prefeito de Gaspar ainda não chegaram a 2016. Eles “não perceberam”, mas milhões foram as ruas pedir mudanças, transparência e respeito. Salvo raras exceções, os pré-candidatos estão sem propostas. Estão próximos a certificar de que os eleitores e eleitoras continuam alienados, que não possuem acesso à internet e redes sociais. Os pré-candidatos a prefeito de Gaspar pensam que vão ludibriar seu eleitorado via a mídia tradicional e durante a propaganda eleitoral gratuita como antigamente. As entrevistas concedidas até agora, de forma individual, disponíveis em gravação, são lastimáveis. Há cordas para questionamentos e enforcamentos. Tem gente até inventando currículo, trabalho e reafirmando estado civil para preencher o tempo. Acorda, Gaspar!

CASSAÇÃO I
A história é simples. Quando o PT é oposição, e em qualquer lugar do Brasil, o adversário que erra é denunciado. O PT não sossega enquanto não vê o indiciado, acusado ou culpado punido. Faz bem. Certíssimo. É cidadania. É representação. Quando alguém do PT se envolve em alguma denúncia, dúvida ou comprovado delito, o acusado recebe uma proteção extra do PT, fica garantido no emprego pago pelos pesados impostos da sociedade. Quem corre o risco de ficar marcado, é denunciante, o que pede o esclarecimento do fato. É assim com o Mensalão, Petrolão, Eletrolão, BNDEs etc. Aqui em Gaspar há vários casos assim - de proteção aos envolvidos em dúvidas - e que a coluna – e só ela – mostrou em vários anos, apesar dos dados e assuntos serem públicos para veículos, jornalistas, radialistas...

CASSAÇÃO II
Pois bem. Pedro da Silva, um agente público, concursado, lotado na Ditran, como eleitor, resolveu pedir a cassação do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, perante à Câmara. E por que? Por prevaricação. Ou seja, Zuchi como prefeito, deixou de agir como manda a lei, na proteção do bem público, contra falha ou ato de agente público investido de autoridade. O prefeito, o PT e o presidente da Câmara, Giovânio Borges, PSB, eleito para o cargo pelo PT, zombaram de forma descarada de Pedro Silva até esta semana. Para ser ouvido, Pedro teve que fazer três ofícios ao presidente pedindo providências, pedindo a leitura de um deles na sessão para assim dar início formal ao processo como rege a lei Federal e o Regimento Interno da Cãmara que orientam este assunto.

CASSAÇÃO III
E qual a alegação de Giovânio, como se leu na pauta da sessão onde se registrou o ofício que recebeu de Pedro? De que o pedido dele tinha sido encaminhado para a assessoria jurídica da Câmara e estava parado na Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização. E quem a preside? Antônio Carlos Dalsochio, PT, cunhado de Zuchi. Mas, na terça-feira, com a chegada do terceiro ofício de Pedro, com a repercussão da nova reportagem na coluna exclusiva para o pioneiro, mais atualizado, mais acessado e de maior credibilidade portal de Gaspar e Ilhota, o do Cruzeiro do Vale, Dalsochio resolveu se mexer. Afinal Giovânio e ele também prevaricavam. Fez um requerimento para o prefeito responder. Quer agora saber se é verdade o que o Pedro o acusa.

CASSAÇÃO IV
E por que o Dalsochio fez isto? Porque os vereadores entram em férias nesta semana. Então com o gesto terá destampado a chaleira sob pressão. Evitou que um mandado de segurança obrigasse a Câmara a iniciar o processo de cassação. Como não é do seu interesse ver o assunto progredir, Zuchi vai demorar para responder. Ao mesmo tempo, livra a cara do presidente Giovânio na Justiça e o prejuízo para a campanha de Marcelo de Souza Brick, PSD, onde Giovânio é vice. Afinal por que Pedro da Silva quer a cassação de Zuchi? Porque Zuchi ao ver subordinados e indicados seus serem indiciados pela Justiça e Tribunal de Contas em dúvidas consideradas sérias na Ditran, não foi atrás das averiguações e eventuais punições no âmbito administrativo, para esses funcionários. E o presidente do PT de Gaspar, José Amarildo Rampelotti, está inconformado: ele quer saber quem é que está por detrás do Pedro da Silva. Rampelotti finge que não sabe. Mas quem orienta Pedro da Silva é simplesmente a lei, a mesma que Zuchi se negou a cumpri-la até agora. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

As resoluções da Mesa Diretora da Câmara já podem novamente ser acessadas no site da Câmara de Gaspar. Todavia, não de forma direta. O interessado deverá ir em “Proposição” e ali com alguma sorte, vai poder descobrir que há a “Resolução MD”.

Entre as resoluções inseridas lá está a 34/2016 para “a contratação de empresa especializada na criação de um web site personalizado da Câmara de Vereadores de Gaspar”, até o valor de R$6.000,00. Mais outro? Um por ano?

Recentemente o jornal Cruzeiro do Vale, mostrou que os presidentes da Câmara de Gaspar relutam e sempre encontram dificuldades para ter a sua sede própria em Gaspar.

Se eles não conseguem nem construir um prédio para abrigar o legislativo, ficam vendendo em época de campanha eleitoral a capacidade de governar, se diferenciar e empreender, principalmente em época de crise e com o município num caos administrativo levado a efeito pelo PT, a quem não contestaram devido aos acordos feitos para serem presidentes.

Voltou. O prédio alugado à Câmara voltou ao antigo dono, o ex-prefeito e empresário – e este sim bem sucedido - do ramo imobiliário, Osvaldo Schneider, PMDB. Quem havia lhe comprado, Vilmar da Costa, negociou a devolução. Valor do aluguel: R$15 mil por mês.

Está feio I - Jeferson Forrest, é genro de Décio Neri de Lima, o que manda no PT de Gaspar. Jefferson é vereador em Blumenau. Acaba de dizer que vai desistir da corrida para ser candidato a prefeito de lá.

Está feio II – Quem antes desistiu foi a deputada Ana Paula Lima, casada com Décio, depois de várias tentativas frustradas. Décio, que já foi prefeito por lá, também sabia das dificuldades e voltou para Itajaí. Agora nos bastidores diz que não vai também concorrer na terra natal.

Está feio III – A família Lima viu outro seu ser cassado: Paulo Roberto Eccel, em Brusque. E quanto mais olha as pesquisas internas – inclusive as de Gaspar onde se atola em processos – fica mais crente que é hora de dar um tempo. Pois não há tempestade que dure para sempre.

O PMDB de Gaspar tem um assessor de imprensa: Wilson Pereira Júnior. Mas, parece que ele não conhece bem as pessoas do partido. Na semana passada, num press relasse, ele escreveu que o vereador gasparense Jaime Kissinger, esteve presente numa solenidade dos pré-candidatos do PMDB e PP.

Quem é Jaime Kissinger? Isto é um mal sinal. Se a coligação não consegue escolher seus assessores de campanha e não revisa o que se faz de oficial, o que acontecerá quando forem eleitos?

Claudete Marise de Souza é quem defende na Justiça o ex-diretor geral da Ditran de Gaspar, Jackson José dos Santos, naquilo em que Pedro da Silva está atrás.

Claudete, pelo decreto 6.289 de seis de março, foi nomeada representante do Poder Executivo de Gaspar na 1ª Jari – Junta Administrativa de Recursos – em substituição a Roberto Procópio de Souza, que se licenciou do Procon.

Até a hora que fechei a coluna, caducou o convênio e não havia sido renovado, para a Guarda de Gaspar cobrar multas de competência do estado como dirigir embriagado, sem carteira de motorista, documentação e situação irregulares de veículos.

Este é o retrato da Ditran onde o seu titular nem dirigir veículo automotor sabe? Não. É o descaso e responsabilidade da administração do PT com a cidade, os cidadãos e a cidadania.  Multas em Gaspar pelos guardas só as de estacionamento e circulação. Na quarta-feira foi feita uma operação conjunta com a PM na Rua Luiz de Franzoi. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1756

Comentários

Observador
04/07/2016 15:47
Só defendem os que estão no poder hoje os que tem algum interesse ou sugam de alguma bica em benefício próprio. Muda Gaspar!!!
Doralino da Silva
04/07/2016 13:19
Começou a mesmice, ja solicitei em outra oportunidade para ver se os nomes que ficam elogiando a Andreia não são do mesmo IP, pois parece que são os mesmos.

Sidnei Luis Reinert
04/07/2016 13:18
Sérgio Moro no despacho de hoje:

"Inaceitável que agentes políticos em relação aos quais existam graves indícios de envolvimento em crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro permaneçam na vida pública sem consequências."

"Nada pior para a democracia do que um político desonesto."

"Se não houver reação institucional, há risco concreto do progressivo predomínio dos criminosos nas instituições públicas, com o comprometimento do próprio sistema democrático."
Sidnei Luis Reinert
04/07/2016 13:08
Brasília TREME: Lava Jato aperta o cerco sobre ministros do STF e STJ
Posted on 4 de julho de 2016 by CristalVox


Dois ministros do STF estão na mira da operação Lava Jato. Seus nomes já são falados nos corredores da República. Esse fato coloca em risco a democracia no Brasil. Trata-se de "nitroglicerina pura", jura um deles! "declarações atribuídas a atentos advogados criminalistas que trabalham em Brasília.

O Cristalvox já tratou desse assunto no final de semana e os post envolvendo a decisão do Ministro Dias Tófolli em "liberar" Pauo Bernardo, ignorando instâncias judiciais, concedendo "habeas corpus de ofício" "ligou o dispositivo" que explodirá uma "petardo" de " alta potência". Soma-se a esse episódio, uma decisão do TRF do Rio de Janeiro, prolatada por um Desembargador Federal ?" Antonio Ivan Athié ?" que ficou 07 anos na "geladeira" acusado de estelionato e formação de quadrilha, que decidiu soltar Carlinhos Cachoeira.



Cláudio Humerto escreve no Diário do Poder desta segunda, 04 de julho:
"Os brasileiros devem enfrentar fortes emoções nas fases seguintes da Operação Lava Jato, previstas para este mês de julho. É que, após sacudir os poderes Executivo e Legislativo com as investigações, a força-tarefa do Ministério Público Federal e da Polícia Federal deve desembarcar em grande estilo no Poder Judiciário, segundo afirmam atentos advogados criminalistas. "Nitroglicerina pura", jura um deles.

Nas rodas de conversa de juristas e políticos, em Brasília, discute-se a capacidade de a democracia brasileira não suportar o abalo sísmico.

Além dos acordos de leniência da OAS e de delação premiada do seu ex-presidente Leo Pinheiro, a de Marcelo Odebrecht promete barulho.

A demora no fechamento das delações da OAS e Odebrecht decorre do impacto já provocado entre os poucos que as conhecem.

Ainda há o escândalo da lista apreendida pela PF, em março, na casa de um funcionário da Odebrecht, onde aparecem mais de 300 políticos.
Mariazinha mBeata
04/07/2016 13:03
Seu Herculano;

LEGADO ZERO - Cláudio Humberto, às 07:52hs

"Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) considera que, apesar de Copa do Mundo, Olimpíadas, Jogos Panamericanos, Jogos Militares, Jogos Universitários etc, o legado esportivo no Brasil é "nenhum".

E sobre aquele bando de atabalhoados correndo atrás de um foguinho, nenhum comentário?
Bye, bye!
Sujiro Fuji
04/07/2016 12:35
Joaquim, ótimo comentário.
Que os anjos digam: AMÉM!
Joaquim
04/07/2016 11:46

Com toda certeza, a Vereadora e pré candidata a Prefeita Andréia Nagel é a mais preparada para assumir a Prefeitura de Gaspar, falou dos problema dando solução a eles, muito diferente do Kleber Wandall que não falou nada com coisa alguma, apenas enrolando em todos os questionamentos, assim como ele e os vereadores do PMDB fizeram nesses 4 (quatro) anos e Marcelo Brick que teve a infelicidade de comentar sobre Munique, esquecendo que temos outra educação e outra cultura, sendo nossa realidade outra. ACORDA GASPAR ADEUS PMDB, ADEUS MARCELO BRICK.
Herculano
04/07/2016 08:31
O VOTO E A CORRUPÇÃO, por Ricardo Noblat, para o jornal O Globo

"Passou a hora de dizer a verdade" CARLINHOS CACHOEIRA, ex-bicheiro, preso pela Operação Saqueador, aspirante a delator

Ao preço de queimar a língua ou os dedos, digo que a corrupção política deverá ceder um pouco, mas não muito, tão logo a Lava-Jato se torne uma vaga lembrança. Para que não fosse assim, o Congresso deveria aprovar uma abrangente reforma política capaz de aproximar a vontade do eleitor ao votar e o resultado final das eleições. Bastaria? Certamente que não. Mas sem dúvida seria um passo adiante.

MAS COM ESTE Congresso? Com este governo que deixará de ser interino, mas que nem por isso deixará de ser conservador? Sempre que se reclamava da má qualidade do Congresso ao deputado Ulysses Guimarães, condestável da República nos anos que se seguiram ao fim da ditadura militar de 64, ele respondia: "É porque vocês ainda não viram o próximo". Estava certo.

A POLÍTICA ENTRE nós degradou-se desde então. E faltam sinais convincentes de que se recuperará. Estreitou-se no Parlamento o espaço para a discussão de ideias. Ele abdicou da tarefa de propor leis. Limita-se a dizer sim ou não às que emanam do Executivo. Política virou um negócio para enriquecer os que a praticam. O Judiciário ganhou um protagonismo excessivo e perigoso.

EM NOVEMBRO do ano passado, pela primeira vez desde 1990, a corrupção alcançou o lugar mais alto do pódio das preocupações dos brasileiros. Com 34%, ela superou a Saúde (16%), o desemprego (10%), e a Educação e a Segurança, empatadas (8%), segundo pesquisa Datafolha. No final de janeiro último, a corrupção continuou no alto, mas o combate a ela cedeu a prioridade para Saúde e inflação.

"OS ELEITORES NÃO castigam a corrupção" como deveriam fazê-lo nem aqui nem em nenhuma outra parte do mundo. "A pesquisa acadêmica mundial concorda que o voto não é uma ferramenta satisfatória de controle político", observa Jordi Pérez Colomé em reportagem publicada pelo jornal "El País" a propósito dos resultados da recente eleição espanhola para a formação de um novo governo.

GANHOU, ALI, o Partido Popular, apesar de atingido nos últimos anos por pesadas denúncias de corrupção. "Não somos um país diferente. O nível de penalização da corrupção aqui é similar ao de outros países", diz Elena Costas, professora da Universidade Autônoma de Barcelona. Ela e outros acadêmicos listaram alguns motivos para isso, nada estranhos à realidade brasileira.

PARA COSTAS, "só se tem um voto e quer se dizer muitas coisas. A corrupção não é castigada porque nos afeta pouco. Quando um cidadão decide seu voto valoriza sua ideologia, seus impostos, os candidatos alternativos ou quem vai construir uma ciclovia. A corrupção pode ser um fator, mas é difícil que seja o principal, e seguramente não é o único".

PARA GONZALO RIVERO, doutor em Política pela Universidade de Nova York, "o voto é ideológico e partidário. Se protegeram sua pensão e sua poupança, você agradece votando". Acrescenta Jordi Muñoz, professor da Universidade de Barcelona: "Os seguidores de um partido tendem a ver a corrupção desse partido como menos grave". Ou como algo comum a todos os partidos. (Alô, alô, PT!)

OS ESTUDIOSOS OUVIDOS ressaltam que há vezes em que a corrupção se impõe, mas esses "são casos extraordinários" que exigem intervenção judicial em grande escala e uma cobertura total dos meios de comunicação. Aconteceu na Itália com a Operação Mãos Limpas. Em resumo: "Os políticos corruptos perdem votos, mas não o bastante para deixarem de governar", reconhece Costas.
Herculano
04/07/2016 08:29
O PREÇO DA INTERINIDADE, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

A interinidade, como já disse Michel Temer, tem sido uma guerra. Lava Jato, recuos, demissões de ministros. Mas a área econômica compensava a tudo e a todos.
Pois bem, na semana passada, de repente o governo Temer notou que até seu grande trunfo para se tornar definitivo começava a sofrer desgaste de forma bem prematura.

Aqui e ali surgiram críticas, até de aliados, à falta de coerência entre discurso e prática na área fiscal. De um lado, defende um teto para os gastos públicos. Do outro, apoia aumento de servidores, reajusta o Bolsa Família, dá verba para a educação e moratória aos Estados.

Em reação de contenção de danos, o governo saiu a campo com discurso afinado. O reajuste dos servidores foi abaixo da inflação, havia prazo fatal para renegociar as dívidas estaduais e o Bolsa Família estava dois anos sem aumento.

O fato é que Temer sinalizou um início austero e, para acomodar pressões e conquistar apoios, passou a ser generoso. Se fez uma proposta ousada de teto para as despesas públicas, fixou um rombo altíssimo para o Orçamento de 2016 a fim de absorver mais gastos.

É o preço da interinidade. Se não for bem calculado, pode jogar por terra seu principal ativo: a estabilidade econômica, com garantia de retomada do crescimento.

Por enquanto, as críticas não contaminaram o comportamento dos mercados. Ainda prevalece a torcida entre agentes econômicos para que Michel Temer dê certo.

E falam mais alto suas escolhas para a equipe econômica. Fossem outros os nomes na Fazenda e Banco Central, o mercado já estaria chiando. Henrique Meirelles e Ilan Goldfajn têm crédito para gastar.

Dizem que, passada a interinidade, o governo do peemedebista será outro e cederá menos às pressões. Poderia dar os primeiros sinais desde já fixando um rombo para 2017 bem menor do que os R$ 170 bilhões deste ano. A conferir.
Herculano
04/07/2016 08:24
PRIVATIZAÇÕES!EIS O REMÉDIO MAIS EFICAZ PARA COMBATER O CRIME DE LESA PÁTRIA DO PT, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

O país poderia agora estar prestes a vender ativos e a fazer concessões porque é o melhor para os brasileiros. Mas há uma urgência adicional: minorar os estragos do petismo.

Que coisa, né? O Brasil poderia agora - na verdade, já deveria tê-lo feito muito antes - estar se preparando para empreender a privatização apenas virtuosa de estatais. Em vez de fazê-lo para minorar a herança maldita do PT, estaria a tanto se dedicando para atrair investimentos, para melhorar a qualidade dos serviços prestados ao distinto público - vale dizer: aos pobres -, para aumentar a eficiência da economia.

Atenção! É claro que uma nova rodada de privatizações terá também todos esses aspectos positivos. Mas não é menos verdade que ela passou a ter uma urgência quase dramática em face de um país que está, obviamente, quebrado.

Segundo http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/07/1788211-governo-preve-arrecadar-ate-r-30-bilhoes-com-privatizacoes-em-2017.shtml reportagem da Folha, o governo Temer espera arrecadar com um programa de privatizações e concessões algo entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões. Acho um volume baixo, o que caracterizaria uma ambição ainda modesta.

Na lista de empresas, diz o jornal, estariam a Caixa Seguridade, o IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), participações da Infraero em aeroportos e concessões de rodovias, portos e aeroportos.

É evidente que acho uma boa medida. Para ser ainda mais claro: no meu modelo ideal, não sobra uma só estatal nem para fazer remédio. Nada! Restringiríamos a presença do Estado às áreas em que ele se mostra essencial num país com as características do Brasil: saúde, educação e segurança pública ?" no caso das duas primeiras áreas, o capital privado podendo atuar livremente.

Assim, que o governo privatize à larga, mas é preciso deixar claro que estamos com uma premência: o déficit deste ano está previsto em R$ 170,5 bilhões - terceiro ano consecutivo no vermelho. No ano que vem, os cálculos variam entre R$ 135 bilhões e R$ 150 bilhões negativos. Em 2018, é provável que se estará ainda com déficit. O realismo aponta para a volta do superávit só em 2019.

Eis o que o PT fez com a economia brasileira. A receita derivada da venda de ativos e de concessões servirá para minimizar o desastre. Digam-me: isso é ou não é a cara do petismo? Estamos ou não diante do mais óbvio resultado de uma equação asnal? O partido passou a sua existência demonizando as privatizações, muito especialmente nos 13 anos que em passou no poder. Nesse tempo, elevou à estratosfera os gastos públicos e jogou a economia no abismo.

Agora, as demonizadas privatizações - e a petezada continuará a atacar a proposta, não duvidem - terão de vir não só porque são o melhor para o Brasil e para os brasileiros, não só porque aumentam a eficiência da economia, não só porque atraem investimentos, não só porque geram empregos, riqueza e renda, mas também para minorar os desastres provocados pela companheirada.

A herança que PT deixa pode, sem exagero, ser chamada de crime de lesa pátria.
Herculano
04/07/2016 08:19
O SISTEMA CONTRA-ATACA, por Marcos Nobre, professor de filosofia política, para o jornal Valor Econômico

Parte 1

Soltar o ex-ministro Paulo Bernardo após seis dias de prisão foi um marco. Não por causa da controvérsia jurídica em torno da decisão do ministro do STF, Dias Toffoli. Não faltam nos últimos tempos decisões judiciais inteiramente fora da curva da jurisprudência. A soltura sinaliza principalmente o objetivo de pôr freio ao voluntarismo da turma de Curitiba e às prisões de prazo ilimitado da Lava-Jato.

Como a prisão foi decretada por outro juiz que não Sérgio Moro, é a oportunidade perfeita para testar a nova velha maneira de lidar com o assunto sem cutucar diretamente a onça da moralidade nacional. Estabelecer que políticos sem privilégio de foro responderão a seus processos em liberdade significa que políticos com privilégio de foro poderão com muito mais razão dormir tranquilos.

É mais uma peça no contra-ataque organizado do sistema político para retomar pelo menos parte do controle sobre seu próprio destino. A senha foi dada pela divulgação, há cinco semanas, das gravações de Sérgio Machado que incriminavam toda a cúpula histórica do PMDB. E o primeiro alvo do contra-ataque foi o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. A prisão de Delcídio do Amaral, líder do governo, senador no exercício de seu mandato, no final de novembro de 2015, foi aprovada pelo Senado sem quase nenhum ruído, a toque de caixa. O pedido tinha sido feito por Janot e tinha sido aceito pelo STF.

Já quando Janot pediu a prisão de José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá a partir de gravações muito mais comprometedoras, o estardalhaço da reação foi ouvido por toda parte. O pedido foi taxado de descabido, excessivo e arbitrário. Mais que isso, foi negado pelo STF. A partir daí, Janot foi acusado de ser responsável pelo vazamento dos vídeos estarrecedores de Sérgio Machado e ameaçado de impeachment. Pela primeira vez desde o início da Lava-Jato, um vazamento foi criminalizado. E Janot foi para a defensiva. Na ofensiva, Renan Calheiros ameaça agora aprovar projeto de lei que, entre outras coisas, pune quem der "início a persecução penal sem justa causa fundamentada".

Também fazem parte do contra-ataque eliminar focos de resistência ao governo interino. O mais saliente talvez tenha sido o dirigido à turma da cultura. Se a turma incomoda, se é eficaz em fazer barulho no país e no exterior, operações da Polícia Federal que mostram falcatruas na lei de incentivo à cultura ajudam a confundir joio e trigo. Não têm nada que ver com o pessoal que ocupou prédios por todo o país, ou que levantou cartazes em tapetes vermelhos para protestar contra o governo interino. Mas são suficientes para levantar a suspeita e a dúvida de que por trás de um artista também possa se esconder um criminoso.
Herculano
04/07/2016 08:18
O SISTEMA CONTRA-ATACA, por Marcos Nobre, professor de filosofia política, para o jornal Valor Econômico

Parte 2


Outras operações da Polícia Federal atendem a outro objetivo, complementar. Se não fosse uma ofensa muito grave ao filme de Michael Curtiz, deveriam todas se chamar "Operação Casablanca". Porque seguem a máxima do chefe de polícia que, ao final do filme, manda prender "os suspeitos de sempre". Na versão local, são personagens conhecidos das páginas policiais da política, de filme já bem queimado, Carlinhos Cachoeira à frente. Com isso, garante-se que o show continue, só que bem longe dos políticos, especialmente aqueles com mandato. Deslocamentos de delegados da Lava-Jato para outras funções sem que substitutos tenham sido designados fazem parte do novo quadro.

O contra-ataque já produziu confiança suficiente no interior do sistema político para, por exemplo, permitir a retirada da urgência das medidas anticorrupção da pauta de votações da Câmara. Elaborada pelo Ministério Público, sob a liderança da força-tarefa da Lava-Jato, as medidas foram recebidas pelos deputados com festa. Tietaram o procurador Deltan Dallagnol, prometeram urgência e empenho, tiraram fotos e distribuíram abraços. E, em seguida, mandaram um beijinho no ombro de Brasília para Curitiba. Para completar a chacota, o Senado ameaça liberar o funcionamento dos cassinos ainda esta semana, contra todas as advertências do Ministério Público sobre o risco de esses estabelecimentos se tornarem verdadeiras fábricas de lavagem de dinheiro.

Com esse bem organizado contra-ataque, Michel Temer caminha para cumprir a primeira promessa de campanha que fez a seu eleitorado. A impressionante rapidez com que alcançou o objetivo é um dos fatores que explicam a confiança e a segurança que o governo interino passou a demonstrar a partir da semana passada. É um governo que pode se orgulhar de ter conseguido devolver ao sistema político condições mínimas para funcionar segundo os padrões em que funcionou nas últimas décadas. É um governo que se sente suficientemente forte agora para consolidar a restauração da normalidade de uma república pemedebista.

Pode parecer cedo para tanta confiança, especialmente em vista da permanente caixinha de surpresas que é a Lava-Jato. Mas confiança é fundamental, tanto em política quanto em economia. Consegue-se com ela apoio no Congresso e investimento produtivo. E não é pouca coisa o sistema ter conseguido contra-atacar e colocar na defensiva a Lava-Jato mesmo tendo no colo o terremoto das gravações de Sérgio Machado. Mostra que um razoável grau de blindagem foi alcançado. Não é garantia de tranquilidade, mas é incomparavelmente menos inseguro para a política oficial do que o clima que prevaleceu até o afastamento de Dilma Rousseff.

Foi até agora apenas um contra-ataque e não um movimento que tenha definitivamente colocado a Lava-Jato em ritmo de lavagem manual e a seco, sem pressa. Mas foi suficiente para gerar no sistema a expectativa de que a punição de políticos foi estendida para um horizonte agora distante e imprevisível. Foi suficiente para gerar a expectativa de que a responsabilização de políticos por crimes será muito mais restrita e restritiva, indo imediatamente para o cadafalso apenas um ou outro dos suspeitos de sempre, Eduardo Cunha à frente. A realização ou não dessas expectativas depende agora de como a turma da Lava-Jato irá reagir ao contra-ataque.
Herculano
04/07/2016 08:12
DO QUE O PAÍS VAI SE LIVRAR, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

A desmoralização do PT, que está prestes a se tornar completa em razão do esperado impeachment da presidente Dilma Rousseff e de uma previsível derrota nas eleições municipais, fará um grande bem ao País. Para saber do que o Brasil está a caminho de se livrar, basta ler a declaração final do mais recente encontro do Foro de São Paulo, o convescote anual de partidos ditos de esquerda da América Latina.

Em meio ao acelerado desmoronamento de seu projeto de poder, o Foro resumiu, na declaração, a irracionalidade patológica de seus integrantes, entre os quais o PT. No texto, derrotas são tratadas como vitórias, irresponsabilidade fiscal é chamada de conquista social e autoritarismo é qualificado de democracia.

"Os governos de esquerda em nosso continente lograram dar estabilidade social, política e econômica a nossas nações e tiraram da pobreza dezenas de milhões de famílias, que se livraram assim da marginalização e do desemprego, tendo acesso à saúde, educação e oportunidades de desenvolvimento humano", afirma a declaração do Foro, referindo-se a um mundo de fantasia que subsiste somente no discurso de seus líderes.

Sempre foi assim. Inventado pelo chefão petista Luiz Inácio Lula da Silva em 1990, sob inspiração do tirano cubano Fidel Castro, o Foro reúne a nata dos potoqueiros que se dizem "progressistas" enquanto sustentam regimes autoritários e, a título de defender os "oprimidos", aparelham o Estado, financiam-se com dinheiro público e arruínam a democracia.

A era dourada desse embuste se deu na primeira década dos anos 2000, quando Brasil, Argentina, Venezuela, Bolívia, Equador e outros países menos cotados estavam sendo governados ?" melhor seria dizer desgovernados ?" por bolivarianos ou simpatizantes dessa deletéria ideologia, articulada pelo caudilho venezuelano Hugo Chávez. Naquela época, a turma do Foro de São Paulo esbanjava excitação com os "avanços no terreno político e eleitoral", que criaram "condições favoráveis sem precedentes para avançar rumo à derrota política e ideológica definitiva do neoliberalismo na nossa região", conforme a declaração do encontro de 2007.

O tempo tratou de frustrar, de forma inapelável, esse prognóstico otimista. A Venezuela é hoje o grande exemplo da fraude oferecida pelos bolivarianos que antes se regozijavam de suas conquistas. O "socialismo do século 21", inventado por Chávez, devolveu a Venezuela ao século 19. Em meio à gravíssima crise de desabastecimento, que afeta quase todos os produtos consumidos pelos venezuelanos, e ao avanço da oposição, o presidente Nicolás Maduro abandonou de vez a democracia de fachada que o chavismo inventou para legitimar o regime e passou a agir, sem nenhum pejo, como o ferrabrás que sempre foi.

Apesar disso, o Foro diz que "o povo revolucionário" venezuelano está resistindo às "investidas brutais da oligarquia apátrida e ao imperialismo" e afirma que Maduro "tem ganhado cada vez mais respaldo continental e mundial".

O mesmo nível de impostura se verifica em outros pontos. O Foro, por exemplo, celebrou "o reconhecimento dos Estados Unidos da derrota de sua política em relação a Cuba" e atribuiu a paz na Colômbia à "heroica luta" das Farc.

Não ficou só nisso. Na melhor tradição do realismo fantástico, o Foro declarou que "a esquerda impulsiona a transparência e a honradez no uso dos recursos públicos". Tal afirmação poderia até ser vista como piada, mas, diante dos efeitos nefastos da roubalheira generalizada protagonizada pelo PT, trata-se de uma ofensa.

A respeito do Brasil, o Foro, é claro, qualificou como "golpe" o processo de impeachment de Dilma e disse que se trata de uma "contraofensiva imperial que será derrotada pelas forças populares de todo o continente". Lula, em mensagem ao Foro, foi na mesma linha, apelando para a solidariedade de "todos os companheiros e companheiras da América Latina" na defesa de Dilma, "contra os golpistas empenhados em destruir as conquistas sociais".

Tais apelos soam como tentativa desesperada de salvar o que resta de um projeto imoral que durante mais de uma década entorpeceu o Brasil. Felizmente, é o canto do cisne.
Herculano
04/07/2016 07:52
DEVASSA DA LAVA JATO CHEGA AOS TRÊS PODERES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os brasileiros devem enfrentar fortes emoções nas fases seguintes da Operação Lava Jato, previstas para este mês de julho. É que, após sacudir os poderes Executivo e Legislativo com as investigações, a força-tarefa do Ministério Público Federal e da Polícia Federal deve desembarcar em grande estilo no Poder Judiciário, segundo afirmam atentos advogados criminalistas. "Nitroglicerina pura", jura um deles.

ABALO SÍSMICO
Nas rodas de conversa de juristas e políticos, em Brasília, discute-se a capacidade de a democracia brasileira não suportar o abalo sísmico.

FIM DO MUNDO
Além dos acordos de leniência da OAS e de delação premiada do seu ex-presidente Leo Pinheiro, a de Marcelo Odebrecht promete barulho.

ESTADO DE CHOQUE
A demora no fechamento das delações da OAS e Odebrecht decorre do impacto já provocado entre os poucos que as conhecem.

LISTA ODEBRECHT
Ainda há o escândalo da lista apreendida pela PF, em março, na casa de um funcionário da Odebrecht, onde aparecem mais de 300 políticos.

CUNHA ACHA QUE CCJ ANULARÁ DECISÃO DO CONSELHO
O deputado Eduardo Cunha anda confiante no recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contra a recomendação do Conselho de Ética para sua cassação. Ele aponta duas supostas ilegalidades: (1) a votação nominal, e não eletrônica, adotada (como na comissão do impeachment) para evitar o "efeito manada", e (2) o impedimento do relator Marcos Rogério (DEM-RR), por haver trocado de partido.

TROCOU, PERDEU
Membros do Conselho de Ética são indicados pelos líderes. Por isso, ao trocar de partido, Marcos Rogério perderia seu lugar no colegiado.

ESTACA ZERO
Se conseguir anular a participação do relator Marcos Rogério, Eduardo Cunha conseguirá fazer seu processo voltar à estaca zero.

MAIORES CHANCES
Aliados acham que, na CCJ, é bem mais expressiva que no Conselho de Ética a chance de Eduardo Cunha obter maioria de votos.

TIREM A MÃO DO MEU BOLSO
Em cerca de um mês e meio, o governo tomou R$5,7 bilhões por dia do contribuinte brasileiro, o que é trocado em relação à arrecadação anual: mais de R$1 trilhão até agora, e prováveis R$2,3 trilhões até dezembro.

TEORIA DO CAOS
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) está indignado com as ameaças de invasão e depredação para impedir a instalação da CPI da UNE, que faturou ao menos R$ 44 milhões nos governos do PT. "Há solidariedade com um projeto criminoso. É a teoria do caos", acusa.

A FAVORITA
Mesmo com o presidente, Marcelo Odebrecht, preso há mais de um ano, a empreiteira favorita de petistas não parou de faturar alto com o governo federal. A empreiteira recebeu R$377,5 milhões desde janeiro.

FORTE LIGAÇÃO
É pura fofoca a "iminente separação" da jornalista Cláudia Cruz do marido, Eduardo Cunha, segundo amigos do casal impressionados com a ligação entre os dois. Mas um desses amigos observa: "Se ela um dia for presa por causa disso tudo, aí sim, ele desmorona..."

ILUMINAÇÃO MILIONÁRIA
A Câmara gastou mais de R$19 milhões sem licitação desde o início do ano. A maior parte, R$13 milhões, foi para o "serviço de iluminação" dos novos apartamentos funcionais de seus deputados, em Brasília.

ABUSO INTOLERÁVEL
Um rapaz de 19 anos em São Paulo e um de 17, no Ceará, foram presos em casa, ao amanhecer, porque publicaram em redes sociais críticas à Polícia Militar. É contra esse abuso de autoridade que deveriam agir os políticos, e não ameaçar os que investigam corrupção.

LEGADO ZERO
Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) considera que, apesar de Copa do Mundo, Olimpíadas, Jogos Panamericanos, Jogos Militares, Jogos Universitários etc, o legado esportivo no Brasil é "nenhum".

COM O SEU DINHEIRO
A crise financeira aperta todas as áreas da economia, mas o governo federal, de Dilma e Temer, torrou quase R$220 milhões, de janeiro a maio deste ano, com diárias pagas a funcionários públicos.

PERGUNTA ÀS 6H DA MATINA
O recesso do Judiciário vai mesmo dar uma pausa na Operação Lava Jato?
Herculano
04/07/2016 07:46
OPINIÕES BARATAS, por Vinicius Mota, para o jornal Folha de S. Paulo

Custa quase nada para o indivíduo expressar uma opinião nas democracias modernas. O peso do conjunto de expressões singulares, no entanto, pode tornar-se insuportável para certos grupos.

Esse fato tem sido um gatilho para a prosperidade e a inclusão. Quatro em cada dez eleitores em 1860 votaram livremente em Abraham Lincoln. O veredicto das urnas, a vitória do republicano, foi mortal para os proprietários de escravos do sul dos EUA.

Vez ou outra, o somatório das vontades pessoais embaça o progresso de toda a sociedade. Nada custou a cada um dos 17.410.742 britânicos que optaram pela saída da União Europeia expressar sua opinião. O conjunto dos 66 milhões de habitantes do Reino Unido sujeita-se a enriquecer mais devagar em razão disso.

O raciocínio se aplica, com adaptações, a decisões do Supremo Tribunal Federal brasileiro no campo das regras da política.

Numa sessão célebre de 2006, os ministros fulminaram a cláusula de barreira, que instituía requisitos mínimos de voto para um partido valer-se à plenitude do financiamento público e das prerrogativas no Congresso.

Os ministros eram puro senso comum nas impressões acerca do risco de a cláusula sepultar siglas "ideológicas". A soma de suas convicções triviais sobre a política subverteu uma decisão típica do Legislativo e nutriu a barafunda partidária de hoje.

O estrago das intenções togadas continuou. Vamos instituir a fidelidade partidária que a legislação não estabelece? Vamos proibir a doação das empresas, esta prevista na lei? Sim, responderam os juízes.

Os remédios, entretanto, prejudicaram o paciente e selecionaram novos micróbios. Ou alguém acredita que o fato de empresas estarem proibidas de contribuir nestas eleições vai fazer surgir uma avalanche de microdoações pessoais espontâneas e ideologicamente motivadas? Opiniões baratas nem sempre produzem boa coisa.
Herculano
04/07/2016 07:39
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA

Ela é exclusiva para o leitores e leitoras do portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, mais atualizado, mais acessado e o de maior credibilidade de Gaspar e Ilhota, segundo as ferramentas públicas disponíveis e comparáveis.
Herculano
04/07/2016 07:37
NÃO TEM JEITO. TODOS OS TESOUREIROS DO PT FORAM PRESOS. POLÍCIA FEDERAL ESTÁ NAS RUAS. É A 31ª FASE DA LAVA JATO

Conteúdo do Uol (Folha de S. Paulo). A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã desta segunda-feira (4), a 31ª fase da Operação Lava Jato.

O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira é o alvo principal da operação. Ferreira foi preso no último dia 23 de junho, quando foi realizada a Operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato. Ele é alvo de um mandado de prisão temporária e também de busca e apreensão.

Chamada "Abismo", a 31ª fase da Lava Jato ocorre no Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.

Além do mandado de prisão temporária contra Ferreira, essa operação cumpre outros quatro de prisão preventiva. Outros sete são de condução coercitiva e quatro de custódia temporária. Também foram expedidos 23 mandados de busca e apreensão.

Pagamentos indevidos a servidores da Petrobras estão na mira desta etapa da Lava Jato. A ação busca obter mais detalhes sobre fraude em processo licitatório e repasses de recursos a partido político ligados, por exemplo, a contratos para a reforma do Cenpes (Centro de Pesquisas da Petrobras), no Rio de Janeiro.

A operação conta com apoio da Receita Federal. Os alvos serão levados para a sede da Polícia Federal em Curitiba.
Herculano
03/07/2016 16:47
CÂMBIO NÃO É LIVRE EM LUGAR ALGUM, DIZ RUBENS BARBOSA, por Márcio Juliboni

Passado o susto com a decisão dos britânicos de deixar a União Europeia, o dólar voltou a recuar em relação ao real. O movimento foi reforçado pela sensação dos investidores de que a nova diretoria do Banco Central não iria mesmo intervir na taxa de câmbio. Mas o cenário mudou após o BC vir a campo na sexta-feira (1), realizando a primeira intervenção no mercado de câmbio desde 18 de maio.

O movimento de alta da moeda norte-americana ganhou força ao longo do dia, após as declarações do presidente do BC, Ilan Goldfajn, de que estão abertas as condições, no Brasil e no exterior, para reduzir os estoques de swaps cambiais. Goldfajn reafirmou, contudo, seu compromisso com o regime de câmbio flutuante. Pelo sim, pelo não, o movimento foi interpretado pelo mercado como o estabelecimento de um novo piso para o dólar: R$ 3,20.

Para o embaixador Rubens Barbosa, presidente do conselho superior de comércio exterior da Fiesp, a reação do BC é bem-vinda e necessária. Ele lembra ainda que a indústria defendia a medida havia tempos. Embora o câmbio flutuante faça parte do tripé macroeconômico que sustentou a estabilização do país desde o Plano Real, é temerário segui-lo ao pé da risca. "Nenhum país do mundo tem um câmbio totalmente flutuante, livre, hoje em dia", afirma Barbosa a O Financista. "Todos os países administram suas taxas: Estados Unidos, China...". Leia a seguir os principais trechos da conversa:

O Financista: Como o senhor avalia a intervenção do BC nessa sexta-feira?

Rubens Barbosa: Ela foi muito importante. Foi positiva e bem-vinda, porque a indústria já pedia, havia tempos, alguma reação do Banco Central.

O Financista: O mercado interpretou a intervenção como o estabelecimento de um novo piso de R$ 3,20 para o câmbio. Esse patamar é bom para a indústria?

Barbosa: Eu acredito que a intervenção não teve o objetivo de estabelecer um novo piso. Acho que o BC agiu para mostrar que está atento ao câmbio. Agora, o novo piso é algo que deve ser discutido mais adiante.

O Financista: Mas seria o caso de manter o câmbio ao redor de R$ 3,50?

Barbosa: Do ponto de vista dos exportadores, sim. Mas o BC não pode tomar decisões isoladas do mundo. Agora, se o país não criar condições para que as exportações voltem a crescer, a balança comercial será prejudicada. O que estou dizendo é que não se pode pensar na política macroeconômica desvinculada da política industrial e comercial, algo que os economistas brasileiros estão acostumados a fazer. Além disso, nenhum país do mundo tem um câmbio totalmente flutuante, livre, hoje em dia. Todos os países administram suas taxas: Estados Unidos, China...

O Financista: Para a indústria, é melhor que o BC intervenha no câmbio?

Barbosa: O BC precisa acompanhar o que ocorre no mundo. Há toda essa instabilidade recente dos mercados, e o BC tem todo os dados para avaliar a situação. Agora, do ponto de vista macroeconômico, a queda do dólar ajuda apenas pontualmente, como no caso da importação de feijão. Mas manter os juros elevados, em um cenário de inflação convergindo para a meta e câmbio em queda... Isso cria uma situação delicada para alguns setores industriais.

O Financista: Segundo o último boletim Focus, do BC, a expectativa é de um saldo comercial de US$ 50,76 bilhões neste ano. No atual patamar de câmbio, esse saldo pode cair?

Barbosa: Acho que essa projeção foi feita com um câmbio estimado ao redor de R$ 3,50. A queda do dólar tem um efeito muito negativo para a indústria. Como o Custo Brasil é elevado, muitos setores conseguem ser competitivos na exportação por causa do câmbio. Os empresários com quem converso dizem que, com a taxa entre R$ 3,50 e R$ 3,70, conseguem uma pequena margem nas exportações, mas conseguem. Abaixo desse patamar, há um problema sério, porque a margem acaba. O câmbio não é tudo, mas ajuda.

O Financista: O saldo comercial pode cair, então?

Barbosa: Os setores que mais se beneficiaram com a alta do dólar, como o têxtil, calçadista, papel e celulose e máquinas e equipamentos, já estão sentindo dificuldades. As importações estão caindo, mas o problema é que as exportações podem crescer num ritmo menor que o atual. Com isso, o saldo pode desacelerar. Desse jeito, não sei se a projeção poderá ser mantida.
Erva Daninha
03/07/2016 13:11
Olá, Herculano

Pergunta no curral - às 08:11

Na "vaquinha virtual" objetivando financiar suas viagens de jatinho, Dilma vai esperar atingir a meta para depois dobrá-la?

Acrescentaria na pergunta de Cláudio Humberto,

ou viajará para estocar vento?

Mariazinha Beata
03/07/2016 12:58
Seu Herculano;

"O PT É UM ESCRAVOCATA DE POBRES"

E é neste antro que o vereador Marcelo Brick (com o comparsa PCdoB) quer se eleger prefeito?

BRASIL, PÁTRIA CUSPIDORA.

Bye, bye!
Herculano
03/07/2016 10:43
O PT É UM ESCRAVOCATA DE POBRES

Quem lê abaixo o artigo de Samuel Pessoa, pode entender, de forma simples, o que o PT faz com os pobres: os alimenta na pobreza eterna, para que lhes sejam devedores, dependentes e párias.

A verdadeira libertação da pobreza social se dá via o acesso e à educação para assim haver escolhas, oportunidades e o verdadeiro processo inclusão, com perspectivas mais perenes.

A Educação no governo do PT é algo desastroso, é ralé, é miserável, é criminoso, é ideológico, é sectário, é um embuste. Mais eficaz, mais seguro para os objetivos de poder do PT (e os seus que paga para tê-los neste falso poder onde tudo pode, inclusive o de roubar os pesados impostos pagãos pelas sociedade), mais controlador e mais enganador, é o Bolsa Família .

Até o nome Bolsa Família é algo enganador, se o PT é o primeiro não reconhecer a família como algo essencial e agregador do núcleo social. Em Gaspar, onde o PT governa há oito anos seguidos, por exemplo, o dia dos pais, das mães, e outros são algo do passado de uma comunidade conservadora (porque é religiosas, mas a usou para chegar ao poder), hipócrita, da direita (que também se aliou para se poder), dos religiosas, dos caretas, pois as crianças não possuem pais, mas apenas cuidadores. Estas comemorações, segundo o PT criam constrangimentos aos que não possuem pais presentes.

Pois é, tirando o fato de que o ex-secretário de Educação do PT de Gaspar comemorava o Dia das Mães na escola particular de religiosos com a sua filha), a realidade estatística, e não a convenção sociológica, mostra que as nossas crianças, além de não terem acesso à educação formal de qualidade e de tempo integral, são bandidas porque não conhecem e não são acolhidas pela própria família, os seus país e os limites morais e éticos gerados no lar.

E agora? É a deterioração completa. Um futuro criminosamente composto no presente, por gente que sabe o que faz, que faz deliberadamente, que impede a dialética sobre este tema, que precisa do constrangimento e do crime como alimento da causa, para a sobrevivência política rasteira e de poder. Wake up, Brazil! Acorda, Gaspar!
Herculano
03/07/2016 10:17
A ESQUERDA ENCONTRA A DIREITA, por Samuel Pessoa, para o jornal Folha de S. Paulo

No último mês, dois garotos, de 10 e 11 anos, foram mortos em confronto com a polícia. As duas crianças vinham de famílias carentes, com muitos irmãos.

Segunda esta Folha, pesquisa recente do Ministério Público de São Paulo sugere que a falta da figura paterna, caso de uma das famílias, pode explicar parte do problema do envolvimento de crianças e adolescentes com a criminalidade. Essa constatação, claro, não exime a polícia pelo uso de força desproporcional, resultando em mortes desnecessárias.

O sociólogo Jessé Souza, até recentemente presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), sugere, em dois volumes escritos com diversos colaboradores - "A Ralé Brasileira: Quem É e Como Vive" e "Os Batalhadores Brasileiros"- , que o ambiente doméstico representa fortíssimo fator perpetuador da pobreza.

Segundo Jessé, "a família típica da 'ralé' é monoparental, com mudanças frequentes do membro masculino, enfrenta problemas sérios de alcoolismo e de abuso sexual sistemático e é caracterizada por uma cisão que corta essa classe ao meio entre pobres honestos e pobres delinquentes".

Já os batalhadores, que conseguiram melhorar de vida, internalizaram as "disposições nada óbvias do mundo do trabalho moderno: disciplina, autocontrole e comportamento e pensamento prospectivo".

Diferentemente do que se imagina, "essas disposições têm que ser aprendidas, embora seu aprendizado seja difícil e desafiador e não esteja ao alcance de todas as classes" (citações de "Os Batalhadores", páginas 50 e 51).

Pensadores liberais, como Eugênio Gudin e Carlos Langoni, sempre identificaram a enorme importância que a educação tem para o desenvolvimento econômico.

Diferentemente deles, os economistas heterodoxos ou estruturalistas nunca conseguiram enxergar nenhum papel da educação para o desenvolvimento econômico. Celso Furtado, por exemplo, apesar de ter se dedicado ao tema por 40 anos e em 30 livros, em nenhum momento associou desenvolvimento à educação.

Nos últimos anos, consolidou-se o entendimento de que um sistema público de educação de qualidade é um dos elementos principais para o desenvolvimento econômico e a equidade.

Mais recentemente, a economia acadêmica vem reconhecendo a enorme importância dos primeiros anos de vida e de um ambiente doméstico estruturado para preparar a criança para a escola formal.

James Heckman, Prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade de Chicago, tem acumulado conjunto impressionante de evidências nessa direção. O leitor interessado pode consultar o link heckmanequation.org/blog ou a página do economista brasileiro Flávio Cunha (flaviocunha.com).

Sabe-se que, nos primeiros anos de vida, as habilidades cognitivas, essencialmente pensamento analítico, e as não cognitivas, esforço e persistência, capacidade de suportar frustração, autoestima etc., são desenvolvidas. Se o ambiente doméstico nos primeiros anos de vida não for propício para o desenvolvimento desse conjunto de capacidades, o desempenho escolar será comprometido.

Assim, o maior desafio de nossa sociedade será desenhar políticas públicas que retirem a "ralé", 1/3 da população aproximadamente, segundo Jessé, da armadilha de pobreza em que se encontra.

Sinal auspicioso é que a esquerda parece ter descoberto algo que a direita já sabia há muito tempo.
Herculano
03/07/2016 10:12
PROFISSIONAIS DA MENTIRA, por Ferreira Gullar, escritor, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

Tenho um amigo, conhecido por Guiú, para quem dizer que o PT é o partido da mentira não está longe da verdade. E que os petistas nada fazem para apagar essa má fama e, sim, pelo contrário, só contribuem para confirmá-la.

A má fama - diz o Guiú - vem de longe, desde a origem do PT, uma vez que nasceu prometendo combater a corrupção e, mal ganhou algum poder - como em Santo André -, já começou a se apropriar do dinheiro público, o que resultou no assassinato do prefeito Celso Daniel. Outro exemplo teria sido o escândalo do mensalão, que envolveu o alto escalão do partido, inclusive o próprio Lula, que, graças à mentira reinante entre os petistas, conseguiu se safar.

Daí em diante - afirma esse amigo- , a mentirada petista só se confirmou e ampliou, ficando claro que, em vez de combater a corrupção, o PT se revelou o responsável pelos mais espantosos exemplos de apropriação venal de dinheiro público de que se tem conhecimento na história brasileira.

A revelação mais recente, que teve como protagonista o ex-ministro Paulo Bernardo, revela o desvio de taxas pagas por servidores públicos em empréstimos consignados e que atingiu o montante de R$ 100 milhões. Esse dinheiro foi dado parte a políticos e parte ao cofre do PT. Mas os dirigentes petistas alegam ser tudo invenção dos adversários.

Pois bem: pode haver mentira maior do que afirmar que o impeachment de Dilma é um golpe? Vamos por partes: um golpe dado por quem, já que o processo de impeachment não partiu de nenhum partido? Um dos fundadores do PT, o jurista Hélio Bicudo, é um dos autores dessa ação penal, acompanhado por duas outras figuras que não pertencem a nenhum partido político, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal.

Por outro lado, a acusação de ter a presidente Dilma cometido crime contra a Lei de Responsabilidade Fiscal foi reconhecida por juristas e técnicos da área fiscal do governo. Os partidos somente passaram a atuar no processo depois que a acusação foi aceita pela Câmara de Deputados, argumenta o Guiú.
Herculano
03/07/2016 10:12
PROFISSIONAIS DA MENTIRA, por Ferreira Gullar, escritor, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 2

Além disso, o procedimento só teve curso depois que o STF definiu as normas a serem seguidas, de acordo com a lei. Onde está, então, o golpe que o PT alardeia? Simplesmente não está, porque é apenas mentira, diz esse meu amigo.

E, de lá para cá, as versões falsas e as falsas alegações só cresceram, na medida mesma em que novas falcatruas foram sendo reveladas, desde as propinas na Petrobras ao tríplex e o sítio que Lula nega, contra todas as evidências, serem dele. Como diz um samba recente composto aqui no Rio, Lula não possui nada, nem mesmo o relógio que tem no pulso lhe pertence. Tudo o que usa, algum amigo lhe emprestou.

Já eu nunca dei a mesma sorte, nunca encontrei ninguém que me emprestasse o apartamento para eu morar ou um sítio maior que vários campos de futebol, para meu lazer Dilma Rousseff, que tem fama de honesta, tampouco fala a verdade, afirma Guiú. Prova disso é a versão que passou à imprensa, de que nada tinha a ver com a compra da refinaria de Pasadena, adquirida por um preço várias vezes maior que seu valor real.

Ela, como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, diz que aprovou a compra porque lhe forneceram falsas informações. Cerveró, que efetivou a compra, afirma que ela sabia de tudo.
E o documento falso que ela enviou a Lula para que ele se safasse de uma possível ação policial? Já imaginou a mais alta autoridade da República forjar um documento para enganar a própria polícia do país? E aí ?"diz ele?", cabe a pergunta: se a chefe do governo falsifica documento, o que a impede de descumprir as normas estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal? Foi o que ela fez - afirma Guiú -, e, por essa razão, praticou um crime que a Constituição pune com a expulsão. O impeachment, portanto, não é golpe mas punição prevista em lei.

E meu amigo conclui: como, porém, o PT não tem compromisso com a verdade, alardeia que a democracia está ameaçada e que depende dele sua preservação. Parece piada, uma vez que, recentemente, a direção desse partido divulgou um documento lamentando não ter conseguido instaurar no país um regime autoritário permanente.
Herculano
03/07/2016 10:00
NEM É, E SEM NUNCA TER SIDO, por Carlos Brickmann

A pesquisa CNI/Ibope sobre o Governo Temer é devastadora: 44% consideram que Temer e Dilma merecem deles a mesma confiança. Milhões foram às ruas derrubar uma presidente catastrófica, a presidente do Petrolão, para botar no lugar um que merece a mesma confiança que ela.

Esperava-se de Temer não só modos mais polidos que os de Dilma - o que, aliás, não é difícil - mas um Governo diferente, firme, preocupado com as contas públicas, que mantivesse os ladrões longe do cofre. Mas seu Governo, como o de Dilma, não se preocupa muito com as contas públicas - e, prevendo um buraco de R$ 170 bilhões, não hesitou em queimar R$ 120 bilhões para agradar deputados, senadores e pessoal jurídico. Deixou os suspeitos de sempre nas posições de sempre. E, em pouco mais de um mês, precisou demitir três ministros, todos pelos motivos de sempre. Claro, não são todos culpados. Porém, numa emergência como a nossa, é preciso não depender apenas dos tribunais, mas ser reconhecido pela honradez.

Firmeza? Apoiou a criação de 14 mil cargos públicos, desistiu. Decidiu reformar a Previdência, desistiu. Anunciou cortar o número de ministérios e fechar o Ministério da Cultura, desistiu.

Parafraseando Neném Prancha, personagem de Nelson Rodrigues, arrecuou o time para evitar a catastre. Se continuar assim, atacará sempre para trás, só recuando. Terá a catastre, agora pelo nome integral: catástrofe.

DINHEIRO SAI

Houve uma decisão de Temer seguida inteiramente, sem hesitação, sem recuos: o excelente reajuste de 41,47% a servidores do Judiciário e do Ministério Público - o aumento, a propósito, foi proposto pelos beneficiários. O custo de tudo alcança R$ 25 bilhões até 2019, data do final do ajuste. Mas como poderia o Governo pechinchar com quem manda investigar, faz as denúncias e julga os processos?

DINHEIRO FICA

Não pergunte por que há dinheiro para certas carreiras e nunca sobra muito para os professores e a Educação em geral. Raros são os governantes que, quando se aposentam, decidem voltar à escola.

OS NÚMEROS...

O Valor, jornal sério e bem feito, informa que Michel Temer estava preocupado com a pesquisa CNI/Ibope, mas se tranquilizou ao ler a pesquisa e tomar conhecimento de seus números, Disse: "O índice de aprovação em 13% veio na margem esperada". Fantástico: o cavalheiro chega à Presidência levado por manifestações gigantescas e pouco mais de um mês depois está feliz com 13% de aprovação. Ora, 13% de aprovação é tão bom que um número parecido demoliu Dilma.

... OS NÚMEROS

Número, às vezes, parece predestinado. Dilma teria se livrado do impeachment se obtivesse 171 votos de deputados - sim, 171, número do artigo do Código Penal que trata de estelionato. Agora, terminou o depoimento das testemunhas de defesa de Dilma (a última foi ouvida na sexta) na Comissão Especial do Impeachment, Quantas foram as testemunhas? Neste nosso reino encantado das Mil e Uma Noites, com políticos opinando e tudo, um número adequadíssimo: 40.
Herculano
03/07/2016 10:00
DO JEITO A COISA VAI, por Carlos Brickmann

Pode-se gostar ou não do pastor Silas Malafaia, mas fatos são fatos, documentos são documentos. Malafaia conta os fatos sobre o projeto "Fala, Zé - turnê Sul e Sudeste". O projeto foi proposto há dez anos pela então esposa do ator José de Abreu e aprovado de ponta a ponta. Agora, os documentos: diz a página do ministério da Cultura referente a 2011, a última sobre o caso, que o projeto está inadimplente, "não respondeu a diligência da prestação de contas".

Qual o tamanho do problema? A peça conseguiu captar todo o valor previsto, R$ 299.400,00, integralizados totalmente pela Petrobras.

VAI-VEM

No mais, como diria o presidente Temer, "bis repetita placent", as coisas repetidas agradam. Carlinhos Cachoeira foi preso. Fernando Cavendish, da construtora Delta, está sendo procurado, o lobista Adir Assad também é alvo da Operação Saqueador, da Polícia Federal.

Nomes conhecidos, acusações conhecidas, interrogatórios realizados repetidas vezes. Se as acusações são graves o suficiente para prisões temporárias, por que não estão presos há anos, poupando o custo de buscá-los novamente?

DÚVIDAS

A Procuradoria Geral da República quer saber se Renan Calheiros recebeu propina no Exterior. Vale palpite?
Herculano
03/07/2016 08:50
VANGUARDA DO ATRASO, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

Rússia, Índia, África do Sul, Nigéria, México e mesmo a China, segunda maior economia do mundo, são países considerados emergentes e muito corruptos, como o Brasil. Mas com uma diferença: o Brasil é o único que está dando o exemplo, remexendo suas entranhas, expondo seus podres e discutindo ardentemente como construir um futuro mais decente. Onde mais se veem os maiores empreiteiros presos, os principais políticos denunciados, as instituições tão determinadas?

Com tanto dinheiro desviado dos cofres públicos, em tantas frentes e com tão variados personagens, é razoável dizer que o Brasil ganhou a medalha de ouro da corrupção antes mesmo da Olimpíada, como ironizou o jornal de mais prestígio no mundo, o The New York Times. Mas a avaliação ficaria mais correta e seria mais justa se também incluísse o Brasil como forte candidato a vencer a corrida contra a corrupção. O troféu é a Lava Jato.

Em contatos com embaixadas estrangeiras em Brasília, inclusive a dos Estados Unidos, a Transparência Internacional disse que o Brasil é um "case" a ser estudado, e nas duas pontas: como foi possível chegar a tal nível de corrupção? E como é o processo que permite descobrir tudo, expor ao público e começar a punir os culpados? A terceira ponta exige uma reflexão bem mais complexa: quais serão as consequências, o que vem em seguida?

Foi possível chegar a esse tsunami de corrupção porque a lei do país permite e às vezes até estimula, as regras de controle das estatais e das corporações são frouxas e a impunidade para ricos e poderosos impera. Quando roubar é fácil, muita gente passa a roubar. E, quando muita gente rouba, o céu é o limite. Daí porque, onde o Ministério Público, a Polícia Federal, a Receita Federal e a Justiça põem o dedo, acham um tumor milionário ou bilionário. Até no crédito consignado, até na Lei Rouanet.

O processo de identificar, comprovar, expor e punir está avançadíssimo. A Lava Jato passou a ser uma operação-mãe, que produz robustos filhotes, como Zelotes, Custo Brasil, Boca Livre, Turbulência e Saqueador. E o juiz Sérgio Moro não está mais sozinho. Em São Paulo, Brasília, Recife e no Rio desabrocham juízes, procuradores e promotores de uma geração que soma vontade com a capacidade.

Os políticos se sentiam a salvo quando o pau quebrava na cabeça dos "outros", os empreiteiros, funcionários e operadores, mas o "timing" pode se virar contra eles, que entram na mira justamente quando a opinião pública, estarrecida com o tamanho dos desvios, quer sangue e pelotões de fuzilamento. A justiça chega aos políticos quando a paciência se esgotou e, com ela, o cuidado, a frieza e o bom senso. O risco, principalmente na mídia, é por todo mundo no mesmo paredão e atirar indistintamente.

A Odebrecht, por exemplo, doou para centenas de políticos, em dezenas de campanhas. Toda doação é propina? Todo político é ladrão? Se fosse assim, seria melhor fechar o Congresso, jogar fora a chave da democracia e instalar uma ditadura. Quando, aliás, não há "lava jatos". Ninguém fica sabendo quem é corrupto, quanto rouba, de onde rouba. O sangue e os pelotões de fuzilamento são por razões muito diferentes do combate à corrupção.

Desde as históricas manifestações de junho de 2013, chegamos ao momento mais delicado desse fantástico processo que põe o Brasil na vanguarda dos países emergentes. Fuzilar todos é explodir tudo. Denunciar práticas e punir quem merece é implodir o que tem de ser implodido e construir pontes para o futuro. Nem toda doação de campanha é crime, nem todos são iguais.

Aliás... O MP reconheceu o erro e o STF retirou o ministro da Educação, Mendonça Filho, de um inquérito sobre propina. Mas ele já tinha sido manchete, já tinha sido colocado no paredão da opinião pública. Deve ou não ser fuzilado?
Herculano
03/07/2016 08:49
NÃO HÁ LIMITES PARA OS ROUBOS E DESVIOS DE POLÍTICOS NO BRASIL. VEJA MAIS ESTA. FRAUDES E SUPERFATURAMENTOS: POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA ESQUEMA QUE TIROU MILHÕES DE ATLETAS OLÍMPICOS

Parte 1

Conteúdo da ESPN Brasil. Texto de Gabriela Moreira. Um esquema criminoso que pode ultrapassar R$ 22 milhões em equipamentos que deveriam ir para atletas brasileiros. Às vésperas dos Jogos Olímpicos do Rio 2016, a Polícia Federal investiga uma quadrilha formada por empresas e pelo menos cinco confederações esportivas. Entre os crimes, fraude de licitação, superfaturamento e falsidade ideológica.

As fraudes investigadas ocorreram na compra de itens como coletes para prática de lutas, tatames, equipamentos eletrônicos e programas de computador para análise de desempenho. Itens que foram licitados e comprados com dinheiro federal, oriundo de convênios com o Ministério do Esporte. De acordo com as investigações, as fraudes foram detectadas, até agora, nas confederações de Esgrima, Tiro com Arco, Taekwondo, Tiro Esportivo, além de associações como a Brasileira de Voleibol Paralímpico e clubes que patrocinam atletas olímpicos. O inquérito está sendo tocado pela Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros (DELECOR), no Rio de Janeiro.

Em uma das compras, uma empresa localizada em Saquarema, na região dos Lagos, no Rio, recebeu R$ 3 milhões pela compra de filmadoras, computadores, entre outros produtos de informática e entregou itens de menor valor. Segundo as investigações, neste caso, a Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) informou ao Ministério do Esporte ter comprado 60 filmadoras de mão, ao custo de R$ 2,4 mil cada, mas a empresa forneceu câmeras avaliadas em R$ 200.

Já em outra licitação, para compra de tatames para o taekwondo, as investigações mostraram que a empresa vencedora é uma distribuidora de bebidas. Em depoimento, a dona negou que tenha participado da concorrência que custou aos cofres públicos R$ 432 mil. À PF, a responsável teria confessado que recebeu parte da verba apenas para participar do processo.

Empresa que comanda fraude fica a 230 metros do COB

Pelo menos 14 convênios com o Ministério do Esporte, firmados desde 2011, estão sendo investigados no esquema que envolve mais de sete empresas. Entre elas, uma foi identificada como a cabeça da fraude. Localizada na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, ela fica a 230 metros da sede do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Criada para serviços de propaganda e marketing, a empresa se especializou em abrir sub-companhias de fachada com as quais combinava preços nas licitações para vencer o certame.
Herculano
03/07/2016 08:48
NÃO HÁ LIMITES PARA OS ROUBOS E DESVIOS DE POLÍTICOS NO BRASIL. VEJA MAIS ESTA. FRAUDES E SUPERFATURAMENTOS: POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA ESQUEMA QUE TIROU MILHÕES DE ATLETAS OLÍMPICOS

Parte 2

Antes de montar a empresa, em 2006, o sócio da companhia trabalhou como diretor de relações institucionais da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). A entidade, no entanto, não está entre as investigadas.

OUTRO LADO

Procurado, o COB avisou que desconhece o assunto e aguarda mais informações para saber do que se trata. O Comitê ressalta que as confederações não vivem sob sua tutela, pois são autônomas.

A Confederação Brasileira de Tiro com Arco, por sua vez, respondeu: "Todas as nossas licitações seguiram estritamente o que dispõe a Lei nº 8.666/93, Lei de Licitações, com a devida publicidade e vinculação do Siconv, sistema público informatizado de convênios mantido pelo Governo Federal. Assim, se houve alguma irregularidade, a CBTarco é a maior interessada em averiguar eventual fraude e desconhece qualquer investigação nesse sentido. A Cbtarco ainda avisa que não tem qualquer relacionamento com os sócios da empresa SB Promoções, apesar de manter relação institucional com a citada empresa".

Todos os demais citados foram procurados pela reportagem, que ainda não recebeu resposta.

Denúncia feita pela Espn em 2012

Marcelino Soares Barros levantou suspeitas sobre a CBTKD e revelou ter sofrido ameaça
Dirigente de Minas questiona contas e estatuto da Confederação Brasileira de Taekwondo e diz ter sido ameaçado

As investigações começaram depois que a ESPN revelou, em 2012, suspeitas de que as prestações de contas da CBTKD estavam sendo fraudadas. Com base em gravações telefônicas entre o superintendente da entidade, Valdemir José de Medeiros, e uma testemunha não identificada - revelados pela reportagem - fica clara a intenção de se acobertar as irregularidades.

"Se deixar do jeito que está, o Carlos está fora daqui um mês, não pode se eleger mais", disse o Superintendente, temendo as investigações. Carlos a quem eles se referem é o presidente da Confederação, Carlos Fernandes.

Na continuação do diálogo publicado com exclusividade pela reportagem, eles comentam os procedimentos adotados na fiscalização das prestações de contas da Confederação, por parte do COB, na ocasião:

"Não prestaram conta. Não tem uma nota no COB, entendeu?", diz o superintendente a respeito da compra de tatames para o Sul-Americano, em 2003.
Herculano
03/07/2016 08:40
ABUSO DAS AUTORIDADES, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Avaliação corrente no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional é a de que já foi possível, mas hoje não há mais chance de sucesso de qualquer acordo de troca da renúncia de Eduardo Cunha da presidência da Câmara pela manutenção do mandato de deputado, por falta de parlamentares dispostos ao suicídio político/eleitoral em sessão plenária com voto aberto.

Em outros tempos - aliás, não faz muito tempo, foi no ano de 2007 - o Senado aceitou escambo dessa natureza. Trocou a cassação de Renan Calheiros pela renúncia dele à presidência da Casa.

Assim como Cunha, Calheiros havia mentido aos seus pares, quando apresentou documentação fraudulenta para "comprovar" que tinha fontes de rendas lícitas o bastante para pagar a pensão alimentícia de uma filha, cujo sustento era, na verdade, garantido pela empreiteira Mendes Júnior.

Calheiros safou-se por 40 votos contra 35, em sessão fechada e votação secreta. Nesse período de menos de 10 anos, foi eleito de novo presidente do Senado e acumulou a carga pesada de 12 inquéritos no Supremo Tribunal Federal, sendo nove em decorrência do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

De onde os senadores podem dizer qualquer coisa, menos que a cigana os enganou a respeito da qualidade moral de seu comandante.

Pois é este notório e experimentado personagem que defende a aprovação de um projeto de lei para coibir abuso de autoridade por parte de investigadores. Calheiros, investido da condição de defensor dos direitos e garantias do cidadão parlamentar, considera urgente dotar o País de legislação restritiva à ação de investigadores.

Longe dele, segundo alega, qualquer reação às operações em curso. "Ninguém vai interferir na Lava Jato. Esse discurso de que as pessoas querem interferir é um discurso político. Essa investigação está caminhando, já quebrou sigilo de muita gente, tem muita gente presa. E, a essa altura, há uma pressão muito grande da sociedade de que (sic) essas coisas se esclareçam. Só vai separar o joio do trigo", declarou o probo senador.

Para, em seguida, defender a imposição de "regras" ao instituto da delação premiada. Na opinião dele, tal como está a lei serve de incentivo ao crime.

Essa interpretação não por acaso é compartilhada por advogados criminalistas, cuja função anda bastante prejudicada com a decisão de seus clientes em delatar.

Argumentam que o "prêmio" alimenta do crime, pois a possibilidade da delação criaria nos potenciais criminosos uma expectativa de impunidade.

Convenientemente, porém, deixam de lado o fato: produto da delação é a punição. Da ameaça de penalidade que agora atinge políticos é que Renan Calheiros pretende fugir com sua proposta pretensamente "democrática".

Democracia real houvesse na ideia do senador, bastaria a ele cumprir o artigo 5º da Constituição:

"Todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, garantido aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País o direito inviolável à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à propriedade". Simples assim.

O cumprimento desse preceito bastaria para atender aos alegados anseios do senador, cujo pendor democrático está diretamente ligado ao risco de ser preso se, como Eduardo Cunha, perder o privilégio do foro. Mais que isso é abuso de autoridade não autorizada. Renan pensa que está imune, mas não está. Nem nunca estará
Herculano
03/07/2016 08:33
O AUTOENGANO DE DILMA ROUSSEFF, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Dilma Rousseff disse que "o erro mais óbvio que cometi foi a aliança que fiz para levar a Presidência nesse segundo mandato com uma pessoa que explicitamente, diante do país inteiro, tomou atitudes de traição e usurpação". A doutora não gosta de reconhecer seus erros e é possível que essa frase seja mais um pretexto para falar mal de Michel Temer do que uma reflexão sobre sua ruína.

Como está cada vez mais próximo o dia em que Dilma Rousseff passará para a história restará uma pergunta: como foi que ela chegou a essa situação?

A aliança com o PMDB não foi um erro, foi o acerto que permitiu sua reeleição. Sem Temer na Vice-Presidência ela não ficaria de pé. Não foi Temer quem fritou Dilma, foram ela e o comissariado petista que tentaram fritar o PMDB.

Logo depois da eleição de 2014, sob os auspícios da presidente, o PT começou a dificultar a vida do PMDB. Fizeram isso de forma pueril. Sabiam que Eduardo Cunha era candidato à presidência da Câmara dos Deputados e acreditaram que poderiam derrotá-lo lançando o petista Arlindo Chinaglia. Eleger um petista em plena Lava Jato era excesso de autoconfiança. Acreditar que isso seria possível com a ajuda do PSDB foi rematada ingenuidade.

Quando o barco da prepotência petista começou a adernar, Dilma decidiu pedir socorro ao PMDB e convidou Temer para a coordenação política do governo. Ele não precisava aceitar, pois era vice-presidente da República. Em poucas semanas recompôs a base governista, mas coisas estranhas começaram a acontecer. Temer fazia acordos, os parlamentares cumpriam e o Planalto renegava as combinações. Em português claro: Temer fez compras usando seu cartão de crédito e Dilma não pagava as faturas. Ele foi-se embora e, aos poucos, juntou-se às multidões que pediam "Fora, PT" nas ruas. (Elas gritavam "Fora, PT", mas não pediam "Temer Presidente", esse é o problema que está hoje na cabeça de muita gente.)

O comissariado do PT achou que hegemonia política é coisa que se obtém a partir de um programa de governo. Gastaram os tubos e produziram ruína econômica e isolamento político.

Talvez o maior erro de Dilma tenha sido outro, fingir que não via a manobra silenciosa de Lula tentando substituí-la na chapa da eleição de 2014. E o maior erro de Lula foi não ter sentando diante de Dilma dizendo-lhe com todas as letras que queria a cadeira de volta.

AS COISA BOAS TAMBÉM ACONTECEM

Por caminhos diferentes, dois repórteres mostraram o absurdo que é a transformação da Força Aérea numa locadora de jatinhos para atender maganos do governo.

Marina Dias contou que Dilma Rousseff preferiu alugar um jatinho privado para voar de Brasília a Belém. Num Legacy da FAB ela pagaria R$ 100 mil pelo bilhete de ida e volta. No mercado, conseguiu a mesma coisa por R$ 90 mil.

No início do mês, Vinicius Sassine mostrara que em três anos a FAB não conseguiu atender a 153 pedidos de transporte de órgãos para transplantes. No mesmo período, atendeu a 716 reservas de ministros e dos presidentes do Supremo Tribunal, da Câmara e do Senado. Em geral essa boca rica ajuda os hierarcas a fugir de Brasília. (Entre janeiro e setembro de 2015, Eduardo Cunha fez 71 voos.)

A exposição do custo social da mordomia levou o governo a determinar que a FAB mantenha sempre um avião disponível para o transporte de órgãos. Sassine foi conferir o resultado e contou que, em apenas três semanas, foram transportados oito corações, quatro fígados e dois pâncreas.
Herculano
03/07/2016 08:32
PORTA FECHADA, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

É quase nula a possibilidade de o Ministério Público de Curitiba aceitar uma proposta de colaboração vinda de Eduardo Cunha.

Nem que ele saiba o endereço do ET de Varginha ou tenha a fórmula do elixir da longa vida.

Eduardo Cunha com uma tornozeleira na pérgula de uma piscina seria a desmoralização da Lava Jato.

SINAL DOS CÉUS

Numa trapaça da fortuna, na mesma semana em que estimulou um projeto que pretende conter abusos de autoridade (ele nega que isso tenha ver com a Operação Lava Jato), Renan Calheiros defendeu a legalização da tavolagem, também conhecida com "jogos de azar" e a Lava Jato encarcerou o contraventor Carlinhos Cachoeira.

Se tudo isso fosse pouco, o projeto dos abusos de autoridade será discutido numa comissão presidida pelo senador Romero Jucá. Na sua conversa com Sérgio Machado, ele foi profético: tem que mudar o governo para "estancar essa sangria".

O governo já mudou.

EUNÍCIO

O cearense Eunício de Oliveira será o próximo presidente do Senado.

BOLSA CURITIBA

Pelo menos um freguês da Lava Jato que vive em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica já desabafou com um amigo que há ocasiões em que pensa em pedir ao juiz Sergio Moro para hospedá-lo por uns dias na carceragem de Curitiba.

No tempo das vacas gordas seu casamento já não era um conto de fadas. Agora a prisão domiciliar funciona como um regime fechado de convivência obrigatória com a patroa.

O cidadão argumenta que na carceragem ninguém recrimina o outro por ter delinquido.

EREMILDO, O IDIOTA

Eremildo é um idiota, vinha apoiando o governo Temer sem saber por quê, mas acredita que matou a charada.

Temer tem um compromisso genérico com a contenção de despesas do governo e outros, específicos, com grupos de pressão interessados em detonar a Bolsa da Viúva.

Homem de palavra, cumpre todos.

NÃO PASSARÃO

Os organizadores de manifestações em defesa de Dilma Rousseff bem que poderiam dispensar o grito de guerra "Não Passarão".

Ele encanta a esquerda, mas não traz sorte. O "no passarán" celebrizou-se durante a Guerra Civil Espanhola, na voz da comunista Dolores Ibárruri, chamada de "La Pasionaria". As tropas do general Francisco Franco passaram e sua ditadura durou 36 anos, até 1975.

"La Pasionaria" fugiu para Moscou e morreu em Madri, três meses depois da queda do Muro de Berlim. Desde então, os alemães passam livremente pela porta de Brandemburgo.

RECORDAR É VIVER

Enquanto Dilma e o PT tentam entender quando a vaca companheira foi para o brejo, vale a pena lembrar que há momentos em que um governante toma uma decisão capaz de engrandecê-lo.

Durante o apogeu do milagre econômico dos anos 70, poderosos ministros do general Emílio Médici articularam um projeto de prorrogação do seu mandato. Com censura à imprensa, DOI-Codi e a economia crescendo a 10% ao ano, sua popularidade sempre esteve acima da marca dos 60%.

Médici não quis conversa, deixou o governo em 1974 e foi para seu apartamento na rua Júlio de Castilhos, em Copacabana. Mais tarde reconheceria que se livrou de uma boa.
Herculano
03/07/2016 08:11
UNE PRESSIONA E AMEAÇA CÂMARA PARA ABAFAR CPI, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Com medo de ser investigada na CPI da UNE, já criada na Câmara, a União Nacional da Estudantes percebeu a fragilidade do presidente interino Waldir Maranhão (PP-MA) e o pressionou, ameaçando promover invasões e até vandalismo, inclusive no Ministério da Educação. Funcionou: Maranhão adiou a instalação da CPI, sem apresentar qualquer justificativa, provocando revolta entre deputados.

Caixinha, obrigado

Os governos Lula e Dilma garantiram apoio da UNE (e seu silêncio, no mensalão e no petrolão), que levou ao menos R$ 44 milhões públicos.

Guru de Maranhão

Atribui-se a Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, a ordem para o presidente interino da Câmara adiar a CPI da UNE.

Assim é mole

A pressão de Flávio Dino faz sentido: seu partido, PCdoB, controla há décadas a milionária UNE, com eleições indiretas marotas.

Que medo...

Deputados dizem que a UNE incluiu o Planalto entre as ameaças de invasão, junto com MST e CUT, insinuando depredações.

PROJETO CONTRA ABUSO É REAÇÃO DE INVESTIGADOS

Pode até ser bom o projeto que pune abuso de autoridades, afinal os direitos individuais devem ser cada vez mais protegidos, mas tirá-lo da gaveta 6 anos depois faz parecer coisa de investigado com medo de Lava Jato à porta. Posando de vítima, Gleisi Hoffmann (PT) virou musa inspiradora do projeto que prevê punição a delegados, promotores, magistrados e até ministros de tribunais superiores que ordenarem ou executarem "captura, detenção ou prisão fora das hipóteses legais".

Calou fundo

Até para não explicar o que pesa contra o marido no roubo investigado, Gleisi preferiu as lamúrias sobre "abuso de autoridade" na sua prisão.

Irresistível

Até opositores duros como Ronaldo Caiado (DEM) mostraram como é difícil ignorar mulher aos prantos, ainda que seja uma Gleisi.

Gleisi amanhã

"A busca no apartamento da Gleisi deu a certeza de que todos aqui poderiam ser os próximos", explica um senador do PMDB.

Arrecadação caiu

O governo do presidente Temer arrecadou até agora, em média, 33% menos que o governo Dilma. Até o último dia 24, os peemedebistas arrecadaram R$ 247 bilhões em impostos, taxas e decisões judiciais.

Compromisso

Adversários da candidatura de Rogério Rosso (PSD-DF) a presidente-tampão da Câmara acham que ele assumiu o compromisso de enterrar o processo de cassação de Eduardo Cunha, daí seu favoritismo.

Osso apetitoso

Eduardo Cunha não quer abrir mão do Ministério do Turismo, onde mandava na época do ex-ministro Henrique Alves. Ele tenta queimar o nome do deputado Marx Beltrão (PMDB-AL), ligado a Renan Calheiros.

Programa 'Menos Médicos'

Sobre a falta de médicos em sua cúpula, incluindo ministro, secretário-executivo etc, revelado ontem nesta coluna, o Ministério da Saúde informa que a gestão atual "aposta num corpo técnico capaz de aprimorar as políticas" etc. Ah, bom.

O que vem é aumento

Abaixo-assinado no site especializado Change.org já soma mais de 70 mil adesões favoráveis à redução dos vencimentos de deputados. Em vez de apreensão, a petição deve provocar risadas na Câmara.

A diferença

Os gastos com Bolsa Família ultrapassaram os R$11,1 bilhões até 30 de junho. Os gastos com o programa, que chegaram a R$ 27,6 bilhões em 2015, devem aumentar substancialmente após o reajuste de 12,5%.

CPI da Lei Rouanet

A Câmara está disposta a investigar as fraudes na Lei Rouanet. "As denúncias só reforçam a necessidade da instalação, o mais rápido possível, da CPI da Lei Rouanet", diz Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ).

Caminho do crescimento

"Única dúvida que os empresários consideram é a conclusão do impeachment", afirma Jerônimo Goergen (PP-RS). Segundo ele, após o processo, o Brasil reencontrará o rumo do crescimento.

Pergunta no curral

Na "vaquinha virtual" objetivando financiar suas viagens de jatinho, Dilma vai esperar atingir a meta para depois dobrá-la?
Herculano
03/07/2016 07:58
UM POUCO DE BOM SENSO, por Fernando Henrique Cardoso, professor, sociólogo, ex-senador por São Paulo, ex-ministro da Fazenda que implantou o Plano Real, ex-presidente da República pelo PSDB.

Parte 1

Descartes, em frase famosa, escreveu que o bom senso é a faculdade melhor distribuída no mundo. Na época, bom senso se referia à razão. Traduzindo para hoje: a inteligência das pessoas se distribui entre elas seguindo uma curva normal. Pode ser. Mas o common sense dos americanos é outra coisa: a sabedoria. Seja no sentido francês, seja no inglês, parece que o mundo de hoje perdeu o senso. De hoje?

Muito comumente os que tomam decisões pouco se preocupam com os dias futuros. O tempo passa, e quem paga a conta são as gerações futuras. A falta de senso vem de longe. Basta olhar para o que vimos ainda esta semana. Seja o Isis, seja quem for o responsável pelos ataques terroristas na Turquia, eles são respostas irracionais a atos também irracionais do passado.

Não foi o colonialismo inglês que partiu o Oriente Médio em Estados-nação que controlam etnias, religiões e culturas distintas? E, na África, os ingleses não contaram com a ativa cooperação dos franceses e demais potências ocidentais para criar países artificiais? Mais recentemente, não foram os americanos no Iraque, os europeus na Líbia, e todos juntos na Síria, que fizeram intervenções para restabelecer o "bom governo" e deixaram os países divididos e ingovernáveis?

E não foram outras pessoas que pagaram com a vida, décadas depois, o ardor missionário dos terroristas de vários tipos? Mais recentemente, a maioria dos britânicos votou por separar o Reino Unido da Comunidade Europeia. Só depois se assustaram. Amanhã, acaso os americanos não podem pregar uma peça neles próprios (e em todo o mundo) e eleger o Trump?

Espero que não. Mas, em qualquer dos casos (e ainda que os ingleses tenham lá seus argumentos contra a "burocracia de Bruxelas"), as consequências, como a sabedoria de Eça fazia o conselheiro Acácio dizer, vêm sempre depois. Escrevo isso não para justificar, mas para tentar explicar algo do que ocorre entre nós.

Assim como no passado outras visões do mundo puderam levar alguns povos, momentaneamente, à insensatez, e esta cobrou seu preço no transcorrer do tempo, no mundo atual há um sentimento antiordem estabelecida, que poderá cobrar preço alto no futuro. Está na moda, por motivos compreensíveis, colocar no pelourinho a política e os políticos.

Não é só aqui e vem de longe. O mesmo movimento que levou à ampliação da interação social, saltando grupos, Estados e nações, baseado no acesso à informação e às novas tecnologias, pôs em xeque as instituições tradicionais, tanto das ditaduras como das democracias representativas. Foi assim na "primavera árabe", do mesmo modo que nos movimentos dos "indignados" da Espanha, agora no anti-Bruxelas da Grã-Bretanha.

E não é de outra índole o tipo estranho de protesto que permitiu Trump derrotar os "donos" do Partido Republicano, ou o susto que o senador Bernie pregou em Hillary. Por todos os lados há um mal-estar, um inconformismo: todos vêm e sabem que a vida pode ser melhor, sentem que o progresso material cria oportunidades, mas delas se apoderam alguns, não todos.
Herculano
03/07/2016 07:57
UM POUCO DE BOM SENSO, por Fernando Henrique Cardoso, professor, sociólogo, ex-senador por São Paulo, ex-ministro da Fazenda que implantou o Plano Real, ex-presidente da República pelo PSDB.

Parte 2

Deriva daí, como do desemprego, que é outra faceta da desigualdade básica de apropriação de oportunidades, uma insatisfação generalizada que se volta contra "los de arriba". O horizonte parece toldado, mas não ao ponto de impedir que "los de abajo" vislumbrem bom tempo para alguns, o que irrita. Irrita mais ainda quando há um sentimento de impotência, porque os que sabem e possuem têm vantagens desproporcionais diante da maioria que vê o bonde da História passar.

Essa constatação só aumenta a angústia e a responsabilidade dos que dela têm noção. Tivemos no Brasil, à nossa moda, algo disso. Há responsáveis, mas não vem ao caso acusar. Provavelmente alguns deles, se forem intelectualmente honestos, estão se perguntando: por que não vi antes que endividar irresponsavelmente o país, mesmo que a pretexto de aumentar momentaneamente o bem-estar do povo e criar ilusões de crescimento econômico, é algo ruinoso, que as gerações futuras pagarão?

Exemplo simples: quando foi derrotada a emenda na Previdência Social de meu governo, que definia uma idade mínima para as aposentadorias, não faltou quem gritasse vitória. Alguns dos mesmos que década depois se deram conta de que não se tratava de "neoliberalismo", mas de projetar no futuro próximo as consequências financeiras de tendências demográficas inelutáveis. Diante do estrago, não adianta chorar: é darmo-nos as mãos e ver se encontramos caminhos.

Digo há tempos que o sistema político atual (eleitoral e partidário) está "bichado". Sou defensor das ações da Lava-Jato e sei que sem elas seria mais difícil melhorar as coisas. Mas não nos iludamos: sem alguma forma de instituição política e sem políticos que a manejem, não será suficiente botar corruptos na cadeia para purgar erros de condução da economia e da política.

Que se ponha na cadeia quem for responsável, mas que não se confunda tudo: nem todos os políticos basearam sua trajetória na transgressão, e nem todos que financiaram a política, bem como os que receberam ajuda financeira, foram doadores ou receptores de "propinas". Se não se distinguir o que foi doação eleitoral dentro da lei do que foi "caixa dois", e esta do que foi arranjo criminoso entre governo, partidos, funcionários e empresários, faremos o jogo de que "todos são iguais". Se fossem, que saída haveria?

Está na hora de juntar as forças descomprometidas com o crime, e elas existem nos vários setores do espectro político, para que o bom senso volte a imperar e para que possamos recriar as instituições, entendendo que no mundo contemporâneo a transparência não é uma virtude, mas um imperativo, e, por outro lado, que se não houver meios institucionais para decidir e legitimar o que queremos não sairemos da desilusão e da perplexidade.

Não é hora só para acusações, é hora também para a busca de convergências
Sidnei Luis Reinert
02/07/2016 20:18
Compilação de Magno Malta resume fraudes da Era PT
Assista ao vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=8d8oRkjW104
Ana Amélia que não é Lemos
02/07/2016 19:31
Sr. Herculano:

No Blog do Políbio, ele também comentou sobre aquela fofura que tem nome de flor: Lírio.

"Nesta reportagem de 2012, os repórteres Nilson Mariano & Simone Kafruni, RBS, contam um pouco da história deste gaúcho de Nova Bassano que acumulou fortuna , comprou a RBS Santa Catarina e agora quebrou quatro costelas de Luiza Brunet, enchendo-a ainda de pontapés e hematoma, tudo em Nova York, obrigando-a a fugir escondida do hotel.

Ele atravessa os oceanos num jato Gulfstream avaliado em quase R$ 100 milhões, mas já andou no lombo de uma égua baixota carregando uma saca de milho para moer no moinho colonial. Aprecia beber uma Dom Perignon de R$ 800 a garrafa, mas gosta mesmo é da polenta brustolada preparada pela mãe.

Priva com ex-presidentes da República, mas não esquece de quando capinava roças de feijão com a enxada. Passeia em Nova York, mas o umbigo está na bucólica Nova Bassano, na Serra gaúcha, de apenas 8,6 mil moradores.

Assim é o estilo do gaúcho Lirio Albino Parisotto, 58 anos, o 601º homem mais rico do mundo segundo o ranking da Forbes, dono de uma fortuna de US$ 2,4 bilhões."

O jornal Estado de Minas coloca uma palavra que resume tudo: COVARDIA.
Herculano
02/07/2016 19:19
A REVISTA VEJA DESTE FINAL DE SEMANA TRAZ NAS PÁGINAS AMARELAS, UMA ENTREVISTA COM O PRESIDENTE INTERINO, MICHEL TEMER, PMDB. "NÃO ME INCOMODA MINIMAMENTE SER CHAMADO DE GOLPISTA"

Parte 1

O texto da entrevista é de Policarpo Junior e Thaís Oyama. Ele afirmou que a Operação Lava Jato não vai abalar o seu governo e que a economia dará sinais de melhora após a definição do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Temer também falou sobre a troca no comando da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e seu desejo de escrever um novo livro. Leia trechos da entrevista.

"SABOTAGEM" NO GOVERNO E O CASO EBC
"Eles (os petistas) ficaram 13, 14 anos no governo. Têm muita gente nos vários setores da administração. Eu sei até que de vez em quando alguns pretendem trabalhar contra, mas como eu criei no primeiro escalão uma equipe muito sólida, acho que não têm obtido sucesso. Mas há, por exemplo, o caso da Empresa Brasileira de Comunicações (EBC), que parece que tem 2 500 funcionários, e aquela televisão, "traço zero". Lá, houve uma resistência. É que lá deu-se um mandato dez dias antes da saída da senhora presidente. Nós tivemos de mudar um pouco isso, porque, convenhamos, comunicação é tudo no governo. Mas pleiteou-se uma medida judicial. Então, na Comunicação nós não temos, digamos assim, muito apoio."

SER CHAMADO DE "GOLPISTA"
"Não me incomoda minimamente. Mas acho que dizer isso reflete uma ignorância política extraordinária, além de produzir uma agressão institucional igualmente extraordinária. O artigo 79 da Constituição diz que o vice presidente deve substituir o presidente nas suas ausências ou impedimentos. Eu tenho legitimidade constitucional! Depois, quando começou essa questão do impeachment, eu, percebendo que o vice é sempre o principal suspeito, fui para São Paulo. Fiquei lá três semanas. Alguns me procuraram lá, claro, é natural. Mas depois eu soube de uma reunião que fizeram aqui no Palácio dizendo que a ideia era desconstruir a figura do vice-presidente tanto no plano institucional quando no plano pessoal. Daí, eu achei demais. Pensei: "Não posso mais ficar em silêncio". Então, na semana que antecedeu a votação da Câmara, eu vim para cá. E veio aquele resultado, 367 votos."
Herculano
02/07/2016 19:18
A REVISTA VEJA DESTE FINAL DE SEMANA TRAZ NAS PÁGINAS AMARELAS, UMA ENTREVISTA COM O PRESIDENTE INTERINO, MICHEL TEMER, PMDB. A LITERATURA E O ROMANCE QUE QUER ESCREVER

Parte 2

"Eu morava numa cidade pequena, onde não havia livrarias, mas tinha uma professora de português que estimulava muito os alunos à leitura. Ela dizia: "Michelzinho, vá à biblioteca da prefeitura, pegue um livro, fique dez dias com ele, pegue outro". Foi assim que eu li Machado de Assis, José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo. Dos 13 aos 16 anos, li toda a obra deles. Quando entrei na faculdade, me formei e fiz doutoramento, escrevi livros técnicos, mas sempre quis escrever algo que fosse meu (...). Agora, se Deus quiser, meu segundo livro será um romance. Eu tenho tudo na cabeça. O dia em que eu parar, vou escrever um romance. Não será uma biografia, mas terá elementos pessoais. Você sabe que todo primeiro livro que você escreve na vida é sempre fruto de suas experiências desde a infância. Eu me recordo de coisas de quando eu tinha dois anos de idade, tenho a memória muito viva dos fatos. Todo escritor coloca em seu primeiro livro muito de sua experiência pessoal. Veja "Bom dia, Tristeza", de Françoise Sagan. Tinha muito da experiência pessoal dela. O segundo já era diferente. Assim também foi com Vargas Lhosa, Gabriel Garcia Marquez e muitos outros."

QUEM É O CORONEL JOÃO BATISTA LIMA FILHO
"É meu amigo. Vou contar a história: fui secretário de Segurança no governo Franco Montoro e, quando cheguei lá, não tinha a menor ideia do que era o setor. No meu gabinete, havia uma equipe de policiais militares e civis e um deles era o João Batista Lima Filho. O outro era o Júlio Bono Neto, que se ligou muito a mim também. Os dois me ampararam muito naquele período. E quando eu fui candidato a deputado federal, o Lima e o Bono praticamente articularam toda a minha campanha. Mas, a essa altura, o Lima já era sócio de um escritório de arquitetura, ele era arquiteto também. E depois, em toda campanha, ele vinha coordenar, ele e o Julio Bono. E ficou muito próximo, muito meu amigo. Prosperou no trabalho, logo se aposentou na PM e desenvolveu os trabalhos de arquitetura dele. Você está dizendo isso por causa de uma declaração de um sujeito que disse que deu não sei quanto a ele, não é? (em abril, a revista Época publicou que um dos donos da Engevix afirmou numa proposta de delação premiada que Temer teria recebido, por intermédio do coronel Lima, 1 milhão de reais em propina por um contrato fechado entre a empreiteira e a Eletronuclear). Muito bem, fui verificar com ele o que era isso. Ele prestou um serviço para uma empresa, ele tem uns calhamaços lá de serviço prestado, houve uma contratação dele para fazer esse serviço, e por este serviço foi paga aquela importância, que, aliás, não era 1 milhão, era um 1 100 milhão. Foi pago pelo serviço. Uma das revistas foi à empresa e a empresa confirmou: "Sim, contratatamos o serviço e pagamos". Foram a ele e ele disse: "Está aqui o serviço".
Anônimo disse:
02/07/2016 18:41
Herculano, pelo comentário das 15:42Hs, quero morrer teu amigo.
Herculano
02/07/2016 15:50
OS POLÍTICOS QUANDO SE ENTENDEM, ROUBAM, OU NÃO CUIDAM OU NÃO APLICAM ADEQUADAMENTE OS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS. QUANDO ELES NÃO SE ENTENDEM, ENTÃO TUDO DESANDA E FICAM CLARAS A INCOMPETÊNCIA E A IRRESPONSABILIDADE DELES SOBRE O QUE É NOSSO E MÍNIMO PARA DEVOLVER EM TROCA. VEJA ESTA DESTE SÁBADO: PREFEITO DO RIO DIZ QUE GOVERNO NÃO TEM COMANDO E PEDE "VERGONHA NA CARA"

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Alfredo Mergulhão. Contrariado com o roubo de equipamentos de duas redes de TV alemãs, na manhã de sexta (1º), e com declarações do secretário estadual de saúde do Rio, que afirmou que os hospitais podem parar de funcionar durante a Olimpíada, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), elevou o tom das críticas contra o governo do Estado.

"Já está atrapalhando demais o Rio esse chororô. Agora está na hora de trabalhar. Confio no governador Dornelles e espero que ele coloque o secretariado para arregaçar as mangas e pare de tanto blá-blá-blá. É muita reclamação o dia inteiro", disse o prefeito, na manhã deste sábado (2), após reunião com sua equipe em um hotel na Barra da Tijuca.

"Assumam as responsabilidades, os recursos estão disponibilizados, o presidente Michel Temer ajudou, deveriam estar agradecendo, lambendo os beiços, e tocando a vida", afirmou Paes.

Questionado sobre o impacto do assalto à equipe alemã na imagem do Rio, o prefeito lembrou que a segurança pública é responsabilidade do Estado e disse já ter feito o que pôde para ajudar o governo estadual.

"Está no limite, falta o mínimo de comando, não pode virar esse desmando no Rio. Não pode falar que é problema social porque problema social também tem em São Paulo e a gente não vê isso. Tem em Recife, em Belo Horizonte e a gente não vê isso. O que a gente espera das forças policiais do Estado é que elas cumpram suas obrigações."

Paes lembrou que o município assumiu dois hospitais estaduais e uma biblioteca e lançará na segunda-feira (4) o projeto de segurança Centro Presente, que prevê parceria com organizações privadas para aumentar o policiamento nas ruas da região central da cidade.

HOSPITAIS

O risco de interrupção no serviço estadual de saúde durante a Olimpíada também provocou reação do prefeito.

O secretário de Estado da saúde, Luiz Antônio Teixeira Junior, afirmou na sexta-feira que o quadro atual é pior do que no mês de dezembro do ano passado, quando a rede entrou em colapso devido à crise financeira.

"Um absurdo um secretário dizer isso nessa altura do campeonato. Vá aprender a gerenciar, vá aprender a economizar custos", disse o prefeito, antes de dar como exemplo os dois hospitais estaduais cujo comando foi assumido pela prefeitura em janeiro deste ano.

"O Albert Schweitzer e o Rocha Faria custavam R$ 500 milhões e estamos pagando R$ 300 milhões. Se tiver vergonha na cara, capacidade gerencial e administração, vai resolver os problemas", afirmou.

Para o prefeito, o governo estadual não pode apenas culpar a crise pelos problemas e não fazer mais nada. "Não dá pro prefeito assumir a função do governador nem a prefeitura assumir o governo do Estado. Tudo tem limite. Se o secretário está dizendo que vai parar mais alguma coisa, pede o boné."

Paes sustentou que falta capacidade gerencial ao Estado e que a Olimpíada não pode ser responsabilizada pela crise do Rio, como o governador fez ao decretar estado de calamidade pública.

"Inventaram essa história de que [o decreto de calamidade pública] era por causa da Olimpíada, mas não fizeram nada na Olimpíada, não cumpriram com suas obrigações. A baía de Guanabara está poluída, as lagoas de Jacarepaguá estão poluídas, e vêm com essa conversa. Então está na hora de prestar serviço e atender a população."
Herculano
02/07/2016 15:42
OPORTUNIDADE

Neste fim de semana, 2 e 3 de julho, o Urban Stage, na zona norte de São Paulo, recebe o Festival Chapa Quente. Serão 30 horas de disponibilidade gastronômica.

Tai uma boa oportunidade para o presidente da Câmara de Gaspar, Giovânio Borges, PSB, mostrar as suas habilidades aos paulistanos
Paty Farias
02/07/2016 12:48
Oi, Herculano

Do jornalista Políbio Braga:

"A companhia aérea Avianca disparou boletim interno alertando para possível fuga de um terrorista sírio para o Brasil. Jihad Ahmad Diyab é um ex-presidiário de Guantánamo e foi acolhido no Uruguai como refugiado, mas está foragido há cerca de duas semanas.

No mês passado, Zero Hora já havia noticiado que o sírio havia sido visto no lado gaúcho da fronteira.
Ele pode estar no Rio Grande do Sul.

Quando o Uruguai admitiu os ex-prisioneiros, havia o temor de que a evasão para o Brasil acontecesse, mas o governo Dilma encarou o caso com tolerância extrema.

O Estado de S. Paulo confirmou a veracidade do comunicado, afirmando que se trata de um procedimento habitual e que está disponível para colaborar com as autoridades.O boletim, enviado por meio da Secretaria de Segurança da Avianca, solicita que, caso seja detectada a presença do sírio em território brasileiro, a Polícia Federal seja imediatamente comunicada. O alerta foi transmitido com base em informações recebidas pela companhia pela divisão de antiterrorismo da PF."

O sírio veio dialogar com a Afastada.







Jihad estaria usando um passaporte falso de origem marroquina, jordaniana ou síria. Sua identidade e passaporte originais, no entanto, são expedidos pelo Uruguai. Ele tem dificuldade de locomoção, usa muletas e não fala português.Todas as companhias aéreas que operam no Brasil receberam a ordem de divulgar o comunicado para ajudar nas buscas pelo homem.
Sandro Reisig
02/07/2016 12:10
Herculano

Assistindo a entrevista da vereadora Andreia Nagel deu para perceber claramente que está melhor preparada do que o Kleber e o Marcelo, foi clara, objetiva, conhece os problemas de Gaspar e mostrou como soluciona-los, entre os três, inegavelmente foi a melhor, vamos aguardar agora o candidato do PT.
Herculano
02/07/2016 09:29
É O SEU DINHEIRO, por Igor Gielow, para o jornal Folha de S. Paulo

Uma das dificuldades da Operação Lava Jato sempre foi a de transmitir como palpável ao cidadão suas descobertas. As cifras assombrosas e o assalto institucional sem precedentes pareciam um prêmio da Mega Sena: uma coisa impressionante, mas algo intangível.

Os desenvolvimentos recentes, dentro e fora do escopo original da operação, têm mudado isso. Quando o pessoal abusa do crédito consignado, ideia bacana e inclusiva que, como tudo no Brasil, virou bagunça, o patamar é alterado.

A etapa desta sexta (1º) foi ainda mais explícita. Está sendo apurado um roubo contra o proverbial "dinheiro do trabalhador", aquele entulho legal que retira dinheiro seu, meu, nosso e entrega para a gestão deficitária do governo.

O impacto potencial é enorme. O PT quebrou a Petrobras e o país, isso é um fato de fácil absorção eleitoral. O esquema, com o PMDB que herdou a desgraça de Dilma à frente, comeu o dinheiro que sai da conta de todos os empregados de carteira assinada: é algo além.

Com todos os seus problemas de ordem formal, enfrentando uma reação cada vez mais crescente do establishment político e empresarial, a Lava Jato e o "template" por ela estabelecido avançam. Não há volta, ainda que o paroxismo futuro seja evidente: a erosão de classes dominantes como as conhecemos, sem sombra de substitutos no mercado.

Aqui e ali há sinais de que a reação pode ganhar algum oxigênio para os envolvidos, mas parece tudo ilusório. O risco maior pode estar no do que já chamei aqui de "morolização": a personificação do saudável movimento de limpeza em poucas figuras; o ser humano, imperfeito por essência, só deveria encarnar ideais em momentos excepcionais da história.
Herculano
02/07/2016 09:25
REFÉM DO CORPORATIVISMO, por Ronaldo Caiado, senador DEM-GO, no jornal Folha de S. Paulo

O Brasil tem sido, já há alguns anos, refém do corporativismo sindical. Em contraste com o colossal contingente de quase 12 milhões de desempregados, que não tem quem o defenda, os que se abrigam sob o guarda-chuva corporativo veem o país a partir do próprio umbigo ?"e reivindicam aumentos salariais como se a economia estivesse em plena normalidade. Mas está na UTI.

Ninguém, em circunstâncias normais, é contra repor perdas salariais. A crise atinge a todos: leva Estados à falência, faz com que o país perca grau de investimento, fecha empresas e gera desemprego em escala jamais vista. Serão 14 milhões até o fim do ano. Multiplique-se essa cifra por cinco ?"média das famílias brasileiras?" e chegamos a 70 milhões de brasileiros sem ganha-pão.

Mesmo assim, o governo Temer decidiu ceder à pressão e conceder aumentos a diversas carreiras do serviço público. A Câmara dos Deputados não opôs resistência. Mas o Senado está determinado a ser a última bastilha em defesa do bom senso da economia e também da justiça social ?"pois é disso que, no fundo, se trata: optar pelos desvalidos.

Os aumentos ?"que montam a R$ 58 bilhões até 2019?" foram negociados ao tempo da presiden- te afastada, Dilma Rousseff, mas nem ela teve a audácia de encaminhá-los ao Congresso. Não é acei- tável que o governo que a substituiu o faça e comprometa o processo de saneamento da economia. As despesas decorrentes dessa iniciativa, segundo se argumenta, já estavam embutidas no deficit do Orçamento de 2017, que é de estratosféricos R$ 170 bilhões.

Ora, o fato de haver autorização não legitima a despesa. A lei orçamentária brasileira é autorizati- va, e não impositiva. E o que está em pauta é decidir se vamos atender a uma massa de desprovidos de tudo ?"e, portanto, sem salário, sem aumento, sem meios de pressão?" ou se atenderemos aos que, mes- mo com perdas salariais, detêm o patrimônio inigualável da estabilidade funcional.

O cobertor financeiro é curto; não dá para todos. Ou atendemos quem não tem nada ou os que já têm a sobrevivência garantida. Minha prioridade são os desempregados. Não têm lobistas ou recursos para vir a Brasília e pressionar fisicamente os parlamentares. E dependem da redução do deficit, premissa para que a economia se recupere e os empregos voltem. O argumento de que tais despesas já estão no deficit contribui apenas para perenizá-lo.

O único aumento admissível foi o dos servidores do Judiciário, que há nove anos estavam sem reposição. Além disso, há, no Orçamento daquele Poder, espaço fiscal para absorver a conta sem onerar o Tesouro. As demais carreiras não apresentam essa especificidade. Por isso, o Senado não deve contemplá-las.

O país pede sacrifícios a todos ?"e todos, de algum modo, estão a atendê-lo. Não é justo que o próprio Estado descumpra o que pede aos demais. Não é por outro motivo que o governo anterior está sendo submetido a um processo de impeachment: leviandade com as contas públicas. Não há justiça social sem verba.

A gastança arruinou o país, e a expectativa é que o governo Temer imponha outro paradigma, de austeridade, nos termos do que inicialmente projetou a equipe do ministro Henrique Meirelles. Não se pode relativizar tal compromisso, o que já ocorreu em relação às dívidas dos Estados, premiando os maus gestores e punindo os bons.

Os aumentos, além do impacto direto nas contas da União, provocarão efeito cascata nos Estados e nos municípios, agravando ainda mais a crise econômica. Nesse ritmo, o número de desempregados tende a aumentar e levar o país ao caos social.
Herculano
02/07/2016 09:12
CAVENDISH DESEMBARCA BI RUI E É DETIDO PELA POLÍCIA FEDERAL

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. O empresário Fernando Cavendish, ex-presidente da construtora Delta, desembarcou no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, por volta das 5h deste sábado (2) e, segundo informações da GloboNews, foi detido pela Polícia Federal. Ele passou pelo IML (Instituto Médico Legal) e foi levado ao presídio Ary Franco, na zona norte do Rio.

A Delta é suspeita de lavar R$ 307 milhões e de cometer irregularidades em obras do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) e na construção do parque aquático Maria Lenk, usando no Pan de 2007.

Alvo da Operação Saqueador, que investiga um suposto esquema de lavagem envolvendo verbas públicas federais, Cavendish teve a prisão determinada pela Justiça, mas nesta sexta-feira (1°) o desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, concedeu o direito à prisão domiciliar a ele e aos empresários Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e Adir Assad. Também foram beneficiados Claudio Abreu, ex-diretor da Delta, e Marcelo José Abbud.

Segundo amigos, Cavendish estava em Ibiza, na Espanha, quando a operação foi deflagrada. Agentes da Polícia Federal estiveram no apartamento dele, no Leblon, zona sul do Rio, na quinta-feira (30), mas não o encontraram. Ele teria viajado para participar de um casamento.

O empresário desembarcou de cabeça baixa e não falou com os jornalistas que estavam no aeroporto. Seguiu escoltado por policiais federais até o carro que o levou ao IML.

Todos os envolvidos terão de cumprir prisão em casa e precisarão usar tornozeleiras eletrônicas. A Folha apurou também que a decisão judicial os obriga a se afastarem dos comandos das empresas investigadas. Além disso, os empresários ficam proibidos de viajar e devem entregar os passaportes à Justiça.
Herculano
02/07/2016 09:09
OS ELOS DO CRIME, por Mírian Leitão, para o jornal O Globo

O projeto da indústria de celulose Eldorado surgiu como uma novidade no grupo escolhido pelo BNDES para ser o campeão no setor de carne. Depois de comprar frigoríficos com financiamento público, entrou em nova área e, em 2011, conseguiu empréstimo de R$ 2,7 bi. Não era suficiente e por isso a empresa fez uma emissão de debêntures, em 2012, comprada pelo FI-FGTS. Dessa operação, de R$ 940 milhões, saiu propina, segundo o MP.

O FI-FGTS era para ser o financiador de projetos de infraestrutura e não de uma fábrica de celulose. Tinha que ser escolhido o melhor projeto, o que agregasse mais competitividade ao Brasil, ainda mais que, como o nome diz, o dinheiro vem de um fundo dos trabalhadores. Os projetos financiados por esse dinheiro coletivo eram escolhidos conforme a disposição de pagar propina a Eduardo Cunha, seu amigo Lúcio Bolonha Funaro, e o vice-presidente da Caixa Fábio Cleto. Isso é que se depreende do mergulho na leitura dos documentos que levaram à ação de ontem, a "Sépsis".

Lúcio Bolonha Funaro é o personagem mais espantoso dessas estranhas histórias que o Brasil vive. É explosivo e faz ameaças físicas aos seus desafetos ou aliados com os quais se desentende. E ele se desentende com frequência. Ameaçou pôr fogo na casa de Fábio Cleto com a família dentro. Esteve envolvido no Banestado, Mensalão, Satiagraha, e já apareceu em outras denúncias da Lava-Jato. É amigo de Eduardo Cunha. São íntimos. Foi ele quem levou Fábio Cleto para Cunha indicá-lo à vice-presidência da Caixa, que cuida de loterias, fundos governamentais e FGTS. Foi Funaro que, junto com seu sócio, Alexandre Margotto, fez Cleto assinar a carta de demissão prévia. E avisou que a carta seria entregue, caso o vice-presidente da Caixa não fizesse o que "nós quisermos". Não era plural majestático: incluía Eduardo Cunha.

Foi Lúcio Funaro quem apresentou Fábio Cleto a Joesley Batista, do grupo JBS, assim que ele entrou na Caixa. Foi num jantar a três, em 2011. Joesley já conhecia Funaro. Foi apresentado a ele pelos irmãos Bertin. Os Bertin, a propósito, tinham vendido o frigorífico do grupo para o JBS com o financiamento do BNDES. Funaro, Cleto e Joesley se encontraram outras vezes, inclusive numa viagem ao Caribe. Foi essa intimidade que levou a PGR a pedir a busca e apreensão na casa de Joesley.

Cleto é organizado e entregou à Procuradoria Geral da República tudo anotadinho: ele recebeu R$ 650 mil no caso Eldorado. Era apenas 4% do suborno pago à turma. Isso foi em novembro de 2012 quando foi fechada a operação das debêntures. Houve outro pedido da Eldorado, um ano depois, para descumprir um dos itens do contrato com a Caixa, o que não pode ser feito. Mas foi feito, e Funaro prometeu pagar R$ 1 milhão a Cleto. Deu o cano, mas nos registros do negócio entre Eldorado e Caixa constam cinco alterações contratuais.

Com estes mesmos personagens foram fechados outros negócios. Há várias empresas envolvidas, como a companhia de Henrique Constantino, ou a construtora de Pernambuco que pertence a Marcos Roberto Bezerra de Mello Moura Debeux e Marcos José Moura Dubeux.

Os documentos da ação de ontem revelam como aconteceu essa indicação política para a vice-presidência da Caixa. Cleto entregou a Lúcio Bolonha Funaro o seu currículo. E aí, no primeiro semestre de 2011, Funaro entregou o currículo a Eduardo Cunha, que o repassou a Henrique Eduardo Alves, então líder do PMDB na Câmara, e o deixou nas mãos do ministro-chefe da Casa Civil. Dias depois Cleto foi chamado a Brasília para uma entrevista com o ministro da Fazenda e foi nomeado. Assim é que Lúcio Funaro, réu confesso e ex-condenado do mensalão, envolvido em todos os escândalos recentes, escolheu quem ocuparia um cargo estratégico como a vice-presidência da Caixa.

O Fundo de Investimento, montado com dinheiro do FGTS pelos governos do PT para financiar infraestrutura, fez más escolhas. Recentemente, por exemplo, reconheceu ter perdido R$ 1 bilhão com a Sete Brasil. Deve perder mais. A denúncia de ontem mostrou que também financiava ou entrava de sócio em negócios mediante pagamento de propina. A dimensão da organização criminosa ainda é incerta, segundo o MP, mas sabe-se que tem "alto poder político e econômico".
Herculano
02/07/2016 09:06
SILÊNCIO GRITANTE, por André Gustavo Stumpf, no Correio Braziliense

A dinastia dos ptolomeus, sucessores de Alexandre, o grande, criaram, em torno do ano 300 a.C., a biblioteca de Alexandria, que chegou a possuir mais de 100 mil volumes. No centro da área, onde ficavam os palácios reais, eles construíram um santuário, chamado de museion, museu, dedicado ao culto de suas musas do saber e da erudição. Grande pensadores estudaram ali. Entre eles, Euclides, o matemático; Erastóstenes, o astrônomo; e Arquimedes, o engenheiro.

Desde as tragédias gregas, nada foi essencialmente modificado. O homem persiste sendo o mesmo ser que busca prazer, renda e procriação. Os portugueses diziam que não existia pecado ao sul do Equador. Faz sentido. Eles vinham sem mulher. Tomavam as índias como companheiras. E tudo na colônia dependia da matriz. A única maneira de prosperar era trapacear as frágeis regras fiscalizatórias portuguesas. A colônia fornecia madeira e minérios, que rendiam polpudas receitas aos operadores. O resto era obtido com o simples descaminho, contrabando e assemelhados.

O Brasil passa, neste momento, pela mais séria crise ética de sua história. Primeiro, a investigação no processo do mensalão explodiu na frente de todos. Depois, a do petrolão atingiu níveis estratosféricos jamais experimentados neste país. Houve quem continuasse a receber propina do mensalão, mesmo depois de condenado, porque a origem dos recursos era o caixa da Petrobras. Enfim, uma bagunça absoluta e generalizada. Isso não é política. É simplesmente desorganização proposital para favorecer a distribuição de propina, desvio de recursos públicos em nome da construção de uma democracia. Os motivos e as ideologias são variados, mas as consequências são conhecidas. Políticos enriquecem e a população sofre.

A corrupção corroeu as iniciativas no setor elétrico, que está praticamente falido. A Eletrobras se prepara para vender empresas para fazer caixa com a maior urgência porque o setor foi impiedosamente sangrado pelas hordas predatórias que passaram pelo poder. A Petrobras também segue na mesma direção. Os delírios da esquerda brasileira resultaram no mais impressionante processo de privatização de empresas públicas. Os sindicatos ainda lutam pela manutenção dos bens das empresas de energia, petróleo e eletricidade, mas ninguém fala sobre a deslavada roubalheira.

Mais de 800 mil servidores públicos federais foram vítimas de fraude no sistema de créditos consignados. A imposição de taxa extra sobre cada pagamento realizado nos últimos cinco anos por funcionários endividados proporcionou ganho espetacular de mais de R$ 100 milhões a pessoas vinculadas ao PT, na maioria emergente do ativismo sindical. A polícia prendeu o ex-ministro de Lula e Dilma, Paulo Bernardo, liberado dias depois pelo ministro Dias Tofolli, do STF.

Meio milhão de quotistas dos fundos de pensão de Petrobras, Caixa e Correios foram depenados por administrações fraudulentas. Os negócios realizados com verbas daquelas instituições somaram deficit de R$ 33,6 bilhões no ano passado. As negociatas foram conduzidas por gestores vinculados ao Partido dos Trabalhadores. A maioria teve origem no ativismo sindical e ascendeu no loteamento político proporcionado pelo que é chamado de governo de coalizão.

Ninguém levantou a voz para protestar contra o absurdo de furtar dinheiro de funcionários públicos, por intermédio do empréstimo consignado. Criou-se uma sobretaxa, pequena, porém objetiva, que retirava mais dinheiro do tomador do empréstimo e irrigava verbas para o PT e seus protegidos. A farra da corrupção não poupou nem a área cultural, tão protegida nas últimas semanas. A famosa lei Rouanet foi transformada em financiadora de festas, recepções e casamentos. Nenhum artista protestou. Reação zero.

O país está preso ao tempo da colônia, quando o melhor era tirar todo o proveito que a terra poderia oferecer. As ideologias se revelaram até agora uma simples maneira de alcançar o poder. Para depois assalta-lo. É lamentável ver hoje o herói de ontem amargando pena na prisão de Curitiba. E políticos de prestígio se desdobrando em explicações inúteis.

Policiais exibem faixa redigida em inglês, no aeroporto do Rio, dizendo que o país é semelhante ao inferno. Deputado federal sugere que policiais militares, no Distrito Federal, entrem em greve. E ainda há, neste ano, a realização das Olimpíadas, das Paralimpíadas e das eleições municipais. Muita movimentação para apenas um ano. E ninguém protesta, sindicatos emudeceram e oposição não reclama. Todos têm um pé na lama. Trata-se do silêncio gritante.
Herculano
02/07/2016 09:04
HOJE É DIA DE FESTA DE SÃO PEDRO

A semana inteira tem sido assim. Os políticos que nela anda, estão ressabiados. Pudera, estão sendo desnudados pela rede social. Dizem ser novos, mas queriam censurar, comprar e controlar a mídia tradicional.

Esqueceram que o povo agora tem a sua própria rede e voz na mídia toda ela particular. E as minhas opiniões estão lá, reproduzidas. Acorda, Gaspar!
Herculano
02/07/2016 09:01
O QUE VAI RESTAR?, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, no jornal Folha de S. Paulo

A decisão de Michel Temer, anunciada na quarta-feira, de aumentar em 12,5% o valor repassado aos beneficiários do Bolsa Família mantém vivo, por ora, um dos principais avanços sociais do período lulista. Mesmo um governo neoliberal como o presente precisa sustentar a renda mínima conquistada pelos mais pobres para ter algum apoio popular. A questão é saber o quanto isso vai conter a marcha batida rumo ao aumento da desigualdade em que estamos metidos.

De acordo com o economista Rodolfo Hoffman, a desigualdade voltou a crescer ainda no segundo mandato de Dilma Rousseff. Dados prévios elaborados pelo professor da USP e publicados pela Folha (20/6) mostram que o coeficiente de Gini, principal indicador a respeito, começou a subir em 2015, depois de mais de uma década (2002-2014) em recuo.

Apenas em setembro próximo, quando o IBGE deve divulgar a informação consolidada, poderemos ter certeza, mas as primeiras evidências endossam a previsão de que o ajuste recessivo adotado por Dilma depois de reeleita começaria a desfazer a obra que ela própria ajudou a construir. Pudera: a política escolhida desatou o terror do desemprego e derrubou a renda dos empregados.

Tem mais. Com a estagnação da economia, o salário mínimo, principal instrumento de melhora do padrão de consumo dos pobres, parou de ser valorizado. O próprio Bolsa Família deixou de ser reajustado em 2015, completando-se agora dois anos de congelamento. Assim, é inescapável constatar que o desmonte do lulismo começou dentro do lulismo.

Mas a tarefa autoatribuída pelo presidente interino é radicalizar o "acerto das contas públicas" iniciado por Joaquim Levy. No contexto, elevar o pagamento aos que recebem o Bolsa Família constitui gasto pequeno visto o conjunto do orçamento, mesmo considerando-se que Temer resolveu dar 3,5 pontos percentuais a mais do que Dilma propusera às vésperas do afastamento. O objetivo estratégico é aprovar a PEC do teto de gastos públicos, encaminhada pelo ministro Henrique Meirelles.

As consequências, caso a PEC passe no Congresso, parecem drásticas. Para dar apenas exemplo ilustrativo, um renomado economista da área tucana afirmou recentemente que, caso o atual titular da Fazenda tenha êxito, o corte na educação será de tal monta que tornará quase inevitável a cobrança de anuidade nas universidades públicas.

Se mudanças estruturais dessa magnitude vierem a ocorrer, em que pese a relevância do Bolsa Família para os brasileiros da base da pirâmide, a herança do lulismo talvez fique reduzida apenas aos nichos de extrema necessidade. O sonho rooseveltiano, que embalou corações e mentes por volta de 2010, será adiado sine die.
Herculano
02/07/2016 08:57
LAVA-JATO EXPÕE NECESSIDADE DE RESTRIÇÃO AO FORO PRIVILEGIADO, editorial do jornal O Globo

O preço da morosidade judicial é a impunidade. Congresso deve limitar o privilégio, que leva o Supremo à lotação. No mínimo, como homenagem à sensata voz rouca das ruas.

O semestre terminou com o Supremo Tribunal Federal conduzindo 59 inquéritos, 11 denúncias e 38 denunciados na Lava-Jato. A Procuradoria-Geral da República registrou no serviço de protocolo da Corte, nos últimos 16 meses, nada menos que 865 manifestações e 118 pedidos para buscas e apreensões relativos a essa grande investigação federal.

Já são 134 pessoas investigadas com foro no Supremo. É uma situação inédita, que impõe reflexão, porque o STF tem como função precípua a guarda da Constituição, e o acúmulo de processos do gênero representa um risco real de morosidade, contribuindo elevar ainda mais o já alto índice de prescrição de ações penais.

O foro privilegiado, tecnicamente foro especial por prerrogativa de função, é uma forma de estabelecimento da competência penal. Surgiu na reação ao absolutismo, para submeter governantes à lei comum. Foi adotado no Brasil Imperial, por inspiração liberal. Desde então, expandiu-se o uso da prerrogativa de função como modo de definir o foro.

A Constituição de 1988 fixou o foro para o chefe e os ministros civis e militares do Executivo federal e chefes dos governos estaduais, integrantes do Poder Legislativo, Tribunal de Contas da União, Judiciário e Ministério Público. Deixou brechas para novas definições nas Constituições estaduais e em leis federais, no âmbito das justiças eleitoral e militar.

O problema atual é o excesso. No Congresso e no Supremo o debate ganhou força desde que o tema foi levado às ruas, pelas multidões em protesto, em meados de 2013.

Os resultados da Lava-Jato, até agora, contribuem decisivamente para a consolidar aquilo que já era uma percepção coletiva: é preciso, com urgência, restringir-se a definição e a aplicação do foro por prerrogativa de função. Deve ficar limitado a um número mínimo de autoridades ?" chefes de poder. Nada além.

Como reconheceu nesta semana o ministro do STF Luís Roberto Barroso, "o foro foi feito para não funcionar" e, por isso mesmo, "o foro privilegiado não funciona". Por consequência, pontuou o ministro, "ele fomenta a impunidade". Esse é, deve-se admitir, um dos riscos inerentes à Lava-Jato, quando se observar além do horizonte de médio prazo.

Barroso tem repetido essa pregação por onde passa. Até aqui, os fatos demonstram que está certo. Lembrou, mais uma vez, que o índice de prescrição de ações penais no Supremo é "um escândalo, elevadíssimo". O prazo médio para recebimento de uma denúncia no STF é de 617 dias, enquanto no juízo de primeiro grau a média é de uma semana.

O preço da morosidade judicial é a impunidade. O Congresso, que há tempos debate propostas nesse âmbito, deveria tomar a iniciativa para limitar o privilégio. No mínimo, como homenagem à sensata voz rouca das ruas.
Herculano
02/07/2016 08:54
O SWLÍRIO DE DILMA, editorial do jornal Gszeta do Povo, de Curitiba

A carta que Dilma Rousseff pretende divulgar é tão surreal quanto o documento da Fundação Perseu Abramo que pede ao governo a retomada das medidas que afundaram o país.

Desde antes da votação da admissibilidade do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, já se dizia que a presidente Dilma Rousseff, caso sobrevivesse no cargo, faria uma "guinada à esquerda" em seu governo, privilegiando - ainda mais ?" os tais "movimentos sociais" e ressuscitando a "nova matriz econômica" que pôs o Brasil no rumo da recessão e do desemprego. Agora afastada, parece que Dilma terminou de colocar no papel os seus compromissos caso o Senado não casse definitivamente o seu mandato. O jornal Valor Econômico teve acesso a uma versão preliminar do que seria a "edição 2016" da Carta ao Povo Brasileiro, assinada por Lula na campanha eleitoral de 2002 e na qual que se buscava tranquilizar os mercados, agitados com a possibilidade de um governo de esquerda. O texto dilmista é tão surreal quanto o documento da Fundação Perseu Abramo, o think tank do PT, que pede ao governo a retomada das medidas que afundaram o país.

A ficção começa quando Dilma afirma que a escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, após sua reeleição, em 2014, foi uma tentativa de unir um país rachado pela campanha suja capitaneada pelo marqueteiro João Santana. Ao adotar o programa dos adversários, Dilma estaria estendendo uma mão amiga à oposição, alega. É uma mentira fácil de desmascarar. Levy só foi para o governo porque Dilma sabia muito bem que havia enganado o país durante a campanha, escondendo dos brasileiros a real situação das contas públicas, que estavam em frangalhos depois de anos de "nova matriz econômica". Era preciso chamar alguém que reconstruísse o que ela havia destruído, inclusive a credibilidade internacional.

Levy, como se sabe, não conseguiu atingir o objetivo. Não por culpa "da direita e da pauta - bomba no Congresso", como Dilma quer fazer crer, e sim porque Levy costumava ser voto vencido em um ministério no qual a ala gastadora seguia dando as cartas, com as bênçãos da presidente - uma dinâmica que foi consagrada quando a cabeça de Levy rolou, em dezembro de 2015: o escolhido para sucedê-lo foi o então ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, apontado como um dos mentores das "pedaladas fiscais" condenadas pelo TCU. "Pedaladas", aliás, que continuaram a ser cometidas ao longo de 2015, prejudicando qualquer tipo de ordem que Levy tentasse colocar nas contas públicas.

Então, segundo a narrativa dilmista, como a oposição não aceitou a oferta de amizade feita por Dilma, preferindo sabotá-la e, por fim, promovendo um "golpe" - sim, a presidente afastada insistirá nesse discurso, apesar de o rito prescrito pelo STF estar sendo seguido, e apesar de a perícia pedida pelos próprios petistas ter comprovado o crime de responsabilidade ?", ela cansou de ser boazinha: vai botar em prática seu programa de campanha. Aquele mesmo, baseado na premissa falsa de que não havia problema com as contas públicas; a continuação da "nova matriz econômica" cuja irresponsabilidade quebrou o país e nos trouxe à recessão.

A Carta ao Povo Brasileiro de 2002 era um conjunto de compromissos para efetivamente tranquilizar os brasileiros, pois o "Lulinha paz e amor" pregava o respeito aos contratos e se afastava das rupturas econômicas defendidas em campanhas anteriores ?" e, de fato, em seus primeiros quatro anos Lula primou pela continuidade da política econômica de FHC (as bases para o desastre só foram lançadas no segundo mandato). Já a tal carta de Dilma só tranquiliza a minoria de militantes; a maioria dos brasileiros deveria era olhar com muita preocupação as promessas que a presidente afastada faz; só resta esperar que ela jamais tenha a oportunidade de cumprir
Herculano
02/07/2016 08:50
MINISTÉRIO DA SAÚDE NÃO TEM MÉDICOS NA CÚPULA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os compromissos do governo Michel Temer com saúde pública não passam pela intensa participação de médicos na gestão do Ministério da Saúde. O ministro Ricardo Barros, que é engenheiro, escolheu um dentista, Antônio Nardi, para ser seu "vice-ministro", isto é, o secretário executivo. A Secretaria de Atenção à Saúde, considerada a "alma" do ministério, é chefiada por um administrador, Francisco Figueiredo.

MENOS MÉDICOS

Até a indicada para o cargo de secretária de Gestão Estratégica do Ministério da Saúde não é médica. É a fisioterapeuta Gislaine Bucarin.

FEUDO DO PP

O engenheiro Marcos Fireman, ligado ao PP, partido do ministro da Saúde, vai trocar a CBTU pela Secretaria de Ciência e Tecnologia.

VISÃO PROFISSIONAL

Há áreas administrativas que podem ser exercidas por profissionais de outras áreas, mas em saúde o comando de médicos é fundamental.

HÁ EXCEÇÕES

José Serra nem tem formação superior completa, mas foi considerado um bom ministro da Saúde, no governo FHC: cercou-se de médicos.

ATÉ COM A NIGÉRIA COMÉRCIO DO BRASIL É DEFICITÁRIO

A balança comercial entre Brasil e Nigéria registrou deficit de US$ 57,7 bilhões entre 2006 e 2016, durante os governos Lula e Dilma. Isso mostra que o Brasil comprou quase R$ 210 bilhões a mais do que vendeu ao país africano nos últimos dez anos, informa o Ministério do Desenvolvimento. Em 2013, o Brasil comprou da Nigéria US$ 9,65 bilhões em petróleo e derivados, e vendeu para lá só US$ 876 milhões.

MOTIVO SIMPLES

O deficit bilionário se deve à grande importação de petróleo nigeriano, desde 2009, e à queda das exportações brasileiras, a partir de 2008.

S?" CRESCEU

O desequilíbrio na balança comercial não parou de crescer entre Brasil e Nigéria desde 2000, quando o saldo foi negativo em US$ 487 milhões.

BRASIL S?" PERDE

Entre 2006 e 2013 o desequilíbrio na balança entre os dois países não parou de crescer. Desacelerou em 2014, mas continua deficitário.

TAMPÃO É DESTINO

Possível presidente-tampão da Câmara até fevereiro, fim do mandato de Eduardo Cunha, a quem se ligou, Rogério Rosso (PSD-DF) foi governador-tampão do DF, após a queda de José Roberto Arruda.

CONTANDO OS DIAS

Há dois meses sem o seu presidente, a Câmara está ansiosa pela renúncia de Eduardo Cunha, aguardada para a próxima semana, até para se livrar do presidente interino de Waldir Maranhão (PP-MA).

NOVO PROCESSO

Ciro Gomes (PDT) diz que a política externa brasileira é "obra de um canalha", referindo-se ao chanceler José Serra - que, insultado antes pelo ex-ministro, ganhou direito a indenização de 100 salários mínimos.

PAÍS RICO

O contribuinte vai bancar R$ 5 milhões dos serviços de limpeza, conservação, portaria e zeladoria nos prédios recém-reformados dos apartamentos funcionais dos deputados federais, em Brasília.

NEM AÍ

Em reunião com técnicos do Tribunal de Contas da União, o presidente da comissão de Segurança Pública da Câmara, Alexandre Baldy (PTN-GO), espantou-se: "O PT nunca teve Política Nacional de Segurança".

RINDO À TOA

O sorriso debochado do bicheiro Carlinhos Cachoeira, ao ser preso quinta-feira (3), fez todo o sentido ontem, quando, menos de 24 horas depois, ganhou direito a prisão domiciliar.

VERGONHA NA CARA

Causa revolta a interferência de Eduardo Cunha na Câmara, ainda que esteja afastado. "Ele continua comandando a Câmara por meio do centrão. Falta vergonha na cara", afirma Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

ENCONTRO AMIGO

O ministro Dias Toffoli mantém ótimo relacionamento com os políticos, como demonstrou no recente encontro com o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) no restaurante Feitiço Mineiro, em Brasília.

PENSANDO BEM...

...não tomam conhecimento da crise, com pleno emprego, os fabricantes e fornecedores de tornozeleiras eletrônicas no Brasil.
Herculano
02/07/2016 08:46
FECHADO E INIFICIENTE, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Um efeito positivo da calamidade das finanças do governo é forçar o debate sobre a eficiência das políticas públicas adotadas nos últimos anos. Os incentivos à indústria nacional merecem destaque nessa discussão: custam muito ao país e não exibem resultados palpáveis.

Reportagem desta Folha mostrou que cinco dos principais programas ?"que, de 2011 ao fim deste ano, terão retirado R$ 52 bilhões de cofres públicos?" funcionam sem garantias de que as contrapartidas em investimento, exportações e emprego serão cumpridas.

No exemplo mais gritante, o da Lei da Informática, que beneficia fabricantes de computadores, os descontos de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) montam a R$ 25 bilhões de 2006 a 2014.

Segundo o TCU (Tribunal de Contas da União), metade das empresas não cumpriu o compromisso de investir parte do faturamento em pesquisa. Os dados, ademais, foram auditados só uma vez, em 2010.

Para o TCU, não é possível avaliar se o dinheiro empenhado teve impacto positivo no setor ?"na forma de maior produtividade, contratações qualificadas, registros de patentes?" ou se apenas engordou lucros num mercado protegido.

Há problemas em outras ações de política industrial, como a que estipula metas de conteúdo local no setor de petróleo. Entre improvisos, lobbies e análises nada realistas a respeito de capacidade tecnológica e custos, sobra imenso prejuízo para a Petrobras.

Não surpreende que seja assim. A experiência internacional mostra que os sucessos nas políticas industriais são pouco frequentes. Para dar certo, é preciso haver incorporação de tecnologia e inovação, alicerçadas numa integração global competitiva ?"exatamente o que não existe no Brasil.

O problema não é novo, mas se ampliou nos últimos anos por causa da orientação ideológica dos governos petistas, que ainda acreditam no protecionismo e na substituição de importações (com aumento da produção interna) como ferramentas de industrialização.

No mundo de hoje, competir é integrar, e o Brasil continua isolado das cadeias globais por uma combinação nefasta de entraves comerciais, logísticos e tributários que só tem uma serventia: proteger oligopólios, alguns deles consolidados há décadas.

Impressiona a facilidade com que grupos de interesse conseguem obter proteção de mercado, renúncias fiscais, crédito subsidiado e outros incentivos.

O governo de Michel Temer (PMDB), apesar de indicar uma visão econômica mais condizente com uma agenda de abertura, por enquanto não deu sinais de que pretende enfrentar lobbies.

O fato de o terrível desempenho da indústria ter ocorrido de modo concomitante à proliferação de custosas políticas protecionistas deveria ser estímulo suficiente para uma profunda reavaliação.
Herculano
02/07/2016 08:31
GOLPE, SE HÁ ALGUM, ESTÁ SENDO DADO PELO JUDICIÁRIO, por Ruy Fabiano, para O Globo

Golpe, se há algum, está sendo dado pelo Judiciário ?" mais especificamente, pelo STF. O habeas corpus concedido pelo ministro Dias Toffoli ao ex-ministro Paulo Bernardo ?" e sobretudo os termos com que o justificou ?" foi uma ducha de água fria na Lava Jato.

Aplicada aos demais, esvaziará as prisões de Curitiba. O mesmo STF que estabeleceu a prisão em segundo grau ?" isto é, antes que a sentença transite em julgado -, desfez, via Toffoli, o instituto da prisão preventiva. Haja paradoxo.

Paulo Bernardo, acusado de desviar R$ 100 milhões de pensionistas e aposentados ?" dinheiro que a polícia ainda não sabe onde está -, tem agora meios de desfazer provas e garantir a ocultação do que amealhou. Para ele, a liberdade, sim, é preventiva.

Anteriormente, ainda em princípios da Lava Jato, o STF mandou soltar Renato Duque, que tornou a ser preso, dias depois, por estar fazendo exatamente o que a sentença de Sérgio Moro tentara evitar: movimentando uma conta secreta em Mônaco, fornida pelas propinas da Petrobras. A lição, pelo visto, foi inútil.

O ativismo político do STF, que dificultou o quanto pôde o rito do impeachment no Congresso, sobrepondo-se à lei, o torna caudatário do desgaste de que o conjunto das instituições do Estado hoje padece. O caso Paulo Bernardo não é o mais grave.

Teori Zavaski, que cuida dos que, envolvidos na Lava Jato, têm foro privilegiado, foi severo em relação ao juiz Sérgio Moro, por ele ter divulgado o áudio de Lula, em que Dilma lhe dá o salvo-conduto da nomeação ministerial para que não seja preso.

As gravações dos telefonemas de Lula estavam autorizadas pela Justiça. Incidentalmente, Dilma ligou para ele. Não houve violação do sigilo da presidente. Em situação análoga, em 2012, o mesmo STF reagiu de maneira diferente, quando os grampos da Justiça flagraram uma conversa entre o contraventor Carlos Cachoeira (novamente preso) e o então senador Demóstenes Torres.

Demóstenes, como Dilma, tinha foro privilegiado, mas pagou o preço de estar conversando com um investigado. Nem de longe se cogitou de anular a eficácia daquela prova pelo fato de o senador ter sido fortuitamente capturado pelos grampos de uma autorização judicial de instância abaixo da que a lei lhe reservava.

No caso de Lula, apelou-se para uma ridícula minudência: a autorização havia cessado duas horas antes, embora a notícia não houvesse chegado ainda aos agentes e à telefônica ?" um lapso de tempo inevitável. Prevaleceu o rigor burocrático contra a gravidade do que fora captado. Lula e Dilma adoraram. Deixaram de ser vilões (não obstante o ato imoral que protagonizaram) e tornaram-se vítimas. De quebra, Sérgio Moro levou uma bronca pública.

E não só: Teori requereu tudo o que havia contra Lula, mesmo não tendo ele foro privilegiado, já que sua nomeação ao ministério fora suspensa pelo mesmo STF, por uma liminar do ministro Gilmar Mendes. Desde então, lá estão os processos contra o ex-presidente, sem que haja qualquer explicação para esse privilégio. Ele não é e não foi ministro e já não há o governo a que ele serviria.

A impressão que fica é de que a Lava Jato incomoda o STF, que, sempre que pode, age para detê-la. A presidente afastada Dilma Roussef repetia ?" e isso foi reiteradamente registrado na mídia, sem que houvesse desmentidos - que tinha seis votos no STF.

Não é difícil para quem acompanha o noticiário identificá-los. E Dias Toffoli, ex-advogado do PT e ex-assessor de José Dirceu, integra a lista dos, digamos assim, suspeitos. Igualmente, outros capturados por gravações ?" Delcídio do Amaral, Aloizio Mercadante, José Sarney ?" mencionaram ligações com ministros do STF para tentar sustar denúncias e processos. A reincidência, confrontada com atos como os de Teori e Toffoli, dá verossimilhança às suspeitas.

A presteza com que o tribunal agiu contra Eduardo Cunha e Jair Bolsonaro ?" este, goste-se ou não dele, sem qualquer fundamento legal -, não se repete em relação a outros nomes, com protagonismo na defesa do PT.

É preocupante que a instituição que deveria pairar acima dos conflitos políticos, para poder arbitrá-los, tenha se tornado partícipe desse mesmo processo, perdendo a confiança da sociedade. Não é um antídoto contra a crise. É, hoje, parte dela.
Sidnei Luis Reinert
01/07/2016 20:40

OLIM-PIADAS, nem começou e é destaque no mundo!!

TV alemã que está no Rio para cobrir Olimpíada tem contêineres roubados

Caso foi registrado nesta sexta-feira (1º) na DRFC.
Dois contêineres roubados teriam sido avaliados em R$ 1,3 milhão.

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/07/tv-alema-que-esta-no-rio-para-cobrir-olimpiada-tem-equipamento-roubado.html
Despetralhado
01/07/2016 20:29
Oi, Herculano;

O Mário Sabino não esqueceu de acrescentar que gente normal não é da ala dos cernes dos apodrecidos?
PMDB-PSD-PP-PDT-PCdoB-PRB e agora no rabo da fila PPS.
Paty Farias
01/07/2016 19:45
Oi, Herculano

A JBS entrou no alvo das ações da Polícia Federal nesta sexta-feira. Colei do blog do Políbio:

"A JBS investiu R$ 361 milhões nas eleições de 2014, valor equivalente à soma das contribuições oficiais das cinco maiores empreiteiras pegas no Petrolão da Lava-Jato. Do total, R$ 115 milhões da JBS foram para o PT, R$ 61 milhões para o PMDB e R$ 56 milhões para o PSDB.

A gigante da carne contribuiu para 162 deputados. Em fevereiro, a CPI do BNDES, que detém 27% do capital do frigorífico, terminou sem que este fosse sequer ouvido. Dos 27 membros da CPI, 20 haviam sido apoiados pela empresa ?" cuja holding Meirelles presidiu até virar ministro da Fazenda de Michel Temer.

O único deputado que se recusou a receber dinheiro da JBS foi Jair Bolsonaro, que na época era do PP. O Partido chegou a depositar R$ 200 mil na conta do deputado, mas ele devolveu tudo quando soube a origem da contribuição".

É por essas e outras que a esquerdalha e seus comparsas travestidos de outras legendas querem expurgá-lo ...

Herculano
01/07/2016 18:53
TSE VETA "VAQUINHA" ONLINE EM CAMPANHAS ELEITORAIS

Conteúdo do Congresso em Foco. Texto de Gabriel Pontes, de Brasília. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou nesta sexta-feira (1º) as doações para campanhas eleitorais por meio de "vaquinhas" pela internet, chamadas crowdfunding. O sistema de financiamento coletivo online é usado para bancar ações de voluntariado, trabalhos artísticos e pequenos negócios. Recentemente, a presidente afastada Dilma Rousseff, por exemplo, criou uma vaquinha para arrecadar dinheiro para suas viagens Brasil afora, depois das restrições impostas pelo presidente interino Michel Temer sobre os deslocamentos da petista em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).

O pedido para usar a plataforma digital para inflar o caixa das campanhas políticas foi feito pelos deputados Alessandro Molon (Rede-RJ) e Daniel Coelho (PSDB-PE). Por unanimidade, os ministros rejeitaram a ação por entender que o Congresso deverá legislar sobre o assunto. Segundo o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, esse tipo de captação não terá a "legalidade assegurada" e poderá ser contestada caso candidatos a utilizem.

O questionamento dos parlamentares surgiu depois que a Corte eleitoral proibiu empresas de doarem para candidatos e partidos. Sendo assim, as eleições municipais deste ano serão as primeiras em que somente pessoas físicas bancarão propagandas, eventos e deslocamentos dos candidatos.

No crowdfunding, o site que hospeda a campanha cobra uma taxa que varia entre 12% e 15% para divulgá-la. Só são aceitas doações de pessoas físicas e ainda é descontado impostos no valor de 4% do total arrecadado. Ao final, o beneficiário fica com cerca de 80% dos dividendos. Normalmente, há uma contrapartida para doações. No caso da campanha de Dilma, por exemplo, cada colaboração é recompensada com uma citação no site da petista, uma foto oficial autografada em versão digital e um vídeo de agradecimento.

Segundo Gilmar Mendes, o TSE tem recebido de que empresas façam doações por meio de um grupo de pessoas físicas ?" o que pode disfarçar a origem do dinheiro. Entre outras mudanças determinadas pelo Tribunal, constam ainda o encurtamento do período de campanha e o limite de gastos. Em mais de 80% dos municípios, por exemplo, candidatos a prefeito poderão gastar no máximo R$ 100 mil e a vereadores, R$ 10 mil.
Herculano
01/07/2016 18:48
ROSA WEBER SUSPENDE AÇÕES DE JUÍZES DO PARANÁ CONTRA JORNALISTAS DA GAZETA DO POVO

A ministra Rosa Weber, do STF, suspendeu a tramitação das ações propostas por juízes do PR contra a Gazeta do Povo e cinco jornalistas do periódico, devido à publicação de uma reportagem sobre a remuneração de membros do Judiciário e do MP estadual.

Os magistrados alegam que houve prática de atos ilícitos na veiculação da matéria, mas profissionais e jornal sustentam a inexistência de ilegalidade. Para eles, o que há é "abuso do direito de ação", exercido como forma de intimidação da imprensa. Já são mais de 40 ações ajuizadas.

Reportagem

Sob o título "TJ e MP pagam supersalários que superam em 20% o teto previsto em lei", a reportagem alvo das ações informava que, "na média, em 2015 procuradores e promotores ganharam 23% a mais. Juízes e desembargadores ficaram com 28% além do máximo legal".

De acordo com repórteres da Gazeta, após publicada a matéria, o presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Paraná teria iniciado um movimento de mobilização, conclamando os juízes para ingressarem com ações individuais em diferentes juízos do Estado. Eles teriam protocolado petições iniciais idênticas, de acordo com a defesa dos jornalistas.

Reclamação

A empresa ajuizou reclamação no STF, na tentativa de barrar a movimentação. A equipe jurídica que atua no caso perante o Tribunal formulou a defesa sobre dois pontos centrais: usurpação da competência do Supremo prevista no art. 102, "n", da CF, e afronta à autoridade das decisões proferidas na ADPF 130 e na ADIn 4.451. Apesar da argumentação, a relatora do processo, ministra Rosa Weber, negou seguimento à reclamação.

Ontem, entretanto, no exercício de juízo de retratação, a ministra reconsiderou a decisão. Rosa Weber concluiu estarem presentes o periculum in mora e o fumus boni juris e, assim, decidiu conceder a medida cautelar.

Confira a decisão disponibilizada no acompanhamento processual:

"Ante o exposto, no exercício de juízo de retratação, reconsidero a decisão agravada para admitir o processamento da reclamação e, em juízo de delibação, notadamente precário, ao exame do pedido liminar, presentes o periculum in mora e a plausibilidade jurídica - fumus boni juris - da tese, forte no art. 989, II, do CPC/2015 e no art. 158 do RISTF, concedo a medida acauteladora para o fim suspender os efeitos da decisão reclamada, bem como o trâmite das ações de indenizações propostas em decorrência da matéria jornalística e coluna opinativa apontadas pelos reclamantes, até o julgamento do mérito desta reclamação."
Herculano
01/07/2016 18:40
VOU VER GENTE NORMAL, por Mario Sabino, para O Antagonista

Hoje embarco para Paris.

A minha Paris não tem nada a ver com a Paris dos ladrões que vão torrar o nosso dinheiro por lá. Eu vou a Paris para ver gente normal.

Gente normal conversa sobre assuntos que não sejam apenas dinheiro e compras.

Gente normal lê livro.

Gente normal não vai a restaurante de boné, nem se veste como prostituta (a não ser que seja prostituta).

Gente normal mantém distância regulamentar de quem não conhece. Não cutuca você ou o chama de "tio" ou "amigão".

Gente normal diz "por favor", "com licença" e "obrigado".

Gente normal respeita fila.

Gente normal, ao volante, dá seta quando vira à direita ou à esquerda (e a seta está sempre no sentido certo).

Gente normal freia o carro para deixar o pedestre atravessar na faixa.

Gente normal não padece com atrasos de ônibus e trens (e é informada dos horários e itinerários nos pontos e estações).

Gente normal nem sequer imagina o que é ter esgoto a céu aberto.

Gente normal não nada em cocô.

Gente normal está acostumada a ver ruas limpas.

Gente normal não tem falta de luz toda semana.

Gente normal estranha fiação aérea.

Gente normal não sabe o que é buraco no asfalto.

Gente normal não tropeça em buraco na calçada.

Gente normal não gosta de pagar imposto, mas tem filho em escola pública e não tem medo de morrer de infecção em hospital público.

Gente normal se habitua à beleza.

Gente normal dificilmente morre assassinada.

Gente normal se escandaliza com assaltos.

Gente normal despreza corruptos e os coloca na cadeia e no ostracismo.

Gente normal não diz que terrorismo é justificável.

Gente normal admira o que lhe é superior e tenta fazer igual, sem achar que sofre de complexo de vira-lata.

Gente normal é uma conquista da civilização.

Paris é especial porque é normal.
Almir ILHOTA
01/07/2016 18:25
Gente tem bomba na sessão da camara municipal de ILHOTA, na noite de hoje, vamos aguardar pra ver do que se trata.
Herculano
01/07/2016 15:31
PÉSSIMAS IDEIAS, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S. Paulo

A tarefa é inglória, mas vou defender o deputado Jair Bolsonaro. Ou melhor, vou defender que ele tem o direito de exprimir qualquer ideia bizarra que lhe passe pela cabeça sem ter de responder por incitação ao crime.

Penso até que a Primeira Turma do STF, que decidiu torná-lo réu por ter dito asneiras envolvendo uma deputada e o delito de estupro, se apoiou num fóssil jurídico, que é o artigo 286 do Código Penal, para fazer populismo. Numa só tacada, deram um chega para lá numa figura que pessoas civilizadas desprezamos e ainda fizeram uma média com as mulheres.

Não tenho nada a favor de Bolsonaro e nada contra as mulheres, mas me parece difícil conciliar as interpretações mais modernas e amplas do princípio da liberdade de expressão com o tipo penal de incitação ao crime, que já deveria ter sido extirpado do código. Esse é um enquadramento que serve bem para calar ideias e criminalizar grupos, mas que pouco ou nada faz pela paz social.

Se alguém acha que uma conduta hoje qualificada como crime é positiva, deve ter plena liberdade de dizê-lo. A polícia e os tribunais só devem ser acionados se a pessoa tentar cometer o ato. O próprio STF já adotou essa linha, quando declarou que as marchas da maconha são legais.

E não é só a incitação ao crime que deveria ser revogada. Na mesma categoria entram a apologia do crime, leis de desacato, de difamação de religiões e alguns aspectos dos delitos contra a honra. Não estou propondo nada que abalará os alicerces do Estado e da família. Em seguidos relatórios publicados desde os anos 90, a bem-comportada OEA pede que seus membros anulem alguns desses dispositivos, por julgá-los incompatíveis com o artigo 13 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.

No mais, como já ensinava Stuart Mill, precisamos que as péssimas ideias, terreno em que Bolsonaro excele, circulem para que as boas possam confrontá-las e, assim, triunfar.
Herculano
01/07/2016 15:29
OS IGUAIS

Quando os políticos candidatos discursam e dão entrevistas eles dizem que são diferentes, trabalhadores, líderes, capazes de nos levar a algo melhor que precisamos e até sonhamos.

Quando em campanha entre nós, como a desmenti-los e a nos avisar e enganar, mas teimamos em não enxergar dessa forma, os candidatos fazem de tudo para se parecerem iguais aos seus eleitores incapazes, medrosos e dissimulados.

Tanto que os candidatos se misturam ao povo, acompanhando gente de credibilidade, gente diferente e nas festas populares, vão se empanturrando de comidas, bebidas e bilhetes de rifas para serem percebidos como iguais, ou melhores, mais piedosos e santos pelos seus eleitores.

Muitos desses políticos e candidatos devem estar do seu lado neste final de semana aqui na Festa de São Pedro Apóstolo, inclusive os que não acreditam em Deus, os que não professam a fé católica e que acham um saco este tipo de confraternização comunitária ou familiar. Mas, estarão lá, sorrindo, mansos, cumprimentando e até "trabalhando", em prol da Igreja, tudo pelo voto de aparência.

Ah!Há os que trazem as mulheres, os maridos, as mães, os país, os filhos, os sobrinhos e os cachorros para se parecerem ainda mais com os eleitores e eleitoras, os trouxas que lhes sustentam na grana que pagam e nos votos que lhes dão para representa-los, mas não podem quando no mandato, não podem ser cobrados ou destituídos se não responderem às promessas feitas.

Enquanto houver eleitor que se impressiona com políticos iguais a eles, Gaspar continuará na mesma. Eleitor não é igual a político. É mais, mas não exige ou exerce esta condição e se conforma com menos. Acorda, Gaspar!
Herculano
01/07/2016 15:04
A VOZ DO POVO É A VOZ DE DEUS, por Joaquim Freitas, para O Ponto Cego

A priori defendo a democracia representativa, e sou refratário à consulta popular.

O referendo do BREXIT me ascendeu uma luz sobre o assunto.

Me dei conta que tanto no referendo sobre desarmamento no Brasil, como no BREXIT, a Globo, mídia tradicional brasileira, e boa parte da do Reino Unido eram quase unânimes na mesma tese. Assistimos campanhas publicitárias e todos os sabichões concordando, fazendo parecer que as decisões eram tão óbvias que alguém que não quisesse se ater um pouco mais sobre os temas, se perguntaria por que consultar a população sobre um tema que todos concordam?

Eis que vem o povo, e na contramão de todos os formadores de opinião, escolhe justamente o "não" ao desarmamento e "sim" ao BREXIT.

O que foi que houve? A mídia não controla as massas?

Para não perder a oportunidade de criar uma teoria, lá vai eu....

A ideia é que os referendos/plebiscitos quando tratam de assuntos que influenciam no comportamento do cidadão, a mídia não consegue penetrar na sua mente mais do que na sua vivência cotidiana.

Por mais que Wagner Moura, Chico Buarque e Camila Pitanga tivessem ido para TV dizer que armas levam à violência, e que o amor é a maior força do universo, quando o sujeito estava em casa de noite, e escutava um barulho no quintal e sabia que se ligasse para a polícia, ela não iria aparecer a tempo de lhe proteger, o cara esquecia de Wagner, Camila e Chico (todos bem protegidos em seus condomínios) e só desejava ter um revolver, para pelo menos atirar para o alto e afugentar o invasor.

Assim como, por mais que Obama, Cameron e outros medalhões digam que os povos e culturas devem conviver harmonicamente, sob um governo central que irá decidir tudo bem certinho para a felicidade de todos, o cidadão inglês olha para janela e vê uma passeata de pessoas protestando contra a prisão de um suspeito de terrorismo, nessa hora ele ignora Cameron e Obama.

Começo a achar que em certos casos, um referendo protege o povo dos seus pensadores.
Herculano
01/07/2016 14:58
POUCA RENDA, MUITO GASTO, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

O êxito (ou sobrevivência...) do governo Michel Temer depende de um complexo equilíbrio num tripé, especialmente enquanto o impeachment definitivo de Dilma Rousseff não vem: opinião pública, Congresso Nacional e o chamado "mercado". Quando ele joga excessivamente o peso numa dessas pernas, as outras duas se ressentem. Quando joga em duas, a terceira ameaça ruir.

Para não assombrar ainda mais a opinião pública, Temer tem de repetir, dia sim, dia não, que não quer, não pretende e não pode ameaçar a Lava Jato e, além disso, precisa gastar lábia e recursos para neutralizar o discurso de Dilma e do PT de que ele vai enxugar os programas sociais e acabar com a Bolsa Família.

Foi por isso que Temer anunciou um reajuste médio de 12,5% no Bolsa Família, pegando carona numa solenidade de liberação de R$ 742, 8 milhões para a educação básica de Estados e municípios. É o primeiro reajuste do programa central da era petista em dois anos, com um porcentual maior, inclusive, do que os 9% que Dilma prometeu em maio, mas ainda não tinham sido aplicados. Logo, os 12,5% são mais políticos do que econômicos ou sociais.

Ainda em sintonia com a "opinião pública", Temer achou muito mais prudente levar adiante o aumento salarial do Judiciário e do Ministério Público do que alegar a imensidão da crise para adiar a medida. Em público, ele argumenta que Dilma já tinha assumido o compromisso, a tramitação já estava avançada no Congresso e, afinal, o valor já fora "precificado" no rombo de R$ 170 bilhões. Em privado, admitiu: é melhor pagar o preço do que amanhecer com o Judiciário e o MP detonando uma temporada de greves no serviço público.

Se contemplada a opinião pública, que não quer nem ouvir falar na volta de Dilma, mas também não morre de amores por Temer, ele cede em todas no Congresso e não titubeou um minuto antes de atender à novíssima pressão dos senadores, que ameaçaram não aprovar a medida provisória que dá fôlego financeiro à Infraero se ele não se comprometesse a vetar a cláusula que abre 100% das empresas aéreas brasileiras ao capital estrangeiro. O Senado estava, evidentemente, atendendo ao lobby do setor, apesar de a Latam ter um pé no Chile e a Avianca, na Colômbia. E quem é mesmo dono da Azul? Mas o Planalto fechou os olhos para esses "detalhes" e topou o veto.

É também com um olho na real crise dos Estados e com o outro na influência dos governadores em suas bancadas em Brasília que Temer, camarada, abriu mão de receber boa parte do pagamento da dívida dos Estados que não fizeram o dever de casa e estão devendo até salário de funcionários, aposentados e pensionistas. Como se apenas os Estados estivessem endividados e a União estivesse nadando em dinheiro...

Somando os R$ 50 bilhões que o governo federal deixará de receber dos Estados endividados nestes três anos aos R$ 25 bilhões estimados com o aumento do Judiciário até 2019 e aos R$ 2,1 bilhões ao ano com o reajuste do Bolsa Família, o resultado é: o governo Temer anda muito perdulário para quem chora tanto a falta de dinheiro e o tamanho do rombo fiscal. Sem contar que a prioridade do País é criar emprego para quem não tem, não aumentar o salário dos que já têm.

É aí que entra a terceira ponta do tripé. O tal "mercado" dá de ombros para a Lava Jato e para escândalos e só pensa naquilo: a recomposição da economia brasileira. Mas, se Temer abre tanto a guarda para agradar a opinião pública e o Congresso, no que ele conseguirá se distinguir de Dilma na sobriedade com as contas públicas? Dilma torrou o que tinha e o que não tinha na eleição de 2014. Temer pode estar torrando a confiança do empresariado na transição de 2016 - e, com ela, suas chances. A perna do tripé que mais torce e trabalha pelo sucesso de Temer é justamente o setor produtivo, no campo e nas cidades.
Herculano
01/07/2016 14:55
ANA AMÉLIA

Parizotto não é só pré-dono da RBS SC, numa jogada ainda pouco esclarecida entre os catarinenses e que pode estar ligada a disfarçar patrimônio perante a Operação Zelotes, como também há muito tempo, o gaúcho é o principal acionista privado da Celesc.
Ana Amélia que não é Lemos
01/07/2016 13:18
Sr. Herculano:

O jornal O Globo de hoje, revelou que a atriz e modelo Luiza Brunet, foi vítima de agressões por parte do seu companheiro, o empresário gaúcho Lino Parisotto, e que na semana passada inaugurou uma planta industrial no Pólo Petroquímico de Triunfo.

A modelo de 54 anos apanhou no apartamento que o gaúcho tem no Plaza Residence, Nova Iorque. Depois da surra, fugiu e embarcou às escondidas para o Brasil.

Sr. Herculano, o desrespeito - Lino Parisotto - é o novo dono da RBS de Santa Catarina.
Lei Maria da Penha no safado!
Herculano
01/07/2016 13:02
OS ALIENADOS PRÉ-CANDIDATOS DE GASPAR

Os meus sucessivos comentários sobre este tema têm causado muito desconforto nos pré-candidatos a prefeito e vice de Gaspar, bem como e principalmente nos seus apoiadores, todos recheados de interesses.

Os pré-candidatos, que se dizem novos, mas velhos nas práticas políticas onde o eleitor é um mero bobalhão e por isso não deve ser esclarecido, preferem uma imprensa premiada, mas surda, muda e neutra. Esses políticos detestam quem possui audiências, credibilidade, leitores e leitoras esclarecidas.

O vereador Marcelo de Souza Brick, PSD, que já foi presidente da Câmara por se ajoelhar ao PT de Pedro Celso Zuchi, José Amarildo Rampelotti, Antônio Carlos Dalsochio, Lovídio Carlos Bertoldi, é um dos incomodados com a coluna.

E frequentemente Marcelo ensaia críticas aos meus questionamentos, apoiando as críticas do PT na Câmara, mas por falta de lastro para tal, só resmunga. Marcelo, frequentemente perguntava: o que eu tenho contra ele.

Sempre respondi a ele, e a outros: nada. Quem tem algo contra ele, é o próprio Marcelo, que tenta ludibriar seus eleitores e os que ele quer conquistar para ser eleito prefeito de Gaspar, mas não quer ficar exposto, ser questionado, ser desnudado. Veja mais esta.

Ontem foi dia para mais uma Audiência Pública dos vereadores de Gaspar para se discutir parte da polêmica que se instalou na revisão do Plano Diretor. Esta audiência, que deveria ter sido feito há quatro anos, cumpre apenas uma obrigação da lei. A Iguatemi está rindo de todos. Ela recebeu da prefeitura do PT de Gaspar uma baba grossa dos pesados impostos dos gasparenses, mas nada do que fez serve, foi aprovado ou está aplicado. Vergonha. Tudo permito pelos políticos, pelos vereadores.

Estavam lá na Câmara quase todos os vereadores. Estavam lá grupos interessados, como os corretores imobiliários para discutir o parcelamento do solo, que lhes atrapalha nos negócios, o que não significa que estejam corretos.

E quem faltou na tal audiência dos vereadores na Cãmara? Exatamente o presidente da Câmara, Giovânio Borges, PSB, colocado lá pelo PT, o que é pré-candidato a vice de Marcelo de Souza Brick, PSD. Mais, quem faltou também? O próprio Marcelo, que nas entrevistas que estão gravadas, tenta falar sobre este assunto e dele não sabe nada, porque não o conhece, não se interessa (como demonstrou mais uma vez)e talvez esteja naquele plano de 30 anos que vende mas não mostra para ninguém e detalha para a cidade, os eleitores, eleitoras.

Então quem é que persegue Marcelo e o Giovânio? Digo-lhes claramente: a preguiça, a alienação, a falta de ideia e noção do óbvio, o comportamento ambíguo, e principalmente a ação e intervenção para liderar processos visando a solução dos problemas de Gaspar.

Marcelo e Giovânio querem ser prefeito e vice de Gaspar, mas não querem ficar expostos naquilo que se omitem, não querem ser exigidos, não querem trabalhar. E por estarem associados ao Partido Comunista - e que agora decidiram esconder esta aliança -, não gostam de imprensa livre.

Acorda, Gaspar!
Mariazinha Beata
01/07/2016 12:45
Seu Herculano;

CASSAÇÃO:

Para ser ouvido, Pedro da Silva teve que fazer três ofícios ao presidente da Câmara pedindo providências, para que um deles fosse lido na sessão para assim dar início formal ao processo como rege a lei Federal e o Regimento Interno da Cãmara que orientam este assunto?

Basta ver quem opoia o vereador e presidente da câmara giovãnio borge(assim mesmo, letra minúscula) é Amarildo Rampelote, Antônio Dalsochio
Hilário Melato, Marcelo Brick e outros da ala dos encardidos.
Bye, bye!
Sidnei Luis Reinert
01/07/2016 12:44
OBSERVEM A PILATRAGEM QUE O PSB (PARTIDO DE Giovânio Borges), QUER FAZER COM QUEM TRABALHA.

Sindicatos querem contribuição mensal do trabalhador

Brasil 30.06.16 19:03 Ninguém deu muita pelota, mas o deputado Bebeto (PSB-BA) apresentou há poucos dias o relatório final da Comissão Especial sobre Financiamento da Atividade Sindical - e você nem sabia que ela existia.

Bebeto propõe, adivinhem só, a criação de mais um imposto para o trabalhador bancar: a contribuição negocial.

Uma vez aprovada, ela será descontada mensalmente do contracheque do trabalhador, com exceção do mês em que já descontam a tradicional contribuição sindical.

Os sindicatos alegam que o dinheiro será para pagar "despesas jurídicas, técnicas e administrativas das negociações coletivas". Cutiram?

http://www.oantagonista.com/posts/sindicatos-querem-contribuicao-mensal-do-trabalhador/
Herculano
01/07/2016 12:28
TEMER REPOVADO POR 39% DOS BRASILEIROS, MAS É BEM MENOR DO QUE A REPROVAÇÃO DE DILMA, SEGUNDO O IBOPE. VALHA-NOS DEUS!

Conteúdo do Uol.Texto de Felipe Amorim, da sucursal de Brasília. Pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e divulgada nesta sexta-feira (1º) aponta que 39% dos brasileiros avaliam o governo do presidente interino, Michel Temer, como ruim ou péssimo.

A pesquisa apontou que 13% avaliam o governo como ótimo ou bom e 36% acham que ele é regular. Entre os ouvidos, 13% não soube ou não quis responder.

Foram ouvidas 2.002 pessoas em 141 municípios. O grau de confiança da pesquisa é de 95%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O levantamento foi feito de 24 a 27 de junho.

Esta foi a primeira pesquisa CNI/Ibope realizada após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, em 12 de maio.

A última pesquisa CNI/Ibope foi divulgada em março, quando a presidente afastada, Dilma Rousseff, ainda estava à frente da Presidência. O levantamento apontou que 69% dos brasileiros reprovavam (consideravam ruim ou péssimo) o governo da petista, enquanto 10% o aprovavam (ótimo ou bom).

Segundo o Ibope, a soma dos percentuais pode não igualar 100% por causa dos arredondamentos.

Ainda de acordo com o levantamento, a desaprovação a Temer é maior na região Nordeste do Brasil.
Herculano
01/07/2016 09:42
da série: quando a gente não cuida do que é nosso por que acha que isso de responsabilidade dos outros, as comunidade se sucumbem e se tornam o desconforto social e emocional de todos nós, onde a beleza natural, que se vai também, é um detalhe desprezível que morre com todos.

A VIDA É MUITO CURTA PARA MORAR NO RIO, por Mariliz Pereira Jorge, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

Eu era a paulista mais carioca que meus amigos conheciam. Tinha a tal alma, roupas coloridas, conta na barraca do Leandro, no Posto 12, mesa cativa no Jobi, chamava os garçons pelo nome, tomava cerveja na calçada, banho de mar à noite no verão. Estava com uma mala sempre pronta, e a poltrona 8F no avião religiosamente reservada para ver lá de cima a cidade chegando.

A vida é muito curta para não morar no Rio, diziam. Eu ria, mas voltava feliz para o meu caos organizado em São Paulo, às segundas pela manhã. Até que uma proposta de trabalho me trouxe de mala e mudança. Depois do primeiro mês, a lua de mel com a cidade acabou e eu me perguntava: como as pessoas moram aqui?

Demorou, mas não sou mais solitária nesse questionamento. Vejo amigos e conhecidos compartilhando em redes sociais uma pesquisa feita pela ONG Rio Como Vamos, que mostra que 56% da população tem vontade de ir embora da cidade. Em 2011 esse percentual era de 27%.

O que faz os moradores quererem fazer as malas é o aumento da violência. Roubos na rua assustam mais as classes mais altas, enquanto as balas perdidas são o terror na vida da população menos favorecida. Mas os problemas do Rio vão muito além disso, e é um espanto que apenas tiro, porrada e bomba tenham acendido o alerta de que a Cidade Maravilhosa é uma farsa. Uma paisagem espetacular, recheada de problemas escandalosos.

Essa visão de que o Rio é o melhor lugar do mundo para se viver é um tanto provinciana e romântica, além de cega, de uma maioria que mora e trabalha na zona sul - e parte da zona oeste - e só de vez em quando tem o doce cotidiano chacoalhado pela violência que atravessa o túnel Rebouças. Gente que vive numa bolha, que eventualmente estoura num assalto com morte.
Herculano
01/07/2016 09:42
da série: quando a gente não cuida do que é nosso por que acha que isso de responsabilidade dos outros, as comunidade se sucumbem e se tornam o desconforto social e emocional de todos nós, onde a beleza natural, que se vai também, é um detalhe desprezível que morre com todos.

A VIDA É MUITO CURTA PARA MORAR NO RIO, por Mariliz Pereira Jorge, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 2

Vida que segue. A gente se deslumbra com a belezura da geografia e aprende a conviver com malandragem generalizada, falta de pontualidade, incompetência disfarçada de informalidade, hostilidade travestida de espontaneidade, infâncias miseráveis, pobreza, falta de tudo.

O Rio é só uma cidade decadente que vive de um glamour passado, num presente melancólico. E parte da sua população sempre foi conivente com tudo que nos fez descambar para essa triste realidade. Como fechar os olhos para uma parte gigante da cidade que apenas sobrevive?

Praias, lagoas e baía não ficaram poluídas da noite para o dia. Ainda assim, as areias estão sempre cheias, mesmo nos dias em que o mar não está nem para peixe nem para gente. O negócio é mergulhar no cocô para se refrescar, tomar uma cervejinha e tirar foto do pôr do sol. Com sorte, daqui uns anos ainda reste o pôr do sol.

Chamar favela de comunidade não muda o fato de que centenas de milhares de pessoas continuam vivendo sem saneamento, sem saúde, sem educação, reféns ora do tráfico ora da milícia. Mas é bonito subir o morro, ir ao sambinha, postar foto na "comunidade" e fazer de conta que ela está integrada. Não está. Fica bonito na letra de música, na poesia, mas é apenas gente esquecida -e tolerada - em troca de status de cartão postal.

Mas tudo bem, a gente dá uma maquiada, ergue muros nas linhas Amarela e Vermelha para que os turistas não vejam o lado mais feio, miserável e perigoso da cidade - além de evitar que balas atravessem a pista e matem os desavisados. De quebra, nós mesmo esquecemos que existe o lado mais feio, miserável e perigoso por onde só passamos a caminho do aeroporto.

O coro de "nunca pensei que diria isso, mas penso em ir embora do Rio", tomou o lugar de posts babaovistas com legenda "Rio, eu amo eu cuido", "Eu moro onde as pessoas passam as férias". Férias é somente o que uma pessoa com juízo faria aqui. Vem, passa o dia na praia, torce para não ser vítima de um arrastão, passeia pelos pontos turísticos, toma um chopp aguado, come um bolinho no Braca, vai no ensaio da escola de samba, se o tráfico não estiver em pé de guerra, pega o avião a vai embora.

Para quem mora aqui, o jeito é torcer. O que nem sempre é suficiente. Para muita gente a vida tem sido muito curta para morar no Rio. Juan, um ano e dois meses. Giselle, 34. José Josenildo, 31. Foram mortos nas últimas semanas. Bala perdida. Tentativa de assalto. Emboscada. Não há paisagem que valha a pena morrer tão cedo.

Obviamente, criminalidade, pobreza, corrupção e falta de toda a sorte de serviços básicos são problemas em maior ou menor grau em todas as capitais brasileiras, mas nenhuma se vende como Cidade Maravilhosa. E antes que algum ofendido venha me mandar embora, só tenho uma coisa a dizer: é o que eu mais quero. Eu e os 56% dos moradores do Rio.
Herculano
01/07/2016 09:19
REFORMAS, POR NECESSIDADE, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Eleitos pela direita desistem das reformas diante de protestos. Os de esquerda ganham dizendo que nada precisa mudar.

A coisa mais fácil do mundo é entender a necessidade da reforma da Previdência: as despesas com o pagamento de benefícios crescem mais depressa que as receitas. Logo, o sistema está quebrado. Como os brasileiros já pagam impostos elevados, inclusive para a Previdência, é preciso cortar a expansão das despesas. Isso significa que as pessoas terão que trabalhar mais do que trabalharam os atuais aposentados.

É uma questão universal. Em toda parte, as pessoas vivem mais, logo ficam mais tempo aposentadas e isso custa cada vez mais caro, especialmente para o sistema de repartição ?" aquele em que os da ativa pagam contribuições com as quais são pagos os aposentados e pensionistas.

Em muitos países, governos conseguiram maiorias parlamentares para fazer reformas previdenciárias, sempre com elevação da idade mínima de aposentadoria.

Mas os líderes desses governos não tiveram vida fácil. Nunca, em lugar nenhum, se viu uma passeata de jovens gritando "65 anos já!". Sim, de jovens, porque são eles os mais interessados em evitar uma quebra futura do sistema. Mas todo mundo já viu manifestação de aposentados ou quase aposentados contra qualquer mudança.

Por que os mais jovens não se manifestam? Em parte, porque não pensam no problema. Isso está tão longe.

É uma atitude bem forte por aqui. Dados e pesquisas mostram que o brasileiro médio demora muito tempo para começar a se preocupar com poupança e aposentadoria.

Mas também é universal. No Reino Unido, por exemplo, muitos jovens, favoráveis à permanência na União Europeia, não se animaram a votar. Agora, estão arrependidos, foram às ruas tentar melar a consulta popular, mas já era. Por um bom tempo.

Em muitos países, as sociedades simplesmente não conseguiram fazer reforma alguma. Grécia, por exemplo, com consequências dramáticas. Os aposentados ficaram algum tempo sem receber e, depois, passaram a receber pensões reduzidas. País mais pobre, o dinheiro simplesmente acabou.

A França está no clube dos ricos. Produz bastante riqueza, mas sua capacidade de crescer é cada vez menor, e sua competitividade global cai. É lógico: no clube dos desenvolvidos grandes, os franceses trabalham menos horas por semana, se aposentam com idade menor e ganham mais. Também tiram férias mais longas.

Os presidentes eleitos pela direita prometem reformas e acabam desistindo diante das violentas manifestações. Os de esquerda ganham dizendo que não precisa mudar nada ?" ou porque acreditam nisso ou porque simplesmente mentem. Mas todos percebem que têm de fazer ?" como entendeu o atual presidente François Hollande ?", apresentam umas reformas meio aguadas e também acabam sucumbindo nas ruas.

Já governos que conseguem fazer as reformas com frequência perdem as eleições seguintes. Exemplo clássico: Gerhard Schröder, o social-democrata que governou a Alemanha de 1988 a 2005, e implantou reformas previdenciária, trabalhista e no ambiente de negócios. Foram essas mudanças que permitiram à Alemanha retomar competitividade e capacidade de crescimento ?" situação que, entretanto, beneficiou o governo de Angela Merkel, eleita pela oposição 11 anos atrás.

De todo modo, Merkel teve a sabedoria de não reverter as reformas, até avançou em outras. Não é por acaso que a Alemanha está hoje melhor que a França e saiu da crise recente com menos danos.

Tudo considerado, qual o prognóstico para o governo Temer? Fará as necessárias reformas para estancar a sangria do déficit das contas públicas?

A dificuldade óbvia é que não foi eleito para isso. Mas há possibilidades. Uma, a melhor coisa que pode acontecer a ele é encerrar a carreira entregando um país melhor em 2018. Não precisa buscar outros mandatos. A segunda vantagem, digamos, é o estado de necessidade em que se encontram as finanças públicas. Em diversos estados, os governos têm que escolher entre pagar ao pessoal ou comprar gasolina para as ambulâncias e carros da polícia.

Isso é uma antecipação do que pode acontecer com o governo federal. Este tem a prerrogativa de emitir dinheiro, de modo que, antes de quebrar, ainda pode destruir as finanças de todo o país gerando uma baita inflação.

As sociedades são como as pessoas, mudam por virtude ou por necessidade. Mas, mesmo na necessidade, é preciso que o governo tenha ideias claras e avance reto. Pregar austeridade para a maioria e salvar vantagens de alguns - isso não pode dar certo.
Herculano
01/07/2016 07:34
PESQUISA

Hoje sai uma pesquisa do Ibope e que vai mostrar como os políticos estão enxergando o presidente em exercício Michel Temer, PMDB, a presidente afastada, Dilma Vana Rousseff e outras coisas mais relevantes
Herculano
01/07/2016 07:30
HORA EXTRA. A POLÍCIA FEDERAL A EXEMPLO DE ONTEM, HOJE ESTÁ NAS RUAS PRENDENDO CORRUPTOS. A JBS ESTÁ NO ALVO DESTA OPERAÇÃO

Conteúdo do Uol (Folha de S. Paulo), Bandnews e Globonews. Polícia Federal realiza uma operação na manhã desta sexta-feira (1) em ao menos três Estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco - e no Distrito Federal.

Segundo o BandNews TV, o doleiro Lúcio Bolonha Funaro foi preso em São Paulo. Segundo investigadores da Operação Lava Jato, ele é ligado a Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara dos Deputados.

Essa operação da Lava Jato é baseada em delação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa, indicado por Cunha, de acordo com a GloboNews.

Na negociação para uma delação premiada, Cleto confirmou a existência de pagamentos de propina ao presidente afastado da Câmara em troca da liberação de verbas do fundo de investimentos do FGTS.

Carros da Polícia Federal foram vistos na sede da JBS, na manhã desta sexta, em São Paulo. Segundo a "Folha de S.Paulo", a empresa é um dos alvos da operação de hoje.

Em Recife, no Rio de Janeiro e em Brasília, os mandados são de busca e apreensão.

As decisões para essa operação foram tomadas pelo ministro Teori Zavascki, responsável pela Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal).
Herculano
01/07/2016 07:23
OS POLÍTICOS ZOMBAM TODOS OS DIAS DE N?"S. VEJA O QUE ACONTECEU EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ. EX-MODELO ASSUME A DIREÇÃO DA SECRETARIA DE OBRAS.BELEZURA. EM GASPAR TEM GENTE NA DIREÇÃO DA DITRAN QUE NÃO DIRIGE, PROFESSORA DE GINÁSTICA QUE ESTÁ NA DEFESA CIVIL... A LISTA É GRANDE. É POR ISSO QUE NADA FUNCIONA A FAVOR DA COMUNIDADE QUE PAGA TUDO ISSO

Conteúdo do jornal "Página 3". O prefeito Edson [Dias] Piriquito [PMDB] nomeou coordenadora da Regional Sul da Secretaria de Obras a ex-modelo Christiane Costa, conhecida como Christiane Buterffly, fato que levou um leitor a entrar em contato com o Página 3 questionando qual a experiência da moça para exercer a função.

No Facebook de Christiane não há nenhuma pista do seu conhecimento sobre obras, ela atua ou atuava no ramo dos produtos naturais.

Nessa semana a ex-modelo escreveu que tem 20 borboletas tatuadas pelo corpo; dificilmente fica bêbada; é viciada em cirurgias plásticas; ama as baladas; foi bailarina do Criança Esperança; fez fotografias para as revistas Sexy e Playboy; é de Brasília e gosta de ficar nua o dia todo.

Descontraída, a nova diretora da Secretaria de Obras explica que sua bunda não é de silicone e revela o sonho de casar e ser mãe de gêmeos.

Consultada, a administração municipal não soube dizer quem indicou Christiane para exercer este cargo técnico de diretora da secretaria. "Deve ter vindo lá por cima" disse um funcionário.
Herculano
01/07/2016 07:06
VALA FISCAL, por Renato Andrade, para o jornal Folha de S. Paulo

A chance, ainda que remota, da volta de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto provoca paúra em muita gente no mercado financeiro e no Congresso Nacional.

Esse pavor parece ser a única explicação para a benevolência da turma com as medidas patrocinadas até o momento pelo governo Temer, que irão garantir mais alguns bilhões de gastos neste e nos próximos anos.

Imaginem qual seria a reação de agentes financeiros e políticos de oposição se a petista tivesse anunciado, enquanto estava sentada na cadeira de mandatária, que em vez de fechar o ano com alguns bilhões em caixa para segurar o avanço da dívida, teria um déficit de R$ 170 bilhões, seguido de outro rombo da mesma magnitude em 2017?

Tudo isso temperado com reajustes robustos nos salários de servidores e nos benefícios do Bolsa Família.

A chiadeira seria maior do que o barulho das panelas que animaram as varandas do país meses atrás.

Mas, como as medidas estão saindo do forno do novo governo ou recebendo apoio explícito dos atuais ocupantes do Planalto, muito pouca gente tem aparecido para reclamar.

Ainda assim, Temer está incomodado com as poucas contestações que ouviu. Nesta quinta-feira (30), o interino colocou três ministros para rebater o que ele considera um equívoco: dizer que a austeridade vendida em maio não é tão austera assim.

A defesa é simples. Os reajustes aprovados até agora estão em linha com o Orçamento e vão caber dentro da meta fiscal definida, mesmo o aumento do Bolsa Família, maior até do que o prometido por Dilma.

Esqueceram de dizer uma coisa: Tudo vai caber na conta de 2016 porque o rombo previsto é grandioso.

Quando Temer anunciou a nova meta fiscal, sua equipe fez questão de frisar que estava mostrando um retrato fiel do descalabro encontrado. A responsabilidade pelo buraco foi toda jogada nas contas de Dilma. Parte dessa vala, entretanto, não foi cavada pela petista.
Herculano
01/07/2016 07:03
CUNHA RENUNCIARÁ PARA DRIBLAR O PLENÁRIO DO STF, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vai renunciar à presidência da Câmara porque sua estratégia é escapar de julgamento no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), onde já se considera condenado. Sessões do plenário são transmitidas pela TV e Cunha avalia que ministros podem ser pressionados pelo "clamor das ruas". Como deputado comum, seu caso vai para a 2ª Turma, onde sessões não são transmitidas pela TV.

COMPOSIÇÃO
A 2ª Turma do STF, presidida por Gilmar Mendes, tem também os ministros Dias Toffoli, Celso de Mello, Cármen Lúcia e Teori Zavascki.

UM AMIGO LÁ
Outro fator para a renúncia é que Cunha quer influenciar na escolha do sucessor-tampão, que presidirá a votação de sua eventual cassação.

A FILA ANDA
Confirmada a renúncia de Cunha, só Renan Calheiros, presidente do Senado, deverá enfrentar julgamentos no plenário do STF.

MANDATO-TAMPÃO
Após a renúncia, um presidente-tampão será eleito no prazo de cinco sessões para cumprir o restante do mandato de Cunha, até fevereiro.

DECISÃO DE TOFFOLI GERA POLÊMICA ENTRE JURISTAS
Provocou polêmica entre juristas a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de soltar Paulo Bernardo, ex-ministro dos governos Lula e Dilma acusado de envolvimento na ladroagem investigada na Operação Custo Brasil. Há juristas que consideram que houve "supressão de instâncias", na medida em que o recurso contra a prisão deveria ser julgado primeiro pelo Tribunal Regional Federal e depois pelo Superior Tribunal de Justiça, antes de chegar ao STF.

CASO ATÍPICO
Advogado, Eduardo Mendonça achou atípico, mas não ilegal, que Toffoli tenha decidido mesmo reconhecendo ser o caso de 1ª instância.

CAMINHO LONGO
Outro advogado, Luís Olímpio Ferraz Melo, lembra que, negado pelo TRF, só com nova negativa do STJ é que o recurso iria para o STF.

ILEGALIDADE
O ministro Dias Toffoli decidiu pela soltura de Paulo Bernardo por ter sido provocado e reconheceu "flagrante ilegalidade na prisão".

ANSIEDADE
Intriga os meios jurídicos de Brasília a demora da Procuradoria Geral da República (PGR) no envio ao STF do acordo de leniência da OAS, empreiteira enrolada em dez de cada dez escândalos de corrupção.

S?" NO BRASIL
País curioso, o Brasil, onde um condenado a 41 anos de prisão, como é o caso do bicheiro Carlinhos Cachoeira, continuava livre, leve e solto até ser novamente preso na Operação Saqueador, da Polícia Federal.

CENTRÃO COM ROSSO
O "centrão", grupo de 200 deputados, tenta salvar o mandato do deputado Eduardo Cunha, apostando na eleição do novato Rogério Rosso (PSD-DF) presidente-tampão da Câmara. Desde que se comprometa em enterrar o processo de cassação de Cunha.

OUTRO LADO
"Eu era feliz na oposição e não sabia", brinca o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ministro Geddel (Governo). Para ele, as articulações demandam muito tempo e exigem bastante esforço.

CLIENTELA ROUBADA
Após acionar o Uber, clientes de Brasília têm sido surpreendidos com a chegada de táxi. O taxista se identifica com o mesmo nome indicado no aplicativo, quando da chamada, e alega que o carro original "quebrou".

LEILÃO
O deputado JHC (PSB-AL) faz um sorteio curioso para cidadãos interessados em participar de visita de cinco dias à Câmara. Basta curtir sua página e, claro, indicar mais quatro amigos.

CHICO LEITE 2018
Integrante da executiva nacional do Rede Sustentabilidade, o deputado Chico Leite já aparece como forte candidato ao governo do DF, onde Marina Silva, líder do partido, é sempre a mais votada para presidente.

COBRANÇA FISIOL?"GICA
Os aliados de Michel Temer investem contra atrasos nas nomeações de apadrinhados. "As nomeações não estão andando. Há bastante cobrança da turma fisiologista", afirma Jerônimo Goergen (PP-RS).

MISTÉRIO FEDERAL
O que fez sorrir o bicheiro Carlinhos Cachoeira dentro da viatura da Polícia Federal que o levou em cana?
Herculano
01/07/2016 06:56
O GATO QUÂNTICO DE GASPARI, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo

Aos 54 anos, cheguei à idade em que cobro dos interlocutores a objetividade necessária. Com mais tempo pela frente, talvez eu condescendesse com imprecisões. Mas tenho pressa, não minto. E deixo claro: recomendo aos jovens que não tolerem feitiçarias intelectuais. É perda de tempo.

Nesta semana, três doutores, cada um em seu ofício, convocaram em mim o apreciador da matemática e da física, as disciplinas das quais fui monitor no ensino médio, que se chamava "colégio". Sempre que alguém começa a passear pela metafísica, eu protejo a minha carteira existencial.

Elio Gaspari, uma espécie de decano moral do jornalismo - de tal sorte o é que eu, elogiosamente, o apelidei cá comigo de "aiatoélio" -, escreveu uma coluna (http://goo.gl/x2Iafj) nesta Folha intitulada "Há golpe". No muito antigamente, uma das disciplinas próximas da matemática era a gramática. Reaproximo-as.

Um tantinho de filosofia da linguagem a partir da análise sintática.

Gaspari não escreveu "impeachment é golpe", circunstância em que haveria um sujeito ("impeachment"), um verbo de ligação ou cópula, como era chamado ("é"), e um predicativo do sujeito ("golpe"), com um substantivo fazendo as vezes de adjetivo ("derivação imprópria"). Se alguém diz que "impeachment é golpe", elimina circunstâncias e história e se fixa numa imanência. Nesse caso, o impeachment carrega a sua qualidade ou estado.

Como Gaspari não é burro - ou "aiatoélio" não seria-, ele optou pelo "há golpe". Sua coluna, de fato, nega que o impedimento carregue em si a imanência inconstitucional e ilegal. Ele reconhece que, ainda que Dilma não pudesse responder pelas pedaladas (e a perícia não entrou nesse mérito), bastaria a edição dos decretos de créditos suplementares, sem autorização do Congresso, para caracterizar o crime de responsabilidade.

O autor, então, driblou imanências e escolheu a fórmula "há golpe". Ah, que mal fizeram os "modernos" aos brasileiros, né?, ao eliminar o ensino da gramática em benefício da "interpretação de texto", que é o doutor Thomás Turbando da linguagem.

O "há" de Gaspari é verbo transitivo direto; "golpe" é objeto direto, e essa é uma Oração Sem Sujeito - ou de sujeito inexistente. Por isso, se eu perguntar ao autor quem deu o golpe, ele não conseguirá me dizer. Se eu quiser passar a oração para a voz passiva, não tenho como porque, inexistindo sujeito na voz ativa, não há agente da voz passiva. Gaspari optou por uma fórmula gramatical que o exime de dizer aos brasileiros quem golpeou quem.

Como ele nega, em sua coluna, a fórmula "impeachment é golpe", mas diz que "há golpe", estamos diante do "Gato de Schrödinger" da política, que pode ser chamado de "Gato de Gaspari": há uma realidade que, não sendo golpe, porque isso ensejaria um sujeito, existe, no entanto, como objeto direto de um verbo sem sujeito. É o golpe quântico!

Não é Reinado Azevedo quem cobra uma resposta do autor. É a gramática. Ancestral como os primeiros grunhidos.

Os outros dois que provocaram as minhas virtudes matemáticas, físicas e nunca metafísicas foram Rodrigo Janot e Roberto Barroso. Ficam para outras colunas. Lá se foram os meus caracteres todos. Eu me apaixonei pelo Gato Quântico de Gaspari. Aquele que, embora não sendo, há.
Herculano
01/07/2016 06:49
QUERO UM DÉFICIT PARA CHAMAR DE MEU, por Rodolfo Amstalden, para O Antagonista

Temer tenta emplacar seu parlamentarismo de facto, com déficits bilionários, tolerados pela Fazenda de notáveis.

De minha parte, preferia fazendeiros intransigentes, desconhecidos - e fazedores de superávit.

Como parlamentares não pagam dívidas, nós é que vamos pagar o mandato de Temer até 2018, como de praxe.

Por isso é que as melhores novidades econômicas continuam vindo dos cadernos policiais.

A ridícula aplicação da Lei Rouanet rodava tranquila há tempos, bem embaixo dos narizes da nação, e nada.

Toda Inkjet I tem Inkjet II.

Quadrilhas falsificando origem de dinheiro, escrituras de apartamentos e sítios e termos de posse - alguma novidade?

Dilma prometeu e deixou 20 mil obras inacabadas, ao alcance do seu nariz.

Não é segredo, você anda na rua, vê.

De novo, nada acontecia.

Por meia dúzia de acontecimentos, eu não me importaria em pagar R$ 150 bi de déficit em 2017.

Eu me endividaria para ter um STF que não solta bandidos, uma lei séria para estatais, 100% de estrangeiros nas aéreas, teto de gastos, idade mínima para aposentar.

Topo fácil.

Toparia quitar carnês para sempre, com juros de 14,25% ao ano e correção monetária de 7,00%.

No momento, porém, estou apenas mergulhado em dívidas, sem retorno pelos meus investimentos.

Narigudo que sou, isso cheira mal.
Herculano
01/07/2016 06:46
JOGO DE SOMBRAS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Enquanto se prolongam no Senado as etapas do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), e o ímpeto para a realização de protestos parece restringir-se a pequenos grupos, o governo de Michel Temer (PMDB) dá mostras de acomodação.

A sequência de ministros afastados por envolvimento em investigações criminais já não é tão frenética. No plano econômico, os sinais de moderado otimismo nos mercados encorajam as projeções das autoridades e os esforços do Planalto em libertar-se das amarras de uma austeridade extrema.

O aumento no Bolsa Família, a renegociação das dívidas estaduais e a liberação de verbas para a Olimpíada se inscrevem nessa estratégia, em que a procura de popularidade e de apoio parlamentar se impõem a quem ocupa o cargo de presidente de modo interino.

Daí o tecido de ambiguidades em que Temer se enreda.

Assegura-se a continuidade da Lava Jato, que ameaça membros do primeiro escalão governamental. Estabelece-se um compromisso com o saneamento financeiro do Estado, enquanto aumentos para o funcionalismo são aprovados.

Apoiam-se leis e projetos ?"como a que regula a organização das empresas estatais?", admitindo-se que recuos serão inevitáveis com relação ao inicialmente pretendido.

O jogo de nuances e de sombras talvez seja em parte inevitável, de uma ótica política realista.

Um episódio nada inevitável, contudo, assinala com especial simbologia as limitações e riscos presentes nesse sinuoso percurso.

Sem constar da agenda oficial, deu-se na noite de domingo (26) um encontro entre Temer e o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A carga de suspeitas, acusações e processos a pesar sobre o parlamentar peemedebista transformou-o, justificadamente, no exemplo por excelência do que há de mais condenável nas práticas políticas brasileiras ?"e apenas isso já bastaria para que dele Temer mantivesse segura distância.

Para piorar, a reunião se reveste com o manto do segredo. Qual o teor das conversações entre o chefe do Executivo e o réu do STF? Não se sabe, embora a ninguém escape que Cunha tem feito gestões para salvar seu mandato na Câmara.

Depois de revelado pela imprensa, o encontro mereceu nota oficial da Presidência, que já não tinha como negá-lo. Bem a seu estilo, Cunha insistiu na versão de que a notícia era inverídica.

Impõe-se, sem dúvida, resolver o problema da sucessão na presidência da Câmara. É necessário refundar as bases de apoio ao Executivo. A lamentar, entretanto, que as prioridades republicanas se curvem ao hábito da penumbra, do conchavo, do que mal se confessa.

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