30/11/2010
Voltei
Ausente quase 50 dias da região e das notícias daqui. A dúvida, a incompetência e a vergonha, todavia, continuam. Esta do Hospital de Gaspar é uma delas. Voltarei, com tudo. A minha caixa de e.mail está repleta de mensagens denunciando essas barbaridades (com provas). Acorda, Gaspar.
Pescador
História de pescador (ou pecador)? Não sei. Hum, ai tem! Um prefeito foi ao Centro Oeste pescar. ?Descansar?. Cerveja vai. Cerveja vem. Conversa mole. Vantagens. Aos amigos o dito cujo confessou. ?No primeiro mandato fui burro. No segundo, vou resolver a minha vida?. Entenderam? Sugiro colocar áudio e vídeo do celular indiscreto no YouTube. Tudo se esclarece.
Rio I?
A semana foi de espetáculo nas tevês. Emoção. Hipocrisia. Memória curta. As forças de segurança do Rio de Janeiro (com ajuda das Forças Federais) ?retomaram?os territórios dos narcotraficantes para os cidadãos e cidadãs. Como? Mas, quem entregou esse território para os bandidos? Os políticos. Os políticos? Sim. Pior. Com a nossa conivência, a nossa omissão (principalmente) e com o nosso voto. Vergonha.
Rio II?
Mas isto é no Rio de Janeiro? É. Todavia, não se enganem. Em Gaspar há problemas iguais (outros municípios também os têm, é verdade). Políticos iguais. Omissão igual. Mentiras. Discursos falsos. Afronta à Lei pelas próprias autoridades que deveriam exigi-la para favorecer amigos, companheiros, familiares. Marinha, Santa Terezinha, Vila Nova e outros estão ai e não nos desmentem. Revejam os noticiários. Falem com as polícias Militar e Civil daqui. Olhem a estatística. Entrem nessas comunidades e se surpreenda. Os políticos usam os pobres para fazer concessão, confusão, fechar o olho para a Lei, manobrar, enganar, oprimir, ameaçar, permitir o terror, prometer o que não podem entregar e até comprar votos. Eleitos os deixam abandonados. À própria sorte ou sob a mira dos bandidos. E ainda querem calar a imprensa, colunistas... Entenderam? Vergonha.
Rio III?
A omissão das autoridades e a esperteza dos políticos (e outros interessados) incubaram o ovo da serpente. A comunidade ficou fragilizada, subjugada, usada e perdeu todos os direitos (e liberdade) constitucionais para os bandidos de toda sorte. E no Rio de Janeiro como começou isto? Com Leonel Brizola, PDT, no primeiro mandato de 1983/87 de governador. Fez um pacto com bicheiros. E tudo se descontrolou. O discurso era o de devolver os direitos humanos aos favelados. Falso. Tudo para se eleger, chegar ao poder, ter dinheiro bandido nas campanhas, não ser incomodado, desmoralizar a polícia e as políticas de segurança. Então vieram as facções, a corrupção policial, a tolerância, os acordos com os bandidos, o poder dos traficantes e o domínio do estado paralelo sobre os fracos com a anuência dos fortes, da imprensa (?) e o silêncio (criminoso ou do medo) dos cidadãos e cidadãs. Vergonha.
Rio IV?
Retomar território dos traficantes (sim, porque o tráfico não se elimina nem aqui e alhures) para a comunidade e cidadãos e cidadãs? Menos mal. A custo de vidas, sofrimento, terror, miséria da população sitiada, imagem de fragilidade do estado, cara despesa absorvendo os pesados tributos de todos nós, palavras fúteis e falso heroísmo com rendimento político partidário na promoção do espetáculo (da audiência). Entretanto, nada disso valerá (a não ser pirotecnia política e de comunicação), se o estado não retomar verdadeiramente estas áreas pela cidadania estruturada como teto decente, respeito, urbanização, saúde, limpeza, educação, lazer, assistência social, cultura, creches, água, esgoto etc. Esta vergonha tem ensinamentos, inclusive para Gaspar e para os nossos políticos incompetentes, marotos e pilantras. Chega de espetáculos, mentiras e o uso dos pobres para se chegar ao poder e abandoná-los quando eleito. Os impostos devem ser usados para uma sociedade justa, livre e consciente da sua capacidade transformadora prosperar. Chega de cabresto. Acorda, Gaspar.
Vozes
Assisti o ?Roda Viva?, da TV Cultura, com Roberto Freire, presidente PPS. Recomendo-o. Consciente, pena que tarde. Coisa de político. Outra voz que ouço e assisto é a do pastor Silas Malafaia. Foi ele quem abalou o primeiro turno e o início do segundo turno. Foi ele quem fez a presidente eleita, quando candidata, Dilma Vanna Rousseff, ajoelhar-se perante os evangélicos. Ambos têm posicionamentos. Concordo com um. Discordo d?outro. Entretanto, respeito (e muito) ambos.
Deboche I
Manchete do ?Jornal de Santa Catarina? de sábado, 27: ?Só oito guardas para o maior nó do trânsito?. Falsa. Quando é que o Santa viu os guardas de Gaspar dar solução ao nosso trânsito? Mesmo que eles quisessem, não poderiam. Faltam acessos. O ?Santa? está ausente de Gaspar e quando aparece, defende que fique ao ?Deus Dará? a ponte que ameaça cair, colocando em risco vidas. A reportagem tem um tom de deboche e tenta ridicularizar o Ministério Público e o Juízo que resolveram proteger os cidadãos e as cidadãs da incúria pública e dos políticos.
Deboche II
Exagero? A própria Defesa Civil de Gaspar produziu um laudo (que a prefeitura escondeu num primeiro instante, e num segundo, ignorou, mas que eu o publiquei com exclusividade) onde ela própria reconhece que a ponte está doente e perigosa para o tráfego sobre ela. Pior, nada se fez para remediar, a não ser colocar num pilar um calço de madeira para ela balançar menos. Lembram? Ademais, fica claro na reportagem que o chororô de Gaspar é a gula. Com os guardas deslocados para proteger a ponte e as pessoas, perde-se na arrecadação em multas. Nada mais.
Deboche III
Para encerrar. Publico a carta de João Paulo dos Santos, impressa na edição de ontem do mesmo ?Santa?. Ela esclarece esse deboche. ?Pelo amor de Deus, o problema não é o efetivo de policiais. Nem mesmo 300 policiais de trânsito resolveriam este descaso público. Na realidade estamos muito mal assessorados pelos governos estadual e municipais, que nada fazem para solucionar o gargalo que atravanca o progresso de Gaspar e da região?. Acorda, Gaspar.
edição 1251
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