Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

30/06/2015

A VOLTA DA BUNGE I

Sem assunto, desacreditado e ameaçado nos planos de se perpetuar no poder por aqui, o PT de Gaspar mandou anunciar nos mesmos trombones de sempre que dependem das migalhas públicas que se distribui, que a Bunge está voltando a Gaspar. E teve gente que fez o serviço. Mais. Colocou no prefeito Pedro Celso Zuchi os rótulos de vítima e herói. 

A VOLTA DA BUNGE II

A Bunge Alimentos tinha a sede nacional em Gaspar. Esta não volta mais para cá.  E por ter a sede aqui, a Bunge gerava os tributos a partir daqui. Estes não voltam mais. Então de que Zuchi e o PT estão se orgulhando e pedindo que os reconheçam como heróis? O que vai voltar ao velho Centro Administrativo Renato Manoel Peixoto ? o primeiro diretor administrativo da antiga Ceval, nascida aqui? Uma mínima área administrativa de terceiro escalão e que estava junto ao parque industrial. Com ela será incorporada uma área de projetos numa época de recessão. Nada mais. 

A VOLTA DA BUNGE III

E isto ? ?a volta? - faz parte do programa de racionalização em tempo de crise ? crise provocada pela política econômica desastrada do PT para o país - onde as demissões já começaram. O que nossos heróis daqui comemoram e pagam com o dinheiro de todos para propagar? A incapacidade de comprar aquele prédio que se lançaram na propaganda enganosa e na bravata? 

A VOLTA DA BUNGE IV

A requentada ?volta? da Bunge à antiga sede ali no Poço Grande, antes de ser uma conquista para Gaspar, é falsa propaganda do PT. É para esconder outras promessas ainda não cumpridas como a ponte do Vale, o Contorno de Gaspar, a reurbanização da Marinha, das Casinhas de Plástico, a transformação da Arena Multiuso num parque de verdade para o povo e a cidade. Resumindo: é um atestado de fracasso da atual administração que sonhou tomar conta daquele prédio no grito, e que beirou a perseguição e lição ao ?grande capital?. Então do que Zuchi e o PT estão a se orgulhar? 

A VOLTA DA BUNGE V

Este assunto é velho. E está sendo revisitado na coluna, mas quem o ressuscitou foram os políticos e o PT daqui na esperteza contumaz para desmoralizar quem não está submisso aos caprichos e verdades que criam. Eles, vira e mexe, pensam que todos são uns esquecidos, medrosos ou aliados incondicionais. Aliás, este assunto da Bunge nasceu com a Procwork e vendida para a chilena Sonda, hoje sucedida pela francesa Capgemini na Bunge, uma prestadora de serviços administrativos especializados. 

A VOLTA DA BUNGE VI

A Capgemini poderia estar aqui. Está em Blumenau, que ofertou os incentivos fiscais que se cortou ? depois de concedidos de forma propositadamente errônea - e se perseguiu por aqui, por pura asfixia e disputa política partidária do PT visando unicamente ser o poder. Uma vergonha. A atual vice-prefeita, quando vereadora, Mariluci Deschamps Rosa, PT, a pedido da então senadora Ideli Salvatti, contrariando o PT de Zuchi, votou a favor dos incentivos à Procwork. A tese era defendida pela Acig ? quando ela não era um aparelho do PT e era liderada por Samir Buhatem. Depois da votação na Câmara, Mariluci chorou pelo telefonema que recebeu. Então quem é mesmo a favor dos empregos de qualidade por aqui e que foram embora? Acorda, Gaspar! 

img20150628wa0000GG.jpgQuando o poder público se ausenta, patrulha ou persegue, a sociedade se une e dá a resposta. O pessoal da dança foi à luta. E a promoção para arrecadar fundos para a sua atividade, mostrou o que faz com competência (foto) e vendeu perto de dois mil lanches. A melhor resposta ao jogo que sufoca e desqualifica as boas iniciativas daqui. É a Gaspar comunitária acordada. 

TRAPICHE

Contagem regressiva. Em julho recomeçam as obras da ponte do Vale (prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, direto de Brasília).

Quem fez pesquisas de sondagens eleitorais em Gaspar, cuidou para colocar nelas os mesmos nomes para o pleito do ano que vem. Em nenhuma delas estava o da vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, DEM. Normal.

A surpresa apareceu na busca espontânea de nomes. O de Andreia apareceu e surpreendeu os mais céticos. O PT sentiu que ele próprio, ao não respeitá-la, subestimá-la e vitimá-la, é quem chocou o ovo da serpente.  

A ordem agora no partido é a de ignorá-la. É para não mais levantar a bola. Poderá ser tarde. Esta coluna cantou a bola. Será um calo que precisará de tratamento. Na Câmara, Antônio Carlos Dalsochio, o cunhado do prefeito Pedro Celso Zuchi, e o presidente do PT, José Amarildo Rampelotti, estão meio perdidos com então o alvo preferido dos dois. 

Gaspar não tem jeito. Há gente que diz estar à procura de um empresário para ser candidato a prefeito. Isto mostra o quanto todos estão perdidos, sem nomes e confiança dos que estão aí. 

Com a crise que ronda todos os empreendimentos, qual o empresário deixaria o seu negócio num momento tão difícil e que lhe exige mais para superar a desorganização econômica do governo dos sócios PT e PMDB? 

O que apareceu na Câmara? O requerimento 109 do vereador Giovano Borges, PSD. Ele quer saber como está a segunda etapa do sistema de manejo de águas pluviais na Rua Amazonas no bairro Bela Vista. A primeira não terminou, mas se enrolou por quase dois anos. 

Giovano quer saber o que efetivamente vai contemplar essa segunda etapa; se existe projeto básico e executivo e se existe (?) ele quer a cópia deles, apesar de não ser engenheiro. Ele quer saber também se o tal Orçamento Participativo já fez licitação para essa etapa da obra. 

Depois do treinamento de primeiros socorros ? que a prefeitura não queria, mas se realizou pelo voluntarismo dos bombeiros e dos interessados ? para educadores das escolas e CDIs municipais, a vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, DEM, quer ir mais longe na proteção das crianças. 

Na sessão de hoje, a indicação 243 pede que a prefeitura forneça as escolas e CDIs municipais periodicamente kits de primeiros socorros. Andreia, que é professora licenciada, justifica: 

?É preciso realizar o atendimento de forma adequada, evitando improvisos, o que pode agravar ainda mais a situação, e para tanto solicita-se que sejam fornecidos os kits de primeiros socorros e que a reposição dos mesmos possa acontecer com frequência, de acordo com a necessidade?.   

A festa de São Pedro (neste ano, uma das melhores) tinha um ícone: a Banda São Pedro. Não tem mais. Embaralharam as notas. Derrubaram a partitura. Uma pena. É o retrato de como gente do poder quer acabar até com 70 anos de história para prevalecer a sua vontade, leis e punição. Acorda, Gaspar!

 Edição 1700

Comentários

Belchior do Meio
02/07/2015 20:06
Sr. Herculano:

"José Dirceu pede habeas corpus preventivo".
Esse sr. diz "constrangimento ilegal".
Constrangimento ilegal sofre o País com essa PeTralhada vagabunda solta e saqueando a rodo.
Pena de regimento fechado, JÁ!
Juju do Gasparinho
02/07/2015 20:01
Prezado Herculano:

O Antagonista - Agamenon: Dilma Sapiens

"Com essa crise braba, o brasileiro médio (mais ou menos 12 cm.) não tem motivos pra rir. Só uma coisa está provocando gargalhadas e trazendo um pouco de alegria pro povão: as burrices da presidente Dilma Roskoff. Tal e qual um Seu Creysson de esquerda, a stand-up-presidenta já pode ser considerada uma das maiores comediantes do Brasil. Maior que e Regina Casé e a Fabiana Carla. Todo dia a Dilma só abre a boca pra dizer besteira. Ô presidenta difícil!..."

Quem já leu Monteiro Lobato, deve se lembrar da Emília, que sempre
abria a sua "torneirinha de asneiras".
Já a Dilma, vira e mexe abre sua hidroelétrica de tolices ...
Carlos Araújo
02/07/2015 19:18
É pra rir ou pra chorar a situação em Ilhota?? Que dizer a Balsa novamente parada... Quanta competência ein??? Pra quem falava e prometeu tanto... ta "male" as coisas..... E mais uma.... kkk já deu pra ver os papagario de pirata de plantão posando em fotos das pinturinhas de sinalização... kkk convenhamos.. só agora?? Já veio tarde.. e ainda pintar o que ficou pronto é facil neh!! Pinte também os 8km de asfalto por ano que prometeu e não cumpriu....
Juju do Gasparinho
02/07/2015 19:17
Prezado Herculano:

Estadão - "Cunha pisa no pescoço do PT".
Postado às 14:54hs.

Ainda não é o ideal (a votação foi emocionante), já que o texto é mais brando do que deveria ser, mas é um início para restabelecer a ordem e o respeito à vida no Brasil.
Herculano
02/07/2015 18:56
PROMOTORIA TENTA PROVAR A DESNECESSIDADE DA REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL E CONSEGUE FAZER JUSTAMENTE O CONTRÁRIO, por Reinaldo Azevedo, de Veja

No dia em que Deus distribuiu a ração de lógica, os esquerdistas estavam no inferno conspirando contra o céu e não receberam a sua cota. A divulgação de informações supostamente objetivas contra a redução da maioridade penal já começou. O trabalho consiste agora em lotar a imprensa com dados estatísticos que evidenciem a desnecessidade da mudança da Constituição. Como de hábito, para quem fica atento à lógica, as esquerdas argumentam contra as próprias pretensões. Vejamos.

Leio na Folha Online que, segundo relatório da Promotoria da Infância e da Juventude, do Ministério Público de São Paulo, "apenas 2,02% dos jovens apreendidos na capital paulista se enquadrariam na nova lei que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos caso ela fosse sancionada hoje".

Lembro: segundo a proposta aprovada pela Câmara, a redução da maioridade vale para crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte.

Muito bem: um dos argumentos bombásticos das esquerdas na madrugada desta quinta é que a maioridade penal aos 16 provocaria uma verdadeira carnificina, com milhares de adolescentes sendo encarcerados e coisa e tal. Huuummm? Se os dados da Promotoria estiverem certos, então não serão tantos assim, não é? Então o argumento terrorista era mesmo falso.

Mas vejamos agora a coisa por outro ângulo. Informa a Folha: ?O relatório da promotoria foi feito com base em um levantamento com informações de 3.712 processos que tiveram movimentação na Promotoria da Capital entre agosto de 2014 até o fim de abril deste ano. A amostra equivale a 16,87% dos quase 22 mil processos de medidas socioeducativas da capital?.

Então tá. Se tal amostra é significativa, deve-se concluir que 484 casos dos 22 mil são realmente graves, certo? Estamos, então, falando de 484 ocorrências protagonizadas por adolescentes que cometeram uma destas agressões: crime hediondo, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. É pouco? Devemos deixá-los soltos?

Só na amostra da Procuradoria, os homicídios simples e qualificados somam 34 casos - mas sete deles foram praticados por jovens abaixo de 16. Assim, os 27 assassinatos cometidos por jovens de 16 e 17 anos correspondem a 0,73% daquela amostra de 3.712 casos. Aplicada a percentagem a 22 mil, se a amostra for boa, estamos falando de 160 assassinos. Na tal amostra, 0,8% praticou estupro: trata-se de 176 estupradores no grupo dos 22 mil. Ah, sim: quanto aos homicidas abaixo de 16, a ampliação do tempo de internação, que será votada no Senado, dará conta deles.

Se o objetivo da Promotoria da Infância e da Adolescência era provar a desnecessidade da nova lei, conseguiu fazer exatamente o contrário. E que se note: tal levantamento diz respeito apenas à cidade de São Paulo, que concentra apenas 6% da população brasileira.

A redução da maioridade penal e a ampliação do tempo de internação vêm para meter na cadeia esse exército de assassinos e estupradores.
Herculano
02/07/2015 18:49
LULA BATE EM MERCADANTE, CARDOZO E ROSSETO, por Josias de Souza

Em sua passagem por Brasília, no início da semana, Lula deixou um rastro de críticas a três ministros de Dilma Rousseff. Bateu nos petistas Aloizio Mercadante (Casa Civil), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência). Para Lula, a tróica não está à altura dos desafios que a conjuntura impõe ao governo.

A aversão a Mercadante era conhecida. O adensamento da lista de desafetos revela o grau de insatisfação de Lula com a desenvoltura da PF, subordinada a Cardozo, e com a falta de conexão do governo com os chamados movimentos sociais, atribuição de Rossetto. Submetidos aos comentários de Lula, caciques do PMDB concordaram integralmente com ele.
Herculano
02/07/2015 14:59
O HUMOR DE JOSÉ SIMÃO

E a Grécia? Novo deus grego: Caloteus! E o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, mudou de nome pra Alexis Kissifodas! Rarará!

A Grécia quebrou de tanto quebrar prato! Aí a economia ficou um caco.

E eu sei como a Grécia pode sair da crise: jogar contra o Flamengo! Rarará!

Aí qualquer um sai da crise. Se o Vasco saiu, a Grécia sai.

Outra solução: a Angela Merkel devolver aquele monte de estátuas gregas: sem nariz e com o pau quebrado. Devolve o Pergamon.

Aquele museu lotado de estátua grega que eles roubaram! Todo ingresso vendido no Museu Pergamon devia ir pra Grécia!

Todos os países devolvem as relíquias gregas. Aí a Grécia vende de volta. Vende pro FMI. Rarará!

E sabe o que o primeiro-ministro falou pro FMI? "Não temos dinheiro! Entendeu ou eu tô falando grego?"

E a Angela Merkel continua com aquela cara de ressaca de Oktoberfest!

E como disse aquele amigo meu: "Agora que eles não terminam aquela Acrópole mesmo". Rarará!

E como disse a tuiteira Verineas: "Até demorou pra falir um país onde todo mundo é formado em filosofia". Rarará.
Herculano
02/07/2015 14:54
EDUARDO CUNHA RASGA REGIMENTO INTERNO DA CÂMARA E CONSEGUE APROVAÇÃO DA MAIORIDADE PENAL, por Ricardo Noblat

Continua a valer uma das leis de Ulysses Guimarães, presidente do PMDB durante a ditadura militar de 64, da Câmara dos Deputados e da Assembleia Nacional Constituinte no final dos anos 80.

Diz a lei: "Se você tem maioria no Congresso, só não faz homem virar mulher e mulher virar homem. O resto faz".

No início desta madrugada, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, liderou seus pares na aprovação da proposta de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.

O que poderia ter sido uma sessão normal da Câmara, não foi. Assistiu-se ali a um golpe aplicado pela maioria na minoria. O regimento da Câmara, uma espécie de Constituição dos deputados, acabou rasgado.

O regimento proíbe que se vote matéria já votada. Na véspera, faltou maioria qualificada de votos para aprovar a proposta. Ela deveria ter sido arquivada, pois. Mas Eduardo usou de um truque para votá-la outra vez.

Retirou da proposta original dois ou três itens e, amenizando-a, conseguiu maioria para aprová-la. Foi um ato de força, sujo, de autoria de uma personalidade claramente autoritária.

Não foi a primeira vez que Eduardo procedeu assim. A oposição anunciou que baterá às portas do Supremo Tribunal Federal para anular o que aconteceu.

Eduardo é produto de uma segunda lei de Ulysses. Quando se comentava com ele a baixa qualidade dos congressistas de sua época, Ulysses respondia: "É porque vocês ainda não conhecem o próximo Congresso".

De fato, a degradação do Congresso só tem feito aumentar desde então. Coincide com pelo menos duas coisas: o quase desaparecimento do voto de opinião e a crescente importância do poder econômico nas eleições.

O voto de opinião tinha a ver com uma política travada em torno de ideologias ou movida a ideologias. Isso praticamente acabou. Hoje, só ganha eleição quem dispõe de muito dinheiro.

Nem todo endinheirado se elege. Mas alguém com pouco dinheiro raramente se elege. Ulysses se elegia. Seus amigos se cotizavam para pagar suas modestas campanhas.

Um Congresso monopolizado por grupos de interesses se presta às jogadas mais escabrosas. E obedece a líderes de ocasião como Eduardo, uma vocação extraordinária de ditador.

Eduardo impôs à Câmara uma pauta conservadora. E aproveita a fraqueza do governo da presidente Dilma Rousseff para fazer a pauta avançar. A oposição ao governo vai na onda dele.

Por que? Porque acha que vale a pena pagar qualquer preço para livrar o país do PT. Até o preço de se aliar a uma figura como o atual presidente da Câmara. E seguir suas orientações.

A oposição não vê que corre um grave risco: o de ser atropelada às vésperas das eleições de 2018 por alguém igual ou politicamente pior do que Eduardo
Herculano
02/07/2015 14:41
JOSÉ DIRCEU PRESSENTIU QUE PODE VOLTAR PARA A CADEIA E POR ISSO PEDIU HABEAS CORPUS PREVENTIVO

Conteúdo do jornal O Globo, sucursal de São Paulo. Advogados do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu entraram, na manhã quinta-feira, com um habeas corpus preventivo para que ele não seja preso na Operação Lava-Jato. A petição foi apresentada ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre.

A informação foi confirmada pela assessoria de Dirceu. Alegando que o petista está na "iminência de sofrer constrangimento ilegal", a defesa do ex-ministro - liderada pelo advogado Roberto Podval - pede que o tribunal conceda "ordem de habeas corpus, evitando-se o constrangimento ilegal e reconhecendo o direito do paciente de permanecer em liberdade".

Na petição, de 40 páginas, eles afirmam que Dirceu, investigado por receber dinheiro de empreiteiras envolvidas na operação Lava-Jato, atendeu, por meio de sua consultoria, a mais de "60 clientes de 20 setores diferentes da economia, como indústrias de bens de consumo, telecomunicações, comércio exterior, logística, tecnologia da informação, comunicações e construção civil".

Afirmam ainda que Dirceu foi surpreendido por saber, por meio da imprensa, que seu nome "havia sido enredado na assim denominada Operação Lava-Jato". Alegam que o ex-ministro colaborou com informações nas investigações e que sempre esteve à disposição para prestar depoimento. Argumentam ainda que Dirceu não apresenta risco de fuga porque cumpre prisão domiciliar em Brasília devido à condenação por seu envolvimento no mensalão.

A situação de Dirceu se complicou após a prisão do empresário Milton Pascowitch, que fechou nesta semana um acordo de delação premiada com a Justiça Federal. Preso desde 21 de maio, ele se tornou o 19º investigado pela Operação Lava-Jato a concordar em contar o que sabe sobre esquemas de corrupção na Petrobras que envolviam pagamento de propina a políticos e fraudes a licitações.

Pascowitch é apontado pelos investigadores como o operador de propinas da construtora Engevix, além de ser próximo a políticos do PT. A empresa dele, a Jamp Engenheiros Associados, pagou R$ 1,45 milhão à JD Consultoria, do ex-ministro José Dirceu, entre 2011 e 2012. Em maio, quando o repasse foi divulgado, a assessoria de imprensa de Dirceu declarou que o contrato havia sido assinado com o objetivo de negócios para a Engevix no exterior.

Em delação, Pascowitch disse que o dinheiro pago a Dirceu vinha de propina. A informação foi divulgada nesta semana. Na petição do habeas corpus, os advogados do ex-ministros fazem um histórico para mostrar que, ao longo da Lava-Jato, após a divulgação de depoimentos os citados acabam tendo a prisão decretada dias depois.
Herculano
02/07/2015 11:57
da série: governos irresponsáveis, passageiros e populistas, usa a democracia e deixam legados onde só o povo na hora da verdade é quem paga com a própria carne e sofrimento

GRÉCIA, O COLAPSO, por Vinicius Torres Freire para o jornal Folha de S. Paulo.

Não importa o que aconteça na política, sistema de pagamentos no país está fora do ar

O QUE FAZER quando os pagamentos de uma economia são congelados, ou quase isso? Colapso.

Seja lá o que aconteça na Grécia a partir de domingo, a paralisia do sistema de pagamentos é o fato mais incontornável e objetivo nesse pantanal de reviravoltas e atoleiro de teimosias políticas desvairadas que se tornou a crise grega.

A paralisia apenas terá solução se o buraco nos bancos, atual e futuro, for tapado. O rombo apenas será tapado com dinheiro do Banco Central Europeu, com uma inflação de dracmas ou com o confisco de depósitos e créditos contra os bancos.

A primeira opção deve exigir a queda do governo de esquerda grego. A segunda significa a saída do euro. A terceira, alguma mistura das duas primeiras, mas de modo ainda mais caótico, em clima de confronto doméstico grave e imediato.

Os bancos gregos estão fechados. Ocioso dizer que não se trata meramente de agências com portas fechadas. Não há transações além do saque de ? 60 por cabeça, por dia, enquanto houver papel-moeda, aliás, enquanto houver dinheiro.

O problema maior, no entanto, é reabrir os bancos, os negócios, transações, transferências de dinheiro. Apenas em um conto de fadas os gregos não vão sacar desesperadamente ou remeter para fora os últimos euros da Grécia assim que os bancos reabrirem, sem mais. Se por mais não fosse, se não bastasse o medo do caos próximo, o governo grego mentiu na semana passada ao dizer que não haveria controle de capitais e fechamento do sistema financeiro.

Logo, caso abertos sem mais, os bancos podem sangrar até a morte, com o que os haveres financeiros gregos evaporariam. Mesmo nesse ambiente de demência, não é possível acreditar nisso, que o governo grego mesmo de saída vá explodir uma bomba atômica ao apagar a luz.

O Syriza desde ontem voltou a pregar o "não" às negociações aliás mortas com os credores. No caso de vitória do "não" no plebiscito, o governo do Syriza faz o quê? Blefa, esperando que o Banco Central Europeu sustente ainda seus bancos? Mantém os bancos fechados, com o que o garrote financeiro continua a matar a economia, aos poucos? Prepara a saída do euro?

O establishment político da eurozona disse ontem quase em uníssono que não negocia nada até o referendo e a depender do resultado do plebiscito. Por que o BCE, ainda mais linha dura, seguraria a peteca da banca grega?

Ainda que vença o "sim", o Syriza estaria sem credibilidade para negociar coisa alguma. De qualquer modo, o establishment europeu quer arrancar o couro do Syriza. Nesse impasse, Syriza no poder e negociação no mínimo longa pela frente, quem sustenta os bancos, talvez mesmo o governo grego, aparentemente na pindaíba final?

Caso caia o governo do Syriza, ainda assim não será simples encontrar um arranjo legal de emergência. Claro que, havendo chancela política, certas coisas se arranjam, no limite, como se viu pela atitude dos líderes da eurozona desde 2010, quando tomaram atitudes digamos extraordinárias a fim de evitar tumultos no mercado financeiro e nos bancos europeus, ainda pendurados na Grécia antes de serem agraciados com a socialização do problema.

O Syriza queimou pontes e navios. Pode se jogar ao mar. O sistema financeiro grego e os gregos, não.
Luiz orlando Poli
02/07/2015 10:47
Segundo alguns analistas econômicos tempos atrás previam as dificuldades econômicas que a Grécia passaria face a sua infeliz decisão de aceitar bancar as olimpíadas de 2004. Suécia país que está fechando presídios por falta de apenados , muito provavelmente por ter optado em investir em escolas em tempo integral de qualidade, quando recentemente seu primeiro ministro foi convidado pra sediar o evento de 2020 respondeu : " Temos outras prioridades" . Aqui a copa das copas dos 7x1 e o ano que vem as olimpíadas . O preço dessa decisão ? esse que estamos pagando . A conta bateu nas portas de nossas casas .
Herculano
02/07/2015 09:22
PODERES EM CONFLITO, por Merval Pereira para o jornal O Globo

Ninguém sabe aonde isso vai dar, mas há um sentimento de regozijo entre os políticos fora do PT com o protagonismo que o Congresso vem assumindo, mesmo que algumas medidas aprovadas possam significar prejuízos ao orçamento público, como o aumento dos servidores do Judiciário.

Esse aumento, aliás, também é consequência do papel ampliado que vem exercendo o Judiciário, em especial o Supremo Tribunal Federal. O presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça, Ricardo Lewandowski, foi um ativo lobista a favor desses aumentos, que devem ser seguidos pela aprovação de reajustes na mesma proporção para os servidores do Ministério Público.

No centro dessas decisões está o Congresso, que cada vez mais assume o controle da agenda política do país, no que é classificado como "uma experiência extremamente rica" em avaliação da cúpula do PMDB, neste momento com papel ambíguo a desempenhar.

Ao mesmo tempo em que o vice Michel Temer é o responsável pela coordenação política do governo, os presidentes de Câmara e Senado são os responsáveis pelo estouro do Orçamento, prejudicando o ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, cuja aprovação é a principal responsabilidade de Temer.

Na avaliação política da situação, os peemedebistas entendem que as consequências de curto prazo de certos exageros nas votações no Congresso poderão até ser contidas, na medida em que a presidente vete alguma dessas propostas, dê nova configuração a outras. "Mas é preciso ter autoridade para isso", ressaltam.

E quem acompanhou a votação do aumento dos servidores do Judiciário certamente anotou que o provável veto da presidente Dilma, prenunciado pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e confirmado pela própria em declaração ainda nos Estados Unidos, já estava nas contas do rebelado Senado.

Não foram poucos os senadores que já convocavam reação ao veto presidencial, para derrubá-lo no plenário. O senador Cristovam Buarque disse que, ao se deparar com o placar eletrônico marcando 62 votos a favor e nenhum contra, já que nem mesmo o PT teve coragem de anunciar um voto contrário à medida e liberou seus senadores, percebeu que aquele era o sinal mais claro do fim da hegemonia do PT.

O governo manobrou para adiar a decisão, na tentativa de usar os argumentos de sempre para "convencer" senadores a reprovar o aumento, que é realmente abusivo. Ainda mais neste momento de crise. Cristovam lembra que o PT sempre atuou como rolo compressor no Congresso, sem se importar com a minoria.

Hoje, não tem mais condição de segurar nem sua bancada no Senado, e nem os senadores mais alinhados ao Planalto, como Lindbergh Farias, que procurou um microfone para dizer que votaria a favor dos aumentos. Não foi possível, pois o voto simbólico de liderança foi o bastante para aprovar, sem que nenhum senador se dispusesse a checar a maioria, que era avassaladora.

Desde a ditadura que não temos relação do Legislativo com as outras instituições com tanto protagonismo, tanta autonomia. A ditadura impôs o presidencialismo imperial com o decreto-lei. A medida provisória, do ponto de vista do arcabouço legal, é quase um substitutivo do decreto-lei. Vem sendo mitigada desde Sarney, mas é ferramenta extremamente eficaz para impor a dominação do Executivo.

Ou era, pois, como o Executivo está muito fraco, o Congresso ganhou nova dimensão e hoje tem condições de derrubar vetos presidenciais ou MPs. E, para compensar os desmandos que vêm sendo aprovados no plenário das duas Casas, há medidas econômicas importantes que devem ser aprovadas pelo Congresso, como a mudança da legislação da exploração do petróleo do pré-sal.

Acabar com a obrigatoriedade de a Petrobras participar com pelo menos 30% em todos os campos é fundamental para a economia; a própria Petrobras está torcendo para isso, pois não tem dinheiro para investir.

E o país precisa atrair investimentos nessa área para garantir, inclusive, as empresas que estão na cadeia de produção do petróleo. Por isso os governadores de Rio, ES e SP estão apoiando essa mudança, extremamente favorável para o ambiente de negócios do país.

Essa será, por sinal, uma derrota que até mesmo o Planalto vai receber de bom grado, criticando, embora, a mudança, para não perder o viés ideológico.
Herculano
02/07/2015 09:20
ENGANARAM TSIPRAS, por Carlos Alberto Sardenberg para o jornal O Globo

A incerteza trazida pelo governo de esquerda da Grécia levará tempo para se dissipar

Não é piada porque o povo grego não está achando graça nenhuma. Mas é uma ironia pronta. Há dois anos e meio, Alexis Tsipras, então um jovem aspirante a líder europeu, esteve no Brasil para ouvir o conselho de Dilma e Lula. Ouviu que políticas de austeridade só levam ao desastre e que era preciso, ao contrário, aumentar o gasto público e o consumo. E não é que ele, eleito primeiro-ministro, seguiu o conselho quando o governo Dilma estava fazendo justo o contrário, uma severa política de aumento de impostos, corte de gastos e alta de juros? A mesma que os credores europeus estão exigindo da Grécia.

Tsipras está muito ocupado com a confusão que armou. Mas ainda assim poderia tomar um tempinho para telefonar ao mentor e à mentora brasileira: e o que eu faço agora, hein?

Seria só para manifestar sua bronca porque Lula e Dilma não teriam o que responder. Depois de três anos de política anti-austeridade, a economia brasileira chegou ao desastre. Logo, o conselho de dezembro de 2012, quando Tsipras teve longos papos com Dilma e Lula, está superado pelos fatos.

Austeridade, então? Dá para imaginar Tsipras reclamando com razão: mas só agora vocês me avisam? Seria melhor, então, que os conselheiros não dissessem nada. Simplesmente não atenderiam o telefone, celulares... e, talvez, poderiam mandar uma mensagem tipo "desculpaí, foi mal". Sabem como é, o primeiro-ministro grego é bem jovem, nem usa gravata.

Mesmo porque, seguem as ironias, Dilma não poderia recomendar austeridade no momento em que sua popularidade é um desastre tão grande quanto a economia.

E querem mais uma? Pois a Grécia, do ano passado para cá, estava em processo de recuperação do crescimento, junto com a Europa. Podem checar os diversos cenários que vinham sendo feitos por instituições internacionais. Ou pela revista "Economist": a previsão de crescimento para este ano é (era) de 1,4%, depois de uma expansão de 0,8% em 2014.

É pouco, claro, nem de longe repõe as perdas da recessão e o desemprego continua na casa dos 25%. Mas era um desempenho melhor que a anti-austeridade brasileira. Nada de crescimento em 2014 e uma recessão em 2015. Alguns dirão: a recessão deste ano é culpa da austeridade. Não é. Nenhuma política conseguiria produzir maldades tão rapidamente. Desastres econômicos são cuidadosamente construídos ao longo de muitos equívocos. E tanto maior o tempo de recuperação quanto maior e mais longo o desastre.

Tudo considerado, a população brasileira sabe que ainda passará por tempos difíceis: inflação elevada, juros altos, desemprego em alta e só a renda em queda. A população grega vai passar por tempos piores, ficando ou não na Zona do Euro, fazendo ou não um novo acordo com os credores. A incerteza trazida pelo governo de esquerda de Tsipras levará tempo para se dissipar.

Por exemplo: se o governo reabrir os bancos e permitir a livre movimentação do dinheiro, não sobrará um centavo na Grécia. Toda pessoa de bom senso transferirá sua poupança para, digamos, a Alemanha.

Mas o país estará certamente pior se deixar o Euro, sem novo acordo de financiamento. Além dos problemas atuais, haverá desvalorização e alta inflação na nova moeda (contra inflação zero do euro) e, pois, a perda do valor de poupanças e rendas.

Neste caso, entrará em operação o Plano B, explicado em entrevista a O GLOBO por Theodoros Paraskevopoulos, assessor econômico do Syriza, o partido de Tsipras: "Suspender completamente o pagamento da nossa dívida, em outras palavras, dar o calote. Pela primeira vez, os bancos alemães e franceses vão sofrer com essa crise. Eu sei que, nesse caso, a Grécia não teria mais acesso ao mercado de capitais".

Não é verdade que aqueles bancos vão sofrer pela primeira vez. Lá atrás, no primeiro acordo de resgate da Grécia, já foram obrigados a aceitar um desconto nos seus créditos e a refinanciá-los com juros menores. Hoje, é bem pequena a exposição de bancos privados alemães e franceses à dívida grega. Aprenderam. Esta dívida está hoje, na maior parte, com os governos e instituições europeias. A Grécia de Tsipras, portanto, vai dar um calote nos colegas, vai passar a conta para contribuintes de outros países.

De todo modo, ficará isolada da Europa na política, estará fora dos mercados de capitais, sem financiamento, portanto, e afastada da economia global. Tudo bem, disse Paraskevopoulos: "Temos a chance de procurar novas alianças, com o Brasil, com a Venezuela, com a Rússia".

Estão lascados. Vão cair na esparrela outra vez.
Herculano
02/07/2015 09:01
VOCÊ DECIDE? por José Henrique Mariante para o jornal Folha de S. Paulo

A Grécia decide no próximo domingo se afunda em euro ou sozinha. O inusitado plebiscito empurra para a população a escolha não entre uma solução ou outra, mas entre um problema ou outro.

O que brasileiros faríamos se o governo, em desespero de causa, ainda maior que o atual, resolvesse jogar a batata quente do ajuste fiscal para os governados? Seríamos mais austeros que Joaquim Levy ou mais irresponsáveis que o Congresso? Limitaríamos seguro-desemprego, pensões e desonerações? Acabaríamos com o fator previdenciário? Atualizaríamos a tabela do IR?

Como a ignorância é a chave da felicidade, provavelmente não perguntaríamos de onde viriam recursos para tantos "direitos", jogaríamos para a torcida. Afinal, dinheiro sai do banco assim como água, da torneira. Sem pestanejar, a opção no caso é pelo indivíduo, pelo bolso, por algo que é de direito. O interesse coletivo, o equilíbrio financeiro do país, é um conceito difuso, abstrato demais para ser levado em consideração. Seremos sempre milhões de Cunhas e Renans em momentos assim, que se danem contas e governo, o Estado provê, é sua obrigação. Simples assim.

Por outro lado, certamente votaríamos contra os 59,5% de reajuste que Lewandowski propôs para o Judiciário e contra os 660 assessores extras que os vereadores paulistanos resolveram se dar de presente nesta semana. Os dois pleitos atendem a castas, privilegiadas mais pela lei, diríamos, que pelo serviço que cumprem sem eficiência. Seríamos milhões de Levys, implacáveis em nome do interesse comum, desta vez cristalino, com ampla vantagem sobre as razões, legítimas ou não, dos afetados.

Concluímos então que fazer parte desse interesse coletivo é motivo necessário para respeitar a coisa pública?

Sim, ajuda bastante, ainda mais quando deputados e senadores se sentem particulares o suficiente para não fazê-lo.
Herculano
02/07/2015 08:56
O PAI DA IDEIA, LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA, PMDB, ESTÁ MORTO. MAS A IDEIA ESTÁ INCOPORADA NOS POLÍTICOS SEM VOTOS. GOVERNADOR RAIMUNDO COLOMBO, PSD, QUER MEXER NO CABIDE DE EMPREGOS.

A informação é de Cláudio Prisco Paraíso.Raimundo Colombo recebeu a base aliada, e deputados considerados independentes, ontem de manhã. Explicou aos parlamentares que vai enviar na sexta-feira à Alesc o projeto de lei que transforma as Secretarias Regionais em Agências de Desenvolvimento. Na prática, a medida pode significar o começo do fim das SDR?s, criadas por Luiz Henrique da Silveira.

Uma a menos
A SDR da Grande Florianópolis será extinta e suas diretorias voltaram para as secretarias centrais afins (como Saúde, Educação e Infraestrutura). Assim, o Estado terá 35 agências de desenvolvimento sem status de primeiro escalão de governo. A discussão no Parlamento ficará para o segundo semestre e tudo indica que o governador terá enormes dificuldades para aprovar a medida, como já ocorre com a proposta de fusão das agências reguladoras, que ficou para depois de julho após dois pedidos de vistas. O vice-governador, Eduardo Pinho Moreira, e o secretário da Casa Civil, Nelson Serpa, participaram da reunião
Sininho
02/07/2015 08:49
Já vi a ideia do vídeo antes.
Nada se cria, tudo se copia! Imaginação zero. Novo? Era só o rótulo. Era... Agora já está detonado.

Herculano
02/07/2015 08:23
O DESEMPREGO BATE A PORTA

Na polêmica volta da Bunge, que como já expliquei se adapta à crise, importante unidade industrial de Gaspar acaba de fechar a porta e amenaça mandar para a rua quase 300 trabalhadores
Herculano
02/07/2015 08:21
OS HUMANOS DIREITOS DA CÂMARA, por Bernardo Mello Franco para o jornal Folha de S. Paulo

"Direitos humanos são para os humanos que são direitos." A voz inconfundível de Paulo Maluf ecoou no plenário da Câmara à 0h03 da madrugada de quarta-feira. Os deputados terminavam a longa votação da emenda que reduz a maioridade penal para os 16 anos.

Antes dele, seis delegados, dois majores e um cabo da PM defenderam a mudança na Constituição, patrocinada pelo presidente Eduardo Cunha. Os contrários eram acusados de proteger bandidos, incentivar o crime e até usar drogas.

"Senhor presidente, quem escreveu isso aqui ou fumou maconha estragada ou não sabe o que diz", disse Alberto Fraga, dublê de delegado e deputado do DEM. Ele se referia a um panfleto contra a emenda da redução. "Sou sim da bancada da bala, mas não sou da bancada da mala", prosseguiu, em tom raivoso.

A retórica do medo dominava o plenário. Major Rocha, do PSDB, afirmou que a população "está sitiada dentro das suas casas". Nilson Leitão, também do PSDB, disse que àquela hora alguma moça era "estuprada por um jovem de 17 anos". O delegado Moroni Torgan, do DEM, chamou jovens infratores de "feras urbanas". André Moura, do PSC, revelou a curiosa existência de "marginais disfarçados de menores".

No momento de maior apelo dramático, Keiko Ota, do PSB, exibiu uma foto do filho morto aos 8 anos, em 1997. "Nós precisamos dar uma basta a essa violência que tanto machuca as mães e os pais do Brasil", disse. Faltou informar que os três assassinos do menino eram maiores de idade, sendo dois PMs.

Apesar da pressão da tropa, a emenda foi rejeitada por cinco votos. "Ô Cunha, pode esperar, que a sua hora vai chegar", cantaram os estudantes. Irritado, o peemedebista mandou a polícia esvaziar a galeria e começou a manobrar para repetir a votação no dia seguinte.

Para o presidente da Câmara e seus "humanos direitos", o jogo só vale quando ele não perde.
Herculano
02/07/2015 08:11
APÓS MANOBRA DE CUNHA, A QUEDA DA MAIORIDADE PENAL AVANÇA EM PRIMEIRO TURNO NA CÂMARA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Mariana Haubert e Natália Cancian da sucursal de Brasília. Em 24 horas, a Câmara dos Deputados reverteu a rejeição à proposta de baixar a maioridade penal e aprovou, em primeira votação, texto que reduz de 18 para 16 anos a idade para a imputação penal em casos de crimes hediondos (como estupro e sequestro), homicídio doloso (com intenção de matar) e lesão corporal seguida de morte.

O texto, que ainda precisa ser votado em segundo turno e passar por duas votações também no Senado, foi resultado de uma manobra costurada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para reverter a derrota do dia anterior.

Ele é mais brando que a proposta que foi rejeitada - porque excluiu a possibilidade de redução da maioridade para os crimes de tráfico de drogas, terrorismo, tortura e roubo qualificado (com armas de fogo, por exemplo).

Na madrugada desta quinta-feira (2), foram 323 votos a favor, 155 contrários e 2 abstenções. Por se tratar de mudança na Constituição, eram necessários ao menos 308 votos a favor para a aprovação.

Na quarta-feira (1º), os deputados rejeitaram a aprovação da proposta por 303 votos a favor e 184 contrários - ou seja, faltaram cinco votos para que ela avançasse.

A nova emenda aprovada pelos deputados foi fruto de um acordo entre líderes partidários favoráveis à redução da maioridade penal, capitaneados pelo PMDB, mas assinado por PSDB, PSC, PHS e PSD.

A manobra de votar um texto semelhante ao que havia sido rejeitado horas antes foi chamada de "golpe" por parlamentares contrários à redução da maioridade.

Alguns entenderam que ela fere as regras da Casa. "Ele está criando uma nova interpretação do regimento que nunca existiu, que torna o processo legislativo absolutamente frágil e que será interminável", afirmou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

Esses parlamentares, parte dos quais ligados ao governo Dilma Rousseff, argumentam que a emenda não poderia ser apresentada agora porque não tem suporte nos destaques apresentados durante a discussão da matéria, na noite de terça (30). Eles prometem ir ao Supremo Tribunal Federal contra a medida.

Ao final da sessão, Cunha rebateu as críticas feitas ao processo de votação. "Não há o que contestar. Ninguém aqui é maluco. [...] Estamos absolutamente tranquilos com a decisão tomada. Só cumprimos o regimento e eu duvido que alguém tenha condições de contestar tecnicamente uma vírgula do que eu estou falando", disse.

A líder do PC do B, Jandira Feghali (RJ), disse que pode ser criado um "precedente perigoso". "Se hoje serve a alguns, amanhã servirá a outros. Ganhar no tapetão não serve a ninguém", afirmou.

O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), argumentou que o "caminho" escolhido era "legítimo". "PECs não votadas podem ter partes de seu texto aglutinadas em um texto de consenso", disse.

Durante a sessão, o PT e deputados contrários à redução apresentaram o chamado "kit-obstrução": requerimentos de adiamento da votação ou de retirada de pauta do projeto que têm como objetivo postergar a votação.

Após a comemoração de movimentos contrários à redução da idade penal na galeria do plenário na madrugada de quarta, Cunha proibiu a entrada do público para acompanhar a nova sessão.
Herculano
02/07/2015 07:58
"PEDALADAS FISCAIS" DE DILMA CONTINUAM EM 2015, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros


O governo ainda recorre a "pedaladas fiscais", manobra contábil para fingir superávit, por exemplo, que em 2014 levou o Tribunal de Contas da União a abrir processo. A Lei de Responsabilidade Fiscal pune as "pedaladas" como crime. A artimanha é complexa: em razão de atrasos nos repasses do Tesouro Nacional, o governo financia programas com recursos de instituições oficiais, como Caixa e Banco do Brasil.

BENEFÍCIOS SOFREM
Benefícios como Bolsa Família e seguro-desemprego, pagos pelo BB e Caixa, não atrasam. Mas o ressarcimento aos bancos é outra história.

CAIXA SOFRE
De acordo com líderes do Congresso, a Caixa ainda sofre na mão do governo: os repasses estão atrasados há meses.

FINANCIAMENTO ATRASADO
Com arrecadação em baixa e crise se agravando, a Caixa atrasa os recursos do "Minha Casa, Minha Vida", paralisando o programa.

PEDALADAS BILIONÁRIAS
Segundo o atual processo aberto no TCU, cerca de R$ 40 bilhões estiveram enrolados nas pedaladas fiscais de Dilma entre 2012 e 2014.

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EX-GERENTE SERIA 'GUARDIÃO' DO DINHEIRO ROUBADO
Alguns integrantes da força-tarefa da Lava Jato suspeitam que não eram do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco os US$ 100 milhões que ele devolveu. Roubado da estatal por meio de superfaturamento e outros negócios escusos, o dinheiro estava no exterior. A suspeita é que ele seria "fiel depositário", em nome do ex-chefe Renato Duque, ex-diretor ligado ao PT, e de autoridades dos governos Lula e Dilma.

GENTE DO ZÉ
Influente ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque foi selecionado para o cargo, pessoalmente, pelo ex-ministro José Dirceu.

ENTREGANDO OS ANÉIS
Desconfia-se que o ex-gerente devolveu o dinheiro que ?guardava? para outras pessoas, preservando a parte dele em lugar seguro.

MONTANHA DE DINHEIRO
Os espantosos US$100 milhões (R$301 milhões) devolvidos por Pedro Barusco são a maior apreensão de dinheiro roubado na Lava Jato.

FALÊNCIA DO GOVERNO
O painel de votação do reajuste do Judiciário, no plenário, era o retrato da falência do governo Dilma, segundo o senador Aécio Neves (PSDB-MG): partidos votando contra o ajuste fiscal do governo que apóiam e o PT se lixando, ao liberar seus parlamentares a votar como quisessem.

LUTA SOLITÁRIA
O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), foi o único governista a defender o ajuste fiscal, orientando voto contra o aumento do Judiciário. Até os adversários reconheceram sua luta solitária.

VAI QUE É TUA, DILMA
As forças aliadas no Congresso parecem empenhadas em dificultar a vida de um governo em declínio. Ajudaram a aprovar o aumento da Justiça para pôr no colo Dilma o desgaste do veto, em nome do ajuste.

TRIBUNAL
PT, PSOL, PCdoB, PDT e PSB ameaçam judicializar a votação da emenda que reduz a maioridade penal. Os partidos criaram um grupo contra o que chamam de "escalada autoritária" de Eduardo Cunha.

ATAQUE A CUNHA
Silvio Costa (PSC-PE) esbravejou contra o presidente da Câmara, que, segundo ele, livrou um convocado de depor na CPI das Próteses: "Quero ver ele explicar por que está protegendo bandido".

LUCRO SÓ COM O GOVERNO
O Grupo Andrade Gutierrez reafirma que teve prejuízo de R$ 451 milhões em 2014. O lucro de R$ 444 milhões da AG Participações só foi alcançado incluindo suas empresas que têm concessões públicas.

EXPLICA AÍ
Os tucanos Betinho Gomes (PE), Eduardo Barbosa (MG), João Paulo Papa (SP), Mara Gabrilli (SP) e Max Filho (ES) passaram o dia explicando o voto contrário a PEC da maioridade. Foram decisivos.

DIREITO DE ESCOLHA
Milhares de felizes clientes do Uber, aplicativo de serviço de carro com motorista, inundam a caixa postal do governador do DF, Rodrigo Rollemberg, pedindo - em nome do direito de escolha - veto ao projeto da Câmara Legislativa tornando ilegal essa alternativa de mobilidade.

PENSANDO BEM...
...as crises política, econômica e ética no governo estão longe do final, já o governo Dilma parece cada vez mais perto.
cidadao gasparense
02/07/2015 07:54
Ao fora da estação
Agora só falta ele pedir pra rever a licitação e descobrir que está em trâmite na justiça há mais de 10 anos por irregularidades.
E outra, não é de hoje que se reclama dos ônibus, isso quer dizer que tudo o que foi reclamado por todos usuários de Gaspar não teve valor pois teve que ser sentido na pele. Por que não aproveitou pra rever os ponto de ônibus também? FICA A DICA.
Herculano
02/07/2015 07:51
JUSTIÇA ALÉM DA CONTA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Aumentos salariais e distribuição de benefícios no Poder Judiciário não combinam com as carências e as necessidades do país

O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), logo avisou, e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, confirmou: a presidente Dilma Rousseff (PT) vetará o projeto que concede a servidores do Judiciário um reajuste salarial que varia de 53% a 79%, a depender da classe do funcionário.

Espera-se que Dilma não os desminta, pois a medida implica gastos adicionais de R$ 25,7 bilhões divididos nos próximos quatro anos. Como afirmou Barbosa, o aumento é incompatível com um momento em que a "sociedade brasileira está passando por ajustes, em que várias empresas estão passando por dificuldades e o desemprego sobe".

A canetada presidencial por certo não apagará mais essa falha na articulação política do governo, assim como não tornará menos condenável a atitude inconsequente dos congressistas, mas, do ponto de vista prático, poderá preservar os exauridos cofres públicos.

O mesmo não se pode dizer, no entanto, de outras prodigalidades relacionadas ao Poder Judiciário. Tome-se recente resolução do Conselho da Justiça Federal, que generalizou o pagamento de um bônus de até um terço dos vencimentos a todos os magistrados federais que recebam mais de mil processos novos por ano ou acumulem funções.

Cópia de instrumento criado pelo Ministério Público Federal, a gratificação, em sua forma original, não chegava a representar grave violência contra a lógica administrativa. Em tese, deveria ser utilizada apenas em casos excepcionais.

A ideia, porém, terminou desvirtuada. A pretexto de tornar as varas com grande número de ações mais atrativas, o adicional foi banalizado. O que era exceção se tornou regra - segundo dados disponíveis, mais de 80% dos juízes receberão o extra -, e a iniciativa demandará até R$ 100 milhões por ano.

Em termos de valores, esse bônus fica muito aquém do reajuste aos servidores, mas vai muito além no quesito indecência. Trata-se, no fundo, de uma maneira sub-reptícia de elevar ao máximo (R$ 33.763) o salário dos membros de uma carreira de Estado repleta de vantagens, inclusive a de ser a mais bem remunerada do país.

Chama a atenção o fato de esta não ser a primeira nem a maior arapuca que servidores públicos com poder de decidir vencimentos ou distribuir subsídios armam para pegar o dinheiro dos contribuintes.

Pode-se apostar, infelizmente, que tampouco será a última - salvo se vier a se estabelecer maior equilíbrio no sistema de freios e contrapesos na definição de reajustes e na concessão de benefícios.

Não faz sentido que a decisão fique inteiramente a cargo de pessoas com interesse direto na matéria; e muito menos que qualquer vantagem seja ampliada para todos os que exerçam atividade com parentesco, ainda que remoto, com a função a princípio contemplada.
Passageiro
01/07/2015 21:15
Fora da estação?? Só isso? Talvez sem noção? Desconfiômetro? Bem vamos aos fatos:

Quem utiliza do transporte coletivo, enfrenta muitos desafios todos os dias.
Porém, convido o nobre vereador a fazer todas as linhas, ligando o centro da cidade aos bairros, nos horários "lotados".
Sugiro percorrer as mais complicadas: Alto Gasparinho, Belchior Alto, Lagoa, Arraial do Ouro, Óleo Grande. Não deixe de experimentar os horários escolares, os dias pagamento (até dia 12). De madrugada, pegando as linhas dos passageiros do primeiro turno, e principalmente em dias de chuva. Que as pessoas entram molhadas, pois os abrigos são raros e em péssimos estado. Além do agravante das estradas mal conservadas.

Seu topete de gel ia esmorecer, pois balança tanto, que vai bater com a cabeça nas janelas. E deixe um roteiro reservado para janeiro! Quente! Insuportável! Terrível! E faça o teste final, leve no colo uma criança, que ai sim a experiência vai ser inesquecível.

Isso que faz poucos dias que escreveu que "vivemos em um Estado com qualidade de vida QUASE Européia"

Caro Marcelo, acho terrível o nosso transporte coletivo. E seu vídeo teria ficado mais realista com o ônibus em movimento, olhando o semblante incrédulo dos passageiros e do som que as latas velhas fazem nas ruas do município.

Será uma boa oportunidade de pedir votos para o executivo na próxima eleição. Seu único e claro objetivo, desde que assumiu seu mandato.
Jandira Arsujo
01/07/2015 21:14
Caríssimo Herculano,

Os mais expertos sabem o Marcelo Brick pegou o ônibus hoje!

Só para enganar eleitor desinformado e ganhsr votos e a intenção e chegar ao executivo, só isso, ja que nao te projeto algum para o município.

Projeto mesmo nem como vereador teve, mostra Marcelo.
Herculano
01/07/2015 19:28
NEM NO PSD AS COISAS ANDAM COMO ALGUNS QUEREM

Segundo Cláudio Prisco Paraíso, quando Raimundo Colombo declarou, terça-feira, ao SBT Meio-Dia, que é um "desrespeito" o açodamento do processo sucessório estadual, sua fala tinha endereço certo: o presidente da Alesc, seu correligionário e presidente licenciado do PSD, deputado Gelson Merísio.
Herculano
01/07/2015 19:26
FORA DA ESTAÇÃO

O vereador Marcelo de Souza Brick, PSD, já foi até presidente da Câmara de Gaspar. O que ele publicou no facebook? "Hoje eu conheci de perto a realidade do transporte coletivo do nosso município. Qual a sua opinião sobre o transporte coletivo da nossa cidade?"

Uma pergunta que não quer calar. Os coletivos aqui existem desde 2.002. Uma das marcas do primeiro governo petista de Pedro Celso Zuchi. Desde o primeiro dia ele tem problemas, inclusive na licitação que se arrasta nos tribunais por quase uma década. Só agora o vereador resolveu conhecer de perto a realidade do transporte coletivo de Gaspar? Hum!
Herculano
01/07/2015 17:43
da série: a mentira é a melhor marca dessa gente

DILMA ESTEVE COM DELATOR NUMA CERIMÔNIA OFICIAL, por Josias de Souza

Dilma e Ricardo Pessoa (com o rosto circundado) ajudam a quebrar a tampa de um barril de saquê

"Nunca recebi esse senhor", disse Dilma Rousseff sobre o delator Ricardo Pessoa. "Eu nunca o recebi em toda a minha passagem pelo meu primeiro mandato", enfatizou a presidente, há três dias, em Nova York. Quem ouviu ficou com a impressão de que Dilma jamais avistara o dono da construtora UTC, que diz ter transferido para sua campanha, em 2014, R$ 7,5 milhões em verbas desviadas da Petrobras. Não é bem assim. Dilma e Pessoa estiveram juntos pelo menos uma vez. Deu-se em 13 de julho de 2012, na cidade baiana de Maragojipe.

A presidente e o delator brindaram com saquê o lançamento da pedra fundamental de um estaleiro chamado Enseada do Paraguaçu, empreendimento contratado a um consórcio de empresas que reuniu a japonesa Kawasaki e as brasileiras UTC, Odebrecht e OAS. Eles também batizaram uma plataforma da Petrobras, a P 59. As fotos estão no site do Planalto.

Ao lado do então governador da Bahia Jaques Wagner, e da então presidente da Petrobras Graça Foster, Dilma e Pessoa participaram de um ritual japonês chamado Kagami biraki. Consiste em quebrar a tampa de um barril de saquê e, em seguida, brindar com a bebida. Reza a tradição que isso traz bons agouros para um empreendimento. Participaram também, entre outros, os presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da OAS, Léo Pinheiro.

Hoje, dois dos atores que contracenaram com Dilma, Pessoa e Pinheiro, arrastam tornozeleiras eletrônicas em suas prisões domiciliares. O outro, Marcelo Odebrecht, está hospedado na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

Dilma discursou na cerimônia de 2012. Ela ainda falava de um Brasil de sonhos. "Foi-se o tempo em que o bolo precisava crescer primeiro para poder distribuir depois", declarou a certa altura. Citou a crise internacional. Fez referência à situação precária de países europeus, que cortavam benefícios, desempregavam e aumentavam tributos.

"O Brasil está em outro caminho", celebrou essa Dilma de três anos atrás. "Nosso caminho não é esse, não é igual ao deles. Nosso caminho é manter nosso desenvolvimento e buscar cada vez mais garantir que os bônus, as vantagens e os lucros desse desenvolvimento sejam distribuídos ao povo brasileiro." Dilma enfeitou seu discurso salpicando nele adereços como os juros baixos e a redução de impostos. Pressionando aqui, você chega a um vídeo que exibe essa cena de um Brasil imaginário.
sidnei luis reinert
01/07/2015 15:18
Dilmandioca e seu discurso mentiroso de crise nos EUA caiu mais um mês.

Dados do ADP Employment apontaram criação de 237 mil novos postos de trabalho no setor privado dos EUA, dando força ao dólar. A expectativa era por criação de 220 mil novas vagas.

Vamos esperar para ver como a Repúbliqueta Bolivariana do Brasil se saiu mês passado para comparar com os yanques!!
Herculano
01/07/2015 13:23
A VERSÃO ANTIGA DE "LULINHA PAZ E AMOR" PASSEOU POR BRASÍLIA NA AUSÊNCIA DE DILMA, Ricardo Noblat, de O Globo

A passagem de Lula por Brasília na ausência da presidente Dilma Rousseff serviu para que ele demonstrasse seu arrependimento pelas duras críticas que fez à presidente e ao PT há pouco mais de 10 dias.

Arrependimento sincero? Quem poderá garantir? Acho que nem se trata de arrependimento de verdade. Está mais para um recuo tático. O que ele disse de Dilma e do PT serviu à oposição. Não era bem o que queria.

Só para recordar: Lula acusou Dilma de comandar um governo de surdos. Reconheceu que ela mentiu durante a campanha eleitoral. E disse que ela estava no volume morto, e o PT abaixo do volume morto.

Nas últimas 48 horas, Lula sugeriu a aliados e correligionários meios e modos de fortalecer o governo que mal consegue manter-se de pé.

É preciso politizar o discurso do PT e do governo contra a Operação Lava Jato, que investiga a roubalheira na Petrobras. Há que se ser radical como radical tem sido a oposição quando a defende, ensinou Lula.

O ajuste fiscal deve ser deixado de lado. É uma página virada. Deve-se exaltar o Plano Safra, o Plano Nacional de Educação e acordos com chineses que atrairão novos investimentos.

- Temos que estar juntos com Dilma. Eu estava atrás de um discurso. Agora já tenho. Por mais que os indicadores estejam ruins, nosso pior momento ainda é melhor que a situação que Fernando Henrique nos entregou. Todos os números péssimos hoje ainda são melhores do que a inflação de 12,5% e os mais de 20% de juros que eu recebi de Fernando Henrique - justificou Lula.

Esqueceu-se de dizer que as taxas de inflação e de juros que herdou de Fernando Henrique tiveram a ver com a reação do mercado à sua chegada ao poder. Mas ele jamais diria uma coisa dessas.

Deixou Brasília quando ainda ecoava uma de suas frases ouvidas por senadores do PMDB com os quais se reuniu:

- Dizem que toda vez que venho a Brasília é para me meter no governo.

E não é?

Apesar da fala mansa dele, não o convidem para a mesma mesa onde Dilma se sentará. Como é um craque em cinismo, Lula até que saberia fingir que está tudo bem entre eles. Mas talvez Dilma não soubesse.
Arara Palradora
01/07/2015 13:22
Querido, Blogueiro!

"Até quando Dilma Rousseff vai suportar a conspiração para tirá-la ou forçá-la a "pedir para sair" da Presidência da República?" Às 12:18Hs.

E nós; Até quando vamos suportar essa terrorista travestida de mandatária?
Fora, corruPTa!

Lula em reunião na ausência de Dilmandioca?
O gato sai de casa o rato faz a festa.

Às 07:51Hs - a decisão apertada de 5 votos.
É que bandido vota em futuros bandidos.

Voeeeiii...!!!
Herculano
01/07/2015 13:15
MAL NA FOTO QUE ELA PRÓPRIA TEIMA EM NÃO ENXERGAR. GOVERNO DILMA É REJEITADO POR 68% DOS BRASILEIROS, DIZ PESQUISA IBOPE

Conteúdo é do G1 (O Globo). O texto é de Filipe Matoso da sucursal de Brasília. Pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (1º) aponta os seguintes percentuais sobre como os eleitores avaliam o governo da presidente Dilma Rousseff (PT):
- Ótimo/bom: 9%
- Regular: 21%
- Ruim/péssimo: 68%
- Não sabe: 1%

A pesquisa anterior, divulgada em abril deste ano, havia apontado que 12% aprovavam o governo (consideravam "ótimo" ou "bom"). No último levantamento, 64% dos entrevistados avaliaram a administração Dilma como "ruim" ou "péssima". Já 23% consideraram a gestão "regular".

O levantamento do Ibope, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi realizado entre os dias 18 e 21 de junho e ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O nível de confiança da pesquisa é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de dois pontos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%.

Confiança
- 20% dos entrevistados disseram ter confiança na presidente Dilma
- 78% afirmaram não confiar na petista
- 3% não souberam ou não opinaram

Maneira de governar
O percentual dos eleitores que aprovam a maneira de governar de Dilma passou dos 19% registrados no levantamento anterior para 15% nesta pesquisa. Veja os números:

- aprovam a maneira de governar: 19%
- desaprovam: 83%
- não quiseram ou não souberam responder: 2%
Herculano
01/07/2015 13:03
NA VOLTA DE DILMA, PMDB QUER REDISCUTIR RELAÇÃO, por Josias de Souza

Parte 1

No exercício da Presidência da República, Michel Temer reuniu na noite passada um grupo de caciques do PMDB. O encontro ocorreu no Jaburu, o palácio que serve de residência para o vice. Terminou no início da madrugada desta quarta-feira. A conversa não foi boa para Dilma Rousseff.

Os figurões do PMDB concluíram que o processo de deterioração do governo acelerou-se. Avaliaram que Dilma reage à conjuntura de forma atrabiliária. E começaram a se questionar sobre o custo político do apoio ao governo dela. Ficou entendido que o PMDB precisa rediscutir seu papel na aliança governista.

Dilma será informada da novidade logo que retornar da viagem aos Estados Unidos. O PMDB quer levar à mesa inclusive o acordo que transformou Temer em articulador político do governo. Considera que a missão do vice será concluída depois da aprovação de todas as medidas do ajuste fiscal.

Para fechar a conta, falta votar no Senado a proposta que eleva a tributação da folha salarial de cinco dezenas de setores da economia. Na fase pós-ajuste, a permanência de Temer na coordenação dependeria da evolução das conversas com Dilma.

Estavam na reunião com Temer pesos-pesados como os senadores Jader Barbalho e Romero Jucá; os ministros Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Eliseu Padilha (Aviação) e o ex-ministro Moreira Franco, hoje presidente da Fundação Ulysses Guimarães, braço acadêmico da legenda.

Há um quê de fisiologismo na ebulição do PMDB. Sempre há. Mas a crise atual tem um ingrediente novo. No seu pedaço fisiológico, a encrenca inclui compromissos que Temer teve de assumir com os partidos governistas para arrancar as medidas econômicas do Legislativo.
Herculano
01/07/2015 13:03
NA VOLTA DE DILMA, PMDB QUER REDISCUTIR RELAÇÃO, por Josias de Souza

Parte 2

Obtida a mercadoria, os auxiliares petistas de Dilma sonegam a recompensa prometida aos aliados: cargos e verbas orçamentárias. Há pendências em várias áreas. Antes concentradas no ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), as críticas se diversificaram.

No momento, a irritação mais aguda é com a petista Miriam Belchior, deslocada do Ministério do Planejamento para a presidência da Caixa Econômica Federal. Temer negociou a cessão de algumas vice-presidências da Caixa para partidos governistas. Feitas as indicações, Miriam sentou em cima.

Amiga de Dilma, Miriam fez pior: vazou para a imprensa a tese segundo a qual decidiu vigiar a caneta para não correr o risco de transformar a Caixa numa nova Petrobras. Temer, seus correligionários e os partidos que tinham a expectativa de assumir posições na casa bancária estatal ficaram tiriricas.

O que há de diferente na crise atual é que o PMDB começa a condicionar sua parceria com Dilma a um cálculo do tipo custo-benefício. Algo natural para uma legenda que diz ter pretensões de empinar um nome próprio em 2018. O inusitado é que a legenda faz as contas a três anos e meio do fim do atual mandato. A questão já não se restringe aos cargos, disse ao blog um dos participantes da reunião do Jaburu.
Herculano
01/07/2015 13:03
NA VOLTA DE DILMA, PMDB QUER REDISCUTIR RELAÇÃO, por Josias de Souza

Parte 3

Cedo ou tarde, os cargos sairão, completou o interlocutor de Temer. O que se discute agora é a própria capacidade do governo de dar conta do seu expediente, fazendo a gestão econômico-financeira do país. Na visão do PMDB, o governo relaxou depois que obteve - mediante muitas concessões - o aval do Congresso às medidas econômicas amargas.

Nas palavras de um segundo participante do encontro do Jaburu, não foi um relaxamento benigno, uma redução do nível de tensão. Relaxou-se no cumprimento de acordos, no respeito à palavra empenhada. Algo que, na política de resultados que vigora em Brasília, costuma provocar reações.

Eduardo Cunha e Renan Calheiros, presidentes da Câmara e do Senado, deveriam ter comparecido ao Jaburu. Ausentaram-se porque presidiam sessões noturnas nas duas Casas do Legislativo. Em ambas os governistas se uniram à oposição para emboscar o governo de Dilma Rousseff.

Na Câmara, aprovou-se o pedido de urgência para a tramitação de um projeto que eleva o índice de correção do FGTS. Coisa que a pasta da Fazenda considera tóxica. Informado, Temer rendeu-se à lamentação depois do fato. Ninguém lhe informara sobre a existência da armadilha
Herculano
01/07/2015 13:02
NA VOLTA DE DILMA, PMDB QUER REDISCUTIR RELAÇÃO, por Josias de Souza

Parte 4

No Senado, aprovou-se por unanimidade uma proposta que adiciona reajuste médio de 59,5% nos contracheques dos servidores do Judiciário. Pelas contas do Ministério do Planejamento, a providência custará R$ 25,7 bilhões ao Tesouro. Para um governo que precisa apertar os cintos, trata-se de um despautério.

Líder do governo, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) encareceu a Renan que adiasse a votação. Argumentou que a pasta do Planejamento estava na bica de fechar com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, um acordo mais barato para o erário. Apoiado pelos líderes partidários, Renan deu de ombros.

Seguiu-se uma cena típica de fim de governo. Embora todos soubessem que Dilma terá de vetar o projeto, ninguém se animou a votar contra, livrando a presidente do constrangimento. Todos preferiram lançar a bomba no colo de Dilma. O PT liberou sua bancada. As outras legendas recomendaram o voto ?sim?.

Apinhadas de servidores, as galerias festejaram o triunfo como uma arquibancada de estádio em final de campeonato. O placar foi acachapante: 62 a zero. A votação foi simbólica. Qualquer senador poderia exigir uma votação nominal. Ninguém perdeu tempo. (o vídeo abaixo mostra os minutos finais da xepa).

É a atmosfera de fim de feira que leva o PMDB a refletir sobre a conveniência de se manter no navio de Dilma. A menos que surja um iceberg na rota, esse tipo de desembarque não costuma ocorrer do dia para a noite. Ao farejar o cheiro de queimado, Dilma decerto dirá a Temer que nada mudou, que ele continua prestigiado, que os compromissos assumidos serão honrados.

A novidade é que, num instante em que até Lula bate em Dilma, a disposição do PMDB de levar a presidente a sério diminui na proporção direta do crescimento da deterioração precoce do governo Dilma. O PMDB tem um Congresso Nacional marcado para o final do mês de setembro. Perguntado se enxerga luz no fim do túnel, os dos visitantes do Jaburu disse: não vejo nem o túnel.
GASPARENSE
01/07/2015 12:35
Em gaspar falta dinheiro para saúde, educação, lazer, estradas, infraestrutura... mas sobra empatar quase 1 milhão para pão e circo vide arena multiuso e para entupir a prefeitura com centenas de comissionados.

Aonde estão os vereadores de outra data que aumentaram os números de vereadores e os responsáveis pela aprovação de assessores dos mesmos e ainda querem gastar mais com pedaladas contratuais de "efetivos"cumpanheiros?

CHUPA GASPAR:

Prefeitura de Chapecó corta 242 comissionados, reduz salários e suspende horas extras


http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2015/06/prefeitura-de-chapeco-corta-242-comissionados-reduz-salarios-e-suspende-horas-extras-4792230.html
Sidnei Luis Reinert
01/07/2015 12:18
Senado amplia o desgaste de Dilmandioca, obrigando-a a vetar aumento concedido ao Judiciário


Edição do Alerta Total ? www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Até quando Dilma Rousseff vai suportar a conspiração para tirá-la ou forçá-la a "pedir para sair" da Presidência da República? Algumas bolas de cristal tentam prever que a saideira acontece por volta de setembro, talvez se prolongando, no máximo, até o fim do ano. Uma pequena parcela do PT, fiel a ela e aos cargos federais que ocupam, garante que Dilma não sai nem que a mandioca derreta ou a vaca tussa por falência múltipla dos órgãos institucionais. O certo é que a pressão conta ela aumenta de forma insuportável.

Enquanto curtia o passeio nos EUA, Dilma sofreu ontem mais uma derrota no parlamento - com o agravante que esta pode lhe render profundo desgaste político. A Presidenta será forçada a vetar o aumento médio de 56% aprovado pela estratégica (e por que não dizer malandra) unanimidade de 62 senadores presentes à sessão de ontem. Delcício Amaral, líder do governo no Senado, já avisou: "Fomos derrotados. Mas fiquem sabendo que o projeto será vetado e as negociações voltarão a estaca zero. Que saibam as consequências dessa derrota".

Os senadores sabem direitinho o que armaram. Fizeram média com o judiciário - onde muitos deles terão de acertar contas em vários processos judiciais. Ao mesmo tempo, criaram mais uma frente de desgaste para Dilma, prestes a encarar problemas com a delação premiada de Ricardo Pessoa, na Lava Jato, e quase pronta para tomar no TCU e na Justiça eleitoral. Já está escancaradamente armado o golpe do impeachment, trocando Dilma pelo meia-dúzia do Michel Temer.

O governo foi violentamente atropelado. Agora, o Ministério do Planejamento prevê que o aumento para o judiciário causaria um rombo de R$ 25,7 bilhões em quatro anos. O ministro Nelson Barbosa negociava um reajuste igual para todos os servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário. Seria de 21,3%, dividido em parcelas de 5,5% em 2016, 5,0% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019. O gasto da folha de pessoal permanecerá estável em 4,1% do PIB até 2019. O reajuste foi proposto com base na inflação esperada para os próximos quatro anos, mantendo o poder de compra do trabalhador.
Herculano
01/07/2015 10:28
Hoje é dia 1º/7. Isto não lembra a goleada da Alemanha no Brasil em julho do ano passado?
Herculano
01/07/2015 10:12
reeditado das 9.56
A VOLTA DA BUNGE VII

Em respeito aos leitores e leitoras desta coluna - líder de leitura e acessos e por isto invejada -, e para não polemizar, pois com credibilidade não se polemiza, se conquista, se transmite e a mesmo tempo para que possam comparar com bobagens, reproduzo neste espaço o que o editor do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação e o mais acreditado, Jean Laurindo, recebeu como resposta ao seu questionamento da assessora de imprensa da Bunge Alimentos, Aline Brandi, no dia 29 de junho.

"Olá Jean, tudo bem?

Conforme comentei, segue o mesmo posicionamento que enviamos ao jornal Metas, mas veja que a interpretação do veículo foi distorcida.

Posicionamento

A Bunge está reformando o prédio de Gaspar para que alguns projetos e as áreas administrativas que já estão na unidade passem a ocupa-lo a partir do segundo semestre de 2015.

Atenciosamente
Assessoria de Imprensa".

Afinal quem está de alma lavada, mais uma vez? O jornal Cruzeiro do Vale. Nele você pode acreditar. Acorda, Gaspar!
Herculano
01/07/2015 09:06
DILMA E OS DELATORES por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Num processo de mistificação do passado a serviço da corrupção do presente, Dilma confundiu o STF com o DOI

Um dos enigmas do comportamento político de Dilma Rousseff está na sua capacidade de viver numa realidade própria. É a essa característica que se deve atribuir parte do descrédito que acompanha sua administração. Diz uma coisa, faz outra e vai em frente. Recuando quase meio século na história do país para manipular os desdobramentos da Operação Lava Jato, a doutora afirmou o seguinte:

"Eu não respeito delator, até porque estive presa na ditadura militar e sei o que é. Tentaram me transformar numa delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas presas e garanto a vocês que resisti bravamente."

Mistificando o presente, associou o comportamento de quem passa pela carceragem de Curitiba com o dos presos do DOI durante a ditadura. Seu paralelo ofende o Ministério Público, o Judiciário e o Supremo Tribunal Federal, que homologa cada um dos acordos onde estão as confissões. Nenhum preso da Lava Jato passou por qualquer constrangimento físico. Até agora, todos os atos praticados pelos investigadores respeitaram o devido processo legal.

Deixando-se essa questão de lado, o que não é pouca coisa, vai-se ao coração da fala: "Eu não respeito delator". Num lance de autoexaltação, lembrou que "resisti bravamente". Ela sabe que o comportamento de um preso sob tortura nada tem a ver com sua bravura. Relaciona-se apenas com o caráter do torturador e do regime a que ele serve. Quem fala sob tortura não é delator, é apenas um cidadão torturado e a doutora respeita muitos deles. Dilma Rousseff, a "Wanda" do Comando de Libertação Nacional, sabe que o "Kleber" não foi um delator. Em 1969, depois de ter sido torturado por vários dias, ele indicou para a polícia o endereço de um aparelho da rua Atacarambu, em Belo Horizonte, onde estavam sete de seus companheiros. Dos milhares de presos torturados durante a ditadura, talvez não tenham chegado a uma dezena aqueles que, livres, continuaram colaborando com os agentes da repressão. Se os acusados que estão colaborando com a Lava Jato são mentirosos, não merecem respeito e seus acordos devem ser cancelados. Insultá-los leva a lugar nenhum.

Misturar empreiteiros milionários com militantes torturados é um truque que desmerece o estado de Direito e o regime democrático de hoje. Nas palavras de um ministro do governo Médici, referindo-se aos presos de seu tempo, "a delação, para eles, é o supremo opróbrio". Outro hierarca elaborou o lance seguinte: Os presos, tendo delatado, justificavam-se inventando que haviam sido torturados. Donde, não havia tortura, mas delatores. No paralelo de Dilma não haveria roubalheiras, mas delatores que não merecem respeito.

Há ainda outra diferença entre os presos que eram torturados nos DOI e os que passam pela Lava Jato. Uns sequestravam diplomatas, assaltavam bancos e roubaram o cofre onde a namorada de um ex-governador de São Paulo guardava dois milhões de dólares, parte dos quais vindos de empreiteiras. Seus alvos faziam parte do arco de interesses que todos, inclusive a doutora, pretendiam destruir. Nenhum deles pensava em aumentar seu patrimônio. Os empreiteiros da Lava Jato buscavam o enriquecimento pessoal e o PT enfiou-se nesse mundo de pixulecos porque quis.
Herculano
01/07/2015 09:03
SEM MEMÓRIA, DISCURSO CONVENIENTE

A presidente Dilma Vana Rousseff, PT, agora, e longe, nos Estados Unidos, diz que delator é um bandido e não reconhece o ato. Mas, veja o que registra a coluna Painel de hoje do jornal Folha de S. Paulo.

Ontem 1
No debate na TV Bandeirantes no segundo turno de 2014, Dilma defendeu a delação premiada. Citou várias leis assinadas por ela - entre elas a nº 1250, que regulamenta o instituto - para dizer que isso possibilitou a investigação na Petrobras.

Ontem 2
Em entrevista à "Carta Capital" entre os dois turnos, disse, sobre o instituto: "Para obter provas, Justiça e Ministério Público se valeram da delação premiada, método legítimo, previsto em lei. E muito útil para desmontar esquemas de corrupção".

Tiroteio
Ao comparar Joaquim Silvério dos Reis a Ricardo Pessoa, Dilma compara Tiradentes a Vaccari. A História de Minas merece respeito.

DE AÉCIO NEVES (MG), senador e presidente do PSDB, sobre a presidente ter equiparado o delator da Lava Jato ao traidor da Inconfidência Mineira.
Herculano
01/07/2015 08:05
DILMA É MAIS REJEITADA QUE BETO RICHA, NO PARANÁ

Pesquisa realizada no Paraná mostra que a desaprovação do governo Dilma Rousseff soma 87,1%. A repulsa dos paranaenses à presidente é ainda maior que os 84,7% do governador Beto Richa. Somente 10,8% dos paranaenses aprovam o governo Dilma. E apenas 3% dos entrevistados avaliam que ela "está indo melhor" do que o esperado; para 82,1%, está pior. O levantamento é do Instituto Paraná Pesquisas.

Dilma é Dilma

Para 14,3% dos entrevistados, a administração Dilma é tão ruim quanto o primeiro governo. A margem de erro da pesquisa é de 2,5%.

Richa rivaliza

A mesma pesquisa avaliou também o governo de Beto Richa (PSDB), que só não é mais mal avaliado que Dilma, no Paraná.

Pesquisa

O instituto Paraná Pesquisas ouviu 1.344 eleitores em 58 municípios do Estado do Paraná entre os dias 20 e 24 de junho

Pior que no DF

A situação de Dilma no Paraná é pior que em Brasília, onde ela mora: há exatos 30 dias, pesquisa mostrou que 84% da população a rejeitam.

Tráfico de influência já virou processo no TCU

A peculiar atuação do advogado Tiago Cedraz em casos no Tribunal de Contas da União, presidido pelo pai, Aroldo Cedraz, virou processo na Secretaria-Geral de Controle Externo, a partir de pedido de explicação do deputado Arnaldo Jordy (PA), vice-líder do PPS na Câmara. O parlamentar usou a delação do presidente da UTC, Ricardo Pessoa, para solicitar a apuração das condutas da dupla Tiago e Aroldo Cedraz.

O corregedor

Jordy pediu audiência com o corregedor do TCU, Raimundo Carreiro, para acompanhar o processo. Só que ele também foi citado por Pessoa

Processo instaurado

O processo TC-014.875/2015-2 foi instaurado no dia 29 pela Segecex, que vai investigar a suspeita de tráfico de influência no TCU.

Figura conhecida

Citado nas operações Voucher e Lava Jato, duas vezes, Tiago Cedraz é figura conhecida no noticiário sobre investigações da Polícia Federal.

É devastador

Teori Zavascki considera compartilhar com os colegas do Supremo o conteúdo integral, ainda desconhecido e tido como devastador, de toda Lava Jato. O escândalo pode significar a refundação da República.

Soberba dá cadeia

Segundo o juiz Sergio Moro, empreiteiras como Odebrecht e Andrade Gutierrez se reuniram em agosto de 2014, cinco meses após o início da Lava Jato, para discutir valor de propinas para diretores da Eletrobrás.

BC está fora

A assessoria de imprensa do Banco Central reagiu ao assessor do Planalto que incluiu o órgão entre os que mentem a Dilma, sonegando-lhe más notícias da economia, como esta coluna informou ontem: "Se o BC fizesse isso, não estaria aumentando juros desde abril de 2013".

Bola nas costas

Muitos petistas não gostaram da passagem de Lula por Brasília, esta semana, justamente na ausência de Dilma, competindo com a agenda "positiva" que desesperadamente ela tentava criar nos EUA.

Saia justa

A secretária-executiva do Ministério da Defesa, Eva Chiavon, recebeu políticos pernambucanos, ontem, mas se recusou a posar para fotos. Chiavon é uma petista catarinense que no governo Jaques Wagner virou a "Dilma da Bahia" por seu estilo, digamos, búlgaro de ser.

Palpitar não basta

José Eduardo Cardozo (Justiça) insiste na lorota de que reduzir maioridade penal tornaria o sistema prisional "catastrófico". Ele deveria economizar palpites, respeitar o Congresso e assumir o compromisso de finalmente construir unidades decentes para jovens infratores.

Boa notícia

O governo de Paulo Hartung (PMDB) no Espirito Santo celebra a redução em 14% no número de homicídios, em relação a 2014. A taxa de 37,7 homicídios por 100 mil habitantes é a menor desde 1991.

Dica de leitura

O senador José Serra (PSDB-SP) é só elogios ao livro "Ministro Marco Aurélio - 25 anos no STF", recém-lançado. Nas conversas, ele destaca grandes momentos de Marco Aurélio no Supremo Tribunal federal.

Pergunta na Lava Jato

O pacto que Lula propõe entre Dilma, Congresso e Justiça é tipo "todos blindados; quem roubou, roubou, quem não roubou não rouba mais"?
Herculano
01/07/2015 07:51
EM DECISÃO APERTADA DE CINCO VOTOS, CÂMARA REJEITA REDUÇÃO DA IDADE PENAL PARA CRIMES GRAVES

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Mariana Haubert e Natália Cancian, da sucursal de Brasília

Após força-tarefa conduzida pelo governo e em decisão apertada, a Câmara dos Deputados rejeitou na madrugada desta quarta-feira (1º) a proposta de emenda à Constituição que reduzia a maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes graves.

Na votação, 303 deputados foram a favor da proposta, 184 contra e 3 se abstiveram. Na prática, faltaram só cinco votos para que ela avançasse - em primeira votação, dependendo depois de outro aval da Câmara e do Senado.

As regras da Câmara determinam que uma PEC, por fazer mudanças na Constituição, precisa de no mínimo 308 votos para ser aprovada.

Mesmo com a rejeição do projeto, a Casa ainda poderá votar em plenário a proposta original da PEC - que reduz a maioridade penal não só para crimes graves, mas para qualquer tipo de crime.

O projeto rejeitado nesta quarta foi patrocinado pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deu celeridade a sua tramitação.

Ele havia sido resultado de uma negociação com deputados tucanos. O texto que serviu de base do acordo foi feito pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

O texto analisado visava alterar a Constituição para reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos (como estupro e latrocínio) ou equiparados (como tráfico de drogas), homicídio doloso (quando há intenção de matar), roubo qualificado (quando há uso de arma de fogo, por exemplo) e lesão corporal grave ou seguida de morte.

'BOMBA'

Cunha contou com apoio das bancadas evangélicas e da bala e de parte da oposição (como PSDB e DEM).

PT, PSB, PDT, PC do B, Pros, PPS, PV e Psol encaminharam suas bancadas para votar contra a proposta.

O governo Dilma Rousseff (PT) atuou para convencer a base aliada pela rejeição da proposta. Durante a manhã, os líderes da base se reuniram no Ministério da Justiça com José Eduardo Cardozo, titular da pasta, e com Pepe Vargas (Direitos Humanos).

Cardozo afirmou que a aprovação seria uma "bomba atômica" no sistema prisional e poderia levar a alterações de outras leis, como a da permissão para dirigir.

O governo vinha nos últimos meses reforçando a divulgação de estatísticas sobre a criminalidade juvenil na tentativa de influenciar a opinião pública contra a redução da maioridade.

E passou a defender mudanças só no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), para aumentar a punição para menores que praticam crime violento e para adultos que aliciam ou cooptam jovens.

Para garantir que a discussão sobre a proposta não se estendesse, foi acordado que 10 deputados falariam contra a redução e 10 falariam a favor. Ainda assim, a discussão e a votação da matéria demoraram mais de quatro horas.

Deputados que defendiam a redução da maioridade chegaram a subir na área da mesa da presidência da Câmara quando se aproximou do fim da votação. Depois do resultado, manifestantes contrários à redução comemoraram na galeria do plenário com gritos de "não, não, não à redução" e "Cunha ditador".

SENHAS

"Nós somos legisladores, não vingadores", disse Ivan Valente (Psol-SP). "Essa proposta poderá colocar os mais jovens no caminho dos crimes, das drogas e da pedofilia", criticou Sibá Machado (AC), líder do PT.

Os que queriam a redução da maioridade justificavam sua posição dizendo que muitos crimes são cometidos por menores de 18 anos. "Quem sequestra, tortura e mata, não é criança, é criminoso", disse Marcos Rogério (PDT-RO).

"O ECA é fraco, não pune, tanto é que, após atingir a maioridade, esse marginal sai com ficha limpa independentemente dos crimes bárbaros que tenha praticado", afirmou Capitão Augusto (PR-SP).

A sessão foi antecedida por tumulto e gritos entre manifestantes contrários e a favor da redução da maioridade.

Segundo estudantes, a polícia usou gás de pimenta. Favoráveis à redução gritavam "bandido é na prisão", enquanto os contrários rebatiam: "Não à redução, queremos mais saúde e educação".

O presidente da Casa determinou a distribuição de senhas para os partidos para a galeria do plenário.

Um grupo de 60 estudantes da UNE (União Nacional dos Estudantes) foi impedido de acompanhar a discussão.

Eles obtiveram um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal autorizando seu ingresso na galeria. Cunha afirmou, porém, que recebeu apenas a decisão de manter a ordem na Casa.
Herculano
01/07/2015 07:41
ESTAMOS BEM GOVERNADOS E PROTEGIDOS

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, PT SP, o que os companheiros querem que enquadrem a Polícia Federal para nada apurar contra eles, foi a público dizer qe não seria uma boa aprovar a lei que diminua a maioridade penal, porque no Brasil há falta de 200 mil vagas nas cadeias e penitenciárias

É uma vergonha o discurso e a desculpa. O governo confessa, na maior cara de pau, que não fez a parte dele, não foi responsável, administrou mal os nossos pesados impostos e que por isso devemos conviver com bandidos, criar leis as brandas ou não aplica-la.

É ou não é um governo de bandidos para bandidos?
Herculano
01/07/2015 07:32
OS TRÊS PRESIDENTES SÃO QUATRO, por Carlos Brickmann

A presidente da República viajou para os Estados Unidos. Em seu lugar, na Presidência, ficou o vice Michel Temer. O ex-presidente Lula viajou a Brasília e, como se presidente fosse, convocou as bancadas do PT para definir estratégias políticas, e admoestou ministros da outra presidente, a que está ausenta. Três presidentes; e nenhum presidente. Onde há três mandando, quem manda?

Lula disse a Dilma para negociar politicamenta (ou seja, trocando cargos e verbas por apoio). Dilma delegou a Temer as negociações. Temer fez os acordos necessários para conseguir apoio. E Dilma não honrou as promessas. Parlamentar que foi enganado é muito mais bravo que o que não fez acordo. Dilma vai perdendo votações sucessivas - e algumas derrotas são desastrosas para o país.

E daí? Daí a arrecadação do ICMS caiu 5,9% de janeiro a maio, com relação à do mesmo período de 2014, que já havia sido fraca. A queda do ICMS significa que compras e vendas estão em crise; que produção e empregos se reduzem. A queda se acelera: se, em vez de janeiro a maio, a comparação for feita em 12 meses, a queda será de 3,5%. É catastrófica; já piorou; pode piorar mais.

Um ótimo romance de Alexandre Dumas, Os Três Mosqueteiros, tem uma característica interessante: os três mosqueteiros, Athos, Porthos e Aramis, são quatro, já que D?Artagnan se junta a eles. No Brasil, os três presidentes também são quatro: além de Dilma, Temer e Lula, há o juiz Sérgio Moro, que, de sua Vara de 1ª Instância, em Curitiba, governa e manda muito mais do que os três outros.

O CAMINHO DAS PEDRADAS

César Maia, ex-governador, ex-deputado, ex-secretário de Estado, é mais conhecido com bom analista político. E sua análise prevê tempos difíceis: afasta a possibilidade de impeachment de Dilma, mas admite que ela se licencie, ou que sejam reduzidos seus poderes, ou seu mandato, "com a demonstração de que perdeu a capacidade ou a condição de governar". Este pode ser o motivo pelo qual o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, insiste em recolocar o parlamentarismo em pauta: para ter uma saída política imediata caso se torne necessária.

"Ninguém pensa em qualquer ação de força", diz Maia. "Mas os vetores econômico, moral e social criam um ambiente insustentável. Dilma já não tem maioria dentro do PT. Lula também quer mudanças". A maioria governista se esfacela. E isso deve consumar-se, acredita, num prazo curto: até dezembro, talvez.

FATO HISTORICO

Em 1919, o vice-presidente Delfim Moreira assumiu provisoriamente no lugar de Rodrigues Alves, que morreu de gripe espanhola, e convocou novas eleições (que levaram o paraibano Epitácio Pessoa à Presidência). A arteriosclerose deixou Delfim Moreira mentalmente incapacitado em seu curto mandato. Quem governou em seu lugar foi o ministro da Viação, Afrânio de Mello Franco.

RELENDO OS JORNAIS

Título de reportagem de Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo, em 5 de fevereiro de 2015: "Em 2012, primeiro-ministro da Grécia pediu conselho a Lula e Dilma sobre economia".

Alex Tsipras, da coligação Syriza, que acabou chegando ao poder, veio ao Brasil especialmente para aprender com ambos. Pois é.

O PASTOR E SUAS OVELHAS

O deputado Pastor Eurico, do PSB de Pernambuco, um dos líderes da bancada evangélica, foi escolhido relator da proposta de emenda constitucional do também evangélico Cabo Daciolo, eleito pelo PSOL do Rio, que muda o primeiro parágrafo da Constituição: em vez de "todo o poder emana do povo", ficaria "todo o poder emana de Deus".

Proposta absurda: para quem não acredita que o poder emana de Deus, são palavras vazias; para quem acredita, inúteis. Mas veja quem assina a proposta que fere o caráter laico do país: Bruno Covas (PSDB, SP), Rodrigo Maia (DEM, Rio), Paulo Pimenta (PT, RS), Paulo Maluf (PP, SP).

É ESPERTO. E SABE POR QUE

O prefeito paulistano Fernando Haddad, do PT, retirou da Secretaria dos Transportes a licitação dos corredores de ônibus, de R$ 4,2 bilhões, e transferiu-a à Secretaria de Infraestrutura Urbana. Nada a ver com administração, mas com esperteza. Quer que as denúncias contra a licitação (sabe que virão) sejam julgadas no Tribunal de Contas do Município pelo conselheiro João Antônio, seu ex-secretário, de confiança, e não pelo conselheiro Édson Simões, que não é petista. Haddad adora essa tática: fez o mesmo com as ciclovias.

Conhece o jogo - e mesmo assim a parceria público-privada para reforma da iluminação de São Paulo era tão obscura que até João Antônio parou tudo para pedir esclarecimentos.

MURO NO CAMINHO

Petrolão, Justiça americana, dívida alta - e agora mais um obstáculo para a Petrobras: o campo de Libra, na área do pré-sal da Bacia de Santos, a 170 km da costa, é dividido ao meio por um imenso paredão de rocha. Caso a separação seja mesmo total, duplica o custo de exploração do petróleo, já que todos os equipamentos terão de ser colocados em cada lado do campo.

Ainda assim, as estimativas são de que o campo, embora menos lucrativo, é economicamente viável. O principal problema é que talvez haja algum atraso no início da produção.
Herculano
01/07/2015 07:22
LÓGICA TORTURADA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Ao dizer que não respeita delator, Dilma demonstra incoerência, mistura ditadura com democracia e ataca mecanismo processual

Antipatizar com delatores é uma questão pessoal, mas Dilma Rousseff (PT), na condição de presidente da República, tem o dever legal de respeitar um instituto admitido pela legislação brasileira --a norma mais recente sobre o tema, aliás, foi sancionada pela própria petista em 2013.

Já não seria pouco, mas Dilma não se limitou a quebrar a liturgia do cargo e a demonstrar incoerência. Procurando se esquivar de acusações feitas pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, a presidente desmereceu companheiros do passado, misturou democracia com ditadura e atacou um mecanismo de defesa que auxilia as investigações.

Em Nova York, ao comentar irregularidades que Pessoa atribuiu ao financiamento de sua campanha à reeleição, a petista afirmou: "Não respeito delator, até porque estive presa na ditadura militar e sei o que é. Tentaram me transformar numa delatora (...) e garanto que resisti bravamente".

Dilma pode ter suportado a dor das sevícias; outros tantos sucumbiram. Merecem o desprezo da presidente? Talvez ela tenha se deixado trair, ainda hoje, pela "mitologia heroica" que, como descreve o jornalista Elio Gaspari, era compartilhada por vítimas e algozes.

No livro "A Ditadura Escancarada", Gaspari ainda lembra algo de que Dilma parece ter-se esquecido: a tortura surge como opção pelo "fato de que ela funciona. O preso não quer falar, apanha e fala".

Isso nada revela sobre o caráter do torturado, mas diz muito acerca de governos que aceitam essa desumanidade: são regimes ditatoriais que ignoram o primado da lei e mandam às favas princípios caros às democracias, entre os quais está o devido processo legal.

Embora advogados de envolvidos na Operação Lava Jato apontem abusos nas prisões, não se tem notícia de violência física ou supressão do direito de defesa. Não se confundem com ruptura institucional os eventuais exageros processuais - mesmo porque estes têm sido debatidos nas mais diversas instâncias competentes.

Também têm sido debatidas nos foros apropriados as informações oferecidas por quem buscou um acordo de delação premiada em troca de redução da pena. Como Dilma Rousseff bem sabe, a eficácia da colaboração será levada em conta na concessão do benefício.

Se Ricardo Pessoa mentiu ao dizer que pagou propina no esquema da Petrobras ou ao afirmar que deu dinheiro à campanha de Dilma por medo de arruinar negócios com a estatal, a presidente pode ficar tranquila: ele perderá a vantagem processual e suas acusações não levarão a nada, pois ninguém há de ser condenado apenas com base na manifestação do delator.

Isso é o que garante a lei - a mesma lei que Dilma saudou durante as eleições e que agora, cada vez mais isolada, pretende desacreditar
Herculano
01/07/2015 07:19
A METADE JÁ SE FOI

Se muitos não perceberam, a metade de 2015 já se foi. Hoje entramos exatamente na outra metade.

Para alguns políticos e administradores públicos, o tempo e a crise econômica estão conspirando contra seu planos.
Herculano
01/07/2015 07:15
O PT CONTRA A PF, por Bernardo Mello Franco para o jornal Folha de S. Paulo

O PT convocou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para um depoimento a portas fechadas. O objetivo é cobrá-lo sobre as últimas operações da Polícia Federal, que têm tirado o sono do governo e de dirigentes do partido.

Em resolução aprovada na semana passada, os petistas batem duro na Lava Jato e acusam "setores" da polícia, da Justiça e do Ministério Público de atuarem de forma "ilegal, antidemocrática e seletiva". Como não há exemplos concretos, a queixa parece refletir apenas a irritação com as prisões de companheiros.

O texto também sustenta que há um "estado de exceção sendo gerado, em afronta à Constituição". Em outra passagem, defende as empreiteiras do petrolão e diz que "é preciso apressar os acordos de leniência" e "impedir a quebra das empresas".

O documento omitiu o nome de Cardozo, mas os petistas não têm poupado adjetivos para criticá-lo. Reservadamente, dizem que ele "não controla a PF" e deveria agir em defesa dos colegas de partido em apuros. Se as queixas estiverem corretas, o ministro merece elogios por respeitar a autonomia da polícia e a impessoalidade de suas investigações.

Desde o início do ano, Dilma Rousseff já citou a PF em ao menos cinco discursos. Na posse, em 1º de janeiro, exaltou sua "absoluta autonomia" como "instituição de Estado". Em 16 de março, afirmou que o Brasil é "um país em que o Executivo assegura absoluta liberdade de ação à Polícia Federal". Dois dias depois, disse que fortaleceu o órgão e garantiu "sua absoluta autonomia e isenção para investigar".

Se os petistas divergem dessas ideias, deveriam convocar a presidente, não seu subordinado, para dar explicações ao partido.

Ressuscitada de forma oportunista, a bandeira do parlamentarismo pode servir a muitos fins. Entre eles, o de entregar o poder a quem não o alcançaria pelo voto popular.
MARISE TERESINHA HEINIG
30/06/2015 21:10
CLUBE MUSICAL SÃO PEDRO.... a nossa BANDA. Conforme escreveu o senhor Herculano "A festa de São Pedro (neste ano, uma das melhores) tinha um ícone: a Banda São Pedro. Não tem mais. Embaralharam as notas. Derrubaram a partitura. Uma pena. É o retrato de como gente do poder quer acabar até com 70 anos de história para prevalecer a sua vontade, leis e punição. Acorda, Gaspar!"

Quando a novela de Tribunal de Contas.... projeto de acordo com o que a procuradoria do município necessita...vai acabar? A legislação está posta para ser cumprida, mas ajudar os músicos/diretoria (voluntários) a organizar a burocracia para que o repasse financeiro possa chegar a esta importante INSTITUIÇÃO é o mínimo que se espera do governo municipal. Vir com desculpas de que a rubrica está na LOA 2015 (e tem que estar), mas que o projeto que a banda entregou primeiro para a Secretaria Municipal de Turismo (e não era lá) depois para a Secretaria Municipal de Educação - departamento de Cultura não está de acordo com as normas e não ajudar/sentar com essa diretoria de voluntários e resolver a situação..... certamente falta ATITUDE.... o patrimônio é do município....
Herculano
30/06/2015 20:49
MAIORIDADE PENAL: PSDB, DEM E PMDB SÃO FAVORÁVEIS; PT E PDT CONTRA


Conteúdo do Congresso em Foco. Durante a votação relacionada à PEC da redução da maioridade penal, os líderes de partidos como o PSDB, DEM, PMDB e PSD afirmaram que vão orientar suas bancadas para votar a favor da proposta. Do outro lado, os líderes do PT, Psol, PDT e PPS confirmaram pela tarde que orientarão contrários à medida.

Na sessão desta terça-feira (30), os deputados devem votar o substitutivo apresentado pelo deputado Laerte Bessa (PR-DF) à PEC 171/93 na comissão especial da maioridade penal. O texto define que a responsabilização penal de jovens entre 16 e 17 anos não será integral. A sugestão do colegiado é que ela fique restrita a crimes hediondos (homicídio qualificado, latrocínio, sequestro, estupro), tráfico de drogas, casos de terrorismo, lesão corporal grave e roubo qualificado.

Após várias reuniões partidárias, as bancadas do PSDB, do chamado blocão (que reúne o PMDB, PP, PTB, PSC, PHS, PEN), do DEM e do PSD fecharam questão a favor do texto do deputado Laerte Bessa. Juntas, estas bancadas reúnem 260 parlamentares. Do outro lado, as bancadas que já se manifestaram contra a redução da maioridade penal: PT, Psol, PDT e PPS juntam 97 parlamentares.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é a favor da redução da maioridade penal adiou ao máximo o início da votação para garantir o quorum máximo. Deputados a favor da proposta alegam que quanto maior o número de parlamentares em plenário, maiores as chances da PEC ser aprovada. Para passar em primeiro turno, a PEC da maioridade penal precisa de, pelo menos, 308 votos.
sidnei luis reinert
30/06/2015 19:00
Ronaldo Caiado

Diante das graves acusações do dono do UTC e do claro quadro de ingovernabilidade do País, anunciamos que vamos entrar com uma representação na PGR contra a presidente Dilma e o ex-tesoureiro e ministro Edinho Silva por crime de extorsão. Com a delação de Ricardo Pessoa está nítida a metodologia aplicada pelo PT para utilizar o Estado como máquina e aparelho de governo. Isso é mais que suficiente para o afastamento da presidente e a convocação de novas eleições. A oposição, que se reuniu hoje no Senado, também vai pedir ao TSE o compartilhamento da delação do empreiteiro e vai protocolar uma representação no TCU pelo crime das ?pedaladas fiscais? que continuam sendo praticadas em 2015. Não é justo que todas as forças políticas e a pressão de um governo seja exercida no sentido de manter uma presidente que não tem credenciais para representar a população.

http://www.ronaldocaiado.com.br/oposicao-vai-protocolar-representacao-contra-dilma-e-edinho-silva-por-crime-de-extorsao/
Aroldo
30/06/2015 18:55
É PRÁ CABAR. TEM JORNAL FAZENDO A SEGUINTE MANCHETE: BRASÍLIA SEGURA O DINHEIRO DA PONTE. SERÁ QUE ELE ACREDITA MESMO NISSO? SE ELE TIVESSE LIDO A SUA COLUNA, PRIMEIRO NÃO TERIA ACREDITADO NO ZUCHI, DEPOIS NÃO TERIA DIVULGADO A BOBAGEM PARA AGRADAR O SEU SENHOR AUMENTAR ASSIM A SUA CREDIBILIDADE

OUTRA SE TIVESSE LIDO OS JORNAIS, SABERIA QUE BRASÍLIA ESTÁ QUEBRADA, É MENTIROSA E SÓ TEM DINHEIRO PARA QUEM ROUBA DE NÓS OU PAGA E DISTRIBUI PROPINAS
Herculano
30/06/2015 18:18
CARTEL PAGOU PROPINA EM OUTRAS ÁREAS DO GOVERNO, DIZ MORO

O conteúdo é do jornal O Estado de S. Paulo. O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato, acredita que o mesmo modelo de corrupção e propinas instalado na Petrobrás foi adotado por algumas das maiores empreiteiras do País em outras áreas de infraestrutura do governo, como hidrelétricas e usinas. Por meio de informações ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), que examina pedido de habeas corpus para o executivo Elton Negrão de Azevedo Júnior, da Andrade Gutierrez - preso pela Erga Omnes, a 14.ª fase da Lava Jato, deflagrada em 19 de junho -, Sérgio Moro aponta para suposto envolvimento das construtoras em empreendimentos bilionários, agora sob suspeita a partir da delação premiada de um dos altos dirigentes da Camargo Corrêa, desligado depois de ser preso.

"Além dos crimes, no âmbito da Petrobrás, terem perdurado por anos, foram depois reproduzidos na Setebrasil, empresa criada para fabricação de sondas para exploração do petróleo na camada do pré-sal", assinalou o magistrado da Lava Jato. "Como se não fosse o bastante, o mesmo modus operandi, envolvendo número mais restrito de empreiteiras, mas incluindo Camargo Correa, Andrade Gutierrez e Odebrecht, foi utilizado, para pagamento de propina, em contratos de construção da Hidrelétrica de Belo Monte, como revelou recentemente ao Ministério Público Federal Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Correa."

Avancini foi preso em novembro de 2014 pela Juízo Final, etapa da Lava Jato que pegou o cartel de empreiteiras na Petrobrás - são citadas quase 20 empreiteira, entre elas a Andrade Gutierrez, a Camargo Corrêa e a Odebrecht, cujo presidente foi preso dia 19 de junho pela Erga Omnes.

O ex-presidente da empreiteira fez delação premiada e ganhou o benefício da prisão domiciliar, com tornozeleira. Seus relatos abriram o leque da Lava Jato, tornando público o suposto conluio de grandes empreiteiras em áreas estratégicas do governo.

Em seu despacho ao TRF4, em que sustenta a necessidade da manutenção da prisão preventiva do executivo da Andrade Gutierrez, Sérgio Moro usa o mesmo adjetivo que o chefe do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot, empregou para rotular o esquema de malfeitos na Petrobrás. "Os crimes de cartel, corrupção e lavagem havidos na Petrobrás têm dimensão descomunal, como recentemente os qualificou o procurador geral da República."

Moro emendou. "Mais perturbadora a afirmação do colaborador (Avancini) de que, em agosto de 2014, ou seja, quando as investigações da Operação Lava Jato já haviam se tornado públicas e notórias, as empreiteiras, entre elas a Andrade Gutierrez e a Odebrecht, reuniram-se para discutir, entre outros assuntos, o pagamento de propinas a dirigentes da Eletrobrás."

O juiz federal pondera que "essas declarações quanto à Hidrelétrica de Belo Monte e Angra3 ainda precisam ser melhor apuradas". Mas ele argumenta. "Elas (as revelações de Dalton Avancini) têm plausibilidade considerando os fatos já provados nos contratos da Petrobrás. Além disso, são aqui invocadas, não como pressupostos da preventiva (prova de autoria e materialidade de crimes), mas como indicativos do risco de reiteração das práticas delitivas sem a preventiva, já que o esquema criminoso teria se reproduzido em outras estatais e persistido mesmo após o início das investigações."

O juiz da Lava Jato afirma que "há prova de que o mesmo modus operandi, de cartel, ajuste de licitações e propinas, além de ter gerado um grande prejuízo à Petrobrás (estimado em mais de seis bilhões de reais no balanço da estatal), foi reproduzido em outros âmbitos da Administração Pública, inclusive com pagamentos de propinas no segundo semestre de 2014, quando já notória a investigação sobre as empreiteiras".

Ele cita "indicativos de cooptação e corrupção de diversos agentes públicos, diretores de empresas estatais, e que também podem incluir, conforma apuração em trâmite perante o Supremo Tribunal Federal, outros agentes públicos de nível até mais alto, como parlamentares federais".

Ao fazer menção ao termo de depoimento número 9 da delação premiada de Dalton Avancini, o juiz salientou. "Como se não fosse o bastante, o mesmo modus operandi, envolvendo número mais restrito de empreiteiras, mas incluindo Camargo Correa, Andrade Gutierrez, Odebrecht e UTC Engenharia, foi utilizado, para ajustar duas licitações em obras de Angra 3 (Angra03 e UNA03) e ainda para o pagamento de propinas a empregados da Eletronuclear, que teriam colocado nas licitações cláusulas restritivas à concorrência para favorecer o cartel. O fato foi também revelado ao Ministério Público Federal por Dalton Avancini."

Sérgio Moro rebate o argumento da defesa de Elton Negrão. "Ao contrário do alegado pelo impetrante, a imposição da preventiva é, no presente caso, aplicação pura e ortodoxa da lei, pois a medida mais grave é, infelizmente, necessária para interromper o ciclo delitivo e interromper a sangria aos cofres públicos, sem olvidar ainda a corrupção de agentes públicos, entre os quais, conforme apuração em trâmite perante o Supremo Tribunal Federal, podem até estar parlamentares federais."

"Quer sejam crimes violentos ou crimes graves de corrupção, ajuste de licitações e lavagem, como é o caso, a prisão cautelar justifica-se para interrompê-los, já que reiterados e sistematizados, e para proteger a sociedade e outros indivíduos de sua renovação", alerta Sérgio Moro.

As empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa foram contatas pela reportagem, mas não mandaram seus posicionamentos até o fechamento desta matéria.
Herculano
30/06/2015 18:14
ERRO, EXAGERO, IMPRECISÃO, por Carlos Brickmann

Joseph Pulitzer, um dos grandes jornalistas de todos os tempos, costumava dizer o que é jornalismo com três palavras: "Precisão! Precisão!! Precisão!!!" Quando assumiu o comando do Saint Louis Post-Dispatch, em 1878, definiu assim a linha política do jornal: "Não servirá a um partido, mas ao povo. Não apoiará o governo, mas o criticará". Pulitzer morreu em 1911. Sorte dele.

Na guerra partidária maluca e sanguinolenta que o Brasil vive, ninguém pode criticar as decisões do juiz Sérgio Moro sem ser imediatamente acusado de defender os corruptos do governo. Não pode dizer que apesar da estiagem recorde a água continuou a fluir em São Paulo, embora com falhas, sem ser acusado de tucano branco e rico de olhos azuis. Para quem diz que não houve estiagem em São Paulo e que os problemas no abastecimento de água foram causados pela incompetência do governo tucano, houve entretanto estiagem quando o assunto é eletricidade, coisa do governo federal. E, em qualquer caso, todo erro é justificado por algum outro erro cometido por um adversário: a Venezuela prende os opositores sem julgamento, mas em Guantánamo também há presos não julgados, e ficam elas por elas. Quando alguém diz que a Ucrânia foi invadida, a resposta é do mesmo tipo: e os atiradores brancos que mataram negros nos Estados Unidos?

É a frase famosa em ação: "Somos, mas quem não é?"
Herculano
30/06/2015 18:08
O QUE AINDA MANTÉM CARDOZO NO GOVERNO? por Bepe Damasco

A atuação do ministro José Eduardo Cardozo à frente do Ministério da Justiça é um daqueles enigmas capazes de devorar quem não for capaz de decifrá-lo. Se a Polícia Federal se transformou num monstro antirrepublicano completamente fora de controle, como todas as evidências apontam, o ministro a quem a PF deve obediência e subordinação tem de ser demitido em nome da preservação da hierarquia. No seu lugar, deve entrar alguém com capacidade para pôr o guizo no gato, freando as ações pirotécnicas e midiáticas da PF contra o PT, enquanto poupa adversários do governo. Contudo, permanece o mistério: por que será que o ministro Cardozo ainda não foi afastado pela presidenta Dilma?

Para complicar ainda mais esse imbróglio, dizem que o ministro goza da confiança irrestrita de Dilma. Ficamos combinados, então, que a presidenta da República prestigia e fortalece um auxiliar responsável por seguidas ações seletivas da PF sobre integrantes do seu governo e aliados? Esquizofrenia pura. No mínimo, Dilma teria de cobrar isonomia da PF entre petistas, gente dos governos estaduais do PSDB e demais membros da oposição. Mas não. Vive a elogiar as ações do PF. É como se um técnico de futebol enaltecesse um jogador seu que só faz gol contra, mas poupa a meta adversária.

Enquanto o governador Pimentel e sua esposa são vítimas de uma operação arbitrária e sem pé nem cabeça da PF, até hoje não se sabe porque um helicóptero carregado de cocaína pertencente a um aliado de Aécio Neves não mereceu a mesma atenção dos federais. Nem porque nenhum envolvido no Trensalão tucano de São Paulo foi incomodado pela "faxina ética" da PF.

Tesoureiros de todos os partidos receberam doações de empreiteiras. No entanto, para a PF, só as recebidas pelo PT são ilegais. Por isso, entre os responsáveis pelas finanças de todos os partidos, apenas o petista João Vaccari Neto está preso. No mundo do marketing político, advinha quem foi o único profissional a ser ameaçado de indiciamento pela PF? Claro, João Santana, responsável pela campanha de Lula em 2006 e Dilma em 2010 e 2014.

Se não tiver petista na história, tudo passa batido. Delegados da PF veem indícios contra Lula devido à contribuição de empreiteiras ao seu instituto, mas são cegos ao forte apoio financeiro das mesmas empreiteiras ao instituto de FHC. Eduardo Cunha, Aloysio Nunes Ferreira e Anastasia, por exemplo, sabem que jamais serão alvo de uma ação da PF. Afinal, são oposicionistas. E quem é de oposição está protegido contra este tipo de problema.

O reaparelhamento da PF e suas tão propaladas autonomia e independência, obra e graça dos governos Lula e Dilma, não vêm servindo ao estado de direito democrático. Ao contrário, atentam contra a democracia, na medida em que usam e abusam de uma melhor estrutura em termos de equipamentos, tecnologia e recursos humanos para servir a interesses partidários e contribuir para interromper o mandato constitucional da presidenta Dilma.

Há poucos dias, li uma importante matéria do Luis Nassif, no GGN, na qual o jornalista examina as entranhas da rebelião da PF contra o PT. Nassif aponta como principal causa para o antipetismo visceral e o ativismo tucano que grassa na instituição a colaboração do governo Lula para que as operações Castelo de Areia e Satiagraha, que fisgava tucanos graúdos, acabassem anuladas pelos tribunais superiores.

Sendo assim, a situação ganha contornos ainda mais absurdos. Pataquadas do republicanismo petista com efeito bumerangue à parte, como admitir que a chefe do Poder Executivo e seu ministro de Estado de Justiça tolerem que subordinados que dirigem a PF orientem suas atuações pela sede de vingança contra um determinado partido político? Como permitir que a PF avance tantas casas no caminho da degeneração até tornar-se braço do estado em articulações golpistas?

Em tempo: que fim levou o inquérito que o ministro Cardozo disser ter aberto contra delegados da PF flagrados fazendo campanha para Aécio nas redes sociais, nas eleições do ano passado?
Herculano
30/06/2015 18:02
BARBOSA CRITICA OS ATAQUES DE DILMA À DELAÇÃO por Josias de Souza

O ministro aposentado do STF Joaquim Barbosa espantou-se com os ataques de Dilma Rousseff à ferramenta da delação premiada. ?Há algo profundamente errado na nossa vida pública?, anotou o ex-relator do mensalão no Twitter, na madrugada desta terça-feira. "Nunca vi um Chefe de Estado tão mal assessorado como a nossa atual presidente", ele acrescentou. "Caberia à assessoria informar que atentar contra bom funcionamento do Poder Judiciário é crime de responsabilidade!".

Horas antes da manifestação de Barbosa, Dilma comentara em Nova York a revelação do empreiteiro-delator Ricardo Pessoa de que repassou à sua campanha presidencial, em 2014, R$ 7,5 milhões em verbas roubadas da Petrobras. A presidente valera-se de uma comparação esdrúxula:

"Eu não respeito delator, até porque estive presa na ditadura militar e sei o que é. Tentaram me transformar numa delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas presas, e garanto para vocês que resisti bravamente. Até, em alguns momentos, fui mal interpretada quando disse que, em tortura, a gente tem que resistir, porque se não você entrega seus presos.''

Barbosa recordou: "?'colaboração' ou 'delação' premiada é um instituto penal-processual previsto em lei no Brasil! Lei!!!" O ex-ministro não disse, mas essa lei foi sancionada pela própria Dilma, há dois anos.

"Zelar pelo respeito e cumprimento das leis do país: esta é uma das mais importantes missões constitucionais de um presidente da República!", lecionou Barbosa.

"Nossa Constituição outorga ao presidente a prerrogativa de vetar um projeto ou de impugnar uma lei perante o STF por inconstitucionalidade", acrescentou. "Porém, a Constituição não autoriza o presidente a 'investir politicamente' contra as leis vigentes, minando-lhes as bases."
Herculano
30/06/2015 17:15
PEDIDO GREGO É REJEITADO E CALOTE NO FMI DEVE SE CONFIRMAR

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Pedro Colon, eviado especial a Atenas, na Grécia. Os países da zona do euro rejeitaram o pedido de socorro de última hora feito pela Grécia nesta terça-feira (30) para evitar um calote de ? 1,6 bilhão no FMI.

Os ministros de Finanças do bloco da moeda única, que tem 19 países incluindo a Grécia, fizeram uma reunião de emergência por teleconferência para avaliar o pedido. A resposta foi negativa. O bloco avisou que deve rediscutir o assunto nesta quarta e pedir mais detalhes à Grécia.

Com isso, fica inevitável o não pagamento da dívida que vence nesta terça (30), deixando a Grécia a partir desta quarta (1º) sem ajuda externa pela primeira vez em cinco anos.

Em tese, o governo tem até as 18h do horário de Washington (19h em Brasília e 1h de quarta-feira, 1º, pelo horário de Atenas) para quitar a dívida com o fundo.
A Pedra de Genesis
30/06/2015 14:45
Pois é, como as coisas são aqui em Gaspar, os agentes de transito do DITRAN, não podem fazer BLITZ, ou se fizerem não podem punir amigos do rei, no horaria de saída da Madra Francisca Lampel , eles não podem nem aparecer, pois se aparecerem vão ter inúmeras multas para aplicar, só que aqui estão muitos amigos do rei que vem buscar seus filhos, portanto, não podem fiscalizar.
Outra este mesmo colégio fica a manha toda com som extremamente alto, e ninguém faz nada, a policia tem passar ali, ou a LEI do Silencio só serve, para os mais humildes.
Herculano
30/06/2015 14:43
Á MODA DOS EMPREITEIROS, por Lauro Quadros, de Veja.

Um observador atento da cena de Brasília notou:

A reunião de ontem do PT com o Lula em Brasília foi precedida de uma novidade no mundo petista: para entrar todo mundo teve que depositar o celular em um saco plástico, mantido fora da sala da reunião.

Exatamente o modo adotado nas reuniões de empreiteiras.
Herculano
30/06/2015 14:14
JOAQUIM BARBOSA CRITICA DILMA: PRESIDENTE NÃO PODE "INVESTIR POLITICAMENTE" CONTRA LEIS

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de José Roberto Castro. O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa reagiu ontem à fala da presidente Dilma Rousseff, que disse nos Estados Unidos que "não respeita delator". Sob o argumento que delação premiada "é um instituto penal-processual previsto em lei no Brasil", Barbosa disse que Dilma é mal assessorada e que um presidente não pode "'investir politicamente' contra as leis vigentes, minando-lhes as bases".

"Caberia à assessoria informar a Presidente que: atentar contra o bom funcionamento do Poder Judiciário é crime de responsabilidade!", afirmou Joaquim Barbosa em sua conta no Twitter.

Em uma série de nove mensagens, postadas na noite de segunda-feira (29), Barbosa criticou a presidente e sua equipe, que estão em visita oficial aos Estados Unidos. Lá, Dilma comentou pela primeira vez as acusações contidas na delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, em que seus ministros Aloizio Mercadante, da Casa Civil, e Edinho Silva, Comunicação Social, são citados. "Zelar pelo respeito e cumprimento das leis do País: esta é uma das mais importantes missões constitucionais de um presidente da República", alertou Barbosa.

O antigo presidente do STF propõe ainda uma reflexão aos seguidores dele na rede social. "Vocês estão vendo o estrago que a promiscuidade entre dinheiro de empresas e a política provoca nas instituições?", questionou o ex-ministro.

Em palestra em São Paulo no meio de julho, Barbosa falou sobre corrupção e protestou contra a "relação umbilical existente entre empresas e Poder Público no Brasil. "Precisamos romper com esse capitalismo de compadres, essa história de não conseguir empreender sem ter uma 'verbinha' do governo".
Opções pra Gaspar em 2016
30/06/2015 14:14
Não querendo ser profeta. Mais ano que vem não vamos fugir do óbvio, nada de um nome novo virá, podem esperar.

Serão essas as opções:

Lovídio com ?
Marcelo Brick com Lú
Kleber com Lú
E talvez Andréia de cabeça de chapa, ou vice de alguém

Com certeza o novo virá, mais não por ser um nome novo, e sim por ser novo na idade, porque a única coisa já definida é que mesmo com os milhões que o PT tem pra gastar ano que vem em obras eleitoreiras e asfaltos nega maluca pela cidade, Lovídio não ganhará porque o que define uma eleição é a alta rejeição e não o bom nome. E nisso o PT é campeão em Gaspar.

A bola da vez e o nome disputado do momento é o Lú, pela articulação, pela força da família e pela presidência do partido o qual está, Lú é o nome cogitado como vice de todos.

Agora o sonho distante de todos da oposição e dos estrategistas é a vereadora Andréia. Todos sonham com ela, é logico que com ela de vice.

E o sonho do PT é ter todos esses candidatos adversários separados porque todos dividem votos, e somado a grana que o PT vai gastar na maquina pública em 2016, irá levar mais uma decretando assim o Fim de Gaspar. E continuidade das tetas aos amigos.

Aguardemos as proximas cartas desse jogo. ACORDA OPOSIÇÃO!!
Herculano
30/06/2015 14:07
QUANDO FALTA DEMOCRACIA, DIÁLOGO, PLURALIDADE E SOBRA A INTOLERÂNCIA E A BRUTALIDADE

Manchete que corre o mundo. Estado Islâmico crucifica 5 pessoas na Síria por não respeitarem jejum do Ramadã. Há alguns dias, os terroristas também começaram, pela primeira vez, a decapitar mulheres em algumas províncias sírias. Elas foram acusadas de praticarem "bruxarias".
Muçum de Gaspar
30/06/2015 13:46
tadinha da claudetes pereiras - ta desesperadis

não cunheci a prefessora andreia - nem quando fala de pulitica com sua gentis.

alguém manda essa mulhé lê alguma coisa, ou faze um facebooks, ou vai la no bar do nino na lagoa... na Câmara?! Na padaria, no ponto de taxi, no onibus. kkkk

Cacildis! Gente se ninguém conhece ela, porque ela incomoda tanto?

Em tempo:

" Não conhece a vereadora, nem seu trabalho! não sabe que vereador não EXECUTA. Não pode criar sequer projeto que onera custos ao executivo.

Perda de tempo querer convencer munícipes mal informados.

Bora professora, que se não der em nada suas andanças pelo município, pelo menos matou os mais invejosos, ensinou os marmanjos a trabalhar, intrigou os que se acham donos do poder.
Zé do bairro
30/06/2015 13:26


Enquete do dia:

( ) Assinale aqui se prefere ser admirado por um colunista inteligente, bem sucedido e que não tem rabo preso (fala o que pensa) com ninguém e nem com cargos, salários e Órgãos públicos.

( ) Assinale aqui se você pretende mamar na prefeitura, não é bem sucedido, tem um emprego ruim, pretende se encostar em quem se deixa manipular (dobrar) facilmente, etc...

Poucos acreditam neutralidade desta coluna, das verdades que nela circulam, mas não param de escrever, publicar, participar, se enfezar.

E eu dou risadas. Porque o desespero tá nítido. Tem gente "desconhecida" CAUSANDO (em todos os sentidos) na cidade.
Herculano
30/06/2015 13:21
NÃO QUERO CAUSAR ÓDIO, DIZ MARIETA SEVERO, por Mônica Bergamo, colunista do jornal Folha de S. Paulo

Marieta Severo (ex-mulher de Chico Buarque de Hollanda), que divergiu de Fausto Silva no programa dele de domingo (28), diz que "não saiu em defesa de governo" ao exaltar a "inclusão social dos últimos anos". No ar, a atriz rebateu a afirmação do apresentador da Globo de que o Brasil é "o país da desesperança".

Folha - Você defendeu o governo federal?
Marieta Severo - Não defendi governo, não defendi nada. Foi uma resposta à maneira como ele falou, de que é um momento de desesperança, que a única coisa organizada no Brasil é o crime. Eu não concordo. Estamos num momento muito difícil sim, com problemas na política, no governo, na economia. Não sou cega nem uma otimista tola. Mas já vivemos muitas crises e vamos sair de mais uma.

Folha - Por que falou de inclusão?
Marieta - A questão da desigualdade social é importante para mim. Isso conta para mim... Não saí em defesa. Só não saí querendo atacar tudo.

Folha - Você conversou com Faustão após o programa?
Marieta - Não. Fui direto para o aeroporto [em São Paulo] e voltei para o Rio. Democracia é isso. Ele deu a opinião dele de uma forma que eu não poderia concordar, porque não concordo. Aí simplesmente coloquei o meu otimismo de que as coisas serão resolvidas.

Folha - Viu a repercussão?
Marieta - Não sou muito de internet, mas minhas filhas comentaram comigo. Não quero polemizar. Estamos num momento complicado, de discussões e ódio. E tudo que eu menos quero causar neste momento é mais discussão e ódio.
Herculano
30/06/2015 13:14
OPEN BAR ETERNO PARA A IMPUNIDADE, por Carlos Tonet

Dilmão andou misturando as bolas.

Nos EUA, disse que não aceita a delação premiada porque nunca delatou ninguém quando foi presa.

Tirante a estapafurdiez da comparação, Dilma mantém o mesmo eixo do discurso tradicional dos esquerdistas: eles acham que o fato de terem sido perseguidos pela ditadura garante-lhes um open bar eterno para a impunidade.
Alfredo T.
30/06/2015 13:09
Boa tarde.
Se a eleição fosse hoje, não votaria em candidato do PT porque precisa mudar, já estão muito tempo no governo, não votaria em Kleber por ser muito fraco e depende da politica para viver, será um fantoche. O restante precisaria analisar bem para ver o que seria melhor para Gaspar.
Herculano
30/06/2015 13:09
CORTINA DE FUMAÇA II

O ex-presidente do PMDB de Gaspar, Carlos Roberto Pereira, escreve-me sobre a nota que publiquei pela manhã sob o mesmo título

Meu caro, a declaração é da Dilma e não do Michel, caso ele faça a mesma declaração, tmb farei o mesmo questionamento público. De outra ponta, vc que é bem informado, sabe que na Convenção Nacional do PMDB, mais de 40% dos peemedebistas votaram contra a coligação com o PT. Eu faço parte desse grupo. Ainda, entendo que os peemedebistas que estão envolvidos nessa corrupção tmb devem ser punidos, principalmente Rena Calheiros e outros.

Por fim, te digo que eu acredito que a revolução começa aqui, onde vimemos e não em Brasília. Por isso, participo do PMDB aqui e enquanto eu estiver participando ativamente do PMDB de Gaspar, vc não verá o PMDB com o PT, não pq é somente o meu desejo, mais sim pq é o desejo da 100% do PMDB de Gaspar.
Sidnei Luis Reinert
30/06/2015 12:24
Temer já conta com aval de Levy e dos banqueiros para assumir o lugar de Dilma - o que interessa a Lula


Edição do Alerta Total ? www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O maçom inglês Michel Temer conspira, abertamente, para substituir Dilma Rousseff. Vazou no mercado financeiro que o vice-Presidente já fez uma consulta informal ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pedindo que sondasse o humor dos banqueiros sobre tal "possibilidade". Temer já revela a amigos e aliados muito próximos que recebeu "sinal verde" da banca para assumir o Palácio do Planalto e contornar a crise política e econômica de magnitude imprevisível. Se Lula anda brincando de ser "Presidentro", Temer não está para brincadeira...

Articulador político do governo, por imprudente delegação dada pela própria Dilma, Temer não apenas aposta que o desgaste da Presidenta é irreversível. Ele já sabe que seu desejo de assumir a titularidade da Presidência conta com o aval indiscreto de ninguém menos que Luiz Inácio Lula da Silva. O Presidentro, que só pensa em 2018, também avalia que não dá mais para salvar Dilma. Por isso, trata de salvar a própria pele, mandando a militância de sua seita política promover o tal "enfrentamento político da Operação Lava Jato", enquanto torce por uma queda de Dilma, para voltar a fazer o que mais sabe: oposição.

Dilma já tem um motivo concreto para ser totalmente fritada pelo PT - que nunca acolheu, completamente, a brizolista histórica. A Presidenta cometeu o pecado mortal de mexer no bolso da petelândia. Os militantes que se abrigam em ONGs começaram ontem a trucidá-la nas redes sociais, a partir da informação de um corte no financiamento a 22 mil projetos tocados por organizações sociais. Como Dilma vai abalar os ganhos da turma do Terceiro Setor, ela se transforma em "inimiga mortal". Os afetados já articulam novas e criativas fórmulas de sustentação na entressafra da mesada oficial. Apesar disto, Dilma entra na lista negra.

A previsão é que nova versão do "Fora, Dilma" ganhe impulso pela conspiração de Temer, Lula e dos ongueiros da petelândia a partir do mês de agosto. Enquanto isso, quem conspira contra Dilma tem uma outra missão bem arriscada, mas que pode contar com a providencial ajuda da Procuradoria Geral da República e da Força Tarefa da Operação Lava Jato. Além de Dilma, o principal alvo a ser detonado é Eduardo Cunha. O presidente da Câmara dos Deputados é visto como o principal inimigo petista e também como o principal obstáculo não-declarado para Temer assumir a Presidência da República.

Os aliados-conspiradores pretendem fomentar o fogo da pretensa oposição tucana contra Dilma. Mesmo a contragosto, os tucanos engoliriam Temer no Palácio do Planalto. Afinal, poderiam manter a fachada oposicionista para a ainda distante briga de 2018 - que será marcada por uma luta interna no PSDB entre Geraldo Alckmin e Aécio Neves. Por isso, a prioridade a ser fomentada é o "Fora, Dilma". O movimento agendado nas redes sociais para o dia 16 de agosto receberá apoio e financiamento para colocar milhares (ou milhões) nas ruas pedindo a saída da Presidenta - que estará ainda mais desgastada pela insatisfação social com a crise econômica.

O cenário que os conspiradores políticos imaginam para a queda de Dilma tem duas possibilidades que convergem. A primeira seria um pedido formal de impeachment, em função de uma condenação pelo Tribunal de Contas da União, por causa da famosa pedalada fiscal. A segunda (um pouco mais complicada juridicamente) seria uma tentativa de impugnação da eleição de Dilma, em função do financiamento da campanha de 2014 com recursos ilegais obtidos pelo esquema de corrupção na Petrobras, conforme a delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa.

A segunda hipótese, apesar de mais complicada que uma condenação por crime de responsabilidade pela pedalada, apavora tanto Dilma que a Presidenta passou recibo ontem, em Nova York. Foi primária a reação dela ao negar as acusações de repasses irregulares durante a sua campanha de reeleição: "Não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou a minha campanha qualquer irregularidade. Primeiro porque não houve. Segundo porque, se insinuam, alguns têm interesses políticos. Tem uma coisa que me acompanhou ao longo da vida. Em Minas, na escola, quando você aprende sobre a Inconfidência Mineira, tem um personagem que a gente não gosta porque as professoras nos ensinam a não gostar dele. Ele se chama Joaquim Silvério dos Reis, o delator. Eu não respeito delator".

Seria bom respeitar, Dilma... Até porque o empresário Ricardo Pessoa delatou que boa parte dos recursos, mesmo os declarados, repassados a políticos foi compensada por desvios de contratos com a Petrobras. Mesmo havendo registro das doações no TSE, isto seria considerado ilegal. Além disso, se a denúncia se comprovar, haveria corrupção, pelo fato de o empresário ser obrigado a doar para obter contratos. Outro crime seria o de lavagem de dinheiro, porque recursos da estatal poderiam ter sido drenados para doações de políticos do governo.

Dilma passou outro recibo de que o assunto a afeta demais, ao citar nominalmente o tucano Aécio Neves. Foi patético o argumento de que, se ela recebeu R$ 7,5 milhões da UTC no segundo turno da campanha presidencial de 2014, o candidato do PSDB também foi agraciado ?com uma diferença muito pequena de valores?. Psicologicamente, a perdida Dilma tentou justificar um erro ou ilegalidade com a mesma moeda.

Pior ainda foi Dilma recorrer novamente à memória da tal ditadura militar, sempre que tem problemas políticos: "Tentaram me transformar numa delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas presas. Eu garanto para vocês que eu resisti bravamente, até em alguns momentos fui mal interpretada, quando eu disse que em tortura a gente tem que resistir, porque senão você entrega seus presos. Então não respeito nenhuma fala. Agora, acho, para ser bem precisa, que a Justiça tem que pegar tudo o que ele disse e investigar, tudo, sem exceção. A Justiça, o Ministério Público, a Polícia Federal".
Claudete Pereira
30/06/2015 11:19
Fico impressionada com essa coluna.

Converso sobre política cotidianamente, na família e amigos. Muitos se quer, sabem quem é a vereadora Andréia. Acho que se tem uma pessoa que votaria nessa candidata, seria você Herculano. Não tem uma coluna sua que você não enche a bola da tal vereadora.

Gostaria que você ou até mesmo ela apontasse um projeto ou ação em benefício de Gaspar, só vejo ela querendo aparecer. Aponta o problema mas não aponta a solução. Vamos parar com isso. Vamos debater política de forma correta, quer criticar, critica, mas aponte a solução.

Pra mim, essa pesquisa está furada.
Desenhista
30/06/2015 11:14
Cortina de Fumaça II com Direito a resposta de Murilo

Concordo com Juliano Cardoso

Murilo,

Os artistas usam a mentira para revelar a verdade, enquanto os políticos usam a mentira para esconde-la. Não questionei seus poderes de observação, apenas enfatizei o paradoxo de perguntar a um mascarado quem ele é, e pelo simples fato de que ao ver que não desmereço Marcelo, isso te causa angustia, como em muitos. Mas como dito bem visto sempre lembrado. Almofadinha é o aprendiz Murilo, ou alguns da turma do PMDB, por isso que gostei da publicação do Herculano da cortina de fumaça, ali tem almofadinha. Murilo uma dica, Um homem pode morrer, lutar, falhar, até mesmo ser esquecido, mas sua ideia pode modificar o mundo mesmo tendo passado 400 anos.
Fifi que não faz fofoca
30/06/2015 09:36
Almofadinha vazia e engomada, metidinho a playboy

Desenha aí o desenhista de uma paisagem só kkkkkkk

Além de pouco criativo é cego kkkkkk
Herculano
30/06/2015 09:18
UMA MENTE CONFUSA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Tentar pôr pecha de traidor em Pessoa piora as coisas para Dilma. A presidente Dilma, infelizmente para nós brasileiros e para o país, não tem o dom de organizar seu pensamento. Se fosse apenas uma dificuldade de se expressar, como quando resolveu louvar a mandioca e chamou-a de "grande conquista brasileira", já seria difícil para uma autoridade que tem obrigação de explicar seus atos a cada instante de seu governo.

Mas, quando o pensamento equivocado é também embaralhado, aí já se torna um problema político-institucional. Se ela diz que não respeita delatores, está partindo do princípio de que o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, e outros executivos que fizeram suas delações premiadas estão revelando fatos verdadeiros que deveriam ser escondidos.

Sim, porque só pessoas que estão por dentro das conspirações ou bandidagens podem delatar companheiros em troca de algum benefício da Justiça. Foi para evitar que revelações sobre crimes fossem desqualificadas pelos interessados que o que chamamos de "delação premiada" tem o nome oficial de "colaboração premiada".

Mas, de qualquer maneira, Dilma jogou sobre Pessoa a pecha de traidor, comparando-o a Joaquim Silvério dos Reis, o que a deixa mal e a todos os denunciados pelo empreiteiro. E ela não percebe essa incongruência, o que faz com que prossiga em linha reta para o abismo sem que ninguém possa ajudá-la, já que, sabe-se, ela não admite contestações.

"Eu não respeito delator, até porque estive presa na ditadura militar e sei o que é. Tentaram me transformar numa delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas presas, e garanto para vocês que resisti bravamente. Até, em alguns momentos, fui mal interpretada quando disse que, em tortura, a gente tem que resistir, porque se não você entrega seus presos."

Nessa frase, temos de tudo: confusão entre seu papel como guerrilheira e o dos petistas no mensalão e no petrolão; ignorância assombrosa da diferença entre democracia e ditadura e, sobretudo, a insensatez de comparar os inconfidentes mineiros com mensaleiros e petroleiros, que podem ser tudo menos patriotas heroicos em luta contra opressão estrangeira.

Não há Tiradentes nessa história que Dilma tenta recontar, e nem ela foi uma lutadora pela democracia, como pretende hoje. A tortura de que ela e muitos outros foram vítimas é uma página terrível de nossa história, mas não pode servir de desculpa para justificar roubos de uma quadrilha que tomou de assalto o país nos últimos 12 anos, nem para isentar os eventuais desvios cometidos pela presidente.

Ao contrário, aliás, muitos fazem hoje a comparação da sanha arrecadatória do governo federal com os "quintos do inferno", que a colônia portuguesa tirava do Brasil. Quanto à insinuação de que os presos pela Lava-Jato sofrem torturas como no tempo da ditadura, só mesmo a politização da roubalheira justifica tamanho despautério.

A propósito, o jurista Fábio Medina Osório, especialista em questões de combate à corrupção e improbidade administrativa, "olhando o direito comparado e o que ocorre hoje no mundo em termos de combate à corrupção", discorda dos que consideram abusivas as prisões decretadas pelo juiz Sérgio Moro.

"Não apenas nos EUA, mas na Europa, prisões cautelares têm sido utilizadas no início de processos ou quando investigações assinalam elementos robustos de provas", diz, lembrando os casos do ex-premier de Portugal José Sócrates e dos dirigentes da FIFA, presos cautelarmente por corrupção - alguns em avançada idade -, que seguem encarcerados. "A ideia não é humilhar, mas, diante do poder econômico ou político das pessoas atingidas, estancar o curso de ações delitivas de alto impacto nos direitos humanos, tal como ocorre no combate à corrupção".

Medina Osório lembra que, "nos termos da Lei Anticorrupção, as empresas deveriam ter aberto robustas investigações para punir culpados e cooperar com autoridades, talvez até mesmo afastando os executivos citados nas operações, se constatadas provas concretas ou indiciárias de suas participações em atos ilícitos".

Ao não cooperar nem apurar os atos ilícitos noticiados, "as empresas sinalizam que estão ainda instrumentalizadas por personagens apontados pela Operação Lava-Jato como os possíveis responsáveis".

Para Medina Osório, vale indagar: o que é realmente novo aqui no Brasil? "Prisões democráticas, onde cabem ricos e pobres, convenhamos".
M. Salgueiro
30/06/2015 09:17
Em quarto? Quanta ousadia!!! Desmerecer uma pesquisa espontânea, da qual não foi "citado" nomes, de ninguém! Apareceu o da Andréia.
Não sei porque estão espantados...
Faça uma retrospectiva dos trabalhos, das indicações, das denuncias.

O povo não é cai mais nessa. Nem precisa da pesquisa. A urna entrega os números! Na hora certa.

E o que está bem claro? Que Andréia não precisa de um escudeiro, tem ideias e iniciativas próprias.

Querem desmerece-lá a qualquer preço. Será porque? O que uma simples professora, mulher, causa tanto medo???????

Uma dica: Acorde cedo, e vá trabalhar. Corra atras dos sonhos, busque e conquiste seu espaço, seus eleitores. O sol nasceu pra todos. E não adianta querer "tapar" com a peneira ou fazer sombra. Contar vantagem é fácil, o difícil é desmerecer e querer apagar o óbvio. Ocultar e esconder o que os eleitores enxergam de longe.

Mas por favor, conta Sr. Herculano quem está em primeiro? Entretanto, acredito que se a resposta estivesse pronta, não estariam tão preocupados com a pesquisa...

Gente mesquinha ou ignorante? Que pena que não fui entrevistada.

MEU VOTO SERÁ DA PROFESSORA! MESMO ESTANDO EM ÚLTIMO...KKKK

Se serve de consolo aos que se consideram melhores ou já eleitos!!!!!

Murilo
30/06/2015 09:16
Ao desenhista. Parece patrulha do PT, mas não é. Desqualifica Zuchi, Kleber e Andreia, para apenas sobrar o Marcelo. Só assim, para torna-lo viável o almofadinha que quer agradar a todos, inclusive o diabo.
Desenhista
30/06/2015 09:00
Aquarela de Gaspar.

Então quer dizer que o Jornal Cruzeiro do Vale assumiu um candidato a prefeitura de Gaspar, é evidente a defesa de um colunista a favor de um nome, ou seja, Cruzeiro do Vale acabará assumindo um candidato que é tanto defendido, até porque é oque se vê, Andréia sendo assumida como candidata do Jornal Cruzeiro do Vale.

Qualquer instituição é habita a fazer suas escolhas, deste que não influencie nas decisões de cada um, são escolhas, e pelo visto o Cruzeiro do Vale ja fez a sua. Daqui a pouco ela quebra o acordo, e sai dizendo que é vitima, tem que tomar cuidado.


Tem certas coisas que aos nossos olhos é uma visão totalmente diferente do que os outros veem, sempre acabamos olhando para nós aquilo que nos favorece, aquilo que nos deixe melhor ou o melhor, é o que acontece com a Vereadora Andréia e o Cabide Kleber, somente olham para os seus umbigos, e não enxergam o quanto tem de pessoas mais qualificadas aos seus redores.
Herculano
30/06/2015 08:49
O PT E SUAS FALÁCIAS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Após a homologação pelo STF da delação premiada de Ricardo Pessoa, dono das construtoras UTC e Constran e apontado como articulador do cartel de empreiteiras acusado de atuar no escândalo da Petrobrás, o PT tenta se defender com todos os recursos disponíveis das suspeitas que recaem mais pesadamente do que nunca sobre a rapaziada. Mobiliza uma ampla rede de militantes na internet, desmente tudo com hipócrita indignação e, no último fim de semana, escalou para falar ministros acusados de se beneficiarem da roubalheira. O repertório petista, quase sempre baseado no princípio de que a melhor defesa é o ataque, torna-se mais falacioso à medida que a pressão sobre o partido aumenta.

Um recurso recorrente da contraofensiva petista é a tentativa de desqualificar o instituto da delação premiada, colocando os denunciados na posição de vítimas de malvados fora da lei que pretendem apenas aliviar a própria culpa. Quem concorda em fazer um acordo de delação tem a intenção de, em troca, ver reduzida a pena a que vier a ser condenado. É o caso do próprio Ricardo Pessoa, que já se beneficia da prisão preventiva domiciliar monitorada por tornozeleira eletrônica. O que os petistas não contam é que uma delação premiada só é homologada pela Justiça - como o fez o ministro Teori Zavascki com o depoimento de Pessoa - após a comprovação de uma base factual que dê credibilidade às denúncias. Se o juiz entender que as denúncias são improcedentes, o acordo é anulado. Quer dizer: delator mentiroso não ganha nada com isso.

Outra esperteza petista, incorporada a seu discurso desde que o PT chegou ao poder e passou de estilingue a vidraça, é tentar se eximir de culpas com o argumento descarado de que seus adversários cometem exatamente os mesmos malfeitos que lhe estão sendo atribuídos. É a isonomia às avessas, segundo a qual todos são iguais não perante a lei, mas perante o crime: se meu adversário pode roubar, eu também posso.

Foi partindo exatamente desse raciocínio - de que roubar não faz mal porque todo mundo rouba - que o presidente Lula impôs, em nome da governabilidade, o peculiar "presidencialismo de coalização", que justificou o PT ter renegado toda sua pregação histórica pela probidade na vida pública para se aliar aos mais notórios corruptos da política brasileira. De outra maneira, argumentam até os petistas bem-intencionados, "é impossível governar". Deu no que está aí.

Outro truque a que os petistas - como, de resto, os políticos em geral - recorrem na maior caradura é garantir, invariavelmente, que todo o dinheiro recebido de empresas privadas constitui "doação legal" e ?devidamente registrada? na Justiça eleitoral. Ora, o fato de uma doação estar registrada na contabilidade oficial do partido nada prova em relação a sua origem. É sabido, por óbvio, que nas relações com o poder público os empresários não fazem doação, mas um investimento que esperam recuperar com boa margem de lucro. E esse investimento pode ser o produto de chantagem ou das "regras do jogo", como alegam os cínicos. Investigações como as que estão sendo realizadas com rigor e empenho pela Operação Lava Jato estão servindo para esclarecer de onde vieram as "doações legais" que alimentam os cofres partidários.

É óbvio também, quando se trata de receber "doações", que quem está no governo leva enorme vantagem sobre quem não está e, portanto, pouco ou nada tem a oferecer em troca. Não é por outra razão que, na mamata da Petrobrás, o propinoduto estava montado para jorrar "doações" e "recursos não contabilizados" - para usar a expressão consagrada pelo primeiro tesoureiro petista a ir para a cadeia - nos cofres do PT e de seus dois principais aliados no governo, o PMDB e o PP.

Acusado por Ricardo Pessoa, o ministro Edinho Silva, chefe da Comunicação Social da Presidência, fez um bom resumo de todos os argumentos falaciosos do PT, ao protestar contra as "mentiras divulgadas pela imprensa": "Causa-me indignação a tese de criminalização seletiva das doações da nossa campanha (de Dilma, em 2014). E acho estranho suspeitas colocadas apenas sobre as doações legais da campanha da presidente Dilma, enquanto outros partidos também receberam". Se a defesa da elite do PT ficar nisso, as cadeias vão lotar.
Herculano
30/06/2015 08:39
GUERRA INTERNA, por Mônica Bergamo para o jornal Folha de S. Paulo

A presidente Dilma Rousseff declarou guerra ao empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC. Em reuniões internas com integrantes do governo, ela se diz disposta a "anular os benefícios da delação premiada" do empresário, "provando" que ele mente em relação às doações feitas à sua campanha em 2014.

GUERRA 2
"Eu não tenho rabo preso com ninguém", disse Dilma em um dos encontros internos, segundo duas testemunhas relataram à coluna.

GUERRA 3
Antes de fazer acordo de delação premiada, por sua vez, Ricardo Pessoa disparou vários recados. Ainda preso, ele fez chegar ao governo e a outros empresários a informação de que estava contrariado com uma suposta paralisia de Dilma Rousseff em relação às investigações.

GUERRA 4
Empreiteiros investigados na Lava Jato reclamavam que Dilma não se interessava pela Lava Jato por acreditar que a operação ficaria restrita às empresas, sem atingir o governo. Alguns deles acreditavam que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, poderia ter papel mais ativo para "coibir abusos" de policiais e até da Justiça, nas palavras de um empresário.

GUERRA 5
Marcelo Odebrecht, por exemplo, foi preso contrariado com a presidente. Ministros que acompanham de perto o caso dizem que interlocutores da família Odebrecht sinalizam que a contrariedade só faz aumentar.

GUERRA 6
O ex-tesoureiro do PT João Vaccari também tem emitido sinais de que está se sentindo "abandonado" na prisão de Curitiba. O partido recentemente saiu em sua defesa.

EU QUERO É PAZ
No meio do tiroteio, José Eduardo Cardozo já dá sinais de esgotamento, segundo amigos próximos. Sentindo-se pressionado pelas empreiteiras, o ministro ficou ainda mais incomodado com a ameaça do PT --o partido diz que vai "convidá-lo" para dar explicações sobre as ações da Polícia Federal, subordinada a ele.

CABO DE AÇO
A hipótese de Cardozo deixar o governo neste momento, no entanto, é remota, pela relação de extrema confiança que ele tem com a presidente Dilma Rousseff
Herculano
30/06/2015 08:36
CORTINA DE FUMAÇA

O ex-presidente do PMDB de Gaspar, Carlos Roberto Pereira, escreve no facebook: "Presidente Dilma, então quer dizer q doação de campanha proveniente de corrupção é legal? Ou seja, receber propina não é crime!"

Volto e lembro. As doações de campanhas, legais e as ilegais, elegeram também o vice de Dilma Vana Rousseff, PT, o Michel Temer, do PMDB. A canoa é a mesma. E os dois usufruem do mesmo poder e do mesmo resultado que nos deixa à deriva. Temer, por enquanto, não condenou, não recusou e não devolveu o que se caminha para se caracterizar como ilegal.
Herculano
30/06/2015 08:30
DILMA ACUSA O ACUSADOR, Bernardo Mello Franco para o Jornal Folha de S. Paulo

Dilma Rousseff aderiu à tática de desqualificar os delatores do petrolão. É um truque antigo: em vez de esclarecer o conteúdo da acusação, ataca-se o acusador. Foi o que ela fez ao criticar o empreiteiro Ricardo Pessoa, que ajudou a bancar sua campanha, foi preso por corrupção e agora colabora com as investigações da Lava Jato.

A presidente está irritada. Nesta segunda, comparou o empresário a Joaquim Silvério dos Reis, o traidor da Inconfidência Mineira, e aos dedos-duros da ditadura militar. "Eu não respeito delator. Até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é", afirmou, em Nova York.

O discurso afronta a história do Brasil e a inteligência do eleitor. Dilma não é Tiradentes, e o que seus aliados fizeram na Petrobras nada tem a ver com a luta dos inconfidentes. Da mesma forma, as investigações da Lava Jato não guardam semelhança com os abusos dos militares.

Os réus do petrolão respondem a processos na democracia. Alguns fecharam acordo com a Justiça para entregar outros criminosos em troca da redução de pena. O mecanismo é usado em diversos países para desmontar quadrilhas. Se mentir, o delator perde o direito ao benefício.

Dilma conhece bem a diferença, porque foi vítima de torturas na ditadura e sancionou, há dois anos, a lei que estabeleceu as regras atuais da colaboração premiada. Aliás, o texto deixa claro que ninguém pode ser condenado apenas com base no depoimento de réus confessos.

Ao atacar o empreiteiro que patrocinou sua eleição, a presidente deixou de explicar se as doações estavam ligadas a fraudes na Petrobras, como ele disse aos procuradores. Também ficou devendo um comentário sobre as menções a mais dois ministros de seu governo, os petistas Aloizio Mercadante e Edinho Silva.

Antes de o dono da UTC abrir o bico, quatro ex-ministros de Dilma já eram investigados na Lava Jato: Antonio Palocci, Gleisi Hoffmann, Edison Lobão e Mario Negromonte
Herculano
30/06/2015 08:22
VAI PIORAR. PARA SALVAR A PELE E SEUS NEGÓCIOS, LOBISTAS E EMPRESÁRIOS COMEÇAM ADERIR EM MASSA À DELAÇÃO PREMIADA.

Ontem foi a vez de Milton Pascowitch. Ele contratou por R$ 1,4 mi a consultoria de José Dirceu. Como parte do acerto, executivo deixou a PF em Curitiba para cumprir prisão domiciliar em São Paulo

O conteúdo é do jornal Folha de S. Paulo. O texto é de Flávio Ferreira e Graciliano Rocha. O lobista Milton Pascowitch, que aproximou a empreiteira Engevix do PT e da Petrobras, é o mais novo delator da Operação Lava Jato.

O acordo foi homologado nesta segunda (29). Como parte do acerto para a colaboração com a Justiça, o juiz Sergio Moro autorizou a transferência do lobista, que saiu da carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, e passou para a prisão domiciliar, em São Paulo. Ele vai usar uma tornozeleira eletrônica.

O conteúdo das revelações prometidas por Pascowitch, que foi preso em maio, ainda não é conhecido.

As investigações feitas até agora mostraram que a Jamp, empresa de consultoria de Pascowitch, pagou R$ 1,4 milhão para a JD Consultoria, do ex-ministro José Dirceu. Os pagamentos ocorreram entre 2011 e 2012, quando o petista era réu no mensalão.

O lobista também ajudou a comprar a casa que sediava até este ano a JD, que fica na avenida República do Líbano, região nobre de São Paulo. Pascowitch pagou R$ 400 mil como sinal pelo imóvel, adquirida pelo valor declarado de R$ 1,6 milhão.

Em 2012, outra empresa do lobista comprou uma casa de uma das filhas de Dirceu, no bairro paulistano da Saúde.

A Jamp recebeu R$ 104 milhões entre 2004 e 2013 - dos quais R$ 83 milhões vieram de empreiteiras envolvidas no petrolão. A empresa não tinha funcionários, o que reforçou as suspeitas da Procuradoria de que se tratava de uma empresa de fachada.

O ex-vice-presidente da Engevix Gerson Almada admitiu que os pagamentos a Pascowitch serviram para que ele ajudasse na aproximação com a Petrobras.

Essa aproximação, segundo Almada, incluiu uma reunião entre o empreiteiro, Pascowitch e o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, na qual não foi pedida propina. Meses depois, revela a investigação, Pascowitch passou a procurar Almada para negociar doações oficiais ao PT.

A defesa de Dirceu afirmou que não tem como comentar o conteúdo da delação porque não tem acesso aos depoimentos e negou ilegalidade na relação comercial entre a JD Assessoria e a Jamp.
Herculano
30/06/2015 08:16
DEPOIS DA ODE À MANDIOCA, DILMA FAZ CONFUSÃO COM A HISTÓRIA E AS INSTITUIÇÕES, por Vera Magalhães, editora da coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo

Menos de uma semana depois do já célebre discurso em que saudou a mandioca e inventou a "mulher sapiens", Dilma Rousseff comparou a delação premiada à tortura e fez um paralelo entre as apurações da Operação Lava Jato e a Inconfidência Mineira.

São muitas as confusões históricas da curta entrevista da presidente em sua viagem aos EUA. Justamente por isso, a fala foi recebida com desânimo no PT e nos escalões do governo - e logo no dia em que o ex-presidente Lula aproveitou a ausência da sucessora para pontificar na capital.

Ao igualar a delação premiada à tortura em um regime de exceção como a ditadura, Dilma omite que a colaboração judicial é um instituto legal. Mais: é um direito da defesa (portanto voluntária), regido por uma série de regras, sendo a principal a necessidade de provas que corroborem as acusações.

Além disso, ao mencionar os maus-tratos a presos políticos, Dilma novamente lembrou que ela mesma foi presa e torturada, um expediente que, pela repetição, vai perdendo a força de registro histórico para se transformar em muleta para os momentos de dificuldade política.

A comparação do empreiteiro Ricardo Pessoa com o traidor da Inconfidência Mineira Joaquim Silvério dos Reis é outro exotismo histórico. Silvério traiu seus companheiros ao entregar os inconfidentes. O que a presidente quis dizer com essa analogia? Que ela e os demais acusados seriam de alguma maneira "os pares" do empreiteiro investigado por corrupção na Petrobras?

Por fim, a petista disse "não admitir" que se insinue nada contra ela e contra sua campanha. Uma coisa são insinuações, outra é a delação premiada, e não cabe a Dilma "admitir" ser ou não alvo desse instrumento legal.

Ao dizer que, caso citada novamente, ela e os "ministros da área" tomarão as providências cabíveis, a presidente joga o peso do governo para intervir numa acusação que diz respeito às suas campanhas, algo questionável do ponto de vista institucional.
Herculano
30/06/2015 08:08
A FALA MAIS ESTÚPIDA DE DILMA EM CINCO ANOS: PRESIDENTE DESQUALIFICA DELATORES LEMBRANDO QUE ELA NÃO CONTOU NADA NEM SOB TORTURA. O QUE ELA ACABOU DIZENDO? O ÓBVIO! por Reinaldo Azevedo, de Veja

A presidente Dilma Rousseff está tomando algum remédio? Está ainda sob os efeitos daquela droga, ou, sei lá, daquela entidade, que a fez saudar a mandioca e que a levou a concluir que só nos tornamos "homo sapiens" - e "mulheres sapiens", para aderir à sua particular taxonomia - depois que fizemos uma bola com folha de bananeira?

Por que pergunto isso? Dilma está em Nova York e decidiu falar sobre a delação de Ricardo Pessoa, dono da UTC, que confessou ter feito doações ilegais ao PT e ter repassado R$ 7,5 milhões à campanha presidencial do partido porque se sentiu pressionado por Edinho Silva. A presidente avançou num terreno perigosíssimo de dois modos distintos, mas que se combinam.

Sobre as doações, afirmou:
"Não tenho esse tipo de prática [receber doações ilegais]. Não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou sobre minha campanha qualquer irregularidade. Primeiro, porque não houve. Segundo, porque, se insinuam, alguns têm interesses políticos".

Trata-se de um daqueles raciocínios de Dilma que flertam com o perigo e que atropelam a lógica. Pela lei, a candidata é, sim, responsável pelas contas de campanha. Mas todos sabem que isso sempre fica a cargo de terceiros no partido. Quem disputa eleição não se ocupa desses detalhes. Dilma ainda teria esse acostamento para reparar danos. Mas ela é quem é: a partir da declaração de hoje, assume inteira responsabilidade política pelas doações. Logo, se ficar evidenciado que houve dinheiro ilegal, foi com a sua anuência. É ela quem está dizendo.

Quanto à lógica, como é mesmo, presidente? "Se insinuam que há dinheiro ilegal, alguns têm interesse político"? Bem, tudo sempre tem interesse político, né? A existência do dito-cujo exclui a ilegalidade.

Mas Dilma ainda não havia produzido o seu pior. Resolveu sair-se com esta:
"Eu não respeito delator, até porque estive presa na ditadura militar e sei o que é. Tentaram me transformar numa delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas presas, e garanto para vocês que resisti bravamente. Até, em alguns momentos, fui mal interpretada quando disse que, em tortura, a gente tem que resistir, porque se não você entrega seus presos."

A fala é de uma estupidez inigualável, talvez a pior produzida por ela. A conversa sobre mandioca e bola de folha de bananeira integra apenas o besteirol nacional. Essa outra não. Vamos ver, pela ordem:

1 - Dilma compara situações incomparáveis; no tempo a que ela se refere, havia uma ditadura no Brasil; hoje, vivemos sob um regime democrático;
2 - consta que ela foi torturada; por mais que se queira, hoje, associar determinadas pressões a tortura, trata-se de mera figura de linguagem;
3 - Dilma exalta a sua capacidade de resistência e disse que mentiu mesmo sob tortura, o que gerou certa confusão, com a qual ela soube lucrar;
4 - como não concluir que ela está sugerindo que ou Ricardo Pessoa (e o mesmo vale para os demais delatores) deveria ter ficado de boca fechada ou deveria ter mentido?;
5 - querem avançar nas implicações da comparação? O Brasil era, sim, uma ditadura, mas Dilma, era, sim, membro de um grupo terrorista. O estado brasileiro era criminoso, mas o grupo a que ela pertencia também era. Se ela faz a associação entre os dois períodos, está admitindo que os crimes de agora existiram, sim, mas que os delatores deveriam ficar calados;
6 - eu não tenho receio nenhum de dizer que um delator não é o meu exemplo de ser humano, mas não sou diretamente interessado no que ele tem a dizer; Dilma sim;
7 - ao afirmar o que afirmou, Dilma não está se referindo apenas a Pessoa, mas a todas as delações. Na prática, desqualifica toda a operação que, a despeito de erros e descaminhos, traz à luz boa parte da bandalheira do petismo.

Dilma está tentando jogar areia nos olhos da nação. O que tem a ver as agruras que sofreu com esse momento da história brasileira? Sobra sempre a suspeita de que, em razão de seu passado supostamente heroico, deveríamos agora condescender com a bandalheira.

O país foi assaltado por uma quadrilha. Uma quadrilha que passou a operar no centro do poder. E a presidente pretende sair desse imbróglio desqualificando toda a investigação e ainda posando de heroína.

Dilma falando sobre mandioca e bola de folha de bananeira é uma poeta.
Juliano Cardoso
30/06/2015 08:08
Herculano,

Faz o seguinte conta para nós qm esta em primeiro na pesquisa? Pq falar de qm apareceu em Quarta e não falar qm esta em PRIMEIRO na espontânea?

Outra, se querem q Andreia tenha sucesso, fala para o Adilson para de dizer q ela é a candadata dele!
Herculano
30/06/2015 08:02
DILMA COMPAROU OS SEUS AMIGOS DELATORES QUE ENTREGAM OS MARGINAIS DO PT COM OS TORTURADORES DA DITADURA. AÉCIO NEVES, PRESIDENTE DO PSDB DESMASCAROU EM NOTA ESTA FANTASIA PARA ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS E COMPANHEIROS

As novas declarações da presidente Dilma Rousseff, dadas hoje, em NY, atestam o que muitos já vêm percebendo há algum tempo: a presidente da República ou não está raciocinando adequadamente ou acredita que pode continuar a zombar da inteligência dos brasileiros.

Primeiro, ela desrespeitou seus próprios companheiros de resistência democrática ao compará-los aos atuais aliados do PT acusados de, nas palavras do Procurador Geral, terem participado de uma "corrupção descomunal".

A presidente chega ao acinte de comparar uma delação feita, dentro das regras de um sistema democrático, para denunciar criminosos que assaltaram os cofres públicos e recursos pertencentes aos brasileiros, com a pressão que ela sofreu durante a ditadura para delatar seus companheiros de luta pela democracia.

A presidente realmente não está bem.

É preciso que alguém lhe informe rapidamente que o objeto das investigações da Polícia Federal, do MPF e da Justiça não são doações legais feitas de forma oficial por várias empresas a várias candidaturas, inclusive a minha, mas sem qualquer contrapartida que não fosse a alforria desses empresários em relação ao esquema de extorsão que o seu partido institucionalizou no Brasil.

O que se investiga - e sobre o que a presidente deve responder - são as denúncias feitas em delação premiada pelo Sr. Ricardo Pessoa que registram que o tesoureiro da sua campanha e atual ministro de Estado Edinho Silva teria de forma "elegante" vinculado a continuidade de seus contratos na Petrobras à efetivação de doações à campanha presidencial da candidata do PT.

Ou ainda a afirmação feita pelo mesmo delator de que o tesoureiro do seu partido, o Sr. João Vacari, hoje preso, sempre o procurava quando assinava um novo contrato para cobrar o que chamou de "pixuleco".

Não será com a velha tentativa de comparar o incomparável que a Sra. Presidente vai minimizar sua responsabilidade em relação a tudo o que tem vindo à tona na Operação Lava Jato.

O fato concreto é que, talvez nunca na história do Brasil, um Presidente da República tenha feito uma visita oficial a outro país numa condição de tamanha fragilidade. E afirmações como essa em nada melhoram sua situação.
Herculano
30/06/2015 07:47
DEPOIS DO FALATÓRIO DA PRESIDENTE EM WASHINGTON, A LAMA QUE ESTAVA NA LINHA DE CINTURA CHECOU À ALTURA DO PESCOÇO, por Augusto Nunes, de Veja.

A lama do Petrolão chegou à linha de cintura de Dilma Rousseff depois do que disse o empreiteiro Ricardo Pessoa. Alcançou a altura do pescoço presidencial depois do que o neurônio solitário resolveu dizer em Washington. Quando não se sabe o que fazer, melhor não fazer nada, repetia Dom João VI. Dilma faz declarações destrambelhadas. E sempre consegue piorar o que está péssimo, confirmam três momentos do falatório desastroso:

1. "Eu não respeito delator. Até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é. Tentaram me transformar em uma delatora".

A primeira frase informa que Dilma resolveu esquecer que foi ela quem sancionou a Lei 12.850, que regulamentou em 2013 o instituto da colaboração premiada. Insista-se: COLABORAÇÃO: a palavra "delação", que não aparece uma única vez no texto, foi mais um aleijão adotado por jornalistas sem pudores e advogados sem álibis. A mesma frase revela que Dilma - a exemplo de Marcola, chefão do PCC - só respeita criminosos que escondem as bandidagens que cometeram e a identidade dos mandantes ou comparsas. Gente como João Vaccari Neto e Renato Duque, por exemplo.

A segunda frase sugere que Dilma não enxerga diferenças entre o governo que preside e o chefiado pelo general Emílio Médici nos anos 70. A terceira insinua que os quadrilheiros presos em Curitiba têm sido submetidos a selvagens sessões de tortura. Os carrascos são os homens da lei que participam da Operação Lava Jato.

2. "Eu não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou a minha campanha qualquer irregularidade. Primeiro porque não houve. Segundo, se insinuam, alguns têm interesses políticos."

A primeira e a segunda frases, conjugadas, informam que a declarante não lembra que transformou a larápia Erenice Guerra em melhor amiga, braço direito e depois sucessora na chefia da Casa Civil; que nem sequer ouviu falar do dossiê forjado para caluniar Fernando Henrique e Ruth Cardoso; que nunca participou de reuniões do Conselho Administrativo da Petrobras por ela presidido anos a fio; que não sabe quem é Lina Vieira; que ignora a existência de qualquer tramoia concebida para revogar calotes fiscais da Famiglia Sarney; que nada fez para que o ministério se assemelhasse a um viveiro de corruptos; que conhece só de vista o amigo de infância Fernando Pimentel; que mete o nariz em tudo, mas é portadora de uma disfunção olfativa que a impede de sentir cheiro de corrupção.

3. "Há um personagem que a gente não gosta, porque as professoras nos ensinam a não gostar dele. E ele se chama Joaquim Silvério dos Reis, o delator".

Combinadas, as duas frases informam que, na cabeça da Doutora em Nada, o Petrolão é a Inconfidência Mineira do Brasil moderno, com Ricardo Pessoa no papel de Joaquim Silvério dos Reis. Lula, claro, é Tiradentes. A declarante é a Marília de (José) Dirceu. Os verdugos a serviço da Coroa portuguesa são o juiz Sérgio Moro, os procuradores federais, os policiais federais engajados na Operação Lava Jato, a elite golpista, a imprensa reacionária e FHC.

Nesta segunda-feira, aparentemente, Dilma tentou lançar-se candidata ao posto de Madre Teresa do Planalto. Acabou transformando em certeza a suspeita encampada por 10 em 10 habitantes do país que pensa: na mais branda das hipóteses, a presidente da República agiu anos a fio como cúmplice e coiteira da quadrilha que consumou a maior ladroagem ocorrida desde o Dia da Criação.
Herculano
30/06/2015 07:42
ASSESSORIA ENGANOU DILMA COM FALSOS NÚMEROS, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Um bando de medrosos e uma má gestora inventaram a economia de fantasia no Brasil. A área econômica do governo enganou Dilma sobre contas públicas em 2014, segundo fonte graduada do Planalto, criando a "magia" de duplicar números. Usavam a mesma fonte de receita para dois cálculos diferentes e sequenciais, mas, ao ser usada no primeiro, a mesma receita não poderia aparecer no segundo cálculo. Mas apareceu e deu a percepção de mais fontes de receita do que existem.

Balão mágico

"Eles mentem e ela acredita", diz o assessor, dando nomes aos bois: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro e Banco Central.

Me engana que eu gosto

O relato do assessor graúdo ilustra a péssima capacidade de Dilma de analisar as informações dos "mágicos" da sua equipe econômica.

Carochinha

No Ministério do Desenvolvimento, prevalecia o conto da carochinha: Dilma não era informada das angústias do comércio e da indústria.

Bando de medrosos

Quando se percebia a manobra enganadora da equipe econômica, eles diziam internamente que, se falassem a verdade, Dilma iria "explodir".

PESSOA CONFIRMA PAGAMENTOS A FILHO DE CEDRAZ

O ministro Aroldo Cedraz tentará o apoio dos colegas do Tribunal de Contas da União (TCU), nesta terça (30), contra revelações de Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, de que pagava R$ 50 mil por mês a seu filho, advogado Tiago Cedraz, para obter informações na corte. Além disso, em um caso sobre obras bilionárias na usina nuclear de Angra 3, o escritório de Cedraz teria negociado R$1 milhão com a UTC.

Um Santo

O ministro Aroldo Cedraz processa jornalistas que noticiam denúncias envolvendo a influência do seu filho, Tiago, em seu tribunal.

Cadê a investigação?

Em nota, o TCU tentou desqualificar as revelações do empreiteiro Ricardo Pessoa, e não menciona providências para apurar a denúncia.

Ministro acusado

Ricardo Pessoa não deixou mal apenas os Cedraz, pai e filho: também apontou sua metralhadora giratória para o ministro Raimundo Carreiro.

Sério demais

A viagem do ministro Joaquim Levy aos Estados Unidos, mesmo contra a vontade dos médicos, decorre do fato de que a parte econômica da visita oficial é importante demais para deixar só na mão de Dilma.

O País na cabeceira

Assim que Joaquim Levy deu entrada no Hospital do Coração, em Brasília, sexta-feira à noite, o País prendeu a respiração. O alívio só apareceu quando ele recebeu alta, horas depois.

No grito

A esquerda tentará impedir no grito a votação do projeto que reduz a maioridade penal. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não parece impressionado: diz que vai votar o projeto hoje (30).

Arreglo

O governo apelou ao presidente do Senado, Renan Calheiros, para segurar a medida provisória do reajuste do salário mínimo. Renan ainda não sinalizou se vai facilitar a vida do Planalto.

Prejuízo omitido?

Assessoria da Andrade Gutierrez alega que o grupo teve prejuízo de R$ 451 milhões em 2014, mas isso não consta nas demonstrações financeiras padronizadas publicadas no site pela AG Participações S.A.

Lucro mudou de nome

De acordo com os demonstrativos da holding controladora da Andrade Gutierrez, a empreiteira teve lucro líquido de R$ 1,59 bilhão no primeiro mandato de Dilma. O grupo foi o maior "investidor" na reeleição dela.

Sobrando dinheiro

O Impostômetro registrou ontem a marca de R$ 1 trilhão retirados do bolso dos brasileiros em 2015, mas outras receitas do governo federal são bem mais significativas: já chegaram a R$ 1,4 trilhão.

Sinal trocado

Velha raposa siberiana em Brasília não deixou de notar: ironicamente, nos duelos de vôlei masculino do fim de semana, a Rússia jogou de azul, os Estados Unidos de vermelho. E os americanos ganharam.

Pergunta na Lava Jato

Dilma respeita delator que, como Ricardo Pessoa, documenta suas delações?
Herculano
30/06/2015 07:32
GRÉCIA, ÚLTIMOS CAPÍTULOS, por Vinicius Torres Freire para o jornal Folha de S. Paulo

Sistema de poder europeu não é capaz de digerir alternativas de esquerda nem de sair da crise

QUANDO a esquerda grega venceu a eleição, em janeiro, era razoável deduzir que estava aceso o pavio curto de uma explosão. Era difícil imaginar uma história que não terminasse em desmoralização do Syriza ou na retirada da Grécia da zona do euro. Ontem, parecia esse mesmo o fim da história.

O primeiro-ministro grego dizia que não vai governar sob "austerity in perpetuity" (como traduziam as agências de notícias: austeridade perpétua). Caso os gregos votem "sim" no referendo de domingo, Alexis Tsipras diz que se vai: "Se os gregos querem um primeiro-ministro humilhado, há um monte deles por aí. Não serei eu". As autoridades europeias diziam que a vitória do "não" era o fim da picada do país no euro.

Na prática, os gregos votam se aceitam ou não os termos do programa econômico sem o qual o governo da Grécia não terá fundos para pagar suas despesas, externas ou domésticas. Tal plano nem ao menos foi fechado, dada a interrupção das conversas, mas é uma variante com 5% de desconto daquilo que vem sendo engolido pelos gregos desde 2012, pelo menos, corte de gastos públicos, aumento de impostos e reformas ditas "liberais". O comum dos gregos não vai saber no que está votando, mas vai decidir se vai apanhar de um modo ou outro, na eurozona ou fora dela.

Dado o sistema de poder que sustenta a eurozona, era praticamente impossível que o establishment europeu aceitasse os termos do Syriza (perdão de dívida, menos arrocho, menos "reformas"). Haveria revoltas em países pobres que comeram esse pão amargo: Portugal, Espanha, talvez Irlanda. A vitória do Syriza animaria esquerdas, pelo menos na Europa do "Sul", e partidos anti-Europa na Europa do "Norte", em especial de direita braba. Colocaria os governos de centro (esquerda ou direita) da Europa inteira em maus lençóis, pois "um outro mundo" pareceria possível. Obrigaria a Alemanha aceitar uma política econômica que sempre rejeitou, a abrir mãos de princípios que impôs desde que aceitou a criação da eurozona (em resumo grosso, política macroeconômica ortodoxa e sob seu controle, na prática).

Talvez a política e a manha chata dos gregos do Syriza inventassem uma solução intermediária. No sábado, quase se chegou a um acordo ruim, mas um acordo, que poderia ser revisto em novembro, com exigências menos malucas (ainda malucas) de superavit primário, sem cortes (por ora) adicionais de salários e aposentadorias. Ao que parece, segundo os gregos, o Syriza "rachou", e o caldo entornou.

A Grécia está por um fio, pelo tubo de transfusão de sangue fornecido pelo Banco Central Europeu (BCE), o que mantém vivos os quebrados bancos gregos. Sem os euros do BCE, a banca grega quebra assim que reabrir, com o que se evapora a economia grega --o governo não tem euros para tapar o abismo do buraco bancário. Para que não seja assim, para que sobrevenha apenas tumulto grave, a Grécia terá de adotar e criar um dinheiro novo, conviva ou não com o euro. De um modo ou outro, haverá inflação e a baderna da desconfiança, da quebra de contratos e da incerteza jurídica geral, da fuga ilegal de capitais e moeda forte (pois haverá controles oficiais), afora o colapso final da confiança. Pode passar, ser administrado, mais vai ser ruim, muito ruim.
Herculano
30/06/2015 07:28
A QUEM INTERESSA DERRUBAR DILMA? À OPOSIÇÃO OU A LULA E AO PT? por Ricardo Noblat, de O Globo

Admitir, ela não pode. Mas Dilma sente apertar o cerco em torno dela. De um lado, Lula. Do outro, a Operação Lava Jato, que investiga a roubalheira na Petrobras.

Por que não digo de um lado Lula e do outro o juiz Sérgio Moro?

Simples. A Polícia Federal investiga. O Ministério Público também. Moro prende e depois solta àqueles sujeitos à sua jurisdição.

Manda os outros que gozam de fórum privilegiado para o Supremo Tribunal Federal (STF). Que confere vistas ao Procurador Geral da República. Que se pronuncia a respeito.

Então cabe ao STF abrir inquérito ou não.

Assim, não se pode responsabilizar unicamente Moro pelo perigo que bate à porta de Dilma. É risível dizer que ele está a serviço do PSDB. E que avança por aqui a construção de um Estado policial.

A maioria dos ministros do STF foi nomeada por Lula e Dilma. Os mensaleiros foram condenados por eles.

É do presidente da República a indicação do Procurador Geral da República. Ao ministro da Justiça subordina-se a Polícia Federal.

De resto, foi Lula que nomeou os diretores da Petrobras envolvidos com corrupção. A um deles chamava de "Paulinho". Tão eficiente quanto "o nosso Delúbio". Ou "Palocci, meu irmão".

Como se pode falar em Estado policial contra o PT enquanto o PT por meio do governo controlar de alguma forma o aparelho do Estado? Piada! E sem graça. Ou desespero.

São os desacertos do PT, de Lula e de Dilma que explicam o que eles sofrem no momento. E é o oportunismo descarado de Lula que explica também o sufoco a Dilma.

De olho na sucessão dela em 2018, Lula empurra Dilma para uma encruzilhada: ou ela escolhe o caminho da resignação às vontades dele ou o caminho que a levará a perder o poder antes do tempo, pelo bem ou pelo mal.

A essa altura, derrubar Dilma, a teimosa, a criatura ameaçada pelo criador, interessa mais a Lula do que à oposição.

O que de pior poderá acontecer a Lula é chegar à próxima eleição presidencial amarrado a um governo impopular que carrega sua impressão digital. Será derrota na certa. Ele nem se arriscará.
Herculano
30/06/2015 07:22
REFLEXÕES SOBRE O VOLUME MORTO, por Fernando Gabeira, escritor, ex-deputado Federal pelo Rio de Janeiro e jornalista, em O Globo

Lula teve alguns momentos de sinceridade na última semana. Disse que tanto ele como Dilma estavam no volume morto e que o PT só pensa em cargos. Ele se referiu ao volume morto num contexto de análise de pesquisas, que indicavam a rejeição ao governo e ao PT. Nesse sentido, volume morto significa estar na última reserva eleitoral. No entanto, o termo deve ser visto de forma mais ampla.

Estar por baixo nas pesquisas nem sempre significa um desastre. Em alguns momentos da História, o próprio PT, e disso me lembro bem, não alcançava 10% dos eleitores, mas tinha esperança, e os índices não abalavam sua autoestima. O volume morto em que se meteu agora é diferente. Ele indica escassez da água de beber e incapacidade energética, depois de 12 anos de governo. Foi um tempo em que, sob muitos aspectos, andamos para trás.

Há perdas na economia, na credibilidade do sistema político, todo um projeto fracassado acabou jogando o país também num volume morto. Há chuvas esparsas como a Operação Lava-Jato, mas elas caem muito longe dos reservatórios do PT. Tão longe que ajudam a ressecar ainda mais o terreno lodoso que ainda abastece as torneiras petistas.

Lula pode estar apenas querendo se distanciar de Dilma e do PT. Ele a inventou como estadista e agora bate em retirada. E quanto ao PT, quem vai rebater suas críticas e arriscar o emprego e a carreira? Pois é esse o combustível de seus quadros.

Há cerca de uma década escrevi um artigo intitulado "Flores para os mortos", no qual afirmava que uma experiência com pretensão de marcar a História terminava, melancolicamente, numa delegacia de polícia. Foi muito divulgado, e na internet usaram até fundo musical para compartilhá-lo. O título é inspirado numa cena do filme de Luis Buñuel, a florista gritando na noite: "Flores, flores para os mortos".

Devo ter recebido muitas críticas dos petistas. Passados dez anos e algumas portas de delegacia, hoje é o próprio líder que admite a incapacidade política de Dilma e a voracidade dos seus seguidores.

Olho para esse tempo com melancolia. Ao chegar ao Brasil, os tempos do exílio não pesavam tanto. O futuro era tão interessante, o processo de redemocratização tão promissor que compensavam o passado recente. Agora, não. O futuro é mais sombrio porque a tentativa de mudança foi uma fraude, a própria palavra mudança tornou-se suspeita: poucos creem que o sistema político possa realizar os anseios sociais.

Lula fala em esperança para sair do volume morto. Mas que esperança pode arrancá-los do volume morto quando o próprio líder, apesar de sua sinceridade ocasional, não consegue vislumbrar uma saída? Lula repete aquela frase atribuída ao técnico Yustrich: "Eu ganho, nós empatamos, vocês perdem".

Lendo no avião uma entrevista do escritor argelino Kamel Daoud, muito criticado pelos muçulmanos mais radicais do seu país. O título da entrevista é: "Nem me exilar, nem me curvar".

Uma de suas respostas me tocou fundo. O repórter perguntou: "Como você, depois de viver anos ligado aos Irmãos Muçulmanos, conseguiu escapar desse mundo?". "Leitura, muita leitura", respondeu Kamel Daoud.

O resto da viagem fiquei pensando como teria sido bom para a esquerda brasileira leitura, muita leitura, para poder escapar da sua própria miopia ideológica.

Na verdade, ela mastigou conceitos antigos, cultivou políticas retrógradas, como essa de apoiar o chavismo, e se perdeu nos escaninhos dos cargos e empregos. Ela me lembra os jovens do filme "O muro". Um dos seus ídolos acaba como porteiro de hotel, e é melancólica a cena em que os admiradores o descobrem, paramentado, carregando malas.

Leitura, muita leitura, não importa em que plataforma, talvez impedisse a esquerda de ver seu predestinado líder proletário trabalhando como lobista de empreiteiras. Talvez nem se chamaria mais de esquerda.

Um dos mais ricos petistas critica os outros por só pensarem na matéria. A realidade surpreendeu todas as previsões da volta ao exílio, tornou-se uma espécie de pesadelo.

Tomara que chova nos reservatórios adequados e as forças que caíram no volume morto continuem por lá, fixadas na única esperança que lhes resta: sobreviver.

O país precisa sair do volume morto, reencontrar um nível de crescimento, credibilidade no seu sistema político. Hoje o país é governado por um fantasma de bicicleta e um partido de míseros oportunistas, segundo seu próprio líder, chamado de Brahma pelas empreiteiras.
Herculano
30/06/2015 07:11
LULA TORNOU-SE UM LÍDER COM RECEITUÁRIO VENCIDO, Josias de Souza

Atordoados com o cheiro de enxofre que emana dos inquéritos da Lava Jato, deputados e senadores do PT reuniram-se com Lula na noite passada. Buscavam orientação. Encontraram um líder desorientado. Para evitar grampos companheiros, recolheram-se os celulares. A providência se revelaria premonitória. Evitou-se o registro em áudio de um Lula com o receituário vencido.

Na economia, Lula aconselhou o petismo a virar a página. Avalia que, vencida a etapa do ajuste fiscal, deve-se trombetear a agenda do crescimento econômico. Disse isso horas depois de a Petrobras anunciar que decidiu lipoaspirar seus investimentos em 37% e vender US$ 42,6 bilhões do seu patrimônio para fazer caixa.

Na política, o morubixaba da tribo petista aconselhou a infantaria partidária a erguer a cabeça e partir para cima da oposição. Mais cedo, o doutor Sérgio Moro, juiz da Lava Jato, avalizara um acordo de colaboração do lobista Milton Pascowitch. Apontado PF como operador de propinas da Construtora Engevix para o PT e para petistas como José Dirceu, Pascowitch é o 18º delator das petrorroubalheiras.

De resto, Lula disse que o governo Dilma vive momentos dramáticos e precisa ser defendido pelo PT. Dias atrás, reunido com religiosos, o mesmo Lula soara como líder da oposição. Dissera que o prestígio de Dilma está "no volume morto". E o do PT, "abaixo do volume morto".

Não bastasse cavalgar uma agenda vazia, Lula ainda ofende a inteligência alheia. No seu enredo, todos são culpados pela encrenca em que o petismo se meteu, menos ele. Esse comportamento é inútil, desonesto e paralisante.

É inútil porque já não há quem ignore que a engrenagem que assaltou a Petrobras foi estruturada na sua gestão. É desonesto porque desconsidera que o fiasco econômico foi produzido por uma criação sua: o mito da gerente impecável. É paralisante porque o PT não sairá do lugar enquanto Lula não enxergar no espelho a imagem de um cúmplice da conversão do partido numa máquina coletora 100% financiada pelo déficit público.

Lula manda sua tropa à guerra sem fornecer a munição. Não deu uma mísera explicação, por exemplo, sobre os pacotes de dinheiro que o empreiteiro-delator Ricardo Pessoa disse ter levado ao seu comitê de campanha em 2006. Nenhuma palavra também sobre as palestras que ninguém viu e que fizeram dele uma espécie de sócio-atleta do clube das empreiteiras.

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