por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

PROPAGANDA I
A administração municipal de Gaspar é especialista em propaganda. Algumas enganosas. Ou pelo menos é especialista em truques de comunicação para os não tão bem informados. Depois de inventar e manchetear com o presidente da Câmara, José Hilário Melato, PP, uma segunda entrega dos recursos federais para o Hospital como se fosse dela, mas que atrasou por 41 dias no trâmite burocrático para a liberação em ambos os poderes, esta do Orçamento Participativo é fichinha, mas emblemático.

PROPAGANDA II
Olha o título e o conteúdo que a assessoria  de comunicação do município liberou na segunda-feira, dia 24 de agosto: "Primeira etapa do Orçamento Participativo encerra com grande público". Primeiro é algo velho e requentado. A última reunião aconteceu na sexta-feira dia 21 à noite. E a assessoria foi descansar o final de semana. Segundo, o segredo o  próprio press release desvenda aos informados o truque. Foram 27 audiências, com 836 pessoas no total, "uma média de 30 pessoas por reunião", segundo a própria nota.

PROPAGANDA III
Consultei alguns participantes desses encontros. Eles me afirmaram que neles, entre 16 a 22 pessoas sempre eram da própria prefeitura e encarregadas da prestação de contas do atual governo (uma peça de propaganda, apesar da intenção ser legítima e oportuna).Eles faziam exposição dos primeiros meses de governo para "esquentar" a discussão comunidade sobre o Orçamento. Falavam de outras obras em outros bairros. Estavam lá normalmente a vice, Mariluci Deschamps Rosa, para se expor como candidata e representar o prefeito, secretários, vereadores da base aliada ou do bairro, assessores e técnicos. Deduz-se que da média de 30, mais da metade era do próprio governo municipal a cada reunião.

PROPAGANDA IV
Sobra propaganda e falta mobilização. Na verdade falta interesse. E mesmo que esse meu cálculo não for o correto, duas comparações devem ser feitas. A primeira com as reuniões do Orçamento Participativo na  primeira gestão Zuchi e Albertina. A outra é pegando essas 836 pessoas e  comparando-as com a nossa população, 52.428 (IBGE) ou 51.778 (site da prefeitura)  pessoas. Isto dá 1,6%.Repito: 1,6%. Então que grande participação é esta? Agora vem a segunda fase e o risco da decepção dos 111 delegados poderão ser maior ainda, diante da limitação de recursos disponíveis  para as obras, as necessidades e as prioridades. Acorda Gaspar.

EXPLICAÇÕES
Finalmente alguém tomou coragem. Espera-se que também não seja uma ação entre amigos e pré-combinada. Pois não é que o vereador Kleber Edson Wan-Dall, PMDB está pedindo do prefeito Pedro Celso Zuchi informações e documentos da Expogaspar, Expofeira e do Festiver. O que Wan-Dall quer no requerimento 69/2009?:  prestação de contas detalhada, incluído levantamento completo das receitas e despesas;  cópia de todos os contratos e notas fiscais, relativos aos eventos supra, a saber: contratação dos shows, som,  iluminação, montagem dos estandes, banheiros químicos (móveis), empresas de segurança, vigilância e limpeza, tendas em geral, despesas com gráfica(s), despesas em geral relativas à mídia (rádio, TV, Internet, Jornais, Outdoor etc) e outros.

JOGO DE CENA I
No início do mês, o vereador Antônio Carlos Dalsóchio, PT e cunhado do prefeito Pedro Celso Zuchi, teve  aprovado um requerimento para saber da prefeitura quais e quantos repasses foram feitos à Acig - Associação Empresarial de Gaspar - não apenas neste governo, mas nos quatro anos de Adilson Luís Schmitt, PSB. Dalsóchio está no papel constitucional de fiscalizar se por detrás disso, não houvesse o caráter do revanchismo corporativo. Pois agora veio a resposta pelo ofício 448/2009 e o vereador ficou quietinho. Por que? Porque está lá que a Acig não recebeu nenhum tostão da prefeitura nesse período a título de repasse. Sugiro a Acig, agora publicar este ofício e deixá-lo disponível para os gasparenses, bem como  os valores que ela colocou em favor do município e da coletividade como no projeto da ponte, no hospital... Acorda Gaspar

JOGO DE CENA II
Para entender. A Ampe - Associação das Médias e Pequenas Empresas - de Gaspar teve um pedido de subvenção de R$10 mil aprovado pela Câmara para cobrir despesas em um evento, passando inclusive por cima de uma ata do Conselho Municipal de Turismo. O tesoureiro da Ampe é o secretário de Turismo, Indústria e Comércio,  Rodrigo Fontes Schramm, PT. A Acig questionou essa ação entre amigos, imoral e de dúvidas inclusive legal. Daí a retaliação. Acorda Gaspar.