Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

04/12/2009

Desastre I
Na Terça-Feira a coluna discorreu sobre a insegurança institucional em Gaspar. Ela se deteriora a olhos vistos. É grave. E fui claro. O problema, penso, é de liderança (ou melhor, a falta dela), prioridade e uma política própria por parte do prefeito Pedro Celso Zuchi, sua vice Mariluci Deschamps Rosa,  sua equipe e a maioria dos vereadores (os nossos legítimos representantes). Não é um problema exatamente da polícia que trabalha com as conseqüências. Inúmeros e-mails e cartas de apoio encheriam páginas de jornais. As nossas "autoridades", preferiram bufar, ridicularizar-me e me constranger (outra vez). Estão surdas  ao povo e até cegas às imagens da TV.

Desastre II
Coincidentemente, na noite de Terça eu estava ouvindo Rudolf Giuliani, em Florianópolis. Ele foi promotor público e prefeito de Nova Iorque, que a conheço bem. Ela saiu da mais violenta e problemática cidade norte-americana para se tornar uma das megametrópoles  mais segura do mundo, repito, do mundo. O prefeito Giuliani assim a quis, porque a maioria (não os bandidos, é claro) da população a queriam assim.

Desastre III
 Giuliani liderou um processo, difícil, com medidas na maioria simples, pontuais, pequenas,  eficazes, continuadas, monitoradas e sob um orçamento limitado. Eu até estava na palestra ao lado de uma gasparense da gema, mas não vi ninguém do primeiro escalão do atual governo  de Gaspar. Uma pena.  Perde a cidade. Perde os cidadãos e as cidadãs. Ganha a deterioração social. Giuliani avalizou o meu artigo, integralmente. É só lê-lo outra vez e compará-lo com o que disse e fez Giuliani. Ele queria mudar o quadro. Esta é a diferença. E mudou sob críticas e aplausos. Acorda, Gaspar.

Inconformismo
A atual administração municipal de Gaspar está inconformada com esta coluna, o blog que assino e com o jornal "Cruzeiro do Vale". Ela deveria estar inconformada com ela mesma. Esta coluna já em fevereiro alertou a população que o caso do lixo era sério, não tinha planejamento e por conta disso, quem pagaria o pato com o próprio bolso era o gasparense. Negaram, me desqualificaram e se enrolaram. Agora, anunciam (na verdade escondiam) sem muitas explicações, um aumento de 38% no preço da coleta de lixo domiciliar orgânico. E ficam irritados com a divulgação. E tem mais: quem não recebe a fatura desse serviço via a conta de água do Samae, vai recebê-la na conta de luz. A lei complementar 09/2002, do primeiro governo de Pedro Celso Zuchi, autoriza isso. Acorda, Gaspar.

Opinião
Recentemente se encontraram em Gaspar o engenheiro Arlon Tonolli e o prefeito Pedro Celso Zuchi. Tonolli disse que estava acompanhando os problemas de Gaspar pelo jornal Cruzeiro do Vale. Ao que retrucou o prefeito: você faz mal, pois os acompanha por um jornal sem credibilidade. Então está na hora do jornal emprestar a credibilidade do engenheiro Tonolli. Ele é diretor da Associação e Arquitetos do Médio Vale do Itajaí e conselheiro da União Blumenauense das Associações de Moradores. Ele é especialista e flagra empreendedores e administradores públicos nas mazelas contra o clandestino, o irregular e os Planos Diretores. Alguém precisa avisar o prefeito de que Arlon é um conhecedor e um fiscal rigoroso dessa legislação como o Cruzeiro do Vale.

Corrupção I
Lula reclama. Prefeitos reclamam. Ninguém quer o Tribunal de Contas (e a imprensa) fiscalizando, pelo menos do jeito que está sendo feito. Veja o que disse o presidente do TCU, Jorge Hage, 71 anos, mestre em Direito Público. Esta opinião está num artigo com o título: "Um debate equivocado", publicado no dia 29.11, na Folha de S. Paulo. "Há inegáveis entraves que devem ser removidos. Mas muitas das queixas contra os órgãos de controle não têm nenhum fundamento. Os obstáculos devem ser reservados para os que pretendem fraudar licitações, superfaturar obras, escamotear lucros no BDI. E, infelizmente, ainda encontramos muito disso em nosso dia a dia.  No Brasil, como no mundo, nessa área não há anjos. A corrupção, aliás, é hoje tópico de destaque da agenda mundial. Não dá para baixar a guarda".

Corrupção II
O caso do governador José Roberto Arruda, DEM, pego com a mão nos maços de dinheiro não é algo do partido, é algo relacionado ao homem, ao poder e à impunidade. O poder é algo que emerge da organização de determinados grupos identificados com ideologias, com partidos ou interesses comuns de poder, de enriquecer e se desviar. É uma guerra sem escrúpulos onde não se importa os meios, mas os fins:  vencer,o humilhar e se perpetuar, pois se sabe que a chance da punição é mínima, até mesmo pelos "esquecidos e mansos" eleitores. Então não como falar do perdão dos pares.  Arruda é um exemplo do perdão. Por isso, é reincidente.

Bancos
Os bancos Bradesco, Itaú, Brasil e Caixa Econômica Federal que atuam em Gaspar, e com lucros monstruosos (e parte deles vindos daqui), prometeram ajudar o novo hospital via as suas Fundações. O hospital está novinho. E até agora eles não se coçaram. O negócio deles parece que é só esfolar clientes. Seus gerentes aqui em SC enrolam. O Itaú, por exemplo, analisa um pedido há mais de dois anos. O Bradesco já negou, a cidade é pequena alega (como?). O Banrisul, nem chegou à cidade e já ofereceu uma "linha de crédito", ou seja, uma veia para engordar os lucros e justificar a agência. Ação comunitária de todos esses bancos, zero. Só se for bem longe daqui ou propaganda cara e bem elaborada. É por isso que as cooperativas locais avançam. Acorda, Gaspar.

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