16/03/2010
Polícia x política I
Misturar polícia e política é um erro impróprio e irreparável que um governo pode cometer. Perde o próprio governo, os políticos, a polícia, os policiais e principalmente os cidadãos, cidadãos e as cidades. Ganham os bandidos e os espertos de todos os matizes. E esta é uma convicção pessoal, a qual me acompanha há muitos anos. Aqui neste espaço já a expressei de forma contundente. Não vou repeti-la (e abrange ainda à Saúde, à Educação e à Fazenda). Por consequência, o governo de Luiz Henrique da Silveira, PMDB, errou, foi leviano e irresponsável quando nomeou um deputado estadual, Ronaldo José Benedetti, PMDB, do Sul do estado, o seu secretário de Segurança Pública e pasmem, de "Defesa do Cidadão" (como se vê, mais uma propaganda enganosa). Benedetti, agora, está em campanha a deputado Federal.
Polícia x política II
A Segurança e a ação policial são premissas técnicas, algo de estado e impessoal. O Vale do Itajaí sofre com a deterioração da Segurança feita por políticos, seus jogos, limites e interesses. Veja o exemplo de Gaspar. A Delegacia de Polícia (que cuida também de Ilhota) acaba de receber mais uma viatura. Solenidade interna, política, com pompa e repetida, pois já havia sido feita em Blumenau dias antes, com a presença do Delegado Geral de Polícia, Maurício Eskudlark e do Delegado Regional, Rodrigo Marchetti. Mas, um carro? É preciso e se agradece muito. Entretanto, os policiais prometidos e necessários para investigação e prevenção de Gaspar e Ilhota? O que adianta ter carros se não se tem policiais para atender a população e produzir resultados à cidadania? Estão trocando medo, improviso e mortes por votos? A cidade e o Vale estão cada vez mais violentos e inseguros. É estatístico. É a realidade. Está se expondo ao fracasso a capacidade dos bons policiais. Uma vergonha.
Policia x política III
Aqui em Gaspar, o assunto também é antigo. No dia 31 de março do ano passado houve uma audiência pública patrocinada pela Câmara de Vereadores. E quem estava lá? O Comandante da PM, Coronel Eliésio Rodrigues e outras finas patentes regionais subordinados seus; Paulo Roberto Dias Neves, Diretor Geral da Secretaria de Segurança; Maurício José Eskudlark, Delegado Geral da Polícia Civil ; Ademir Serafim, então Diretor de Inteligência e Informática da Polícia Civil e que agora deve substituir Eskudlark que é candidato a deputado estadual; o delegado regional Rodrigo Marchetti; e o delegado da comarca Paulo Norberto Koerich entre muitos outros da Secretaria, bem como secretário regional de Desenvolvimento, Paulo França, PMDB, e que também hoje é candidato a deputado estadual. Ausente? O secretário Ronaldo Benetti. Aliás, se ele veio a Blumenau foi por ser obrigado e por exigência do governador. Gaspar? Nem para pedir votos, que fará por seus cabos.
Polícia x política IV
A audiência daquela noite ia morna, enrolada, discursinhos, silêncios comprometedores e chorumelas de gente receosa. De concreto, nada. Até que o presidente da Acig, Samir Buathem, esquentar o ambiente. Foi direto ao ponto. O Comandante da PM tentou se impor no autoritarismo, do tipo quem é você? Não deu certo com à falta de respeito para com a comunidade. Coronel e os demais ouviram. Conclusão. Com a Polícia Civil, no entendimento com o senhor Eskudlark ficou acertado a vinda de dez, repito dez homens. Efetivamente não veio um só. Depois de um ano veio cala boca: uma viatura. Discursos, palmas, promessas e tapinhas nas costas. E todos na comunidade, quietos, reféns de bandidos e de políticos a comandar a segurança pública. Como cobrar uma ação mais efetiva do nosso competente e profissional delegado Koerich se ele não tem efetivo para isto? Acorda, Gaspar.
Polícia x política V
Seria injusto se eu não mencionasse aqui que, provisoriamente, para amenizar a conversa tensa da audiência, a Polícia Civil deu uma "mãozinha"para Gaspar e Ilhota. Vieram seis policiais para uma "força tarefa". Mas eles já foram embora há muito. Nem mesmo uma delegada que ficou por mais tempo, se segurou por aqui. Esta história tem duas faces na falta de respeito com todos nós. A primeira é com a comunidade que paga os impostos e sustenta o aparelho de Segurança para proteção do cidadão e cidadã. A segunda é com a própria carreira técnica policial, a qual fica exposta e se subordina aos caprichos de um partido no poder, de um político que vira chefe e da sua busca de votos usando a estrutura de segurança. Está na hora de mudar este cenário. Gaspar merecia algo melhor no seu aniversário. Acorda, Gaspar.
Aniversários
A senadora e gasparense honorária Ideli Salvatti, PT, faz aniversário neste dia 18, junto com cidade. No ano passado, apesar da promessa na vitória de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, ela se escapou e jurou que este ano estaria aqui no palanque para inaugurar obras e tapar a boca dos críticos. Obras? O calço da ponte Hercílio Deecke para ela não cair já? O muro da Rua Cecília Joanna Schneider Krauss? As casas dos desabrigados? A drenagem do bairro Santa Terezinha que se assinou quatro vezes? O Ifet que está atrasado há seis meses? O fechamento parcial do Car - Centro de Atendimento de Risco? A praça dos camelôs? A revitalização da barranca do Rio? O sistema de monitoramento por câmeras no centro? Novas empresas? Um distrito industrial e um pólo de informática? Os galpões do Jacaré? O calçamento da Rua Inês Baron? A compra de um carro pipa para o Macucos. O anel de contorno? Uma nova estação de tratamento de água? O sistema de coleta de esgotos? De concreto mesmo só a reabertura do novo hospital por iniciativa de um grupo apartidário bem como a drenagem e pavimentação das ruas João Barbieri e Lino Vicente Alberici, que também foi uma iniciativa particular. A Britagem Barracão (Antonio Assini) investiu mais de R$700 mil e o município pouco menos de R$300 mil para beneficiar 150 pessoas. Acorda, Gaspar.
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