03/08/2010
Dilma ou Serra I?
Vira e mexe sou provocado. Olha, baseando-se na conjuntura, na experiência técnica e nas pesquisas eu aposto que dará Dilma. Todavia, a eleição é um ato imponderável, incontrolável e às vezes, incompreensível aos fatores lógicos. Exemplos não faltam aqui e em outros países.
Dilma ou Serra II?
Primeiro fator lógico. Se Dilma representa Lula, ela já ganhou. Lula tem 80% de aprovação do seu governo; enfrentou o PT ideológico e retrógado (no qual está Dilma), preservou as bases econômicas de Fernando Henrique Cardoso, PSDB, e por isso venceu; mais que a pobreza, ganhou mesmo no governo de um operário a classe média. E qual o ilógico? Michele Bachelet, ex-presidenta do Chile, tinha a mesma aura dos eleitores e eleitoras, entretanto ela não fez o sucessor.
Dilma ou Serra III?
Segundo fator lógico. O PT tem um ícone que é Lula e se orgulha dele (com todos os defeitos). Usa e abusa dessa referência. O PSDB tem um ícone chamado FHC, a melhor luz do partido e do Brasil. Estranhamente, tem vergonha dele, o esconde e treme todo com o simples pensar em defendê-lo e seus feitos. E qual o ilógico? Um movimento manada, de última hora, a favor apenas de mudanças, arejamento, ruptura, alternância de poder; assepsia política, de ideias e administrativa.
Dilma ou Serra IV?
Terceiro fator lógico. A musculatura (recursos financeiros e amarrações de resultados) do PT em oito anos de poder é algo fantástico e incomparável nesta eleição. A soma da República Sindical, das práticas ?mensaleiras?, do marketing de factóides, de resultados sociais e econômicos efetivos e do exercício do poder é algo imbatível. E qual o ilógico? Um desastre. Algo quase impossível.
Dilma ou Serra V?
O quarto fator lógico. A TV no Brasil tem sido representativa na sedimentação da percepção. Dilma sai em vantagem com o padrinho Lula. E qual o ilógico. Um milagre pró Serra. Talvez ele esteja mais nos debates onde, sozinha, Dilma se perde com muita frequência. Os debates que começam nesta Quinta-Feira se anunciam como uma chatice com dois candidatos que não tem a linguagem do povo. Marina Silva, PV, será sempre melhor. Entretanto, é certo também, que o efeito debate dura apenas três dias e não é capaz de dar mudanças significativas no resultados. Resumindo: a lógica está com a candidata Dilma. Só ela (e os eleitores e eleitoras, é claro) poderá confirmá-la
Ideli e a Bunge
A senadora Ideli Salvatti, PT, gasparense honorária, foi lá na Bunge semana passada só para fazer manchete por aqui. Viu que a sede da empresa não é mais aqui, que não tem mais presidente aqui, que o suntuoso prédio daqui começa a ficar as moscas. Como está em campanha, Ideli foi lá pedir e usar o fato para aparecer na imprensa local. Os empregos gasparenses da fábrica foram salvos momentaneamente pelo governo do Estado por meio da renovação de incentivos e sem a interferência dela ou do prefeito que também estava lá para aparecer na foto com a sua candidata. Quando Pedro Celso Zuchi era candidato a prefeito, Ideli foi lá ver as obras do Hospital e prometer. Levou a imprensa para promover o espetáculo da propaganda. Eu estava lá. Fui eu quem os recebi (queriam o Samir Buhatem ? presidente do grupo gestor - fora da comitiva). Por recomendação de Ideli se regularizou as dívidas com o governo Federal. Mas, do governo federal só verbas que pessoal daqui teve que brigar no governo do Estado (e depois até o PT pediu faixa de agradecimento a Lula). Agora, esse pessoal quer transformar o Hospital em cabide de emprego de companheiros, que não tem como empregar no aparelho, mesmo o Hospital produzindo déficits por conta da desastrada política do governo Federal com o SUS. Acorda, Gaspar.
Hospital I
Aliás, a saúde dos hospitais catarinenses vai continuar na UTI, com falta de dignidade para cidadãos e cidadãs, bem como servindo de palanque para políticos nas suas promessas às vésperas de eleições. No debate sobre a caótica e desesperadora situação da maioria deles, promovida pela Associação e a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos dos Serviços de Saúde de Santa Catarina, só Ângela Amim, PP, compareceu. Raimundo Colombo, DEM, disse que não mudaria a agenda e Ideli Salvatti, cancelou a ida lá na véspera do debate. Os candidatos dos nanicos também não deram as caras. Saúde pública e para os mais sofridos parece que não ser a prioridade para essa gente.
Hospital II
E por falar em Hospital, reapareceu na semana passada uma faixa no bairro Bela Vista louvando o ex-vereador e presidente do Conselho, Celso Oliveira. Era a mesma que já tinha sido colocada na entrada do bairro no ano passado, a qual sumiu depois de exibida aqui para a indignação de muitos. Acorda,Gaspar.
edição 1217
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