Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

PP ou PT
O PP de Santa Catarina anunciou apoio a José Serra, PSDB. E os Amins também, o que não é uma grande vantagem.  O PP de Gaspar que deixou vergonhosamente na mão a sua verdadeira madrinha, Ângela Amim, está em ?silêncio?. Pelos cargos e acertos a tendência é ir de Dilma, do PT. Com a palavra presidente Joarez Pontecelli e o mercador de votos daqui, o vereador José Hilário Melato.

Aposta
Aliás, alguns pepistas gasparenses, fieis, da velha guarda, que não se alinham com o oportunismo, estão decepcionados. Apostavam que Ângela seria a mais votada dos três candidatos. Ainda bem que economizaram o dinheiro das apostas. Senão iriam enricar alguns daqui.

Colombo
O governador eleito de Santa Catarina, Raimundo Colombo fará visitas a jornais do PT? Essa informação é boa. E quando dada pelo próprio veículo, traz mandraquices. Uns riram e outros ficaram boquiabertos. Ou pessoal do DEM está mal informado ou o anúncio é mais uma daquelas piadas para quem perdeu o passo.

Quem ganha?
Olha,  se todos os institutos, inclusive os de credibilidade erraram nos prognósticos do dia três, a eleição do dia 31 de Outubro para presidente, é uma loteria. Tem argumentos para todos os gostos. Sinceramente? Eu estou sem palpite. Aliás, nem vou votar. Por questões profissionais estarei ausente da terrinha. Muitos outros estarão também fora num feriadão daqueles. E quem perde? José Serra no Sul, Sudeste e nas classes mais abastadas e informadas.

Imprensa I
O conservador jornal O Estado de S. Paulo, declarou-se José Serra, PSDB, já no primeiro turno. Um caso raro na grande imprensa brasileira. É a opinião dos donos. Nos Estados Unidos, isto é comum. O noticiário, todavia, não está atrelado a este posicionamento. Pelo menos não deveria. O Estadão está sob censura há quase 450 dias (a pedido de Fernando Sarney, irmão de Roseana e filho de José Sarney num caso complicado).

Imprensa II
O PT e os que estão no poder lá e aqui odeiam imprensa livre. É, entretanto, a mesmíssima imprensa que o PT usou para chegar ao poder. ?A imprensa é livre, o que não quer dizer que é boa?, segundo Franklin Martins, secretário de Comunicação do Governo Lula o qual quer uma mordaça para à livre expressão (PNDH3). Boa? Como assim? Mansa, quer dizer ele?  Não é boa agora, porque não baba às sandices da patrulha e do aparelho petista com os seus mensalões, aloprados, montadores de dossiês, dólares nas cuecas, contratos tortos, dinheiro não contabilizado, propinas e as patuscadas das Erenices etc? Mas, já foi boa, quando acreditou nos propósitos e deu espaços para esse pessoal chegar ao poder.

Imprensa III
Você sabe o que é PIG? Segundo o PT é o Partido da Imprensa Golpista. E por que? Porque a ideia era comprar a Oposição. Fizeram isso via mensalão e cargos. Conseguiram a maioria. Todos mamando. Mais: para os que não se alinharam fabricaram (e fabricam) sucessivos ?dossiês?, falsos, para desmoralizar os ainda resistentes. Contudo, um incômodo ficou para trás: não conseguiram comprar  a imprensa livre e independente. Então, tentou-se  desqualificá-la; depois deixá-la à míngua de verbas governamentais, mais tarde à mercê do confronto pelo ridículo da imprensa comprada a combater a imprensa investigativa (vergonhoso). Como nada deu certo e como não há Oposição, inventaram que a imprensa que denuncia, com fatos, provas e alimenta a opinião pública e as vezes o Judiciário, não é imprensa, é um partido político ( mas isso eu comento na Sexta-Feira).Como se vê, o plano é para extirpar os partidos de Oposição e os adversários(repito, adversários) como declarou o Lula em Joinville, inclui agora a imprensa livre.

Imprensa IV
Mino Carta é um ícone no jornalismo brasileiro. Foi diretor das revistas ?Senhor? e ?Isto É?. Criou as revistas ?Quatro Rodas?, ?Veja? e ?Carta Capital? que a dirige. É uma revista do PT. É um contraponto inteligente e obrigatório para se compreender o Brasil de Lula e do PT. Mino Carta é um crítico ácido do jornalismo brasileiro o qual ele chama de ?patética mídia nativa?. Mesmo alinhado incondicional ao petismo, Mino admite e afirma que Lula errou quando disse ?a opinião somos nós?. Soberba. Totalitário. Incompreensível. Mino também condena esta classificação (censura) que Franklin quer impor à mídia, bem como a criação da tal TV Brasil, sem audiência e fonte de empreguismo para os companheiros, militantes e a patrulha, disfarçados em muitos casos, de jornalistas. Como e vê, toda unanimidade é burra. Impossível para a mídia livre. Ainda bem.

Adilson I
Dei aqui que o Adilson Luiz Schmitt (ex-PMDB) saiu do PSB. Em primeira mão. Adilson confirmou e saiu de circulação. Recebi vários e.mails e telefonemas sobre o assunto. Um deles chamou a minha atenção. Dizia ele: ?se Adilson não saísse, o PSB o expulsaria. Adilson estava fazendo tudo contra o partido, além disso, com a atitude que tomou, Adilson fica livre para ocupar um cargo no futuro governo, no gabinete do Aldo Schneider ou no do Mauro Mariani, todos do PMDB?. Faz sentido. Aliás, para quem não se lembra daquela confusão à porta do restaurante Rauls quando o PMDB daqui se reuniu para dar apoio oficial a Raimundo? O candidato procurou Adilson por telefone.Sabe quem ele é. E Adilson foi lá encontrá-lo. Foi barrado. Deu meia volta. Mesmo assim retribuiu em trabalho. Ao seu modo e nos seus cantos, buscou votos à eleição de Colombo, de forma bastante clara.

Adilson II
Aí, um eleitor me pára no centro e me questiona. ?Então se o prefeito Pedro Celso Zuchi (e sua vice), PT for cassado o Adilson , exatamente por estar fora do partido que o elegeu estaria impedido de assumir?? Respondo: estaria. Mas, vamos devagar. Zuchi cassado por conta da compra dos votos ou de outra irregularidade denunciada às dezenas? Se isto acontecer, repito, se isto acontecer, vai demorar muito. E se acontecer a partir do ano que vem, deverá haver outra eleição, pelo menos é o que orienta a legislação em vigor. Então, Adilson pode ter saído do PSB sabendo que não tem nada a perder neste caso. Inteligência sobra-lhe. Nisso ele dá um banho na maioria dos políticos gasparenses em atividade. No PT daqui, nem se fala. Adilson, para mim, é mal assessorado (se ele é), é vingativo (um pecado mortal para um político), falta-lhe estômago, fígado e serenidade própria dos estadistas que sempre pensam no passo seguinte. Pior: às vezes Adilson fica fora de controle para fazer valer a sua obstinação (e mesmo estando coberto de razão e aí perde o jogo, apesar da sua inteligência e capacidade).

edição 1239