08/03/2019
A política é feita de negócios e contradições, principalmente às programáticas. O governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, do vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP, e do prefeito de fato, o advogado Carlos Roberto Pereira, que é o secretário da Saúde e presidente do MDB gasparense, precisava se reinventar. E se reinventou. Entregou-se à velha política do toma-lá-dá-cá, quando todos pregam mudanças. Casou-se com o nanico PDT, até ontem arqui-adversário na Câmara e aliado de sempre dos governos do petista Pedro Celso Zuchi. As ocupações de cargos já começaram; as confusões também. Na Câmara, o vereador e presidente do PDT, Roberto Procópio de Souza, de adversário ferrenho, tornou-se avalista incondicional de Kleber e Pereira, para a desconfiança do PP e outros que há tempos esperam pelas sobras.
A primeira a ser empregada – e de forma legal, registre-se - por Kleber foi a mulher do próprio Procópio, Ana Janaina de Medeiros de Souza. Ela participou do governo de Zuchi e que não está filiada ao PDT. Ana fez concurso para assistente social. Foi 12ª colocada, chamada em outubro, foi “deslocada” para trabalhar na nova gestão da Superintendência da Defesa Civil. Atua como gestora de fato da área. Já reportei em detalhes na coluna do portal do Cruzeiro do Vale, o mais antigo, mais acessado e atualizado de Gaspar e Ilhota. Diante do que expus, a situação foi regularizada no Diário Oficial dos Municípios só neste 15 de fevereiro. Ou seja, o probatório da senhora Souza está sendo feito fora do foco para a qual ela foi habilitada no concurso.
Agora, veio a outra parte do jogo. Emerson Mauricio Costodio Barth, PDT, foi nomeado por Kleber para cargo em comissão de Diretor de Fiscalização. No PRB coligado, Emerson era o diretor dessa área no governo Zuchi. O outro nomeado é Pedro Pereira, conhecido como Geada. Ele nasceu e viveu no MDB; virou PDT e agora é diretor do Procon de Gaspar, terreno exclusivo que já foi do advogado Procópio – hoje de volta ao escritório de advocacia dele - no tempo de Zuchi. Entenderam a trama? Quem sobrou e se tornou um problema? A ex-superintendente do Procon de Gaspar, Simone Carime Makki Voigt. Ela esperava a promoção pelo trabalho profissional que vinha desenvolvendo e não ser levada à uma mera subordinada do Geada, numa jogada política partidária de poder. Para o lugar dela, foi nomeado Thiago Felipe Zardo Machado.
O mundo dá voltas, o tempo é o senhor da razão e ele lava a alma dos perseguidos. Simone, foi parar – em expresso contragosto - num cargo de consolação como responsável pelo setor de compras no Samae, onde estará exposta sob a instabilidade do presidente, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP. Justamente numa área onde há uma profissional concursada e boicotada pelo poder de plantão, Ivonete Maas dos Santos. Kleber corre atrás do prejuízo que avalizou; está jogando água nesta fervura. Simone é mulher de Irineu, assessor do juiz Renato Mastella e que atuou aqui na Comarca. Mastella promovido, está em Florianópolis. Irineu acompanhou o juiz, Simone ficou aqui onde o casal possui domicílio: apostou no Procon; segurou até bandeiras do MDB nas esquinas de Gaspar nas eleições de outubro. Neste freio de arrumação, Kleber precisa mais de uma maioria na Câmara do que de um juiz em vara criminal na Comarca de Florianópolis. Kleber que abra o olho!
Como o vereador Procópio se tornou peça chave do governo de Kleber? Criando uma maioria para fazer oposição a Kleber na Câmara e o colocando na parede via a imprensa e o judiciário. Primeiro fez de Silvio Cleffi, PSC, a cria de Kleber, presidente da Câmara e um opositor para a maioria no Legislativo. A candidata de Kleber era a mais jovem vereadora de Gaspar, Franciele Daiane Back, PSDB, partido que nunca esteve no governo. Segundo, abarrotou o governo com requerimentos assertivos. Como não eram respondidos, entrou na Justiça com mandados de segurança colocando de joelhos Kleber. Usou isso, para se projetar na imprensa de credibilidade local. Depois de mostrar a sua capacidade de articulação contra Kleber, Procópio negociou a sua própria rendição com cargos para os seus no governo. Olhou a reeleição do vereador de parcos 481 votos – o último dos 13 - num ambiente que será sem coligações. Todos assistem estupefatos, inclusive o PT. Para lembrar. Nem tudo é matemático ou certo: Procópio também perdeu a eleição à presidente da Câmara, prometida por Kleber, MDB, PP e PSC. Na articulação, Ciro André Quintino, MDB, levou com os votos da dita oposição criada, vejam só, pelo próprio Procópio para encurralar e pedir vantagens a Kleber para o PDT. Deuo o troco à traição. Acorda, Gaspar!
Igualzinho. Lembram-se daquela “novela” dos Guinchos Mondini no governo petista de Pedro Celso Zuchi, que se renovou o contrato até não ser mais ele possível? Gaspar ficou sem o serviço de guincho e pátio para os carros apreendidos, gerando prejuízos ao próprio Galego e que ainda tenta cobrá-lo na Justiça.
Pois não é que acontecendo o mesmo com a sucessora ACkar. Acaba de ser feito o terceiro aditivo ao contrato SAF-70, de 2013. Há duas semanas, por conta dessa não renovação, Gaspar ficou sem o serviço de guincho.
Outra há um processo errado nesse pátio da ACkar. O contrato é para remoção (guincho) e guarda de veículos. Está se fazendo a liberação via ofício da Ditran. A inspeção é da ACkar e não de um agente de trânsito, em falta na Ditran. E dizer que o vice-prefeito Luiz Carlos Spengler Filho, PP, é um agente de trânsito.
O que é feito da presidente da Juventude do MDB de Gaspar, Natália Florêncio?
Coisa triste ser governo. O suplente de vereador José Ademir de Moura, PSC, que está no lugar de José Hilário Melato, PP, não sabe a que senhores servir: os eleitores ou o governo.
Queixou-se dos buracos e do mato que segundo ele, está tomando conta das ruas, calçadas e praças de Gaspar. Entretanto, da tribuna, assegurou que não está enxergando o culpado disso, a não ser o calor, a chuva...
O vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, é funcionário público; concursado no Samae. Vira e mexe ele reclama que os funcionários são amaldiçoados – inclusive na imprensa e redes sociais -e que sem eles não existiria uma série de serviços.
O vereador finge, ou não entende as queixas dos pagadores de pesados impostos, os que verdadeiramente sustentam a máquina pública. O trabalhador não é contra os servidores, mas seus privilégios, todos legais, e custam ao bolso dos trabalhadores e que os pagadores de impostos não possuem o mesmo direito.
Veja, por exemplo, este da Câmara onde está o vereador. Lá se pode pedir o adiantamento de 50% do 13º, rotulado de gratificação anual, no primeiro dia do ano. E pelo menos dois já tiveram esse benefício legal concedido: Marcos Alexandre Klitzke em 15 de fevereiro, e Vagner César Campos Maciel, em 25 de janeiro.
Então não se trata de ser contra ou a favor dos funcionários públicos, mas de se ter uma isonomia social entre os trabalhadores, principalmente os da iniciativa privada, os demitidos e de salários achatados nas crises econômicas, bem como os mais pobres – muitos deles desempregados e viventes de bicos - e que – por serem maioria – verdadeiramente pagam essa alta conta de privilégios quando compram alimentos, acessam serviços básicos como transportes, compram remédios...
No fundo, o que se questiona, é o modelo de desigualdades que transfere recursos dos mais pobres para os que possuem estabilidade e proteção por leis especiais no trabalho.
Neste sábado é dia comemorar a felicidade no Baile do Hawaii, na Associação da Bunge. A promoção e produção é Cruzeiro do Vale e faz parte da programação dos 85 anos de Gaspar.
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).