18/07/2018
Estranho. A “nota oficial” de sexta-feira e já plenamente esclarecida na coluna de segunda-feira, dizia que a prefeitura de Gaspar estava em entendimentos para a transição da Casa Lar Sementes do Amanhã. Mais: e que até tinha criado uma equipe de para tal.
Até ontem, todavia, ratificando todas as informações dadas pelo Cruzeiro do Vale e contrariando a própria nota, ninguém da prefeitura e da secretaria da Assistência Social, tocada pelo presidente do PSC e ex-assessor parlamentar do ex-vereador Kleber Edson Wan Dall, Ernesto Hostin, manteve contato direto com a gestora da Casa, a ONG Grupo de Apoio a Infância e Adolescência Abrigada – GAIAA - para tal finalidade.
Esta intermediação está sendo feita com a participação do Ministério Público que cuida desse assunto na Comarca. Esta é a oportunidade de menor risco para a prefeitura delicado no assunto que ela criou e que obrigatoriamente precisaria seguir um ritual legislativo e prazos. Com a benção do Ministério Público, as soluções atípicas poderão ser aceitas neste caso emergencial.
Por outro lado, na pauta da sessão de ontem à noite da Câmara de Gaspar, estava o requerimento o presidente da Câmara, Silvio Clefffi, PSC, pedindo explicações sobre quem vai suceder o GAIAA na gestão da Casa Lar Semente do Amanhã. Ele já tinha levantado o assunto na semana passada, quando o líder do governo, Francisco Hostins Júnior, MDB, confirmou o problema para todos na tribuna do Legislativo.
Até agora, apesar do longo prazo que teve para colocar às claras todas as dúvidas com nomes, números, ações e razões dos procedimentos tomados até agora, nem a prefeitura, nem a secretaria de Assistência Social esclareceram as dúvidas. Limitaram-se a negar o fechamento sem indicar como isso se dará. O que prova, que não possuiam soluções e que somente agora está sendo construída com o MP. E todos na prefeitura, estão correndo para remendar àquilo que queriam fazer e tiveram que recuar na sexta-feira passada
O requerimento 116/2018 de Silvio quer saber: 1.Na data do dia 25/07/2018 quem irá assumir o Grupo de Apoio a Infância e Adolescência Abrigada - GAIAA? 2.Qual a infraestrutura de Recursos Humanos será disponibilizada? 3.O município de Gaspar irá assumir a gerência da Casa? 4.Como ficarão as questões administrativas? 5.Como ficarão as responsabilidades fiscais?
A prefeitura, tem 45 dias para responder o requerimento. E será fácil, pois muito antes desse prazo, na semana que vem, dia 25, tudo deverá estar rodando no novo esquema, quando o GAIAA estará fora da gestão por decisão dela e depois de ser enrolada por um ano e meio no Paço.
Aliás, tudo o que Silvio questiona, já deveria ter sido respondido na nota oficial de sexta-feira da prefeitura, se a prefeitura realmente tivesse um plano real de substituição do GAIAA como anunciou marotamente naquela nota para fazer manchete na imprensa que não pergunta e como demonstrei amplamente no texto da coluna de segunda-feira. Uma desmoralização sem tamanho. Acorda, Gaspar!
QUANTOS BRASILEIROS ESTÃO DESEMPREGADOS? MAIS DE 13 MILHÕES SEGUNDO O IBGE. NENHUM DELES É FUNCIONÁRIO PÚBLICO. OS SENADORES E DEPUTADOS FEDERAIS QUE ESTÃO PEDINDO O SEU VOTO PARA SE REELEGEREM COM DINHEIRO PÚBLICO E QUE ESTÁ FALTANDO À SAÚDE, À SEGURANÇA, À EDUCAÇÃO E OBRAS NÃO SÓ GARANTIRAM O EMPREGUISMO DELES, A CONTINUIDADE DOS PRIVILÉGIOS E ATÉ EMPREGO DE PARENTES DELES NAS ESTATAIS, TUDO COM O DINHEIRO DO SEU PESADO IMPOSTO
Um funcionário público precisa de proteção para não ser perseguido politicamente ou pelo patrão político de plantão. Ponto final.
Dito isso, não é possível que os políticos em nosso nome, criem e protejam uma casta enquanto a maioria de seus eleitores – calcula-se 95% - não são funcionários públicos, mas obrigatoriamente pagam a infindável conta desse mundo de privilégios, o qual ignora crises, novas realidades, tecnologias, inovação e exigências.
Chegará o tempo quando não haverá mais espaço nem para contratar, nem para repor, nem sequer para pagar à aposentadoria dessa gente, que se aposenta cedo, com salários integrais, ao contrário dos trabalhadores normais e que sustentam tudo isso, mesmo desempregados.
Um dos muitos exemplos desta distorção.
Uma costureira no Brás, em São Paulo, recebe R$ 0.16 por camiseta produzida. Em uma camiseta de R$30,00 cerca de 35% são impostos. Destes, outros 35% vão só para cobrir os gastos com funcionalismo. Resumindo: cada camiseta tem R$3.50 em salários de funcionários públicos que não fazem camisas. Isto é 20 vezes mais o que a costureira recebe para fazê-la. Ou seja, há deliberada exploração do trabalho pelo estado para atender gula do estado, tudo avalizado pelos políticos que criaram esses privilégios e em nosso nome, porque fomos nós que os elegemos.
Resumindo, os trabalhadores explorados são os que estão elegendo os políticos que se dedicam a tirar dinheiro dos trabalhadores para transferir à classe política e uma casta organizada de servidores, imunes a qualquer crise, que se houver, a solução será sempre simples: a de aumentar impostos, contra os trabalhadores e referendada pelos políticos, eleitos por esses mesmos trabalhadores.
É essa gente que está pedindo os votos dos trabalhadores para se reeleger no dia sete de outubro.
Foi essa gente que criminosamente na semana passada mandou a conta do roubo de energia em distribuidoras do norte do país, para os gasparenses e ilhotenses pagarem. Foi essa gente que impede a privatização de empresas que estão em ruínas e ocupadas por cabos eleitorais de políticos, nadando em negociatas, diárias e altos vencimentos. Foi essa gente que votou para perpetuar os subsídios aos refrigerantes e que fazem mal à saúde. Ou seja, quem não toma refrigerante no Brasil, paga a conta dos que tomam. E assim vai.
Agora, os políticos em marcha para a reeleição com R$1,7 bilhão que tiraram da Saúde, Educação, Obras e Segurança, querem aumentar os salários deles próprios enquanto há mais de 13 milhões de desempregados, gente empregada que não pode pagar plano de saúde. O teto fictício é R$32 mil; acham que deve ir R$38 mil. É justo com os brasileiros? Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Mais uma prova de que a administração de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, não possui coordenação e discernimento, nem na área da Cultura. O cancelamento de última hora da apresentação da peça “Sebastian” marcada para hoje à noite, cujo conteúdo mostra a vida de uma transexual, não caiu do céu.
É impossível que a área de cultura do município de Gaspar não tenha tido o cuidado para saber, ou “avaliar” antecipadamente, o conteúdo da peça e então fazer os seus julgamentos e censuras particulares em "nome da cidade", anulando à diversidade que há bem exposta por aqui. Vergonhoso.
Evitava-se com esse procedimento mínimo de “cuidados” à exposição da cidade, da prefeitura e do gestor do município. É o que dá indicar gente sem noção de responsabilidade para os cargos comissionados só para atender os vieses partidários e o do empreguismo dos seus, sem avaliar a competência.
Sabe-se que a administração de Kleber é feita de conteúdos religiosos e à retirada da peça na última hora, teve esse viés e pressão. Tanto que a justificativa oficial, e não inventada pela coluna como costuma acusar Kleber e os seus, é de que o “tema da peça teatral não se encaixa no contexto da cidade e sua exibição pode causar polêmicas”, ou seja, censura prévia.
Em Blumenau onde a peça já foi apresentada duas vezes, uma delas como parte do Festival de Teatro Universitário, o prefeito é Mário Hildelbrand, PSB, também conservador e evangélico (MEUC - Missão Evangélica União Cristã). Mas, essa discussão se a peça “se encaixa ou não no contexto da cidade”, não apareceu em momento algum e o conteúdo dela passou despercebida.
Gaspar e principalmente a atual gestão, arrumam problemas ou os ampliam onde eles não existem ou são menores. É uma atrás da outra. Um desastre. Esta exposição poderia ter sido ser evitada há muito tempo. Meu Deus! Espera-se que a prefeitura não emita mais uma "nota oficial" fake para fazer manchete da imprensa obediente e que não faz perguntas óbvias. Acorda, Gaspar!
O vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, que já foi petista, é o único governista que bate de frente com a majoritária bancada oposicionista (PT, PDT e PSD). E por isso, ele está pagando um preço por isso. É sempre assim. A líder do PT, Mariluci Deschmps Rosa resolveu marcar sob pressão.
Na penúltima sessão, da primeira secretaria, Mariluci interrompeu à sua leitura de atos, para pedir ao presidente Silvio Cleffi, PSC, que impedisse à inscrição da fala de Anhaia e que estava sendo registrada no livro pela sua assessora, a advogada Ana Caroline Deschamps.
Segundo Mariluci, o registro, pelo Regimento Interno, só é possível ao próprio vereador. A contragosto, Anhaia, fez a sua própria inscrição sem antes apontar que no próprio bloco oposicionista e integrante da Mesa Diretora, isso seria uma prática. Agora, talvez, não será!
Em Gaspar, o PT possui a solução para o esgoto a céu aberto: enterrá-lo por tubulações, como se isso deixasse as pessoas menos doentes ou expostas, o mau cheiro desaparecesse e o Rio Itajaí não recebesse à poluição.
A vida como ela é. O vereador Evandro Carlos Andrietti, MDB, esses dias passou por um piripague e usou a tribuna da Câmara para relatar o particular. Foi atendido no Hospital de Gaspar por especialistas, porque segundo ele mesmo, o caso era brabo. Mas, ao final concluiu que o que salvou mesmo, foram as orações de três pessoas. Medicina, prevenção, mudanças de hábitos? Zero! Então, só milagres e muitas orações?
Constrangedor é ver o vereador o combativo vereador Cicero Giovani Amaro, no papel de líder do PSD, defender o governo de Raimundo Colombo, candidato à alguma coisa em outubro. Cicero precisa até ler, para não se perder na falta de argumento aos supostos elogios. Não há uma marca do ex-governador para Gaspar. E olha que foram sete anos de governo de Colombo.
Para o líder do governo, normalmente comedido demais, Francisco Hostins Júnior, MDB, que já foi do governo petista, o suplente de vereador Antônio Carlos Dalsochio, PT, só fala baboseiras na tribuna da Câmara.
Hostins se referia, à afirmação de Dalsochio de que a prefeitura de Gaspar teria privatizado a merenda escolar no município, numa clara confusão com a terceirização do serviço e do fornecimento de refeições para os CDIs e escolas municipais. “Não tínhamos empresa municipal que fazia refeições, então não houve privatização nenhuma”, rebateu Hostins.
Esse caso da terceirização da merenda é outro calo, frequentemente cutucado pela oposição, que incomoda à administração de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Agora, estão inventando moda com suposto direito de ir e vir, além de constrangimento às crianças nos controles das refeições servidas Coisa de doido. Voltarei ao tema.
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).