21/10/2019
Deputado Jerry Comper, MDB, (à esquerda) fez um projeto para tirar dinheiro dos maiores municípios “repassar” aos “pequenos”. O assunto está num debate quente na Assembleia. O líder do governo de Gaspar na Câmara, Francisco Solano Anhaia, MDB, (à direita) criticou duramente à iniciativa e disse que iria fazer uma moção de repúdio nesta terça. Nela esperava o apoio de todos os vereadores. O cabo eleitoral de Jerry e presidente do Legislativo, Ciro André Quintino, MDB, (ao centro) comeu a isca e defendeu o deputado. Ficou politicamente exposto.
Este projeto o 165/2019 do deputado Jerry Edson Comper, ex chefe de gabinete do falecido deputado Aldo Schneider, ambos do MDB, estava no meu radar faz algum tempo. A prioridade se estabeleceu na terça-feira passada. O PL de Jerry quer retirar 3% do retorno de 25% do ICMs dos maiores municípios e repassá-los aos com menos de 10 mil habitantes.
Em Gaspar, o governo Kleber fala em R$5,4 milhões anuais de prejuízos. Parece chute, porque ao discurso não consegue provar nada que leve a este valor. Então se lança à propaganda enganosa. Os cálculos do gabinete do deputado, é de a perda de Gaspar seria em torno R$ 1,4 milhão. Igualmente, não consegue rebater com provas. Uma vergonha para ambos os lados.
Suposto exagero de um lado, minimização de outro. A verdade é que Gaspar, os cidadãos e os eleitores vão perder dinheiro gerado aqui e que está faltando para muitas coisas, mesmo diante de tanto desperdício ou mal planejamento da gestão pública no uso do dinheiro dos pesados impostos do povo.
E qual a justificativa do deputado Jerry para o seu estapafúrdio projeto?
A de que os pequenos municípios são frágeis, são “pobres” – inclusive de ideias e iniciativas -, estão em dificuldades e não conseguem equilibrar as suas contas. Então, com ajuda do PL do deputado eles querem repassar seus problemas para os outros que foram atrás da sobrevivência mínima, ou até mesmo, tiveram sorte no desenvolvimento minimamente sustentável.
Por outro lado, o deputado esquece que por serem “grandes”, esses municípios de onde ele quer tirar receitas possuem, naturalmente, mais problemas sociais (saúde, educação), na área dos vulneráveis (crianças, adolescentes, idosos), infraestrutura e de serviços para serem resolvidos do que os supostos pequenos ou pobres. E isso o deputado não colocou na sua conta.
Tome Blumenau como exemplo: quantos de Gaspar, Ilhota, Pomerode, Indaial, Ascurra, Timbó, Rodeio, Rio dos Cedros, Massaranduba para não alargar a faixa usam os serviços de Blumenau pagos pelos blumenauenses? Por outro lado, olhando o mapa de votos dos deputados eleitos, a maioria só conseguiu isso devido aos grandes colégios eleitorais dos municípios com mais de dez mil habitantes. Os pequenos contribuíram marginalmente e foram importantes para dar votos n a formação do coeficiente eleitoral que repartiu as vagas entre as coligações. OU seja, até nisso, há uma ingratidão do deputado com os eleitores.
Pior. O próprio deputado que pela esperteza marqueteira associou o nome dele ao do falecido – que foi prefeito de Ibirama antes de ser deputado e presidente da Assembleia em acordo com o PP -, como o tal “Jerry do Aldo”, para assim reconhecido como herdeiro e ser eleito, não escondeu de ninguém que o projeto o beneficiaria eleitoralmente. É que segundo o próprio Jerry, parte da sua votação estaria – e poderia ser ampliada - em municípios com menos de dez mil habitantes.
Resumindo: trata-se de campanha política eleitoral antecipada com o dinheiro dos outros. Simples assim!
Para início de conversa, nem à originária base eleitoral do deputado, Ibirama, possui menos de dez mil habitantes: são 18 mil almas. Muito menos Gaspar, onde se contam mais ou menos 68 mil habitantes. Em Ibirama, Jerry foi o deputado estadual que mais recebeu votos: 2.833 ou seja, apenas 29,86% dos votos válidos. Aqui, foi o quinto mais votado com 699, ou os minguados 2% dos votos válidos, vindos do legado de Aldo, o qual chegou por essas bandas pelas mãos do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, -sem partido, mas que nasceu no MDB -, e principalmente pelo trabalho do cabo eleitoral Ciro; Ciro substituiu Adilson num cabo de guerra entre ambos.
Antes de prosseguir é bom comparar os votos recebidos pelo ex-deputado Aldo na eleição de 2014 em iguais municípios e então, com colégios eleitorais naturalmente menores do que o das eleições de 2018. Eles, no mínimo, mostram que Jerry precisa correr para sedimentar o seu próprio nome. E está correndo, mas na pista errada. Pois com esse tipo de projeto, Jerry pode estar atirando no seu próprio pé, principalmente diante da polêmica que criou entre os líderes políticos daqui, incluindo os do seu próprio partido.
Aldo naquele ano de 2014, em Ibirama, conseguiu 4.476 votou, ou seja, 41,98% dos válidos e em Gaspar, 2.335 votos, ou 7,70% dos válidos, por isso ficou com a terceira posição entre os candidatos que pediram votos por aqui. Perceberam onde está o calcanhar de Aquiles do deputado Jerry?
Aconteceu no dia 14 de outubro na Alesc a audiência pública que debateu o projeto do deputado Jerry Comper que quer tirar três por cento do retorno dos municípios com mais de dez mil habitantes e repassá-los aos com menos habitantes. A própria Federação Catarinense dos Municípios foi contra, e aproveitou para colocar esta conta nas obrigações no vazio cofres do governo do estado
DEMAGÓGICA PORQUE TENTA INSINUAR QUE OS “RICOS” ESTÃO OBRIGADOS A SUSTENTAR OS “POBRES”
A própria Fecam – Federação Catarinense dos Municípios – onde estão os supostos 173 municípios que serão beneficiados com os R$157 milhões anuais que o projeto do deputado Jerry quer tirar dos outros 122 – incluindo Ibirama e Gaspar –, é contra.
A Fecam – pressionada dos dois lados – quer, vejam só, que a conta então seja bancada pelo quebrado governo do Estado. Gente doida! É dinheiro do povo vindo dos pesados impostos – incluindo o ICMS e que está em debate - que está faltando ao essencial a todos. Enquanto isso, os políticos ficam criando obrigações para salvaguardar seus currais eleitorais falidos.
E para aguentar estas ideias desconexas da nova realidade, o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, está aumentando o que? Justamente o ICMS contra os catarinenses. Encontra resistência na Assembleia, mas nem tanto. Diminuir os gastos da máquina, inclusive da própria Assembleia, nem sonhar para os deputados. Eles, inclusive, resistem ao ajuste a um duodécimo menor – a parte obrigatória dos impostos dos catarinenses e que vai compulsoriamente para sustentar a máquina e privilégios da Justiça, Ministério Público, Alesc e Udesc.
O erro dessa tal ladainha de “municípios pobres” começa quando os próprios deputados autorizam a criação de novos municípios, sabidamente, sem condições de subsistência. E por que fazem isso? Para expandir o espólio eleitoral; para criar mais boquinhas políticas com o dinheiro de todos e para lhes servir na busca de votos pelos grotões.
O deputado Jerry faria melhor, se o projeto dele, dissesse com todas as letras, que municípios catarinenses sem condição de sobrevivência, teriam que escolher os municípios limítrofes aos quais quisessem se associar novamente, fechando uma máquina administrativa e política deficitária para os seus cidadãos e os catarinenses.
Mas, porque o deputado ou qualquer outro político não faz isso? Porque perderia um esquema partidário e de poder nesses municípios que se movimentam em torno de migalhas para dar votos e viver do dinheiro público alheio, num ciclo vicioso. Esse ciclo vicioso torna esses municípios pequenos, ainda mais pobres, carentes ou dependentes dos políticos e das verbas de repartição que está retratado nas “romarias” aos gabinetes, das fotos, dos discursos, das emendas...
Tudo ao custo de muitas diárias que os políticos tomam de seus municípios inviáveis e “pobres”. É o tal mundo do faz-de-conta alimentado pela Ilha da Fantasia chamada Florianópolis, quando não alcançam Brasília, como faz cotidianamente Gaspar.
E quem disse que uma Blumenau, Joinville, Jaraguá do Sul, Criciúma, Chapecó, Tubarão, Videira, Lages ou uma Gaspar são municípios ricos? E mesmo que fossem não seria só por isso deveriam tirar parte da sua receita para os chamados “pobres” ou pequenos. Há nesses ricos, muitas prioridades e necessidade não atingidas.
Talvez, esses mal-rotulados como ricos ou grande, até tenham mais estrutura e condições de sobrevivência, mas estão mais expostos e assumem novas obrigações por serem polos de atração regional. Vê-se, por tudo isso e muito mais, que o deputado Jerry ainda não chegou ao século 21.
DEPUTADO DEIXA SEU CABO ELEITORAL EXPOSTO EM GASPAR. E ELE REAGE MAL
Eu poderia me alongar e listar às impropriedades deste tipo de Projeto de Lei demagogo, impensado e simplista para o desenvolvimento sustentável municipal dos entes mais vulneráveis, bem como à acomodação que este tipo de atitude leva os políticos e gestores públicos na criatividade, negociação e busca por soluções locais ou regionais para seus municípios pequenos ou “pobres”. Entretanto, vou tocar em outro estrago que o deputado Jerry está causando em seus próprios cabos eleitorais de cidades com mais de dez mil habitantes.
Na sessão de terça-feira da Câmara, por exemplo, o líder de Kleber Edson Wan Dall, o vereador Francisco Solano Anhaia, ambos do MDB, com razão, posicionou-se contra o projeto 165/2019 do deputado Aldo.
Marota e espertamente, orientado, anunciou que estava fazendo uma Moção de Repúdio. E provocou os vereadores. Esperava a assinatura de todos 13 vereadores no documento, num claro recado a Ciro André Quintino, cabo eleitoral de Jerry, e presidente da Casa, eleito à contragosto do grupo de Kleber e do MDB de Anhaia. O candidato de Kleber era o até então líder e arquiteto da oposição, ligado ao ex-governo petista de Pedro Celso Zuchi, Roberto Procópio de Souza, PDT.
Ciro experimentado, caiu como um novato e comeu a isca. Saiu em defesa de Jerry. Estranhamente, Silvio Cleffi, PSC, ex-presidente da Câmara, que é cria política de Kleber e também contrariou a orientação do poder de plantão e se tornou presidente no ano passado derrotando a candidata do prefeito, Franciele Daiane Back, PSDB, e desde então – e por isso - possui uma relação conflituosa com Kleber, meteu, gratuitamente, a mão nesta cumbuca cheia de maribondos, dando razão ao deputado Jerry e ao presidente Ciro. Ai, ai, ai!
Os dois vereadores – que lutam por lugares para além da vereança e da presidência da Câmara - só podem estar de brincadeira e sem orientação. Caíram na armadilha do MDB de Gaspar.
Em primeiro lugar deveria estar a cidade, os cidadãos e neste caso em particular, às vésperas de mais uma eleição, os eleitores. Então assinar a Moção é uma questão que não apenas afeta à sobrevivência política de quem defende Gaspar e os cidadãos pagadores de pesados impostos, mas à defesa de um município que está sendo claramente prejudicado naquilo que é essencial: os seus recursos para sustentar às demandas primárias.
Se Ciro ou Silvio um dia forem prefeitos de Gaspar concordariam que projetos como esses do deputado Jerry levassem o dinheiro daqui para encher o pires de outros municípios só pela justificativas de serem eles “mais pobres”? Ciro e Silvio podem nos dizer se está sobrando dinheiro por aqui? Se Gaspar, por apenas ter mais de 10 mil habitantes é rica? Repito: ai, ai, ai.
O QUE ESTÁ POR DETRÁS DESTA ARMADILHA QUE LAÇOU CIRO?
O que está por detrás desta armadilha que laçou Ciro e de carona, Silvio? Uma briga interna no MDB que está no poder de plantão e é comandado pelo prefeito de fato, o presidente do partido e secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira. Tudo para tirar o espaço, isolar, dar lições e castigos ao Ciro e ao mesmo tempo com isso, enquadrá-lo ao modo de espera.
Ciro está no ônibus do MDB, mas como carregador de piano. Já pediu para sentar na janela e não conseguiu. Viu até adversários ter mais espaços e sentar na janela como foi o caso por exemplo do próprio Anhaia e mais recentemente Franciele e Procópio.
Ciro está olhando as negociações passarem por seus olhos e ele – seu grupo – sendo rifados. Ciro sabe que há uma fila e ele não está nela, mesmo que a fila ande. Se ficar no MDB tende a ser um José Hilário Melato do PP, que se tornou o mais longevo dos vereadores e um zumbi político. Se sair, pode perder o que já conquistou, pois sabe que o MDB de Gaspar é máquina de triturar desafetos. É só olhar o que aconteceu com o ex-prefeito Adilson.
Outro ponto de reflexão de Ciro são seus apoios institucionais em Florianópolis e Brasília Todos eles bem posicionados e dentro do MDB. Começa pelo próprio deputado Jerry, que tem reiteradas queixas do MDB de Gaspar e passa pelo ativo deputado Carlos Chiodini, de Jaraguá do Sul, na Câmara Federal, que também não é bem visto pois faz sobra ao deputado Rogério Peninha Mendonça, ligado ao presidente Jair Messias Bolsonaro, PSL, mas que desse relacionamento até aqui nada saiu de concreto para Gaspar e o MDB local.
Ciro se movimenta. Entretanto, está limitado por vários fatores, incluindo o da fidelidade partidária que lhe pode tirar o mandato, à falta de estrutura dos outros partidos eu possam lhe abrigar, bem como à desconfiança das lideranças desses outros partidos de que ele tomará conta do novo espaço. É um teste que Ciro cozinha, cozinha, cozinha e adia. E realizado o teste se saberá quantas garrafas Ciro tem para vender nessa jogatina.
O desconforto de Ciro é tão visível que na sessão terça-feira passada, o interino líder do PT, Rui Carlos Deschamps, não deixou passar batida à oportunidade para ironizar: “presidente [Ciro] caso tenha algum descontentamento, as portas do PT estão abertas...” Acorda, Gaspar!
Não vou me alongar na controvérsia. Vou aos fatos e contra eles não há contestações. E mais uma vez sai na frente aqui no Cruzeiro do Vale.
Qual era o título da coluna na edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale no dia seis de setembro, para não citar anteriores?
“Saúde e Meio Ambiente comprometidos. Qual a pior poluição de Gaspar promovida pelos políticos no poder? Esgotos! Por onde você anda na cidade e até nas valas das arrozeiras no interior, tudo fede. Vergonha!”
E no dia 16 de setembro, qual era a manchete ampliada da coluna neste portal?
“O que move a bancada do PT na denúncia que fez no Ministério Público contra o governo Kleber por suposto descumprimento no termo de ajustamento de conduta a favor da implantação do plano de saneamento municipal? Um embate jurídico e administrativo relevante.
Foi a equipe de Kleber que provocou e permitiu isso. Vai alavancar o debate político e colocar em xeque as prioridades escolhidas pelo prefeito a favor da cidade e dos cidadãos.
Quem vai ganhar? Todos. E por que? A coleta e tratamento de esgotos é igual a zero e não há nenhuma perspectiva real disso mudar a curto prazo em Gaspar”.
E o que finalmente anunciou na sexta-feira passada o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, para fazer manchete falsa à sua gestão? “Nos últimos meses temos trabalhado com muito afinco para finalmente liberar o recurso junto ao Governo Federal para esta importante obra. É um serviço primordial para garantir a qualidade de vida e um futuro sustentável para a nossa cidade”.
Trabalhando com afinco? O que é isso? Se trabalhou tanto, qual a razão de tantas cobranças da sociedade, desse espaço e da denúncia do PT no Ministério Público?
Kleber e seu entorno político e marqueteiro não ficaram corados com a comemoração marota, muito tardia e mentirosa. Estão acostumados ao jogo.
O texto correto do press release deveria ser este. “Depois quase três anos no governo e só após ser denunciado ao Ministério Público por descumprir o Ajustamento de Conduta feito por Gaspar ao tempo do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, finalmente o prefeito Kleber foi atrás de algo essencial para proteger à saúde dos gasparenses e o meio ambiente da cidade. Conseguiu obter à autorização para o início das obras do sistema de coleta e tratamento de esgotos dos bairros Santa Terezinha, Sete e Centro. Eles vão ser tratados na Margem Esquerda”.
Agora, começa a outra enrolação: a preparação da licitação e que com muita sorte poderá sair no ano que vem. Kleber disse que fará ainda este ano. Escrevam em suas anotações e cobrem dele, se forem capazes.
E por que disso? Porque o modelo que Gaspar quer implantar o seu saneamento é estatal, dependente de verbas públicas e que não existem ou deveriam ter outras prioridades. Blumenau, já escrevi sobre isso nos artigos citados na abertura deste comentário, só avançou quando decidiu com João Paulo Kleinubing, DEM, peitar e abrir a concessão à iniciativa privada.
Há dias, os repórteres Thiago Rezende e Natália Cancian, abriram uma das reportagens que fizeram sobre este tema no jornal Folha de S. Paulo, da seguinte forma>
“Na tentativa de reverter os baixos índices de acesso a água e esgoto tratados no país, o Congresso virou palco de uma disputa de projetos para mudar as regras para empresas de saneamento.
O governo quer dar mais abertura para que a iniciativa privada possa operar na área de saneamento, um dos maiores gargalos do país. Mas o lobby de governadores, companhias estaduais de água e esgoto e do setor privado embaralhou as discussões, que começaram no ano passado. Até hoje não há consenso.
Ainda não há previsão para que deputados e senadores cheguem a acordo sobre o tema. Em jogo, está a abertura do setor para a competição entre empresas privadas e estatais, hoje dominantes.
Uma ala do Legislativo, sobretudo das regiões Norte e Nordeste, defende sobrevida para as companhias estaduais, que, na avaliação do governo, são ineficientes, perderam a capacidade de investimento e não são capazes de universalizar o serviço de água e esgoto”.
Encerro. Os políticos de Gaspar estão pensando como os do Norte e Nordeste, infelizmente e por isso, atrasam o óbvio, urgente, necessário e o futuro. Acorda, Gaspar!
Em Gaspar só há uma sessão por semana na Câmara e que dura em média, duas horas. É comum vereadores saírem bem cedo para atenderem “outros compromissos”, a maioria sem qualquer justificativa. Falta de assunto, prioridade ou se está entediando? Acorda, Gaspar!
Diz o ditado e constatação popular: “canarinho na muda não canta”. O PSL de Gaspar que estranhamente já estava mudo antes dessa briga pública entre os dirigentes partidários e o presidente Jair Messias Bolsonaro, acaba de entrar em hibernação total. Está sem entender nada. O MDB está rindo de tudo isso. E o PT se solidificando como alternativa.
Amanhã, dia 22, é dia para abrir a licitação da concessão do Transporte Coletivo de Gaspar. Façam as suas apostas senhores. Antes leiam o que já escrevi em várias colunas sobre isso.
A imprensa faz manchete para aquilo que desinforma. A notícia que correu na semana passada foi a de que uma blitz de órgãos fiscalizadores. Ela flagrou em Blumenau um posto de combustíveis – com preços altamente competitivos - vendendo menos do que dizia despejar nos tanques de seus clientes.
A notícia era incompleta. Ela não dava o nome do posto flagrado no ilícito – que lhe pode dar multa e por lei estadual, até fechá-lo. Quem quis saber quem trabalhava contra o consumidor teve que percorrer as redes sociais. E lá estava instalado mais outro problema: a fake news.
Ao omitir ou esconder o nome do criminoso, a imprensa não só se enfraquece como fonte e deixa de exercer o seu relevante papel social na sua comunidade. Permite que curiosos o façam. Ficaram no mesmo saco bons e maus empreendedores, não só em Blumenau, mas por aqui também de acordo com a repercussão que se viu nas redes sociais e aplicativos de mensagens. Sobrou desconfianças não só para os postos de combustíveis, mas também para a imprensa.
O enquadramento do Tribunal de Contas na tentativa de se fazer uma licitação irregular para as drenagens urbanas em Gaspar, com ativa participação do Ministério Público que atua naquela instituição, acende a luz amarela ao Ministério Público da Comarca.
Ele, até agora, o MP daqui não conseguiu enxergar qualquer irregularidade na obra de drenagem da Rua Frei Solano, no Gasparinho, denunciadas com farta documentação pelos vereadores da oposição. Está tudo enterrado e os peritos não são operários para abrir o corpo, como se faz numa necropsia para se descobrir a doença ou à causa da morte O pessoal da prefeitura está comemorando o tal “corpo fechado”.
Corporativismo. O médico cardiologista, funcionário público municipal e vereador Silvio Cleffi, PSC, prometeu há duas sessões que trataria na sessão da terça-feira passada, relatos, causas e sugestões para conter a deterioração no atendimento do Pronto Socorro do Hospital de Gaspar – que ninguém sabe quem é o dono - e que está sob intervenção marota da prefeitura.
Um silêncio só. Quem falou alguma coisa sobre esta deterioração foi a vereadora Mariluce Deschamps Rosa, PT, que quando vice-prefeita ajudou a patrocinar à entrada da prefeitura no Hospital e que cada vez mais afunda a imagem do governo, do Hospital e da saúde pública de Gaspar.
A constatação da deterioração é simples e está na cara de todos: o Hospital de Gaspar está sendo governado por uma “junta” depois de desmoralizar e expelir quem entendia do riscado. Não é a primeira vez que o Hospital colocar para correr gente que entende de hospital, e não será a última que os políticos que dominam o poder hoje em Gaspar colocam juntas para gerenciar, sem autonomia, algo tão sério e caro à vida dos gasparenses.
Qual era mesmo uma das manchetes da coluna do dia nove de setembro? “O diretor administrativo do Hospital de Gaspar foi embora. Isto não era previsível? Quantas vezes foi escrito aqui?”
Então é preciso escrever mais alguma coisa? As consequências estavam anunciadas pelos astros, cartomantes e outros curiosos que cuidam desse assunto sério para os políticos do poder daqui. Acorda, Gaspar!
O ex-superintendente do Distrito do Belchior, o vereador Rui Carlos Deschamps, PT, entende que a administração de lá está deixando a desejar e faz uma longa lista de coisas óbvias na manutenção cotidiana. A superintendência foi trocada recentemente por alguém de lá do distrito: Anderson Reinert.
A indicação é patrocinada pela vereadora do distrito, Franciele Daiane Back, PSDB e que a partir de então parou de reclamar da falta de ação da superintendência. Sintomático. Acorda, Gaspar!
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