02/02/2018
QUAIS AS SURPRESAS DA CÂMARA ESTE ANO? I
No ano passado, a surpresa da Câmara de Gaspar foi a sua “renovação”. Só dois dos 13 vereadores (Ciro André Quintino, PMDB, que se tornou presidente da Casa e José Hilário Melato, PP, que está “emprestado” ao Samae) se reelegeram. A “renovação” veio por conta de desistências – por várias circunstâncias - de gente que sabidamente se reelegeria. Feito o balanço de 2017, viu-se que a Câmara funcionou como se todos fossem velhos políticos. Uma pena! A mais surpreendente de todas foi a derrota da mais jovem vereadora já eleita aqui, Franciele Daiane Back, PSDB do MDB, à presidência da Casa para este ano. Se não foi um jogo armado pelo próprio do MDB, que nega isso apesar das muitas evidências já comentadas nesta coluna, foi então, a assinatura de uma derrota política sem tamanho do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB e seu grupo. Tinham um trato com Franciele como paga pela maioria apertada que ela deu no ano passado e de forma exposta e canina para Kleber.
QUAIS AS SURPRESAS DA CÂMARA ESTE ANO? II
Águas passadas. O médico, um dos “novos” vereadores, amigo de Kleber de templo, orações e que o convidou para ser candidato, Silvio Cleffi, PSC, é o presidente da Câmara com todos os seis votos da oposição. Mas, Sílvio jurou no primeiro discurso após a vitória que não será oposição a Kleber, na frente do próprio prefeito. Vai servir a dois senhores? Hum! Outra: Silvio é médico, servidor público municipal contratado pela prefeitura com 20 horas semanais (cardiologista e clínico geral), atende no seu consultório e tem outras obrigações nesta área profissional, inclusive em Blumenau. Como ele vai conciliar tudo isso com a presidência da Câmara que é uma tarefa que exige presença diária, constante pois trata-se de gestão administrativa, política e de representação de um poder? Perguntei isso a ele. Até o fechamento da coluna ele não respondeu. Não tinha tempo? Talvez, o que reforça a minha pergunta e de muitos outros. Lembro que o outro vereador, Melato, como presidente do Samae, mandou o oposicionista Cicero Giovane Amaro, PSD, com atuação destacada contra os erros de Kleber, escolher: o Samae ou a Câmara? Cicero, contrariado, escolheu a Câmara. Estava certo Melato e Kleber que aprovou o ato de Melato. Cícero votou em Silvio, então vai ficar quieto? E a secretária de Saúde Maria Bernadete Tomazini vai fazer com o dr. Silvio o mesmo que Melato e Kleber fizeram com Cicero? Duvido! O buraco é outro.
QUAIS AS SURPRESAS DA CÂMARA ESTE ANO? III
Pelo sim, pelo não, o dr. Silvio já foi enquadrado pelos funcionários do Legislativo. E sentindo que precisava conquistá-los e “superar” ambiente de desconfianças com seus pares, promoveu um workshop (foto) de “auto-ajuda” num eco-hotel: “Desenvolvimento de equipe”, com o professor Carlos Tomio. Ironia do destino! O presidente da Câmara agora fala em trabalho em equipe, mas a sua eleição, foi exatamente fruto da quebra de um jogo de equipe. E o curso, inédito na Casa foi para reunir os cacos da mão pesada na cristaleira. Resumindo: este será um ano de descobertas. Quem estará com quem dentro da Câmara? Só o tempo dirá. Virá aí as mudanças da Lei Orgânica e do Regimento Interno, que entre outras coisas poderão determinar sessões à noite e votos só às claras. Poderá vir a proibição de vereador ser secretário ou comissionado no Executivo. Ai, Melato volta para a Câmara. E torna-se um problema para Kleber mais do que já é hoje. Alia-se a tudo isso, os interesses paroquiais do ano eleitoral. Então, em tese em minoria, Kleber e seu grupo de poder vão ter que mostrar a capacidade de articulação que não tiveram em 2017. Afinal quais serão as surpresas da Câmara de Gaspar este ano?
Ilhota em chamas I. A saída na semana passada do secretário de Meio Ambiente de Ilhota, o fluminense, jornalista, bacharelado em Direito e ativista, Robson Antônio Dias, PV, da cota do MDB de Balneário Camboriú, revelou a situação crítica dessa área perante o Ministério Público.
Ilhota em chamas II. Essa secretaria nem existia. Robson a criou formalmente. Mas, isso implica em seguir a legislação que é rigorosa e até dá cadeia aos que a desafiam. Entretanto, a pressão dos velhos políticos, das velhas práticas e dos novos sócios em negócios que tornaram Ilhota a capital dos loteamentos, ameaçam a obrigatória mudança de hábitos. Pelo sim, pelo não, Robson pulou fora.
Uma pergunta que não quer calar: Gaspar tem vereador no exercício do mandato que não mora mais aqui?
A Câmara de Gaspar nem começou a funcionar, já foram protocolados até ontem, 59 indicações pelos vereadores para a sessão terça-feira. No ano passado, foram 642. Lendo-as, percebe-se o quanto a cidade está cheia de pequenos problemas não resolvidos e que passam uma percepção torta para os cidadãos de que nada está funcionando.
Ou é falta de fiscalização ou falta de ação organizada de manutenção. A queda do pontilhão da Rua José Schmitt Sobrinho, no Vale da Fumaça, no Distrito do Belchior e que foi mostrada na coluna de segunda-feira no portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais acessado e atualizado de Gaspar e Ilhota, é um dos muitos exemplos.
Ontem a coluna no portal registrou outro absurdo. A empresa Caturani, de Blumenau, e que possui a concessão precária no transporte coletivo urbano por aqui, repito, precária, por uma situação de emergência e de descontrole do poder público já na época do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, resolveu não mais atender uma parte do bairro Lagoa.
Qual a razão alegada por ela? Simples! A estrada de lá estava pessimamente conservada pela prefeitura. Pior. Avisada, a diretora de Transportes Coletivos de Gaspar e subordinada ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, que a indicou pessoalmente, Bárbara Soares, apenas admitiu o caso.
Então ficou assim. A prefeitura não faz o que tem que fazer na manutenção das estradas e na fiscalização das concessões, e uma empresa com autorização precária, faz em Gaspar o que quer no serviço concedido. Tudo contra o cidadão e a cidade, e fica por isso mesmo?
Quem foram os mais prejudicados? Os pobres, os trabalhadores, os desempregados e os estudantes que dependem de ônibus e que é a maioria dos eleitores dos políticos no poder de plantão. E na hora da verdade trabalham contra seus eleitores, os mais humildes.
E os atuais donos da prefeitura – e os antigos eram iguais - ainda acham que esta coluna é um problema. Mas quem pode esconder esses desatinos que permeiam as redes sociais? É preciso trabalhar mais; resmungar, perseguir e punir menos. Não bastou a lição da presidência da Câmara? Outubro é logo ali. Acorda, Gaspar!
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