05/12/2018
Afinal o que está errado no quadro de servidores da Procuradoria-Geral de Gaspar e de onde deveria vir o exemplo? A primeira demissão já ocorreu. Foi a de Fernanda Sarita Tribess, comissionada como adjunta e recém nomeada: dois de agosto. Hum! Mais, quem também pediu para sair foi o assessor jurídico comissionado do Samae: Ezequiel Pires Lima. Ele estava lá desde maio quando substituiu Valmor Beduschi Neto. Coincidência ou não, tudo isso aconteceu depois que foi aprovado na Câmara o requerimento 181 do vereador Rui Carlos Deschamps, PT, há duas semanas. Rui é funcionário aposentado do Samae.
O que Rui quer saber do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB e o Kleber já de coçou antes de responder o requerimento? Quantos servidores públicos municipais que passaram no concurso para a Procuradoria-Geral trabalham no referido local? E quantos não trabalham no local? Enviar relação com a nominata completa. Ai, ai, ai.
Mais: dos concursados, segundo questiona o requerimento aprovado na Câmara para qual função foram contratados os que trabalham na Procuradoria? E qual função estão efetivamente exercendo e em qual Secretaria? Existe algum Servidor cedido de outra Secretaria que está trabalhando na Procuradoria-Geral? Quantos são concursados e quantos são comissionados (detalhar)? Quais as funções exercidas pelos Servidores locados na Procuradoria-Geral?
Rui vai aos detalhes: Existe a necessidade de pagamento de horas extras para funcionários? Se existe, qual a justificativa? Qual lotação e horário de trabalho de cada um? Apresentar relatório completo dos efetivos e comissionados que recebem o benefício de Função Gratificação, justificando ainda a necessidade de tal pagamento, com a descrição das atribuições exercidas pelos servidores.
CONTROL C, CONTROL V
Um outro requerimento do mesmo vereador pede o quadro completo dos servidores que estão no gabinete do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Ele quer saber quanto passaram nos concursos para trabalhar no gabinete do prefeito e quantos efetivamente trabalham lá, nominando o quadro de lotação. Quer saber a origem dos que não fizeram concurso para lá estar servindo como estão e onde estão os que deveriam estar lá trabalhando. Afinal, quantos são comissionados e concursados servido o gabinete do prefeito. Rui quer saber o horário, a razão das horas extras e quem está recebendo o benefício da função gratificada. Acorda, Gaspar!
Numa das sessões da Câmara de Gaspar onde todos pisam em ovos devido as manchas de seus partidos e evidenciadas nas campanhas de outubro passado e das sucessivas operações da Lava Jato, o ex-petista de carteirinha e hoje vereador líder da bancada emedebista, Francisco Solano Anhaia se saiu com essa: “o MDB de Gaspar não será parceiro da corrupção”.
Volto e advirto o vereador: menos, por favor. Está se arriscando à toa! As credenciais do MDB nacional não são boas. E a laranja podre nunca cai longe do pé.
Coisas estranhas da Câmara de Gaspar. Ela foi capaz de publicar duas resoluções da Mesa Diretora, numeradas, com títulos e conteúdos. A 94/2018 por exemplo “concede férias e afins a servidores que especifica e dá outras providências”. Específica? Quem, macaco? Ninguém é mencionado no documento. É a tal carta branca?
E a outra resolução da Mesa Diretora da Câmara de Gaspar, a 96/2018 é mais estranha ainda, devido à especificidade ou à personalização obrigatória dela: “autoriza gastos com pós-graduação lato sensu a servidora da Câmara de Vereadores de Gaspar”. Mas, quem? Mais uma vez, ninguém é citado no documento. Hum!
E pior, que eletronicamente foram publicados no site da Câmara e disponíveis desde segunda-feira, dia três de novembro, ou seja, com perfeição de atos de fé pública na publicidade, eles estão assinados não só pelo presidente, Silvio Cleffi, PSC, como também pelo vice, Roberto Procópio de Souza, PDT (este advogado), a primeira secretária, Mariluci Deschamps Rosa, PT, e que já foi vice-prefeita por oito anos, bem como por Evandro Carlos Andrietti, MDB. Isso sem contar que isso tudo passou por um monte de assessores “especializados”. Acorda, Gaspar!
O atual presidente da Câmara de Gaspar Silvio Cleffi, PSC, acredita que o acordo que foi feito para lhe dar a presidência por dois anos e com ela formar uma maioria contra o atual governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, continua de pé.
Tem gente que aposta que nem uma, nem outra. Ainda vou tratar desse assunto. Coçar e trair é só começar. Tem gente com coceira. E traição é coisa que não será nova na eleição para a composição da mesa diretora da Câmara de Gaspar. Ainda vou escrever sobre as pedras desse caminho.
Samae inundado I. Servidores da autarquia denunciam que ela assentou cerca de mil metros de tubos de 60 mm para atender a um particular no Distrito do Belchior. A quem diga que foi a título de incentivo. Se foi, teria que ter passado na Câmara.
Samae inundado II. No outro lado, o Samae está obrigando os consumidores às ligações padrões. Além dos custos para se adequar às novas exigências, há reclamações dos prazos exíguos, que resultam em multas e corte da água. A reclamação é que estão fazendo “caixa” para suportar os custos da nova atividade da autarquia: abertura de valas.
Começa a ser tornar um pesadelo para próprio governo eleito de Santa Catarina a formatação da gestão e a escolha dos que “comandarão” o processo de administração. Cada vez mais fica evidente à falta de um plano e o porto que se quer chegar.
A escolha do professor Luiz Felipe Ferreira, um acadêmico, sem experiência de gestão ou empreendedorismo para formatar a reestruturação do novo governo, ficou explícita que o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, optou pela teoria e a pior dela, a que deixa o estado obeso e não corta os privilégios dos que acham que o contribuinte é o trouxa permanente, cerne do voto de revolta e pedindo de mudanças. Ou a Universidade Federal de Santa Catarina é exemplo de inovação em gestão?
O melhor atestado dessa teoria caolha está nos cortes sugeridos. Eram mais que óbvios. Até o ex-governador Raimundo Colombo, PSD, antes de se unir com o falecido Luiz Henrique da Silveira, MDB, ou seja, há mais de oito anos, já tinha percebido que as SDRs e que depois viraram AGRs, eram um sangradouro de dinheiro público e um cabideiro para cabos eleitorais e políticos sem votos. A descentralização era o discurso novo para enganar os pagadores de impostos.
Outra. O Coronel Moisés é um bombeiro militar da reserva e muito bem remunerado. Um operário mal ganha por ano o que ele recebe em dobro num mês.
O Comandante Moisés conhece de comando. Sempre foi comandado ou comandou. E foi assim que ele se apresentou na campanha.
E a segurança é, presume-se, a sua especialidade. Então, naquilo que ele mais conhece e que é mais sensível à sociedade, parte inclusive ponderável dos votos de confiança que recebeu, ele vai dividir o comando, fazer média, fazer assembleísmo como ensinou e se deu mal o PT? Cada chefe de unidade na segurança Pública (Civil, Militar, IGP e Bombeiros) terá a vez de comandar este setor em Santa Catarina, num pré-loteamento no foco, conceitos e resultados bem diferentes?
E se não bastasse, Moisés acha que os problemas graves de custos da máquina pública onde o exemplo dele próprio se inclui, vai se resolver com a cobrança de mais impostos e não com a geração de mais renda para ampliar a tributação. Conversar com as lideranças empresarias – os que verdadeiramente geram oportunidades, inovação e alavancam os tributos - e regionais, nada! Para os de Blumenau, acaba de mandar bananas.
E na secretaria da Fazenda está confiando a técnicos. E vejam só, a especialistas em cobrar mais impostos do que reduzir seus próprios privilégios e da corporação.
Estranho discurso de mudança e choque de modernidade. Essa gente é oriunda do pior governo e que mais endividou Santa Catarina, Paulo Afonso Evangelista Vieira, MDB. Parte da conta ainda está por vir em decisão judicial a ser proferida brevemente: a Invesc.
E a imprensa de Santa Catarina diante de tudo isso? Atordoada. Perdeu o faro com a escola mercantil da RBS e que plantou os seus vendedores de projetos e silêncio, dentro dos governos de Luiz Henrique e Colombo. É estarrecedor vê-la sem reação quando se perguntou ao “professor Felipe”, de quanto seria o montante de economia de dinheiro público com a reestruturação que ele apresentou.
Ele disse, sem meias palavras e sem receio de que questionado, de que isso não poderia ser respondido agora. Só depois de quatro meses de governo, ou seja, da experimentação da teoria. Em que buraco estamos se metendo, afinal?
Se eu apresentasse numa reunião colegiada para empreendedores um plano onde claramente não demonstrasse como as minhas sugestões impactariam no processo e no resultado, estaria sumariamente demitido e a fama se espalharia.
Não sem outra razão que o Comandante Moisés sumiu na hora de explicar tudo isso. Ou ele não entende nada. Ou sabe que o que lhe apresentaram é algo teórico e que não bate com que as urnas pediram a ele, quando os votos maciçamente o elegeu governador. Aliás, governar é diferente de comandar. E parece faltar ambos, neste momento.
Como estão fazendo experiências com o dinheiro dos pagadores de pesados impostos, isto é aceito com a maior naturalidade. Impressionante. É esta a mudança que estão construindo? A realidade é implacável com os que vendem sonhos e não os entregam. Santa Catarina merece mais!
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