Quem deveria ser preso prioritariamente? O ladrão ou quem compra o fruto do roubo, do furto e até do latrocínio? - Jornal Cruzeiro do Vale

Quem deveria ser preso prioritariamente? O ladrão ou quem compra o fruto do roubo, do furto e até do latrocínio?

03/12/2018

Quando se percebe a lógica correta da punição adequando-se à Lei por deputados e senadores – estes muito bem pagos por nós, mas distante do óbvio e da necessidade da sociedade?

Isso poderá mudar o foco policial e, quem sabe, a visão torta da Lei e dos julgadores. A prolongada controversa discussão só interessa ao bandido. Ele ganha tempo para roubar mais

À sociedade – mansa -, resta pagar a conta da omissão dos que dizem representa-la. As Leis são falhas, a polícia enxuga gelo e o judiciário quer cadeias vazias e livra os dois criminosos

É preciso inverter a lógica de quem conspira contra o cidadão e à sociedade. E urgente! Veja esta manchete do portal Cruzeiro do Vale – o mais antigo, atualizado e acessado de Gaspar e Ilhota – na quinta-feira da semana passada. “Ladrão rouba portão de conjunto de quitinetes no bairro Santa Terezinha”. As fotos acima falam por si só. A notícia ganhou audiência expressiva no portal e no link do facebook.

Os ladrões, na cara dura, tiraram, levaram portões – feitos e usados exatamente à proteção de pessoas e propriedade - de gente trabalhadora e que compra as coisas com sacrifícios; outro dia lia-se à notícia do roubo de cercas inteiras de alumínio. E não é o primeiro fato desses que o jornal, e o Cruzeiro do Vale registra por aqui, fatos já sabidos de outras regiões e estados. E dos autores de tal ato criminoso em Gaspar – apesar do volume e do produto inusitado -, até o fechamento desta coluna, nada se sabia. Desconfiava-se. Afinal, já se conhece como age e onde está a bandidagem, quando a rede de bandidos precisa acioná-la para os “trabalhinhos” desse tipo.

Se a polícia conhece quem é, quem pratica e como tudo termina, com os bandidos recebendo passe livre para voltar a delinquir, só resta à sociedade abrir o olho, lamentar, mudar e reagir. Provas não faltam, já coragem, audácia, ameaça e a fragilidade da lei e o judiciário, sim!

O texto da redação informava que os moradores da Rua Manoel Alves de Andrade, no Santa Terezinha, em Gaspar, estavam preocupados com a onda de crimes no bairro. Lamento lhes informar: isso não só vai continuar, como também vai ser agravar, como vem agravando; as seguidas repetidas manchetes nos jornais, rádios, redes sociais e aplicativos de mensagens não deixam dúvidas. E elas vão se repetir. A indignação também. O que não virá, é a solução. E por que? Porque o foco da ação e a lei, são tortos. Simples assim!

Ou seja, não bastará colocar mais polícia – que está cada vez mais escassa na ativa e maior na reserva remunerada - a rondar as suas casas. A raiz do problema é outra e nem é de efetivo, nem do PT e a esquerda do atraso que trouxeram o caos econômico ao país e em Gaspar, mas de consciência, educação, vergonha na cara e a frouxidão de quem deveria combater isso: o próprio cidadão – sim, nós mesmos -, a lei, a polícia e o judiciário.

Um portão pesado, que chama atenção? Cercas extensas e inteiras? Fios não se importando inclusive o risco de morte? Telhas de zinco, esquadrias de ferrou ou alumínio de portas e janelas? Tampas de ferro de todos os tipos? Ondem vão parar isso? Em ferros velhos legais, clandestinos ou gente que precisa de cercas, telhas, portões, esquadrias, tampas... Não importa. Há um mercado legal ou ilegal que cria uma demanda e faz a farra dos que se arriscam, roubam, transportam, entregam, vendem, revendem... e até ferem e matam quem ousa resistir aos atos.

TODOS ENXUGAM GELO E FINGEM CUMPRIR O SEU PAPEL. ELES APENAS SEGUEM A LEI ANTIGA, DEFASADA E LENIENTE

A polícia enxuga gelo correndo atrás dos ladrões e até latrocidas – por que há até mortes nestas ações. Os que furtam ou roubam fazem parte de uma engrenagem que no “livre” mercado chamamos de demanda. Ou seja, eles não teriam atividade e ganhos na comercialização dos que furtam e roubam se não houvesse quem receptasse, encomendasse ou comprasse e colocasse esses produtos no mercado como se nenhuma procedência irregular ele tivesse.

Estes sim – os que encomendam, os que receptam, armazenam, escondem, revendem ou vendem -, são os verdadeiros criminosos neste elo quando some um portão, uma peça de metal qualquer de sua propriedade, fiação, cercas de alumínio, esquadrias.... Esse o pessoal – o receptador, o intermediário dessa engrenagem de comércio - é o mais perigoso desse elo.

É para o receptador ou o intermediário na comercialização, que se deveria haver punição implacável, incluindo não apenas as penas previstas pelos códigos penais e de processo, mas também o término do negócio quando ele tivesse fachada de legalidade desses “comerciantes”. São eles que alimentam criminosamente essa cadeia e só fazem isso, por que acham serem as penas brandas, isso quando elas os alcançam. Isso sem falar que nem circuito é que se dá outro próspero criminoso mercado da propina entre bandidos e agentes da lei – não apenas policiais, mas fiscais de todos os tipos e de todas as esferas.

A lei atua mais “fortemente” contra o agente primário no crime de roubar, furtar e mesmo assim, de forma branda, por supostamente até por não haver violência e ser o ato “corriqueiro”. Age contra o bandido visível. Em alguns minutos, isso quando pegos, estão livres para trabalharem novamente como formiguinhas para seus chefes – os que receptam, os que compram, os que encomendam, os que vendem, os verdadeiros bandidos e mais estruturados e protegidos na cadeia do crime. As coisas só se complicam um pouco – para todos nessa cadeia da prática criminosa - quando há violência, a coleta de uma arma ou até um latrocínio (morte no ato de roubar).

A inteligência policial deveria ter outro foco: a raiz do problema, a que alimenta financeiramente esse tipo de crime, muitas vezes motivado para a sustentação de outro que é o vício por drogas daqueles que se arriscam em tirar o seu portão, cerca, esquadrias, outros tipos de metais, fios da sua propriedade e principalmente da propriedade pública – a de todos nós.

INVERTER O FOCO E BUSCAR O VERDADEIRO BANDIDO

A lei deveria ter a mesma preocupação para além do roubo ou furto simples. Deveria excluir as penas de privação de liberdade e substituí-la integral e incondicionalmente pela reparação financeira integral do prejuízo, agravada com uma multa superior ao bem subtraído e cujos recursos seriam para sustentar o aparelho de segurança e educação de apenados. E ele só ficaria preso até ressarcir o particular e o público do prejuízo causado e da multa arbitrada.

Enquanto a sociedade não perceber que o pior cárcere é aquele que limpa os bolsos dos que se estabelecem no crime, em máfias de mando sobre seus aviões e formigas, nada disso tomará outro rumo.

E essa punição não deveria recair apenas sobre quem pratica, mas principalmente para quem manda, coordena, recepta e se estabelece como um negócio fluído de tudo isso no sub-mundo do crime ou nas esquinas – onde eu passo e vejo essa pratica desonrosa – que vendem coisas baratas que todos nós sabemos – ou desconfiamos - exatamente a origem delas, mas mesmo assim as adquirimos e nos vangloriamos de tal feito.

Resumindo: somos, no fundo, responsáveis pelo crime – que pode incluir violência e mortes - praticado contra nós mesmos. Somos responsáveis porque não exigimos dos nossos representantes no legislativo onde nascem e são aprovadas as leis, a mudança de foco delas para não apensas punir brandamente os autores, mas fortemente e na pecúnia, os que dominam esse “comércio” de demanda ilegal.

A lei deveria ser aprimorada – e já há em alguns estados -, mas a aplicação é burocrática demais e que desestimula à sua prática, é fechar – CNPJ, inscrições estaduais e municipais - os estabelecimentos de receptação e comercialização de produtos frutos de roubos e furtos, com pesados arrestos para “cobrir” as penas pecuniárias e as multas, fazendo com que esse dinheiro saia das mãos dos bandidos e de alguma forma voltem para a sociedade, o sistema se segurança, o judiciário, à indenização dos prejudicados...

Encerro. E por que escrevo isso? Lia os comentários dos leitores e leitoras sobre a notícia da Cruzeiro do Vale e eles pediam punição aos ladrões. Mas, os verdadeiros bandidos que estimulam este tipo de crimes, riam da ingenuidade dos lesados, normalmente, pessoas trabalhadoras, que conquistam os bens que perderam, com sofrido trabalho; não possuem a noção de que os que roubaram apenas são a parte mais fraca desse processo, e por isso, mesmo, frequentemente “perdoados” no judiciário que consideram terem eles cometidos um crime de menor poder de ofensa à sociedade; que vão lotar cadeias precárias; que vão ser duplamente punidos com o aprendizado e recrutamento por outras gangues e máfias de idênticos modus operandi.

Ou seja, e concluindo, a lei, o judiciário sob uma falsa síndrome de sensibilidade pró-bandido e contra os cidadãos pagadores dos pesados impostos que sustenta a Justiça, soltam os “operários” dos crimes, para eles continuarem trabalharem para os poderosos do crime, desde que eles se limitem a não usar a violência e preferencialmente, escolham os verdadeiros trabalhadores que se sacrificam na vida para acumular o mínimo de conforto e segurança – a cerca e o portal é um sinal disso. É a retroalimentação desse rentável negócio para quadrilhas, poderosos e máfias organizadas.

Até quando os cidadãos e cidadãs vão permitir isso? Está na hora de romper esse círculo de hipocrisia e vício no “enxugar gelo” pelo aparelho policial. A lei que permite ao judiciário fazer de conta está julgando e punindo alguém. No fundo, está “punindo” o mais vulnerável de todos da sociedade, o trabalhador que sofreu para comprar um simples portão e que ao repô-lo com novo sacrifício, não está certo que o perderá novamente. Acorda, Gaspar!

Uma evolução pouco comemorada. Mas, Gaspar já tem um geólogo. Ufa!

Mais uma prova – se não for propositada - de como a comunicação da prefeitura de Gaspar funciona muito mal no governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, contra à transparência para a comunidade, aos avanços, às proteções mínimas dos cidadãos e cidadãs, bem como da qualificação do próprio governo.

Em plena lembrança dos dez anos da catástrofe ambiental severa que se abateu sobre o município em 2008, finalmente Gaspar contratou em regime de ACT, por 10 horas semanais, num processo seletivo, um geólogo – Antônio Marcon Borges - para analisar áreas sob riscos, expedir laudos e emitir orientações para áreas degradadas ou estabelecidas como sendo instáveis no município.

É uma Gaspar acordada, após dez anos de dormência.

Era uma exigência legal. E era necessária a contração de um especialista. Este é jovem e formado na Universidade Federal. Espera-se que ele não se submeta às pressões dos velhos políticos daqui que são capazes de tudo, inclusive a de substituir a evidência técnica por seus interesses políticos, interesses particulares, familiares e de cabala de votos, mesmo que isso possa colocar em risco à vida de pessoas ou comunidades inteiras, como aconteceu no Sertão Verde, por exemplo.

Retomo. É um motivo de comemoração, apesar de tardia a contratação pela prefeitura de Gaspar de um geólogo, ainda mais que nesta lembrança desses dez anos da catástrofe de 2008 ficou provado que não são apenas enchentes e enxurradas que destroem patrimônio e nos matam, mas também as encostas frágeis, mal-usadas ou desmatadas. É uma evolução. É um ganho da Defesa Civil que dá um pequeno passo de profissionalização mínima, apesar desse objetivo não ser a prioridade do atual governo e a conquista se deve muito a insistência – e até aos desgastes na busca de estruturação mínima da área – pelo atual titular da DC, o cabo bombeiro militar, Rafael Araújo de Freitas.

COMO FOI DIVULGADA?

E como a população soube dessa contratação? No discurso de terça-feira passada na Câmara do vereador líder da bancada do MDB, Francisco Solano Anhaia. Ele é um dos que tem interesse nesse trabalho técnico para algumas áreas afetadas e interditadas, afeitas ao seu curral eleitoral da Margem Esquerda.

E as cotas de enchentes, por outro lado, para se montar planos de logística, fuga e abrigamentos? Até agora, nada. Só cotações para área especializada fornecedora desse tipo de serviço, a Furb, de Blumenau (engenharia e Ceops).

E por que não se vai atrás dessas contas se as grandes enchentes aconteceram há mais de 35 anos (1983 e 84), numa ação afeita à secretaria de Planejamento Territorial, mas que vale mais a determinação de prioridade e da vontade do prefeito de plantão à sua equipe?

Porque as cotas são obrigatórias para a revisão do Plano Diretor – como revelou o secretário, o engenheiro Alexandre Gevaerd - que há muito, como determina a lei federal, burlou essa obrigação. E sem a dita revisão do Plano Diretor de Gaspar que deveria ter sido feita quando Pedro Celso Zuchi, PT, era o prefeito daqui, - o atual governo de Kleber, do secretário Gevaerd e outros, podem fazer emendas por projeto de leis – como estão fazendo e passando na Câmara - para atender a interesses de poderosos investidores imobiliários locais. Simples assim! Enquanto isso... Acorda, Gaspar!

REGISTRO.

Os dez anos da tragédia ambiental severa (novembro de 2008) em nossa região foi relembrada em diversas oportunidades, veículos de comunicação e locais em Gaspar. A última, reuniu cerca de 150 pessoas na quinta-feira passada no Engenho Quinta do Vale. Dois destaques: a presença do Major Luiz Fernando Santos Carlos, da Brigada Militar do Rio Grande do Sul; ele veio aqui a mando da governadora Yeda Crucius, PSDB, inspecionar o gasoduto que explodiu e que deixou as montadoras paradas; ela estava informada e achava que o problema era menor. Bem como o discurso de união comunitária do indicado dele delegado geral de Santa Catarina, Paulo Norberto Koerich. Três momentos do evento.

TRAPICHE

No ano que vem os Jogos Abertos da Terceira Idade serão realizados em Gaspar. Os Conselho Estadual de Desporto reunidos no sábado em Timbó, escolheram as próximas sede dos Jasti. Na disputa mais acirrada, Gaspar ficou com a sede do ano que vem ao receber oito votos, contra seis dados a Concórdia e dois para Laguna. Brusque e Camboriú também apresentaram candidaturas e não levaram.

A candidatura teve a participação – a pedido de Gaspar - do ex-prefeito de Gaspar, Adilson Luiz Schmitt, ex-comissionado da Fesporte. Calcula-se que atrairá 3.500 competidores, bem como em torno de 1.500 árbitros, suporte e acompanhantes. Aequipe que fez a vistoria em Gaspar e atestou que havia hospedagem e locais de competições suficientes.

Nenhenhem na cidade do jeitinho. A construção de um prédio comercial supostamente não obedecendo à distância exigida pela legislação ambiental de 30 metros do Ribeirão Gasparinho, no centro da cidade e à vista de todos, inclusive das autoridades, está incomodando há muito o vereador Cicero Giovane Amaro, PSD.

Na Câmara ele disse que o líder do MDB, Francisco Solano Anhaia, tinha-lhe informado em sessão que a suposta autorização de ocupação e edificação tinha sido dada – ou referendada - pela Justiça, e com isso, tentava, Anhaia por um ponto final na desgastante discussão semanal, isentar a prefeitura de alguma suposta responsabilidade no caso da gestão Kleber Edson Wan Dall, MDB.

Inconformado, Cícero questionou a prefeitura oficial e diretamente por requerimento. E veio a resposta: foi uma decisão monocrática de um funcionário da área da secretaria de Planejamento. Cobrado, Anhaia, tirou o time de campo. Disse que não se lembrava de ter dito o que Cícero culpa de ter proferido.

Cícero também está inconformado com a falta de ação do Ministério Público Estadual a quem também pediu orientação, esclarecimento e ação. Para ele, nada foi feito até agora.

Está na hora de Cícero parar com esse assunto ou agir de verdade. Se no entender dele há problemas, se o MP da Comarca está levando o caso em banho maria, se a imprensa não se interessa pelo assunto por motivos óbvios, se o construtor continua construindo com suposta irregularidade apesar dos questionamentos, Cícero, há muito deveria ter ido ao Ministério Público Federal em Blumenau, e lá se esclarecer. Afinal, é um crime ambiental com contornos federais.

É desgastante para o proprietário e construtor estarem sempre sob dúvidas, como se criminosos fossem. A culpa até pode ser dele, mas o crime, se há, é das autoridades – com fé pública - que permitiram a ação, o erro e os prejuízos, que não agem para impedir se algum impedimento há. O resto é nenhennhem. Acorda, Gaspar!

Nota corrigida às 20.48 de 03.12.Amanhã é a penúltima sessão ordinária deste ano da Câmara de Gaspar. A pauta está magra. A sessão do dia 18 será da eleição da nova mesa diretoria da Casa. Duas semanas de disfarces. Nervosismo. Blefes. Desconfianças. Acorda, Gaspar!

 

Comentários

Miguel José Teixeira
04/12/2018 17:18
Senhores,

Eis uma "dica" do autor da matéria abaixo:

"se gostam de rock ou de jornalismo, assistam a esse excelente filme". . .

Checar em nome da sociedade

LEONARDO MEIRELES, hoje no Correio Braziliense

"O passado é prólogo", escreve William Shakespeare, na obra A Tempestade, "e o futuro depende só de nós", completa o gênio inglês. E aprender com a história ?" a nossa ou a da humanidade ?" é sinal de crescimento. Afinal, é melhor repetir soluções antigas do que erros. Assim é com uma das "novidades" da comunicação e do jornalismo, o fact checking. A quantidade de desinformação que nos chega diariamente pede o retorno a um dos pontos mais básicos na área: a verificação do discurso. Isso se quisermos realmente continuar nessa busca da "verdade" ?" busca conceitual, é verdade, mas essencial para nos desenvolvermos ?" e da liberdade para que um futuro melhor, efetivamente, dependa só de nós.

No filme Quase famosos (de Cameron Crowe, 2000), o repórter novato conversa com os editores da revista Rolling Stones sobre a matéria que está fazendo, no início da década de 1970. Os chefes gostam muito do texto, cheio de revelações sobre uma banda em turnê. Declarações polêmicas, histórias deliciosas, perfil empolgante. Porém, ela não passa por uma das etapas do processo. Existia, então, a função do checador. A pessoa ligava para fontes ou para qualquer um que pudesse confirmar as informações obtidas pelo jornalista e evitar a publicação de inverdades (se gostam de rock ou de jornalismo, assistam a esse excelente filme). Não vou contar o que ocorre depois para evitar spoilers...

A necessidade de checar os fatos volta a se tornar necessária. Aliás, nunca deveria ter deixado de existir, mas uma nova forma de fazer jornalismo e as precariedades financeiras que tomaram conta das empresas de comunicação, entre outras razões, retiraram da profissão e do público essa função essencial. Assim define Laura Zommer, jornalista e editora executiva do núcleo Chequeado, especialista no assunto: "Pode-se dizer que o fact checking é um retorno às fontes do jornalismo. Mas com um acréscimo: graças à tecnologia, em vez de estarem fechadas, como no passado, as fontes estão abertas ao público, e qualquer um, com tempo e vontade, poderá consultá-las, enfrentá-las e checá-las".

A tecnologia nos trouxe o problema que a maioria costuma chamar de "fake news". Mas vem também com a solução contra inverdades, desinformações, distorções da realidade, interferências digitais e tantas outras formas de alterar a comunicação de um acontecimento. Aprendamos com o passado para que o futuro seja mais democrático, com uma maior participação dos cidadãos e a perseguição constante pela verdade. Esse é um papel do jornalista que deve ser defendido com vigor pela sociedade, em nome da própria.
Miguel José Teixeira
04/12/2018 11:42
Senhores,

Na mídia:

"Artistas de Cuba são detidos antes de protesto contra decreto que censura cultura"

+ em:
https://oglobo.globo.com/mundo/artistas-de-cuba-sao-detidos-antes-de-protesto-contra-decreto-que-censura-cultura-23279155

Enquanto isso em Pindorama, certos artistas tupiniquins, idolatram o sanguinário regime CUbano!!!

". . .o tempo passou na janela
só Carolina não viu. . ."
(Chico)
Herculano
04/12/2018 07:50
BOLSONARO CORTA PUBLICIDADE EM JORNAIS, REVISTAS, TVs E RÁDIOS

Conteúdo de O Antagonista. Jair Bolsonaro vai cortar os gastos publicitários do governo em jornais, revistas, TVs e rádios, diz O Globo.

"Serão mantidos os patamares atuais para sites, e será mantido ou ampliado o gasto com redes sociais".

O Antagonista, que recusa propaganda estatal, aplaude a iniciativa e defende que o corte seja radical e generalizado, sem beneficiar a imprensa chapa branca.
Herculano
04/12/2018 07:46
DITADURA?

De Carlos Alberto Sardemberg, no twitter

O que surpreende neste debate é acharem que a China é uma ameaça comunista. É capitalista, com uma ditadura. Quer negócios, não revoluções.
Herculano
04/12/2018 07:43
A DESIGUALDADE IMPORTA? Joel Pinheiro da Fonseca, professor de filosofia, no jornal Folha de S. Paulo

Nosso principal desafio é combater a pobreza

A maior parte das pessoas, quando fala em desigualdade, está no fundo se referindo à pobreza. Mortalidade infantil, falta de saúde e segurança, analfabetismo, fome; esses são sintomas da pobreza - da falta de recursos para atender a necessidades básicas. Não estão diretamente ligados à desigualdade, isto é, à distância que separa os pobres dos ricos.

Bangladesh é mais igualitário que o Canadá; mas é muito mais pobre. É por isso que se criou um lugar-comum de que a desigualdade não importa; só importa a pobreza. Melhorando as condições de vida absolutas dos mais pobres, não seria preciso se preocupar com a distância existente entre eles e os mais ricos.

A conclusão é precipitada. Deixando de lado a questão do valor abstrato da desigualdade (se ela é, em si mesma, boa ou má, justa ou injusta), há certos efeitos dela que são negativos. Um deles é a redução do bem-estar. Ao contrário do mito liberal dos proprietários independentes que vivem contentes com o que têm, sem se comparar ao vizinho, a imensa maioria das pessoas vive a necessidade de se comparar e sobressair; e o consumo reflete isso.

Um mundo excessivamente desigual, em que os mais pobres veem o abismo que os separa dos ricos e sabem que essa distância jamais será vencida, será também um mundo de muita frustração existencial.

Além disso, a extrema desigualdade econômica abre caminho para a captura da política e da legislação pelos interesses dos mais ricos, sem que o grosso da população tenha qualquer arma para se defender da sanha daqueles que já têm mais.

A extrema igualdade, contudo, também traz perigos. Uma sociedade muito igualitária é uma sociedade que tende a não premiar o desempenho excepcional, tolhendo seus maiores talentos e impondo a todos o peso da conformidade à média. Não é à toa que os EUA, país competitivo e (por isso) desigual, atraem tantos dos melhores profissionais e acadêmicos do planeta.

Vale lembrar também que a desigualdade econômica não é a única desigualdade relevante. O preço pago pelos países socialistas pela redução radical da desigualdade econômica, além da pobreza crônica, foi produzir uma brutal desigualdade de poder, muito maior até mesmo do que as democracias capitalistas mais deturpadas (como a nossa).

Algumas formas de combate à pobreza reduzem também a desigualdade: por exemplo, taxação dos mais ricos e distribuição de renda para os mais pobres. O Brasil, que taxa proporcionalmente pouco os estratos superiores da renda, temos espaço para melhorar aí.

Outras, contudo, podem combater a pobreza sem mexer na desigualdade ou podendo até aumentá-la. É o que aconteceu na China nas últimas décadas: graças a reformas liberalizantes, o país experimentou uma brutal redução da pobreza extrema (foram 300 milhões de pessoas que deixaram a pobreza extrema e hoje consomem avidamente) ao mesmo tempo em que a desigualdade também se intensificou: há toda uma classe de milionários e bilionários que antes não existia.

Como na maioria das questões importantes da vida, a ciência não tem as respostas. A quantidade ideal de desigualdade varia segundo as circunstâncias e as preferências de cada um. Provavelmente, nenhum dos extremos será desejável à maioria das pessoas.

No Brasil, um dos países mais desiguais do mundo, essa discussão sobre a desigualdade importa. Não é, contudo, o problema mais urgente. Afinal, se há crianças morrendo de diarreia, significa que o nosso principal desafio não é reduzir a desigualdade, e sim combater a pobreza.
Herculano
04/12/2018 07:29
AMIGOS TENTAM 'SAÍDA HONROSA' PARA MAGNO MALTA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta terça-feira nos jornais brasileiros

Amigos e aliados tentam uma "saída honrosa" para o senador Magno Malta (PR-ES), que não foi reeleito e ainda aguarda convite para o ministério de Jair Bolsonaro, cuja candidatura ele apoiou solitariamente no Senado desde o primeiro momento. O senador capixaba adoraria ser embaixador do Brasil em Israel, mas o presidente está decidido a enviar diplomata de carreira comprometido com a nova política externa.

EBC COMO OPÇÃO
Se não for possível acomodar Magno Malta no comando de ministério, ele poderá ser convidado a presidir a estatal de Comunicação EBC.

PASTA DESCARTADA
Magno era "pule de dez" para o primeiro escalão, cotado para eventual Ministério da Família, afinal descartado. Mas ainda tem esperança.

FRITURAS E DOSSIÊ
Magno Malta foi "fritado" pelo entorno de Bolsonaro, enciumado com sua proximidade. Teve até dossiê da área militar contra o senador.

SEM COMPROMISSO
O senador capixaba apoia Bolsonaro desde 2011. Mas o presidente eleito já explicou que não assumiu compromisso "com ninguém".

NETAS DE DEPUTADO PRESO SE DEMITEM DE SUAPE
Três netas do ex-deputado Pedro Corrêa (PP) pediram demissão nesta segunda (3) da estatal Porto de Suape, do governo de Pernambuco, um dia após esta coluna revelar a que tinham sido nomeadas, com os respectivos namorados, para caros de confiança. Corrêa foi condenado e preso nos escândalos de corrupção do Mensalão e do Petrolão, os maiores da História. O governador Paulo Câmara se finge de morto. A alegação da sua assessoria beira o deboche: "Suape tem autonomia".

TUTTI BUONA GENTE
Presidente de Suape, Carlos Villar foi indicado pelo enrolado deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), muito influente no governo de Pernambuco.

FALTOU CONTAR
Em nota, Suape garantiu que nomeações têm "critérios técnicos", mas não elucidou a assombrosa qualificação das netas de Pedro Corrêa.

UM RECORDISTA
Pedro Corrêa foi condenado à prisão em dois dos maiores escândalos de corrupção da História: o Mensalão e o Petrolão da Lava Jato.

VICE NÃO TEM CARGO, NEM PODER
Hamilton Mourão parece haver entendido que o melhor vice é discreto, não opina, exceto para cumprir missão do titular. Sua proposta de um "centro de governo" pegou muito mal no entorno e filhos do presidente Jair Bolsonaro. Soou como tentativa de tutela do capitão pelo general.

DOIS SÉCULOS EM CANA
Se reencarnação existe mesmo, haveria uma grande chance de o ex-governador Sérgio Cabral reencarnar no xilindró várias vezes. Após a condenação de ontem a 14 anos, já totaliza quase 198 anos na prisão.

JÁ VÃO TARDE
Impressionantes 70.8% da população aprovam a saída dos médicos cubanos, segundo levantamento do Paraná Pesquisas junto a 2.138 pessoas no País. Para 56,7%, os médicos brasileiros são melhores.

LATAM, MELHOR EVITAR
A Latam extraviou as malas de um leitor da coluna, que desembarcou em Paris, entre 9 e 12 graus, sem roupas para trocar. E o pior é que a empresa aérea não localiza as malas, nem dá satisfação.

ENROLADO LÁ NO MENSALÃO
No processo do superfaturamento na obra do aeroporto Jaguaruna, na Justiça de Porto Alegre, há documentos relativos a 1.800 saques em dinheiro da A.R.G., de Rodolfo Geo, preso pela PF semana passada.

MAIS MÉDICOS
O futuro Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, assiste nesta quarta-feira (5) à formatura de mais um médico na família: seu filho Pedro cola grau em Campo Grande (MS).

ESTADO GIGANTESCO
Estudo da associação dos distribuidores revela que o Brasil tem a maior carga tributária sobre as tarifas residenciais, em 33 países: 41%. Maior só mesmo Dinamarca (64%) Alemanha (55%) e Portugal (52%).

DEMISSÃO VOLUNTÁRIA
Até o dia 30 de novembro, 1.685 empregados da Caixa se inscreveram no programa de demissão voluntária do banco. A estimativa do próprio banco é que o programa economize cerca de R$ 314 milhões ao ano.

PERGUNTAR NÃO ESPANCA
Após pedir ao interventor de segurança no Rio providências contra "crimes de ódio", os procuradores do MPF e do MPRJ reconhecem a existência de "crimes de amor"?
Herculano
04/12/2018 07:08
O ENIGMA CHINÊS, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Apesar do forte esquema de censura, o país está virando uma potência educacional e científica

A China segue desafiando os credos de economistas liberais. Eles sempre apostaram que o processo de abertura econômica no gigante asiático levaria à democratização. Não há nenhum sinal de que isso esteja acontecendo.

Segundo esses especialistas, o enriquecimento torna a população mais exigente. O surgimento de uma enorme classe média chinesa acabaria resultando em uma irresistível demanda por abertura política. Até agora não a vimos. Mas os liberais podem ter um trunfo escondido. Até agora também não vimos a China experimentar uma recessão ou uma queda forte no ritmo de crescimento, que são os eventos que costumam desencadear rebeliões políticas. Ainda pode acontecer.

O outro canal pelo qual a democracia se transmitiria é ainda mais teórico. Para economistas, em especial para aqueles ligados a correntes institucionalistas, a manutenção da prosperidade por períodos mais dilatados de tempo depende de um fluxo constante de inovações e ganhos de produtividade, que são inibidos quando as pessoas não podem trocar informações livremente. Haveria, portanto, uma incompatibilidade intrínseca entre ditadura e crescimento duradouro.

De novo, a China não dá sinais de que tenha batido num teto. Ao contrário, apesar do forte esquema de censura, o país está se tornando uma potência educacional e científica. Os dirigentes locais, que estudaram com afinco os precedentes históricos, foram capazes de evitar a ideologização da ciência, algo que contribuiu para a derrocada da URSS nos anos 70 e 80. A biologia soviética, por exemplo, contaminada por ideias esdrúxulas contra o darwinismo, era imprestável, o que deixou o país para trás na agricultura e outras áreas de relevância econômica.

Talvez seja cedo para decretar que os economistas liberais perderam, mas os sinais não são animadores. Talvez tenhamos de concluir que o valor da liberdade é moral, não instrumental.
Herculano
04/12/2018 07:01
O ANÚNCIO ONTEM DO GOVERNADOR CATARINENSE ELEITO, CARLOS MOISÉS DA SILVA, PSL, ANTES DE SE TORNAR PIADA, REVELOU SER UMA SÉRIA TEMERIDADE PARA O FUTURO DO ESTADO

1. Fez o óbvio no fechamento das Agências de Desenvolvimento Regionais. Até seus adversários prometiam isso.

2. Não soube dizer - muito menos a equipe de entendidos e feitos de vermelhos da Universidade Federal - quanto vai representar a suposta economia - se realmente houver alguma economia - para os cofres públicos as mudanças que propôs.

3. Isso só vão descobrir, foi isso mesmo que disse o "doutor" barbudo que orienta o plano de governo de Moisés, depois de quatro meses no governo. Então estão fazendo experiências sem saber e prever resultados.

4. O homem forte da gestão administrativa, será um funcionário de carreira, ligado à Fazenda, onde estão os maiores vencimentos, aberrações e privilégios. Um homem ligado ao ex-governador Paulo Afonso Evangelista Vieira, MDB, que quebrou literalmente o estado e que tem uma conta pendente na Justiça que virá para os catarinenses ainda pagarem com os seus pesados impostos.A Invesc.

5. O anunciado corte de subsídios é necessário, mas é ele que mantém a vanguarda produtiva catarinense. Então é preciso mecanismos substitutivos modernos. Não é à toa que o governador eleito se nega a falar com as lideranças empresariais e regionais. Ou o governador Carlos Moisés acha que cortando os subsídios vai sobrar mais para pagar privilégios da máquina estatal onde ele próprio se inclui com um soldo da reserva de R$27 mil aos 54 anos de idade? Quem paga todos esses privilégios e à máquina em si, são os impostos dos que produzem e não ambiente público, o ralo dos impostos.

6. Antes de arrecadar é preciso uma política de desenvolvimento sustentável de médio e longo prazos, para gerar emprego, renda e tributos. E para isso, nada na tal apresentação. Afinal a sua equipe é feita de um cobrador de impostos, um teórico socialista e militares de alta patente da ativa e da reserva.

7. Governar é bem diferente de comandar. E se o governador Carlos Moisés da Silva não perceber isso logo, terá muitas dificuldades. E elas não serão dele exclusivamente, serão muito mais dos catarinenses que estarão dando passos, repito, passos ao que já se avançou, além de pagar caro por uma mudança prometida e que não veio até agora de forma clara, consistente e plausível à realidade dos nossos tempos.

8. Carlos Moisés da Silva e seus iluminados especializados em derrama, teorias e armas deveriam estudar melhor quem foi Celso Ramos.

9. E a imprensa deveria, urgentemente, voltar a fazer a lição de casa em favor da sociedade. A RBS a tornou preguiçosa para enxergar o que está à vista de todos.
Herculano
04/12/2018 06:38
da série: tempos de mudanças ou incertezas?

GOVERNO MOISÉS TEM MENOS PASTAS E "MEIA MUDANÇA" NOS NOMES, por Upiara Boschi, no Diário Catarinense, da NSC Florianópolis

O bíblico Moisés subiu a montanha e dela voltou com dez mandamentos inscritos em duas tábuas. O governador eleito Carlos Moisés (PSL) submergiu na máquina com sua equipe de transição e voltou agora, cinco semanas após a eleição, com a nova estrutura administrativa do Estado fundada em apenas dez secretarias. Trocadilhos à parte, o governo do pesselista começou a ganhar forma na tarde de ontem.

Talvez seja a primeira vez que um organograma tenha maior destaque em um anúncio governamental do que os nomes que irão ocupá-lo.As dez secretarias, a rigor, são 12. Moisés não incluiu na lista a Casa Civil, que ficará ligada diretamente ao gabinete dele, mas seu titular manterá o status de secretário, e a Procuradoria-Geral do Estado. São dez pastas executoras de políticas, no jargão da equipe de transição liderada pelo professor Luiz Felipe Ferreira. A maior surpresa é a extinção da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte - um balaio criado por Luiz Henrique da Silveira (PMDB) e que nos anos de Raimundo Colombo (PSD) no governo notabilizou-se mais pela troca frequente de secretários do que por sua ações. Comunicação, Defesa Civil e Planejamento , assim como os órgãos da antiga SOL espalham-se por outras pastas.

A pasta de Segurança Pública, no fim, manteve-se na estrutura - mas com uma solução engenhosa. Em vez do tradicional secretário, os comandantes da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Instituto Geral de Perícia vão formar uma conselho e cada um deles vai ser secretário oficial por um ano. Uma tentativa de harmonizar as instituições que vamos conferir na prática a partir de ano que vem.

Os quatro nomes definidos nesta segunda-feira trazem leituras interessantes. A primeira, óbvia, é a dos colegas de farda. Moisés indica um coronel dos Bombeiros para a Saúde, Hélton Zeferino, e um tenente-coronel da Polícia Militar para a Administração, José Eduardo Tasca. Em outra linha, a oficialização de Paulo Eli na Secretaria da Fazenda e de Leandro Lima na Justiça e Cidadania (rebatizada para Administração Prisional) indica o clima de harmonia na transição entre o atual governador Eduardo Pinho Moreira (MDB) e o sucessor Moisés. Ambos são os atuais secretários e são servidores de carreira com histórica ligação com o MDB. O governador eleito evita ruptura em duas áreas sensíveis.

Eli já vive a rotina de trabalhar contra um déficit projetado em R$ 2,3 bilhões para o ano que vem. Lima foi o braço-direito da deputada estadual reeleita e ex-secretária Ada de Luca (MDB) e traz consigo o histórico da pasta - onde, inclusive, foi chefe do atual governador no período em que o hoje pesselista ocupou cargo de confiança. Isoladamente, é fácil apontar o acerto de Moisés ao manter ambos nos cargos que atualmente ocupam, especialmente na Fazenda. No entanto, não deixa de ser contraditório que dos quatro primeiros secretários, dois sejam da antiga estrutura. Afinal, Moisés se elegeu dizendo e repetindo que não existe meia mudança.
Herculano
04/12/2018 06:33
da série: pior do que a encomenda, é não saber explicá-la

MOISÉS NÃO MUDARÁ TUDO, por Renato Ígor, no Diário Catarinense, da NSC Florianópolis

O que mais chamou atenção no anúncio, nesta segunda-feira (03), da nova estrutura de governo e dos quatro secretários divulgados foi o fato de que não é tão simples "mudar tudo que está aí", como afirmava na campanha o então candidato Jair Bolsonaro. O colega e colunista político Upiara Boschi lembrou o que o então candidato Comandante Moisés falava durante a campanha. O ex-bombeiro era o "candidato da mudança", "não da meia mudança". Dos quatro nomes confirmados (dois deles antecipados pela coluna nesta segunda-feira), dois são ligados ao MDB e representam a continuidade. O dono do cofre, inclusive: Paulo Eli (Fazenda) e Leandro Lima (Administração Prisional). Existem várias interpretações para isso. A ausência de quadros no PSL para funções de suma importância e que requerem experiência e conhecimento técnico, afinidade construída durante a transição, reconhecimento do trabalho realizado e construção de governabilidade na Alesc.

Sem perguntas

O governador eleito Carlos Moisés da Silva comunicou a estrutura de governo, a redução de 15 para 10 secretarias (também antecipado pela coluna nesta segunda-feira), os nomes de quatro secretários e saiu para um compromisso pré-agendado na defesa civil. Lamenta-se o fato de os jornalistas não conseguirem fazer perguntas diretamente ao governador eleito.
Herculano
04/12/2018 06:24
BATALHA IDEOLóGICA DE BOLSONARO CRIA VÁCUO DE POLÍTICAS PÚBLICAS, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Equipe atende mais a um conjunto de expectativas simbólicas do que à lógica do mundo real

A pergunta que marcou Ricardo Vélez Rodríguez ao receber o convite para assumir o Ministério da Educação não foi sobre evasão escolar ou sobre a qualidade do ensino técnico. "Você tem faca nos dentes para enfrentar essa guerra?", quis saber Jair Bolsonaro.

O presidente eleito escalou sua equipe como se montasse uma tropa para um conflito. Ao escolher o nome que vai chefiar um setor com deficiências crônicas, sua principal preocupação foi atacar os fantasmas do marxismo e do comunismo.

"Senhor presidente, estou nessa guerra há 30 anos. Porque há 30 anos o marxismo está aí presente, marginalizando gente, fazendo fake news", disse Vélez ao novo chefe. O emprego estava garantido.

No Brasil, 55% das crianças de oito e nove anos não sabem ler, e 93% dos alunos não sabem matemática ao concluir o ensino médio, mas o futuro ministro da Educação acha que seu grande problema será a doutrinação de crianças e jovens.

Bolsonaro já escolheu quase todos os seus ministros, mas ainda sobram dúvidas sobre o que seu governo fará de fato. A própria tentativa de redesenho do governo atende mais a um conjunto de expectativas simbólicas do que à lógica do mundo real.

O presidente eleito já prometeu acabar com o Ministério do Trabalho, depois disse que seria fundido com outra pasta. Agora, a ideia é distribuir suas funções pela Esplanada, mas ainda não se sabe exatamente o que será feito para combater o trabalho escravo, por exemplo.

Nesta segunda (3), o futuro ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) também anunciou que a Funai deverá ser deslocada para a Agricultura. Na prática, os ruralistas que comandam a pasta serão responsáveis pela proteção de terras indígenas.

A guerra ideológica de Bolsonaro pode até fazer sucesso enquanto o governo não começa, mas o jogo muda a partir de janeiro. Se o governo não preencher o vazio de políticas públicas que marcou a campanha e a transição, pode frustrar até mesmo seus apoiadores fiéis.
Herculano
04/12/2018 06:21
'NÃO HÁ A MENOR CONDIÇÃO DE APOIAR RENAN CALHEIROS"

Conteúdo de O Antagonista. Flávio Bolsonaro, em entrevista à GloboNews, descartou qualquer possibilidade de acordo com Renan Calheiros:

"Não há a menor condição de apoiar Renan Calheiros para a presidência do Senado."

Ele disse algo melhor ainda:

"O que o Renan Calheiros pode estar oferecendo aos senadores para pedir o voto? É uma pessoa que não vai ter essa força que tinha em outros governos junto à máquina do governo federal."
Herculano
04/12/2018 06:15
PARA QUE SERVE

De Xico Graziano, no twitter

No frigir dos ovos, serve para que o ministério do Trabalho?! Para dar cartas sindicais. Negócios escusos. Fala-se no patrimonialismo, mas o cartorialismo é um grande mal do país. Acabar com as máfias dos cartórios públicos é fundamental para modernizar o Estado. Muda Brasil.
Herculano
04/12/2018 06:13
ESCOLA SEM PARTIDO, O SUSTO DO MINISTRO, por Mônica Bérgamo, no jornal Folha de S. Paulo.

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal) afirmou em uma palestra na procuradoria-geral do Rio, há alguns dias, que "quem pensa que o problema da educação no Brasil é Escola Sem Partido, ideologia de gênero ou saber se 1964 foi golpe ou não, está assustado com a assombração errada".

NA REAL?
"Os problemas são outros: não alfabetização na idade própria, evasão no ensino médio, déficit de aprendizado e capacitação de professores", disse o magistrado.

MORDAÇA?
Barroso é o relator de ações que questionam a implantação da Escola Sem Partido em estados e municípios e concedeu liminar suspendendo as medidas.
Herculano
03/12/2018 18:58
TEMER PUBLICA DECRETO QUE ACELERA EXTINÇÃO DE ESTATAIS E FACILITA DEMISSÕES

Conteúdo do Poder 360. Texto de Sérgio Lima, Brasília.Decreto assinado pelo presidente Michel Temer e publicado no Diário Oficial da União confere ao Ministério do Planejamento o acompanhamento e a adoção de medidas necessárias para liquidar empresas estatais federais controladas diretamente pela União.

Isso pode tornar o processo de desestatização mais ágil e se adequa aos planos do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, se todas as 138 empresas estatais federais fossem vendidas, o governo federal conseguiria arrecadar R$ 802 bilhões. Guedes quer vender 30% deste passivo já em 2019.

O decreto (íntegra) foi divulgado nesta 6ª feira (30.nov.2018) e já estava em preparação na Sest (Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais) ao longo dos últimos meses.

Segundo a medida, compete ao Planejamento, ao Ministério da Fazenda e ao ministério setorial ao qual a empresa for vinculada propor ao CPPI (Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos) a inclusão de empresas desse tipo no PND (Programa Nacional de Desestatização).

Além disso, as ações judiciais e extrajudiciais migram do âmbito do liquidante para a AGU (Advocacia-Geral da União). Dessa forma, diminui-se a burocracia do processo.

A proposição será acompanhada dos estudos que a embasaram, além da justificativa para a liquidação. Já a resolução do CPPI sobre a proposta precisará ser aprovada pelos ministros do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, da Fazenda e do ministério setorial.

A inclusão da empresa no PND, por sua vez, será aprovada em ato do presidente da República.
Herculano
03/12/2018 18:49
NA COLôMBIA, FALANDO EM NOME DO PAI, EDUARDO BOLSONARO VOLTA A FALAR SOBRE A POSSIBILIDADE DE NÃO HAVER REFORMA DA PREVIDÊNCIA. LAMENTÁVEL! por: Reinaldo Azevedo, ba Rede TV

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos políticos de Jair Bolsonaro (PSL), presidente eleito, está agora na Colômbia, depois de passar pelos Estados Unidos. É evidente que ele fala demais. Não menos evidente está, também, que fala com delegação do pai. Ou, a esta altura, já teria se calado. Nessas viagens, coloca-se como uma espécie de embaixador do novo governo. Um pragmático poderia dizer: "Convenha, entre ele e Ernesto Araújo, a diferença estaria apenas nas citações de rodapé; é provável até que Eduardo seja preferível a Ernesto Araújo porque há certa ingenuidade reveladora em seu discurso..." Pode ser.

É curioso o ponto de vista a partir do qual fala Eduardo Bolsonaro. Em certa medida, ele vê a si mesmo como um dos críticos do bolsonarismo poderia fazê-lo. Se Sérgio Moro, ao falar num seminário a ilustrados, em Madri, tenta disfarçar o viés reacionário da gestão Bolsonaro, não se nota em Eduardo tal preocupação. Em entrevista ao programa "A Hora da Verdade", da Rádio Red da Colômbia, afirmou o seguinte sobre as reformas:
"A esquerda vai tentar parar a todo o momento as reformas, o crescimento econômico. Se o Congresso não aprovar as reformas, ao menos vamos ter tentado. Temos de colocar as reformas adiante e comunicar os eleitores para que eles pressionem seus deputados para que eles as aprovem".

Certo!

Como se nota, mais uma vez, Eduardo lida com a hipótese de que a reforma não avançar. E ele já tem o culpado: as esquerdas. É mesmo? Com boa vontade na contagem, a esquerda terá 148 deputados na Câmara: PT (56), PSB (28), PDT (28), PSOL (10), PCdoB (9); PPS (8), PV (4) e Rede (1). Os outros 365 estão disponíveis para ser conquistados pelo governo Bolsonaro. Para aprovar uma emenda constitucional, são necessários 308 votos. No Senado, a coisa é ainda pior as esquerdas: apenas 19 cadeiras ?" e olhem que estou considerando a Rede de esquerda: PT (6), Rede (5), PDT (4), PPS (2) e PSB (2). Sobraram imodestos 62 senadores. Para aprovar uma emenda, são necessários 49.

Assim, se Bolsonaro não conseguir aprovar propostas no Congresso que requeiram três quintos das duas Casas, a incompetência será só sua ?" ou daqueles que elegeu como seus interlocutores junto ao Parlamento.

E o problema está aí. Aquele que fala com delegação do pai, embora seja o deputado federal mais votado da história do país, continua a ver os políticos como escória. Afirmou sobre Bolsonaro, seu pai: "Ele vai armar sua equipe de trabalho e não tem que conceder cargos a ninguém". Isso quer dizer que fez uma opção de governar sem os partidos. Os de esquerda certamente estão fora da aliança, mas, como já vimos, não têm peso para aprovar ou para barrar o que quer que seja.

A convivência de Eduardo Bolsonaro com profetas parece estar a lhe conferir também certos dons mediúnicos, de sorte que ele é capaz de fazer previsões sobre o futuro da vontade do eleitorado: "Seguramente, repito aqui o recado que deixei nos Estados Unidos. Não seremos mais socialistas, seremos um País conservador e liberal em termos econômicos".

Vamos lá. As palavras fazem sentido. O "não seremos mais socialistas" faz supor que já fomos socialistas algum dia, o que está para ser demonstrado. Se, por "socialismo", entender-se a chegada ao poder de um partido com viés de esquerda, a gente nota que o deputado não só é capaz de antever o futuro como pode oferecer "garantias"? Imaginem um partidário de Donald Trump a dizer nos EUA: "Garanto que os democratas jamais voltarão ao poder?"

Quanto à fórmula "liberal em economia, conservador nos costumes", dizer o quê? O "liberal em economia" vai depender, sim, em boa parte de medidas a serem adotadas pelo governo. É Eduardo quem flerta com a não-reforma da Previdência. Quanto ao conservadorismo, bem, aí voltamos ao centro da grande distorção conceitual em curso no Brasil. Um conservador é aquele que conserva o molde institucional e aceita as mudanças na sociedade. Forças que tentam impor seu estilo de vida a minorias que considera "erradas" ou em desacordo com "costumes tradicionais" não são conservadoras, mas reacionárias. E o caso do tal movimento "Escola Sem Partido": querer levar a polícia ideológica para sala de aula nada tem nem de liberal nem de conservador. Trata-se apenas de autoritarismo destrambelhado, de reacionarismo.

Vale dizer: como pensador político, Eduardo Bolsonaro ainda precisa digerir melhor alguns conceitos e está comprando algumas bugigangas ideológicas que lhe estão sendo vendidas por ideólogos identificados não com o liberalismo, mas com a extrema-direita reacionária.

No que concerne à economia, um liberal de verdade estaria empenhado, a esta altura, não em hostilizar a política, mas em compor uma maioria no Congresso que pudesse, de fato, levar adiante a reforma da Previdência. Em vez disso, o deputado mais votado do país, falando com a delegação do país, volta a flertar com a possibilidade de não votar a reforma da Previdência.

No fim das contas, parece não achar isso assim tão grave, desde que o país possa fazer parte de uma suposta revolução conservadora, que estaria em curso mundo afora e desde que possa "garantir" que o Brasil não será nunca mais socialista, como se tivesse sido algum dia. Ou por outra: esses pressupostos estão ligados àquilo que seria uma guerra cultural contra as esquerdas, como se, agora, a Bolsonaro não coubesse a enorme responsabilidade de governar e como se o país tivesse uma saída não-traumática sem a reforma da Previdência.

Não duvidem: esse espírito colonizador de mentes, disposto a uma permanente guerra cultural contra uma esquerda que terá meros 148 representantes na Câmara e 19 no Senado é que pode levar o governo Bolsonaro ao naufrágio.
Herculano
03/12/2018 16:52
O ARTIGO QUE NÃO ESCREVI SOBRE GASPAR E O SEU PREFEITO NA SEMANA PASSADA. E DEPOIS DIZEM QUE EU SOU CRÍTICO OU ÁCIDO DEMAIS NAS COBRANÇAS DOS GESTORES PÚBLICOS

O que está no "jornal da cidade online" escrito pelo advogado Luiz Carlos Nemetz, bem conhecido aqui? Isto:

Blumenau: a incompetência de um prefeito amador...

Incompetência?

Falta de planejamento?

Não sei como definir uma gestão pública como a do município de Blumenau/SC, que em pleno meio dia de uma segunda feira, resolve fechar uma das principais vias centrais da cidade para executar serviços (nada essenciais) de cobertura asfáltica.

Resultado é um engarrafamento monstro e intervenção negativa na vida e rotina das pessoas.

Falta de inteligência, respeito e de sensibilidade!

E de um bom Prefeito, também!

É duro lidar com amadores!
Herculano
03/12/2018 11:56
VAI-E-VEM. AGORA VAI

O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, DEM, informou que o Ministério do Trabalho será extinto e terá suas funções distribuídas em três pastas.
Herculano
03/12/2018 11:36
da série: quem está com medo de que a cortina de fumaça se dissipe? Se por um lado pode estar em jogo a segurança jurídica, é bom que a fumaça não seja uma armação ilimitada para os espertos de sempre.Tem gente arrepiada? Tem e se sabe bem o por quê!

A ARMADILHA DE MORO: FUTURO MINISTRO QUER USAR A LISTA DE REPATRIADORES PARA FAZER UMA INVESTIGAÇÃO ESPECIAL. NÃO FAZ SENTIDO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV.

Este jornalista começa fazendo uma declaração: não repatriou dinheiro depositado irregularmente no exterior, não declarou bens adquiridos além-fronteira e que eram desconhecidos da Receita Federal - até porque não tem nem uma coisa nem outra - nem é amigo pessoal de quem o tenha feito - não que saiba ao menos. Logo, o que se vai debater aqui é uma situação em tese, que diz respeito à segurança jurídica e à relação que o Estado brasileiro pretende manter com seus cidadãos. Qual é o busílis? Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça e candidato a justiceiro de aflições reais e imaginárias dos brasileiros, está de olho nos R$ 174,5 bilhões em bens e dinheiro que brasileiros admitiram ter no exterior - parte considerável desse montante repatriada. Quer usar a lista de quem admitiu os recursos - e pagou uma pesada multa por isso - para fazer uma investigação especial.

Para lembrar: no fim de 2015, o Congresso Nacional aprovou a lei que criou o Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária. Pessoas físicas e empresas que tivessem recursos ou bens no exterior não declarados à Receita Federal poderiam regularizar a situação mediante o pagamento de 15% de Imposto de Renda e 15% de multa. Houve duas etapas do programa. Na primeira, o regime de repatriação valia para os residentes ou domiciliados no país em 31 de dezembro de 2014 que tinham ativos, bens ou direitos em períodos anteriores a essa data no exterior não declarados à Receita. Aderiram ao programa 25.011 pessoas físicas e 103 empresas. A maior parte dos ativos (R$ 163,87 bilhões) foi declarada pelas pessoas físicas. As empresas, por sua vez, responderam por R$ 6,06 bilhões. No ano passado, houve uma segunda fase, totalizando, então, R$ 174,5 bilhões, o que rendeu aos cofres públicos R$ 52,6 bilhões: com 27 mil contribuintes e 123 empresas.

Antes que você pense que essa é uma mamata típica do Brasil, saiba que 38 dos 47 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) adotaram programas semelhantes. A lei aprovada, note-se, fala em recursos obtidos licitamente. Quem aderiu ao programa pagou os 30% entre imposto e multa e se livrou das imputações de evasão de divisas e sonegação fiscal. Por óbvio, indício de algum outro crime envolvendo esses bens merecerão, se vieram à luz, a devida sanção legal. É claro que o Brasil fez bem em adotar esse programa. Até porque os que resolveram admitir os bens não foram anistiados. A parcela recolhida ao Tesouro foi alta. Mas...

Mas Sérgio Moro está de olho nessa grana. Informa o Globo:

"A gestão do futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, quer investigar a origem dos R$ 174,5 bilhões que pertencem a brasileiros, estavam no exterior sem registro na Receita Federal e foram regularizados graças a dois programas de incentivo editados nos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer. (?) O plano de Moro é incrementar a integração entre a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e unidades de inteligência financeira, em especial o Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), para verificar o uso dos valores por organizações criminosas - tanto aquelas com atuação violenta, como tráfico de drogas e armas, quanto as envolvidas em crimes de colarinho branco. Essas condutas não estão anistiadas pela lei."

Notem: dita a coisa dessa maneira, a gente fica com a impressão de que Sérgio Moro nada quer além de Justiça e do bem-estar dos brasileiros. O fato é que as pessoas e empresas que repatriaram dinheiro ou admitiram bens no exterior não contavam que iriam integrar uma lista de futuros investigados. Há uma enorme diferença entre surgir um indício de crime, que passa, então, a ser investigado, e criar uma relação prévia de contribuintes que vão ser, então, especialmente escrutinadas. Sim, claro! O objetivo é verificar se o dinheiro está ligado ao crime e coisa e tal. Mas todos conhecemos a capacidade que tem o que chamo de "Partido da Polícia" para dar duplos twists carpados argumentativos. Querem um exemplo? É muito provável que quem tivesse dólares no exterior não-declarados à Receita tenha recorrido a um doleiro, que, por sua vez, não opera para freiras dos pés descalços, não é mesmo? Quem fez um acordo com os que repatriaram dinheiro, que pagaram a multa, foi o Estado brasileiro, não a autoridade ou o governo A ou B. A chance de aquela negociação virar uma armadilha é grande. Reitero: que se investiguem os indícios todos de crimes, não importa de quem. O problema está na lista pré-definida.

O Brasil aderiu a uma convenção multilateral de compartilhamento de informações fiscais que inclui 97 países. Não há, obviamente, que se fazer lista prévia nenhuma. Moro que coloque, então, a estrutura do seu superministério para eventualmente descobrir ativos de residentes no exterior que não tenham sido declarados à Receita Federal. Isso que se anuncia consiste em fazer justamente o contrário. De resto, parece haver aí uma contradição inelutável. Por que o crime organizado recorreria a um mecanismo legal de repatriação de recursos e de admissão de ativos no exterior, pagando uma pesada multa, quando poderia fazê-lo por meios de que o próprio crime dispõe, sem ter de pagar nada a ninguém? Mais: os criminosos certamente teriam medo de que o Estado acabasse usando a lista de repatriadores para submetê-los a uma investigação especial, como promete fazer o ex-juiz.

"Ah, se fossem empresas e pessoas sérias, não teriam escondido bens da Receita Federal", pode dizer alguém. Cada um faça o juízo que quiser. O fato é que o Estado brasileiro estabeleceu um acordo com esses contribuintes e lhes tomou quase um terço do que havia sido sonegado. Moro está a inventar um pretexto supostamente nobre e de interesse público para submetê-los a uma especial investigação. Parece-me evidente que o crime organizado não está interessado em fazer o seu dinheiro passar pelo registro oficial da Receita Federal, como fizeram esses que optaram pela regularização dos ativos. O futuro ministro quer transformar um acordo numa armadilha.
Herculano
03/12/2018 11:21
NASCEM MUITO POUCOS BEBÊS NO BRASIL, por Vinicius Mota, secretário de redação do jornal Folha de S. Paulo

Brasileiras já têm menos filhos que francesas e norte-americanas, o que acelera envelhecimento populacional e desequilibra a Previdência

Na ordem do dia, as propostas de reforma da Previdência se concentram em alongar o período legalmente ativo dos brasileiros. Como a população envelhece depressa, haverá cada vez menos trabalhadores para produzir os bens e serviços necessários ao suprimento dos aposentados nas regras vigentes.

Há duas outras terapias complementares para tratar o problema menos enfatizadas. A primeira parte da premissa de que, se cada trabalhador ao longo dos próximos anos produzir cada vez mais, a profundidade do buraco na previdência será menor.

É o desafio da chamada produtividade, mais ou menos estagnada há 30 anos. Depende diretamente do volume e, sobretudo, da qualidade da instrução nas escolas e nas empresas.

O segundo tratamento possível, e o mais negligenciado, é aumentar o sortimento de trabalhadores por meios naturais: menos jovens mortos, mais imigrantes e mais bebês.

O número médio de nascimentos por mulher no Brasil despencou para 1,7, distante dos 2 necessários para manter constante a população, e continuará em declínio provavelmente. A brasileira já tem menos filhos que a francesa e a norte-americana.

O contraste com o padrão de 1970, quando a fecundidade em estados populosos como Bahia e Ceará chegava perto de oito crianças por mulher, é brutal. Por essa razão o Brasil, então um dos países mais jovens do mundo, integrará o conjunto dos mais velhos em poucas décadas.

O avanço veloz do ensino básico entre as mulheres no período, em meio a um processo também acelerado de urbanização, explica parte dessa reviravolta. Mais instrução está fortemente correlacionada com menos partos.

Mas deve haver um bocado de desesperança a empurrar a tendência mais longe. De um diálogo respeitoso com essas mulheres previdentes poderia brotar uma política moderna e responsável de incentivo financeiro à natalidade no Brasil.
Herculano
03/12/2018 11:18
STF DEVE REVOGAR APETITE DO TCU DE SUBJUGAR OAB, por Cláudio Humberto, na coluna que ele publicou hoje nos jornais brasileiros

A expectativa nos meios jurídicos de Brasília é que a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), de 7 de novembro, de fiscalizar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), não resistirá à apreciação do Supremo Tribunal Federal (STF). A Ordem alega que não há um só centavo dos cofres públicos nas finanças da OAB, e citam decisão do próprio STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 3026/DF.

OAB SEM CONTROLE OFICIAL
Na ADI 3026, o STF estipula que "a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada".

TCU QUER O STF RECUANDO
O TCU acredita que o STF vai revisar sua posição no futuro julgamento da ADI 5.367/DF e submeter a OAB à fiscalização da corte de contas.

PAGOU IMPOSTOS, DANÇOU
Os ministros do TCU também acreditam que as mensalidades dos advogados são "tributáveis" e por isso a OAB fica sujeita a fiscalização.

SUSPEITA DE REPRESÁLIA
Advogados insinuam que a decisão do TCU seria represália a iniciativas da OAB contra parlamentares influentes entre ministros.

GDF FARÁ LICITAÇÃO MILIONÁRIA A 20 DIAS DE ACABAR
O governo do Distrito Federal (GDF), chefiado por Rodrigo Rollemberg, vai deixar uma bomba-relógio ao sucessor Ibaneis Rocha, de cerca de R$40 milhões anuais, por meio de estranha licitação a ser realizada no próximo dia 10, a vinte dias do fim da gestão. A licitação tem o objetivo de contratar uma empresa para administrar o plano de saúde dos servidores, cujos custos são bancados pelos pagadores de impostos.

CARA REGALIA
O edital "obriga" a empresa por dois anos "no mínimo" a prestar serviço de planos de saúde privado e também plano odontológico.

TEM PARA TODOS
O governo diz que a licitação "resgata" uma antiga reivindicação dos servidores, cujos salários consomem R$0,81 de cada 1 real do DF.

NÃO É, MAS É
A Secretaria de Planejamento afirma não se trata de contrato, mas confirma o gasto de R$40 milhões já em 2019.

GESTO DE APROXIMAÇÃO
O presidente Jair Bolsonaro desdenha da ideia de articulação com os partidos, mas ao escolher o deputado gaúcho Osmar Terra para compor seu ministério, ele fez um gesto de aproximação com o MDB.

TEMER GOSTOU
O presidente Michel Temer ficou felicíssimo com a escolha de Osmar Terra para o ministério da Cidadania de Jair Bolsonaro. Derrama-se em elogios a seu ex-ministro e também ao presidente eleito.

PÂNICO ENTRE POLÍTICOS
Se o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) pretendia assustar a classe política enchendo o primeiro escalão do seu governo de generais, conseguiu. Habituados aos métodos do passado, eles estão em pânico.

ESCRAVOS DA JUSTIÇA
Os ministros do Supremo tomaram 117,2 mil decisões e julgaram em média mais de 10.600 ações, cada um deles, em 2018. E ainda falta dezembro. Logo vão alegar relação de trabalho análoga a escravidão.

IMPOSTO ÚNICO
Marcos Cintra, futuro Secretário Especial da Receita e Previdência do Ministério da Economia, é o idealizador do projeto de Imposto Único, que reúne num só todos os tributos de natureza declaratória.

NO GRITO, NÃO NO VOTO
A comissão do projeto Escola Sem Partido se reúne na Câmara nesta terça (4) para outra tentativa de votar o relatório favorável ao projeto. Os que se opõem são minoria e sempre impedem a votação no grito.

TWITTER FAKE
No dia 7, o presidiário Lula completa 8 meses em sua suíte na Polícia Federal em Curitiba. Seu Twitter oficial publica posts todos os dias, configurando crime de falsidade: ele não escreve o que assina.

SEM APOIO
A MP do Fundo de Desenvolvimento Ferroviário perdeu a validade dia 28. O FNDF financiaria a ligação do Complexo Portuário de Vila do Conde (PA) à Ferrovia Norte-Sul. Não há apoio no novo governo.

PERGUNTA NO RIO
A culpa é da água do Palácio das Laranjeiras?
Herculano
03/12/2018 11:10
A COISA ESTÁ FEIA. PODE FICAR AINDA PIOR

Hoje às 14 horas o governador eleito de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva,, coronel da PMSC reformado, faz uma live na sua conta do facebook. Vai anunciar alguns nomes do seu secretariado e dar algumas pistas de como será o seu governo.

O primeiro poste em que "comandante Moisés, PSL, amarrou o seu cachorro foi nas teses contra a economia de mercado dos "economistas" vermelhos da academia (só teoria com o dinheiro dos pagadores de pesados impostos) UFSC.

O segundo poste, foi o de entregar o cofre aos técnicos da secretaria da Fazenda, que quando no poder, como com o ex-governador Paulo Afonso Evangelista Vieira, MDB, enterrou o estado e de cujo buraco nunca mais se saiu e tem mais milionárias contas por vir para todos os pagadores de impostos quitarem. Elas estão sendo finalizadas na longa discussão da cara e lenta Justiça. Santa Catarina, rogai por nós!
Herculano
03/12/2018 11:02
PARA QUEM É A LINGERIE? por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

Por que tantos homens, jovens em especial, estão perdendo o desejo pelas mulheres?

Seu namorado gosta de olhar homens vestidos de mulher na internet? Você descobriu isso fuçando no computador dele, sem ele saber? E agora você está, coitada, assolada pela dúvida: será ele gay?

A mentira sempre foi a substância básica da moral pública, mas, suspeito, que nossa era seja a mais mentirosa de todas. A mentira tem uma função social essencial: preservar almoços de domingo na casa da avó e jantares de Natal, sem os quais, não existe civilização. Mas, quando se mente demais (como nós), há risco de dano cognitivo e afetivo.

Já volto para sua dúvida, coitadinha. Antes, um pequeno relato que ilustra de modo didático os danos que o excesso de mentiras pode causar nos mais jovens (eu não tenho nenhuma dúvida de que estamos destruindo os mais jovens com nossa bondade "Nutella").

Uma jovem de cerca de vinte anos fala: "Estou namorando um homem 20 anos mais velho do que eu! Logo eu que sempre critiquei mulheres que se interessam por homens mais velhos! Estou apaixonada e quero me casar com ele!". Uma outra menina ao lado diz baixinho, de canto da boca: "Ele é o chefe dela! Está na moda sair com o chefe".

Eu sei. Se você tem alguma percepção mínima da realidade e da história da humanidade, saberá que "sair com o chefe" não está na moda. "Sair com o chefe" tem estado na moda desde o alto paleolítico. É um clássico. Alguns dizem "Freud explica". Com chefe, professor, enfim. Antes que alguém que nunca fez isso levante o dedo ofendida, esclareço que obviamente isso não acontece com todo mundo, claro.

O fato é que os jovens desconhecem dados básicos da realidade, tipo: mulheres mais jovens sempre gostaram de sair com homens mais velhos, seja por amor, encanto, paixão, dinheiro, ascensão social, enfim.

E não estou sendo "judgmental" ?"adoro essa palavra gourmet: ser "judgmental" é julgar alguém ou algo. O cool é ser "nonjudgmental", isto é, não julgar ninguém, como se isso fosse possível.

O retardo mental cresce nesse mundo que decidiu ser um parque temático, onde todo mundo quer deitar a cabecinha no travesseiro a noite com certeza de que em sua alma apenas habitam bons sentimentos.

Quero dizer que não estou julgando moralmente essas mulheres e esses homens. Apesar de que, sim, podemos fazê-lo. O fato é que os jovens crescem num ambiente de tal farsa que acabam desconhecendo a realidade dos afetos humanos. Voltemos ao seu namorado, ok?

Você dizia que encontrou no computador do seu namorado fotos de homens vestidos de lingerie. E a dúvida que não quer calar desde então é: seria ele gay? Você mal consegue esconder o pânico da resposta ser "sim, seu namorado é gay".

Você decide conversar com a amiga de uma amiga que é psicoterapeuta pós-moderna, que é uma forma de psicoterapia em que homens que gostam de se vestir de lingerie são vistos como crossdressers - nome gourmet para travesti. Sim, sei que há toda uma ciência hoje nesse assunto.

Mas eu não creio tanto assim nessa forma de ciência. A especialista (segundo o jornal The Guardian) diz que as namoradas devem mesmo estimular o anseio secreto dos namorados, sem continuar a fuçar secretamente em seu computador. Deve, quem sabe, estimulá-los a usar calcinhas e batom.

Mundo louco esse, não? Se antes você sonhava com um príncipe ?"e todo mundo dizia que você era uma idiota manipulada por isso?", agora as especialistas estão a dizer que se seu namorado gosta de ver fotos de homens vestidos de mulher, isso não implica em ele ser gay.

Lamento, mas, provavelmente, você está namorando um gay. Não à toa, uma das perguntas mais comuns das mulheres feitas ao Google nos EUA é "como saber se meu marido é gay?".

Antes você esperava que seu namorado enfrentasse perigos por você. Agora, especialistas dizem que você deve, quem sabe, estimulá-lo a sair de saia e salto alto para as festas com você. Liberte-o dessa "opressão patriarcal" de achar que homens que tem namoradas e as desejam devem preferir ver mulheres de lingerie, e não homens.

A ignorância sexual é uma praga hoje em dia. Por que tantos homens, jovens especialmente, estão perdendo o desejo pela mulheres?

Enfim, se seu namorado gosta de olhar fotos de homens com lingerie, seria melhor você trocar de namorado. Encontrar fotos de mulheres peladas no computador do seu namorado pode ser um indício de que ele deseje você mesma e não um colega de trabalho. Erga as mãos para o céu e agradeça. Quem sabe, você deve usar uma saia curta e batom vermelho pra ele.
Herculano
03/12/2018 10:56
O DANONINHO DE BOLSONARO E O ISOPOR DE LULA, por Itamar Garcez, em Os Divergentes

No dia 4 de janeiro de 2010, o então presidente Lula foi fotografo carregando um isopor na cabeça. Descansava na praia de Inema (BA), privativa da Marinha.

Tomada à distância, a imagem refletia um Lula genuíno. Quem o conhecia de perto sabia que suas origens, por mais que tivessem se transmutado com o poder inigualável que angariou, corriam em suas veias.

As fotos provocaram reações diversas, mas, de um modo geral, reforçaram a visão de um presidente popular, gente como a gente. Tanto que deixou a presidência naquele ano com aprovação recorde. E fez a sucessora.

Breakfast carioca

Na quinta, 29 de novembro de 2018, em sua residência no Rio de Janeiro, o presidente eleito Jair Bolsonaro recebeu John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional dos EUA. Recepcionou-o com um café da manhã trivial, desses que a gente faz em casa.

Como se recebesse um amigo, serviu café de uma garrafa térmica numa caneca sem pires. Na mesa sem tolha, Danoninho, o popular iogurte que não é iogurte. Como em outras imagens que tem produzido dentro de sua casa desde que se sagrou virtual presidente, Bolsonaro quis parecer autêntico.

Quase ninguém age com espontaneidade diante de câmeras e holofotes. Muito menos figuras públicas. Muito menos em tempos midiáticos.

Ainda assim, a impressão que se tem, até aqui, é a de que o capitão-mor que aparece nas imagens é aquele mesmo. Despojado do aparato propagandístico milionário que prevaleceu nas campanhas presidenciais a partir de 1989 ?" adotadas por PSDB e PT que, por 23 anos, decidiram os destinos do Brasil e dos brasileiros.


Usa prancha de bodyboard para acomodar microfones numa coletiva de imprensa, pendura bandeira do Brasil com fita adesiva na parede. E serve Danoninho para o representante de Donald Trump, o homem mais poderoso do planeta.

Poder sedutor

Quando, a partir de janeiro, desfrutar o poder de direito, Bolsonaro será submetido diretamente às "seduções" do poder, das quais falava a ex-senadora petista Heloísa Helena (AL), hoje na Rede. Como um mantra, repetia ela: "O poder é terrivelmente sedutor".

Apesar da autenticidade de Lula carregando um isopor na praia, ao longo de sua trajetória o PT foi se desvirtuando. Companheiros, antes de posses modestas, passaram a ostentar gastanças incompatíveis com seus ordenados de classe média.

Ao perceberem os escoadouros do erário, os companheiros deliciaram-se com a riqueza roubada - como fartamente documentado pelo Mensalão e pela Lava-Jato. Enriqueceram-se e enriqueceram os neocompanheiros, como empreiteiros e magarefes amigos.

Para o infortúnio dos brasileiros, o isopor genuíno foi uma miragem de que o PT governava desapegado das tentações do poder. Exatamente como sói acontecer em países onde a chamada esquerda assume o poder ?" vide Venezuela e seu guarda-costas de 1 bilhão de dólares.

"O que interessa à patuleia é se,
ao mesmo tempo em persevera
em sua simplicidade rústica,
irá resistir aos encantos do poder."

Assim, o caminho escolhido por Bolsonaro, de parecer autêntico aos olhos dos milhões que o sufragaram, não é novidade. O que interessa à patuleia é se, ao mesmo tempo em persevera em sua simplicidade rústica, irá resistir aos encantos do poder.

Ou se vai sucumbir à maldição da qual falava a senadora alagoana. "A gente precisa fazer um exercício diário" para não se deixar "lambuzar no banquete farto do poder", seus "cargos" e suas "mordomias", advertia. Faltava dizer: e suas propinas milionárias
Herculano
03/12/2018 10:47
da série: gente estranha: enlameados como poucos, só enxergam a lama dos outros a quem acusam de sujos e pedem para se limpar.

DIVERSIONISMO PETISTA, por Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília, do jornal Folha de S. Paulo

Documento de diretório nacional omite falhas eleitorais e enfraquece oposição a Bolsonaro

O diretório nacional do PT se reuniu em Brasília um mês depois da derrota eleitoral de Fernando Haddad para Jair Bolsonaro.

No sábado (1º'), divulgou um documento final do encontro. O balanço de oito páginas é recheado de clichês e bravatas capazes de fazer inveja a panfletos de centros acadêmicos.

O partido transfere a responsabilidade por seu fracasso na disputa presidencial ao que chama de "classes dominantes", formadas, segundo o petismo, por políticos, setores da mídia, parte do judiciário, e "algumas forças externas", todos agindo desde o final do segundo turno de 2014, diz a conclusão do diretório.

Em outro trecho, a sigla afirma que, após o impeachment de Dilma Rousseff, a "coalizão golpista não cessou sua caçada judicial contra o PT e o presidente Lula". "Com a condenação e a prisão injustas dele, setores que dirigem o judiciário trabalharam para legitimar a narrativa da extrema direita: o PT apresentado como uma 'organização criminosa'", destaca o comando petista.

O documento diz ainda que a candidatura de Lula foi cassada "ilegalmente" e que foi correta a estratégia de "lutar até o limite" pela manutenção da candidatura do ex-presidente, condenado e preso em Curitiba. "Lula Inocente! Lula Livre!", termina a resolução aprovada no sábado.

Sugestões internas foram dadas para que esse balanço incluísse autocríticas, inclusive sobre a política econômica do segundo governo Dilma Rousseff, considerada nos bastidores por figuras petistas como peça importante do declínio partidário.

Mas, não. No fim, optou-se por ignorar erros, como insistir em uma candidatura que jamais prosperaria, além de não admitir omissões que levaram a uma corrupção desenfreada nos governos do partido.

Legendas se organizam para uma oposição a Bolsonaro e não querem nem ver por perto o PT, que elegeu a maior bancada da Câmara. Uma oposição forte e coesa é imprescindível para o jogo democrático. A arrogância e o diversionismo dos petistas só favorecem o novo governo.
Renato
03/12/2018 10:45
Bom dia,

A sessão da Câmara de amanhã é a penúltima, a eleição da mesa diretora é no dia 18/12. Serão duas longas semanas e tem tudo para se ter surpresa novamente, a gestão do atual presidente tem sido sofrível tanto para os vereadores, servidores e principalmente a comunidade.

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