26/03/2018
Custa-me crer que passados 15 meses da instalação do governo Kleber Edson Wan Dall, PMDB, depois dele ter sido vereador e até presidente da Câmara de Gaspar, de ser candidato duas vezes para o Executivo e se preparando há seis anos para ser prefeito, ou seja, a princípio não seria um neófito, apesar da aparência jovem, venha cometendo sucessivos erros tão primários na comunicação, imagem e estabilidade política para lhe dar a governabilidade mínima.
Aprende-se com os erros, admito, mas principalmente com os dos outros. Erra-se em coisas novas e onde há riscos necessários ou calculados. Entretanto, em coisas primárias, antigas e com ensinamentos como acontece com Kleber? Valha-me Deus!
O que mostra esse quadro repetido e preocupante? Que a equipe que rodeia Kleber não é profissional, é inexperiente, ou sendo, não entrou, definitivamente, no século 21 ou falta para ela foco e liderança. Mostra que se Kleber não está sendo usado (pelos velhos do seu partido e estrategicamente estão operando nas penumbras do seu governo) e traído – como já foi no caso de Silvio Cleffi, PSC, ele está querendo agradar a todos, inclusive ao PT que lhe lançou em diversas armadilhas e das quais Kleber está refém como já demonstrei aqui várias vezes. E assim, Kleber e os seus vão perder o jogo. A oposição, satisfeita, está agradecida.
Então quem embala a má imagem da gestão de Kleber? O óbvio.
Duvidam? Vou trabalhar aqui dois assuntos da semana passada. Outro vou trabalhar na coluna de amanhã, dia de sessão na Câmara, onde está o mais recente calo que o próprio Kleber criou, repito, ele próprio criou, e que retrata bem como ele lida mal com a comunicação, a imagem e a governabilidade.
E quando eu escrevo “ele”, refiro-me não apenas ao prefeito eleito Kleber, mas o seu entorno de poder que inclui o vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP, o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, PMDB, o chefe de gabinete Pedro Inácio Bornhausen, PP, o presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, um braço dissimulado do PT que encurrala Kleber, os que se aninham no velho MDB invisível e antigo complicador de sempre ou no visível no poder com Celso de Oliveira, bem como, até mulher do prefeito, a dona Leila.
UMA NO CRAVO E OUTRA NA FERRADURA
O primeiro exemplo vem de como a prefeitura lida ambiguamente com os servidores municipais. Kleber vinha tentando e até cortou certos penduricalhos, anomalias jurídicas e benefícios políticos criados ao arrepio da lei, tudo sob a complacência de administradores anteriores. Naturalmente, sofreu pressão e desgastes. Deveria ser, penso, o tal risco calculado.
Mas, pela depressão decorrente, presumo que o tal risco não foi colocado na mesa. O revés parece não fazer parte do resultado da gestão de Kleber. E quando ela vem, procuram-se os culpados, recua-se infantilmente e fica nítido a falta de um planto “B”, ou seja, nada foi previsto, planejado, estruturado. Entra-se no modo depressão, da vítima, da perseguição...
Ao mesmo tempo em que levou matérias importantes à votação na Câmara contra os servidores e para “economizar”, como alegou, porque ainda podia fazer isso devido à maioria canina, levou e aprovou uma Reforma Administrativa. Contraditoriamente ao que tirava dos efetivos, ela beneficiou exatamente os comissionados e os cargos de confiança. E para que? Criar despesas de mais de R$600 mil por ano aos cofres do governo. Economia?
Onde?
Então qual a coerência do discurso e da ação? Quem armou isso? Kleber, amigos dele, a arrogância ou o cochilo de todos?
Quer mais dessa ambiguidade com os servidores? Há uma lista. Ela não é pequena.
Na mesma semana que faz um gesto de aproximação e proteção nos direitos dos trabalhadores públicos e contra o Sinstraspug, deixando-o órfão na pretensão de descontar o Imposto Sindical banido pela Reforma Trabalhista de Michel Temer, MDB, Kleber e os seus iluminados, aprontam mais uma contra esses servidores.
Deixaram os servidores fora do ambiente de trabalho, esperando em longas e desumanas filas do recém-criado Posto de Atendimento do Bradesco na prefeitura. Eles estavam em busca de esclarecimentos, direitos e da tal portabilidade. Veja as fotos acima.
Insensatez da comunicação, um desatino para a imagem do governo, do poder de plantão e do prefeito eleito.
Ah, mas isso é problema do Bradesco. Não é! Falo de cadeira, porque já passei por isso na iniciativa privada. E lá era feito de tudo para mitigar os transtornos dos empregados na troca de instituição financeira responsável pela gestão dos pagamentos da folha. O banco está ganhando e épor isso que se interesso pelo serviço, mas a prefeitura recebeu R$1,8 milhão para deixar o banco explorar esse naco de negócio. Então ela é co-responsável por soluções ou no mínimo a fiscalização. E mesmo que não fosse, como é um ente político, caberia proteger a imagem do governo.
O PROBLEMA É DOS OUTROS?
Veja este depoimento, que coincide com as fotos e o de muitos.
“Ontem [ quarta-feira] fui comunicada de que tenho que abrir Conta Corrente no Bradesco se quiser receber meu pagamento quando retornar [está afastada].
Portando meus documentos na data de ontem [quarta-feira], fui a Bradesco. Minha CC já estava aberta e não pude optar pela Conta Salário. Tive que retornar hoje [quinta-feira] pois o sistema caiu ontem e não pude finalizar meu cadastro.
Chegando pela manhã na PMG, a fila demonstrava a ‘eficiência’ da gestão. Não pude finalizar [o cadastro] hoje também, pois depois de esperar por mais de uma hora e meia, sem local para sentar [ aí ela relata o problema de saúde, o que a fez se sentir mal e sair da fila]. Mesmo justificando o meu lugar na fila, os atendentes [Bradesco] não quiseram saber os motivos.
Voltei para casa e amanhã [sexta-feira] vou tentar a fila novamente. Servidores revoltadíssimos e perdendo horas de trabalho para ajustar a ineficiência da atual gestão”.
Resumindo? Como escrevi, este é um depoimento entre tantos. E ninguém na super-secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa, do ainda responsável por ela , o doutor Pereira, ninguém do RH, ninguém da chefia de gabinete ou do entorno do gabinete do prefeito foi capaz de ver o que estava acontecendo? As queixas existiam e só vieram dar aqui, porque no governo – e no Bradesco - todos estavam surdos, cegos e insensíveis.
No final, o ato bom eu foi o de tomar a iniciativa, que não era sua, e proteger os servidores contra o Sindicato contra os descontos do dia de trabalho, caiu tudo por terra. E aí eu pergunto: quem embala a má imagem do governo Kleber se não ele e os que rodeiam? Não é a oposição, percebo. Ela está apenas usufruindo de gente, que até pode ter boas intenções, mas é tonta e não liga um ponto a outro dentro do governo Kleber. Ele parece até que dorme com inimigos. Com incompetentes e traíras, está claro e faz tempo.
UM BOLO DE R$6 MIL
Há duas semanas, um leitor, movido por uma publicação no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet, um leitor da coluna, informou na área de comentários deste espaço na internet, que sem licitação, Gaspar estava comprando um bolo por R$6 mil para o aniversário dos 84 anos.
A informação pegou. Circulou na concorrência e nas redes sociais. E por que? Instada a se explicar, a prefeitura de Gaspar por meio da sua superintendência de Comunicação, feita apenas para produzir press releases e publicar fotos de papelinhos. Ficou calada. Foram duas semanas em silêncio.
Depois do estrago feito, e requerida pela segunda-vez, a área de comunicação se explicou. O bolo, supostamente, teria 300 quilos, o que daria em média R$20 reais por quilo e que a “tomada” de preços, envolveu três fornecedores, pois assim é permitido pela lei das licitações em vigor.
Um bolo comum, com cobertura simples, nas padarias sai menos de R$20 o quilo. Numa quantidade assim, é de pressupor, que seria ainda mais barato.Mas, este não é exatamente o caso que quero abordar e é tema desse artigo.
Primeiro, qual a razão da superintendência de comunicação e deixar se criar fantasias na cidade? Querem derrubar o prefeito ou ferir a sua imagem? Ou tinha algo a esconder que precisou de tanto tempo para ser limpo?
Segundo, sei que não há almoço grátis. Mas, não havia ninguém na iniciativa privada disposto a patrocinar esse bolo? Vamos a um exemplo prático e simples: a própria Havan que se instalava no sábado em Gaspar, nos custos de promoção de tal, R$6 mil seria “peanuts” e teria um ar de aproximação com a cidade já participando num evento popular de aniversário da cidade.
Isso mostra como mal funciona a favor a cidade e dos cidadãos a tal secretaria de Desenvolvimento Econômico, Renda e Turismo.
Terceiro, por que, para complicar e aumentar o imaginário popular, cancelou-se o tal bolo de R$6 mil? Como se vê, como naquela canção do “bêbado e o equilibrista”, o governo Kleber e seus luas pretas, tropeçam nas próprias pernas, mesmo querendo dar o passo certo. Incrível! E aí eu pergunto: é preciso oposição com gente assim tão tonta, ou despreparada ou esperta demais? Acorda, Gaspar!
O ex-prefeito por três mandatos em Gaspar, Pedro Celso Zuchi, PT, pendurado numa teta de assessor do deputado Federal, Décio Neri de Lima, presidente estadual do partido, com um ônibus alugado, rumou no sábado à Florianópolis.
Ele e sua turma foram ovacionar o ex-presidente e hoje réu na Lava Jato, Luiz Inácio Lula da Silva. Lula fez um discurso de candidato, confiante que os ministros do Supremo Tribunal Federal, a maioria indicada por ele e a companheira, Dilma Vana Rousseff, vai lhe dar na semana que vem a condição de não ser preso, mesmo condenado. Com alguma sorte e manobra jurídica, Lula espera também mandar para o lixo, a lei que o torna um Ficha Suja e hoje o impede de ser candidato a presidente como ele e os seus querem e manobram com caríssimos advogados.
As leis que tentam enquadrar e punir Lula e seus sócios na corrupção que infestou o país, só serviam para os adversários até então. Se continuarem a valer, só terão valor e uso para os pequenos. Todos políticos pagos com os nossos pesados impostos.
Os petistas e amigos dos petistas que foram lá em Florianópolis só puderam fazer a claque com assombrosa proteção da polícia militar, a quem, injustamente, combatem quando no poder, e com os brucutus seguranças contratados pelo próprio PT para o serviço de proteção e espancamento.
Os petistas, como nunca antes neste país, sentiram o bafo de quem não estão mais sozinhos nesta disputa da intimidação. Degradação comportamental. Afinal, quem “semeia ventos, colhe tempestades”.
Infelizmente, repito, infelizmente, os adversários estão usando as mesmas “armas” de diálogo dos petistas que intimidam e constrangem quem pensa diferente deles. Perigoso! Involução.
Mas, esta é a linguagem que conhecem que criaram e sobreviveram, por enquanto. Foi assim também em Chapecó onde a disputa foi mais acirrada e até irritou o presidente, tanto sem sangue de barata, dispensou o tal Lula paz e amor no discurso que fez, desancou os adversários nos métodos que usaram para fazê-lo ouvir as palavras de ordem e até sentir, os objetos atirados.
Repito: uma pena! Nada a comemorar, mas retrata que o mal que o PT plantou com o governo que quebrou o país, a dimensão da corrupção da corrupção que surrupiou bilhões dos nossos impostos para partidos, empreiteiros, empresas amigas e poucos políticos amigos do rei Lula e a rainha Dilma.
Tinha sido assim no Rio Grande do Sul onde até em Passo Fundo não pode entrar. E ameaça ser assim hoje no Paraná.
Foi assim na passagem da caravana por São Miguel do Oeste onde sobrou pedras e ovos contra caravana. As imagens das redes sociais, de ambas as versões, não deixam nenhuma dúvida disso. Palanque com guarda-chuvas não para se proteger da chuva em noite de lua, mas dos ovos, tão caros e com outro sentido nesta época de Páscoa.
Pela terceira vez, repito: uma pena! Essa é uma guerra que não vai dar em nada, mas esta é a linguagem intimidatória criada pela esquerda do atraso em qualquer lugar do mundo. Ninguém aguenta mais esta forçação de barra para desmoralizar a Justiça que só serve para os comuns, os pagadores de impostos, os ladrões de ovos, os pretos, putas e pobres, sem advogados, onde os condenados, ignorados pelo estado, entidades de direitos humanos e a OAB, mal passam da primeira instância por falta de assistência judiciária. Apodrecem no cárcere. Wake up, Brazil!
Esta onda de repúdio que se criou contra o PT, a esquerda do atraso, os petistas, os ditos movimentos sociais políticos da esquerda, Lula, Dilma e outros figurões deste mundo todo particular, é contra os modos de mentir, enganar, apoderar-se, fazer sofrer, destruir, chantagear, constranger e se vingar. Há um esgotamento.
Onde isso vai dar, é outro perigo que poderá custar ainda mais caro à sociedade. E se o PT não entender, ele ficará mais marginal do que já está e dependerá dos demais marginais, analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos da seita para ser e continuar poder num ambiente só possível de prosperar quando se assemelhará à Venezuela. Só eles acreditam num utópico, mas fake, e que, cada vez mais, só existe no imaginário dessa gente, cada vez mais distante da realidade dura de recuperação da economia destruída, dos milhões de empregos e oportunidades perdidas, bem como e dos bilhões roubados e provados pela Lava Jato, mas que foram minimizados e acobertados no Mensalão.
OS GASPARENSES, ILHOTENSES E VIZINHOS
Nas fotos da caravana de Gaspar, Ilhota e adjacências, dois momentos de êxtase.
Na foto de beira de estrada feita para a “posteridade histórica” diante do ônibus, fica claro que faltaram algumas figuras de proa do PT daqui. Os mortadelas de sempre, raízes, embalaram a caravana. Os demais rumaram em outro conforto, ou sumiram pelo caminho.
Na outra foto, a mais emblemática desse périplo de campanha e demonstração fidelidade, o cunhado do ex-prefeito, seu ex-líder na Câmara, que com toda a máquina petista envolvida para salvá-lo, não conseguiu se reeleger, Antônio Carlos Dalsochio, entrega a camisa 13 do time do Avaí, de Florianópolis, para Lula.
Os pernas-de-paus sempre se conhecem.... Desta vez não houve selfies, mas ninguém está livre de processo entupindo a Justiça com picuinhas por usar fotos suas que se tornaram públicas.
Reflexões necessárias em torno desse tema. Qual é mesmo o time de futebol mais tradicional e popular de Gaspar? Tupi, o índio, ou o Avaí da Capital? O Tupi não permitiu o uso político da sua imagem? Ainda bem! O Avaí, por outro lado, autorizou os gasparenses fazerem média pelos manezinhos de lá que não tiveram coragem de se expor? O PT diz que é afeito com as coisas do povo. O resto rotulam como sendo da elite, para marcar e discriminar propositadamente, para assim obter votos fáceis dos analfabetos, ignorantes e desinformados, a sua massa preferida de eleitores.
Então perguntar não ofende: em Florianópolis qual é o time do povão, da massa? O Avaí ou o Figueirense? Essa gente vive em contradição pura, e reclama quando é pega nela. Acorda, Gaspar!
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