25/09/2019
O prefeito eleito Kleber (à esquerda), orientado pelo prefeito de fato Carlos Roberto Pereira (ao centro) e que se coloca como nome alternativo do MDB que preside para a corrida eleitoral do ano que vem, culpa uma “oposição” fictícia por suas dificuldades na entrega daquilo que prometeu nos discursos e campanha. A “oposição” é praticamente um vereador, o Cícero (à direita) do PSD, cujo partido Kleber e o MDB “namoram” para não tê-lo como adversário.
A entrevista aconteceu na quinta-feira da semana passada à Rádio 89 FM. Era o programa comandado pelo proprietário da emissora, Joel Reinert, e pelo repórter Paulo Flores. O desabafo aconteceu quando se debatia à razão pela qual o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, prometeu em 2017 asfaltar parte da Rua Vidal Flávio Dias, no Belchior Baixo, Distrito do Belchior, em parceria com empreendedores e investidores de lá, Mas, está enrolando o pessoal até agora.
Vamos por partes.
Segundo Kleber, a administração dele está fazendo obras com um selo de qualidade “bastante alto”.
Para tudo, que quero desembarcar. Selo de qualidade superior nas obras de Kleber? Só se for para padrões africanos do século passado. Primeiro, falta transparência em quase tudo, seja por jogo, implicância ou teimosia. Segundo, é só pegar um exemplo entre tantos: a drenagem e a re-pavimentação da Rua Frei Solano, no Gasparinho, e que no fundo é o pivô exposto – até porque há muitos outros de bastidores - dos desgastes de Kleber e seus planos de reeleição.
Não há projeto da obra conhecido até hoje. O vereador da oposição, Dionísio Luiz Bertoldi, PT, está esperando-o. Apareceu lá na Câmara e numa exposição armada com claque plantada um desenho e sem assinatura técnica responsável.
E foi na Frei Solano que se viu o prefeito fazendo vídeo e fotos para a propaganda política – onde ele era o repórter de si próprio. Estava sem EPI – Equipamentos de Proteção Individual – avalizando outras barbaridades medievais, como operários da empreiteira que contratou sem capacete, sem camisa, sem sapatos, sem cintos, assentando tubos.
Gente decente, responsável e cumpridora da lei, mandaria parar tudo até se regularizar.
Foi na Frei Solano que se testemunhou as caixas de passagens fakes. Ao invés de serem de concreto como manda a norma e a contratação, eram de tijolos impróprios para isso. Tudo documentado. Foi na Frei Solano que se constatou que os tubos não eram assentados em berços e sim numa gambiarra sobre a terra.
É isso que Kleber disse que é o padrão de qualidade “bastante alto” da administração dele? Nem Joel, nem Paulo se lembraram de questioná-lo sobre isso e tantas outras. E o discurso para analfabetos, ignorantes e desinformados então continuou.
NA TEORIA KLEBER ESTÁ CERTO. NA PRÁTICA, OS QUE ASSESSORAM CONSPIRAM CONTRA ELE
Kleber está certo, todavia, quando diz que uma obra de infraestrutura em Gaspar como a pavimentação de uma rua – e como devia ser em qualquer lugar decente – começa pela drenagem pluvial. Se ele possui essa consciência e discurso – até porque irmãos engenheiros -, então para tudo, que eu quero desembarcar de novo.
A realidade mostra que ele não sabe o que está dizendo e fazendo, ou a sua equipe, pela qual é o único responsável pois foi ele quem a escolheu e dá aval até o momento para ela, está esculhambando com a imagem política dele como um gestor exemplar e que Kleber tenta vender à cidade e seus eleitores. Não é à toa que gente técnica possui vida curta no governo de Kleber; é desmoralizado e sai daqui antes de ser enterrado vivo. E a lista é longa para quem não completou três anos. Nem mais, nem menos.
Voltemos ao caso da Rua Frei Solano. Ali o objetivo era a drenagem, não a pavimentação da rua e que virou uma consequência. Então, sabia-se que com aquela buraqueira, no mínimo, seria preciso recompor o pavimento da rua.
Kleber decidiu, e mais uma vez pelo certo: retirar os paralelepípedos.
Entretanto, erradamente jogou o patrimônio público fora. Enrolou-se no reaproveitamento do material. Só anunciou isso, depois que houve o questionamento da dita “oposição” na Câmara sobre este procedimento bárbaro e exposição este assunto aqui. Os paralelepípedos se amontoavam, enterravam-se e se jogavam fora depois de arrancados da Frei Solano. Afinal, eles custaram muito dinheiro dos pesados impostos dos gasparenses em outras administrações.
Numa administração feita de jovens, que diziam na campanha eleitoral ser os ventos da mudança, precisava dar chances para a “oposição” crescer e este tipo de fato virar um escândalo por aqui? Quem é o culpado? A “oposição”, a coluna ou a administração que não enxergou e fez o óbvio?
SE HÁ, O PLANEJAMENTO DO GOVERNO KLEBER É ALGO PRIMÁRIO, TEMERÁRIO E FALHO
Noves fora, volto à incoerência do governo Kleber entre o discurso, a entrevista e à prática.
O que aconteceu? O padrão de qualidade “bastante alto” de Kleber até esta semana não conseguiu repavimentar a Rua Frei Solano. São oito meses de sacrifícios ao povo e comerciantes do Gasparinho. Na semana passada estavam todos atolados em lama. Esta semana, enquanto Kleber fazia festa para anunciar um quilômetro do tal Anel de Contorno Viário, particulares já entregaram ao uso ou estão fazendo muito mais do mesmo Anel.
E por que não se repavimentou a Frei Solano? Simples: não houve planejamento. Só depois de meses de terminada a implantação da polêmica drenagem e feita de dúvidas, é que a prefeitura foi licitar às obras de asfaltamento e reurbanização da Rua.
Pior: no discurso, nas entrevistas e na alimentação dos doentes – ou gente dependente de boquinhas - da internet, culpava à dita “oposição” pelo atraso. Mais uma vez o governo de Kleber foi desmascarado pela realidade e documentos, inclusive aqui. É o não coisa de doido? Afinal, quem é o pai desta “oposição” terrível, senão o próprio atual governo de Gaspar?
Quão doida é a incoerência do discurso do prefeito Kleber e os que não fazem perguntas necessárias. Nada é confrontado para que Kleber possa dar explicações e se enrolar ainda mais nelas. Se ele acerta quando diz que nenhuma obra infraestrutura em Gaspar começa sem ser pela drenagem, o que falar das obras de reurbanização da Rua Itajaí que tiveram que parar, esperar a licitação da drenagem, que deveria, pela normalidade das coisas, da consciência e do discurso do prefeito? Perceberam?
Então é fácil concluir: a verdadeira “oposição” está dentro do governo Kleber que demonstra não ser um gestor, mas um político com popularidade no passado para derrotar o que não se queria mais ver por aqui. Até nisso, o aprendizado é zero.
Novamente, neste caso da Rua Itajaí, como em outros, faltou planejamento e sobraram incapacidade para a articulação administrativa e espertezas.
Pelo jeito, falta também liderança no processo. Além do que está evidente que não se falam entre si as secretarias de Planejamento Territorial, a de Obras e Serviços Urbanos e a da Fazenda e Gestão Administrativa de onde saem as licitações, sob a supervisão do Procuradoria Geral do município com uma dezena de advogados e que viu o Tribunal de Contas barrar a criatividade, ou a malandragem, ou a desatenção contra a lei expressa.
O QUE KLEBER TENTA É DAR UM DESFECHO DIFERENTE QUE TEVE OS GOVERNOS ANTERIORES DO MDB GASPARENSE
Resumindo: o governo Kleber não funciona naquilo que prometeu, no discurso que faz, na auto-reportagem que ele patrocina nas redes sociais. Perdido, agora ele culpa uma tal “oposição” por prejudicá-lo. Bobagem.
Se Kleber não cuidar, vai passar a impressão que está reconhecendo à competência e à vantagem a quem está em clara desvantagem na Câmara: a tal “oposição”. A dita minoritária – mas que se tornou algo temível de uma hora para outra no discurso - “oposição” o prefeito eleito não a específica direito quem é. E por que? Porque ele, verdadeiramente não quer alimentá-la e confrontá-la. Kleber, em meio as queixas, está atrás de composições e assim sonha eliminá-la como oposição
É, mais uma vez, um discurso político de quem está em desespero ou está fazendo está desgastando o adversário para compra-lo por bagatela mais adiante.
Como pode um esquema de poder político que se montou para governar Gaspar por, no mínimo 16 anos, em menos de três anos já estar acuado por uma tal “oposição” que “aparentemente” não possui votos para barrar nada na Câmara?
A única vez que dita “oposição” ficou em maioria, foi quando a arrogância e à falta de diálogo para compor, pedir e garantir votos fez da sua cria política e “irmão de fé”, o médico e funcionário público municipal, Silvio Cleffi, PSC, seu adversário e presidente da Câmara, num tombo sem precedentes aos arquitetos políticos de Kleber.
De verdade? O MDB está repetindo erros de quando esteve no poder depois de fazer concessões e suar muito a camisa para chegar ao poder com Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, e Adilson Luiz Schmitt. O pesadelo de Kleber neste momento é para contrariar o mesmo desfecho.
NA ENTREVISTA, PELO MENOS QUATRO PONTOS ESTÃO INCONSISTENTES
Quando Kleber culpa a “oposição” pelo atraso e possível não realização do asfaltamento da Rua Flávio Dias que prometeu em 2017 à população de lá e aos empreendedores que se instalaram na região, ele mente ou dissimula pelo menos quatro vezes.
Primeiro, não devia ter prometido o que não tinha condições para cumprir. Um gestor qualificado e comprometido com objetivos seria transparente com às dificuldades e ao mesmo tempo, focaria na superação do problema para ganhar ainda mais admiração na capacidade resolutiva. Este é o verdadeiro valor de um gestor sob pressão, crise e erro.
Segundo, deveria urgentemente esclarecer quem é esta tal “oposição” que tanto atrapalha seu governo e a cidade sob pena de ficar desacreditado e ainda mais mal avaliado? O PT, o PSD ou o PSC na Câmara? Porque o PDT nas armações políticas ilimitadas e permitidas no jogo de poder, Kleber já o colocou no seu saco e faz parte do seu governo, como aconteceu com menos trauma para o PSDB.
O PSC está na base do governo. Quem não está no PSC do governo e de bico fechado é Sílvio Cleffi. Sobre ele, já expliquei à razão em parágrafo anterior e em várias outras oportunidades desde que ele se tornou presidente da Câmara naquela sessão de meados de dezembro de 2017. Nela, o governo e a família de Kleber foram assisti-la com o objetivo de comemorar a vitória de Franciele Daiane Back, PSDB; um vexame, que agora querem eliminar com o voto aberto para a eleição da mesa da Câmara.
Ou a “oposição” é o PSD, de Cícero Giovane Amaro, o vereador, funcionário público municipal do Samae? Ele é o autor da denúncia ao Tribunal de Contas que motivou a entrevista de Kleber na 89 FM. Cícero pediu apenas que a lei fosse cumprida. E o TCE a acatou. Ou Kleber acha que o TCE é também parte do complô oposicionista contra o seu governo? Pode até ser, para quem se diz de corpo fechado, não deixa de ser algo fora do combinado...
Volto e preste bem à atenção no jogo que Kleber e o MDB escondem em suas lamúrias para encontrar culpados para a falta de entrega nas promessas que fez.
E por que Kleber esconde que é o PSD que supostamente o está atrapalhando na criatividade do seu governo contra a legislação? Simples: para confundir os eleitores e os gasparenses. É que o PT, todo manchado nacionalmente, diante de tantas bobagens e ladroeiras que cometeu com os presidentes Luiz Inácio da Silva e Dilma Vanna Rousseff, incrivelmente está crescendo aqui com Pedro Celso Zuchi, prefeito três vezes.
É Zuchi e não o PT, se for novamente às urnas, que pode – por enquanto - tirar Kleber da cadeira de prefeito. Mas, é o PT que pode enfraquecer Zuchi e dar chance a uma terceira via. O jogo de Kleber é evitar a terceira via, por isso vem anulando os demais partidos que possam fazer esse papel.
A primeira jogada do MDB de KLeber para enfraquecer Zuchi foi quando fechou com o ex-parceiro de Zuchi e que articulava a oposição na Câmara, Roberto Procópio de Souza, PDT. E por que? Porque Zuchi tinha intenções de pousar no PDT. Procópio traiu o velho aliado, os sustentaram o discurso dele de oposição na Câmara e se bandeou com o nanico ao governo de Kleber.
Então é jogo. Jogo que o próprio Kleber pelos seus erros permitiu. E agora, dá dribles nos analfabetos, ignorantes e desinformados para esconder as jogadas do treino secreto. E por que?
É que para barrar o Zuchi, Kleber também quer o PSD de Marcelo de Souza Brick. Faz tempo que Brick colocou o passe de vice à venda. Brick – que andou com um pé no DEM e no Podemos, apenas para se valorizar dentro do PSD. Agora negocia o passe do seu PSD com Kleber, com PSL e até com o PT, afinal, na eleição que concorreu com Zuchi, teve como câmara o pessoal do PCdoB que Zuchi plantou na sua coligação.
Então Kleber fica nesse nhemnhemnhém. Culpa a dita “oposição”, mas não especifica quem. E por que? Porque para salvar a sua reeleição e nela o PSD de Cícero pode ser a tábua da salvação. Ao mesmo tempo que teria os supostos votos de Brick ganharia o silêncio de Cícero. Entenderam?
Terceiro. Kleber mente – até porque é formado em Direito, foi vereador e presidente da Câmara - quando diz que é uma denúncia vazia e imprópria. Se fosse assim, até poderia ser acatada liminarmente como foi no Tribunal de Contas. Mas, ela já passou dessa fase e faz tempo. O relator Herneus de Nadal, que já foi deputado pelo mesmo MDB de Kleber, finalizou o seu relatório e concluiu que Cícero está com a razão. Então trancou a jogada de Kleber, do prefeito de fato e outros iluminados.
Agora, este assunto vai a julgamento do plenário.
Então e só por isso, no mínimo, a denúncia de Cícero não é tão absurda ou infundada como insiste Kleber, o único que está se desgastando neste assunto e nessa desculpa esfarrapada. Tanto que o prefeito de fato, que é advogado também, e por onde passam esses negócios de licitações, a secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, está bem quietinho, assim como a Procuradoria Geral que validou tudo isso.
E para desmentir Kleber, ele próprio já está procedendo as licitações mais urgentes de drenagens tudo como manda a lei para esses casos. E por que? Para não atrasar as obras para as quais ainda dispõe de dinheiro.
Resumindo: o prefeito Kleber está verdadeiramente desconfiado que no julgamento em plenário, o Tribunal – que é conhecido pelas influências políticas - vai seguir o relator e dar razão ao Cícero. Dar uma vitória a Kleber seria criar uma jurisprudência que não existe ainda no TCE catarinense. É tudo que querem os outros prefeitos de cidades bem maiores que Gaspar. Uma pressão que pode dar certo a favor de Gaspar.
Quarto. Na mesma entrevista Kleber diz que aceita às críticas, mas diz que essas ações têm como único objetivo atrasar o desenvolvimento de Gaspar. Também não é verdade. Kleber e os seus têm sido intolerantes às críticas e armam vinganças – de todos os tipos - para quem aponta os seus erros, quem os que fiscaliza ou contraria seus interesses políticos ou de resultados.
E o que Cícero fez? Foi, no fundo, até um favor a Kleber. Ora se a liminar e os argumentos do relator no TCE persistirem ao final do julgamento em plenário, Kleber teria sido salvo por Cícero de um questionamento de improbidade no futuro, em coisa criada ou permitida por seus próprios assessores.
NA VERDADE, KLEBER QUERIA DRIBLAR À FALTA DE DINHEIRO NO ORÇAMENTO PARA AS OBRAS
O que queria Kleber ao mudar o tipo de licitação e criar todo esse auê onde está encalacrado? Fazer uma licitação por pregão.
Contrataria, dessa forma, tubos e mão-de-obra para assentá-los na mesma prática operacional combinada que foi feita na Rua Frei Solano. Lá esse modelo operacional se mostrou desastroso, fora de controle na fiscalização. O que quer Cícero? Licitação por concorrência e por obra. É o que pede a Lei de Licitações.
Pela intenção de Kleber, faz-se um pregão e o vencedor neste modelo se enquadra na Ata de Registro de Preços. Quem a vence fornece a hora que for requisitado pela prefeitura, o material e a mão-de-obra à medida que for precisando em cada obra podendo-se naquele edital barrado, abrir-se até cinco frentes de trabalho para isso, estando ou não em projetos ou no elenco de prioridades. Os preços – a priori - são os que estão na Ata.
Já na modalidade de concorrência, além de especificar a obra, a prefeitura precisa ter dinheiro rubricado no Orçamento para permitir à contratação, empenho e o pagamento com o vencedor da licitação. E este é o verdadeiro problema que Kleber esconde. Então – para a claque, os puxa-sacos, os que dependem do cabide público de empregos para si e os seus, os analfabetos, ignorantes e desinformados, Kleber prefere culpar uma fictícia “oposição”, sem distinguir que a “oposição”, neste caso o vereador e funcionário público municipal, Cícero, quer as coisas claras e dentro do que diz a lei.
Veja o que aconteceu há duas semanas. Prevendo que o vereador Wilson Luiz Lenfers, PSD, que está na “oposição”, mas não é um oposicionista de carteirinha, entraria com um requerimento na terça-feira passada para pedir explicações sobre a não pavimentação até agora da Rua Leonardo Pedro Schmitt prometida com recursos do BRDE e em financiamento aprovado pelos vereadores, Kleber se antecipou em unusual resposta via a imprensa.
Para o prefeito existe um limite 16% de endividamento anual sobre a receita do município na tomada de determinados financiamentos. E neste ano, o limite já foi para o espaço. Por isso, voltou a reprometer a obra da Leonardo Pedro Schmitt para o ano que vem, ano de eleições.
Ou seja, desta vez, Kleber não culpou a tal “oposição” por não poder fazer a obra prometida no Poço Grande. Mostrou que a prefeitura é que se embananou. Como a drenagem para o asfaltamento da Vidal Flávio Dias também será feita com financiamento da Caixa Econômica, é o tal limite do endividamento que verdadeiramente impede à tomada de recursos para a execução daquela obra.
Tudo desculpas convenientes e a culpa sempre sendo transferida para outros. Mais, uma vez faltou planejamento. A falta dele, permitiu o estouro do endividamento para a contratação de empréstimos com cláusulas específicas.
“EU NEM SEI SE VOU SER CANDIDATO!” [À REELEIÇÃO]
“Quero deixar bem claro aqui que [ser] oposição é legítimo, natural, importante e democrático. A crítica, inclusive, quando construtiva, é super-bem-vinda”, disse Kleber ao justificar que precisa, no entender dele, um limite da atuação do que ele chama de “oposição” na Câmara de Vereadores. “Politicamente quer falar mal de mim, pode falar. Não tem problema nenhum”.
E foi mais além: “quer falar mal do vice-prefeito, dos secretários, do meu partido, não tem problema nenhum”, acentuou para dizer que o que os vereadores da dita “oposição” estão fazendo é o de colocar em risco a comunidade gasparense. Kleber acha que é um jogo político e que que este suposto “jogo” está causando transtornos ao seu governo e à população.
O que demonstra isto tudo?
Primeiro que Kleber muito tardiamente reconhece que há uma “oposição”. O que ela está fazendo na verdade, não é bem atrapalhando a cidade, mas seus planos de reeleição, como bem demonstram as pesquisas de trabalho do partido dele e as da dita “oposição”.
Segundo: a crítica nunca foi bem-vinda como ele diz. Ao contrário, gerou vinganças e abundam exemplos que plantadas por ele e o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira. Essas escolhas estão gerando frutos amargos e podem ter consequência desastrosas em outubro do ano que vem.
Terceiro, está claro que Kleber é refém de uma equipe tecnicamente fraca e que retira a qualidade do que entrega, quando entrega. Então não há o tal selo de qualidade “bastante alto”. É outro sinal de auto-engano.
Kleber, numa das raras oportunidades públicas e contrariando às orientações de seus fiadores políticos, reconheceu que vem recebendo críticas da comunidade, ou seja, não só da suposta “oposição”. E qual a causa delas? Por conta do que prometeu e não está conseguindo entregar, por que não se tratou até aqui da verdadeira mudança na gestão e porque colocou em primeiro lugar apenas obras, e não as pessoas.
“Fui eleito para trabalhar e não fazer política. Meu compromisso é com a população de Gaspar”, disse Kleber ao reclamar que este processo de licitação questionado no Tribunal de Contas é feito desde 2009 em Gaspar e só agora, na versão dele, foi barrado.
Mas não é bem assim. Este processo continua valendo e o próprio Kleber o usa, mas não para este tipo de fornecimento de material com serviço casado para obras técnicas e sem especificá-las.
Apesar da reclamação, o que mais faz Kleber hoje em dia é política, basta ir às suas redes sociais, olhar às suas entrevistas, ver os “press releases”. Basta ver como mudou a área de a emprego, exatamente para que eles não criassem asas, pois na eleição de Kleber em 2016 foram oposição a ele.
A sua comunicação é toda voltada visando à sua reeleição. Entretanto, ela é baseada num erro visível: as obras e elas estão capengas. Preferiu os amigos, os correligionários, a parentalha. Daí a razão da choradeira e que pode ser tarde.
“A oposição ficou 12 anos no poder. Eu estou há dois anos e pouco. Deixa eu terminar o meu mandato. Deixa eu trabalhar. A eleição é só no ano que vem”, inflamou no discurso meramente político para então desabafar: “eu não sei se eu vou ser candidato” para então apelar à separação da política partidária eleitoral, da administração do município que ele toca. Mas, como separar se um é a alavanca do outro? Se no fundo, a reeleição é uma avaliação do gestor público de plantão?
KLEBER ATIRA EM UM PARA ACERTAR OUTRO
Vamos por partes, outra vez. Quem governou Gaspar por 12 anos foi o PT ou Pedro Celso Zuchi, mas quem interpelou o Tribunal de Contas contra Kleber foi um vereador do PSD. Está claro que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Ou seja, mais uma vez, Kleber está fazendo política, pois na verdade ele ao tentar misturar todos numa tal “oposição” que governou por 12 anos, está atirando em Zuchi, o adversário dele das pesquisas.
O único questionamento do PT como bancada contra Kleber e levado ao Ministério Público Estadual foi o não cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta para a implantação do projeto de coleta e tratamento de esgotos em Gaspar. E isso, o deixa incomodado. Kleber fez opções e elegeu prioridades que as deixam exposto a questionamentos. Dão palanques fáceis aos adversários. Ainda mais num ambiente de conscientização cada vez maior da sociedade sobre este assunto.
Tanto que na sexta-feira passada, foi correndo a José Boiteaux com o projeto do esgoto de Gaspar e lá encontrar o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Henrique Rigodanzo Canuto para pedir ajuda. É que ele sabe que a coisa começou a feder...
Mas, voltemos ao exercício de quem está fazendo política: Kleber ou a oposição? Ambos. E quem está provocando é Kleber. E como essa tal “oposição” não tem nada a perder, está atirando nas feridas expostas da administração de Kleber. E faz isso para se posicionar perante os eleitores ou para tirar alguma vantagem na aproximação para ficar na chapa à reeleição. E Kleber está acusando a dor. Nada mais.
E cutucar a ferida do adversário, o candidato Kleber e por duas vezes seguida, fez o mesmo do que reclama agora que estão fazendo contra ele. E que diz que esse processo é contra os gasparenses. Kleber foi oposição e candidato por ela com os mesmos métodos e não pensava assim.
Ao chegar no extremo de dizer que não sabe se será candidato no ano que vem é porque a coisa está feia para o lado dele: as pesquisas que ele lê o incomodam mais que qualquer crítica. Pesquisa são percepções e a população não está percebendo o que Kleber está fazendo segundo os seus discursos.
Isso sem contar que dentro do próprio MDB, há uma sombra: a do populista Ciro André Quintino, presidente da Câmara. Isso, o perturba, aliado ao jogo do prefeito de fato que espera uma brecha para ter chances antecipadas. Isto também não deixa Kleber dormir direito.
Resumindo e encerrando: Kleber e Carlos Roberto Pereira, presidente do MDB de Gaspar, bem como José Hilário Melato, PP, a outra parte ativa da coligação no poder de plantão, estão colhendo o que plantaram.
Ao dizer que não sabe se ele será candidato, Kleber quer ser a vítima, tirar o foco das cobranças contra o governo e impedir que se explique a razão do não cumprimento das promessas. Quer colocar a culpa daquilo que não está funcionando na dita “oposição”. E ela cresce por culpa exclusiva Kleber e dos seus luas-pretas. Acorda, Gaspar!
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