30/08/2018
SAMAE INUNDADO I
Há duas sextas-feiras, aqui neste espaço da edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo e líder em circulação e credibilidade em Gaspar e Ilhota, contrariei – mais uma vez - o silêncio da imprensa daqui sobre o assunto, bem como, à disposição do próprio presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP. Mostrei como o governo Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, quer usar o que ele diz ser “sobras” de receitas das caras taxas daquela autarquia municipal, as quais vêm basicamente da água tratada que fornece aos gasparenses. Tudo para gastá-las na abertura e limpeza de valas na drenagem urbana e rural. De lá para cá, diante da clareza dos fatos e que estão no Projeto de Lei Complementar 03/2018 enviado à Câmara -, bem como ao inconformismo da maioria oposicionista na Câmara, Melato está se queixando e achando que esta coluna foi longe demais no esclarecimento à população deste fato. Transparência, diálogo e debates? Zero! Normal como se viu esta semana com o próprio prefeito orientando e obrigando seus comissionados pagos com os impostos dos gasparenses, desmoralizarem nas redes sociais que eles falsificam, ou contra os que possuem opiniões que não sejam as deles.
SAMAE INUNDADO II
A revolta – não do circo do prefeito, mas de empurrar a conta- foi grande não só entre os que entendem da matéria. O prefeito e os seus çabios (é com ç mesmo) sabem que se está transferindo para o Samae obrigações para fazer e pagá-las, mas que já estavam rubricadas no Orçamento da secretaria de Obras e até mesmo da Agricultura, sem a devida transferência de recursos. A indignação desta jogada foi acusada pelos próprios funcionários da autarquia. “Esta experiência já tivemos e quase faliram o Samae”, registrou em tom de revolta o vereador Rui Carlos Deschamps, PT, aposentado como diretor do órgão e ex-superintendente do Distrito do Belchior. Ele se referia ao tempo da experiência semelhante, quando o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, MDB, trocou o nome do Samae por Samusa com a mesma intenção e ação. O Samae devia cuidar da água e esta é a sua principal atividade econômica; a do lixo, outra atividade vital e sempre embrulhada com os órgãos de fiscalização com sucessivos aditamentos e montagem de empresas de recolha de lixo; o esgoto – que se enrola e nada vai adiante não havendo receita alguma mas possui estrutura operacional cara, e até mesmo da drenagem, que agora se tenta incluí-la nas obrigações do Samae. Entretanto, esta atividade da drenagem não possui sustentabilidade econômica. Toma dinheiro e prejudica as outras. Ou se vai cobrar a mais dos gasparenses na água e no lixo para tapar o buraco que está se criando na drenagem? Esta é a questão que se esconde e ninguém quer debater.
SAMAE INUNDADO III
Enquanto isso, a verba para a drenagem que está separada para a execução desse tipo de serviço no Orçamento da secretaria de Obras e da Agricultura, no caixa da prefeitura será usada para outras ações, todas legalizadas, já que essas “transferências” passam nos tais remanejamentos de dotações orçamentárias. Elas ganham aprovação quase que automática na Câmara. Basta ouvir os relatórios simplistas e as aprovações vapt-vupt dos vereadores inclusive os da oposição. Todas sem questionamentos técnicos. Nada sobre a razão desses remanejamentos nos tais superavits. “Se ele [Melato] acha que tem dinheiro sobrando, eu sei onde deve aplicá-los”, advertiu enfaticamente o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, autor do requerimento 137. Deste assunto ele deve conhecer um pouco. Seu irmão, Lovídio Carlos Bertoldi foi por seis anos presidente do Samae – que era Samusa, nome que ele mudou. Depois Lovidio terminou os seus dias na secretaria de Obras na alavancagem para ser o candidato perdedor do PT nas últimas eleições municipais.
SAMAE INUNDADO IV
O requerimento do Dionísio quer saber do prefeito Kleber e tem 45 dias para ser respondido – isso quando ele não se enrola, qual o “planejamento e cronograma da extensão da rede de água na duplicação da BR 470? Quais trabalhos já foram realizados para evitar a falta de água nas futuras instalações ao longo da BR 470? Quais são as medidas que estão sendo tomadas para combater a falta de água no Bairro Lagoa? E nos outros bairros do município? Cronograma e documento que comprove a manutenção das bombas de bombeamento de água dos bairros e de captação? Qual o valor que a instituição SAMAE disponibiliza em caixa, atualmente? Há projeto pronto ou execução de projeto para ampliação/instalação da rede de água para os Bairros Alto Gasparinho, Arraial e Gaspar Alto? Se a resposta for positiva, qual a previsão para o início das obras?” Como fica claro pelas perguntas óbvias, não há sobra de R$9 milhões como o político Melato alardeia por aí. Ele simplesmente deixou de fazer o que era obrigação dele fazer. Economia ou obras essenciais contra a população para montar um falso caixa na autarquia. Agora, de forma experta, Melato quer usar essa “sobra” desviando-a da finalidade do próprio Samae. Nem mais, nem menos.
SAMAE INUNDADO V
Exemplos abundam. E os funcionários do Samae até elaboraram uma carta para explicitar todas essas preocupações técnicas, que usadas politicamente, por gente descomprometida, está ameaçando o futuro da cidade. Um caso grave, entre muitos, é o que se vê na duplicação da BR 470. Nada se planejou e se implantou ligações para o lado esquerdo da rodovia. Isso compromete o futuro abastecimento daquela área que de desenvolve naturalmente e se ampara no próprio Plano Diretor. A falta de água na cidade é crônica. É pior aos que margeiam a BR 470. Não há execução de substituições de redes, muito mais: as manutenções estão comprometidas. Falta planejamento. Sobram politicalha e improvisos. Acorda, Gaspar!
Como antecipei e prometi não vou escrever hoje sobre a trapalhada inominável do prefeito Kleber Edson Wan Dall,MDB, ensacando à transparência, à competência, à eficiência e ordenando à sua tropa de choque enganar os gasparenses e desmoralizar quem possui cidadania e opinião e não reza no catecismo do poder de plantão. Incrível!
Fui o primeiro a dar a informação e fiz sucessivos comentários a partir do evento de terça-feira à noite. Confira na coluna que está na internet e é líder de audiência.
Aqui, o espaço do jornal impresso, ele é pouco para explicitar as incoerências. A bobagem foi tão grande que ganhou não só Santa Catarina, mas o Brasil. Apareceu no pior. E sob orientação de curiosos, próximos sem noção e gente com vieses autoritários. Acorda, Gaspar!
Voltarei ao tema na segunda-feira na internet e com uma visão diferente. Tudo isso aconteceu na semana em que se tirou quatro vezes o portal Cruzeiro do Vale do ar, o mais antigo, o mais atualizado, o mais acreditado e o mais acessado de Gaspar e Ilhota. Sintomático. Ninguém chuta cachorro morto. Coisas da cidade-grotão, que possui donos, os quais se dizem novos na política. Ao que parece, só na fachada. No procedimento...
Outro tema que rendeu, foram os meus comentários sobre as audiências públicas dos PLC 10 e 11, bem como os PL 33 e 39 que alteram coisas do Plano Diretor, o qual não foi revisado até agora como manda a lei. Estão, espertamente, remendando-o num jogo de compadres (e até de necessidades), inclusive afirmando por aí de boca cheia, que possuem o aval do Ministério Público. Mas, ele não deveria fiscalizar tudo isso? Ai, ai, ai.
O que está claro também? O improviso. O que ficou evidente? Aquilo que um interlocutor no gabinete me disse quando lhe perguntei recentemente à causa de não se ter implantado à mudança no trânsito prometida com estardalhaço para dezembro do ano passado. “Elas não estavam devidamente prontas”, justificou-me. Quem sabe, agora, serão possíveis neste dezembro se tudo passar na Câmara. A irresponsabilidade abunda e entre técnicos subordinados como servis aos políticos sem noção ou autoritários.
Essa da inelegibilidade do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, é coisa velha e manjada. Não vai dar em nada, na minha opinião. Se der, o Ministério Público Eleitoral e a Justiça deram de forma irregular um mandato (a reeleição) de prefeito para ele em Gaspar. Simples assim! Zuchi precisa dessa polêmica para estar na imprensa de onde sumiu. E está todo contente. A imprensa amiga, também. Há um pretexto para promove-lo. Acorda, Gaspar!
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