SAMAE INUNDADO. POR QUE FALTA ÁGUA EM GASPAR? - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

SAMAE INUNDADO. POR QUE FALTA ÁGUA EM GASPAR? - Por Herculano Domício

31/01/2018

A coluna de desta quarta-feira já estava pronta, quando foi surpreendida pelo anúncio do Samae de Gaspar com a compra de mais um caminhão caçamba e um caminhão prancha, novinhos. “Estamos renovando a nossa frota”, estufou o peito o presidente da autarquia no comunicado que mandou fazer para a imprensa ler e publicar. Duas perguntas: o Samae de Gaspar vai fazer o serviço que é da secretaria de Obras? Quando de verdade o Samae vai fazer aquilo a que está obrigado: distribuir água tratada sem as constantes, e as vezes, longas interrupções aos seus clientes? Por que, antes não se compra um gerador para a ETA do Belchior que pára por falta constante de energia?

Não está sendo, até aqui, um verão seco.

Teoricamente, Gaspar ainda não tem déficit na produção de água tratada, mas diante de tanta reclamação, não por horas, mas por dias e semanas seguidas, sugerem que não há água no Rio Itajaí e ribeirões para se captar; que não há tratamento que de conta da demanda de consumo; que não há reservatórios suficientes para suportar essa demanda; ou que a rede de distribuição está sucateada.

O próprio Samae trata de dizer que não é isso. Então o que é que está acontecendo?

Desde que Kleber Edson Wan Dall, MDB, assumiu a prefeitura da Gaspar no dia primeiro de janeiro do ano passado, há constante falta de água em diversos pontos da cidade, onde nunca até então faltou água tratada com tanta frequência. E qual é a razão disso? Estranhamente, admite-se no próprio poder de plantão na prefeitura, deve-se à escolha na composição política e na “divisão” de poder que o prefeito fez no seu primeiro escalão (e outros...).

Pressionado pelas circunstâncias e tentando evitar danos políticos ao seu governo, Kleber nomeou para presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP, pensando que lá, onde qualquer um se deu bem, numa máquina de fazer dinheiro e serviços suplementares para a prefeitura, teria encontrado o lugar certo para o político experiente e com mandato na mão.

Kleber está com um problema, dos grandes. Não sabe como resolve-lo. Qualquer solução, hoje, é “perigosa”, advertem os mais próximos.

Melato não conhecia nada de água tratada, estação de tratamento, captação, distribuição, bombas, produtos químicos, booster etc. E precisava? Não!

Tantos passaram pela presidência do Samae de Gaspar com os mesmos vieses de ignorância técnica. Todos foram indicação política, composição de poder, ou de confiança, tão comum no equilíbrio do poder de plantão para se dar a tal governabilidade política e administrativa. Teve até gente com escolaridade duvidosa nesse cargo. Nem por isso, os gasparenses ficaram sem água tratada.

Contudo, todos, sem exceção, saíram-se bem. Foram eficazes. Alguns até, foram boas surpresas. Melato, por enquanto, vem quebrando a boa escrita.

Então qual o segredo dessas pessoas de quem nada se esperava e se deram tão bem no Samae? Elas, supostamente limitadas, fruto de indicação política, foram líderes. Reconheceram desde logo seus limites; foram inteligentes. Prestigiaram o corpo técnico do Samae e fizeram-no funcionar a favor da cidade, dos consumidores que pagam mesmo não recebendo água. Pensaram também em si (reputação e reconhecimento) e no poder político que lhes concedeu o cargo, como retribuição pela indicação.

Por outro lado, Melato, cujo primeiro ato foi indicar a sua perpétua secretária Janete Silva para a autarquia, resolveu sinalizar aos de lá que ele existia acima de tudo; que era ele quem mandava em tudo. Exerceu, talvez pelo medo, a centralização ao extremo. Afinal, diz que é um “executivo experimentado” e que os funcionários de carreira e comissionados, se tivessem juízo, se subornariam.

Resultado? Uma parte do plano deu errado. Afinal chefe e líderes são coisas bem distintas.

Mexeu no corpo técnico, desintegrou a harmonia mínima no âmbito político e técnico, semeou a insegurança e colocou a gestão técnica nas mãos gente da sua “confiança”, mas que não conhecia o Samae, a rede de distribuição e o funcionamento do negócio do ponto de vista operacional e técnico. Por isso, quase todos os dias, foi um problema atrás do outro. Hoje se leva mais tempo do que o normal para se descobrir, criar gambiarras ou dar soluções. É mais fácil comprar carros, caminhões, máquinas...

Melato, está mais preocupado em descobrir quem são as minhas fontes dentro do Samae, para persegui-las, do que olhar o facebook e ver o que os seus clientes estão reclamando da sua empresa. Gasta energia em foco errado. Até a sua assessoria de imprensa é cumplice. Nega conhecimento de vazamento que são públicos, denunciados na própria autarquia, mas que não mereceram soluções tão logo informados. Desperdício de água.

Ah! Há exageros nas críticas dos seus subordinados técnicos ou desta coluna contra o presidente do Samae! Ou os que estão com sede e não têm água estão sabotando a imagem do Melato!

Acidentes ou incidentes podem ocorrer na distribuição de água em qualquer lugar. Pode! Mas, não com a alta incidência onde não havia; não com a demora para se descobrir as causas da secura e coisas simples, como o desligamento bombas, boosters, inversão de fases e isolamento de redes ou se saber como elas são abastecidas. Veja o caso do Barracão, o mais recente: quase três dias para se descobrir o que causava a falta de água por lá.

A inversão de prioridade começou com os conflitos internos nas equipes técnicas do Samae. Isso se refletiu nas ruas e para os consumidores de água tratada do Samae. Somou-se à falta de planejamento e principalmente à execução falha, ou sofrível dos trabalhos para detectar e consertar a rede. Aqui, neste espaço, todas as semanas há relatos de casos ridículos. E pior: a equipe é a mesma. Trocou-se apenas a chefia, a forma de agir e seguir os protocolos.

Para encerrar. Na semana passada, quatro importantes bairros de Gaspar ficaram sem água e não foi por curto período não. Foram horas e dias: Belchior (e não foi pelo isolamento temporário da Estação de Tratamento da Rua Nova Iguaçú devido as barreiras que lá deslizaram), Margem Esquerda, Bateias e Barracão.

A soma de tudo isso? Desgastes para o governo Kleber, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, bem como para os vereadores da base, que são pressionados exatamente no momento em que se transforaram em cabos eleitorais dos candidatos de outubro deste ano e estão “mais próximos” do povo.

Quando o Samae não funciona e não responde, são eles que cobrados publicamente a toda hora não por esta coluna, nem pelo jornal ou as rádios que controlam, mas pelas redes sociais. “Festa” sem controle! E Melato? Culpando Deus, o mundo e eu. E daí?

Mas o que o executivo Melato fez para mitigar o que já perdura um ano e um mês se ele mesmo é o centro do problema? Comprar mais maquinário ou fazer funcionar a sua equipe para diminuir os erros, negligências e queixas?

Então tudo tende a piorar. E por que? Melato é intocável e ele acha que está certo! E se ele não funciona administrativamente, são em tese, para os cidadãos, o prefeito Kleber, é o vice Luiz Carlos, é o prefeito de fato, o doutor Pereira, os vereadores da base que não funcionam. E se eles não têm medo do “estrago” que o Melato, pode fazer na coligação, então nada vai mudar.

E se Melato voltar para a Câmara. Já há um estrago lá que terá que ser consertado. Kleber está provisoriamente, ou teoricamente, em minoria. E por que? Exatamente por um gesto desastrado (ou intencional) do Melato. Ele não assinou a tempo a tal ata de compromissos da coligação nas futuras eleições da mesa da Câmara.

O mais longevo dos vereadores inchou impressionantemente a Câmara nos seus mandatos. Da Câmara, Melato conhece as manhas como ninguém, mas do Samae, até agora, só as múltiplas queixas e as manchetes das más notícias, ou as como a de ontem: ao invés de água nas torneiras, caminhões. Melato, politicamente, sempre soube se transformar em um ente político imprescindível em situações de fragilidade. Gerava o caos e dele emergia como a solução. Afinal, como “opositor”, foi o que mais facilitou a vida do PT de Pedro Celso Zuchi na Câmara, apesar da minoria que os petistas tinham lá. Kleber, agora está em minoria. E quem fez essa minoria? Melato!

Kleber já disse que não vai mudar o seu secretariado. Disse – até que alguma razão nova o contrarie - que confia nesse time, mesmo ele não esteja funcionando e esteja fazendo-o sangrar. É uma escolha! E se houver perdedor, será Kleber e o MDB. E se continuar com Melato no Samae, a população possui a grande chance de ficar sem água, do nada, em algum instante, por falta de liderança e manejo sobre as equipes técnicas.

Pior: Kleber já disse publicamente, que o Samae vai ser um dos alavancadores da sua reeleição. Será? Com a implantação do esgoto sanitário? Com verbas públicas que não existem e quando distribuídas estão vigiadas como ninguém pelo Ministério Público? Com Melato? Votarei ao tema. É obvio. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

O site da Câmara de Gaspar mudou no visual, mas continua com o vício antigo, o de esconder informações, ou ao menos, dificultando o acesso delas ao povo.

Festa. O deputado Federal Rogério Peninha Mendonça, MDB, esteve aqui fazendo política para “plantar” a coleta de votos visando a sua reeleição, tendo o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, como seu cabo eleitoral.

Peninha trouxe R$292 mil para a pavimentação da Rua Itália. O dinheiro é dos nossos impostos e é da tal emenda impositiva a que o deputado tem direito no Orçamento Federal.

Estavam lá se esbaldando na foto com o tal papelinho para gente desavisada, não só os próceres do governo de Kleber, mas os da oposição que diz ser este tipo de verba – e que também recebe e distribui com a mesma técnica do papelinho – um tipo de compra de votos do golpista Michel Temer, MDB, e que os próprios petistas e os da esquerda do atraso elegeram-no como vice do PT e de Dilma Vana Rousseff.

Aliás, Peninha que é do MDB anda de braços com Jair Bolsonaro, PSL. Traição à vista? Mais: sendo da base de Michel Temer, Peninha se diz “neutro” na Reforma da Previdência que privilegia uma elite políticos e servidores públicos.

Políticos e uma casta de servidores se aposentam precocemente aos 45/50 anos, com salários milionários integrais de R$20, 30, 40 e até 100 mil por mês, enquanto 63% - os tais analfabetos, ignorantes e desinformados manipulados por seus cabos eleitorais - dos que elegem Peninha de verdade para ele estar lá em Brasília, aposentam-se em média, só aos 66 anos, com apenas um salário mínimo. Incrível!

E ainda sobre a festança do comício político com o papelinho para a pavimentação da Rua Itália. Quem estava lá? A sumida e estranha secretária de Educação, Zilma Mônica Sansão Benevenutti. Ela não consegue visitar as escolas e CDI com problemas (ou até sem), nem consegue falar com vereadores ou ir à Câmara para defender suas ideias, mas teve tempo para estar no comício, aplaudir os políticos nos seus discursos e sair na foto. Fez, mais uma vez o papel de cabo eleitoral e não de secretária. Então está garantida. Já a imagem do governo...

Outro sinal torto da foto. O presidente da Câmara, Silvio Cleffi, PSC, não estava lá. Foi “representado” pelo vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, que com Mariluci Deschamps Rosa, PT, deu o tombo na candidata de Kleber à presidência da Câmara, Franciele Daiane Back, PSDB.

E para terminar porque amanhã tem mais. Nada como um dia após o outro, ou o tempo é o senhor da razão. Nas cercanias do gabinete do prefeito Kleber Edson Wan Dall, nas conversas de pé de ouvido, já se admite que o MDB se não foi ativo, facilitou a eleição de Silvio Cleffi, PSC, na presidência da Câmara de Gaspar, quebrando o trato que tinha com Franciele Daiane Back, PSDB.

Só a Franciele com os vereadores do MDB próximo a ela, além de Claudionor da Cruz Souza, Luciano Odair Coradini, ambos do PSDB do MDB, e o próprio prefeito Kleber, proponente e fiador do acordo com Franciele, acreditaram no jogo que marcaram e juraram.

O verdadeiro jogo do poder de plantão é jogado em outra banca com o ex-prefeito Osvaldo Schneider, o Paca; Carlos Roberto Pereira, Ivete Mafra Hammes, Walter Morello, Celso Oliveira... Acorda, Gaspar!

 

Edição 1836 - Quarta-feira

Comentários

Alguém me disse
31/01/2018 21:31
Então se Ricardo Melato é sobrinho do macaco veio como pode ganhar uma função gratificada de 1300,00,isso não caracteriza neopotismo,onde está o MP,que não haje
Herculano
31/01/2018 16:52
REPROVAÇÃO DE TEMER É DE 70%, SEGUNDO DATAFOLHA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Isabel Fleck. O governo de Michel Temer é ruim ou péssimo para 70% da população brasileira. O índice, registrado pela pesquisa Datafolha realizada nos dias 29 e 30 deste mês, mostra que sua reprovação se manteve estável nos últimos dois meses, oscilando apenas em um ponto percentual em comparação com o registrado no fim de novembro.

Em todo o país, apenas 6% dos entrevistados consideram seu governo bom ou ótimo ?"em novembro, eram 5%?", e 22% o classificam como regular.

DATAFOLHA

A reprovação do presidente estava em ascensão desde o início do seu governo, e em, setembro passado, atingiu os 73% (contra 31% em julho de 2016), índice mais alto já registrado pelo Datafolha desde o início da redemocratização no país. Em novembro, o índice registrado foi de 71% ?"alteração prevista na margem de erro.

Com um ano e oito meses de governo, Temer tem uma avaliação pior entre as mulheres (75%) e entre os trabalhadores que ganham menos de dois salários mínimos (73%). No Nordeste, 80% dos entrevistados consideraram seu governo ruim ou péssimo.

A percepção se dá num momento em que Temer enfrenta dificuldades para garantir a posse de sua indicada ao Ministério do Trabalho e para fazer avançar a reforma da Previdência no Congresso.

Temer tem declarado que vai trabalhar para melhorar sua imagem. Nos últimos três dias, o presidente fez um périplo por programas populares na TV ?"foi entrevistado pelo apresentador Ratinho e por Silvio Santos, no SBT, e por Amaury Jr., na Band?" para defender sua gestão e pedir apoio à reforma da Previdência.

Nem mesmo a queda da inflação e o freio da taxa de desemprego deram o impulso que Temer precisava para sair dos mais de dois terços de desaprovação.

Entre os entrevistados na última pesquisa, 43% deram nota zero para o desempenho do presidente, numa escala até dez. Apenas 2% deram a nota máxima a Temer.

Sua média, de 2,6, foi levemente maior que a registrada em novembro (2,3), mas ainda assim bem menor que os 4,5 que o presidente teve após dois meses de governo, em julho de 2016.

No panorama eleitoral, a pesquisa mostrou que a impopularidade de Temer se refletiria nas urnas se o emedebista decidisse se candidatar. Segundo o Datafolha, o presidente aparece com apenas 1% das intenções de voto num cenário em que disputasse com Lula (PT), Jair Bolsonaro (PSC), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT).

O levantamento foi feito com 2.826 pessoas em 174 municípios brasileiros. Tem margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%
Sidnei Luis Reinert
31/01/2018 12:52

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018
Lula e a Super Lua Azul de Sangue Vermelho


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

País doido?! A Polícia Federal recomenda a quebra dos sigilos fiscal e bancário do Presidente da República, "para uma completa elucidação" de suspeitas de que Michel Temer tenha favorecido empresas do setor portuário. Será que foi por isso que Temer andou se reunindo, fora da agenda, pelo menos duas vezes, com o Diretor-Geral da PF sem a presença do Ministro da Justiça ?" superior hierárquico dele?

País doido!? A máquina policial-judasciária investiga, julga, condena, porém não prende um ex-Presidente réu em 7 processos de corrupção? Por isso, torna-se "justo" que a defesa de Lula recorra à Organização das Nações Unidas para denunciar que o Brasil pratica um "estado de exceção" que viola os direitos humanos? Então a Petelândia quer provar ao mundo que estamos sob uma ditadura institucionalizada, porque o rigor seletivo permite de a Lei valha para um e uns, mas não para outros?

País maluco!? A presidente do Supremo Tribunal Federal adverte que não vai recolocar na pauta a reavaliação sobre o alcance da prisão em segunda instância, para que Lula não seja casuisticamente beneficiado. Mas como o STF conseguiu rasgar a Constituição ?" que tem como cláusula pétrea a presunção da inocência até o longo trânsito em julgado de um processo criminal? Como se aprovou, por maioria apertada de 6 a 5, que a prisão possa ocorrer em segunda instância colegiada? E como, agora, alguns supremos magistrados querem empurrar a prisão após uma decisão de terceira instância, pelo STJ?

Marcianos não conseguem entender o que acontece no grande hospício a céu aberto chamado Brazil ?" com z de zorra. Os deuses da guerra também têm muita dificuldade de entender como os comandantes militares da Nação afirmam que tudo funciona dentro da maior normalidade institucional e democrática... Só falta recebermos um atestado dos cientistas Inca-venusianos justificando que tanta loucura acontece em função dos efeitos colaterais da Super Lula Azul de Sangue Vermelho - que hoje brilhará no céu onde não houver nuvens atrapalhando...

Definitivamente, não é tarefa para amadores entender o País dominado pelos armadores. Já que o carnaval se aproxima, o jeito é dançar um samba do crioulo doido, mesmo correndo o risco de ser enquadrado por racismo, enquanto sente a coisa cada vez mais preta... O mais seguro, no entanto, é tomar um banho de lua azul para ver se você fica branco como a "neve" ?" que caiu, em forma de granizo, em pleno sertão calorento do Ceará...

Lula não quer ser preso? Nas penitenciárias também tem muita gente querendo ficar solta... No Brasil, quem não tem caríssimo advogado acaba encarcerado. Por isso, é melhor Lula já ir se acostumando com a cadeia ou, no mínimo, com a tornozeleira eletrônica... Presidenciável ou presidiável? Eis a questão...

Do jeito que a coisa desanda, na guerra de todos contra todos os poderes, o "sistema" já decidiu que é melhor a Lua Azul que a Maré Vermelha. Portanto, Lula já era... E os brasileiros se ferram antes, embriagados por uma solução milagrosa que não virá pela via eleitoreira...

Concluindo: Se o Lula é "onesto", sou eu que não presto.
Herculano
31/01/2018 12:33
A PROPAGANDA ENGANOSA

Então quer dizer que estão fazendo propaganda enganosa de coisa velha no Samae? Dão uma guaribada no roto e mostram como novidade? Teve um prefeito, Adilson Luiz Schmitt, MDB, que inaugurou, na falta de algo melhor, a retífica de um motor de uma Kombi. Foi malhado.E marcado até hohe por isso. O mais longevo dos vereadores de Gaspar e experimentado político, Hosé Hilário Melato, PP, não aprendeu com a má lição do passsado? Acorda, Gaspar!
Herculano
31/01/2018 12:27
"ORDEM NOS PRESÍDIOS EM FLORIANóPOLIS"

O juiz Rafael Germer Condé, estava em Gaspar. Agora, está em Florianópolis. Ele mandou, em cinco dias, adequar as vagas nos presídios aos número de detentos. Decisão forte. Até certo ponto questionável. No entanto, o governo do estado brinca neste assunto e faz tempo. E quando cobrado, coloca o problema no Judiciário que apenas cobra o que está no óbvio. Bandido é bandido. Mas, nem por isso ele precisa ser punido duplamente: pela Justiça e as leis, com a incúria dos gestores públicos e políticos, que não constroem cadeias, civilizadas, para os bandidos.
Caminhão Novo?
31/01/2018 12:22
Esse caminhão do Samae não é novo.É reformado!
Jango da Nobrega
31/01/2018 11:13
Herculano!

Essa foi muito boa, PT = PARTIDO DAS TORNOZELEIRAS.
Eles não aprendem mesmo, se tivessem ficado caladinhos talvez tivessem algum exito na justiça, mas foram afrontar, deu no que deu, CANA. São todos una porra-loucas, vai ficar pior.
Zeca do PP
31/01/2018 11:13
Sr. Herculano

Você não é capaz de encher garantir coisas boas feitas pelo nosso querido Diretor Presidente? Só enxerga coisas ruins que não existem.
Não é importante comprar maquinarios/caminhões pro Samaria?
Tocaleopau presidente, enquanto os cães ladram, a cara na passa
Herculano
31/01/2018 10:38
da série: o conceito peculiar de Nicolás Maduro permeia os diretores do Datafolha.


INELEGIBILIDADE DE EX-PRESIDENTE APROFUNDA A CRISE DEMOCRÁTICA, por Mauro Paulino, diretor geral do Datafolha, e Alessandro Janoni, diretor de pesquisas do Datafolha, no jornal Folha de S. Paulo.

A pesquisa divulgada nesta quarta (31) pelo Datafolha é histórica. Menos por ser a primeira a retratar a opinião pública brasileira após a confirmação da sentença de Lula pelo TRF-4, mais pelo simbolismo de seus resultados. A possível inelegibilidade do ex-presidente aprofunda a crise de representação no cenário político e lança ainda mais incertezas sobre o pleito deste ano e seus desdobramentos.

Em nenhum outro levantamento de intenção de voto para presidente já feito pelo instituto em ano eleitoral observou-se uma taxa tão elevada de brasileiros com a pretensão de votar em branco ou anular o voto. É o que acontece quando se exclui o nome de Lula da disputa.

Mesmo com o petista candidato, o índice já aparece com destaque, o que isoladamente pode refletir a rejeição aos candidatos de um modo geral. Mas, ao excluir seu nome, o percentual cresce mais de dez pontos percentuais e passa a ser a resposta da maior parte dos brasileiros -alcança 32% do total dos eleitores em cenário onde Jair Bolsonaro (PSC) lidera a corrida com 20%.

Editoria de Arte/Folhapress
Datafolha 31.jan - migração petista
Datafolha 31.jan - migração petista
O fenômeno não é novo -além de presente nas últimas eleições municipais, vinha sendo alertado pelo Datafolha em análises anteriores-, porém encontra-se em patamares nunca antes registrados em período equivalente.

Se somado à taxa de indecisos, o total dos que deixam de escolher um candidato chega a 36% nesse mesmo cenário. A maior taxa de brancos e nulos em pesquisas de primeiro turno para presidente da República foi de 19% em fevereiro de 2014, pós manifestações de 2013, pré-reeleição de Dilma Rousseff, sem Marina Silva como candidata e com Eduardo Campos (PSB) ainda desconhecido pela maioria do eleitorado.

É claro que a pesquisa não permite projeções, especialmente em ambiente tão nebuloso e inédito. É sempre um instantâneo do momento. Em 2014, por exemplo, com a morte de Campos, entrada de Marina e a clivagem social no debate entre Dilma e Aécio (PSDB), o resultado oficial de brancos e nulos não chegou nos dois dígitos.

No entanto, o maior índice de "sem candidato" já registrado nas urnas em primeiro turno das presidenciais foi na reeleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998, onde alcançou 19%. Para isso contribuiu a existência ainda das cédulas de papel que favoreciam a prática da anulação consciente, então mais frequente do que os erros.

Estudos feitos pelo Datafolha na época, comprovados em eleições posteriores, indicaram que a introdução da urna eletrônica intimidou a prática do tradicional voto nulo de protesto -agora mais concentrada nos votos brancos com tecla própria na urna- e passou a prejudicar a concretização do voto de pequena parte dos menos escolarizados e de menor renda, que revelam mais dificuldade em digitar corretamente na máquina suas intenções para os diversos cargos.

A pesquisa de hoje mostra que esse é justamente o perfil de quem mais intenciona votar em branco e nulo quando Lula não está na disputa. Entre os que têm renda de até dois salários mínimos e o nível fundamental de escolaridade, essa taxa dobra. Entre os habitantes do Nordeste, quase triplica. Entre as mulheres, o crescimento também é expressivo. A depender do poder de convencimento dos candidatos frente a eleitores tão refratários torna-se provável um número recorde de não votos em outubro.

O desconhecimento dos outros candidatos não é o principal motivo para esse comportamento. Tomando-se como referência o cenário mais completo sem a inclusão do ex-presidente, os votos brancos e nulos também crescem dez pontos percentuais mesmo com a presença de figuras de alto recall na população, como os sempre pré-candidatos Marina Silva, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e o apresentador de TV Luciano Huck (sem partido).

Focalizando-se apenas a migração de eleitores de Lula nessa situação, a maior parcela -31% deles- vai para brancos e nulos, 15% passam a votar em Marina Silva, 14% em Ciro Gomes, 8% em Luciano Huck, 7% em Jair Bolsonaro e 6% em Geraldo Alckmin.

A crise democrática fica ainda mais evidente nas simulações de segundo turno. Em duas dentre três hipóteses testadas sem Lula, brancos e nulos disputam a liderança com os dois candidatos finalistas, dentro da margem de erro da pesquisa. Nesses cenários, se a eleição fosse agora, o Brasil poderia eleger um presidente rejeitado por quase 70% da população.

Improvável? Dilma foi reeleita com a maioria dos votos válidos, mas não do total de votos, no segundo turno de 2014. Collor em 1989 também. Ambos não chegaram ao fim de seus mandatos
Herculano
31/01/2018 10:33
SEM LULA, BOLSONARO LIDERA E DISPUTA POR VAGA NO SEGUNDO TURNO SE ACIRRA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Bruno Boghossian. Em uma possível corrida presidencial sem Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quatro candidatos disputariam uma vaga no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSC), de acordo com a primeira pesquisa do Datafolha após a condenação do petista em segunda instância.

Levantamento realizado na segunda (29) e na terça (30) mostra que o ex-presidente manteve vantagem sobre os rivais, com até 37% das intenções de voto. Seu eleitorado, porém, se pulveriza e a briga tende a se tornar acirrada caso ele seja barrado com base na Lei da Ficha Limpa.

Bolsonaro aparece em primeiro lugar no principal cenário sem Lula, com 18%. Ele supera Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Luciano Huck (sem partido).

Marina lidera o segundo pelotão, com 13%. Ciro (10%), Alckmin (8%) e Huck (8%) estão tecnicamente empatados.

O Datafolha fez 2.826 entrevistas em 174 municípios. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR 05351/2018.

Apesar de liderar a corrida sem Lula, Bolsonaro parou de crescer. Ele oscilou negativamente em todos os quadros apresentados na pesquisa, em comparação com o levantamento de novembro.

No início de janeiro, reportagens da Folha revelaram que o patrimônio de Bolsonaro e de sua família se multiplicou depois que ele entrou na política, e que o deputado recebe auxílio-moradia da Câmara apesar de ser dono de apartamento em Brasília.

As intenções de voto do deputado também ficaram estáveis nas simulações de segundo turno. Ele seria derrotado tanto pelo ex-presidente Lula (49% a 32%) quanto pela ex-senadora Marina Silva (42% a 32%), e aparece em empate técnico com Alckmin.

A pesquisa indica ainda que o ex-presidente Lula conserva força eleitoral mesmo condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).

O petista lidera o primeiro turno em todos os cenários em que seu nome é colocado, com percentuais que variam de 34% a 37%. No segundo turno, venceria Alckmin (49% a 30%) e Marina (47% a 32%), além de Bolsonaro.

A condenação de Lula pode torná-lo inelegível, mas sua participação na campanha depende de uma decisão do TSE que só deve ocorrer em setembro. Até lá, ele pode se apresentar como pré-candidato e recorrer a tribunais superiores para garantir seu nome na disputa.

A saída de Lula impulsionaria principalmente Marina e Ciro Gomes. Na comparação de cenários com e sem a participação do ex-presidente, Marina passa de 8% para 13%, enquanto Ciro cresce de 6% para 10%.

PATINANDO

Outros candidatos também crescem quando Lula está fora do páreo, mas de forma mais tímida: tanto Geraldo Alckmin quanto Luciano Huck sobem de 6% para 8%.

No cenário sem Lula, um dos possíveis candidatos do PT, o ex-governador baiano Jaques Wagner, aparece com 2%. O percentual de eleitores que diz não saber em quem votar ou que votaria em branco ou nulo sobe de 16% para 28% quando o ex-presidente não é um dos candidatos.

Huck reestreou na pesquisa empatado com Alckmin em todos os cenários.

O apresentador da Rede Globo havia afirmado, em artigo publicado em novembro na Folha, que não vai disputar a eleição, mas apareceu em janeiro no "Domingão do Faustão" com um discurso político e continua sendo cortejado por partidos para concorrer ao Planalto.

Favorito para se candidatar à Presidência pelo PSDB, Alckmin patina em todos os cenários do Datafolha. O tucano tem de 6% a 11% das intenções de voto.

No segundo turno, o tucano seria derrotado por Lula e aparece tecnicamente empatado em disputas com Ciro Gomes e com Jair Bolsonaro. Nessas últimas duas simulações, quase um terço do eleitorado diz que votaria em branco ou nulo.

A dificuldade enfrentada por Alckmin para subir nas pesquisas provocou questionamentos dentro de seu próprio partido sobre a viabilidade de sua candidatura.

Potencial alternativa ao governador no PSDB, o prefeito paulistano João Doria também não decolou: aparece com, no máximo, 5% das intenções de voto.
Herculano
31/01/2018 10:29
DATA FOLHA DEVE ESTIMULAR "SELEÇÃO NATURAL" NA CORRIDA AO PLANALTO, por Ranier Bragon, no jornal Folha de S. Paulo

A história mostra que alterações significativas nas pesquisas de intenção de voto tendem a se concentrar na reta final. Eleva-se o interesse do eleitor e entra em cena a propaganda na TV e rádio, ferramenta ainda essencial na disputa.

Pesquisa do Datafolha divulgada nesta quarta (31) traz sinais que devem ser cotejados com as armas que cada um terá nas semanas decisivas.

Os números reforçam uma hipótese: a de que, em uma eleição sem Lula, o eleitorado do ex-presidente caminhe em maior volume para Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT).

Não há indicativo, porém, de que esse cenário se mantenha até a reta final. Mesmo combalidos, Lula e o PT investirão em candidato próprio, até por sobrevivência no Legislativo.

Vinte e sete por cento do eleitorado diz que votaria com certeza em um nome apoiado pelo ex-presidente. A não ser que opte por um improvável papel de coadjuvante, o PT deve ter um nome competitivo na urna, mesmo que hoje os seus planos B pareçam fadados a ser derrotados até em eleição a síndico de prédio.

Os políticos que almejam o selo de "candidato do centro" continuam com situação ruim. Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (PSD) e Rodrigo Maia (DEM) ainda não empolgaram, sendo que os dois últimos ainda nem conseguiram sair da lona.

A perspectiva do maior tempo de propaganda na TV é, porém, trunfo capital para aquele que conseguir vencer a batalha intramuros na coalizão e no entorno de Michel Temer.

Outro sinal relevante da pesquisa diz respeito a Jair Bolsonaro (PSC), que dá sinais de ter perdido fôlego. A situação tende a se agravar devido ao isolamento político do deputado e à minúscula fatia de propaganda que terá na TV e no rádio.

Antes que apontar favoritos, pesquisas eleitorais a essa altura servem mais como uma seleção natural das espécies dentro dos partidos e das possíveis alianças políticas ?"mesmo que à primeira vista pareçam apenas oscilações ao sabor do vento.
Herculano
31/01/2018 10:26
PENSANDO BEM

Olhando o Datafolha, que muitos contestam ao invés de refletir sobre uma realidade atual, chega-se a algumas conclusões tenebrosas sobre nós mesmos.

Somos uma maioria de bandidos, de sofredores, de mansos,analfabetos, ignorantes e desinformados.

Queremos para presidente uma pessoa, reconhecidamente qualificado pelo judiciário como chefe de quadrilha e corrupto.

Queremos uma pessoa e um partido que lideraram a corrupção desenfreada para si e os seus, fato que permitiu que gente morresse na fila do SUS, que não tivesse acesso a educação, que perdesse o emprego (14 milhões), que perdesse o poder de compra com o aumento da inflação, que aumentasse a violência por desmanche do aparelho estatal de segurança, que defende aposentadorias precoces (45/50 anos de idade) milionárias (R$20, 30, 40 e até 100 mil) para políticos e uma casta de servidores, enquanto 63% da população que elege essa gente só consegue se aposentar aos 66 anos com um salário mínimo.

A pesquisa mostra que preferimos uma militância que desacredita judiciário, polícia, ministério público, imprensa e adversários para sobreviver eternamente no poder e sacanagem. Pobre Brasil. Miseráveis brasileiros que se autoflagelam... e não percebem que o Brasil de 2016 é muito pior do que o de 2017, exatamente porque Lula, Dilma, o PT e a esquerda do atraso perderam o poder de errar e criar privilégios para si e os seus, contra o Brasil e os brasileiros. Wake Up, Brazil!
Herculano
31/01/2018 10:12
CONDENAÇÃO NÃO ABALA PRESTÍGIO ELEITORAL DE LULA, EVIDENCIA DATAFOLHA. MAS OS TONTOS CONTINUARÃO A TROCAR POLÍTICA POR POLÍCIA, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Os idiotas de todos os matizes (de direita, de centro, de esquerda), de todos os trajes (esportivo, social, toga ou de adolescentóide meio velhusco, com retardo moral, a brincar de "nova política"?), de todas as profissões ?" e isso inclui o jornalismo - estão brincando com fogo, sim. E esse é um bom modo de se queimar. Notaram como Luiz Inácio Lula da Silva se tornou o redutor de todas as questões do país? Não se discute mais nada que não tenha como referência a figura de? Lula! É um espanto. Até a ministra Cármen Lúcia, num lance de primarismo que só pode ser explicado pela falta de vivência política, pelo provincianismo intelectual e pela arrogância derivada dessa perspectiva apequenada resolveu fazer digressões sobre a pauta do STF tendo, ora vejam, o petista como referência, não é mesmo?

E vem o Datafolha. Para surpresa de ninguém, ou só dos tontos, Lula - ele mesmo! - conserva o seu poder de fogo eleitoral. Não há brasileiro que não o conheça e que não saiba que "ozômi" lá mantiveram por unanimidade a sua condenação, que aumentaram a sua pena e que o querem em cana. Não obstante, seu potencial eleitoral segue praticamente o mesmo. Segundo pesquisa divulgada nesta quarta, se a eleição fosse hoje, ele teria entre 34% e 37% dos votos. Nos cenários em que o nome do ex-presidente é testado, Jair Bolsonaro continua em segundo, variando de 16% a 18%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

O suposto arranhão ao prestígio de Lula pode ser ficção. Seus índices, em simulações de segundo turno, variaram dentro da margem de erro. Comparem-se os dados desta pesquisa de agora com os relativos àquela divulgada no dia 4 de dezembro do ano passado. O petista vencia o tucano Geraldo Alckmin por 52% a 30% ?" agora, por 49% a 30%. Batia Marina Silva, da Rede, por 48% a 35%; desta feita, 47% a 32% ?" a diferença até pode ter aumentado, passando de 13 pontos para 15 pontos. Os 51% a 33% contra Bolsonaro seriam agora 49% a 32%. Na pesquisa publicada no começo de dezembro, a rejeição ao ex-presidente era de 39%; agora, é de 40%.

O que esperam que eu diga? Hoje, não é apenas o PT a fazer campanha eleitoral em favor do ex-presidente. Também há o juiz Sergio Moro, os procuradores buliçosos da República, a direita xucra, o antipetismo asinino, o TRF-4, com sua votação concertada - com "c" - mal disfarçando que aquela unanimidade raramente se produziu em dezenas de outros julgamentos; a celeridade de um magistrado do STJ ao negar um habeas corpus. Não chegarei a dizer que o homem nem teve tempo de ler, é claro! Uma coisa me parece certa: não teve tempo de ponderar, ainda que fosse para negar.

É evidente que se trata de uma cascata autoritária, e ainda voltarei ao assunto, esse negócio de que eleição sem Lula é, por si, ilegítima porque, afinal, ele representaria a vontade de milhões de eleitores. Fosse por esse critério, a gente poria fim ao direito penal e reduziria tudo à Justiça eleitoral. Mas convenham: as mulheres e homens de Estado não estão ajudando, não é? Começa a parecer verossímil, embora seja falso, que tudo não passaria de uma trama para tirar Lula da eleição.

Não vejo como Lula possa disputar o pleito de 2018. A menos que a Justiça Eleitoral decidisse passar por cima da Lei da Ficha Limpa. E, ainda assim - o desdobramento é controverso ?", entendo que restaria um último apelo ao STF. E creio que Lula perderia. Mas é claro que o PT o manterá candidato, como já afirmei aqui muitas vezes, até para que possa operar a transferência de votos.

Lula sofreu um pequeno abalo nesse quesito. Na pesquisa anterior, 48% diziam não votar de jeito nenhum num candidato que tivesse seu apoio. Agora, são 53%. Votariam com certeza em alguém indicado por ele 27% ?" na pesquisa divulgada em dezembro, eram 29%. Poderiam fazê-lo 17%; antes, 21%. Sérgio Moro exibe praticamente a mesma influência negativa e positiva: rejeitariam alguém com o apoio do juiz 50% dos entrevistados; seguiriam a sua orientação 25%, e poderiam fazê-lo 22%.

Para encerrar este post: apostaram que a condenação de Lula por Sérgio Moro poria a tampa no caixão. Não aconteceu. Depois se declarou que Lula estava morto e enterrado em razão das denúncias de Antonio Palocci. Não aconteceu. Desta vez, a corda teria sido puxada pelo TRF-4. Não aconteceu de novo! Agora, os tontos torcem para que venha a prisão?
Herculano
31/01/2018 10:09
DATA FOLHA REVELA QUE ELEITOR ENTROU EM PARAFUSO, por Josias de Souza

A pouco mais de oito meses da eleição presidencial de 2018, o futuro político do Brasil está nas mãos dos eleitores desanimados (votos brancos), irados (votos nulos) e desnorteados (indecisos). Juntos, eles somam 36% do eleitorado no principal cenário sem Lula, revela o Datafolha. É o dobro do percentual atribuído ao líder provisório Bolsonaro (18%). A legião dos sem candidato é quase equivalente aos 39% amealhados pelos quatro potenciais presidenciáveis que se acotovelam no pelotão secundário: Marina (13%), Ciro (10%), Alckmin (8%) e até Huck (8%). É coisa jamais vista desde a redemocratização.

Diante de uma conjuntura assim, tão perturbadora, é impossível fazer prognósticos. Mais de um terço do eleitorado revela-se incapaz de confiar nos candidatos. E há males que vêm para pior: os candidatos revelam-se incapazes de inspirar confiança. Na Era da Lava Jato, uma das características fundamentais da dificuldade de julgamento do eleitorado é ter que ouvir os políticos para chegar à conclusão de que a maioria não tem nada a dizer. Afora a deficiência de caráter, o principal déficit localiza-se entre as orelhas dos presidenciáveis.

A pesquisa trouxe uma má notícia para Bolsonaro. Embora continue na primeira colocação, o ''fenômeno'' parou de crescer. Um sinal de que a empulhação tem limites. A sondagem forneceu uma boa notícia para o PT. O potencial de transferência de votos de Lula caiu. Mas 27% dos pesquisados ainda declaram que o apoio do condenado a 12 anos e 1 mês de cadeia "com certeza" influenciaria seu voto. Outros 17% dizem que "talvez" escolhessem um candidato indicado por Lula. Significa dizer que não são negligenciáveis as chances de o ex-mito colocar um poste no segundo turno. Evidência de que ainda sobra matéria prima para a fabricação de tolos.

Bolsonaro continuará murchando? Lula eletrificará mais um poste desde a cadeia? Quantos votos do futuro presidiário petista migrarão para Marina. Quantos serão herdados por Ciro? Quem emergirá como alternativa viável do centro? Com a palavra os eleitores desanimados, irados e desnorteados. O futuro da eleição presidencial pertence aos sem candidato.

Submetido à podridão revelada pela Lava Jato, o eleitor brasileiro entrou em parafuso. Para complicar, os candidatos rodam como roscas espanadas. Não saem do lugar. Exibem poucas ideias. Muitas são ruins. Outras nem são deles. Os que falam de improviso passam a impressão de que procuram as ideias desesperadamente ?"mais ou menos como um cachorro que escondeu o osso e esqueceu a localização do esconderijo.
Herculano
31/01/2018 10:06
DE GAMBIARRA EM GAMBIARRA, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Gambiarras até funcionam, mas há riscos em utilizá-las. A instalação montada com recurso a peças improvisadas se torna menos segura e, na hipótese de uma sobrecarga, pode produzir fogo. O Brasil, por uma série de motivos, virou uma República das Gambiarras. O auxílio-moradia concedido a juízes é um bom exemplo.

Como magistrados não conseguem sensibilizar o Parlamento para aprovar todas as suas reivindicações salariais ?"a categoria já é a mais bem paga do serviço público e está entre o 1% com melhor remuneração em todo o país?", buscaram caminhos alternativos. A solução encontrada foi estender a todos os juízes uma verba indenizatória de R$ 4.377 mensais concebida para compensar servidores que precisam morar em cidades diferentes daquela em que têm residência.

A coisa começou até discretamente, com uma ação movida por juízes federais. Em 2014, o ministro Luiz Fux, do STF, concedeu-lhes o benefício em caráter liminar, mas a prebenda rapidamente se universalizou, abrangendo todos os magistrados e membros do Ministério Público. Estima-se que a farra já tenha custado R$ 5 bilhões.

O problema com soluções criativas como essa é que deixam fios desencapados. O aspecto legal do auxílio-moradi pode até estar coberto, mas o moral não. A extensão do benefício é percebida pela população como uma gambiarra. E, quanto mais juízes são vistos como espertalhões que não pensam duas vezes antes de abocanhar privilégios, menos são percebidos como "espectadores imparciais" (a imagem é de Adam Smith), que é o que daria credibilidade a suas decisões. É a própria confiança no Judiciário que está em jogo aqui.

Como o auxílio-moradia não é a única gambiarra de que o Brasil se serve ?"elas proliferam nos outros Poderes e na iniciativa privada?", é a própria ideia de República que vai se perdendo na sucessão de improvisos mal-ajambrados.
Herculano
31/01/2018 10:04
ANP LIBERA VENDA DE GASOLINA 'BATIZ... FORMULADA', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Com anuência da Agência Nacional do Petróleo (ANP), os postos de todo o Brasil já podem vender, alguns já o fazem, um tipo de gasolina chamado de "formulada". De acordo com especialistas, o composto é feito pela combinação de cerca de 200 solventes e "se aproxima" da composição molecular da gasolina comum, derivada do petróleo, mas, além de render 15% menos, a "formulada" causa danos aos veículos.

DIRETO NO BOLSO
Mecânicos afirmam que a gasolina "formulada" entope bicos injetores. Uso prolongado pode levar a problemas mais graves, e mais caros.

SEM AVISO
O Procon é taxativo e reitera que, mesmo permitida a venda, deve ficar claro para o consumidor o que está comprando. Não é o que acontece.

NINGUÉM FISCALIZA
O preço da gasolina "formulada" deve ser inferior ao da derivada do petróleo. Ou o posto pode ser multado em até R$6 milhões.

TUDO DOMINADO
No mercado, diz-se que, "o regulado [distribuidor de combustíveis] se apoderou das regras do regulador [agência tipo ANP]".

CRISTIANE TERÁ 'INTENSIVÃO' SOBRE LITURGIA NO CARGO
O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) garante que o presidente Michel Temer está determinado a empossar a ministra Cristiane Brasil (Trabalho), tão logo seja superada a discussão na Justiça sobre sua nomeação. Mas disse que tão logo essa posse aconteça, Cristiane será chamada ao Planalto para uma conversa sobre bons modos no cargo. Padilha não utiliza a expressão, mas a deputada será "enquadrada".

RECATO NECESSÁRIO
Cristiane Brasil será submetida a uma espécie de curso intensivo sobre como preservar o recato e a liturgia no exercício do cargo de ministra.

EXAGERO
Para o governo, foi exagerada a repercussão do vídeo de Cristiane Brasil, até porque ela não disse qualquer inverdade.

NÃO ESTÁ NO CARGO
O Planalto relevou as afirmações de Cristiane Brasil, ainda que não as tenha aprovado, porque afinal ela ainda não foi empossada.

CADEIA RETARDADA
A defesa de Lula pediu habeas corpus no STJ para tentar postergar sua prisão. Chamam de "execução antecipada", o que na verdade não passa de execução retardada da pena de 12 anos e 1 mês de cadeia.

BOCA DE SIRI NO STF
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, vai se manifestar sobre ameaças e até agressões contra juízes como o ministro Gilmar Mendes e os desembargadores do TRF-4 que condenaram Lula? Endereçada ao STF, a pergunta ficou sem resposta.

STJ SE MANIFESTOU
Vice-presidente no exercício da presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro Humberto Martins foi uma das poucas vozes que se solidarizaram contra as agressões e ameaças a magistrados.

NINGUÉM TASCA
Enquanto Lula e defensores insistem que o tríplex não é dele, reclamam da decisão da Justiça de leiloar o imóvel. Para operadores do direito, esse é o primeiro passo para assumir a propriedade.

RATAZANAS NA CÂMARA
Ao retornarem do recesso funcionários da Câmara dos Deputados encontraram uma suspeita trilha de sujeira em um dos gabinetes. No dia seguinte, o mau cheiro invadiu. Era um ninho de ratos na parede.

SEGURANÇA JURÍDICA
Nesta quinta (1º), o Supremo Tribunal Federal deve encerrar uma ação que se arrasta há três anos. Nela, a Confederação Nacional da Indústria questiona a competência da Anvisa de substituir o Congresso ao proibir, por resolução, aditivos nos produtos derivados do tabaco.

ANTICORRUPÇÃO, 4
A Lei Anticorrupção completou quatro anos nesta segunda (29), sem comemorações no PT, o partido da presidente que a sancionou. Até agora são 183 processos e 30 empresas punidas.

CONTINUA ESQUISITO
Em 2017, 80% dos sorteios da Mega Sena acumularam. Sábado (27), acumulou de novo. Até agora, a Caixa pagou apenas um dos nove sorteios em 2018, acumulando 88% do total.

PENSANDO BEM?
?seu nome é PT, mas pode chamá-lo de Partido das Tornozeleiras.
Herculano
31/01/2018 10:00
PERIGO REAL E IMEDIATO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Governo decidiu subir o tom das advertências sobre os riscos reais que o País corre no curtíssimo prazo se tudo ficar como está na Previdência. E faz muito bem

Consciente de que ainda não tem os votos necessários para fazer passar no Congresso a reforma da Previdência mesmo em sua versão mais desidratada, a despeito da inquestionável necessidade de aprová-la, o governo decidiu subir o tom de suas advertências sobre os riscos reais que o País corre no curtíssimo prazo se tudo ficar como está. E faz muito bem, pois deve ficar muito claro para todos de quem será a responsabilidade caso o sistema entre em colapso, como inevitavelmente acontecerá em breve sem a reforma, tornando-se impossível honrar o pagamento de parte dos benefícios previdenciários.

O aumento de R$ 41,9 bilhões no déficit da Previdência em um ano, fechando em R$ 268,8 bilhões em 2017, está sendo usado pelo governo como argumento inapelável na sua nova tentativa de chamar à razão os deputados que ainda não se convenceram da necessidade de reformar o sistema.

É certo que não se deve perder tempo com parlamentares que são contrários à reforma da Previdência por questões puramente ideológicas, pois estes não estão preocupados com o País, mas somente com os projetos de poder das organizações políticas das quais são soldados. Com estes, não há argumento racional que funcione nem negociação que leve a bom termo, pois quem diz que não há déficit na Previdência não pode ser levado a sério. Já os parlamentares que se dizem contrários à reforma porque temem perder votos ainda podem ser convencidos de que muito pior do que ser mal compreendido por alguns eleitores é ver-se vinculado a uma decisão legislativa que provoque a "situação catastrófica de se cortar benefícios" previdenciários, como alertou, em entrevista ao Estado, o economista Paulo Tafner, especialista em Previdência.

Tafner advertiu que estamos a apenas três anos desse desfecho, caso nada seja feito imediatamente. "Não temos tempo para negociar mais ou esticar a transição, que já é longa", disse o economista, advertindo que o Brasil está caminhando para o colapso mais rapidamente do que Grécia e Portugal o fizeram num passado não muito distante.

Os casos grego e português são justamente o mote da nova fase da campanha do governo pela aprovação da reforma da Previdência. "Sem a reforma da Previdência, o Brasil pode se tornar a Grécia", diz o site do governo em seção destinada a esclarecer os diversos aspectos das mudanças propostas. Na Grécia, a profunda crise fiscal que eclodiu em 2009 obrigou o país a cortar salários do funcionalismo e aposentadorias em geral ?" e a Grécia gastava 13% do PIB com Previdência, o mesmo que o Brasil hoje.

Já Portugal se viu obrigado a adotar uma "jurisprudência de crise" para enfrentar os efeitos da turbulência econômica verificada entre 2008 e 2011. Tamanho era o risco de insolvência do Estado que o Tribunal Constitucional português aceitou relativizar os direitos adquiridos relativos à Previdência, pois entendeu que o objetivo de preservar o equilíbrio das contas públicas, algo que atinge diretamente a todos, deveria prevalecer sobre outras demandas. E a razão disso é muito simples: um Estado quebrado não consegue honrar compromissos assegurados pelos chamados "direitos adquiridos".

Ou seja, todos os cidadãos foram chamados a colaborar, na medida de suas possibilidades, para garantir a solvência do Estado. Ficou claro que a manutenção de direitos adquiridos ou da expectativa de direitos não pode ser uma injunção absoluta. Numa crise, os interesses maiores devem prevalecer.

Os especialistas concordam que o Brasil ainda tem algum tempo antes que tal desafio se lhe imponha, mas o prazo está ficando cada vez mais curto. Por isso, mais do que nunca, deve ficar claro que não há escolha senão aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano, pois disso pode depender a capacidade do Estado de pagar a aposentadoria de todos num futuro próximo. Não se trata de um cenário hipotético, como mostram os exemplos de Grécia e Portugal. Os deputados ainda recalcitrantes ?" seja por receio eleitoral, seja para auferir algum ganho fisiológico ?" têm de saber com o que estão brincando.
Herculano
31/01/2018 09:56
A PÁTRIA EM QUE VIVEMOS, por Carlos Brickmann

* Lula tinha avisado há tempos que, no dia seguinte ao do julgamento de sua apelação no TRF-4, viajaria para Adis Abeba, na Etiópia, a convite da FAO, para reunião internacional sobre fome. Só não foi porque lhe tiraram o passaporte. A FAO, entidade da ONU, é dirigida por José Graziano, que foi ministro de Lula. E não tinha reunião alguma marcada para a Etiópia. Veja em www.fao.org/about/meetings/regional-conferences/en: a reunião é no fim de fevereiro, em Cartum, Sudão. Um engano, claro: se a Etiópia não tem acordo de extradição com o Brasil, que tem isso a ver com as calças?

* O ótimo site jurídico gaúcho Espaço Vital (www.espacovital.com.br) diz que a Petrobras, em leilão internacional, vendeu por US$ 38,5 milhões duas plataformas marítimas, P59 e P60. Ambas estavam paradas, só dando despesas. Mas uma única plataforma nova custa US$ 130 milhões. E pensar que a Petrobras pagou US$ 720 milhões por ambas, em 2012! Comprou-as do consórcio Paraguaçu, formado por Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.

* Dilma, então presidente, foi ao lançamento da P59, na Bahia. Fez um discurso com elogios ao presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, "o grande gestor que propiciou a construção dessa plataforma". Elogiou ainda o diretor Renato Duque, que em 2017 seria condenado a dez anos de prisão.

* Stedile, do MST, e Boulos, do MTST, ameaçaram impedir a prisão de Lula, se for decretada. Pode isso, Arnaldo? Não pode. Mas até agora pôde.

VOA, DINHEIRO!

O Brasil vai doar R$ 792 mil ao Estado da Palestina, para restauração da Basílica da Natividade, em Belém. A Medida Provisória 819 foi assinada por Rodrigo Maia, presidente em exercício durante viagem de Temer. O Brasil é um país cristão; mas outros países mais ricos ?" alguns, como a Suécia, onde o cristianismo é religião de Estado ?" não contribuíram.

DINHEIRO, VOA!

André Luís Amado Simões, técnico em Administração do Tribunal de Justiça da Bahia, aposentou-se há uma semana (www.tjba.jus.br). Valor da aposentadoria: R$ 49.643,28. O teto constitucional de R$ 30.741,10 será respeitado. O interessante é que o salário de um técnico em Administração seja o mesmo de um desembargador. Ou seja, aquilo que era teto se transformou em salário-padrão. E não é só neste caso: na área federal, há inúmeros profissionais ganhando acima do teto, o rendimento mensal de ministros do Supremo. O próprio juiz Sérgio Moro, pelo menos em uma ocasião, recebeu num mês o equivalente ao triplo dos vencimentos dos ministros do STF. Tudo bem, é difícil, os beneficiados se defendem, mas que tal começar por aí a reforma da Previdência? E certos salários estatais não estariam acima do aceitável?

TADINHA!

A deputada federal Cristiane Brasil, do PTB, aquela que vai talvez não se sabe um dia desses virar ministra do Trabalho, divulgou um desastroso vídeo de defesa de suas posições. No vídeo, a deputada está num barco, em companhia de um grupo de homens sem camisa. Acabou tomando um puxão de orelha por seus maus modos. Até aí, já é ruim: uma deputada e ministra, espera-se, deve ter um comportamento público mais discreto. Mas o pior não é isso: é que quem lhe deu o puxão de orelhas foi seu padrinho politico (e pai) Roberto Jefferson, o político que denunciou o Mensalão, irritadíssimo por ter recebido menos do que o combinado com os dirigentes petistas. Cá entre nós, ter de ouvir lições de boas maneiras de um parlamentar como Roberto Jefferson? que fim de feira!

POR TRÁS DOS VOTOS

Sempre que acompanhar o noticiário, lembre-se de que todo político tem, como primeiro objetivo, o mais importante de todos, sobreviver. Pode, eventualmente, deixar esse objetivo de lado em determinadas situações, mas não é para acostumar: esses casos são exceções. Entre os 81 senadores, 23, cujos mandatos terminam neste ano, estão sendo investigados pela Lava Jato e congêneres, e perder o foro privilegiado é um terror permanente. Alguns certamente vão desistir de tentar a reeleição, tentando manter o foro com mandato de deputado federal, mais fácil de conseguir. Outros vão correr o risco. E um deles não tem alternativa: Renan Calheiros. Seu filho é governador de Alagoas e Renan só pode concorrer ao cargo que já ocupa.

A GRANDE LISTA

Estes são os 23 senadores que, se não se reelegerem nem conquistarem outros cargos, ficam no final do ano sem foro privilegiado: Romero Jucá, Eunício Oliveira, Lindbergh Farias, Humberto Costa, Renan Calheiros, Garibaldi Alves, Jáder Barbalho, Édison Lobão, Gleisi Hoffmann, Cássio Cunha Lima, Aécio Neves, Agripino Maia, Ciro Nogueira, Benedito Lira, Aloysio Nunes, Vanessa Grazziotin, Lídice da Mata, Valdir Raupp, Ivo Cassol, Ricardo Ferraço, Dalírio Beber, Eduardo Braga e Jorge Viana.
Herculano
31/01/2018 09:48
O JUDICIÁRIO RESOLVEU SER RÉU, por Elio Gaspari nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Promotores, juízes, desembargadores e ministros não aguentam o teste da lanchonete da rodoviária

O juiz Marcelo Bretas resolveu passar de símbolo da faxina das roubalheiras do Rio de Janeiro a ícone dos penduricalhos do Judiciário. Contrariando uma resolução do Conselho Nacional de Justiça e respondendo a um questionamento da Ouvidoria da Justiça Federal, cobrou num tribunal o seu auxílio-moradia e o de sua mulher, também juíza.

Bretas sempre morou no Rio, e o casal obteve um penduricalho de R$ 8.600 mensais. Num cálculo grosseiro, para pagar uma quantia dessas à Viúva, uma pequena empresa que pague impostos pelo regime de lucro presumido precisa faturar R$ 5 mil por dia.

Bretas não é o único juiz ou promotor beneficiado pelo penduricalho. A desembargadora Marianna Fux, dona de dois apartamentos no Leblon, também recebe auxílio-moradia. Seu pai, o ministro Luiz Fux, reteve por três anos no Supremo Tribunal Federal o processo que contesta a legalidade do mimo classista.

Quando as repórteres Daniela Lima e Julia Chaib revelaram a bizarrice de Bretas, ele se explicou com a ironia dos poderosos: "Pois é, tenho esse 'estranho' hábito. Sempre que penso ter direito a algo eu vou à Justiça e peço. Talvez devesse ficar chorando num canto, ou pegar escondido ou à força. Mas, como tenho medo de merecer algum castigo, peço na Justiça o meu direito."

Pegar escondido ele não pega, mas se o doutor tem medo de castigo, não deve levar seu pleito ao balcão de uma lanchonete da rodoviária. Lá, trabalhadores que esperam pelo transporte teriam dificuldade para entender como juízes ou promotores, cujos salários iniciais estão em R$ 27.500 ou R$ 26.125, precisam de R$ 4.300 de auxílio-moradia para trabalhar na cidade em que sempre viveram. No caso de Bretas, ele deveria explicar como um casal precisa de mais R$ 4.300, morando na mesma casa.

Os penduricalhos transformaram-se numa ferida na cara do Judiciário, agravada pela má qualidade da argumentação dos doutores na defesa do mimo. Argumentam que outros servidores também recebem a prebenda. Dois erros nunca somaram um acerto. O juiz Roberto Veloso, presidente da guilda dos juízes federais, chegou a dizer que um magistrado não pode ter tranquilidade para trabalhar "se o advogado que está a seu lado está ganhando mais que ele". Parolagem de má qualidade. Para recolher em impostos o que o casal Bretas recebe de auxílio-moradia (noves fora o salário), um advogado precisa faturar R$ 70 mil por mês. Além disso, juiz não fica sem clientes, mesmo sendo um mau servidor. Em São Paulo, um juiz condenado por extorsão está em regime semiaberto e em agosto recebeu R$ 52 mil pela sua aposentadoria.

A Lava-Jato colocou o Judiciário no centro da política nacional. Transformado em agente da moralidade pública, esse poder está empesteado pela cobiça, pelo corporativismo e pela onipotência. Bretas decidiu simbolizar as três coisas.

Há poucos dias, o professor Conrado Hübner Mendes publicou um artigo intitulado "Na prática, ministros do STF agridem a democracia". Uma joia de coragem, informação e lógica. Expôs baixarias, contradições e auto mistificações de ministros do Supremo. Sobraram poucos. Sua amarga conclusão: "O tribunal foi capturado por ministros que superestimam sua capacidade de serem levados a sério e subestimam a fragilidade da corte."
Herculano
31/01/2018 09:47
O JULGAMENTO, por Roberto Damatta, no jornal O Globo

Na contramão dos axiomas do poder à brasileira, um ex-presidente emblemático da defesa dos oprimidos foi desmascarado e condenado

Nos regimes democráticos há o julgamento público, gravado, filmado e televisionado. Uma anormalidade produz uma crise; há um acusado que, tendo o direito de defesa, promove uma disputa, a qual é levada a um juiz que, num julgamento aberto e invocando a lei, fecha o processo.

O antropólogo Victor Turner estudou as crises como "dramas sociais". Os conflitos recorrentes que investigou entre os ndembu de Zâmbia levavam à segmentação e a uma indesejável perda de continuidade coletiva. Para Turner, processos agudos de disputa interna são marcados por quatro momentos interdependentes. O primeiro seria o da crise, quando comportamentos fogem das normas; o segundo é o do distúrbio por ela causada. O terceiro aciona tentativas de reparação e compensação do malfeito. Nesta etapa, entra em cena a turma do deixa-disso com o objetivo de mitigar os pontos de vista em colisão. Numa quarta e última fase, ocorreria rearranjo, concordância ou cisão. Uma modificação das rotinas tradicionais ou o rompimento do grupo em duas comunidades. Parece familiar, não?
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Na ausência daquilo que o historiador inglês E. P. Thompson chamou de the rule of law ?" o domínio da lei ?", são os incomodados que se mudam. Nas ditaduras, eles são presos ou eliminados, como é comum nas crises sem a mediação de um juízo público englobador. Nos conflitos tribais, investigados por Turner, a norma costumeira levava à bifurcação. Nas sociedades nacionais, a lei escrita e promulgada, aceita por todos e diretamente afastada dos conflitos, é invocada e pode até mesmo ser usada contra aqueles que detêm o poder ?" controle do contexto. O "domínio do fato", como foi mencionado na condenação unânime e histórica do ex-presidente Lula ?" uma persona social dotada de um imenso "capital simbólico", para que ninguém diga que eu não gosto e não leio, além de Marx, Pierre Bourdieu.
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O julgamento foi extraordinário. Pela primeira vez no Brasil, vimos desembargadores condenarem em segunda instância um ex-presidente da República. Assistimos a um drama que, depois de inúmeros inquéritos e vergonhosas descobertas de gorjeta, fechava a cortina reafirmando um adormecido poder da lei aplicada a um representante máximo do poder e dos seus sequazes ?" aqueles que puseram a política a serviço do enriquecimento particular, em vez de se servirem dela para o enriquecimento público.

Na contramão dos axiomas do poder à brasileira, um ex-presidente emblemático da defesa dos oprimidos foi desmascarado e condenado, dissolvendo as ideologias nativas do "quanto maior menos cadeia", do "você sabe com quem está falando" e do pós-moderno populismo, no qual todos ganham, ninguém perde e nós (os donos do poder) ganhamos mais do que todos.
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Condenou-se uma figura tabu, tida como intocável. Uma pessoa tão especial e acima da lei que é capaz de suscitar a onipotente, absurda e surreal narrativa de que, sem ela, não haveria democracia no Brasil.
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Outra surpresa foi entender a língua dos desembargadores. Um deles, aliás, tendo consciência do rebuscamento do falar jurídico (construído para não ser entendido pelas pessoas comuns), tinha o cuidado de traduzi-lo para o português.

O ritual inovador reiterava muito do que tenho escrito neste espaço sobre as imposições dos papéis ou cargos públicos aos seus ocupantes. O julgamento foi histórico porque também recapitulou o papel de presidente da República nos seus privilégios e nos seus deveres e suficiências. O eleito em nome dos pobres e dos que queriam uma sociedade mais igualitária ?" o supremo magistrado da nação ?" pode alinhar-se aos ricos e com eles assaltar o país? Os papéis mais altos e nobres exigem mais lealdade dos seus atores. Quanto maior o cargo, maior a responsabilidade e punição.
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A narrativa de que o condenado foi vítima de uma conjuração corporativa ?" uma inquisição ?" é absurda, a menos que o julgamento não tivesse sido realizado publicamente, seguindo o processo do estado democrático de direito. Suas evidências não foram colhidas por órgãos secretos de segurança, como ocorre nas ditaduras ?" esses regimes, aliás, tão a gosto dos que recusam a realidade e confundem meios e fins.
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Mas como nada se fecha no Brasil, já se projeta uma regra fora da regra: há o condenado, mas não pode haver prisão. Confunde-se desobediência civil com a tentativa de assassinar as mediações que sublimam o confronto aberto sem aviltamento dos envolvidos. É justamente no julgamento, nesse rito final, que se faz justiça não a pessoas, partidos ou facções, mas à sociedade brasileira. Sem ele, não se abre caminho para a democracia. Sua rejeição nos leva diretamente à violência que assassina mediações.

Lula diz ter consciência do que está acontecendo no Brasil. Eu jamais tive dúvidas e sobre isso fiz uma obra demonstrando o óbvio: o nosso problema é assistir como a casa sempre vence a rua, e como relacionamentos pessoais englobam a lei.

Até, quem sabe, esse julgamento.
Herculano
31/01/2018 09:45
SE QUEREMOS ACABAR COM OS URUBUS, BASTA ACABAR COM A CARNIÇA, por Alexandre Schwartsman, economista, ex-diretor do Banco Central, no jornal Folha de S. Paulo

A condenação do ex-presidente Lula é, até agora, o cume de um processo doloroso, em que o país vê expostas as entranhas da corrupção numa dimensão que surpreende até os mais cínicos.

Por onde se olhe não parece haver no mundo político convencional alternativa que não esteja ligada, de alguma forma, ao pervasivo fenômeno de exploração do setor público para fins de enriquecimento pessoal ou financiamento de campanhas (a destinação dos recursos não alivia em nada a sujeira da sua origem).

Já tive oportunidade de explorar aqui as consequências nefastas da caça à renda (da qual a corrupção é a faceta mais tenebrosa) para o crescimento, tema que foi também trabalhado por Samuel Pessôa em sua coluna mais recente com a competência habitual.

Em suma, a caça à renda desvia a busca do lucro da inovação para a captura de recursos, levando ao menor crescimento e, portanto, piores condições de vida, processo detalhadamente explicado por Acemoglu e Robinson em "Por Que as Nações Fracassam", livro indispensável para entender o Brasil e seus dilemas.

Uma vez estabelecida a ligação entre a caça à renda e o baixo desempenho econômico, resta saber como poderíamos romper esse elo e, tão importante quanto, se há alguma chance de fazê-lo.

Francamente, não vejo outro modo de acabar com isso que não passe por uma mudança radical da forma como organizamos nossa economia, em particular como o poder público intervém no domínio econômico.

Está cada vez mais claro que as diversas dimensões da intervenção estatal na economia oferecem aos caçadores de renda, entre eles os corruptos, um amplo manancial de oportunidades.

Vimos isso na Petrobras, vimos isto também na compra de medidas provisórias, na busca por desonerações tributárias, na escolha de "campeões nacionais" (JBS, por exemplo) e na enésima tentativa de ressuscitar a indústria naval, para citar, de memória, uns poucos exemplos.

A lista poderia se estender por bem mais do que os 3.200 caracteres aqui permitidos, mas apenas os casos aqui lembrados dão uma ideia, ainda que pálida, das imensas possibilidades de venda e compra de favores que a atual organização econômica do país permite.

Ocioso, no caso, discutir se a iniciativa parte dos compradores ou vendedores; o que importa é que onde há carniça é para lá que voam os urubus. Assim, se queremos acabar com os urubus, a solução é óbvia: basta acabar com a carniça.

Metáforas de gosto duvidoso à parte (perdão, mas ando bem revoltado), não vejo saída que não passe por ampla privatização e redução drástica da intervenção estatal.

Vai acontecer? A resposta honesta é "não sei", mas confesso ao raro leitor que não tenho muita esperança que nenhuma proposta nesse sentido acabe endossada pela população nas eleições. Reclama-se da corrupção, mas ninguém parece seriamente interessado em acabar com sua origem.

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Márcio "Maria Antonieta" Holland ainda não entendeu que minha repugnância se limita às ideias econômicas das quais é veículo, seja na sua insistente divulgação, seja, de forma ainda mais grave, na sua aplicação sob a forma da Nova Matriz, que nos levou à pior recessão em quase 40 anos.

Já sua figura pessoal é irrelevante; se me importasse com ela, provavelmente a desprezaria.
Ana Amélia que não é Lemos
31/01/2018 09:27
Sr. Herculano:


SAMAE INUNDADO. POR QUE FALTA ÁGUA EM GASPAR? - Por Herculano Domício

Seu raciocínio lógico é simples e ordenado, com requintes de ironia. Parabéns!

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