19/03/2019
Depois da surra dos políticos “amparados” em seus nomes famosos; dos partidos estruturados se diluírem na soberba; das verdades e das apostas dos “çabios” serem comidas nas urnas em outubro do ano passado, começou a temporada de “pesquisas”. É prevenção. É para o monitoramento dos grupos políticos e dos nomes de sempre, ou dos azarões de temporadas. Parecem que estão assustados com os resultados, as mudanças dos humores dos eleitores e estão apreensivos.
Eu tive acesso a duas pesquisas recentes feitas em Gaspar. Não as pedi. Vieram-me possivelmente pela credibilidade da coluna, ou para ser dar amplitude à audiência delas pela coluna tornando-as fato, notícia e comentário aqui, criando-se assim, o debate pela credibilidade a partir da minha análise.
Eu particularmente, afeito a esses trabalhos há décadas, no caso de Gaspar, após à olhada técnica, tenho algumas sérias restrições. E a primeira delas e mais forte, é que ambas as pesquisas não seguem bases demográficas do registro eleitoral da Comarca como gênero, extrato social, escolaridade e demografia por localidades gasparenses.
Isso pode significar desvio nos padrões e nos resultados. Entretanto, como as duas possuem pontos coincidentes nos resultados gerais, resolvi usar uma delas, para sustentar este artigo. E qual foi o critério para descartar uma? É que a que serviu de base foi vista pelo poder de plantão, por gente na Câmara e até em gabinetes da Assembleia Legislativa. Ou seja, teve trânsito e não podem me acusar de estar usando um trabalho ficcional.
AVISOS BEM CLAROS
Um número de cara chama atenção: 84,13% dos entrevistados dizem não possuírem candidato a prefeito de Gaspar para outubro de 2020. Ulala! Está longe? Está! Mas, não tão longe que haja tanta dúvidas.
Como assim 84,13%? O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, não está em árdua campanha para se reeleger? E supostamente não estando, não conseguiria sinalizar com o seu trabalho e fazer o seu sucessor? Dos poucos mais de 15% restantes e que dizem ter escolhido um nome numa lista de seis, Kleber tem algo em torno de um quinto da preferência. Ele perde, nesta ordem, para um ex-prefeito e um ex-candidato derrotado.
Só volta a entrar no páreo, quando confrontado em um círculo restrito de candidatos, todas cobras manjadas. Se é mudanças que se quer, nenhum nome foi testado pela pesquisa, como erraram as que montaram cenários para o outubro do ano passado e foram engolidas pela realidade “secreta” dos desejos dos eleitores.
Quer mais? Então vamos adiante, pois há um sinal perturbador nesta pesquisa à observação que sublinhei no parágrafo anterior.
A pergunta da pesquisa era esta: você está satisfeito com a administração do prefeito Kleber Wan Dall ou votará pela mudança? Sabe o que aconteceu? 46,64% cravaram que votarão pela mudança. Ai, ai, ai. O que não está claro na pesquisa é quantos desses que querem mudanças, votaram em Kleber e estão desistindo dele em outubro do ano que vem, se as eleições fossem hoje.
Só 34,45% se disseram satisfeito com Kleber e se habilitaram a pensar nele se ele for candidato.
Olhando bem as pesquisas, passa-se a desconfiar que o problema é o nome Kleber ou à assertiva que sempre escrevi aqui: a comunicação de Kleber, da prefeitura, do poder de plantão. Ela é errática; ela é feita por curiosos, ela é feita com o estômago; ela usa gente que não possui audiência e ou credibilidade para avalizar um governo, um trabalho, um resultado, mesmo nas críticas.
COMUNICAÇÃO TORTA E IMPRODUTIVA
Kleber se tornou repórter dele mesmo nas redes sociais, sem senso prático de resultados, sem direção, com conteúdo duvidoso e sem inspirar autoridade. É aplaudido pelos que emprega e seus parentes, os quais devem obrigação pela teta feita com o dinheiro dos pesados impostos de todos. O prefeito e a gestão estão isolados numa suposta bolha que a tem como sendo de sucesso e de contrapartida garantida no resultado. Coisa antiga.
Entretanto, como se vê, pela pesquisa e não pelos dos críticos ou supostos opositores, Kleber não está sendo reconhecido pelo que reporta, discursa e vende. Falta-lhe gente de credibilidade ou isenta, da comunidade – sem interesses de contrapartidas diretas - para defende-lo, projetá-lo, avalizá-lo.
A vingança é um prato que se come frio, diz um dito popular. Kleber e os seus estão servindo um prato quente e fora do ponto, tanto que decidiram nos últimos dias “comprar” os adversários e assim eliminá-los na como concorrentes de outubro do ano que vem. Corre um sério risco dessa manobra não dar certa, como apontam as pesquisas até aqui.
Ora, se tão poucos o escolhem Kleber entre seis supostos candidatos – e muitos deles não representam mudança alguma - e mais de 84% deixam aberto à corrida, é porque aí tem algum recado claro embutido. E está na hora do poder de plantão se coçar, mudar, criar saídas reais, porque outubro de 2020 está logo ali. E se não pensar nisso, poderá repetir o outubro do ano passado.
E por que insisto que há um recado embutido no resultado da pesquisa e a comunicação é pífia – cara, malfeita e por curiosos, mal distribuída e em alguns casos utilizada para a vingança? Porque os mesmos que sonegam o nome de Kleber como candidato, aprovam-no em 49,6% como prefeito, contra 33,93% que o desaprovam. A diferença, 16,47% não souberam opinar.
Querem outros dados que mostram que há uma rejeição primária ao nome de Kleber, ou má comunicação? A secretaria da Saúde era considerada um lixo nas avaliações que tive acesso anteriormente. Hoje, esse quadro está praticamente revertido: 1,74% acha-na ótima, 35,71% a têm como boa, 29,37% como regular e só 26,79%, apesar de expressivos – mas está na média brasileira -, acham-na péssima. Outros, 6,35% não a avaliaram.
Como algo que não está bom, mas avançou muito segundo à percepção dos entrevistados, não está associado a resultados do prefeito Kleber? O que adianta melhorar, se isso não consegue ser atribuído a alguém?
OBRAS AINDA NÃO O AJUDAM
E para encerrar e provar que há uma rejeição primária de Kleber ou erros de comunicação para quem já leu centenas de pesquisas – de produtos, mercados, lançamentos, comportamento de consumidor e eleitorais - por ofício, outra parte dela dá pistas.
A aposta de Kleber - onde botou quase todas as fichas para disputar um novo mandato - é para o setor de obras. Ele quer ser reconhecido como realizador e que transformou a cidade num canteiro.
Mas, vejam. Quando se perguntou à avaliação da secretaria de Obras [ e Serviços Urbanos e por injunção, a secretaria de Planejamento Territorial], as respostas não superaram à então problemática secretaria da Saúde e que está em recuperação depois da estadia na UTI: 1,59% acha-na ótima; 39,68% boa, 30,75% regular, 23,02 péssima; 4,56% não soube avaliar e 0,45% não respondeu.
Ora, se a cidade está num canteiro de obras, à vista de todos e por todos os lados; se a comunicação tenta ligar Kleber e a administração com obras e seus resultados, ou promessas de resultados, alguma coisa, revela a pesquisa, não está funcionando a favor da ideia, da estratégia e dos gestores, mesmo se reconhecendo que a maior parte das obras não está disponível ou pronta para a sociedade usufruir.
Mas, lembro, que a expectativa cria uma repercussão positiva e uma precificação. E isto não está acontecendo. E deve ter alguma causa que a pesquisa não revelou ou não pesquisou.
E uma das coisas que pode estar complicando esta percepção, é o fato de que tudo começa e não se termina. A outra podem ser as dúvidas que pairam sobre este fato que envolvem milhões, associada à pouca transparência da gestão de Kleber e das obras.
Pior do que isso, corre na cidade, por meio das redes sociais e aplicativos de mensagens, exibição de status e posses de gente ligado ao poder em pouco tempo de governo e que não tinham tais status, comportamento e posses. À mulher de César, como diz, não basta ser honesta. Antes é preciso representar isso. E na representação, os que circundam Kleber, estão permitindo outras e diversas interpretações no imaginário popular. E depois que isso pega, não há praga – como se roga no antídoto - que livre essa percepção do povo usado pelos adversários.
E por que usei esta pesquisa para este comentário, entre duas que olhei? Além do que já argumentei anteriormente, porque se trata de material que é de gente próxima ao poder de plantão e não poderia me acusar de estar a serviço de uma suposta oposição. Acorda, Gaspar!
Da esquerda para a direita: presidente Ciro e o ex-presidente Sílvio contra a manobra do governo Kleber para enfraquecer a Câmara. Roberto Procópio pediu o primeiro adiamento
Está na pauta da sessão de hoje da Câmara de Vereadores de Gaspar, a Emenda Aditiva nº 01/2019. Ela é de autoria dos vereadores Ciro André Quintino MDB e presidente da Câmara; Dionísio Luiz Bertoldi, representando a bancada do PT; Silvio Cleffi, PSC, ex-presidente e um dos autores do Projeto de Lei; bem como Wilson Luiz Lenfers, representando o PSD. A emenda “acrescenta dispositivos ao PL 117/2018”. Este PL cria um fundo, de médio prazo, para se fazer a sede própria do Legislativo.
Esta emenda, na verdade e nada mais do que isso, é a reafirmação da independência do Legislativo gasparense. Não para se ter uma sede própria, objetivo do fundo, do referido PL e da emenda, mas para não permitir à submissão quase que doentia dos que estão no poder de plantão no Executivo municipal.
A emenda 01 foi fruto de negociações havidas desde o ano passado, mas que depois de acertadas nos bastidores, foram manobradas seguidamente em plenário, no palanque, nos discursos demagógicos, nas entrevistas para se postergar. O objetivo? Criar um anti-climax na cidade contra a Câmara e os vereadores.
Se há interesses econômicos, imobiliários ou políticos em jogo, escolheu-se a pior maneira para se tratar deste assunto publicamente. A birra, na verdade, é uma retaliação dos da prefeitura contra o autor do PL, Silvio e o que levou o assunto adiante neste ano, Ciro. Explico mais adiante.
A decisão que poderá ser tomada hoje – pois não está descartada nenhuma outra manobra regimental -, foi adiada da terça-feira passada.
Naquela terça, finalmente, depois de tudo decidido, eis que surgiu o requerimento da vereadora Franciele Daiane Back, PSDB. Ela fazia o jogo da base do governo de plantão, para não levar o PL à votação. O Executivo vem se escondendo nessas manobras e no ano passado, aproveitou-se da aproximação do então oposicionista ferrenho Roberto Procópio de Souza, PDT, e viu a matéria ser adiada para este ano, sob o argumento da necessária composição e que não valeu, quando o assunto chegou à pauta de votação na terça da semana passada.
Jogo dissimulado. Procópio, na composição para ter a maioria no Legislativo no final do ano passado, era o candidato do governo à presidência da Câmara. E o adiamento da votação da matéria no ano passado, era uma manobra clara para enterrar o assunto. Deu errado! Procópio não foi eleito presidente da Câmara. Perdeu no voto. Então...
O JOGO DO CONTRAPONTO
Também está na pauta de votação de hoje, emenda modificativa e aditiva 02/2019, de autoria dos vereadores Evandro Carlos Andrietti, Francisco Hostins Junior, Francisco Solano Anhaia, todos do MDB, bem como José Ademir Moura, PSC, suplente do mais longevo dos vereadores José Hilário Melato, PP e Roberto Procópio de Souza, PDT, que compõem à atual base do governo. Ela modifica e acrescenta dispositivos ao mesmo PL 117/2018.
Resumo: está clara, mais uma vez, a interferência do Executivo no Legislativo. Foi por isso, que Kleber e sua turma perderam, e por duas vezes, a presidência da Câmara, quando escolheu e enfiou goela abaixo seus candidatos: silenciosamente Silvio surpreendeu e derrotou Franciele, enquanto que Ciro, como o mesmo silêncio e muita articulação nos bastidores, ganhou de Procópio.
Kleber e sua gente, parece que não aprenderam, ou não estão tendo o cuidado suficiente para se distanciarem das cascas de bananas que estão do outro lado da rua e fazem questão de atravessá-la para escorregarem lá. Neste caso, ardilosamente e para não aparecerem, depois de ganharem quase cinco meses de negociação, movimentaram entidades para serem contra o projeto e fingirem que estão de mãos limpas.
Quem tem voto, articula, vota, ganha e segue adiante. Quem não tem voto, manobra, discursa, desgasta o oponente e perde. Parece que quem tem voto não entendeu que é hora só de votar, não confrontar, fazer escada e cair na armadilha de quem não possui votos.
O orçamento de Gaspar é de R$ 257 milhões. A Câmara tem direito a 7% dele: R$18 milhões. Está na lei em vigor, que trata do duodécimo. A Câmara gasta em média R$5 milhões (no ano passado foi R$4,8 milhões), ou seja, devolve R$12 milhões para a prefeitura. O fundo vai acrescentar R$600 mil aos R$5 milhões e que seriam facilmente absorvidos nos R$9 milhões que já estão orçados pela Câmara para este ano.
Ora, se a Cãmara não tem direito aos 7% que estão na lei, que mudem a lei. E não fiquem Executivo e vereadores neste nhemhemehm, que só desgasta o Legislativo.
Não se trata de criar cargos, tetas, espertezas e vantagens pessoais, assessoramento e outras inutilidades como já me posicionei contra aqui e a sociedade, acertadamente, barrou.
Trata-se de criar patrimônio, como fez recentemente o Executivo ao comprar o prédio do antigo Besc, aqui no Centro, e com a aprovação da Câmara, para abrigar a biblioteca municipal. Trata-se de ir para um local projetado para tal, sem improvisos. Não é dinheiro dos pesados impostos que vai para o ralo para pessoas, cabos eleitorais disfarçados de empregados públicos...
Como se vê, olhando os números, sabe-se claramente que o Executivo não briga por economia – que desperdiçará muitas vezes nas obras que está fazendo sem planejamento, controle e fiscalização e como demonstrei em artigo anterior, não está contribuindo para a reeleição. Briga para desgastar o presidente Ciro André Quintino, que Kleber, Carlos Roberto Pereira e outros não queriam vê-lo na presidência da Câmara e os incomoda no seu voo solo no MDB.
E ao desgastá-lo [Ciro], quer levar junto Silvio – o autor da ideia, que traiu à base do governo em 2017 e virou oposição. Kleber, os seus, incluindo aí os vereadores situacionistas, estão minando à necessária independência de um poder, para não ficar refém dos inquilinos temporários da prefeitura. Nem mais, nem menos.
Quem vencerá se não houver bom senso? Aquele que tiver articulação, liderança e votos. Os perdedores ficarão mais uma vez com os discursos, o teatro, o espetáculo, as manobras, o palanque, as entrevistas sem perguntas... Acorda, Gaspar!
Qual a melhor imagem do então professor paz e amor Jovino Emir Masson? Ato 1: o dia em que ele como presidente do Sintraspug, acertou no fio do bigode – sob o amparo de advogados - uma negociação com a comissão da prefeitura liderada pelos petistas Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa para uma recomposição ínfima aos servidores. Ato 2: o dia em que o acordo foi para homologação na Câmara, e o então líder do governo, José Amarildo Rampelloti, PT, tentou passar a perna no Jovino, no Sindicado, nos servidores atestando que não havia acordo nos termos que se estabeleceu na negociação. Bafafá. Ato 3. E tudo voltou ao combinado, não porque Jovino pulou no pescoço dos representantes da prefeitura, mas porque com a ajuda da imprensa livre, o PT viu se estabelecer como um caco na palavra empenhada.
Mas esta não é a razão deste comentário e que parte dele, meus leitores e leitoras já degustaram na área de comentários da coluna de sexta-feira, expressa no portal Cruzeiro do Vale, o mais acessado e atualizado, de Gaspar e Ilhota. É como a prefeitura de hoje tentou interferir no processo. Nos bastidores, aliás, vem “cantando” vitórias. Se for verdade, Jovino está obrigado não ao desmentido formal, mas em fatos e resultados para os quais será testado desde logo com a pauta de reivindicações do contrato coletivo de trabalho.
Vamos aos fatos. Depois de perder duas vezes quando se meteu na Câmara - onde não deveria se meter - criando dois candidatos à presidência de um poder que não é seu e que por causa disso perderam quando tudo estava certo de que ganhariam; depois de levar uma surra sem tamanho nas urnas de outubro passado, o governo de Kleber Edson Wan Dall, o MDB e o PP diz que tem algo para comemorar: a eleição ontem Jovino Emir Masson.
Que história esquisita é esta?
Jovino nega que tenha sido candidato do governo, mas ao mesmo tempo, admite que não poderia renegar esse "apoio" espontâneo e de oportunidade. E os alinhamentos claros dos seus dois concorrentes não deixam nenhuma dúvida ao ex-presidente de que foi favorecido pelas circunstâncias.
Três chapas concorreram à presidência do Sintraspug. A chapa 1 tinha como candidato Serlau Antunes, servidor combativo e sempre envolvido no Sindicato. Recebeu 140 votos. Ele se intitulava contra o poder de plantão e contra possíveis concessões. E quando o seu discurso duro e intransigente em defesa do servidor foi associado a setores do PT, Serlau prontamente o rejeitou. "Fui eleitor de Bolsonaro e Moisés", retrucou-me, certa vez. Então...
A chapa 2, vencedora da votação, foi encabeçada por Jovino, e recebeu 252 votos. Usou o ativo de ex-presidente e a moderação que marcou a sua gestão no tempo em que teve que enfrentar o petismo das gestões de Zuchi e Mariluci. Entre as três chapas, o entorno de Kleber viu em Jovino, simplesmente, um dano menor a ser enfrentado. Fantasiou-se e apostou.
A última chapa, de número 3, tinha como representante o professor Lodemar Schmidt. Ele ficou em segundo lugar e recebeu 161 votos. Tinha apoio explícito do PT, da CUT e por conveniência, da atual diretoria do Sindicado, liderado por Lucimara Rozanski Silva. Mesmo se revelado uma surpresa e se doando à causa dos servidores em duras contendas com o Kleber, não quis ir à reeleição e por várias razões. Entre elas, a de que a grana anda curta para o Sindicato depois da Reforma Trabalhista, de Michel Temer, MDB.
Lodemar chegou a ser barrado na eleição. Ela estava marcada inicialmente para o dia primeiro de março. Voltou ao jogo por decisão da Justiça do Trabalho e a eleição remarcada para sexta-feira passada. A derrota dele é significativa para o PT, para o sindicalismo raiz e mostrou que o professorado não conseguiu fazer a diferença na eleição como projetou, principalmente em função da disputa com Jovino.
Quatro servidores que foram à Câmara e votaram nulo, num universo de 557 votantes. Agora, é esperar a posse. É uma vitória de Kleber? Talvez! Mas, por falta de opção. A prova dos nove virá logo, quando terá que sentar à mesa para negociar com o Sindicato. Acorda, Gaspar!
É isso que quer descobrir o funcionário público (Samae) e vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, num requerimento que mandou ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB há uma semana. Este questionamento, evidencia outra vez, a continuada falta de transparência da gestão sobre as receitas e aplicações delas em obrigações determinadas pela legislação em vigor.
Cícero quer cópias de documentos e comprovantes da arrecadação municipal com a cobrança das multas de trânsito em 2018; quanto foi gasto com sinalização? Quanto foi gasto em engenharia de tráfego? Quanto foi gasto com engenharia de campo? Quanto foi gasto com policiamento? Quanto foi gasto com fiscalização? Quanto foi gasto com educação de trânsito?
E por que ele quer saber isso? Porque, segundo ele, o Código de Trânsito Brasileiro, determina no artigo 320, §2º, que os órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Trânsito (SNT) devem publicar os dados completos sobre a receita arrecadada com a cobrança de multas de trânsito e sua destinação, e a presente proposição tem como objetivo melhorar o detalhamento e tornar mais transparente as informações relativas a este processo para a população.
“A receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito”. Parágrafo 1º: o percentual de cinco por cento do valor das multas de trânsito arrecadadas será depositado, mensalmente, na conta de Fundo de âmbito nacional destinado à segurança e educação de trânsito. Parágrafo 2º: o órgão responsável [ que em Gaspar é a Ditran – Diretoria de Trânsito - deverá publicar, anualmente, na rede mundial de computadores (internet), dados sobre a receita arrecadada com a cobrança de multas de trânsito e sua destinação.”
Pois é. Bingo. Novidade se fosse diferente. Segundo o vereador Cícero, na justificativas que mandou ao prefeito, “as informações presentes atualmente no Portal da Transparência do município de Gaspar encontram-se incompletas, considerando as determinações legais previstas na Constituição Federal e na Portaria 85/2018, do Denatran. Portanto, em conformidade com a Lei Federal nº 12.527/2011, que regulamenta o direito constitucional das pessoas ao acesso às informações públicas, entendemos ser importante que as informações, os demonstrativos mensais de arrecadação e destinação de recursos decorrentes da aplicação de multas de trânsito, no solo municipal, sob a jurisdição da Secretaria de Segurança e Superintendência de Trânsito, estejam de forma completa e adequadamente divulgadas no site oficial do município de Gaspar”.
A Defesa Civil de Gaspar no tempo do governo petista de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa sempre foi um lugar de emprego e decoração, apesar de essencial para a cidade e a proteção dos cidadãos. Kleber Edson Wan Dall, MDB, resolveu mudar essa história e mudou, minimamente e com muito atraso, com cabo bombeiro militar Rafael Araújo Freitas. Era um alento.
Como Rafael se negou a ser cabo eleitoral e segurar bandeiras de partidos e candidatos pelas esquinas de Gaspar na faisqueira de outubro do ano passado, o presidente do MDB, o prefeito de fato e secretário da Saúde, Carlos Roberto Pereira, que já foi bombeiro militar e hoje é advogado, resolveu mexer os pauzinhos e mandar o Rafael de volta para o quartel. E para o lugar dele, trouxe o sub-tenente reformado bombeiro militar, Evandro de Mello do Amaral. Ele nem aqui mora e nem está disponível para as agruras das intempéries, como já ficou demonstrado várias vezes em tão pouco tempo de dono do cargo.
Há quem reclame dos meus comentários sobre o desleixo que virou a Defesa Civil de Gaspar. São, casualmente e podem ser comprovados e comparados, os mesmos que tinham opinião igual à minha nos tempos de Zuchi, para algo tão essencial num ambiente exposto às tragédias naturais, principalmente as cheias do Rio Itajaí Açú. Então não fui eu quem mudou nas queixas e críticas.
E para mostrar a decadência da Defesa Civil de Gaspar dela ter recebido um sopro de avanço, posto duas fotos. Uma mostra o desfile dela ontem nestes 85 anos de Emancipação. Está raquítica na representatividade para quem já teve quase 100 voluntários. E outra, para comparar, o desfile do ano passado nos mesmos festejos. Ah, onde estava Evandro? No palanque, de colete chamativo para ser visto por seus pares, ao invés de estar gastando sola de sapato com os voluntários e se apresentar à população. Acorda, Gaspar!
Do autor de novelas e que antes de ser escritor e roteirista, foi repórter setorista de Polícia, Aguinaldo Silva, na sua conta do twitter:
“O eterno ‘dimenor’ Peter Pan se daria muito bem no Brasil. Poderia cometer o crime que quisesse e jamais seria punido. Que o diga o número 03 do massacre de Susano. Prestou depoimento, disse que estava triste por não ter participado diretamente do crime e foi liberado”.
Por favor, não culpem o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. Apontem o dedo para os que fazem uso dele, com interpretações pessoais nas suas decisões, mal usando e debochando desse conjunto de regras.
Horário de barnabé. O site da Câmara de Gaspar, continua falhando aos finais de semana. A única coisa que funciona é a capa que o estampa. Os links são inacessíveis. O cidadão pagador de pesados impostos, não pode estar sujeito aos horários ou dias dos funcionários públicos para fiscalizá-los.
Samae inundado. No desfile de ontem, o Samae apareceu com dez viaturas. Nove eram dirigidas por comissionados e uma por um efetivo em cargo de confiança.
Começou cedo. O deputado Ivan Naatz, PV, de Blumenau, ex-vereador, ex-suplente pelo PDT e advogado, conhecido pelos temas polêmicos, está metido em mais uma outra. O Ministério Público Estadual está averiguando uma denúncia de nepotismo cruzado com o gabinete dele com o do vereador de Itajaí, Eduardo Ilto Gomes, PRB, o Eduardo Kimassa.
O vereador empregou o filho de Naatz, Uillian. Já o deputado, absorveu no gabinete para atuar em Itajaí, a mulher do vereador, Sabrina Steil.
Os pés em duas barcas. O mais ferrenho dos oposicionistas da gestão do MDB e PP na Câmara de Gaspar era o vereador, Roberto Procópio de Souza, PDT. Ele agora, é Kleber Edson Wan Dall, MDB, na composição de cargos que conseguiu. Mas, nas fotos, como as de segunda-feira durante do desfile, ele posou com antigos do PT, PSD e Silvio Cleffi, e no palanque oficial.
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