02/03/2020
E tudo isso se a CPI não tiver consequências na Câmara devido a maioria do prefeito para abafar o relatório, irá direto para o Ministério Público e o Tribunal de Contas ajudar na instrução dos inquéritos
Esta quinta-feira, às 13h30min, no plenário da Câmara, serão ouvidos o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Jean Alexandre dos Santos e o que está presidente do Samae há mais de três anos, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP.
Uniformidade do discurso para se criar justificativas e desculpas capazes de gerar o “perdão” das instituições de fiscalização ao procedimento errado que está sendo apurado, estabeleceram-se na nova premissa equivocada do governo.
Todos os envolvidos neste assunto na prefeitura e no Samae, bem como à base política governamental na Câmara, sem capacidade de contestar à realidade que vem se encontrando, tentam mostrar nos discursos e contrapontos de que a obra produziu resultados projetados – e esperados, até o momento - para a comunidade do Gasparinho. Querem com isso, mitigar e até esconder às graves falhas nos de procedimentos administrativos obrigados por lei.
Na imprensa local e regional, esse assunto da CPI ainda é tabu. Só neste espaço no jornal Cruzeiro do Vale, com 30 anos de compromissos com seus leitores e leitoras, a CPI tem sido abordada e analisada, bem como na Rádio Comunitária Vila Nova. O assunto rola e mina à estratégia do governo nas redes sociais e principalmente nos aplicativos de mensagens, que fogem à patrulha formal e constrangimentos governamentais. Falta, inclusive, o assessoramento de comunicação para a Comissão.
Também só hoje é que será escolhido um engenheiro especialista para assessorar a CPI. Os próprios vereadores que estão atrás dos esclarecimentos admitem que ele fez falta na estruturação das oitivas realizadas até aqui.
Caberá ao profissional que está sendo escolhido – dois se habilitaram à licitação - ouvir as quase 10 horas de depoimentos tomados até aqui, perceber às incoerências, os pontos manjados para ludibriar que não possui o domínio técnico, acompanhar as demais ouvidas, bem como analisar todos os documentos que foram colocados à disposição e apontar as falhas deles, e assim facilitar o relatório da CPI ou organizá-los para chegar catalogados aos órgãos de fiscalização.
HALAN PERDEU O FOCO E DEIXOU MAIS EXPOSTA A DELIBERADA INTENÇÃO DA PREFEITURA DE FAZER A OBRA FORA DAQUILO QUE HAVIA SIDO LICITADA, CONTRATADA E PROJETADA
Os dois depoimentos na última reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara de Vereadores de Gaspar e que apura às supostas irregularidades na contratação, execução e fiscalização das obras de drenagem da Rua Frei Solano, no Gasparinho, foram os mais assustadores até aqui. Neles, ficaram evidentes que licitação, contratação, execução e fiscalização de obras em Gaspar, ao menos nesta da Frei Solano, foram para inglês ver.
Ouviu-se o engenheiro fiscal do Samae que controlou a execução da obra – a maior parte dela -, o jovem Halan Jones Mores. Ele não tinha comparecido há duas quintas-feiras, porque o presidente do Samae, o vereador, afirmou por ofício à CPI, que ele estaria ausente do serviço por supostos problemas de saúde, fato que Halan ratificou espontaneamente ao que parecia ser então o final da audiência.
Na verdade, Halan foi engolido pelos fatos, contradições, “esquecimentos” e principalmente pela inexperiência no trato das manhas dos casos do setor público e à submissão aos interesses de quem o contratou para apenas cumprir à legislação: a obrigação de se ter um fiscal para a obra. Halan fez número e cumpriu o seu papel.
A melhor descrição do seu estado emocional, foi quando não se lembrando o que fez, o vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, resolveu refrescar o seu lapso de memória e lhe ofereceu um documento que ele próprio assinou. Halan ficou por minutos olhando aquele documento como não se reconhecendo nele. E esse documento tirou a pouca concentração que lhe restava e Halan, visivelmente, não via o momento daquele pesadelo – que durou quase duas horas - terminar.
Olhava para os lados, para o documento e por pelo menos três vezes deu sinais estar distante daquele depoimento, pedindo para repetir o questionamento ou construindo uma resposta diversa daquela que lhe foi perguntado.
Halan, apesar dos cuidados iniciais que teve, mas por perder o foco, colocou no centro das dúvidas e soluções heterodoxas, todos os envolvidos nestas dúvidas. Sobre as mudanças e problemas encontrados, revelou que tudo era reportado e decidido em reuniões com a participação de engenheiros da prefeitura, do chefe de gabinete do prefeito, do secretário Jean e até do presidente do Samae, Melato.
Halan confirmou que fez o relatório da fiscalização das obras conforme ela foi contratada e não conforme ela foi feita, modificada e entregue. Ou seja, falseou o relatório de fiscalização. Achou isso, natural. Perguntado se achava isso correto esse procedimento, não hesitou em “achar” que sim, pois estaria apenas seguindo o que lhe foi orientado por seus superiores, comprometendo o seu currículo profissional.
CADEIRA DE MADEIRA X CADEIRA COM ESTOFAMENTO DE COURO
Por outro lado, esclarecedor foi o depoimento do também jovem engenheiro, mas escolado no que faz, no relacionamento com o setor público, o engenheiro Walney Agílio Raimondi, um dos sócios proprietários da CR Artefatos de Cimento, de Itajaí, com 30 anos de experiência no ramo e há dez anos fornecedora deste tipo de serviço para a prefeitura de Gaspar, como segundo ele próprio sublinhou.
A CR ganhou em julho de 2018 a famosa e controversa licitação 78 na modalidade de pregão para o registro preços, no valor superior a R$13 milhões. A licitação era para a contratação de empresa para execução de serviços de drenagem e pavimentação articulada.
No ano passado, 2019, entretanto, quando o caso da Frei Solano começava a dar água, após denúncia do vereador Cícero, o Tribunal de Contas do Estado a considerou irregular e mandou suspender todos os serviços decorrentes dela. Walney discordou nesse ponto, defendeu a prefeitura e a si próprio. Quando perguntado por vereadores governistas se via tal contratação um ato irregular, alegou que já fazia esse serviço para Gaspar nessa modalidade em outras administrações e está fazendo pelo mesmo sistema de Ata com Registro de Preços para outras prefeituras da região.
Contudo, Walney provou que, como dizia o pai dele, “o papel aceita tudo”. Referia-se ao projeto “furado” Frei Solando. Ali, pediu-se, no entender dele, como profissional da área e especialista na execução desse tipo de obras, técnicas ultrapassadas diante da atualidade e da realidade que encontrou.
“Perdi dinheiro”, reclamou o engenheiro Walney em contraponto ao que afirmaram os engenheiros da prefeitura e do Samae em depoimentos anteriores, de que todas as modificações foram feitas para se ganhar tempo e desonerar custos dos serviços. Uma obra de quatro meses durou mais de um ano – ou seja, não se ganhou tempo - e se era para desonerar custos, isto não se refletiu naquilo que a prefeitura pagou ou estão pagando pela obra.
E a habilidade de Walney para lidar com situações adversas ficou clara quando ouviu uma pergunta semelhante feita a Halan – que se embanara para responde-la como reportei anteriormente.
Cicero quis saber se era correto prometer vender uma cadeira de couro e entregar uma de madeira, diante de todas as modificações feitas na execução que não respeitou a licitação, a contratação e o projeto. “Compraram uma cadeira de madeira e eu entreguei uma cadeira de couro”, respondeu na lata. Silêncio!
E é isso que deixa os vereadores Cicero e o proponente da CPI e presidente dela, Dionísio Luiz Bertoldi, PT, intrigados. “Se ele perdeu dinheiro, se a prefeitura perdeu dinheiro e vai pagar mais, quem está ganhando?” pergunta Dionísio nos bastidores. Ele, inclusive, pensa também que a CPI já cumpriu o papel dela: provou que suas denúncias eram fundadas. “Por isso, Kleber escondeu tanto tempo tudo isso da gente [vereadores oposicionistas] e da população”.
Isto também está refletido no comportamento reiterado de desconforto de pelo menos um membro da CPI, o vereador Francisco Hostins Júnior, MDB, plantado nela para abafá-la no relatório final e para proteger Kleber.
Hostins por ser advogado, sabe o que está acontecendo e que os depoimentos como os dados até aqui, comprometem-no na obrigação partidária que possui na CPI para não chegá-la à uma Comissão Parlamentar Processante. E na última, Hostins se irritou com os questionamentos de Cicero a Walney.
O QUE ESTÁ CLARO ATÉ AQUI? FOI LICITADO E CONTRATADO UMA COISA, MAS FOI FEITA E ENTREGUE OUTRA. ISTO NO AMBIENTE PÚBLICO SE TIPIFICA COMO CRIME. KLEBER E MELATO PODEM ACHAR UM CRISTO PARA ISSO TUDO, MAS ALÉM DO CALVÁRIO JURÍDICO, TERÃO QUE CONTAR COM A SORTE
Antes de prosseguir é importante que não se repita o que escrevi em dois artigos sobre a CPI, mas é difícil. Antes de prosseguir é importante que esta conclusão de que a contração e o projeto difere da execução e da obra entregue já se desenhava nos primeiros depoimentos, mostrando que as dúvidas tinham razão de ser.
Qual era o título do da coluna do dia 17 de fevereiro?
“Depoimento de engenheiro na CPP mostra um cipoal de improvisos na concepção, contratação, execução e fiscalização das obras de drenagem da rua Frei Solano.
Prevaleceu a soberba e a arrogância técnicas sobre o óbvio e uma realidade que exigia transparência desde que a obra necessária foi concebida.
A falta dela mancha a imagem política do governo em um ano de cobranças, comparações e eleições nas exigências dos eleitores sobre o comportamento dos gestores com a coisa pública, toda ela sustentada pelos pagadores de pesados impostos”.
E qual foi o título do artigo sobre este assunto na coluna do dia 25 de fevereiro?
“Da série: quem não deve não teme. Depois do desastroso depoimento do engenheiro fiscal da prefeitura, o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, resolveu tomar precauções para não se enrolar mais na CPP da drenagem da Rua Frei Solano e apelou para a esperteza.
o engenheiro fiscal do Samae, Halan Jones Mores, não foi “localizado” e por causa disso, ele não foi quinta-feira à reunião da CPP. É que, segundo o presidente José Hilário Melato, PP, não vem trabalhar por questões de saúde. Mas no dia da feitura e da assinatura do ofício, Halan estava na autarquia.
A venda do seu mobiliário pelo engenheiro na internet acendeu à luz amarela dos vereadores”.
No depoimento de Halan ele não sabia precisar onde começou a sua obrigação de fiscalizar, não sabia datas – quando iniciou, quando terminou -, nem se lá foram colocados tubos de dois metros de diâmetros [ e foram mais de 200 metros], e olha que Walney garantiu que ele estava todos os dias na obra, que era cri-cri, mas um inexperiente no assunto.
Após afirmar e ser contestado, admitiu não foi feito o berço de concreto que estava na licitação, no projeto executivo e que foi contratado. Foi feito um contraberço, ou seja, um enchimento lateral, que Walney disse ser a melhor técnica existente e garantiu que a colocação de barro imediatamente não trará problema e que a cura dele aconteceria normalmente com o barro.
Sobre os custos menores dos dois processos, ninguém soube mostrar e comparar números. Apenas de que era mais rápido, adequado e mais empregado hoje em dia.
REJUNTES E CAIXAS DE INSPEÇÕES ESTÃO FORA DO QUE FOI LICITADO, PROJETADO E CONTRATADO
Outro ponto de polêmica foi às substituições dos rejuntes de argamassas de sete centímetros pedidos na licitação, contratação e no projeto para proteger as emendas dos tubos, por mantas geo-têxtil (Bedim). Halan admite que fechou o olho para o assunto, e Walney diz que perdeu dinheiro com a substituição e que foi decidida por ele, “pois esses rejuntes não se usam mais há muito tempo”, atestando o atraso dos profissionais dessa área da prefeitura de Gaspar. “Eu estou nas obras; eu estou atualizado [conhecimento técnico]. Os funcionários públicos às vezes....”, demonstrando autoridade sobre o assunto.
Entretanto, quando falou que perdeu dinheiro, Walney foi contraditório.
Além de tecnicamente ultrapassado, esses rejuntes pedidos no contrato e no projeto são, segundo o engenheiro dono da CR Artefatos de Cimento, caros demais, exigem muito mão-de-obra e atrasam o trabalho. “Estávamos correndo contra o tempo, e as valas abertas precisavam ser fechada os mais rapidamente possível diante da possibilidade de desbarrancamentos, enxurradas e acidentes”, justificou.
Então, Walney não soube precisar à CPI, em números, onde exatamente perdeu dinheiro. Pela exposição que fez, está claro que diminuiu os seus custos.
Outro ponto de controvérsia foi o uso ou não, de escoramento nas valas com mais de 1,25 metro de profundidade como determina NBR, um custo a mais e pedido na licitação. Halan garantiu que foi usado o escoramento. Walney nem se lembrava disso e procurou por fotos no smartphone para responder a essa pergunta, sabendo que em alguns pontos, as valas atingiram até cinco metros de profundidade.
“Isso tudo depende do solo”, disse ele desclassificando a licitação, o contrato, a Norma Técnica e à exigência do Ministério do Trabalho. “Teve lugares em que valas com apenas 50 centímetros de profundidade eram instáveis e precisaram de escoramento. Em outra não”. No fundo, o que houve, foi economia, e com a segurança dos empregados. Isto já tinha sido relatado na coluna, com fotos produzidas pelo próprio prefeito Kleber ao divulgar obras da prefeitura, como repórter dele próprio.
Sobre as caixas de inspeção a velha polêmica se sustentou mais uma vez.
Ambos engenheiros garantiram a CPI que o que foi feito e enterrado é o certo, mas todos os dois admitiram que tudo foi realizado contra o que foi licitado, contratado, fiscalizado e pago. “Essa polêmica é devido à essa foto que viralizou na internet. Fotografaram um corpo com o intestino aberto e em operação. Fechado, ele se mostrou que é funcional. Substituímos a caixaria de madeira por formas de tijolos de concreto”, minimizou Walney.
Mas, mais uma vez ambos não souberam explicar sobre a durabilidade e quanto se economizou nesta mudança.
E sobre as bocas de lobos que foram arrancadas depois de prontas e porque estavam fora do grade da rua?
Só aumentaram as dúvidas sobre a qualidade, se de verdade existia o projeto anterior as obras e que só apareceu este ano na Câmara. “Pediram para eu seguir a cancha original da rua, e eu segui”, justificou Walney. “Um dia, um engenheiro que não sei se era do Planejamento me abordou no corredor da prefeitura exigindo que eu mudasse as bocas de lobo de lugar, porque eu tinha errado. Recusei, porque eu não errei. Eu fiz o que me foi determinado fazer”, explicou.
Ora, se havia projeto, este questionamento nem deveria existir, ou só existiria se comprovadamente teria sido realizado algo fora dele. Como a bomba foi parar no colo da empreiteira que iniciou as obras de reurbanização e a prefeitura que está finalizando-a depois de correr com a Engeplan de lá – o caso está na Justiça – parece que a razão está com CR Artefatos de Cimento.
CASA DA MÃE JOANA
O que está cada vez mais claro com os depoimentos até aqui na CPI? De que se licitou, contratou e pagou um tipo de serviço, técnica e produto, baseado numa fiscalização oficial que fechou os olhos para as mudanças decidido num grupinho fechado, mas se executou algo bem diferente do que se licitou, contratou e se pagou.
Então, confirmada esta situação, há fraude no processo licitatório, pois o que se executou foi diferente da concorrência. Quem foi a ela, foi enganado. Quem deixou de concorrer diante de tantas exigências que não posteriormente exigidas também.
A documentação das reuniões, das modificações e das memórias de cálculo técnicos e dos custos sobre todo o processo modificativo no decorrer da obra é também precário. Isto, para especialistas em gestão pública, direito administrativo e engenheiro de obras de infra-estrutura que consultei, denota que tudo isso é intencional.
Não é à toa, que se levou mais de um ano para a prefeitura apresentar à Câmara a documentação a um simples requerimento de informações de um vereador. Nem a obrigação feita pela Justiça foi capaz disso. A prefeitura sabia o que fez e o que isso a implicaria se mexesse nesse abelheiro.
Agora, Kleber, Melato e os seus “çabios” devem explicações enquanto culpam a suposta oposição por colocar chifres em cavalo ou achar pelo em ovo. Isso diz respeito à gestão, transparência com os pesados impostos dos gasparenses a quem os políticos no poder de plantão devem a prestação de contas ou assumirem seus erros e responsabilidade por eles. Acorda, Gaspar!
Da esquerda para a direita Adilson no dia da formatura há 30 anos, a primeira tentativa em ser prefeito em 2000 e o atendimento no presente na Trinca Ferro
O médico veterinário Adilson Luiz Schmitt, faz hoje 30 anos de formatura pela Federal do Paraná. Os jornais daqui, neste final de semana, reportaram tal feito, sua trajetória profissional e até empresarial, onde foi sócio de negócios do ramo por aqui. Atua há dez anos em parceria com a Agropecuária Trinca-Ferro, onde mantém consultório.
Mas aqui, Adilson ganhou espaços generosos sobre seus erros, polêmicas e acertos em outro campo: o da política. Tenho sido implacável com os políticos. E com Adilson não foi diferente. Ao contrário de muitos, também quando todas as portas se fecharam, as minhas sempre estiveram abertas e não foi para passar a mão na cabeça dele. É que apesar de tudo, Adilson é comunitário. É essencialmente gasparense.
Adilson nasceu no MDB de onde achava que nunca sairia, mas saíram com ele exatamente por se negar a ser como prefeito um boneco do grupo mandatário na cidade. Tentou enfrenta-los, foi derrotado. Experimentou o PSB e PPS. Hoje está sem partido e de volta à cidade vive, como um ente vivo, articulando nos bastidores para além do exercício profissional. O medo dos adversários e inimigos que fez na política é de que ele ressurja das cinzas.
Hoje, ele é o presidente regional do núcleo da entidade de classe catarinense.
Adilson foi prefeito entre 2004 e 2008, com o empresário Clarindo Fantoni, PP (votos 13.689 votos). Tentou em 2000, foi derrotado (4.209 votos). Também não conseguiu a reeleição em 2008 (8.552 votos) e 2012 (721).
Também há poucos dias fez 13 anos daquela entrevista que Adilson deu de Florianópolis, ao vivo, para o comunicador Júlio Carlos Schramm, da Rádio Sentinela do Vale, e que decretou o seu isolamento e sepultamento político.
Para muitos, a política além de ter interrompida, atrapalhou a carreira profissional dele. Adilson não pensa assim. Mas, o campo sempre foi o seu forte, tanto que no seu mandato fez ressurgir e fortaleceu a secretaria de Agricultura.
A foto acima, mostra Adilson no dia da formatura, com 75 quilos com sonhos profissionais e políticos. Hoje supera os 100, mas continua com os dois sonhos: curtir a família e seu consultório com seus bichos na Trinca Ferro. Nem todos fazem essa aposta. Pensam que a política faz parte de outro sonho. O tempo será senhor da razão.
O deputado Federal Coronel Armando, PSL, agarrado em dois santos para a formação do Aliança pelo Brasil, em Gaspar: gravou com Mário César, que diz estar no PL, e com Demetrius Wolff que saiu do PSL, e está recolhendo assinaturas para a criação do novo partido bolsonarista
Nas redes sociais é visível à disputa pela liderança do partido do clã Bolsonaro em Gaspar, o Aliança pelo Brasil. Aparenta-se patético.
Este final de semana, por exemplo, houve o encontro das lideranças, articuladores e apoiadores de Santa Catarina. Márcio Cezar que diz presidir o PL de Gaspar, mas oficialmente não há nada que prove isso, estava lá com os seus disputando selfies dos bolsonaristas ainda a maioria deles instalados no PSL.
No outro canto, Demetrius Wolff, como demonstram as fotos acima, fazia o seu papel entregando as assinaturas coletadas aqui, gravando vídeos de apoio a si e motivadores aos seus.
O que está claro? Que os que se dizem de direita e conservadores em Gaspar estão divididos e se atrapalhando mutuamente. Isso é recorrente e já foi tema de comentários aqui. O que está claro desta vez? Que o PSL de Gaspar, que tinha como padrinho o deputado Federal Coronel Luiz Armando Schroeder Reis, de Joinville, e que ainda está nele, desistiu de ser o barriga-de-aluguel dos aliancistas por aqui.
Saiu dessa dividida. Está encontrando um caminho próprio e com liderança cada vez mais definida.
O PSL de Gaspar vai seguir à orientação do deputado Ricardo Alba, PSL, de Blumenau e do governador Carlos Moisés da Silva, PSL, dificilmente terá candidatura própria que possa incomodar o MDB daqui ou os evangélicos neopentecostais.
O presidente da Comissão do partido daqui, Marciano da Silva, nega essa possibilidade. Então será preciso aguardar. Acorda, Gaspar!
Coçar e trair é só começar. A partir desta quarta-feira abre-se a janela para os detentores de cargos legislativos mudarem de partido sem perder o mandato. Ela vai até dia três de abril. Em Gaspar, pelo menos três a quatro vereadores ensaiam trocas.
É que com a impossibilidade de se fazer coligações para a disputa à vereança neste ano, cada um terá que desistir ou construir puxadores de votos em seus partidos. Cada 3.200 votos, calcula-se, dará um vereador. No passado era fácil se eleger com os votos dos outros.
Em Gaspar, o PSC de Silvio Cleffi e José Ademir de Moura, por exemplo, elegeu o mais longevo dos vereadores José Hilário Melato, PP (sexta legislatura). E os votos da legenda do DEM elegeram a tucana Franciele Daiane Back.
Quem já deu sinais claros de que vai sair do partido? Silvio Cleffi. É que no PSC não se reelegeria – e conto mais abaixo sobre isso.
Outro ensaio é de Cicero Giovane Amaro. Ele não quer ficar trucado no PSD que está se alinhado com Kleber Edson Wan Dall, MDB. Cícero fiscaliza com lupa o governo e não concorda com o que ele chama de perseguição por pedir transparência.
O vereador Rui Carlos Deschamps também já se manifestou a sua intenção de trocar de partido. Ele quer se posicionar fora do PT para ser vice-prefeito de alguma chapa.
Outros movimentos realizados dentro da prefeitura de Gaspar e com alinhamento a Ricardo Alba, PSL, de Blumenau, podem engordar o PSDB. É para ajudar à reeleição de Franciele, ameaçada com a saída do PSDB da ex-vereadora e candidata derrotada a prefeitura em 2016, Andreia Simone Zimmermann Nagel, na rasteira que a própria Franciele deu em Andreia para colocar Jorge Luiz Prucinio Pereira, evangélico e atual chefe de gabinete de Kleber, na presidência do partido por aqui.
Já o ensaio com Ciro André Quintino, MDB, presidente da Câmara, aparentemente está abortado. Ciro não quer correr riscos.
Volto ao caso Silvio, médico cardiologista, funcionário público municipal. Ele, como o canarinho, está mudo, na troca de penas. A política é uma experiência nova para ele e parece que está lhe faltando chão. Acha que o momento é delicado e não descarta “sair da política e se dedicar à medicina, medicina, medicina”.
Escrevi na sexta-feira na área de comentários da coluna na internet o seguinte diante da possibilidade que Silvio ensaiou: ir para o PSDB.
Na política, os políticos enganam os eleitores e depois dizem por aí que não entendem à revolta do povo com eles. E partido para eles, é apenas um detalhe temporal. Se Silvio Cleffi, ainda no PSC, for para o PSDB, ele vai ser humilhado ao extremo por ter tentado alçar voos solos longe da sua cria na política, Kleber Edson Wan Dall, MDB.
É que neste voo, Silvio tirou a vaga que Kleber reservou, do nada, à vereadora Franciele Daiane Back, e cujo partido PSDB, nem fazia parte da base do governo naquela época. Silvio se tornou o presidente da Câmara, com ajuda da tal oposição, então liderada pelo Roberto Procópio de Souza, PDT, e hoje dentro do governo Kleber, e um dos defensores mais ferrenhos de Kleber.
Aquela votação, naquele dezembro de 2017 proporcionou uma cena patética no resultado, na presença dos convivas para comemorar e na reação dos discursos dos perdedores, bem como no discurso conciliador do vencedor. Já relatei isso várias vezes aqui, enquanto outros escondiam.
Agora, Silvio, cria política de Kleber, também um neopetencostal de mesmo templo, vai pagar os pecados para Kleber, para Franciele e o grupo no poder de plantão na arrumação feita para Jorge Luiz Prucino Pereira ser presidente do PSDB gasparense e chefe de gabinete.
Olha só o tamanho do castigo: Silvio vai arrumar votos para tentar eleger Franciele que ficou no PSDB nanico, cada vez mais desacreditado e sem até Napoleão Bernardes, que foi para o PSD. Silvio vai ficar na rua da amargura com uma suplência que ele nunca vai assumir, pois foi assim que aconteceu com os vereadores do DEM e do PSDB que deram legenda para eleição de Franciele.
Por outro lado, os votos de Silvio também estão comprometidos. Como um vereador da base de Kleber cumpria um papel decorativo e para o voto caixão vindo do esquema e no mundo evangélico. Como oposição, teve voos solo, patrimônio que agora está totalmente comprometido com a volta dele ao reino de Kleber. Para os fiéis e os do governo ficaram as dúvidas. Para o novo eleitorado, também sobram dúvidas. Então...
E para encerrar a pantomima, Franciele que disse em tribuna, em redes sociais e principalmente em reservados, as piores coisas sobre a atitude do vereador Silvio na eleição contra a sua eleição certa à presidência da Câmara. Agora dirá que ele é um aliado confiável e respeitado? Não será preciso fazer cócegas para fazer qualquer um rir desta situação.
Mas, tudo sobre resultados futuros deste vai-e-vem de Silvio, até o momento são ilações. As respostas estarão no escrutínio das urnas em quatro de outubro se ele se concretizar esta transferência. Acorda, Gaspar!
Na coluna de hoje escrevi sobre várias patetices. Mas, não há fato tão patético como a viralização de vídeos em redes sociais e aplicativos de mensagens com mensagens falsas, ou que entre nós chamam de “fake”, e o crédito que as pessoas com conhecimento dão a elas.
Recebi um vídeo, de um engenheiro químico, onde um doido que se apresentava como químico autodidata, ou seja, sem conhecimento e autoridade sobre o assunto, convicto afirmava e provava que o álcool gel e água eram a mesma coisa no uso como desinfetantes das mãos para atenuar na transmissão de doenças viróticas, como o novo Corona Virus.
Resolvi tirar isso a limpo, com outro engenheiro químico, vizinho meu. Para a minha surpresa, ele confirmou à incapacidade do álcool gel. Como o álcool gel continua prescrito como uma ação de assepsia mundialmente aceita, concluo há dois tipos de caras-de-pau: o que expõe teses terraplanistas e os que receberam informações e formação técnicas para contestar tais teses, endossarem a ignorância. Meu Deus!
Hoje é dia dois de março. Os funcionários públicos municipais de Gaspar, até o final desta manhã de segunda-feira, quando postei esta nota, não tinham seus cartões do Vale Alimentação carregados. Acorda, Gaspar!
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